INTRODUÇÃO
Este é o maior filo de fungos, com algumas dezenas de milhares de espécies e ao
qual são colocados os populares fermentos, ou levedos e muitos bolores ou ―mofos‖ que
tanto nos aborrecem. Os ascomicetos caracterizam-se por formar, no ciclo de
reprodução sexuada, células especiais em forma de saco, os ascos, que originam como
evento final deste processo, por isso o nome do filo. Em certos ascomicetos, os ascos
ficam reunidos em corpos de frutificação carnosos chamados de ascocarpos, ou
ascomas.
Existem ascomicetos comestíveis como Morchella esculenta, muito apreciado
pelos amantes da culinária, e espécies que vivem em associações mutualísticas com
algas ou cianobactérias, formando liquens. Na maioria dos liquens, o fungo participante
é um ascomiceto.
A sistemática do grupo é baseada na morfologia das estruturas reprodutivas e
está em plena mudança. O grupo pode ser dividido em três classes: a classe
Archaeascomycetes, que agrupa as espécies que provavelmente surgiram primeiro ao
longo da evolução dos Ascomycota, a classe Hemiascomycetes que compreende fungos
unicelulares ou com micélio reduzido com ascos simples, sem a produção de ascomas.
1. DEFINIÇÃO
O Filo Ascomycota possui paredes cruzadas ou septos no micélio. O estado
perfeito é caracterizado pela formação de célula em forma de saco (asco) contendo
ascósporos. A maioria dos fungos patogênicos com estados perfeitos conhecidos
pertence a este filo. São organismos eucarióticos, e todas as células que os compõem
possuem pelo menos um núcleo e uma membrana nuclear, retículo endoplasmático,
mitocôndrias e aparelho secretório. Os fungos são em sua maioria, aeróbios
obrigatórios ou facultativos. São quimiotróficos (microrganismos que usam a energia
das reações de oxidação/redução de compostos inorgânicos, na ausência de luz, para
produzir matéria orgânica e manter seu metabolismo) e secretam enzimas que degradam
uma ampla variedade de substratos orgânicos em nutrientes solúveis, que são então
absorvidos passivamente ou capturados na célula por transporte ativo. O talo em certos
grupos pode ser unicelular, como em alguns fermentos, ou pseudomiceliais (leveduras
ascosporógenas), mas na maioria é formado por um denso micélio de hifas divididas em
células por septos transversais perfurados. Todas as estruturas possuem parede celular
em que a quitina é o componente principal, exceto nas leveduras ascosporógenas em
que a parede é principalmente formada por glicanos e mananos.
As espécies de Ascomycota podem ser homotálicas ou heterotálicas. Em geral, o
ciclo de vida é do tipo haplobiôntico haplonte, embora também ocorram as demais
possibilidades de ciclo de vida: haplobiôntico diplonte e diplobiôntico. Logo a fase
dicariótica nos Ascomycota é curta, completamente dependente da fase haplóide,
restrita ao desenvolvimento do asco e de função estritamente sexual.
2. IMPORTÂNCIA DOS ASCOMICETOS
O grupo apresenta considerável importância econômica além de sua grande
importância biológica como decompositor de substâncias orgânicas dos mais diversos
tipos. Em seus aspectos positivos devemos destacar os fermentos, que são ascomicetos
de talos simples, em geral unicelulares. Os fermentos, pela sua capacidade de decompor
a glicose em álcool etílico e gás carbônico, são fundamentais para a nossa civilização
que deles depende há milênios para a produção de pão, vinho, cerveja e outras bebidas
alcoólicas, ou mesmo de etanol, particularmente no caso do Brasil, como forma
alternativa de combustível para motores a explosão. No caso da fabricação do pão, sem
contar o enriquecimento em proteína das células do próprio fermento, o importante é a
produção de gás carbônico que faz a massa crescer, e não a produção do álcool.
