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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA PATRÍCIA GONÇALVES DA SILVA ALENCAR A inscrição corporal do conhecimento: experiência no Ensino Fundamental em uma instituição pública NATAL 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

PATRÍCIA GONÇALVES DA SILVA ALENCAR

A inscrição corporal do conhecimento: experiência no Ensino

Fundamental em uma instituição pública

NATAL

2015

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PATRÍCIA GONÇALVES DA SILVA ALENCAR

A inscrição corporal do conhecimento: experiência no Ensino

Fundamental em uma instituição pública

Relatório de Práticas Educativas apresentado ao curso

de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN) como requisito parcial para

obtenção do grau de Pedagoga, sob a orientação da

docente Maria Aparecida Dias.

NATAL

2015

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PATRÍCIA GONÇALVES DA SILVA ALENCAR

A inscrição corporal do conhecimento: experiência no Ensino Fundamental em uma

instituição pública

Relatório de Práticas Educativas apresentado ao curso

de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN) como requisito parcial para

obtenção do grau de Pedagoga, sob a orientação da

docente Maria Aparecida Dias.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dra. Maria Aparecida Dias

Orientadora

Profª. Dra. Marisa Narcizo Sampaio

Prof.ª Dra. Danielle Medeiros de Souza

NATAL

2015

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AGRADECIMENTO

Primeiramente, agradeço a Deus por toda luz durante minha caminhada. Ele

concedeu a força e a sabedoria necessárias para cada passo da jornada.

Ao meu “papai”, Jonas José, pelo brilho dos seus olhos e ternura das palavras tão

bem elaboradas em cada conselho.

A minha “mamãe”, Maria Lúcia, pelo exemplo de mulher guerreira. Obrigada

por cada abraço repleto de amor incondicional.

Aos meus sete irmãos: Maria Letícia, Lélio, Francilúcia, Maria de Fátima,

Lilia, Gerônimo e Flávia, obrigada por cada momento de sorrisos e brincadeiras. Amo

todos vocês!

Ao “meu amor”, Yuri Alencar, pela confiança, companheirismo, atenção, apoio e

cumplicidade. Certamente sua presença tornou possível minha trajetória.

Ao meu filho, Pietro Santini, que transformou minha vida, meu mundo e meus

sonhos, tudo para melhor. Eu te amo, filho!

A minha sogra, Ângela Soares, pessoa de coração grandioso que comporta toda

bondade do mundo. Obrigada sogra/mãe por acreditar!

A minha amiga, Neyse Siqueira, que conheci durante o período como bolsista e

permitiu não só toda experiência relatada no presente trabalho, como também meu

crescimento pessoal e profissional.

As minhas amigas e colegas de curso, Cássia, Rafaely e Sâmela. A singularidade

de cada uma está representada nas entrelinhas de minha vida para sempre.

Compartilhamos momentos ímpares de alegrias e tristezas. Muito obrigada, meninas,

pelos conselhos, paciência e alteridade.

Aos mestres, imensa gratidão pela contribuição para minha formação acadêmica,

em especial a minha orientadora, Prof.ª Dra. Maria Aparecida Dias, profissional

exemplar que me possibilitou conhecer muito além do que estava previsto na grade

curricular do meu curso.

Ao NEI/CAp/UFRN e toda equipe, pela oportunidade única e pelos

aprendizados.

Finalmente, minha eterna gratidão a todos que direta ou indiretamente

contribuíram para minha formação acadêmica. Seja por atos, palavras, abraços ou

olhares, houve, durante todo percurso, inventivos na minha busca de ir sempre um passo

adiante.

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“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que

se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a

tua prática”.

Paulo Freire

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

2. O corpo na escola: a inscrição corporal do conhecimento ........................................ 9

2.2 O corpo no Núcleo de Educação da Infância ...................................................... 11

2.3 Uma rotina em movimento .................................................................................. 15

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 27

4. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 28

APÊNDICE .................................................................................................................... 30

ANEXO A ......................................................................................................................31

ANEXO B ......................................................................................................................38

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1. INTRODUÇÃO

O estudo sobre a inscrição corporal do conhecimento: experiência no Ensino

Fundamental em uma instituição pública, traz o recorte da vivência como bolsista

auxiliar de sala na turma de 2° ano do Ensino Fundamental no Núcleo de Educação da

Infância (NEI), Colégio de aplicação (CAp), da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), durante o primeiro semestre letivo do ano de 2015.

A referente instituição atua na Educação Básica e resulta da unificação, em 1998,

entre o Núcleo Educacional Infantil, criado em 1979, e a Unidade de Educação Infantil

I, criada em 1990 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE,

2012). Sendo, desde 1991, Colégio de Aplicação e, nos dias atuais, está vinculado

administrativamente ao Centro de Educação.

O NEI/Cap/UFRN atende a toda comunidade da grande Natal por meio da oferta

de vagas, inscrição e sorteio público anual. A escola possui 280 alunos, sendo 106 da

Educação Infantil e 174 do Ensino Fundamental, sendo 20 alunos com deficiência e um

total de 14 turmas. Quanto ao corpo docente, esse é formado por professores efetivos e

substitutos, além de dispor de 17 bolsistas de apoio técnico e estagiários, 14 técnicos

administrativos e 08 funcionários terceirizados.

Em consideração ao espaço físico, o NEI possui 7 salas de aula; 2 salas de

atendimento pedagógico; 1 secretaria; 1 direção; 1 sala de coordenação; 1 biblioteca; 1

brinquedoteca; 1 sala de multimídia; 1 quadra; 3 parques; 1 pátio; 1 sala de entrevista, 1

cozinha experimental, 3 banheiros infantis; 3 banheiros para adultos; 1 fraldário; 1 sala

de entrevista; 1 cozinha; 3 almoxarifados.

A escola também possui um prédio anexo denominado de Núcleo de Pesquisas e

Estudos da Infância (NEPI), no qual acontecem atividades de planejamento, estudos,

pesquisa e extensão. É no NEPI que os alunos têm aula de música e dança. O espaço

dispõe de 1 auditório, 2 salas de professores, 1 secretaria, 1 sala de coordenação de

ensino, 1 sala de pesquisa e extensão, 1 sala de xerox, 1 cozinha e 2 banheiros para

adultos.

A organização didático-pedagógica utilizada pelo NEI/CAp/UFRN é o tema de

pesquisa como o norteador das atividades de ensino e aprendizagem desenvolvidas com

os alunos. Porém, os professores, ao longo do ano letivo, desenvolvem projetos

paralelos para contemplar as necessidades educacionais percebidas durante o estudo do

tema de pesquisa.

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Os elementos do presente relatório discorrem sobre as questões acerca da

disponibilidade dos corpos das crianças para o processo de aprendizagem na turma

matutina do 2° ano do Ensino Fundamental. A turma é composta por 23 alunos, 2

professores efetivos e 1 bolsista.

O lócus sobre os diferentes momentos da rotina, com reflexões de uma

experiência que possibilitaram elementos novos e transformadores para minha formação

acadêmica; a rotina diferenciada e a dinâmica do aprender no NEI, sem dúvidas,

trouxeram o reencantamento para com a educação.

As práticas educativas realizadas com integração participativa no planejamento de

todos os professores da turma (de dança, música, arte, educação física) e algumas

intervenções realizadas em parceria com a professora titular da sala estão no presente

relatório, no qual apresento algumas conceituações mínimas sobre o diálogo referente à

inscrição corporal do conhecimento. Nesse sentido, Assmann (1996, p. 47) afirma que

há uma ponte fundamental entre motricidade e educação no papel fundamental da

participação corporal nos processos de aprendizagem.

Todo conhecimento se instaura como um aprender mediado por

movimentos internos e externos da corporeidade viva. Toda

aprendizagem tem uma inscrição corporal. Não existe mentalização

sem corporalização. Por isso, o corpo aprendente é a referência

fundante de toda aprendizagem (ASSMANN, 1996, p. 47).

Em seguida, com base nessas ideias, apresento o contexto vivenciado na escola, o

qual corroborou para expressar o desenvolvimento da prática educativa que considera a

corporeidade do educando e do educador.

Face ao exposto, as experiências de tais momentos são elementos

potencializadores para buscar a reflexão sobre a temática da inscrição corporal nos anos

iniciais do ensino fundamental, promovendo uma interdisciplinaridade entre a

Pedagogia e outras áreas que apresentam discussões sobre o corpo na ação educativa.

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2. O corpo na escola: a inscrição corporal do conhecimento

Vivemos uma época em que as transformações geraram novos comportamentos e

mudanças socioculturais. No contexto escolar atual, parece claro afirmar que na escola

há corpos. No entanto, é possível perceber que o corpo, no processo de aprendizagem,

persiste em ser negligenciado, visto por meio de um dualismo que divide corpo e mente.

