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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA LICENCIATURA EM MÚSICA BRENDA DE CARVALHO MIRANDA A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS MUSICAIS COMO RECURSO METODOLÓGICO NA FORMAÇÃO DOS LICENCIANDOS EM MÚSICA DA UFRN NATAL/RN 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA

LICENCIATURA EM MÚSICA

BRENDA DE CARVALHO MIRANDA

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS MUSICAIS COMO RECURSO

METODOLÓGICO NA FORMAÇÃO DOS LICENCIANDOS EM MÚSICA DA

UFRN

NATAL/RN

2015

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BRENDA DE CARVALHO MIRANDA

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS MUSICAIS COMO RECURSO

METODOLÓGICO NA FORMAÇÃO DOS LICENCIANDOS EM MÚSICA DA

UFRN

Trabalho de conclusão de curso de

graduação apresentado à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Licenciado em Música.

Orientadora: Profa. Me. Catarina

Aracelle Porto do Nascimento.

NATAL/RN

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Unidade Acadêmica Especializada em Música

Licenciatura em Música

A Monografia de Brenda de Carvalho Miranda, intitulada “JOGOS MUSICAIS COMO

RECURSO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: um estudo com os

licenciandos em música da UFRN”, foi ______________________ pela banca

examinadora.

______________________________________________________

Profa. Me. Catarina Aracelle Porto, do Nascimento (UFRN) (Orientadora)

_________________________________________________________

Prof. Dr. Danilo Cesar Guanais de Oliveira (UFRN)

___________________________________________________________

Prof. Me. Danúbio Gomes da Silva (UFRN)

NATAL/RN

2015

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Dedico este trabalho a minha mãe,

por todo seu esforço em prol de

minha educação.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Profa. Ms. Catarina Aracelle Porto Nascimento por ter se

disponibilizado a me orientar na construção deste trabalho, mesmo com tantas ocupações

e responsabilidades, bem como por me ter proporcionado vivências musicais

maravilhosas ainda no ensino fundamental II; ali foram meus primeiros contatos com a

educação musical.

Agradeço a minha mãe, Maria Bernadete Benta de Carvalho, pelos ensinamentos,

conselhos, amor, apoio e por toda a sua dedicação ao me criar e pelo incentivo para gostar

de música em toda sua completude.

Ao meu namorado Ícaro Caetano de Lima, por toda sua ajuda, paciência e

compreensão em meus momentos mais difíceis.

Aos meus amigos Philipe Diêgo Felix Martins, Letckov Ingresson Lima de Araujo

e Júlio César dos Santos Fônseca por todos os momentos felizes que sempre resultavam

em muitas risadas.

À minha amiga Evelin Cassia Genuíno pelas conversas, conselhos, risadas e por

sempre está disponível para me ajudar quando preciso.

Aos colegas acadêmicos que estiveram ao meu lado nos momentos bons e difíceis

durante o curso.

Ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID financiado

pela Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, por ter me

proporcionado práticas que contribuíram imensamente na minha formação como docente.

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RESUMO

Considerando as diversas maneiras para o desenvolvimento do fazer musical no

contexto educacional, variadas também são as possibilidades de recursos didáticos que o

professor pode utilizar para trabalhar os conteúdos musicais. Diante disso, este trabalho

tem como principal objetivo discutir as perspectivas dos licenciandos em música acerca

do uso dos jogos musicais como recurso metodológico no âmbito da educação básica, a

partir de suas experiências docentes neste contexto de ensino. A metodologia adotada foi

quanti-quali, nesse caso, um método misto. Para a coleta de dados, foi aplicado um

questionário com os estudantes do curso de Licenciatura em Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, buscando traçar o perfil destes licenciandos e

compreender suas perspectivas acerca do uso do jogo musical como recurso didático. Para

análise dos dados do questionário, foi utilizado o método de análise de conteúdo

defendido por Bardin (2011). Os resultados da pesquisa revelaram que todos os

licenciandos participantes já haviam recorrido ao uso dos jogos musicais como uma

ferramenta para trabalhar música em sala de aula, isso devido às características que

tornam os jogos tão atraentes para os alunos, viabilizando o professor alcançar os

objetivos pedagógicos mais facilmente. A partir das falas dos entrevistados, entendemos

que o uso dos jogos musicais no contexto regular de ensino possibilita resultados

importantes no ensino/aprendizagem dos alunos. Contudo, é necessário que este recurso

seja inserido na aula pelo professor de maneira correta, a partir de um planejamento prévio

bem definido, caso contrário o jogo musical será caracterizado como um passatempo.

Palavras-chave: Educação Musical. Jogos musicais. Educação Básica.

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ABSTRACT

Whereas there are, several ways for music making in the educational context,

and many possibilities of learning resources that teachers can use to work the

musical subject. The aim of this work is to present and discuss the prospects of

undergraduate students in music about the use of Musical games as a methodological

resource in the context of basic education, taking as reference their

teaching experiences in this educational context. The adopted methodology refers to

mixed methods. To collect data it was applied a survey with students of the Bachelor's

Degree in Music at the Federal University of Rio Grande do Norte, aiming to profile

these undergraduate students and to understand their views on using the music game as a

teaching resource. For the analysis of questionnaire data, used the method of content

analysis championed by Bardin (2011). The survey results revealed that

all undergraduate participants had already resorted to the use of musical games as a tool

to work with music in the classroom, that due to the characteristics that make them so

attractive games for students, allowing the teacher to achieve the goals smoothly. From

the interviews, we understand that the use of music games in the regular school context

enables significant results in the teaching / learning process for the students. For that, this

resource should be inserted in class by the teacher correctly, from a well-defined

planning ahead, otherwise the music game would be characterized as a hobby defends the

respondents.

Keywords: Music Education. Musical games. Basic education.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- O uso dos jogos musicais como recurso didático pelos

licenciandos....................................................................................................................27

Gráfico 2- Os níveis de ensino que os jogos musicais foram trabalhados....................28

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................9

1.1 Metodologia.........................................................................................................10

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................13

2.1 Breve histórico do jogo como recurso metodológico......................................13

2.2 O jogo no contexto da educação musical........................................................17

2.2.1 Um recorte sobre o ensino de música na Educação Básica no Brasil..............17

2.2.2 A educação musical e o jogo...................................................................21

3. ANÁLISE DE DADOS.............................................................................................26

3.1 O perfil dos licenciandos................................................................................26

3.2 A perspectiva dos licenciandos sobre o uso dos jogos musicais no contexto da

educação básica........................................................................................................26

4. CONCLUSÃO...........................................................................................................33

REFERÊNCIAS....................................................................................................35

APÊNDICES..........................................................................................................37

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1 INTRODUÇÃO

Com a chegada da Lei 11.769, em 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008), a

educação musical no Brasil passou a ser notada de uma forma mais consistente pela

sociedade e com isso muitas questões vêm sendo discutidas pela área. Apesar de tal lei

contribuir de forma notória para questões acerca da música como conteúdo obrigatório

do componente curricular Artes no âmbito da educação básica, é preciso levar em

consideração que diversas outras iniciativas já foram realizadas no Brasil a partir de

outros decretos, diretrizes, leis, entre outros documentos que objetivavam promover o

ensino de música no currículo das escolas brasileiras.

Assim, com a chegada da Lei 11.769/2008 (BRASIL, 2008) que dispõe sobre a

obrigatoriedade do ensino de Música dentro do componente curricular de Artes na

educação básica, muitos educadores estão propondo formas de trabalho que contemplem

o lúdico. Desse modo, proporcionam no aluno o sentimento de pertencer ao contexto,

motivando assim o interesse ao aprendizado musical de maneira que contribua com o

desenvolvimento de habilidades motoras, concentração, sensibilidade, capacidade de

análise, crítica, autonomia, autoestima e o respeito ao próximo; sem a intenção de formar

instrumentistas profissionais.

