William Stead - Comunicacoes Com Outro Mundo

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  • 7/29/2019 William Stead - Comunicacoes Com Outro Mundo

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    COMUNICAES COMO OUTRO MUNDO

    O mtodo certo e errado

    William T. Stead

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    COMUNICAES

    COM O OUTRO MUNDOOS MTODOS CERTOS E ERRADOS

    Um livro deWILLIAM T. STEAD

    Psicografado por

    MADAME HYVER

    Editado porESTELLE W. STEAD

    Traduzido por

    Wellington Alveswww.autoresespiritasclassicos.comNovembro/2011

    LONDRES1921

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    RESUMO

    William T. Stead, espiritista ingls convicto e atuante, veio a falecer nodesastre do Titanic em 1912. Alguns anos depois, ele psicografou esta obraatravs da mediunidade de Madame Hyver, famosa mdium francesa. Aqui

    ele envia mensagens a sua filha, Estelle, acerca das formas corretas eincorretas de se comunicar com o outro mundo, dando conselhos desde aformao dos grupos espritas at a forma de agir moralmente, discorrendosobre as categorias de mdiuns e seus percalos. Vrias passagens podem,hoje, parecer destoantes da Doutrina Esprita, tais como o seu parecer deque mdiuns devam ser pagos, mas no tira o mrito essencial da obra.

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    SUMRIO

    INTRODUOPREFCIO

    I. ESPRITOS E MDIUNSII. DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAOIII. CONDIES NECESSRIASIV. PROBLEMAS NAS SESSESV. O QUE FAZER E O QUE NO FAZER COM MDIUNSVI. AO TRABALHOVII. HOMENS-ALVOVIII. SESSES CASEIRASIX. "NA CASA DE MEU PAI H MUITAS MORADAS"

    DESPEDIDA

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    INTRODUO

    Este livro contm uma srie de mensagens dadas pelo meu pai, W. T.Stead, a partir de 1914, dois anos aps sua morte no Titanic. Para muitos,isto pode parecer uma afirmao estonteante e uma que no possa ser

    aceita sem prova definitiva.

    Pessoalmente, eu sinto e sei que estou em contanto com meu pai eque ele o autor destas mensagens.

    Nesta introduo, eu gostaria de dar ao leitor a prova que o deixarabsolutamente sem dvidas que a comunicao possvel e que meu paifoi capaz de dar tais mensagens atravs de Madame Hyver. Evidnciasoutras do que aquelas obtidas pela experincia pessoal so complicadas dese juntar e, por minha experincia pessoal, tenho apenas a minha palavra.Contudo, eu a dou conjuntamente com outra prova que fui capaz de coletar,e se no convencer o leitor, ficarei mais do que satisfeita se elas levarem-no ao caminho da investigao.

    Quando eu estava na Amrica em 1913, meu pai me disse em umasesso que estava em contato com uma mdium na Frana. De tempos emtempos, nos anos que se seguiram, ele me lembrou disso. Em 1918, eledisse-me seriamente em uma sesso pblica no W. T. Stead Bureau, ondeMrs. Wricot era a mdium, que ele queria me dar um livro. Quando euquestionei minha capacidade de achar tempo para escrever, ele afirmouque eu no precisaria me preocupar sobre isso, pois ele supriria o material.

    Ele apenas queria que eu estivesse pronta para fazer o que ele quisessequando chegasse em minhas mos.

    Tomei nota disso, mas no ouvi mais nada at que eu fui perguntadaem janeiro deste ano (1921), pelo Sr. Newall, do The Weekly Despatch, aolhar algumas mensagens que reportava ser de meu pai. Tais mensagens,ele disse, foram dadas atravs de uma mdium francesa. O fato de prontoatiou meus interesse e curiosidade naturais. Falei com meu pai em umasesso (por Voz Direta) onde Sra. Osborne Leonard era a dirigente. Elemencionou as mensagens e de novo lembrou-me que tinha me preparadopara o que viria. No dia seguinte, M. Victor, a quem a mensagens foram

    enviadas da Frana, veio a mim e trouxe um manuscrito. Quando eu os li,tive pouca dvida de que eram as mensagens que meu pai havia-mefalado.

    M. Victor, que no um espiritista, embora desde que leu estas eoutras mensagens seu interesse na questo foi grandemente estimulada,recebeu as mensagens por um parente a quem ele havia traduzido o livrode Magnussen, God's Smile, para o francs. Este parente, que conheciaMme. Hyver, por reciprocidade enviou as mensagens ao M. Victor. Foi poca que os escritos de Vale Owen apareceram no The Weekly Despatch e

    ocorreu a M. Victor que ele poderia traduzir e publicar as mensagens quehavia recebido de seu parente. De todo modo, ele nada fez at uma manh

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    de setembro ltimo, quando afirma que acordou com uma incrvel vontadede traduzir as mensagens que recebera. No tinha noo de onde veio avontade, mas estava to impressionado que entrou em contato com Mme.Hyver e obteve a necessria permisso.

    M. Victor no sentiu necessidade de dar publicidade s mensagensat ter obtido provas de que eram ao certo de meu pai. Ele estava prestes aescrever para Madame Hyver sobre o assunto quando recebeu umacomunicao dela afirmando que meu pai daria provas pessoais para ele daautenticidade se ele entrasse em contato com algum mdium ingls. M.Victor fez sesses com Sr. Peters e Sr. Vango, mas no lhes disse nadasobre o objetivo da visita. Em ambas as sesses meu pai falou dasmensagens e deu testes que o convenceram. Ele deu provas adicionais aofalar de matrias familiares e particularidades que s poderiam serverificadas por mim.

    Mme. Hyver uma grande mdium no-profissional que prestouservios a muitos dos melhores investigadores em Frana. Ela seconscientizou de seu poder como mdium escrevente em 1888 quandotinha dezenove anos. Sr. Leon Denis em Dans L'Invisible: Spiritisme etMediumnite1(*) escreveu em altos termos as comunicaes dadas atravsda mediunidade de Mme. Hyver. "As mensagens que ela recebe", ele diz,"so sempre de um carter muito elevado e lidam com questes de altafilosofia e moral."

    Em 1892, Mme. Hyver entrou em contato com a Duquesa de Pomar e

    perfez sesses com ela regularmente todas as semanas at a duquesamorrer, h dois anos. Mme. Hyver diz que foi a duquesa quem, do outrolado, apresentou meu pai e o grupo de espritos que trabalham com ele pequena corrente que ela tinha com alguns amigos. Isso foi em 1913, bem poca na qual ele me disse que estava em contato com uma mdium emFrana. As mensagens que ele deu ento eram curtas e sem interesse eMme. Hyver no as manteve. "Minha crena", ela diz em uma carta, " queStead estava apenas treinando naquele tempo." As mensagens dadas nestelivro foram recebidas por ela em intervalos entre cinco de maio de 1914 eprimeiro de fevereiro de 1915.

    Em 1912, a seguinte mensagem foi recebida uma poucas semanasaps sua passagem:

    "Quando eu vejo por mim mesmo as dificuldadesextraordinrias na obteno de mensagens a partir destelado, no me admiro que temos to pouco, mas que temostanto quanto fizemos em nossas pesquisas, quando eu estavacontigo.

    Pois voc e suas condies que fazem a barreira.Ideias preconcebidas, ferroando como agulhas em sua mente,

    1 N. do T.: editado em portugus pela Ed. da FEB com o nome de "No Invisvel."

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    preconceitos e supersties preconcebidos - tudo isso deveser esmagado e jogado fora antes que os dois mundospossam perceber que so nicos e unos, e podem combinar-se para expressar aquilo que mais do que nunca eu descobriser o supremo objetivo de toda existncia - a realizao da

    Divindade no Homem, pela Unio de todos aqueles queAmam no Servio de todos aqueles que Sofrem.

    Que isso seja nosso lema e, Deus nos ajudando, vamosconseguir coisas poderosas e provar tanto para a cincialaboriosa, que pergunta severamente em busca deconhecimento, e para a humanidade sofredora, que s pedepor causa do AMOR, que no h Morte."

    Com tais ideais perante ele, meu pai me disse 2 que reuniu ao seuredor um grupo de espritos que perceberam que a barreira entre os doismundos no era intransponvel, que poderia ser quebrada se pudessemensinar os mtodos certos de comunicao.

    Seu prximo passo era escolher o mdium pelo qual daria suasinstrues. Ele escolheu uma francesa que sabia pouco sobre sua vida oupersonalidade, porque ao escrever atravs daqueles que o conhecia, ousabiam um tanto dele, havia o perigo de que as mensagens fossem"coloridas" por tais conhecimentos. Eu no sinto que ele tem sido capaz deobter o seu estilo em grande parte, mas toques aqui e ali e expresses devez em quando to tpicos dele. Isso era devido ao fato de que, s vezes,

    ele estava mais perto do guia, em outras, um do grupo estava naretaguarda, e no ltimo caso a mensagem era carregada pela linguagem etingida com as idias particulares do transmissor mais perto do guia.

    Em alguns casos, ele disse, as mensagens eram inspiradas por elepessoalmente, mas em geral o grupo todo concentrava seus pensamentosno esprito-guia do mdium e atravs dele enviavam-nas. Sua assinaturaera dada a todas as mensagens porque a sugesto em primeiro lugar veiodele e foi ele o responsvel pela seleo do mdium.

    Eu concluo com esta mensagem, do meu pai, que sinto que possa

    ajudar o investigador:

    "Prova de conquista nunca poder vir a menos que amente seja capturada de surpresa. Por qu? Porque o ser vivono invisvel deve piscar-se no ser que vive no visvel. O queisso significa? Que a tela da mente consciente tem de ser nuade imagens, de modo que a mente ativa no invisvel possajogar suas imagens uma a uma na superfcie clara, como emum espelho que reflete apenas os objetos que se desejaretratar. A mente consciente encarnada ativa, ocupa-seimaginando o que deseja ou que outros podem desejar. A tela

    2 Por Escrita Direta.

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    da mente est cheia destas imagens-pensamento e asimagens recebidas de ns so apagados e indistintas,confusas e esmaecidas. Nunca venha buscar conselhos ouajuda ao longo de qualquer linha especial, fadada ao fracassopelas razes apresentadas. Sabemos o que necessrio e

    sempre respondemos quando possvel. Comungue conoscopelo amor de comunho e todas as outras coisas que o amorpode ditar e as circunstncias permitiro ser acrescentadas. -W. T. STEAD."

    ESTELLE W. STEAD.Julho, 1921.

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    PREFCIOpor W.T.STEAD

    Se estas mensagens fossem dadas ao pblico, elas levantariammuitos protestos, especialmente entre os espiritistas. Pessoas pensaro que

    sou muito severo em minhas crticas, pouco encorajador com os mdiuns eparcamente inspirado no assunto da felicidade da vida espiritual. Isso nome perturba, pois ao lerem e debaterem, essas mensagens sero de grandebenefcio em fazer as pessoas refletirem. No h nada como encontrarpessoas que no so da mesma opinio que a nossa - isso nos fazprogredir.

    Embora, na Terra, eu perfiz muitas experincias e pesquisas psquicase li extensivamente sobre o assunto, buscando o limite das possibilidadesdo Espiritismo, eu descobri que era ignorante e preconceituoso e tinhamuito ainda a aprender.

