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Page 1: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

Projeto Conceitual de Equipamento para Movimentação de câmera com Estrutura em

Alumínio e Fibra de Carbono

Bruno Gomes dos Santos

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO

DE ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Vitor Ferreira Romano (Orientador)

________________________________________________

Prof. Fernando Augusto de Noronha Castro Pinto

________________________________________________

Prof. Fernando Pereira Duda

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Fevereiro DE 2014

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Agradecimentos

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por mais essa etapa importante da

minha vida. Também agradeço a todos aqueles que me apoiaram e contribuíram para a

realização desse projeto.

Agradeço ao apoio de toda minha família, mãe, padrasto, irmãos, primos e tios;

minha namorada por estar ao meu lado; amigos da faculdade e de fora dela, seja por

auxilio técnico ou mesmo pelos momentos de descontração. Ao professor Vitor

Romano e todo seu apoio e auxílio durante esse processo. Ao meu Pai e seu amigo João,

por toda a ajuda e disponibilidade.

Também agradeço a todos os professores da Mecânica que ajudaram na minha

formação.

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Índice

Resumo .............................................................................................................................1

1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................2

1.1 Indústria Cinematográfica e de Televisão .............................................................2

1.2 Equipamentos em um Set de Filmagem ................................................................4

1.3 Cabeças Remotas ..................................................................................................9

1.4 Gruas de Filmagem ..............................................................................................13

2. CONCEPÇÃO DO EQUIPAMENTO

2.1 Tipo Adotado de Cabeça Remota ........................................................................16

2.2 Materiais Compostos ...........................................................................................18

2.2.1 Fibras ...........................................................................................................18

2.2.2 Matriz ...........................................................................................................20

2.3 Câmeras de Cine e Vídeo ....................................................................................21

2.3.1 Câmeras de Cinema .....................................................................................21

2.3.2 Câmeras de Vídeo ........................................................................................21

2.3.3 Lentes ...........................................................................................................22

3. MODELAGEM DO EQUIPAMENTO .....................................................................26

3.1 Modelagem Dinâmica do Conjunto Câmera e Lente ..........................................26

3.2 Parâmetros de operação .......................................................................................27

3.3 Seleção do Motor e do Redutor ...........................................................................28

4. SOLUÇÃO PROPOSTA ............................................................................................34

4.1 Dimensões ...........................................................................................................34

4.2 Componentes .......................................................................................................37

4.2.1 Parte Superior ............................................................................................37

4.2.2 Corpo Principal ..........................................................................................38

4.2.3 Corpo Inferior ............................................................................................40

4.2.4 Posicionador da Câmera ............................................................................40

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4.3 Conectores e Acessórios ......................................................................................41

4.4 Conexão com a grua .............................................................................................45

4.5 Acoplamento da câmera ......................................................................................45

5. DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DE COMPONENTES .................................47

5.1 Seleção do Sistema de Transmissão ....................................................................47

5.2 Forças atuantes ....................................................................................................51

5.3 Cálculo do Diâmetro para os eixos ......................................................................57

5.4 Seleção dos rolamentos .......................................................................................65

5.5 Adesivos ..............................................................................................................67

6. MATERIAIS COMPOSTOS .....................................................................................68

6.1 Fibras de Carbono ................................................................................................68

6.2 Módulo de Elasticidade da Manta .......................................................................70

6.2.1 Equações Constitutivas para Materiais Compostos ...................................72

6.2.2 Caso de flexão ............................................................................................77

6.3 Dimensionamento da Carenagem ........................................................................80

6.4 Critérios de Ruptura .............................................................................................84

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................89

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................90

Anexo 1 – Catálogo motor Maxon .................................................................................92

Anexo 2 – Catálogo Redutor Maxon ..............................................................................93

Anexo 3 – Cálculos da correia ........................................................................................94

Anexo 4 – Fator de serviço, correias Gates ....................................................................97

Anexo 5 – Tabela para seleção do tipo de correia ..........................................................98

Anexo 6 – Tipos de correias e suas dimensões ..............................................................99

Anexo 7 – Tabela de seleção do conjunto correia e polias ...........................................100

Anexo 8 – Tipos de correias..........................................................................................101

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Anexo 9 - Taxas para correias de 0,375 polegadas de largura .....................................102

Anexo 10 – Polias selecionadas Gates .........................................................................103

Anexo 11 – Seleção dos Rolamentos ...........................................................................104

Anexo 12 – Rolamentos de esferas radiais NSK ..........................................................108

Anexo 13 – Produtos Locktite ......................................................................................109

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1

Resumo

Este trabalho tem como princípio a concepção, a modelagem, o dimensionamento e

a seleção de componentes de uma unidade de movimentação para câmeras, mais conhecida

como cabeça remota. O desenvolvimento da concepção apresentada neste projeto teve

como foco a parte mecânica e o emprego de materiais compostos (fibra de carbono) em

algumas de suas partes estruturais. No Capítulo 1 são apresentados aspectos do setor de

cine e vídeo, no Capítulo 2 é mostrada a concepção do equipamento, no Capítulo 3 são

apresentados os estudos preliminares sobre as câmeras que o equipamento suportaria e o

campo de mercado que se pretende entrar, no Capítulo 4 é apresentada a solução

desenvolvida e as partes do equipamento, no Capítulo 5 é mostrado a seleção de cada

componente do equipamento, no Capítulo 6 é abordada a possibilidade de uso de materiais

compostos como elementos estruturais do equipamento e no Capítulo 7são descritas as

conclusões do desenvolvimento do projeto.

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1. INTRODUÇÃO

1.1Indústria Cinematográfica e de Televisão

Hoje as indústrias cinematográfica se de televisão estão fortemente presentes na

vida de todos nós, mesmo aquelas pessoas que pouco se vêem vinculadas ao cinema, estão

à mercê de sua influência, pois essa arte acaba muitas vezes ditando padrões de moda,

costumes cotidianos e mostrando realidades muito próximas, mas que se acaba por não

tomar conhecimento. A comunicação visual hoje, também possui fins dos mais diversos,

podendo ter caráter educativo, publicitário, de entretenimento e tantos outros.

Figura 1.1– Filme “O Grande ditador” 1940[1].

Figura1.2 – Filme “Bonequinha de luxo”[2].

A técnica de filmagem, nasce da idéia de se fixar e reproduzir imagens de forma

rápida e sucessiva dando ilusão de movimento. O olho humano retém uma imagem durante

uma fração de segundos após a sua fonte ter saído do campo de visão, efeito conhecido

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como persistência da visão. Além disso, existe o chamado movimento beta, segundo Max

Wertheimer: duas ou mais imagens paradas, próximas entre si, surgindo uma depois da

outra, são "vistas" pelo cérebro como uma única imagem em movimento.

Com essa idéia, surge no final do Sec.XIX, inicio do Sec.XX o cinematógrafo, um

equipamento desenvolvido pelos irmãos Lumière, que é considerado o marco inicial na

historia do cinema. O aparelho permitia registrar uma série de imagens (fotogramas) e

depois reproduzi-las, projetando tais imagens sobre uma tela.

Figura 1.3–Cinematógrafo, 1895[3].

Figura 1.4 – Viagem a Lua, de Georges Méliès, 1902[4].

Nessa época existia um ilusionista chamado Georges Mélies, que fascinado pela

invenção, quis obtê-la, mas não obteve êxito, pois os irmãos Lumière alegaram que o

aparelho tinha finalidade cientifica e que Melies teria prejuízo ao tentar usá-la para o

entretenimento. Porém Melies acabou por buscar na Inglaterra um aparelho semelhante e

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assim começou a fazer suas produções. Assim nascia o cinema, e posteriormente a mídia

incorporaria essa nova forma de comunicação.

Já a criação da televisão, remete às pesquisas realizadas por John L. Baird, que em

1920 uniu componentes eletrônicos que haviam acabado de ser produzidos em várias partes

do mundo e montou o primeiro protótipo de televisão.

Experimentos realizados em 1926 na Inglaterra, Japão e nos EUA em 1927 marcam

o início das transmissões de imagens e sons. Como a televisão foi desenvolvida por várias

pessoas, em diferentes lugares do mundo, não há um consenso acerca da primeira

transmissão oficial, mas o que se sabe é que a empresa AT&T foi uma das pioneiras ao

realizar uma transmissão na cidade de Nova York, mas na época (1927), somente algumas

pessoas tiveram acesso à transmissão.

Nos anos seguintes, a televisão foi se desenvolvendo, principalmente durante a

guerra devido ao desenvolvimento dos aparelhos e tecnologias de transmissão. Mas o

grande “boom” viria nos anos 50, em que canais de TV já estariam transmitindo programas

e eventos esportivos e os aparelhos já começavam a serem produzidos em larga escala em

vários países, principalmente nos EUA e alguns da Europa e Ásia [26].

1.2 Equipamentos em um Set de Filmagem

Com o desenvolvimento dessa indústria, tanto os equipamentos quanto os métodos

usados, muitas vezes em função dos próprios equipamentos disponíveis, foram mudando.

Hoje em um Set de filmagem, existem diversos equipamentos, cada um mais adequado para

determinada circunstância.

Pode-se, dentre esses,citar os tripés (Fig.1.5), fundamentais para se ter estabilidade

para filmar, seja com a câmera fixa ou realizando algum tipo de movimento de forma

suave.

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Figura 1.5 – Tripé Mattedi TB – 400[6].

Também há as bases giratórias com esse mesmo propósito, mas com um recurso de

poder girar tanto a câmera quanto o responsável pela filmagem. Apesar de, assim como o

tripé, ambos serem de base fixa, essa possibilidade de giro já éde grande ajuda, pois esse

tipo de movimento com o tripé é bastante complicado, visto que a pessoa que opera a

câmera teria que se deslocar. Nesse equipamento ambos são deslocados juntos.

Figura 1.6 – Base Giratória Mattedi JCE – 1000[6].

O travelling, diferentes dos já descritos, dá a possibilidade da realização de um

percurso para se filmar. Sendo assim, diferente dos demais, é um em que a base se

movimenta.

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Figura 1.7 – TravellingMattedi TRV – 1000[6].

Outro suporte muito usado para as câmeras são as gruas de filmagem, que em geral

estão associadas às cabeças remotas. O conjunto grua e cabeça remota permite uma geração

de imagens de amplo alcance, grandes possibilidades de movimento e formas de se cobrir o

objeto de interesse.

Figura 1.8 – Conjunto Grua Mattedi SMC-5000e cabeça remota MRH-20[6].

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Figura 1.9 – Conjunto grua e cabeça remota em uma base com rodas.

Vale salientar que mesmo os equipamentos de base fixa, podem ser usados em

ocasiões em que haja necessidade de movimento se colocados em algum tipo de base com

rodas (Dolly). O que é feito em inúmeras ocasiões, inclusive com conjuntos mais pesados

como o de cabeça remota e grua, como será visto mais adiante.

O foco desse projeto está no desenvolvimento desse sistema de suporte para

câmeras, as chamadas cabeças remotas, as quais são amplamente utilizadas em diversas

situações e ambientes, sendo um dos equipamentos mais versáteis usados.

