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Hornern. Ambiente e Ecologia no Estado de Rorairna I
Barbosa R. I., Ferreira E. J . G. & Castellon E. G. (eds)
INPA - 1997
Historiografia das
xpedicoes cienrificas
e explorat6rias no
vale do rio Branco
Reinaldo Imbrozio Barbosa (I)
e Efrem Jorge Gondim Ferreira III)
o aparecimento de registros hist6ricos de diversas
expedicoes cientfficas e explorat6rias na regiao do vale do rio
Branco, hoje Roraima, esta ligado diretamente a conquista do rio
Negro pelos portugueses no secu!o XVII. Embora ainda com
pontos obscuros dentro de alguns intervalos de tempo, a visao
sequenciada dos relatos revela diferentes interesses sobre a regiao
em funcao da epoca e da situacao polftica global de quando foram
documenlados. Dependendo do momento, os interesses podiam
variar de puramente cientfficos ate comerciais e demarcat6rios
entre as riacoes europeias que dividiam este espac;o do Novo
Mundo, denominado como regiao das Guianas.
Alern da disputa territorial entre portugueses, espanh6is,
franceses, holandeses e ingleses, somava-se a fertil irnaginacao do
periodo colonial que acreditava que nestas terras encontrava-se 0
lendario "Lago Parima" ou "Eldorado", com suas grandes riquezas. Com
isto, acelerou-se 0trafego de expedicoes de carater econornico ou de
reconhecimento por toda essa regiao. Embora do ponto de vista da ciencia
alguns relatos pouco tenham contribuido diretamerite, 0conjunto das obras
fornece uma razoavel remontagem de fatos importantes que marcaram a
regiao, alern de fornecer pistas sobre a dirnensao das acoes polfticas de
ocupacao territorial adotadas para 0vale do Rio Branco.
r I r Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia, Coordenacao de Posqulsas ern Ecologia, Coordenadoria
Tccnica eAdministrativa do ConvenioINPNGERR, Caixa Postal 96, 69301-970 BoaVistaiRoraima.
.u r Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia, Coordcnacao de Pesquisas em Biologia Aquatica. Caixa
Postal478,69011-970Manau<;lAmazonas.
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Homem, Amhiente e Ecologia no Estado de Roraima
As diversas expedicoes formam um banco de dados de
irnportancia hist6rica sobre 0ambiente e as sociedades indigenas
hoje se situa Roraima. A montagem de um cenario passado p
regiao pode rnesrno ser considerado novo para a rnaioria da po
local. Uma parte dos registros ainda po de estar dispersa pelo
espa<;omas,0que mais chama a atencao, e a distancia cultural
vezes impede a visualizacao da irnportancia do resgate destes rel
informacoes que alern de descreverem a geografia e a ec
abordam com impressionante riqueza de conteudo os aspectos
antropol6gicos e, a fauna e a flora de toda uma regiao. Nao h
negar que estes registros fazem parte de uma infra-estrutura ne
para que planejadores e tomadores de decisao imaginem a qu
desenvolvimento regional nao s6 pelo aspecto ambiental, mas
pelo respeito as diferencas culturais. Neste sentido, nosso objeti
de recuperar e remontar, atraves dos relatos de diversos viajan
passaram por esta regiao, todo um cenario socio-econornico, p
ambiental do Estado de Roraima, intensionando arnpliar 0conhe
dos processos de formacao hist6rico-cultural e de ocupacao hum
influenciam ate hoje os diferentes caminhos seguidos
desenvolvi mento regional.
Para real izar 0 levantamento das principais expedicoes
personagens na regiao do vale do rio Branco, resgatamos docum
verificamos diferentes fontes bibliograficas a partir do final do se
ate0final da decada de 1960 (ver Bibliografia). Deste perfodo em
consideramos que os meios de transporte e comunicacao comese consol idar em Roraima, permitindo facil idades que os
naturalistas e exploradores nao possuiarn, finalizando entao 0
documental. Com isto em mente, dividimos 0levantamento
grandes blocos da hist6ria do Brasil: Colonia, Imperio e Re
Acreditamos que cada uma destas fases representou um ideal
cientffico e explorat6rio diferente dentro dos cenarios nac
internacional. Sua interconexao deve permitir uma visao glo
acontecimentos passados sem, contudo, objetivar fazer ur
biografico dos exploradores e naturalistas que passaram por R
Mesmo porque e provavel que 0trabalho necessite de cornplerne
194
Hist6 riCO das exped icoes
Brasil Colonia
Este foi um perfodo de vanes intervalos obscuros d
distancia do tempo em que as inforrnacoes foram transcorrendo.
