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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA Jussara dos Santos Valentini PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ÂMBITO INTRA-HOSPITALAR: CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL REGIONAL

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA

Jussara dos Santos Valentini

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ÂMBITO INTRA-HOSPITALAR: CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL REGIONAL

SÃO PAULO – SP

2014

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JUSSARA DOS SANTOS VALENTINI

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ÂMBITO INTRA-HOSPITALAR: CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL REGIONAL

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação Profissionalizante da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva como requisito para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva, sob orientação da professora Enfª Ms. Jucimar Frigo e Coorientação de Enfª Dda. Denise A. Zocche.

SÃO PAULO – SP

2014

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JUSSARA DOS SANTOS VALENTINI

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ÂMBITO INTRA-HOSPITALAR: CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM HOSPITAL REGIONAL

Dissertação submetida à banca examinadora como requisito para obtenção do título

de Mestre em Terapia Intensiva, no Programa de Pós-Graduação Profissionalizante

da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva.

Orientadores:

Nome do Professor: Ms. Jucimar FrigoData: _____________De acordo: ___________________________.

Nome do Professor: Dda. Denise A. ZoccheData: _____________De acordo: ___________________________.

Professor Convidado:

Nome do Professor _________________________Data: _____________De acordo: ___________________________.

SÃO PAULO - SP

2014

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter inspirado meu espírito a desenvolver este trabalho.

Meu esposo, André Luiz Valentini, com sua paciência, colaboração,

companheirismo e amor, me deu suporte e enfrentou com valentia meus períodos de

ausência cuidando de nossos pequeninos.

Aos meus filhos, Eduarda Valentini e Luiz Felipe Valentini, os meus

pequenos, os quais a simples imagem de seus rostinhos produzia em minha mente

uma energia revitalizadora, dando-me força para continuar.

A minha orientadora, Jucimar Frigo, e a professora, Denise A. Zocche, por

terem disponibilizado de seu tempo e por todo ensinamento, incentivo e orientação.

A Associação Lenoir Vargas Ferreira a qual abriu as portas para

desenvolvimento desta pesquisa.

Logosofia que esta me ensinando o significado da paciência inteligente – “...

A paciência, como virtude, deve ser ativa e consciente. Para dotá-la de tais

qualidades, é necessário estabelecer uma ordem no domínio das realizações,

porque a elaboração de um plano há de preceder a condução paciente e inteligente

do esforço que deve intervir em sua execução. Essa paciência há de acompanhar o

ser até o resultado final, por ser a energia que sustém o esforço até sua feliz

culminação” (PECOTCHE, 2005, p. 136).

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Estude muito, e predisponha seu ânimo de

forma que o estudo chegue a seduzi-lo tanto

que você se entregue a ele com alegria. Mas

não interprete o que lhe digo como se devesse

dedicar-se unicamente ao que os livros

ensinam. Não; o estudo terá de seguir em você

um processo de atividade intelectiva

permanente, derivado da observação, que você

poderá exercitar em todo momento e nos

ambientes que frequentar. Sua vida será, pois,

motivo constante de estudo. Logo

compreenderá que não há estudo mais belo

(PECOTCHE, 2012, p. 13).

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RESUMO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva exploratória, que objetivou analisar o conhecimento da equipe de enfermagem sobre parada cardiorrespiratória, a partir do protocolo de atendimento à parada cardiorrespiratória (PCR) do Guidelines 2010, em um hospital regional no estado de Santa Catarina. Os participantes do estudo foram 40 profissionais da equipe de enfermagem da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira no mês de outubro de 2011. Para coleta utilizou-se questionários com perguntas semi-estruturadas a cerca do conhecimento frente a PCR, conforme Guidelines (AHA, 2010). Os dados foram analisados mediante análise temática de Bardin (1979), onde foi possível constatar que as equipes apresentavam dificuldade consideráveis no manejo da PCR. Entre elas destaca-se a ordem de prioridade dos passos de atendimento e a proporção de massagem com ventilação, entre outros. O estudo disparou dentro da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira a possibilidade de vir a ser desenvolvido um programa de educação continuada para capacitar seus profissionais objetivando assim uma melhora na qualidade da assistência frente à PCR. Apesar de avanços nos últimos anos relacionados à prevenção e a tratamento de agravos cardiovasculares, muitas vidas ainda são perdidas anualmente no Brasil. Sendo assim, se faz necessário um preparo cada vez maior da equipe, tanto emocional quanto teórico-prático, frente a uma PCR, a fim de podermos cada vez mais atender de forma ágil e segura. Portanto isto implica em respeitar as ordens de prioridade, em tempo hábil a fim de reduzir sequelas e diminuir a mortalidade geral da população.

Palavras-chaves: Educação continuada. Parada cardiorrespiratória. Assistência de enfermagem.

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ABSTRACT

 It’s a descriptive exploratory research, which had the objective, to analyze the knowl-edge of the nursery team about cardiopulmonary arrest, from care protocol for car-diopulmonary arrest (CPA) of the 2010 Guidelines, in a public hospital in the state of Santa Catarina. The participants of the study were 40 professionals from the nursery team of the hospital Lenoir Vargas association in October 2011. To collect the data were used questionnaires with semi structured questions about the subject before the PCR, according to the Guidelines (AHA, 2010). The data were analyzed by Bardin’s theme analysis, where it was possible to find that the teams presented con-siderable difficulties in managing the PCR. Among them, the order of priority of the treatment steps and the proportion of ventilated massage stands out. The study de-livered within the Lenoir Vargas Ferreira hospital association a possibility to start a program of continuing education to train its employees so aiming an improvement in quality of care across the PCR. Despite of the advances related to prevention and treatment of cardiovascular injuries, many lives are still lost annually in Brazil. Thus, a little prepare is increasingly necessary from the team, emotional as well as theoreti-cal and practical, in front of a PCR in order to be able to meet the increasingly fast and secure. Therefore this implies the respect of the priority orders, in a timely man-ner in order to reduce sequel and reducing the overall mortality of the population.

Keywords: Continuing education. Cardiopulmonary arrest. Nursing assistance.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Distribuição por gênero dos profissionais participantes da pesquisa........40

Gráfico 2. Distribuição dos profissionais segundo a faixa etária................................42

Gráfico 3. Composição da equipe..............................................................................43

Gráfico 4. Distribuição do nível de formação.............................................................45

Gráfico 5. Conhecimento dos sinais e sintoma em PCR...........................................46

Gráfico 6. Conhecimento sobre a conduta da equipe de enfermagem frente a

PCR..........................................................................................................47

Gráfico 7. Conhecimento sobre quais são as medidas por ordem de prioridade......48

Gráfico 8. Conhecimento sobre proporção de massagem e ventilação.....................50

Gráfico 9. Conhecimento sobre a relação de carga a ser aplicada no desfibrilador. .51

Gráfico 10. Conhecimento sobre a relação de ventilação e compressão após

intubação................................................................................................52

Gráfico 11. Conhecimento da equipe de enfermagem sobre as drogas em PCR.....53

Gráfico 12. Conhecimento sobre a atualização baseada no ACLS...........................54

Gráfico 13. Conhecimento sobre o material produzido pela SOBRATI.....................55

Gráfico 14. Tempo transcorrido da última capacitação de PCR................................56

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABCD – Abertura da via aérea, boa respiração, circulação, desfibrilação

ACLS – Advanced Cardiac Life Support (Suporte Avançado de Vida em Cardiologia)

AESP – Atividade Elétrica Sem Pulso

bpm – Batimentos por minuto

BLS – Basic Life Support (Suporte básico de vida)

CABD – Compressões torácicas, via aérea, respiração e desfibrilação

DC – Débito Cardíaco

DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Profissional

DEA – Desfibrilador Automático

ERC – Conselho Europeu de Ressuscitação

EV – Endovenoso

FC – Frequência Cardíaca

FV/TV sem pulso – Fibrilação Ventricular Taquicardia Ventricular Sem Pulso

HRO – Hospital Regional do Oeste

HSFC – Heart and Stroke Foundation of Canadá

IBS – Suporte Básico Intensivo

ILCOR – International Liaison Committee on Resuscitation (Comitê Internacional de

Ressuscitação)

InCOR – Instituto do Coração

IO – Intra-ósseo

J – Joules

PA – Pressão Arterial

PAD – Pressão Diastólica

PALS – Suporte Avançado de Vida em Pediatria

PAS – Pressão Sistêmica Sistólica

PCR – Parada Cardiorrespiratória

POP – Protocolo Operacional Padrão

PS – Pronto Socorro

RCE – Retorno à Circulação Espontânea

RCP – Reanimação Cardiopulmonar

RCP – Ressuscitação Cardiopulmonar

ROP – Reunião Ordinária de Plenária

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RP – Resistência Periférica Total

SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SAV – Suporte Avançado de Vida

SAVC – Suporte Avançado de Vida em Cardiologia

SBV – Suporte Básico de Vida

SC – Santa Catarina

SOBRATI – Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva

SUS – Sistema Único de Saúde

TCLE – Termo de Consentimento Livre Esclarecido

TOT – Tubo Oro Traqueal

TV – Taquicardia Ventricular

UTI – Unidade Terapia Intensiva

VE – Volume de Ejeção

VM – Ventilação Mecânica

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................122 OBJETIVOS...........................................................................................................132.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................13

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................13

3 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................................143.1 O CENÁRIO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO MUNDO E NO

BRASIL................................................................................................................14

3.2 COMPREENDENDO A FISIOLOGIA CARDÍACA: A FUNÇÃO DE BOMBA DO

CORAÇÃO...........................................................................................................15

3.2.1 Sistema cardiorrespiratório...........................................................................163.2.2 Conhecendo a semiologia em cardiologia: reconhecendo sinais e sintomas..........................................................................................................173.2.3 Parada cardiorrespiratória.............................................................................183.3 O ATENDIMENTO DA PCR NO ÂMBITO HOSPITALAR....................................20

3.4 O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE À PCR: UM

DIFERENCIAL NA ASSISTÊNCIA PRESTADA..................................................21

3.5 SUPORTE BÁSICO DE VIDA E SUPORTE AVANÇADO DE VIDA....................23

3.5.1 Desfibrilação...................................................................................................253.5.1.1 Medicações mais utilizadas no atendimento a PCR......................................26

3.5.2 Equipe de enfermagem no atendimento a PCR...........................................273.5.3 A liderança na enfermagem frente à PCR.....................................................303.5.4 Qualificação da equipe de enfermagem frente a PCR.................................31

3.5.5 As diretrizes para o atendimento de PCR.....................................................323.5.6 Fluxogramas e o uso de Protocolos pelo Enfermeiro frente a uma PCR. .344 DESENHO METODOLÓGICO...............................................................................364.1 TIPO DE ESTUDO...............................................................................................36

4.2 O LOCAL DO ESTUDO.......................................................................................36

4.3 SUJEITOS DE PESQUISA..................................................................................37

4.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS.....................................37

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.........................................38

4.6 ASPECTOS ÉTICOS NA PESQUISA..................................................................39

5 ANÁLISE DOS DADOS..........................................................................................40

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5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM..................................40

5.1.1 Representatividade e gênero.........................................................................405.1.2 Distribuição por faixa etária...........................................................................415.1.3 Distribuição da composição da equipe........................................................435.1.4 Nível de formação...........................................................................................445.2 O CONHECIMENTO SOBRE PCR......................................................................45

5.2.1 Identificação de sintomas..............................................................................465.2.2 Conhecimento sobre a conduta frente a PCR..............................................475.2.3 Conhecimento sobre quais são as medidas por ordem de prioridade......485.2.4 Conhecimento sobre a relação massagem x ventilação.............................495.2.5 Conhecimento sobre a relação de joules x desfibrilador............................515.2.6 Conhecimento sobre a proporção de ventilação e compressão após intubação.........................................................................................................525.2.7 Conhecimento sobre as drogas utilizadas frente à PCR.............................535.2.8 Conhecimento sobre a atualização do ACLS...............................................545.2.9 Conhecimento sobre o material produzido pela SOBRATI.........................545.2.10 Última capacitação de PCR..........................................................................556 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................57REFERÊNCIAS.........................................................................................................59APÊNDICES..............................................................................................................67ANEXOS....................................................................................................................87

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1 INTRODUÇÃO

A enfermagem é quem dedica maior tempo na assistência direta ao paciente,

é ela quem esta prestando cuidados durante 24 horas, e vem ampliando, a cada dia,

o seu espaço na área da saúde, tanto no contexto nacional quanto no cenário

internacional (BACKES et al., 2008).

O enfermeiro é o grande líder, necessitando gerenciar sua unidade e liderar a

sua equipe para que o andamento do trabalho ocorra de forma sistemática e

adequada desde a organização do setor até a assistência direta ao paciente.

Entre as ações e áreas de atuação da enfermagem esta as situações de

atendimento de urgência e emergência, onde requer mobilização de competências,

habilidades e conhecimento por parte da equipe.

A frequência de PCR nas unidades hospitalares como nas unidades de pronto

socorro, clínica médica, unidade de terapia intensiva (UTI) e clínica cirúrgica é

significativa (ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006). Cada unidade determinará o

perfil da equipe de assistência, com ênfase na capacitação profissional, controle

emocional, entre outras características (PEREIRA, 2008).

No caso do município de Chapecó, esta realidade é preocupante, pois

segundo dados do Data Sus de 2010, a relação de mortalidade causada por

doenças do aparelho circulatório, demonstram que nas idades entre 5 a 9 anos a

mortalidade é de 100%; 20 a 49 anos 11%; 50 a 64 anos de 22,2% e de 60 a mais

de 39,6%. Ainda sobre a distribuição percentual das internações por doenças do

aparelho circulatório por faixa etária, a mais significativa se encontra nas seguintes

idades: 50 a 64 anos – 19,1% e de 60 e mais anos de 21,6%. (BRASIL, 2014).

Tendo em conta este cenário, delineou-se uma pesquisa com a finalidade de dar

visibilidade e produzir conhecimento sobre a assistência de enfermagem frente à

parada cardiorespiratória (PCR).

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar o conhecimento da Equipe de Enfermagem no atendimento de

Parada Cardiorrespiratório (PCR) em adultos no âmbito hospitalar, a partir do

Guidelines (AHA, 2010).

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Identificar o embasamento teórico da equipe de enfermagem mobilizado

frente ao atendimento de PCR;

● Identificar o conhecimento da Equipe de Enfermagem em relação protocolo

proposto pela Advanced Cardiac Life Support Guidelines (AHA, 2010) e Protocolo do

Suporte Básico Intensivo (IBS) da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva

(SOBRATI);

● Identificar o perfil da equipe de enfermagem que presta o primeiro

atendimento ao paciente em PCR.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 O CENÁRIO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO MUNDO E NO BRASIL

No século passado, inúmeras populações conquistaram consideráveis

melhorias das condições de saúde, refletidas em aumento médio da expectativa de

vida de 25 anos, tendo como justificativa o desenvolvimento socioeconômica

mundial. Neste contexto, as doenças predominantes passam por uma fase de

transição epidemiológica, onde consistiu uma mudança do cenário em que

predominavam acometimentos infecto parasitários e deficiências nutricionais para o

surgimento de manifestações crônico-degenerativas, entre elas as doenças

cardiovasculares, sendo fatores de possíveis consequências, a diminuição das

doenças infecciosas agudas, associada a maior expectativa de vida populacional,

mudanças no estilo de vida e de condições socioeconômicas, além de

suscetibilidade de certas populações a desfechos clínicos mais impactantes, devido,

por exemplo, à herança genética (AZEVUM; MAIA; NAKAZONE, 2012).

O mesmo autor citado no parágrafo anterior reforça que nos últimos 30 anos,

observou-se que nos países ocidentais houve um grande declínio na mortalidade

devido às doenças cardiovasculares, em contrapartida a um aumento considerável

nas nações em desenvolvimento.

Nos Estados Unidos, com uma população de 260 milhões de pessoas, as

estatísticas apontam para cerca de 1 milhão de mortes anualmente devido a

doenças cardiovasculares. Dessas, estima-se que 350 mil sejam por parada

cardíaca súbita, sendo que as manobras de ressuscitação cardiopulmonar são

fornecidas a aproximadamente dois terços dessas vítimas. Com esses dados a um

sugestivo que mais de 2 milhões de pessoas morrerem inesperadamente a cada

ano. Em 1999 as doenças cardiovasculares vitimaram cerca de 17 milhões de

pessoas, e estima-se que atingirá em torno de 25 milhões em 2020 (DALLAN;

TIMERMAN, 2012).

O Brasil passou por grandes transformações políticas, econômicas e sociais

nos últimos 40 anos, sendo uma de suas características marcantes as diferentes de

saúde e as amplas desigualdades internas. Entre 1970 e 2000, a proporção de

pessoas com mais de 60 anos dobrou e em 2009 teve um aumento de 10%. Em

2020, espera-se que a taxa de dependência dos idosos seja de 68 pessoas com

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mais de 60 anos para cada 100 crianças e adolescentes. Essas mudanças afetaram

as condições de vida e o comportamento de saúde dos brasileiros, um exemplo é a

prevalência de sobrepeso e de obesidade está aumentando, 47,3% dos homens que

vivem nas capitais brasileiras estão acima do peso. Um dos motivos pode ser

justificado pela baixa prática de atividade física, mas em contrapartida o tabagismo

diminuiu em virtude do Programa Nacional de Controle do Tabaco realizada em

2008, 17,2% da população fumavam, em comparação com 34,5% no ano de 1989,

quando o programa teve início (BRASIL, 2010).

