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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
LEVANTAMENTO DE DADOS DA GERAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
DE DEJETOS NA SUINOCULTURA EM FASE DE CRECHE E
TERMINAÇÃO
ARLAN LUÍS DAL SOLER
Lajeado, novembro de 2012
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Arlan Luís Dal Soler
LEVANTAMENTO DE DADOS DA GERAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
DE DEJETOS NA SUINOCULTURA EM FASE DE CRECHE E
TERMINAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso II apresentado
ao Centro Universitário UNIVATES, como
parte da exigência para aprovação da
disciplina.
Área de concentração: Engenharia Ambiental
Orientador: Prof. Dr. Odorico Konrad
Lajeado, novembro de 2012
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Arlan Luís Dal Soler
LEVANTAMENTO DE DADOS DA GERAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
DE DEJETOS NA SUINOCULTURA EM FASE DE CRECHE E
TERMINAÇÃO
A Banca examinadora abaixo aprova o Trabalho de conclusão de curso apresentado na
disciplina de conclusão de curso II, na linha de formação específica em Engenharia
Ambiental, do Centro Universitário Univates, como parte da exigência para a obtenção do
grau de Engenheiro Ambiental:
Prof. Dr. Odorico Konrad - Orientador
Centro Universitário Univates
Sr. Fabio Fernandes Koch
Naturovos - Engenheiro Químico
Sr. Hirã Azevedo Gomes
Gerente agropecuária BRF- Lajeado
Lajeado, novembro de 2012
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Dedico este trabalho à minha esposa, Vanessa Paula Reginatto, aos
meus pais, irmãos e colegas de empresa, onde desenvolvo a função de extensionista rural na
área de suinocultura.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador, professor Dr. Odorico Konrad, pelo comprometimento,
pelas sugestões propostas e pela disponibilidade de tempo.
À minha esposa, Vanessa Paula Reginatto, pela compreensão que teve comigo durante
a realização deste trabalho.
Aos dois produtores rurais, que cederem suas propriedades para o desenvolvimento
deste trabalho.
À Univates, por ter concedido espaço no Laboratório de Biorreatores para a análise
dos dejetos.
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RESUMO
O atual cenário de crescimento e expansão da suinocultura brasileira vem alcançando lugar de
destaque no país, através da produção de cortes in natura e de suas commodities que agregam
maior valor aos produtos. A Região Sul, formada pelos estados do Paraná, de Santa Catarina e
do Rio Grande do Sul, em especial o Vale do Taquari, tem se mostrado relevante em tal
atividade. No entanto, este aumento da produção resulta em acúmulo de animais em pequenas
áreas, gerando uma quantidade excessiva de dejetos suínos que necessitam de tratamento
adequado e local para disposição. Este estudo pretende levantar dados sobre a geração de
efluentes suinícolas gerados em duas propriedades rurais (creche e terminação), bem como
sobre as características químicas de tais dejetos, tendo em vista as normas ambientais vigentes
em relação à elaboração dos projetos, ao dimensionamento das esterqueiras e à disposição dos
dejetos, estabelecidas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental – RS (FEPAM).
Palavras-chave: Suinocultura. Geração de efluentes. Caracterização de dejetos.
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ABSTRACT
The current scenario of growth and expansion of pig farming in Brazil has reached a
prominent place in the country, through the production of fresh cuts and their commodities
that add greater value to products. The southern region, comprising the states of Parana, Santa
Catarina and Rio Grande do Sul in especial Taquari Valley has proven to be relevant in this
activity; however this increase in production, resulting in accumulation of animals in small
areas, creating an excessive amount of pig manure that need proper treatment and disposal site
for. According to current environmental standards established by the State Foundation of
Environmental Protection – RS (FEPAM), which set parameters and data to be followed in
the preparation projects in the lagoon, was sizing and layout of this waste. This study aims to
collect data about the generation of effluents generated in two pig farms (nursery and
finishing), and their chemical characteristics.
Keywords: Swine. Generation of effluents. Waste characterization.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição da atividade suinícola no Brasil .......................................................... 16
Figura 2 - Bebedouro tipo chupeta ........................................................................................... 30 Figura 3 - Bebedouro tipo bico de pato .................................................................................... 31 Figura 4 - Bebedouro tipo taça usado na terminação ............................................................... 31 Figura 5 - Bebedouro tipo taça usado na creche ....................................................................... 32 Figura 6 - Esterqueiras impermeabilizadas e isoladas .............................................................. 33
Figura 7 - Aspersão dos dejetos com uso de canhão ................................................................ 35 Figura 8 - Conjunto formado pelo distribuidor de dejetos acoplado ao trator ......................... 35
Figura 9 - Vista aérea do local da instalação de terminação. ................................................... 37
Figura 10 - Vista aérea da instalação de creche. ....................................................................... 37 Figura 11 - Modelo de hidrômetro ........................................................................................... 38 Figura 12 - Materiais utilizados para instalação do hidrômetro ............................................... 39 Figura 13 - Momento da instalação do hidrômetro .................................................................. 39
Figura 14 - Caixas-d’água com hidrômetro instalado .............................................................. 40 Figura 15 - Local determinado para aferição da régua ............................................................. 41
Figura 16 - Aferição e marcação da régua nas canaletas com água ......................................... 42 Figura 17 - Marcação da régua ................................................................................................. 43 Figura 18 - Régua escalada ....................................................................................................... 43
Figura 19 - Instalação de terminação sem animais e pronta para alojamento .......................... 44 Figura 20 - Instalação de creche sem animais e pronta para alojamento ................................. 44
Figura 21 - Instalação de terminação recebendo os animais .................................................... 45
Figura 22- Instalação de creche recebendo os animais............................................................. 45
Figura 23 - Pluviômetro instalado para acompanhamento das chuvas ..................................... 46 Figura 24 - Momento em que a canaleta está cheia .................................................................. 47 Figura 25 - Momento da aferição com régua do nível do dejeto produzido ............................ 47
Figura 26 - Momento em que a canaleta é esvaziada ............................................................... 48 Figura 27 - Momento da limpeza geral do canal com auxílio de rodo ..................................... 48
Figura 28 - Homogeneização do dejeto .................................................................................... 49 Figura 29 - Coleta do dejeto ..................................................................................................... 50 Figura 30- Frascos de acondicionamento dos dejetos para análise em laboratório. ................. 50
Figura 31 - Consumo em L/dia acumulado por animal x Tempo em dias de alojamento ........ 53 Figura 32 - Consumo de água total a cada leitura .................................................................... 53 Figura 33 - Geração dejetos L/dia acumulado por suíno x Tempo/dias de alojamento ........... 55 Figura 34 - Geração dejetos x Pluviometria ............................................................................. 56 Figura 35 - Consumo água/dia por leitão x Tempo/dias de alojamento ................................... 58
Figura 36 - Consumo de água em m3/dia ................................................................................. 58
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Exportações e seus principais destinos .................................................................... 15
Tabela 2 - Distanciamento mínimo de corpos hídricos, levando em consideração o Código
Florestal Federal vigente, conforme o porte do empreendimento e o tipo de produção, em
relação ao manejo de dejetos líquidos. ................................................................................... 22 Tabela 3 - Enquadramento da atividade de criação de suínos em relação ao sistema de manejo
de dejetos líquidos. ................................................................................................................... 23
Tabela 4 - Composição química média dos dejetos de suínos ................................................. 27 Tabela 5 - Concentração média de sólidos totais (ST), demanda biológica de oxigênio
(DBO5), nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) em mg/L e coliformes termotolerantes
(CT) em colônias/L emitidos em granjas com nível tecnológico médio. ................................ 27
Tabela 6 - Caracterização do esterco líquido em sua composição físico-química ................... 27 Tabela 7 - Produção média diária de dejetos nas diferentes fases de produção dos suínos ..... 28
Tabela 8 - Geração de dejetos em cada fase de produção ........................................................ 29 Tabela 9 - Estimativa da geração de dejetos para diferentes tipos de produção ...................... 29 Tabela 10 - Água necessária para a dessedentação de suínos nas diferentes fases produtivas. 30
Tabela 11 - Ficha de controle do consumo de água acumulado em terminação durante
período alojado ........................................................................................................................ 52
Tabela 12 - Ficha de controle da geração de dejetos acumulado em terminação durante
período alojado ......................................................................................................................... 54
Tabela 13- Ficha de controle do consumo de água acumulado em creche durante o período
alojado ...................................................................................................................................... 57 Tabela 14 - Ficha de controle da geração de dejetos acumulado em creche durante o período
alojado ...................................................................................................................................... 59 Tabela 15 - Características do dejeto na terminação aos trinta dias de alojamento ................. 61
Tabela 16 - Características do dejeto na terminação aos sessenta dias de alojamento ............. 62 Tabela 17 - Características do dejeto na terminação aos cento e onze dias de alojamento ...... 63 Tabela 18 - Características do dejeto na fase creche aos cinquenta dias de alojamento .......... 64
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANA – Agência Nacional das Águas
C – Carbono
Ca – Cálcio
CH4 – Metano
CO2 – Dióxido de carbono
DBO5 – Demanda Bioquímica de Oxigênio
DQO – Demanda Química de oxigênio
FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental – RS
g – Grama
Gg – Gigagrama
H2O – Água
H2S – Sulfeto de hidrogênio
K – Potássio
Kg – Quilograma
L/h – Litros por hora
m3/h – Metro Cúbico por hora
N – Nitrogênio
N2O – Óxido Nitroso
Na – Sódio
NH3 – Amônia
O2 – Oxigênio
P – Fósforo
PIB – Produto Interno Bruto
SEMA – Secretária Estadual do Meio Ambiente
SIPS – Sindicato da Indústria de Produtos Suínos
UPL – Unidade de Produção de Leitões
SVC – Sistema Vertical Creche
SVT – Sistema Vertical Terminador
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14
2.1 Objetivo geral .................................................................................................................... 14 2.2 Objetivos específicos ......................................................................................................... 14
3. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 15 3.1 Situação atual da suinocultura ........................................................................................ 15 3.2 Tipos de produção e caracterização das fases ................................................................ 18
3.3 Degradações ambientais ligadas ao processo produtivo da suinocultura ................... 19 3.3.1 Impactos nos mananciais hídricos ............................................................................... 20
3.3.2 Impactos relacionados ao Solo e à Atmosfera ............................................................. 24 3.4 Características dos dejetos de suínos .............................................................................. 26
3.5 Avaliações dos volumes de dejetos gerados na suinocultura ........................................ 28 3.6 Importância da água e dos sistemas de dessedentação para os suínos ........................ 29
3.7 Principais sistemas de armazenamento dos dejetos para sua estabilização ................ 32 3.8 Distribuição dos dejetos da suinocultura ....................................................................... 34
4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 36
4.1 Consumo de água durante o lote ..................................................................................... 38 4.2 Quantificação dos dejetos suínos gerados ...................................................................... 41
4.1 Caracterização dos dejetos suínos em fase de terminação e creche ............................. 49 5. Resultados e discusão ......................................................................................................... 51 5.1 Consumo de água na fase de terminação ....................................................................... 51
5.2 Gerações de dejetos na fase terminação ......................................................................... 54 5.3 Consumo de água na fase creche ..................................................................................... 57
5.4 Geração de dejetos na fase creche ................................................................................... 58 5.5 Caracterização dos dejetos .............................................................................................. 61
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 67 ANEXOS ................................................................................................................................. 71
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1. INTRODUÇÃO
O crescimento exponencial da população implica um aumento na produção de
alimentos. Segundo Souza et al. (2009), no Brasil a suinocultura ocupa posição de destaque,
pois abriga em torno de 35 milhões de suínos, os quais produzem 1,7 milhão de toneladas de
carne, e é responsável por 1% do Produto Interno Bruto (PIB), gerando emprego e renda para
mais de 2 milhões de propriedades rurais. Isso resulta em mais de 192 milhões de m³/ano de
água utilizados pelo setor de produção e mais de 100 milhões de m³/ano de efluentes gerados
por este segmento, o que indica um potencial poluente de aproximadamente 2,5 milhões de
toneladas de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), dos quais 38 % estão concentrados
na região Sul.