A seguir algumas das diversas utilizações desse sistema de cabeça remota com grua

na indústria cinematográfica e mídia televisiva. Evidenciando o que havia sido mencionado

quanto à fixação em bases móveis, podendo ser elas até mesmo carros e barcos.

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Figura1.10– Gravação em alto mar.

Figura 1.11 – Gravação de cena em alta velocidade.

Figura 1.12 – Gravação de cena a longa distância.

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1.3 Cabeças Remotas

A cabeça remota é um equipamento no qual é fixado o conjunto câmera-lente e se

operam seus movimentos durante a filmagem. Há muitos movimentos possíveis de serem

feitos com a câmera, mas a cabeça remota convencional possibilita apenas dois deles:Pan e

Tilt. Há no mercado algumas que também disponibilizam o movimento de Roll, mas são

modelos bem mais complexos e de demanda bastante específica. Outros movimentos

podem ser realizados agregando-se mecanismos especiais à cabeça remota.

Figura 1.13 – Movimentos da câmera.

Figura 1.14– Cabeça que possibilita um movimento de Roll.

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Na cabeça remota são conectados cabos para a transmissão de sinais de áudio e

vídeo da câmera para a central de processamento de imagens e cabos para receber a

alimentação dos motores e sinais de comando de movimento (Figura 1.15). Para se ter o

controle da cabeça remota e dos sinais da câmera que estão sendo enviados pelos cabos, há

uma caixa de controle (Fig. 1.16). Através dessa caixa que é feito todo o controle dos sinais

de entrada e saída do equipamento.

Figura 1.15 –Conexão dos cabos na cabeça remota [25].

Figura 1.16 – Caixa de controle Cammate HD[25].

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Figura 1.17 – Caixa de controle Cammate HD.

O operador (câmera person) da cabeça remota controla os movimentos de pan e

tilt através de uma interface operador-máquina. Usualmente esta interface é um joystick de

duas direções cujo posicionamento em relação à posição central de repouso está associado

ao valor da velocidade de deslocamento. Desse modo o operador obtêm velocidades (pan +,

pan -, tilt +, tilt – e nula).

Figura 1.18 – Joystick Cammate [25].

Outra operação que é de grande importância é o ajuste do foco, do zoom e da íris

da lente da câmera. Esse tipo de ajuste é feito pelo câmera person por meio de um

mecanismo de engrenagens e motores acoplados diretamente à lente, sendo acionado por

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uma interface dedicada tipo pistola. Em algumas lentes há servo motores embutidos,

necessitando somente da conexão à interface pistola.

Figura 1.19 – Sistema de controle e ajuste de foco na câmera [25].

Figura 1.20 – Controle para ajuste do foco, zoom e íris da lente [25].

Normalmente a cabeça remota é fixada ao equipamento denominado grua. Sendo

assim, se obtêm outros graus de liberdade, quando se pensa em todo o conjunto.

Figura 1.21 – Modelo do conjunto [7].

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1.4 Gruas de Filmagem

As gruas são normalmente os locais de apoio das cabeças remotas, e para o

comprimento de sua lança, são dispostas partes iguais, que se encaixam para formar um

conjunto de maior comprimento, podendo assim a grua possuir diferentes tamanhos

dependendo do objetivo (Figura1.22). A lança deve ser pensada a fim de evitar qualquer

tipo de deformação ou vibração que venha a comprometer a qualidade da imagem gerada,

dessa forma, gruas muito longas normalmente limitam mais o peso de câmeras e cabeças

remotas que podem ser usadas. Nesse ponto vale destacar a importância de cabeças remotas

o mais leve possível, pois assim pode-se usar gruas mais longas caso seja necessário. O que

também reforça a intenção do projeto em usar material compósito em sua estrutura, como

fibras de carbono, as quais mixam uma alta rigidez com a possibilidade de se trabalhar com

uma estrutura relativamente mais leve e até mesmo com menores dimensões. O trabalho

com esse tipo de material será trato posteriormente.

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Figura 1.22– Diferentes tamanhos de lança de grua.

Também para facilitar o movimento e deixá-lo o mais suave possível durante a

operação, são usados contrapesos na extremidade oposta à da câmera (Figura1.23), na

mesma extremidade em que se opera pelos controles a cabeça remota (Figura 1.23).Os

contrapesos são usados para contrabalancear o peso da cabeça remota com a câmera que

estão na extremidade oposta, e a massa usada no contrapeso vai depender da lança e do

peso do conjunto na outra ponta. Esse balanço faz com que o operador tenha que fazer

menos esforço para manejar a grua, tornando assim o movimento mais suave dependendo

da sensibilidade do operador. Os contrapesos que são usados são anilhas padrão, os mesmo

encontrados em qualquer academia de ginástica.

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Figura 1.23 - contrapesos em gruas.

Figura 1.24–contrapeso sem gruas (2).

A grua é operada de forma manual, e caso esteja apoiada em uma base com rodas

(dolly), o movimento dessa base também será feito manualmente. Os movimentos da

cabeça remota e da lente são os únicos a serem operados remotamente no conjunto, por

meio das interfaces descritas anteriormente.

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2. CONCEPÇÃO DO EQUIPAMENTO

2.1 Tipo Adotado de Cabeça Remota

Foi planejado o desenvolvimento de uma cabeça remota com estrutura em alumínio

e fibra de carbono. Para isso foi realizado um estudo dos diversos modelos existentes no

mercado, bem como as principais vantagens competitivas de cada um deles. Também foi

feita uma consulta a profissionais do ramo de audiovisual quanto ao que é mais usado e

suas necessidades.

Dos tipos pesquisados, pode-se ver que alguns amparam a câmera em ambos os

lados e alguns em apenas um dos lados (figura 2.1). Os que apóiam em ambos, além de

uma melhor distribuição dos esforços, também suportam câmeras mais pesadas, segundo os

catálogos das marcas pesquisadas. Outra diferença encontrada é a respeito do sistema de

transmissão usado, algumas usam correia e outras engrenagens. Além disso, algumas

cabeças colocam a transmissão internamente à estrutura, enquanto outras fixam

externamente.

A fim de poder suportar câmeras de maior porte e também por julgar ser um melhor

projeto, pela distribuição mais simétrica dos esforços e nas conseqüências que isso pode

acarretar tanto no dimensionamento quando na própria operação do equipamento, foi

escolhido desenvolver um modelo na configuração “U”. O sistema de transmissão será

abordado mais adiante.

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Figura 2.1– Estrutura dos modelos no mercado. (A), (B) e (C) configuração “L”. (D) e (E) configuração

“U”. [6] [8] [9].

Figura 2.2 – Sistemas de transmissão dos modelos no mercado [6] [8] [9]. As A e B possuindo

transmissão por engrenagens, enquanto as C e D por correias síncronas.

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2.2Materiais Compostos

Foi pensado no uso de materiais compostos para parte da estrutura da cabeça remota

a fim de se analisar a viabilidade desta tecnologia nesta aplicação, já que as solicitações

mecânicas ao longo da estrutura da cabeça remota são compatíveis as suportadas por este

tipo de material.

“Um material composto é um conjunto de dois ou mais materiais diferentes,

combinados em escala macroscópica, para funcionarem como uma unidade, visando obter

um conjunto de propriedades que nenhum dos componentes individualmente apresenta.”

[5]

Como dito acima, um material composto nasce da união de dois materiais de

naturezas diferentes, resultando em um novo material com propriedades superiores a dos

antigos materiais quando analisados de forma separada. Dentre as melhorias que podem ser

preteridas, pode-se citar [16]:

Resistência estática e à fadiga;

Rigidez;

Resistência à corrosão;

Resistência à abrasão;

Material mais leve;

Dureza, ductilidade.

Na união dos materiais, cada um tem um propósito e características específicas.

Dessa forma, eles se dividem em duas categorias: Fibras e Matrizes.

2.2.1 Fibras

É o elemento que confere ao material algumas características como: Rigidez,

resistência à ruptura, etc. Tais fibras podem ser longas ou curtas, dependendo da finalidade

e do processo de fabricação. Alguns dos tipos que se encontram no mercado são: de vidro,

de aramida (Kevlar), carbono e boro.

Também podem ser orientadas, podendo ser unidirecionais se orientadas todas em

uma mesma direção, bidimensionais, se orientadas em direções ortogonais (também

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chamadas de tecidos), ou até tridimensionais, quando orientadas no espaço tridimensional.

Algumas não possuem orientação definida, sendo essa feita de forma aleatória, as chamas

esteiras. Essa orientação é de fundamental importância no dimensionamento e

especificação das fibras, pois além de diferentes propriedades que já existem entre elas, a

direção também influencia de forma substancial nas propriedades do material compósito.

Dependendo da direção das fibras tem-se uma determinada resistência a tração, e, portanto

um esforço limite a ser aplicado. Sendo assim, uma boa escolha de orientação deve ser

pensada de forma a aperfeiçoar essa resistência a tração para regiões e localizações mais

criticas.

(a) (b) (c) (d)

Figura 2.3 – Configuração das fibras:(a) Unidirecional, (b) Bidimensional, (c) fibras picadas e (d)

manta continua. [17]

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Figura 2.4 - Resistência à Tração versus Teor em porcentagem de Volume em Fibra de Vidro em

Função do Tipo de Laminado [17].

2.2.2 Matriz

A matriz é a responsável por conter as fibras e assim transferir as solicitações

mecânicas, também possui a função de proteger do ambiente externo. Podem ser oriundas

de diferentes tipos de matérias, podendo ser resinosas (poliéster, epóxi, etc.), minerais

(carbono) e metálicas (Ligas de alumínio).

Figura 2.5 – Tecido padrão [17].

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Figura 2.6 –Esteiras (fibras contínuas ou cortadas) [17].

2.3Câmeras de Cine e Vídeo

2.3.1. Câmeras de cinema

Os modelos de câmeras mais usadas no cinema foram os de película de 35mm e

16mm, sendo os modelos da Arry, Panavision e Aaton os mais comuns nos Sets de

filmagem. As câmeras digitais começaram a ser incorporadas ao cinema na década de 80,

tendo a Sony como uma das marcas que iniciou com essa tecnologia. Em 2001 o filme:Era

uma vez no México (OnceUpon a Time in Mexico), foi o primeiro filme a ser filmado com

24 quadros por segundo em alta definição, usando uma câmera Sony modelo HDW-F900.

Posteriormente outros filmes começaram a usar essa tecnologia, e desde 2011 o cinema tem

caminhado definitivamente para o uso de equipamentos digitais, pois três das maiores

fabricantes de câmeras de película decretaram que não iriam mais fabricar esse tipo de

equipamento e somente câmeras digitais. [27]

2.3.2. Câmeras de vídeo

A câmera profissional de vídeo (para televisão) é um equipamento utilizado para

gerar as imagens que serão posteriormente transmitidas aos telespectadores. Há diversos

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formatos padronizados de transmissão de imagem que caracterizam a tecnologia (analógica

ou digital) e a resolução empregados na indústria (NTSC, SECAM, PAL, HDTV).

Neste projeto será adotada uma geração de imagem em HD (high-definition

television), ou seja, tanto os modelos de câmeras usadas no projeto, quanto os

equipamentos da cabeça remota, devem estar de acordo com os requisitos para esse padrão.