Algumas substâncias altamente tóxicas – mas também fonte de drogas de grande
interesse médico – são extraídas de ascomicetos, como o ácido liségico, ou LSD, e a
ergotamina, ambos extraídos do esporão do centeio, causado pela infestação do
Claviceps purpurea. Além disso, as trufas e as morchelas, os fungos mais apreciados na
gastronomia, também são ascomicetos que parasitam plantas de interesse agrícola e que
―emboloram‖ e decompõem alimentos e produtos de origem orgânica que utilizamos
diariamente.
Os ascomicetos são fungos de distribuição cosmopolita que vivem
predominantemente em ambiente terrestre, podendo ocorrer em ambiente aquático
(tanto águas continentais como marinho). São predominantemente sapróbios, mas
muitos são parasitas de animais, algas, vegetais e de outros fungos. Os mutualistas
formam ectomicorrizas e podem ocorrer como endófitos. Além disto, a grande maioria
dos micobiontes liquênicos (a espécie de fungo no líquen) são da Subdivisão
Ascomycotina. Os fungos parasitas de vegetais causam sérios prejuízos econômicos em
culturas comerciais. Existem ainda muitos que são parasitas de animais, causando
enfermidades tanto em animais de interesse veterinário como em humanos. Além disto,
causam a biodeterioração de diversos produtos de comercialização, principalmente
alimentícios e têxteis. Por outro lado, algumas espécies de ascomicetos são amplamente
utilizadas em pesquisa biológica básica (Genética) e o potencial de utilização em
controle biológico é grande. Entretanto, é no setor industrial que os ascomicetos
alcançam grande importância econômica, especialmente devido às leveduras
ascosporógenas, que representam seguramente a maior fonte de renda proveniente de
produtos ou processos naturais de fungos: a indústria de processos fermentativos
(alimentos e bebidas fermentadas). São também utilizados na síntese de compostos
orgânicos, notadamente o etanol, ácidos orgânicos (cítrico), proteínas (enzimas),
lipídios, vitaminas (complexo B), além da própria biomassa fúngica (ascomas
comestíveis e levedura de cerveja).
O primeiro organismo eucariótico a ter o genoma completamente seqüenciado
foi um ascomiceto: Saccharomyces cerevisiae, que é uma levedura ascosporógena.
A maioria das espécies pode ser unicelulares como as leveduras ou ainda
espécies formadoras de hifas. Muitos destes fungos formam micorrizas associadas
principalmente em orquídeas. Podem ser encontrados em troncos em decomposição ou
no solo.
A utilização dos ascomicetos é muito diversificada, sendo usados em várias
indústrias como na farmacêutica, alimentícia, de bebidas alcoólicas e de combustíveis,
também são usados na biorremediação, na produção de laticínios, agricultura,
gastronomia e em poucos casos como parte da decoração de um jardim. Enfim são
enumeras suas utilizações Alguns exemplos de ascomicetos são:
Neurospora: bolor róseo, muito usado em pesquisas genéticas;
Tuber: trufas, com grandes ascorcarpos subterrâneos de excelente sabor, muito
apreciadas na cozinha européia;
Morchella: ascomicetos grandes e comestíveis;
Aspergillus e Penicillium: dois ascomicetos encontrados com frequência em
frutos podres. Eles dão a cor verde-azulada às laranjas emboloradas. Foi
Penicillium que Alexander Fleming, descobriu em1929, a penicilina, o primeiro
antibiótico. Ela impede a formação das paredes das células bacterianas, que não
podem, então, se reproduzir;
Diferentes espécies com o Penicillium, Fusarium produzem ocrotoxinas que
causam muitos problemas renais, sanguíneos e hepáticos;
Os Aspergillus produzem toxinas chamadas de aflatoxinas. Este fungo ataca as
sementes de muitas leguminosas (feijão, soja, amendoim) e gramíneas (milho,
arroz, trigo) são potentes substâncias. As sementes emboloradas usadas na
produção de ração animal, torta e farelo têm causado graves intoxicações, lesões
hepáticas (cirroses e necroses) e até a morte de aves, porcos e bovinos. Além
disso as aflatoxinas têm efeito cancerígeno em humanos, especialmente câncer
hepático, constatado em populações com alto consumo de amendoim
contaminado pelo bolor;
Saccharomyces: lêvedo ou fermento biológico da fermentação alcoólica. É
também conhecido como fermento Fleischmann, usado em panificação e
conservado em tabletes, em baixa temperatura.