Estas mudanças nas taxas de mortalidade e morbidade estão relacionadas a

essas transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais, sendo assim neste

contexto epidemiológico estão às doenças do aparelho circulatório que são

consideradas a principal causa de morte, seguidas pelo câncer e por causas

externas, como os homicídios e acidentes de trânsito (LADEIRA apud MARTINS;

ZAMBONI; VELASCO, 2009).

No Brasil, a taxa de morte por doenças do aparelho circulatório correspondia

em 2012 a 53,8% e já dimensionava a sua magnitude como problema de saúde

pública 53,8% (BRASIL, 2012).

3.2 COMPREENDENDO A FISIOLOGIA CARDÍACA: A FUNÇÃO DE BOMBA DO

CORAÇÃO

O coração é um órgão muscular oco, que funciona como uma bomba

contrátil-propulsora, esta subdividido em quatro câmaras entre átrios e ventrículos,

situa-se na cavidade torácica, atrás do esterno, acima do músculo diagramático e

sua maior porção encontra-se a esquerda do plano mediano (TORTORA;

DERRICKSON, 2012).

A fisiologia cardiovascular atua no sentido de promover adequada retirada de

produtos metabólicos do organismo e possibilitar a chegada de nutrientes a todos os

sistemas. Para esta função o organismo apresenta componentes específicos

ajustáveis, que respondem de acordo com cada situação. São eles: Débito Cardíaco

(DC), Pressão Arterial (PA), Volume de Ejeção (VE), Frequência Cardíaca (FC),

Resistência Periférica Total (RP) e Circulação Sanguínea (PINHO; SILVA; NÚNEZ,

2010).

O papel essencial do coração, no sistema circulatório, é funcionar como uma

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bomba, propiciando irrigação aos tecidos de maneira adequada às necessidades

metabólicas. Esta função deve ser preservada ininterruptamente e sob qualquer

condição, para isso necessita de vários mecanismos de controle, sejam eles de

aparecimento instantâneo (frequência cardíaca, estado contrátil, capacitância

venosa), intermediário (retenção sódica e de fluídos) ou de longo prazo

(remodelação cardíaca). A cada batimento, o desempenho sistólico do coração

dependerá da contratilidade miocárdica, da pré-carga e pós-carga, que é a

resistência encontrada pelo ventrículo para seu esvaziamento durante a sístole

(CHAGAS; NETO, 2012).

César e Ferreira (2012) descrevem que o coração é um órgão aeróbico,

obtendo sua energia quase que exclusivamente da oxidação, de forma que o aporte

de oxigênio é crucial para a manutenção do metabolismo basal e a atividade contrátil

e elétrica das células miocárdicas. A circulação coronária normal consegue prover

oxigênio para o coração. Segundo Arnheim e Prentice (2002), quando o corpo é

solicitado a realizar uma atividade física e necessita de mais oxigênio, o coração

precisa se adaptar a demanda do metabolismo corporal. Lavítola (2012) descreve o

coração como órgão musculoso, tendo sua função mecânica comparada à de uma

bomba aspirante premente, seu desempenho mecânico cardíaco se faz em ciclos,

esses no sistema cardiocirculatório, ocorrem significativas modificações de pressão

e de volume. Ao final de cada ciclo, o coração cumpre sua tarefa, de recepção e

propulsão da massa sanguínea. O conjunto de fenômenos físicos é precedido por

reações bioquímicas processadas por células musculares cardíacas,

desencadeadas pelo estímulo elétrico ao se propagar pelas fibras miocárdicas.

3.2.1 Sistema cardiorrespiratório

O sistema cardiovascular exerce função de distribuir o sangue, promovendo o

transporte de oxigênio e nutrientes para todo o corpo, removendo também o produto

do metabolismo o qual é necessário para suprir as necessidades dos tecidos

(TORRES, 2004). Para Gomes (2005) o sistema cardiovascular possui três funções

primordiais: o transporte de oxigênio e de outros nutrientes para as células do

organismo, remover as excretas metabólicas resultantes do metabolismo celular, e

promover o transporte de substâncias pela corrente sanguínea de um local do corpo

para outro como é o caso dos hormônios, água e eletrólitos.

16

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O sistema cardiocirculatório e o sistema respiratório constituem os principais

sistemas orgânicos, nos quais ocorre a situação de PCR. O sistema

cardiocirculatório é considerado uma elaborada rede de transportes de materiais no

organismo tendo como função controlar, rigorosamente, o ambiente interno do

organismo através de um sistema de bombeamento do sangue, tendo como

principais finalidades: transportar oxigênio e as substâncias absorvidas no trato

gastrintestinal aos tecidos, liberar gás carbônico nos pulmões, transportar outros

produtos do metabolismo até os rins, também atua na regulação da temperatura

corporal e distribuição de hormônios e outros agentes que regulam a função celular

(GANONG, 2006).

Frente às ocorrências de distúrbios cardiovasculares que determinam, ainda

que transitoriamente, o paciente apresentará queda de pressão arterial e

hipoperfusão dos tecidos, onde ocorrerá uma série de mecanismos adaptativos,

tendo como objetivo primordial a preservação da volemia, pressão arterial e da

perfusão de órgãos como o cérebro, coração e rins. Tal resposta se desenvolve

ordenada e previsível, independente do agente agressor inicial como exemplo

sangramento, desidratação, distúrbios primários de contratilidade miocárdica ou de

sobrecarga hemodinâmica. Os mecanismos essenciais envolvidos são o de Frank-

Starling, a redistribuição vascular, a ativação de sistemas neuro-humorais e o

remodelamento miocárdio. Esses mecanismos ocorrem rapidamente após o evento

agressor, já o remodelamento ocorre lentamente (MANGINI; ISSA, 2012).

3.2.2 Conhecendo a semiologia em cardiologia: reconhecendo sinais e sintomas

O aumento da pressão arterial também aumenta a frequência cardíaca,

podendo chegar até 75%. Pequena parte desse aumento (15%) é causada por efeito

direto do volume arterial aumentado sobre a distensão do Nó Sino-atrial. Aumento

adicional de 40 a 60% na freqüência é causado por reflexo nervoso chamado de

reflexo de Bainbridge (GOMES, 2005).

A frequência cardíaca em repouso varia entre 60 a 70 batimentos por minuto

(bpm), em atividades máximas pode alcançar os valores de 190 a 200 bpm. O débito

cardíaco em repouso é de 5 litros por minuto, podendo atingir de 20 a 25 litros por

minuto com pico máximo em indivíduos ativos podendo chegar a 40 litros por

minutos. Em relação a pressão sistêmica sistólica (PAS) os valores normais são de

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aproximadamente 120 mmHg e em cargas máximas pode alcançar o valor de 200 a

250 mmHg e a pressão diastólica (PAD) valores normais variam de 60 a 80 mmHg

(TORTORA; DERRICKSON, 2012).

Segundo Vianna e Soeiro (2012), observa-se um declínio na aplicação de

técnicas do exame físico, isto vem ocorrendo em consequência de novos métodos

de diagnóstico. No entanto não há método diagnóstico que substitua uma anamnese

bem realizada, seguida de um exame físico detalhado, esses são responsáveis por

90% dos diagnósticos. Os mesmos autores descrevem que a anamnese

cardiovascular proporciona uma ampla variedade de possibilidades diagnósticas,

sendo fundamental para estabelecer a gravidade, evolução e prognóstico de

determinadas doenças, devendo ser realizada de forma minuciosa observando os

principais sinais e sintomas: dor torácica, dispnéia, síncope, fadiga, cansaço,

palpitações, edema, tosse, cianose, hemoptise, claudicação e coloração da pele.

Neste sentido torna-se necessário que o enfermeiro tenha o conhecimento

necessário para uma assistência adequada às necessidades dos usuários do SUS

nas suas diversas demandas, entre elas aquelas relacionadas à PCR.

A responsabilidade do enfermeiro na tomada de decisão em uma PCR inicia-

se no seu reconhecimento, quando o paciente apresenta ausência dos batimentos

cardíacos, ausência de movimentos respiratórios, sem resposta a estímulos que

mantenham a atividade cerebral. Esses sinais confirmam o diagnóstico da PCR,

requerendo a reanimação no mínimo de tempo possível, devido a perdas

irreversíveis para o cérebro (SILVA; SANNA; NUNES, 2001).

3.2.3 Parada cardiorrespiratória

Nasi (2005) descreve a PCR como cessação das atividades respiratórias e

circulatórias efetivas; e emprega o termo reanimação cardiorrespiratória a qual

constitui um conjunto de intervenções que objetiva restabelecer a circulação efetiva

e a oxigenação tissular. Conforme Guimarães et al. (2008) a parada cardíaca é a

cessação súbita da circulação sistêmica do indivíduo com expectativa de

restauração da função cardiopulmonar e cerebral em situações onde o indivíduo não

possua doença intratável ou fase terminal, juntamente com este evento, interrompe-

se a atividade respiratória, definindo-se como PCR.

Para Cheregatti, Amorim e Oliveira (2010) a PCR é a ausência de atividade

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mecânica cardíaca, confirmada pela ausência de pulso detectável, ausência de

responsividade e apnéia ou respiração agônica, ou seja: não respiram e não

apresentam pulso. Para Dallan e Timerman (2012), a parada cardíaca caracteriza-se

pela interrupção súbita da circulação sistêmica em um indivíduo com expectativa de

vida, sendo precedentes à PCR a interrupção da atividade respiratória, caracterizada

pela ausência de movimentos torácicos inspiratórios efetivos. Segundo a American

Heart Association (AHA, 2008), um paciente que tem respiração agônica não

responde e não tem pulso esta em parada cardíaca.

Já em 2010 a mesma associação AHA complementa que o reconhecimento

ativo da PCR a vítima não responde, não respira ou esta respirando anormalmente

(Gasp agônico). As manifestações clínicas da PCR são perda de consciência, pulso

e pressão arterial, podendo ocorrer esforço respiratório ineficaz, as pupilas

começam a se dilatar dentro de 45 segundos, podendo ou não ocorrer crise

convulsivas (SMELTZER; BARE, 2010).

Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da PCR, em

que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para melhorar o

resultado do atendimento (LADEIRA apud MARTINS; ZAMBONI, VELASCO, 2009).

A PCR é responsável por morbidade elevada, mesmo em situações de

atendimento ideal ainda associado a isto há um baixo índice de sucesso e a

probabilidade de sobrevida, diminuindo acentuadamente a cada minuto, o sucesso

do atendimento, visto que a qualidade da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) influi

diretamente na sobrevida, juntamente com a desfibrilação precoce (LUZIA;

LUCENA, 2009).

Paiva e Miyoshi (2012) salientam que aproximadamente 4 minutos, após a

PCR, os neurônios do córtex cerebral, no adulto em normotermia, já começam a

sofrer alterações irreversíveis. Sendo assim o objetivo do suporte avançado e básico

é manter a perfusão cardíaca e cerebral com o sangue oxigenado, tendo como

objetivo final restaurar a circulação espontânea, até que esta seja alcançada, o

paciente é assistido com ventilação artificial, compressão torácica e outras medidas

adjuntas. O Suporte Básico Intensivo (IBS), retrata a PCR como o limite da

gravidade que impõe o atendimento imediato por parte da equipe de saúde, “hora

dourada” em virtude de não existir reserva de oxigênio na corrente sanguínea, evitar

a hipóxia e anóxia cerebral é o objetivo de todo atendimento, haja visto que o

cérebro não suporta mais que 3 minutos sem oxigênio, sendo que após 10 minutos

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podem surgir sinais definitivos de morte encefálica.

3.3 O ATENDIMENTO DA PCR NO ÂMBITO HOSPITALAR

No Brasil há 6.384 hospitais, dos quais 69,1% são privados. Apenas 35,4%

dos leitos hospitalares se encontram no setor público; 38,7% dos leitos do setor

municipal (38,8%) (BRASIL, 2010).

A Sociedade Brasileira de Cardiologia destaca que ocorrem em torno de

200.000 de PCR ao ano no Brasil, sendo a metade dos casos em ambiente

hospitalar, e a outra metade em ambiente extra-hospitalar (GONZALEZ et al., 2013).

Em 1990, a expectativa para as próximas três décadas referentes à

morbimortalidade atribuível a doenças cardiovasculares passassem de 85 milhões

de incapacitados, pareados por idade, para o dobro em 2020, com marco de 160

milhões, sendo 80% deste impacto nos países em desenvolvimento. Neste cenário,

a doença cardíaca isquêmica é a grande representante, podendo ser responsável

por antecipar estas previsões já na próxima década (AZEVUM; MAIA; NAKAZONE,

2012).

A PCR que ocorre em ambiente hospitalar, tem o socorro tanto básico como o

especializado mais rápido, devido o fato de que as doenças pré-existentes nos

pacientes que estão hospitalizados podem predizer um pior prognóstico

(TIMERMAN et al., 2001 apud MADEIRA; GUEDES, 2010). Mesmo assim, a

mortalidade por PCR no hospital permanece alta, pois o índice médio de

sobrevivência é de aproximadamente 17%, apesar dos avanços significativos nos

procedimentos terapêuticos (DALLAN; TIMERMAN, 2012).

Em estudos recentes, demonstram que 80% dos pacientes hospitalizados

com parada cardiorrespiratória tinham sinais vitais anormais documentados por até 8

horas antes da parada real e da baixa porcentagem de pacientes com PCR

hospitalar que experimentam o retorno da circulação espontânea e são admitidos na

unidade de terapia intensiva 80% acabam morrendo antes da alta e somente 44%

dos pacientes sem parada, morrem antes da alta hospitalar (AHA, 2008).

Para Dallan e Timerman (2012) infelizmente, a maioria das tentativas de

ressuscitação termina com morte ou perda importante da capacidade funcional

cerebral e que dados da literatura mostram taxas de sobrevida que variam de 3,3%

a 20,7% e a sobrevida após a PCR, em ambiente intra-hospitalar, tem taxa em torno

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de 17%. Neste sentido, é de extrema importância que conheçamos o perfil dos

pacientes do âmbito hospitalar em que atuamos, para que o atendimento prestado

durante a PCR seja eficaz (BARROS apud GARCIA; SERIGHELLI; QUADROS,

2009).

O atendimento a uma PCR em um ambiente hospitalar ainda constituiu um

desafio para a equipe de enfermagem, pois para que o atendimento seja efetivo são

necessários o reconhecimento precoce e o início das manobras de reanimação o

mais cedo possível, com finalidade de restabelecimento dos batimentos cardíacos,

evitando lesão cerebral, faz-se necessário agilidade, sincronismo e coesão da

equipe durante o atendimento (GARCIA; SERIGHELLI; QUADROS, 2009). As

equipes médicas e de enfermagem necessitam estar em constante atualização

sobre a PCR, e sobre os procedimentos e técnicas que envolvem o atendimento a

este agravo. Neste contexto Sardo e Dal Sasso (2008) apontam que muitos

enfermeiros não se sentem com capacidade efetiva de atuar em situação de PCR.

Esta equipe que presta atendimento precisa ter metas claras, utilizar cenários

simples e objetivos, permitir ambiente informal e com liberdade para errar e gerar um

feedback positivo (SAFER, 1989 apud MIOTTO, 2013).

Assim, faz-se necessário que ocorram capacitações periódicas por parte de

toda equipe que presta assistência direta e indiretamente, tendo suas condutas

norteadas por diretrizes e protocolos, proporcionando ao profissional segurança na

tomada de decisões.

3.4 O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE À PCR: UM

DIFERENCIAL NA ASSISTÊNCIA PRESTADA

A tomada de decisão precisa ocorrer de forma rápida, em situações de risco

iminente de vida, sendo assim, é de fundamental importância para os profissionais

com atividade em unidades de emergência o conhecimento e treinamento na área

da reanimação (FILGUEIRAS FILHO et al., 2006).

O atendimento a PCR é conhecimento prioritário de todo profissional de

saúde, independente de sua especialidade, a necessidade de atitudes rápidas e

precisas determina a contínua atualização das equipes nas diretrizes mais recentes

de atendimento (GUIMARÃES et al., 2008).

A constante atualização dos profissionais de enfermagem se faz necessária,

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para que desenvolvam habilidades com a equipe multiprofissional e atuem em

situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica (GRAÇAS; LIMA, 2009).

Em estudo realizado por Lima et al. (2009) demonstraram que programas de

treinamento permanente em SBV e SAV resultam em importante incremento no nível

de conhecimento dos profissionais de enfermagem, tanto teórico quanto nas

habilidades práticas. Estão entre os determinantes mais importantes das taxas de

sucesso em reanimação cardiopulmonar. Os avanços tecnológicos, juntamente com as medidas emergenciais para a

manutenção da vida têm gerado a expansão no papel da equipe de enfermagem em

relação aos cuidados prestados aos pacientes em PCR, então neste cenário o

conhecimento científico, independente da área de atuação constitui-se na base para

o desenvolvimento da prática (PEDERSOLI, 2009).

