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R$ zagoarte design COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOS ANO LETIVO 2018 3º BIMESTRE ATIVIDADE COMPLEMENTAR Série Turma (s) Turno 3º do Ensino Médio A B C D E F G H I MATUTINO Professor: ELOISA Disciplina: ED. FÍSICA Aluno (a): Nº da chamada: Data: / / 2018 Visto do Professor Nota da Atividade Não é segredo que a atividade física produz inúmeros benefícios para o corpo, mas agora a ciência reuniu provas suficientes para adicionar um novo e poderoso efeito à sua lista de ações positivas: o aprimoramento do cérebro. As mais recentes descobertas indicam que a prática regular de exercícios ajuda a pensar com mais clareza, melhora a memória e proporciona um grande ganho na aprendizagem. Novos estudos sugerem que as mudanças podem ser ainda maiores, alterando a própria estrutura do órgão ao incentivar o nascimento e o desenvolvimento de neurônios. A participação em programas de exercício físico tem consistentemente emergido como um indicador chave na melhora da função cognitiva, como também na vascularização cerebral, melhorando o aprendizado e diminuindo a demência. Exercícios físicos promovem a elevação dos níveis de oxigenação e do fluxo sanguíneo no corpo como um todo. A melhora na circulação estimula a comunicação mais eficiente entre os neurônios. A atividade física aumenta ainda a produção e a liberação de Página 1 de 7 Efeito da atividade física sobre o cérebro: indicador chave na melhora da função cognitiva. Escola de Civismo e Cidadania

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COLÉGIO ESTADUAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS – HUGO DE CARVALHO RAMOSANO LETIVO 2018 3º BIMESTRE ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Série Turma (s) Turno3º do Ensino Médio A B C D E F G H I MATUTINO

Professor: ELOISA Disciplina: ED. FÍSICAAluno (a): Nº da chamada:

Data: / / 2018Visto do Professor Nota da Atividade

Não é segredo que a atividade física produz inúmeros benefícios para o corpo, mas agora a ciência reuniu provas suficientes para adicionar um novo e poderoso efeito à sua lista de ações positivas: o aprimoramento do cérebro. As mais recentes descobertas indicam que a prática regular de exercícios ajuda a pensar com mais clareza, melhora a memória e proporciona um grande ganho na aprendizagem. Novos estudos sugerem que as mudanças podem ser ainda maiores, alterando a própria estrutura do órgão ao incentivar o nascimento e o desenvolvimento de neurônios.A participação em programas de exercício físico tem consistentemente emergido como um indicador chave na melhora da função cognitiva, como também na vascularização cerebral, melhorando o aprendizado e diminuindo a demência. Exercícios físicos promovem a elevação dos níveis de oxigenação e do fluxo sanguíneo no corpo como um todo. A melhora na circulação estimula a comunicação mais eficiente entre os neurônios. A atividade física

aumenta ainda a produção e a liberação de neurotransmissores, responsáveis pela regulação de funções como memória, aprendizagem, emoções, sede, sono, fome, bem-estar, ansiedade e humor. O resultado é um reequilíbrio das quantidades dessas substâncias no cérebro.

Principais neurotransmissores beneficiados pelos exercícios:DOPAMINA : tem ação no controle do movimento, atenção, cognição e motivaçãoNORADRENALINA: Principal substância química que induz a excitação física, mental e bom humor. GLUTAMATO : O principal neurotransmissor excitante do cérebro, vital para estabelecer os vínculos entre os neurônios que são a base da aprendizagem e da memória a longo SEROTONINA : controla a liberação de hormônios, atua na regulação do sono e do apetite.ENDORFINA: Essas substâncias, modulam a dor e reduzem o estresse.

Um estudo de 1998 abriu novos campos para a neurociência, impulsionando mais pesquisas sobre o funcionamento cerebral. Naquele ano comprovou-se a produção de neurônios no encéfalo de adultos. "Descobriu-se que eles surgem a partir de células-tronco armazenadas em regiões específicas. Essas estruturas se transformam em neurônios que regeneram o cérebro. Trata-se de um marco que permite uma nova visão do

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Efeito da atividade física sobre o cérebro: indicador chave na melhora da função cognitiva.