e que as expedicoes que adentraram pelo rio Branco nest
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Historiografia das expedicoes cien
e explorat6rias no vale do rio B
estavam,namaioria dasvezes, ligadasa conquista portuguesa da regiao
do rio Negro. Foi um perfodo de infcio da cicatrizacao das fronteiras
europeias na America do SuI. Mesmo estabelecendo bases pouco
seguras para seu total domfnio, os portugueses mantiveram um fluxo
relativamente regular por esta regiao procurando, nao s6expandir, mas
tambern garantir 0 territ6rio ja conquistado. Em sua maioria, as
expedicoes interessavam-se pela rnanutencao das fronteiras ja
conquistadas atraves de militares ou funcionarios coloniais, ou na
expansao das relacoes comerciais. Nesta epoca, a mercadoria mais
cobicada juntamente com asdrogas do sertao, era a de indfgenas. Estes
eramtrazidos pelas "tropas de resgate" para comercializacao em Belem
ou com outras nacoesvizinhas. Grande parte daspopulacoes indfgenas
sofreu perdassignificativas, tanto pelo aprisionamento como pelo vigor
das doencas como variola, gripe, irritacoes de pele etc., trazidas pelos
exploradores.Do ponto de vista cientffico, apenas a expedicao do naturalista
brasileiro Alexandre Rodrigues Ferreira, em 1786, e destacada. Vale
ressaltar,porern, que mesmo com grande espfrito pela descoberta do
novo, Ferreira foi impulsionado por um convite do Governo Colonial
Portuguesque queria conhecer0potencial economico destaterra.Alern
disto, possuia como segunda rnissaoavaliar a situacao dos aldeamentos
indfgenas no rio Branco que, recentemente, haviam sido abalados por
um levantedos indios que se revoltaram com a forma de tratamento dos
portugueses.Todo material coletado na extensa viagem de Ferreirapela
Amazonia, inclusive as notas de campo, foram depositadas no Real
Museu de Lisboa,sendoconfiscado em seguidapor Napoleao Bonaparte
quando da invasao francesa a Portugal em 1808. A maior parte de seu
material esta conservado atualmente em Paris, no "Museum National
d'Histoirie Naturelle".
Primeiras expedicoes
• PedroTeixeira/Cristobal deAcuna (1639/40)
Existeuma constanteespeculacaoem diversosdocumentos de quePedroTeixeira tenha sido oficialmente 0 primeiro a subir 0 rio Branco.
Emseu relato de viagem, escrito pelo PadreCristobal de Acuna, existe
uma descricao geograficae um mapa que indica a provavel localizacao
do rio Branco. Entretanto,nao ha uma unica rnencao ao nome desterio.
E possfvel que ao passar por sua foz, quando de sua exploracao pelo
Negro, uma parte da tropa deTeixeira tenha se interessado em adentra-
1 0 a procura de algum potencial da regiao, como por exemplo Indios.
Contudo, nao ha docurnentacao seguraque comprove estefato.
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Hornern, Ambiente e Ecologia no Estadode Roraima
• Francisco Ferreirae Jeronimo Coelho (1705/1730)
o primeiro, explorador e comerciante e,0segundo,frei carAmbos promoveram 0cornercio de drogasdo sertaoe realizaram
descimentos de Indios na regiao do rio Branco por quase tres
Faziamuma especiede circuito empresarial entre0rio Branco e
Negro com 0restantedaCapitania. Alem disto, intensificaram0
com osvizinhos holandeses.Forada historia oficial, estessaoos
primeiros exploradores do rio Branco amparados por docurn
(Amoroso & Farage,1994).
• Diogo RodriguesPereirae FaustinoFerreiraMendes (1718
Exploradores que tomam para si 0 feito de serem os pri
desbravarem 0rio Branco por toda a sua extensao. 0 prim
Capitao do Forte do rio Negro e0segundo seu ajudante. Sua
provavel eraade fazer0descimentode Indios,praticacomum des
Nao encontramosdocumentosque comprovem que tenhamexplo
Branco antes de F . FerreiraeJ.Coelho.
• Cristovao Ayres Botelho (1736)
Explorador-comerciante interessadono descimento de Ind
com 0"principal" Donaire, realizou em 1736 uma das maiores
no rio Branco que se teve notlcia na Capitania. Aprisionou de
indlgenas para venda e troca em Belem.
• Lourenco Belfort (1740)
Tarnbern comerciante de escravos indfgenas, formou um
tropa com Francisco Ferreira em 1740. Juntos, subiram 0rio Br
Uraricoera para aprisionar cerca de 1.000 Indios. Segundo F
Xavier Ribeiro Sampaio (1777), foi 0maior aprisionamento d
sendo lembrado por anos seguidos entre os indlgenas locais.
• Nicholas Horstmann (1741)
Explorador holandes, especializado em mineralogia, q
percursso pela regiao do Rupununi ate0rio Branco a procura
Parima". Horstmann foi preso e interrogado pelo governo provin
notfcias mais preocupantes para os portugueses, estava aqu
anunciava 0transite de espanhois pelo Tacutu e Uraricoer
inforrnacoes de Horstmann, Charles de LaCondamine organizou
melhores mapas do interior das Americas para a epoca.
• JoseMiguel Ayres (1748)
Feza ultima entrada oficialmente reconhecida para descim
Indios no rio Branco.
196
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Historiografia das expedicoes cientffica
e explorat6rias no vale do rio Branc
• JoseAgostinho Diniz (data incerta, 1750/60)
Alferes da Coroa Portuguesa que adentrou pelos rios Branco,
Uraricoera, Tacutu eMau, para comprovar 0relacionamento entre os
Indios locais e outros grupos europeus (holandesese espanh6is).
• FranciscoXavier Ribeiro de Sampaio (1777)
Ouvidor da Capitania do rio Negro, fez um relatodos antecedentes
hist6ricos do descobrimento do rio Branco apresentando boa visao geo-
politica. Sua intencao era descredenciar os espanh6is que anos antes
tentaram estabelecer bases no vale do rio Branco (1774). Em sua
apreciacao. deu como estaa causaprincipal da construcao do ForteSao
Ioaquirn em 1775, na confluencia dos rios Tacutu e Uraricoera, pelo
Capitao Phillipe Sturn - alernao a service da Coroa Portuguesa.
Sampaio, definindo-se como um "curioso", descreveu parte dos
costumes dos Indios, a fauna, a flora e a mineralogia da regiao. Deu
detalhes que, apesar dos limitados conhecimentos, podem ser
considerados razoaveis para a epoca.