Desse modo, percebe-se a representatividade da atividade no país, assim como o
desafio do setor perante a quantidade exacerbada de poluentes gerados e depositados no meio
ambiente, que necessita de tratamento adequado antes de ser utilizada como adubação
orgânica no meio rural. O Vale do Taquari, como parte desse contexto, embora apresente uma
extensão territorial pequena, possui um alto potencial para a produção de alimentos. Essa
produção, entretanto, gera uma quantidade exagerada de dejetos, especialmente de dejetos
suínos, que acaba se transformando em um problema ambiental quando o manejo e o
tratamento se mostram inadequados, contaminando o solo, os lençóis freáticos e as bacias
hidrográficas.
Conforme destaca Oliveira (2002), o crescimento atual da criação de suínos, a fim de
atender a grande demanda do mercado interno e externo, tem como principal consequência a
alta concentração de animais por área. Desse modo, as pesquisas na área da suinocultura têm
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se voltado a investigar uma forma de manejo mais apropriada, levando a um considerável
avanço nesse aspecto. Segundo Daí Prá et al. (2009), os investimentos em pesquisas deixam a
suinocultura bem encaminhada no que se refere às questões de produção genética, manejo,
nutrição, entre outras.
Ainda conforme Daí Prá et al. (2009), grande parte dos produtores rurais tem seus
plantéis de suínos em confinamento total e adotam práticas e tecnologias que permitem
melhores resultados técnicos, como a conversão alimentar1. Normalmente, a aglomeração em
pequenas áreas tem como consequência a produção de dejetos suínos mal tratados e
manejados, o que resulta em impactos consideráveis no meio ambiente, fazendo com que a
suinocultura no Vale do Taquari seja criticada pelos órgãos de fiscalização.
De acordo com Perdomo et al. (1999), a busca por equipamentos ecologicamente mais
eficientes, a redução do volume produzido e o tratamento adequado dos dejetos suínos são os
caminhos mais rápidos, eficientes e econômicos para melhorar as condições físicas, químicas
e biológicas do solo. Os autores acrescentam ainda que os investimentos necessários para que
tais melhorias aconteçam, por menores que sejam, muitas vezes se tornam incompatíveis para
propriedades de pequeno porte e menor capacidade financeira. Outro fator que está
diretamente ligado ao volume de dejetos gerados são as diferenças existentes entre os
criadores de suínos no que diz respeito ao manejo, à higiene, aos desperdícios, entre outros.
Para Scherer (2002), os dejetos de suínos podem apresentar variações em virtude da
água que é perdida nos bebedouros ou da entrada de água de chuvas nas canaletas coletoras e
esterqueiras não cobertas, ressaltando-se que quanto menor a quantidade de água maior a
qualidade do esterco obtido. Dependendo do sistema de criação de suínos adotado, os dejetos
podem ser armazenados na forma líquida ou sólida (cama) e a decomposição nas esterqueiras
pode se dar tanto na presença de oxigênio (tratamento aeróbio) quanto na sua ausência
(tratamento anaeróbio). A decomposição que ocorre na presença de oxigênio é imprescindível
para estabilizar os dejetos sólidos e a que ocorre na ausência de oxigênio está associada à
estabilização dos dejetos líquidos.
Nesse contexto, buscou-se desenvolver um trabalho focado na quantidade produzida
de dejetos suínos. As amostras foram coletadas em duas propriedades rurais que praticam a
1 Conversão alimentar é uma equação que expressa a proporção entre a quantidade de ração consumida e a
quantidade de carne produzida (em quilos).
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suinocultura, uma na fase de creche2 e outra de terminação
3, e analisadas no laboratório de
Biorreatores da Instituição de ensino UNIVATES.
Este estudo está organizado em cinco partes: capítulo I, que expõe os pressupostos
teóricos que nortearam seu desenvolvimento; capítulo II, que apresenta os objetivos, a
metodologia e a experimentação desta pesquisa; capítulo III, que traz os resultados obtidos,
discutindo-os; e capítulo IV, que apresenta um cronograma explicando a implantação da
proposta.
2 Creche: instalação que abriga leitões de vinte e um até setenta dias de vida.
3 Terminação: instalação que recebe animais que têm entre setenta e cento e trinta dias de vida.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Levantamento e análise de dados sobre a geração e as características de dejetos suínos
nas fases de terminação e creche, nas propriedades rurais da Região do Vale do Taquari.
2.2 Objetivos específicos
Verificar o volume de água consumido nas fases de terminação e creche;
Contabilizar o volume de dejetos suínos gerado nas fases de terminação e creche;
Caracterizar os dejetos suínos em fase de terminação e creche através de análises
físico-químicas.
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3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Situação atual da suinocultura
Segundo Kunz et al. (2005), com a crescente ascensão da população mundial, a
produção de alimentos torna-se uma necessidade eminente. Nessa perspectiva, a suinocultura
no Brasil vem atingindo patamares relevantes na produção de proteína animal, auxiliando na
redução dos índices de êxodo rural e no desenvolvimento do país, conforme pode ser
observado na Tabela 1, que apresenta os dados de exportação da atividade, fornecidos pelo
Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul.
Tabela 1 - Exportações e seus principais destinos
2003 2004 2005 2006 2007
DESTINO TON TON TON TON TON
Rússia 85037,4 40.532,70 69.848,30 223477,7 236154,5
Hong Kong 16991,7 20.038,90 21.690,50 17939,2 28027,6
Argentina 12992,3 10.819,30 7.628,80 4010,9 4973,3
Uruguai 2353 2.929,20 3.022,30 2461,4 2220,1
África do Sul - - 2.088,50 - -
Cingapura - - 1.625,10 3847,2 2947,1
Ucrânia - - 967,8 468,1 1136,5
Outros 17993 45.715,70 54.475,90 19108,5 19932,3
Total 135367,4 120.035,80 161.347,30 271313 295391,4
Fonte: SIPS 2012.
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Kunz (2005) explica ainda que a suinocultura é uma atividade de grande importância
para a cadeia agropecuária do Brasil, representando aproximadamente 1% do PIB. O autor
destaca que a atividade se encontra em 3% das mais de 5,8 milhões de propriedades rurais
existentes no país, conforme mostra a Figura 1, gerando renda e empregando mão de obra
familiar.
Figura 1 – Distribuição da atividade suinícola no Brasil
Fonte: Embrapa Suínos e Aves.
Kunz (2005) afirma que o rebanho de suínos cresceu de 1,9% ao ano, em 1970, até um
índice que se aproxima de 2,03%, em 1999, colocando o Brasil entre um dos maiores
produtores mundiais de carne, junto com a China, a União Européia e os Estados Unidos:
Na suinocultura brasileira, detentora do 3° maior rebanho mundial destaca-se a
região Sul, com sua competitividade reconhecida internacionalmente, onde o Estado
de Santa Catarina, é um dos melhores em nível tecnológico do País, Os índices de
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produtividade do Estado são similares aos dos países da União Européia e dos
Estados Unidos (KUNZ, 2005, p. 1).
Ainda para Kunz (2009), esta grande aptidão do Brasil na produção de carnes deve-se,
principalmente, à migração das empresas de países desenvolvidos para países em
desenvolvimento, na procura de reduzir os custos de produção e ter maior disponibilidade de
insumos, terra e água de qualidade.
Daí Prá et al. (2009) ressaltam que existe, atualmente, um choque de interesses nessas
regiões - de um lado a necessidade de um aumento na produção de suínos e de outro as
questões ambientais envolvidas - pois a suinocultura gera muitos resíduos, que, se forem mal
gerenciados, causam danos ao meio ambiente. Os autores destacam ainda que o número de
animais, em vários municípios ligados à atividade da suinocultura no sul do país, é superior
ao número de moradores locais, gerando grande quantidade de dejetos por metro quadrado de
área.
Conforme Daí Prá et al. (2009), uma característica da produção em geral é que grande
parte do ciclo da suinocultura é feito através de confinamento total dos animais, gerando
acúmulos de dejetos, o que acaba por conferir um caráter negativo à atividade aos olhos dos
órgãos de fiscalização ambiental. Nesse contexto, para que o produto da atividade se
mantenha competitivo em relação ao mercado internacional e aos consumidores, é de suma
importância que as leis referentes às questões ambientais sejam respeitadas.
Salienta-se ainda que alguns países europeus, como Alemanha, França, Dinamarca e
Holanda, sofrem com rígidas restrições ambientais no que se refere ao desenvolvimento da
suinocultura, o que, muitas vezes, resulta na redução da produção de carne suína. No Brasil,
muitas propriedades rurais, por não se enquadrarem na legislação vigente atual, estão sendo
interditadas, evidenciando a necessidade de buscar soluções mais rápidas e eficientes para a
continuidade da atividade no país, através do cumprimento da legislação.