Estamos, assim, estacionados, presos em conceitos retrógados, arrastando as heranças

de uma educação reducionista.

Figura 1: Alunos e professora no momento da experiência de aprendizagem: apresentação do

globo terrestre para compreender sobre os países e continentes

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

Segundo Assmann (2012), aprender é sempre uma atividade corporal; nosso corpo

é parte integrante e indissociável do processo de aprendizagem; o conhecimento não é

algo acumulativo que vai se sobrepondo uns aos outros. O aprender é constante e vital.

Aprendemos com todo o corpo, não só com os sentidos da audição e da visão.

Portanto, é de suma importância desfazer os erros de uma educação retrógrada

pautada no acúmulo de conteúdos, nas repetições e nas memorizações; no ensinar que

considera o aprender apenas nos sentidos da visão e audição, em que o restante do

corpo dos alunos está em contenção, parado, imóvel e, principalmente, em silêncio.

Trata-se de uma herança das escolas dos séculos XVIII e XIX descritas por Foucault

(apud Gonçalves 1994, p. 33) como efetiva força do poder disciplinador do corpo.

As escolas eram, então, como fábricas, que produziam disposições

para ações racionais voluntárias, ao mesmo tempo que procuravam

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eliminar dos corpos movimentos involuntários. A rigorosa minúcia

com que eram estipulados os regulamentos para o comportamento

corporal dos alunos, para sua distribuição no espaço e para a divisão

do tempo escolar, revela um poder disciplinar que objetivava controlar

as erupções afetivas que poderiam surgir do corpo com seus

movimentos espontâneos e suas forças heterogêneas. Com isso, os

movimentos corporais tornavam-se dissociados das emoções

momentâneas, perpetuando-se o controle e a manipulação.

O corpo e os corpos são movimentos carregados de significados indissociáveis do

aprender. No contexto educacional, o conceito de corpo como unidade em movimento

ainda não atingiu a plenitude nas práticas pedagógicas. Insistentemente, a escola não só

aprisiona o corpo, como também aprisiona o cérebro/mente.

Aprisionar o corpo é também aprisionar o cérebro/mente; não há

problematização, tampouco se compreende o caráter reflexivo, que implica num

constante desvelamento da realidade, buscando a emersão das consciências e resultando

numa inserção crítica por meio da inscrição corporal do conhecimento.

Segundo Freire (2010, p. 114), “quem fica confinado em salas apertadas, sentado

e imóvel em carteiras, milhares de horas, durante boa parte da vida, aprende a ficar

sentado nas cadeiras, de onde talvez nunca mais venha a se erguer”.

Por sua vez, os educadores precisam garantir espaço para receberem os corpos

infantis, assim como devem ter propostas que estruturem os espaços, os currículos e as

práticas pedagógicas para acolher práticas educativas lúdicas, autorais, imaginativas,

criadoras, participativas, autônomas e inclusivas que contemplem o aprender como

sistema dinâmico, no qual pensamos a “educação a partir dos nexos corporais entre

seres humanos concretos, ou seja, colocando em foco a corporeidade viva, na qual

necessidades e desejos formam uma unidade” (ASSMANN, 2012, p. 34).

Dessa forma, descrever as atividades desenvolvidas no NEI é uma forma de

apontar para a direção correta da educação, dando subsídios para que os futuros

professores possam entrar no espaço escolar e atuar como agentes de mudança,

percebendo que “realizar um movimento corporal é expor sua própria existência, sua

história, sua cultura” (DIAS, 2012, p. 92).

Essa percepção implica na condição de vivente, na construção humana, política e

científica de seus aprendizes. O registro de um trabalho com impressões da

corporeidade, que implica na condição de inserção do corpo humano no mundo

significativo, presente na escola e em todo processo de ensino aprendizagem.

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2.2 O corpo no Núcleo de Educação da Infância

O foco do presente relatório no NEI/CAp/UFRN pretende mostrar as

descobertas fascinantes acerca das experiências do conhecimento dos alunos na turma

do 2° ano do ensino fundamental.

Ao iniciar como bolsista no NEI, observei que os alunos da turma não estavam

sentados e passivos às orientações da professora; eles compartilhavam entre si os

desafios da atividade sentados no chão; na roda, transbordavam suas emoções do saber.

Na sala de aula, havia uma composição harmoniosa. Embora houvesse desafios que em

outras situações gerariam entraves, os alunos sentiam a atmosfera positiva ao expor suas

respostas, dúvidas e inquietações.

Ao vivenciar a primeira etapa metodológica do tema de pesquisa – o estudo da

realidade (ER) – na qual "cabe ao professor, ou ao organizador da tarefa, ouvir e

questionar, entender e desequilibrar os outros participantes, provocando-os a mergulhar

na etapa seguinte” (PERNAMBUCO, 1993, p. 35), percebeu-se que suas inquietudes

convocavam saberes acerca do corpo humano.

Nesse contexto, as hipóteses que surgiam sobre os conhecimentos do corpo

isolavam o vital do cognitivo; as crianças percebiam o corpo como algo externo dotado

de capacidades motoras e funções biológicas não tinha a consciência da relação

corpo/mente. Portanto, era necessário tornar as experiências de aprendizagens além de

tais concepções, explorar na ação educativa a corporeidade, pois, na prática, o que foi

observado é que não há distinção entre o corpo, movimento e processo cognitivo.

Assim, a corporeidade constitui-se das dimensões: física (estrutura

orgânica-biofísicamotora organizadora de todas as dimensões

humanas), emocional-afetiva (instinto, pulsão, afeto), mental-

espiritual (cognição, razão, pensamento, ideia, consciência) e a

sóciohistóricocultural (valores, hábitos, costumes, sentidos,

significados, simbolismos). Todas essas dimensões estão indissociadas

na totalidade do ser humano, constituindo sua corporeidade (JOÃO;

BRITO, 2004, p. 266).

Porém, durante a formação acadêmica em Pedagogia, o tema praticamente não é

tratado ao longo do curso. Percebem-se, pois, as lacunas desse curso e a necessidade de

atualização de seu currículo, pois é de suma importância os conceitos para uma

discussão mais ampliada sobre corporeidade na relação corpo, movimento e

aprendizagem, considerando que as crianças são movimento no processo de descoberta

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do mundo, e, dessa forma, precisa-se concretizar propostas educativas para a

compreensão do corpo fora das divisões e das fragmentações, ou seja, todo

conhecimento envolve as relações indissociáveis entre o corpo e o cérebro/ mente.

O trabalho desenvolvido contou com diferentes professores, nas seguintes áreas

do conhecimento: Arte (visuais – técnicas e artistas trabalhados –, dança e música),

Educação Física, além de práticas corporais realizadas na sala de aula e brincadeiras

que, por necessitar de um espaço maior, aconteceram na quadra esportiva da escola.

Indubitavelmente,

O ambiente pedagógico tem que ser lugar de fascinação e

inventividade. Não inibir, mas propiciar, aquela dose de alucinação

consensual entusiástica requerida para o que o processo de aprender

aconteça como mixagem de todos os sentidos. Reviravolta dos

sentidos-significados e potenciamento de todos os sentidos com os

quais sensoriamos corporalmente o mundo. Porque a aprendizagem é,

antes de mais nada, um processo corporal. Todo conhecimento tem

uma inscrição corporal (ASSMANN, 2012, p. 29).

Em meio a isso, tendo como conhecimento a inscrição corporal, a seguir, listo

algumas atividades que foram realizadas pela turma:

Massagens e “automassagens” para exploração do seu próprio corpo e dos colegas

com materiais diversos: bolas de gude, bolinhas de algodão, hidratante, gel, espuma;

(conteúdo: nomenclatura e localização das partes do corpo); jogos pré-expressivos:

tocar o corpo do colega, utilizando-se da simbologia do espelho: mão com mão, costas

com costas, pé com pé; atividades de observação da imagem em frente a um espelho e

reconhecimento das partes do corpo; construção coletiva de um boneco, separado em

partes, e posterior estruturação da figura humana; dinâmicas de reconhecimento dos

colegas apenas pela exploração de seu corpo: face, braços, cabeça – por meio do tato

(com olhos vendados); marionetes humanas (conteúdo: reconhecimento das articulações

e suas funções); dinâmicas de relaxamento (conteúdo: tipos e fases da respiração –

trocas gasosas com o meio); brincadeiras populares, como “coelho na toca”, “bola na

mão” (conteúdo: noções espaciais/posicionamento do corpo); jogos cooperativos

(conteúdo: posicionamento do corpo: parado ou em movimento); jogos teatrais.