Alguns aspectos são fundamentais na qualificação do enfermeiro que atua em

situações de emergência, pois é necessário ter conhecimento científico e habilidade

técnicas, transmitir segurança à equipe, atuar de forma objetiva e sincronizada. Além

disto, o desenvolvimento e aperfeiçoamento desses aspectos serão obtidos através

de estudos e educação continuada, garantindo um atendimento de qualidade e com

menores riscos aos pacientes cuidado. Sendo assim, médicos e enfermeiros devem

estar preparados para atender toda a situação de emergência, e para que isto ocorra

o treinamento da equipe é de suma importância para que o atendimento flua

espontaneamente (GARCIA, 2009; LUZIA; LUCENA, 2009).

Em pesquisa realizada por Veiga et al. (2013) demonstraram uma deficiência

no conhecimento da equipe multiprofissional diante as situações de PCR, sendo que

na maioria das vezes, esta equipe é responsável pelo primeiro atendimento destas

intercorrências. Por isso, é de fundamental importância a capacitação da equipe

para o reconhecimento e atendimento inicial, para que haja uma melhoria da

assistência, com potencial de redução da mortalidade hospitalar. Reforçam ainda

que times de resposta rápida, além de atuar no atendimento das situações de

emergência, pode ter um caráter educativo, participando ativamente do processo de

treinamento da equipe multiprofissional.

3.5 SUPORTE BÁSICO DE VIDA E SUPORTE AVANÇADO DE VIDA

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Preocupada com a lacuna de conhecimento e treinamento referente ao tema

da morte súbita, a American Heart Association (AHA) desenvolveu na década de 70,

cursos de suporte básico e avançado de vida em cardiologia (BLS – “Basic Life

Support” e ACLS – “Advanced Cardiac Life Support”). Passados mais de 30 anos, os

programas de treinamento expandiram-se e multiplicaram-se. O Brasil, foi o primeiro

país a ter cursos de ressuscitação reconhecidos pelo AHA fora dos Estados Unidos,

passou a treinar médicos, enfermeiros e fisioterapeutas a partir de 1997 e, desde

então, já foram treinados milhares de profissionais em todo território nacional, sob a

coordenação da AHA (MIOTTO, 2013).

Apesar dos avanços nos últimos anos relacionados à prevenção e ao

tratamento, muitas vidas são perdidas anualmente no Brasil relacionado à parada

cardíaca e a eventos cardiovasculares em geral. O Suporte Básico de Vida, envolve

o atendimento às emergências cardiovasculares principalmente em âmbito pré-

hospitalar, enfatizando o reconhecimento e a realização precoces das manobras de

ressuscitação cardiopulmonar com foco na realização de compressões torácicas de

boa qualidade, assim como na rápida desfibrilação, por meio da implementação dos

programas de acesso público à desfibrilação. Outro ponto fundamental é o início

precoce do Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, mantendo durante todo o

atendimento a qualidade das compressões torácicas, adequado manejo de via

aérea, tratamento específico dos diferentes ritmos de parada, desfibrilação,

avaliação e tratamento das possíveis causas, com ênfase ao cuidado pós

ressuscitação, visando reduzir a mortalidade (GONZALES et al., 2013). O objetivo

das intervenções de ressuscitação para uma vítima de parada cardíaca ou

respiratória é oferecer e restabelecer a boa oxigenação, ventilação e circulação, com

o retorno da função neurológica sem seqüelas, um objetivo intermediário da

ressuscitação é o retorno da circulação espontânea. Conforme Suporte Avançado de

Vida em Cardiologia (AHA, 2008) as ações usadas são seguidas por uma

abordagem sistemática, sendo avaliação primária (SBV) e avaliação secundária

(SAVC). O SAVC ensina técnicas de Suporte Básico de Vida (SBV) e de Suporte

Avançado de Vida em Cardiologia em ambiente hospitalar para profissionais da área

da saúde. Cursos como estes, tornam os profissionais mais eficientes no

atendimento de vítimas de PCR. Assim, nos Estados Unidos, a maioria dos hospitais

possui médicos e enfermeiros treinados em SBV e SAVC, sendo esse treinamento

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uma exigência para os profissionais que atuam em emergências (FILGUEIRAS

FILHO et al., 2006). Avaliação Primária (SBV), é uma abordagem sistemática do

suporte básico de vida, podendo ser realizada por qualquer profissional de saúde

treinado, sendo enfatizado a pronta RCP e desfibrilação, não sendo incluído

intervenções avançadas, como as técnicas de estabelecimento de uma via aérea

avançada ou de administração de medicamentos. Seu objetivo principal é dar

suporte ou restabelecer a boa oxigenação, ventilação e circulação até que se possa

iniciar as intervenções SAVC. Ressaltam que o bom desempenho das ações da SBV

aumentara substancialmente as chances de sobrevivência e de uma boa (ou melhor)

evolução neurológica para o paciente.

O suporte básico de vida visa ao reconhecimento e atendimento de situação

de emergência, como obstrução aguda de via aérea, acidente vascular cerebral, e

PCR, sendo sua abordagem inicial através destas manobras que visam instituir

condições mínimas necessárias para a manutenção ou recuperação da oxigenação

e da perfusão cerebral, tendo em vista que a viabilidade neurológica é definidora do

prognóstico da vítima. Este autor diz ainda que, por mais avançado que sejam os

recursos disponíveis para o atendimento a PCR, o suporte básico de vida é uma

condição crucial para a manutenção da perfusão e da oxigenação cerebral e

coronariana (LADEIRA apud MARTINS, 2009).

Ainda sobre este aspecto, Dallan e Timerman (2012), deixam claro que o

prognóstico do paciente vítima de PCR está intimamente relacionado ao intervalo

entre o colapso e a intervenção por pessoas treinadas, oferecendo suporte básico

de vida e do suporte avançado de vida de forma adequada, sendo que a

probabilidade de sobrevivência após o colapso diminui a cada minuto. Desta forma,

após a realização do atendimento básico CABD primário, deve ser iniciado o ABCD

secundário. Nesta etapa, são iniciadas técnicas avançadas e invasivas para o

manejo do paciente em PCR, enfatiza-se a importância da RCP de qualidade,

minimizando interrupções e evitando a ventilação excessiva. As ações de suporte

avançado de vida incluem: acesso vascular, administração de fármacos e a

colocação de via aérea avançada.

O Guidelines (AHA, 2010) aponta que nas PCRs podem ocorrer por quatro

diferentes ritmos: fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular sem pulso

(TVSP), atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia. A FV representa uma

atividade elétrica desorganizada e a TVSP, uma atividade elétrica ventricular

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organizada, ambas sem a capacidade de gerar fluxo sanguíneo. No suporte

avançado, a identificação do ritmo cardíaco é realizada através das pás do monitor

cardíaco, poupando tempo durante o atendimento por permitir a rápida desfibrilação,

caso esteja indicada Ladeira (apud MARTINS et al., 2011).

Convém ressaltar que até o ano de 2008, Suporte Avançado de Vida em

Cardiologia, bem como demais manuais de atendimento, orientavam uma sequência

de abordagem A-B-C-D (A: abertura de via aérea; B: boa ventilação; C: circulação e

D: Desfibrilação) e a partir de 2010, destacam que antes de iniciar a avaliação

primária do SBV, seja checado a responsividade do paciente, deve ser solicitado

ajuda, bem como um Desfibrilador automático (DEA). A partir desta concepção

American Heart Association orienta uma série de avaliações sequenciais C-A-B

(compressão torácica, via aérea e respiração) (AHA, 2010).

Apesar dos vários avanços alcançados na metodologia e organização do

atendimento das emergências cardiovasculares e do aperfeiçoamento didático dos

cursos de BLS e ACLS, ainda permanece como desafio o ensino do atendimento da

emergência, principalmente no que tange à retenção do conhecimento após os

cursos. Dentre as ações previstas no suporte de atendimento e já citadas

brevemente, a desfibrilação é um ato de suma importância, sendo assim trataremos

a seguir.

3.5.1 Desfibrilação

A desfibrilação precoce é o tratamento especifico para PCR FV/TV sem pulso,

ela não “reinicia” o coração, ela “atordoa” o coração e elimina, temporariamente,

toda a atividade elétrica, inclusive a FV e a TV rápida. Caso o coração ainda esteja

viável, seu marca-passo normal pode vir a reiniciar a atividade elétrica (retorno do

ritmo espontâneo) que resultará em uma perfusão adequada (AHA, 2008). Neste

sentido, é importante lembrar que o sucesso de qualquer tentativa de ressuscitação

depende de uma base sólida de RCP e desfibrilação de boa qualidade, realizadas

quando indicada pelo ritmo do paciente ao eletrocardiograma (AHA, 2008).

Dos adultos vítimas de PCR em ambiente intra-hospitalar, grande parte

apresenta ritmo de AESP (37%), Assistolia (39%) como ritmo inicial de PCR, ou seja

sem necessidade de desfibrilação, já FV/TV sem pulso são responsáveis por 23% a

24% das PCR ocorridas, com maiores taxas de sobrevida de 36 a 37%, sendo que a

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sobrevida geral considerando todos os ritmos de PCR é de 18% (MEANEY, 2010;

NADKARNI, 2006 apud GONZALEZ et al., 2013).

Em relação ao nível de energia recomendado no tratamento de FV/TV sem

pulso, será de acordo com o tipo de onda do desfibrilador, sendo monofásico 1º

choque 360 J e o mesmo valor para os choques subsequentes, no tipo de onda

bifásica exponencial truncada 150 a 200 J, com choques subsequentes iguais ou

maiores e os de onda bifásica retilínea 120 J e subsequentes igual ou maior ao

primeiro choque (PAIVA; MIYOSHI, 2012).

3.5.1.1 Medicações mais utilizadas no atendimento a PCR

Segundo Guidelines (AHA, 2010) entre as drogas mais utilizadas no

atendimento à PCR, estão: Epinefrina, Vasopressina, Amiodarona, Lidocaína,

Bicarbonato de Sódio e Sulfato de Magnésio, sendo que a Atropina deixou de ser

recomendada no manejo da Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP)/Assistolia;

aumento na ênfase do monitoramento fisiológico para otimizar a qualidade na RCP e

detectar os sinais de retorno à circulação espontânea (RCE); infusões de drogas

cronotrópicas são recomendadas como alternativa ao marca-passo nas bradicardias

sintomáticas e instáveis; adenosina passa a ser recomendada como terapia segura

e potencialmente efetiva no manejo inicial das taquicardias monomórficas regulares

de complexo largo estáveis e indiferenciadas e que é de suma importância que

ocorra cuidados sistemáticos pós-PCR e RCE nas UTIs com tratamento

multidisciplinar especializado, com avaliação do sistema neurológico e fisiológico,

estando atento que em algumas situações se recomenda hipotermia terapêutica.

Ladeira (apud MARTINS et al., 2011) reforça que a Lidocaína apenas é indicada

quando Amiodarona não está disponível.

Ainda conforme Dallan e Timerman (2012) a primeira droga a ser utilizada em

qualquer modalidade da PCR é a epinefrina. Uma alternativa a adrenalina é a

vasopressina, considerada um potente vasoconstritor e pode substituir a primeira ou

segunda dose de epinefrina, já a adenosina é recomendada no diagnóstico inicial da

taquicardia de complexo largo monomórfica regular indiferenciadas e é importante

que não seja utilizada para taquicardias do complexo largo irregulares, já que pode

causar degeneração do ritmo para FV. Em casos de FV/TVSP persistente pós

desfibrilação, é orientado administrar medicação vasospressora epinefrina ou

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vasopressina e persistindo este ritmo mesmo após administração dessas drogas,

deve-se considerar o uso de um antiarrítmico como amiodarona e em situações de

Atividade Elétrica sem Pulso (AESP), a primeira medicação nesse caso é a

epinefrina ou vasopressina, a atropina já não é mais recomendada. Graças e Lima

(2009), alertam sobre o uso das medicações, bem como cuidados que a equipe de

enfermagem deve ter com as drogas, ressaltando ainda, que as equipes dispõem de

técnicas e manobras de reanimação, que aliada com o tratamento medicamentoso

aumenta significativamente as chances de sucesso durante esta emergência.

3.5.2 Equipe de enfermagem no atendimento a PCR

A identificação da PCR e a realização da RCR mesmo no ambiente hospitalar,

ainda se constituem em um desafio para a equipe de enfermagem e saúde.

O sucesso no atendimento da PCR dependerá da atuação da equipe de

enfermagem, que pode antecipar condutas e medidas, prevenindo ou diminuindo os

danos ao paciente e agindo no menor tempo possível. A tomada de decisão do

enfermeiro na ocorrência de uma PCR apresenta dificuldades desde o diagnóstico e

prescrição da assistência de enfermagem, até a execução das tarefas de cuidado,

sofrendo influência do estado emocional, não resolvidos apenas pelo conhecimento

técnico, mas por não conhecer suas limitações emocionais e psicológicas agir de

forma a não se obter o resultado esperado em suas decisões, comprometendo a

qualidade da assistência (SILVA; SANNA; NUNES, 2001).

O profissional de Enfermagem deve estar preparado, para reconhecer quando

um paciente está em real PCR ou prestes a desenvolver uma, pois este episódio

representa a mais grave emergência clínica (LANE, 2005).

De acordo com Motta (2005) a atuação dos profissionais de enfermagem é

essencial nesse atendimento, exigindo da equipe organização, equilíbrio emocional,

domínio técnico e correta distribuição das funções na sua conduta. Quando estes

requisitos não são atendidos, os riscos tornam-se evidentes, as ocorrências

iatrogênicas frequentes e o estado do paciente fica seriamente comprometida. O

atendimento a RCP deve transcorrer em um ambiente tranquilo, sem tumultuo, de

modo que todos possam ouvir o comando do líder com clareza (GUIMARÃES;

LOPES; LOPES, 2005).

Os cuidados com o paciente após a reanimação cardiopulmonar é tão

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importante quanto à realização das manobras durante a PCR, pois o enfermeiro

juntamente com o médico e os demais profissionais devem controlar rigorosamente

os sinais vitais e os parâmetros hemodinâmicos desse paciente e estar atento a

qualquer sinal de complicação, já que o reconhecimento imediato e o tratamento de

algum distúrbio irão refletir no seu prognóstico (ZANINI; NASCIMENTO; BARRA,

2006).

De acordo com Zanini, Nascimento e Barra (2006), a parada

cardiorrespiratória é um evento comum em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI),

devido o fato de essas unidades assistirem pacientes gravemente enfermos. Neste

sentido, o sucesso do atendimento a PCR, dependerá tanto da disponibilidade de

recursos financeiro, humanos, de materiais e equipamentos, como da determinação

das funções de cada pessoa envolvida no processo (PEDERSOLI, 2009).

Sendo a PCR uma grave emergência clínica, torna-se muito temida pelos (as)

enfermeiros (as) e suas equipes, pois gera uma expectativa permanente, tornando o

ambiente tenso e estressante, exigindo assim do enfermeiro o emprego das

habilidades motoras, atitudes para julgar e tomar decisões rápidas e pertinentes

(GRAÇAS; LIMA, 2009).

Quando uma PCR ocorre, as equipes de Enfermagem, geralmente prestam

os primeiros atendimentos, até a chegada do médico, a enfermagem deverá auxiliar

nos procedimentos de intubação, administração de drogas, monitoramentos diversos

e outros mais que sejam cabíveis no momento (MENEZES et al., 2009).

Cabe destacar que a assistência aos pacientes em PCR requer um conjunto

de intervenções, que devem ser executadas de forma rápida e precisa, o que acaba

por gerar uma mobilização especial na equipe médica e de enfermagem,

transformando-se muitas vezes, em um momento de estresse, na medida em que

salvar a vida do outro se torna um desafio coletivo (LUZIA; LUCENA, 2009).

Deste modo na atuação de uma equipe em uma emergência, está implícito

que o material para uma possível reanimação cardiopulmonar precisa estar

preparado durante todo o plantão de 24 horas, desta forma quando presente o

advento da parada cardiopulmonar, a equipe não enfrentará problemas

organizacionais. Outro ponto fundamental é a padronização do carro de emergência,

homogeneizando o conteúdo e a quantidade de material dos carrinhos nas

diferentes unidades, retirando o desnecessário e acrescentando o indispensável, de

forma a agilizar o atendimento de emergência e reduzir o desperdício (GRAÇA;

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VALADARES, 2008; GARCIA; SERIGHELLI; QUADROS, 2009).

Além de que o acionamento da equipe não deve ser retardado, porém o

atendimento deve ser simultaneamente, se paciente não estiver respirando acionar

equipe mais o DEA, se não sentir pulso em 10 segundos iniciar a RCP, se houver

outros profissionais de saúde atuando em uma PCR, o primeiro socorrista deverá

palpar o pulso por 10 segundos, se o pulso não for claramente sentido deverá iniciar

as compressões torácicas, um segundo socorrista deverá solicitar equipe de

emergência ou de ressuscitação adequada e solicitar desfibrilador e um terceiro

socorrista abrir a via aérea e fornecer ventilação (AHA, 2010).

