José António Aranda da Silva
Ciclo de Conferências 2010
17 de Junho de 2010
O Farmacêutico e o Sistema de Saúde
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OBJECTIVOS
• Promover a discussão sobre a organização actual do Serviço Nacional de
Saúde (SNS) e a presença do farmacêutico no seio deste;
• Debater a importância da prestação privada e respectivos impactos sociais e
económicos;
• Debater a Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde, bem como dos
contributos que o farmacêutico possa dar neste domínio.
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Evolução do SNS
versus
Evolução da Profissão Farmacêutica
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PERCENTAGEM DA POPULAÇÃO COBERTA COM UM REGIME PÚBLICO
OU SOCIAL DE FINANCIAMENTO DA SAÚDE (OCDE 2003)
País 1960 1970 1980 1990 2000
Reino Unido 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
França ----- 95,6 99,1 99,4 99,9
Espanha 54,0 61,0 83,0 99,0 -----
Itália ----- 87,0 93,0 100,0 100,00
Portugal 18,0 40,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Jorge Simões. “Retrato Político da Saúde. Dependência do Percurso e Inovação em Saúde: Da ideologia ao
desempenho”. Almedina. Setembro 2004
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INDICADORES DO SNS:
TAXA DE MORTALIDADE PERINATAL (POR 1000 NADOS VIVOS)
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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INDICADORES DO SNS:
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (POR 1000 NADOS VIVOS)
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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INDICADORES DO SNS:
ESPERANÇA DE VIDA À NASCENÇA, HOMENS E MULHERES (1974-2008)
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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INDICADORES DO SNS:
PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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INDICADORES DO SNS:
PIRÂMIDE ETÁRIA (1979 / 2007)
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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UTILIZAÇÃO DE CEFALOSPORINAS NO AMBULATÓRIO DO SNS
Fonte: Relatório de Primavera 2010. OPSS
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UTILIZAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS EM AMBULATÓRIO EM 2007DISTRIBUIÇÃO POR CLASSES TERAPÊUTICAS
Fonte: Relatório de Primavera 2010. OPSS
* Chipre, Lituânia, Estónia: utilização em ambulatório e meio hospitalar
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EVOLUÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS EM AMBULATÓRIO%DDD /1000 HABITANTES/ DIA NO MERCADO SNS (2000 – 2008)
Fonte: Relatório de Primavera 2010. OPSS
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PREVALÊNCIA ESTIMADA DE DIABETES NO MUNDO EM 2010 20 – 79 ANOS
Fonte: Relatório de Primavera 2010. OPSS
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EVOLUÇÃO DO N.º DE FARMACÊUTICOS
E O APARECIMENTO DE FACULDADE PRIVADAS
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Evolução do n.º de farmacêuticos
4144 4289 4447 46654972
5274 55045787 5986 6129 6323 6541 6783 7020
76598076
85589001
94999883
1031810776
1126311919
12674
7295
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
13000
14000
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Início da licenciatura naUniv. Lusófona
Início das licenciaturas noISCS - Norte e Sul
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EVOLUÇÃO DO N.º DE FARMACÊUTICOS
E DE FARMÁCIAS EM PORTUGAL (1985-2010)
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
4144 4289 4447 4665 4972 5274 5504 5787 5986 6129 6323 6541 6783 7020 7295 7659 80768558
90019499 9883
1031810776
1126311919
12674
2267 2344 2408 2457 2490 2499 2507 2512 2518 2529 2537 2543 2554 2559 2566 2582 2582 2587 2722 2787 2802 2808 2809 2811 2841 2877
Evolução do n.º de farmacêuticos e farmácias em Portugal (1985-2010)
Farmacêuticos Farmácias
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FARMACÊUTICOS POR ÁREA DE ACTIVIDADE
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Análises D.Grossista Ensino F.Hospitalar F.Oficina Indústria Investigação Não exerce Não Indicado Outras0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
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EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
Datas Funções Predominantes Ensino
1900 - 1940 • Fabrico de medicamentos (manipulados e produção industrial)• Analista de medicamentos• Analista clínico•Analista de alimentos•Distribuição e dispensa de medicamentos
Reforma de 1932Decreto-Lei n.º 21853, de 8 de
Novembro de 1932
1940 - 1980 • Distribuição de medicamentos nos hospitais• Distribuição e dispensa de medicamentos nas farmácias• Produção e controlo de medicamentos (Indústria Farmacêutica)• Analista clínico•Analista de alimentos e de toxicologia
Reforma de 1978 (3 ramos)
