UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA
MARIA HELOISA DE MELO CARDOSO
SÃO CRISTÓVÃO (SE)
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA
MARIA HELOISA DE MELO CARDOSO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação.
Orientadora: Prof.ª Dra. Verônica dos Reis Mariano Souza
SÃO CRISTÓVÃO (SE)
2016
MARIA HELOISA DE MELO CARDOSO
INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA
APROVADA EM: __________/_______/__________
Dissertação apresentada ao Programa de Pós – Graduação
em Educação da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em
Educação.
________________________________________________________________ Prof.ª Dra. Verônica dos Reis Mariano Souza (Orientadora)
Programa de Pós-Graduação em Educação /UFS
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
SÃO CRISTÓVÃO (SE)
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Dedico
A Inteligência suprema causa primária de todas as
coisas, que rege o universo com equilíbrio e amor -
Deus.
A Família que escolhi amar nesta nova encarnação,
pois sem ela não conseguiria superar os obstáculos
que apareceram em meu caminho e chegar
vencedora em mais uma etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por colocar sempre a meu lado um espírito protetor, que me inspira a fazer as
coisas certas, mesmo sabendo que em alguns momentos vou cometer deslizes.
Aos meus pais, Humberto Cardoso e Cícera Francisca, que cumprem com afinco as
responsabilidades assumidas para esta encarnação, zelando por todos os filhos de maneira
firme e amorosa. Sou imensamente feliz por terem me acolhido, amo-os muito.
Aos meus irmãos biológicos, Henrique, Helena, Hortência, Helenízia, Helma e Helba,
companheiros de estrada, grandes incentivadores do meu progresso educacional.
A meu esposo, Manoel Messias, homem que escolhi para partilhar os momentos
alegres e tristes da minha vida que, da sua maneira particular de ser, me incentivou e me
apoiou todas as vezes que precisei, durante essa jornada. Obrigada, eu te amo!
As minhas filhas, Maísa e Manoela, razão da minha vida, agradeço por
compreenderem a minha ausência em alguns momentos que se fizeram necessários.
Agradeço, com extremado reconhecimento e respeito, à minha orientadora Professora
Dra. Verônica dos Reis Mariano Souza, por ter sido firme, mas sempre com muita delicadeza
na condução deste trabalho, mostrando a importância da inclusão da pessoa com deficiência
na escola, em todos os seus níveis de ensino, no mercado de trabalho, enfim, na sociedade de
um modo geral e solidariedade humana aliada ao desejo de uma Escola Pública de qualidade.
Aos professores (as) do Mestrado em Educação que nos mostraram novos caminhos a
seguir, contribuindo para que hoje eu saiba mais do que sabia e também tenha mais dúvidas e
incertezas, mas muito mais vontade de continuar esta caminhada.
Aos companheiros do curso de mestrado, que batalharam juntos comigo durante as
disciplinas ministradas e não desistiram, somos vencedores.
A amiga, (irmã, mãe) de outras vidas, pois só isso justifica o amor que brotou em meu
coração por você, Maria Helena Alves, pelo apoio, amizade e companheirismo.
Aos amigos especiais da linha 1, grandes incentivadores, companheiros fiéis.
A grande amiga Vânia Lúcia, pelo carinho e dedicação com que se debruçou na
organização e formatação dessa dissertação nos momentos mais críticos.
Aos companheiros do Instituto Federal de Sergipe, que de uma forma ou de outra
acabaram ajudando na construção desse trabalho.
Aos alunos, professores, coordenadores e diretor do Instituto Federal de Sergipe –
Campus Aracaju, pela contribuição espontânea no preenchimento dos questionários aplicados
e disposição para responder as entrevistas.
Ao Diretor do IFS - Campus Aracaju - Élber Ribeiro Gama, pelo respeito e incentivo a
todos os servidores pesquisadores e pela autorização da pesquisa de campo.
Ao professor, amigo e atual Reitor do IFS, Ailton Ribeiro de Oliveira, grande
incentivador do Ensino Público de qualidade para que os filhos (as) das classes trabalhadoras
possam continuar sonhando com um futuro melhor.
A partir da valoração é possível definir os objetivos da educação. Considerando-se que a educação visa à promoção do homem, são as necessidades humanas que irão determinar os objetivos educacionais. E essas necessidades devem ser consideradas em concreto, pois a ação educativa será sempre desenvolvida num contexto existencial concreto.
Demerval Saviani (2007, p. 48).
RESUMO
Este estudo teve como principal objetivo analisar os dispositivos para a inclusão do aluno com
deficiência nos cursos de formação profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju, no período de 2007 a 2016. Especificamente,
buscou-se averiguar sua forma de ingresso na instituição, de modo a constatar se as propostas pedagógicas que ela adota possibilitam o acesso do aluno com deficiência aos conhecimentos
necessários à sua formação profissional. Pretendeu-se, ainda, identificar as dificuldades e facilidades encontradas por esses alunos, por meio do procedimento de analisar as condições
de acessibilidade pedagógica, arquitetônica e de comunicação situadas no ambiente institucional. Para tanto, a pesquisa orientou-se pela metodologia do estudo de caso, em cujo
âmbito desenvolveu-se uma pesquisa de caráter qualitativo, que se efetivou com objetivo exploratório sob duas diferentes formas: a observação e a investigação de pessoas. Para a
coleta dos dados, optou-se pela entrevista semiestruturada aplicada ao diretor, aos coordenadores e pedagogos, assim como um questionário composto de questões abertas e
fechadas, para os alunos com deficiência, professores e alunos com deficiência egressos da instituição, num total de 36 participantes. A pesquisa constatou que a inclusão não se
concretiza pelo simples fato de ser assegurado o ingresso desses alunos no sistema educacional, pois, mesmo com as conquistas e o amparo legal, a transformação da escola em
um espaço para todos ainda se constitui um desafio, no sentido de responder eficazmente às necessidades individuais do discente. Pode-se dizer, em conclusão, que garantir a oferta de
formação profissional para alunos com deficiência certamente se constituiu um avanço, porém apenas ter formação não é condição suficiente para que essas pessoas tenham acesso ao
mundo do trabalho.
Palavras-Chave: Aluno com Deficiência. Formação Profissional. Inclusão.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the devices for the inclusion of students with disabilities in
vocational training courses at the Federal Institute of Education, Science and Technology Sergipe - Aracaju Campus, from 2007 to 2016. Specifically, we sought to determine their
form of entry into the institution in order to ascertain whether the educational proposals that it adopts enable access for students with disabilities to the knowledge necessary for their
vocational training. The intention was also to identify the difficulties and facilities faced by these students through the procedure of analyzing the conditions of pedagogical accessibility,
architectural and communication located in the institutional environment. Therefore, the research was guided by the case study methodology, under which developed a qualitative
research, which was accomplished with exploratory objective in two different ways: observation and investigation of persons. To collect the data, we opted for the semi-structured
interview applied to the director, coordinators and teachers, as well as a questionnaire composed of open and closed questions, for students with disabilities, teachers and students
with graduates disability institution for a total of 36 participants. The survey found that inclusion is not realized by the simple fact of being assured entry of these students in the
educational system, because even with the achievements and legal support, the school transformed into a space for all is still a challenge in order to effectively respond to individual
student needs. It can be said, in conclusion, to ensure vocational training provision for students with disabilities certainly represented a step forward, but only have training is not
sufficient for such persons to have access to the working world.
Keywords: Student with Disabilities. Professional qualification. Inclusion.
ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT
AMAS
APADA
APAE
CAE
CAP
CAPES
CCDD
CEFET
CEP
COHL
CORDE
CRE
DEN
DOM
DOSVOX
ECA
EDUFES
EDUFSCAR
ENEM
EPI
FADERS
FENAPAEs
FMU
IBC
IBGE
IFES
INES
LDB
LIBRAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas
Associação de Amigos do Autista em Sergipe
Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Sergipe
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
Conselho de Ética Aplicada
Centro de Apoio Pedagógico
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Coordenadoria de Controle Docente e Discente
Centro Federal de Educação Tecnológica
Comitê de Ética em Pesquisa
Coordenadoria de Hospitalidade e Lazer
Coordenadoria Nacional de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
Coordenadoria de Registro Escolar
Direção de Ensino
Diário Oficial do Município
Sistema Operacional para Pessoas com Deficiência Visual
Estatuto da Criança e do Adolescente
Editora da Universidade Federal do Espírito Santo
Editora da Universidade Federal de São Carlos
Exame Nacional do Ensino Médio
Educação Profissional e Tecnológica
Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para
Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul
Federação Nacional das APAES
Faculdades Metropolitanas Unidas
Instituto Benjamin Constant
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Instituto Federal do Espírito Santo
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Lei das Diretrizes e Bases
Língua Brasileira de Sinais
MEC
MET
NBR
NPGCIMA
NPGED
NAPNE
NAPNEE
OIT
ONG
ONU
PAI
PCN
PDI
PLANFOR
PNQ
PRAAE
PROEJA
PROEN
PROTEC
PUC
RAIS
ROD
SCIELO
SECAP
SEMOB
SENAC
SENAI
SETEC
SignWrtting
TCLE
TEA
Ministério da Educação e Cultura
Ministério do Emprego e do Trabalho
Normas Brasileiras
Núcleo de Pós-graduação em Ensino em Ciências e Matemática
Núcleo de Pós-graduação em Educação
Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas
Núcleo de Apoio à Pessoa com Necessidades Educativas Especiais
Organização Internacional do Trabalho
Organização Não Governamental
Organização das Nações Unidas
Programa de Acessibilidade e Inclusão
Parâmetros Curriculares Nacionais
Plano de Desenvolvimento Institucional
Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador
Plano Nacional de Qualificação
Programa de Acompanhamento e Assistência ao Educando
Programa Nacional de Integração da Educação Básica com a Educação
Profissional na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos.
Pró-Reitoria de Ensino
Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico
Pontifícia Universidade Católica
Relação Anual de Informação Social
Regulamento da Organização Didática
Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica em
Linha)
Serviço de Capacitação Profissional
Secretaria Municipal de Mobilidade
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Sistema de escrita para línguas de sinais
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Transtornos do Espectro Autista
TECNEP
TGD
UEM
UERJ
UFAL
UFF
UFMA
UFPA
UFRN
UFRRJ
UFS
UFSCAR
UFSM
ULBRA
UNESCO
UNESP
UNICAMP
UNICENTRO
UNICSUL
UFAL
UNIFAP
Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Deficiência
Transtornos Globais do Desenvolvimento
Universidade Estadual de Maringá
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal de Alagoas
Universidade Federal Fluminense
Universidade Federal do Maranhão
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Universidade Federal de Sergipe
Universidade Federal de São Carlos
Universidade Federal de Santa Maria
Universidade Luterana do Brasil
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
Universidade Federal de São Paulo
Universidade Estadual de Campinas
Universidade Estadual do Centro-Oeste
Universidade Cruzeiro do Sul
Universidade Federal de Alagoas
Universidade Federal do Amapá
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Grupos de Pesquisa e Estudos da Deficiência ..................................................... 22
Quadro 2- Trabalhos sobre a inclusão da pessoa com deficiência na Educação Profissional.. 24
Quadro 3- Demonstrativo das dissertações e teses defendidas no NPGED ........................... 28
Quadro 4- Demonstrativo das dissertações e teses defendidas no NPGCIMA ...................... 32
Quadro 5- Caracterização da amostra da pesquisa ............................................................... 39
Quadro 6- Categorias de análise das falas dos sujeitos ........................................................ 86
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Percentual de participação dos grupos pesquisados............................................. 75
Gráfico 2- Opinião sobre o trabalho docente junto ao aluno com deficiência........................ 80
Gráfico 3- Forma de ingresso dos alunos com deficiência no IFS segundo os docentes ........ 81
Gráfico 4- Condições do aluno com deficiência para se inserir no mercado de trabalho ........ 83
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Dados dos informantes de acordo com as variáveis sexo e idade .......................... 76
Tabela 2- Perfil dos entrevistados....................................................................................... 84
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 17
2 EDUCAÇÃO ESPECIAL A CAMINHO DA INCLUSÃO .......................................... 43
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA DEFICIÊNCIA: DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO. 43
2.1.1 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL .......................... 49
3 ENSINO PROFISSIONAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ........ 55
3.1 CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL ............................................................................................................. 55
3.1.1 Educação Profissional para Pessoas com Deficiência ............................................. 63
3.1.2 Institutos de Ensino Profissional e Tecnológico frente à Inclusão .......................... 66
3.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COMO VIA DE INCLUSÃO NO MERCADO DE
TRABALHO ................................................................................................................... 70
3.2.1 Oportunidades para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de
Trabalho... ....................................................................................................................... 72
4 INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:
ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA ......... 75
4.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS ......................................................................... 75
4.1.1 Concepções dos Alunos Egressos ............................................................................ 77
4.1.2 Respostas dos Alunos Atuais ................................................................................... 79
4.1.3 Representações docentes ......................................................................................... 81
4.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ............................................................................... 84
4.3 ANÁLISE DA OBSERVAÇÃO ................................................................................. 92
4.4 TRIANGULAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................. 95
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 98
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 102
APÊNDICES ................................................................................................................. 116
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ...................... 117
APÊNDICE B- Guia de Observação ............................................................................. 119
APÊNDICE C- Roteiro de Entrevista com Diretor, Pedagogos e Coordenadores ........ 120
APÊNDICE D - Questionário ao Aluno com Deficiência .............................................. 122
APÊNDICE E- Questionário ao Professor .................................................................... 125
APÊNDICE F - Questionário ao Aluno Egresso ........................................................... 128
ANEXOS ....................................................................................................................... 131
ANEXO 1- Transcrições das entrevistas com Diretor, Pedagogos e Coordenadores .... 132
17
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Sanches (2005), Educação Inclusiva significa um modelo de escola
preparada para receber todo e qualquer tipo de aluno, com suas diferenças e dificuldades,
onde todos aprendem juntos, quaisquer que sejam suas particularidades. Por seu lado, ao
descrever a Educação Inclusiva, Beyer (2006, p. 73) entende-a como “um novo princípio
educacional, cujo conceito fundamental defende a heterogeneidade na classe escolar, como
situação provocadora de interações”, que propõe e busca uma pedagogia que se amplie frente
às diferenças do alunado.
Na perspectiva de Mazzotta (2005), a Educação Inclusiva é um processo que amplia a
participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma
reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas, de modo que estas
respondam à diversidade de alunos. Desse modo, a escola deve oferecer programas
educacionais que permitam a superação das necessidades dos grupos, o que requer reorganizar
suas ações educativas a fim de garantir a aprendizagem de novos conhecimentos. O caminho
da inclusão da pessoa com deficiência, na escola regular, passa pelo movimento pedagógico
que, na perspectiva democrática, deve assegurar o acesso e a permanência deste aluno nos
diversos níveis de ensino, respeitando o seu perfil de aprendizagem.
Nesse contexto, há de se considerar o artigo 1º do Decreto nº 6.949/2009, que
promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência/2007,
definindo pessoas com deficiência “aquelas que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas”. Essa definição,
no Brasil, encontra-se ratificada no art. 2º da Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa com
Deficiência – a qual é “destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à
sua inclusão social e cidadania” (art. 1º).
Atualmente, a deficiência não é mais vista como algo intrínseco à pessoa, como
pregavam as definições baseadas na visão clínica, mas está na sociedade, priorizando-se,
assim, a dimensão social. Com base nessa concepção, a inexistência do acesso aos meios
materiais de participação social, a ausência de consideração ou reconhecimento nas decisões
públicas, as relações sociais díspares e a construção da própria identidade da pessoa com
deficiência, de acordo com Sawaia (2001), evidenciam a exclusão. Em se tratando do aluno
18
com deficiência, o referido autor explica que sua exclusão foi delineada historicamente nas
sociedades, caracterizando-se por possuir três dimensões: (i) uma dimensão objetiva refletida
na desigualdade social; (ii) a dimensão ética, envolvendo a injustiça pela negação de
oportunidades de aprendizagem; (iii) a dimensão subjetiva, que é a do sofrimento, relativa ao
sentimento de se sentir excluído do ambiente social e escolar.
Ferreira (2006) classifica a discriminação contra pessoas com deficiências em:
discriminação visível, quando o ato se manifesta de forma explícita; discriminação velada ou
superproteção, que se refere à baixa crença no potencial da pessoa com deficiência, por
exemplo; discriminação negativa, se dá mediante um tratamento diferenciado visando
menosprezar uma pessoa ou um grupo social, impedindo sua participação social em condições
de igualdade ou provocando constrangimento; discriminação positiva, que objetiva equiparar
as oportunidades do sujeito, garantindo sua igualdade de direitos.
Visando à superação desse contexto de discriminação e, consequentemente, de
exclusão, de modo antagônico, a inclusão constitui-se uma diretriz educacional prioritária que
visa proporcionar a todos os alunos, mesmo aqueles com algum tipo de deficiência, o pleno
desenvolvimento de suas potencialidades por meio da escola. No contexto inclusivo, a
educação como um direito de todos, de acordo com o que reza a Constituição Federal,
também pode ser entendida como ferramenta fundamental e insubstituível para a mudança do
homem, devendo “contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição
humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão [...] pode ajudar a nos tornarmos
melhores” (MORIN, 2003, p. 65).
Portanto, a escola deve oferecer programas educacionais flexíveis, contribuindo para a
promoção de desafios, de forma a superar as necessidades grupais ou individuais,
compreendendo e reorganizando ações educativas que garantam a aprendizagem de novos
conhecimentos. O caminho da inclusão da pessoa com deficiência na escola comum assinala
que o movimento pedagógico, além das características democráticas, deverá ser pluralista,
não garantindo apenas o acesso, mas a permanência e a aprendizagem deste aluno nos
diversos níveis de ensino e respeitando, fundamentalmente, sua identidade social. Em outras
palavras, pode-se dizer que:
Educação inclusiva não significa educação com representação e baixas
expectativas em relação aos alunos, mas sim a compreensão do papel importante das situações estimulantes, com graus de dificuldade e
complexidade que confrontem os professores e os alunos com aprendizagens
significativas, autênticos desafios à criatividade e à ruptura das ideias feitas (SANCHES; TEODORO, 2006, p. 73).
19
Sendo assim, a proposta de inclusão pretende acomodar todos os estilos e ritmos de
aprendizagem, reconhecendo as necessidades dos educandos sem perder de vista a busca por
uma educação de qualidade. Nesse ponto, cabe destacar que as deficiências e as doenças são
condições, segundo Pacheco e Costa (2006), definitivas ou transitórias, que implicam em
determinadas necessidades chamadas especiais. Tais necessidades, caso não possam ser
atendidas pelos meios tradicionais de ensino, uma vez que demandam uma série de recursos e
estratégias de caráter mais especializado por parte da instituição, passam a denominar-se de
necessidades educacionais especiais. Quando um indivíduo com necessidades educativas
especiais se encontra matriculado na instituição regular de ensino, é comum que se afirme
tratar de um estudante que foi incluído naquela escola.
Para tanto, no Brasil, há todo um aparato legal a favor da inclusão educacional, desde
a Carta Magna até as leis esparsas e diversos documentos nacionais e internacionais, nos quais
o país é signatário, além de políticas públicas idealizadas para inserir o aluno com deficiência
no sistema educativo. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO, 1994), essa orientação inclusiva para a escola constitui a
principal vertente da Declaração de Salamanca, segundo a qual as escolas regulares são
consideradas como os meios mais importantes e capazes de combater os comportamentos
discriminatórios, através da criação de comunidades abertas e solidárias, em que todos tenham
acesso à educação.
Mas, a inclusão não se concretiza pelo simples fato de ser assegurado o ingresso
desses alunos no sistema educacional, pois, mesmo com as conquistas e o amparo legal, a
transformação da escola em um espaço para todos ainda se constitui um desafio, no sentido de
responder eficazmente às necessidades individuais do discente. A inclusão requer, segundo
Ferreira (2007), organização e aplicação de respostas educativas que possibilitem a adequação
dos conteúdos e das estratégias pedagógicas, a eliminação de barreiras arquitetônicas e,
principalmente, daquelas relacionadas às atitudes da comunidade educativa, nas quais se
incluem as dos próprios educadores.