Nessa perspectiva, o jogo musical se mostra como uma ferramenta para se

trabalhar música no ensino regular, indo contra os problemas facilmente encontrados

nesse meio. A exemplo disso, a falta de espaços para o desenvolvimento de atividades

musicais, como também a falta de equipamentos musicais variados em qualidade e

quantidade suficiente para atender à demanda de alunos por turma, entre outras

problemáticas que ainda cercam o ensino de música na escola básica.

Trata-se de um recurso que possibilita o desenvolvimento das habilidades

musicais, auxiliam no aprimoramento de habilidades motoras e da linguagem, como

também nos aspectos culturais e sociais e no desenvolvimento e aperfeiçoamento da

socialização. Favorece, também, o aspecto cognitivo, a capacidade de inventar, a

motricidade, assim como contribuem para a aquisição de conhecimentos musicais,

promovendo o desenvolvimento de uma identidade musical no aluno.

Assim sendo, a problemática que envolve esta pesquisa está direcionada para a

seguinte questão: de que maneira o jogo musical como recurso metodológico se faz

importante no contexto do ensino regular?

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Este trabalho tem como principal objetivo discutir as perspectivas dos

licenciandos em música acerca do uso dos jogos musicais como recurso metodológico no

âmbito da educação básica, tomando como referências suas experiências docentes neste

contexto de ensino.

Para isso, foi escolhido fazer um estudo a partir das perspectivas dos licenciandos,

devido à pouca produção cientifica que trate do jogo voltado para o trabalho com a

música, nesse caso o jogo musical. Como também um interesse particular da autora deste

trabalho em se aprofundar no tema, tendo em vista que a mesma utiliza o jogo como

recurso didático para trabalhar música.

1.1 Metodologia

Para a construção deste trabalho, foi utilizado o método de pesquisa quanti-quali,

que se caracteriza como sendo um método misto. Porém, a pesquisa teve um enfoque

maior no método qualitativo.

Assim, sobre a pesquisa a partir do uso de métodos mistos, Creswell (2007, p 35)

diz que,

[...] é aquela em que o pesquisador tende a basear as alegações de

conhecimento em elementos pragmáticos. Essa técnica emprega

estratégias de investigação que envolvem coleta de dados simultânea ou sequencial para melhor entender os problemas de pesquisa. A coleta de

dados também envolve a obtenção tanto de informações numéricas

como de informações de texto, de forma que o banco de dados final

represente tanto informações quantitativas como qualitativas.

Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário com oito questões abertas

(APÊNDICE A), onde as duas primeiras traçar o perfil dos licenciandos participantes. As

questões restantes buscavam provocar uma discussão sobre o uso dos jogos musicais no

contexto da educação básica por parte dos licenciandos, para assim, obter comentários

relevantes para serem utilizados neste trabalho. Nessa perspectiva, Creswell (2007, p.

189) afirma que:

Os comentários sobre o papel do pesquisador preparam o terreno para a discussão das questões envolvidas na coleta de dados. Os passos da

coleta de dados incluem estabelecer as fronteiras para o estudo, coletar

informações através de observações e entrevistas desestruturadas (ou

semiestruturadas), documentos e materiais visuais, bem como estabelecer o protocolo para registrar informações.

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O questionário foi aplicado com 20 licenciandos do curso de Licenciatura em

Música da UFRN, que correspondiam às turmas de ingresso nos anos de 2012, 2013 e

2014. De início foi pensado a aplicação do questionário com licenciandos da turma de

2015, porém, foi constatado que a turma em questão não possui nenhuma experiência

docente no ensino regular, não vindo a contribuir com o objetivo deste trabalho. Antes de

aplicar o questionário, foi feito uma busca em relação aos licenciandos que já haviam tido

ou estavam tendo alguma prática de ensino de música na escola regular. Essa busca foi

feita a partir de uma breve conversa com cada licenciando candidato a participar da

pesquisa. Todos os questionários foram recebidos a tempo de realizar a análise.

Sobre a etapa de análise de dados, Creswell (2007, p. 223) afirma que “é a série

de passos dados para verificar a validade dos dados quantitativos e a exatidão dos

resultados qualitativos”. Para isso, a análise de conteúdo foi utilizada para compreender

as respostas dadas pelos participantes da pesquisa, na qual estas foram refletidas a partir

dos autores da literatura referentes a essa temática. Bardin (2011) configura a análise de

conteúdo como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza

procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.

A temática que norteou a construção deste trabalho abrange duas vertentes. A

primeira discute a historicidade do jogo como uma ferramenta didática e traz

considerações sobre o seu uso no âmbito da escola básica. A segunda maneira,

corresponde ao jogo no contexto da educação musical.

Portanto, a fundamentação teórica para a construção desta pesquisa traz reflexões

da área de autores da Educação, tais como: Almeida (1998), Friedmann (1996), Huizinga

(2005), Kishimoto (2004), Brougeré (1998), complementados por autores da Educação

Musical: Brasil (2013), Brito (2004), Storms (2000), Visconti e Biagione (2002), Queiroz

(2012), entre outros. Esse aporte teórico utilizou-se de pesquisas a partir de textos, como

dissertações, monografias, livros, artigos publicados em periódicos e em anais de

congressos da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM e da Associação

Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música – ANPPOM.

Diante disso, este trabalho está estruturado, além deste, em mais três capítulos que

juntos responderão o questionamento norteador desta pesquisa mencionado

anteriormente.

No segundo capítulo, apresento a fundamentação teórica sob duas vertentes: a

história do jogo como recurso metodológico, apresentando os conceitos e características

que o jogo tinha em períodos distintos da história, considerando as perspectivas das

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variadas culturas. E um breve histórico da educação musical no Brasil, considerando os

processos metodológicos de cada período para trabalhar a música no âmbito escolar. Ao

fim, fazendo relação com os processos metodológicos, é abordado o uso do jogo musical

como recurso metodológico no contexto do ensino regular, considerando conceitos,

características e categorias determinadas pelos autores citados.

No terceiro capítulo, a análise de dados está dividida em duas partes. Na primeira,

apresento o perfil dos licenciandos a partir de questões relacionadas ao período de curso

da licenciatura em música e sobre a experiência docente no ensino regular. Já na segunda

parte, são discutidas as perspectivas dos licenciandos sobre o uso do jogo musical como

recurso metodológico no contexto do ensino regular a partir de suas experiências docente,

por meio de suas motivações e objetivos pedagógico-musicais. É refletido também sobre

os aspectos em que o uso dos jogos musicais podem contribuir e atrapalhar no processo

de ensino/aprendizagem musical.

No quarto capítulo, concluo refletindo sobre as vantagens de utilizar os jogos

musicais como recurso metodológico em âmbito da escola básica para se trabalhar

conteúdos musicais, dando algumas orientações para que não haja fuga da proposta

devido ao mal-uso deste recurso. Nesse caso, foi considerando os resultados obtidos com

os dados fornecidos pelos licenciandos que participaram respondendo o questionário.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O capítulo a seguir apresenta alguns conceitos e características que envolvem o

jogo, evidenciando um breve resumo acerca da historicidade do jogo como recurso

pedagógico e de que maneira o mesmo era visto em algumas das variadas culturas.

2.1 Breve histórico do jogo como recurso metodológico

A palavra “jogo” é um termo originado do latim “jocus” e significa brincadeira,

divertimento, passatempo sujeito a regras. Como recurso educacional, é capaz de

promover um ambiente planejado, motivador e agradável, possibilitando a aprendizagem

de várias habilidades.