Sendo assim, deve-se atentar para a sistematização e o rigor no uso dos

protocolos de atendimento à PCR, pois conforme o IBS, a reanimação obedece uma

técnica e uma sistematização, devendo em ambiente hospitalar ou não, haver

liderança, carro de PCR completo presente e as funções dos membros

estabelecidas, para tal se convencionou equipes de 3 pessoas para massagem

cardíaca externa, ventilação e auxiliar na medicação e equipamentos (IBS, 2010).

Muitas pesquisas tem se debruçado sobre esta temática: o cumprimento dos

protocolos e o trabalho em equipe frente a determinados agravos, entre eles o

atendimento à PCR. Como por exemplo, o estudo realizado por Garcia, Serighelli e

Quadros (2009), que demonstrou que três pessoas são suficientes para atender uma

PCR, recomendando que a primeira pessoa é quem diagnostica a PCR e solicita

ajuda sem abandonar o paciente, a segunda pessoa é quem avisa a terceira, além

de se responsabilizar pelo prontuário, por avisar a enfermeira e o médico, pela

medicação e bandeja de intubação e a terceira pessoa é quem providencia o

carrinho de emergência e se dirige até o quarto, onde junto com a primeira coloquem

a tábua, iniciando com o atendimento primário, até a chegada do médico.

Neste sentido, as ações de educação permanente e continuada, tendo como

base as diretrizes internacionais AHA, podem ser uma alternativa para a atualização

e treinamento da equipe, com vistas à segurança, ao conhecimento e à habilidade

na RCR, proporcionando a elevação da qualidade do atendimento aos pacientes

(RODRIGUES; ENGLER; CUNHA, 2011).

Equipes bem sucedidas não somente têm experiência médica e domínio das

habilidades de ressuscitação, como também se comunicam bem e têm dinâmica de

equipe. Cada equipe de ressuscitação necessita de um líder para organizar os

esforços do grupo. A seguir discute-se as ações e papéis da equipe frente a PCR.

29

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3.5.3 A liderança na enfermagem frente à PCR

“Liderança: É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem

entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o

bem comum” (HUNTER, 2004, p. 12).

A equipe de enfermagem configura aqueles profissionais da saúde que

passam mais tempo em contato com o paciente e com seus familiares dentro do

ambiente de trabalho em situações de constantes mudanças emocionais

(CARVALHO, 2013).

Para que um indivíduo tenha um bom desempenho ele necessita, além da

inteligência intelectual, flexibilidade mental, equilíbrio emocional, entre outros. É

necessário, ainda, adquirir a capacidade de autoconhecimento e autopercepção,

para lidar com os sentimentos e obter um autocontrole. Desta forma precisa

controlar e administrar as emoções e liderar a si mesmo (CURY, 2006).

O indivíduo necessita conhecer a si mesmo e seus próprios pensamentos, os

quais precisam ser identificados, selecionados, para que atue de forma consciente

com lucidez e acerto (PECOTCHE, 2005). O “profissional que tem inteligência

emocional exerce melhor suas atividades, pois é capaz de lidar com as emoções e

principalmente com os sentimentos despertados por elas” (CARVALHO, 2013, p.

567).

O enfermeiro enfrenta vários desafios que exige dele o emprego de

conhecimento técnico e científico com a finalidade de adequar o atendimento e

realizá-lo em tempo hábil, sendo assim este profissional deve ser organizado,

competente, desenvolver conhecimentos na área, além de ter alto poder de

liderança para que possa atuar com a equipe (GRAÇAS; LIMA, 2009).

Dessa forma,

Quando um líder se concentra apenas na tarefa, subestimando o relacionamento entre os membros da equipe, gera descontentamento e falta de motivação no grupo, o qual passa a apresentar constantes saídas de profissionais da equipe [...], o líder pode influenciar escolhas através da comunicação e, assim, promover os liderados a serem o melhor que possam ser (HUNTER, 2004 apud SOUSA; BARROSO, 2009, p. 183 e 186).

“A liderança é uma função que deve ser conquistada, e essa conquista se

inicia no relacionamento empático com os membros da equipe” (SOUSA;

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BARROSO, 2009, p. 186).

Em uma PCR o líder é responsável por assegurar que cada coisa seja feita

corretamente, no tempo certo, através da monitorização e da integração do

desempenho individual dos membros da equipe. A função do líder é similar à de um

maestro que conduz cada músico. Como um maestro, o líder não toca os

instrumentos, mas sabe como cada membro de sua orquestra se ajusta à música

como um todo, contudo o líder deve ter proficiência em todas as habilidades

específicas que necessitam ser realizadas durante a ressuscitação (AHA, 2008).

Toda liderança é reconhecida como valioso instrumento que proporciona um

trabalho em equipe, tendo o enfermeiro como coordenador e administrador, à

habilidade de liderança e administração, mesmo quando enfrentam desafios em

manter sempre suas equipes em sincronia e os tornando realmente seus parceiros,

no sucesso da RCP. Mesmo quando este objetivo não for atingido. É dever do líder

valorizar o empenho de sua equipe, pois são estas ações e atitudes que distingui o

enfermeiro coordenador que atua junto de sua equipe em uma PCR de outro

profissional (GRAÇAS; LIMA, 2009).

3.5.4 Qualificação da equipe de enfermagem frente a PCR

A conduta a ser tomada na PCR precisa ser de conhecimento prioritário de todo

profissional de saúde, independente de sua especialidade, a educação em serviço é

uma estratégia positiva geradora do acréscimo de conhecimento cientifico. A atualização

desses profissionais repercute diretamente na qualidade de atendimento prestado

aospacientes, favorecendo tanto o cliente, quanto ao profissional e a sua instituição

(PEREIRA; SEVERO; ZILLMER, 2009).

Em uma pesquisa desenvolvida por Zanini, Nascimento e Barra (2006), sobre

PCR e conhecimento de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva, onde

participaram 26 profissionais, obteve-se de dados que 61,5% dos profissionais

informaram ser necessária a realização de treinamentos periódicos, com simulações

de atividades práticas.

Em parecer do COREN-SP (2010) revisado em 2011, cabe ao Enfermeiro

assistir ao paciente de forma direta nesta situação coordenando as ações dos

demais profissionais de nível médio de enfermagem, bem como instituir, junto ao

corpo médico, um protocolo institucional de atendimento ao paciente em PCR,

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responsabilizando-se pela capacitação dos demais membros da equipe de

enfermagem, garantindo assim, uma assistência segura e eficaz, livre de riscos

decorrentes de negligência, imprudência ou imperícia.

Neste contexto, é importante realizar sempre treinamentos em ressuscitação

cardiopulmonar, para que o atendimento seja realizado corretamente

proporcionando uma melhoria na qualidade deste serviço, pois o conhecimento

acerca das características dos pacientes que sofrem de parada cardiorrespiratória

pode auxiliar os profissionais na ponderação da validade dos esforços originados

pela ressuscitação cardiopulmonar (MADEIRA; GUEDES, 2010).

Além da qualificação da assistência, Almeida-Filho (2011) reforça a ideia de

que a força de trabalho ideal para atendimento no SUS se faz com profissionais

qualificados, orientados para evidência, bem treinados e comprometidos com a

igualdade na saúde.

3.5.5 As diretrizes para o atendimento de PCR

Durante muito tempo foi difícil comparar dados entre as pesquisas

relacionadas à aplicação das manobras de ressuscitação cardiopulmonar e seus

prognósticos, pois a nomenclatura não era uniforme, bem como as definições de

sucesso ou sobrevida.

A partir daí observou-se a necessidade da criação de protocolos, os quais se

iniciaram no início dos anos 90, como encontro de representantes da AHA, do

Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC), a Heart and Stroke Foundation of

Canadá (HSFC), o Conselho Sul Africano de Ressuscitação e o Conselho

Australiano de Ressuscitação. No ano de 1992 foi criado, o International Liaison

Committee on Resuscitation (ILCOR), onde as principais organizações de

ressuscitação reunem-se duas vezes por ano com o objetivo de proporcionar um

fórum de discussão e de coordenação de todos os aspectos da ressuscitação

cardiopulmonar (TIMERMAN et al., 2010). Em 1997 surgiu o protocolo de registro de

Utstein intra-hospitalar, o qual contempla uma série de dados desejáveis para coleta

de informações, definição de sobrevida, entre outros (CAVALCANTE; LOPES, 2006).

Já em 2000, ocorreu a primeira conferência internacional sobre PCR e cuidados

cardiovasculares de emergência, que levou a publicação das diretrizes para a

normatização de técnicas de ressuscitação cardiopulmonar reconhecidas pela AHA,

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baseadas em evidências.

Novas atualizações das diretrizes foram publicadas posteriormente entre 2005

e 2010. Em 2010 foi publicada as novas recomendações de acordo com as normas

do ILCOR e que são vigentes até os dias atuais. Estes protocolos foram

fundamentais para a melhora do atendimento dos pacientes vítimas de PCR foram

sendo empregados ao longo do tempo protocolos internacionais, como BLS, ACLS e

PALS, permitindo assim a padronização e a organização desse tipo de assistência

(DALLAN; TIMERMAN, 2012).

No Brasil, fundamentando-se no consenso científico internacional de 2010 e

atualizado com novas evidências científicas, recolhidas nos últimos dois anos; a

Sociedade Brasileira de Cardiologia realizou a edição da I Diretriz de Ressuscitação

Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares, visando atender às realidades

brasileiras (GONZALEZ et al., 2013).

As novas diretrizes recomendam uma alteração na sequência de

atendimento, com alteração do antigo A-B-C para C-A-B em adultos, crianças e

bebês. Reforçam que essa alteração fundamental na sequência de RCP exigirá novo

treinamento de todos os já treinados em RCP, segundo os autores o esforço valerá a

pena (IBS, 2010).

Esta substituição do ABCD para CABD, priorizando as compressões

torácicas, tem se mostrado uma das medidas de maior impacto na sobrevida à alta

hospitalar da vítima de PCR (PAIVA; MIYOSHI, 2012).

Segundo o Guidelines (AHA, 2010), a justificativa dessas mudanças se dá

devido as compressões criarem fluxo sanguíneo por aumentarem a pressão

intratorácica e comprimirem diretamente o coração, as compressões geram

fornecimento de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia para o coração e cérebro.

Relatam ainda que a vasta maioria das PCR ocorre em adultos, na sequência A-B-C,

as compressões torácicas, muitas vezes, são retardadas pela montagem do

equipamento de ventilação. Com a alteração da sequência para C-A-B, as

compressões torácicas serão iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será

mínimo, isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30

compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos.

Em relação às compressões torácicas, no ano de 2005 AHA orientavam que o

esterno no adulto deveria ser comprimido aproximadamente de 1½ a 2 polegadas o

que dava aproximadamente de 4 a 5 cm e uma frequência de 100 compressões por

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minuto, no ano de 2008 AHA orientavam que deveriam ser forte, rápidas em uma

frequência de 100 compressões por minuto com profundidade de 4 a 5 cm e retorno

completo do tórax, já em 2010, orientam uma frequência de 100 por minutos, com

profundidades adequadas que corresponde a 5 cm, permitindo o complexo retorno

do tórax após cada compreensão.

3.5.6 Fluxogramas e o uso de Protocolos pelo Enfermeiro frente a uma PCR

O Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, no uso das competências que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento Interno da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 421/2012, e CONSIDERANDO a necessidade de uniformizar as Rotinas de Atendimento aos Profissionais de Enfermagem no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais, em Reunião Ordinária, de 05 de novembro de 2013:Art. 1° Aprovar e adotar o Manual de Procedimentos para Padronização das Rotinas de Atendimento aos Profissionais de Enfermagem, na forma do regulamento anexo, a ser utilizado pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais.Art. 2° Esta Resolução entra em vigor na data de 1º de janeiro de 2014, revogando-se as disposições em contrário (COFEN, 2013).

É fundamental estabelecermos condutas e normas de procedimentos no

atendimento à PCR, a fim de qualificar o processo de trabalho e aumentar as

chances de sobrevida da população que sofre com estes agravos. O emergencista

deve estar apto a rapidamente reconhecer, diagnosticar e executar manobras,

instituindo o tratamento adequado. A utilização de fluxogramas auxilia no processo

de tomada de decisão. Fluxogramas têm sido difundidos e utilizados para o

aprendizado em cursos de treinamento, como o Suporte Avançado de Vida em

Cardiologia (SAVC) (FILGUEIRAS FILHO, 2006).

Um ponto fundamental para a melhora do atendimento dos pacientes vítimas

de PCR foi a introdução de diretrizes e o emprego de protocolos internacionais,

como BLS, ACLS e PALS, com o apoio de organizações como a AHA, permitindo a

padronização e a organização desse tipo de assistência médica. Também se torna

de suma importância que exista um mecanismo de coleta, revisão e

compartilhamento de dados científicos dos números de serviço de emergência, no

intuito de se identificar onde estão as principais falhas ou virtudes do serviço. Dessa

forma é possível que estes dados sejam compartilhados através de instituições

como, exemplo, o ILCOR (DALLAN; TIMERMAN, 2012).

A SOBRATI como maior Sociedade Interdisciplinar Nacional na área de

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urgência e emergência, tem efetuado esforços para levar ao público leigo cursos

com protocolos dentro da realidade brasileira. Um desses protocolos criados foi o de

Suporte Básico Intensivo (IBS), este baseia-se no SBV suporte básico de vida,

seguindo atendimento primário e posteriormente secundário. Tendo como objetivo

estabelecer conteúdo técnico, prático e teórico em estações algarítmicas com

finalidade de proporcionar aos profissionais, bases para atendimento em situações

em urgência e emergência clínica, sobretudo no apoio a PCR, visando ampliação,

discussão, estímulo a protocolos internos, a sistematização e a prevenção dos

eventos clínicos graves, sensibilizando a equipe na manutenção da qualidade e unir

esforços para salvar vidas (IBS, 2010).

35

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4 DESENHO METODOLÓGICO

4.1 TIPO DE ESTUDO

A presente pesquisa é do tipo qualitativo, conforme Minayo (2008), a pesquisa

qualitativa enfoca crenças, valores e significados de elementos que não podem ser

medidos em variáveis (MINAYO, 2010). Este tipo de pesquisa permite um melhor

entendimento do processo de investigação e descrever os fenômenos de

determinada realidade, construído a partir das experiências assistenciais

vivenciadas, tendo como proposta identificar a atuação da equipe de enfermagem

frente a situações de parada cardiorrespiratória de um hospital público no período de

outubro de 2011 a janeiro de 2014.

4.2 O LOCAL DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada na instituição Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira –

Hospital Regional do Oeste (HRO), na cidade de Chapecó – SC. O município de

Chapecó localiza-se na Região Sul do Brasil, Micro Região Oeste de Santa Catarina,

a 630 Km da capital Florianópolis e apresenta uma população de 183.561

habitantes. O HRO iniciou suas atividades em 1986, inicialmente com 60 leitos.

Atualmente é administrado pela Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira e

dispõe de 319 leitos, com mais de 80% deste total, voltado ao atendimento de

pacientes do Sistema único de Saúde (SUS), sendo: clínica

neurologia/neurocirurgia, clínica cirurgia geral, clínica traumatologia, clínica médica,

maternidade, unidade de terapia intensiva geral, unidade de terapia intensiva

neonatal, berçário, clínica oncológica, privativo, centro obstétrico, recuperação

centro cirúrgico, quimioterapia, radioterapia. Sua cobertura é de 92 municípios da

região Oeste, 26 municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul, abrangendo

aproximadamente 1,3 milhão de habitantes. O Hospital Regional é referência em alta

complexidade: UNACON (Quimioterapia/Radioterapia/Ortovoltagem/Oncologia

clínica e cirúrgica); Urgência e Emergência; Neurocirurgia; Captação e Transplante

de Órgãos (rins e córneas); Banco de Olhos; Gestante de Alto Risco; Traumato-

Ortopedia. Tendo ainda como extensão: Hospital Nossa Senhora da Saúde em

Coronel Freitas – SC com mais 21 leitos e Ala Pediátrica – Chapecó – SC com 53

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leitos. Entidade declarada de Utilidade Pública Municipal e Estadual pelas Leis nº

3.796 de 04 de dezembro de 1997 e 10.739 de 07 de maio de 1998; Federal pela

Portaria do Ministério da Justiça nº 1.570 de 09 de junho de 2004, e, igualmente

reconhecida de Fins Filantrópicos pelo Conselho Nacional de Assistência Social pela

Resolução nº 54 de 06 de abril de 2005 (HRO - RH, 2014).