Existem ascomicetos usados na indústria de laticínios para a produção de queijos
roquerfort e camembert.
Finalmente, cabe a citação da grande importância dos fungos em pesquisas de
citologia, genética, bioquímica e, mais, recentemente, biotecnologia.
3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Fungos do Filo Ascomycota, produzem seus esporos em esporângios específicos.
É um grupo monofilético ao qual pertencem inclusive a maioria das formas
anamórficas, leveduras e formas liquenizadas. A maioria dos ascomicetos possui
sistema somático filamentoso. Eles caracterizam-se por formar, no ciclo de reprodução
sexuada, células especiais em forma de saco, os ascos, de onde provém o nome do filo.
São denominados fungos superiores, principalmente porque possuem estrutura
consideravelmente mais complexa do que os outros fungos. São fungos comestíveis
onde as células diplóides origina 4 células haplóides. Cada uma dessas células sofre
mitose dando origem a 8 células haplóides.
Têm uma fase amebóide e outra flagelada. Formam plasmódios plurinucleados
que produzem esporos ciliados (zoósporos) e gametas. Vivem sobre tecidos vegetais
como saprófitas ou parasitas, penetrando no interior das células afetadas, sendo agentes
causadores de diversas doenças em plantas cultivadas (figura1).
Entre as principais características apresentadas por Ascomycetes, podem-se citar
os micélios septados, com parede celular contendo quitina e glucanas, e a produção de
um tipo especial de esporângio, denominado asco. Características macroscópicas
diferem Ascomycetes de outros fungos pertencentes a outras divisões, porém, são as
características microscópicas que são diagnósticas para o grupo.
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. Dois estados reprodutivos distintos
são produzidos e são conhecidos como teleomorfos ou estado perfeito, e anamorfo ou
estado imperfeito. Mesmo sua reprodução sendo realizada através desses dois processos,
sua classificação é baseada nas estruturas reprodutivas sexuais. No interior dos ascos
formam-se esporos sexuais denominados ascósporos. A maioria dos ascomicetos possui
talo filamentoso e suas hifas possuem septos transversais. Além dos ascósporos, os
ascomicetos produzem também outro tipo de esporos, os chamados conídios, que se
originam em hifas especiais. Os ascomicetos incluem espécies parasitas, saprófitas e
simbiontes. Algumas delas causam doenças nas plantas, se bem que, por vezes, as
substâncias que produzem tenham aplicações médicas, como é o caso da cravagem do
centeio (Claviceps purpurea), que contém vários alcalóides.
Assexuadamente se reproduzem por germinação, fragmentação, desenvolvimento
de conídios, que produzem esporos. Sexuadamente por conjugação, as hifas possuem
linhagens, uma positiva e outra negativa que se encontram; gametangial e plasmogamia.
Com relação à morfologia as leveduras são unicelulares. Elas se reproduzem
assexuadamente por brotamento. Os míldios causam grandes prejuízos na agricultura. A
eles pertencem também numerosos bolores dos frutos e gêneros como Penicillium, que
são produtores de antibióticos. As leveduras são fungos deste tipo que se utilizam nas
fermentações alcoólicas para obtenção de vinho e cerveja. Entre os ascomicetos
macroscópicos encontram-se alguns comestíveis, como as já mencionadas trufas, muito
apreciadas pelo seu aroma, e diversas espécies de cogumelos do gênero Morchella.
Figura 1. Hemileia vastatrix
causadora da ferrugem do café.
Fonte: www.google.com
O ambiente da maioria desta espécie é terrestre, mas existem representantes
marinhos associados com algas, formando liquens.
3.1 OS PRINCIPAIS FUNGOS DENTRO DE SUA CLASSIFICAÇÃO
Entre os principais fungos desta classificação destacam-se, os cogumelos, levedos,
trufas, bolores e parasitas de plantas. Dentre os Ascomicetos de forma macroscópica,
temos o Penicillium, o Aspergilus e a Neurospora.