Conforme explicita Oliveira (2002), empresas ligadas ao setor de suinocultura
investem na área de pesquisa e tecnologia, buscando projetos de instalações adaptadas às
exigências ambientais, bem como planejamento de atividades aliadas às indústrias de
produção e criação de equipamentos mais sofisticados que permitam uma redução dos
desperdícios, como, por exemplo, equipamentos automáticos para alimentação e consumo de
água.
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Oliveira (2002) destaca ainda que simples orientações técnicas para as instalações dos
bebedouros automáticos não irão reduzir os desperdícios nem suprir a demanda de água dos
animais. Mesmo que o mercado nacional disponha de equipamentos excelentes, um dos
problemas que leva ao mau funcionamento dos mesmos são os desperdícios ou as possíveis
restrições provenientes principalmente de erros do dimensionamento dos equipamentos
hidráulicos. Tais perdas podem levar a uma umidificação dos pisos, o que estimula os suínos
a excretarem em locais impróprios. Além disso, durante algumas estações do ano que
implicam necessidades diferentes no que diz respeito ao consumo de água, como o inverno e
o verão por exemplo, pode haver um aumento na concentração e no volume dos dejetos
produzidos, ampliando, consequentemente, os custos com armazenagem, transporte,
distribuição e tratamento dos dejetos. O uso consciente da água ao executar a limpeza das
instalações deve ser levado em conta a fim de evitar um aumento na produção de efluentes.
3.2 Tipos de produção e caracterização das fases
Segundo Pölking (2008), em um processo integrado de criação de suínos, os
produtores são capacitados pela integradora para atuarem em suas respectivas fases de
produção. A empresa disponibiliza medicamentos e ração para alimentação e auxilia o
produtor rural através de assistência técnica especializada em busca de melhores resultados
técnicos, além de garantir a compra dos suínos.
Para Rodrigues et al. (1996), o setor de suinocultura está dividido em três fases:
unidade de produção de leitões (UPL), creche e unidade de crescimento e terminação, na qual
a maioria dos criadores está inserida. As instalações, segundo o autor, são denominadas,
respectivamente, Unidade de Produção de Leitões (UPL), Creche, Recria e Terminação.
As UPL’s são instalações preparadas para receber e manejar leitoas marrãs, futuras
fêmeas matrizes de genética selecionada. Essas fêmeas, que são fecundadas através de
técnicas de monta ou inseminação artificial, permanecem com os leitões até 21 dias de vida
destes. Em seguida, é feito o desmame da leitegada, que é encaminha para as creches. Neste
espaço, os leitões que foram desmamados permanecem até atingir 25 quilos, quando então são
transferidos para a para a recria e terminação, onde permanecem até atingir um peso médio
ideal 120 Kg para o abate. As unidades avaliadas neste estudo serão as de creche e
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terminação, e o foco da pesquisa esta relacionado à produção diária de dejetos suínos e sua
caracterização.
3.3 Degradações ambientais ligadas ao processo produtivo da suinocultura
Pieper (2006) defende que a criação de suínos ou qualquer outra atividade de alto grau
poluidor deve ter um sistema de segurança que proteja contra possíveis acidentes para não
colocar em perigo a saúde pública ou o meio ambiente, pois, segundo o código estadual (Lei
Estadual nº 11.520 de 03/08/2000), todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente
equilibrado - bem de uso comum e essencial à boa qualidade de vida.
Ainda segundo Pieper (2006), há vinte e cinco anos o maior impacto ambiental gerado
pela suinocultura era, sem dúvida, nos corpos hídricos, impacto esse que ainda hoje é
provavelmente um dos principais problemas. Atualmente, comunidades inteiras reclamam
também do mau cheiro oriundo da atividade, além dos odores exalados durante o transporte
dos animais e a distribuição dos dejetos em lavouras para incorporação ao solo.
Para Perdomo et al. (2001), na suinocultura os produtores concentram sua atenção em
problemas que possam afetar diretamente o desempenho geral do lote, como o controle do
bioclima local, a economia (renda da atividade), o desempenho e a saúde dos animais nas
granjas, deixando em segundo plano os problemas ligados ao meio ambiente. Independente da
forma de criação, a suinocultura é uma atividade de grande potencial poluidor, principalmente
no que diz respeito à contaminação do ar, dos recursos hídricos e dos solos.
Daí Pra et al. (2009) acrescentam que a suinocultura em confinamento, método típico
da produção industrial na região estudada, caracteriza-se pela grande quantidade de animais
aglomerados em pequenas áreas e, consequentemente, pelo grande volume de dejetos
produzidos. Além disso, a capacidade da utilização agrícola dos dejetos também não é
respeitada, o que compromete o equilíbrio ambiental, pois afeta diretamente os corpos
hídricos, libera odores desagradáveis, e aumenta a eutrofização dos corpos hídricos, o
crescimento da população de insetos e as contaminações químicas e microbianas dos lençóis
freáticos.
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Pieper (2006) enfatiza que os dejetos da suinocultura têm um potencial poluidor
muito alto quando comparados aos de origem humana e de outras criações, como aves e
bovinos. O autor ainda cita dados da Agência Nacional de Águas (ANA), onde um hectare de
terra agrícola tem a capacidade de absorver, sem implicar problemas aos mananciais hídricos
e solos, dejetos de 20 suínos em fase de terminação.
No entanto, muitos produtores geram efluentes que ultrapassam a capacidade de
absorção da propriedade, ocasionando grandes problemas ambientais:
O agravamento da questão ambiental nos grandes centros produtores de suínos, a
exemplo do Oeste de Santa Catarina, decorre do grande volume de efluentes gerados
por propriedade, e da escassez de áreas agrícolas aptas a sua utilização como
fertilizante. Muitos criadores embora sejam considerados pequenos proprietários,
geram volumes de efluentes acima da capacidade suporte de utilização na
propriedade, que sejam tratados adequando e a infra-estrutura necessária
(armazenagem, transporte e distribuição) a sua viabilização como fertilizante,
acabam sendo despejados na natureza, gerando poluição e colocando em risco a
sustentabilidade do sistema (PERDOMO et al., 1999, p. 1).
Perdomo et al. (2001) ressaltam que o maior desafio para regularização e adequação
das propriedades às exigências ambientais, segundo a legislação, é a quantidade de recursos
exigida para melhorar a qualidade do ar e diminuir o poder poluente dos dejetos, que estão, na
maioria das vezes, acima da capacidade de investimento do produtor rural.
3.3.1 Impactos nos mananciais hídricos
Segundo Pieper (2006), a água do planeta está distribuída nos oceanos e mares (97%),
nas geleiras (2%), nas águas subterrâneas (0,64%), nos rios e lagos (0,36%) e demais formas
(3%). O autor comenta ainda que, mesmo a terra tendo mais que 70% de sua superfície
coberta por água, esta não está totalmente disponível para os principais usos, tais como
abastecimento público, dessedentação de animais, disposição de resíduos, diluição de esgoto,
laser, abastecimento de indústrias, irrigação de lavouras, navegação, pesca e geração de
energia.
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Daí Prá et al. (2009) afirmam que o despejo dos dejetos oriundos da suinocultura em
recursos hídricos é muito comum nas regiões produtoras. A liberação de dejetos em tais locais
ocasiona um aumento significativo no crescimento da população de bactérias anaeróbias ou
facultativas, aumentando, assim, o consumo de oxigênio e a liberação de dióxido de carbono
(CO2) na água (H2O), o que leva, por sua vez, a uma redução das condições de vida da fauna
aquática.
Os autores citam como exemplo a China, país com vastas áreas continentais, que vem
enfrentando os mesmos problemas ambientais que o Brasil no que se refere à criação de
suínos. Além do aumento da concentração de animais em pequenas áreas, que acarreta grande
produção de dejetos, o país enfrenta ainda a falta de áreas agricultáveis para destinação dos
efluentes. Como consequência, houve um aumento da poluição ambiental, gerando odores
desagradáveis e eutrofização dos arroios, rios e lagos, bem como crescimento dos insetos e da
contaminação microbiana de águas profundas.
Percebe-se, assim, que os lançamentos de dejetos in natura em rios e arroios causam
graves danos ao equilíbrio ecológico local, lembrando que estas águas estão sujeitas a serem
captadas para abastecimento geral da população.
Daí Prá et al. (2009) salientam a importância das águas à população e à sobrevivência
da comunidade vegetal e animal. Além disso, podem ocorrer problemas devido ao aumento de
íons de fosfato, uma vez que, após a morte de um organismo, os fosfatos condensados são
liberados na água, os quais são importantes para o desenvolvimento das algas, que, ao se
decomporem por oxidação em grandes quantidades, causam sérios problemas, como a
diminuição do gás oxigênio dissolvido na água, afetando de forma direta toda a fauna e flora
do local.
No intento de minimizar esses impactos, o Estado do Rio do Sul, através da Fundação
Estadual de Proteção Ambiental – RS (FEPAM) que está vinculada à Secretaria de Meio
Ambiente do Estado, tem atuado na fiscalização e no cumprimento das normas técnicas no
que se refere ao porte do empreendimento, à sua distância mínima em relação aos recursos
hídricos e ao seu potencial poluidor (Tabelas 2 e 3).
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Tabela 2 – Distanciamento mínimo de corpos hídricos, levando em consideração o Código
Florestal Federal vigente, conforme o porte do empreendimento e o tipo de produção, em
relação ao manejo de dejetos líquidos.
Porte
Unidade de medida Tipo de produção Distância (M)
Matriz Ciclo completo
Matriz UPL 21 dias
Mínimo Matriz UPL 63 dias 25
Cabeça Terminação
Cabeça Creche
Cabeça Central de inseminação
Matriz Ciclo completo
Matriz UPL 21 dias
Pequeno Matriz UPL 63 dias 25
Cabeça Terminação
Cabeça Creche
Cabeça Central de inseminação
Matriz Ciclo completo
Matriz UPL 21 dias
Médio Matriz UPL 63 dias 100
Cabeça Terminação
Cabeça Creche
Cabeça Central de inseminação
Matriz Ciclo completo
Matriz UPL 21 dias
Grande Matriz UPL 63 dias 150
Cabeça Terminação
Cabeça Creche
Cabeça Central de inseminação
Matriz Ciclo completo
Matriz UPL 21 dias
Excepcional Matriz UPL 63 dias 250
Cabeça Terminação
Cabeça Creche
Cabeça Central de inseminação
Fonte: FEPAM.