• Ricardo Franco de A. SerraeAntonio Piresda S. Pontes (1781)
o primeiro, Capitao Engenheiro e,0segundo Matematico, ambosa service da Coroa Portuguesa. Receberama incumbencia do governo
provincial de avaliare seprovir de informacoes sobre as fronteiras com
osespanh6is e holandeses.
• Alexandre Rodrigues Ferreira(1786)
Naturalista brasileiro, oficialmente designado pelo governo
portugues para avaliar 0potencial economico das terras que abrangiam
o vale do rio Branco. Seuobjetivo tarnbern era0de descrever a situacao
em que seencontravam os aldeamentos indlgenas, onde, poucos anos
antes havia ocorrido um levante de Indios onde a ocupacao portuguesa
estava tentando se reconsolidar (ver Amoroso & Farage, 1994:75). Fez
reconhecimentos nos rios Branco, Uraricoera, Tacutu, Surumu, Mau ePirara, alern de curtas excurs6es por localidades pr6ximas aos rios.
Descreveu uma grande colecao faunistica e florfstica desta regiao que,
em parte, foi perdida devido a invasao francesa a Portugal em 1808.
Tambernpossui docurnentacao sobre os usose costumes dos indlgenas
locais, alern de excelente material iconografico do Forte Sao Ioaquirn
(Fig. 1) e dos aldeamentos (diret6rios de Indios) espalhados pelo rio
Branco (Fig. 2).
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Hornern. Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
198
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Figura 1. Prospecto da Fartaleza de Sao Joaquim, rio Branco, feito par Al
Rodrigues Ferreira, em sua viagem entre os anos de 1783 e 1792. (
Ferreira,A.R. 1971. ViagemFilos6fica pelas Capitanias do GtiioNegro, Mato Grosso e Cuiebe: 1783-1792. Iconografia vol. 1.Ge
Antropologia. Conselho Federal de Cultura. Rio deJaneiro)
Figura 2. Povoacaode SantaMaria, rio Branco, desenho deAlexandre Rodrigue
feito em sua viagem entre os anos de 1783 e 1792. (Prancha: Ferr
1971. ViagemFilos6fica pelas Capitanias do Gtiio Para,Rio Neg
Grosso e Cuiebe: 1783-1792. Iconografia vol. 1.Geografia - Antro
Conselho Federal de Cultura. Rio deJaneiro)
• Manoel da Gama Lobo D' Almada (1787)
Entao governador da Provincia do rio Negro, D' Almada
relato geografico de grande parte da regiao, percorrendo os pr
afluentes do rio Branco. Era mais uma tentativa de consolidar
portuguesa em terras limltrofes com outras nacoes europeias. 0'
tarnbern fez um rico relato sobre os produtos naturais da reg
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Historiografia das expedicoes cientif
e exploratorias no vale do rio Bra
populacao indfgena que se encontrava aldeada nos diret6rios
idealizados pelo governo portuguescomo forma de propiciar 0papel de
polfcia na area.
• Francisco J . R. Barata (1798)
Porta-bandeiras e militar a service do Governador dasCapitanias
do Parae rio Negro (Francisco de Souza Coutinho). Fez diligencias,
inspecionou e reconheceu parte dasdivisas com 0Suriname; uma regiao
de possedos holandesesque, mais tarde, foi perdida para os inglesesem
uma disputa territorial.
Brasil Imperio
Perfodo extremamente rico no que diz respeito a formacao decolecoes zoo-botanicas naAmazonia, embora ressalve-seque a maioria
dosconjuntos tenha fluido para outros pafses.A regiao do rio Branco nao
ficou fora do circuito das grandes expedicoes cientfficas nesta fase.
Entretanto,0estigma de fronteira continuava a conceder-Ihe status de
regiao problema do ponto de vista da delimitacao dos domfnios.
Dentre as expedicoes destacam-se a dos natural istas Natterer,
BarbosaRodrigues e Spruce. Alem destas,tambern podem ser citadas a
ExpedicaoThayer, liderada por Agassiz (ele nao participou da incursao
ao rio Branco) e a de Coudreau, ge6grafo frances que percorreu partedesta regiao a service do Ministerio da Marinha e das Colonias da
Franca.Vale tambem lembrar que nasanotacoes deWallace, narturalista
inglese companheiro de Batese Darwin, existem varies trechos em que
o rio Branco e citado e ate exaltado. Foi quando de sua passagempelo
Negro. Entretanto, nao conseguimos nenhum registro oficial de sua
entrada por este rio ou algum de seusafluentes.
Neste perfodo da-se tarnbern 0infcio de expedicoes patrocinadas
pelo governo ingles no sentido de avaliar nao so 0 potencial da area
como tambern 0 de proporcionar base contestat6ria para umareinvidicacao territorial na regiao do rio Pirara, no nordeste de Roraima.
Embora outras tenham ocorrido atraves do rio Rupununi (Charles
Waterton, 1812; Gullifer &Smith, 1828; Adam de Bauwe, 1834), as mais
importantes foram ados irrnaos Schomburgk, que entre 1838-42
realizaram incurs6es por varies pontos fronteiricos entre a Guiana
Britanica e0Brasil..Emborativessemcontribuido com um farto material
faunfstico e florfstico, em parte depositado no "Museum fur Naturkunde
der Universitat Humbolt" (Berlim), suasdescricoesgeograficas ajudaram
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Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
Inglaterra, conhecida como a "Questao do Pirara". 0
internacional da questao, 0 Rei da ltalia Victor Emanuell III, de
1904que aproximadamente 20.000km2 deveriam ser incopo
Guiana Britanica devido a indfcios de ocupacao por aquela nac
dos portugueses (e brasileiros). Em seguida a Inglaterra fez
concess6es a ltalia em terras africanas.