    No pretendo falar muito, mas direi que o Espiritismo no um jogo emediunidade tem seus grandes perigos. Todos que chegam ao Espiritismopara se divertir, para dominar outros, ou locupletar-se com ilcitos, expem-se a graves represlias.

    Pessoas que experimentam devem assim fazer com um espritoreligioso e cientfico. Seus mtodos devem ser restritos e com rigorosocontrole. Este o nico modo de se evitar sulcos profundos no qual asrodas do carro do Espiritismo derrapam.

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    CAPTULO I

    ESPRITOS E MDIUNS

    to difcil para os espritos voltarem para a Terra como para vocs

    penetrarem nos reinos dos espritos.

    No temos mais a faculdade dos viventes na substncia fsica. Issonos foge, assim como as substncias dos planos superiores fogem de vocs.

    Temos impresses e sensaes anlogas as de vocs - mas todiferentes. Temos luzes, cores e sons, mas eles apenas distantemente seassemelham queles que conhecem com tais. Temos necessidades que noslembram de sede, fome e sono, mas que so mais necessidades dainteligncia do que do corpo.

    A despeito de todos nossos desejos de responder aos seus apelos,somos muitas vezes impedidos de fazer como esperamos, pelas diferenasdos planos.

    Sempre direi que mais fcil para voc ir aos EUA do que ns irmosat voc. O sono permite-lhe a entrar em contato conosco mil vezes melhordo que pode todos os mdiuns no mundo, e a ajuda que somos capazes dedar-lhe deste modo de longe mais preciso e eficaz.

    Faculdades Espirituais do Homem

    Mdiuns so realmente apenas intrpretes medocres dos espritos,um meio casual pelo qual so obrigados a ajudar a si mesmos enquantoesperam por algo melhor - quero dizer, at os sentidos espirituais quedevam completar os sentidos fsicos terem se desenvolvido nos sereshumanos. anormal que os mortos tenham de voltar ao fsico, como soobrigados quando se manifestam. As almas dos mortos, excetuando oprimeiro perodo aps a morte, nada tm a fazer com a Terra diretamente,pois sua evoluo espiritual os leva para bem longe daquela baixa esferaonde a humanidade luta.

    o homem quem deve ir aos espritos ao desenvolver em si mesmosuas faculdades espirituais. E tal capacidade a todos dada. Possuem osembries das faculdades espirituais cujas aes resultam em intuio,inspirao e impulsos, as origens dos quais no sabem como traar, poisesto emersos no prprio corpo fsico, vivendo apenas para ele e notomando conhecimento de sua alma.

    Agem e pensam como se fossem homens fsicos para sempre e, muitoraramente, como se fossem e continuassem a ser espritos, contudo, sosempre espritos, mesmo quando esto em corpos fsicos. A alma seria mais

    sensvel se se ocupassem mais com isso e os mortos manifestar-se-iammelhor.

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    Como as Mensagens So Afetadas

    Voltando aos mdiuns. Eles so, no mximo, um meio medocre decorrespondncia. Os pensamentos transmitidos por eles so embaralhadas

    pelo peso de seus corpos fsicos e deformados pela resistncia de seuscrebros. Esto em perigo de espritos maliciosos e quanto mais inteligentee malvolo o esprito , maior o perigo.

    Tirando inteiramente os perigos e considerando apenas asmensagens, descobrir que so muitas vezes distorcidas quando so dadaspelo intermdio de um mdium.

    Se o esprito manifestante quer ele mesmo explicar certos fatos deuma natureza complicada - como, por exemplo, a constituio espiritual dohomem - e se ele quer desenvolver noes que no so aindagenericamente aceitas pelas pessoas, ele encontrar intransponveisobstculos, e a mensagem sair insuficiente e mutilada. Como estilo darelao, o maior escritor apenas obter escritos banais de um mdium semcultura.

    H terrveis obstculos para transpor quando devemos usar um corpoestranho como intermedirio (como quando um mdium est em transe).Muitas vezes acontece de parcialmente perdermos algumas de nossasfaculdades e estarmos em tortura quando expressamos uma idia que, soba forma que dada mais tarde pelo mdium, falhamos em nos fazer

    reconhecer ou o reconhecimento apenas sutil.

    No nossa falta, ou do mdium, se as personalidades terrcolassufocam e constrangem-nos.

    Auras dos Mdiuns

    Vou tentar dizer algo sobre as auras dos mdiuns. Sabem que aradiao de seus fluidos que se d o nome de "aura" 3 . A qualidade da auradifere grandemente em diferentes pessoas. Algumas tm uma irradiaoque muito poderosa, elevam-se bastante e protegem o mdium, como se

    ele estivesse dentro de uma concha. Em tais casos, difcil para os espritoso alcanarem. Quando se aproximam, so repelidos como se por umacorrente eltrica. No podem tomar posse do mdium e so forados atrabalhar de outra maneira.

    3 Precisamente o que a aura ainda est alm do poder da cincia dizer, emborainvestigaes agora em progresso prometam consideravelmente estender o conhecimento.Na pesquisa psquica, a aura dita como uma efluncia ou irradiao da alma, ou corpopsquico. O Century Dictionary assim a define: "uma substncia impondervel

    supostamente emanada por todos os seres vivos, constituda de uma essncia sutil doindivduo, como meio de manifestao do que chamado magnetismo animal, e tambmum meio da operao do hipnotismo, clarividncia e poderes sonamblicos."

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    sabido que se h dois pianos na mesma sala afinados iguais e setocar uma tecla em um, a mesma tecla no segundo vibra em harmonia coma primeira. Ento, no caso de uma aura de longo alcance, os fluidosespirituais devem se postos de acordo com os do mdium, a fim de fazercom que os fluidos do mdium vibrem em concordncia com o do esprito.

    Se o mdium muito sensvel e o esprito capaz, resultados bons e,s vezes, excelentes sero obtidos. Este o caso com a mediunidadeindireta ou "intuitiva". Chamo de "indireta" por que o esprito no podetomar posse do mdium, pois s pode trabalhar de certa distncia dele.Devido a isso que as comunicaes recebidas "intuitivamente", emboramaiores, mais desenvolvidas e muitas vezes mais elevadas comunicaesso menos precisas do que aquelas atravs de um mdium "direto".

    Poucos fatos, distintos das noes, so enviados atravs de mdiunsdeste tipo. Vibraes de fatos, tais como nomes e datas, no so da mesmanatureza das vibraes que transmitem pensamentos morais oumetafsicos. Elas so de um plano mais material e so de uma onda muitocurta para alcanar o centro sensvel de um mdium que tem uma aurapoderosa. Em comunicaes "intuitivas", o esprito permanece longe domdium, no outro fim de sua irradiao, de onde apenas as vibraes queso suficientemente longas podem alcanar a mente do mdium.

    Mdiuns "intuitivos" no esto em contato com espritos inferiores.Eles podem apenas se comunicar com espritos suficientemente avanados.Suas auras, ou conchas protetoras, no so facilmente penetradas.

    Penetrando a Concha

    Mdiuns cujas auras so facilmente penetrveis atraem maisespritos, e quanto mais permevel a aura, mais precisas sero asmanifestaes. Se um esprito capaz de entrar inteiramente dentro daaura de um mdium, ele pode lembrar aos seus ouvintes os mais exatosfatos sobre sua existncia terrcola, pois ele o mestre incontestvel dosrgos do mdium. Ele pode tomar controle total do corpo durante umtranse completo e parcial em um semi-transe, quando o mdiumpermanece consciente.

    Geralmente, a aura pode apenas ser penetrada em um ponto. Porexemplo, o psicgrafo que pode ser feito dar mensagens em uma lnguaignorada por ele, no pode ver as vises dadas ao clarividente ou escutaras palavras ditas ao clariaudiente.

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    Uma certa quantidade de fluido etrico 4 tomado do corpo fsicopara movimentar objetos, para girar as mesas, etc. Se a aura do mdium facilmente penetrvel, o fenmeno ser de um tipo inteligente; se a aurafor difcil de influenciar, os movimentos efetuados sero de poucainteligncia.

    No momento, o mdium cuja aura pode ser penetrada por espritosest exposto a muitos perigos, pois a porta est aberta a todos os tipos deinfluncia, e se sua vontade for dbil ou sua moralidade dbia, ele setornar vtima de espritos errantes maliciosos. Para isso, pode ser vtimasem ir a sesses. Muitas pessoas possuem auras facilmente penetrveis eso influenciadas por entidades que so atradas a elas por suas vontadesinstveis e seus maus pensamentos.

    Padro Moral Elevado a Melhor Proteo

    As duas grandes classes de mdiuns - a indireta ("intuitiva") e a direta(aqueles atravs dos quais efeitos fsicos so produzidos) - so divididas esubdivididas, de acordo com a natureza de seus fluidos e da qualidade desuas mentes.

    Sra. Piper 5, por exemplo, uma mdium cuja aura era admiravelmentepermevel, tinha ao mesmo tempo um padro moral elevado e umainteligncia bem desenvolvida; ela era praticamente inalcanvel aosespritos malvolos. Outros, cujas auras so menos permeveis que a dela,so vtimas para as terrveis influncias devido suas dbeis vontades e ms

    morais.

    Quando um mdium tem uma aura que pode ser penetrada, espritosso capazes de entrar em seu ser psquico com grau de facilidade deacordo com a afinidade entre o esprito e o mdium.

    4 Fluido etrico significa o "plasma", ou forma psquica da matria, descrita pelo Dr.Crawford, de Belfast, em seu livro The Psychic Structures at the Goligher Circle (AsEstruturas Psquicas na Corrente Goligher, sem traduo em portugus), e por Dr. GustaveGeley, cientista francs, em From the Unconscious to the Conscious (Do Inconsciente aoConsciente, igualmente sem traduo em portugus). Esta substncia, afirmam, enquanto

    permanecendo invisvel vista normal, pode, s vezes, ser tocada e j foi fotografada (hreprodues no livro do Dr. Crawford) e tambm pesada. com ela que, de acordo com Dr.Crawford, sob certas condies, objetos podem ser movidos sem a causa ser visvel pelosobservadores.

    5 A Sra. Piper era a mdium em um grande nmero de sesses realizadas entre 1887 e1911 por membros das Sociedades Britnicas e Americanas de Pesquisas Psquicas,estando entre os investigadores Sir Oliver Lodge, Professor William James e ProfessorRomaine Newbold. Registros dessas sesses ocupam todo o volume 28 e parte dosvolumes 6, 7, 13, 14, 15, 16, 22, 23 e 24 dos Anais da Sociedade Britnica de PesquisasPsquicas. Foi acordado, depois de exaustivos testes feitos, que a perda de sua conscincia

    em transe era completa, e que quando acordava ela de nada se lembrava do que haviaocorrido no estado de transe. Ela ainda est viva, (faleceu em 1950) mas sua mediunidadede transe chegou ao fim em 1911.

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    Um esprito de elevado carter no pode se aproximar de um mdiummuito material sem sofrer como se asfixiado, por vezes perto de se tornarinconsciente; mas, com o mesmo mdium, um esprito grosseiro poderia sesentir bem vontade. Por outro lado, com um mdium de um tipo mais

    refinado, o esprito grosseiro se sentiria como um campons em uma salade desenho, ele no saberia como agir.