Quanto à Lei nº 7803 de 18 de julho de 1989, do Código Florestal, que trata do
distanciamento mínimo dos corpos hídricos em relação ao porte de empreendimento, observa-
se que:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em
faixa marginal cuja largura mínima seja;
b) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
c) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinqüenta) metros de largura;
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d) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200
(duzentos) metros de largura;
e) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a
600 (seiscentos) metros de largura;
f) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham largura superior a
600 (seiscentos) metros;
g) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d’água”, qualquer
que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros
de largura;
h) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em
faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
i) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação.
Tabela 3 – Enquadramento da atividade de criação de suínos em relação ao sistema de manejo
de dejetos líquidos.
Tipo de
Produção
Unidade
de medida
Mínimo Pequeno Médio Grande Excepcional Potencial
poluidor
Ciclo completo Nº de
matrizes
<=10 c >10 c <=50
>50 c
<=60
>60 c
<=100
demais
Alto
Unidade
produtora de
leitões até
21dias
Nº de
matrizes
<= 70 > 70 e
<= 280
> 280 e
<= 420
> 420 e
<= 700
demais Alto
Unidade
produtora de
leitões até 63
dias
Nº de
matrizes
<= 50 > 50 e
<= 200
> 200 e
<= 300
> 300 e
<= 500
demais Alto
Terminação Nº de
cabeças
<=100 > 100 e
<= 500
> 500 e
<= 600
> 600 e
<= 1.000
demais Alto
Creche Nº de
cabeças
<= 400 > 400 e
<= 2.000
> 2.000 e
<= 3.000
> 3.000 e
<= 4.000
demais Alto
Central de
Inseminação
Nº de
cabeças
<= 130 > 130 e
<= 390
> 390 e
<= 780
> 780 e
<= 1.300
demais Alto
Fonte: FEPAM.
Daí Prá et al. (2009) destacam que, em virtude de problemas de manejo com dejetos
de suínos, há um aumento na necessidade de conscientizar ambientalmente as pessoas ligadas
a esta atividade e os órgãos competentes responsáveis pela fiscalização constante. Torna-se
evidente, como demonstrado por estudos recentes, que o desrespeito às normas ambientais
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gera altos índices de contaminação dos arroios, rios e demais lençóis superficiais, além dos
lençóis freáticos profundos que fornecem água ao meio rural e urbano.
3.3.2 Impactos relacionados ao Solo e à Atmosfera
Segundo Daí Prá et al. (2009), os impactos da produção de suínos há poucas décadas
não se mostravam tão preocupantes, pois o volume das criações não era tão significativo, de
modo que os solos tinham capacidade de absorver os dejetos, não comprometendo sua
qualidade. Porém, o aumento da suinocultura intensiva a partir da década de oitenta acabou
acarretando grande volume de dejetos, que, muitas vezes, sem o devido tratamento, tem como
principal destino o solo, ocasionando sérios danos ambientais aos recursos hídricos e à
superfície terrestre.
Nesse contexto, Pieper (2006) ressalta a importância de identificar os tipos de solos e
as culturas produzidas nas propriedades de uma determinada região, devido ao fato de que os
solos diferem entre si no que se refere à declividade, à textura, à capacidade da troca de
cátions e ao teor de matéria orgânica, por exemplo.
Destacam-se a seguir alguns problemas ambientais decorrentes do uso excessivo dos
dejetos de suínos no solo (SEGANFREDO, 2000).
Alta concentração de nutrientes, como nitrogênio (N) e fósforo (P);
Redução da diversidade de espécies a serem cultivadas em determinada área com
desequilíbrio químico;
Queda na produtividade de algumas culturas, especialmente de cereais, motivada pelo
excesso de nitrogênio;
Possível intoxicação de outros animais, em virtude da alta concentração de alguns
nutrientes;
Problemas de produção em hortifrutigranjeiros, devido a possíveis contaminações por
metais pesados existentes na dieta dos animais.
Ainda segundo Seganfredo (2000), os dejetos de suínos possuem uma constituição
química que varia em virtude da alimentação e da água fornecida (adição de medicamentos na
água e suas características) para os animais. Em função da incorporação de dejetos de suínos
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no solo, pode haver descontrole químico, físico e biológico do mesmo. Desse modo, a
proporção do dano estará diretamente ligada à constituição e quantidade do efluente aplicada,
ao potencial de absorção das plantas, ao tipo de solo e ao tempo de utilização dos dejetos.
Para Daí Prá et al. (2009), um dos problemas oriundos da incorporação descontrolada
de dejetos nos solos é o acúmulo de metais pesados e outros compostos orgânicos prejudiciais
ao meio ambiente. Os metais pesados aglomeram-se geralmente na camada superior do solo,
ficando susceptíveis à absorção pelas plantas.
Em relação aos problemas atmosféricos gerados pelos dejetos suínos, Diesel (2002)
comenta que os contaminantes do ar mais encontrados são a amônia (NH3), o metano (CH4),
os ácidos graxos voláteis, o sulfeto de hidrogênio (H2S), o óxido nitroso (N2O), o etanol, o
propanol, o dimetil sulfidro e o carbono sulfidro. Para Oliveira et al. (2011), os problemas
relacionados ao efeito estufa e à consequente emissão de dióxido de carbono (CO2), de
metano (CH4) e de óxido nitroso (N2O) estão interligados a três fatores principais: abertura de
novas áreas agrícolas por meio de queimadas; crescimento do setor industrial; e rápido
crescimento da agropecuária e do respectivo transporte para exportações.
Para Perdomo et al. (2001), a incidência de doenças relacionadas à baixa qualidade do
ar dentro das instalações tem aumentado de tal forma que algumas instalações perdem a
capacidade de produzir.
Segundo Berndt et al. (2009), a emissão total de CO2, provocada pelo efeito estufa, só
no ano de 2005 foi de 2.203.362 gigagramas (Gg), sendo a agropecuária responsável por 22%
das emissões e as mudanças no manejo de uso da terra por 57,5%. Já a agricultura nacional,
em relação ao metano, representa 71% das emissões, dentre as quais 63,4% são atribuídas às
emissões entéricas (sendo o gado de corte responsável por 54,1%, o gado leiteiro por 7,4% e
as demais espécies por 1,9%) e 5,5% às emissões de animais em condições de confinamento
total.
Os mesmos autores afirmam ainda que a agropecuária representa 90,6% das emissões
nacionais de óxido nitroso (N2O). No Brasil, existem áreas significativas de pastagens,
mesmo com a baixa emissão de óxido nitroso por unidade de área, este gás tem uma
representatividade de 39,4%.
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3.4 Características dos dejetos de suínos
Para Daí Prá et al. (2009), os dejetos de suínos caracterizam-se principalmente pela
quantidade de urina, fezes, restos de ração e poeiras, além da água oriunda de lavagens,
nebulizadores e desperdícios em bebedouros. A água constitui, assim, aproximadamente 95%
do efluente gerado.
Outro fator importante para a produção diária e caracterização dos dejetos, segundo
Diesel et al. (2002), é o tempo de vida dos animais ou a sua fase de desenvolvimento.
Entretanto, os efluentes também podem apresentar grandes variações em relação à
composição dependendo do tipo de sistema utilizado na criação e de outros fatores, como a
quantidade de água e nutrientes utilizados na alimentação.
Nones et al. (2002) acrescentam que, na suinocultura, 70% do custo total de produção
diz respeito à alimentação dos animais e que todo e qualquer alimento fornecido deve atender
às necessidades do organismo do animal a fim de que sejam atingidos melhores resultados e,
consequentemente, maiores lucros.
Perdomo et al. (2001) afirmam que, de uma forma geral, o uso de dietas com altos
valores de proteínas e de nitrogênio (N) implica um maior consumo de água, uma vez que a
metabolização das proteínas gera menor produção de água metabólica quando equiparada à de
carboidratos e lipídios. Os suínos excretam maior quantidade de urina à medida que os níveis
de nitrogênio (N) da dieta aumentam. Um simples aumento de digestibilidade da matéria
seca4 na ração de 85% para 90%, por exemplo, gera uma redução de 30% na matéria seca das
fezes. Nas tabelas 4, 5 e 6, expostas a seguir, apresenta-se a composição química média dos
dejetos de suínos conforme Silva (1996), Saganfredo et al. (2007) e Konzen (1980),
respectivamente.
4 Matéria seca: é o peso do alimento, milho ou soja, por exemplo, menos a umidade que ele contém.
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Tabela 4 – Composição química média dos dejetos de suínos Variável Mínimo (mg/L) Máximo (mg/L) Média (mg/L)
DBO 11.530,2 38.448,0 25.542,9
Sólidos Totais 12.697,0 49.432,0 22.399,0
Sólidos Voláteis 8.429,0 39.024,0 16.388,8
Sólidos Fixos 4.268,0 10.408,0 6.010,2
Sólidos Sedimentáveis 220,0 850,0 428,9
Nitrogênio Total 1.660,0 3.710,0 2.374,3
Fósforo Total 320,0 1.180,0 577,8
Potássio Total 260,0 1.140,0 535,7
Fonte: Silva (1996) apud Amaral (2011).
Tabela 5 – Concentração média de sólidos totais (ST), demanda biológica de oxigênio
(DBO5), nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) em mg/L e coliformes termotolerantes
(CT) em colônias/L emitidos em granjas com nível tecnológico médio. Sistema ST DBO5 N P K CT
UPL 18.644 6.214 1.262 452 791 6,85x1010
SVT 40.667 22.276 2.772 1.058 1.442 1,18x1011
SVC 31.082 14.891 2.078 779 1.143 9,96x1012
Fonte: Saganfredo et al. (2007).
Tabela 6 - Caracterização do esterco líquido em sua composição físico-química
Componentes Unidade Concentração
pH - 7,80
Matéria seca Kg/m³ 44,50
Nitrogênio total Kg/m³ 3,18
Fósforo Kg/m³ 5,40
Potássio Kg/m³ 1,38
Cálcio Kg/m³ 3,30
Magnésio Kg/m³ 1,17
Ferro g/m³ 108,30
Manganês g/m³ 64,70
Zinco g/m³ 78,80
Cobre g/m³ 69,40
Enxofre g/m³ 580,00
Boro g/m³ 45,60
Sódio g/m³ 107,40
Fonte: Konzen (1980).