200
o Crescimento das Expedicoes Naturalistas
• Johann Natterer(1831/32)
Naturalista austriaco que percorreu 0 rio Branco desde su
a confluencia dos rios Uraricoera eTacutu, por onde alcancou 0
eo Mall. Foramcerca de 10mesesde intensa atividade de cam
forneceram registrosprincipalmente sobre a avifauna, a entomo
a ictiofauna do vale do rio Branco. S6 de insetos Natterer cont
30.000 exemplares. De aves, foram 157 especies. Seu mat
depositado no "Naturhistoriches Museum" deViena.
• Robert Schomburgk (1839)
Naturalista e explorador alernao. Alern de percorrer gran
da entao Guiana Britanica, fez colecoes de fauna e flora nos r
Surumu, Unamara,Tacutue proximidades do Monte Roraima. D
de vista da ciencia, seus relatos sao de extrema valor para a g
ffsica e a ocupacao humana de praticamente toda a regiao
nordeste de Roraima. Do ponto de vista politico, suas deajudaram a dar base para a decisao final de uma disputa te
internacional entre 0 Brasil e a Inglaterra.
• Richard Schomburgk (1842)
Da mesmaforma que Robert,seu irrnao, realizou coletas b
e faunisticas na Guiana Britanica, tendo adentrado tarnbern
brasileiro pelos rios Surumu, Cotingo eTucutu, alern de excu
pelas proximidades do Monte Roraima.
• A. Wagner (1847/1848)
Z0610go interessado principal mente na mastologia
(mamiferos). Percorreu 0 rio Branco.
• Alfred RusselWallace (1851/1852)
Existe um mapa do roteiro das viagens do naturalista I
livro "0Naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira" (p. 51)que de
uma pequena incursao ao rio Branco no ana de 1851.Entretanto
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Historiografia das expedicoes cientf
e explorat6rias no vale do rio Br
Wallace tenha seaventurado pelo rio Negro e tenha citado varias vezes
suapassagempela boca do rio Branco,0unico indicio de sua passagem
por este rio nao fornece dados conclusivos sobre sua entrada para
observacoes (verWallace, 1979:248).
• Richard Spruce (1851/54)
Naturalista, botanico profissional ingles, percorreu os limites do
Brasil com aVenezuela no inicio da decada de 1850. Os registros do
livro de Cunha (1991:54) indicam, atraves de um mapa,0percursso que
Spruce tomou pelo rio Branco e afluentes. Seuprincipal interesse eram
asplantas que poderiam ter valor industrial e/ou terapeutico.
• GustavWallis (1863)
Naturalista alemao que visitou a SerraPacaraimae os rios Branco,
Tacutu e Parima.Estavainteressadoprincipalmente com a botanica e os
aspectos geograficos da regiao. Entretanto, em uma carta enviada a
Domingos FerreiraPenna,seuamigo de Belem, ele comentava algumas
caracterlsticas da economia regional e dos Indios, principalmente pela
exuberancia dos campos naturais que guardavam numerosos
exemplares de animais bovinos.
• Expedicao Thayer (1865/66)
Expedicao cientlfica chefiada pelo naturalistaJeanLouis Rodolphe
Agassiz (suico naturalizado americano) e financiada por NathanielThayerda Universidade de Harvard (EstadosUnidos). Nos dois anosque
a expedicao percorreu 0Brasil, e emespecial aAmazonia, um pequeno
grupo integradopor Newton Dexter (ornitologo) eTalisman,foi designado a
realizar alguns levantamentos no rio Negro e no rio Branco. 0 material
coletado foi depositado no "Museum of Comparative Zoology"
(Cambridge).
• Ioao BarbosaRodrigues (1871/74)
Naturalista brasileiro interessado em botanica, etnografia ezoologia, foi incumbido pelo Governo Imperial de explorar varias bacias
hidrograficas secundarias das Provlncias do Amazonas e do Para. Ern
uma destas excursoes, Barbosa Rodrigues percorreu 0 rio Iatapu
identificando uma seriede especiesvegetais,com especial interessepor
orquideas e palrneiras. Emoutra oportunidade percorreu 0rio Iauaperi.
• Francisco Xavier Lopes de Araujo (Barao de Parirna) (1882)
Engenheiromilitar responsavel pela dernarcacao da fronteira entre
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Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
202 que resultou no relat6rio "Carta Geral das Fronteirasdesde a C
Principal do rio Memachi ate0Mau" de 1884, entregue ao Min
Estrangeirosdo Imperio.
• Henri-Anatole Coudreau (1884)
Geografo frances com especial interessenaAmerica do
1883 e 1885, a service do Ministerio da Marinha e das
Francesas,Coudreau percorreu grandesdistancias em companh
que exclusiva dos indfgenas locais. Foi nesta incursao que se
pela primeira vez com os campos naturais do rio Branco, desc
ose fazendo cornentarios sobre suagente e as relacoes sociais
Coudreau aprendeu a secomunicar com os Indios locais (princi
os Wapishana) por ter permanecido durante cerca de 10
Maloca da Malacacheta em virtude de uma rebre que 0a
(provavelmente malaria)
• Everard 1mTurn e Harry Perkins (1884)
Ingleses, foram um misto de funcionarios publicos, e
botanicos e geologos que lideraram a primeira escalada ofic
registradaao topo do Monte Roraima. Sua rota de entrada foi a
rio Potaro (Guiana). Entretanto, excursionaram pelas red
realizando varies relatos.