As linhagens basais de Ascomycota compreendem quatro classes,
Neolectomycetes, Pneumocystidomycetes, Schizosaccharomycetes, e Taphrinomycetes,
que estão classificados no subfilo Taphrinomycotina. A monofiletismo de
Taphrinomycotina é questionável, mas aumentou a amostragem de ambos os táxons e
genes, resultando em um maior apoio para o monofiletismo do táxon.
Saccharomycotina compreende as ―leveduras verdadeiras‖ e abriga o fungo mais
famoso, Saccharomyces cerevisae. A classificação atual de Saccharomytina inclui uma
classe, Saccharomycetes, e uma ordem, Saccharomycetales.
Pezizomycotina conta bem mais de 90% de Ascomycota, e as espécies possuem
hifas, com praticamente todas as formas reprodutivas sexuadas possuindo ascomas.
Também inclui onze clados reconhecidos como classes. A maior parte do esforço
filogenético molecular tem sido direcionada a esse subfilo.
Principais subfilos de Ascomicetos
• Subphylum Pezizomycotina
– Classe Arthoniomycetes
– Classe Dothideomycetes
– Classe Eurotiomycetes
– Classe Laboulbeniomycetes
– Classe Lecanoromycetes
– Classe Leotiomycetes
– Classe Lichinomycetes
– Classe Orbilomycetes
– Classe Pezizomycetes
– Classe Sordariomycetes
• Subphylum Saccharomycotina
– Classe Saccharomycetes
• Subphylum Taphrinomycotina
– Classe Neolectomycetes
– Classe Pneumocystidomycetes
– Classe Schizosaccharomycetes
– Classe Taphrinomycetes
3.2 Habitat
A maioria das espécies de ascomicetos pode ser terrestre, aquático, formando simbiose
como os liquens, ou aéreos (são encontrados comumente conídios no ar de Cladosporium,
Acremonium, entre outros).
3.4 HÁBITO
Fungos são os principais decompositores da natureza, quebrando os produtos orgânicos
e reciclando carbono, nitrogênio e outros compostos do solo e do ar.
Os ascomicetos podem ser saprótrofos, coprófilos, parasitas de plantas, animais e outros
fungos. Simbiontes com cianobactérias e/ou clorófitas formando os liquens e com plantas
superiores formando micorrizas (Tuber, Genea, Elaphomyces, ...). Podem ser endofíticos ou
mesmo dentro de outros fungos. Alguns mitospóricos estão associados a artrópodos,
desenvolvendo relações parasitárias e endossimbióticas. No ambiente marinho os ascomicetos
Figura 2. Trufa Morchella sp.
Fonte: www.google.com
Figura 3. Tuber
Fonte: www.google.com
Figura 4. Penicillium chrysogenum Fonte: www.microbiologybytes.com
Figura 5. Fusarium Fonte: www.google.com
Figura 6. Verrucaria nigrescens
Fonte:www.google.com
Figura 7. Aspergillus niger
Fonte: www.google.com
podem ser parasitas ou endofíticos em algas macroscópicas ou formando associações
liquênica submarinas e sobre folas de vegetais marinhos. Os dulcícolas ocorrem em substratos
tais como folha e madeira.
4. REPRODUÇÃO
Ocorrem dois tipos de reprodução nos ascomicetos: reprodução sexuada e assexuada.
- Reprodução Assexuada:
Esse tipo de reprodução pode ocorrer por gemação, fissão, fragmentação ou formação
de clamidósporos ou conídios. A principal forma de reprodução dos ascomicetos é a
assexuada, servindo também para a dispersão do fungo. Nas formas unicelulares, como o
levedo, a reprodução assexuada ocorre por brotamento. Nas formas pluricelulares, como os
bolores, formam-se, nas extremidades das hifas, estruturas chamadas conidióforos, que
produzem esporos muito finos, os conídios (conídio = pó fino). Os esporos se espalham e, em
local adequado, originam novas hifas.
Figura 5. A reprodução assexuada dos ascomicetos pode ocorrer
por brotamento ou formação de esporos (conídios).