    Alguns mdiuns tm fluidos que esto em harmonia com apenas umacategoria de espritos e s podem produzir fenmenos quando trabalhamcom tal categoria. Outros possuem fluidos adaptveis e podem entrar emcomunho com muitos tipos de entidades espirituais.

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    CAPTULO II

    DIFERENTES MEIOS DE COMUNICAO

    Pegue, por exemplo, esta experincia. Voc (Mme. J. Hyver, ver a

    Introduo), atravs de quem estas mensagens so dadas, uma mdium"intuitiva" 6. Eu comunico-me consigo pelo intermdio do seu eu espiritual -de uma inteligncia para outra.

    Eu no transmito palavras. Falo consigo na linguagem dos espritos:quero dizer, eu penso e as vibraes de meus pensamentos sotransmitidas pelo intermdio de nossos corpos espirituais. O seu entotoma conscincia dos meus pensamentos, atravessa seu crebro e voctraduz tais pensamentos nas correspondentes expresses escritas.

    Eu seria capaz de enviar muitos pensamentos complicados e sutispara voc tanto quanto tivesse em sua mente palavras adequadas paraexpressar tais ideias, porm eu no poderia enviar pelo seu intermdio umafrmula algbrica ou um termo cientfico ou histrico que voc noconhecesse. Se, por exemplo, se soubesse o nome Nabucodonosor, eu afaria escrever: "o orgulho de um Nabucodonosor." Se no conhecesse onome, escreveria: "o orgulho de um grande potentado", ou algo similar. Aidia seria a mesma.

    Eu no poderia contar um fato de minha vida passada ou umconhecimento de acontecimento futuro, pois tais fatos no so ideias. A fim

    de transmitir tais fatos, eu deveria agir na mente fsica de um mdium"direto".

    Mas, eu posso fazer-lhe, como uma mdium indireta ou "intuitiva",expressar tais sentimentos como alegria, medo, ternura e amor, porqueesses sentimentos so movimentos da minha alma que podem fazer a suaalma vibrar em unssono com a minha.

    Inspirao e Estilo

    Se em mdium intuitivo for de uma sensibilidade medocre, tudo que

    ele escrever ser em um estilo uniforme. Se ele for muito sensvel, sercapaz de reproduzir o estilo e a personalidade do esprito que transmite ospensamentos. assim com um mdium como com um msico. Qualquerum que aprenda a usar um piano pode tocar uma partitura de Beethovende algum modo, mas um musicista verdadeiro interpretar Beethoven deoutro jeito alm de reproduzir mecanicamente as notas da partitura - elebuscar colocar em sua performance a alma do compositor e a expressopeculiar de seu gnio.

    6 O indireto ou intuitivo aquele cujos pensamentos so transmitidos de uma distnciasem que os sentidos da viso, audio ou tato sejam empregados.

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    Mais, nos mdiuns intuitivos a faculdade que chamam de "inspirao" posta em movimento. ela que se perfaz no compositor inspirado queouve as sublimes harmonias das esferas celestiais; no poeta que ouvemisteriosas vozes bafejando-o com seus ritmos; no pintor e no escultor quese sentem sustentados e elevados por uma fora cuja fonte eles conhecem;

    no sbio que v os segredos do universo se desdobrar ante si.

    Respostas a Perguntas Tolas

    To logo um mdium visto cobrir folhas de papel com facilidade,pessoas supem que tm apenas de question-lo, no interessa o quodesconexo ou ridculo possam ser, para obter respostas. Imaginam que elespodem entrar em contato com todo e qualquer esprito, que nenhumassunto est alm deles e que podem dar dicas monetrias para seusnegcios. Se falha nesses variados pedidos, as pessoas negam que ele sejaum mdium e dizem que tudo que escreveu foi pura imaginao. Isso falso e injusto.

    Um mdium intuitivo, mesmo um excelente, pode dar apenas umacategoria de fenmeno. Ele pode ser excelente para metafsica, mas inaptopara msica. Ele pode sentir a vibrao chegando, seu eu espiritual podeestar cnscio dela, mas a vibrao permanece sem forma, no cria imagensem sua mente.

    Bons mdiuns intuitivos so muito raros - por isso que a maior partedas mensagens recebidas dos espritos banal na forma e matria quando

    escritas. Um mdium deve ser altamente sensvel e predisposto aoespiritual antes de receber os ecos do mundo dos espritos. igualmentenecessrio que os experimentadores no peam para tentar obterfenmenos que ele no seja adaptado para transmitir e que ele sejadeixado em sua especialidade. Ento, as mensagens de maior valor seroobtidas.

    O grande benefcio da faculdade puramente intuitiva em um mdium que um esprito que procura se comunicar deixado livre de obstculos.No tendo que entrar na aura do mdium, ele permanece em sua esferaespiritual e seus pensamentos fluem facilmente, no sendo circunscrito

    pelas condies terrestres.

    As Suas Ideias e as Nossas

    Um esprito no vive como um homem, e sua vida to diferente davida terrcola que impossvel para ns dar-lhe uma noo assim como para um nadador fazer uma carpa entender suas sensaes. Vocs so acarpa e sempre quiseram que respondssemos como uma. Desejam aindaque interessemos por nossa velha forma terrestre e nossas aes epensamentos enquanto na Terra, em suas aes, pensamentos e futuro, eem todas as coisas terrestres que temos dificuldade de lembrar e que nosparecem de nenhum interesse e at mesmo miseravelmente pequenos.

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    Felicidade e tristeza na Terra no se assemelham a felicidade etristeza do Outro Mundo. Coisas que alegram ou afligem vocs parece-nostudo insignificantes e infantis. Por esta razo que s vezes ns parecemoster nenhum interesse e simpatia como vocs esperam.

    Sentimos profundamente a afeio que vocs tm por ns e todos ospensamentos elevados e puros que esto em suas mentes e que so dedomnio espiritual.

    Podemos ver simbolicamente os perigos que os ameaam, pelaluminosidade que os cerca e podemos dar esperanas de um sucesso ou oaviso de uma expiao que est para vir. mais difcil para ns ver fatosexatos. Podemos ajud-lo, mas nem sempre do modo que imaginam.

    Quando nos perguntam tantas coisas terrestres com as quais noestamos mais em contato, custa-nos um grande esforo para realizar acomunicao bilateral.

    Para esse tipo de questionamentos necessrio usar um mdium"direto", e impossvel que o resultado seja satisfatrio.

    H inmeras coisas para dizer sobre os espritos e os diferentesestados de conscincia humana. Homens sabem quase nada das grandesleis que governam suas vidas e todos, exceto um pequeno nmero de"mortos", so to ignorantes quanto so os terrcolas. Por isso que tantassesses so desapontadoras e tantos fenmenos aparentemente so sem

    valor.

    Deve ainda de ter pacincia para me ouvir. Agradeo-lhe por terescrito tanto. Est sob grande fadiga, a despeito da aparente facilidadepara escrever.

    Quando as condies circundantes so defectivas, ou se algumtentar fazer muito, toda mediunidade uma causa de fadiga eocasionalmente de perigo. Experimentadores devem ter isso em mentequando com um mdium, pois em muitos casos os espritos no serocapazes de socorrer o mdium.

    Destino aps a Morte

    Lamento desiludir muitas pessoas que imaginam que o mundoespiritual inteiro uma resplandecente rplica da Terra. No o caso. Oprimeiro estgio apenas da vida astral possui uma semelhana com a Terrae este estgio para muitos de angstia, tristeza e sofrimento.

    Aqueles cujas almas so pouco desenvolvidas, que no tm qualquerespiritualidade nem qualquer idia da outra vida, esto no lusco-fusco; osperversos esto na escurido e dor; os medocres tm uma existnciamedocre, cpia daquela na Terra. Quando se livram da Terra e do BaixoMundo Astral, as almas mais nobres e mais desenvolvidas possuem uma

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    vida de pensamento e sentimento que ultrapassa em prazer qualquer coisaque possam imaginar.

    Muitos no podem atingir o conhecimento de tal estado. So como asalmas daqueles de quem Homero fala, que perambulam pelo Hades como

    folhas mortas nos ventos outonais. Essas inumerveis almas, no tendocorpos fsicos e no sendo mais capazes de satisfazer as paixes nemsaciar as necessidades que imaginam ainda ter, so cobertas com anseiosda antiga vida terrestre. Ainda sendo incapazes de sustentar pensamentos,so incapazes de conceber tanto a vida de inteligncia quanto despir-se doegosmo.

    H, portanto, na atmosfera da Terra uma multido de almas vagantese desoladas que procuram qualquer luz no planeta (a luz de um sensitivoespiritual) e que correm em bando ao ponto onde uma possibilidade de semanifestar ocorre.

    Como a Comunicao Efetuada

    Um esprito em dor se comunicar febrilmente, ele estar fraco eincoerente. Enquanto comunica, ele sofrer em mente e corpo e o mdiumsofrer tambm. Ele sempre o fatigar e por vezes o machucar.

    Um esprito justamente feliz no plano astral se comunicar maisfacilmente. Ele ser capaz de se interessar com seus assuntos e negciosterrestres normalmente. Seu poder para fazer isso ser em proporo ao

    grau no qual suas faculdades intelectuais foram desenvolvidas ourestringidas durante a vida mortal. Por exemplo, seu av pode ter sido umtrabalhador valoroso e fiel, com uma boa moral, mas com um baixodesenvolvimento intelectual seja em sua ocupao ou em leitura. Ele seriacapaz de ajud-la em sua carreira, mas apenas at onde suas noesrestritas da vida comum permitiriam.

    Mas seu pai, se ele foi instrudo em alguma cincia ou arte e se tornouaculturado e intelectualizou-se, interessaria a ele menos as coisas materiaisde sua existncia. Ele a amaria, mas sua cultivada inteligncia o levaria emdireo ao espiritual e longe do material. Ele no seguiria a sua carreira,

    tanto quanto o sucesso material est em causa, mas que ele iria tentarajudar no seu desenvolvimento interior.

    Seu av influenciaria algum para assisti-la pecuniariamente em ummomento difcil, enquanto seu pai a inspiraria com a idia de uma invenoou uma descoberta cientfica.

    Afastei-me muito do assunto do mdium "intuitivo". Acho, no entanto,o que eu disse ser til.

    Sentimentos Sufocados Revividos

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    Comunicao atravs de um mdium intuitivo permite ao espritopermanecer em sua prpria esfera e assim no relembrar vividamente asmemrias sua vida terrena. Suas memrias so muito claras e revividasdolorosamente quando ele tenta primeiramente se comunicar por ummdium "direto". Com o propsito de me manifestar, tentei tomar posse de

    um mdium "direto" penetrando em sua aura. Ao primeiro contato, reviveuem mim as impresses de minha morte por afogamento - o sentimento desufocamento. Eu sabia muito bem que estava apenas entrando em contatocom um mdium, no obstante as ltimas sensaes de minha vida fsicarecorrerem com fora em vrios momentos.

    Se o mdium clarividente, eu tento me mostrar a ele. A viso podetomar o aspecto de realidade ou apenas uma forma vaga, de acordo com ograu de meu poder e de nossa afinidade, se a circunvizinhana favorvel,entre outros escolhos.