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3.5 Avaliações dos volumes de dejetos gerados na suinocultura
Para Perdomo et al. (2001), a análise do volume e da composição dos dejetos é
importante para determinar um programa de manejo, sua armazenagem, seus tratamentos e
sua disposição nos solos. O autor cita que um suíno com peso de 16 kg, por exemplo, até
atingir 100 kg produz entre 4,9 e 8,5% de seu peso corporal em urina e fezes.
Já Oliveira (2002) cita vários fatores que intervém na quantidade de dejetos gerados
na suinocultura, como o manejo adotado, o tipo de bebedouro usado, o sistema de limpeza
preconizado e sua frequência, além da quantidade de animais alojados na granja. A Tabela 7
apresenta uma estimativa média de produção diária de dejetos, considerando-se a análise de
urina mais esterco, sem levar em conta perdas geradas em bebedouros pelos animais e por
limpezas gerais das instalações.
Tabela 7 - Produção média diária de dejetos nas diferentes fases de produção dos suínos
Categoria Esterco
(kg/dia)
Esterco + Urina
(kg/dia)
Dejetos Líquidos
(litros/dia)
Suínos (25 – 100 kg) 2,30 4,90 7,00
Porca gestação 3,60 11,00 16,00
Porca lactação + leitões 6,40 18,00 27,00
Cachaço 3,00 6,00 9,00
Leitões na creche 0,35 0,95 1,40
Fonte: Oliveira (1993).
A seguir, com base em Kunz et al. (2005), apresenta-se a produção e avaliação do
volume de dejetos gerados na suinocultura a fim de possibilitar a realização de cálculos e
dimensionamentos de sistemas para tratamentos (Tabela 8).
Na Tabela 9, apresentam-se os índices de produção de dejetos conforme tipo de
produção e unidade de medida, fornecidos pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental –
RS (FEPAM, 2012), órgão responsável pela fiscalização e pelos licenciamentos ambientais no
estado do Rio Grande do Sul, vinculado à Secretária Estadual do Meio Ambiente (SEMA).
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Tabela 8 – Geração de dejetos em cada fase de produção
Fase de produção Dejetos gerados (m³/dia)
Fêmeas c/ leitões (em lactação) 0,027
Fêmeas em gestação 0,0162
Leitões em creche 0,0014
Suínos em crescimento/terminação 0,007
Machos 0,009
Fonte: Kunz et al. (2005).
Tabela 9 – Estimativa da geração de dejetos para diferentes tipos de produção
Tipo de produção Unidade de
medida
Período (dias) Produção de
dejetos *(L/dia)
Produção de
dejetos *(L/ano)
Ciclo completo Matriz 365 57,0 20865
UPL 21 dias Matriz 365 16,0 5.840
UPL 63 dias Matriz 365 27,0 9.855
Terminação (110 dias) Cabeça 330 6,7 2.211
Creche (50 dias) Cabeça 300 1,7 510
Central de inseminação Cabeça 365 9,8 3.577
Fonte: FEPAM.
*Segundo a FEPAM (2012), a produção de dejetos foi calculada em função da média da quantidade total de
resíduos líquidos produzidos, de acordo com o desenvolvimento ponderal dos animais, que varia entre 4,9% e
8,5% de seu peso vivo/dia.
3.6 Importância da água e dos sistemas de dessedentação para os suínos
Oliveira (2002) comenta que, na maioria das vezes, os suínos bebem mais água do que
necessitam, chegando a valores extremamente exagerados, principalmente, se estão em
momentos de restrição de alimento. Em uma situação em que o animal se encontra livre de
estresse, seu consumo diário é de aproximadamente cinco a seis por cento do seu peso
corporal. A tabela abaixo apresenta as necessidades dos suínos em suas diferentes fases de
crescimento, uma vez que os mais jovens necessitam de maior quantidade de água do que os
mais velhos (TABELA 10).
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Tabela 10 - Água necessária para a dessedentação de suínos nas diferentes fases produtivas.
Categoria de suíno Aporte médio de água (L/dia)
Leitões (15 kg) 1,5 – 2
Suíno (50 kg) 5 – 8
Suíno (90 kg) 6 – 9
Suíno (150 kg) 7 – 10
Porcas em gestação 15 – 20
Porcas em lactação 30 – 40
Fonte: Bonazzi et al. (2001) apud Oliveira (2002).
Os sistemas para dessedentação dos animais, assim como os sistemas de criação,
evoluiu muito nos últimos anos. Os principais bebedouros usados atualmente na fase de
creche e terminação são os do tipo: chupeta, modelo com regulagem de altura do chão e
conhecido pela grande oferta de água limpa (FIGURA 2); bico de pato, com corpo, pino e
mola em aço inox (FIGURA 3); e taça, que possui concha em polietileno com design tipo
orelhão com bordas arredondadas, apresentando um poder de aproveitamento de água
considerável (FIGURAS 4 e 5). As duas propriedades rurais em que este estudo é
desenvolvido são equipadas com o bebedouro tipo taça.
Figura 2 - Bebedouro tipo chupeta
Fonte: Suin®.
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Figura 3 – Bebedouro tipo bico de pato
Fonte: Suin®.
Figura 4 - Bebedouro tipo taça usado na terminação
Fonte: Suin®
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Figura 5 - Bebedouro tipo taça usado na creche
Fonte: Suin®.
3.7 Principais sistemas de armazenamento dos dejetos para sua estabilização
Na suinocultura convencional, caracterizada pelo grande volume de animais por metro
quadrado, a existência de um local adequado ao tratamento e à estabilização dos dejetos
gerados para futura distribuição e utilização como adubação orgânica é de suma importância.
Kunz et al. (2005) comentam que, para atender as exigências ambientais no que tange
ao armazenamento e tratamento dos dejetos, existem algumas alternativas, como, por
exemplo, as esterqueiras e bioesterqueiras, as lagoas de tratamento e os biodigestores.
Aquelas são estruturas normalmente retangulares cilíndricas cavadas no solo para retenção
dos dejetos por cento e vinte dias, podendo ser construídas com alvenaria, lona plástica e
pedras ou solo-cimento. Já as lagoas de tratamento, construídas para assentar os dejetos, têm a
função de estabilizar os resíduos pré-tratados através da degradação biológica natural, em que
os principais agentes envolvidos são as algas e as bactérias. E os biodigestores, que são uma
alternativa tecnológica importante, além de tratar os dejetos, agregam valor com a produção
de biogás e seu possível aproveitamento para geração de energia.
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Para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental – RS (FEPAM, 2012), em relação ao
manejo dos dejetos líquidos e à sua armazenagem, devem ser respeitadas os seguintes
aspectos: as esterqueiras devem apresentar impermeabilização evitando possíveis problemas
de contaminação do lençol freático; o projeto deve atender ao plano de retirada dos dejetos e à
sua distribuição, não esquecendo que o período mínimo de retenção para estabilização é de
cento e vinte dias, acrescido de uma margem de 20% de segurança na projeção do tamanho da
esterqueira; as esterqueiras devem conter dispositivos de contenção que impeçam possíveis
vazamentos e entrada de águas pluviais, com preferência para construção de duas ao invés de
uma (FIGURA 6), além de conter valas coletoras para águas pluviais, e isolamento, entre
outros.
Figura 6 – Esterqueiras impermeabilizadas e isoladas
Fonte: Autor.
Kunz et al. (2005) citam a cama sobreposta e a compostagem como sistemas de
tratamento e armazenagem dos dejetos de suínos na forma sólida. A cama sobreposta tem a
finalidade de tratar os dejetos produzidos no mesmo local onde são gerados, ou seja, na
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própria baia, através do uso de maravalha5 como piso. Já a compostagem tem como finalidade
principal a transformação do dejeto líquido em dejeto seco, com uma redução de umidade que
gira em torno de 95%.
Segundo a FEPAM (2012), no caso dos dejetos produzidos através da cama
sobreposta, pode-se utilizar uma área de armazenamento, se houver essa necessidade, com
sistema de drenagem e cobertura usando lona plástica ou telhas. Além disso, todo o composto
deve permanecer coberto para evitar contato com chuvas e problemas decorrentes, como
escorrimento dos dejetos ou mesmo a produção de churume.
3.8 Distribuição dos dejetos da suinocultura
Para Diesel et al. (2002), os sistemas de distribuição dos dejetos tratados a campo mais
utilizados são os conjuntos de aspersão com canhão (Figura 6) e os conjuntos de trator com
tanque distribuidor (Figura 7). Sob a mesma linha de pensamento, Konzen (2003) explica as
duas aplicações de dejetos mais usadas nas propriedades rurais:
a) Conjunto de aspersão com canhão - este sistema de aspersão com canhão tem
representado um alto investimento, mas permite uma distribuição de maneira mais
homogênea e precisa em grandes áreas a serem aspergidas. Outro fator importante
em relação ao sistema de aspersão é a facilidade de aplicação em áreas de
topografia acidentadas, como representado na Figura 7, necessitando, porém, de
sistema para retenção dos pelos e outros materiais estranhos;
b) Conjunto de trator com tanque distribuidor - este sistema consiste na distribuição
dos dejetos tratados através de tanques mecanizados acoplados em tratores,
representando um investimento muito semelhante ao conjunto de aspersão.
Apresenta limitações principalmente no que se refere à área atingível para
adubação e à sua quantidade, além de problemas com a topografia do local e
possível compactação do solo (Figura 8).
5 Maravalha: aparas de madeira maiores que serragens; muito usada na suinocultura e principalmente na
avicultura.
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Figura 7 - Aspersão dos dejetos com uso de canhão
Fonte: Autor
Figura 8 - Conjunto formado pelo distribuidor de dejetos acoplado ao trator
Fonte: Autor
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4 METODOLOGIA
Neste capítulo, serão detalhados os procedimentos adotados para a realização da coleta
dos dados, bem como a parte experimental do trabalho que engloba o consumo de água do
lote, a quantidade de dejetos gerados e suas características. Foram acompanhadas duas
propriedades rurais, situadas na cidade de Cruzeiro do Sul: Propriedade 01 - latitude 29º 28’
29.81”, longitude 52º 02’ 11.28” - que abriga instalações para suínos em fase de terminação
com capacidade de alojamento de quinhentas cabeças, o que equivale a um animal por metro
quadrado (Figura 9), e propriedade 02 - latitude 29º 28’ 44.73”, longitude 52º 01’ 57.55” - que
abriga instalações em fase de creche com capacidade de alojamento para mil e quinhentas
cabeças, o equivalente a três animais por metro quadrado. (FIGURA 10).