Esse sistema de transmissão possui uma resolução significativamente superior aos formatos

tradicionais (NTSC, SECAM, PAL), sendo transmitido digitalmente. Esta tecnologia foi

lançada inicialmente nos EUA durante a década de 1990 por um consórcio envolvendo

AT&T, General Instrument, MIT, Philips, Sarnoff, Thomson e Zenith. Os padrões HDTV

atuais são definidos pela norma ITU-R BT.709 como 1080i (interlaced), 1080p

(progressive) ou 720p usando uma proporção de tela de 16:9.

Figura 2.7 – Resolução de imagem.

2.3.3 Lentes

As lentes são de grande importância para as filmagens, pois elas também

determinam a qualidade da imagem que será fornecida, além de serem as responsáveis por

parâmetros como zoom e foco.

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Foco:

O foco tem a ver com a definição da imagem. A distância focal é, junto com a

abertura do diafragma, uma das mais importantes características de uma lente. É a

partir dela que define, por exemplo, a maior ou menor aproximação de uma

imagem, ou ainda escolhe o campo de visão que deseja trabalhar.

Zoom:

Quando temos mais de uma lente, podemos combinar a distância focal de cada uma

delas de forma a aproximar ou distanciar a imagem. Esse efeito é chamado de zoom.

Diafragma (ou íris):É o mecanismo responsável pela entrada de luz através das

lentes.

Eixo óptico: O eixo óptico é o eixo onde estão localizados os centros de curvatura

de cada lente. É a linha imaginária que atravessa o centro óptico e o ponto focal de

uma lente. O sistema de lentes da câmera possui um eixo óptico comum. Na prática,

pode acontecer um desalinhamento dos diversos eixos dos componentes.

Campo visual:O campo visual pode ser definido como a percepção de todos os

espaços que são capazes de transmitir estímulos à retina com fixação em ponto

determinado, em situação estática. O ângulo que determina o campo visual é

determinado pela lente. Câmeras com lentes de pequena distância focal têm um

campo visual maior, mais amplo, e as que têm lentes de longa distância focal

(telemétrica) tem um campo visual menor, mais estreito. As câmeras com distância

focal variável (zoom) possuem várias lentes.

A primeira ação a se verificar no projeto é o tipo de conjunto câmera e lente que

será usado. O projeto deve poder suportar as câmeras que serão usadas para o tipo de

filmagem pedida, e poder realizar os movimentos de Pan e Tilt sem que ocorram falhas,

independente da posição ou da combinação de movimentos que venha a ser demandado.

Para isso foi averiguado que a maioria das câmeras usadas no ramo [5], já

acopladas a um modelo de lente, costumam chegar a um peso máximo de 20 kg, e que a

grande maioria das cabeças remotas no mercado também suporta no máximo essa quantia,

no caso aquelas cabeças remotas de maior porte, como foi pensado no projeto.

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Mas outro aspecto importante, além da massa em si, é a dimensão do conjunto,

pois isso influencia tanto no dimensionamento da carcaça, no caso largura e altura para se

colocar a câmera, quanto no torque que será usado para os movimentos.

Consultando um especialista no ramo, que presta serviços a grandes empresas

nacionais [Globo filmes] foi averiguado que é feita a centralização do conjunto (câmera e

lente), em relação ao seu centro de massa, na cabeça remota e em relação a ambos os eixos

de movimento. Isso naturalmente diminui o torque necessário e a potência que seria preciso

do motor. Por medida de segurança serão adotados valores um pouco mais conservadores,

pois tal centralização é feita de forma manual e com pouca precisão, podendo ter falhas e

exigir uma potência além da que se havia projetado considerando essa análise. Mas não

épara se preocupar com erros muito grosseiros referentes à centralização, pois é de

conhecimento esse procedimento, e é adotado por todos que usam o equipamento, não se

trata de uma medida de precaução, mas de um procedimento padrão de utilização.

Considerando uma não centralização, seriam necessários motores e redutores muito mais

robustos, o que iria comprometer o projeto frente ao que existe no mercado, pois seria mais

pesado, com maiores custos, maiores dimensões, e possivelmente não existiria grua no

mercado que suportaria, além do fato de que devido às dimensões, também poderia se

tornar inadequado para algumas exigências do mercado de audiovisual, portanto ineficaz.

Foi realizada uma pesquisa de algumas câmeras usadas no mercado [5] e

também algumas lentes que são usadas e que podem ser acopladas a esses modelos de

câmeras. A partir desse levantamento, foi feita uma analise combinatória entre essas

câmeras e lentes, através de uma planilha (Tabela 2.1). Com esses dados, há a possibilidade

de um melhor dimensionamento e projeto, pois são muitos os modelos de câmeras e lentes

que podem ser usadas.

Tais dados foram empregados na modelagem dinâmica do conjunto câmera e lente.

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Tabela 2.1– Modelos de câmeras e lentes.

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3. MODELAGEM DO EQUIPAMENTO

3.1 Modelagem Dinâmica do Conjunto Câmera e Lente

As câmeras foram modeladas como corpos retangulares, onde W, H e D, são

respectivamente largura (width), altura (heigth) e profundidade (depth), sendo esse o

mesmo modelo usado nos catálogos dos fabricantes e esses dados obtidos nesses mesmos

catálogos on-line. Já no caso das lentes, a modelagem foi a de um cilindro com dimensões

D’ e L, respectivamente diâmetro (diameter) e comprimento (length). O eixo x foi admitido

como o eixo ao longo da largura e o eixo y aquele paralelo a profundidade, como pode ser

observado na figura:

Figura 3.1 – Modelagem câmera e lente.

Dessa forma, para um cilindro o momento de inércia se calcula da seguinte forma:

=

( )(3.1)

=

( )(3.2)

E para o cilindro a equação se torna:

= =

(3.3)

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3.2 Parâmetros de operação

Para realizar os movimentos de Pan e de Tilt de forma a não comprometer a

filmagem, os movimentos devem ser pouco bruscos e a velocidade final de rotação não

deve ser elevada. Levando essas questões em consideração, foi escolhido um tempo

aproximado de 10s como sendo o tempo de duração de uma revolução, ou 360º. Sendo

assim:

t = 10 s

= 6 rpm = 0,6283 rad/s

Para se ter a aceleração, deve-se estipular um tempo para que o movimento

atinja . Considerando um tempo de 0,5s:

α =

=

= 1,2566 rad/s²(3.4)

Dessa forma, o processo de aceleração e desaceleração durante o movimento,

pode ser visto da figura a seguir, em que o ponto destacado seria o de potência máxima do

sistema.

Figura 3.2 – Velocidade de rotação x tempo

Page 33: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

28

3.3 Seleção do Motor e do Redutor

Para selecionar o melhor motor e redutor a ser usado, faz-se necessário saber a

potência que será requerida pelo sistema em ambos os movimentos, de Pan e de Tilt. Para

isso, a partir das modelagens da câmera e da lente, calcula-se o centro de massa do sistema,

para então se ter o somatório de momentos e o torque.

Para se ter o centro de massa ao longo do comprimento dos corpos acoplados, é

feita uma média ponderada entre o centro de massa de cada um dos componentes. De posse

do local do centro de massa, posição em que a câmera será fixada, pode-se calcular o

momento de inércia do conjunto, fazendo o momento de inércia de cada corpo em relação a

esse ponto através do teorema dos eixos paralelos.

Para o movimento de Tilt (eixo x):

(

)

(

)

(3.5)

Para o movimento de Pan (eixo z):

(

)

(3.6)

Sendo a distância do centro de massa a partir da parte traseira da câmera,

contrária à acoplada com a lente.

Page 34: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

29

Figura 3.3 – Distâncias na modelagem

Com os dados das câmeras pesquisadas, tem-se assim que os momentos de

inércia encontrados foram:

Tabela 3.2 – Momentos de inércia.

Para se calcular o torque, faz-se o somatório dos momentos. Mas como o

conjunto se encontra fixado no local que é seu centro de massa, o sistema se resume a:

∑ → (3.7)

∑ → (3.8)

Onde chegam-se aos seguintes momentos:

Tabela 3.3 – Momentos dos eixos x e y.

Page 35: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

30

No cálculo da potência:

[ ] [ ] [ ] = [ ] [ ] ,[21] (3.9)

[ ] [ ] [ ]

(3.10)

[ ] [ ] (3.11)

[ ] [ ] [ ]

(3.12)

Sendo assim, a partir da combinação entre os modelos de câmeras pesquisados

na tabela 2.1são apresentados os resultados obtidos:

Tabela 3.4 – Resultados da coleta de dados.

Page 36: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

31

Serão usados os valores máximos como valores para projeto, no caso:

[N.m] = 1,4365

[N.m] = 1,6927

[HP] = 0,00121

[HP] = 0,00143

[W] = 0,90

[W] = 1,06

Para motor e redutor, trabalhou-se com os modelos da Maxon [11]. Foi

escolhida uma redução no sistema de transmissão de 1:3, de modo que a rotação necessária

ao motor seria de aproximadamente 18 rpm. Foi escolhido um modelo único de motor e

redutor para ambos os movimentos, tanto por atenderem a eles, quanto pelo propósito de

usar os mesmos itens caso fosse possível e assim facilitar em processos de troca ou

manutenção. E os modelos que melhor se adequavam foram:

- Motor: RE 25 ∅25 mm, Graphite Brushes, 20 Watt,Anexo 1

- Redutor: Planetary Gearhead GP 32 BZ ∅32 mm, 0.75–4.5 Nm, Anexo 2

O torque requerido em ambos os movimentos se encontram dentro da margem

estipulada pelo redutor, mas o motor a ele fixado oferece uma potencia bastante superior a

requisitada. Isso se deve ao fato de se trabalhar com uma rotação bastante reduzida, mas

comparativamente ao padrão da demanda, ser necessário um torque mais elevado. Para a

verificação de funcionamento é preciso averiguar se o torque do sistema é suportado pelo

motor, para isso se compara o torque demandado com o toque nominal oferecido pelo

motor. Assim tem-se:

(3.13)

Page 37: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

32

O torque maximo é:

[N.m] = 1,4365

[N.m] = 1,6927

Agora é selecionada a redução mais adequada. O motor dispõe de uma rotação de

8310 rpm, sendo necessária uma redução de aproximadamente para se ter a

rotação requerida de 18 rpm na polia menor. No catálogo de redutores que cobrem essa

banda de torque, há uma grande variedade de possibilidades de redução (Anexo 2), a que

mais se aproximava da requerida é a de . Sendo:

Esse redutor especificamente, dispõe de uma eficiência catalogada de .

Dispondo desses dados é possível comparar o torque calculado com aquele ofertado pelo

motor:

Para o movimento Tilt:

mNm (3.14)

Para o movimento Pan:

mNm (3.15)

Estando ambos os valores bem abaixo do torque nominal requisitado pelo motor, de

27,5 mNm. Para se chegar ao um limite de operação, o torque teria que ser de

aproximadamente 7,5 Nm, o que já iria comprometer o redutor antes disso. Dependendo da

massa do conjunto, do tamanho da lente e em caso de um não balanceamento adequado,

isso significa uma distância de aproximadamente 75 mm em relação ao centro de massa,

tomando por base a combinação feita com câmeras e lentes. Podendo essa distância

ocasionar uma máxima de 11,33 Nm para uma determinada combinação de câmera e lente

Page 38: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

33

dentre os modelos no banco de dados. Pode-se ver dessa forma, que não é qualquer exagero

dispor de um motor e de um redutor com margens mais elevadas, pois um

desbalanceamento na casa de poucos décimos de milímetro já pode comprometer esses

equipamentos, mesmo que se opere sem problemas caso seja balanceado de forma correta.