    Se eu ainda tiver meu ltimo corpo astral 7, eu serei capaz de fazer talcorpo visvel ao mdium e a manifestao ser mais fcil para mim. Se eutiver deixado minha forma astral, e ter apenas meu corpo espiritual, que na realidade meu verdadeiro eu, devo ser obrigado a construir uma imagemde meu velho corpo terrestre. Devo mostrar-me em uma forma mais oumenos luminosa se no for capaz de construir tal imagem.

    Se o mdium for apenas clarividente e eu quiser dar provas de minhapresena, devo criar imagens de objetos, escrever palavras ou datas emletras luminosas e dar por assim dizer fotografias de eventos passados e

    futuros.

    7 O significado desta expresso pode ser adquirido com esta passagem dos escritos de ValeOwen (mensagem de Arnel, publicado em 05 de dezembro de 1920): "No planeta Terra, asubstncia de que nosso ambiente feita puramente de matria. Na regio prxima logoacima da Terra menos material e mais etrea; ento, etrea; e, depois, mais espiritualdo que etrea; em seguida, mais etrea e espiritual, e passa a espiritual, s que mais

    sublime". Os estgios chamados de "astral" nestas mensagens so aparentemente aquelessituados entre as nossas condies materiais da Terra e aqueles puramente espiritual, isto, o etreo.

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    CAPTULO III

    CONDIES NECESSRIAS

    Muitas vezes, aqueles presentes em uma sesso impedem a produo

    do fenmeno ao desejar muito ardentemente. Por exemplo, um amigo dirpara mim: "Mostre-me a coisa que eu lhe dei em tal e tal ocasio." Se eledesejar muito fortemente que eu mostre tal coisa (digamos, um prendedorde gravata), haver uma chance em dez que eu no serei capaz desatisfaz-lo. Eu estarei dentro da aura do mdium e sua vontade vibraatravs de sua aura e ele colocar a parte os fluidos que eu manipularia.

    Uma condio essencial para uma boa manifestao que ospresentes sesso estejam calmos. Desejos ardentes, grandes agonias,mentes irrequietas so causas de falncias. Por isso que vocs, franceses,so menos bem sucedidos nas sesses do que os britnicos. Vocs vemcom todo tipo de noo bem estranha ao motivo da sesso. Mesmo se umamosca zunir perto, a ateno distrada e se o fenmeno esperado no produzido de uma vez, vocs se tornam impacientes ou talvez at desistamde tentar. Esto sempre prontos a zombar dos espritos ou dos mdiuns.

    Ningum deve fazer troa dos fenmenos, pois produzi-los custagrande esforo e, muitas vezes, grande angstia. Espritos, na tentativa deproduzi-los, trabalham em uma superfcie ainda mais mvel do que a gua,uma superfcie que o mais leve respirar agita. Sabe que um lago, quereflete os objetos circundantes como um espelho quando as guas esto

    calmas, apenas apresenta reflexos confusos e quebrados quando asuperfcie est ondulada pela mais leve das brisas.

    Agitao entre os presentes em uma sesso pode evitar parcial outotalmente que uma manifestao ocorra - por agitao eu quero dizer noapenas irrequietude de corpos, mas de mente. Um homem pode parecerbem tranqilo e ainda assim h uma tempestade em sua mente, pensandoem algum assunto que o perturba ou algum de quem desgosta, e estaagitao ser transmitida magneticamente aos vizinhos. Ento, no lugar deter uma superfcie calma e receptiva na qual produz as suas manifestaes,o esprito ser balanado como um destroo no mar revolto.

    Em Outros Corpos

    Retornemos ao assunto da mediunidade. Dando boas condies, euposso me comunicar com o clarividente ao apresentar paisagens ou outrossmbolos, posso trocar frases curtas com o clariaudiente e com um bomescritor posso dar mensagens diretas e completas.

    Poderia dar provas claras e confiveis de minha identidade ao tomarposse do corpo de um mdium. Para isso precisaria usar um mdium do

    tipo direto, Sra. Piper, por exemplo.

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    Poderia usar outros que eram muito mecnicos para escrever emlnguas que so ignorantes, outros para discursar, outros para desenhar oupintar. O resultado depende inteiramente da extenso do controle que sereicapaz de ter do mdium.

    Muitos que permanecem cnscios durante as manifestaes soexcelentes mdiuns, e por eles convincentes fenmenos so produzidos.Estas manifestaes, de todo modo, so raramente to claras quantoaquelas obtidas atravs de um mdium que rende sua personalidade emtranse completo.

    Em casos de transe completo de um mdium altamente desenvolvido,um esprito desencarnado pode, aps exercitar e testar seus poderes porum tempo, retornar quase inteiramente ao seu eu terrestre. De primeira,tomar posse de um corpo estranho uma experincia extraordinria paraele. Sentir que ele est realmente em outro corpo; ver com olhos que notem precisamente o mesmo tipo de viso que tinha; escutar com ouvidosque recebem sons diferentes do que ele prprio ouvia; pensar com umcrebro com o qual no est acostumado, se torna grotesco.

    Pouco a pouco ele se acostuma ao corpo estranho. Tenta agir e falar,mas o esforo requerido hercleo. difcil mover o corpo desconhecido eexpressar-se atravs dele especialmente se o aparelho que estcontrolando apenas medocre.

    Mesmo com um excelente mdium a situao complicada. Somos

    obrigados a fazer preparaes antecipadas e aps as manifestaesficamos muito exaustos.

    Requeremos certa dose de coragem e perseverana para alcanar-lhes, mesmo se estivermos acostumados com o mdium. De todo modo,quando somos capazes de controlar um mdium efetivamente e darconvincentes provas de nossa realidade, somos bem recompensados pelosnossos esforos.

    Coisas para No Se Perguntar

    Infelizmente, nossos esforos no so suficientemente apoiados pelopovo da Terra. Vocs acham que ns ainda estamos em termos terrestres eolham-nos pelos seus pontos de vista individuais.

    Aps estabelecer o fato de nossa sobrevivncia, vocs nos perguntampara colocar-lhes no caminho da boa sorte ou para sermos gnios, que, comum toque de um anel mgico, transformaria suas tribulaes e problemasem alegrias. Isto uma atitude errada e por causa disso muitas sesses soperturbadas.

    um erro assediar os espritos com negcios comuns. Se eles socapazes de fazer algo por vocs, assim o faro, mas se pedir por coisas semeira nem beira, arriscam-se a tir-los dos trilhos da evoluo.

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    No sempre bom para os espritos estar em contato com ascondies terrestres e, portanto, no certo fazer repetidas demandas paraqualquer esprito. Se persistir em assim fazer, pode-se causar quele quebusca desviar de seu caminho ou, se ele no puder responder, alguma

    entidade pode aparecer em seu lugar e causar muitos problemas.

    Tudo isso no evita que a ajuda possa ser dada advinda das regiesespirituais. Um aviso espontneo de valor; dado quando pode ser til.Aqueles que vocs amam sabero bem como ajud-los, mas possvel queaquele a quem se apela no esteja disponvel, e neste caso, o melhor noinsistir nos apelos.

    Estragando Finos Dons

    Muitas sesses so estragadas pelo egosmo dos presentes. Halgumas pessoas que no tentam aperfeioar os meios de comunicaoentre os dois mundos, ao contrrio, brincam com os espritos ou colocammilhares de questes pueris e estpidas que eles mesmos seenvergonhariam de fazer a um amigo. Sesses espritas no so apenasinsatisfatrias quando esses truques so feitos, mas o desenvolvimento domdium retardado, os mais finos dons estragados e as mais preciosasfaculdades permanecem inertes.

    Vocs no devem imaginar que os resultados obtidos em uma sessodependem inteiramente dos espritos. Eles podem apenas usam o material

    que oferecido a eles pelo mdium e seu grupo. Assim que um espritoentra em contato direto com um mdium, ele tambm entra em contatocom todos os membros do grupo, e tem de contar com as influncias quecada um, desconhecidos por ele, trazem consigo.

    O grupo deve se encontrar regularmente em um tempo pr-fixado, ese possvel na casa daquele que estudou o assunto e considera ascomunicaes salutares. Uma sesso mantida sob essas condies muitomais bem produtiva do que aquela que mantida em tempos irregulares esob condies desfavorveis.

    As pessoas componentes do grupo devem estar em harmonia umascom as outras. Elas devem possuir bom carter moral, pois uma pessoamal-humorada, com pensamentos ruins, causa desordem em uma sesso eatrai espritos que podem infligir danos de muitas formas. Certo amontoadode cultura necessrio, pois as comunicaes no sobem acima do lugarcomum em grupos com falta do elemento intelectual.

    Nossa Aparncia de Espritos

    Espritos que se manifestam na Terra no vem uma sala e aspessoas nela como vocs os vem. A limitao das paredes -lhesdesconhecidas e vem a moblia, quadros e outras quinquilharias em seuaspecto espiritual e no em sua forma material.

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    Na sala a qual agora voc est a escrever h algumas produesartsticas. Eles no parecem ser de madeira, cobre, porcelana, bronze e telapintada para mim. Eu vejo nelas apenas as ideias que o artista tinhaquando as produziu. Eu vejo aquela encantadora placa chinesa no como

    um pedao de porcelana habilmente colorida, mas como um ritmoharmonioso.

    As pessoas nesta sala no parecem para mim como carne e osso, mascomo mente e esprito. Ondas magnticas, pensamentos e vibraessentimentais. Eles so lindos ou feios, brilhantes ou opacos, ou de grausintermdios, de acordo com o estado d'alma. Sade, em certa medida,determina a intensidade das vibraes.

    Se os pensamentos dominantes de pessoas em uma sesso sosaudveis, puros e desprovidos de egosmo, eles se harmonizam eproduzem excelentes condies para experincias psquicas. As condiestornam-se perturbadas e instveis se houver um elemento discordante nogrupo.

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    CAPTULO IV

    PROBLEMAS NAS SESSES

    Um esprito que deseja dar uma mensagem pode, de algum modo, ser

    comparado com um orador de um encontro pblico. Ao se enderear audincia, o orador primeiro tem de chamar a ateno. Similarmente, umesprito deve primeiro obter controle de seu mdium atravs do qual eledeseja se comunicar. O orador, para ter sucesso, deve estabelecer um tipode cadeia magntica entre ele e sua audincia, ento um esprito deveforjar um elo similar entre ele e os membros do grupo, se ele deseja daruma mensagem acurada e inteligvel.

    Devido s dificuldades que crescem da presena de uma multido deespritos indceis, nem sempre fcil manter a necessria harmonia depensamentos entre os presentes de uma sesso.

    To logo ela comece, numerosos espritos infelizes se aglutinam naesperana de achar algum alvio para si mesmos. Esses pobres seres estoem um estado de desolao por causa de sua prpria ignorncia ou m-vontade e, se nenhum pensamento gentil de um amigo os alcanar, seningum os reconhecer, eles perambulam incansveis ao redor at quemuito lentamente as brumas que os envolvem sejam dispersadas. Se omdium no tivesse um guia para proteg-lo e adverti-lo da torrente deseres que desejam falar, seria quase impossvel efetivar uma manifestaoe o mdium seria oprimido.