Fonte: www.portalsãofranscisco.com.br
Figura 4. Esquema de estruturas produtoras de ascos (ascocarpos): (a) e (b) cleistotécio, vista
superficial e em corte; (c) peritécio; (d) apotécio; (e) esquema detalhando a formação de ascos e
ascóporos em um apotécio; (f)esquema ilustrando a liberação de ascóporos em um peritécio. –
segundo Alexopoulos, 1979.
- Reprodução Sexuada:
A reprodução sexuada ocorre quando duas hifas — uma positiva e outra negativa — se
fundem, dando hifas com dois núcleos (hifas dicarióticas). Posteriormente, os núcleos das
hifas dicarióticas também se fundem e originam uma célula diplóide que, por meiose, produz
quatro núcleos haplóides. Os núcleos haplóides sofrem mitose e originam oito esporos, os
ascósporos – alguns ascomicetos formam corpos de frutificação onde se localizam os ascos.
Formar um corpo de frutificação é importante para fungos que vivem em ambientes
relativamente secos, como o solo e troncos podres, pois o ascocarpo protege os ascos e facilita
a disseminação dos esporos – Os ascomicetos apresentam um sistema de reconhecimento
vegetativo ou somático controlado por genes, a incompatibilidade heterogênica. Esse sistema
previne a fusão de micélios geneticamente diferentes
O nome dos esporos deve-se à célula onde ele se origina, que crescem formando o asco.
Em alguns ascomicetos, os ascos ocorrem em hifas isoladas, mas na maioria dos casos eles
estão agrupados em corpos de frutificação chamados ascocarpos (carpo = fruto). Os esporos
se espalham e, em substrato adequado, germinam produzindo um novo micélio vegetativo.
Os fungos liquenizados podem se reproduzir por meio da formação de diásporos ou
propágulos vegetativos, formados por conjuntos de hifas e fotobiontes (sorédios, isídios ou
fragmentos de talo) dependendo do grupo considerado.
- Estruturas reprodutivas
Figura 6. A reprodução sexuada dos ascomicetos ocorre através de fusão de hifas,
ou de células no caso do levedo. Surge então o asco, que libera esporos
(ascósporos). Neste caso, a reprodução sexuada também constitui para a dispersão
do fungo.
Fonte: www.portalsãofranscisco.com
Na maioria dos ascomicetos, a reprodução assexuada envolve a produção de esporos,
chamados conídios. Estes esporos desprendem-se das extremidades de certas hifas conhecidas
como conidióforos (que contêm os esporos). Algumas vezes chamados de "esporos de verão",
os conídios são um meio de rápida propagação do novo micélio. Eles variam na forma,
tamanho e cor, nas diferentes espécies; a cor do conídio é que dá a característica preta, azul,
verde, rosa ou outra, a muitos destes bolores.
4.1 CICLO DE VIDA
Este grupo, juntamente com os Basidiomycetes representa a plenitude da adaptação para
fungos terrestres. Eles parecem ter derivado, dos antepassados zigomicetos e e têm em
comum, além de boa adaptação à ambiente terrestre 2 caracteres.
Primeiro, é a presença de septos perfurados nas hifas, o que lhes confere uma maior
resistência. Em segundo lugar, a presença de um micélio dicarióticos, em que cada célula
contém dois núcleos: uma cópia do núcleo gâmeta masculino e outro do sexo feminino que
participaram na sua formação. É um grupo que se destaca por sua amplitude e diversidade,
pois reconhecem mais de 32.000 espécies, mais do que 13.500 são liquenizadas. Daí sua
importância observada na ecologia e biodiversidade, bem como para os serviços oferecidos:
decomposição de matéria orgânica, plantas e parasitas de animais, biodegradação e cogumelos
tóxicos deste grupo é máxima no conjunto de fungos .
Durante todo o ciclo de vida do Ascomycetes as formas monocarioticas haplóides (hifas
com células uninucleadas), hifas dicarióticos cujos núcleos são haplóides (ascógenas hifas
com células binucleadas) e corpos de frutificação (ascomata) formado por hifas dicarióticas e
hifas de tecido monocariotico. Os poros das hifas do septo podem ser seladas por organelas
densas, corpúsculos referidos Woronin, tipicamente localizados na vizinhança das
perfurações.