Com base nesses pressupostos, a pesquisa surgiu das preocupações diante das
concepções e dificuldades observadas pela pesquisadora no cotidiano da escola de ensino
técnico profissionalizante, onde exerce a função docente, frente ao desafio da formação
profissional do aluno com deficiência. Isso porque, na prática, é possível constatar que são
inúmeras as barreiras com as quais esse aluno se defronta e que se constituem um grande
desafio à efetivação de uma Educação Inclusiva, principalmente quando se leva em conta o
caráter excludente e conservador do sistema de ensino brasileiro.
20
A inexperiência em ensinar alunos com deficiência motivou a busca por
conhecimentos que pudessem favorecer, efetivamente, sua inclusão, pautada no desejo sincero
de contribuir para democratizar a educação, tal como enunciado na Declaração de Salamanca
(1994, p. 2): “[...] escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios
mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e alcançando Educação para todos [...]”.
Desse modo, o interesse na abordagem desse tema decorreu, principalmente, do
desafio de compreender o processo que envolve a inclusão escolar do aluno com deficiência,
após refletir sobre esta realidade, sendo fruto, portanto, de questionamentos em minha
trajetória profissional. Assim, a percepção de que a inclusão, por todas as dificuldades e
desafios a enfrentar, demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino,
permitiu o surgimento de um conjunto de questões que dão forma ao problema em análise: A
escola cumpre as orientações inscritas na lei relativamente ao que esta preconiza sobre a
democratização das oportunidades educacionais? Os espaços escolares, nos quais se incluem
as escolas voltadas ao ensino técnico e profissionalizante, estão organizados de modo a
favorecer a inclusão dos alunos com deficiência? Os professores dessas instituições de ensino
estão especializados para incluir esses alunos?
Desafiada a delimitar procedimentos investigativos capazes de auxiliar no estudo e
acreditando que a inclusão deve perpassar, necessariamente, por ações que equiparem as
condições para o acesso ao ensino, aprendizagem e avaliação dos alunos, sintetizei essas
indagações, configuradas na seguinte questão de partida que norteou a pesquisa:
Como estão organizados os cursos profissionalizantes do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe para a inclusão de pessoas
com deficiência, em relação ao cumprimento das leis e à formação do
docente para atuar junto às necessidades desses alunos?
A partir dessa indagação é que a pesquisa se origina, por entender que o estudo
proporcionará subsídios para que se conheça a forma real de inclusão dos alunos com
deficiência no ensino profissional e tecnológico, cuja principal finalidade é a formação do
trabalhador. A escolha do tema partiu do pressuposto de que o movimento de educação
inclusiva, como resultado de uma luta com vista às transformações sociais, econômicas e
culturais, veio garantir à aceitação de pessoas com deficiência em todos os níveis de ensino.
Sendo assim, o presente trabalho dissertativo tem como objeto de pesquisa a inclusão de
21
alunos com deficiência no ensino técnico profissionalizante, considerando que este é um tema
relativamente novo em contexto de educação profissional, o que requer ampliar as pesquisas
que explicitam a real situação dessas pessoas.
Para responder à questão formulada, a pesquisa tem como objetivo geral analisar os
dispositivos para a inclusão do aluno com deficiência nos cursos de formação profissional do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju, no
período de 2007 a 2016. Para alcançá-lo, foram propostos os seguintes objetivos específicos:
Averiguar a forma de ingresso do aluno com deficiência no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe;
Analisar, com base em observação e nos questionários aplicados aos alunos
com deficiência, as condições de acessibilidade pedagógica, arquitetônica e de
comunicação situadas no ambiente institucional.
Verificar se as propostas pedagógicas adotadas na instituição possibilitam o
acesso do aluno com deficiência aos conhecimentos necessários à sua formação
profissional.
Esta investigação propõe-se a repensar a escola de ensino profissional e tecnológico
como um meio importante e capaz de combater não só os comportamentos discriminatórios,
mas se tornar responsável pela construção de uma sociedade inclusiva em que todos tenham
acesso à educação. Considerou-se, nesse aspecto, que a oferta de condições para o
desenvolvimento e educação de uma pessoa com deficiência requer o conhecimento de suas
características e de sua realidade. Com a realização da pesquisa versando sobre a inclusão do
aluno com deficiência em instituição de ensino profissional e tecnológico, pretende-se, no
contexto geral, contribuir nas discussões acadêmicas relacionadas à temática proposta e à
responsabilidade das agências formadoras.
Por conseguinte, a escolha dessa temática decorre da constatação, por parte da
mestranda, dos desafios enfrentados pela escola e pelo docente, em virtude das novas
legislações que direcionam uma educação ao alcance de todos e da defesa de uma inserção
real e competitiva dos cidadãos na sociedade, inclusive no mercado de trabalho,
independentemente da sua compleição.
Colocada a questão dessa forma, foram discutidos autores como Ainscow (1997),
Aranha (2000), Baptista (2006), Barby (2005), Ferreira (2006), Glat e Blanco (2011), Gomes
(2006) e Mazzotta (2005), sob a ótica da diversidade e da inclusão, mostram que esta é
demarcada por desafios que precisam ser superados. Voltando-se para a perspectiva da
22
Educação Profissional, de forma a conceituá-la e caracterizar seu campo educativo, procedeu-
se ao levantamento da bibliografia existente, a qual permitiu, prioritariamente, enfocar a linha
de trabalho de Barato (2002), Fidalgo (2007), Kuenzer (1999), Manfredi (2002), Martinelli
(2010) e Pereira (2003).
A partir de algumas orientações documentais internacionais e nacionais, como a
Declaração de Salamanca (1994), Declaração Mundial sobre educação para todos (1990),
Constituição da República Federativa do Brasil (1988), Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (1996) e outras, faz-se uma análise da nova política designada como
escola inclusiva.
Desse modo, pela relevância que tem esse tema, resolveu-se fazer uma investigação
para identificar grupos de pesquisa e bancos de teses que condensam pesquisas em Educação
Inclusiva e Educação Profissional. Para tanto, procedeu-se ao levantamento bibliográfico por
meio da internet, utilizando as bases de dado da biblioteca virtual ScIELO (Scientific
Eletronic Library Online), bem como do portal de periódicos CAPES/MEC, da Biblioteca
Digital de Teses e Dissertações da UFS, da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da
UFSCAR.
A seleção dos trabalhos atendeu aos seguintes critérios de inclusão: textos publicados
na íntegra, disponíveis on-line e período de publicação entre os anos de 2006 a 2015.
Adotaram-se como critérios de exclusão, os artigos, teses e dissertações cujos resumos não
estivessem disponíveis, bem como não se encontrassem no recorte temporal definido para sua
inclusão. Contemplaram-se, nessa busca, as seguintes combinações de palavras-chave:
deficiência, aluno com deficiência, ensino profissionalizante e formação profissional.
Os resultados encontram-se nos quadros a seguir, os quais mostram os grupos de
pesquisa com relação direta à temática da pessoa com deficiência espalhados pelo Brasil
(Quadro 1) e as pesquisas apresentadas sobre o tema da Inclusão da pessoa com deficiência na
Educação profissional (Quadro 2):
Quadro 1- Grupos de Pesquisa e Estudos sobre Deficiência
GRUPO DE PESQUISA ORGANIZADORES ÁREA LOCAL
A inclusão da pessoa com
deficiência, TGD/TEA ou superdotação e os contextos de
aprendizagem e desenvolvimento
Vera Lúcia Messias Fialho
Capellini e Eliana Marques Zanata
Educação
UNESP
A proteção constitucional das pessoas com deficiência
Luiz Alberto David Araújo Direito Educação
PUC/SP
Base de Pesquisa sobre Educação de
Pessoas com Necessidades Especiais
Lúcia de Araújo Ramos
Martins e Francisco
Educação UFRN
23
Ricardo Lins Vieira de Melo
Centro sobre Inclusão Escolar,
Síndrome de Down e Necessidades
Educacionais
Marinalva Silva Oliveira
Psicologia
UNIFAP
Deficiência Múltipla
Maria da Piedade Resende
da Costa e Shirley
Rodrigues Maia
Educação
UFSCAR
Diferença, desvio e estigma Sadao Omote Educação UNESP
Educação Especial Célia Regina da Silva
Rocha e Magda Marly
Fernandes
Educação
UNICSUL
Educação Especial: Interação e Inclusão Social
Soraia Napoleão Freitas Educação UFSM
Grupo de Educação Especial e
Inclusão
Ana Flávia Hansel e
Miriam Adalgisa Bedim Godoy
Educação
UNICENTRO
Grupo de Estudo e Pesquisa em
Educação Física, Deficiência, Inclusão e Escola
Paulo Ferreira de Araújo Educação
Física
UNICAMP
Grupo de estudos e pesquisas em
esportes adaptados
Décio Roberto Calegari e
Bruna Solera
Educação
Física
UEM
Grupo de Pesquisa em Educação
Inclusiva
Elizabete Lyra Paganini Educação IFES
Grupo de pesquisa em inclusão
escolar da pessoa com deficiência
Veronica dos Reis Mariano
Souza e Rita de Cácia Santos Souza
Educação UFS
Inclusão e aprendizagem de alunos
com necessidades educacionais especiais: práticas pedagógicas,
cultura escolar e aspectos
psicossociais
Rosana Glat e Annie
Gomes Redig
Educação
UERJ
O Cuidado à Pessoa com Deficiência
na formação profissional.
Luiza Santos Moreira da
Costa
Saúde
Coletiva
UFF
Observatório de Educação Especial e inclusão escolar: práticas
curriculares e processos de ensino e aprendizagem
Márcia Denise Pletsch e Andressa Mafezoni
Caetano
Educação
UFRRJ
Surdo-cegueira e Deficiência
Múltipla Sensorial
Susana Maria Mana de
Aráoz e Shirley Rodrigues
Maia
Educação ULBRA
Tutela jurídica vinculada à inclusão e
direitos da pessoa com deficiência no
âmbito da sociedade da informação
Antônio Rulli Neto
Direito
FMU
Unidades de informação e pessoas com deficiência
Francisca Rosaline Leite Mota e Marcelo Dantas
Aguiar
Ciência da Informação
UFAL
Fonte: Portal de periódicos da CAPES/MEC; Biblioteca Digital da UFSCAR.
24
Quadro 2- Teses e dissertações sobre a inclusão da pessoa com deficiência na Educação
Profissional
IDENTIFICAÇÃO RESUMO ANJOS, Isa Regina Santos dos.
Programa TECNEP: avaliação
de uma proposta de educação profissional inclusiva.
Dissertação (Mestrado em
Ciências Humanas) - Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos, 2006.
O estudo situa-se no contexto das políticas públicas em educação
especial no campo da educação profissional de pessoas com NEE,
com foco no Programa TEC NEP (Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Educacionais
Especiais) enquanto proposta de expansão de educação e
profissionalização no contexto das instituições da rede federal.
ARAÚJO, Tatiana de; MATTOS, Edna Antônia de. Educação e
deficiência intelectual: a
qualificação profissional como mediadora para a inclusão social
e constituição do sujeito. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de São Paulo, 2009.
O trabalho estuda a inclusão profissional e social da pessoa com deficiência intelectual a partir de duas perspectivas: a primeira se
direciona a análise da estrutura curricular de duas instituições de
São Paulo, cuja análise se volta para os aspectos familiares, culturais, identidade, sexualidade. A outra perspectiva trilha pelo
caminho oposto: investigar o sujeito com deficiência intelectual que está no ambiente profissional, suas perspectivas e nível de
independência e suas relações. A questão se volta para como esse
ambiente pode construir para pessoas com deficiência e aos outros funcionários comuns um novo conceito de deficiência
intelectual, de maneira que a qualificação profissional seja
realmente a mediadora para a inclusão social e constituição do sujeito, através de sua socialização, responsabilidade e
principalmente autonomia e projeto de vida.
FERNANDES, Odair Antônio.
Educação Profissional e Educação Especial: Políticas
para a Formação Profissional de Pessoas com Deficiência Mental
no Brasil na Década de 1990. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Universidade
Estadual de Maringá, 2009.
O estudo aborda o ensino profissionalizante para pessoas com deficiência mental, no contexto de reestruturação do sistema
produtivo em que políticas internacionais, fundamentadas no
ideário neoliberal, orientaram as políticas nacionais para a educação, efetivadas na década de 1990 sob a égide da inclusão.
Enfatiza as políticas educacionais brasileiras e os vínculos estabelecidos entre a educação e a esfera econômica. Revela a
influência das agências internacionais – Banco Mundial,
UNESCO, UNICEF, OIT e outras – para efetivação das políticas nacionais, sob o enfoque neoliberal.
OLIVEIRA, Helvécio Siqueira
de. O Ensino Profissional, a
pessoa com deficiência e o rótulo que culpabiliza a vítima.
Dissertação (Mestrado) -
Universidade de Sorocaba, 2010.
Essa dissertação teve como objetivo principal, compreender as relações de comprometimento das pessoas no cotidiano escolar. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa qualitativa, com um
estudo de caso, no qual o aluno foi rotulado e culpabilizado pelo seu desempenho acadêmico, revelando como tal estigma
influenciou-o na vida e o (des) compromisso com esse aluno. Em
contraposição utilizou-se de uma experiência ocorrida com a adequação de materiais didáticos e equipamentos para o ensino
profissionalizante de alunos com deficiências, mental, física, auditiva e visual. Como referencial da sociologia as análises
relacionam a composição inclusão /exclusão como reflexos do
mercado, numa sociedade firmada nas relações de consumo a identificação, o diagnóstico e o rótulo são estabelecidos a partir
da capacidade de produção e de consumo dos indivíduos.
SILVA, Izaura Maria de Andrade da. Política de educação
profissional para pessoa com
A tese é resultado de uma pesquisa cujo objetivo foi o de examinar as razões pelas quais a educação para as pessoas com
deficiência tem sido oferecida por um sistema diferenciado de
25
deficiência. Tese (Doutorado) – Universidade
Federal de Minas Gerais, 2011.
escolarização, especialmente no que diz respeito à formação para o trabalho. Os dados obtidos nessa investigação mostram
desigualdades escolares, tais como insignificante número de
matrícula de pessoa com deficiência na educação técnica profissional; redução da oferta pelos sistemas de ensino a
programas de formação inicial articulados ao ensino fundamental
destinados exclusivamente a esse segmento social, em sua maior parte, desenvolvidos em instituições especializadas de caráter
privado-filantrópico; a pouca efetividade dos programas de inclusão na rede de educação profissional regular como um todo,
mesmo considerando aspectos elementares, tais como adequação
do espaço físico e disponibilizarão de salas de recursos multifuncionais.
CUNHA, Angélica Moura
Siqueira. Educação Profissional
e inclusão de alunos com deficiência: um estudo no
colégio universitário/UFMA. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do
Maranhão, 2011.
Estudo fundamentado na Teoria Crítica, sobretudo no pensamento
de Theodor Adorno e Max Horkheimer. Teve como objetivo caracterizar as percepções dos alunos com deficiência e dos
profissionais do Colégio Universitário sobre a educação
profissional de alunos com deficiência no Colégio Universitário e identificar as contribuições da educação do Colégio Universitário
para a formação profissional dos alunos com deficiência.
SANTOS, Yvonete Bazbuz da
Silva. As Políticas Públicas de
Educação para a pessoa com deficiência: a proposta dos
Institutos Federais.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará,
2011.
Nesse trabalho, a pesquisa realizada visa à análise da Educação
Profissional desenvolvida pelos Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia, em atenção às políticas públicas de educação, voltadas para a pessoa com deficiência. Diante da
realidade contraditória em que as Instituições Federais estão
inseridas, refletida no seu processo formador, estabelecer uma política não se resume na escritura de metas e ações, pois essas
tendem a reproduzir as necessidades da ideologia dominante. Para que essas se efetivem numa perspectiva emancipadora, é
necessário que as instituições formadoras, junto às associações e
movimentos voltados para os direitos humanos, atuem visando à implosão da hegemonia, contribuindo para que a igualdade da
pessoa com deficiência, na sociedade, seja ampliada para além da
acessibilidade física, com profissionais qualificados e capacitados para atuarem na formação profissional de forma a suscitar a
formação para a vida, na qual se inclui o trabalho.
ROSA, Vanderley Flor da.
Políticas públicas educacionais,
direitos sociais e
democratização do acesso à escola: uma visão a partir da
implantação da Ação TECNEP na Rede Federal de Educação
Tecnológica.
Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, 2011.
O trabalho analisa as políticas públicas educacionais, os direitos sociais e na democratização do acesso à escola, a partir da
implantação da Ação TECNEP na Rede Federal de Educação
Tecnológica, verificando como se dá a participação das pessoas com deficiência neste processo e se há condições ofertadas pelo
próprio Estado para o sucesso das ações. Com dados coletados dos atores da Ação TECNEP na Rede foi possível verificar que,
mesmo com a existência de políticas públicas para a inclusão,
especificamente no contexto de atuação do TECNEP, existe uma precariedade de condições ofertadas pelo Estado e pelas
instituições componentes da Rede, o que acaba por prejudicar ou mesmo inviabilizar o trabalho da Ação TECNEP.
COSTA, Gerline Maciel Almeida
da. Núcleo de atendimento aos
alunos com necessidades educacionais especiais (NAPNE): ações para a inclusão em uma instituição de ensino
Este estudo teve por objetivo analisar as ações do Núcleo de
Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais
Especiais (NAPNE) para atender os pressupostos do Programa de Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais (TEC NEP) no que se refere ao Ingresso, a Permanência e a conclusão com êxito dos alunos
26
profissional do estado de Pernambuco.
Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Alagoas, 2011.
com NEE na Educação Profissional Tecnológica (EPT). Em termos de resultados, no olhar dos alunos, as expectativas da
proposta do TEC NEP no Ingresso na EPT através do vestibular
foram alcançadas ao seguir a legislação vigente. No pressuposto da Permanência e conclusão com êxito, as ações mais
evidenciadas foram as de articulação entre os professores e apoio
na aprendizagem. Os recursos técnicos não atendiam às necessidades dos alunos que, todavia, avaliaram a atuação do
NAPNE como boa.
BORDIGNON, Priscila Mallmann . O programa de
aprendizagem e a capacitação
profissional de pessoas com deficiência: um estudo de caso
no SECAP/FADERS. Dissertação (Mestrado) – Centro
Universitário La Salle, 2011.
A pesquisa, tipo Estudo de Caso, teve como foco investigativo a capacitação profissional das Pessoas com deficiência, através do
Programa de Aprendizagem, desenvolvido no SECAP/FADERS,
em parceria com o Governo Federal. O campo empírico do estudo foi o Serviço de Capacitação Profissional (SECAP). A análise de
dados possibilita inferir que o Programa de Aprendizagem é fundamental e relevante para o sucesso do processo de inclusão e
permanência das pessoas com deficiências no mercado de
trabalho.
ASSIS, Suelen Tavares Godim de. A Educação Profissional de
pessoas com deficiência: processos de inclusão.
Dissertação (Mestrado) –
Universidade do Estado do Pará, 2012.
O objetivo deste trabalho é analisar como se processa a Educação Profissional de pessoas com deficiência na Rede das Escolas de
Educação Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (EETEPA), verificando de que forma ocorre a inclusão desses
sujeitos sociais. Como objetivos derivados, o estudo busca
identificar os processos de inclusão que embasam as práticas de Educação Profissional nessa Rede de Escolas e, também,
investigar o Projeto Político-Pedagógico (PPP) dessas escolas a
fim de identificar propostas de práticas inclusivas.
COIMBRA, Fernanda Cristina
Correa Lima. Aluno com
deficiência visual: perspectivas de Educação Profissional
inclusiva na história e na
memória do instituto federal do Pará - campus Belém, de 2009 a
2012. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Ceará,
2012.
O trabalho tem como propósito compreender o processo de
inserção da pessoa com deficiência (PcD) visual no contexto da
perspectiva de Educação Profissional Inclusiva em uma das unidades de ensino do Instituto Federal de Educação, Educação,
Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), durante a formação
profissional de nível Técnico integrado ao Ensino médio no período de 2009 a 2012. Nas discussões deste trabalho, as
abordagens contemporâneas como: a relação entre inclusão social e escolar e a educação profissional nos Institutos Federais (IFs)
são necessárias para a melhor compreensão das práticas de
inserção da pessoa com deficiência em ambientes educacionais voltados para a formação profissional técnica na atualidade.