Page 39: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

34

4. SOLUÇÃO PROPOSTA

4.1Dimensões

Figura 4.1 – Cabeça remota completa.

No projeto da cabeça remota, seu dimensionamento interno foi concebido da

melhor forma possível para se acoplar o conjunto câmera + lente, mesmo tendo esse

conjunto diferentes dimensões. Foram tomadas por base as dimensões de algumas cabeças

já presentes no mercado e que atendem aos mesmos propósitos, bem como do banco de

dados das câmeras que serão usados para cálculos. Dessa forma, as cotas internas são:

Page 40: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

35

Figura 4.2 – Cotas internas cabeça remota.

Quanto às suas dimensões internas e profundidade, a parte interna foi definida

de forma a melhor receber os conectores tipicamente relacionados à transmissão de sinais

de áudio, vídeo e alimentação, sem que venham a ter espaços vazios desnecessários.

Também foram averiguados espaços necessários na carcaça para que os cabos possam

passar sem grandes problemas.

Page 41: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

36

Figura 4.3 – Dimensões internas.

Para que não houvesse problemas quanto à montagem, principalmente referente

à excentricidade entre os furos e eixos, e também a fim de que não ocorra qualquer tipo de

movimento de translação entre as paredes de forma a comprometer essa montagem, foram

dispostos eixos maciços entre as paredes, os quais serão fixados nas extremidades. Como

também pode ser visto na figura anterior.

Page 42: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

37

4.2 Componentes

Pode-se dizer que o equipamento é dividido em 4 partes principais: parte

superior, corpo principal, corpo inferior e posicionador da câmera.

Figura 4.4 – Componentes da cabeça remota.

4.2.1 Parte Superior

A parte superior é a parte que sustenta todo o conjunto e que faz a ligação com

a grua. Nela está o sistema de transmissão responsável pelo movimento de Pan, foi

escolhida essa localização por questões de espaço e por não obstruir o movimento. A parte

Page 43: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

38

superior possui um eixo vazado que é acoplado à polia movida no sistema de transmissão, é

nele que passarão os cabos vindos do conector, e os mesmos sairão na parte superior. Os

cabos seguiram juntos à grua e serão conectados a caixa de controle (Figura1.16) como já

visto.

Figura 4.5 – Parte superior da cabeça remota.

4.2.2Corpo principal

No corpo está localizado internamente o sistema de transmissão responsável

pelo movimento de Tilt. Para se ter acesso a esses componentes, há uma tampa em ambos

os braços, bem como uma outra tampa na parte superior, que dará acesso a parte dos

componentes da parte superior.

Também para evitar qualquer tipo de translação entre as paredes opostas do

equipamento, foram colocados eixos paralelos, com a finalidade de manter a simetria. Essa

simetria é de fundamental importância na hora da montagem dos eixos da transmissão, pois

uma simetria imperfeita pode acarretar uma não conclusão da montagem.

Page 44: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

39

O corpo também abriga os conectores, os quais farão a ligação entre o conjunto

câmera e lente, com a caixa de controle. Nele serão conectados os cabos da câmera, e

depois internamente outros cabos sairiam desses conectores, enviando os sinais para a caixa

de controle.

Os posteriores estudos de materiais compósitos, mais especificamente a fibra de

carbono, foram feitos para serem implementados nessa estrutura. Os braços sofrem grandes

esforços de tração enquanto a base superior horizontal que os liga, sofre flexão. E com base

nisso, foi estudado como pode se configurar a fibra para esse propósito, sabendo que são

muitos os parâmetros que podem ser otimizados.

Figura 4.6 – Corpo principal do Equipamento.

Page 45: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

40

4.2.3 Corpo inferior

O Corpo inferior é o elemento que liga o Corpo principal à câmera e que

contêm o posicionador da câmera. É o responsável pelo movimento de Tilt, e também é

nele em que um dos ajustes de posicionamento é feito, no caso, elevar ou abaixar o

conjunto dele com a câmera.

Figura 4.7 – Corpo inferior + posicionador da câmera conectados ao sistema de transmissão de Tilt.

4.2.4 Posicionador da câmera

É no posicionador que a câmera será presa, e é nele que serão feitos os ajustes

para centralizar o centro de massa do conjunto, com os eixos dos movimentos.Para isso,

deve haver a possibilidade de transladar o conjunto nos 3 eixos. Como pode ser visto na

figura a seguir.

Page 46: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

41

Figura 4.8 – Posicionador da câmera.

Em cada movimento de translação, para a fixação foi pensado no uso de

parafusos, que exerceriam uma pressão na peça posicionadora travando o movimento.

4.3 Conectores e Acessórios

Nesses equipamentos, as câmeras se encontram relativamente distantes dos

equipamentos onde são conectados seus cabos, dependendo no caso do comprimento da

grua. Além disso, os movimentos da cabeça remota e da grua quanto operada podem fazer

com que os cabos assumam posições que prejudiquem a filmagem e a sua própria

manutenção. Dessa forma, para um melhor aproveitamento, as câmeras são conectadas à

própria cabeça remota (Figura 4.9). Cabos passam internamente a cabeça remota, e depois

seguem paralelamente à grua, conectando a caixa de controle (Figura 1.16).

Essas conexões são feitas principalmente por cabos BNC, de fibra óptica e DIN

de 4 vias, cada um com um propósito definido. A exemplo dos BNC, pegando como

exemplo a cabeça remota da marca Cammate [25], temos as entradas para vídeo1 e video2,

trico e time code. Os conectores BNC (Bayonet Neill–Concelman) é um modelo usado para

conexão de cabos coaxiais e são usados com rádio, televisão e outros equipamentos

eletrônicos de rádio freqüência, instrumentos de teste e sinais de vídeo. Os do tipo DIN

Page 47: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

42

foram inicialmente padronizados para sinais de áudio analógico e posteriormente tem sido

usados em aplicações de vídeo analógica se para interfaces digitais.

Os conectores DIN serão fixados no equipamento por meio de dois parafusos, o

dispositivo pode ser visto na figura 4.11. No caso do de fibra ótica será a mesma forma de

fixação. Os conectores BNC possuem sua extremidade rosqueada, sendo assim feita a

fixação no mecanismo (figura 4.10)

Figura 4.9 – Conectores da cabeça remota Cammate Standard Fiber Optic cable.

Assim, para se usar na cabeça remota, foram escolhidos os seguintes

conectores:

Figura 4.10 – Conectores Fêmea e macho BNC [10].

Page 48: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

43

Figura 4.11 - Conectores DIN Fêmea e macho 4 vias [10].

Figura 4.12 – Conector para fibra óptica SMA [10].

Figura 4.13 – Cabos BNC e DIN [25].

Page 49: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

44

Os cabos sairiam da cabeça remota e percorreriam a grua protegidos, tal qual

pode ser visto nos modelos da JimmiJib.

Figura 4.14 – Cabos saindo da parte superior da cabeça remota JimmiJib.

Conectada a câmera à cabeça remota, os cabos irão ser conectados em uma

caixa de controle. Nela serão conectados também os joysticks para controle dos

movimentos e velocidades da cabeça remota.

Para o projeto serão usados esses acessórios da Cammate, tanto a caixa de

controle quanto os joysticks para controle dos movimentos e de controle do foco.

Page 50: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

45

4.4Conexão com a grua

Cada grua possui um determinado tipo de conexão, sendo assim, a parte

superior da cabeça remota pode ser reprojetada dependendo da configuração desejada. Foi

decidido manter uma configuração padrão.

Figura 4.15 – Conexão da cabeça remota com a grua para o modelo Cammate.

4.5Acoplamento da câmera

Com relação às câmeras, cada marca também possui um tipo de acoplamento. A

conexão da câmera é feita em um determinado posicionador, e este na cabeça remota. A

necessidade de um posicionador é devido às diferentes configurações e dimensões de

câmeras. Sendo assim, há esse posicionador que serve de intermédio para os diferentes

modelos de câmeras. Como exemplo, há um da Sony e um da ArryAlexa:

Page 51: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

46

Figura 4.16 – Mesa para se conectar câmeras Sony. Posteriormente se acopla essa na cabeça remota.

Figura 4.17 – Mesa para se conectar câmeras ArryAlexa. Posteriormente se acopla essa no

posicionador da cabeça remota.

Page 52: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

47

5. DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DE

COMPONENTES

5.1Seleção do Sistema de Transmissão

A grande maioria dos equipamentos pesquisados se dividiam em dois tipos

quanto ao sistema de transmissão usado para ambos os movimentos, por correia ou por

engrenagens. Foi escolhido o uso de correias para os movimentos de Pan e Tilt da cabeça

remota, tendo em vista que se trata de um sistema de bastante versatilidade e segurança.

Com algumas características bastante desejadas [23]:

Facilidade de montagem e manutenção

Reduzem significativamente choques e vibrações devido à sua flexibilidade e ao

material que proporciona uma melhor absorção de choques e amortecimento,

evitando a sua propagação

Funcionamento mais silencioso

Padronização

Permitem boas variações de velocidade

A questão de ruídos no funcionamento é de fundamental importância nesse

caso, pois a cabeça remota deve operar em sets de filmagens, em que situações de extremo

silêncio ocorrem com freqüência. Ainda deve-se levar em consideração a questão humana,

no caso, pessoas ligadas à área, que são bastante criteriosas com respeito a isso. Às vezes

um ruído, por menos que seja, pode comprometer a execução do trabalho na visão de

alguns diretores ou pessoas do ramo.

Optou-se pelo uso de correias dentadas, e para a sua seleção, foram usados

dados do catálogo de correias da Gates [12] [13]. Os passos são descritos no catálogo e no

anexo 3.

Page 53: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

48

Figura 5.1– Correias do tipo dentadas [23]

Com isso, os modelos selecionados foram:

Correia: 162XL

Polias: 20XL037

60XL037

Uma vez decididos os componentes pode-se dimensionar a parte estrutural, pois jáse

dispõe de alguns dos parâmetros dimensionais que influenciam diretamente no planejamento da

estrutura, como o diâmetro da maior polia, e distância entre centros.

Para o posicionamento do conjunto, há a possibilidade de o sistema estar interna ou

externamente na estrutura. Por motivos de segurança, bem como para evitar poeira,

umidade ou qualquer outro fator externo que possa ocorrer eventualmente, decidiu-se

colocar o sistema internamente à estrutura. Tal decisão faz com que o posicionamento dos

mancais e da própria polia, assumam uma configuração diferente da que se teria caso fosse

posicionado o sistema externamente a estrutura, influenciando nos cálculos das forças

atuantes e conseqüentemente no dimensionamento dos eixos. Essa configuração, além dos

motivos já mencionados, costuma oferecer a possibilidade de se trabalhar com diâmetros

menores para eixos, pois na outra configuração, dependendo da distancia entre a polia e o

mancal mais próximo (“b” na figura 5.2), se essa for muito grande, há um maior momento

fletor atuante, fazendo com que se use diâmetros maiores de eixo caso de queira manter

uma mesma deflexão.

