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MCES Ministrio da Cincia e do Ensino Superior
INSTITUTO TECNOLGICO E NUCLEAR
Departamento de Proteco Radiolgica e Segurana Nuclear
Relatrio DPRSN-A, n26/03
Vigilncia Radiolgica a Nvel Nacional
(Ano 2002)
M. Jos Madruga, Fernando P. Carvalho, M. Manuela Sequeira, Graciete Ferrador, M. Adelaide Gameiro, Mrio Reis, Jorge Gouveia, Luis Ramos, Joo M. Oliveira, Vitor Silvino, Lublia Machado, Isabel Faria, Anabela Lucas, M. Amlia Pereira, M. Anjos Tavares, Albertina Libnio, Carla Pires, Sandra Curado
28 de Maro de 2003
Departamento de Proteco Radiolgica e Segurana Nuclear
Director: Fernando Piedade Carvalho
Endereo: Estrada Nacional 10, 2686-953 Sacavm, Portugal
Telefone: +351 - 21 9946000
Fax: +351 - 21 9941995
e-mail: [email protected]
Pg. web http://www.itn.pt
Ficha Tcnica
Ttulo Vigilncia Radiolgica a Nvel Nacional (Ano 2002)
Autoria Maria Jos B. Madruga, Fernando P. Carvalho, M. Manuela Sequeira, Graciete Ferrador, M. Adelaide Gameiro, Mrio Reis, Jorge Gouveia, Luis Ramos, Joo M. Oliveira, Vitor Silvino, Lublia Machado, Isabel Faria, Anabela Lucas, M. Amlia Pereira, M. Anjos Tavares, Albertina Libnio, Carla Pires, Sandra Curado
Edio Instituto Tecnolgico e Nuclear Dep. Proteco Radiolgica e Segurana Nuclear
Tiragem 60 exemplares
ISBN 972-8660-27-8
Depsito Legal 194022/03
Data da Edio 28 de Maro de 2003
Responsvel pela edio M Lusa Pedro
Relatrio DPRSN- A n 26/2003
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Vigilncia Radiolgica a Nvel Nacional
(Ano 2002)
M. Jos Madruga, Fernando P. Carvalho, M. Manuela Sequeira, Graciete Ferrador, M. Adelaide Gameiro, Mrio Reis, Jorge Gouveia, Luis Ramos, Joo M. Oliveira, Vitor Silvino,
Lublia Machado, Isabel Faria, Anabela Lucas, M. Amlia Pereira, M. Anjos Tavares, Albertina Libnio, Carla Pires, Sandra Curado
Resumo
No mbito do Artigo 35 do Tratado da EURATOM, o Departamento de Proteco Radiolgica e Segurana Nuclear (DPRSN) vem realizando desde h vrios anos a vigilncia radiolgica do
ambiente a nvel nacional. Em 2002, o programa contnuo de monitorizao ambiental consistiu na
determinao de radionuclidos artificiais e naturais em compartimentos ambientais (atmosfera, meio aqutico e terrestre) considerados vias directas de contaminao para o Homem. Neste contexto,
analisaram-se amostras de aerossis e gua da chuva, amostras de guas de superfcie, sedimentos,
peixes e plantas aquticas, provenientes das principais bacias hidrogrficas (rios Tejo, Zezre,
Guadiana, Mondego e Douro), amostras de guas de consumo, produtos alimentares, refeies completas, leite e solos. A actividade nos radionuclidos artificiais e naturais foi determinada usando os
mtodos de medida por espectrometria gama, espectrometria alfa, medida alfa/beta total e medida beta
por cintilao lquida. Os resultados obtidos para os radionuclidos artificiais so da ordem de grandeza do fundo radioactivo natural, indicando que no h contaminao radioactiva. O valor de dose
estimada para a populao portuguesa devida ingesto e inalao dos radionuclidos artificiais e
naturais determinados nestas amostras muito baixo, no tendo qualquer significado sob o ponto de
vista da produo de efeitos biolgicos e sanitrios na populao Portuguesa. Em consequncia, no h necessidade de se recomendar qualquer medida de proteco radiolgica.
Palavras Chave: vigilncia radiolgica, atmosfera, meio aqutico, meio terrestre
Abstract In the framework of the EURATOM Treaty Article 35, the Department of Radiological Protection and
Nuclear Safety (DPRSN) have been performed since several years a nacional environmental
radiological survey. In 2002, the continuous environmental monitoring programme consisted on measuring artificial and natural radionuclides in environmental compartments (atmosphere, aquatic
and terrestrial environment) considered as direct pathways of contamination to men. In this context,
samples of aerosols, rainwater, surface water, sediments, fish, aquatic plants, drinking water, mixed diet, complete meals, milk and soils were analised. The activity in the artificial and natural
radionuclides was determined using the gamma spectrometry, alpha spectrometry, alpha/beta global
measurements and beta measurement by liquid cintillation. The results for artificial radioactivity are
on the same order of magnitude of the radioactive background, suggesting no radioactive contamination. The estimated dose to the portuguese population due to inhalation and ingestion of the
artificial and natural radionuclides measured in these samples is very low and without significance
from point of view of biological and sanitary effects on the Portuguese population. Therefore, there is no need to adopt any recommendation for radiological protection.