MOURA, Kátia Cristina Bezerra.
A política de inclusão na educação profissional: o caso do
Instituto Federal de
Pernambuco/Campus Recife. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal da Paraíba,
2013.
Os estudos sobre a profissionalização dos alunos com deficiência
têm indicado que programas de educação para o trabalho, realizados por instituições especiais que organizam suas ações
laborais sob tais modelos, não disponibilizam nem os
conhecimentos necessários para o exercício de uma profissão, nem contribuem para a inclusão profissional à medida que impõe
barreiras à participação plena do estudante com deficiência na
sociedade.
MENDES, Joselma de
Vasconcelos. As trilhas possíveis
da inclusão de pessoas com deficiência na Educação
Profissional do IFES Vitória: narrativas dos protagonistas.
Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Espírito
Essa pesquisa objetiva analisar como se desenvolve a inclusão de
pessoas com deficiência no Curso Técnico em Segurança do
Trabalho do Ifes Vitória na perspectiva dos sujeitos envolvidos no processo. Na análise dos dados observa-se que: as narrativas
suscitaram indagações que estão no cerne da práxis inclusiva e dela se retroalimentam; a legislação em vigor, se por si só não
provoca mudanças, sem esse respaldo legal, no entanto, o
processo de inclusão seria ainda mais penoso/moroso; o empenho
27
Santo, 2013. de um grupo denominado pró-inclusão foi decisivo na sensibilização dos sujeitos e ações políticas institucionais,
ratificando que a intervenção pedagógica propiciou um ambiente
de convivência mais favorável; que as conquistas resultaram da luta enfrentada como um desafio e não como barreira
intransponível, que exigiu uma práxis crítica.
SANTOS, Allyne Cristina dos.
Preparação e inserção da
pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de São
Carlos, 2013.
O estudo teve por objetivo verificar como estão sendo preparadas as pessoas com deficiências nos cursos profissionalizantes e como
vem ocorrendo sua inserção e inclusão no mercado de trabalho.
De acordo com os resultados obtidos pelos estudos, pode-se compreender que na instituição participante, os trabalhadores com
deficiência atualmente encontram-se satisfeitos com suas
condições de trabalho e sentem-se realizadas com as atividades que desenvolvem.
CORDEIRO, Diana Rosa
Cavaglieri Liutheviciene. A
Inclusão de pessoas com
deficiência na rede regular de
educação profissional. Dissertação (Mestrado) –
UNESP, 2013.
Este estudo tem como objetivo identificar a matrícula de pessoas
com deficiência em escolas regulares de educação profissional e investigar como se concretiza o processo de formação nessas
escolas. A análise dos resultados possibilitou a reflexão e a
discussão sobre o acesso, práticas e estratégias das escolas, assim como os posicionamentos, perspectivas e expectativas dos
participantes a propósito da inclusão na educação profissional e no trabalho. Os resultados do estudo permitem afirmar que ainda
é muito reduzido o número de alunos com deficiência
matriculados nessas escolas.
SANTOS, Amanda Carlou Andrade. Inclusão na Educação
Profissional: Visão dos gestores do IFRJ.
Dissertação (Mestrado) –
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014.
Esta dissertação analisa a inclusão na educação profissional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro a partir da visão dos gestores. O estudo revelou não só as contradições, mas a complexidade do processo de inclusão vivido
na educação profissional, particularmente nos aspectos que se
referem a concepção e expectativas dos gestores em relação ao processo de ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades
educacionais específicas.
SILVA, Rivânia de Sousa.
Inclusão de estudantes com
deficiência no Instituto Federal da Paraíba a partir da
implantação da ação TECNEP. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, 2014.
Esta investigação realizada no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB, Campus João Pessoa,
objetivou analisar o processo de inclusão de estudantes com deficiência nos cursos superiores a partir da implantação da Ação
Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais (Ação TEC NEP). Os resultados a partir dos dados analisados apontam para a
constatação de que os alunos participantes dessa pesquisa avaliam positivamente seu processo de inclusão escolar na instituição
investigada apesar das dificuldades e entraves especialmente das
barreiras arquitetônicas.
MARQUES, Claudia Luiza. Educação profissional: o
ingresso, as tecnologias e a permanência dos alunos com
deficiência no Instituto Federal de
Brasília. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de Brasília, 2014.
O estudo buscou verificar em uma instituição federal de educação profissional, que se identifica como inclusiva, que estratégias
utiliza para o ingresso e a permanência de estudantes com deficiência em seus cursos. Nesse sentido, e tendo em vista que as
tecnologias fazem parte do cotidiano das pessoas com deficiência
e a escola insere-se cada vez mais nesse contexto, procurou-se também, verificar como os recursos tecnológicos têm sido
utilizados como apoio ao processo de ensino e de aprendizagem para a inclusão desses estudantes. Os resultados obtidos
identificaram a falta de diretrizes na instituição para conduzir, de
forma sistêmica, o ingresso e a permanência dos estudantes com
28
deficiência.
SOARES, Gilvana Galeno.
Educação Profissional de pessoas com deficiência: atuação
dos núcleos de apoio às pessoas
com necessidades educacionais especiais no IFRN.
Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.
Este estudo tem como objetivo avaliar a realidade em que se
encontram os Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NAPNE) implantados no
âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Norte (IFRN) através do Programa de Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades
Educacionais Especiais (Programa TEC NEP). Os resultados da
pesquisa demonstram que a criação do Programa TEC NEP significou um grande avanço para as políticas de inclusão no
IFRN. No entanto, dificuldades também foram apontadas pelos coordenadores participantes, como: falta de estrutura física, de
recursos materiais e humanos e de ordem financeira, dentre
outros, como barreiras à implementação e atuação dos NAPNEs.
Fonte: Banco de dados de teses e dissertações da CAPES; Biblioteca Digital da UFSCAR
Nos Quadros 3 e 4, que se seguem, apresentam-se os resultados das pesquisas, em
Sergipe, que têm a deficiência como foco de atenção. Destacamos que a opção por apresentar
as pesquisas realizadas pelo NPGED e NPGCIMA, deu-se pela proximidade com a linha de
pesquisa desenvolvida pela orientadora do presente estudo, onde se buscou a contribuição
para a construção do suporte teórico-metodológico capaz de possibilitar a apreensão dos
problemas que perpassam a inclusão educacional.
Quadro 3- Demonstrativo das dissertações e teses defendidas no NPGED
IDENTIFICAÇÃO RESUMO
Ensino da língua portuguesa na
perspectiva da inclusão do aluno cego no nível fundamental. Aluna: CUNHA, Marleide dos Santos.
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis Mariano.
Data da defesa da dissertação: 03/03/2015
O objetivo geral desta pesquisa foi analisar o ensino da
Língua Portuguesa em uma turma de alfabetização e no 8º ano do Ensino Fundamental, tendo como campo empírico
uma instituição que proporciona Atendimento Educacional
Especializado a pessoas com deficiência visual em Sergipe e uma sala de aula do ensino regular com alunos cegos
incluídos, em uma escola pública da cidade de Aracaju. Os resultados mostram que professores da sala de Língua
Portuguesa e do Atendimento Educacional Especializado
em nenhum momento trabalham de modo articulado. Diante disso, o estudo aponta a realidade encontrada e fortalece a
esperança de estarmos avançando na busca por estratégias
de ensino que contemplem as necessidades do aluno cego, em uma escola que almeja a eficácia da educação inclusiva.
O Instituto Nacional de Educação de Surdos e a formação de professores
para surdos em Sergipe (1959-1961) Aluna: SEIXAS, Catharine Prata Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis
Mariano
Data da defesa da dissertação: 03/03/2015
O estudo analisa a formação dos professores de surdos em
Sergipe nos anos de 1959 a 1961, buscando conhecer as práticas pedagógicas que nortearam o Curso de
Especialização de Professores para Surdos, promovido pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos. Para a produção
desta dissertação, a autora seguiu os preceitos da História
Cultural, articulados aos conceitos de memória, memória coletiva, escrito, história e cultura, a fim de dialogar com as
fontes pesquisadas: leis, diários de classe, atas, planos
29
curriculares, manuais, anais.
A implantação da Língua Brasileira
de Sinais como disciplina curricular obrigatória na Universidade Federal
de Sergipe. Aluna: SILVA, Valéria Simplício da.
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis
Mariano. Data da defesa: 25/02/2015.
Trata-se de um Estudo de Caso Histórico Organizacional,
cujas fontes utilizadas foram documentos escritos e entrevistas. O estudo permitiu observar o cumprimento de
uma das proposições da Lei e do Decreto de LIBRAS, isto
é, a obrigatoriedade do ensino de LIBRAS nas Instituições de Ensino Superior, que auxilia na criação de um contexto
educacional inclusivo de interações comunicativas entre
surdos e ouvintes. A pesquisa foi desenvolvida no Campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe.
A Formação Continuada de
Professores na Perspectiva da Educação Inclusiva: desvelando os fios da trama.
Aluna: ALCÂNTARA, Juliana
Nascimento Orientadora: GIVIGI, Rosana Carla do
Nascimento Data da defesa da dissertação:
22/09/2014.
Este trabalho analisa o processo de formação de professores no Curso de Formação Continuada de Professores na
Perspectiva Inclusiva, pelas vias da pesquisa-ação
colaborativo-crítica. O curso proposto formou-se por professores do ensino comum e da educação especial do
estado de Sergipe. Aponta-se, nessa tessitura, a importância
de investimento na formação continuada desses professores, numa perspectiva que produza condições de formação
reflexiva/emancipatória, mediante propostas que tomem os elementos da prática como disparadores de novos
movimentos e ressignificação de funcionamentos
cristalizados.
O uso de tecnologias assistivas no
acesso à web por alunos com deficiência visual da UFS.
Aluno: SOUZA, Alberto Dantas de.
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis Mariano.
Data da defesa da dissertação:
29/05/2014.
Este estudo investigou as contribuições das Tecnologias Assistivas de acesso à Web para facilitar o acesso autônomo
ao conhecimento por parte dos estudantes com cegueira e com baixa visão da Universidade Federal de Sergipe. m
baixa visão da Universidade Federal de Sergipe. Trata-se de
um estudo de caso com abordagem qualitativa, cujo campo de pesquisa é o campus da Universidade na cidade de São
Cristóvão. Os resultados evidenciaram que os recursos das Tecnologias Assistivas de acesso à Web não satisfazem
totalmente as necessidades atuais dos cegos, pois promovem
o desenvolvimento intelectual e autônomo de forma ainda muito simplista. Existe a necessidade de melhorias para
alcançar a plenitude desta autonomia por meio da
acessibilidade, visto que os leitores de telas fazem com que os usuários fiquem passivos e, como consequência, ocorra a
demora e a perda de tempo na resposta e execução da ação.
A dança das mãos na significação da história: a língua brasileira de sinais na
comunidade de pessoas surdas de
Aracaju/Sergipe (1960-2002). Aluna: TELES, Margarida Maria.
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis
Mariano Data da defesa da dissertação:
27/08/2013
O estudo investiga como foram constituídos os diferentes falares dos usuários da Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), na comunidade de pessoas surdas de Aracaju, a
partir da implantação das instituições para surdos de 1962 até a legalização desta língua em 2002. Trata-se de uma
pesquisa histórica baseada nos pressupostos da História Cultural, estabelecendo uma inter-relação entre a educação
e a linguística. Após análise das fontes, concluiu-se que a
política educacional de Aracaju, orientada pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos, perpassava por duas
filosofias de ensino, o Oralismo e a Comunicação Total; que
os diferentes falares das pessoas surdas foram influenciados pelos gestos trazidos do seio familiar para as instituições;
como também, pelo intercâmbio entre surdos proficientes na
30
LIBRAS das cidades de Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Goiás; pelos primeiros livros em LIBRAS:
Linguagem das Mãos (1983), a Cartilha Português
Sinalizado: Comunicação Total (1990), Expressando com as Mãos (1993) e Linguagem de Sinais (1992).
O Processo educacional de cego em Aracaju (1950 – 1970). Aluna: NUNES, Patrícia Matos de Souza
Orientadora: FREITAS, Anamaria Gonçalves Bueno de.
Data da defesa da dissertação: 29/05/2013
O estudo tem como objetivo compreender como se deu o
processo educacional do cego em Aracaju. Como base teórico-metodológica, a pesquisa se fundamenta nos
pressupostos da História Cultural, uma vez que essa
perspectiva apresenta uma preocupação com as massas anônimas, seus modos de viver, sentir e pensar. As
principais categorias de análise utilizadas foram: cultura
escolar, cultura material escolar, representação e apropriação. Espera-se, com esta investigação, elucidar
elementos das práticas educativas utilizadas com os cegos em Aracaju, no período de 1950-1970.
Acessibilidade da pessoa com deficiência física: o caso da
universidade federal de Sergipe- Cidade
Universitária Professor José Aloísio de Campos.
Aluno: SANTOS, Antônio Carlos Nogueira.
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis
O objetivo deste trabalho consistiu em identificar as
dificuldades de acessibilidade encontradas pelas pessoas
com deficiência física na Universidade Federal de Sergipe, especificamente na Cidade Universitária Professor José
Aloísio de Campos. Os principais resultados desta investigação demonstram que, ainda há muito que ser feito
para incluir realmente o deficiente físico na Cidade
Universitária professor José Aloísio de Campus, pois lá encontramos barreiras como falta de acesso aos prédios com
dois pavimentos, banheiros sem adaptação para a pessoa
com deficiência, pisos sem manutenção, entre outros.
Preconceito, descriminação: Mito ou realidade no contexto educacional.
Aluna: NASCIMENTO, Inácia Maria Rodrigues do.
Orientador: MENDONÇA FILHO,
Manoel Carlos Cavalcanti Data da defesa da dissertação:
20/06/2011
Este trabalho teve como objetivo pesquisar o sentido de
raça, etnicidade, preconceito e discriminação no contexto
escolar, tendo como disparador a Lei 10.639/2003. Foram analisadas duas escolas estaduais no município de Aracaju,
através de uma metodologia com base etnográfica, que parte
da observação participante, para elaboração de um diário de campo. Partimos do estudo da abolição da escravidão,
passando pela democracia racial, o sentido da mestiçagem e os conceitos primordiais de raça, etnicidade, preconceito e
discriminação. Dessa maneira, podemos confrontar as
análises obtidas, com o referencial bibliográfico, para respondermos às questões levantadas: Na escola, veem raça
relacionando com a cor da pele e/ou ao grupo étnico a que
pertencem? O preconceito e discriminação que acontecem nas escolas estão relacionados à classe social e ao status?
Comprovamos parcialmente tais hipóteses e percebemos que a realidade da escola nos mostra outros caminhos para o
sentido de tais conceitos.
A tecnologia Assistiva Digital na alfabetização de crianças surdas. Aluna: LIMA, Josilene Souza Barbosa
Orientador: SCHNEIDER, Henrique Nou
Data da defesa da tese: 31/03/2011
O presente estudo objetiva investigar as contribuições da
Tecnologia Assistiva Digital no processo de alfabetização de crianças surdas. Estas crianças enfrentam muitas
dificuldades nesta fase de escolarização devido à escassez de metodologias e recursos apropriados para o ensino. Os
resultados evidenciaram que os recursos da Tecnologia
Assistiva Digital descortinaram novas perspectivas e possibilidades no processo de aprendizagem destas crianças.
Por isso, estes recursos quando munidos de um planejamento criterioso, pode se tornar um instrumento
31
mediador importante para a mediação do conhecimento, para elevar a autoestima e despertar o interesse dos alunos
para novas aprendizagens. .
Educação: Dever- Direito do Estado, Direito-Dever do Cidadão – Inclusão de
Crianças e Adolescentes na Escola
Pública. Aluno: MOREIRA, Orlando Rochadel
Orientadora: CRUZ, Maria Helena
Santana Data da defesa da tese: 06/01/2006
A pesquisa objetivou analisar o papel desempenhado pelo
Estado, no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a inclusão educacional. Foram apontadas, como causas
para a exclusão educacional, a falta de vagas nas escolas; a gravidez na adolescência; a falta de transporte escolar; o
desemprego dos pais; o trabalho infantil e a descrença na
educação. Todas essas causas estão relacionadas a fatores sociais diversos e o nível sócio econômico permeia todas as
análises.
Educação sexual de deficientes mentais: experiência de professores do
Ensino Fundamental em Aracaju.
Aluno: MELO, Marcos Ribeiro de Orientadora: BERGO, Maria Stela de
Araújo Albuquerque
Data da defesa da dissertação: 30/07/2004
O estudo investigou a atuação de professores da rede estadual de ensino na cidade de Aracaju, no tocante à
educação sexual dos alunos portadores de deficiência
mental. Usando a entrevista como instrumento para a coleta de dados junto a 21 professoras de classes especiais e de
classes regulares em que foram implantados programas de
inclusão escolar, o autor concluiu que a formação limitada, a falta de compreensão dos objetivos de uma educação
sexual e uma visão equivocada da sexualidade dos deficientes mentais, leva, em alguns casos, a intervenções
que não contribuem para o desenvolvimento desses alunos.
Por outro lado, há também professoras que, utilizando o bom senso, conseguem realizar boas intervenções, apesar
deste fato não tornar menos urgente uma formação
continuada com o objetivo de assegurar às professoras uma prática de qualidade, cuja proposta seja a aceitação da
diversidade sexual e a não estigmatização destes sujeitos.
Vivência de inclusão Aluna: SOUZA, Verônica dos Reis Mariano
Orientadora: BICHARA, Ilka Dias
Data da defesa da dissertação: 22/12/2000
O questionamento básico que orientou este estudo foi a inclusão do aluno com deficiência no ensino regular.
Analisando o cotidiano de uma escola que se propõe a
trabalhar com a inclusão na cidade de Aracaju, foram observadas as dificuldades, as dúvidas e as adaptações do
currículo em um processo complexo, verificamos a viabilidade, as dificuldades e possibilidades de um trabalho
menos excludente com as pessoas com deficiência. Foram
constatados muitos problemas e dúvidas em torno de tão complexo processo educativo. Apesar das dificuldades
encontradas é possível e viável a inclusão da pessoa com
deficiência no ensino regular.
Educação Especial em Sergipe: uma
trajetória de descaso, lutas, dores e
conquista. Aluna: SOUZA, Rita de Cácia Santos
Orientadora: BICHARA, Ilka Dias Data da defesa da dissertação:
26/05/2000
Este trabalho procura resgatar a História da Educação
Especial em Sergipe, buscando suscitar os motivos iniciais
de interesse por está área, dando ênfase à trajetória nas instituições públicas, particulares e filantrópicas nos seus
aspectos mais relevantes. Metodologicamente, a autora
desenvolveu uma pesquisa histórica com abordagem dialética, valendo-se da história oral instrumental, como
técnica, dado o seu caráter auxiliar. O texto focaliza a trajetória da Educação Especial em Sergipe no contexto da
Educação Geral e da Educação Especial no Brasil e no
mundo, na tentativa de evidenciar este aspecto da história até agora desconhecido, problematizando não somente os
fatos históricos, mas, sobretudo, a compreensão da
32
significação cultural deste passado contemporaneizado. A pesquisa constata um processo histórico marcado pelo
descaso, lutas, dores e conquistas, no qual a sociedade civil
é a mola propulsora para as iniciativas que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vidado
deficiente, expressas através da criação de inúmeras
instituições, embora, nas últimas décadas o poder público tenha demonstrado indícios de atenção neste sentido.
Conclui que os seguidores das diferentes correntes e tendências educacionais não desconsideram o fenômeno da
deficiência enquanto fato concreto, que o deficiente antes de
ser visto como tal precisa ser entendido em sua essência, enquanto homem que faz história, cujo estigma é histórico e
consequentemente, só a história conseguirá superá-lo.
Fonte: Base em dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - UFS.