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Figura 2: alunos durante a aula de Educação Física, atividade de movimentar o corpo

acompanhado pela música.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

Os alunos participavam encantados de cada atividade. Sem perceber, conheciam a

si mesmos como ser em sua totalidade, um processo vivido o qual, corroborando com

Zabala (1998), contempla a integração dos conhecimentos que é determinante na efetiva

aprendizagem dos educandos, pois a partir do contexto social em que o aluno está

inserido podemos dar ênfase ao conjunto de conteúdos conceituais, procedimentais e

atitudinais ampliando os conceitos associados de modo a priorizar a

interdisciplinaridade.

Figura 3: arte criada pela aluna para representar a atividade desenvolvida de movimentos

corporais.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

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Assim, os alunos devem aprender conhecimentos que implicam na condição de

vivente, construindo saberes que contribuam para o sucesso nos diversos âmbitos, seja

humano, profissional, cultural ou social.

Nesse sentido, Moreira; Carbinatto; Simões (2009 apud NISTA-PICCOLO;

MOREIRA, 2012, p. 65) apontam que:

O ser humano não aprende somente com sua inteligência, com sua

cognição. Aprende, ou melhor, apreende com o corpo todo, com sua

imaginação, sua sensibilidade, suas vísceras. Por essa razão, não se

podem propor apenas comportamentos para os alunos porque estes

não se comportam, e sim existem.

Faz-se necessário que os alunos sejam livres para existir, ter acesso ao outro e a si

mesmos, compartilhem o movimento do próprio corpo com o outro. Percebe-se

claramente nos momentos de apreciação nas aulas, os movimentos sendo partilhados,

aprendidos, vividos.

Figura 4: alunos provando as possibilidades de movimento do próprio corpo.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

Segundo Paulo Freire,

[...] o corpo é o que eu faço, ou talvez melhor, o que eu faço faz o meu

corpo. O que acho fantástico nisso tudo é que meu corpo consciente

está sendo porque faço coisas, porque atuo, porque penso. A

importância do corpo é indiscutível; o corpo move-se, age, memoriza

a luta de sua libertação, o corpo afinal deseja, aponta, anuncia,

protesta, se curva, se ergue, desenha e refaz o mundo. Nenhum de nós,

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nem tu, estamos aqui dizendo que a transformação se faz através de

um corpo individual. Não, porque o corpo também se constrói

socialmente (FREIRE, 2006, p. 92).

Explicar que este trabalho é apenas um recorte com as descrições das experiências

de aprendizagem da turma parece pertinente, uma vez que, não seria possível retratar

todo processo vivido. Mas, algumas imagens podem representar os momentos

significativos, ilustrar dessa forma, a ação educativa em sua composição.

2.3 Uma rotina em movimento

Para que haja uma aprendizagem significativa, devemos compreender que nosso

conhecimento é constituído a todo o momento, transformado, dinamizado, ampliado.

Percebemos na interação com o mundo, elementos que caracterizam nosso aprender e

não mais permanecemos os mesmos.

De acordo com Capistrano e Vieira (2010, p. 117),

Compreendendo que a criança é um ser que pensa, sente e age, e que

está inserida em uma determinada cultura, a mediação entre o sujeito e

o real vai se dar segundo sua condição social, tendo o corpo como

referência básica. Assim, reconhecemos que a relação homem/mundo

se faz necessariamente pela condição corporal; um corpo que cria

linguagem e que comunica um corpo em movimento. O movimento é

fruto dessa relação entre corpo e cultura, ou seja, entre o organismo e

o entorno. É a partir da ação, ou melhor, da interação da criança com o

mundo à sua volta, mediada por muitos outros que ela amplia suas

formas de pensar, sentir e atuar. Nessa perspectiva, o movimentar-se

humano precisa ser compreendido como fenômeno sócio-histórico-

cultural.

Diante disso, os vários momentos que formam a rotina da turma são regados por

dinâmicas experiências de aprendizagem, sobre as quais Assmann discorre que (2001, p.

21) “a educação só consegue ter bons resultados quando se preocupa em gerar

experiências de aprendizagem, criatividade para construir conhecimentos e habilidade

para saber acessar fontes de informação sobre os mais variados assuntos”.

Nesse caso, desde a roda inicial até a roda final, os alunos são envolvidos por

relações dialéticas, estabelecidas na interação com os objetos ou com os colegas,

proporcionando o aprender por meio de práticas educativas sob os aspectos da

motricidade, da cultura de movimento e do brincar.

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Nessa perspectiva, apontando para motricidade diante da intencionalidade sob as

condutas motoras, tomando a subjetividade e a complexidade como fundamentos

essenciais, conforme nos lembra Capistrano (2010, p. 107), “estamos tratando da

motricidade como uma das formas de comunicação com o mundo que é constituído e se

constitui de cultura”.

No período em que estive na turma, as intervenções realizadas apresentaram

algumas práticas corporais nos diferentes momentos da rotina, objetivando a interação

da criança com si mesmo, com o outro e com o mundo.

Na roda inicial (Figura 5), depois de esfregar uma mão na outra as aquecendo,

imediatamente tocamos as partes do corpo correspondente aos sentidos: nariz, ouvido,

boca e olhos. O objetivo é “acordar” o corpo.

Figura 5: Alunos participando do momento de “acordar o corpo”.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

O contato do próprio corpo proporcionado na relação com órgãos de sentido

evoca a sensibilidade, a percepção e a observação das capacidades/habilidades das

partes do corpo. Quando movimentamos as mãos rapidamente, friccionando uma na

outra; o resultado é o aquecimento de ambas as mãos, com isso os alunos podem estudar

e vivenciar o corpo na consciência de que somos seres que apoiamos nossa

aprendizagem em processos sensório perceptivos, que recebemos estímulos por meio

dos sentidos (JOÃO; BRITO, 2004).

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Utilizar o calor das mãos tocando nos ouvidos, nos olhos, no nariz e na boca

para “acordar” os sentidos caracteriza não só uma descoberta na experiência, como

também a possibilidade de simbolizar o fato de “acordar”. Assim, as crianças

modificam a postura do próprio corpo, despertam os movimentos e se tornam dispostas

as propostas seguintes do dia; os corpos agora estão “acordados”, disponíveis para as

interações seguintes da aula, portanto, “com a variação de experiências e ações que

estejam atreladas as suas necessidades, a criança dinamizará a sua condição cognitiva,

aprimorando, assim, as suas possibilidades de aprendizagem” (DIAS, 2012, p. 112).

As propostas para o momento do relaxamento, que acontecem após o intervalo,

proporcionam o equilíbrio do corpo que estava em movimentos intensos (correndo,

pulando, subindo escadas e brincando no parque) para o retorno ao espaço da sala de

aula. A prática acontece com fundo musical e o colega deitado tem que fechar os olhos,

os demais ficam posicionados ao redor e tocam as diferentes partes do corpo do colega.

Figura 6: Alguns alunos deitados e as outras crianças tocam as partes do corpo do colega.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

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Tanto a prática de “acordar o corpo” como a prática de tocar o colega

proporcionam ao educando o contato com esse corpo, as sensações que são despertadas

transformam o conhecimento, são experiências de aprendizagens porque os alunos

sentem a presença no mundo.

Evidenciando esse pensamento, Dias (2012, p. 92) aponta:

Percebemos o mundo pelo nosso corpo, percebemo-nos pelo nosso

corpo. Quando toco o mundo, reconheço; quando toco-me, sinto-me

presente no mundo. Estar presente no mundo é entrar em contato com

o que é real e o que é sensível nele. Quando a educação impede que o

sujeito estabeleça esse contato com significado, com sensibilidade,

utilizando a sua percepção, estará, indubitavelmente, interferindo na

organização da ação desse sujeito diante do mundo. Essa interferência

invariavelmente ocorre em relação ao corpo.

Nesse sentido, a turma pode conhecer também sobre as possibilidades de

movimentar e tocar o corpo do colega em uma atividade também realizada na quadra

esportiva da escola. Divididos em duplas, um colega vendado posicionava o corpo do

parceiro, este havia de permanecer tal qual o colega o deixara, formando, dessa forma,

uma escultura viva, feita por um artista de olhos vendados.

O conhecimento sobre o corpo (articulações, equilíbrio, percepção tátil, memória

visual etc.) é vivenciado. As intervenções são apenas necessárias para condução inicial

da atividade, após isso, os próprios alunos seguem o percurso do aprender.

Compreende-se, portanto, que as crianças aprendem com seus pares, compartilha

o conhecimento como um construto social, evidência, portanto, do conhecimento

intrínseco aos movimentos internos e externos daquela corporeidade viva, o significante

aprender.

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Figura 6: Esculturas vivas: Em duplas os alunos realizam a modelagem do corpo do colega.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

A extensão da proposta de brincar com o corpo também aconteceu na aula de

Arte, apontando que, de acordo com os PCNs e a nova Lei de Diretrizes e Bases da

Educação – Lei N° 9394/96: “O ensino da Arte constituirá componente curricular

obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o

desenvolvimento cultural dos alunos” (art. 26, parágrafo 2°).