Page 54: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

49

Figura 5.2 – Disposição dos mancais e da polia no eixo para o caso de posicionamento externo do

sistema de transmissão. [14]

Figura 5.3 - Disposição dos mancais e da polia no eixo para o caso de posicionamento interno do

sistema de transmissão [14].

Page 55: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

50

Figura 5.4 – Deflexão para configuração externa, ou caso da polia localizada em uma das pontas[21].

Figura 5.5 – Deflexão para configuração Interna, polia entre os mancais [21].

Page 56: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

51

Figura 5.6 – Deflexão para configuração interna com apoio centralizado [21].

5.2 Forças atuantes

Quando se instala o conjunto de polias e correia, há a tensão básica de instalação

[14]. Para o calculo dessas tensões é aplicado o método numérico da seguinte forma:

Figura 5.7 – Deflexão no conjunto correia com polias [14].

Page 57: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

52

,[14] (5.1)

Onde:

,[14] (5.2)

Sendo:

[Tabela 3.1]

( )

Page 58: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

53

Tabela 5.1 – Valores catalogados pelo fabricante [14].

Sendo assim, para cada conjunto tanto no movimento de Pan quanto no de Tilt,

tem-se:

[ ]

[ ]

Page 59: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

54

Também é feito os cálculos referentes de deflexão que ocorrerá na correia durante

sua operação. Para isso também é usado dados catalogados pelo fabricante, onde se tem a

força mínima e máxima de deflexão:

(

)

(5.3)

(

)

(5.4)

Onde:

√ (

)

,[14] (5.5)

[ ]

[Tabela 5.1]

Assim, tem-se, para o movimento Pan:

Deflexão min = 2.46 [N]

Deflexão Max = 2.65 [N]

E para o movimento Tilt:

Deflexão min = 2.18 [N]

Deflexão Max = 2.34 [N]

Para determinar as forças atuantes na transmissão, como a força inicial e

posteriormente o diâmetro do eixo, deve-se calcular primeiramente o ângulo de

abraçamento que ocorre entre a correia e a polia:

Page 60: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

55

Figura 5.8 – Distribuição das forças no sistema de transmissão por correia [23].

( ( )) [ ](5.6)

(5.7)

= 141,78 = 2,47 rad

= 218,22 = 3,81 rad

Com os ângulos de abraçamento tem-se:

(5.8)

ϒ = 38,22 = 0,67 rad

Para se calcular e , faz-se uso de duas equações, resolvendo assim o sistema:

( )( ) [23] (5.9)

( )( ) [23] (5.10)

Page 61: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

56

Onde:

( )

Dessa forma, tem-se um conjuntos de tensões para cada polia e em cada um dos

dois movimentos realizados pelo aparato. A multiplicação do diâmetro pela rotação, gera

um resultado igual para ambas as polias, já que são parâmetros correlacionados, tem-se

assim um só valor de e para cada um dos movimentos. Os valores das tensões assim

são:

Para o movimento Pan:

[N]

[N]

Para o movimento Tilt:

[N]

[N]

Pode-se assim encontrar a força resultante desses esforços, ou tensão resultante, da seguinte

forma:

( ( )) [ ] (5.6)

[N]

[N]

Page 62: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

57

E as cargas iniciais sendo:

(5.11)

= 26.6 N

= 31.3 N

Para melhor se ajustar a correia às polias na hora da montagem, foi escolhido usar

um tensionador. Mas seu uso se restringiria a auxiliar na montagem, sendo assim sua

influencia nos cálculos devem ser o menor possível, não constando dessa forma mudanças

referentes à sua aplicação. O uso do tensionador também aumentaria o ângulo de

abraçamento de ambas às polias, o que afeta de maneira positiva o funcionamento do

conjunto, pois há maior área de contato entre as polias e a correia, melhorando o

movimento.

5.3 Cálculo do Diâmetro para os Eixos

Para se determinar os diâmetros mínimos, deve-se fazer um diagrama de corpo

livre em todos os 5 eixos que irão fazer parte do sistema, para assim determinar o maior

momento fletor presente no eixo. O diagrama do movimento de Tilt irá ser diferente em

relação ao do Pan no eixo da polia movida, será no movimento de Tilt que o posicionador

para a câmera estará apoiado, influenciando no momento e assim na deflexão máxima,

como pode ser visto na figura 5.9. No movimento de Pan, esse eixo dará suporte para

segurar o corpo principal da cabeça remota junto com o conjunto câmera mais lente, além

de ser por ele que passarão os cabos de audiovisual da câmera. Sendo assim, ele não será

maciço, mas sim um tubo, por onde passarão os cabos. O conjunto também foi colocado na

parte superior, a parte que se encontrará fixa e presa a grua, sem realizar, portanto,

movimento em relação ao corpo principal da cabeça remota em que se encontra a câmera,

como pode ser visto na figura5.10.

Page 63: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

58

Figura 5.9 – Sistema de transmissão Tilt.

Page 64: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

59

Figura 5.10 – Sistema de transmissão Pan.

Page 65: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

60

Figura 5.11 – Braço Direito, contendo um dos eixos que suporta o corpo inferior.

Para a árvore que será conectada ao motor e a polia menor, o diagrama de corpo

livre já está representado na figura 5.5. Para o eixo que não possui polia (Figura 5.11), o

qual sustenta o corpo inferior da câmera, o digrama de corpo livre será igual ao da

figura5.4. O eixo da polia movida do sistema de transmissão de Tilt tem o diagrama de

corpo livre da figura 5.12, em que a força do corpo inferior vezes seu braço de alavanca são

substituídos por um momento M1.

Page 66: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

61

Figura 5.12 – Deflexão para o eixo movido do movimento de Tilt [21].

Sendo assim, são calculados todos os momentos máximos em todos os eixos nos

sistemas de transmissão e determinar seu diâmetro mínimo usando alguns critérios de

falhas. Tendo em vista que durante a operação o equipamento estará sujeito a esforços

estáticos e dinâmicos, ambos os tipos de critérios serão usados.

Page 67: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

62

Os principais critérios são:

Critério de máxima tensão cisalhante

[

( ) ]

(5.12)

Critério da máxima energia de deformação

[

(

) ]

(5.13)

Critério de deformações Lineares

Assumirá diferentes resultados dependendo do tipo de carregamento, assim:

[

( )

]

(5.14)

[

( )

]

(5.15)

[

[

( )

( )]]

(5.16)

Equação de Sodemberg

Para carregamento dinâmico, usa-se a equação de Sodemberg:

[

((

) (

)

)

]

(5.17)

Page 68: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

63

Levando então em consideração cada critério, foi desenvolvida uma planilha em

Excel® para avaliar os diâmetros mínimos que se deveria ter para cada um deles em

relação a cada um dos eixos. Na tabela a seguir, foram avaliadas as forças atuantes em cada

eixo, ocasionando forças nos mancais: e . Depois, os momentos máximos segundo

cada diagrama de corpo livre, e então os resultados dos critérios. No final é tomado o maior

valor encontrado como sendo aquele de menor diâmetro permitido.

Tabela 5.2 – Forças nos apoios e diâmetros dos eixos.

Page 69: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

64

Onde está destacado para cada um o maior resultado obtido nos critérios.

Para isso, foram definidos:

[ ],[21]

[ ],[21]

[ ],[21]

Quando ao eixo movido do movimento de Pan, por se tratar de um tubo e não de

um eixo maciço, algumas considerações foram feitas com relação aos critérios de falha. Seu

desenvolvimento partiu da consideração do momento de inércia de um eixo, o que deve ser

adaptado para o caso de um cilindro vazado. Como se segue:

Figura 5.13 – Inércia para eixos vazados [21].

Sendo assim, os critérios sofrem adaptações. Nesse novo caso, se tem agora como

parâmetro não apenas o diâmetro externo, com o qual se checava o seu diâmetromínimo,

mas também o interno. Sendo assim, dispõe-se de um parâmetro alternativo vinculado, que

é a espessura. É estipuladoassim um diâmetro externo, e se encontra um diâmetro interno

compatível, de forma que a espessura seja satisfatória, tanto na questão de resistência

estrutural quanto em não atrapalhar na finalidade de passagem dos cabos.

Apesar dos valores encontrados, por motivos de necessidade de projeto, foram

escolhidos eixos maiores. No caso do eixo para o pinhão, este será conectado ao eixo do

Page 70: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

65

motor, e a transmissão de torque será feita por um chaveta. Dessa forma, como o eixo do

motor é de 6 mm, não havia possibilidade de trabalhar com essa ordem, sendo escolhido

trabalhar com um eixo de 12 mm para a parte motora, estando esse tamanho também dentro

daquele recomendado pelo catálogo das polias. Quanto à dimensão do eixo da parte movida

resolveu-se usar o mesmo que da parte motora por se adequar as especificações e

recomendações do fabricante das polias usadas, as quais tem um diâmetro mínimo

dependendo do modelo, como pode ser visto no anexo 10.

Figura 5.14 – Montagem do motorredutor com o eixo.

5.4 Seleção dos Rolamentos

Os mancais de rolamento de esferas suportam esforços radiais e axiais [15] e

representam uma ótima escolha para as necessidades de projeto. São tipos padronizados e

bem comuns no mercado, possuindo assim um vasto leque de possibilidades quando a

dimensões, tipos e conseqüentemente resistência. Foram usados os rolamentos da NSK

(Anexo 12), e com isso, seu catálogo foi tomado como parâmetro para a seleção dos

rolamentos que melhor se adequassem as necessidades, ou verificar se os escolhidos podem

ser usados com segurança quanto a falhas.

Os cálculos da seleção dos rolamentos estão presentes do anexo 11, e os

rolamentos escolhidos estão especificados na tabela a seguir, junto com os resultados

obtidos. A mesma tabela está presente no anexo 11 no fim dos cálculos.

Page 71: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

66

Tabela 5.3 – Rolamentos escolhidos.

Page 72: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

67

Onde A e B são os apoios dos mancais nos eixos, cada um em uma extremidade. A

localização dos rolamentos, assim como seu encaixe, pode ser visto nas figuras 5.9, 5.10 e

5.11 .

Figura 5.15 – Rolamentos fixos de esferas [15].

5.5 Adesivos

Parte da fixação de componentes ficou a cargo do uso de adesivos de engenharia,

para isso foi verificado nos catálogos da Locktite [24], os produtos que melhor atendem

nossas necessidades de projeto. O final do tubo de 30 mm, acaba por sustentar parte do

equipamento, sendo assim, a fim de evitar um deslizamento em sua parte rosqueada, foi

utilizado o uso de um fixador de roscas da Locktite como é visto do anexo 13. Diante dos

produtos disponibilizados em catálogo também se optou por um protetor de correias, e um

retentor para se usar na conexão entre o eixo e os rolamentos. Para a união estrutural dos

elementos, foi escolhido o uso de adesivos epóxis, por proporcionarem uma união mais

rígida e menos flexível, possuírem uma maior resistência mecânica e química e poderem

ser usados em superfícies pequenas e médias. Pode-se ver de forma mais detalhada no

anexo 13.