    Oraes ajudam o guia a atrair os espritos que so evocados, e, seele pode vir, para ajud-lo a se manifestar, muitas vezes a luta ser difcil ea vitria, cara. Nem sempre o melhor e mais capaz quem ganha. svezes, o mais incoerente e despeitado segura-se mais firmemente, porqueao assegurar o contato com um mdium, ele sente renovados os poderesda vida fsica que por muito tempo a morte o privou. Tais conflitos explicampor que em muitas sesses os resultados so pobres e, s vezes, nulo.

    Em um grupo bem organizado, no qual os membros comparecemregularmente, concordam com o objetivo principal e empenham-se em

    fazer um estudo aprofundado das condies, uma atmosfera criada queauxilia o guia a fazer um escudo ao redor deles no qual espritosperturbadores no podem penetrar. O guia tem de repetidamente recriar oescudo em um grupo onde as condies harmoniosas so quebradas sejapor uma continua mudana de membros ou seja por tempo e lugaresincertos para o encontro.

    Mdiuns altamente inteligentes com poderosas auras so menosexpostos aos arroubos de espritos vagabundos, mas um mdium com umavontade fraca e uma aura dbil torna-se facilmente uma vtima dos infelizes

    ou zombeteiros. Um mdium deve viver uma vida estrita, muita disciplina

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    em seus pensamentos e cultivar sua fora de vontade, a fim de ver-se livredo perigo de obsesses.

    Aparncia de Corpo Terrestre

    A mais exata forma de mediunidade aquela pela qualmaterializaes so efetuadas, pois o fenmeno produzido ao utilizar ocorpo etrico do mdium.

    Sabe-se que o corpo etrico, que o duplo exato do corpo fsico 8, composto de vrias partculas tnuas de substncia impondervel em umestado fludico. A manipulao desta substncia por espritos ouexperimentadores acompanhada de considervel risco.

    Quando o mdium posto em estado de transe possvel retirar oter de seu corpo fsico. Um esprito pode usar este corpo para mostrar-seem uma forma tangvel. Ele saca no apenas o corpo etrico, mas tambmcalorias, eletricidade e elementos gasosos. Combina-os com emanaesmagnticas de outras pessoas presentes em uma sesso para dar mais oumenos uma completa semelhana de vida comum para a forma que elecria. Para fazer isso sem arriscar o mdium, um esprito deve ser bemexperiente e capaz.

    Muitos fatores devem ser considerados com essas manifestaes, eentre eles est a ao dissolvente de certos fenmenos, tais como raios deluz. Cuidados especiais devem ser tomados pelo mdium. Ele deve ser

    isolado em um espao fechado propcio para a concentrao dos fluidos aserem manipulados. No devendo nem ser tocado nem chamado ateno.

    Mdiuns materializadores devem se submeter a uma rigorosadisciplina para salvaguardar-se de perigos fsicos e morais. Muitas vezeseles trabalham com muitos grupos dissonantes e sob direo desajeitada,ignorante e, at mesmo, mal intencionada. Lapsos so conseqnciasnaturais, e muitos famosos por poderem materializar pagaram caro por suafaculdade.

    Tais manifestaes como as que eu descrevi no so desejveis, ao

    menos nas condies que prevalecem no presente 9. Elas so arriscadas e,afinal, no do vocs muito valor.

    A Teoria da Telepatia

    Manifestaes obtidas atravs de mdiuns do tipo da Sra. Piper (asquais um esprito fala pelas cordas vocais do mdium, ento inconsciente,ou usa sua mo para escrever) so, em minha opinio, melhores do queaparies em formas visveis. Tais manifestaes so menos arriscadas,8 N. do T.: tambm conhecido como perisprito, no confundindo com o duplo etrico, que

    a ligao do perisprito com o corpo carnal.9 Estas mensagens foram dadas durante a Primeira Guerra Mundial.

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    mais facilmente controlveis e mais instrutivas aos presentes, pelocontedo da informao que pode ser dada acerca do porvir.

    Muitos crticos negam que os fenmenos deste tipo so causadospelos espritos. Eles atribuem o que dito, escrito ou feito ou por sugesto

    (transferncia de pensamento) entre um mdium e outros presentes nasesso, ou pela ao da mente subconsciente.

    O fenmeno da sugesto10 pode ocorrer e realmente ocorre, masmuito mais raramente do que as pessoas imaginam. Todos aqueles quecomparecem as sesses sabem que difcil obter atravs de um mdiumum nome, uma data ou uma afirmao clara e exata de fatos (no deideias), mesmo que esses fatos sejam bem conhecidos ao questionador eele possa estar em contato com o mdium.

    Este fenmeno de sugesto, que facilmente produzido quando umhomem adormece outro (hipnotizando-o) no facilmente produzido entreduas pessoas acordadas e alertas, ou entre um mdium em transe e ummembro da corrente, a menos que o membro se auto-induza ao transe. Umforte desejo inaudito na mente de um presente s vezes evita que o nome,data ou fato muito desejado seja dado.

    Ao Subconsciente

    Basta das sugestes. Aqui permanece a questo levantada peloscrticos, que a ao da mente subconsciente.

    O "subconsciente" toda aquela grande reserva de experincias econhecimento contido no total da memria de um indivduo, to distinguveldaquela memria fragmentria a qual podemos pinar a todo o momento.

    Um homem, parcialmente tirado das influncias de seu corpo fsicopela ao dos passes magnticos, exibe faculdades mais estendidas do queem estado normal. Cada mdium tem uma mente subconsciente de maiorinteligncia do que sua mente consciente, e o mesmo verdadeiro para aspessoas que esto na corrente com ele.

    O que, ento, em uma sesso, a ao das normalmentedesconhecidas faculdades?

    10 O processo de transmisso de pensamento entre a mente humana ou crebros hojechamado de "telepatia", embora esse termo no seja usado nestas mensagens. A palavra definida como: "A comunicao de impresses de qualquer tipo de uma mente para outra,independentemente dos reconhecidos canais dos sentidos", isto , sem fala, escrita,olhares (no entanto, fracamente significativos), mudanas de expresses, ou a realizaode qualquer sinal, por mais trivial ou obscuro. Telepatia pode ocorrer entre duas pessoasna mesma sala ou entre uma na Gr-Bretanha e uma do outro lado do globo. Se umhomem em Londres foi repentina e inexplicavelmente alarmado por um amigo em San

    Francisco e algum tempo depois descobriu que o amigo tinha estado naquele momento emapuros e esteve pensando nele, seu alarme sbito supostamente seria devido transmisso de pensamento, ou telepatia.

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    Esta ao depende grandemente do tipo de mdium que esttrabalhando e da qualidade do intelecto dos outros presentes.

    Mdiuns cujos poderes so do tipo fsico ou semifsico (aqueles por

    quem manifestaes "diretas", tais quais batidas de mesa, apariesvisveis, escrita automtica, etc. so obtidas) so pouco influenciados pelaprpria mente subconsciente ou daqueles outros que porventura estejampresentes. Um mdium intuitivo pode ser muito mais influenciado, devidoaos longos raios de sua aura poderem mais facilmente entrar em contatocom os corpos espirituais dos presentes, e fazer com que seu prprio corpoespiritual aja de uma forma desconhecida de sua normal conscincia.

    O grau de cultura, ou inteligncia cnscia, possudo por um mdiumtambm tem de ser considerado. Um mdium inculto ou ignorante no sepresta ao do subconsciente, mas um bem informado com uma mentesutil qualificado para entrar em contato, sob certas circunstncias,embora no regularmente, com sua prpria mentalidade escondida oudaquelas das companhias que perfazem a sesso consigo.

    Um bom mdium intuitivo a quem uma questo posta em umasesso pode dar uma rplica adequada. Essa rplica pode se devido (1)influncia de uma pessoa que faleceu; (2) sua prpria mente subconsciente;(3) a mente subconsciente de algum presente, que ele mesmo no temnoo do efeito que est a produzir; (4) os pensamentos que esto, nahora, flutuando no ar.

    Se for sua prpria mente subconsciente que o est influenciando, nosentir perto dele a presena de alguma entidade distinta de sua prpriapersonalidade, e o que ele escrever no ter aquele selo de peculiardistino individual mente daquele cuja mensagem est endereada.

    Se o que escreve apenas um reflexo dos pensamentos das pessoassentadas com ele - depois de terem discutido algum assunto conjuntamente- a "mensagem" ser confundida na forma e matria e inferior na qualidadedaquelas que ordinariamente passa.

    H poucos mdiuns com uma aura suficientemente longa para entrarem contato com as mentes subconscientes dos que esto ao seu redor.Para pinar de sua prpria mente subconsciente, um mdium deve estarem um estado incomum, no regular nem facilmente alcanvel. Portanto,embora muito interessante seja o assunto em relao vida espiritual queest dentro e em torno de ns, no se deve exagerar o papeldesempenhado pela mente subconsciente.

    Alguns Tipos de Fenmenos

    H pessoas que se recusam a ver espritos em qualquer lugar, eoutros que os vem em toda parte.

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    Mais se repete o experimento, mais vitalizar-se- a imagem, embora asmanifestaes-pensamento da vontade sejam medocres.

    H muitos indivduos e grupos que, de boa f, imaginam ter por guiacelebridades como Voltaire, So Vicente de Paula, Joana D'Arc ou Napoleo,

    e que os proprietrios desses nomes os seguem passo a passo,respondendo imediatamente quando pegam a prancheta ou a mesa! Elesarmaram a prpria arapuca, pois esto apenas em contato com algumzombeteiro do "outro lado" ou com a imagem autmata que eles mesmoscriaram. Se nada mais mostrasse isso, seria comprovada pela inanidade dasmensagens recebidas.

    Isso uma forma freqente de obsesso. Ns, espritos, vemosclaramente a imagem autmata atada por um lao fludico ao seu criador esugando a vitalidade dele. Vemos que quando se para de pensar neleconstantemente, gradualmente dissolve-se e desaparece.

    Poder-se-ia chamar essas criaes de espritos-plipos, porque sugamvida dos corpos fludicos (ou etricos) dos homens, assim como os pliposcrescem nas expensas da carne do corpo orgnico.

    CAPTULO V

    O QUE FAZER E O QUE NO FAZER COM MDIUNS

    Pessoas que buscam testemunhar fenmenos nas sesses muitas

    vezes no se preocupam em considerar exatamente o que a faculdade demediunidade .

    Um mdium uma pessoa com uma especial sensibilidade que ocoloca em contato com foras comumente invisveis. O homem comum que do tipo fsico sonoro no possui essa sensibilidade, nem susceptvel defaz-lo at que o padro humano mdio tenha atingido um nvel diferente.

    Lombroso, o investigador cientista italiano do supranatural, viuclaramente que havia analogias na funo cerebral do gnio e do louco - aisso, eu somaria mediunidade. No quero dizer que um mdium louco, ou

    que um Shakespeare era louco, mas que o mdium, o homem de gnio e olouco devem seus estados especiais atividade extra de certos centroscerebrais. Um mdium um aparelho altamente especializado que vibramais intensamente que o homem mdio.

    Como a Vitalidade do Mdium Solapada

    Pessoas quem empregam um mdium nem sempre percebem que eledeveria ser tratado com mximo de cuidado, de outro modo ele pode setornar um escombro fsico e moral como resultado de sua mediunidade.