Isso evidencia o pensamento de Rocha (2010 p. 36) de que:

É importante ressaltar que, o que mais se evidencia nas propostas

contemporâneas para o ensino de Arte é a necessidade de

alfabetização estética e artística do indivíduo, pois só dessa forma ele

terá condições de situar-se no mundo e com ele interagir, em todas as

suas dimensões, como ser social e cultural, transformando-se assim

num ser criador de cultura.

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Figura 7: Obra de ivan cruz: Pula carniça.

Fonte: Disponível em: http://colorindoainfancia.weebly.com/-turma-13.html

Estabelecendo um paralelo entre a teoria e a prática, os alunos tiveram contato

com a imagem (pula carniça) da obra de Ivan Cruz. A proposta era que os alunos

pudessem vivenciar a brincadeira retratada pelo artista. Nas brincadeiras, foi explorado

o envolvimento de todo grupo para criar as regras e o como brincar. Desse modo, a

brincadeira “pula carniça”, sendo a mudança do nome para “pula corpo” indicada por

um dos alunos e os demais escolheram por meio do voto.

O brincar como espaço de manifestação do lúdico sendo uma experiência

construída pelas próprias crianças, protagonistas de todo processo. A brincadeira

explorada com toda criatividade e expressão na descoberta de si mesmo.

Conforme aponta Capistrano (2010, p.108)

[...] nas situações de brincadeira, a criança conhece mais de si e do seu

entorno, à medida que age e interage com o outro, experimenta,

emociona-se, expressa-se, deseja, escolhe, recria os acontecimentos e

os ressignifica. Brincando, a criança aprende a re-apresentar algo ou

representa-lo, gesticulando, desenhando, cantando, contando histórias,

dançando, modelando, etc. Enfim, por meio da atividade lúdica, afeto,

motricidade, imitação, imaginação, percepção, oralidade e outras

funções estão inter-relacionadas e o brincante se envolve por completo

Depois os alunos escreveram, no quadro, as regras da brincadeira junto com a

professora titular; os alunos ditavam e a professora era a escriba. Ao término da leitura

de todas as regras, os alunos foram encaminhados para quadra da escola, onde a

brincadeira seria realizada.

A organização dos alunos no espaço teve que ser mediada pelas professoras que

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[...] ao propor brincadeiras/jogos aos seus alunos, em situações

culturalmente significativas, o professor está ampliando o universo

das crianças, à medida que possibilita a apropriação de diversos

sistemas simbólicos e sociais, fornecendo novas oportunidades para

que enriqueçam suas ações, seu diálogo com o mundo; para tanto, os

elementos motricidade e cultura corporal de movimentos são inerentes

(CAPISTRANO, 2010, p. 112).

Algumas crianças ficavam bem paradas, quase imóveis, enquanto esperavam o

colega “pular seu corpo”; já outras não conseguiam conter os movimentos corporais e

deixavam suas posturas de diferentes modos. O mesmo acontecia no momento de “pular

os corpos”: algumas crianças paravam diante dos colegas e demoravam um tempo até

conseguir o objetivo de passar sobre o corpo disposto no chão, mas houve também

crianças que seguiam na sequência pulando de acordo com a postura do colega, mais

alto ou mais baixo, mais contido ou mais espalhado; o desafio era superado na ação

contínua de adaptação do seu movimento corporal.

Esse aspecto concretiza-se com o que aponta Pontes (2010, p. 46):

A arte assim concebida exige de nós um modo de ver, uma outra

forma de interação com os objetos artísticos, interação na qual

devemos ser “produtos no olhar”, isto é, o leitor da arte passa a fazer

parte da construção de sentidos para o objeto artístico na medida em

que interage com ele. Nessa leitura há o diálogo entre o que foi

proposto pelo artista e as experiências / vivências do leitor. Esse

diálogo é mediado pela qualidade de interação que o objeto artístico

oportuniza.

Nesse contexto há participação também das professoras, pois o corpo do educador

é participante no processo. Evidência da apreciação de todos os alunos, atentos ao

mover da professora, seja admiração, exemplo ou conquista, é certo que jamais deve

pensar que o falar substitui o viver.

Figura 8: Escrita das regras da brincadeira “Pula

– corpo”.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

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O trabalho de expressão corporal se utiliza de várias técnicas que ampliam o

entendimento dessa forma de expressão, despertando a consciência do nosso corpo e de

nós mesmos enquanto sujeitos inseridos em um ambiente social e cultural. “Em Wallon

é impossível dissociar a ação da representação, a tonicidade da emoção, o gesto da

palavra, o motor do psiquismo, na medida em que esta é a consequência da inteligência

das situações” (FONSECA, 2008, p.13).

Figura 9: Brincadeira ”pula - corpo”, os alunos adaptaram a brincadeira e elaboraram as regras.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

Em sala de aula, após as brincadeiras, os alunos produziram o texto coletivo

(Figura 10), no qual discorrem que “com essas experiências, estamos conhecendo mais

brincadeiras da nossa cultura, aprendendo a alcançar os objetivos de forma cooperativa,

a explorar os diversos movimentos do nosso corpo e também a reconhecer as nossas

diferenças e limitações”, nessas circunstancias percebemos que conseguimos no

processo de ensino-aprendizagem alcançar o rico e vasto mundo de cultura infantil

repleto de movimentos, de jogo, de fantasia, quase sempre ignorados pelas instituições

de ensino (FREIRE, 2005).

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Figura 10: Texto coletivo produzido pelas crianças do 2º ano matutino.

Fonte: Acervo da professora titular da sala.

Ao longo do semestre as propostas com algumas práticas corporais relacionadas

ao tema de pesquisa – o corpo humano – trouxeram o desafio de preparar uma aula que

na sequência didática abordou a temática das “Fases de desenvolvimento humano

anteriores ao nascimento” e teve como objetivo a realização por parte dos alunos dos

movimentos das diferentes fases de desenvolvimento do feto – da fecundação ao

nascimento.

O desafio de ministrar um conteúdo tão vasto para crianças de apenas oito ou

nove anos se transformou em uma enorme descoberta. A curiosidade dos alunos acerca

do conhecimento sobre “o que acontece quando estamos na barriga da mamãe” inspirou

o estudo para produzir uma aula distante dos saberes da Biologia, saberes e conceitos

BRINCADEIRAS E MOVIMENTOS COM O CORPO

Em nossas aulas, estamos aprendendo e vivenciando diferentes brincadeiras populares como:

escravos de Jó, “amigos de Jó”, estátua, “pula-corpo, cabra-cega.

Essas atividades têm sido realizadas em parceria com o nosso Tema de Pesquisa – Corpo Humano e

foram organizadas em um Projeto que chamamos - “Corpo em Movimento”.

Com essas experiências, estamos conhecendo mais brincadeiras da nossa cultura, aprendendo a

alcançar os objetivos de forma cooperativa, a explorar os diversos movimentos do nosso corpo e também a

reconhecer as nossas diferenças e limitações.

Essas brincadeiras que estamos vivenciando são representadas por artistas brasileiros como Ivan Cruz

e Candido Portinari, por meio de pinturas e esculturas.

Durante as nossas aulas, temos apreciado diferentes obras desses artistas, como a tela “Escravos de

Jó”, de Ivan Cruz e “Meninos brincando” – de Candido Portinari.

Essas obras nos deram inspiração para produzirmos nossas próprias releituras que expomos aqui para

vocês.

Para algumas brincadeiras, criamos novos jeitos de brincar e representamos em nossa releitura. Para a

brincadeira escravos de Jó, criamos uma adaptação, chamada “amigos de Jó”. Nessa adaptação, ao cantarmos a

cantiga tradicional da brincadeira, ao invés de passarmos um objeto de mão em mão, eram nossos corpos que se

deslocavam, pulando dentro de bambolês, organizados em forma de círculos.

Turma do 2º ano matutino (TEXTO COLETIVO)

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prontos. Assmann (2001, p. 23) afirma que “a escola não deve ser concebida como

simples agência repassadora de conhecimentos prontos, mas como contexto e clima

organizacional propício à iniciação em vivências personalizadas do aprender a

aprender”.

Para tanto, a viabilidade das vivências nas aulas aconteceu também com a

apreciação de diversas canções selecionadas para colaborar com a temática trabalhada e

explorar a escrita em forma de poemas. Dessa forma, os alunos descobriram que quando

um poeta escreve um poema, ele tem uma intenção. Essa intenção pode ser de brincar

com as palavras para provocar risos, emocionar, trazer lembranças, e tudo isso são

experimentos do nosso corpo.

