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INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE ERIELI - IMBES
CURSO DE MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA
ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA
O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA
RECIFE
2020
2
ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA
O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado a Banca Examinadora como requisito parcial para obtenção do Titulo de Mestre em terapia intensiva pelo IMBES, sob orientação do Mestre Everton Alves Xavier.
RECIFE
2020
3
ALEXSANDRA COUTINHO DE LIMA
O SISTEMA DE TRIAGEM DE MANCHESTER E A CONFIABILIDADE DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado a Banca Examinadora como
requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em terapia intensiva pelo
IMBES.
Orientador: Mestre Everton Alves Xavier
BANCA EXAMINADORA
Aprovada em:
(ORIENTADOR)
(PRIMEIRO AVALIADOR)
(SEGUNDO AVALIADOR)
(TERCEIRO AVALIADOR)
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter nos dado saúde, forças para superar as dificuldades que enfartamos, e sempre nos dá o dom da sabedora para seguir seus caminhos, mostrando que fomos feitos para cuidar de outras pessoas.
Ao Instituto Multidisciplinar Brasileiro em Saúde Erieli, seu corpo docente e toda sua administração por nos fazer possível a realização desse sonho.
Aos professores por nos passar ensinamentos que serão levados por toda vida, cada história, dicas e conselhos, tudo isso é uma ferramenta para o crescimento e para o sucesso.
Ao meu orientador que durante esses meses foi muito atencioso, calmo, compreensivo, e determinado.
Aos nossos amigos que sempre viram que somos capazes de conseguir e a todo tempo nos davam uma palavra de apoio e força.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte do nosso crescimento acadêmico, meu muito obrigado a todos.
5
SUMÁRIO
1 RESUMO 6
2 ABSTRAT 7
3 INTRODUÇÃO 8
4 OBJETIVOS 10
5 METODOLOGIA 11
6 RESULTADO / REVISÃO LITERÁRIA 13
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18
8 REFERÊNCIAS 19
6
RESUMO Alexsandra Coutinho de Lima1
Everton Alves Xavier2
Os serviços de urgências e emergências dos hospitais públicos são as portas de
entrada para quem busca atendimento para diferentes tipos de problemas de
saúde. Com o aumento da demanda, foram criados Protocolos de Acolhimento e
Classificação de risco (PACR) cujo objetivo é reorganizar e agilizar o atendimento
de acordo com as reais necessidade de cada paciente. Nesse sentido, o papel do
enfermeiro se destaca, em virtude deste estar na linha de frente como
responsável pela aplicação do protocolo e respectiva classificação. É importante
fornecer informações sobre o PACR subsidiando uma maior compreensão sobre
a temática. Nesse sentido, o presente estudo teve como linha de pesquisa tecer
considerações teóricas acerca da classificação de risco nos atendimentos de
urgências. Para a revisão da literatura, foi realizada pesquisas nas bases do
Scielo, Bireme, e Google acadêmico. Cabe ao profissional de saúde entender de
maneira holística todos os mecanismos acerca do Acolhimento de Classificação
de Risco. Objetivo: Verificar a confiabilidade de um protocolo de classificação de
risco para Unidade de Emergência.
PALAVRAS CHAVES: Classificação; Urgências; Hospitais; Triagem; Manchester.
1 Graduada em Enfermagem pela UPE, pós-graduada em Saúde Pública na Área de Ciências da Saúde, pela Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande.
2 Graduado em Enfermagem pela Universidade de Pernambuco (UPE). Especialista em Saúde Pública pela Universidade de Pernambuco (UPE). Pós-Graduado em Enfermagem Saúde da Criança com ênfase em Pediatria e Neonatologia pelo Centro de Formação, Pós-Graduação e Pesquisa em saúde (CEFAPP). Pós-Graduado em Enfermagem em saúde da Mulher pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE). Enfermeiro Especialista na Maternidade Escola Santa Mônica de Maceió-AL, lotado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTNI). Mestre em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva (IBRATI). Email: [email protected]
7
ABSTRATAlexsandra Coutinho de Lima1
Everton Alves Xavier2
The emergency services of public hospitals are the gateway to those seeking care
for different types of health problems. With increasing demand, Reception and
Risk Classification (PACR) protocols were created to reorganize and streamline
care according to the real needs of each patient. In this sense, the role of the
nurse stands out, because he is in the front line as responsible for the application
of the protocol and its classification. It is important to provide information about the
PACR to support a better understanding of the subject. In this sense, the present
study aimed to make theoretical considerations about the risk classification of
emergency care. For literature review, based searches of Scielo, Bireme, and
Google Scholar were performed. It is up to the health professional to understand
holistically all the mechanisms about the Risk Classification Reception.