Page 73: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

68

6. MATERIAIS COMPOSTOS

6.1Fibras de Carbono

O projeto de uso de materiais compósitos na estrutura da cabeça remota tem,

portanto esse propósito, de melhorar suas propriedades mecânicas, ao mesmo tempo em

quase pode trabalhar com um equipamento mais leve. Como já foi visto, o comprimento

das gruas depende bastante do peso do equipamento, e se por vezes é necessário trabalhar

com câmeras bastante pesadas, a possibilidade de se ter uma cabeça remota leve, é de

fundamental importância, pois possibilitaria uma maior lança da grua.

As fibras de carbono vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado em virtude

dos benefícios que os materiais compósitos como um todo oferecem, mas também por ela

apresentar vantagens frente a algumas opções de compósitos. No que diz respeito às essas

aplicações, se pode citar: aeronaves, equipamentos esportivos, indústria de autos,

aplicações industriais, dentre outras.

Considerando o módulo de elasticidade, é possível classificar as fibras de carbono

em quatro tipos: Ultra-alto módulo (UHM), Alto módulo (HM), Módulo intermediário (IM)

e Baixo módulo (LM). E quanto à resistência a tração em dois tipos: Ultra-alta resistência

(UHS) e Alta resistência (HS).

Foi escolhido trabalhar com fibras do tipo Alto módulo (HM), em virtude de suas

propriedades e da necessidade, e usar uma matriz polimérica poliéster, por considerar ser

uma das escolhas mais comumente feitas e de suas propriedades, casadas com as da fibra

HM possivelmente estarem dentro da expectativa, como será analisado posteriormente.

Page 74: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

69

Tabela 6.1– Propriedades estimadas de alguns tipos de fibras [17].

Page 75: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

70

Tabela 6.2– Propriedades estimas de alguns tipos de matrizes [17].

6.2 Módulo de Elasticidade da Manta

Um dos processos bastante usados na aplicação das fibras consiste na utilização de

estruturas laminadas, constituídos de sucessivas laminas de fibras impregnadas de resina

segundo uma orientação. Um laminado portanto, é feito de um número dessas laminas

sobrepostas.

Page 76: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

71

Figura 6.1– Esquema da constituição de um laminado [16].

Para cada uma dessas laminas há um comportamento, dependendo da orientação de

suas fibras, bem como das propriedades de cada um de seus componentes. Deve-se então

primeiramente, determinar o modulo de elasticidade de uma lamina composta pelos

materiais escolhidos para o projeto, a fibra HM e a resina poliéster. A partir da

determinação do modulo de elasticidade, é possível definir as deformações que a estrutura

pode sofrer diante de uma determinada tensão proveniente de um carregamento. Pegando

como exemplo lâminas unidirecionais, calcula-se o modulo de elasticidade nas direções

longitudinal e transversal à das fibras.

Figura 6.2– Corpo de prova com extenso metros dispostos ortogonalmente e com esforço uniaxial

longitudinal às fibras [16].

Assim, partindo da Lei de Hooke, se chega às seguintes equações, conhecidas

como Regra das mesclas:

( ) (6.1)

Page 77: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

72

[ ( ) ] (6.2)

Sendo:

: Modulo de elasticidade longitunial as fibras

: Modulo de elasticidade trnsversal as fibras

: Modulo de elasticidade da fibra

: Modulo de elasticidade da matriz

: Volume de fibra, sendo .

Das tabelas 6.1 e 6.2, pode-se tirar:

Para , considera-se um volume percentual de 0,6 [16]. Que é um volume que foi

usado como padrão na maioria dos materiais pesquisados[16],[17].

Assim se chega aos seguintes resultados:

6.2.1 Equações Constitutivas para Materiais Compostos

Considerando apenas o estado plano de tensões, dispondo dos módulos de

elasticidade, é possível chegar aos dados referentes à rigidez do material, o que acaba

tomando a forma de uma matriz 3x3:

Page 78: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

73

(6.3)

Onde:

(6.4)

Sendo:

e

( )e

(6.5)

Considerando os dados obtidos na tabela 7 e 8, se encontra a seguinte matriz:

[

] [

] [

] (6.6)

Dessa forma, pode-se chegar a dados referentes às deformações ou tensões da

lamina. Mas se sabe que isso se aplica para lâminas orientadas longitudinalmente, e que os

ângulos podem variar. Além disso, há a soma de outras laminas, as quais podem então

cada uma possuir uma orientação, e isso ocasionar profundas mudanças na resistência

mecânica do material composto.

Para se determinar a rigidez em compósitos com fibras com outras orientações, é

preciso mudar o sistema de eixos, e aplicar as equações de equilíbrio estático.

Page 79: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

74

Figura 6.3– Mudança na orientação dos eixos [16].

Assim se chega a uma matriz de transformação na forma:

(6.7)

(6.8)

Sendo s e c nas matrizes, seno e cosseno respectivamente.

Quando considerado apenas um estado plano de tensão, no caso com

, a matriz de resistência do material composto em relação aos eixos de referencia

se torna:

Page 80: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

75

(6.9)

Os materiais compostos são na maioria dos casos utilizados na forma de laminados,

onde as lâminas são coladas umas sobre as outras com orientações e espessura das fibras

podendo ser diferentes uma das outras.

No estudo do comportamento em membrana dos materiais compósitos, é

considerado um laminado de espessura h com n laminas de espessura cada uma. As

forças normais por unidade de comprimento transversal são denotadas por ,

enquanto as forças cortantes por unidade de comprimento transversal são .

Page 81: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

76

Figura 6.4– Distribuição de esforços em um laminado de material compósito [16].

Sendo:

(6.10)

Reorganizando a matriz de rigidez para o caso de várias laminas, deve-se

considerar a rigidez de cada uma, bem como a influencia da orientação de suas fibras e de

sua espessura. Será admitido ao índice A esse somatório, em que se tem:

(6.11)

E assim se chega a uma nova matriz de rigidez:

Page 82: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

77

(6.12)

Ou

(6.13)

6.2.2 Caso de flexão

Também se deve considerar a flexão do laminado diante de esforços

perpendiculares. Com isso, os momentos são determinados da seguinte maneira:

(6.14)

Page 83: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

78

Figura 6.5– Flexão em um laminado [16].

Onde os momentos são representados por , e os campos de

deslocamento são representados por u, v e w. Têm-se assim as seguintes equações:

(6.15)

(6.16)

(6.17)

E as deformações angulares sendo:

(6.18)

Page 84: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

79

Onde as curvaturas são normalmente escritas da forma:

,

e

.(6.19)

Dessa forma, segundo a Teoria clássica de Laminados (T.C.L), encontra-se a

matriz:

(6.20)

Onde:

(6.21)

(6.22)

Feitas todas as considerações, é possível encontrar as deformações no laminado

escolhido a partir dos diferentes esforços que sofrerá o equipamento, e posteriormente

verificar sua aplicabilidade segundo a utilização de algum critério de falha, como será

visto.

Page 85: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

80

6.3 Dimensionamento da Estrutura

A carenagem será feita de alumínio, com espessura de 3mm e a fibra iria cobrir o

corpo principal com uma espessura definida pelos cálculos que serão feitos. Para esses

cálculos é necessário avaliar o esforço que cada região do corpo principal está submetido,

no caso tração nos braços do “U”, e flexão na região superior. Em função da distribuição

dos esforços e das dimensões se pode dimensionar os componentes da carenagem.

Os braços estariam sob tração, e flexão quando submetidos ao torque do

movimento de Tilt (Figura 6.6). Já a parte superior do corpo principal, que une os dois

braços do “U”, estaria sofrendo uma flexão, devido aos esforços perpendiculares de ambos

os lados que estariam vindo dos braços (figuras 6.7 e 6.8). Para o diagrama de momento

fletor, foi considerado como sendo o peso da câmera + lente dividido nos braços, mais

o peso estrutural do braço, para isso também foi considerado um mesmo peso para ambos

os braços. E como sendo a distância entre os braços do corpo em “U”.

Figura 6.6 – Tração nos braços e componente vertical do corpo inferior

Page 86: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

81

Figura 6.7 – Flexão na base do corpo principal e base do corpo inferior

Figura 6.8 – Diagrama de momento fletor da região da base do corpo principal.

Page 87: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

82

A disposição das lâminas no laminado também pode exercer influência quando a

sua curvatura e deformação perante os mesmos esforços. Dessa forma, os laminados

podem ser organizados de forma simétrica ou anti-simétrica, e de forma balanceada ou não

balanceada. A simetria diz respeito às fibras estarem distribuídas de forma que para cada

orientação de fibra na parte superior, uma fibra de mesma orientação deve estar presente

na parte inferior, ambas dotando de mesma distancia em relação ao meio no laminado.

Quanto ao balanceamento, ele diz respeito à soma dos ângulos serem iguais a zero.

Figura 6.8 – Exemplo de uma distribuição balanceada e simétrica [16].

Escolheu-se um laminado simétrico, pois em caso de anti-simetria há a

possibilidade de o laminado fletir mesmo sem a presença de forças perpendiculares,

mediante somente forças no plano da membrana, o que de fácil observação, pois cada

camada apresentaria uma resistência diferente e assim o conjunto é passível de apresentar

curvatura.

Quando a escolha das orientações, na parte dos braços que sustentam o

posicionador da câmera, os esforços vão ser basicamente uniaxiais de tração. Sendo assim,

o mais correto seriam fibras nesse sentido. Escolheu-se o uso de um laminado de 4

lâminas, cada uma com uma espessura de 0,5mm sendo duas dessas a 0º,

longitudinalmente aos esforços de tração. As demais foram escolhidas com um ângulo de

45º, para se assegurar qualquer outro esforço proveniente, por exemplo, de um mau

posicionamento da câmera ou imprevistos. Sendo assim o laminado organizado da

seguinte forma (0º/45º/45º/0º). A parte da base fica sujeita a flexão devido à força oriunda

dos braços, para essa região, resolveu-se usar uma configuração (0º/30º/30º/0º), tendo em

Page 88: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

83

vista uma que as fibras apresentam maior resistência a flexão da lamina quando dispostas

longitudinalmente.

Para que se possa avaliar a resistência das fibras mediante os carregamentos, é

necessário então que avaliar as equações de forma a chegar da matriz de rigidez e

averiguar os casos. Para isso é necessário encontrar as matrizes constitutivas de cada

lamina e posteriormente as submatrizes A, B e D do laminado na qual estão inseridas. Já

se dispõe da matriz Q, as demais são fruto da multiplicação dessa por uma matriz

transformação, como visto, assim se tem:

[ ̅] [

]

[ ̅] [

]

[ ̅] [

]

Portanto, para a seqüência (0º/45º/45º/0º), são encontradas as seguintes matrizes A, B e C:

[ ] [

]

[ ] [

]

[ ] [

]

Tem-se assim a matriz de resistência:

Page 89: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

84

[

]

[

]

[

]

Considerando um esforço é encontrada a seguinte matriz de

deformação:

[

]

[ ]

Seguindo o mesmo procedimento, para o laminado (0º/30º/30º/0º), perante um

momento de , é encontrada a matriz de deformação:

[

]

[

]

6.4Critérios de Ruptura

Os critérios de ruptura têm por finalidade avaliar a resistência mecânica de

estruturas laminadas. A ruptura de estruturas laminadas em material composto pode se dar

por: ruptura das fibras, ruptura da matriz, de coesão fibra/matriz, de laminação, e outros.