A canção “De Umbigo a Umbiguinho”, de autoria do cantor e compositor

Toquinho, foi uma das músicas apresentadas aos alunos. Na ocasião, os alunos ouviram

a música e em seguida, questionados sobre quais sentimentos ou recordações foram

despertadas ao ouvir a letra da canção, algumas crianças relataram que sentiram

saudades da mãe e outros disseram que se lembraram de casa.

DE UMBIGO A UMBIGUINHO

(TOQUINHO)

MUITO ANTES DE NASCER

NA BARRIGA DA MAMÃE

JÁ PULSAVA SEM QUERER

O MEU PEQUENINO CORAÇÃO,

QUE É SEMPRE O PRIMEIRO A SER FORMADO

NESTA LINDA CONFUSÃO.

MUITO ANTES DE NASCER

NA BARRIGA DA MAMÃE

JÁ COMIA PRA VIVER

CHEESE SALADA, BALA OU BACALHAU.

VINHA TUDO PRONTO E MASTIGADO

NO CORDÃO UMBILICAL.

TANTO CARINHO, QUANTA ATENÇÃO

COLO QUENTINHO, AH! QUE TEMPO

BOM!

DE UMBIGO A UMBIGUINHO

UM ELO SEM FIM

NUM CORDÃOZINHO

DA MAMÃE PRA MIM.

MUITO ANTES DE NASCER

NA BARRIGA DA MAMÃE

COMEÇAVA A CONVIVER

COM AS MAIS ESTRANHAS SENSAÇÕES:

VONTADE DE COMER DE MADRUGADA

MARMELADA OU CAMARÕES.

MUITO ANTES DE NASCER

NA BARRIGA DA MAMÃE

ME VIRAVA PRA ESCOLHER

A MAIS CONFORTÁVEL POSIÇÃO.

SÃO NOVE MESES SEM SE FAZER NADA,

ENTRE ÁGUA E ESCURIDÃO.

TANTO CARINHO, QUANTA ATENÇÃO.

COLO QUENTINHO, AH! QUE TEMPO BOM!

DE UMBIGO A UMBIGUINHO UM ELO SEM FIM

NUM CORDÃOZINHO DA MAMÃE PRA MIM.

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Com efeito, a referente aula possibilitou ao aluno entender, por meio da

linguagem corporal, as fases de desenvolvimento humano, pois “é na ação que a criança

aprende, constrói, expressa. A aprendizagem é dificultada quando não partimos de

experiências” (DIAS, 2012 p. 113).

Figura 11: Dentro da placenta o aluno realizava os diferentes movimentos para simular as fases

de desenvolvimento do feto.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

Os alunos demostraram os saberes sobre a fecundação até o nascimento

apresentando, com movimentos corporais, as diferentes fases de desenvolvimento

humano anteriores ao nascimento (fecundação, fase embrionária, fase fetal). Isso ainda

permitiu aos educandos expressar a corporeidade como forma de comunicação (ver

sequência didática no apêndice).

As estratégias e os recursos dialogavam a respeito das fases de desenvolvimento

do bebê, bem como as características de tais momentos. Depois, foram explorados os

movimentos corporais que podem ser realizados por cada fase, iniciando com o

momento da fecundação.

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Figura 12: Um aluno realizava os diferentes movimentos, enquanto os demais apreciavam.

Fonte: acervo pessoal da pesquisadora.

Os alunos foram orientados a fazer movimentos ou posturas corporais que

demonstrem características de cada célula (espermatozoide e óvulo); cada aluno poderia

representar um zigoto, em seguida um embrião, um feto e por último um bebê. Em cada

fase, problematizava sobre as características dos movimentos corporais elaborados, por

exemplo, um embrião não poderá movimentar-se como um feto, já que algumas partes

do corpo ainda não estão completamente desenvolvidas.

Para o educador-educando, problematizador, o conteúdo programático da educação

não é uma doação ou uma imposição – um conjunto de informes a ser depositado nos

educandos, mas a devolução organizada e acrescentada ao povo daqueles elementos

que este lhe entregou de forma desestruturada (FREIRE, 2005, p. 96).

A avaliação sobre a aula citada aconteceu com o relato na roda final, na qual

pode constatar que as crianças conseguiram participar da aula com entusiasmo, perceber

as diferentes possibilidades de movimentos corporais para cada fase de

desenvolvimento e entender por meio do movimento corporal as diferentes fases de

desenvolvimento do feto.

A estratégia encontrada para possibilitar a articulação entre as áreas do

conhecimento via tema de pesquisa, e ainda ter como objetivo o registro para

professores e a família com a finalidade de acompanhamento da evolução da criança na

escola – suas aprendizagens, dificuldades e conquistas –, tendo em vista os objetivos

definidos para o grupo do qual ela faz parte e para ela mesma, em um trimestre letivo

são elencados na ficha avaliativa (ANEXO A).

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Preconiza-se, portanto, a ação de avaliar a criança conforme afirma Freinet (apud

DIAS, 2012, p. 84):

A criança é feita para crescer, para avançar, segundo caminhos que lhe são designados

pela sua personalidade profunda. Se a quisermos impedir de andar segundo o seu

passo ou se pretendermos orientá-la para vias que nos interessam a nós, mas não a ela,

senta-se sobre o obstáculo, passiva e teimosa, e procura em si prazeres da

compensação por meios à sua disposição.

Evidencia-se, então, a necessidade de avaliar para efetivar oportunidades de

ação-reflexão, que proporcionem a mediação constante do professor que levará o aluno

a novas problematizações. Situações de aprendizagem, na qual o aluno é protagonista,

percebendo a totalidade da própria personalidade.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O interesse em relatar a experiência vivenciada no NEI é uma busca para

enfatizar um tipo de educação que atinge níveis de qualidade no processo pedagógico, já

que durante todo período de intervenções e observações na referente instituição os

alunos participavam ativamente das experiências de aprendizagem, ampliavam-se as

interações em cada situação.

Nesse sentido, a inscrição corporal do conhecimento perpassa toda nossa

intervenção, provocando nos alunos a descoberta de limites e potencialidades,

despertando o corpo no processo de conhecimento com expressa autonomia e liberdade

para as sensações de um corpo que fala.

O período como bolsista na escola possibilitou a reflexão sobre minha formação

como pedagoga, pois, diante da prática, percebi não só que o conhecimento é inscrição

corporal, com também a ausência de discussões durante a formação que possam ampliar

a temática, ou seja, há uma ausência do corpo no Curso de Pedagogia, um abismo sobre

o qual devemos construir uma ponte ainda durante a formação docente.

É preciso abrir espaço dentro da academia para nortear os futuros educadores

sobre a importância da expressão corporal. Faz-se urgente que a aprendizagem seja

inspirada e enriquecida pela compreensão das relações de trocas provenientes das

experiências. É certo que mudar os caminhos tão marcados não é tarefa fácil, mas não é

impossível.

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Assim, o trabalho descrito constitui uma pequena trajetória ministrada a partir da

ação da criança como agente dinamizador da aprendizagem, considerada em toda sua

complexidade, acreditando no saber como fruto da vivência de seus educandos

participantes da realidade social, uma educação pautada nos interesses de tais sujeitos e

não apenas do sistema educacional.

4. REFERÊNCIAS

ASSMANN, Hugo. Metáforas novas para reencantar a educação: epistemologia e

didática. Piracicaba: Unimep, 1996.

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 12. ed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

BRASIL, MEC/SEB-COEF. Elementos conceituais e metodológicos para a definição

dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do ciclo de alfabetização (1º, 2º e

3º anos) do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/ SEB, 2012.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. O referencial Pedagógico-Curricular

para formação de professores da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino

Fundamental - Documento Preliminar de dezembro de 1997. Brasília: MEC/ SEF/

COEDI. 1997.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF,

1998b, v. 2.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

arte. Brasília: MEC/ SEF/ COEDI.

DIAS, Maria Aparecida. O corpo na pedagogia Freinet. São Paulo: Editora Livraria

da Física, 2012.

FONSECA, Vitor da. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre:

Artmed,2008.

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29

FREIRE, J.B. Metódos de confinamento e engorda: como fazer render mais porcos,

galinhas, crianças. In: MOREIRA, W.W. (Org). Educação física e esportes:

perspectivas para o século XXI. Campinas: Papirus, 2010.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

GONÇALVES, M. A. S. Sentir, pensar, agir – corporeidade e educação. Campinas,

SP: Papirus, 1994.

JOÃO, R.B.; BRITO, M. Pensando a corporeidade na prática pedagógica em

educação física à luz do pensamento complexo. Revista Brasileira de Educação Física

e Esporte, São Paulo, v.18, n.3, p.263-72, jul./set., 2004.

MOREIRA, W. W.; CARBINATTO; SIMÕES, 2009 apud NISTA-PICCOLO;

MOREIRA, 2012, p. 65.