Em 2012 foi aprovado projeto de ampliação, de 319 para 475 leitos, sendo

que 9 leitos são para de UTI geral, 10 para UTI pediátrica e 7 leitos para UTI

coronária; 12 salas cirúrgicas, 37 leitos de tratamento intensivo, 56 para oncologia

de longa duração, 36 para quimioterapia de curta duração e 27 para recuperação

pós-cirúrgica, totalizando mais 156 unidades. A nova ala terá um heliponto para

resgate aéreo do Serviço Móvel de Urgência (SAMU). Sua missão é missão

promover gratuitamente a assistência à saúde, objetivando: prestar serviços de

excelência para a melhora na qualidade de vida do cidadão, visando à elevação do

nível de saúde da população, através de fins não econômicos; promover o

desenvolvimento de programas no âmbito nacional, estadual e municipal de

interesse público voltado principalmente para os segmentos da saúde; apoiar o

desenvolvimento de programação na área de saúde voltada à prestação de serviços

essenciais à população de baixa renda; promover a integração com entidades afins,

buscando permanentemente cooperação técnica para o alcance de objetivos

comuns (HRO - RH, 2014).

4.3 SUJEITOS DE PESQUISA

Os participantes do estudo foram membros da equipe de enfermagem do

HRO. No período da pesquisa a instituição contava com uma equipe de enfermagem

de 442 profissionais, sendo 34 enfermeiros coordenadores, 22 enfermeiros

assistenciais 362 técnicos de enfermagem e 24 auxiliares de enfermagem.

Participaram 40 membros das equipes de enfermagem, sendo 27 técnicos e 12

enfermeiros e 1 auxiliar de enfermagem. Dentre eles, 30 mulheres e 4 homens e 6

não responderam.

4.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETAS

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado com roteiro

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previamente estabelecido (Apêndice A), contendo questões abertas e fechadas com

intuito de saber sobre o perfil dos profissionais entrevistados e conhecimento e

assistência dispensada ao paciente em situação de parada cardiorrespiratória

(FLICK, 2004). Num primeiro momento foi realizada escolha das unidades a

participarem, para depois convidar as equipes de enfermagem a fazerem parte do

estudo. Os critérios de seleção das unidades foram: ser uma unidade com índice

elevado de atendimento de PCR, gravidade dos pacientes ali encontrados, risco de

desenvolver uma PCR.

Assim as unidades eleitas foram: clínica médica, clínica cirúrgica geral, clínica

cirúrgicas ortopédicas, neurológica, pronto socorro e unidade de terapia intensiva.

Num segundo momento, eleita as unidades partiu-se para o convite a todos os

profissionais de enfermagem (técnicos de enfermagem e enfermeiros), como a

intenção era conhecer o conhecimento da equipe de enfermeiro o convite foi feito a

todos, portanto não houve critérios de exclusão dos sujeitos de pesquisa.

Realizado o convite, posteriormente foi entregue e orientado à sessenta

profissionais da enfermagem como responder ao questionário, e que este deveria

ser preenchido a caneta e sem consulta de material didático. Após, em média 24h,

da entrega, a pesquisadora recolheu os questionários preenchidos. Do total dos

sessenta questionários entregues, quarenta retornaram respondidos, foi possível

observar um maior comprometimento dos turnos noturnos, sendo a menor devolutiva

nos turnos diurnos. Não houve nenhum questionário anulado por mau

preenchimento ou respostas incompletas. Este processo durou todo o mês de

outubro de 2011.

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados coletados foram analisados conforme análise de conteúdo, do tipo

temática de Bardin (1979, p. 6), operacionalmente, a análise de conteúdo é:

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos temáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens e indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção, recepção destas mensagens.

Segundo a mesma autora, esta análise temática desdobra-se em 3 etapas: a

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pré-análise, exploração do material e o tratamento dos resultados, obtidos e

interpretação.

Os resultados obtidos permitiram revelar as informações obtidas propondo-se

assim interpretações e inter-relações com o objetivo proposto. A partir das categorias

abordou-se o seu conteúdo com o referencial teórico da educação e do atendimento

a PCR, a fim de vislumbrar o fenômeno e fazer uma correlação entre a realidade

empírica encontrada e a fundamentação teórica sobre o objeto de estudo: o

conhecimento por parte da enfermagem sobre o atendimento hospitalar à PCR.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS NA PESQUISA

Todo o estudo respeitou a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde,

mantendo-se o anonimato dos participantes. Os dados foram coletados mediante a

autorização da direção do hospital (Anexo A), e de todos os sujeitos da equipe de

enfermagem: enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem (Anexo B), que

assinaram o TCLE. Os dados serão armazenados pela pesquisadora nas

dependências da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva por um período de cinco

anos, e usados como banco de dados no computador para posterior pesquisa

científica.

39

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5 ANÁLISE DOS DADOS

As informações coletadas foram analisadas por meio de procedimento de

análise de conteúdo Bardin (2010). Após serem analisados nesta primeira etapa, os

questionários, suas respostas foram tabuladas e agrupadas por meio de programas

Microsoft Word e Excel.

Esta etapa de pré-categorização foi uma etapa que levantou a partir do

agrupamento de questões relacionadas ao objetivo da pesquisa. Neste momento

escolhi como regras de contagem, índices e percentuais que classificaram e

agregaram as respostas, constituindo assim categorias que constituíram conjuntos

de elementos com um título genérico, que formam agrupados em razão de

caracteres comuns (BARDIN, 2010).

5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM

5.1.1 Representatividade e gênero

Para melhor compreensão e caracterização dos sujeitos da pesquisa os

participantes preencheram a primeira parte do questionário que tratava de

características sócio-profissionais conforme o gráfico 1:

Gráfico 1. Distribuição por gênero dos profissionais participantes da pesquisa. Fonte: A autora (2014).

A população estudada é predominantemente feminina, pois 30 (trinta)

profissionais são do sexo feminino, ou seja, 75%, 04 (quatro) profissionais são do

sexo masculino, ou seja, 15%, mas 06 (10%) profissionais não informaram o sexo.

A predominância das mulheres na enfermagem é estudada e analisada por

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diversos autores, pois esta reproduz a característica histórica da profissão como

algo exercido quase que exclusivamente por mulheres desde os seus primórdios.

Pode-se dizer então que é uma profissão atravessada pela questão de gênero.

Gênero foi um conceito construído socialmente buscando compreender as relações

estabelecidas entre homens e mulheres e os papéis que cada um assume na

sociedade e as relações de poder estabelecidas entre eles (CAMARA; CARLOTTO,

2007).

Desde os primórdios da profissão de enfermagem o sexo feminino destaca-se

como seu maior representante, pois ela nasce como um serviço organizado pela

instituição às ordens sacras, sendo assim coexiste com o cuidado doméstico às

crianças, aos doentes e aos velhos, associado à figura da mulher-mãe que desde

sempre foi curandeira e detentora de um saber informal de práticas de saúde,

transmitido de mulher para mulher (LOPES; LEAL, 2005).

Em pesquisa realizada por Azevedo Filho, Vilela e Bernardes (2014) verificou-

se que existem poucas publicações relacionadas ao gênero masculino e a sua

presença como força de trabalho; mas em contraponto este trabalho relata que a

não proporção é algo real, porém, não maléfico a enfermagem, informa ainda que a

profissão não é fundamentada em gênero e sim em ideologias e pensamentos

filosóficos que influenciam no progresso e ascensão da enfermagem.

De acordo com dados obtidos do Cofen (2011), no ano de 2010, maioria dos

profissionais de enfermagem eram do sexo feminino, os quais correspondiam a

87,24% dos profissionais do Brasil, já os do sexo masculino correspondiam a

12,76%. E sendo na região Sul também prevalência do sexo feminino com total de

195,993 (88,76%) dos profissionais de enfermagem e do sexo masculino 24,831

(11,24%), totalizando em todo Brasil 1.449.583.

Sendo assim, na instituição estudada, as equipes traduzem um cenário já

conhecido: as mulheres predominam na profissão, confirmando pela sua

representatividade, pois a instituição pesquisada possui em seu quadro profissional

478 funcionários da enfermagem, destes um total de 53 masculinos e 425 sexo

feminino (HRO-RH, 2014).

5.1.2 Distribuição por faixa etária

Identificou-se a predominância na faixa etária de 29 a 33 anos, com 14

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(quatorze) profissionais, em um percentual de 35%. Já a idade entre 24 a 28 anos

encontrou-se 10 (dez) profissionais, com percentual de 25%; 07 (sete) não

responderam, com percentual de 17,5%, na faixa etária de 34 a 38 e 39 a 43 ambas

respostas foram 3 profissionais com percentual de 7.5% e acima de 43 anos, 2 (5%)

a idade encontra-se entre 18 e 23; obteve-se como resposta 01 (um) profissional

com percentual de 2,5%. A seguir segue a distribuição por faixa etária.

Gráfico 2. Distribuição dos profissionais segundo a faixa etária.Fonte: A autora (2014).

Miotto (2013), realizou um estudo com dois grupos, o grupo A foi composto

por 14 pessoas do sexo feminino contava com pessoas mais jovens e com menos

tempo de graduação no curso de enfermagem, o grupo B foi composto por 21

pessoas. Ambos os grupos completaram o treinamento e realizaram as avaliações

teóricas e práticas. Os alunos do grupo A em relação aos alunos do grupo B, foram

mais ineficientes nas seguintes áreas: abertura correta de vias aéreas, checagem

correta da respiração, insuflação boca-a-boca em 1 segundo, checagem do pulso

carotídeo e posicionamento correto das mãos no tórax para a realização das

compressões torácicas.

Dados obtidos do Cofen (2011) em relação à faixa etária dos profissionais no

Brasil, informa que a sua grande maioria está na faixa de 26 a 35 anos; em SC

representam 35,98%, esta realidade está em consonância com as equipes estudas.

42

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5.1.3 Distribuição da composição da equipe

Sobre a composição da equipe há o predomínio de profissionais de nível

Técnico de Enfermagem, com um total de 27 (vinte e sete) profissionais (67,5%), e

12 (doze) Enfermeiros (30%) da população pesquisado e apenas 1 auxiliar de

enfermagem (2,5%).

67,5%

30%

2,5%

0

5

10

15

20

25

30

Técnico deEnfermagem

Enfermeiro Auxiliar deEnfermagem

Formação Profissional

Técnico de EnfermagemEnfermeiroAuxiliar de Enfermagem

Gráfico 3. Composição da equipe.Fonte: A autora (2014).

Dados obtidos no setor de recursos humanos da instituição pesquisada, o

quadro profissional de enfermagem no período de pesquisa, contava com 34

Enfermeiros Coordenadores, 22 Enfermeiros Assistenciais, 362 Técnicos de

Enfermagem e 24.

O trabalho de enfermagem é integrante do trabalho coletivo em saúde, é

especializado, dividido e hierarquizado entre auxiliares, técnicos e enfermeiros de

acordo com a complexidade de concepção e execução (CORREIA, 2002). Conforme

lei nº 7.498, de junho de 1986, a enfermagem é exercida privativamente pelo

Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e pela parteira,

respeitados os respectivos graus de habilitação. Cabe ao Enfermeiro,

responsabilidade exclusiva pelo planejamento da assistência e equipe de

enfermagem, bem como atender, privativamente, ao paciente grave com risco de

morte, e à sua equipe assistir aos pacientes, oferecendo ventilação e circulação

artificiais até a chegada do médico, assim estes profissionais devem adquirir

habilidades que os capacitem a prestar assistência necessária (COREN/SC, 2010).

De acordo com dados obtidos do Cofen (2011), no ano de 2010, a categoria

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de enfermeiros perfazem um total de 287.119 (19,81%) profissionais, técnicos de

enfermagem 625.862 (43,18%) profissionais e auxiliares de enfermagem 533.422

(36,80%) profissionais, sendo na região Santa Catarina categoria enfermeiros 8.266

(20,10%), técnicos de enfermagem 22.847 (55,57%) e auxiliares de enfermagem

9.998 (24,32%).

Segundo a estatística dos profissionais de enfermagem do Estado de Santa

Catarina registrada em Reunião Ordinária de Plenário (490ª ROP), indica que

atualmente estão registrados no COREN/SC um total de 45.238 profissionais de

enfermagem, destes 26.202 corresponde a técnicos de enfermagem, num

percentual de 57,92%, em segundo lugar, encontra-se a categoria dos enfermeiros

com um total de 9.643 profissionais, com percentual de 21,32%, e por último, está os

profissionais auxiliares de enfermagem com um total de 9.393 com um percentual de

20,76% (COFEN, 2011). Já em janeiro de 2014 este número subiu para 47.666

profissionais de enfermagem, sendo enfermeiros 10.760 (22,57%); técnicos de

enfermagem 28.628 (60%) e 8.278 (17,37%) (COREN/SC, 2014).

5.1.4 Nível de formação

Segue no gráfico 4 a análise sobre o nível de formação. Quanto a formação

profissional foi possível observar que 8 enfermeiros haviam concluído pós-

graduação, entre eles: 01 (um) profissional com Especialização em Oncologia, 01

(um) em Psicologia Docência Superior, 04 (quatro) em Terapia Intensiva, 01 (um) em

Saúde Pública, 01 (um) em Saúde Coletiva, 01 (um) em Auditoria enquanto 01 (um)

estava cursando Especialização em UTI. Apenas 2 enfermeiros estavam cursando

Mestrado e nem um possuía Doutorado. Isto demonstra que o grupo de enfermeiro

vem buscando atualizar-se aprofundar-se nas especialidades do cuidado de

enfermagem, sendo que a área mais buscada foi a de terapia intensiva, assim

espera-se que os mesmos possam contribuir na melhora da qualidade da

assistência.

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Gráfico 4. Distribuição do nível de formação.Fonte: A autora (2014).

Com relação ao Nível Técnico, 01 (um) relatou ter Especialização em

Enucleação, 01 (um) em Instrumental Cirúrgica, e 01 (um) Técnico de Enfermagem

estava cursando Bacharel em Administração.

Em 2012 foram atualizadas as DCN para educação profissional, onde foram

inseridas as orientações para a especialização para os técnicos de enfermagem,

neste grupo observou-se esta preocupação com a atualização do conhecimento. Em

pesquisa realizada por Andrade, Padilha e Kimura (1998), com 38 enfermeiros que

frequentavam curso de especialização em cuidados intensivos, tendo como um dos

objetivos: avaliar a contribuição oferecida pelo curso. Obteve-se como resultado que

(33 – 91,7%) buscavam aquisição de conhecimentos. No entanto, 74,2% dos

enfermeiros afirmaram que o curso não contribuiu para o aumento salarial, mas este

fato não os têm impedido de investir no seu aperfeiçoamento profissional, tendo em

vista que (32 – 88,9%) relataram uma melhora no desempenho da assistência ao

paciente.

5.2 O CONHECIMENTO SOBRE PCR

Os dados apresentados a seguir dizem respeito ao cerne da pesquisa, o

conhecimento das equipes frente ao atendimento de PCR, orientados pelo

Guidelines (AHA, 2010).

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5.2.1 Identificação de sintomas

Foi possível identificar que 55% (22) profissionais, descrevem de forma

correta que ao constatar uma PCR; 7% (3) dos profissionais também responderam

de forma adequada: a ausência de pulso, ausência de respiração, inconsciência e

gasping agônico, pois conforme Guidelines (AHA, 2010); respiração anormal ou

gasping agônico não pode ser confundida como respiração. Destaca-se que 32%

(13) sujeitos não sabem identificar PCR tendo como resposta: ausência de pulso,

ausência de respiração, bradicardia irreversível e inconsciência; 3% (1) relatam que

apenas inconsciência e 3% (1) não responderam. Esses dados são preocupantes,

pois demonstram que 38% dos profissionais da instituição não sabiam identificar

uma PCR, podendo comprometer o início da RCP, bem como aumentar o grau de

sequelas ou de mortalidade.

Gráfico 5. Conhecimento dos sinais e sintoma em PCR.Fonte: A autora (2014).

Esta falta de conhecimento também foi confirmada por Menezes et al. (2009),

em sua pesquisa com 153 profissionais de Enfermagem (Enfermeiros, Técnicos e

Auxiliares de Enfermagem) nas cidades de Pará de Minas, Papagaios e Pitangui –

MG, onde evidenciou-se que 30,9% dos profissionais não souberam reconhecer os

sinais de PCR, e ainda assim, 93% se consideram aptos para realizar o atendimento

de reanimação cardiopulmonar (RCP). Diversos autores descrevem que em uma

PCR o paciente encontra-se inconsciente, não apresenta pulso e não respira.

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5.2.2 Conhecimento sobre a conduta frente a PCR

Estabelecendo uma relação com o gráfico 5 sobre sinais e sintomas,

percebeu-se que além de não saberem identificar uma PCR, 34 (85%) não sabiam o

que fazer quando encontravam um paciente em PCR, pois desconhecem as

condutas adequadas de abordagem da mesma. Chama a atenção o fato de que dos

40 profissionais, apenas 6 (15%) sabiam de fato a sequência correta de atendimento

com a checagem de pulso de 5 a 10 segundos, se ausentes chama ajuda e inicia

imediatamente a massagem, fornecendo desta forma fluxo sanguíneo cerebral.

O Suporte Básico Intensivo (IBS), orienta o atendimento imediato por parte da

equipe de saúde, “hora dourada” evitando a hipóxia e anóxia cerebral, haja visto que

o cérebro não suporta mais que 3 minutos sem oxigênio, sendo que após 10 minutos

podem surgir sinais definitivos de morte encefálica.

Gráfico 6. Conhecimento sobre a conduta da equipe de enfermagem frente a PCR.Fonte: A autora (2014).