5. CLASSIFICAÇÃO DAS SUBCLASSES
Os ascomicetos dividem-se nas seguintes Classes, Sub-classes, Ordens, filos e Sub-
filos:
Saccharomycotina é um subfilo do filo Ascomycota (fungos que formam os seus
esporos sexuais em ascos semelhantes a bolsas), e consiste de leveduras - não formam
ascocarpos, os seus ascos são nus e podem reproduzir-se assexuadamente por
gemulação.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Saccharomycotina
Saccharomycetes é uma classe do filo Ascomycota no reino Fungi. Contém a ordem
Saccharomycetales, constituída por leveduras que se reproduzem por gemulação.
Hemiascomycetes é uma designação mais ou menos sinônima.
Reino: Fungi
Sub reino: Dikarya
Filo: Ascomycota
Subfilo: Saccharoycotina
Classe: Saccharomycetes
Ordem: Saccharomycetales
Pezizomycotina é um subfilo de Ascomycota ou seja fungos que formam os seus
esporos em ascos semelhantes a bolsas. Estes fungos reproduzem-se por fissão e esta
subdivisão inclui quase todos os fungos de asco que têm corpos frutíferos visíveis a
olho. Os táxons restantes de Pezizomycotina incluem também os grupos himeniais
antes designados Discomycetes (agora Leotiomycetes) e Pyrenomycetes
(Sordariomycetes).
Reino: Fungi
Sub reino: Dikarya
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe /Ordem:
Arthoniomycetes
Dothideomycetes
Eurotiomycetes
Geoglossomycetes
Laboulbeniomycetes
Lecanoromycetes
Leotiomycetes
Lichinomycetes
Orbiliomycetes
Pezizomycetes
Sordariomycetes
Arthoniomycetes é uma classe de fungos ascomicetes. Inclui uma única ordem,
Arthoniales. A maioria dos táxons desta classe são líquenes tropicais e subtropicais.
As espécies desta classe têm apotécios, ascomas em forma de pires ou taça nos quais o
himénio é exposto quando atinge a maturidade. Estes apotécios são bitunicados - com
paredes interiores e exteriores claramente diferenciadas.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Arthoniomycetes
Ordem: Arthoniales
Dothideomycetes é a maior e mais diversa classe de fungos ascomicetes. Compreende
11 ordens, 90 famílias, 1 300 géneros e mais de 19 000 espécies conhecidas.
Tradicionalmente, a maioria dos seus membros era incluída nos Loculoascomycetes,
que não fazem parte da classificação atualmente aceite . Tal indica que várias
caraterísticas morfológicas tradicionais desta classe não são únicas e as comparações
de sequenciamento de ADN são importantes para definir a classe
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Dothideomycetes
Subclasses/Ordens:
Dothideomycetidae
o Capnodiales
o Dothideales
o Myriangiales
Pleosporomycetidae
o Hysteriales
o Jahnulales
o Mytilinidiales
o Pleosporales
incertae sedis
o Botryosphaeriales
o Microthyriales
o Patellariales
Trypetheliales
Eurotiomycetes é uma classe de fungos filamentosos. Inclui espécies saprófitas,
parasitas (muitas vezes parasitas de líquenes) ou liquenizadas (Pyrenulales,
Verrucariales).
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Eurotiomycetes
Subclasses/Ordens:
Chaetothyriomycetidae
o Chaetothyriales
o Pyrenulales
o Verrucariales
Eurotiomycetidae
o Coryneliales
o Eurotiales
o Onygenales
Mycocaliciomycetidae
o Mycocaliciales
Laboulbeniomycetes é um grupo distinto de fungos que são parasitas externos
aparentes de insetos e outros artrópodes, tanto terrestres como aquáticos. Têm
tamanho diminuto; os seus corpos frutíferos geralmente têm menos de um milímetro.