A prática do jogo está presente no dia a dia da sociedade, seja na infância,

adolescência ou na fase adulta. Seu uso vem desde os tempos mais primitivos nas mais

variadas culturas. Segundo afirmam Rizzi e Haydt (1998) o ato de jogar é tão antigo

quanto a própria existência humana, pois este sempre manifestou uma tendência lúdica,

e isto se configura como sendo um impulso para o jogo. Huizinga (2005) trata o jogo

como sendo um elemento da cultura existente antes mesmo da própria cultura, estando

presente desde os primórdios até os dias atuais. Quanto ao conceito de jogo, dentre as

variadas definições existentes tornando imprecisa uma significação concreta, Huizinga

(2005, p. 33) nos diz que:

O jogo é uma atividade voluntária realizada dentro de alguns limites de

tempo e espaço, através de regras livremente consentidas, porém,

obrigatórias, dotadas de um fim em si mesmo, guiadas por sentimentos de tensão e alegria e de uma consciência, de ser diferente da vida

cotidiana.

Kishimoto (1994, p. 107-108) afirma que o jogo pode ser visto como: “1) o

resultado de um contexto social; 2) um sistema de regras e 3) um objeto”. No primeiro

caso, a autora diz que “o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social”,

nesse caso o jogo é resultado sociocultural do contexto onde está inserido. No segundo

caso, “um sistema de regras permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura

sequencial que especifica sua modalidade”, ou seja, cada jogo possui sua especificidade

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“regras”, que orienta o jogador na fluidez do jogo. E o terceiro caso, trata-se do jogo como

objeto, ou seja, o jogo materializado fisicamente.

Tomando como referência os estudos de autores como Almeida (1998), Ariés

(1981), Brougeré (1998), Huizinga (2005), será apresentado a seguir, um breve histórico

sobre o jogo visto como recurso metodológico em períodos distintos da história.

PERIODO SIGNIFICAÇÕES

Platão (427-347 a.C)

“Afirmava que os primeiros anos da criança deveriam

ser ocupados com jogos educativos, praticados em

comum pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins

de crianças” (ALMEIDA, 1998, p. 19-20).

Aristóteles (384-322

a.C)

Na versão de Brougére (1998, p. 28), afirma ser um

jogo um meio de relaxamento, divertimento, descaso

e resgate de energia para atividades humanas sérias.

Entre os egípcios,

romanos e maias.

“Os jogos serviam de meio para a geração mais jovem

aprender com os mais velhos valores e conhecimentos,

bem como normas dos padrões de vida social”

(ALMEIDA, 1998, p. 20).

Na idade média (séc. V

a XV)

Ariès (1981) ressalta duas posições conflitantes: uma

que defendia a formação disciplinadora (mortificação

do corpo) e, portanto, condenava o jogo uma atividade

profana. A outra via o jogo como atividade de grande

importância para a sociedade, pois promovia uma

intensa comunicação e interação social

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15

Renascimento (séc.

XVI)

“Os humanistas começaram a perceber o valor

educativo dos jogos, e os colégios jesuítas foram os

primeiros a recoloca-los em prática” (ALMEIDA,

1998, p.21).

Séc. XVII a XVIII

Ariès (1981) afirma que o jogo se intensifica em sua

divulgação, criação e utilização como recurso

metodológico. Porém, aos olhos dos moralistas da

época, o jogo era visto como dispensável no contexto

educacional.

Romantismo

(Séc. XVIII à XIX)

Segundo Brougére (1998) o jogo passa a ser

valorizado como recurso metodológico na educação

infantil. E a partir daí, torna-se objeto de estudo das

ciências.

Fonte: A autora (2015).

Considerando o quadro apresentando, vemos que os jogos são ricos em

historicidades e que possuem uma diversidade em significações. Segundo Kishimoto

(1994, p. 108), “Cada contexto social constrói uma imagem de jogo conforme seus

valores e modo de vida, que se expressa por meio da linguagem”, assim, considerando o

que a autora afirma, torna- se difícil conceituar o significado geral de jogo.

Os jogos educativos por hora eram considerados importantes no processo

educacional, outrora eram desprezados e tidos apenas como passatempo, como um meio

de relaxamento para o momento sério, o trabalho. Segundo Kishimoto (1994, p. 108), “Se

em tempos passados, o jogo era visto como inútil, como coisa não séria, depois do

romantismo, a partir do século XVIII, o jogo aparece como algo sério e destinado a educar

a criança”.

Brougère (1998) faz uma relação marcada por três principais pontos de vista ao

longo das transformações sociais em relação ao jogo. A primeira forma seria a visão

aristotélica, onde o jogo era visto como recreação. Uma segunda visão era o jogo como

ferramenta pedagógica. E o terceiro, no qual o jogo trata-se de uma atividade onde o

pedagogo pode observar e compreender a personalidade da criança e adaptá-lo ao ensino.

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16

Quando o jogo é voltado para o propósito educacional, recebe a denominação de

jogo educativo, ou seja, o jogo passa a ser utilizado como um recurso pedagógico. Sobre

isso, Kishimoto (1994) afirma que no contexto educacional há uma busca por conciliar a

liberdade dos jogos com a orientação própria dos processos educativos. Nessa

perspectiva, a brincadeira é vista como um recurso para preparar o aluno para

aprendizagem dos conteúdos das diversas áreas de conhecimento.

Os jogos educativos se tornam atraentes no meio educacional, pois segundo

Nicoletti e Filho (2004), possibilitam ao aluno aprender de forma natural, prazerosa e

dinâmica, porque traz desafios que despertam na criança o interesse na busca de

conhecimentos, além de oferecer um maior envolvimento social dos alunos, como

também a formação de conceitos éticos, de solidariedade, de regras de trabalho em grupo,

de respeito mútuo, etc.

Outro aspecto que torna o uso do jogo como recurso pedagógico positivo é que o

mesmo proporciona o aprendizado através do erro, pois quando o aluno erra durante o

jogo, o mesmo reflete sobre todo o processo visando novas estratégias para que consiga

vencer. Essa forma sistematizada que ocorre com o ato de errar/perder no jogo acontece

de forma natural, sem causar embaraço ao jogador. Kishimoto (1994) relaciona isso pelo

fato do jogo ser livre de pressões e avaliações, promovendo um clima adequado para a

investigação e a busca de soluções.

Alguns pesquisadores como Kishimoto (1994), Piaget (1964), Vigotsky (1989),

Brougére (1998), entre outros, abordaram em suas pesquisas a importância dos jogos

voltados para a educação, o que fez com que a visão contrária ao uso dos jogos no meio

educacional fosse modificada. Segundo Lima (2008), existem duas tendências que

ocorrem nas instituições educacionais: a primeira é denominada “Ausência e proibição

da brincadeira”, onde o jogo é tratado como obstáculo para a aprendizagem, pois

desconcentra e dispersa a criança. A outra visão, ainda segundo o autor, é a que tem o

jogo como “Instrumento didático”, no qual a brincadeira é tratada como um meio

preparatório para a aprendizagem e domínio de conteúdos escolares das diversas áreas.

Assim, considerando as falas dos autores citados, vemos que o jogo é o produto

de um contexto social, seus conceitos e características são baseados na cultura de cada

lugar que o mesmo está inserido. Esses mesmos conceitos e características se alteram no

decorrer dos períodos históricos, porém é notório que o jogo sempre teve um caráter

educador pela maioria dos pensadores de épocas passadas, embora existam perspectivas

de que o jogo se trata de uma brincadeira e pode prejudicar na aprendizagem.

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17

Nessa perspectiva, os subcapítulos seguintes discutem os conceitos e

características do jogo inserido no contexto da educação musical, focando nas

características e conceitos que se alteram no passar dos anos e em que aspectos seu uso

se faz importante e de que maneiro o mesmo pode prejudicar no ensino.

2.2 O jogo no contexto da educação musical

Nesta parte do trabalho, se faz necessário apresentar um resumo sobre o histórico

da educação musical no Brasil, com foco na Educação Básica. Dessa forma, o trabalho

discute e reflete acerca do tema que se refere ao uso dos jogos musicais e como estes se

tornam tão relevantes neste meio, abrangendo conteúdos voltados para o ensino da música

na escola básica.