PERNAMBUCO, Marta M. C. A. Significações e realidade: conhecimento. In:

PONTUSCHKA, Nídia (Org.) A ousadia do diálogo: interdisciplinaridade na escola,

São Paulo: Loyola, 1993.

VEIRA, A. L. X; MELO, J. P. de; PONTES, G. M. D. de; CAPISTRANO, N. J;. Livro

didático 1: o ensino de artes e educação física na infância. 3° ed. Natal/RN: Paidéia,

2010.

ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998.

ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo. Porto Alegre: Artmed,

2002.

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APÊNDICE

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – 1ª SESSÃO DE INTERVENÇÃO

Temática: Fases de desenvolvimento humano anteriores ao nascimento.

Título da intervenção: Os movimentos das diferentes fases de desenvolvimento do feto

– da fecundação ao nascimento.

O que o aluno poderá aprender com esta aula:

Entender, por meio da linguagem corporal, as fases de desenvolvimento

humano, desde a fecundação até o nascimento.

Demonstrar, com movimentos corporais, as diferentes fases de desenvolvimento

humano anteriores ao nascimento (fecundação, fase embrionária, fase fetal).

Expressar a corporeidade como forma de comunicação.

Duração das atividades: 30 minutos

Conhecimentos prévios trabalhos pelo professor com os alunos: As características

de cada fase do desenvolvimento do embrião / feto até o momento do nascimento.

Estratégias e recursos da aula:

Atividade 1

1º momento: O professor irá conversar sobre as fases de desenvolvimento do bebê, bem

como as características de tais momentos. Depois, serão explorados os movimentos

corporais que poderão ser realizados por cada fase, iniciando com o momento da

fecundação.

2º momento: O professor pode orientar os alunos para que todos fiquem deitados no

chão, assim eles podem vivenciar os movimentos corporais, tentando demostrar como

seria um espermatozoide dentro do sistema reprodutor feminino na busca do óvulo.

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3º momento: Agora, os alunos serão orientados a fazer movimentos ou posturas

corporais que demonstrem o óvulo.

4º momento: A turma será dividida em duplas, nas quais um aluno será o

espermatozoide e o outro o óvulo. Depois de realizar os movimentos corporais

característicos de cada célula (espermatozoide e óvulo), as crianças irão demostrar o

momento da fecundação em um abraço.

5º momento: Desfeito as duplas, agora, cada aluno poderá ser um zigoto, em seguida

um embrião, um feto e por último um bebê. Em cada fase, o professor irá mediar para as

características dos movimentos corporais elaborados, por exemplo, um embrião não

poderá movimentar-se como um feto, já que algumas partes do corpo ainda não estão

completamente desenvolvidas.

Avaliação:

Avaliar se as crianças conseguiram

Participar da aula com entusiasmo.

Perceber as diferentes possibilidades de movimentos corporais para cada fase

de desenvolvimento.

Entender por meio do movimento corporal as diferentes fases de

desenvolvimento do feto.

EIXO ESTRUTURANTE – APRECIAÇÃO:

Oportunizar práticas motrícias para que as crianças possam:

Conhecer, respeitar e valorizar suas próprias expressões.

Conhecer, respeitar e valorizar as expressões dos colegas.

EIXO ESTRUTURANTE – EXECUÇÃO:

Favorecer vivências corporais que viabilizem as crianças.

Aprimorar suas produções por meio de diferentes expressões da cultura

corporal.

EIXO ESTRUTURANTE – CRIAÇÃO:

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Oportunizar práticas motrícias para que as crianças possam:

Expressar sua imaginação, desejos, necessidades e ideias, por meio da

linguagem corporal.

Expressar sua autoria e autonomia por meio das diferentes manifestações

de sua cultura corporal.

EIXO ESTRUTURANTE – CONHECIMENTOS E REFLEXÕES SOBRE A

EDUCAÇÃO FÍSICA:

Oportunizar práticas motrícias para que as crianças possam:

Estabelecer relações, comparar e fazer associações entre as expressões da

cultura corporal e suas próprias experiências, saberes e fazeres.

Expressar e partilhar suas reflexões, hipóteses e comentários acerca das

manifestações da sua própria cultura corporal e dos colegas.

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ANEXO A

Jolp-0sa

REGISTRO DE EVOLUÇÃO DA CRIANÇA Período: 1ºTrimestre/2015 Turno: Matutino Turma: 2º ano Nível: Ensino Fundamental Professoras: Neyse Siqueira Cardoso Bolsistas: José Everton da Silva e Patrícia Gonçalves Professores Especialistas: Moaldecir Freire (Educação Física) Flávia Fagundes (Música) Juliana Barreto (Inglês) Nayama Keila (Arte-Dança) Coordenação Pedagógica: Maria de Fátima Araújo e Analice Cordeiro dos Santos Victor

IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA

Nome: _________________________________________________________________ Nascimento: ______/______/________ Mãe: __________________________________________________________________ Pai: ___________________________________________________________________

ORIENTAÇÕES GERAIS

O objetivo deste registro é possibilitar aos professores e a família o acompanhamento da evolução da

criança na escola - suas aprendizagens, dificuldades e conquistas -, tendo em vista os objetivos definidos para o

grupo do qual ela faz parte e para ela mesma, em um trimestre letivo.

Temos a compreensão de que o desenvolvimento do indivíduo se dá globalmente; entretanto, para a

objetivação do registro, as observações e/ou constatações sobre a criança serão agrupadas em três eixos, a saber:

desenvolvimento socioafetivo e individual, conhecimento e expressão da realidade e tema de pesquisa.

Sendo o desenvolvimento um processo de interação, construção e reconstrução incessante e não linear,

as observações descritas não definem definitivamente a criança. No entanto, expressam como ela mostrou-se em

um determinado período, buscando evidenciar as constantes transformações que caracterizam o percurso.

1. CONHECIMENTO E EXPRESSÃO DA REALIDADE 1.1 - LÍNGUA PORTUGUESA

CONTEÚDOS/OBJETIVOS CONCEITO

A - Compreensão e valorização da cultura escrita

Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Utiliza instrumentos de escrita na cultura escolar.

- Desenvolve capacidades específicas para o ato de escrever.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA- CAP/UFRN

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- Conhece os usos e as funções sociais da escrita.

B - Apropriação do sistema de escrita Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Compreende a orientação (direção e sentido) do sistema de escrita da língua portuguesa.

- Utiliza convenções gráficas, compreendendo a segmentação entre as palavras.

- Usa letra maiúscula no início de frases, títulos e textos.

- Utiliza, gradativamente, a pontuação de final de frase.

- Conhece o alfabeto e identifica diferentes tipos de letras (bastão, de imprensa e cursiva).

- Reconhece unidades fonológicas como sílabas, rimas, início e terminações de palavras.

- Estabelece relações entre grafemas e fonemas, utilizando, gradativamente, as regularidades e irregularidades ortográficas.

- Compreende as funções sociais do dicionário: definição do significado de novas palavras e suas apresentações ortográficas.

- Compreende o uso da ordem alfabética para pesquisar palavras no dicionário.

-Utiliza o dicionário para retirar dúvidas em relação à grafia de palavras.

- Compreende as demais funções sociais da ordem alfabética: escrita de listas de nomes próprios, organização de nomes próprios em agendas, organização de acervos na Biblioteca.

- Escreve palavras, nomes próprios, títulos de obras em ordem alfabética.

- Reescreve o texto a partir da revisão feita coletivamente, atentando para a organização e disposição gráfica (margem, parágrafo, letra maiúscula e minúscula, segmentação e separação das palavras), pontuação, ortografia.

- Reflete sobre as questões ortográficas estudadas (uso de letras maiúsculas, R/RR, S/SS/, L/U, S/Z a partir das sinalizações dos professores.

- Identifica e corrige, com autonomia, questões ortográficas já estudadas (R/RR, S/SS, S/Z).

C- Produção de textos escritos

Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Planeja a escrita de textos, considerando o tema central e seus desdobramentos.

- Produz textos, considerando as principais características dos gêneros textuais trabalhados (poemas, biografias, textos instrucionais e legendas explicativas).

- Escreve legendas explicativas, considerando os aspectos informativo e interpessoal da linguagem.

- Produz estrofes e poemas, utilizando textos conhecidos como modelo.

- Participa de momentos de planejamento, escrita, revisão e reescrita de textos, compreendendo-os como etapas imprescindíveis à produção de textual.

-Participa da reescrita coletiva e individual de textos, observando as orientações para a organização do texto (uso de iniciais maiúsculas, parágrafo, pontuação).

- Planeja a escrita de textos considerando o tema central, o contexto de circulação, os objetivos e o destinatário.

- Revisa e reelabora a própria escrita, segundo critérios adequados aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de circulação previsto.