Os dados levantados neste trabalho quanto ao consumo de água e geração de dejetos
na fase creche e terminação foram elaborados se desconsiderando possíveis mortalidades
ocorridas no decorrer do alojamento.
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Figura 9 – Vista aérea do local da instalação de terminação.
Fonte: Google Earth.
Figura 10 – Vista aérea da instalação de creche.
Fonte: Google Earth.
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4.1 Consumo de água durante o lote
A coleta dos dados quanto ao consumo de água durante o período de alojamento dos
animais na terminação e creche foi efetuada com auxílio de dois hidrômetros, instalados junto
às caixas-d’água das propriedades que registravam toda saída de água que abastecia as
instalações, para posterior verificação do consumo de água e da produção de dejetos.
O hidrômetro utilizado para aferir a quantidade de água consumida durante o
alojamento é da marca Elster, modelo M 170 – X, com vazão nominal de 1,5 m3/h, vazão
mínima 30L/h, pressão igual a 10 bar e temperatura máxima de 40ºC, conforme mostra a
Figura 11.
Figura 11 – Modelo de hidrômetro
Fonte: Autor.
Durante a instalação dos hidrômetros foi necessário utilizar uma serra ferro para o
corte dos canos, duas conexões de trinta e dois milímetros para a união dos canos com o
hidrômetro, feito com adesivo plástico para tubos e conexões de policloreto de polivinila
(PVC) rígido, conforme exposto na Figura 12.
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Figura 12 – Materiais utilizados para instalação do hidrômetro
Fonte: Autor.
Em posse dos materiais, realizou-se a instalação dos hidrômetros nas duas
propriedades (FIGURA 13).
Figura 13 – Momento da instalação do hidrômetro
Fonte: Autor.
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O hidrômetro foi colocado próximo à saída de água que abastece as instalações
(FIGURA 14), em local onde não haveria risco de danos causados por pessoas, animais,
carros, entre outros.
Figura 14 – Caixas-d’água com hidrômetro instalado
Fonte: Autor.
Os hidrômetros instalados nas duas propriedades rurais serviram para efetuar as
medidas do consumo de água de todo o lote, gerando dados relevantes para a análise proposta
por esta pesquisa.
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4.2 Quantificação dos dejetos suínos gerados
O volume das canaletas coletoras foi mensurado com uma régua graduada. Para obter
uma leitura mais precisa, verificou-se o volume da canaleta com água da seguinte forma: à
medida que o hidrômetro registrava certa quantidade, o registro era fechado e o nível de água
na canaleta mensurado. Dessa forma, toda a água foi controlada ao passar pelo hidrômetro e
mensurada no local determinado pela seta branca (FIGURA 15).
Figura 15 - Local determinado para aferição da régua
Fonte: Autor.
A escala da régua foi confeccionada de forma que, a cada quinhentos litros de água
passados no hidrômetro, esta era colocada no canal para marcação do nível deixado pela água
(FIGURA 16).
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Figura 16 – Aferição e marcação da régua nas canaletas com água
Fonte: Autor.
Após a marcação feita pela água, com uma serra fazia-se um corte, abrindo um sulco
na madeira, para a identificação do nível, conforme demonstra a figura a seguir (FIGURA
17).
Desta forma, criou-se uma graduação do canal para ambas as instalações,
possibilitando, assim, uma aferição mais precisa em relação ao cálculo de volume da canaleta
em metros cúbicos, conforme mostra a figura a seguir (FIGURA 18).
Após o processo de preparação, com hidrômetro para leitura do consumo de água e
canais devidamente aferidos a fim de verificar o dejeto gerado, as instalações de terminação e
creche estavam preparadas para receber os animais, conforme as figuras a seguir (FIGURAS
19 e 20).
O alojamento dos quatrocentos e noventa e cinco animais na instalação de terminação
foi realizado na tarde de 16 de junho de 2012, conforme mostra a figura a seguir (FIGURA
21).
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Figura 17 – Marcação da régua
Fonte: Autor.
Figura 18 – Régua escalada
Fonte: Autor.
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Figura 19 - Instalação de terminação sem animais e pronta para alojamento
Fonte: Autor.
Figura 20 - Instalação de creche sem animais e pronta para alojamento
Fonte: Autor.
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Figura 21 - Instalação de terminação recebendo os animais
Fonte: Autor.
Já o alojamento dos mil quinhentos e oitenta animais na instalação de creche foi
realizado na tarde de 06 de setembro de 2012, conforme mostra a figura a seguir (FIGURA
22).
Figura 22- Instalação de creche recebendo os animais
Fonte: Autor.
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Todo o dejeto gerado (urina, fezes e desperdícios em geral) durante o ciclo de
alojamento dos animais foi mensurado na canaleta toda vez que se fazia necessário o seu
esgotamento e sua a limpeza a fim de receber o próximo dejeto gerado.
Foram desconsideradas perdas por evaporação e possíveis contribuições
pluviométricas, que durante o período de estudo foram acompanhadas usando um pluviômetro
de marca Incoterm com capacidade para armazenamento de 150 mm, conforme a Figura 23.
Figura 23 – Pluviômetro instalado para acompanhamento das chuvas
Fonte: Autor.
O monitoramento das canaletas foi realizado semanalmente para acompanhar a
evolução do nível de dejeto no canal, evitando problemas com transbordo. A figura a seguir
demonstra um momento em que o canal está cheio de dejeto gerado (FIGURA 24).
Neste momento era feita a aferição do volume produzido com régua graduada no local
determinado na canaleta, conforme mostra a Figura 25 a seguir.
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Figura 24 – Momento em que a canaleta está cheia
Fonte: Autor.
Figura 25 – Momento da aferição com régua do nível do dejeto produzido
Fonte: Autor.
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Posteriormente, era feita a abertura dos tampões para liberação de todo efluente gerado
no canal coletor, conforme mostra a Figura 26.
Figura 26 – Momento em que a canaleta é esvaziada
Fonte: Autor.
Assim, fazia-se a retirada de todo o dejeto acumulado no canal e sua respectiva
limpeza com rodo, que durava em torno de duas horas, evitando alterações no volume da
leitura seguinte (FIGURA 27).
Figura 27 – Momento da limpeza geral do canal com auxílio de rodo
Fonte: Autor.
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A limpeza da canaleta foi feita minuciosamente com auxílio de rodo a fim de não
alterar os dados do próximo dejeto a ser gerado.
4.1 Caracterização dos dejetos suínos em fase de terminação e creche
A caracterização dos dejetos de suínos na fase de terminação foi feita aos trinta dias de
alojamento, aos sessenta dias e ao final do lote, com cento e vinte dias. Já na fase de creche,
essa caracterização foi feita ao final do lote, com cinquenta e cinco dias de alojamento. A
análise foi feita no laboratório de Biorreatores da Univates para levantamento dos seguintes
parâmetros: sólidos totais, pH, DBO (demanda bioquímica de oxigênio), DQO (demanda
química de oxigênio), carbono (C), nitrogênio (N), cálcio (Ca), fósforo (P), potássio (K) e
sódio (Na).
O processo de coleta das amostras dos dejetos foi realizado após sua homogeneização,
que consiste em misturar os dejetos sólidos (fezes) com os líquidos (urina + água),
possibilitando uma análise mais precisa dos mesmos (FIGURA 28).
Figura 28 - Homogeneização do dejeto
Fonte: Autor.
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Em seguida, este dejeto foi colocado e armazenado em frasco apropriado, conforme
Figura 29.
Figura 29 - Coleta do dejeto
Fonte: Autor.
Após, a amostra foi encaminhada ao laboratório de Biorreatores e à Unianálises da
Univates a fim de verificar os seguintes parâmetros, Sólidos totais, voláteis e fixos, DBO,
nitrogênio, fósforo, potássio conforme a Figura 30.
Figura 30- Frascos de acondicionamento dos dejetos para análise em laboratório.
Fonte: Autor.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Consumo de água na fase de terminação
Conforme já mencionado, todas as leituras foram feitas somente momentos antes do
enchimento total do canal coletor de dejetos. Os resultados quanto ao consumo de água estão
expostos na Tabela 11 a seguir.
Percebe-se que o consumo médio diário de água do lote até os cento e onze dias de
alojamento foi de 8,86 litros. Os suínos chegam ao alojamento pesando em torno de 25 quilos
e saem com peso médio estimado de 120 quilos, isso significa que o ganho médio de peso
diário de um suíno em fase de terminação é de 860 gramas. Assim, à medida que o peso do
animal aumenta, o consumo de água aumenta também. Para Bonazzi et al. (2001) apud
Oliveira (2002), o valor estimado de consumo de água por suíno com peso de 90 quilos é de 6
a 9 litros de água por dia, já para animais com peso superior a 150 quilos, este índice é de 7 a
10 litros de água.
Ainda em relação ao consumo de água por dia, exposto na Figura 31, nota-se que nos
primeiros dez dias de alojamento o consumo acumulado foi de 4,5 litros de água. Passados
dezessete dias, realizou-se uma nova leitura que indicou um consumo de 5,3 litros.
Os dados relativos ao consumo total de água apresentam oscilação nos valores
(FIGURA 32). Na primeira leitura feita aos dez dias, por exemplo, o consumo total foi de
22.200 litros. No décimo sétimo dia este valor aumentou para 22.300 litros e na leitura
seguinte, no vigésimo terceiro dia para 23.300 litros. Posteriormente, observa-se uma queda
no consumo. Tal alteração no consumo pode estar associada a fatores como manejo do lote,
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condições dos equipamentos e sua manutenção (bebedouros), tipo de alimentação e
temperatura ambiente diária.