KEY WORDS: Classification; Urgencies; Hospitals; Sorting; Manchester.
8
1. INTRODUÇÃO
As unidades de Urgências e Emergências, historicamente, são
consideradas a referencia para tratamento de todo e qualquer caso pela
população em geral, por serem locais de atendimento rápido e resolutivo.
Apoiando-se em tal concepção, o foco de atenção a saúde voltada para o pilar da
doença, da cura, e não da prevenção. A população passa a entender o serviço de
urgência e emergência não como um serviço voltado para o atendimento de
paciente em risco de morte, mas sim, como alternativa para a falta de retaguarda
na atenção básica e procura de agilidade e resolutividade de tratamento. (SILVA;
ANTONINI, 2018).
Essa situação levou o governo a reorganizar e normatizar o atendimento
aos pacientes nos serviços de Urgências e Emergências em todo território
nacional. O Acolhimento com Classificação de Risco (ACR), estratégia proposta
pela política nacional de humanização. (REGINA; ROSSO; NETH, 2011).
A Classificação de Risco surgiu, portanto, como uma estratégia clínica e
organizacional para atenuar riscos e danos oriundos das assimetrias,
tradicionalmente orientado por ordem de chegada aos serviços hospitalares, bem
como para minimizar os riscos e danos causados pelas consequências da
superlotação deste. (MARCHI; GOMES; ANDREZZA, 2019).
O Sistema de Classificação de Risco (Sistema Manchester) foi
desenvolvido por enfermeiros e médicos do Reino Unido como estratégia para
estabelecer, diante a demanda de pacientes que se apresentam nas
Emergências, quais os que, embasados em critérios clínicos, deveriam ter
prioridade de atendimento. Serve, portanto como uma diretriz de ordenamento
para o atendimento em Emergências, priorizando aqueles pacientes sob
condições clínicas de maior risco. (AZILIERO; ELIS; AMARAL, 2017).
A classificação de Risco tem também outros objetivos importantes, como:
garantir o atendimento imediato; informar o paciente que não corre risco de vida
imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera;
promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do paciente; dar
melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da
ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos
usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de
redes internas e externas de atendimento. (REGINA; ROSSO; NETH, 2011).
9
Esta Classificação é descrita por cores, que indicam tempos máximos para
o primeiro atendimento médico. A cor vermelha determina uma condição de
emergência, sugerindo atendimento imediato; a cor laranja discrimina a condição
de muita urgência, cujo tempo para atendimento deve ser < 10 minutos; já a cor
amarela sugere urgência, cujo atendimento deve ser em tempo < 60 minutos, os
classificados na cor verde seriam de pouca urgência e o atendimento poderia
ocorrer em ate < 120 minutos; e os de cor azul por sua vez são considerados não
urgentes e seu atendimento está indicado para ocorrer em tempo < 240 minutos.
Em Portugal e no Brasil emprega-se a cor branca para os pacientes que utilizam o
serviço de emergência como porta de entrada para procedimentos eletivos, para
estes não há indicação de tempo para o atendimento. (AZILIERO; ELIS;
AMARAL, 2017).
.
10
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL:
Verificar o funcionamento de um Protocolo de Classificação de Risco nas
Unidades de Emergência.
2.2. ESPECIFICOS:
Mostrar aos funcionários da área de saúde como funciona o Protocolo
de Acolhimento de Classificação de Risco nas Unidades de Urgência e
Emergência.
Fornecer informações sobre desenvolvimento do sistema Manchester.
Tempo empregado na Classificação de Risco.