- Separa corretamente as palavras em um texto, considerando as unidades sonoras que as compõem.

D – Leitura

- Demonstra atitude de interesse e prazer diante dos materiais de leitura (obras literárias, gibis, jornais, revistas, encartes, entre outros).

-Identifica os gêneros textuais trabalhados (poema, biografia, legendas explicativas e textos instrucionais), atentando para as suas semelhanças e diferenças.

- Faz inferências de informações implícitas e relacionadas ao tema do texto.

- Avalia o texto com criticidade, fazendo argumentações e interpretações.

- Realiza a leitura de poemas, percebendo a intencionalidade estética das construções poéticas.

- Identifica as características estruturais e linguísticas do gênero textual Poema (linguagem poética, estrofes, versos e rimas).

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- Realiza interpretação crítica dos textos.

- Reconhece a função social dos gêneros textuais trabalhados: poema, biografia, legendas explicativas e textos instrucionais.

- Identifica as funções de textos com base em seus suportes, seus gêneros e contextos de leitura.

- Identifica as diferentes intencionalidades dos gêneros textuais trabalhados: emocionar, relatar, instruir, informar.

- Escuta atentamente a leitura dos colegas e professoras (leitura partilhada, roda de leitura, momento do contador de história).

E- Desenvolvimento da oralidade

Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Expõe suas ideias em momentos de discussões coletivas sobre os textos lidos ou do tema de pesquisa.

- Usa argumentos coerentes ao expor seus pensamentos.

- Usa a língua falada em diferentes situações, buscando empregar a variedade linguística adequada.

- Planeja suas intervenções orais em situações coletivas: exposição oral, debate, contação de história.

- Consegue fazer leitura oral com entonação.

- Escuta atentamente a leitura dos colegas e professoras (roda de leitura, momento de contador de história).

1.2 – MATEMÁTICA

CONTEÚDOS/OBJETIVOS CONCEITO

A – Números e operações

Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

Números naturais e sistema de numeração decimal

- Identifica os numerais no contexto diário.

-Lê produz escrita de números naturais até 100, pela compreensão das características do Sistema de Numeração Decimal - S.N.D.

- Compara e ordena números naturais de 0 a 100, em ordem crescente e decrescente.

- Associa a representação do número à sua respectiva denominação simbólica.

- Observa critérios que definem uma classificação de números (maior que, menor que, estar entre, pares ou ímpares) e de regras usadas em seriações (mais um, mais dois, dobro, metade).

-Utiliza diferentes estratégias para quantificar elementos: contagem, pareamento, estimativa.

-Identifica regularidades na série numérica para ler e escrever numerais menos frequentes.

-Utiliza agrupamentos em base 2 e 5 para facilitar a contagem.

Operações com números naturais

- Relata e explica suas estratégias de cálculo mental.

-Compreende o enunciado e busca procedimentos para resolver um problema.

- Analisa as informações das situações-problema em busca da resposta.

- Identifica dados essenciais para a resolução e elaboração de problemas.

- Resolve situações-problema, demonstrando a compreensão de alguns dos significados das operações, em especial, da adição e da subtração.

-Elabora estratégias pessoais convencionais e não convencionais, diante de situações-problema.

- Compreende as regras do jogo Trilha dos cem números, demonstrando o reconhecimento da sequência numérica até 100;

- Compreende a função biunívoca, pela contagem, um a um, de uma casa para cada ponto mostrado no dado.

- Utiliza-se da estratégia do cálculo mental, envolvendo adição, para avançar em suas jogadas.

-Utiliza-se da estratégia do cálculo mental, envolvendo subtração, para retroceder em suas jogadas (menos três casas, menos cinco casas).

B –Tratamento das Informações Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Lê, interpreta e analisa dados representados em tabelas simples.

- Expressa, oralmente, suas hipóteses e conclusões acerca das informações representadas nas tabelas.

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- Resolve problemas a partir de tabelas simples.

C–Espaço e Forma Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

Identificação de espaços e formas

- Localiza pessoas ou objetos no espaço, com base em diferentes pontos de referência e algumas indicações de posição.

- Identifica a movimentação de objetos e pessoas no espaço com base em diferentes pontos de referência e algumas indicações de direção e sentido.

- Interpreta e representa a posição e o movimento no espaço a partir da análise de mapas.

D – Grandezas e medidas Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

Identificação e comparação de grandezas

- Explora o calendário para situar-se no tempo, identificando dias da semana e meses do ano.

- Identifica e estabelece relações entre as unidades usuais de tempo: dia, semana, mês, bimestre, semestre e ano.

- Identifica a ordem dos eventos em programações diárias, usando palavras como: antes, depois, anteontem, amanhã, semana passada.

- Reconhece, instrumentos de medida convencionais e não convencionais para medir massa (colher de sopa, colher de chá, xícara).

- Reconhece, instrumentos de medida convencionais e não convencionais para medir tempo (relógio, calendário).

1.3 – ARTES 1.3.1 Artes Visuais

A – Fazer Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Desenha a partir da observação de diversas situações e de temas significativos.

- Revela, por meio do desenho, o aprimoramento de seu esquema corporal.

- Demonstra respeito e cuidado com produções individuais e coletivas.

- Explora as possibilidades oferecidas por diversos materiais e suportes para o “fazer artístico”.

- Em seu “fazer artístico”, buscou uma aproximação com as técnicas de pinturas, colagem e modelagem, utilizadas nas obras de Ivan Cruz e Portinari

que retraram as brincadeiras infantis.

- Experimenta diferentes expressões artísticas como; desenho, pintura, colagem, gravuras, vídeos, produções informatizadas, histórias em quadrinhos, ilustrações e outros.

- Utiliza diversos materiais gráficos (pinceis, lápis), meios (tinta e água) e suportes gráficos (cartolina)

-Produz trabalhos artísticos, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, e da construção, respeitando o processo de produção e criação.

- Expressa sua imaginação, necessidades e ideias, por meio do “fazer-artístico”.

- Expressa sua autoria e autonomia nas diferentes manifestações artísticas.

B – Ler Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Aprecia as suas produções e as dos outros, por meio da observação e da leitura de elementos da linguagem visual.

- Valoriza suas próprias produções, as de outras crianças, bem como as produções artísticas em geral.

- Participou dos momentos de apreciação das obras de Ivan Cruz e Candido Portinari, emitindo suas impressões, emoções e sentimentos.

C – Contextualizar

- Reconhece a obra de arte como produção cultural, situada historicamente.

- Envolveu-se nas discussões e estudos relativos à vida de Ivan Cruz e Portinari

- Reconhece algumas obras dos pintores Ivan Cruz e Portinari, respeitando-as e valorizando-as enquanto representações de um elemento de nossa cultura corporal – as brincadeiras populares.

- Expressa e partilha suas reflexões, hipóteses e opiniões acerca das manifestações artísticas apreciadas.

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37 2 – TEMA DE PESQUISA – “O CORPO HUMANO”

2.1 – CIÊNCIAS NATURAIS

CONTEÚDOS/OBJETIVOS CONCEITO

Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

A – Ser humano e saúde

- Construiu noções acerca do corpo como sistema integrado.

- Reconhece e diferencia os aparelhos reprodutores masculino e feminino.

- Nomeia os órgãos que compõem os sistemas reprodutores feminino e masculino.

- Reconhece as funções dos órgãos que compõem os sistemas reprodutores estudados.

- Reconhece diferenças anatômicas e fisiológicas entre meninos e meninas.

- Reconhece diferenças culturais entre os gêneros feminino e masculino (vestimentas, acessórios, brincadeiras).

- Respeita as diferenças culturais entre os gêneros.

- Compreende o processo de fecundação e o reconhece como primeira etapa para o surgimento da vida.

- Identifica as principais etapas do processo de desenvolvimento embrionário.

- Reconhece transformações sofridas pelo ser humano na fase embrionária, fetal, até chegar ao nascimento.

- Relaciona os sentidos às funções de interação do corpo com o ambiente.

- Reconhece a pesquisa como evento intrínseco a todas as áreas do conhecimento.

- Reflete acerca dos conteúdos de vídeos assistidos sobre o tema de pesquisa.

- Envolve-se nas discussões acerca do tema de pesquisa em estudo.

- Participa das experiências vividas sobre o tema.

2.2 - GEOGRAFIA

CONTEÚDOS/OBJETIVOS

CONCEITO

Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

A – Lugar

-Participou, espontaneamente, das atividades de mapeamento do corpo humano, construindo as primeiras hipóteses acerca da linguagem cartográfica.

- Utiliza a linguagem cartográfica para obter informações e identificar a localização de territórios geográficos relacionados ao espaço vivido por artistas estudados.

- Identifica o lugar como espaço vivido e produto das ações humanas sobre o ambiente.