Segundo Luzia e Lucena (2009), a qualidade da ressuscitação

cardiopulmonar (RCP) influi diretamente na sobrevida, juntamente com a

desfibrilação precoce, reforçam ainda a importância de respeitar de forma lógica a

corrente de sobrevivência e seus quatro elos de forma ordenada e priorizada. Como

parte de um processo para diminuir as mortes por PCR, a AHA percebeu a

importância de priorizar uma ordem de atendimento, partindo deste fato criou um

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fluxo simples e baseado em uma corrente com 4 elos dando o nome de Corrente da

sobrevivência.

Antes das novas diretrizes da AHA, a SOBRATI já enfatizando a importância

das manobras de RCP de alta qualidade, onde as compressões torácicas deveriam

ser realizadas antecedendo as ventilações de resgate (IBS, 2010).

Conforme Gonzalez et al. (2013) a Sociedade Brasileira de Cardiologia

orienta os seguintes passos a serem seguidos diante de uma PCR: checar a

responsividade, chamar por ajuda e solicitar o carro de emergência, checar o pulso e

na ausência iniciar com compressões torácicas (30), abertura das vias aéreas com

boa ventilação (2 para 30 compressões) e se necessário desfibrilação precoce.

5.2.3 Conhecimento sobre quais são as medidas por ordem de prioridade

Percebeu-se que 26 (65%), responderam de forma desatualizada deveria ser

ABC; 9 (22,5%) BAC, porém esta sequência não foi encontrada em nem um

referencial bibliográfico; e apenas 4 (10%) encontravam-se atualizados, dando como

resposta CAB conforme orientam AHA (2008) dando ênfase na RCP de qualidade. E

1 (2,5%) profissional não soube responder.

Gráfico 7. Conhecimento sobre quais são as medidas por ordem de prioridade.Fonte: A autora (2014).

Granzotto et al. (apud LIMA, 2009) avaliaram a capacitação em SBV em um

hospital universitário e demonstraram que o percentual médio de acertos em uma

avaliação teórica inicial era de 63%. Entretanto, a amostra desse estudo era

composta também por médicos, acadêmicos de medicina e enfermagem, além dos

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enfermeiros. No término do estudo o percentual de acertos na avaliação realizada ao

final do treinamento foi de 84%. Isto demonstra a importância de capacitações e

treinamentos periódicos.

Outro estudo realizado constatou que 213 profissionais (76 enfermeiros,

35,7%; 38 auxiliares, 17,8%; e 99 técnicos, 46,7%). As médias na avaliação pré-

curso foram estatisticamente diferentes (p<0,001) entre auxiliares (3,25), técnicos

(3,96) e enfermeiros (4,69). As maiores deficiências foram relacionadas à

abordagem inicial das vias aéreas, aos cuidados pós-ressuscitação e à técnica de

massagem cardíaca externa. A média geral pós-curso foi 7,26. Os auxiliares

alcançaram um desempenho de 131,2%, os técnicos de 78,9% e os enfermeiros de

85%, sem diferença estatisticamente significante (p=0,43). O programa de

treinamento permanente em SBV e SAV resultou em importante incremento no nível

de conhecimento dos profissionais de enfermagem (LIMA, 2009).

Até o ano de 2008, Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, bem como

demais manuais de atendimento, orientavam uma sequência de abordagem A-B-C-D

(A: abertura de via aérea; B: boa ventilação; C: circulação e D: desfibrilação), porém

outubro de 2010, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) anunciou novas

diretrizes mundiais das emergências de ressuscitação após PCR. As novas

diretrizes recomendam uma alteração na sequência de procedimentos de Suporte

Básico de Vida de A-B-C para C-A-B em adultos, crianças e bebês. Reforçam que

essa alteração fundamental na sequência de RCP exigirá novo treinamento de todos

os já treinados em RCP, segundo os autores o esforço valerá a pena (IBS, 2010).

Em 2005 a sequência da RCP em adultos tinha início com a abertura da via

aérea, seguida de verificação quanto à presença de respiração normal e, em

seguida, a aplicação de duas ventilações de resgate, acompanhadas de ciclos de 30

compressões torácicas e 2 ventilações. Uma das alterações feitas nas Diretrizes da

AHA (2010) para RCP é a orientação de (CAB) iniciar com as compressões torácicas

antes das ventilações, numa proporção de 30 compressões para 2 ventilações, pois

justificam que isso leva a um melhor resultado, as compressões torácicas fornecem

fluxo sanguíneo (AHA, 2010).

5.2.4 Conhecimento sobre a relação massagem x ventilação

Com relação à técnica da massagem de reanimação e a ventilação podemos

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constatar que pouco mais de 50% dos membros da equipe tinham o conhecimento

adequado sobre o procedimento, como mostra o gráfico 8.

A técnica de compressão forte, rápido, 100/min, com profundidade do tórax de

5 cm, foi corretamente escolhida por 22 (55%); 15 (37,5%) responderam que o ritmo

deveria ser lento, com aproximadamente 80/minutos e com profundidade de 4 a 5

cm, esta profundidade; 3 (7,5%) e que o ritmo deveria ser forte, lento, com

aproximadamente 100/minutos, com profundidade de uma polegada. Observa-se

uma desatualização dos profissionais, prejudicando diretamente o atendimento do

paciente.

Gráfico 8. Conhecimento sobre proporção de massagem e ventilação.Fonte: A autora (2014).

Segundo o Suporte Básico Intensivo (IBS, 2010), a reanimação cardio-

pulmonar é realizada com finalidade de restabelecer circulação com o objetivo

principal de oxigenação tecidual predominantemente cerebral, sendo 30

compressões para 2 ventilações. A ventilação com dispositivo bolsa-válvula-máscara

é um método aceitável para a ventilação durante as manobras de RCP, mas requer

treinamento contínuo para seu uso adequado. Durante a RCP, devem ser realizadas

2 ventilações após 30 compressões torácicas, isto proporciona um melhor resultado

pois as compressões torácicas fornecem fluxo sanguíneo. Estas compressões

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devem ser forte rápido a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto e

o esterno do adulto deve ser comprimido, no mínimo, 2 polegadas (5 cm), permitir

retorno total entre as compressões, outro ponto importante é que os profissionais

alternem-se entre si até a exaustão ou no máximo a cada 2 minutos de compressões

(GONZALEZ et al., 2013; AHA, 2010).

5.2.5 Conhecimento sobre a relação de joules x desfibrilador

Identificou-se que apenas 15% (6 pessoas) responderam de forma correta,

que no Monofásico deve-se aplicar 360J e no Bifásico de 120 a 200J, sendo que

85% (34) responderam de forma incorreta, conforme o gráfico 9:

Gráfico 9. Conhecimento sobre a relação de carga a ser aplicada no desfibrilador.Fonte: A autora (2014).

Este dado é alarmante, pois entre os procedimentos a serem realizados pela

equipe, a desfibrilação se relaciona também com uma das atribuições do enfermeiro,

que é zelar pela manutenção e funcionamento dos equipamentos dos serviços que

estão sob sua responsabilidade técnica. Portanto o desconhecimento também reflete

um problema no processo de trabalho, pois sendo a desfibrilação um passo

importante no atendimento à PCR, se faz necessário o aprendizado e atualizações

constantes por parte das equipes no que diz respeito ao uso das tecnologias.

Neste caso, saber utilizar e reconhecer o papel do desfibrilador é essencial,

pois a desfibrilação não “reinicia” o coração, ela atordoa o coração e elimina,

temporariamente, toda a atividade elétrica, inclusive a FV e a TV rápida. Caso o

coração ainda esteja viável, seu marca-passo normal pode vir a reiniciar a atividade

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elétrica (retorno do ritmo espontâneo) que resultará em uma perfusão adequada

(AHA, 2008). Nos casos de fibrilação ventricular, é fundamental que seja realizada

desfibrilação o mais precocemente possível (DALLAN; TIMERMAN, 2012).

5.2.6 Conhecimento sobre a proporção de ventilação e compressão após intubação

Em relação a proporção de ventilação para compressão após a intubação, o

conhecimento a este item demonstrou-se um pouco melhor que os demais. Foi

identificado que 40% (16) realizam de 8 a 10 ventilações por minuto sincrônicas com

as compressões, 25% (10) responderam corretamente de 8 a 10 ventilações por

minuto assíncronas com compressões, 20% (8) não responderam e 15% (6)

responderam que realizam de 10 a 12 ventilações por minuto assíncronas com as

compressões. Observa-se na prática diária, que os profissionais se confundem em

relação a sincronia-assincronia da ventilação e massagem, o maior erro é que após

a intubação continuam pausando a massagem para realizar a ventilação, a qual

deve ser assincrônica. Como mostra o gráfico 10:

Gráfico 10. Conhecimento sobre a relação de ventilação e compressão após intubação.Fonte: A autora (2014).

Em qualquer momento em que a via aérea avançada estiver colocada, deverá

ser aplicado 8 a 10 ventilações por minuto assincrônicas com as compressões, com

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volume corrente de 6 a 7 ml/KG (AHA, 2010).

5.2.7 Conhecimento sobre as drogas utilizadas frente à PCR

Com relação ao conhecimento sobre as drogas mais utilizadas durante a

PCR, as equipes demonstraram que conhecem a maior parte delas. Identificamos

que 41,5% (39) assinalaram adrenalina, 37,2% (35) assinalaram atropina, 20,3%

(19), relataram o uso de bicarbonato de Sódio, apenas 1% (um) cita o uso de

xilocaína e 0%, nenhum dos entrevistados cita a Vasopressina.

41,5%

37,2%

20,3%

1% 0%

05

1015

2025

3035

40

Adrenalina Atrop. Bicarb. Xilocaína Vasop.

Drogas mais utilizadas durante a PCR

Adrenalina

Atrop.

Bicarb.

Xilocaína

Vasop.

Gráfico 11. Conhecimento da equipe de enfermagem sobre as drogas em PCR.Fonte: A autora (2014).

A partir de 2010 houve algumas alterações onde não se indica mais o uso de

atropina em AESP/assistolia, a primeira droga a ser utilizada em qualquer

modalidade da PCR é a epinefrina. Uma alternativa a adrenalina é a vasopressina,

considerada um potente vasoconstritor e pode substituir a primeira ou segunda dose

de epinefrina, já a adenosina é recomendada no diagnóstico inicial da taquicardia de

complexo largo monomórfica regular indiferenciadas e é importante que não seja

utilizada para taquicardias do complexo largo irregulares, já que pode causar

degeneração do ritmo para FV. Em casos de FV/TVSP persistente pós desfibrilação,

é orientado administrar medicação vasospressora, Epinefrina ou Vasopressina e

persistindo este ritmo mesmo após administração dessas drogas, deve-se

considerar o uso de um antiarrítmico como Amiodarona e em situações de Atividade

Elétrica sem Pulso (AESP), a primeira medicação nesse caso é a Epinefrina ou

Vasopressina, a Atropina já não é mais recomendada (DALLAN; TIMERMAN, 2012).

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5.2.8 Conhecimento sobre a atualização do ACLS

Apesar de apenas 10% terem acertado sequência de atendimento conforme

gráfico 11, 17 (42,5%) acertaram ao responder que foi em 2010 sendo a sequência

compressão, ventilação e desfibrilação precoce; 6 (15%) responderam 2011

sequencia de compressão ventilação e desfibrilação precoce ; 14 (35%) deram como

resposta: 2010 ventilação compressão e desfibrilação e 3 (7,5%) não responderam.

Observa-se o desconhecimento da última atualização.

Gráfico 12. Conhecimento sobre a atualização baseada no ACLS.Fonte: Autor (2014).

5.2.9 Conhecimento sobre o material produzido pela SOBRATI

A SOBRATI é considerada uma referência no Brasil no que tange ao

atendimento à urgência e emergência, sendo assim espera-se que os profissionais

ao buscarem conhecimento sobre o tema procurem nas instituições formadoras e

nas associações atualizações constantes.

O gráfico 13 demonstra o pouco conhecimento das equipes sobre a existência

do protocolo e do IBS.

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Gráfico 13. Conhecimento sobre o material produzido pela SOBRATI.Fonte: A autora (2014).

Mesmo após um ano de sua publicação, identificou-se que 39 (97,5%) não

tinham o conhecimento sobre o material produzido pela SOBRATI – manual IBS

(2010); e (2,5%) 1 profissional não respondeu.

5.2.10 Última capacitação de PCR

Quando questionados sobre o tempo decorrido de capacitações referente ao

tema PCR, no tocante à frequência com que os profissionais haviam realizado

cursos de treinamento, a grande maioria referiu não ter tido capacitações, como

mostra o gráfico 14:

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Gráfico 14. Tempo transcorrido da última capacitação de PCR.Fonte: A autora (2014).

Constatou-se que: 23 (57,5%) não tinham capacitação a mais de 12 meses; 8

(20%) ocorreram nos últimos 12 meses; 5 (12,5%) relataram nos últimos 3 meses e

4 (10%) não responderam.

Em estudo feito por Veiga et al. (2013), que tinha o objetivo avaliar o

conhecimento da equipe multiprofissional no reconhecimento e tratamento da PCR

no período de maio de 2010 a maio de 2011, foram abordados 2.097 profissionais de

saúde, destes 320 eram enfermeiros, e 1.600 auxiliares e técnicos de enfermagem.

Sendo realizado pré-teste para coleta de informações sobre PCR, seguido de parte

prática, realizada com bonecos simuladores e após a conclusão do treinamento

prático, todos os participantes realizavam o questionário “pós-teste”, com o mesmo

conteúdo do teste realizado previamente. Observaram que no grupo dos

enfermeiros, a nota média no pré-teste foi de 5,83 e 8,87 no pós-teste. No grupo

composto de auxiliares e técnicos de enfermagem, a nota de pré-teste foi de 4,85 no

pré-teste e 7,70 no pós-teste. Demonstrando que é de extrema importância que

ocorram treinamentos periódicos, para que haja redução nos erros e

consequentemente redução de sequelas e mortalidade pós PCR.

Em um parecer escrito pelo COREN-SP atualizado em 2011, há um destaque

referente à capacitação dos profissionais de enfermagem onde descrevem que o

desempenho do atendimento ao paciente em PCR e que o êxito da assistência esta

diretamente relacionada com disponibilidade neste serviço de recursos humanos

capacitados. Salientam ainda que é de responsabilidade do Enfermeiro capacitar os

demais membros da equipe de enfermagem, garantindo assim, uma assistência

segura e eficaz, livre de riscos decorrentes de negligência, imprudência e imperícia.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O perfil das equipes estudadas revelam que há pouca busca de

especialização na área de atendimento à urgência e emergência. Com relação ao

conhecimento frente à PCR a pesquisa demonstrou que os profissionais ainda

apresentam-se pouco preparados para o atendimento, devido à falta de um

protocolo institucional e de atualizações e capacitações periódicas, evidenciado pelo

desconhecimento da existência do Guidelines (AHA, 2010) por maior parte das

equipes, bem como das etapas na sua sequência correta de realização.

Frente a este cenário, recomendou-se à Diretoria de Enfermagem algumas

medidas de enfrentamento deste contexto: a falta de conhecimento sobre o

Guidelines (AHA, 2010). Neste sentido, a mesma acolheu a sugestão e demandou a

construção um protocolo institucional que norteasse as ações dos colaboradores, a

partir de Protocolo Operacional Padrão (POP), preexistente na instituição.

Neste sentido, atuando como Enfermeira da educação continuada, neste

serviço, institui um grupo de trabalho composto por 13 enfermeiros com experiência

em atendimentos à PCR, e dois médicos, um intensivista e um cardiologista para

criarmos um Protocolo de Atendimento em PCR, intitulado por “Protocolo de Parada

Cardiorrespiratória 2013”.

A partir daí em setembro de 2013, criou-se a comissão de parada

cardiorrespiratória, composta pela pesquisadora e demais membros que realizaram

a revisão do protocolo (Apêndice B).

Atualmente, dando prosseguimento a criação do protocolo, instituiu-se um

programa de formação para toda a equipe de enfermagem do hospital, que vem

oferecendo capacitações teórico-práticas, iniciados em novembro do ano passado e

com previsão de término no final de janeiro de 2014. Estas capacitações vêm

ocorrendo de forma, a simular a realidade vivenciada, incluindo simulações que

foquem nas ordens de prioridade de atendimento (problema levantado pela

pesquisa).

Para nortear as avaliações do trabalho deste grupo, foi elaborado um check

list (Apêndice C) para identificarmos o qual seria os pontos ainda a serem

trabalhados no feedback a ser dado às equipes após as capacitações.

No momento, o trabalho encontra-se em pleno desenvolvimento, mas já foi

possível observar que, que apenas aulas teóricas não são o suficiente para que se

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tenha um real entendimento no atendimento a PCR, pois os mesmo desconheciam o

Guidelins (AHA, 2008), tema que pressupõe-se que deveria aparecer nas aulas

teóricas, os que deveria ser do conhecimento dos profissionais.

Observa-se que as abordagens práticas através de simulações, preenche

esta deficiência, pois ali se constata as lacunas sobre conhecimento específico.