Quadro 4- Demonstrativo das dissertações e teses defendidas no NPGCIMA
IDENTIFICAÇÃO RESUMO
O ensino das quatro operações matemáticas para alunos surdos no ensino fundamental: estudo de caso. Aluno: SANTOS, Ilvanir da Hora
Orientadora: SOUZA, Verônica dos
Reis Mariano Data da defesa da dissertação:
27/08/2015
Este trabalho tem como objetivo principal analisar o ensino das quatro operações matemáticas para alunos surdos nas
séries iniciais. Os principais resultados apontam para a
necessidade de o professor utilizar uma metodologia que atenda às especificidades do aluno surdo. Observou-se
também que a inclusão do aluno surdo, usuário da Língua Brasileira de Sinais, em escolas regulares favorece seu
desenvolvimento no processo social, contribuindo para
melhor convivência com outras pessoas e na aprendizagem da matemática. O ensino das quatro operações matemáticas para
alunos surdos é uma temática ainda pouco investigada pelos
profissionais da área. Assim, são necessárias mais pesquisas a respeito desse tema para enriquecer e aprofundar as práticas
pedagógicas para a disciplina da Matemática.
As disciplinas de exatas e o processo de ensino para alunos com
deficiência visual na Universidade
Federal de Sergipe. Aluno: SANTOS, Flávio Correia
Orientadora; SOUZA, Verônica dos Reis.
Data da defesa da dissertação:
29/08/2014.
O objetivo deste trabalho consistiu em analisar as
metodologias e recursos utilizados pelos professores das
disciplinas de exatas para alunos com deficiência visual na Universidade Federal de Sergipe. Conclui-se que os
professores pesquisados não consideram o aluno cego como seu aluno, mas como aluno da Universidade e esta deve ser
responsável pela aprendizagem do deficiente visual.
O ensino de química e a Língua
Brasileira de Sinais – Sistema SignWriting (LIBRAS-SW):
monitoramento interventivo na
produção de sinais científicos. Aluno: COSTA, Edivaldo da Silva
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis Mariano
Data da defesa da dissertação:
23/05/2014
O objetivo principal desta pesquisa foi produzir sinais químicos em Língua Brasileira de Sinais escritos em sistema
SignWriting (LIBRAS-SW) para dar suporte à construção de conceitos científicos por e para alunos surdos no processo de
educação e inclusão científica. Além disso, mostrou variações
de alguns sinais pesquisados, fez uma interface mediadora, quando possível, da linguagem científica com a composição
quirêmica dos sinais que expressaram terminologias químicas na LIBRAS e a escrita dos sinais em sistema computacional
SW-Edit. Esta pesquisa contribuiu para um maior
aprofundamento nos estudos sobre o ensino de Química em LIBRAS e áreas interdisciplinares ao conhecimento
33
científico, além de ser uma fonte de pesquisa para professores de Química, intérpretes educacionais de LIBRAS e alunos
surdos. A metodologia escolhida foi baseada nos pressupostos
da pesquisa-ação. Concluiu-se que o processo de produção de sinais de Química por e para alunos surdos ainda constitui um
campo científico de estudo e área de investigação a ser ainda
melhor e mais explorado pelos os profissionais do ensino, sendo necessária uma análise mais profunda da composição
estrutural interna do léxico especializado no que se refere aos campos da linguística, principalmente a semântica. O uso dos
sinais em SignWriting representaram mais integramente a
ideia de movimento da língua visual-espacial, como é o caso da LIBRAS, pois as imagens fossilizadas dos dicionários e
dos livros representando o movimento dos sinais muitas vezes
atrapalham a sua execução fazendo-se necessário o uso de vídeo que nem sempre é possível.
A inclusão dos alunos surdos e/ou deficientes auditivos nas disciplinas
do Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade Federal de Sergipe. Aluna: FERNANDES, Priscila Dantas Orientadora: SOUZA, Verônica dos
Reis.
Data da defesa da dissertação: 31/03/2014
O objetivo geral deste trabalho foi analisar o processo de
inclusão de alunos surdos e/ou deficientes auditivos nas disciplinas do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus de São
Cristóvão. Pretendeu-se desenvolver uma análise da realidade vivenciada pelos alunos, de suas dinâmicas de estudos, de
suas dificuldades e das possíveis barreiras pedagógicas e atitudinais existentes no campus. Os resultados mostram
desinformação e desconhecimento sobre a surdez, falta de
apoio dos docentes, problemas na metodologia do professor, falta de conhecimento da língua de sinais, a falta de sinais
específicos da Matemática em Libras, barreiras atitudinais,
postura inadequada do professor em sala de aula e falta de estrutura da universidade. Apesar da existência de falhas, a
universidade apresenta progressos expressivos, como o Programa PAI/UFS, oferta de intérpretes, cursos na área da
inclusão, estudos sobre este tema, eventos sobre ações
inclusivas, entre outros.
Ensino de ciências em uma perspectiva inclusiva: utilização de
tecnologia assistiva com alunos com deficiência visual.
Aluna: SILVA, Tatiane Santos Orientadora: SOUZA, Myrna
Friederichs Landim de.
Data da defesa da dissertação: 25/02/2014.
Este trabalho teve como objetivo principal analisar o processo de ensino e aprendizagem de Ciências com alunos com
deficiência visual em uma escola da rede pública de ensino em Aracaju, SE, quanto a utilização de recursos de tecnologia
assistiva. Pode-se perceber com esta pesquisa, a partir das
falas dos participantes e observações realizadas, que as condições de aprendizagem da disciplina Ciências, dos alunos
com deficiência visual incluídos nesta escola, não estavam
condizentes com uma efetiva inclusão escolar, pois, de um lado encontravam-se as professoras entrevistadas, que não
possuíam qualquer formação inicial ou continuada a respeito da inclusão escolar da pessoa com deficiência. Do outro, os
alunos com deficiência visual, que se limitavam a ouvir as
aulas de ciências, pois não estavam sendo utilizados recursos de tecnologia assistiva que proporcionassem o acesso a
elementos estritamente visuais no ensino de ciências. Segundo os alunos, o uso das tecnologias assistivas, que
ocorreram na terceira etapa desta pesquisa, foram de extrema
importância para sua aprendizagem, pois a partir dessas, eles puderam ter acesso aos conhecimentos de células e tecidos, já
que, segundo eles, sem a utilização dos materiais ficava
34
difícil de entender a aula. Em suma, é preciso ir além e constantemente ouvir os atores da inclusão, como alunos,
professores de disciplinas, professores especializados da
educação especial e toda a equipe escolar, justamente por se tratar de um processo recente, fluido e dinâmico, para que
possa ser aperfeiçoado constantemente conforme a realidade
que se observa e vivencia.
Tecnologia assistiva para o ensino da matemática aos alunos cegos: o caso do centro de apoio pedagógico para
atendimento às pessoas com deficiência visual.
Aluna: PRADO, Renata Beatriz de.
Orientadora: SOUZA, Verônica dos Reis Mariano.
Data da defesa da dissertação:
29/07/2013.
O presente estudo teve como objetivo compreender os limites
e as possibilidades das Tecnologias Assistivas no processo de
ensino da Matemática para alunos com cegueira tendo como campo empírico o Centro de Apoio Pedagógico para
Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) do
Estado de Sergipe. Os resultados demonstram até que ponto as Tecnologias Assistivas auxiliam no ensino da Matemática
em alunos cegos do CAP, evidenciando que as TA s adotadas na Estimulação Precoce e Alfabetização Braille colaboram no
desenvolvimento e na formação dos conhecimentos
matemáticos dos alunos. No entanto, as Tecnologias Assistivas adotadas no Soroban e Informática ficam a desejar,
principalmente para os conteúdos a partir do 6º ano do Ensino
Fundamental e até o Ensino Médio. Fonte: Base em dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – UFS.
Essa investigação evidenciou a preocupação, por parte de vários estudiosos, com a
questão da inclusão da pessoa com deficiência em diversos estados do Brasil e em áreas
diversas, com ênfase para a área de Educação, o que demonstra a relevância do objeto de
pesquisa deste projeto. Evidencia-se, ainda, o apoio legal que vêm recebendo as pessoas com
deficiência, desde 1948, por meio de declarações, programas, constituição, decretos,
convenções, leis, planos e normas internacionais e nacionais, conforme abaixo elencados.
Internacionais: Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas- 1948; Declaração de Cuenca- 1981; Declaração de Cave Hill- 1983;
Programa de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência da ONU- 1993; Carta para
o Terceiro Milênio da Reabilitação Internacional- 1999;
Nacionais: Constituição Federal- 1988; Decreto nº 3.298/99- Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; NBR 9050/04- Normas de
acessibilidade à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; Decreto
3.956/01- Convenção Internacional para a eliminação da discriminação contra pessoas
portadoras de deficiência; Portaria 3.284/03- Requisitos de acessibilidade para pessoas
com deficiência física e sensorial, considerando necessidades básicas de acesso,
mobilidade e utilização de equipamentos; Decreto 5.296/04- Prioridade de
atendimento e promoção de acessibilidade; 6.949/09- Convenção Internacional sobre
35
os direitos das Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo de 2007; Decreto
7.611/11- Educação Especial e do Atendimento Educacional Especializado; Programa
Incluir- Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência- Viver sem limites;
Plano de Desenvolvimento Institucional- UFPA (2011-2015); Lei Estadual 6.020/97-
Normas de Promoção do Acesso a Pessoas Portadoras de Deficiência no Pará; Lei
13.146/2015 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
Pessoa com Deficiência).
Situando as ações legais no município de Aracaju- SE, lócus da pesquisa, verifica-se
que, em 2006, esta cidade já estava fazendo parte do Programa Brasileiro de Acessibilidade
Urbana - Brasil Acessível, cujo objetivo consiste em apoiar e estimular os governos
municipais e estaduais no desenvolvimento da acessibilidade para pessoas com restrições de
mobilidade às áreas de circulação pública, transportes e equipamentos urbanos, tratando de
incluir no processo de construção das cidades uma nova visão que considera o acesso
universal. Recentemente, a Prefeitura Municipal de Aracaju publicou no DOM, em 30 de
outubro de 2013, a Lei nº 4444 de 16 de outubro de 2013, que estabelece as normas de
acessibilidade para a cidade, consolidando direitos individuais e coletivos das pessoas com
deficiência e mobilidade reduzida.
A apresentação de estudos e experiências mostra que o tema pertinente à inclusão tem
tomado significativas dimensões em espaços institucionais, sociais e midiáticos, ganhando
tonalidades diferentes e alterando políticas que debatem e refletem sobre diferentes formas de
organização escolar e social para acolher a diversidade humana. Assim, demonstrando o
quanto são relevantes os estudos e pesquisas que abordam esse tema, justifica-se sua escolha
pela necessidade de se inserir na luta pela construção de uma escola inclusiva e comprometida
com a diversidade, tendo em vista que o paradigma da segregação ainda é intenso e enraizado
em algumas escolas e na sociedade. Une-se, ainda, ao esforço demonstrado por educadores e
estudiosos na edificação de uma escola para todos, a qual expressa valores que respeitam as
diferenças e colaboram na melhoria da qualidade da educação brasileira.
Sob esse foco é que o eixo de análise deste trabalho se encaminha, trazendo à tona,
para refletir sobre essa realidade, os movimentos voltados à construção de uma educação
menos excludente, em cujo âmbito as instituições de ensino assumem um papel social
relevante, qual seja o de implementar as políticas públicas destinadas a garantir o acesso e
permanência de alunos com deficiência no ensino regular, como expressão executiva desta
orientação educacional. Tem-se, nesse sentido, que a existência da legislação, por si só, não
36
basta para que a inclusão se concretize, de fato, nas escolas. É necessário, portanto, dá-la a
conhecer, bem como sensibilizar a sociedade para a sua importância.
Partindo-se do pressuposto de que a organização da investigação, em termos
metodológicos, se encontra alicerçada na concepção do “conhecimento como construção em
processo sobre um real também processo” (BESSA, 2005, p. 82), a realização deste trabalho
orientou-se pela metodologia do estudo de caso, através do qual se buscou verificar o
processo de inclusão do aluno com deficiência nos cursos de formação profissional do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju. Para
Stake (2009), o estudo de caso, como estratégia de pesquisa, distingue-se justamente pelo
interesse em casos individuais e não pelos métodos de investigação, os quais podem ser os
mais variados, tanto qualitativos como quantitativos. Segundo o autor, um caso é uma unidade
específica, um sistema delimitado cujas partes são integradas.
De maneira sintética, Yin (2001, p.23) define o estudo de caso como “uma pesquisa
empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em seu contexto natural, em situações
em que as fronteiras entre o contexto e o fenômeno não são claramente evidentes, utilizando
múltiplas fontes de evidência”. Torna-se pertinente ressaltar que o estudo de caso não tem o
propósito de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas
sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o
influenciam ou são por ele influenciados, conforme argumenta Gil (2010).
O estudo de caso caracteriza-se como pesquisa qualitativa, pois se enquadra nas
peculiaridades deste tipo, conforme descrito por Lüdke e André (2013). Esse método é
empregado para os estudos considerados subjetivos, abrangendo, geralmente, a realidade
social, seu sistema de valores e símbolos, espaço em que os sujeitos e grupos estão inseridos,
em contextos que “apresentam condições históricas, socioeconômicas e culturais específicas”
(MINAYO, 2000, p. 245).
Na abordagem da pesquisa qualitativa procuram-se processos, comportamentos, atos e
interpretações, investigando sujeitos e as suas histórias, tendo como objetivo específico,
precisamente, a captação e reconstrução de significados, sendo um modo não estruturado de
captar informação, mas flexível numa direção holística. Visto que envolve valores culturais e
as representações de determinado grupo sobre temas específicos, nesse tipo de pesquisa
privilegiam-se os fatos que estão próximos do sujeito e que repercutem na sua vida,
procurando-se entendê-los a partir da própria interpretação que este faz da sua vivência
cotidiana (MINAYO, 2000).
37
O campo de estudo da metodologia qualitativa começou a se estabelecer, num
primeiro momento, nas pesquisas antropológicas e sociológicas no limiar do século XIX,
ganhando corpus no final deste período, quando as denúncias sociais passaram a ganhar
destaque, chamando a atenção para as condições de vida sub-humanas às quais estava
submetida boa parte da sociedade daquela época. Tais estudos deram relevância a temas como
pobreza, condições de trabalho, saúde, urbanização e educação, entre outros. No campo
educacional sua influência aconteceu no princípio do século XX, quando começou a ganhar
amplo espaço (BOGDAN; BIKLEN, 2000).
A partir de então, a pesquisa qualitativa busca o afrontamento dos problemas
apresentados pela realidade, os quais desafiam o homem à reflexão, objetivando a procura de
alternativas para a superação dos mesmos. A escolha pela pesquisa qualitativa justifica-se
pelo fato desta permitir um contato direto com a situação a ser estudada e que sofre influência
em relação ao contexto no qual se insere, o que torna importante os dados da realidade que os
participantes do estudo ajudam a fornecer. Mediante essa metodologia, pude elucidar um
universo de significados, aspirações, crenças, valores e atitudes, relacionados à percepção dos
integrantes, tendo em vista que a pesquisa qualitativa viabiliza a investigação como fonte
direta de dados no espaço natural. Assim sendo, trata-se da metodologia mais apropriada à
investigação neste trabalho.
Com o objetivo exploratório, desenvolvemos a observação e a investigação de pessoas
(diretor, coordenadores, pedagogos, professores, alunos com deficiência, alunos com
deficiência egressos da instituição). Para Gil (2010), pesquisas exploratórias são
desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de
determinado fato. Nelas, habitualmente, são envolvidas análises bibliográficas e documentais,
entrevistas e estudos de caso. Em suma, esse tipo de pesquisa visa à descoberta, o achado, a
elucidação ou explicação de fenômenos.
Para constatar a realidade da Instituição de Ensino, optamos pela observação, que
implicou no exame simples do ambiente e à análise das posturas docentes e dos diálogos que
assinalavam as interações. Assim, deu-se a identificação dos fatos pertinentes à compreensão
do processo de inclusão que ali se desenvolve, utilizando como suporte um guia (Apêndice B)
construído a partir de indicadores pertinentes. Trata-se de uma técnica que permite entrar em
contato diretamente com o fenômeno estudado, utilizando, para isto, os órgãos dos sentidos
como ferramentas essenciais para a exploração de uma determinada realidade
(APPOLINÁRIO, 2006). Para o presente estudo adotou-se, quanto à participação do
observador, pela observação não participante, e quanto ao contexto da observação, pela
38
naturalística, que “ocorre no ambiente natural do sujeito (campo), de forma não controlada”
(p. 135). Por sua vez, na pesquisa não participante o pesquisador não interage como as
pessoas observadas, havendo, neste sentido, duas possibilidades de realizá-la:
Na primeira, o pesquisador pode estar totalmente oculto e os sujeitos ignorarem a observação – nesse caso, denominada oculta (ou “não
obstrusiva”) – ou, alternativamente, o pesquisador deixa-se perceber aos
observados, porém se comporta como um ente externo à situação observada, caso em que a observação leva o nome de não oculta (APPOLINÁRIO,
2006, p. 135).
Fica claro, portanto, que o ponto forte da observação é a evidenciação do realismo da
situação observada. Porém, apresenta a desvantagem de criar impressões favoráveis ou
desfavoráveis, no pesquisador, sobre o que está sendo observado, e, assim, este não conseguir
acessar os aspectos da vida cotidiana. Além desse instrumento, adotou-se, na coleta dos
dados, a entrevista semiestruturada (Apêndice C), aplicada ao diretor, aos coordenadores e
pedagogos, e o questionário composto de questões abertas e fechadas, para os alunos com
deficiência (Apêndice D), professores (Apêndice E) e alunos com deficiência egressos
(Apêndice F) da instituição.
A entrevista, na percepção de Appolinário (2006), é um procedimento de coleta de
dados envolvendo o encontro de duas pessoas – entrevistador e entrevistado – e que pode ser
realizado face a face ou à distância (telefone, chat, por exemplo). Particularmente para este
estudo, empregou-se a entrevista semiestruturada, que se caracteriza pela adoção um roteiro
previamente estabelecido, mas também por possibilitar um espaço para a elucidação de
elementos que surgem de forma imprevista ou informações espontâneas dadas pelo
entrevistado. Assim, para a coleta dos dados dos participantes, foram realizadas entrevistas
individuais, cujo roteiro constituiu-se de um conjunto de 10 questões sistematizadas, todas
subjetivas, registrando-se as respostas com o apoio de gravador, visto que foi autorizado pelos
entrevistados. As respostas, obtidas mediante gravação, foram digitalizadas na íntegra, e os
resultados encontram-se analisados e apresentados, neste estudo, em capítulo próprio para este
fim.
Quanto ao questionário, este é definido, por Gil (2010, p. 121), como sendo uma
técnica de investigação que faz uso de um grupo de perguntas submetidas às pessoas a fim de
recolher informações sobre “conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses,
expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc.” Considerando as
possibilidades dessa ferramenta de coleta de dados, foram utilizados questionários
39
constituídos por perguntas abertas e fechadas, totalizando 10 questões a serem respondidas,
por escrito.
No atinente à população ou o universo da pesquisa, significa dizer, de acordo com
Marconi e Lakatos (2003), que corresponde ao conjunto de indivíduos que partilham, pelo
menos, uma característica em comum. Assim sendo, relativamente à população da pesquisa, o
universo representa o conjunto formado por diretores, coordenadores, pedagogos, professores
e alunos com deficiência, no Instituto Federal de Sergipe, bem como os ex-alunos com
deficiência. A partir dessa população, alvo da pesquisa, foi possível definir o critério segundo
o qual se selecionou os sujeitos, assim identificados os que fornecem dados para a
investigação e vieram a compor a amostra.
No sentido de preservar o anonimato, os participantes foram nominados por letras
precedidas por números, de acordo com a sequência de entrega dos questionários recebidos,
tal como se apresenta no quadro 5 abaixo.