2.2.1 Um recorte sobre o ensino de música na Educação Básica no Brasil

Com a chegada da Lei 11.769, em 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008), a

educação musical no Brasil passou a ser notada pela sociedade e com isso muitas questões

vêm sendo discutidas pela área. Apesar de tal lei contribuir de forma notória para questões

acerca da música como conteúdo obrigatório do componente curricular Artes no âmbito

da educação básica, é preciso levar em consideração que diversas outras iniciativas já

foram realizadas no Brasil a partir de outros decretos, diretrizes, leis, entre outros

documentos que objetivavam promover o ensino de música no currículo das escolas

brasileiras. Dessa forma, será feito um breve recorte sobre o ensino da música na

educação básica para uma maior compreensão dos acontecimentos de cada período.

Inicialmente o ensino de Música nas escolas brasileiras passou a ser notado com

o Decreto n° 1.331 de 1854 (BRASIL, 1854), ainda no Regime Imperial. Nesse período,

os conteúdos musicais eram considerados complementares e optativos, porém, segundo

Queiroz (2012, p. 26), não havia nenhuma diminuição “a importância de a música ser

elencada entre conhecimentos considerados relevantes para a formação do indivíduo”. E

ainda, segundo esse mesmo autor (2012, p. 26), dois aspectos relacionados ao fenômeno

musical tiveram mais ênfase nesse período:

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18

[...] um mais geral, noções de música; e outro mais especifico,

exercícios de canto. No período imperial o canto era bastante

valorizado, e dessa forma era bem visto nas instituições de ensino. Tal Decreto teve visibilidade somente nos centros educacionais do Distrito

Federal da época, a cidade do Rio de Janeiro. (QUEIROZ, 2012, p.

26)

Em seguida veio o decreto n° 981, de 8 de novembro de 1890 (BRASIL, 1890),

onde mostrava as primeiras pretensões para a Música nas escolas brasileiras no período

republicano; este período se estendeu até 1929. Tal Decreto trouxe definições mais

consideráveis acerca dos conteúdos de música que deveriam fazer parte da formação na

instrução primária e secundária das instituições de ensino na época. Dessa forma, os

elementos musicais eram introduzidos aos conteúdos e disciplinas que compreendiam os

diferentes níveis de ensino. Queiroz (2012, p. 27) afirma que o Decreto menciona os

conteúdos musicais como: “Canticos escolares aprendidos de outiva. [...] Conhecimento

e leitura das notas. [...] Conhecimento das notas, compassos, claves. [...] Primeiros

exercícios de solfejo. [...] Exercícios de solfejo. Dictados [...]”. (Brasil, 1890 apud

Queiroz, 2012, p. 27)

Assim, vemos que tais decretos anteriormente mencionados são de fato

importantes avanços no que se refere a área da educação musical no Brasil, embora tais

documentos tratavam do assunto de uma forma vaga e com limitações se comparando

com as perspectivas atuais. No entanto, as definições estabelecidas não foram suficientes

para garantir que a música fizesse parte da realidade das escolas brasileiras.

No ano de 1930, o canto orfeônico, baseado na proposta de Villa-Lobos, ganha

visibilidade e conquista espaço significativo nas escolas brasileiras. Após esta

notoriedade do canto orfeônico nas escolas brasileiras, sua legitimação se deu a partir do

Decreto n° 19.890, de abril de 1931 (BRASIL, 1931), que trata da organização do ensino

secundário para o Distrito Federal. Tal documento, segundo Queiroz (2012, p. 28), “não

era extensivo para o país, mas apresentava diretrizes para o ensino secundário que, de

maneira geral, acabaram sendo ampliadas para muitos contextos de ensino existentes no

território nacional”. Assim, o canto orfeônico passa a ser conteúdo obrigatório em três

das cinco séries estabelecidas para o ensino secundário; esses níveis de ensino

compreendem a 1º até os 3º anos do ensino fundamental

Após três anos da obrigatoriedade do canto orfeônico para o ensino secundário, o

Decreto 24.794, de julho de 1934 (BRASIL, 1934) visa ampliar sua obrigatoriedade. O

artigo 11 deste Decreto destaca que “o ensino do Canto Orpheonico previsto pelo decreto

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19

n° 19.890, de 18 de abril de 1931, fica extensivo a todos os estabelecimentos de ensino

dependentes do Ministério da Educação e Saúde Pública” (Brasil, 1934 apud Queiroz,

2012, p. 29). Ainda segundo este autor, o parágrafo único deste artigo enfatiza que a

prática de ensino do canto orfeônico será opcional nos estabelecimentos de ensino

superior, comercial e outros, porém o artigo 12 estabelece a obrigatoriedade desta prática

para o ensino primário.

No ano de 1971, a Lei n° 5.692 (BRASIL, 1971) trouxe para o meio legislativo a

definição da “Educação Artística” como sendo atividade e disciplina obrigatória no

ensino de 1° e 2° graus. Dessa forma, com a Educação Artística consolidou-se o ensino

polivalente das artes, tornando fraca a presença da Música como componente curricular

na escola. O parecer CFE n° 540/77 faz menção às formas do ensino de música que

antecederam à Lei 5.692 (BRASIL, 1971) ficando limitado ao espaço da teoria musical

ou do canto coral. Queiroz (2012, p. 32) nos diz que,

Um diagnóstico claro é que a partir da Lei 5.692/1971 a educação

artística ganhou espaço na escola, o que levou, por consequência, a uma

difusão da polivalência no ensino das artes, enfraquecendo, demasiadamente, a presença da música como componente curricular

escolar. Com vistas a atender essa realidade, os cursos superiores de

educação artística formaram, ao longo de aproximadamente três

décadas, diversos professores para a educação básica, tanto nos cursos de licenciatura curta quanto nos cursos de licenciatura plena.

Em 1981, surge a pós-graduação em Música no Brasil, o que intensificou a

pesquisa em educação musical, gerando estudos pioneiros sobre o ensino de Música na

escola. Em 1987, é criada a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em

Música – ANPPOM. No ano de 1991, é criada a Associação Brasileira de Educação

Musical – ABEM, que contribuiu com as discussões e as ações acerca do ensino de

Música na escola.

Em 1996, o ensino de Arte é fortalecido pela sua inclusão na Lei n° 9.394

(BRASIL, 1996), e desde o ano de 1998 é reconhecido as especificidades das diferentes

linguagens artísticas nas Diretrizes Curriculares Nacionais.

Em seguida, a resolução CNE/CES n° 2/2004 fundamentado no parecer CNE/CES

n° 195/2003, definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura

em Música. Foi somente com a aprovação da Lei n° 11.769, em 18 de agosto de 2008

(BRASIL, 2008), que de fato o êxito foi alcançado, pois o ensino de Música passou então

a ser obrigatório nas instituições de ensino de todo o território nacional, resultado da luta

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incansável de educadores musicais, músicos, gestores, e membros da sociedade em geral.

De acordo com Brasil (2013, p. 7)1,

A obrigatoriedade do ensino de Música na escola, determinada pela Lei n° 11.769, é o resultado de um processo permanente de luta histórica e

socialmente construído por músicos e educadores na busca pelo

reconhecimento da importância do componente curricular Música para

a formação integral dos estudantes.