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    Mesmo quando manifestaes so devidas s boas influncias, ummdium por vezes exaurido pelo exerccio de sua faculdade, pois devedar parte de sua vitalidade antes da produo de qualquer fenmeno. Essedispndio de vitalidade acompanhado por certa agitao nervosa.

    Alguns mdiuns que so robustos e que assim desfrutam de umaexistncia tranqila e bem regulada, livre de preocupaes materiais,podem ser pouco afetados, por que suas circunstncias permitem-no serecuperar. Tais casos so excepcionais, pois muitos, enquanto praticam amediunidade, esto engajados em ocupaes que diariamente demandamsuas energias completamente e talvez os envolvam em contnuaspreocupaes. Tais pessoas no deveriam agir como mdiuns. Gastammuita vitalidade, seu sangue torna-se empobrecido, seu sistema nervosodebilita-se, sua fora diminui, e so incapazes de recuperar a fora queusaram.

    Devo somar que na maioria dos casos so os experimentadores queso responsveis pelos problemas fsicos que afligem os mdiuns.

    Retomando Foras

    Para fenmenos fsicos tais como mover uma mesa ou algum outroobjeto, os espritos so obrigados a sacar a fora necessria, em estadofludico, do mdium 13. O mdium sujeito a um processo anlogo a sangriae drenado de certa quantidade de sua vitalidade, que no podecompletamente restaurada a ele pelos espritos, no final da sesso.

    Mas pode-se perguntar o motivo dos espritos no poderem restauraras foras do mdium. Em princpio, eles podem, mas, na realidade, quaseto complicado dar a ele foras renovadas quanto fazer uma transfusode sangue de uma pessoa para outra.

    Primeiramente, o fluido vital de um mdium contm elementos,emprestados de seu corpo fsico, que no existem nos corpos etreos dosespritos. Depois, para agir no corpo fsico do mdium, um esprito devemanter afinidade com ele e ser capaz de manipular os fluidos. Essacombinao de qualidades muito rara, e o mdium na maioria das vezes

    deixado com sua fadiga desamparada. Um bom magnetizador, ou prticoem magnetismo, uma pessoa saudvel de corpo e mente e solidrio paracom ele, certamente seria melhor habilitado para dar foras ao mdium doque um esprito, que na maioria das vezes est ele prprio fatigado pelosesforos da manifestao.

    13 Afirmou-se no captulo anterior que "o corpo etrico," um duplo exato do corpo fsico, composto de substncia impondervel em um estado fludico e que este corpo de ummdium e tambm elementos calricos, eltricos e gasosos dele retirados so usados por

    um esprito que procura aparecer de forma tangvel. O adjetivo "fludico" deve serentendido como "plstico" em vez de "lquido". Ver contos de sua descoberta dados peloDr. Crawford em The Psychic Structures at the Goligher Circle e outros livros.

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    Se aps uma sesso, um mdium puder passar uma boa noite, e seele puder descansar tranqilo por alguns dias depois, ele ser capaz desuperar a perda de vitalidade, como um homem que sangrou refaz osangue. Mas se ele tiver apenas alguns instantes de sono e deve ir ao seutrabalho ordinrio no dia seguinte, no pode rapidamente restabelecer suas

    foras e ento continuar a perder sua vitalidade.

    Poucas pessoas se preocupam com o que acontece com um mdiumaps as sesses. O mdium mesmo no presta ateno ao seu estado. Eletenta no perder uma sesso, a despeito dos maus efeitos fsicos, seja a fimde no perder um honorrio, caso seja mdium pago, seja no desapontaramigos, caso seus servios forem gratuitos. 14(*)

    Pegando uma Doena

    Dois perigos incorrem um mdium. O primeiro sofrer uma perda devitalidade em uma manifestao. O segundo poder receber males fsicosou danos morais dos espritos que o controlam.

    Males fsicos tm suas origens no corpo etrico, isto , o grmen deuma doena desenvolvido primeiro no ter antes de se estender ao corpoorgnico.

    Um homem carrega com ele para o prximo estgio o mal que causousua "morte", e enquanto no tenha completamente tirado fora as condiesterrestres, ele pode transmitir o mal ao mdium.

    Pessoas tomam grande preocupao ao lidar com casos de clera outifo, mas nada feito para assegurar que um mdium no seja levado aocontato com um esprito que faleceu devido alguma doena contagiosa.

    Voc, que escreve, teve uma vez uma tosse seguida de congestodos pulmes aps ter se comunicado com um que "morrera" no dia anteriorde infeco pulmonar. A primeira doena no foi severa, mas o grmen quepermaneceu em seu corpo etrico foi despertado para a atividade renovadoeste ano - voc quase pagou com sua vida pela falta de prudncia.15

    14 N. do T.: Nos pases anglo-saxes era, e ainda o , comum os mdiuns cobrarem porsesses, por cruzeiros espirituais, etc. Isso porque havia na Inglaterra, at meados dosculo XX, uma lei contra bruxaria (the witchcraft act) e, somente se cobrassem nocairiam nessa lei, pois estariam prestando servios. A severidade da lei chegava aoextremo da pena de morte.

    15 Ao questionar esta mensagem depois de ter aparecido no Weekly Despatch, recebi aseguinte mensagem do meu Pai: "Ela no totalmente correta e ainda h um grmen deverdade no que afirmado, mas o perigo no to grande como pode aparecer a partir daforma em que a mensagem foi dada. o mdium tem me levado ao p da letra. No entanto,como ela apareceu e levantou a polmica, deixemos permanecer com esta explicao.

    um ponto que vale a pena estudar, pois no pode ser demais enfatizar que os mdiunsso instrumentos delicados e necessitam de uma proteo muito cuidadosa. Portanto, elesno devem ser solicitados a correr riscos desnecessrios por entrar em contato com o

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    Os Recentemente "Mortos"

    Muitas pessoas imediatamente ao fazerem o passamento so vtimasde profundo desespero, causado por intensas emoes. Um mdium

    empata recebe uma forte impresso dessas emoes e pode serconsideravelmente atingido por elas.

    Se houver uma manifestao desse tipo - e no pode ser sempreevitada - o mdium deve ser afastado 16 com o grande cuidado e obrigado adescansar por um ou mais dias.

    Um mdium pode ser jogado em maus hbitos pelos espritos que ocontrolam. Por exemplo, o esprito de um jovem, que fora displicente epulso fraco na Terra, pode acordar elementos de paixo no mdium comquem ele venha ter contato. Se o mdium possuir tendncias similares e fraco no autocontrole, isso talvez leve a srios resultados.

    Todos os mdiuns no so maduros nem finamente temperados pararesistir a influncias corruptoras de homens e espritos. Muitos tm poucocontrole sobre seus impulsos e so facilmente influenciveis. No sointeiramente responsveis por suas faltas e enganos, pois suas inclinaesnaturais podem ser estimuladas pelo contato com espritos faltosos. Pode-se dizer que so vtimas de sua mediunidade. Honestos e sinceros deprincpio, eles gradualmente tornam-se depravados, amargurados emetamorfoseados sob a ao de entidades inferiores dos quais se tornam

    instrumentos.

    Um mdium deve ter um forte carter para repelir sugestesmaldosas, pois aquele que no seja capaz de reaes enrgicas torna-sevtima de espritos inferiores.

    A Faculdade da Mediunidade

    A questo da idade tem de ser considerada acerca dos mdiuns. perigoso pratic-la durante a crise da puberdade, pois jovens nesta pocapodem perder sua sade ou seus poderes mentais para toda vida.

    A prtica igualmente ruim para mulheres no estgio crtico da vida.Sacerdotisas e vestais idosas, bem lembrado, deixavam os templos quandoentravam nos quarenta anos. Se a sade permanecer boa e a faculdadepersistir, quando o estgio passar, a mulher pode ser at melhor mdiumdo que era antes.

    recm-"morto" - (E.W.S.)

    16 Afirma-se que antes de um esprito poder usar o corpo de um mdium necessrio paraele ligar (por exemplo) suas prprias faculdades da audio e da fala com as orelhas e

    cordas vocais do mdium. Esta operao chamada de "afinizao ou controle domdium." Quando a manifestao finita, o esprito desprende-se de novo e o mdiumretoma conscincia, isto , ele retoma o controle de seus rgos prprios.

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    Alguns mdiuns nunca perdem seus poderes, outros apenas retmpor um curto perodo, com outros, o poder intermitente. Umamediunidade muito fina e intensa pode ser de durao breve e norecorrente, ou pode sofrer eclipses e reaparecer.

    Excelentes mdiuns, como Swedenborg, no desenvolvem afaculdade at o limiar de sua vida. Certos temperamentos nunca podem setornar mediumsticos, enquanto outros adquirem ou perdem a faculdade deacordo com as mudanas fsicas ou psquicas produzidas neles pelapassagem dos anos.

    "Fui uma Vez um Rei"

    Pessoas devem, portanto, ter em conta muitos fatores no nascimentoe desenvolvimento da mediunidade. Acima de todos, devem ser srios emtodos os aspectos com os mdiuns. Quando organizar sesses, devemperceber que certas regras tm de ser observadas, apelos frvolos nodevem ser feitos e curiosidades ridculas no devem ser exibidas, de outromodo, se tornaro responsveis por qualquer dano que possa ser feito.

    Uma mensagem boa e instrutiva, se no tem a assinatura de umapessoa famosa como nada para muitas pessoas, embora exultam sereceberem uma que tenha um nome famoso no fim. Tenho a sorte de serlido porque W. T. Stead foi um pequeno algum na Terra, mas notomariam interesse no que eu escrevo se no soubessem que a mensagem

    veio de mim. Posso assegurar que muitos homens clebres so espritosmuito maus, com influncias detestveis.

    Se nas sesses as pessoas procurassem apenas a verdade e ailuminao, receberiam apenas boas influncias e os mdiuns escapariamde muitos perigos. Pena virem muitas vezes por curiosidade ou para sedivertirem com romances mesquinhos.

    Esperam ouvir que foram reis, princesas ou outras celebridades navida anterior. Isso atia o orgulho, consola-os pela possvel presenteinsignificncia e lhes d uma oportunidade de posar perante seus vizinhos.

    Entretanto, no juntam histrias de uma prvia existncia baixa e obscurana escala social.

    Pessoas muitas vezes procuram entrar em contato com conhecidosque faleceram, meramente para ter mensagens pessoais. To logo umamigo ou parente deixa a Terra, eles tentam evoc-lo pelo telefoneespiritual, como se assim fosse, sem perguntar a si mesmos se ou no doloroso ao esprito ou ao mdium. 17

    17 N. do T.: o famoso mdium mineiro, o falecido Chico Xavier, dizia algo parecido "O

    telefone s toca de l para c". Ele queria dizer que se abstinha de evocar os mortos,possivelmente por saber o quo doloroso poderia ser para ele e para o esprito. Claro quesabia que poderia evoc-lo, mas com isso ele tentava fazer com que o encarnado

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    No reclamem, portanto, de insucessos, desapontamentos ou demdiuns estragados. So s vocs que so os culpados pelas falhas.

