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Imprimir Tweet 27 Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC Escrito por Alcyon Junior Acessos: 1477 Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida. O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão. Veto imperial O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil. “Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama. Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”. Guinada na política externa O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio. Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles. Bomba! Bomba! O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves. A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”. Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo. Desarmamento unilateral A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial. Intervencionismo crescente O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.

Wikileaks Revela Gravíssima Sabotagem Dos EUA Contra Brasil Com Aval de FHC

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Wikileaks revela fraude na gestão do ex-presidente FHC.

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    Wikileaks revela gravssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC

    Escrito por Alcyon Junior Acessos: 1477

    Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma aes concretas para impedir, dificultar esabotar o desenvolvimento tecnolgico brasileiro em duas reas estratgicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-seo papel anti-nacional da grande mdia brasileira, bem como escancara-se, tambm sem surpresa, a funo desempenhada pelo ex-presidenteFernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratgicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempoem que exibe problemtica posio em relao independncia tecnolgica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.

    O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar odesenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrnia de implantao da plataforma de lanamento dos foguetes Cyclone-4 de fabricao ucraniana no Centro deLanamentos de Alcntara , no Maranho.Veto imperial

    O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, atravs de sua embaixadano Brasil, fizeram gestes para que o governo americano revisse a posio de boicote ao uso de Alcntara para o lanamento de qualquer satlite fabricado nos EUA. Aresposta americana foi clara. A misso em Braslia deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA no quer nenhuma transferncia detecnologia espacial para o Brasil.

    Queremos lembrar s autoridades ucranianas que os EUA no se opem ao estabelecimento de uma plataforma de lanamentos em Alcntara, contanto que tal atividade noresulte na transferncia de tecnologias de foguetes ao Brasil, diz um trecho do telegrama.

    Em outra parte do documento, o representante americano ainda mais explcito com Lokomov: Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjuntoucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, no apoiamos o programa nativo dos veculos de lanamento espacial doBrasil.

    Guinada na poltica externa

    O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro aps a chegada de Lula aoPlanalto e a guinada registrada na poltica externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeio o parlamento brasileiro considerou queseus termos constituam uma afronta Soberania Nacional. Pelo documento, o Brasil cederia reas de Alcntara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acessode brasileiros. Alm da ocupao da rea e da proibio de qualquer engenheiro ou tcnico brasileiro nas reas de lanamento, o tratado previa inspees americanas basesem aviso prvio.

    Os telegramas diplomticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam acndida esperana mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, noapenas a Casa Branca e o antigo mandatrio esforaram-se pela grave limitao do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforo algumas ONGs, normalmente financiadaspor programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensvel salto tecnolgico brasileiro para entrar no seleto e fechadssimoclube dos pases com capacidade para a explorao econmica do espao sideral e para o lanamento de satlites. Junte-se a eles, a mdia nacional que no destacou agravssima confisso de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratria aos esforosnacionais para a conquista de independncia tecnolgica, em qualquer rea que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrpoles.Bomba! Bomba!

    O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que tambm revela intenes de veto e aes contra o desenvolvimento tecnolgico brasileiroveio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupao gringa sobre o trabalho de um fsico brasileiro, o cearense Dalton Giro Barroso, do Instituto Militar deEngenharia, do Exrcito. Giro publicou um livro com simulaes por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dosEUA, a W87, cuja tecnologia guardada a 7 chaves.

    A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomticos era de espionagem. E tambm, face preciso dos clculos de Giro, de que haveria no Brasil um programa nuclearsecreto, contrariando, segundo a tica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de No Proliferao de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordode Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcntara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiana de que asfrmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agncia Internacional de Energia Atmica (AIEA) que exigiuexplicaes do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro A fsica dos explosivos nucleares. Exigncia considerada pelas autoridadesmilitares brasileiras como intromisso indevida da AIEA em atividades acadmicas de uma instituio subordinada ao Exrcito Brasileiro.

    Como conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posio do setor militar contrria a ingerncias indevidas, ope-se a assinatura do protocolo adicionaldo Tratado de No Proliferao de Armas Nucleares, que daria AIEA, controlada pelas potncias nucleares, o direito de acesso irrestrito s instalaes nucleares brasileiras.Acesso que no permitem s suas prprias instalaes, mesmo sendo claro o descumprimento, h anos, de uma meta central do TNP, que no determina apenas a noproliferao, mas tambm o desarmamento nuclear dos pases que esto armados, o que no est ocorrendo.

    Desarmamento unilateral

    A revista publica providencial declarao do fsico Jos Goldemberg, obviamente, em sustentao sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renncia aodesenvolvimento tecnolgico nuclear soberano, tal como vem sendo alcanado por outros pases, entre eles Israel, jamais alvo de sanes por parte da AIEA ou da ONU,como se faz contra o Ir. Segundo Goldemberg, que j foi secretrio de cincia e tecnologia, quase impossvel que o Brasil no tenha em andamento algum projeto quepoderia ser facilmente direcionado para a produo de uma bomba atmica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforar a linha de vetos e constrangimentos tecnolgicosao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo a proposta que Mahmud Ajmadinejad ,presidente do Ir, apresentou Assemblia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementao: Energia nuclear para todos, armas nucleares para ningum. Atagora, rigorosamente sonegada opinio pblica mundial.

    Intervencionismo crescente

    O semanrio tambm publica franca e reveladora declarao do ex-presidente Cardoso : No havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumiruma poltica regional belicosa, para que a bomba? Com o tesouro energtico que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratgicos abundantes quepossui no subsolo e diante do crescimento dos oramentos blicos das grandes potncias, seguido do intervencionismo imperial em vrias partes do mundo, desconhecendoleis ou fronteiras, a declarao do ex-presidente , digamos, de um candura formidvel.

  • So conhecidas as sintonias entre a poltica externa da dcada anterior e a linha editorial da grande mdia em sustentao s diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por issoesses plos miditicos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram to embaraados diante da nova poltica externa brasileira que adquire, a cada dia,forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados so divulgados pelo Wikileaks.