Será utilizado o critério de máxima tensão, o qual estipula que a resistência mecânica da

lamina analisada é atingida quando uma das 3 tensões as quais a lâmina está sendo

submetida a atingir o valor da tensão de ruptura correspondente:

Page 90: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

85

(6.23)

Em que representam as tensões transversal, longitudinal e de

cisalhamento no plano da lâmina. representam as resistências mecânicas na direção

longitudinal em compressão e em tração, representam as resistências mecânicas na

direção transversal em compressão e em tração e S representa a resistência mecânica ao

cisalhamento. Na tabela, é possível ter um valor aproximado das resistências mecânicas do

composto, nela são representados valores de uma mistura de resina polimérica + fibras, na

ordem de 0.6, tal qual foi utilizado.

Tabela 6.3 – Tabela de valores para uma mistura resina polimérica + Fibras em 0.6% [17].

Sendo agora, a partir das deformações obtidas e das matrizes de resistência de cada

lâmina, necessário analisar sua possibilidade de ruptura. É importante primeiramente que

se tenham as tensões provenientes das deformações dos compósitos. Cada lâmina em um

Page 91: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

86

laminado, apresentará a mesma deformação, sendo, porém sua rigidez diferente,

apresentando então diferentes tensões. O que será analisado é se são capazes de suportar

tais tensões que surgirão.

(6.24)

(6.25)

Têm-se assim as seguintes tensões para o laminado dos braços da cabeça remota:

Para as laminas de 0º em Z = 1 e Z = -1

[

] [

]

Pelo critério de tensão máxima:

(6.26)

(6.27)

Para as laminas de 30º em Z = 0,5 e Z = -0,5

[

] [

]

Pelo critério de tensão máxima:

Page 92: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

87

Resolveu-se testar a hipótese de se trabalhar com um laminado de apenas duas

laminas de 30º, tendo em vista que os resultados estavam apresentando certa margem de

segurança bastante confortável. Dessa forma se tem:

Para as lâminas de 30º em Z = 0,5 e Z = -0,5

[

] [

]

Pelo critério de tensão máxima:

Sendo possível utilizar apenas duas laminas no laminado sem comprometer a

estrutura do equipamento. É verificado que um laminado de 4 laminas para esse propósito

era uma configuração conservadora.

Para o laminado que sofrerá flexão, mantendo a idéia de se trabalhar com um

laminado composto por 4 laminas, se tem as seguintes tensões:

Para as laminas de 0º em Z = 1 e Z = -1

[

] [

]e[

] [

]

Pelo critério de tensão máxima:

| |

| |

Para as laminas de 30º em Z = 0,5 e Z = -0,5

Page 93: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

88

[

] [

] [

] [

]

Pelo critério de tensão máxima:

| |

| |

Novamente é testada a possibilidade de se trabalhar com um laminado de duas

laminas de 30º. São obtidos os seguintes resultados:

Para as laminas de 30º em Z = 0,5 e Z = -0,5

[

] [

]e[

] [

]

Pelo critério de tensão máxima:

| |

| |

Sendo também possível a utilização desse novo laminado.

Fica, portanto definido a utilização para toda a estrutura de um laminado com fibra

de carbono e matriz de poliéster, composto de duas laminas de 0,5mm orientadas de 30º.

Como já mencionado, os cálculos foram feitos levando em consideração regiões do

corpo principal e a influencia das cargas atuantes dessas regiões. Sendo assim, o projeto

vislumbra a utilização do material compósito nessas regiões que compõem o corpo

principal.

Page 94: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

89

7. CONCLUSÃO

O presente projeto teve por objetivo aplicar alguns dos conhecimentos adquiridos

durante a graduação em engenharia mecânica, tais como referentes a projetos e

dimensionamentos, seleção de matérias e elementos de maquinas.

Também foram importantes as pesquisas sobre o mercado de áudio visual, mais

especificamente no âmbito do cinema. Pesquisar os equipamentos que são usados e o

funcionamento de alguns deles, bem como das dificuldades e problemas que pessoas que

operam esses equipamentos enfrentam nas operações. Tudo se faz necessário para que se

possa desenvolver o produto da melhor forma possível.

Foram selecionados os motores, sistemas de transmissão, bem como

dimensionados eixos, chavetas, selecionados rolamentos e estudadas possíveis

configurações para montagem e fabricação de cada componente. Também foi feito um

estudo sobre materiais compósitos, mais especificamente sobre as fibras de carbono, e

também no meio de se calcular a melhor configuração de manta de acordo com nosso

propósito de projeto.

Foram obtidos resultados condizentes com a expectativa do projeto e com os

modelos que existem no mercado, mostrando que a modelagem e seleção de componentes

foi satisfatória. Os modelos usados de motor e redutor são compatíveis e de uma empresa

conhecida, bem como das polias e correias, os rolamentos também condizem com o

esperado; e o estudo sobre a possibilidade do uso de material composto mostrou que há a

possibilidade do uso de uma camada mais fina que a que se esperava, o que traria uma

grande economia de custo e agregaria valor ao projeto, pois tais materiais possuem ótimas

propriedades mecânicas.

As questões referentes à eletrônica necessária não foram abordadas por se tratarem

de um campo que vai além do proposto. É algo que pode ser estudado e pode dar

continuidade ao projeto, principalmente no que se refere à parte de controle. Todo o sistema

é controlado na já mencionada caixa de controle (figuras 1.16 e 1.17), e esse controle pode

ser avaliado de forma a se melhorar ou se adequar a algum projeto.

Page 95: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

90

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grande_Ditador

[2] http://lounge.obviousmag.org/cena_e_sequencia/2012/01/bonequinha-de-luxo---50th-

anniversary-collection.html

[3] http://ligacult.wordpress.com/2012/07/04/irmaos-lumiere-os-pais-do-cinema/

[4] http://malditovivant.net/2012/09/14/sua-ultima-chance-de-conhecer-o-mundo-magico-de-

georges-melies/

[5] http://www.bhphotovideo.com/

[6] http://www.mattedi.com.br/

[7] http://www.jimmyjib.com/

[8] http://www.abc-products.de/prospekte/remoteheads.pdf

[9] http://www.whites.com/equipment/remote-heads-and-cranes

[10]http://www.farnellnewark.com.br/

[11] http://www.maxonmotor.com/maxon/view/content/index

[12] http://www.gatesbrasil.com.br/

[13] http://www.gates.com/

[14] PowerGrip_GT2_Design_Manual

[15] http://www.br.nsk.com/

[16] Apostila: Curso de projeto estrutural com materiais compostos - Universidade Federal de Santa

Catarina Departamento de Engenharia Mecânica Grupo de Análise e Projeto Mecânico

[17] Apostila: materiais compostos - curso superior em tecnologia da fabricação mecânica,

professora: Renata Carla T. S. Felipe

[18] Polímeros como Materiais de engenharia, Eloisa Biasotto Mano, Editora Edgard BlucherLTDA

Page 96: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

91

[19] Processamento de Polímeros, SEBRAE-SP

[20] MENDONÇA, P. T. R. – Materiais Compostos & Estruturas-Sanduíches – Barueri, SP:

Manoele, 2005

[21] Joseph E. Shigley, “Projeto de Engenharia Mecânica”, 7ª Edição, Bookman, 2004

[22] Apostila: Processos de fabricação – Universidade Federal do Ceará, Tecnologia Mecânica

3 Prof. Hélio Cordeiro de Miranda

[23] Apostila: Elementos de Transmissão Flexíveis, Prof.Flávio de Marco UFRJ – Departamento

de Engenharia mecânica 2009

[24] http://www.loctite.pt/homepage.htm

[25] www.cammate.com

[26] http://www.brasilescola.com/historiag/breve-historia-televisao.htm

[27] http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/fabricantes-de-cameras-de-cinema-abandonam-o-filme-

em-pelicula

Page 97: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

92

Anexo 1 – Catálogo motor Maxon

Page 98: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

93

Anexo 2 – Catálogo Redutor Maxon

Page 99: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

94

Anexo 3 – Cálculos da correia

1º Passo – Determinação da potência de projeto

Sendo FS o fator de serviço, determinado a partir das condições de operação e ambiente

em que o sistema estaria exposto.

A partir do Anexo 4,se tem um fator de serviço de:

E um adicional de 0,1 em função da aceleração ser acima de 1,25 Rad/s²

Assim obtem-se:

( )

( )

2º Passo - Escolha da seção mais adequada

Tendo a potencia de projeto é possível selecionar a seção que melhor se enquadra as

necessidades do projeto, usando o Anexo 5:

Seção: XL (0.200 Pitch)

Sendo assim escolhido o mesmo tipo de correia para ambos os movimentos, Pan e Tilt.

O que é bastante interessante e facilita para futuros casos de manutenção, pois não há a

necessidade de trabalhar com modelos diferentes de correia, e tendo um estoque, ela pode ser

usada em ambos os sistemas de transmissão.

Page 100: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

95

3º Passo – Selecionar o comprimento da correia escolhida

Para selecionar o comprimento da correia, primeiro é escolhido, a partir da redução, o

melhor conjunto de diâmetros de polias, que atendam as necessidades de projeto.

Foi escolhido diante das opções que dispunha o conjunto de polias com 20 e 60 dentes, ou d =1,273

eD = 3,820 inches.

Com isso, uma vez que não há uma distância especifica entre os centros e também

nenhuma restrição quanto a isso no projeto,foi usado a recomendação de que:

Com isso encontra-se:

C = D = 3,82 inches = 97,03 mm

Dessa forma, se calcula o comprimento de correia mais adequado:

( ) ( )

No anexo 7, nota-se que o valor mais próximo desse recomendado é o de 3,89 inches, sendo assim:

= 3,89inches = 98,8 mm

E também se encontra a correia recomendada:

= 16,2 inches = 411,48mm

4º Passo – Seleção da largura

Há duas larguras disponíveis: 0,25 e 0,375. Optou-se pela correia de largura de 0,375

inches (9,53mm). Em seguida é verificado no anexo 8um coeficiente chamado de Power Rating, o

qual é usado para verificar se a correia, com aquela largura especificada é capaz de suportar

determinada carga. Não havia valores próximos aos de projeto, para isso foi feito no MatLab um

ajuste linear com os demais dados e assim uma interpolação, para que pudesse encontrar o valor que

Page 101: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

96

mais se aproximasse aquele pretendido, como pode ser verificado no anexo 9. O produto entre esse

coeficiente e a largura, deve ser superior a potência de projeto calculada no 1º passo, isso se verifica

de forma segura e com bastante folga para o sistema de transmissão de ambos os movimentos.