Vivem nas antenas, nas peças bucais ou outras partes corporais dos seus hospedeiros
artrópodes. Apesar de algumas espécies de Laboulbeniomycetes terem sistemas hifais
"radiculares" (haustórios) mais ou menos extensos no interior dos seus hospedeiros,
como grupo estes fungos aparentam não ser prejudiciais para os animais em que
vivem. Alguns fungos de Laboulbeniomycetes têm indivíduos masculinos e femininos
distintos, como os do género Herpomyces.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Laboulbeniomycetes
Subclasses/Ordens:
Acarosporomycetidae
Acarosporales
Lecanoromycetidae
Lecanorales
Peltigerales
Teloschistales
Ostropomycetidae
Agyriales
Baeomycetales
Ostropales
Pertusariales
Incertae sedis
Candelariales
Umbilicariales
Lecanoromycetes é a maior das classes de fungos liquenizados. Pertence ao subfilo
Pezizomycotina no filo Ascomycota. Os ascos de Lecanoromycetes na maioria dos
casos libertam os esporos por deiscência rostrada.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Lecanoromycetes
Leotiomycetes é uma classe de fungos ascomicetes. Muitas espécies desta classe são
patógenos vegetais e nenhuma delas ocorre liquenizada. Morfologicamente, os
Leotiomyecetes podem assumir muitas formas. Uma grande parte possui pequenos
apotécios como corpos frutíferos com himénio exposto e ascos unitunicados e
inoperculados, que se abrem por meio de um poro apical através do qual libertam os
esporos. Contudo, Erysiphales, Myxotrichaceae e Thelebolales possuem corpos
frutíferos clistotécicos simples. A forma dos corpos frutíferos varia desde de o
tamanho de uma grande e colorida bola de ténis (Cyttaria), aos pequenos pontos
escuros em agulhas de coníferas (Lophodermium).
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Leotiomycetes
Subclasses/Ordens:
Cyttariales
Erysiphales
Helotiales
Ostropales
Rhytismatales
Thelebolales
Lichinales é uma ordem de Ascomycota, a única da classe Lichinomycetes. As suas
espécies formam líquenes com cianobactérias como fotobiontes. Formam líquenes de
crosta gelatinosa, folhosos ou foliares. Os corpos frutíferos são por vezes apotécios em
forma de disco. São carnudos, e os perídios muitas vezes não são claramente
formados. Geralmente o himénio mancha de azul com iodo. Os ascos têm paredes
finas ou espessadas numa das extremidades. Não possuem estruturas apicais
claramente formadas e podem ter uma camada exterior gelatinosa. Formam-se 8 a 100
esporos por asco. Os ascósporos são monosseptados, raramente multisseptados,
elipsoidais a fusiformes, translúcidos ou pigmentados. Os anamorfos formam
picnídios.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Lichinomycetes
Subclasses/Ordens:
Lichinales
Gloeoheppiaceae
Heppiaceae
Lichinaceae
Peltulaceae
Orbiliomycetes é uma classe de fungos de Ascomycota. Inclui uma única ordem
Orbiliales a qual contém uma única família Orbiliaceae.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Orbiliomycetes
Subclasses/Ordens:
Arthrobotrys
Brachyphoris
Dactylella
Dactylellina
Dicranidion
Duddingtonia
Dwayaangam
Gamsylella
Hyalorbilia
Monacrosporium
Orbilia
Pseudorbilia
Pezizomycetes é uma classe de fungos do filo Ascomycota. Onde seus corpos são
produtores de esporos (ascomas) e têm tipicamente forma de disco, tendo nas suas
superfícies superiores uma camada de células cilíndricas produtoras de esporos, ou
ascos, a partir das quais os esporos são forçadamente descarregados.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Pezizomycetes
Subclasses/Ordens:
Pezizales
Sordariomycetes é uma classe de fungos do subfilo Pezizomycotina (Ascomycota),
consistindo de 15 ordens, 64 famílias, 1119 géneros, e 10564 espécies. Geralmente, os
Sordariomycetes produzem os seus ascos em corpos frutíferos periteciais. Podem ser
chamados de Pyrenomycetes.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Sordariomycetes
Subclasses/Ordens:
Hypocreomycetidae
o Coronophorales
o Hypocreales
o Melanosporales
o Microascales
Sordariomycetidae
o Boliniales