As Diretrizes Nacionais para a operacionalização do ensino de música na

Educação Básica (BRASIL, 2013) deixa claro que o ensino de música deve ser ofertado

a todos os estudantes. Esse mesmo documento compreende, ainda, que é preciso que o

ensino de música seja integrado ao projeto-político-pedagógico das escolas que, de um

modo geral, têm atribuído um papel secundário em suas ações educativas. Nessa

perspectiva, o ensino da música nas escolas, muitas vezes tem “sido reduzido à realização

de atividades pontuais, projetos complementares ou extracurriculares, destinados a

apenas alguns estudantes” (BRASIL, 2013, p. 5); bem como utilizada como plano de

fundo para outras disciplinas e para a realização das práticas do cotidiano escolar de

rotina, como o momento de entrada, saída, intervalo, nas festas e comemorações do

calendário escolar. Corroborando essa perspectiva, Brito (2003, p. 51) compreende que,

Ainda percebemos fortes resquícios de uma concepção de ensino que

utilizou a música – ou, melhor dizendo, a canção - como suporte para a aquisição de hábitos e atitudes, disciplina, condicionamento da rotina,

comemorações de datas diversas etc. Os cantos (ou “musiquinhas”

como muitos ainda insistem em dizer) eram quase sempre acompanhados de gestos e movimentos que, pela repetição, tornavam-

se mecânicos e estereotipados, automatizando o que antes era – ou

poderia vir a ser – expressivo.

Portanto, o ensino de música na educação básica “deve constituir-se em conteúdo

curricular interdisciplinar que dialogue com outras áreas de conhecimento” (BRASIL,

2013, p. 5). Assim, o ensino de música como expressão humana e cultural, deve ser

integrado ao currículo, assim como as outras áreas do conhecimento.

Vimos que desde 1854, as perspectivas para o ensino de música na escola

começam a aparecer nos documentos oficiais da legislação nacional, e a partir daí

seguiram muitos outros documentos, de forma que a inserção da música como

componente curricular era tratada de forma bem superficial. A partir das definições da

1 As Diretrizes Nacionais para a operacionalização do ensino de música na Educação Básica aguardam

homologação por parte do Ministério da Educação.

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LDB estabelecidas pela Lei 11.769/2008, o ensino da música na educação básica passa a

ser considerado importante para a formação dos indivíduos. Toda via, é necessário que

os profissionais da área da educação musical, gere reflexões e ações afim de consolidar a

música como conteúdo que tem suas especificidades no ensino regular do nosso país.

Assim, para o trabalho com a educação musical em tempo passados, eram

utilizadas metodologias voltadas para um ensino tradicional de música. Era ensinado aos

alunos conteúdos que envolviam solfejos, ditados, leitura de notas, compassos, claves,

conteúdos que objetivam uma formação especifica em música para o educando.

Com o passar dos anos, é notória a modificação desses métodos. O fazer musical

no contexto regular de ensino atualmente não objetiva formar músicos profissionais. Para

isso, muitos educadores buscam atividades lúdicas como recurso metodológico para

inserir os conteúdos musicais em sala de aula e é nesse aspecto que o jogo musical se

insere.

2.2.2 A educação musical e o Jogo

Vimos no subcapítulo anterior que a educação musical no Brasil passou por muitas

fases e assim, muitas foram as formas de trabalhar música na escola regular, considerando

que a prática era feita abrangendo as características referentes a cada período. Atualmente

na escola básica, vivemos uma prática do ensino de música que não busca formar músicos

profissionais, mas desenvolver práticas que estimulam o desenvolvimento do aluno em

aspectos sociais, cognitivos, motor, entre outros. Nessa perspectiva, existem uma

variedade de recursos didáticos que o professor pode utilizar como auxiliador para se

trabalhar os conteúdos musicais e assim atingir os objetivos pedagógico-musicais

determinados.

Partindo dessa perspectiva, Brasil (2013, p. 6) compreende que a Educação

Musical na Educação Básica desenvolve atividades que,

[...] podem ser realizadas por meio da formação de grupos vocais e instrumentais, do ensino de diferentes cantos, ritmos, das noções

básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de

instrumentos de orquestras, das danças e sons de instrumentos regionais

e folclóricos, visando valorizar e promover vivências musicais variadas, articulando-as às produções musicais de outras realidades.

A música proporciona a aprendizagem de forma coletiva e individual,

possibilitando que os indivíduos interajam entre si e com o meio no qual estão inseridos,

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refletindo, analisando, tornando-se críticos em relação aos conhecimentos obtidos durante

o processo de aprendizagem. Em âmbito escolar, a prática musical além de ser um

momento divertido e prazeroso para os alunos, colabora significativamente para a

aquisição de saberes essenciais para a formação integral e tem caráter interdisciplinar,

uma vez que associa suas especificidades com as de outras linguagens. Segundo Visconti

e Biagioni (2002, p. 11),

O trabalho com a música [...] possibilita uma variedade de modos de percepção e sensações do aluno na sua relação com o mundo, através

dos recursos expressivos de que dispõe o seu organismo para a

comunicação e o conhecimento do mundo em que ele vive.

Diante dessa afirmação, o jogo musical pode ser um recurso considerável para

estimular ao envolvimento dos alunos na aula. Este recurso pedagógico proporciona uma

maior motivação por parte dos alunos, pois envolve sempre algum tipo de desafio ou

competição. Os jogos musicais tendem a ter uma maior aceitação dos alunos e provocam

também um melhor relacionamento entre os mesmos, auxiliando o professor em

atividades coletivas, colaborando com a perda da timidez por parte dos alunos e

favorecendo com o desenvolvimento da capacidade de se expressar através da linguagem

corporal. Como afirma Ger Stroms (2000, p. 15-16), o jogar

[...] é sair da rotina. Para os que se entregam inteiramente ao jogo, a

realidade quotidiana deixa de existir, apagando-se na sua consciência

no decorrer do jogo. É apenas, após o jogo que o sentido da realidade

aparece. [...] é reagir a uma determinada situação, nela se empenhando totalmente. Os jogos possuem o poder de fascinar as pessoas e, como

tal, de as incitar a agir até absorver completamente. Alguns casos

extremos, o jogo torna-se uma verdadeira paixão. O jogo, mais do que qualquer outra actividade, motiva em absoluto. [...] é também, ao

mesmo tempo, pensar, sentir e agir. Ao longo de nossa vida, raramente

somos levados a pensar, sentir e agir em simultâneo. É justamente esta combinação de faculdades intelectuais, emocionais e motoras que

caracteriza o jogo.

Brito em seu livro A música na educação infantil: propostas para a formação

integral da criança (2003), mais especificamente no capítulo denominado “A música

como jogo” toma como partida uma análise que considera, que a música é jogo em sua

essência. Segundo a autora, o compositor, pesquisador e educador francês Françõis

Delalande relacionou as formas de atividade lúdica infantil propostas por Jean Piaget a

três dimensões presentes na música, a saber:

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Jogo sensório – motor - vinculado à exploração do som e do gesto;

Jogo simbólico – vinculado ao valor expressivo e à significação mesma

do discurso musical;

Jogo com regras – vinculado à organização e à estruturação da

linguagem musical.

O jogo musical enquanto atividade regulamentada por regras e dependente da

aptidão dos participantes para que aconteça, segundo Storms (2000), teoricamente é

dividido em dois aspectos: o aspecto superficial, visto do exterior, e o aspecto peculiar do

jogo. No caso, o jogo visto na perspectiva superficial, só se torna interessante a partir do

momento em que suscita um evidente prazer, mantido pelo elemento competitivo: quem

vai ganhar? Eis o aspecto peculiar que o jogo proporciona.

Storms em sua obra denominada 100 jogos musicais (2000), subdivide os jogos

musicais em três categorias:

Os jogos que contribuem para as aptidões pessoais;

Os jogos que contribuem para o desenvolvimento da sociabilidade;

Os jogos que contribuem para o desenvolvimento do espírito criativo.

Para uma melhor compreensão, será apresentada as características de cada

categoria mencionada e de que maneira cada uma se compreende.

Jogos de desenvolvimento das aptidões pessoais

Nesta categoria estão incluídos três tipos de jogos:

a. Os jogos de escuta;

b. Os jogos de concentração;

c. Os jogos-testes musicais.