Tabela 3 – Resultados das larguras escolhidas

5º Passo – Seleção dos componentes

Uma vez selecionada a largura da correia e verificado a capacidade de suportar a carga de

projeto, é escolhido o conjunto de polias a ser usado no sistema de transmissão. No 3º Passo, foi

escolhido trabalhar com polias de 20 e 60 dentes, as quais davam diâmetros considerados

adequados para o projeto. Verificando o anexo 10, se tem todos os demais dados referentes ao

conjunto de polias que serão usadas, como o modelo e as suas respectivas dimensões.

Page 102: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

97

Anexo 4 – Fator de serviço, correias Gates

Page 103: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

98

Anexo 5 – Tabela para seleção do tipo de correia

Page 104: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

99

Anexo 6 – Tipos de correias e suas dimensões

Page 105: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

100

Anexo 7 – Tabela de seleção do conjunto correia e polias

Page 106: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

101

Anexo 8 – Tipos de correias

Page 107: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

102

Anexo 9- Taxas para correias de 0,375 polegadas de largura

Foi feita uma interpolação usando o Software MatLab, para se ter o resultado mais preciso.

Page 108: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

103

Anexo 10 – Polias selecionadas Gates

Page 109: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

104

Anexo 11 – Seleção dos Rolamentos

Para a seleção dos rolamentos a serem usados, deve-se determinar sua carga básica

C. A carga básica é um fator estipulado pelo fabricante que leva em conta a vida do

equipamento em função das horas de funcionamento e a rotação submetida da seguinte

forma:

Onde:

= Fator relacionado à vida do equipamento

= Fator relacionado à rotação

P = Carga dinâmica equivalente

Page 110: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

105

Figura 1 - Determinação dos fatores [15]

A partir dessa tabela, são determinados os valores desses fatores como:

, para uma vida de 10000h

, para uma rotação maxima de 20 rpm

Page 111: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

106

Para o calculo da carga dinâmica, é levado em consideração às cargas radial e axial

que os rolamentos estão tendo que suportar, bem como a relevância de cada uma dessas

cargas para a vida desse rolamento. É de conhecimento que alguns rolamentos são de

diferentes tipos e resistem de forma distinta a um tipo carregamento. Assim, para se

determinar a carga dinâmica, tem-se como parâmetro esses carregamentos e constantes

vinculadas a eles.

Onde:

P: Carga dinâmica equivalente (N)

Fr: Carga radial (N)

Fa: Carga axial (N)

X: Coeficiente de carga radial

Y: Coeficiente de carga axial

Para a determinação dos coeficientes foram seguidos os seguintes parâmetros:

Tabela 1 – Determinação dos coeficientes nos rolamentos NSK [15]

Tendo o carregamento, é possível calcular a carga dinâmica do sistema. E para

saber se ele se adéqua ao propósito, é necessário comparar essa carga a carga admissível

pelo rolamento. Tem-se assim que:

, Carregamento Leve

Page 112: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

107

, Carregamento Pesado

, Carregamento Normal

O que irá implicar posteriormente nos parâmetros de ajuste dos rolamentos, quanto

a folgas e interferências. Diante disso, para cada rolamento existem forças distintas atuantes

e assim também cargas dinâmicas diferentes. As escolhas dos rolamentos e os cálculos

quanto à carga dinâmica e sua classificação seguem:

Tabela 2 – Rolamentos escolhidos

Onde A e B são os apoios dos mancais nos eixos, cada um em uma extremidade.

Page 113: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

108

Anexo 12 – Rolamentos de esferas radiais NSK

Page 114: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

109

Anexo 13 – Produtos Locktite

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110

Page 116: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

111

Page 117: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

112

Page 118: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

1

2

3

4

660,0

520,0

70,

0

482,0

172

,9

70,0

100

Projeto Final

Nº Descrição Material/Fornecedor QDT.1 Parte Superior Aluminio 12 Corpo Principal Aluminio 13 Posicionador da Câmera Aluminio 14 Corpo Inferior Aluminio 1

Cabeça Remota26/01/14

26/01/14

26/01/14Romano

Romano

Bruno

PESO:

A4

FOLHA 1 DE 1ESCALA:1:10

DES. Nº

TÍTULO:

REVISÃONÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

MATERIAL:

DATAASSINATURANOME

DEBUR AND BREAK SHARP EDGES

ACABAMENTO:SE NÃO ESPECIFICADO:DIMENSÕES EM MILÍMETROSACABAM. SUPERFÍCIE:TOLERÂNCIAS: 0,1mm LINEAR: ANGULAR:

QUALID

MANUF.

APROV.

VERIF.

DES.

Page 119: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

70

630

,0

660,0

50,

0 5

0,0

50,

0 5

0,0

130

,0

100

,0

520,0

198

,80

4

5

6

2

3

50,

0

7

8

109

11

Parte estrutural que receberáa camada de Fibra de Carbono

130

,0

A

A

100

,0

100,0 127

,0

B

C

SEÇÃO A-A

ESCALA 1 : 5

1213 14 9

8,8

DETALHE B ESCALA 1 : 2

16

15

17

18

20

23

22

19

25

21

24

Fixação feita com adesivos industriais LockTite

Fixação feita com adesivos industriais LockTite

Fixação feita com adesivos industriais LockTite

Fixação feita com adesivos industriais LockTite

DETALHE C ESCALA 1 : 2

27

28

26

29

Fixação feita com adesivos industriais LockTite

Fixação feita com adesivos industriais LockTite

150,0

1

Nº Descrição Material/Fornecedor QDT.1 Tampa Superior Alumínio 12 Motor MAXON 13 Redutor MAXON 14 Conector DIN Farnell 25 Conector BNC Farnell 46 Conector Fibra Otipca SMA Farnell 17 Espaçador 30mm Borracha 18 Espaçador 12mm Borracha 29 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 2010 Arruela ANSI B18.22M Aço Inoxidavel 2011 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 3012 Eixo Alinhador Aço Baixa Liga 1013 Suporte Eixo Vazado Alumínio 114 Porca do eixo vazado Aço Inoxidavel 115 Rolamentos de esferas radiais NSK 6301 NSK 116 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 417 Suporte do mancal de rolamento 42mm Aço Baixa Liga 118 Polia 60XL037 Gates 119 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 220 Eixo da Polia Motora Aço Baixa Liga 121 Correia Dentada Gates 122 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 223 Eixo Polia Movida Aço Baixa Liga 124 Polia 20XL037 Gates 125 Tampa esquerda Aluminio 126 Eixo Braço Direito Aço Baixa Liga 127 Suporte do mancal de rolamento 37mm Aço Baixa Liga 528 Rolamentos de esferas radiais NSK 16001 NSK 529 Tampa Direita Alumínio 1

F

8

E

D

C

B

A

G

H

J

K

L

M

7654321 9 10 11 12 13 14 15 16

91 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12

K

G

A

B

C

D

E

F

H

J

Corpo Principal

Projeto Final

26/01/14

26/01/14

26/01/14Romano

Romano

Bruno

PESO:

A1

FOLHA 1 DE 1ESCALA:1:5

DES. Nº

TÍTULO:

REVISÃONÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

MATERIAL:

DATAASSINATURANOME

REBARBAR E QUEBRARARESTASAGUDAS

ACABAMENTO:SE NÃO ESPECIFICADO:DIMENSÕES EM MILÍMETROSACABAM. SUPERFÍCE:TOLERÂNCIAS: 0,1 mm LINEAR: ANGULAR:

QUALID

MANUF

APROV

VERIF

DES

Page 120: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

3

4

R65

130

,0

140,0

25

A A

1 2

98,80

77

SEÇÃO A-A ESCALA 1 : 2

8 9

10

7

17

11

12

13

14

2018

65

15 16 19

Fixação feita com adesivos Industriais Locktite

Fixação feita com adesivos Industriais Locktite

Fixação feita com adesivos Industriais Locktite

Fixação feita com adesivos Industriais Locktite Nº Descrição Material/Fornecedor QDT.

1 Parafuso tensionador M4X0.7 Aço Inoxidavel 12 Parafuso ANSI B18.6.7M M2.5X0.45 Aço Inoxidavel 23 Motor RE 25 ∅25 mm, Graphite Brushes, 20 Watt MAXON 14 Redutor GP 32 BZ ∅32 mm, 0.75–4.5 Nm MAXON 15 Polia 60XL037 Gates 16 Rolamentos de esferas radiais NSK 6806 NSK 27 Suporte do mancal de rolamento 42mm Aluminio 28 Suporte do tensionador Aluminio 19 Tensionador Aluminio 110 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 411 Rolamentos de esferas radiais NSK 6301 NSK 112 Suporte do mancal de rolamento 37mm Aluminio 213 Parafuso ANSI B18.6.7M M3X0.5 Aço Inoxidavel 214 Polia 20XL037 Gates 115 Eixo Vazado Aço carbono 116 Tampa Aluminio 117 Correia dentada Gates 118 Suporte do mancal de rolamento 28mm Aluminio 119 Eixo Polia Motora Aço carbono 120 Rolamentos de esferas radiais NSK 16001 NSK 1

Parte Superior

Projeto Final

26/01/14

26/01/14

26/01/14Romano

Romano

Bruno

PESO:

A3

FOLHA 1 DE 1ESCALA:1:2

DES. Nº

TÍTULO:

REVISÃONÃO MUDAR ESCALA DO DESENHO

MATERIAL:

DATAASSINATURANOME

REBARBAR EQUEBRARARESTASAGUDAS

ACABAMENTO:SE NÃO ESPECIFICADO:DIMENSÕES EM MILÍMETROSACABAM. SUPERFÍCIE:TOLERÂNCIAS: 0,1mm LINEAR: ANGULAR:

QUALID

MANUF.

APROV.

VERIF.

DESEN.

Page 121: projeto conceitual de equipamento para movimentação de câmera

150

150

R50

280

150

1

2

3

4 5

482

100

180 10

A A

SEÇÃO A-A ESCALA 1 : 2

6

8

7

Nº Descrição Material/Fornecedor QDT.1 Apoio do posicionador Alumínio 22 Mesa do posicionador Alumínio 23 ParafusoM8x1.25 Aço Inoxidavel 14 Soporte de movimentaçcão horizontal Aço Baixo Carbono 15 Suporte de movimentação frante tráz Madeira 1

6 Parafuso ANSI B18.6.7M M4X0.7 Aço Inoxidavel 2

7 Parafuso ANSI B18.6.7M M4X0.7 Aço Inoxidavel 2

8 Parafuso ANSI B18.6.7M M8x1.25 Aço Inoxidavel 1

6

D

C

B

A

E

F

G

H

E

A

B

C

D

F

54321 7 8 9 10 11 12

1 2 3 4 5 6 7 8

G

Posicionador e Corpo Inferior

Projeto Final

26/01/14

26/01/14

26/01/14Romano

Romano

Bruno

PESO:

A2

FOLHA 1 DE 1ESCALA:1:2

DES. Nº

TÍTULO:

REVISÃONÃO MUDAR A ESCALA DO DESENHO

MATERIAL:

DATAASSINATURANOME

REBARBAR EQUEBRARARESTAS AGUDAS

ACABAMENTO:SE NÃOESPECIFICADODIMENSÕES EM MILÍMETROSACABAM. SUPERFÍCIE:TOLERÂNCIAS:0,1 mm LINEAR: ANGULAR:

QUALID

MANUF

APROV

VERIF

DES


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