Como já nos apontou Paschoal, Montovani e Meier (2007), que a educação é

um processo contínuo de construção do conhecimento cujo utiliza o pensamento

livre, crítico e reflexivo, justificando um compromisso pessoal e profissional para

assim, capacitar e transformar a realidade vivenciada.

Sendo assim, o monitoramento do processo de capacitação e sobre o

conhecimento adquirido frente aos protocolos nacionais e internacionais, fazem

necessário permanentemente nas instituições de saúde, a fim de qualificarmos o

trabalho em saúde bem como garantir qualidade na assistência à população.

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REFERÊNCIAS

AHA – American Heart Association. Suporte avançado de vida em cardiologia. São Paulo: Prous Science, 2008. (Livro do Profissional de Saúde)

______. Destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE. 2010. Disponível em: <http://www.heart.org/idc/groups/heart-public/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ucm_317343.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2013.

ALMEIDA-FILHO, N. Saúde no Brasil: Ensino superior e os serviços de saúde no Brasil. maio 2011. Disponível em: <http://download.thelancet.com/ flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilporcom4.pdf>. Acesso em: 5 jan. 2014.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Questionário

1- Sexo:

( ) Masculino ( ) Feminino

2- Idade:

( ) 18-23 ( ) 23-28 ( ) 28-33 ( ) 33-38 ( ) 38-43 ( ) acima de 43

3- Formação profissional:

( ) Enfermeiro ( ) Técnico ( ) Auxiliar

4- Há quanto tempo está formado(a)?

( ) menos de 1 ano ( ) 1-3 ( ) 3-6 ( ) 6-9 ( ) acima de 9

5- Possui alguma especialização:

Nível técnico: ( ) sim ( ) não

Nível graduação: ( ) sim ( ) não

( ) Mestrado

( ) Doutorado

Qual? ______________________________________________________________

6- Como você identifica sinais e sintomas de PCR:

a) Ausência de pulso;

b) Ausência de respiração;

c) Bradicardia irreversível;

d) Inconsciência;

e) Períodos de apnéia;

f) Gasp agônico;

Assinale a alternativa correta:

( ) a, b, d e f ( ) a, b e d ( ) a, b, c e d ( ) b, c, d e f

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7- Mediante a identificação da PCR, qual a sua conduta frente à situação:

( ) Inicia massagem, aciona equipe verbalmente, solicita carro de PCR;

( ) Aciona equipe, busca carro de PCR inicial ventilação, solicita carro de PCR;

( ) Inicia ventilação, aciona verbalmente a equipe de enfermagem, solicita carro de

PCR;

( ) Inicia massagem, aciona equipe e solicita DEA;

( ) O acionamento da equipe não deve ser retardado, porém deve simultaneamente:

se pct. Não estiver respirando acionar a equipe + DEA, se não sentir pulso em 10

segundo iniciar a RCP.

8- Assinale a primeiras medidas a serem tomadas frente a PCR por ordem de

prioridade (A- vias aéreas, B- respiração, C- circulação):

( ) A-B-C ( ) C-A-B ( ) B-A-C

9- Assinale a relação de massagem x ventilação em pacientes sem intubação:

( ) 15 x 2 ( ) 30 x 2 ( ) 10 x 3

10- Em relação ao ritmo da massagem, deve ser:

( ) Forte e rápido, no mínimo de 100/minuto com profundidade do tórax de 5 cm;

( ) Lento e profundo, aproximadamente 80/minuto, com profundidade do tórax de 4 a

5 cm;

( ) Forte e lento, aproximadamente 100/minuto, com profundidade de uma polegada.

11- Em relação ao desfibrilador, os joules aplicados devem ser:

( ) Monofásico 360J e bifásico 120 a 200J;

( ) Tanto no monofásico quanto no bifásico deve se iniciar com jaule de 100 e ir

aumentando gradativamente até 360J;

( ) Monofásico 100 a 120J e bifásico 360J.

12- Após a intubação a ventilação deve ser:

( ) 8 a 10 ventilações/minuto assincronas com as compressões;

( ) 8 a 10 ventilações/minuto sincronizado com as compressões;

( ) 10/12ventilações/minuto assincronas com compressões.

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13- Assinale as drogas mais utilizadas durante PCR:

( ) Atropina;

( ) Adrenalina;

( ) Bicarbonato;

( ) Xilocaína;

( ) Vasopressina.

14- Em relação ao novo protocolo de ACLS, a última atualização foi:

( ) 2011 determina compreensão, ventilação e desfibrilação precoce;

( ) 2010 determina compressão, ventilação e desfibrilação precoce;

( ) 2010 determina, ventilação compressão e desfibrilação.

15- Em relação ao protocolo de atendimento do Suporte Básico Intensivo (IBS),

estabelece a seguinte sequência:

( ) IBS primário e secundário;

( ) IBS secundário e primário;

( ) Não tenho conhecimento sobre este protocolo.

16- Qual o tempo decorrido de capacitações referente à PCR em sua instituição ou

setor?:

( ) Últimos 3 meses ( ) Últimos 12 meses ( ) Mais de 12 meses

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APÊNDICE B – Protocolo de parada cardíaca

HOSPITAL REGIONAL DO OESTEASSOCIAÇÃO HOSPITALAR LENOIR VARGAS FERREIRA

Rua Florianópolis, 1448-E – Bairro Santa MariaChapecó/SC – CEP: 89812-121 www.hro.com.br

PROTOCOLO DE PARADA CARDÍACA

CHAPECÓ – SC

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2013

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Este protocolo tem por objetivo tornar rápido e organizado o atendimento,

aumentando a chance de sucesso das manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar

(RCP), reduzindo o estresse e o desgaste dos profissionais encarregados desta

função.

O protocolo segue as modificações implantadas pela American Heart

Association (AHA) em Outubro de 2010 a respeito das condutas de Advanced

Cardiovascular Life Suport (ACLS): 2010 American Heart Association Guidelines for

Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care.

As modificações no tratamento da Parada Cardio-Respiratória foram

idealizadas para minimizar as interrupções das compressões torácicas. Aplicação de

ACLS eficaz começa com Basic Life Suport (BLS) de qualidade, principalmente com

realização de Reanimação Cardio-Pulmonar (RCP) de alta qualidade, com

compressões com frequência e profundidades adequadas, aguardando completo

retorno do tórax, minimizando interrupções nas compressões e evitando ventilação

excessiva. Deve-se minimizar o intervalo entre a pausa nas compressões e os

choques.

- A avaliação da respiração “Ver, ouvir e sentir” foi removida do algoritmo de

SBV.

As novas diretrizes minimizam a importância de checar o pulso por

profissionais de saúde treinados. A detecção do pulso pode ser difícil mesmo para

provedores experientes, principalmente quando a pressão arterial está muito baixa.

Quando for executada, a checagem do pulso não pode levar mais que 10 segundos.

ATENDIMENTO CARDÍACO DE EMERGÊNCIA EM HOSPITAL● No atendimento a PCR de 3 a 4 profissionais são suficientes.

● Deve-se utilizar equipamentos de biossegurança.

Sinais Clínicos de uma PCR● Paciente irresponsivo;

● Sem respiração ou respiração anormal (gasping agônico);

● Ausência de pulso.

Descrição do Procedimento

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● O primeiro profissional que chegar ao quarto deverá proceder com

atendimento C – A – B.

C – compressão Primeiro membro:● Avalie responsividade da vítima: se não responsiva chamar ajuda, carro de

PCR e desfibrilador;

● Solicitar ao acompanhante que aguarde do lado de fora do quarto;

● Avalie a circulação (palpar pulso carotídeo ou femural de 5 a 10 segundos);

● Se pulso ausente: (posicionar em decúbito dorsal e cama 0 graus) iniciar

imediatamente massagem cardíaca:

- Colocar o punho de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno, três a

quatro dedos acima do apêndice xifóide;

- Colocar o punho da segunda mão sobre o dorso da primeira, mantendo os

dedos levemente elevados;

- Comprimir forte, rápido com pelo menos 5 cm de profundidade a 100

compressões por minuto e permitindo o retorno total do tórax.

Segundo membro: ● Solicitar que alguém chame o Enfermeiro responsável pela unidade e o

Médico – P2;

● Conduzir o carro de emergência com desfibrilador (caso não haja no setor,

providenciar imediatamente no setor de referência) até o leito e os demais materiais

necessários;

● Colocação da tábua rígida juntamente com primeiro membro;

● Preparar Bolsa-Valva-Máscara + Reservatório (AMBÚR), ligar na rede de O2

com 10 a 12 l/m;

● Monitoriza o paciente (com desfibrilador);

● Prepara os materiais para suporte avançado:

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- Tubo oro – traqueal (TOT) compatível com o tamanho adequado do paciente

e com balonete testado;

- Cabo de laringoscópio montado e testado, com lâmina compatível com o

tamanho do paciente;

- Aspirador de parede ou portátil, montado e testado com silicone de

aspiração e sonda de aspiração (nº 12 ou conforme o tamanho do TOT ou

espessura da secreção);

- Cadarço cortado;

- Seringa para inflar e testar o balonete (de preferência 10 ou 20 para

agilizar);

- Fio guia (caso haja necessidade para auxiliar na intubação);

- Estetoscópio para verificar a efetividade da intubação orotraqueal.

● Disponibilizar luvas estéreis para o profissional médico;

● Permanecer na medicação.

Terceiro membro:A – abrir via aérea● Realizar abertura das vias aéreas;

● Olhar dentro da boca antes de aplicar ventilação;

● Se constatar a existência de qualquer corpo estranho que possa estar

obstruindo as vias aéreas superiores (inclusive prótese dentária ou secreção),

realizar a remoção.

B – boa ventilação● Conectar a máscara facial ao ressuscitador manual e ventilar o paciente,

observando se está ocorrendo expansão torácica – 2 ventilações de 1 segundo cada

(juntamente com primeiro membro irão realizar 30 compressões para 2 ventilações);

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● A cada 5 ciclos (30x2) ininterrupto, aconselha-se a reavaliação de presença

de pulso (carotídeo ou femural) e respiração espontânea;

● Se presentes parar manobras;

● Se ausentes continuar com 5 ciclos (30x2) até chegada do médico e

orientações.

● Altere as pessoas que aplicam as compressões a cada 02 minutos;

● Minimizar as interrupções nas compressões torácicas;

● Terapia elétrica e medicamentosa.

C – desfibrilação precoce: ATO MÉDICO

Quarto membro:- Médico irá avaliar o ritmo do paciente;

a) FV/TV – CHOCÁVEL● (Fibrilação Ventricular/Taquicardia Ventricular):

- Desfibrilação imediata, sendo um choque (solicitar que todos se afastem), se

Bifásico manual carga será de 120 a 200J e se Monofásico carga de 360 J;

- Reiniciar imediatamente a RCP;

- Solicitar administração de drogas (vasopressor durante a RCP – antes e

depois do choque). Epinefrina 1 mg a cada 3 a 5 minutos, ou administrar uma dose

de vasopressina 40ui EV/IO em substituição a 1 ou 2 dose de epinefrina;

- “O médico deverá considerar Via Aérea Avançada, com o auxílio do segundo

membro (a intubação não pode comprometer a RCP)”;

- Quando FV/TV persistir após a aplicação da primeira dose de vasopressor,

deve-se considerar o uso de antiarrítmicos:

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● AMIODARONA: Antiarrítmico de 1ª escolha. Dose: 300 mg EV/IO em bolus,

podendo ser repetida na dose de 150mg. Após retorno da circulação espontânea

iniciar infusão contínua de 1 mg/Kg/h nas primeiras 6 horas; e continuar com 0,5

mg/Kg/h nas próximas 18 horas.

● LIDOCAÍNA: Pode-se utilizar lidocaína. Dose: 1,0 a 1,5 mg/Kg IV em bolus,

podendo ser repetida após 5 a 10 minutos na dose de 0,5-0,75 mg/kg, até uma dose

máxima de 3 mg/Kg. Após retorno da circulação espontânea iniciar infusão contínua

de 2 a 4 mg/minuto nas primeiras 24h. Estar atento para convulsões,

comprometimento respiratório e outros sinais de toxicidade nos pacientes que

recuperam a circulação espontânea, após o uso de altas doses de lidocaína.

● SULFATO DE MAGNÉSIO: Indicado para casos de Torsades de pointes

associadas a um intervalo QT prolongado. Dose: 1 a 2g diluídos em 10 ml de

solução de glicose a 5%, administrada bolus IV/IO em 5 a 20 minutos.

- Se houver presença de um ritmo organizado e não chocável, deve-se palpar

o pulso do paciente de forma breve. Se o pulso estiver presente, devem ser iniciados

cuidados pós PCR.

- Se ausentes após todas as manobras, encaminhar o óbito conforme POP

01.13.

- As medicações EV devem ser administradas rapidamente (em bolus). Após

cada medicação IV, injetar um bolus de 20 a 30 mL de Solução Salina (SF 0,9%) EV

e elevar, imediatamente, a extremidade – isto irá facilitar a chegada de drogas na

circulação central (a qual pode levar 1 a 2 minutos), endovenoso, intraósseo e

endotraqueal.

CUIDADOS GERAIS NA DESFIBRILAÇÃO:● Usar gel condutor;

● Se a vítima estiver molhada – secar, evitar o tecido mamário;

● Em portadores de marca-passo, respeitar distância de 8 cm;

● Ênfase na necessidade de reduzir o tempo entre a última compressão e a

administração do choque e o tempo entre a administração do choque e o reinício

imediato das compressões, mantendo mais de um minuto de massagens.

b) ASSISTOLIA/AESP – NÃO CHOCÁVEL(Atividade Elétrica Sem Pulso - Protocolo de linha reta):

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● Ao observar uma “linha reta”, não presuma logo assistolia. Verificar o

protocolo da linha reta para identificar ou descartar causas de um ECG isoelétrico:

- Derivações soltas/Não conectado ao paciente/Não conectado ao

desfibrilador/monitor;

- Sem energia/Ganho do sinal muito baixo;

- FV/TV isoelétrica ou FV/TV oculta;

- Se em pás fazer uma rotação de 90º para verificar se há vetor de FV (pá do

esterno superior direito para o esterno superior esquerdo; pá do ápex esquerdo para

a borda inferior direita do esterno).

Diagnóstico de ASSISTOLIA verdadeira (ausência total de atividade elétrica cardíaca).

● Após a análise do ritmo, reiniciar a RCP imediatamente;

● Administrar Epinefrina 1 mg IV/IO;

● Repetir a cada 3 a 5 minutos ou Administre 1 dose de vasopressina 40 U

IV/IO em substituição a primeira ou segunda dose de epinefrina;

● Considere Via aérea Avançada, com o auxílio do segundo membro (a

intubação não pode comprometer a RCP);

● O uso de atropina não é mais recomendado para uso rotineiro de

Assistolia/AESP;

● Tratar as causas reversíveis, 5H e 5T (Hipovolemia; Hipóxia; Hidrogênio

(acidose); Hipo-/Hipercalemia; Hipotermia; Tensão do tórax por pneumotórax;

Tamponamento Cardíaco; Toxinas; Trombose pulmonar; Trombose coronária);

● Se o pulso estiver presente, devem ser iniciados cuidados pós PCR;

● Se ausentes após todas as manobras, encaminhar óbito conforme POP

01.13.

VIA AÉREA AVANÇADA:● “APÓS VIA AÉREA AVANÇADA, MASSAGEM E VENTILAÇÃO DEVEM

SER ASSINCRÔNICAS. VENTILAR DE 06 A 08 SEGUNDOS (08 A 10

VENTILAÇÕES POR MINUTO)”.

- O uso de pressão cricóide durante as ventilações, em geral, não é

recomendado;

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- Após a inserção da cânula orofaríngea deve-se insuflar o “cuff” com pressão

adequada e verificar-se o posicionamento correto. Utiliza-se o método clínico:

ausculta do foco gástrico para descartar-se entubação esofágica e dos 4 campos

pulmonares (bases direita e esquerda, ápices direito e esquerdo) e Uma vez que o

som está audível e simétrico em todos os quatro campos pulmonares e ausente do

foco gástrico, considera-se que, a princípio, a intubação está adequada e pode ser

fixada a cânula pela equipe de enfermagem;

- Na presença de som de “borbulhar” no foco gástrico estamos frente a uma

intubação esofágica. Desinsuflar o “cuff”, retirar imediatamente a cânula e prosseguir

a RCP para oxigenação adequada da vítima e nova tentativa após 2 minutos de

RCP;

- Caso haja ausculta somente em campos pulmonares direitos sugere

intubação seletiva em brônquio fonte direito. Desinsuflar o “cuff” e procede-se a

tração de poucos centímetros na cânula.

“O ACLS preconiza o uso de dispositivos de verificação, além da verificação

clínica: detector de CO2 exalado ou detector esofagiano. Porém, tais dispositivos não

são de fácil acesso na nossa rotina de atendimento. Lembrar sempre que uma

intubação a princípio bem sucedida deve ser monitorizada continuamente, pois há o

risco de deslocamento da cânula e outras intercorrências passíveis de intervenção”.