Decreto-Lei n.º 111/78, de 18 de
Outubro
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EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
Datas Funções Predominantes Ensino
1980 - 2010 • Reorientação para o doente - desenvolvimento de Farmácia Clínica (Farmácia Hospitalar, Farmácia Comunitária)• Distribuição e dispensa de medicamentos na farmácia comunitária e farmácia hospitalar• Preparação individualizada (alimentação parentérica e citotóxicos)• Aumento da prestação de serviços• Informação ao doente e outros profissionais• Especialista do medicamento/ Indústria Farmacêutica (Assuntos Regulamentares, Marketing, Ensaios Clínicos, Farmacovigilância)
Reforma de 1988Decreto-Lei n.º 37/88,
de 29 de Setembro
eReforma de 2006
(adequação ao processo de
Bolonha)
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EVOLUÇÃO DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
HARVEY WHITNEY BOOKS COMPANY
4906 Cooper Rd., P.O. Box 42696, Cincinnati
OH 45242 USA
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Evolução e Sustentabilidade
dos Sistemas de Saúde
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TOTAL HEALTH EXPENDITURE AS A SHARE OF GDP, 2007
Fonte: Health at a Glance 2009
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CURRENT HEALTH EXPENDITURE AS A SHARE OF HOUSEHOLD
CONSUMPTION, 2007
Fonte: Health at a Glance 2009
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EXPENDITURE ON PHARMACEUTICALS PER CAPITA, 2007
Fonte: Health at a Glance 2009
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EXPENDITURE ON PHARMACEUTICALS AS A SHARE OF GDP, 2007
Fonte: Health at a Glance 2009
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SAÚDE: DESPESA OU INVESTIMENTO
Artigo publicado no jornal
“Público” no dia 31/01/2010
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SAÚDE: DESPESA OU INVESTIMENTO
The Tallin Charter: Health Systems for Health and Wealth*“(…) Therefore we, the Member States and partners, believe that:
• investing in health is investing in human development, social well-being and wealth;
• today, it is unacceptable that people become poor as a result of ill-health;
• health systems are more than health care and include disease prevention, health
promotion and efforts to influence other sectors to address health concerns in their
policies;
• well-functioning health systems are essential to improving health: strengthened health
systems save lives; therefore,
• health systems need to demonstrate good performance”.
* Documento resultante da conferência com os ministros da Saúde realizada em Tallinn, Estónia, nos dias 25 a 27 de Junho de 2007
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SAÚDE: DESPESA OU INVESTIMENTO
Health as a Driving Economic Force *
• “Investments in health and education could be used to mitigate or compensate the
negative consequences of demographic change and globalization”.
• “The accumulation of human capital through investments in health and education is
crucial to the innovative competences of the population. Both these sectors promote
growth in the remaining sectors of the economy and, through their own development,
become an essential driving force of growth themselves”.
* Klaus-Dirk Henke and Karl Martin. “Policy Innovation for Health”. Springer Science+Bussiness Media, LLC 2009
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ENCARGOS DO SNS COM MEDICAMENTOS EM PORTUGAL
Fonte: INFARMED 2010
19851986
19871988
19891990
19911992
19931994
19951996
19971998
19992000
20012002
20032004
20052006
20072008
0
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
4,000
Evolução do mercado de medicamentos: 1985-2008
Mercado Total (ambulatório) Mercado do SNS a PVP (ambulatório) Encargo do SNS c/Medic.(ambulatório)Consumo Hospitalar
Milh
ões
de e
uros
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EVOLUÇÃO DO MERCADO DE MEDICAMENTOS EM PORTUGAL
1985 - 2008
Fonte: INFARMED 2009
Encargos do SNS com Medicamentos
0
500
1000
1500
2000
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 (*)
Milhões de Euros
-5
0
5
10
15
20
Crescimento (%)
Encargos SNS Taxa de Crescimento
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VARIAÇÃO DO PESO DOS ENCARGOS C/ MEDIC. NO ORÇAMENTO
DO SNS
Variação do peso dos Enc. SNS c/ Medic. no Orçamento do SNS
-25%
-20%
-15%
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002*
2003 2004 2005
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EVOLUÇÃO DO CONSUMO E DA DESPESA COM MEDICAMENTOS
Artigo publicado no jornal “Público” no dia 24/05/2010
| O Farmacêutico e o Sistema de Saúde | J. Aranda da Silva | 17 de Junho de 2010
CRESCIMENTO DOS GASTOS EM SAÚDE NÃO É UM PROBLEMA
EXCLUSIVO DE PORTUGAL
• As medidas administrativas de contenção de custos têm um efeito
efémero
• Apenas as medidas qualitativas têm efeitos estruturantes e duradouros e
contribuem para aumentar a eficiência dos sistemas de saúde.