Key Words: radiological assessment, atmosphere, aquatic environment, terrestrial environment
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Vigilncia Radiolgica a Nvel Nacional (Ano 2002)
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1. INTRODUO
O Tratado da EURATOM da Unio Europeia estabelece no seu Artigo 35 que, cada
Estado Membro, deve instituir os meios necessrios para a realizao da monitorizao
contnua dos nveis de radioactividade no ar, gua e solo e assegurar concordncia com os
Basic Safety Standards (Council Directive 96/29/EURATOM). O Artigo 36 do mesmo
tratado estabelece que, cada Estado Membro, dever comunicar periodicamente Comisso
Europeia, atravs de uma Autoridade Competente, os resultados do programa de
monitorizao referido no Artigo 35. A Comisso Europeia tem incentivado os Estados
Membros a cumprirem esse programa tendo efectuado Recomendaes acerca do tipo de
medidas a realizar, sobre a periodicidade das mesmas e os radionuclidos a detectar (Official
Journal of the European Commission, 2000).
O Departamento de Proteco Radiolgica e Segurana Nuclear (DPRSN) do
Instituto Tecnolgico e Nuclear (ITN) tem como competncia, estabelecida no Dec. Lei
311/98 de 14 de Outubro, alnea g) assegurar a realizao de aces de levantamento e
vigilncia radioecolgica ambiental. Posteriormente, pelo Dec. Lei 165/2002 de 17 de Julho
Art 14 alnea b) foi estabelecido que compete ao ITN realizar as medies das concentraes
de radionuclidos no ambiente, competncia esta que assegurada igualmente atravs do
DPRSN.
Neste contexto, desde h vrios anos que o DPRSN tem vindo a desenvolver um
programa contnuo de controlo ambiental, a nvel nacional, realizado em compartimentos do
ambiente que so considerados como vias directas de transferncia dos radionuclidos crticos
para o Homem. Os resultados deste programa so inseridos na base de dados EASYPROTEO
e enviados para o centro de coordenao do tratado EURATOM, acima referido, sediado em
Ispra (Itlia), que os publica anualmente em documentos internacionais.
O programa de monitorizao ambiental em 2002 consistiu basicamente na medida
peridica de radionuclidos crticos em componentes do ambiente considerados vias directas
para a transferncia da contaminao na atmosfera, no meio aqutico e no meio terrestre, a
fim de se poder avaliar a contaminao radioactiva e assegurar a proteco radiolgica da
populao Portuguesa.
O controlo radiolgico da atmosfera processou-se atravs da determinao da
concentrao de radionuclidos em aerossis e na deposio atmosfrica. Os istopos
radioactivos, quer sejam de origem natural ou artificial, podem ocorrer na atmosfera na forma
gasosa ou particulada. Em geral, a forma particulada a que assume maior significado sob o
ponto de vista da proteco radiolgica, uma vez que essas partculas participam nos
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processos de transporte e deposio atmosfrica, interagindo com a biosfera. A deposio
atmosfrica foi avaliada a partir da determinao da concentrao de radionuclidos na gua da
chuva.
Os radionuclidos nas guas de superfcie (rios e barragens), podem ser encontrados
sob forma solvel ou associados com as partculas em suspenso e podem eventualmente ser
incorporados em sedimentos e organismos vivos. O controlo efectuado neste compartimento
destina-se a avaliar a influncia das descargas de efluentes, provenientes de instalaes
nucleares, no ambiente. Neste sentido foi realizado o controlo radiolgico das principais
bacias hidrogrficas portuguesas, com um programa mais detalhado para o rio Tejo, devido
existncia de vrios centros nucleares espanhis na sua bacia hidrogrfica, com especial
relevo para a Central Nuclear de Almaraz.
A gua para consumo humano de importncia vital para o Homem, podendo vir a
tornar-se numa via crtica, aps um acidente nuclear e em regies com elevado fundo
radiolgico. O objectivo deste programa foi o de analisar guas provenientes das redes de
abastecimento de vrias aglomerados populacionais, de forma a abranger todo o pas. Deu-se
ainda, especial enfse a guas provenientes de regies uranferas.
O controlo radiolgico do meio terrestre fez-se atravs da avaliao do nvel de
contaminao radioactiva em componentes da cadeia alimentar e nos solos. Neste caso,
procurou-se que a amostragem dos diversos produtos alimentares fosse a mais representativa
possvel da situao nacional. Assim, obtiveram-se amostras oriundas das diferentes regies
agrrias de Portugal, atravs das Direces Regionais de Agricultura. Paralelamente, foram
analisados produtos alimentares provenientes de supermercados da rea da grande Lisboa e da