11
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica do tipo descritiva,
exploratória, qualitativa. Coleta de artigos foi realizada através do SCIELO,
BIREME e GOOGLE ACADEMICO durante um período de 3 meses (outubro
2019, novembro 2019, dezembro2019), foram encontrados 28 arquivos (2008 –
2019) de relevância temática sendo excluídos 17 por se tratarem de artigos que
não se adequava/enquadrava ao tema proposto, onde os mesmos estavam
anterior ao ano de 2008.
O conteúdo dos artigos foi submetido à analise e leitura prévia, buscando
viabilizar uma melhor organização do conteúdo de acordo com os objetivos do
trabalho, visando uma melhor compreensão do processo presente no que tange,
não apenas do paciente, mas também do trabalhador de saúde. PALAVRAS CHAVES: Classificação; Urgências; Hospitais; Triagem; Manchester.
Para a realização da caracterização dos dados, após a leitura dos artigos,
levou-se em consideração o autor, ano de publicação, periódico e metodologia de
acordo com o objetivo de cada pesquisa. Partindo dessas variáveis, foi possível
destacar um resumo geral dos artigos do estudo por autor, ano, periódico,
metodologia e objetivo do artigo.
Autor/Ano Periódicos Metodologia Objetivo do artigo
CALDEIRA, Francisco; SILVA, Lorena; MENEZES, Max, 2014
Cadernos de Graduação
Qualitativo de caráter exploratório
Produção de informações sobre o Acolhimento com Classificação de Risco nas redes de urgência e serviços.
ANZILIERO, Franciele; ELIS, Barbara, 2017
Revista Gaucha de Enfermagem
Planilha eletrônica e analisada de acordo com suas características e distribuição
Avaliar o tempo empregado na classificação de risco, na prioridade para atendimento e no destino dos pacientes 24 horas após a admissão em uma Emergência.
SANTANA, Elizangela et al., 2014
Universidade Federal de Santa Catarina
Pesquisa bibliográfica, descritivo, com caráter exploratório
Evidenciar, a partir da literatura, a importância da classificação de Risco, destacando que o cuidado humanizado dispensado aos pacientes torna-se eficaz.
AUGUSTA, Ana; CARLOS, Luiz; ANTONIO,
Revista Medica de Minas
Pesquisa bibliográfica, descritivo, com
Validade e confiabilidade do sistema de triagem Manchester e outros
12
Joaquim, 2011 Gerais caráter exploratório
aspectos relacionados à sua utilização em serviços de urgência e emergência.
REGINA, Eliane; ROSSO, Barbara; NETH, Caroline, 2011
Revista eletrônica de Enfermagem
Exploratória, descritiva com abordagem qualitativa
Potencialidades e fragilidades do Acolhimento com Classificação de Risco.
SILVA, Raissa; ANTONII, Mariza, 2008
Revista Mineira de Enfermagem
Exploratória, descritiva com abordagem qualitativa
Relatar a experiência da atuação do enfermeiro no processo de acolhimento com classificação de risco em uma unidade de pronto atendimento.
MARA, Licia; ELVIRA, Denise, 2011
Revista Enfermagem em Foco
Descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa
As concepções dos enfermeiros do serviço de emergência acerca de acolhimento com classificação de risco, expectativa de mudanças com a implantação e o protocolo de classificação como instrumento de trabalho.
FREITAS, Michele; NOVELLI, Gabriela; MAINO, Aline, 2014
Revista Latino-Am
Descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa
Elaborar e validar o conteúdo e verificar a confiabilidade de um protocolo de classificação de risco para unidade de emergência.
LUCAS, João; PAULA, Ana; SILVA, Mayckel, 2015
Revista Contexto Enfermagem
Descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa
Aprender a percepção de usuários de uma unidade emergencial sobre o atendimento embasado no acolhimento com classificação de risco.
MARCHI, Thiago, GOMES, Dnaiel; ANDREZZA, 2019
Revista Saúde em Debate
Descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa
Implantação do sistema de classificação de risco de Manchester em uma rede municipal de urgência e emergência da região metropolitana de São Paulo.