• Ermano Stradell i (1888)
Conde italiano que percorreu todo 0rio Branco. Fez u
historico, geografico e socio-econornico da regiao e da situaca
ela se encontrava naquele momento. Nao acrescentou nov
"Questao do Pirara".
Brasil Republica
Estafase das expedicoes demonstrou um Brasil extrem
nacionalista e preocupado em resguardar suas fronteiras e riq
extremo norte. A influencia de Cerullo Vargas(em dois mandato
Grandes Guerras mundiais modelaram algumas das expedico
Amazonia e em especial para asareas fronteiricas. Aliado a e
a descoberta de jazidas diamantfferas e aurfferasem Roraima n
de 1910, ajudou com que a maioria das incursoes entre os ano
e 1950, fosse relativa a descricao dos aspectosgeograficos regio
enfasena distribuicao dos recursosnaturais minerais. Destacam
fase as expedicoes de Guerra, Ruellan e Ignacio de Oliveir
destes, vale destacar a expedicao demarcat6ria de Rondon.
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Historiografia das expedicoes cientif
e exploratorias no vale do rio Bra
Apesar do sentimento nacionalista, as expedicoes de carater
cientffico afloraram em maior numero. Mesmo com dificuldades no
deslocamento ateBoaVista,0apoio local foi de grande importancia para
as incurs6es internas. Emgeral, este apoio era dado por membros de
farnilias tradicionais locais ou atravesdos poderes publicos constitufdos;
ambosseconfundindo enormementenestafase.Nomes importantes como
osdo etnografo Koch-Grunberg, do botanico Ule e do geografo Farabee,
marcaram os primeiros anos de ciencia no seculo x x . Seguiram-se a
estes varies outros que, pela importancia de sua obra, valem ser
destacados como 0 naturalista Tate, os botanicos Ducke, Black,
Aubreville e Prance e, 0lirninologo Sioli. Alguns deles oficialmente
apoiados pelo INPA, que havia sido criado no infcio da decada de 1950
e fazia parte dos pianos de Getul io em conhecer melhor a regiao para
poder desenvolve-la.
A Experiencie Nacionalista
• Sebastiao Diniz (1893)
Fazendeirodo rio Brancoemorador deManaus,Diniz foi incumbido
pelo governo do Amazonas de fazer uma estrada ligando Manaus a Boa
Vista.A ligacao terrestreserviria paraabastecer de carne bovina a capital
manauara. Diniz completou a tarefa em 1895 e, em carta ao governador
do estado, fez seriascrfticas aosvultosos gastoscom tal obra que no final
naopassavade uma trilha nomeio da florestasemnenhuma estruturapara
abrigar 0gada aolongo do percursso. Com razao, a estrada caiu no
esquecimento e os816 marcos (1 por km) desapareceram com 0tempo.
• Oldfield Thomas (1901)
Zoologo interessado emquiropteros (morcegos). Percorreu os rios
Branco e Mucajaf.
• Alfredo ErnestoJacquesOurique (1906)
Porordem e companhia do governador doAmazonas (Constantino
Nery), Ourique faz um relato geografico e historico do vale do rio
Branco, descrevendo aspectos econornicos e sociais de toda a regiao
para ajudar na solucao das quest6es de povoamento e progresso da
regiao. Nao foi a primeira viagem de Ourique. Eleja teria realizado uma
em companhia da Comissao de Limites em 1882 e, em outra, teria se
encontrado com Stradelli em 1888. Realizou 0primeiro bom acervo de
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Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
204 • Ernest Heinrich Georg Ule (1908/09)
Botanico alernao que percorreu 0rio Branco e atingiu
Roraima no inicio do seculo xx. Pertenciaao Iardirn Botanico d
Explorou tarnbern asserrasGrande, de Mucajal e do Murupu.
• Theodor Koch-Grunberg (1911)
Etn61ogoalemao preocupado com a geografia humana,
toda a fronteira triplice entre Venezuela, Brasil e Guiana,
contribuicoes importantes nos campos da antropologia. Dest
resultou a obra "Vom Roraima zum Orinoco" com 5 volumes, e
1917 (Berlim). Neste documento existem extensas descricoes
dos povos locais, abordando detalhes de forma singular
expressavam a real imagem do modo de vida dos indlgenas d
Boa documentacao fotografica foi feita e anexada na obra esc
disto, um filme de curta duracao (± 12minutos) tambern foi rea
Koch-Grunberg na regiao do Surumu, demonstrando diferente
atividades realizadas pelos Indios locais (dancas, trabalho
pequeno docurnentario de 1911 eo primeiro registro cinema
abordando diferentes aspectos dos povos existentes no hoje
Roraima (provavelmente um dos primeiros deste genero e
America do Sui). Foi telecinado pela I.W.F. alerna.
• J . D. Hasmann (1912)
Membro da "American Geographical Society", emp
esforcos nos estudos sobre a geografia e a ictiofauna r
Suas exploracoes se deram nas proximidades da Serra
na fronteira com a Guiana.
• Ioao Geraldo Kuhlmann (1912)
Botanico brasileiro que percorreu a regiao integrando a
do Service de Defesa da Borracha (Ministerio da Agricultu
coletas principal mente nasproximidades de BoaVista. Kuhlma
retornaria a esta regiao entre 1923/24 percorrendo mais intensalocalidades de BoaVista, Vista Alegree asCachoeiras do Bem
• M. P.Anderson (1912)
Ornitologo americano, Anderson fez observacoes nos arr
BoaVista, percorrendo tarnbern localidades pr6ximas como as
Lua e Grande. Alern disto, visitou parte das regi6es de mo
destacando-se a Serra do Sol. Estavaa service do Museu de F
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Historiografia das expedicoes cientifi
e explorat6rias no vale do rio Bra
• William Curtis Farabee(1913)
Geografo, chegou a Boa Vista e fez diversas exploracoes pela
regiao.A principal delas foi aquela emque seaventurou a transpor0furo
Maraca natentativa de encontrar 0furo SantaRosa,pelo rio Uraricoera.