Quadro 5- Caracterização da amostra da pesquisa
Alu
no
s a
tua
is
Participante Ano de ingresso
no IFS
Curso Nível Tipo de
Deficiência
A 1 2009 Licenciatura em Química
Superior Múltipla (física e intelectual leve)
A 2 2013 TEC Gestão em
Turismo
Superior Física
A 3 2009 Licenciatura em Matemática
Superior Física
A 4 2015 Eletrotécnica Integrado Deficiência
intelectual
A 5 2012 Engenharia Civil
Superior Baixa visão
A 6 2012 Informática Integrado Física
A 7 2011 Eletrotécnica Subsequente Baixa visão
A 8 2012 Gestão em
Turismo
Superior Cegueira
A 9 2010 TEC Gestão em
Turismo
Superior Física
Alu
nos
Eg
ress
os
Participante Ano de Conclusão
do Curso
Curso Nível Tipo de
Deficiência
E 1 2011 Hospedagem Subsequente Cegueira
E 2 2012 Matemática Superior Cegueira
E 3 2011 Hospedagem Subsequente Cadeirante
E 4 2007 Segurança no
Trabalho
Subsequente Física
40
P
rofe
ssore
s
Participante Disciplina que leciona
P 1 História
P 2 Geografia
P 3 Educação Ambiental; TCC I e II
P 4 Matemática
P 5 Língua Portuguesa
P 6 Língua Inglesa
P 7 Física
P 8 Projetos Industriais; Instrumentação; Eletrônica de Potência
P 9 Geografia
P 10 Língua Portuguesa
P 11 Matemática
Co
ord
enad
ore
s d
e
Cu
rso
Participante Curso que coordena
CC 1 Segurança no Trabalho
CC 2 Edificações
CC 3 Matemática
CC 4 Eletrotécnica
Ou
tro
s p
art
icip
an
tes
Participante Função/cargo
D Diretor da Instituição
CN Coordenadora do NAPNE
ExCN 1 Ex-Coordenadora do NAPNE
ExCN 2 Ex-Coordenador ado NAPNE
Pe 1 Pedagoga
Pe 2 Pedagoga
Pe 3 Pedagoga
Pe 4 Pedagoga
Fonte: Elaborado pela autora com base em dados coletados junto aos participantes da pesquisa realizada.
Como o objetivo consistia em selecionar, para participar da pesquisa, pessoas capazes
de responder às questões educacionais envolvendo a deficiência, inicialmente buscou-se saber
quem eram os alunos com deficiência matriculados na instituição, bem como recolher
informações sobre os egressos. Nesse caso, a tarefa foi rápida porque o Núcleo de Apoio à
Pessoa com Necessidades Específicas (NAPNE), na própria instituição de ensino, forneceu
uma lista com os dados de todos. A partir dessa relação, chegou-se aos cursos nos quais
estavam matriculados e, consequentemente, aos coordenadores dos cursos desses alunos e aos
41
professores que lhes ministram aulas, para igualmente incluir o próprio diretor do IFS –
Campus Aracaju.
Desse modo, levando em conta que aqui não se pretendia obter resultados com
precisão amostral estatística, não se obedeceu a critérios rigorosos de seleção, optando-se por
um tipo de amostragem não probabilística por tipicidade ou intencional. Esse desenho
amostral “consiste em selecionar um subgrupo da população que, com base nas informações
disponíveis, possa ser considerado representativo de toda a população” (GIL, 2010, p. 104).
Conforme se observa no Quadro 5, constituíram-se cinco subgrupos que abrangeram um total
de trinta e seis (36) participantes.
O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética/UFS, através da
Plataforma Brasil, registro 081080/2015- CAAE 48373415.2.0000.5546. Após a aprovação,
direção, coordenação, professores, pedagogos, alunos atuais e alunos egressos foram
convidados a participar do estudo, informados sobre os objetivos e a metodologia,
confirmando essa participação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexo A).
O campo de análise da presente pesquisa é o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju -, autarquia de regime especial vinculada à
Secretaria de Educação Média e Tecnológica do Ministério da Educação (ME), detentora de
autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didática e disciplinar.
Originariamente, em 1909, recebe a denominação de Escola de Aprendizes e Artífices,
tornando-se, posteriormente, o Liceu Industrial de Aracaju, em 1937. Passou a ser
reconhecido como Escola Industrial de Aracaju, em 1942, e como Escola Técnica Federal de
Sergipe, em 1959. Permaneceu sob essa última denominação até 13 de novembro de 2002,
transformando-se, então, em Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET). Assim
funcionou até o ano de 2008 quando, o então presidente da República assinou um projeto de
lei transformando-o em Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS),
que se caracteriza como instituição multicampi (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
INSTITUCIONAL DO IFS, 2009).
A trajetória percorrida pelo IFS, ao longo dos anos, o consolidou como uma instituição
de reconhecida excelência, como centro de formação tecnológica de profissionais que irão
atuar no setor produtivo, na pesquisa aplicada e no magistério do ensino técnico. O papel que
desempenha vai além da formação profissional, assumindo a necessidade de dialogar de
forma crítica e construtiva com a sociedade, no sentido da assimilação e construção da
cultura, de conhecimentos e de novas tecnologias, assim como da relação entre a escola e o
42
setor produtivo e de serviços, dado o fato de a educação tecnológica ser o âmbito de sua
atuação institucional.
Desse modo, criado a partir da rede de educação profissional, o IFS constitui-se uma
instituição de educação básica, profissional e superior, contemplando, de forma indissociável,
o ensino, a pesquisa e a extensão, na área tecnológica e da pesquisa aplicada. Nesse contexto,
a pesquisa e a extensão desenvolvem-se por projetos que resultam no fortalecimento e
aprimoramento do programa geral de educação tecnológica da Instituição.
Sua estrutura de ensino mantém cursos de Educação Profissional Técnica de Nível
Médio na forma integrada, de Educação Profissional Técnica de Nível Médio na modalidade
de Educação para Jovens e Adultos (PROEJA) e de Educação Profissional Técnica de Nível
Médio Subsequente. Na Educação Superior prioriza o curso de Engenharia de Produção Civil,
licenciaturas em Matemática, Física e Química, graduações em Gestão de Turismo e
Saneamento Ambiental, dentre outros. A forma de ingresso para os Cursos Integrados,
Subsequentes e Proeja, acontece mediante Processo Seletivo, enquanto para os cursos
superiores ocorre de forma mista (50% por processo seletivo e 50% pelo Exame Nacional do
Ensino Médio - ENEM).
O trabalho está organizado em cinco seções, conforme se apresenta a seguir.
Na primeira seção, que corresponde à Introdução, é esclarecido o interesse pelo objeto
de estudo, os objetivos, o campo empírico, justificativa do estudo, estado da arte, e a
metodologia adotada.
A segunda seção traz o enfoque teórico pertinente ao caminho percorrido pelas
pessoas com deficiência, mostrando, em termos de referenciais, aqueles que evidenciam os
diferentes períodos, tais como, de exclusão, seguido de segregação, institucionalização e
integração, até à inclusão na sociedade e, consequentemente, no sistema educacional, o que
ainda se dá de forma incipiente.
Na terceira seção, tomando como referência a realidade brasileira, discutimos o Ensino
Profissional, com suas especificidades, e apresentamos as políticas que criaram os Institutos
Federais, também chamados para assumir importante papel na educação inclusiva dos alunos
com deficiência, visando sua inserção no mercado de trabalho.
A quarta seção analisa e discute os dados reunidos pela investigação, e por fim traz as
Conclusões, seguidas pela bibliografia.
43
2 EDUCAÇÃO ESPECIAL A CAMINHO DA INCLUSÃO
Na educação, a inclusão reflete a luta pelo direito a escola de qualidade, que
contempla as minorias sociais, historicamente excluídas, particularmente daquela parcela da
população que, por características próprias, apresenta dificuldades de escolarização e de
socialização: a pessoa com deficiência. Daí poder se dizer que a inclusão é a garantia de
participação de todos na sociedade, fazendo-se compreendidos em ambiente social e
educacional. Discorrendo sobre o assunto, Rodrigues (2006, p. 2) diz que “[...] o conceito de
inclusão no âmbito específico da Educação implica, antes de mais nada, rejeitar, por princípio
a exclusão (presencial ou acadêmica) de qualquer aluno da comunidade escolar”.
Desse modo, o processo que envolve a inclusão vem, ao longo dos anos, buscando a
não exclusão escolar, propondo, neste sentido, ações que garantam o acesso e a permanência
do aluno com deficiência no ensino regular. Essa problemática, na rede escolar brasileira,
constitui-se um fato complexo, envolvendo políticas públicas para que se efetivem as
propostas de inclusão. Dessa forma, a presente seção tem como objetivo apresentar os
principais aspectos do processo de inclusão educacional da pessoa com deficiência,
oferecendo os subsídios teóricos a respeito desta realidade. Seguindo a metodologia da
pesquisa bibliográfica, foram construídas as informações com o intuito de tornar possível uma
melhor compreensão do fenômeno.
Constituíram-se como objeto de análise, além dos principais marcos legais entendidos
a partir da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva inclusiva, os trabalhos de
diferentes autores que, pela abrangência e diversidade de origem e de foco, representam uma
amostra variada da produção relativa à temática da Inclusão Educacional. São eles: Ferreira e
Glat (2003); Glat e Blanco (2011); Glat e Fernandes (2005); Makhoul (2007); Mantoan
(2003); E. G. Mendes (2002); C. H. Mendes (2014); Rodrigues (2003, 2006); Sanches e
Teodoro (2006), dentre outros. Assim, para compor o diálogo dos diferentes autores, opta-se
pelo apoio de textos que trazem à tona elementos importantes sobre a educação das pessoas
com deficiência.
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA DEFICIÊNCIA: DA EXCLUSÃO À INCLUSÃO
Para melhor situar o contexto estudado, considera-se por oportuno, inicialmente, dar a
entender o termo deficiência, para o qual se encontra o seguinte significado:
44
Deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura e/ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou
durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter
probabilidade de que se altere apesar de novos tratamentos; e incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com
necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para
que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de
função ou atividade a ser exercida (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
Mas, a história da humanidade revela que as diversas sociedades trataram as pessoas
com deficiência de várias formas, começando pela Antiguidade, onde os povos eram nômades
e dependiam das trocas de habitat para se sustentar, havendo, em consequência, necessidade
de deslocarem com frequência. Consideradas como obstáculo para esses deslocamentos feitos
pelos homens, as pessoas com deficiência, no âmbito dessas sociedades, acabavam sendo
abandonadas pelo restante da comunidade. Para melhor compreender esse contexto, busca-se
em Makhoul (2007, p. 87) o conhecimento pertinente ao fato de que, em alguns povos
antigos, o corpo deficiente era considerado inadequado, pois não estava apto para o trabalho e,
em consequência, o “extermínio acontecia sempre que a deficiência implicasse dependência
econômica ou incapacidade para o trabalho, ou seja, sempre que essas pessoas não
conseguissem atender às suas necessidades básicas”.
Tem-se, ainda, a compreensão de que, nesse percurso, na Antiguidade Clássica, a
sociedade valorizava a perfeição, a estética, o que levava a eliminar aquela criança que, ao
nascer, apresentasse alguma deficiência. Na Roma Antiga, por exemplo, a Lei das XII
Tábuas1 autorizava os pais a matar seus filhos nascidos mutilados ou se fossem considerados
como monstruosos. Para elucidar esse pensamento, considera-se, por oportuno, descrever o
famoso discurso de Sêneca (4-65 d. C.) que justifica o infanticídio:
Não se sente ira contra um membro gangrenado que se manda amputar; não o cortamos por ressentimento, pois, trata-se de um rigor salutar. Matam-se
cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas;
matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos
e monstruosos afogámo-los; não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis (SILVA, 2009, p. 46).
1 A Lei das Doze Tábuas reunia, sistematicamente, todo o direito que era praticado na República Romana, pelos
pontífices e representantes da classe dos patrícios. Foi assim chamada justamente porque as leis foram
publicadas em doze tabletes de madeira, afixados no Fórum Romano para que todos pudessem ler (Alves, 1987, p. 1).
45
Reitera Amaral (1995, p. 43) que, na Grécia, as pessoas com deficiência eram
abandonadas e mortas, tendo o Estado “o direito de não permitir cidadãos disformes ou
monstruosos e, assim sendo, ordenava ao pai que matasse seu filho que nascesse nessas
condições”. Já na Idade Medieval, o corpo deficiente ganhou direito à vida, mas foi
estigmatizado, incluído como sinônimo de pecado, devido ao moralismo cristão que pregava a
crença no sobrenatural e na relação com o demônio. O termo estigma, marca ou impressão,
desde os gregos, era empregado, tal como descrito por Goffman (2012), como indicativo de
uma degenerescência: os estigmas do mal, da loucura, da doença. Prossegue o autor:
Na Antiguidade Clássica, através do estigma, procurava-se tornar visível
qualquer coisa de extraordinário, mau, sobre o status de quem o apresentasse. O estigma ‘avisava’ a existência de um escravo, de um
criminoso, de uma pessoa cujo contato deveria ser evitado. Na Era Cristã,
dois níveis foram acrescentados à metáfora do estigma: num, de natureza sagrada, o estigma era sinal corporal de graça divina; no outro, era uma
alusão médica de distúrbio físico (GOFFMAN, 2012, p. 11).
Desse modo, os vários problemas físicos justificavam a segregação, verificando-se que
foi esta crença do deficiente como condutor do pecado que provocou sua separação da
sociedade. A esse respeito, tem-se o entendimento de Glat e Blanco (2011) de que as pessoas
com deficiência eram vistas como portadoras de uma enfermidade crônica e, por este motivo,
tratadas com terapias individuais coordenadas pela medicina, em cujo âmbito o trabalho
educacional limitava-se ao ensino de habilidades voltadas a dar-lhes autonomia a fim de que
pudessem realizar suas atividades cotidianas. Assim, de acordo com essa concepção, a
educação escolar formal não se constituía prioridade.
Na Idade Moderna, reconhecida pelo cientificismo, a modernização dos meios de
produção contribuiu para a construção de uma visão mecanicista, a partir da qual a sociedade
mudou seu modo de pensar as diferenças. As disfunções precisavam ser tratadas para tornar o
indivíduo um ser produtivo, passando o corpo a ser considerado como uma máquina e
relacionando-se a deficiência à disfuncionabilidade. Tal pensamento, conforme mencionam
autores como Bianchetti (2007) e Polia (2008), fez com que se marginalizassem ainda mais os
deficientes, dentro da concepção de que estes não seguiam os avanços da sociedade. Com
base ainda nesses autores, observa-se que a segregação, de acordo com esse ideário, passou a
ser a sugestão mais apropriada para todos, fazendo surgir instituições especializadas, i. e.,
locais onde as necessidades básicas das pessoas com deficiência estariam garantidas, tais
como: hospícios, escolas especializadas, asilos, dentre outras. Nelas, ficavam isolados dos
46
demais, interditados, proibidos de participar do mundo dos ditos normais. Essas instituições
apresentavam caráter mais assistencial, com práticas clínicas, do que uma perspectiva
educacional.
A efetiva preocupação com a educação da pessoa com deficiência deu-se, em
conformidade com Barby (2005), a partir do ano de 1930, com o pensamento de acabar com
as desigualdades, diminuindo as diferenças para uma educação mais qualificada.
Posteriormente, nos anos de 1940, a temática da educação para esse aluno começou a
despontar, em virtude dos movimentos de defesa à democratização da Educação Fundamental
e dos direitos humanos, ocorrendo nos Estados Unidos e em outros países. Entretanto, foi a
partir dos anos 1960 que essa população começou a receber um atendimento de forma mais
consistente.
Lembra Fernandes (1999) que, naquela época, a Educação Especial começou a se
desenvolver como campo de saber e área de atuação voltada para pessoas com deficiências,
baseada em um modelo médico ou clínico. Embora esse modelo seja hoje bastante criticado, é
preciso resgatar que os médicos foram os primeiros a despertar para a necessidade de
escolarização, nomeadamente daquela clientela que se encontrava misturada nos hospitais
psiquiátricos, sem distinção de idade, no caso da deficiência intelectual. Complementando
esse enfoque, Glat e Fernandes (2005), Glat e Blanco (2011) destacam que sendo a
deficiência entendida como uma doença crônica, todo atendimento que lhe era prestado,
mesmo quando envolvia a área educacional era considerado pelo viés terapêutico. Assim, a
avaliação e identificação eram pautadas em exames médicos e psicológicos com ênfase nos
testes projetivos e de inteligência, e rígida classificação etiológica.
Nas explicações trazidas por Glat e Fernandes (2005), Glat e Blanco (2011), nas
instituições especializadas, o trabalho era organizado com base em um conjunto de terapias
individuais (fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia e outras), e pouca ênfase
era dada à atividade acadêmica, que não ocupava mais do que uma pequena fração do horário
dos alunos. A educação escolar não era considerada como necessária, ou mesmo possível,
principalmente para aquelas pessoas com deficiências cognitivas e/ou sensoriais severas. O
trabalho educacional era relegado a um interminável processo de prontidão para a
alfabetização, sem maiores perspectivas, já que não havia expectativas quanto à capacidade
desses indivíduos desenvolverem-se academicamente e ingressarem na cultura formal.
Assim, ao final dos anos de 1970, com o aparecimento dos movimentos em prol dos
direitos das minorias sociais, dentro das quais se situam as pessoas com deficiências, estas se
tornam visíveis para a sociedade. Glat e Blanco (2011) têm em conta que essa saída do
47
anonimato trouxe preocupação para a escola, face ao atendimento que deveria ser dado a essa
parcela da população que principiava a ocupar os espaços sociais. Nessa época, a Educação
Especial firma-se como discurso no Brasil, dando preferência ao ensino do deficiente no
sistema educacional público e, por esta razão, garantindo-lhe o acesso à escola. Essa
Educação, então, passa a ser institucionalizada. Para atender esses alunos com deficiências
reconhecidas, exige-se que as escolas regulares se adéquem em termos de salas de apoio, salas
de recursos, classes especiais, dentre outras estratégias voltadas à criação de um ambiente
educativo mais propício aos sujeitos da Educação Especial.
Nessa trajetória, de acordo com Mendes (2006), o princípio da inclusão passou a ser
defendido como uma proposta de aplicação prática na educação, que implicou na construção
de um processo bilateral, no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscaram, em parceria,
efetivar a equiparação de oportunidades para todos, no sentido de construir uma sociedade
democrática. A luta pela educação escolar como um direito ao desenvolvimento humano
ganhou força no ambiente das políticas públicas a partir da Declaração de Salamanca (1994),
a qual apontou, com clareza, os contornos de um modelo de escola inclusiva, que vem
conquistando relevância na agenda dos debates e das práticas educacionais.
Para se apreender o significado de Escola Inclusiva, busca-se em Ferreira (2007, p.
553) o entendimento de que está se configura como o lócus adequado para “constituir
consciências críticas, efetivamente autônomas e criativas, capazes de construir sociedades
mais justas – voltadas para a solidariedade e o respeito pelo outro”. Igualmente, Carvalho
(2005) entende, ao expor seu conceito de Escola Inclusiva, que esta se baseia na defesa dos
direitos de acesso, ingresso e permanência com sucesso em escola de qualidade, de integração
com colegas e educadores, de apropriação e construção do conhecimento, implicando em uma
mudança de atitude diante das diferenças. Para a mesma autora, a Escola Inclusiva “pressupõe
uma nova maneira de entendermos as respostas educativas que se oferecem, com vistas à
efetivação do trabalho na diversidade” (CARVALHO, 2005, p. 36), ajudando não apenas as
pessoas com deficiência, mas todos os alunos que, por inúmeras causas, temporárias ou
permanentes, apresentem dificuldades de aprendizagens ou no desenvolvimento.
Na opinião de Miranda (2007, p. 16), “uma escola democrática se inicia por este
caminho: proporcionar a todos a igualdade de oportunidades para aprender [...] através de
uma didática abrangente, que possa alcançar e respeitar as diferenças sem descaracterizá-las
[...]”. Somada ao disposto na Declaração de Salamanca (1994), a educação passa a ser um
direito inalienável de todos, devendo oportunizar aprendizagens significativas,
independentemente de diferenças individuais, respeitados os interesses, as necessidades e os
48
talentos próprios de cada um. Por conseguinte, num contexto em que uma sociedade inclusiva
passa a ser considerada como um processo de fundamental importância para o
desenvolvimento e a manutenção do estado democrático, a Educação Inclusiva configura-se
como parte integrante e essencial desse processo.
Na perspectiva de Fumegalli (2012, p. 19), incluir “vem do latim includere, que
significa compreender, abranger, conter em si, envolver [...] introduzir, fazer parte, figurar
entre outros; pertencer juntamente com outros”. Observa-se, nessa proposição, que o ser
incluído não precisa ser igual ou semelhante aos demais, aos quais se agregou, mas deve ser
entendido e reconhecido na convivência com todas as pessoas, sem exceção. Nesse sentido,
para Mantoan (2003, p. 28), “inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças [...]”, no
âmbito de “[...] uma sociedade que valoriza a diversidade humana e fortalece a aceitação das
diferenças individuais, onde são oferecidas oportunidades reais, não obrigatoriamente iguais,
para todos”.