FERREIRA, Rhamaia; SUELEN, Tayssa; CLAUDINEY, Fabio, 2015
Revista Humano Ser
Pesquisa bibliográfica, descritivo, com caráter exploratório
Tecer considerações teóricas acerca do papel do enfermeiro no processo de classificação de risco nos atendimentos de urgências.
Fonte: Elaborado pelos pesquisadores com base nos dados e resultados da pesquisa 2019.
4. RESULTADO / REVISÃO LITERÁRIA
13
A Responsabilização para com o problema de saúde vai além do
atendimento propriamente dito, diz respeito também ao vinculo necessário entre o
serviço e a população usuária. Nesse sentido o acolhimento que significa a
humanização do atendimento, é a ferramenta que pressupõe garantir o acesso de
todas as pessoas a uma atenção inicial. (FERREIRA, Rhamaia; SUELEN, Tayssa;
CLAUDINEY, Fabio, 2015)
O numero de pacientes que demandam os serviços de Urgências e
Emergências, com uma variedade de condições clinicas, vem aumentando. Essa
situação pode levar ao fenômeno da superlotação, que associado muitas vezes a
precários processos de organização desses serviços, resultado em desfechos
clínicos indesejáveis. Um cenário que afeta diretamente não só o usuário, mas,
também, e em larga escala, os serviços e os sistemas de saúde. (MARCHI;
GOMES; ANDREZZA, 2019)
O termo triagem vem do verbo tier, que significa tipar, escolher, separar.
(AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO, 2011) A triagem de pacientes teve origem com
os militares nos campos de batalhas em 1800. O conceito formal de triagem de
pacientes foi introduzido nos departamentos de Emergência dos Estados Unidos,
no final da década de 50, quando ocorreu aumento significativo do numero de
pacientes que procuravam esses serviços. (FREITAS; NOVELLI; MAINO, 2014)
Desde então, esse processo aperfeiçoou-se, ao longo dos anos. Contudo,
a triagem sempre esteve relacionada às guerras ou às grandes catástrofes, não
sendo aplicada a população civil ate a década de 1960. A partir daí, quando se
notabilizou nos Estados Unidos crescente processo de mudança da prática
médica, com reflexos na procura pelos serviços de urgência, essa situação levou
a necessidade de classificar os doentes e determinar aqueles que necessitavam
de cuidados imediatos. (FERREIRA; SUELEN; CLAUDINEY, 2015)
O grupo de Classificação de Risco Manchester foi formado em novembro
de 1994, tendo como objetivo de estabelecer um consenso entre a equipe de
médicos e enfermeiros do serviço de Urgência/Emergência para criar um padrão
de triagem ou Classificação de Risco. Hoje, o sistema encontra-se implementado
em sessenta serviços de Urgências nacionais, com mais unidades em fase de
implementação, podendo futuramente ultrapassar os setenta serviços aderentes.
(CALDEIRA; SILVA; MENEZES, 2014)
Entre os sistemas de triagem mais empregados nos mundo, destacam-se
quatro:
14
Emergency Severity Index – ESI
Australasian Triage Scale – ATS
Canadian Triage and Acuit Scale – CTAS
Sistema de Triagem de Manchester – STM Foi desenvolvido pelo
Manchester Triage Group e começou a ser utilizado no Reino Unido em
1996 e no Brasil em 2008, razão pela qual será analisada de forma
particularizada neste artigo. ( AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO,2011)
O sistema de Triagem Manchester está implementado, além do Reino
Unido, em quase toda Europa, predominantemente na Irlanda, Portugal, Espanha,
Itália, Alemanha, Suíça, Holanda, assim como em Hong Kong e Japão. Em
Portugal foi adotado como política nacional, e está em funcionamento em vários
hospitais desde 2000, por intermédio do grupo português de triagem (GTP) com o
endosso do Ministério da Saúde, ordem dos médicos e ordem dos enfermeiros.
Na Alemanha está implantado pelo Grupo de Referencia Alemão. O tempo para o
atendimento médico foi modificado para utilização em países de língua Alemã.
(AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO,2011)
Pala a elaboração do Protocolo de Classificação de Risco Manchester,
dividiu-se em quatro as prioridades de atendimento: Vermelha (grupo 1), Amarelo
(grupo 2), Verde (grupo 3) e Azul (grupo 4). Cada um dos grupos contem as
principais queixas, sinais e sintomas dos pacientes e foi subdividido em itens,
conforme apresentado na figura 1 (grupo 1), figura 2 (grupo 2) e figura 3 (grupo 3
e 4). A mesma queixa pode ser enquadrada em mais de um grupo, conforme
avaliação do enfermeiro. (FREITAS; NOVELLI; MAINO, 2014)
15
Figura 1 Protocolo de classificação de risco para o Grupo 1 (vermelho).
Figura 2 Protocolo de classificação de risco para o Grupo 2 (amarelo).
16
Figura 3 Protocolo de classificação de risco: Grupos 3 (verde) e 4 (azul).
O Sistema de Triagem Manchester contem 52 fluxogramas para os
diferentes problemas apresentados: 7 são específicos para crianças e 2 para
catástrofes. A versão original, de 1997, foi alterada e a nova versão publicada em
2006. As principais alterações são relativas ao desempenho e expansão dos
fluxogramas, assim como ampliação dos discriminadores de 186 para 195, como,
por exemplo, déficit neurológico agudo e alteração da categorização de dor leve
para dor recente, inclusão da regra da dor pediátrica, inclusão das regras para
realizar auditoria e triagem por telefone. Essa nova versão ainda não foi
autorizada para utilização no Brasil. (AUGUSTA; CARLOS; ANTONIO, 2011).
Cabe ao profissional do Serviço de Emergência embasar em dados
clínicos, em informações objetivas, subjetivas e experiências e com a utilização
de protocolos pré/estabelecidos avaliarem o grau das queixas dos pacientes,
colocando-os em ordem de prioridade para atendimento. (REGINA; ROSSO;
NETH, 2011) O processo de acolhimento com Classificação de Risco deverá ser
realizado por profissionais de saúde, de nível superior, mediante treinamento
especifico. (SANTANA et al, 2014).
17
O enfermeiro se insere nesse contexto, porque é o profissional indicado
para uma correta classificação de risco. Deve ser capaz de realizar uma excelente
avaliação rápida, o que pressupõe uma rápida tomada de decisões e uma
capacidade adequada de delegação de tarefas. As entrevistas não devem ser
demoradas e o registro deve ser preciso. (CALDEIRA; SILVA; MENEZES, 2014).
Quase que diariamente nos deparamos com denuncias na mídia da
situação caótica em que se encontram os serviços de saúde, em especial os
serviços de emergência dos hospitais públicos do nosso país. (REGINA; ROSSO;
NETH, 2011).
Os resultados esperados com a implantação do acolhimento com
Classificação de Risco nas Emergências é a diminuição do risco de mortes
evitáveis, extinção da triagem por profissionais não qualificados, priorização de
acordo com o critério clinico. (MARA; ELVIRA, 2011) Percebe-se que houve
avanço quanto a organização do serviço, quando se refere que o atendimento que
antes era por ordem de chegada passou a ser, com a implementação da política,
por prioridade do atendimento. Ao mesmo tempo em que os usuários que mais
necessitam de atendimento são passados a frente, proporciona uma sensação de
segurança nos funcionários do setor, pois sabem que as pessoas que estão do
lado de fora e que já foram classificadas realmente podem esperar pelo
atendimento. (REGINA; ROSSO; NETH, 2011).
De acordo com (CALDEIRA; SILVA; MENEZES, 2014) a grande
quantidade de pacientes que aguarda por atendimento nas filas de espera é um
dos fatores que influencia de forma negativa a qualidade do atendimento, sabe-se
também que os serviços de emergência de outros países também apresentam
dificuldades no atendimento devido na demanda, no Brasil a utilização do
acolhimento com classificação de risco parece minimizar os seus efeitos.
18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo com os desafios encontrados, o acolhimento e a classificação de
risco se mostram dispositivos indispensáveis para um processo de trabalho mais
eficaz, e de fundamental importância para os pacientes.