Elenao acreditava que pudessem estar ligados formando uma ilha por
falhasda estrutura geologica (Ilha deMaraca).
• Carlos Chagas (1913)
Fezparte da equipe de Oswaldo Cruz. Integrou a Comissao que
avaliou ascondicoesmedico-sanitariasdasbaciasdo riosNegro e Branco,
percorrendoesteultimo atea alturadeVistaAlegre, proximo de Caracarai,
• Cecil Clementi (1915)
Exploradora semexpressaocientffica que realizou uma viagem ao
Monte Roraima partindo da antiga Guiana Inglesa. Seu interessemaior
era no cornercio de pedras preciosas. Publicou seus relatos com
detalhamento superficial sobre a paisagem e seusmoradores em 1916.
• Luciano Pereira (1917)
Ex-deputado federal pelo estado do Amazonas que pretendia
conhecer mais de perto as "riquezas" do rio Branco. Veio a convite
de Joaquim Goncalves de Araujo (J. G. de Araujo) 0maior
fazendeiro e dono de terras no rio Branco na epoca. Fez relatos
sobre a populacao local, meios de transporte, economia e ambiente.Tudo indica ser 0 primeiro texto a citar 0 termo "Iavrado" como
forma de denominar os campos de vegetacao do tipo cerrado, que
cobrem a regiao nordeste do atual estado de Roraima (ver Pereira,
1917:40).
• Hamilton Rice (1924/25)
Membro da "American Geographical Society", se aliou a
Universidade de Harvard e organizou sua 79 . Expedicao a Amazonia comdestino ao vale do rio Branco. Seu objetivo era 0de avaliar aspectos
geograficos desta localidade arnazonica devido aos antigos mapas sul-
americanos apontarem esta regiao como ainda uma "area incognita"
(sem reconhecimento ffsico). Mesmo com apoio e orientacao de um
hidroaviao, Rice levou semanas para tentar alcancar seu objetivo final
(as nascentes 0 rio Parima), atravessando seguidamente trechos
encachoeirados no alto rio Uraricoera. Sua exp edicao era
extremamente diversificada, com diferentes tipos de investigacoessendo
realizadas.SegundoPinto (1966), um trabalho dedestaquefoi 0"Medical
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Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
Harvard Pressem 1926. Foi nesta expedicao que 0etn61ogo
Theodore Koch-Grunberg, em sua segunda visita a regiao, veiode malaria na localidade denominada como Vista Alegre (rn
Branco). Extenso volume de material fotografico (aereo e terr
produzido nesta expedicao (Figs. 3 e 4), alem de um documfilmado pelo brasileiro Silvino Santos ("Em Busca do Eldorado"
timo foi editado posteriormente pela BBe de Londres (± 20
demonstrando aspectos da dificuldade da viagem e da populac
(Indios e moradores de Boa Vista). Este e 0segundo doc
telecinado mais antigo de Roraima.
• Avelino Ignacio de Oliveira (1924/25)
Ge61ogo que acabou se transformando em uma contra
informal na expedicao de Hamilton Rice. Sua preocupaca
voltada para descr icoes fisiograiicas, correlacionando-asocorrencias de rochase minerais. Nesta empreitada, mais tard
a ajuda de Glycon de Paivaque tratou da identificacao e analise
do material coletado na regiao.A principal publicacao esta resu
"Bacia do rio Branco" de 1929, quando pela primeira vez ado
nome de Formacao BoaVista para a regiao geomorfol6gica
abertas que cobrem 0nordeste de Roraima.
206
Figura 3. Hidroaviao (Eleanor III)e barco (Eleanor II) usados pela expedicao de Ham
(1924125), ancorados em frente a BoaVista (RR) (Foto: Rice, 1978)
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Historiografia das expedicoes cientifica
e explorator ias no vale do rio Branc
• Candido Mariano da Silva Rondon (1927/28)
Rondon e sua equipe inspecionaram as fronteiras nacionais na
parte setentrional do Brasil. Percorreu diversas malocas indfgenas e
diferentes cursos fluviais que 0faziam exaltar a exuberancia do local.
Embora a princfpio nao tenha havido interesse em coletas cientfficas,apoiou alguns integrantes de sua equipe. Alem de Paivae Luetzelburg
(citadosa seguir),alguernde seugrupo depositou 54 especiesde avesno
acervo ornitol6gico do Museu Nacional, que faram estudados par
Miranda Ribeiro.
• G. H. H. Tate (1927/28)
Naturalista do Museu Americano de Hist6ria Natural que integrou
a Expedicao de LeeGarnett ao Monte Raraima. Entrou pelo rio Branco
ate ultrapassar 0 rio Miang, de onde iniciou a subida ao Raraima.
Durante todo 0percursso, 0grupo fez diversas anotacoes cientfficas e
coletaram diferentes especies de plantas e animais, compartilhando a
ideia da grande variedade de vida nesta regiao. FoiTateque deu infcio
ao questionamento sobre a existenc ia de uma possfvel zona
biogeografica de vida nestareglao, caracterizada par relevos tabulares.
Ap6s encontrar e receber ajuda de Rondon, finalizou a expedicao
cartando 0alto rio Mau ate a Guiana Inglesa.