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O papel dos Recursos Humanos no
Sistema de Saúde e Reflexões Finais
sobre o Papel do Farmacêutico no
Futuro
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PREPARING A HEALTH CARE WORKFORCE FOR THE 21ST CENTURY*
• “A workforce for the 21st century must emphasize management over cure, and long-
term over episodic care”.
• “The essence of this care is to centre on the patient. (…) it requires the workforce to
develop communication skills that empower patients through seeing health from the
patient’s perspective, and motivating and training patients in health-related self-
management”.
• “ (…) the workforce must be capable of creating and maintaining partnerships with
everyone involved: patients and their families, other providers and the community”.
• “The workforce needs skills that ensure continuous quality improvement in terms of
patient safety and service delivery efficiency”.*The Challenge of Chronic Conditions. World Health Organization 2005
| O Farmacêutico e o Sistema de Saúde | J. Aranda da Silva | 17 de Junho de 2010
EM 30 ANOS A PROFISSÃO FARMACÊUTICA MUDOU RADICALMENTE
• Há 30 anos atrás, cerca de 75% dos farmacêuticos eram proprietários de farmácias;
• Actualmente, existem 75% de farmacêuticos assalariados, os quais se encontram
distribuídos em farmácias, hospitais, indústria farmacêutica, laboratórios de análises
clínicas;
• Actualmente, 60% dos farmacêuticos assalariados trabalham no ramo da farmácia
comunitária;
• Apesar das farmácias e laboratórios serem entidades privadas, as suas actividades
são totalmente dependentes do sistema público de Saúde;
• A idade média dos farmacêuticos é considerada baixa (≈ 44 anos).
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EVOLUÇÃO DO N.º DE FARMACÊUTICOS
E DE FARMÁCIAS EM PORTUGAL (1985-2010)
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
4144 4289 4447 4665 4972 5274 5504 5787 5986 6129 6323 6541 6783 7020 7295 7659 80768558
90019499 9883
1031810776
1126311919
12674
2267 2344 2408 2457 2490 2499 2507 2512 2518 2529 2537 2543 2554 2559 2566 2582 2582 2587 2722 2787 2802 2808 2809 2811 2841 2877
Evolução do n.º de farmacêuticos e farmácias em Portugal (1985-2010)
Farmacêuticos Farmácias
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FARMACÊUTICOS POR ÁREA DE ACTIVIDADE
Fonte: Ordem dos Farmacêuticos
Análises D.Grossista Ensino F.Hospitalar F.Oficina Indústria Investigação Não exerce Não Indicado Outras0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
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INDICADORES DO SNS:
NÚMERO DE MÉDICOS (POR 100000 HABITANTES)
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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INDICADORES DO SNS:
NÚMERO DE ENFERMEIROS (POR 100000 HABITANTES)
Fonte: Indicadores –SNS 30 anos
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REFLEXÕES FINAIS
• Utilização/ aplicação da perícia técnica dos farmacêuticos na selecção de
medicamentos nas farmácias, hospitais, unidades de saúde familiares (USF) e
centros de saúde;
• Pagamento por acto farmacêutico e não através de margens de
comercialização dos medicamentos (sistema misto);
• Utilização/ aplicação da perícia técnica dos farmacêuticos na selecção de
meios complementares de diagnóstico (Resultórios);
• Integração de farmacêuticos nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES)
e articulação com Farmácias a nível local.