Tendo como base o princípio de igualdade de oportunidades sociais, a inclusão é,
portanto, “[...] respeitar, e ser respeitado, é amar e ser amado, é ‘olhar e viver’ a diferença
como o direito a ser, a fazer e a estar com os outros, numa perspectiva de desenvolvimento
das sociedades mais inclusivas, logo mais democráticas”, segundo Sanches (2011, p. 136). O
ideal da inclusão, fundamentado no reconhecimento da diversidade humana, é inerente à
construção de uma organização social mais justa, capaz de garantir a participação social de
todos, indiscriminadamente. Por tudo isso, a palavra inclusão traz consigo mudanças e
avanços quando é unida à palavra educação, pois provoca questionamentos às políticas
públicas e modificação na organização do sistema de ensino ao prever a inserção escolar de
forma radical, completa e sistemática.
Sobre isso, Sanches (2011, p. 135) destaca que “educar, incluindo, é missão da
sociedade em geral e da escola em particular”. Pode-se dizer que a inclusão educacional foi
permeada por mudanças, nomeadamente ao que se refere a procurar desenvolver propostas
flexíveis a partir de estudos das características dos seus alunos, levando em consideração o
que estes necessitam e anseiam. Trata-se, destarte, de um movimento de transformação da
realidade, na tentativa de conseguir reverter o percurso de exclusão de crianças, jovens e
adultos, com deficiência ou não, no sistema educacional.
Na concepção de Mantoan (2006), a inclusão é uma possibilidade que se abre para o
aprimoramento da educação escolar, porquanto o processo educacional com perspectivas
inclusivas é aquele que atende, de maneira eficaz, todos os alunos, com ou sem deficiências.
49
De acordo com a visão inclusiva, todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de
aula do ensino regular. Nesse sentido, é possível se observar que:
A política de inclusão de alunos na rede regular de ensino não consiste somente na permanência física desses alunos junto aos demais educandos,
mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como o
potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades (GUENTHER, 2003, p. 47).
Glat e Nogueira (2003) complementam esse ponto de vista afirmando que a inclusão
de indivíduos com deficiência na rede regular de ensino corresponde a uma mudança das
concepções e dos modelos educacionais. Nesse contexto, a inclusão, sem negar serviços
especializados àqueles que os necessitam, como ocorre na Educação Especial, consiste não
somente na permanência do aluno com deficiência junto aos demais, como também busca
possibilitar seu desenvolvimento cognitivo, cultural e social, respeitando suas diferenças e
atendendo às suas necessidades.
Segundo Mantoan (2003), esse novo modelo desvela e destaca a diversidade humana,
com foco na cidadania global, plena, livre de preconceitos. Para tanto, a escola vem sendo
pensada, pelos teóricos e por aqueles que formulam as políticas educacionais, como um lugar
privilegiado, em cujo âmbito se reconhece e valoriza as diferenças, voltado para a formação
de uma sociedade mais justa, humana e democrática, contribuindo, por isto mesmo, para uma
sociedade culturalmente inclusiva. Frente a esse compromisso, cresce a mobilização de
profissionais em torno da Educação Inclusiva que é reconhecida por vários países, como o
Brasil, por exemplo.
2.1.1 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
Assim como ocorreu em outros países, no Brasil, a partir das declarações
internacionais sobre educação elaboradas pela Organização das Nações Unidas (ONU), como
as normas sobre a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência e a Declaração
de Salamanca (1994), o movimento pela inclusão cresceu, consolidando-se ao final do século
XX. Essa Declaração, considerada um dos principais documentos mundiais, procurou
promover uma política de apoio à Educação Inclusiva, como direito à educação, afirma em
seus pressupostos que:
A tendência da política social durante as duas últimas décadas foi de
fomentar a integração e a participação e de lutar contra a exclusão. A
50
integração e a participação fazem parte essencial da dignidade humana e do gozo e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, essa situação
se reflete no desenvolvimento de estratégias que possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidades [...] Parte do princípio de que todas as diferenças
humanas são normais e de que a aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às
necessidades de cada criança, ao invés de cada criança se adaptar aos supostos princípios quanto ao ritmo e a natureza do processo educativo. Uma
pedagogia centralizada na criança é positiva para todos os alunos e,
consequentemente, para toda a sociedade (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994).
No país, enquanto um processo que ampliou a participação de todos os estudantes nos
estabelecimentos de ensino regular, a Educação Inclusiva reestruturou as políticas vivenciadas
nas escolas, de modo a que estas pudessem responder à diversidade de alunos. Nesse sentido,
Stainback e Stainback (1999, p. 21) afirmam que a Educação Inclusiva é considerada como “a
prática de inclusão de todos - independentemente de seu talento, deficiência, origem
socioeconômica ou origem cultural”. Daí poder se dizer que a inclusão é a garantia de
participação de todos na sociedade, fazendo-se incluso e compreendido em ambiente social e
educacional, de modo que:
[...] o conceito de inclusão no âmbito específico da Educação implica, antes de mais nada, rejeitar, por princípio a exclusão (presencial ou acadêmica) de
qualquer aluno da comunidade escolar. Para isso, a escola que pretende seguir uma política de Educação Inclusiva (EI) desenvolve políticas, culturas
e práticas que valorizam o contributo ativo de cada aluno para a construção
de um conhecimento construído e partilhado e desta forma atingir a qualidade acadêmica e sociocultural sem discriminação (RODRIGUES,
2006, p. 2).
Sendo assim, as políticas públicas brasileiras, refletindo as determinações presentes na
Constituição Federal de 1988, que estabelece a educação como um direito de todos, institui
ações para a inclusão educacional, ações estas que vão desde os requisitos de acessibilidade às
pessoas com deficiências até o estabelecimento de Diretrizes Nacionais para Educação
Especial na Educação Básica. Encontra-se em Ferreira e Glat (2003) que outros importantes
documentos legais pós-Constituição, como a Lei nº 7.853/89, chamada Lei da Integração, e o
Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), de 1990, reafirmam o direito à educação. Pode-se
incluir, ainda, o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei Brasileira de Inclusão nº 13.146, de
6 de julho de 2015.
Com base nos referenciais anteriores ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, o
Decreto nº 3.298, de 1999, que regulamentou a Lei nº 7.853/89, prevê a opção pelas escolas
especializadas “exclusivamente quando a educação das escolas comuns não puder satisfazer
51
as necessidades educativas ou sociais do aluno ou, quando necessário, ao bem-estar do
educando” (FERREIRA; GLAT, 2003, p. 31). Incorporando o dispositivo constitucional, a
Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/96, art. 58, determina que “haverá, quando
necessário, serviços de apoio especializado na escola regular, para atender às peculiaridades
da clientela de Educação Especial”.
Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (2001, apud FERREIRA; GLAT,
2003), a Educação Inclusiva corresponde a uma nova postura da escola regular, ou seja, no
Projeto Político-Pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude
dos educadores e educandos, nas ações que favoreçam a integração e inclusão social. De
acordo com tais diretrizes, os critérios de adaptação curricular são indicadores do que os
alunos devem aprender, de como e quando aprender, das distintas formas de organização do
ensino e de avaliação da aprendizagem com ênfase nas necessidades de previsão e provisão de
recursos e apoio adequados.
De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) as adaptações curriculares
são:
Respostas educativas que devem ser dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e dentre estes, os que apresentam
necessidades educacionais especiais: (a) de acesso ao currículo; (b) de
participação integral, efetiva e bem-sucedida em uma programação escolar tão comum quanto possível (BRASIL, 2000, p. 7).
Na visão de Mantoan (2003), a inclusão exige uma transformação da escola, que deve
se adaptar às necessidades dos alunos e não o contrário. Essas adaptações são assim
chamadas, justamente por não exigirem autorização de instâncias superiores e terem sua
implementação totalmente realizada através do trabalho docente. Desse modo, alunos com
algum tipo de deficiência precisarão de recursos didáticos, metodologias e/ou currículos
adaptados ou diferenciados. Muitos também precisarão de um tempo diferenciado, geralmente
maior que seus colegas, para executar as atividades propostas e/ ou aprender os conteúdos
ensinados, durante todo ou parte do seu percurso escolar. Dessa maneira,
[...] colocar todas as crianças juntas, em um mesmo lugar, em um mesmo tempo para aprender tudo, não significa que todas aprenderão o que,
realmente, precisam aprender. Juntar crianças em uma sala de aula não garante ensino, não lhes garante escola cumprindo seu papel; não lhes
garante aprendizagem e, portanto, não lhes garante desenvolvimento [...]
violento é deixá-los na escola, matriculados, com lugar marcado na sala de aula, mas sem aprender, sem acesso a todos os instrumentos e estratégias
que respondam às suas necessidades peculiares: professores que saibam do
52
que realmente estas crianças e jovens necessitam; equipe de profissionais que saiba orientar professores e familiares, acompanhando-os no processo
de aprendizagem de seus alunos e filhos; número menor de alunos por sala de aula; sala de recurso em pleno funcionamento; estrutura física adequada
dos prédios; possibilidades de locomoção garantidas; projeto pedagógico
coletivo; estrutura e funcionamento administrativos compatíveis com o projeto pedagógico e com as singularidades dos diferentes grupos de
crianças e jovens (PADILHA, 2006, p. 131).
No Brasil, a inclusão escolar ainda é uma perspectiva a ser buscada, pois, muitas
vezes, o termo se confunde com integração, prática que pressupõe uma participação tutelada,
uma estrutura com valores próprios, aos quais o aluno integrado tem que se adaptar.
Conforme observa Rodrigues (2006), a inclusão abrange não somente a esfera da educação,
mas também a social, pois visa à construção de uma sociedade democrática e justa. Nesse
sentido, Aranha (2000) afirma que a inclusão escolar mostra-se como um novo paradigma
cujo fundamental valor reside no princípio da igualdade, segundo o qual se garante a todos as
mesmas oportunidades, independentemente de sua condição física, intelectual, social, mental
ou emocional.
Sendo assim, para que a escola da rede regular possa atender à diversidade dos alunos,
o pressuposto básico da Educação Inclusiva é a conformidade do ambiente escolar, tanto nos
aspectos materiais (adequação de seu espaço, dos equipamentos e materiais pedagógicos),
quanto na qualificação docente, às necessidades de seus alunos. Ao considerar esse modelo, o
foco volta-se para a eliminação não somente das barreiras didáticas, mas também
arquitetônicas, às condições do ambiente no que tange à questão da acessibilidade, consoante
ao que determina o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Na reprodução do glossário do
Programa Brasil Acessível, do Ministério das Cidades (2006), a acessibilidade é:
Possibilidade de condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização
com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e
elementos (NBR 9050/2004);
Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida (Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de
2004);
A facilidade, em distância, tempo e custo, de se alcançar, com autonomia, os destinos
desejados na cidade (Anteprojeto de Lei de 6 de julho de 2006, art. 4º, inciso X).
53
Em Ferreira (2001, p. 10), a palavra acessível significa “de fácil acesso (coisa ou
pessoa); inteligível, compreensível”, o que remete à possibilidade de condições ambientais de
informação, deslocamento, uso e organização de atividades que permitam as relações entre as
pessoas e o espaço em que vivem. Autores evidenciam que:
Acessibilidade é a resposta física que passa pelas seguintes questões: “Como
posso chegar até o prédio X? ‘Como entrar e me movimentar dentro daquele
prédio Y?’ ‘Como me movimentar entre pisos e entrar nos cômodos?’ ‘Como utilizar as instalações do banheiro?’ ‘Como sentar no ônibus, sem
observância da lei dos obesos?’ ‘Como pagar impostos no banco em fila única, mesmo sendo paraplégico?’ ‘Sou cego, como me locomover neste
quarteirão?’, entre outras” (FORTUNA, 2009, p. 15).
Pensar em acessibilidade envolve pessoas com deficiência e todos aqueles que, por
alguma razão, definitiva ou temporariamente, veem limitadas suas capacidades de acesso e
deslocamento. Em linhas gerais, a acessibilidade perpassa o acesso físico, pedagógico,
comunicacional, entre outras formas de oportunizar a interação entre sujeitos, ou seja,
[...] a limitação social se produz em decorrência de muitos fatores, como, por
exemplo, consequência das barreiras (atitudinais e arquitetônicas), das ideias preconcebidas sobre inteligência e competência social, da incapacidade das
pessoas em geral para usar a linguagem de sinais, da carência de
equipamentos e materiais adequados para o uso por pessoas cegas, com deficiência física, com múltiplas deficiências, entre outros (MARTINS,
2007, p. 201).
De acordo com Carvalho (2012, p. 37), “as barreiras devem ser entendidas como
qualquer entrave ou obstáculo que impeça o acesso, a liberdade de movimentos e a circulação
com segurança das pessoas”. Nessa visão, as barreiras podem ser urbanísticas e na edificação,
nas comunicações, decorrentes de atitudes de rejeição ou negação das pessoas com
deficiência, ou, ainda, educacional.
No que concerne ao espaço arquitetônico, este denota o lugar das pessoas, ou não
lugar que devem ocupar, na medida em que a estrutura física oportunize (ou não) as condições
de autonomia, definida por Sassaki (2010) como domínio no ambiente físico e social, com
privacidade e dignidade da pessoa. As barreiras arquitetônicas são os maiores empecilhos para
as pessoas com deficiência que fazem uso de cadeira de rodas, bengalas ou muletas para se
locomover, além daquelas com deficiência visual, pois não apenas dificultam, mas, muitas
vezes, impedem completamente sua inserção na sociedade. Tais barreiras nem sempre são
voluntárias, mas elas são, sem dúvida, fruto do descaso e da não obediência às leis vigentes.
54
Detendo-se na acessibilidade física, como conjunto de ações que visam garantir, com
segurança e autonomia, o acesso, a compreensão e a circulação de todas as pessoas, inclusive
daquelas com dificuldade de locomoção em espaços físicos de edificações de uso público e
coletivo, Dischinger, Ely e Padaratz (2005) assinalam que o termo assume o significado de
poder chegar a algum lugar de forma independente, segura e com um mínimo de conforto,
entendendo a organização e as relações espaciais que este lugar estabelece, utilizando os
equipamentos disponíveis. Em âmbito educacional, a acessibilidade física é sinalizada nas
pesquisas como parte do desenvolvimento das condições materiais necessárias à inclusão,
articulando-se ao currículo e outras formas de acesso, como aquelas de ordem pedagógica e
atitudinal.
Relativamente às barreiras atitudinais, Amaral (1998, p. 17) as conceitua como
“anteparos nas relações entre duas pessoas, onde uma tem uma predisposição desfavorável em
relação à outra, por ser esta significativamente diferente, em especial quanto às condições
preconizadas como ideais”. Assim as atitudes fundamentam-se em preconceitos, estereótipos
que produzem a discriminação. Além dos preconceitos, referem-se aos medos e ao
desconhecimento em como agir adequadamente diante da pessoa com deficiência.
No debate acerca da inclusão da pessoa com deficiência no sistema educacional,
Mendes (2006) sugere que há muito a avançar na luta pelo acesso, que deve ser direcionado,
necessariamente, para aumentar as matrículas nas classes comuns das escolas públicas do
ensino regular. Para o autor, entretanto, só o acesso não é suficiente, mas conhecimento e
prática para traduzir a filosofia de inclusão das leis, dos planos e das intenções para a
realidade dos sistemas e das escolas, dentre as quais se incluem aquelas voltadas ao ensino
técnico e profissional.
55
3 ENSINO PROFISSIONAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Na nova ordem econômica mundial, permeada por avanços tecnológicos, novas
expectativas e exigências, principalmente em relação ao desempenho dos profissionais,
observa-se que a educação não poderia ficar alheia a essas transformações. Desse modo, a
Educação Profissional, no Brasil, desde o final do século XX, é considerada um fator
estratégico competitivo para o desenvolvimento humano, razão pela qual passa a ser oferecida
em cursos que favorecem a perspectiva de melhoria na qualidade de vida e facilitam o acesso
de jovens e adultos ao mercado de trabalho.
Para que se possa compreender como se deu a construção e o implemento da instrução
direcionada à Educação Profissional e Tecnológica, nesta seção trata-se, especificamente, do
modo como foi traçado seu desenvolvimento, no esforço para mudar o quadro social
brasileiro. Assim, a partir da apresentação dos marcos significativos da história da Educação
Profissional brasileira, passa-se a ressaltar as concepções presentes no processo de formação
de trabalhadores, com destaque para as Instituições Federais que realizam a formação
profissional.
3.1 CRIAÇÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL
A Educação Profissional é, antes de tudo, educação. De acordo com Martins (2004), a
educação pode ser entendida a partir de duas vertentes: na primeira, a educação é definida
como o desenvolvimento das potencialidades interiores do homem, cabendo ao educador
ajudá-lo a exteriorizá-las; na segunda, refere-se ao conhecimento que o homem adquire
mediante experiência. Complementando essa última concepção, a autora identifica que a
educação apresenta as seguintes características:
É um fato histórico, pois se realiza no tempo; é um processo que se preocupa com a formação do homem em sua plenitude; busca a integração dos
membros de uma sociedade ao modelo social vigente; simultaneamente,
busca a transformação da sociedade em benefício de seus membros; é um fenômeno cultural, pois transmite a cultura de um contexto de forma global;
direciona o educando para a autoconsciência; é ao mesmo tempo
conservadora e inovadora (MARTINS, 2004, p. 15).
56
Dessa maneira, a educação, em seu sentido amplo, diz respeito a tudo aquilo que pode
ser feito para desenvolver o ser humano, enquanto em seu sentido estrito, representa a
instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades. No aspecto de processo voltado
para a formação humana, configura-se como uma ação da sociedade sobre o indivíduo, com
vistas à sua integração aos padrões sociais, econômicos e políticos (MARTINS, 2004). Por
seu lado, Kant (2007, p. 73), menciona que “o que distingue o homem do irracional é
precisamente o fato de que o homem só chega a ser tal mediante a educação”. Concebendo o
homem como um educando por natureza, Kant (2007) afirma a necessidade de um processo
educativo, que deve acontecer na interação entre pessoas que ensinam e pessoas que
aprendem, tanto mediante formas sistemáticas (no âmbito da família, da escola, da igreja e de
outras instituições), ou formas assistemáticas (acontecem no contexto da ação do ambiente
sobre o indivíduo).
Discorrendo sobre o assunto, para Ciavatta (2006, p. 3) “a educação é,
fundamentalmente, uma busca de conhecimentos para produzir a vida em sociedade”. Com
base na autora, entende-se que, pela educação, o indivíduo torna-se capaz de conhecer e atuar,
de transformar e ressignificar a realidade. No entanto, enfocando a educação como um direito
para todos, Ciavatta (2006, p. 3) defende a ideia de que a educação do povo na sociedade
brasileira foi “sempre escamoteada, por um meio ou outro na sua universalização”. Para ela, o
dualismo alimentado de diversas formas, inclusive na separação entre a educação
propedêutica e a formação profissional, cerceia “a integração do conhecimento que embasa a
técnica e as tecnologias, o geral e o específico, a natureza e a cultura”.
No que concerne à Educação Profissional, é possível se notar pontos de clivagem e
diferenciação na construção de concepções, as quais expressam os paradigmas que lhes dão
suporte e foram historicamente construídos, sendo ressignificados no presente. Assim, entre as
diversas concepções, localizam-se as que consideram a Educação Profissional:
Numa perspectiva compensatória e assistencialista, como uma forma de
educação para os pobres, até aquelas centradas na racionalidade técnico-
instrumental, as quais postulam uma formação voltada para a satisfação das mudanças e inovações do sistema produtivo e dos ditames do atual modelo
econômico brasileiro, além de outras orientadas pela ideia de uma educação tecnológica, numa perspectiva de formação de trabalhadores como sujeitos
coletivos e históricos (MANFREDI, 2002, p. 56-57).
Pode-se, ainda, destacar as concepções que entendem a formação para o trabalho como
uma das dimensões educativas do processo de formação humana, como direito social ou uma
57
dimensão a ser incorporada aos projetos de escolarização de nível fundamental e médios
dirigidos aos jovens e adultos pertencentes aos grupos populares (MANFREDI, 2002).