De acordo com os resultados o Protocolo de Classificação de Risco é
uma ferramenta necessária, o enfermeiro em uma urgência e emergência deve
saber quais as disponibilidades dos serviços de saúde dentro das Unidades,
obtendo a capacidade de articular e direcionar o atendimento ao serviço
especializado. O enfermeiro possui papel determinante na inclusão da
classificação de risco nas redes de urgência e emergência de acordo com o
protocolo de Manchester, visto que é o profissional capacitado para desempenhar
a função, visando atender as necessidades dos pacientes holisticamente, é ele
que realiza o julgamento clinico e crítico das queixas, e a partir destas
informações, determinará o risco para cada caso.
A utilização do fluxograma, apontado nesta pesquisa, mostrou-se de fácil
aplicabilidade pelos profissionais, com resultados satisfatórios na classificação de
risco.
A revisão permitiu certificar que o sistema Manchester é caracterizado
como um sistema valido e confiável, que pode ser utilizado com segurança,
estudar o sistema de classificação de risco pode trazer novos elementos para
estudiosos que tem voltado sua atenção para as grandes transformações que
passam os hospitais nos últimos anos.
19
6. REFERÊNCIA
1. CALDEIRA, Francisco; SILVA, Lorena; MENEZES, Max. Acolhimento Com Classificação de Risco na Rede de Urgência e Emergência: Perspectiva Para Enfermagem. Cadernos de Graduação, v2, p.45-58. Universidade de
Ciências Biológicas da Saúde. Aracaju, out 2014.
2. ANZILIERO, Franciele; ELIS, Barbara. Sistema Manchester: Tempo empregado na classificação de risco e prioridade para atendimento em uma emergência. Revista Gaucha de Enfermagem, v37, nº4. Porto Alegre, 2017
3. SANTANA, Elizangela et al. Classificação de Risco: Dificuldades encontradas pelos enfermeiros. Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2014.
4. AUGUSTA, Ana; CARLOS, Luiz; ANTONIO, Joaquim. Classificação de Risco em serviços de emergência: uma discursão da literatura sobre o Sistema de Triagem de Manchester. Revista Medica de Minas Gerais, V22, ed2,
UFMG, Belo Horizonte - MG, 2011.
5. REGINA, Eliane; ROSSO, Barbara; NETH, Caroline. Acolhimento com classificação de risco: avaliação dos profissionais de enfermagem de um serviço de emergência. Revista eletrônica de Enfermagem, v13, UFG
Florianópolis-MG, out 2011. Available fron: http://www.fen.ufg.br/revista
6. SILVA, Raissa; ANTONII, Mariza. Acolhimento com classificação de risco: o processo vivenciado pelo profissional enfermeiro. Revista Mineira de
Enfermagem, v12.4, Escola de Enfermagem - UFMG, dez 2018.
7. MARA, Licia; ELVIRA, Denise. Classificação de risco em emergência – um desafio para as/os enfermeiras/os. Revista Enfermagem em Foco, v2, p.14-
17. Santa Catarina, 2011.
8. FREITAS, Michele; NOVELLI, Gabriela; MAINO, Aline. Protocolo de avaliação e classificação de risco de pacientes em unidade de emergência. Revista Latino-Am, v22, p.18-25, Universidade de São Paulo – SP, abr 2014.
9. LUCAS, João; PAULA, Ana; SILVA, Mayckel. Acolhimento com classificação de risco: percepção de usuários de uma unidade de pronto atendimento. Revista Contexto Enfermagem, v26. Cascavel – PA, ferv 2015.
10. MARCHI, Thiago, GOMES, Dnaiel; ANDREZZA, Rosemarie. Implantação do sistema de Classificação de Risco Manchester em uma rede municipal de urgência. Revista Saúde em Debate, v43, nª 121. Rio de Janeiro – RJ, jun 2019.
20
11. FERREIRA, Rhamaia; SUELEN, Tayssa; CLAUDINEY, Fabio. O papel do enfermeiro no processo de classificação de risco na urgência: uma revisão.
Revista Humano Ser, v1, p.99-114. Natal-RN, 2015.