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envelhecimento", diz o neurocientista Cícero Galli Coimbra, chefe do laboratório de Neuropatologia e Neuroproteção da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A revelação deu origem a muitos outros trabalhos científicos que procuravam explicar de que modo seria possível estimular a reposição dos neurônios avariados. Um dos caminhos escolhidos foi investigar melhor o que se passava com o corpo quando submetido a exercícios. E o que se viu é que os benefícios vão além do desejado aumento no volume de músculos, da redução da flacidez e da proteção contra doenças cardiovasculares. A atividade física promove uma espécie de chacoalhão que deixa o cérebro muito mais ativo. O uso de sofisticados exames de imagem revelou que, sob efeito da ginástica, há atividade mais intensa no hipocampo, região associada à memória e aprendizagem. Experimentos com ratos apontaram outras novidades: a prática regular de exercícios contribuía para a transformação em neurônios de células-tronco preservadas no ventrículo, uma das partes do hipocampo situado no lobo temporal.

Os especialistas acreditam que o desenvolvimento de novas células nervosas é fruto de um processo que envolve a melhora da comunicação entre as células (algo estimulado pela maior irrigação sanguínea proporcionada pelos exercícios), e muitas outras reações químicas. A principal delas é a elevação da produção de uma proteína chamada BDNF(Brain Derived Neurotrophic Factor), espécie de tonificante das células nervosas. A presença dessa substância aumenta no cérebro quando o corpo é exercitado. "O BDNF é normalmente fabricado pelos neurônios, mas seus níveis já sobem sob efeito de uma única sessão de exercícios", diz o neurofisiologista Ricardo Arida, do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Unifesp. Pesquisas conduzidas pelo neurocientista Fernando Gómez-Pinilla, da Universidade da Califórnia (Ucla), comprovam que o BDNF é, até o momento, a mais importante chave bioquímica que prepara a mente para novos conhecimentos. Em experiências com ratos, ele separou dois grupos para serem submetidos a exercícios, numa roda, e a testes de aprendizado. Com a atividade, o nível da proteína subiu em todos os animais, mas em parte deles Gómez-Pinilla utilizou uma droga para bloquear o BDNF. Em seguida, o especialista escondeu um objeto e estimulou os ratos a localizá-lo. As cobaias que não receberam o remédio o encontraram rapidamente, demonstrando esperteza. As demais nem sequer se aproximaram do alvo. Porque a maior ativação do BDNF está ligada à melhora da performance cerebral? "Ele tem a capacidade de modular a comunicação entre as células nervosas. Quanto mais BDNF, mais aguçado esse processo", disse Gómez-Pinilla. A comunicação, também chamada de sinapse, é a via pela qual se conduzem todos os aprendizados. Mas não é só isso. Para Sidarta Ribeiro, do Instituto de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte, sua ação aguça a atenção e a percepção. Além disso, a substância tem um fundamental papel de regenerador do cérebro. "O aumento das taxas de BDNF acelera a especialização das células-tronco em neurônios. Ao longo do trajeto, eles irão refazer circuitos danificados pela morte dos seus antecessores", diz Ribeiro.

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A manutenção da saúde do cérebro e da sua plasticidade ao longo da vida é um importante problema de saúde pública, havendo crescentes evidências que tanto estímulos ambientais como o exercício físico sejam intervenções cruciais para a qualidade de vida de qualquer sociedade. Tais intervenções são fundamentais ao longo de toda a vida, mas particularmente cruciais a partir dos 50 anos de idade quando o cérebro passa por uma série de alterações que podem culminar na patogênese de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer.

Um conceito interessante relacionado ao status mental é a aptidão mental ou aptidão cerebral, a qual se refere ao desempenho cognitivo dos indivíduos. Muitos estudos foram conduzidos em adultos testando os potenciais efeitos benéficos do aumento na aptidão cardiorrespiratória sobre a cognição. Recentemente, foi verificado que a aptidão física, especialmente a aptidão cardiorrespiratória, parece estar positivamente relacionada com o desempenho escolar (isto é, no raciocínio matemático, na leitura e em todas as outras habilidades) em jovens.

O exercício ainda melhora a memória, o aprendizado e o rendimento escolar, sendo assim, fica evidente que sua prática seja fundamental pelas crianças. A melhora na aptidão cardiorrespiratória tem efeitos positivos sobre a depressão, a ansiedade, o estado de humor e a autoestima, estando também associada com o melhor desempenho escolar das crianças. “Nossos achados sugerem que fazer exercícios desde cedo ajuda a construir uma reserva neural que protege, inclusive, contra desordens cerebrais”, afirma Arida, pesquisador da Unifesp. Na Universidade de Darthmouth, em New Hampshire, o grupo do cientista David Bucci detectou diferenças nos resultados de quem começa a se exercitar na infância, na juventude ou mais tarde. “O exercício na fase de desenvolvimento do cérebro favorece a formação de uma rede neuronal mais densa e oferece mais apoio para funções como memória e aprendizagem” diz o pesquisador.