Tabela 11 – Ficha de controle do consumo de água acumulado em terminação durante período
alojado Data enchimento e
conferência
(Alojamento feito no dia
16.06.12)
Dias
decorridos
Consumo gerado entre
esgotamentos em m³
Litros/dia/suíno/Acumulado
Considerando 495 cabeças alojadas
25.06.2012 10 22,18 4,48
02.07.2012 7 22,34 5,29
08.07.2012 6 23,32 5,95
17.07.2012 9 22,97 5,75
23.07.2012 6 20,86 5,94
27.07.2012 4 19,68 6,32
01.08.2012 5 19,30 6,48
06.08.2012 5 21,58 6,69
10.08.2012 4 20,00 6,93
16.08.2012 6 23,93 7,04
21.08.2012 5 23,19 7,21
25.08.2012 4 21,91 7,43
30.08.2012 5 22,68 7,55
03.09.2012 3 21,00 7,85
07.09.2012 4 21,80 8,00
12.09.2012 5 23,80 8,10
16.09.2012 4 22,30 8,23
20.09.2012 4 23,50 8,38
24.09.2012 4 23,35 8,52
29.09.2012 5 22,50 8,55
02.09.2012 3 20,67 8,70
05.09.2012 3 21,86 8,86
Total 111 486,91 m³ 8,86L/dia/suíno
Fonte: Autor.
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Figura 31 – Consumo em L/dia acumulado por animal x Tempo em dias de alojamento
Fonte: Autor.
Figura 32 – Consumo de água total a cada leitura
Fonte: Autor.
Percebe-se que a canaleta, no início do lote, demorou dez dias para ficar
completamente cheia e, na leitura seguinte, sete dias. O tempo para enchimento das canaletas
oscilava entre dez e três dias, o que pode estar associado à fase de desenvolvimento do
animal, à temperatura do ambiente, às condições dos equipamentos (bebedouros com
vazamentos), ao manejo do lote e à alimentação.
L/dia
Tempo/dias alojados
Tempo/dias alojados
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5.2 Gerações de dejetos na fase terminação
A geração de dejetos na fase terminação também foi observada momentos antes de
cada liberação dos canais, através da utilização das réguas graduadas. Os dados obtidos estão
expostos na Tabela 12.
Nota-se que, nos primeiros dez dias de alojamento, a geração de dejetos chegou a
16.500 litros, o que equivale a 3,3 litros/dia/suíno; no décimo sétimo dia, houve mais uma
leitura que averiguou uma produção de 16.000 litros de dejetos, aumentando o valor
acumulado para 3,86 litros/dia/suíno. Já na última leitura, ao final dos cento e onze dias,
verificou-se um valor de 6,05 litros de dejetos acumulados por dia/suíno, conforme exposto
na Figura 33.
Tabela 12 – Ficha de controle da geração de dejetos acumulado em terminação durante
período alojado Data esgotamento e
conferência
(Alojamento feito no dia
16.06.12)
Dias
decorridos
Dejetos gerados entre
esgotamentos em m³
Litros/dia/suíno/Acumulado
Considerando 495 cabeças alojadas
25.06.2012 10 16,50 3,33
02.07.2012 7 16,00 3,86
08.07.2012 6 21,00 4,69
17.07.2012 9 17,00 4,45
23.07.2012 6 14,50 4,51
27.07.2012 4 12,00 4,66
01.08.2012 5 16,00 4,85
06.08.2012 5 14,00 4,93
10.08.2012 4 10,50 4,96
16.08.2012 6 14,00 4,93
21.08.2012 5 13,50 4,97
25.08.2012 4 12,00 5,03
30.08.2012 5 17,00 5,15
03.09.2012 3 15,00 5,34
07.09.2012 4 12,00 5,37
12.09.2012 5 19,00 5,50
16.09.2012 4 16,00 5,62
20.09.2012 4 21,00 5,82
24.09.2012 4 13,00 5,85
29.09.2012 5 14,50 5,85
02.09.2012 3 14,00 5,95
05.09.2012 3 14,00 6,05
Total 111 332,5 m³ 6,05L/dia/suíno
Fonte: Autor.
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Figura 33 – Geração dejetos L/dia acumulado por suíno x Tempo/dias de alojamento
Fonte: Autor.
Em estudo similar, Oliveira (1993) encontrou um valor de 7 litros de dejetos por
animal/dia; já para Kunz et al. (2005), o valor constatado foi de 0,007 m³ por suíno/dia. Para a
Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler - RS (FEPAM), órgão
responsável pelos parâmetros a serem seguidos em projetos de dimensionamento de tanques
para estabilização do dejeto (esterqueiras), o valor estipulado é de 6,7 litros de dejetos por
animal/dia, com um acréscimo de vinte por cento, como margem para segurança do projeto.
As variações quanto à quantidade de dejeto gerado durante o período de alojamento
possivelmente estejam relacionadas a problemas de vazamento hidráulico (bebedouros),
desperdício por parte dos animais e, principalmente, altos índices pluviométricos registrados
durante todo o período na região, conforme demonstrado na Figura 34 a seguir.
L/dia
Tempo/dias alojados
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Figura 34 – Geração dejetos x Pluviometria
Fonte: Autor.
É notável que os índices pluviométricos interferiram diretamente na geração de
dejetos, pois, como exposto na Figura 34, aos vinte e três dias de alojamento, por exemplo, foi
constatado um valor de cento e quarenta milímetros de chuva, fato que interferiu diretamente
na quantidade de dejeto gerado. Desse modo, o valor encontrado, que foi de 6,05 litros de
água por dia/suíno pode ser reduzido através de isolamento dos canais para impedir a entrada
das águas da chuva, equipamentos em boas condições, alimentação no horário, oferta de água
em quantidade e qualidade adequada, nebulizações para climatizar o ambiente.
mm
Tempo/dias alojados
m³
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5.3 Consumo de água na fase creche
A Tabela 13, exposta a seguir, apresenta os dados sobre o consumo de água na fase
creche, considerando-se os dias decorridos a partir do alojamento, feito em 06 de setembro de
2012.
Tabela 13– Ficha de controle do consumo de água acumulado da creche durante o período
alojado Data esgotamento e
conferência
(Alojamento feito no dia
06.09.2012)
Dias
decorridos
Consumo gerado entre
esgotamentos em m³
Litros/dia/leitão/Acumulado
Considerando 1580 cabeças alojadas
17.09.12 7 26,76 1,41
24.09.12 7 25,66 1,74
01.10.12 7 26,10 2,03
06.10.12 5 21,43 2,14
09.10.12 3 24,24 2,41
Total 34 129,24 m³ 2,41L/dia/leitão
Fonte: Autor.
Percebe-se que o consumo médio diário de água do lote até os trinta e quatro dias de
alojamento foi de 2,41 litros. Os suínos chegam ao alojamento pesando em torno de 7 quilos e
saem com peso médio estimado de 21 quilos, o que significa que o ganho médio de peso
diário de um suíno em fase de terminação é de 420 gramas. Assim, à medida que o peso do
animal aumenta, o consumo de água aumenta também. Para Bonazzi et al. (2001) apud
Oliveira (2002), o valor estimado de consumo de água por suíno com peso de 15 quilos é de
1,5 a 2 litros de água por dia.Ainda em relação a consumo de água por dia, exposto na Figura
35, nota-se que nos primeiros doze dias de alojamento o consumo aglomerado foi de 1,41
litros de água. Passados dezenove dias, realizou-se uma nova leitura que indicou um consumo
de 1,74 litros e decorridos vinte e seis dias este valor passou para 2,03 litros. Ao final do
alojamento, aos 34 dias, o valor chegou a 2,41 litros de água/leitão.
Os dados relativos ao consumo total de água apresentam oscilação nos valores
(FIGURA 36). Na primeira leitura feita aos doze dias, por exemplo, o consumo total foi de
26.800 litros. No décimo nono dia este valor diminuiu para 25.700 litros e no vigésimo sexto
dia este valor foi de 26.100 litros. Posteriormente, ocorreu uma queda no consumo. Tal
variação pode estar associada a fatores como manejo do lote, condições dos equipamentos e
sua manutenção (bebedouros), tipo de alimentação e temperatura ambiente diária.
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Figura 35 – Consumo água/dia por leitão x Tempo/dias de alojamento
Fonte: Autor.
Figura 36 – Consumo de água em m3/dia
Fonte: Autor.
5.4 Geração de dejetos na fase creche
A geração de dejetos na fase creche também foi observada momentos antes de cada
liberação dos canais, através das réguas graduadas. Os dados resultantes estão expostos na
Tabela 14 a seguir.
Tempo/dias alojados
Tempo/dias alojados
m³
L/dia
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Tabela 14 – Ficha de controle da geração de dejetos acumulado durante o período alojado
Data esgotamento e
conferência
(Alojamento feito no
dia 06.09.2012)
Dias
decorridos
Dejetos gerados
entre
esgotamentos em
m³
Litros/dia/leitão/Acumulado
Considerando 1580 cabeças
alojadas
17.09.12 12 10 0,527
24.09.12 7 10 0,666
01.10.12 7 14 0,827
06.10.12 5 12 0,939
09.10.12 3 14 1,12
Total 34 60 1,12L/dia/leitão
Fonte: Autor.
Nota-se que, decorridos os primeiros sete dias de alojamento, a geração de dejetos
chegou a 10.000 litros, o que equivale a 0,527 litros/dia/leitão; no décimo quarto dia houve
mais uma leitura que constatou uma produção de mais 10.000 litros de dejetos, aumentando o
valor acumulado para 0,666 litros/dia/leitão. Já na última leitura, ao final dos trinta e quatro
dias de alojamento, verificou-se um valor de 1,12 litros de dejetos acumulados por leitão/dia,
conforme exposto na Figura 37.
Figura 37 – Geração dejetos em L/dia/leitão x Tempo/dias de alojamento
Fonte: Autor.
Em estudo similar, Oliveira (1993) e Kunz et al. (2005) encontraram um valor de 1,4
litros de dejeto/leitão/dia. Para a FEPAM, órgão responsável pelos parâmetros a serem
seguidos em projetos de dimensionamento de tanques para estabilização do dejeto
(esterqueiras), o valor estipulado é de 1,7 litros de dejetos por leitão/dia para um alojamento
L/dia
Tempo/dias alojados
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de cinquenta dias, além do acréscimo de vinte por cento, como margem para segurança do
projeto.
As variações quanto à quantidade de dejeto gerado durante o período de alojamento
possivelmente estejam relacionadas a problemas de vazamento hidráulico (bebedouros),
desperdício por parte dos animais, em relação aos índices pluviométricos registrados durante
o período na região não teve influencia significativa, conforme demonstrado na Figura 38.