- Reconhece que as ações humanas sobre os espaços vividos se dão pelo uso dos diversos sentidos do corpo.

B – Espaço

- Estabelece relações espaciais (dentro, fora, perto, longe, ao redor, à direita, à esquerda, na frente, atrás), tomando o próprio corpo como ponto de referência.

- Reconhece as possibilidades de representação do espaço vivido, tomando

como referência o próprio corpo.

2.3 HISTÓRIA

A – Tempo histórico Sem ajuda Com ajuda Dificuldade

- Estabelece relações de anterioridade, posterioridade e simultaneidade em sua história de vida (antes de nascer, após o nascimento, durante a gestação).

- Identifica acontecimentos de sua história de vida, a partir de referências temporais.

- Entende que os acontecimentos de suas história de vida relacionam-se no

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tempo e no espaço com a história de sua família.

- Estabelece relações entre o presente e o passado identificando mudanças e permanências ocorridas na estrutura anatômica de seus corpos, nos gostos e preferências culturais e de lazer, desde o nascimento até a fase de vida atual.

B – Fato histórico

- Conhece fatos históricos de sua vida pessoal.

- Identifica e relata os acontecimentos de sua história de vida, distinguindo aqueles pertencentes ao passado e ao presente.

C – Sujeito histórico

- Compreende sua história de vida e a de sua família, por meio de fontes orais e de outra natureza.

- Identifica e relata os acontecimentos de sua história de vida, distinguindo aqueles pertencentes ao passado e ao presente.

3. DESENVOLVIMENTO SÓCIO-AFETIVO E INDIVIDUAL

3.1 ÉTICA E CIDADANIA

CONTEÚDOS/OBJETIVOS CONCEITO

A – Respeito mútuo e amizade Com ajuda Sem ajuda Dificuldade

-Reconhece a utilidade e a legitimidade das regras relacionadas ao espaço da sala de aula e da escola.

-Participa de atividades reflexivas acerca da importância do respeito mútuo para a boa convivência do grupo.

-Participa da construção das regras necessárias à convivência no grupo.

-Respeita as regras construídas coletivamente.

-Percebe os professores como organizadores do trabalho.

-Demonstra atitudes de respeito às orientações dos professores.

-Relaciona-se com os colegas da sala, demonstrando respeito e afeição.

B – Solidariedade Com ajuda Sem ajuda Dificuldade

- Age de forma solidária em situações cotidianas.

-Participa na realização de atividades/tarefas do cotidiano que envolvem ações de cooperação e solidariedade na relação com o outro.

- Reconhece a cooperação como necessária à convivência com o outro.

- Ajuda os colegas no contexto escolar.

- Faz escolhas com tranquilidade e segurança.

C – Diálogo Com ajuda Sem ajuda Dificuldade

- Valoriza o diálogo como forma de lidar com o conflito.

-Demonstra iniciativa na resolução de conflitos, buscando resolvê-los por meio da fala.

- Respeita a opinião do outro.

- Respeita os momentos de falar e ouvir.

- Conversa espontaneamente com os colegas.

- Expõe suas ideias com segurança.

-Participa das atividades na roda, expressando suas ideias, necessidades e interesses.

D – Postura do estudante Sim Não Às vezes

- É assíduo

- É pontual.

- Participa da aula com envolvimento.

- Traz, diariamente, seu material individual (mochila, estojo com lápis e borracha, pasta de atividade de casa, agenda e lancheira com utensílios).

- Demonstra atitude de zelo com o material escolar (pessoal e coletivo).

- Realiza as atividades com segurança.

- Devolve as atividades de casa no tempo estabelecido.

- Contribui com as atividades coletivas.

- Demonstra atitude de zelo com as atividades de casa.

- Participa ativamente da escolha dos temas de pesquisa.

- Envolve-se com os temas estudados.

- Contribui com materiais para o enriquecimento das pesquisas.

- Participa da Ciranda da Leitura com envolvimento.

- Devolve os livros no prazo estabelecido.

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-Demonstra atitude de zelo com os livros da Ciranda de Leitura.

PARECER PARCIAL DO 1º TRIMESTRE

DIAS LETIVOS: _______________________

CONCEITO

Nº DE

FALTAS

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___________________________________________________________

Neyse Siqueira Cardoso

______________________________________________________

Assinatura do Pai/Mãe ou Responsável

LEGENDA

A O Aluno demonstrou ter construído as competências e habilidades trabalhadas.

B O Aluno demonstrou ter construído a maioria das competências e habilidades trabalhadas.

C O Aluno apresenta-se em fase de construção da maioria das competências e habilidades trabalhadas.

D Embora tenham sido propostas diferentes situações de aprendizagem, o aluno ainda apresenta fragilidades na maioria das competências e habilidades trabalhadas.

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40

ANEXO B

ATIVIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA - CASA

Em nossas aulas, pudemos ampliar o nosso repertório de brincadeiras

populares e também realizar muitas descobertas sobre nossas possibilidades de

movimentação corporal. Para obtermos compreendermos com se realizavam essas

brincadeiras no passado e obtermos inspiração para as nossas releituras, apreciamos

obras de importantes artistas que retratam tais brincadeiras na infância.

Nossas produções artísticas sobre essas vivências ficaram tão legais que

resolvemos expor na Escola, juntamente com um texto coletivo que escrevemos.

1. LEIA PARA UM ADULTO O TEXTO COLETIVO QUE PRODUZIMOS EM SALA:

BRINCADEIRAS E MOVIMENTOS

COM O CORPO

Em nossas aulas, estamos aprendendo e vivenciando diferentes brincadeiras populares como:

escravos de Jó, “amigos de Jó”, estátua, “pula-corpo, cabra-cega.

Essas atividades têm sido realizadas em parceria com o nosso Tema de Pesquisa – Corpo Humano

e foram organizadas em um Projeto que chamamos - “Corpo em Movimento”.

Com essas experiências, estamos conhecendo mais brincadeiras da nossa cultura, aprendendo a

alcançar os objetivos de forma cooperativa, a explorar os diversos movimentos do nosso corpo e também a

reconhecer as nossas diferenças e limitações.

Núcleo de Educação da Infância – NEI-CAp/UFRN.

Natal, ______ de ________________________ de _______. 2° Ano – manhã

Nome: ______________________________________________________________

Professoras: Neyse, Everton e Patrícia

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Essas brincadeiras que estamos vivenciando são representadas por artistas brasileiros como Ivan

Cruz e Candido Portinari, por meio de pinturas e esculturas.

Durante as nossas aulas, temos apreciado diferentes obras desses artistas, como a tela “Escravos

de Jó”, de Ivan Cruz e “Meninos brincando” – de Candido Portinari.

Essas obras nos deram inspiração para produzirmos nossas próprias releituras que expomos aqui

para vocês.

Para algumas brincadeiras, criamos novos jeitos de brincar e representamos em nossa releitura.

Para a brincadeira escravos de Jó, criamos uma adaptação, chamada “amigos de Jó”. Nessa adaptação, ao

cantarmos a cantiga tradicional da brincadeira, ao invés de passarmos um objeto de mão em mão, eram

nossos corpos que se deslocavam, pulando dentro de bambolês, organizados em forma de círculos.

Esperamos que gostem de nossa exposição!

Turma do 2º ano matutino.

(Texto coletivo)

2. AGORA, RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR:

A) QUAL DAS BRINCADEIRAS VOCÊ MAIS GOSTOU DE REALIZAR? POR

QUÊ?

________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

B) COMO VOCÊ SE SENTIU AO REALIZAR ESSAS BRINCADEIRAS?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

____________________________________________________________________

3. ENTREVISTE SEU ADULTO ESCOLHIDO PARA QUE ELE POSSA DAR

CONTRIBUIÇÕES PARA O NOSSO PROJETO “CORPO EM MOVIMENTO”.

ORIENTE SUA ENTREVISTA PELAS QUESTÕES A SEGUIR:

A) NOME DO (A) ENTREVISTADO (A):

B) PARENTESCO: __________________________________________________

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C) QUANDO CRIANÇA, VOCÊ REALIZAVA MUITAS BRINCADEIRAS QUE

ENVOLVESSEM MOVIMENTOS CORPORAIS? QUAIS?

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

D) QUAL DESSAS BRINCADEIRAS ERA A SUA FAVORITA?

________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

E) COMO ESSA BRINCADEIRA ERA REALIZADA?

OBS.: COM A AJUDA DO ADULTO ENTREVISTADO, O ENTREVISTADOR

REGISTRA AS INFORMAÇÕES, CONFORME FICHA A SEGUIR.

NÚMERO DE PARTICIPANTES: ________________________________________________

MATERIAIS NECESSÁRIOS: __________________________________________________

___________________________________________________________________________

COMO BRINCAR: ___________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________