Nessa direção, uma breve retrospectiva histórica permite indicar que, no Brasil, ao
longo de sua história de Colônia a República, a formação dos trabalhadores é marcada pelo
modo de produção vigente e sua cultura social. Assim, para se compreender a Educação
Profissional na atualidade, faz-se necessária, de forma sucinta, desenhar sua trajetória no país.
Em termos mais concretos, a Educação Profissional iniciou-se em 1809, com a criação do
Colégio das Fábricas no Rio de Janeiro, que objetivava capacitar órfãos portugueses em
diferentes ofícios. Essa instituição tornou-se paradigma para a instauração de outras escolas
congêneres, tais como, as Corporações de Ofícios, que possuíam normas de funcionamento
que dificultavam, ou até impediam, o ingresso de escravos, e o primeiro Liceu de Artes e
Ofícios, em 1858, cujo objetivo era propagar e desenvolver para a classe trabalhadora, a
instrução artística e técnica dos ofícios industriais (CUNHA, 2000; SANTOS, 2000).
A influência dos padres salesianos, já no período da República, disseminou, ainda
mais, a ideologia do Ensino Profissional como contraponto ao pecado. Somou-se a isso, a
pressão feita por grupos internos para reforçar a produção industrial. Santos (2000) chama a
atenção para a criação, através do Decreto n. 7.566, de 23 de setembro de 1909, de dezenove
Escolas de Aprendizes e Artificies, sendo dezoito em capitais de estados e mais uma, que foi
instalada na cidade de Campos. Nessas escolas, que se destinavam aos órfãos e desvalidos da
sorte, o trabalho era considerado como um elemento regenerador da personalidade e formador
do caráter. Em 1911, essas instituições passaram a ser denominadas de liceus e, no ano
seguinte, se transformaram em Escolas Técnicas Industriais.
Cunha (2000) descreve que, em meados de 1920 já existiam, no Brasil, algumas
instituições de ensino que ofereciam cursos técnicos para conferir uma formação
intermediária entre mestres e engenheiros, a exemplo do Curso de Química Industrial, que
tinha três anos de duração. A partir daí, novas alternativas foram sendo contabilizadas na
formação de trabalhadores, de modo que, até 1932, para Curso Primário havia as
possibilidades do Curso Rural e Curso Profissional, com quatro anos de duração, além dos
cursos Normal, Técnico Comercial e Técnico Agrícola, em nível ginasial, destinados à
formação exclusiva para o mundo do trabalho.
Essas modalidades, sem dar acesso ao ensino superior, destinavam-se às demandas de
um processo produtivo no qual as atividades designadas aos setores secundários e terciários
eram incipientes. Mas, em se tratando das elites a história é outra, pois, para elas, ao Ensino
Primário seguia-se o Secundário, completado pelo Ensino Superior, este sim dividido em
58
ramos profissionais. O acesso aos cursos superiores, na época, era conseguido por meio de
exames, muito embora apenas para os que concluíssem, pelo menos, a 5ª série do curso
ginasial (KUENZER, 1999).
Assim, a formação de trabalhadores e cidadãos do Brasil constituiu-se, historicamente,
a partir da categoria dualidade estrutural, pois o desenvolvimento das forças produtivas
delimitava, claramente, a divisão entre capital e trabalho traduzida no taylorismo-fordismo.
Essa ruptura denotava uma nítida demarcação da trajetória educacional daqueles que iriam
desempenhar as funções intelectuais ou instrumentais em uma sociedade, mediante as
atividades de planejamento e supervisão, por um lado, e de execução por outro (KUENZER,
1999). A essas duas funções do sistema produtivo correspondiam trajetórias educacionais e
escola diferenciadas.
De acordo com Kuenzer (1999), para os primeiros, a formação acadêmica,
intelectualizada, descolada de ações instrumentais; para os trabalhadores, formação
profissional em instituições especializadas ou no próprio trabalho, com ênfase no
aprendizado, quase que exclusivo, de formas a fazer, a par do desenvolvimento de habilidades
psicofísicas. A Constituição Federal de 1937 tratou, especificamente, do Ensino Técnico,
Profissional e Industrial. O referido texto legal estabelece que:
O ensino pré-vocacional e profissional destinado às classes menos
favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado. Cumpre-
lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou
associações particulares e profissionais. É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera de sua especialidade, escolas de
aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados. A
lei regulará o cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao Estado sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes
serem concedidos pelo poder público (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1937 – Art. 129).
Ainda em 1937 foi assinada a Lei 378, primeira Lei que surgiu para tratar do Ensino
Técnico, Profissional e Industrial, transformando as Escolas de Aprendizes Artífices em
Liceus Profissionais, destinados ao ensino profissional dos mais diversificados ramos e graus.
As características entre formação acadêmica e formação profissional são acentuadas a partir
de 1940, em função da diferenciação e do surgimento dos vários ramos profissionais.
Já em 1941, houve reformas no ensino de todo o país, entrando em pauta a Reforma
Capanema 2, dando prioridade aos seguintes pontos: (a) o ensino profissional passou a ser
2 Esta reforma foi realizada, no sistema educacional, durante a Era Vargas (1930-1945), sob o comando do
Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. A partir de 1942 foi marcada pela articulação junto aos
59
considerado de nível médio; (b) o ingresso nas escolas industriais passou a depender de
exames de admissão; (c) os cursos foram divididos em dois níveis, correspondentes aos dois
ciclos do novo ensino médio: o primeiro compreendia os cursos básico industrial, artesanal,
de aprendizagem e de mestria; o segundo ciclo, correspondia ao Curso Técnico Industrial,
com três anos de duração e mais um de estágio supervisionado na indústria, compreendendo
várias especialidades (MENEZES; SANTOS, 2002).
Posteriormente, por volta de 1942, foram estabelecidas as bases de organização da
rede federal de instituições de ensino industrial em território nacional pelo Decreto-Lei nº
4.127, de 25 de fevereiro de 1942, onde foi atribuída a tarefa de preparação profissional da
mão de obra necessária ao processo de industrialização do país. Nesse mesmo ano, o
presidente Getúlio Vargas determinou a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI) que, no cenário atual, se tornou hegemônico no âmbito da educação
profissional no país.
Essa instituição atendia às principais necessidades imediatas, funcionando, em
primeira instância, nos moldes do taylorismo, exigindo a delimitação no ensino, de qualquer
ofício, de acordo com as operações que pudessem ser ensinadas e aprendidas, uma de cada
vez, garantindo a ligação entre ensino e aprendizagem, dividindo técnica e trabalho. Em
segundo lugar, como os docentes que conheciam vários ofícios a serem ensinados não
estavam disponíveis, houve improvisação de instrutores, uma vez que o material didático era
semelhante ao dos alunos aprendizes, dotado de alto grau de detalhamento. Por último, o
SENAI tinha por objetivo padronizar o ensino de ofícios no país, procurando garantir a
padronização do método de ensino (LIMA, 2010).
Foi com a Lei 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, regulamentada pelo Decreto
47.038/61, que se unificou o Ensino Técnico, em todo o território nacional, substituindo a
organização por ramos de ensino, concedendo autonomia didático-pedagógica, financeira e
administrativa às Escolas Industriais e Escolas Técnicas da União, que obedeciam a uma
uniformidade estrutural, passando a denominarem-se Escolas Técnicas Federais. Com isso,
foram intensificadas as formações técnicas, mão de obra importante e indispensável diante da
aceleração do processo de industrialização (KUENZER, 1999).
A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) nº 4.024, de 20 de dezembro
de 1961, garantiu ao Ensino Técnico Industrial, o estatuto de equivalência aos demais cursos
secundários, permitindo, aos seus egressos, o acesso ao ensino superior. O prestígio dessas
ideários nacionalistas de Getúlio Vargas e seu projeto político ideológico, implantado sob a ditadura conhecida como Estado Novo (MENEZES; SANTOS, 2002).
60
escolas foi crescendo com o decorrer dos anos. A LDB/4.024 também estabeleceu que “as
empresas industriais e comerciais são obrigadas a ministrar, em cooperação, aprendizagem de
ofícios e técnicas de trabalho aos menores seus empregados, dentro das normas estabelecidas
pelos diferentes sistemas de ensino” (Art. 51, § 1º). A mencionada Lei definiu, ainda, que os
cursos de aprendizagem industrial e comercial teriam “de uma a três séries anuais de estudos”
e que “os portadores de carta de ofício ou certificado de conclusão de curso de aprendizagem”
(Art. 51, § 2º) poderiam “matricular-se, mediante exame de habilitação, nos ginásios de
ensino técnico, em série adequada ao grau de estudos [...] atingido no curso referido”.
Porém, foi com a implantação progressiva da Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971,
que houve maior preocupação com a “formação integral dos adolescentes” (Art. 21), podendo
as habilitações profissionais “serem realizadas em regime de cooperação com as empresas”
(Art. 6º), sem acarretar, para as mesmas, nenhum vínculo de emprego, mesmo que
remunerassem o aluno estagiário. Foram trazidas novas adaptações com o surgimento da Lei
nº 7.044/1982, descaracterizando os artigos, inclusive o 2º grau, que não teria mais como
objetivo a qualificação profissional e sim a preparação para o trabalho.
Ramos (2006) afirma que a Lei não alterou a oferta de Cursos Técnicos Integrados que
eram ministrados pelos Centros Federais de Educação Tecnológica, pelas Escolas Técnicas
Federais e Escolas Agrotécnicas Federais. Essas instituições eram consideradas as mais
adequadas para conferir, ao então 2º grau, o caráter profissionalizante voltado para a formação
em habilitações profissionais específicas, sem enfrentar as mesmas dificuldades daquelas
instituições anteriores à Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971, e que ofereciam apenas a
formação geral. Os Centros, as Escolas Técnicas e Agrotécnicas Federais continuaram a
oferecer cursos integrados em diferentes habilitações profissionais até a segunda metade da
década de 1990, fortalecidos com a criação do PROTEC3 e expandindo-se para o interior dos
estados brasileiros.
Em 1990, vieram novas lutas fundamentadas na Constituição de 1988, surgindo a nova
LDB nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, a qual, em seu art. 2º, registra que “o ensino
médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de
profissões técnicas”. Nesse mesmo artigo, o § 4º afirma que “a preparação geral para o
trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos
3 O Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Técnico (PROTEC) tinha como objetivo “promover a expansão
e melhoria do ensino técnico (...) através da implantação de novas escolas em regiões desassistidas e do apoio a instituições de ensino já existentes” (BRASIL, 1992 p. 56).
61
próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas
em educação profissional”.
O art. 39 da Lei 9394/96 traz que “a educação profissional e tecnológica, no
cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia” (Redação
dada pela Lei nº 11.741, de 2008). Os cursos de Educação Profissional e Tecnológica poderão
ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários
formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino (Incluído pela Lei
nº 11.741, de 2008). Uma oportunidade para o acesso à Educação Profissional para o aluno
matriculado ou egresso do Ensino Fundamental, Médio e Superior, bem como para o
trabalhador, em geral, jovem ou adulto.
O artigo 40, da LDB 9394/96, estabelece que “a educação profissional será
desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação
continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho”. Essa mesma Lei,
apesar de trazer inovações, deixou brechas ao determinar que a formação técnica, organizada
em módulos, fosse oferecida separadamente do Ensino Médio regular. Os chamados cursos
integrados foram, então, literalmente proibidos.
Em 2002 desencadeou-se, no país, uma grande expectativa de discussão sobre os
rumos do Ensino Médio Técnico, por parte da sociedade. Como demonstra Arruda (2006), um
dos grandes diferenciais foi permitir que as Escolas Técnicas passassem a ofertar o Ensino
Médio Técnico de forma integrada com o Ensino Médio, que veio a ocorrer por força do
Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. O Ensino Médio Integrado oferece, de forma
combinada, as disciplinas do Ensino Médio além daquelas que são profissionalizantes de
determinada área do conhecimento, destinando-se às pessoas que já concluíram, pelo menos,
o 9º ano do Ensino Fundamental. Em Sergipe, o Ensino Médio Integrado é oferecido junto a
curso profissionalizante de Química, Desenho, Eletrônica, Eletrotécnica, dentre outros.
Posteriormente, por meio da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, é instituída a
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, paralela ao sistema básico
de ensino, da qual fazem parte os Institutos Federais, que oferecem desde cursos básicos até
aqueles de pós-graduação. De acordo com o MEC (2010, p. 6), “à luz dos elementos
conceituais que subsidiaram a criação dos Institutos Federais, afirma-se a educação
profissional e tecnológica como uma política pública”, cujo sentido, adotado pelo governo de
forma ampliada, inclui não somente a vinculação ao orçamento e aos recursos de origem
pública, como também o comprometimento com o todo social. Nesse comprometimento
62
encontra-se assente a igualdade na diversidade (social, econômica, geográfica, cultura etc.),
articulada a outras políticas, tais como, de trabalho e renda, de desenvolvimento setorial,
ambiental, social e educacional, de modo a provocar impacto nesse universo.
Para o MEC (2010), essas instituições federais, situadas por todo o território nacional
e historicamente voltadas para a educação profissional e para o desenvolvimento econômico,
criadas e mantidas com verbas públicas federais, têm o arcabouço de uma política de governo
que traz em essência uma responsabilidade social como fio condutor de suas ações. A
dimensão ideológica do governo, na verdade, fez aflorar um descompasso entre a trajetória
das Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica e da própria Educação
Profissional, como um todo, e o novo projeto de nação: se o fator econômico até então era o
espectro primordial que movia seu fazer pedagógico, o foco desloca-se para a qualidade
social.
As instituições federais de Educação Profissional e Tecnológica, em sua forma
estruturante, ocupam-se, de forma substantiva, de um trabalho mais contributivo,
intrinsecamente voltado para o desenvolvimento local e regional, desenvolvimento este
apreendido como a melhoria do padrão de vida da população de regiões geograficamente
delimitadas. Nessa perspectiva, a decisão de estabelecer os Institutos Federais como política
pública assume o significado de trabalhar na superação da representação existente de
subordinação, quase absoluta ao poder econômico, e estabelecer sintonia com outras esferas
do poder público e da sociedade na construção de um projeto mais amplo para a educação
pública. Sendo assim, respeitando as singularidades que são bastante próprias da educação
pública, passam a atuar como uma rede social de Educação Profissional e Tecnológica (MEC,
2010).
Sob a ótica de Pereira (2003), os Institutos Federais, na compreensão de seu trabalho
coletivo, reúnem da diversidade sociocultural, os princípios e valores que convergem para
fazer valer uma concepção de Educação Profissional e Tecnológica em sintonia com os
valores universais do homem. Dentro dessa concepção, a expansão da educação profissional e
tecnológica integra-se à agenda pública que prevê a presença do Estado na consolidação de
políticas educacionais no campo da escolarização e da profissionalização. Assume, portanto, o
ideário da educação como direito e da afirmação de um projeto societário que corrobore uma
inclusão social emancipatória, abrangendo, neste contexto, a inclusão escolar de pessoas com
deficiências e consequente inserção no mundo do trabalho.
63
3.1.1 Educação Profissional para Pessoas com Deficiência
A Educação Profissional de pessoas com deficiência, no Brasil, ocorreu na segunda
metade do século XIX, com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, e
do Imperial Instituto dos Meninos Surdos, em 1857, respectivamente denominados, na
atualidade, de Instituto Benjamin Constant (IBC) e Instituto Nacional de Educação de Surdos
(INES). No antigo Imperial Instituto dos Meninos Cegos, além da educação formal, o aluno
com deficiência, segundo suas capacidades individuais, recebia, em oficinas voltadas
basicamente para o exercício manual, o treinamento para atividades profissionais elementares,
tais como a confecção de vassouras e de objetos de vimes, empalhação, colchoaria, estofaria,
encadernação e afinação de piano. No Imperial Instituto dos Meninos Surdos, cuja finalidade
consistia na educação literária, o aprendizado profissional, também de caráter manual, era
destinado ao ofício da encadernação e da sapataria (COUTINHO, 2002).
A formação profissional oferecida nessas Instituições, desvinculada do sistema formal
de ensino, tinha cunho assistencialista, pois se caracterizava por um ensino destinado aos
menos favorecidos socialmente, com vagas gratuitas limitadas a um número reduzido de
aprendizes, em especial meninos comprovadamente carentes, mas tornando-se ilimitadas para
aqueles que pudessem pagar (JANUZZI, 2004). Posteriormente, de acordo com a referida
autora, no início do século XX, com a constituição de uma rede de escolas profissionalizantes,
a Educação Profissional passou a ser regulamentada, mas os cursos oferecidos pelo IBC e
pelo INES não foram equiparados aos cursos profissionalizantes do sistema regular de ensino,
excluindo-se, dessa forma, as pessoas com deficiência da formação para o trabalho.
Sobre isso, Januzzi (2004) destaca que as Escolas de Artífices e Aprendizes (cf.
subseção 3.1), ainda que destinadas, preferencialmente, aos desfavorecidos socialmente, não
admitiam aqueles que apresentassem deficiências que os inabilitassem para o aprendizado do
ofício. Esse critério de seleção foi definido no Decreto nº. 7.566, 23 de setembro de 1909,
confirmando-se, nos decretos n.os
9.070, de 25 de outubro de 1911, e 13.064, de 12 de junho
de 1918, que “a condição de não possuir defeito para ser admitido no curso deveria ser
comprovada com certidões e atestados emitidos por autoridades competentes” (SILVA, 2011,
p. 29). O conceito de incapacitado, inicialmente, era fixado pelos médicos, passando, em
seguida, a ser definido pelos psicólogos, ao indivíduo com defeitos físicos, o que acabava por
levar à sua exclusão do acesso à escola ou à garantia de acesso apenas em espaços restritos.
64
No ano de 1935, foi fundado, em Belo Horizonte, o Instituto Pestalozzi, composto de
vários departamentos, dentre os quais o Centro de Orientação Profissional para aquelas
pessoas consideradas como anormais e deficientes, de acordo com os padrões da época. Esse
Centro, enquanto responsável pela identificação e capacidades profissionais dessas pessoas,
desenvolvia cursos iniciais de profissionalização em “jardinagem, tecelagem, cartonagem,
marcenaria, sapataria, serviços domésticos” (CASSEMIRO, 1996, apud SILVA, 2011, p. 36).
Diante da demanda por esse tipo de atendimento, que se destinava igualmente aos menores
desajustados, a Sociedade Pestalozzi planejou uma oficina pedagógica e produtiva no formato
de uma granja, construída em área rural, com a finalidade de preparar esses menores e as
crianças tidas como excepcionais para o trabalho, além de se constituir um espaço para tal.
Nesse contexto, o trabalho era considerado como meio de estimular o
desenvolvimento mental e a adaptação das crianças com deficiência, assim como os menores
desajustados, à sociedade. A formação profissional era vista, portanto, sob a perspectiva
terapêutica, como parte de um processo clínico de reabilitação moral e física. Mais adiante,
em 1942, com a reforma introduzida pelas leis orgânicas de ensino, os cursos de formação
profissional, incluídos no sistema educacional, tinham como proposta capacitar o aluno para o
setor agrícola, industrial, comercial e a formação de professores. Mas, a exemplo do que
ocorreu nas Escolas de Aprendizes e Artífices, no que se refere a barrar o acesso das pessoas
com deficiência, foram ampliados os critérios seletivos, passando a se “excluir a priori
aqueles considerados incapacitados física e/ou mentalmente para o desenvolvimento de
trabalhos escolares em todos os níveis e modalidades do ensino profissional” (SILVA, 2011,
p. 39). Os critérios voltados à Educação Profissional eram apresentados da seguinte forma:
As leis orgânicas do ensino industrial e do ensino agrícola estabelecem como critério para admissão do aluno aos cursos dessas áreas profissionais
a capacidade física e aptidão mental para os trabalhos escolares que devem
ser realizados.
A lei orgânica do ensino comercial exige para a admissão ao curso, a
comprovação, por meio de exames, da aptidão intelectual do aluno para os estudos a serem feitos.
A lei orgânica do ensino normal estabelece como critério para acesso aos
cursos, além da sanidade física e mental, a ausência de defeito físico ou distúrbio funcional que contraindique o exercício da função docente
(SILVA, 2011, p- 39-40).