Figura 38 – Geração Dejetos x Pluviometria
Fonte: Autor.
Essa baixa contribuição pluviométrica pode estar relaciona ao comportamento da
direção dos ventos associada à intensidade das chuvas.
mm
Tempo/dias alojados
m³
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5.5 Caracterização dos dejetos
As características dos dejetos quanto à composição físico-química - demanda
bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), carbono (C), cálcio
(Ca), fósforo (P), nitrogênio (N), potássio (K), sódio (Na), potencial hidrogeniônico (pH),
sólidos totais, fixos e voláteis - estão expostas a seguir nas tabelas 15,16 e 17. Estas se
referem às características dos dejetos suínos na fase de terminação, aos trinta, sessenta e cento
e onze dias de alojamento, com dados encontrados pelo laboratório de Biorreatores e
Unianálises confrontados com o referencial teórico.
Tabela 15 - Características do dejeto na terminação aos trinta dias de alojamento Componente Unidade Concentração Concentração (média mg/L)
conforme Amaral (2011)
DBO mg/L O2 11.860 25.542,9
DQO mg/L O2 54.054 -
C mg/L 17.002 -
Ca mg/L 3,76 -
P mg/L P 1.234,62 577,8
N mg/L N 3.338,0 2.374,3
K mg/L K 22.330 535,7
Na mg/L Na 6,79 -
pH - 7,35 -
Sólidos Totais % 4,8 22.399,0
Sólidos Fixos % 25,50 6.010,2
Sólidos voláteis % 74,50 16.388,8
Fonte: Laboratório Biorreatores e Unianálise da Univates (2012), adaptado pelo autor /Amaral (2011).
Fazendo- se a análise dos dados encontrados nos trinta dias de alojamento, com os
índices expostos por Amaral (2011), nota-se que a DBO ficou abaixo, enquanto o fósforo,
nitrogênio, potássio ultrapassaram o valor, o que se deve, provavelmente, ao metabolismo do
animal, níveis nutricionais da ração, à análise feita em laboratório e a outros fatores que talvez
não tenham sido considerados. Em relação aos sólidos totais, fixos e voláteis, não temos uma
precisão em virtude das unidades de medida utilizadas pelo autor e o laboratório Biorreatores.
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Tabela 16 - Características do dejeto na terminação aos sessenta dias de alojamento Componente Unidade Concentração Concentração (média mg/L)
conforme Amaral (2011)
DBO mg/L O2 Não realizado 25.542,9
DQO mg/L O2 37.099 -
C mg/L Não realizado -
Ca mg/L 772,66 -
P mg/L P 536,69 577,8
N mg/L N 3.397,1 2.374,3
K mg/L K 1.776,50 535,7
Na mg/L Na 808,50 -
ph - 7,5 -
Sólidos Totais % 3,11 22.399,0
Sólidos Fixos % 32,05 6.010,2
Sólidos voláteis % 67,94 16.388,8
Fonte: Laboratório Biorreatores e Unianálise da Univates (2012), adaptado pelo autor / Amaral (2011)
Conforme a tabela acima os dados encontrados refere-se aos sessenta dias de
alojamento, com os índices expostos por Amaral (2011), a DBO não foi realizada pelo
laboratório Unianálises, porém os índices de fósforo ficaram abaixo, enquanto o potássio e
nitrogênio ultrapassaram o valor, também provavelmente isso pode ocorrer devido ao
metabolismo do animal, níveis nutricionais da ração, à análise feita em laboratório e a outros
fatores que talvez não tenham sido considerados. Em relação aos sólidos totais, fixos e
voláteis, não temos uma precisão em virtude das unidades de medida utilizadas pelo autor e o
laboratório Biorreatores.
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Tabela 17 - Características do dejeto na terminação aos cento e onze dias de alojamento Componente Unidade Concentração Concentração (média mg/L)
conforme Amaral (2011)
DBO mg/L O2 13.400 25.542,9
DQO mg/L O2 60.883 -
C mg/L 12.622,4 -
Ca mg/L 1.633,32 -
P mg/L P 1.076,14 577,8
N mg/L N 4.974,2 2.374,3
K mg/L K 4.564,91 535,7
Na mg/L Na 1.028,47 -
Ph - 9,28 -
Sólidos Totais % 3,43 22.399,0
Sólidos Fixos % 34,50 6.010,2
Sólidos voláteis % 65,50 16.388,8
Fonte: Laboratório Biorreatores e Unianálise da Univates (2012), adaptado pelo autor / Amaral (2011)
Na análise dos dados encontrados, com os índices expostos por Amaral (2011), nota-se
que a DBO ficou abaixo, enquanto o fósforo, nitrogênio e potássio ultrapassaram o valor, na
mesma linha de pensamento isso também pode estar relacionado ao metabolismo do animal,
níveis nutricionais das rações, à análise feita em laboratório e a outros fatores que talvez não
tenham sido considerados, pois, novamente não está diretamente associado ao objetivo desta
pesquisa. Em relação aos sólidos totais, fixos e voláteis, não temos uma precisão em virtude
das unidades de medida utilizadas pelo autor e o laboratório Biorreatores.
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A Tabela 18, exposta a seguir, demonstra as características físico-químicas da amostra
coletada aos cinquenta dias de alojamento na fase creche encontradas pelo laboratório
Unianálises e confrontadas com o referencial teórico.
Tabela 18 - Características do dejeto na fase creche aos cinquenta dias de alojamento Componente Unidade Concentração Concentração (média mg/L)
conforme Saganfredo et al.(2007)
DBO mg/L O2 13.120 14.891,0
DQO mg/L O2 51.836 -
C mg/L 40.438,88 -
Ca mg/L 937,66 -
P mg/L P 538,07 779,0
N mg/L N 3.914,0 2.078,0
K mg/L K 1.650,0 1.143,0
Na mg/L Na 1.034,0 -
Ph - 7,37 -
Sólidos Totais % 10,53 31.082,0
Sólidos Fixos % 74,17 -
Sólidos voláteis % 25,83 -
Fonte: Laboratório Biorreatores e Unianálise da Univates (2012), adaptado pelo autor / Saganfredo et al. (2007)
Comparando- se os dados encontrados aos cinquenta dias de alojamento, com os
índices expostos por Saganfredo et al. (2007), nota-se que a DBO e fósforo ficaram com
índices menores, porém os valores de nitrogênio e potássio ficaram acima, isto
provavelmente esteja associado, ao metabolismo do animal, níveis nutricionais da ração, à
análise feita em laboratório e a outros fatores que talvez não tenham sido considerados, pois
fogem ao objetivo desta pesquisa. Em relação aos sólidos totais, não temos uma precisão em
virtude das unidades de medida utilizadas pelo autor e o laboratório Biorreatores.
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6. CONCLUSÃO
Após a análise e interpretação dos resultados obtidos, tendo em vista os valores de
consumo de água de 8,86L/dia/suíno na fase de terminação e de 2,41 L/dia/suíno na fase de
creche, que são próximos aos índices referidos na bibliografia consultada, pode-se concluir
que os animais durante todo o período de alojamento têm um consumo alternado, que pode
estar relacionado a fatores de manejo geral, tais como, limpeza, arraçoamento, número de
animais, tempo de alojamento e temperatura do ambiente. Outro fator que pode estar
diretamente ligado ao consumo de água é o tipo de bebedouro, pois o mercado oferece vários
modelos, todos com sistemas diferenciados.
Já a geração de dejetos pode estar associada ao tipo de instalação, manejo,
equipamentos e às estações do ano (inverno – verão). Ressalta-se ainda a interferência dos
índices pluviométricos no aumento desta geração. No caso deste estudo, o índice
pluviométrico na fase de terminação apresentou-se mais expressivo, porém o valor encontrado
foi de 6,05 L/dia/suíno, ficando abaixo das literaturas consultadas, já na fase creche este
índice revela-se menor, entretanto a geração final foi de 1,12 L/dia/leitão, revelando-se
também abaixo das literaturas consultadas, vale ressaltar que estes valores poderiam ter sido
menores se fosse possível evitar a entrada das águas pluviais nos canais coletores. Também
vale lembrar a importância da cobertura das lagoas de estabilização para evitar a entrada
destas águas.
Em relação às características físico-químicas dos dejetos, os resultados encontrados
oscilam consideravelmente, o que se deve, provavelmente, a níveis nutricionais da dieta dos
animais. Assim, fica evidente a necessidade de outros estudos, que analisem a composição
dos alimentos ingeridos nas diferentes fases a fim de tornar possível uma comparação entre
essa composição e as características físico-químicas dos dejetos.
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RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
Estudos em diversas propriedades rurais a fim de analisar as características de
produção para levantamento de mais dados.
Estudos com canais coletores isolados, sem interferência pluviométrica.
Estudos em diferentes estações do ano (inverno e verão).
Análise das características físico-químicas dos dejetos em relação aos fatores
nutricionais, bem como a utilização destes dados.
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suínos. Porto Alegre: Editora Evangraf Ltda., 2009.
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Disponível em:<http://labexkorea.files.wordpress.com/2009/12/swine_manure.pdf>. Acesso
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Agronomia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1980.
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KUNZ, A.; MIELE, M.; STEINMETZ, R. L. R. Advanced swine manure treatment and
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<http://www.upf.br/coaju/download/ImpactosDejetosII.pdf>. Acesso em: 31 mar. 2012.
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SEGANFREDO, M. A. (Ed.). Gestão ambiental na suinocultura. Brasília, DF: Embrapa
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SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS SUÍNOS NO ESTADO DO RIO GRANDE
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ANEXOS
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ANEXO A - Análise dos dejetos do SVT aos 30 dias de alojamento
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ANEXO B - Análise dos dejetos do SVT aos 60 dias de alojamento
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IVAT
ES
(htt
p://w
ww
.uni
vate
s.br/
bdu)
76
ANEXO C - Análise dos dejetos do SVT aos 120 dias de alojamento
BD
U –
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
p://w
ww
.uni
vate
s.br/
bdu)
77
BD
U –
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
p://w
ww
.uni
vate
s.br/
bdu)
78
ANEXO D - Análise dejeto SVC aos 50 dias
BD
U –
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
p://w
ww
.uni
vate
s.br/
bdu)
79