Segundo Storms (2000) é nessa categoria que o sujeito é o centro de interesse do

jogo. Por meio desses jogos, pode-se encorajar e desenvolver as aptidões próprias de cada

jogador e, ainda, contribuir para o desenvolvimento da escuta e da concentração. “Estes

jogos se baseiam na escuta orientada e seletiva, na faculdade de concentração sobre os

sons de uma forma consciente e atenta. Numa palavra, visam encorajar a aptidão de

escutar” (p. 19). Alguns exemplos de jogos que podem ser citados são: o jogo da memória

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de sons, jogo de imitação, discussão musical, reconhecendo a canção, história sonora

entre outros. Os jogos citados podem ser encontrados no livro de Ger Storms 100 jogos

musicais.

Jogos que contribuem para o desenvolvimento da sociabilidade

Compõem esta categoria, os seguintes tipos de jogos:

a. Os jogos de aproximação e de apresentação;

b. Os jogos de comunicação;

c. Os jogos baseados na confiança.

Estes jogos são típicos jogos de grupo que objetivam melhorar a unidade do grupo,

bem como a comunicação. Influenciam na maneira em que o indivíduo é aceito, e

auxiliam no desenvolvimento de dinâmicas de grupo como aprender a conhecer-se, a ficar

à vontade, a perder a timidez, criar o sentimento de segurança, aprender a respeitar o

sentimento dos outros, assumir os riscos, envolver-se mais etc. Nessa categoria alguns

exemplos de jogos são: jogo de apresentação dos nomes, jogo das rimas, passeio com

obstáculos, entre outros. Os jogos citados podem ser encontrados no livro de Ger Storms

100 jogos musicais.

Jogos que contribuem para o desenvolvimento do espírito criativo

Estão nessa categoria:

a. Os jogos de expressão e de improvisação;

b. Os jogos das escondidas e de adivinhas;

c. Os jogos das glórias musicais.

Estes jogos contribuem para o reconhecimento das habilidades criativas por parte

dos jogadores, contribuindo assim, para um refinamento do espirito inventivo.

Segundo os RCNEI (1998), é na educação infantil que a música tem uma forte

ligação com os jogos e brincadeiras. Este documento, diz que “os jogos e brinquedos

musicais são transmitidos por tradição oral, persistindo nas sociedades urbanas nas quais

a força da cultura de massa é muito intensa, pois são fontes de vivências e

desenvolvimento expressivo musical” (p. 70-71). Na infância, os jogos e brinquedos

musicais incluem os acalantos (cantigas de ninar); as parlendas; as rodas; os jogos de

adivinhação; os romances etc. Exemplos: a máquina de sons, condigo secreto musical,

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quem sou eu, caça musical ao tesouro. Os jogos citados podem ser encontrados no livro

de Ger Storms 100 jogos musicais.

Os jogos sonoro-musicais, segundo os RCNEI (1998, p. 71), “possibilitam a

vivência de questões relacionadas ao som (e suas características), ao silêncio e a música”.

E a brincadeira de estátuas seria um exemplo de jogo em que, “por meio do contraste

entre som e silêncio, se desenvolve a expressão musical” (p. 72).

Assim, os RCNEI sugerem algumas práticas com modalidades de jogos musicais

distintas que garantem aos alunos os benefícios e as alegrias que a atividade lúdica

proporciona e que, além disso, colaboram para o desenvolvimento de habilidades, atitudes

e conceitos referentes à linguagem musical.

Jogos de escuta dos sons do ambiente, de brinquedos, de objetos ou instrumentos musicais; jogos de imitação de sons vocais, gestos e sons

corporais; jogos de adivinhação nos quais é necessário reconhecer um

trecho de canção, de música conhecida, de timbres de instrumentos etc.; jogos de direção sonora para percepção da direção de uma fonte sonora;

e jogos de memória, de improvisação etc. (RCNEI, 1998, p. 72).

Refletindo ainda sobre os jogos na educação musical, constata as contribuições

que os jogos musicais podem oferecer ao desenvolvimento infantil. Foi percebido

também que muitos educadores têm receio em realizar atividades a partir de jogos

musicais. Entretanto, os relatos de experiências dos licenciandos, comprovam que é

possível trabalhar essa atividade com segurança, por meio de um bom planejamento,

reflexão pedagógica e habilidade de lidar com mudanças. E ainda, defende que os jogos

musicais tratam de uma estratégia que tem como base as culturas passadas e o atual

cenário de discussões sobre metodologias de ensino.

Considerando o que discute este subcapitulo, vemos que a música possibilita

várias formas para se trabalhar os conteúdos no ensino regular. E assim, os jogos musicais

podem ser tratados como sendo um recurso didático para esta prática, considerando que

tal recurso contribui para o desenvolvimento de uma identidade musical, promovem a

incorporação de elementos estruturais musicais, envolvem o ritmo, a forma e o caráter da

música, possibilitando na maioria das vezes a oportunidade para improvisações.

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3 ANÁLISE DE DADOS

O questionário foi aplicado com 20 licenciandos do curso de Licenciatura em

Música da UFRN, que correspondiam as turmas de 2012, 2013 e 2014. É importante fazer

saber que os nomes utilizados para se referir as respostas tratam-se de pseudônimos dados

pelos próprios licenciandos.

Em relação as questões, as duas primeiras buscavam identificar o perfil dos

licenciandos participantes do questionário, enquanto as outras seis tinham a finalidade de

compreender a perspectiva dos licenciandos em relação ao uso jogo como recurso

didático para se trabalhar música no contexto do ensino regular.

3.1 O perfil dos licenciandos

A primeira questão buscava compreender os períodos da Licenciatura em Música

que os licenciandos participantes da pesquisa cursavam atualmente. Como resultados

tivemos: 7 dos licenciandos correspondiam ao 4° período do curso de licenciatura em

Música, 5 dos licenciandos eram do 6° período, e 8 correspondiam ao 8° período. Assim,

a maioria dos participantes que responderam ao questionário compreendiam o 8° período.

A segunda questão buscava saber se os licenciandos que participaram do

questionário haviam lecionado música na escola básica e quais foram os níveis de ensino

que os mesmos atuaram. O resultado apresentado foi: 100% dos licenciandos já haviam

lecionado música na escola básica e em relação aos níveis de ensino que atuaram: 8

trabalharam na Educação Infantil, 16 no Ensino Fundamental I, 14 no Ensino fundamental

II e 3 atuaram no Ensino Médio.

Assim, considerado os dados apresentados fica claro que todos os licenciandos

tinham experiência docente na educação básica, onde a maioria já havia lecionado em

turmas que correspondem ao Ensino fundamental I.

3.2 A perspectiva dos licenciandos sobre o uso dos jogos musicais no contexto da

educação básica

Essa parte do questionário tem seis questões abertas que tem como objetivo,

provocar uma discussão sobre o uso dos jogos musicais no contexto da educação básica

por parte dos licenciandos.

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A terceira questão visava compreender se os licenciandos a partir das suas

experiências em lecionar música na escola básica, já havia utilizado algum jogo musical

como recurso didático. Considerando que foram vinte licenciandos participantes, as

respostas afirmavam que 95% haviam utilizado o jogo como recurso didático, enquanto

apenas 5% não fez o uso (GRÁFICO 01).

GRÁFICO 01 – O uso dos jogos musicais como recurso didático pelos licenciandos

FONTE: Dados da pesquisa .

Considerando esses dados apresentados, vemos que os licenciandos utilizaram os

jogos musicais para trabalhar conteúdos musicais no contexto regular. Ou seja, são

experientes no que se refere o uso desse recurso no contexto de ensino regular,

tornando-os capazes de discutir acerca da temática proposta.

Já a quarta pergunta tinha a finalidade de saber em quais os níveis de ensino que

os licenciandos participantes do questionário utilizaram o jogo musical como recurso

didático. O resultado obtido foi: 27% dos licenciandos fizeram o uso no nível que

compreende a Educação Infantil, 43% utilizaram no Ensino Fundamental I, 27% no

Ensino fundamental II e 3% não fizeram o uso do jogo musical como recurso didático

(GRÁFICO 02).