Figura 4.Vista aerea da cidade de BoaVista tirada pela expedicao Rice (1924/25). (Foto:
Rice, 1978)
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Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
• Phillip Freiherr von Luetzelburg (1928)
Integrou a expedicao de Rondon, percorrendo os rios
Uraricoera eTacutu, alcancando por fim 0 Monte Roraima. Se
principal era a coleta da flora amazonica.
• Glycon de Paiva (1928)
Ge610go da Comissao de lnspecao de Fronteiras que
liderava. Descreveu cortes geol6gicos realizados na Formacao
que comp6e as fronteiras entre Brasil, Venezuela e Guiana. C
tambern com Ignacio de Oliveira na descricao de diversos
triados pelo colega anos antes.
• Desmond Holdridge (1931)
Natural ista do Museu de Brooklyn. Percorreu tres
tributaries da Serra Parima; os rios Catrimani, Demini e Arobservacoes e detalhamentos geograficos foram descritos no
"Exploration between the rio Branco and the Serra Parima"
resultando em um mapa que, apesardas dificuldades da epoca
coerentemente a topografia e a localizacao dos principais curs
e relevos desta regiao de Roraima.
• Carlos Lako (1931/32)
Reuniu um pequeno numero de peles de aves do rio C
em seguida as depositou no Museu Nacional.
• Adolpho Ducke (1933, 1937 e 1943)
Ducke foi um botanico altamente qualificado que teve
de carreiranoMuseu ParaenseatualMuseu ErnflioGoeldi) termin
Jardim Botanico do Rio de Janeiro. Estevepor tres oportunidade
do rio Branco. A primeira, em 1933, realizou coletas aos arre
Caracaraf. Em 1937, Ducke percorreu 0 rio Branco, regi6es p
cidade de BoaVista, as serrasGrande e do Murupuzinnho e
Nova Olinda. Nesta oportunidade Ducke se encontrava a s
Comissao Demarcadora de Limites como adido botanico. Em
excursao (1943), Ducke foi a BoaVista, Caracaraf, rio Cauarne
Sao Marcos. Varias publicacoes sobre a Flora Neotr6pic
realizadas sob sua coordenacao, sendo comum a citacao de
coletadas em Roraima.
208
• Alberto Pinkus e P . S. Peberdy (1938/39)
o primeiro colecionador profissional e 0 segundo d
Britanico, ambos interessados na avifauna. Atravessaram as c
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Historiografia das expedicoes cientifi
e explorat6rias no vale do rio Bra
do rio Cotingo ate chegar no Monte Roraima, de onde puderam coletar
e observar especies novas para0Brasil.
• Felix Cardona (1940/41)
Capitao da guarda venezuelana que percorreu a fronteira do Brasilcom aVenezuela nas proximidades das cabeceiras do rio Uraricoera.
Encontrou 4 especies de aves ate entao nao descritas em territ6rio
brasileiro.
• Instituto Evandro Chagas (1942/43)
Uma equipe do instituto percorreu, alern de Boa Vista, diversas
localidades as margens do rio Branco. Seu interesse era 0 da
entomologia medica.
• Harald Sioli (1951)
l.irninologo alernao do InstitutoMax Planckque, na decada de 1950,
ingressounos quadros funcionais do INPA contribuindo significativamente
para estudosda fisica e da qufmica dos rios daAmazonia. EmRoraima,0
grupo de Sioli fez diversas medidas nos rios Branco e Cauame, alem dos
igarapes da Mecejana, do Frasco, do Areial e Caxanga em Boa Vista.
Tarnbemanalisou amostrasnos lagosdoscampos de Roraima e nas fontes
d'agua da serrado Murupu.
• AIexand re George Black (1951)
Botanico que percorreu diversas localidades da regiao como, os rios
Branco eCauame e,os igarapesCaranae Caxanganacidade de BoaVista.
Alern destasexcurcionou pelas FazendasBom Intento e SaoMarcos, serra
do Canta e um trecho da antiga estradaque ligava BoaVista a Caracaraf.
• Antonio Teixeira Guerra (1953/54)
Ge6grafo brasileiro que contribuiu para um primeiro aciirnulo
significative de dados hist6ricos e geograficos sobre a regiao do rio
Branco. Descreveu clima, vegetacao, ocupacao etc. Se preocupoutarnbern com levantamentos socio-econornicos que sempre foram
disperses na regiao. Seusestudos ate hoje sao basedidatica para grande
parte dos que se interessam por geografia e hist6ria de Roraima.
• BassettMaguire (1954)
Botanico americano, Maguire foi diretor do New York Botanical
Garden. Foi nesta fase que percorreu localidades pr6ximas a BoaVista,
serra do Tepequern e rio Cotingo.
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Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
• Francis Ruellan (1954/55)
Primeira expedicao oficial do INPA a Roraima, entao T
Federal do Rio Branco (1943). Nesta ocasiao, Ruellan, profe
Universidades de Parise do Rio de Janeiro, visava promover
basicos em geomorfologia que pudessem auxiliar na melhconhecimento sobre asdiferentes paisagens existentes naAma
sfntesede seutrabalho, foi editada em "Expedicoes Geomorfol6
Territ6rio do Rio Branco" em 1957. Nestamesma excursao de e
aluna de Ruellan, Yvonne Beigbeder, realizou um relevante
sobre os processos de construcao paisagfstica da Formacao B
• William A. Rodrigues (1954)
Pesquisador do INPA, participou da primeira excursao o
instituto ao hoje estadode Roraima, integrando a expedicao lide
Francis Ruellan. Percorreu as localidades de Boa Vista, Nor
Pedra Branca, Maturuca, rios Uailan, Cotingo e Surumu. A pa
excursao e, somando coletas nas proximidades de Manaus, i
acervo do Herbario do INPA. Emnovasviagens excursionou pe
e a FazendaFlorestal. Estaultima em companhia de Aubreville
• Renato de Siqueira Jaccoud (1954)
Da mesma forma que Rodrigues, integrou a expedicao o
Ruellan, participando de incursoes botanicas as regioes de No
e Soc6.