o Calosphaeriales
o Chaetosphaeriales
o Coniochaetales
o Diaporthales
o Magnaporthales
o Ophiostomatales
o Sordariales
Xylariomycetidae
o Xylariales
Incertae sedis
o Koralionastetales
o Lulworthiales
o Meliolales
o Phyllachorales
Trichosphaeriales
Taphrinomycotina é um dos três subfilos de Ascomycota. Estudos moleculares
recentes sugerem que o grupo é monofilético e basal em relação aos restantes
Ascomycota. Schizosaccharomycetes são leveduras que se reproduzem por fissão, ao
contrário da maioria das outras leveduras que se reproduzem por gemulação, a maioria
das quais se encontra no subfilo Saccharomycotina.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Taphrinomycotina
Subclasses/Ordens:
Neolectomycetes
Pneumocystidomycetes
Schizosaccharomycetes
Taphrinomycetes
Neolecta é um género de fungos ascomicetes que possuem corpos frutíferos com
forma de colunas não ramificadas a lobadas com formato de bastão, lisas e carnosas,
com cores que vão do amarelo-vivo, ao laranja e amarelo-esverdeado claro, com altura
de até 7 cm. Apesar da sua aparência, são distantemente aparentados com os fungos
de Geoglossum e Microglossum.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Neolectomycetes
Subclasses/Ordens:
Neolecta flavovirescens
Neolecta irregularis
Neolecta vitellina
Pneumocystis é um género de fungos ascomicetes sistematicamente isolados, sendo o
único género da classe Pneumocystidomycetes. Estes organismos vivem como
parasitas extracelulares nos pulmões de mamíferos. Estes fungos não formam micélio
nem ascocarpo. As células vegetativas têm paredes delgadas, forma irregular e
multiplicam-se por divisão celular simples. A reprodução sexuada ocorre por fusão de
duas células vegetativas, seguida de cariogamia e formação de um cisto com paredes
espessadas. No interior deste cisto (semelhante a um asco) formam-se 4 a 8 ascósporos
que são libertados quando a parede do cisto rebenta.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Pneumocystidomycetes
Subclasses/Ordens:
Pneumocystis carinii
Pneumocystis jirovecii
Pneumocystis murina
Pneumocystis oryctolagi
Pneumocystis wakefieldiae
Schizosaccharomyces é um género de leveduras de fissão. Sendo o único género na
família Schizosaccharomycetaceae. A espécies mais bem estudada é S. pombe. É
particularmente útil em estudos sobre a evolução porque pensa-se que terá divergido
da linhagem de Saccharomyces cerevisiae entre há 300 milhões e 1 bilhão de anos,
pelo que forneceria uma comparação evolutivamente distante.
Reino: Fungi
Filo: Ascomycota
Subfilo: Pezizomycotina
Classe: Schizosaccharomycetes
Subclasses/Ordens:
S. japonicus
S. kambucha
S. octosporus
S. pombe
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Ascomycota. Disponível em: <http://www.tolweb.org >(© 2001 David Maddison and Wayne
Maddison)
CEZAR, S.J.; SASSON, S. 2010. Biologia dos seres vivos: estrutura e função. 8. ed. 2.
v..Editora Saraiva, São Paulo.
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Biotecnologia. 1. ed. Educs, Rio Grande do Sul. p. 48-88.
FABIANO. Principais Grupos e Morfofisiologia. Disponível em:
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GONÇALVES, F. S.; Classe Ascomycetes. 2007. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/biologia/classe-ascomycetes-ascomicetos> Acesso em 29 out.
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<http://micologiananet.blogspot.com.br/ascomicetos.html> 2010. Acesso em 29 out. 2012.
MOREIRA, L.; Os Principais Grupos de Microrganismos Eucarióticos: fungos, algas e
protozoários. Disponível em:
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<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/reino-fungi/reino-fungi-11.php> Acesso em 30
out. 2012.
Reino Fungi. Disponível em: <http://reinofunginormal.blogspot.com.br/> 2008. Acesso em
29 out.2012.
Wikipédia. Ascomycota. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ascomycota> Acesso
em 29 out. 2012.
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