5%

95%

Você já fez o uso de algum jogo musical como recurso didático?

Não sim

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GRÁFICO 02 – Os níveis de ensino que os jogos musicais foram trabalhados

Fonte: Dados da pesquisa.

As respostas dadas pelos licenciandos respondentes do questionário nos mostra

que o uso dos jogos musicais predomina no Ensino Fundamental I, que compreende do

1° ao 5° ano. Vale ressaltar que as respostas dadas pelos licenciandos participantes

tiveram como base suas experiências próprias acerca do tema proposto no questionário.

Na segunda parte do questionário, as questões objetivam compreender a

perspectiva dos licenciandos em relação ao uso dos jogos musicais como recurso didático

no âmbito da escola regular e de que maneira o uso desses jogos contribuíram na

aprendizagem dos alunos da Educação Básica.

Na quinta pergunta do questionário foi indagado sobre por qual motivo o

licenciando foi levado a recorrer ao jogo musical para trabalhar na aula. Portanto,

apresento várias respostas:

“Para despertar o interesse da turma em participar das aulas”

(Marques).

“Por proporcionar a inclusão de todos os alunos e por prender à

atenção dos alunos” (Mariana).

27%

43%

27%

3%

Caso tenha utilizado o jogo musical como recurso didático, qual ou quais foram os níveis de ensino

trabahados?

Ed. Infantil Ens. Fundamental I Ens. Fundamental II Não utilizam

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“Como forma de alcançar as crianças e tornar o aprendizado mais leve

e divertido” (Leon).

Considerando essas respostas, esses licenciandos recorreram ao uso dos jogos

musicais devido a capacidade que os mesmos tinham em atrair os alunos, auxiliando para

que houvesse um maior interesse dos mesmos em participar das aulas, tornando o

aprendizado prazeroso e divertido. Corroborando essa perspectiva, Vigotsky (1984)

afirma que o jogo torna-se uma ótima ferramenta para o professor, pois o mesmo tem a

capacidade de estimular o interesse por parte do aluno, possibilitando a construção do

conhecimento a partir das suas descobertas e da interação com os outros. Em uma

perspectiva voltada para o valor social, Friedmann (1996) afirma que as interações sociais

são indispensáveis tanto para o desenvolvimento moral como para o desenvolvimento

cognitivo. Sendo assim, os jogos musicais trazem vantagens sociais, cognitivas e afetivas.

Ainda analisando a quinta pergunta do questionário, outras considerações

colocadas pelos licenciandos se fizeram importantes para serem expostas neste trabalho,

pois mostram outro ponto de vista em relação a motivação que os licenciandos tiveram

para fazer o uso dos jogos musicais em sala de aula.

“Os jogos são lúdicos e a ludicidade auxilia na aprendizagem, agindo

como facilitador” (Nê).

“Os jogos musicais trazem o lúdico para sala de aula. A partir do uso

de jogos musicais os alunos aprendem com mais facilidade, pois

através da brincadeira eles participam com mais facilidade” (Malu).

“Por ser uma forma lúdica de mostrar e também avaliar o

conhecimento musical que foi apresentado durante aquela aula. O jogo

desperta o interesse uma vez que se sentem desafiados a realizar, no

fim compreende o conteúdo de forma mais leve” (Liz).

Considerando essas respostas, os jogos musicais foram utilizados por serem

considerados uma forma lúdica para se trabalhar música. Nesse caso, a ludicidade que os

jogos trazem age como um facilitador para o ensino e aprendizagem dos alunos. Nessa

perspectiva, Kishimoto (1996, p. 10) defende que “[...] o lúdico possibilita o encontro de

aprendizagens, é uma situação comportamental de forte potencial simbólico que pode ser

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fator de aprendizagem”. Kishimoto (1996) afirma que, quando as situações lúdicas são

intencionalmente criadas pelo adulto objetivando estimular certos tipos de aprendizagens,

surgi a dimensão educativa.

A sexta pergunta do questionário buscava saber se os licenciandos haviam

conseguido atingir o objetivo da aula com o uso do jogo musical. Nesse caso, foi

considerado que os mesmos já haviam utilizado o jogo como recurso didático.

“Sim, os jogos atraem os alunos com mais facilidade, fazendo com que

o objetivo seja alcançado com mais praticidade” (Monteiro).

“Sim. Com o jogo musical pude atingir com sucesso todos os meus

objetivos, pois os desafios e a ludicidade proporcionados pelo jogo

fizeram com que os alunos se empenhassem ao mesmo tempo que

aprendiam e se divertiam” (Sofia).

“Sim, na maioria das vezes que utilizei o jogo tive êxito em meu

objetivo. Entendo que o jogo musical deve ser realizado com um

objetivo muito bem traçado, com o intuito de trabalhar conteúdos

musicais. Todas as vezes que eu via o assunto da aula sendo melhor

entendido por meio do jogo realizado com os alunos, mais me

assegurava que ele é um aliado forte em sala de aula. Se o conteúdo da

aula foi compreendido a aula teve êxito, e esse êxito se estende aos

caminhos que foram percorridos durante a aula; o processo. É nesse

processo que o jogo musical se encontra” (Liz).

Considerando esta última pergunta (questão 6), a maioria das respostas dadas

foram positivas em relação aos objetivos, ou seja, dos vintes licenciandos participantes,

dezenove afirmaram que conseguiram atingir o objetivo proposto para sua aula fazendo

o uso do jogo musical como recurso didático. Apenas um licenciando não fez nenhuma

colocação em relação a referida questão 6. Embora a maior parte das respostas eram

consideráveis, foram expostas neste trabalho as que mais problematizaram a questão.

Na questão seguinte foi perguntado aos licenciandos de que maneira eles

acreditavam que os jogos musicais contribuíam no ensino/aprendizagem dos alunos. A

maioria das respostas defendiam que os jogos musicais contribuíam diretamente no

desenvolvimento cognitivo, motor, social, expressivo, criativo, etc., bem como de

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maneira que o conteúdo era abordado de uma forma mais dinâmica, tornando a prática do

ensino mais satisfatória para eles como docentes, resultando assim o aprendizado dos

alunos satisfatório.

“Os jogos musicais contribuem de forma direta no desenvolvimento

cognitivo e motor dos alunos de forma prazerosa, inclusive os alunos

aprendem brincando, já que há tanta dinamicidade envolvida. O jogo

acaba se tornando algo bem prático” (Dexter).

“Os jogos musicais proporcionam uma interação maior entre a turma

e o professor, além disso, tornam a aula mais dinâmica e trazem um

maior significado ao conteúdo trabalhado, possibilitando uma vivência

do conteúdo aos alunos” (Mariana).

Considerando as respostas dos licenciandos, Negrini (1994, p. 19) afirma que:

As contribuições do jogo no desenvolvimento global da criança é que

[...] todas as dimensões do jogo estão intrinsecamente vinculadas a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade são

inseparáveis, sendo que a afetividade constitui a energia necessária para

a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança.

Na última pergunta do questionário, os licenciandos participantes tiveram que

responder em que aspectos os jogos musicais poderiam atrapalhar o processo de ensino e

aprendizagem. Essa questão buscava compreender de que maneira o uso dos jogos

musicais poderia prejudicar na prática pedagógica.

“Os jogos musicais se usados sem intencionalidade tornam as aulas

uma verdadeira “recreação”. Os jogos precisam ter objetivos, muito

bem elaborados” (Malu).

“O jogo pelo jogo para mim não se justifica no momento da sala de

aula, passei muito tempo explicando que a aula de música não é

recreação, mas se há jogos em sala eles tem todo um objetivo pensado

antes para estar lá, pelo menos penso eu que deveria ser assim, o que

faz atrapalhar o processo de ensino/aprendizagem é quando ele não

traz nenhuma contribuição para corroborar com o conteúdo

apresentado em sala. Quando está desconexo com a temáticas das

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aulas e com os objetivos musicais que devem ser alcançados pelo

aluno” (Liz).