    Quando o tempo vier, no qual o mdium estiver cercado de todas as

    precaues desejveis, vocs abriro as portas, que esto no presentequase fechadas, para a comunho entre nosso mundo e o de vocs.Quando tiverem grupos srios de experimentadores que tenham cuidadocom seus mdiuns e que procuram acima de tudo conhecer as leis da vidaalm, no se afligiro com essas ridculas pardias que jogam descrdito naDoutrina.

    Existem muitos mdiuns excelentes que perderam suas faculdades, asade e at a vida por causa da ignorncia cruel dos experimentadores.

    Como Formar um Grupo18

    Quero dar um aviso sobre como formar um grupo. Deve unir pessoassensveis e bem equilibradas, que desejam experimentar de um modocientfico e no se entregar ao sentimentalismo ou tratar o problema dascomunicaes como um tipo de jogo. Um grupo consistindo de um nmeroigual de homem e mulher dar melhor resultado do que um compostointeiramente de homens ou de mulheres.

    Mantenham longe entusiastas excitveis que no possuem a calmanecessria para experimentos teis. Mantenham longe tambm os egostas

    que no se preocupam com nada exceto seus prprios assuntos e ficamdescontentes se no recebem mensagens pessoais diretas. Essas pessoasatrapalham as sesses espritas.

    Seu grupo deve ser composto de pessoas de carter desinteressado,que v apenas nos experimentos o que de valor para toda a comunidadee no o que lhes dar uma pequena satisfao pessoal.

    Regras para se Observar

    Tendo formado um grupo, deve-se fixar a hora e o lugar do encontro.

    Tanto quanto seja possvel, o lugar tem de estar em vizinhanassaudavelmente silenciosas, e os componentes devem tomar lugarregularmente. Ningum deve ser permitido adentrar na sala uma vez que asesso esteja em progresso. Antes de comear, todas as preocupaespessoais devem ser postas de lado. Se sua mente est atribulada, vocperturbar os procedimentos. Deve-se manter silncio e se ter o mnimopossvel de conversaes particulares, pois elas dificultam os espritos e osmdiuns.

    entendesse os perigos.

    18 N. do T.: o autor espiritual usou o vocbulo group ao invs do comum circle(corrente), deixei como grupo por fidelidade lingstica.

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    Acima de tudo, s paciente. Contatos entre os "mortos" e os vivos soanormais. O fenmeno instvel e quase sempre impossvel de regular oavano. De dez sesses, talvez tenha uma que seja boa, duas, passveis,enquanto as outras, infrutferas. Tem de ter isso em mente.Descontentamento e depresso naqueles presentes tm deplorvel efeito

    nos espritos e por conseguinte no mdium.

    Em Frana, as sesses espritas so muitas vezes atrapalhadas pelosdefeitos de seus temperamentos, j na Gr-Bretanha, obtemos melhoresresultados por levar o trabalho a srio. Vo-se a sesses de nimo leve, sofacilmente desencorajados, e em seguida, tratam o assunto como umapiada ou abandonam seus esforos. Desta forma, os melhores meios decomunicao so inutilizados.

    De novo, os britnicos respeitam a autoridade do lder do grupo, eobservam os regramentos escritos de comum acordo. Mas vocs noprestam ateno s regras, faltam-lhes o esprito do acordo e gastam emdiscusses o tempo que seria melhor dado a experimentos regulares ecuidadosos.

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    CAPTULO VI

    AO TRABALHO

    A escolha do mdium do grupo deve ser feita com grande discrio.

    Devem, acima de tudo, certificar-se que seu carter moral suficientemente bom para no fraudar ou dissimular.

    H um sentimento generalizado de que a mediunidade um dom eque os possuidores de tal dom devam dar seus benefcios a outremlivremente, sem pensamentos de paga ou recompensa. Deve ser levado emconta, de todo modo, que, no exerccio de suas faculdades, mdiuns soretirados de outros meios de sobrevivncia. Portanto, parece-me justo enatural que eles devam ser pagos.

    Eloquncia um dom tambm, e ainda assim pagam seus advogados.Uma bela voz um dom, e paga-se ao cantor um couvert. As percepes deum artista ou a habilidade de um arteso so tambm dons.

    "Mas", a objeo feita, "e se eu pago o mdium e a sesso forinfrutfera?" Paga-se ao advogado mesmo se perder o caso, ao cantormesmo se sua performance ser falha, ao ator embora sua atuao sejapobre, o professor que te fez bocejar. Esses so pequenosdesapontamentos que no pode sempre evitar. Mdiuns no devem hesitarem aceitar dinheiro. Eles do seu tempo, sofrem fadiga, arriscam a sade,e, se eles tm outra ocupao, perdem o descanso que necessitam.

    Imagina-se que pagando o mdium haver mais espao para serenganado. Isso um erro. Um mdium honesto no o ludibriar mais doque um comerciante honesto faria. Um mdium desonesto ludibriar,mesmo que no seja pago, simplesmente por orgulho e vaidade. seudever controlar e criticar seu mdium, e despedi-lo se ele no se mostrarcnscio. Pessoalmente, eu nunca tive de me lamentar por pagar ummdium. 19

    Necessidade de Liberdade de Deveres Materiais

    desejvel que grupos devam envidar esforos para colocar cadabom mdium em uma posio que o permita dar suas energias totalmenteaos experimentos. Muitos bons mdiuns no so capazes de desenvolversuas faculdades, ou as perdem, porque esto ocupados com os cuidadosordinrios de ganhar a vida. No podem de uma vez e ao mesmo tempo dar

    19 N. do T.: essa, como foi dito antes, a viso anglo-saxnica, onde tempo dinheiro. Aquiele critica os mdiuns franceses por no aceitarem pagamento, muito devido a jconsolidada Doutrina Esprita. Como qualquer mensagem medinica, aqui se deve levarcomo uma opinio do autor espiritual, de acordo com suas prprias crenas. Hoje ponto

    pacfico que os mdiuns no devam ser remunerados para que no se crie obrigao deresultados e que haja dias, horrios e locais especficos para tal mister com isso noafetando o trabalho normal do mdium.

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    sua fora sua profisso e mediunidade. Ou ele cessa de dar sessesdevido no ter tempo para lazer ou sua sade ir ralo abaixo sob o esforoda dupla jornada e ento os poderes mediumsticos diminuem oudesaparecem.

    Vocs lamentam da lentido do crescimento do Espiritismo emFrana. No se pode avanar sem o uso de mdiuns, e no fazem nada parase assegurarem de sua disponibilidade.

    Muitos de vocs imaginam, de boa f, que um mdium deve dar seusservios sem onerar a si mesmo e aos outros - sempre a idia de quemediunidade um dom.

    Deixemos de lado por um momento o caso de um mdium com meiosindependentes, ou pelo menos de lazer amplo que ele possa empregar parao bem da causa. O operrio, o funcionrio, a esposa, me e dona de casano devem ser esperados para dar os seus servios. Eles tm deveres paracom seus empregadores, suas famlias e sociedade em geral. Se eles tmcasas e empresas, estas devem ser devidamente cuidadas antes damediunidade ser pensada. Eles no tm o direito de diminuir a suacapacidade para o trabalho comum e de pr em perigo a sua sade,atuando ao mesmo tempo como mdium.

    Se seu grupo deseja perfazer srios experimentos, ou voc deve livrarseu mdium parcial ou completamente dos deveres materiais ou, se suasfontes no permitirem assim agir, deve pedir os servios de algum cuja

    posio seja tal que ele tenha tempo suficiente para ter o descansonecessrio aps seus labores de mediunidade.

    Escolas para Mdiuns

    Asseguro que se as sociedades espiritistas tivessem, nos anosrecentes, fundado escolas de mdiuns e ento selecionado os melhorespara estudos e experimentos, o Espiritismo seria agora uma grande forano mundo. nossa prpria culpa se o movimento no faz rpido progresso.Para estudar qumica, necessita-se de um laboratrio com todos osinstrumentos necessrios e produtos qumicos. Deseja-se obter fenmenos

    mais complexos sem ao menos se perguntar sobre os aparatos necessriosou as condies nas quais pode ser usado. Resmunga-se porque no seconsegue resultados. Isso irracional e absurdo.

    O Presidente do Grupo

    Aps a formao do grupo e a escolha do mdium, comea-se aexperimentar com ele. No o rejeite de inopino se ele no der resultadossatisfatrios. Muitas sesses so mantidas antes de resultadosconvincentes serem obtidos, por isso necessrio sentir o caminho nessesexperimentos.

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    Se for possvel, bom ter mais de um mdium no grupo. Ser de umainestimvel ajuda a fim de checar os resultados obtidos.

    O arranjo dos participantes uma das partes mais importantes emuma sesso esprita. por vezes necessrio, durante as primeiras sesses

    de um recm-formado grupo, mudar os participantes de lugar at chegar aum arranjo satisfatrio.

    dever do presidente, que deve ser uma pessoa de autoridade, capazde manter a ordem e promover a concrdia, fazer tal arranjo, aps terconsultado os mdiuns. A sala deve ser bem arejada e mantida em umatemperatura que melhor se adeque ao mdium. As condies que afetamcada mdium em particular devem ser especialmente anotadas.

    Um bom presidente pode render servios incalculveis. Ele pode, pelasua firmeza e energia, evitar espritos zombeteiros de tomar posse domdium, ou ao menos, pode limitar sua influncia. Mdiuns, com auras delongo alcance, so quase completamente livres de espritos perturbados oumal-intencionados, mas aqueles cujas auras so permeveis e aqueles queso facilmente influenciados requerem uma vigia cuidadosa por parte dopresidente.

    Ele deve ser escolhido com grande cuidado, pois tem de ser umhomem de discernimento, sua acordncia com as condies capacitam-node fazer perguntas pertinentes, onde obter bons resultados, se, uma vezapontado, os participantes aceitarem sua liderana.

    Como Terminar uma Sesso

    Ao final da sesso, ou aps qualquer manifestao complicada, omdium deve ser descarregado com cuidado. Mdiuns intuitivos com aurasde longo alcance mal ajuntam fluidos malficos, mas passes energticosso necessrios para descarregar a cabea, que fica sempre mais ou menoscongestionada e para acalmar a excitao nervosa geral. O mdium poderdizer que se sente melhor e que no est fatigado, mas mesmo assim,descarregue-o. Possivelmente ele, no momento, no perceba a extenso desua fadiga, pois estar anestesiado, porm, ao no ser que isso tenha sido

    feito, ele no ser capaz de dormir quando chegar em casa e no diaseguinte sentir-se- deprimido, com seus nervos em frangalhos.

    No caso de mdium direto, deve-se descarregar cuidadosamente orgo ligado a produo do fenmeno. Quando houver movimentos de umamesa, descarregue-se os braos e particularmente o plexo solar. Se omdium deu muita de sua vitalidade ser necessrio recarregar o plexo. Osolhos de um clarividente e os ouvidos de um clariaudiente devem serdescarregados com cuidado. Uma descarga muito energtica necessriano caso de mdiuns materializadores.

    Aps uma materializao complicada, um mdium deve tomar umbanho de sal, quente ou frio. Cada mdium antes da sesso deve tomar um

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    banho. Deve ser avisado, tambm, para, atravs de uns poucos passes,descarregar o mdium das influncias que ele ajuntou da multido queatravessou seu caminho at a sesso - influncias que podem complic-lo.