CUIDADOS PÓS PCR:● Transferir o paciente para a UTI, quando o mesmo estiver intubado e

apresentando pulso carotídeo palpável – NUNCA TRANSFERIR O PACIENTE

ANTES DE ESTABILIZÁ-LO;

● Otimizar a Ventilação Mecânica (VM) para minimizar a injuria pulmonar;

● Determinar prognóstico de recuperação;

● Identificar e tratar as causas da PCR.

Comentários:● A utilização do sistema Bolsa-Válvula-Máscara + Reservatório, adequada ao

tamanho do paciente e ligada a uma fonte de oxigênio com 10 a 12 litros/min,

permite obter uma concentração de 100% de O² quando bem adaptada ao rosto do

usuário;

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● A intubação traqueal deve ser realizada, por pessoa experiente, MAS NÃO DEVERÁ COMPROMETER A RCP. Cada tentativa não pode exceder 30 segundos;

● Não se usa ventilador mecânico durante as manobras de reanimação;

● Se o paciente não dispuser de um acesso venoso previamente à PCR,

deve-se obter rapidamente esse acesso, preferencialmente periférico e nos

membros superiores (veia ante cubital);

● A administração de medicamentos EV ou IO (intraósseo) é preferível à via

cânula endotraqueal;

● Intraósseo: zona vascular da medula óssea, agulha específica. Puncionar

na tíbia 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade, em direção ao pé, ângulo de 60 graus.

Todas as medicações podem se utilizadas nas dosagens preconizadas para via

intravenosa;

● Em situações em que não se consegue acesso venoso periférico, a injeção

imediata de medicamentos, como Narcan, Adrenalina, Lidocaína e Atropina, pode

ser feita através do tubo endotraqueal, mas a dose deve ser de 2 a 2,5 vezes

a dose endovenosa (EV). Após administrar 10ml de solução salina e procedendo-se

à ventilações amplas e frequentes, para ajudar a difundir mais o medicamento;

● O Enfermeiro responsável pelo setor deverá conferir o carro de emergência

mensalmente ou quando for deslacrado, evitando contratempos em situações de

emergência. Lacrar novamente anotando o nº do lacre;

● Todo o material utilizado em uma PCR deverá ser reposto imediatamente

após o termino do atendimento;

● Caso as manobras não tenham sucesso e o usuário for a óbito, verificar o

horário da determinação de parada das manobras de reanimação, que deverá ser

determinada pelo médico que esta atendendo durante o procedimento;

● Em caso de óbito, se houver algum familiar acompanhando o usuário o

médico deverá dar a notícia a família/acompanhante;

● Após o término, retirar o material do quarto ou sala de parada, deixando a

unidade organizada;

● Lavar as lâminas e laringoscópio com água e sabão, secar com compressa

limpa e friccionar álcool a 70% por durante 30 segundo, manter guardado em caixa

com tampa;

● Lavar o ressuscitador manual com água e sabão enxaguar abundantemente

em água corrente (face interna e externa), identificar e encaminhar para Central de

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Materiais Esterilizados para que seja realizada a desinfecção (identificar com data,

hora e assinatura legível;

● Solicitar via folha de gastos os materiais e medicamentos utilizados;

● Realizar evolução de enfermagem em formulário próprio, registrando o

momento (horário) de detecção da PCR, manobras realizadas, profissional médico

que atendeu a ocorrência e destino do paciente.

Comentários:● A utilização do sistema bolsa-válvula-máscara,e reservatório adequada ao

tamanho do paciente e ligada a uma fonte de oxigênio com 10 a 12 litros/min,

permite obter uma concentração de 100% de O2 quando bem adaptada ao rosto do

usuário;

● A intubação traqueal deve ser realizada, por pessoa experiente, MAS NÃO DEVERÁ COMPROMETER A RCP. Cada tentativa não pode exceder 30 segundos;

● Não se usa ventilador mecânico durante as manobras de reanimação;

● Se o paciente não dispuser de um acesso venoso previamente à PCR,

deve-se obter rapidamente esse acesso, preferencialmente periférico e nos

membros superiores (veia ante cubital);

● As medicações EV devem ser administradas rapidamente (em bolus). Após

cada medicação IV, injetar um bolus de 20 mL de Solução salina (soro fisiológico) e

elevar, imediatamente, a extremidade – isto irá facilitar a chegada de drogas na

circulação central (a qual pode levar 1 a 2 minutos), endovenoso, intraósseo e

endotraqueal.

● A administração de medicamentos EV ou IO (intra-ósseo) é preferível à via

cânula endotraqueal;

● Intraósseo: zona vascular da medula óssea, agulha específica. Puncionar

na tíbia 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade, em direção ao pé, ângulo de 60 graus.

Todas as medicações podem se utilizadas nas dosagens preconizadas para via

intravenosa;

● Em situações em que não se consegue acesso venoso periférico, a injeção

imediata de medicamentos, como Narcan, Adrenalina, Lidocaína e Atropina, pode

ser feita através do tubo endotraqueal, mas a dose deve ser de 2 a 2,5 vezes a dose

endovenosa (EV). Após administrar 10ml de solução salina e procedendo-se à

ventilações amplas e frequentes, para ajudar a difundir mais o medicamento;

● O Enfermeiro responsável pelo setor deverá conferir o carro de emergência

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mensalmente ou quando for deslacrado, evitando contratempos em situações de

emergência, anotar o número do lacre;

● Todo o material utilizado em uma PCR deverá ser reposto imediatamente

após o término do atendimento;

● Caso as manobras não tenham sucesso e o usuário for a óbito, verificar o

horário da determinação de parada das manobras de reanimação, que deverá ser

determinada pelo médico que esta atendendo durante o procedimento;

● Em caso de óbito, se houver algum familiar acompanhando o usuário o

médico deverá dar a notícia a família/acompanhante;

● Após o término, retirar o material do quarto ou sala de parada, deixando a

unidade organizada;

● Lavar as lâminas e laringoscópio com água e sabão, secar com compressa

limpa e friccionar álcool a 70% por durante 30 segundos, manter guardado em caixa

com tampa, identificar com data, hora e assinatura legível;

● Lavar o ressuscitador manual com água e sabão enxaguar abundantemente

em água corrente (face interna e externa), contar peças e identificar com data, hora

e assinatura legível;

● Identificar e encaminhar para Central de Materiais Esterilizados para que

seja realizada a desinfecção;

● Anotar na folha de gastos os materiais e medicamentos usados;

● Realizar evolução de enfermagem em formulário próprio, registrando o

momento (horário) de detecção da PCR, manobras realizadas, profissional médico

que atendeu a ocorrência e destino do paciente.

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Avalie a responsividade

Vítima irresponsivaSem respiração ouRespiração anormal (gasping)

Checar o pulso de5 a 10 segundos

Chamar ajuda

Posicionar paciente a 0 graus

Decúbito dorsal e iniciarRCP

Solicitar para alguémChamar Enfermeiro e P2

Encaminhar o carro PCR +

Desfibrilador

Preparar O2Ambu +

reservatório10 a 12 l/m

Auxiliar intubaçãoInflar cuff

Colocação deTábua rígida

Ligar o desfibriladorMonitorizar o paciente

Avaliar AVPPunciona SN

Administrar medicações

Bolus, seguido de20 ml de solução

Salinizada

Deixar material intubaçãodisponível

Sem desfibrilador

Solicitar paraQue peguem

Setor referencia

Membro 1 e Membro 3Massagem e membro na ventilação x compressão

(30 X 2)

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO A PARADA CARDÍACA:

PRIMEIRO MEMBRO SEGUNDO MEMBRO TERCEIRO MEMBRO

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Se pulso ausente Se pulso presente Estabilizar pct.

Encaminhar paraUTIManter sequência

do fluxograma atéOrientação médicaAvalie o ritmo

Chocável?

TV/FV Assistolia/AESP

Reinicie a RCP*Epinefrina 1mg a cada 3 a 5 minutos ouAdministrar 1 dose de vasopressina 40 ui

EV/IO em substituição a 1 ou 2 dose de

Epinefrina;*CONSIDERAR Vias aéreas avançadas

(sem comprometer RCP)

*O uso de atropina não é mais recomendado para

Uso rotineiro de Assistolia

*Tratar causas reverssíveis: 5 H e 5 T

Se Assistolia/AESPQuadro anterior

Se houver pulso

Inicie cuidados pós

reanimação

Se pulso cuidados pós reanimaçãoEncaminhar paraUTI

Desfibrilação imediata1 choque:

Bifásico manual - 120 a 200 JMonofásico – 360 J

(orientar afastar)

Reiniciar RCP imediatemente após o choqueAdministrar drogas (vasopressor durante aRCP, antes e após choque- Epinefrina 1mg a cada 3 a 5 minutos ouAdministrar 1 dose de vasopressina 40 ui EV/IO em substituição a 1 ou 2 dose de Epinefrina;

- CONSIDERAR VAS (sem comprometer RCP)

Continue a RCP enquanto carregaDesfibrilador.Aplique 1 choque (Bifásico manual - 120 a 200 J Monofásico – 360 J(orientar afastar)Reinicie a RCP e considere antiarrítmicos:* Primeira escolha Amiodarona 300 mg EV/IO 1x-Bolus, podendo ser repetida na dose de 150 mg;*Lidocaína 1 a 1,5 mg/Kg com a 1 dose de 0,75/KgEV/IO podendo ser repetida 5 a 10 minutosaté no máximo 3 doses ou 3 mg/Kg;*Considere uso de Magnésio em TorsadesDe Pointes: dose ataque 1 a 2 g EV/IOApós 5 ciclos de 30x2

QUARTO MEMBROMÉDICO

Sim Não

Análise do ritmo

Análise o ritmoChocável?

Sim

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Revisão 20/10/2013: • Dra. Carla Oldra – Médica Intensividade • Dr. Edson Stakonski – Médico Cardiologista • Enfermeiro Alcione A.Mecca – Especialista em UTI e Gestão em Saúde • Enfermeiro André Scremin Quinto – Especialista em Saúde Coletiva • Enfermeiro Adrean Scremin Quinto – Especialista em Administração Hospitalar • Enfermeira Denise Azambuja Zocche – Mestre em Educação e Doutoranda em Enfermagem (Professora da UDESC) • Enfermeira Diana Augusta Tres – Especialista em Urgência e Emergência. Cursando Especialização em Saúde Coletiva. • Enfermeira Francieli Cecconello – Especialista em Terapia Intensiva • Enfermeiro Gilberto Ozório – Unidade de Pronto Socorro • Enfermeira Handarla Betina Winter – Especialista em UTI Neonatal, Pediátrica e Adulto; Cursando Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva. • Enfermeira Jacira Batista Oliveira – Especialista em Oncologia; Cursando Especialização em Cardiologia. • Enfermeiro José Moacir Soares – Cursando Especialização em Gestão e Assistência. • Enfermeira Jussara dos Santos Valentini – Especialista em Urgência e Emergência; Cursando Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva e Especialização em Cardiologia. • Enfermeira Michele Pereira Zafari Giuriatti - Especialização Médica Cirúrgica • Enfermeira Vanessa B. Kreutz – Especialista em Urgência e Emergência.

Documentos referenciados:

● AEHLERT, Barbara. ACLS, Advanced Cardiac Life Suport – Emergências em Cardiologia – Suporte avançado de vida em cardiologia – Um guia para estudo. [ Revisão científica Ana Paula Quilici...et al.;tradução de Alexandre Maceri Midão...et al.]. – Rio de Janeiro: Eselver, 2007. 3ª tiragem.● Hospital Sírio Libanês. Manual sobre PCR. São Paulo – SP. [Disponível em http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/medicos_profissionais_saude/manuais_guias/pdf/guiamanualpcr.pdf – acessado dia 06 de agosto de 2010.]● Hospital de Clinicas. PROTOCOLO DE PARADA CARDÍACA 2013. Curitiba – PR. [Disponível www.hc.ufpr.br/files/protocolo_parada_cardio-respiratoria.doc - acessado dia 11 de setembro de 2013]● Hospital Sírio Libanês. Manual sobre PCR. São Paulo – SP. [Disponível em http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/sociedade-beneficente-senhoras/ ocuments/protocolos-institucionais/protocolo-pcr.pdf – acesso setembro de 2013]● Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia: Resumo Executivo. São Paulo – SP. [Disponível em http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf – acesso setembro de 2013

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● ARCHER, Elizabetg.[at al]. Procedimentos e Protocolos. Revisão Técnica Marléia Chagas Moreira e Sônia Regina de Souza. Guanabara Koogan, Vol.2. Rio de Janeiro. 2005.● American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE. [versão em Português]. Disponível em:http://www.heart.org/idc/groups/heart-public/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ucm_317343.pdf

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APÊNDICE C – Avaliação prática de PCR

Diretoria de EnfermagemServiço de Educação Continuada

Avaliação Prática de PCR

Setor: …............................. Data: ...................... Horário: ..........................

Facilitador: ..................................

Cena que encontrava-se o pacienteCritérios Indicadores

1º Membro Sim Não ObservaçõesAvaliou responsividade do paciente (irresponsivo, sem respiração, gasping)

Checou o pulso do paciente 5 a 10 s (carotídeo + femural)

Chamou por ajuda

Posicionou a cama do paciente a 0 graus e o paciente em dorsal

Iniciou a RCP

2º MembroSolicitou para alguém chamar o enfermeiro da unidade, o médico P2 e o desfibrilador (caso não tenha)

Tempo de chegada do desfibrilador

Levou para o quarto do paciente o carro de emergência

Levou para o quarto o desfibrilador

Levou para o quarto aspirador

Colocou a tábua rígida com auxílio do colega

Retirou a prótese dentária

Preparou o O2 + Ambú completo + ligou o O2 a 10 a 12 l/min

Monitorizou o paciente com eletrodos

Ligou o desfibrilador

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Preparou o material de intubação

Teste do cuff

Avaliou o acesso venoso/puncionou o acesso venoso SN

Deixou aspirado 1 amp adrenalina (pura)

Administrou água destilada (20 ml) após cada medicação

3º MembroIniciou a ventilação manual no paciente

Alternou a massagem + ventilação com o 1 membro (30x02)

Respeitaram o tempo de exaustão (2 min)

Auxiliou o médico na intubação

Inflou o cuff

Fixou o cadarço de forma correta

A técnica de massagem cardíaca foi efetiva

A técnica de ventilação foram efetivas (mascara bem posicionada)

O profissional posicionou os braços de forma estendida sobre o tórax do paciente com as mãos posicionadas de forma adequada

Foi disponibilizado o estetoscópio para o médico

Os equipamentos estavam funcionando corretamente

O carrinho de emergência (MAT/MED) estavam completos

Uso de EPIS

Atitudes da equipe* Utilizaram de frases objetivas/curtas para mobilização da equipe

* Solicitaram para que familiares e pacientes estáveis saiam do quarto educadamente

* Colocaram biombo para pct. Não estáveis

* Observou-se liderança do enfermeiro durante o atendimento emergencial

* Utilizou-se o tom de voz e linguagem adequada

* Observou-se postura e ética profissionais (conversas paralelas, desrespeito aos colegas, comentários inadequados...)

Parecer descritivo:

Aspecto a melhorar: técnicas, liderança, trabalho em equipe: ......................................

........................................................................................................................................

Aspectos positivos: ........................................................................................................

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........................................................................................................................................

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ANEXOS

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ANEXO A – Autorização

HOSPITAL REGIONAL DO OESTEASSOCIAÇÃO HOSPITALAR LENOIR VARGAS FERREIRA

Rua Florianópolis, 1448 E – Bairro Santa MariaChapecó/SC - CEP: 89812 – 121 www.hro.com.br

Chapecó, 22 de janeiro de 2014

A administração da Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira, autoriza a

funcionária desta instituição, Enfermeira Jussara dos S. Valentini, a apresentar

dados de sua pesquisa, que foi realizada em outubro de 2011 com equipe de

enfermagem, com o tema PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (com autorização

prévia desta administração), a qual realizou para Dissertação do Mestrado em

Terapia Intensiva com o tema: PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NO ÂMBITO

INTRA-HOSPITALAR: CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM

HOSPITAL REGIONAL.

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ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidada a participar de uma pesquisa sobre Parada

cardiorrespiratória no âmbito intra-hospitalar: atuação da equipe de enfermagem.

Esta pesquisa tem como objetivo geral: Identificar o conhecimento da Equipe de Enfermagem no atendimento de PCR em adultos no âmbito hospitalar.

Sua participação não é obrigatória. Sua recusa não trará nenhum prejuízo à

pesquisa ou ao pesquisador.

Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação.

Eu ________________________________________________________________,

portador do RG nº _____________________, concordo em participar da Pesquisa

que será realizada pela aluna Jussara dos Santos Valentini do mestrado da

Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI. Aceito e estou ciente de que

os dados serão utilizados para estudo desta mesma instituição. Fui devidamente

informado e esclarecido pela pesquisadora, sobre a pesquisa e minha participação

na mesma. Estou ciente de que meu nome será mantido em sigilo perante a

sociedade.

Chapecó, SC, ___ de __________________ de _______.

Declaro que entendi os objetivos de minha participação na Pesquisa e

concordo em participar.

______________________________________

Sujeito da pesquisa