210
• Aida Ostroff Ferreirade Barros (1955)
Integrou um grupo de geornorfologos que real izou
levantamentos nas bacias dos rios Cotingo e Surumu.
• Otavio Barbosa e JoseRaymundo de Andrade Ramos (
Ambos geologos, 0 primeiro consultor da PROSPEC e 0 se
Divisao de Geologia e Mineralogia (OGM) designados pela pr6p
em promover reconhecimento mais detalhado na bacia do rioEstesestudos estavam dentro dos pressupostosda Superintende
PlanodeValorizacao Economica daAmazonia (SPVA) em promo
do desenvolvimento economico da regiao atraves da atividade
Alern das viagens de campo, levaram em consideracao fo
aereas do tipo "trimetrogon", conseguidas de um levant
americana realizado na II Guerra Mundial em parte do Territ6rio
do Rio Branco.
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Historiografia das expedicoes cientf
e exploratorias no vale do rio Br
• JOSeHidasi (1956)
Naturalista do Museu Nacional que em julho de 1956 excursionou
atravesdo rio Surumu e serra Parima, rendendo 20 novos exemplares
para a avifauna local.
• Andre Aubrevi lie (1958)
Botanico frances muito ligado ao INPA. Percorreu a regiao do
Taiano e a cidade de BoaVista em companhia deWilliam Rodrigues.
• Cory T. de Carvalho (1959)
Originario do Museu ParaenseEmilio Goeldi, Cory pecorreu a
regiao do rio Branco entre fevereiro/marco de 1959, interessado em
reconhecer e coletar principalmente a fauna de rnamiferos.
• Masayuki Takeuchi (1959)
Botanico da Universidade de T6quio e pesquisador do INPA,
Takeuchi se preocupou em descrever a estrutura das areas abertas de
Roraima (lavrado). Percorreu diversas localidades entre os rios Parirne,
Uraricoera, Branco eTacutu.
• Willian H. Phelps e filho (1961)
Ornitologo interessadonaavifauna venezuelana e, que conheceu
como poucos este grupo principalmente na regiao dos tepui, situada
entre Brasil, Venezuela e Guiana. Determinou 49 novas especies de
aves para a avifauna brasileira em uma incursao no inicio dos anos
1960, com seu filho, nas proximidades da Serrado Sol.
• Oliverio M. de Oliveira Pinto (1962)
Com auxflio do INPA, por interrnedio do entao Diretor Djalma
Batista, 0ornitologo Oliverio Pinto percorreu parte do rio Branco e
adentrou no rio Mucajaf para que pudesse verificar a avifauna deste
tributario do rio Branco. Determinou 250 especies, sendo que, naquele
momento, pelo menos 61 eram novas descricoes para a regiao.
• JoseAmerico Lima (1962)
Botanico que excurcionou pelos arredores deBoa Vista.
• Ezechias P . Heringer (1965)
Botanico que percorreu a regiao do Tingui.
• Enrique Forero (1967)
Foi diretor do New York Botanical Garden e, estava interessado
principal mente na flora do Monte Roraima.
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• Ghillen Tolmie Prance (1967/1969)
Botanico ligado ao INPA. Percorreu arredores de Boa Vi
localidades da serrada Lua,Surucucus,Tepequem, Auaris, alern
Branco, Mucajaf, Apiaii e Uraricoera. Prance integrou 0projeto
of Brazilian Amazonia", que originou a expedicao para Roratambem um dos defensoresdaTeoria dos RefugiosFlorestais, igu
encabecada por J . Haffer, P . E.Vanzollini e K. Brown. Atualmente
a funcao de diretor do Royal Botanic Gardens, Kew.
Deste momento em diante, iniciou-se um outro c
exp edi coes e atividades cientfficas em Roraima, dife
daquelas definidas neste trabalho. Vale destacar 0
RADAMBRASIL (1972-74), uma maior intensificacao das atividades
atraves do estabelecimento de um nucleo em Boa Vista (198
Projeto Maraca - um estudo multidisciplinar envolvendo 0
Royal Geographic Society na EstacaoEcologica de Maraca (19
a criacao da Universidade Federal de Roraima (1990). 0 ultim
tentativa de conjugar as necessidades da populacao local com
que a ciencia possui em promover 0 desenvolvimento regiona
Homem, Ambiente e Ecologia no Estado de Roraima
212
Consideracoes Finais
o nfvel de interesse pelo conhecimento da regiao do
Rio Branco esta (ate hoje) intimamente ligado a posse e ao uso
que, por sua vez, se atrela ao estoque de riqueza dos recursose ao modo de vida dos povos tradicionais locais. Este inter
descrito por diferentes fontes de naturalistas e exploradores e, u
de variadas formas como modo de assegurar a possedesta regi
ensaios de vivencias e vis6es passadas devem ser subsfdio p
tomadores de decisao da atualidade primem pelo respeito as di
culturais e ao correto uso (sustentado)dos recursos naturais loca
disto, tais ensinamentos preterites, devem ser parte integra
discuss6essobre a atual formacao historico-cultural da populaca
como forma de resgatar um sentimento de ligac;ao fntima des
geracao humana em Roraima que esta se formando a partir deprocesso migratorio ocorrido nas ultimas duas decadas.
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