    Sistema a Seguir

    Peguem, por exemplo, um grupo onde h trs mdiuns. O primeiro um psicgrafo que, por meio de escrita direta, recebe longas dissertaesmorais, cientficas ou filosficas. O segundo mdium de transe, atravs dequem as manifestaes sero mais restritas que o primeiro, porm maispositivas. O terceiro um clarividente, e pode ser usado para checar osresultados dos outros.

    O presidente deve arranjar com os membros do grupo o trabalho adar a cada mdium. Ao psicgrafo, uma srie de perguntas deve serpreparada para que sejam respondidas, ou por entrar em contato com certoesprito ou deixada escolha do comunicante do outro lado. Se o grupopuder obter um esprito-guia, ou controle de um esprito avanado, seruma coisa excelente.

    Enquanto o primeiro escreve, o mdium de transe controlado pelosespritos desejosos de entrar em contato com os membros do grupo. Tantoquanto possvel, o presidente deve manter as manifestaes em relaocom o assunto do estudo da noite ou srie de noites. Se um espritodesconhecido se manifestar, ele deve observar de perto, a fim de impedi-lo,se houver risco para o mdium.

    Ao terceiro deve ser pedido confirmar os fenmenos, tanto quantosuas faculdades de ver o capacitam. Um grupo deve estabelecer umprograma de estudos, pois assim ajudaro os espritos comunicantes.

    Perguntas Certas a Fazer

    O alvo do grupo no deve ser meramente perseguir manifestaesamigveis de alguns falecidos conhecidos dos membros ou obter provas daidentidade de vrios comunicantes. Os membros devem trabalhar e pediraos espritos que trabalhem com eles, de outro modo, as manifestaes

    simplesmente se tornaro um crculo vicioso em uma sucesso debanalidades.

    Se o grupo deseja resolver um problema complexo, por exemplo, oproblema dos diferentes estgios pelo qual, com a morte, um esprito selivra de seu corpo terreno e das condies gerais da Terra, o seguinte cursodeve ser seguido.

    Uma srie de mensagens, descrevendo os diferentes estgios, deveser feita atravs do mdium psicgrafo. Muitas comunicaes interessantespodem ser obtidas mostrando como a soltura afetada, por exemplo, nocaso de um homem que foi morto repentinamente, um velho ou um quefaleceu devido a uma doena.

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    Ao mesmo tempo, pelo segundo mdium (de transe), pode-seperguntar a cada esprito liberto que se manifesta como foi a maneira desua morte e como ele se libertou do corpo. Se o esprito ainda est preso aTerra (isto , que ainda no se retirou completamente das condies

    terrestres), certas concluses podem ser tiradas da maneira com que semanifesta.

    O terceiro, clarividente, pode checar os resultados obtidos pelosoutros dois. Se houver obscuridades ou contradies, este providenciarmaterial para novas questes. Um monturo surpreendente de instruesser ganho ao se seguir um plano sistemtico.

    Como se Preparar para uma Sesso

    Poucos grupos seguem este mtodo no presente. Eles se confinam spequenas manifestaes ntimas, nem sempre dadas por espritosavanados. Estas consolam os enlutados, mas so insuficientes, pois nolevam nem ao progresso em conhecimento, nem ao desenvolvimento domdium. Falta de cultura, no grupo e no prprio mdium, , por vezes, umobstculo no caminho do progresso. As pessoas de mentes incultas tmquase nenhum desejo alm de lugares comuns familiares nascomunicaes. Muito frequentemente rejeitam mensagens instrutivasporque no as entendem ou por que vo contra suas ideias pr-concebidas.Essa preguia mental encontra-se naqueles cujos status social levariamoutros a pensar que so pessoas cultas, mas, naquelas mentes, o estudo

    deixado de lado como algo superficial.

    Um grupo deve ser pouco em nmeros, mas cada membro deve estarresoluto em estudar honestamente os mistrios do alm-tmulo. Ummembro de mente frouxa sempre escolho no progresso.

    Uma excelente preparao estudar um assunto dado, seja por meiode leituras ou de meditao. Antes de comear a sesso propriamente dita,um membro do grupo deve dar uma curta causerie (palestra) 20 sob oassunto e pedir aos outros darem suas opinies. Para uma sesso de duashoras e meia, quarenta e cinco minutos de discusses preliminares -

    discusses, no disputas - tero bom efeito no apenas nas mentes dosmembros, mas tambm atraindo atenes dos espritos adiantados.

    Para sesses devotadas a materializaes, elevaes e afins, essaforma de preparao mental desnecessria. Essas sesses, considerandoapenas o ponto de vista filosfico, no so muito instrutivas. Muito, de todomodo, pode ser aprendido delas se so feitas com um mdium que a tudopermite ser rigorosamente testado.

    20 Quero enfatizar aqui que isso parece ser o mtodo francs de interpretar o que meu pai

    sempre insistiu, que as pessoas antes de irem as sesses deveriam saber algo sobre anatureza do fenmeno a ser esperado e deveriam ler certos livros sobre Espiritismo(E.W.S.)

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    O Espiritismo beneficiar-se-ia grandemente se todas as manifestaesfossem objetos de testes, e seu desenvolvimento no seria mais retardadopelas sesses espritas grotescas ou mensagens desanimadoras.

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    CAPTULO VII

    HOMENS-ALVO

    O exerccio da mediunidade mais uma fonte de julgamento do que

    de felicidade, portanto tem-se de refletir bem antes de dar qualquer passoem direo ao desenvolvimento. Um mdium um hipersensitivo. Ele ficamais exposto do que pessoas comuns s desagradveis sensaes advindasda Terra ou do Mundo Espiritual, mais facilmente afetado por mudanasde temperatura ou variaes no magnetismo terrestre e est sujeito adesconfortos fsicos dos quais no-mdiuns desconhecem. Ele um invlidocomparado a pessoas normais que tem boa sade.

    falsa a noo imaginar que um mdium um ser privilegiado,cercado a vida toda por gnios que o protege de todos os perigos.

    Ele um alvo para espritos sombrios que procuram evitar adisseminao da luz. Essas criaturas malvolas esforam-se em colocarmilhares de escolhos ao redor dele, indispondo-o com amigos e vizinhos,causando perdas monetrias, frustrando-o em sua profisso e infligindo-lhemaleitas.

    Os melhores e mais puros mdiuns puxam para si influncias ms,assim como o para-raio atrai o relmpago. Foi verdade tambm aos santosdas igrejas. Foi para se resguardarem contra os perigos que acompanham amediunidade que as igrejas proibiram tentativas de comunicao com

    aqueles que fizeram a travessia. Em civilizaes antigas, pela mesma razo,a prtica era cercada por cerimnias defensivas.

    Felizmente, o mdium tem guias para proteg-lo, pois sem eles, elelogo estaria louco ou morto. Embora os guias lutem por ele, mesmo com aboa-vontade no podem defletir ou suavizar todos os ataques.

    Se o mdium tem um carter elevado, seus perseguidores tentaromachuc-lo atravs de seus companheiros, ao provocar contnuos vexamesem sua vida social. Se o mdium tem menos carter e sendo do tipo maismaterial, eles atacaro diretamente, tentando lev-lo a vrios excessos, tais

    como beberagens e jogos.

    Um estudo das vidas dos bem-conhecidos mdiuns ilustrar bem isso,e mostrar quantos deles foram testados moral e fisicamente! Entre amultido dos menos famosos, encontraremos muitos mais exemplos.

    Desenvolvimento da Mediunidade

    Enquanto as atuais condies aleatria prevalecerem, ser umatarefa de tentativa e erro ser um mdium. Com sua faculdade deve-se ter

    cuidado e no deve ser desenvolvida sem uma sistemtica ou sentido.Mdiuns so feitos para experimento em circunstncias desfavorveis.

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    Ningum procura ajud-los a resistir a ataques feitos em seus bem-estaresfsicos e morais, ou para preserv-los de obsesses e distrbios cerebrais.As pessoas no se preocupam sobre o que acontece ao mdium, desde queelas se divirtam.

    A mediunidade no deveria ser desenvolvida, exceto em pessoas demente s e carter vigoroso, que sabero como resistir a perversassugestes e a prevenir entidades estranhas de os controlarem.Desenvolvimento medinico em pessoas de vontade fraca e moralidadeinstvel abre uma avenida para os perigos, pois se tornam pees de msinfluncias. Seria bem diferente se mdiuns fossem retirados da vidacomum e sustentados por sacerdotes, versados na natureza das forasarroladas, que pudessem criar influncias protetoras ao redor deles.

    Um mdium de forte personalidade no apenas incorre em menorrisco e tem mais poder de repulsar aqueles que querem pregar truquesnele, mas tambm passa por testes com mais coragem e sem se tornaramargurado ou mal-humorado. Mdiuns ficam, s vezes, excepcionalmentemal-humorados e irritados, suscetveis ao desprezo, agressivos na condutae, por vezes, extremamente ciumento de outros mdiuns. Isso porque nosabem como se livrar das influncias perniciosas que se agarram a eles.

    Necessidade de Avisos de Alerta

    bom neste momento resumir as precaues que, se tomadas, irodiminuir os riscos que se corre por ser mdium. A sesso deve ser realizada

    em boas condies, e o mdium, em estado de boa sade e equilbriomental. Regras cuidadosamente pensadas devem ser observadas pelosassistentes e o mdium completamente descarregado aps osexperimentos.

    As influncias psquicas dos membros de um grupo podem sereficazes em neutralizar a ao de espritos malvolos e reforar o poder dosguias do mdium.

    Vejamos um exemplo. O mdium pode estar tendo problemas com ahostilidade de um parente prximo, e tal hostilidade excitada por espritos

    malvolos. O guia sozinho incapaz de intervir ao seu favor, mas se ogrupo, pela simpatia, criar uma atmosfera favorvel ao redor do mdium, oguia ter um terreno vantajoso no qual agir contra o esprito queatormenta o mdium. Em tal caso, as foras psquicas emanando doencarnado so mais poderosas do que aquelas dos desencarnados, poispossuem mais elementos terrenos.

    Eu sei que h algumas pessoas que tentam ajudar os mdiuns, masso poucos em nmeros e muito dispersos. Que no haja mais, creio, devido prevalescncia da idia que um mdium um ser privilegiado porestar em contato com os espritos.

  • 7/29/2019 William Stead - Comunicacoes Com Outro Mundo

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    O mesmo aviso de alerta pode ser colocado sobre as portas das casasespritas como o sobre fios eltricos energizados. A eletricidade pode serde bom servio, mas devemos saber como empreg-la. O mesmo verdadeiro para as foras psquicas. Quando aos mdiuns, depois de teremsido selecionados e treinados nas escolas, forem dados condies

    harmoniosas e ambientes para continuar o seu trabalho psquico, ento nohaver riscos na prtica da mediunidade.

    Maus Efeitos das Cidades

    O prprio mdium deve fazer algo para diminuir os riscos que possaincorrer. Ele deve desenvolver sua fora de vontade, a fim de ser capaz derepelir sugestes que o levariam ao desvio; sua inteligncia, a fim deentender e sujeitar a exames crticos os fenmenos que ele recebe; suassimpatias para que no se limitasse ao auto-interesse.

    Deve levar uma vida normal tanto quanto possvel e dar um exemplode bom comportamento, diligncia e coragem. Ser cuidadoso com as