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Nos Estados Unidos, essas informações estão se traduzindo em mudanças no currículo das escolas. Um dos responsáveis por essa transformação é o neuropsiquiatra John Ratey, da Universidade de Harvard. Ele percorre o país para promover a adoção de programas de fitness voltados para o aprendizado. O pesquisador partiu nessa cruzada convencido por suas pesquisas e por casos como o dos alunos da Naperville Central High School, situada em um distrito de Chicago. Ali, os estudantes se reúnem na escola todas as manhãs antes das aulas, colocam seus frequencímetros (relógios que calculam a frequência cardíaca) e saem correndo em uma pista. “A ideia principal é que os jovens consigam praticar atividades como a corrida mantendo uma taxa entre 65% e 80% de sua frequência cardíaca máxima, mantendo-a estável nessa faixa por 20 a 40 minutos três vezes por semana”, disse Ratey. Ele registrou essa experiência e outros estudos sobre a relação entre cérebro e exercício no livro “Corpo Ativo, Mente Desperta” (Ed. Objetiva), lançado recentemente no Brasil. No ano passado, o pesquisador ofereceu um programa de apoio com atividades físicas a 24 jovens do Ensino Médio com sérios problemas disciplinares, baixa frequência às aulas e dificuldades de aprendizagem da escola Barrie Central. “Em seis meses a melhora foi notável”, disse o neuropsiquiatra. Em breve Ratey irá à Coreia do Sul a convite do Ministério da Educação para falar sobre os efeitos do exercício no cérebro. Diante dessa nova abordagem da atividade física, escolas brasileiras já estão começando a rever a pauta das suas aulas de ginástica. No Colégio Ítaca, na zona oeste de São Paulo, o currículo de Educação Física foi reelaborado sob esse prisma. “Além de contribuir em várias áreas do conhecimento, o exercício é uma peça fundamental para a concentração”, diz Elisabete Vecchiato, assessora cultural do colégio. Uma questão ainda bastante discutida é saber qual o melhor exercício para rejuvenescer o cérebro, aprimorar a memória e aumentar a nossa inteligência. Os cientistas não fecharam questão quanto a isso. Mas os estudos indicam que os mais benéficos são aqueles que promovem condicionamento cardiovascular - caso da caminhada. Os exercícios devem durar mais de 20 minutos, ser praticados durante cinco dias na semana e ter intensidade moderada.

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Buscam-se também explicações para as respostas diferentes que o cérebro dá quando o corpo se exercita. A equipe do professor David Bucci revelou recentemente a presença de um gene que parece regular a intensidade da reação do órgão. A descoberta pode ser especialmente útil para ajudar a selecionar, no futuro, quem pode lucrar mais ao associar a atividade física ao tratamento de condições como depressão, a ansiedade e o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDHA). Essas aplicações estão sendo estudadas em centros como o Instituto Karolinska, na Suécia. “O exercício não só é eficiente no combate à depressão, como potencializa os efeitos dos medicamentos”, diz a neurocientista Astrid Bjornebekk. Ambos contribuem para a formação de novos neurônios em áreas no cérebro importantes para a memória e a capacidade de aprender podendo ser usados de maneira combinada. Em São Paulo, na Unifesp, o pesquisador Arida concluiu que a ginástica pode ajudar a reduzir pela metade as crises de epilepsia, doença tratada com medicamentos potentes e nem sempre eficazes. À luz dessas descobertas, o sedentarismo torna-se um fator de risco ainda mais perigoso.Por hora, é consenso que a interrupção da atividade física cessa suas benesses. A avaliação de resultados de longo prazo, porém, está levando os especialistas a considerar a possibilidade de a prática persistente gerar mudanças estruturais no órgão. Pesquisa da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou um aumento do tamanho do hipocampo (associado a aprendizagem e memória) em adultos saudáveis após um ano de atividade física moderada, levando a um aprimoramento da memória. “Os resultados desse estudo são interessantes porque mostram que exercícios feitos por adultos mais velhos e sedentários, mesmo que em pouca quantidade, podem levar a uma substancial melhora da saúde cerebral”, disse Art Kramer, um dos autores do trabalho realizado em conjunto com outras universidades.

“Aprender é a única coisa que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”

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