A partir das respostas dadas pelos licenciandos, entendemos que o uso do jogo

musical de maneira incoerente com o tema do conteúdo proposto não contribui para o

aprendizado dos alunos. A aula se torna apenas um momento de recreação se

caracterizando como sendo uma atividade de relaxamento, descanso, uma fuga das

atividades “produtivas” da escola. Como solução para que o jogo musical não seja tratado

apenas como uma forma de brincadeira, os licenciandos comentaram sobre os cuidados

que o professor deveria ter em relação ao planejamento da aula, onde os objetivos e o

processo metodológico deveriam ser bem definidos, como também o conteúdo a ser

trabalhado com a turma. Dessa forma, o jogo passa a ser um aliado importante para o

processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos determinados para serem

desenvolvidos.

Essa estrutura no planejamento proporciona atividades mais adequadas e

prazerosas, diretamente relacionada com suas intenções. Para Lima (2008, p. 139), “o uso

do jogo como recurso pedagógico exige do professor um conhecimento teórico-prático

que aprimore a sua capacidade de preposição, execução, acompanhamento e avaliação”.

E ainda corroborando essa perspectiva, Friedmann (1996, p 70) nos diz que “o educador

deve definir previamente, em função das necessidades e interesses do grupo, segundo

seus objetivos, qual é o espaço de tempo que o jogo irá ocupar em suas atividades, no dia

a dia”. Nesse caso, o educador deve também determinar o espaço físico onde os jogos

irão acontecer, os objetos, brinquedos que serão utilizados. Esses requisitos contribuem

para iniciar o trabalho com o lúdico.

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4 CONCLUSÃO

Diante do que foi discutido neste trabalho, vemos que atualmente o fazer musical

na educação básica é bastante abrangente no que se refere aos métodos de ensino. Nesse

aspecto, muitos educadores estão propondo a prática de ensino utilizando atividades que

contemplem o lúdico, tornando as aulas mais dinâmicas, prazerosas e atrativas para os

alunos, de forma que os mesmos se sintam mais motivados a aprender, além de

proporcionar uma maior aproximação entre o professor e o aluno, onde muitas vezes

existe uma distância significativa nessa relação.

Assim, considerando essa variedade de possibilidades para se trabalhar música no

âmbito do ensino regular, foi elaborado um estudo acerca do jogo musical e sua utilização

como recurso metodológico na educação básica, a partir das perspectivas dos licenciandos

participantes.

Chegamos à conclusão que o jogo musical foi tratado como um recurso didático

bastante acessível e prático para os licenciandos que responderam ao questionário. Os

mesmos reconheceram que o uso desse recurso em sala de aula auxilia de forma positiva

no aprendizado dos conteúdos musicais por parte dos alunos. Tendo em vista que muitas

escolas na rede básica de ensino não dispunham de ferramentas específicas de música, o

jogo pode ser um forte aliado do professor para se trabalhar os conteúdos musicais.

Trata-se de um recurso que possibilita o desenvolvimento das habilidades

musicais, auxiliam no aprimoramento de habilidades motoras e da linguagem, como

também nos aspectos culturais e sociais, no desenvolvimento e aperfeiçoamento da

socialização, favorece o aspecto cognitivo, a capacidade de inventar, a motricidade, assim

como contribuem para a aquisição de conhecimentos musicais, promovendo o

desenvolvimento de uma identidade musical no aluno.

Outras vantagens relacionadas ao uso do jogo musical que podem ser citadas:

O jogo não exige uma complexidade, permite adaptações às

possibilidades dos alunos e professores;

As repetições de adaptações regionais, como também uma

ampliação cultural através do diálogo intercultural (jogos e brincadeiras de outras

culturas);

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Nos jogos musicais geralmente há um trabalho forte corporal, mas

não uma preocupação acerca do movimento, particularidade que permite incluir

um maior número de pessoas;

Nos jogos, há sempre a ideia de acabamento ou de fechamento de

uma proposta, aspecto essencial na música que é raramente trabalhado nas aulas

tradicionais.

Embora o jogo musical seja um recurso com tantas qualidades como estas citadas

anteriormente, vale levar em consideração os comentários dos licenciandos sobre de que

maneira os jogos musicais podem atrapalhar o processo de ensino/aprendizagem dos

alunos. Foi visto que os mesmos defendiam que o jogo musical por si só, sem está

relacionado a nenhum conteúdo musical, não contribui para o aprendizado. O jogo, nesse

caso, se caracteriza apenas como sendo um passatempo, um momento de lazer para os

alunos.

Nessa perspectiva, visando solucionar tal problema para que o jogo musical não

seja tratado apenas como uma brincadeira na aula, os licenciandos mencionaram sobre os

cuidados que o professor deveria ter em relação ao planejamento da aula que tinha como

recurso didático o jogo musical. Nesse caso, os objetivos deveriam ser bem definidos,

como também o conteúdo a ser trabalhado com a turma. O processo metodológico

também é uma etapa importante, é nesse momento que o professor vai tratar com os

alunos sobre a proposta de trabalhar determinado conteúdo com o jogo musical, no caso

de que maneira vai acontecer o processo do jogo. Assim, um planejamento bem

estruturado proporciona atividades adequadas e prazerosas, relacionadas diretamente com

suas intenções.

Assim, este trabalho nos permite compreender de que maneira o uso do jogo

musical como recurso metodológico se faz importante no âmbito da educação básica,

tendo em vista as perspectivas dos licenciandos participantes acerca da proposta. Nesse

caso, a perspectiva desses licenciandos foi de grande valia para a construção do texto,

promovendo discussões e reflexões relevantes ao que se refere o tema.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A: Questionário aplicado aos licenciandos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Unidade Acadêmica especializada em Música

Pesquisador (a): Brenda de Carvalho Miranda

Orientador (a): Profa. Ms. Catarina Aracelle Porto do Nascimento

Esta entrevista faz parte de uma pesquisa com a finalidade de obter resultados para a

construção de monografia do curso de Licenciatura em Música pela Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, sob orientação da Profa Ms. Catarina Aracelle Porto do

Nascimento (UFRN). Trata-se de um estudo que visa compreender a visão dos

entrevistados (licenciandos em música) em relação ao uso dos jogos musicais como

recurso metodológico no contexto do ensino regular, considerando o impacto que os

mesmos proporcionam aos alunos da educação básica. Apenas o pseudônimo fornecido

será utilizado, seu nome não será mencionado no trabalho.

Nome: ____________________________ Pseudônimo: _______________________

1) Qual período da Licenciatura em Música você está cursando atualmente?

2) Você leciona ou já lecionou música na escola básica? E qual o nível de ensino que

você atuou?

3) Considerando que você já teve experiência de lecionar música em escola básica, em

algum momento deste processo você fez o uso de algum jogo musical como recurso

didático?

4) Caso já tenha utilizado o jogo musical como recurso didático, qual ou quais foram os

níveis de ensino trabalhados?

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5) Por qual motivo você foi levado a recorrer ao jogo musical para trabalhar na aula?

6) Você acredita que conseguiu atingir o objetivo da aula com o uso do jogo musical?

Justifique!

7) Em que aspecto você acredita que os jogos musicais contribuem no

ensino/aprendizagem dos alunos?

8) E de que maneira o uso dos jogos musicais podem atrapalhar o processo de

ensino/aprendizagem?

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Esta versão foi revisada e aprovada pelo(a) orientador(a), sendo aceite, pela

Coordenação de Graduação em Música, como versão final válida para depósito

no Repositório de Monografias da UFRN.

Valéria Lazaro de Carvalho

Coordenadora dos Cursos de Graduação