Desse modo, o aluno com deficiência, considerado aprioristicamente como
incapacitado físico e/ou intelectual, era excluído dessa modalidade de ensino pela própria
legislação educacional. Todavia, na década de 50, a Organização Internacional do Trabalho
65
(OIT) recomenda a adaptação e readaptação profissional dos inválidos (termo atribuído aos
indivíduos cujas possibilidades de obter e reter emprego adequado foram substancialmente
reduzidas devido a uma diminuição na sua capacidade física ou mental). De acordo com o
referido documento a formação desses indivíduos deveria seguir os “princípios e métodos de
orientação vocacional, treinamento profissional e a colocação no mercado do trabalho”
(DAKUZAKU, 2004, p. 43), formação esta a ser desenvolvida junto com os outros
trabalhadores e nas mesmas condições, desde que fossem viáveis em observâncias às suas
condições médicas e pedagógicas. Mas, no Brasil, a regulamentação desses trabalhos de
reabilitação mostrou-se inútil no que se refere ao desenvolvimento de atividades capazes de
integrar o indivíduo com deficiência ao mercado formal de trabalho, sendo-lhe reservada,
quando muito, a assistência e a educação por meio da institucionalização.
Nesse sentido, com a organização da Educação Especial como um ramo paralelo ao
ensino regular, na década de 50, sob a responsabilidade de organizações da sociedade civil,
surgem as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), assim eram denominadas
as pessoas com deficiência, as quais recebiam, nessas associações, atendimento na área de
educação, no âmbito de programas de reabilitação que, dentre outras ações, desenvolviam
atividades de treinamento profissional, incrementadas através de oficinas. Como um projeto
experimental, a APAE fundou, em 1958, no Rio de Janeiro, o Centro de Aprendizagem
Ocupacional “com o objetivo de desenvolver atividades de carpintaria com cinco adolescentes
excepcionais” (SILVA, 2011, p. 41). Além de educar para o trabalho, a instituição garantia,
ao mesmo tempo, o emprego por meio de seus centros de colocação.
A ideia para a criação das chamadas oficinas pedagógicas pré-profissionalizantes ou
profissionalizantes, de acordo com Aranha (2001), era oferecer às pessoas com deficiência
uma possibilidade de adquirir hábitos coerentes com o trabalho, antes mesmo de adquirir
alguma capacitação específica. Na ocorrência de dificuldade em atingir esse objetivo
pretendido pela oficina, fosse pela falta de potencial ou pelo limite de aprendizado situar-se
abaixo do que exigia o mercado de trabalho, foram instituídas as oficinas abrigadas ou
protegidas. Nelas, o processo de preparação para o trabalho contribuía para a segregação da
pessoa com deficiência, em razão das poucas relações ali estabelecidas, o que implicava em
sua reduzida participação na vida da comunidade. Assim, mesmo que chegasse ao mercado de
trabalho tecnicamente capacitado, nas palavras de Glat (1998, p. 98), socialmente esse
indivíduo era “um estrangeiro”.
A partir de uma nova perspectiva de educação, ao lado dos programas de caráter
terapêutico e assistencial desenvolvidos por meio das citadas oficinas, uma formação
66
instrumental foi oferecida com o objetivo de conduzir o indivíduo com deficiência para
desempenhar determinadas atividades no mercado de trabalho (JANUZZI, 2004). Na década
de 90, o conceito de inclusão passou a ser utilizado nas políticas de Educação Profissional,
contemplando as pessoas com deficiência através de programas como o Plano Nacional de
Educação Profissional (PLANFOR), realizado em parceria com organizações governamentais
e não governamentais especializadas, além de outras instituições como os CEFET’s,
atualmente Institutos Federais de Ensino Profissional e Tecnológico.
3.1.2 Institutos de Ensino Profissional e Tecnológico frente à Inclusão
A Política Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência (Decreto nº. 3.298/99),
elaborada pela Coordenadoria Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência (CORDE),
ligada à Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, é um dos documentos que
contribuiu para a configuração da Educação Profissional da pessoa com deficiência no Brasil.
Segundo Silva (2011), uma das diretrizes da Política Nacional para Integração da Pessoa com
Deficiência, no que diz respeito à educação e ao trabalho, é a ampliação das alternativas de
inserção econômica da pessoa com deficiência, proporcionando-lhe condições para a
qualificação profissional e a inserção no mercado de trabalho.
Além disso, tendo em vista a equiparação de oportunidades, a Política em questão
propõe que as instituições e os órgãos federais prestem, direta ou indiretamente, serviços à
pessoa com deficiência e, dentre outros, cita aqueles voltados à formação profissional e à
qualificação para o trabalho. Define também que a oferta da Educação profissional deve
contemplar os níveis básico, técnico e tecnológico, oferecidos ao aluno com deficiência em
escola comum, em instituições especializadas e nos ambientes de trabalho.
Com base na Política Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência, Silva
(2011) ressalta que as instituições de Educação Profissional, caso considerem necessário,
devem oferecer serviço de apoio especializado às pessoas com deficiência, tais como
adaptação de recursos instrucionais, capacitação de recursos humanos e adaptação dos
espaços físicos e ambientais e dos recursos de comunicação. Nesse sentido, o citado
documento reconhece que o acesso, a permanência e o sucesso do aluno com deficiência
decorrem também do atendimento às suas demandas peculiares, da oferta de atendimento
educacional especializado em escolas regulares.
Essa Política recomenda, ainda, a implementação de programas de formação e
qualificação profissionais voltados para pessoas com deficiência no âmbito do PLANFOR
(Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador), atualmente denominado de Plano Nacional
67
de Qualificação (PNQ), visando criar condições que garantam à pessoa com deficiência o
direito de receber uma formação profissional adequada. Para tanto, propõe organizar os meios
de formação para qualificar e inseri-las no mercado de trabalho, e ampliar a qualificação
profissional com base na educação geral. Desse modo, do PNQ, articulado a outras políticas
de emprego, trabalho e renda, emergem propostas que procuram responder às demandas dos
grupos historicamente discriminados e dos debates relativos à inclusão.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva traz
como objetivo “o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas
regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades
educacionais especiais” (MEC, 2010, p. 19). Nesse sentido, os sistemas de ensino assegurarão
aos educandos com necessidades especiais:
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma
habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora (LDB/96 –
Art. 59).
Na mesma direção, o Decreto 7.611, de 2011, em seu Art. 5, traz como
responsabilidade da União prestar apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino
dos Estados, Municípios e Distrito Federal, e a instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos. Tal apoio consiste em:
I - aprimoramento do atendimento educacional especializado já ofertado;
II - implantação de salas de recursos multifuncionais; III - formação continuada de professores, inclusive para o desenvolvimento
da educação bilíngue para estudantes surdos ou com deficiência auditiva e
do ensino do Braile para estudantes cegos ou com baixa visão; IV - formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para
a educação na perspectiva da educação inclusiva, particularmente na aprendizagem, na participação e na criação de vínculos interpessoais;
V - adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade;
VI - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade; e
VII - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de
educação superior (DECRET0 7.611/2011 – Art. 5).
No que diz respeito ao Instituto Federal de Sergipe, constata-se que, em agosto de
2001, no Campus Aracaju, foi implantado o Núcleo de Apoio à Pessoa com Necessidades
Educacionais Especiais (NAPNEE), visando assessorar, planejar e executar as políticas
voltadas para pessoas com necessidades educacionais específicas. Somente em meados de
68
junho de 2012, por portarias, foi alterada a nomenclatura do NAPNEE para Núcleo de
Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE), com representantes nos
Campus São Cristóvão e Lagarto, assim como, para os novos Campi em expansão: Itabaiana,
Glória, Estância. Esse Núcleo corresponde aos núcleos de acessibilidade previstos no Decreto
7.611/2011, mas com atividades que vão além do atendimento especializado aos discentes:
pauta-se na articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Dessa forma, além do ensino e
das questões relacionadas a acessibilidades, o NAPNE também desenvolve atividades de
extensão e de pesquisa.
O NAPNE na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica surge
através do Programa TECNEP, que está ligado à SETEC/MEC, sendo um programa que visa
a inserção e o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais nos cursos de
nível básico, técnico e tecnológico, nos Instituições Federais de Educação (IFEs), em parceria
com os sistemas estaduais e municipais, bem como o segmento comunitário.
A equipe que compõe o Núcleo é formada por uma Psicóloga, duas Pedagogas, uma
assistente social, quatro estagiários de Pedagogia, um estagiário de LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais) e uma bolsista.
O NAPNE tem por missão:
Art. 4º- promover a cultura da educação para a convivência, o respeito às
diferenças e, principalmente, buscar a quebra de barreiras arquitetônicas, educacionais e atitudinais na instituição e no espaço social mais amplo, de
forma a efetivar os princípios da educação inclusiva; garantir a
implementação de políticas de acesso, permanência e aprendizagem de pessoas com necessidades específicas; estimular atitude de inclusão na
comunidade interna e externa de modo que as pessoas, em seu percurso, adquiram conhecimentos profissionais e também uma formação humana
pautada na ética, na solidariedade e no respeito às diferenças
(RESOLUÇÃO Nº 03/2014/CS).
Assim, o Núcleo tem como principal finalidade auxiliar psico-pedagogicamente e
socialmente, oferecendo subsídios que facilitem o processo de inclusão dentro e fora da
instituição escolar. Cotidianamente, desenvolve as seguintes ações:
Observa a inserção socioeducacional dos alunos através do acompanhamento
direcionado;
Busca informações por meio dos colegas, professores, familiares sobre desempenho
dos discentes em sala de aula;
Sugere e oferece instrumentos que viabilizem o processo educativo;
69
Assisti individualmente e acompanha o desempenho nas diversas tarefas propostas
pelos professores;
Monitora as avaliações realizadas e os resultados obtidos, assim como os trabalhos
extracurriculares;
Em suma, o NAPNE procura participar da vida acadêmica do aluno, dando suporte
para o professor e exigindo um ensino adequado à realidade da inserção. Visando maximizar,
em cada Campus, as ações isoladas referentes à Educação Inclusiva, foi formado o Grupo de
Trabalho do NAPNE, composto pelos representantes deste Núcleo em todos os Campi, com o
objetivo de construir e fortalecer as ações de Educação Inclusiva no IFS. Com isso, pretende-
se reduzir as barreiras educativas através de uma política inclusiva, além de criar
possibilidades diferenciadas para ensinar, focando o olhar nas potencialidades e não somente
nas dificuldades apresentadas pelo aluno, enxergando-o em sua totalidade e concretude. Nesse
contexto, a escola é considerada como meio de desenvolvimento.
Não obstante, nos documentos divulgados pelo NAPNE, são relatadas as dificuldades
em realizar a Educação Inclusiva, quais sejam:
Necessidade de sistematização do projeto político-pedagógico para nortear as ações
educacionais da Instituição;
Falta de material pedagógico adequado para os alunos e professores;
Falta de acessibilidade em alguns locais da Escola;
Falta de recursos tecnológicos e mobiliário no NAPNE;
Atitude paternalista da família e da Instituição;
Desconhecimento de parte da comunidade escolar do que vem a ser Educação
Inclusiva e das potencialidades dos alunos;
Falta de capacitação da comunidade escolar para viabilizar a inclusão;
Maior envolvimento de toda Instituição objetivando conscientizá-la sobre seu papel
acerca da inclusão;
Ampliação de parcerias com outras Instituições para favorecer o intercâmbio de
informações e novas tecnologias.
Conforme se vê, muito ainda há de ser feito em relação à Educação Inclusiva no IFS e
a melhoria da efetividade deste processo requer, prioritariamente, o apoio da gestão e a
criação de uma diretoria sistêmica para o fomento de ações e projetos que intensifiquem a
veiculação de saberes e a aquisição de recursos humanos e materiais que atendam plenamente
os estudantes com necessidades específicas e deem suporte aos profissionais envolvidos nesse
70
processo. Tem-se, portanto, que as políticas educacionais para a inclusão da pessoa com
deficiência, no Brasil, enfrentam desafios, particularmente no que se refere à formação para o
trabalho.
3.2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL COMO VIA DE INCLUSÃO NO MERCADO DE
TRABALHO
Desde os tempos mais remotos da história das civilizações humanas, o trabalho é uma
atividade social central para garantir a sobrevivência humana, bem como para a organização e
o funcionamento das sociedades, motivo pelo qual tem sido objeto de reflexão por parte de
inúmeros estudiosos. Desse modo, constitui-se como um dos principais temas-eixo da
produção teórica nas ciências humanas e sociais contemporâneas, sendo visto sob diversas
abordagens, que retratam diferentes concepções e visuais sobre a sua natureza. Como
elemento estruturante, tanto no nível pessoal como no social, o trabalho é definido por
Frigotto (2003, p. 31) como “a forma mediante a qual o homem produz suas condições de
existência, a história, o mundo propriamente humano, ou seja, o próprio ser humano. Trata-se
de uma categoria ontológica e econômica fundamental [...]”.
A despeito de Manfredi (2002) considerar que o termo trabalho normalmente vem
associado à ideia de emprego, ou seja, de atividade remunerada, Marx (2008) menciona que,
em sua dimensão ontológica, é processo coletivo e social mediante o qual o homem reproduz
as condições gerais da existência humana. Ao produzir tais condições em confronto com a
natureza e com as suas próprias circunstâncias históricas e sociais, o que envolve atuação em
conformidade com as necessidades em que se encontra, o ser que trabalha faz-se sujeito da
construção de si, do mundo e das relações sociais, tanto no aspecto de sua produção material,
quanto intelectual.
Tal como enunciado por Marx (2008), toda práxis social, de certa maneira, é um
trabalho cujo processo de realização desencadeia uma transformação real no trabalhador.
Portanto, trabalhar não é exclusivamente transformar um objeto ou uma situação numa outra
coisa, é também transformar a si mesmo no e pelo trabalho. Em termos sociológicos, pode-se
dizer que o trabalho modifica a identidade do trabalhador, pois trabalhar não é somente fazer
alguma coisa, mas fazer alguma coisa de si mesmo consigo mesmo.
Como lembra Tardif (2008, p. 56), a experiência viva do trabalho ocasiona sempre
“um drama do uso de si mesmo, uma problemática negociação entre o uso de si por si mesmo
71
e o uso de si pelo (s) outro (s)”. Para o referido autor, se o trabalho modifica o trabalhador e
sua identidade, modifica também, sempre com o passar do tempo, o seu saber trabalhar. De
fato, em toda ocupação, o tempo surge como um fator importante para compreender os
saberes dos trabalhadores, uma vez que trabalhar remete a aprender a trabalhar, ou seja, a
dominar progressivamente os saberes necessários à realização do trabalho.
Contemporaneamente, de acordo com Pastore (2002), as empresas vivem um processo
de mutação, assim como as profissões, fazendo surgir novos modos de trabalhar. Nesse
sentido, a educação tem sido reforçada como instrumento capaz de conduzir à formação dos
indivíduos, no âmbito de uma sociedade que demanda e valoriza o desenvolvimento de uma
cultura geral, na qual:
Ensinar e aprender seriam processos que acompanhariam cada sujeito ao
longo da vida; que aproximaria a escola da empresa; que mudaria as relações de trabalho e que interferiria mais diretamente na objetividade e na
subjetividade do seu indivíduo-trabalhador, a ponto de responsabilizá-lo pelo
desenvolvimento ou não de suas potencialidades e de sua empregabilidade, sem, entretanto, assegurá-la (FIDALGO; OLIVEIRA; FIDALGO, 2007, p.
27).
A educação, em suas dimensões conceituais e práticas, tem assumido um papel
estratégico para a formação dos trabalhadores, seja do ponto de vista empresarial, que
pretende atrelá-la às demandas do mercado, seja para os trabalhadores, que a veem como uma
estratégia capaz de potencializar a valorização de sua própria força de trabalho a ser
negociada no mercado de trabalho (FIDALGO; OLIVEIRA; FIDALGO, 2007). Mas, as
relações entre trabalho e escola, por sua vez, expressam visões ambíguas e idealizadas, pois:
De um lado, estão as representações que denotam negatividade, mediante a
subestimação da importância da escola e a supervalorização da experiência, dos saberes e do savoir faire adquiridos no mundo do trabalho; de fato,
muitas pessoas ainda acreditam que a imersão em atividades de trabalho
constitua “a verdadeira escola”. De outro, estão as visões idealizadas que superestimam a importância da escola como veículo de formação
profissional e de ingresso no mercado, ainda que exista um divórcio entre o que é ensinado na instituição escolar e os desafios a ser enfrentados no
mundo do trabalho (MANFREDI, 2002, p. 31).
Oferecendo um contraponto nessa discussão, Barato (2002) é de opinião que a tarefa
principal de qualquer proposta educacional reside na construção de conhecimentos sólidos e
robustos, capazes de garantir desempenhos adequados. Para ele, no campo da Educação
Profissional há, de um lado, uso de uma didática que foi produzida para a educação geral e,
por outro lado, existe uma tradição de ensino técnico que segue caminhos não escolares e
72
valoriza a prática, vendo a técnica como saber, por entender seu valor enquanto
conhecimento.
Divergências a parte, concorda-se com Barato (2002) quando este afirma que na
relação ensino/trabalho deve ser contemplada, entre outros aspectos, a formação científica, a
produção de conhecimentos, o desenvolvimento de um saber específico e a formação para a
cidadania. Nesse contexto, a escola deve cumprir seu papel formativo de preparar os alunos,
nos quais se incluem aqueles com deficiência, para o mercado de trabalho, não importando o
campo de estudos cursado por eles.
3.2.1 Oportunidades para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho
A Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XXXI, proíbe qualquer discriminação no
tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência. Nessa direção, a
Convenção n.º 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1983, realizada em
Genebra e promulgada no Brasil pelo Decreto n.º 129/91, o qual trata sobre o emprego da
pessoa com deficiência, indicando que os países insiram políticas, nos seus ordenamentos
jurídicos, para essas pessoas, baseando-se no princípio da igualdade de oportunidades de
emprego, ressaltando, também, a importância do trabalho e do emprego produtivo em toda a
sociedade. Na Convenção nº 168, ratificada pelo governo brasileiro através do Decreto nº
2.682/98, a OIT estabelece as diretrizes para a criação de políticas para inclusão de pessoas
com deficiência no mercado de trabalho.
A empregabilidade da pessoa com deficiência, no país, é assegurada por normas legais
que estão em vigor desde a Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989, obrigando às empresas a
obedecer a um percentual mínimo de contratação de indivíduos com deficiência em relação ao
número de empregados efetivos. Na prática, foi estabelecido um sistema de cotas para a
inclusão de pessoas com deficiência, conforme disposto na Lei nº 8.213/91:
Art. 93 - A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a
preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos
com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados.......... 2%; II - de 201 a 500.................... 3%;
III - de 501 a 1.000............... 4%;
IV - de 1.001 em diante. ....... 5% (LEI DE COTAS)
73
Analisando esse sistema de cotas a serem observadas pelas empresas, Neri et al. (2002,
p.1) afirmam que eficácia da política de cotas ainda não ter sido alcançada deve-se, em parte,
a fatores tais como: a “competitividade exacerbada no mercado de trabalho, as taxas em geral
baixas de oferta de emprego no setor formal e, também, a falta de informação dos
empregadores acerca da deficiência”. Segundo os autores, tal problema situa-se no fato do
sistema de cotas não ter impactado as empresas de grande porte, responsáveis pela absorção
de parte considerável da mão de obra disponível no mercado.
Apesar de a lei existir há mais de 20 anos no Brasil, contribuindo para ampliar a
participação da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, os números ainda não são
favoráveis. De acordo com estimativas do Ministério do Emprego e do Trabalho (MET), em
2010, havia 851mil vagas para pessoas com deficiência, porém apenas 28% delas foram
preenchidas. Mas, a interpretação da lei não pode levar ao impossível, devendo a pessoa com
deficiência estar habilitada para ser admitida e, assim, cumprir a regra do art. 93 da Lei nº
8.213/91 (MARTINELLI, 2010).
Com base na Relação Anual de Informação Social (RAIS), o Ministério do Trabalho
identifica que apenas 306.013 trabalhadores com deficiência, em todo o país, estavam com
carteira profissional registrada no ano de 2010, e destes 37.103 tinham instrução superior
completa. A despeito do baixo índice de formalização no país, que corresponde a 51,7% do
total de trabalhadores, chama a atenção o índice de apenas 1,5% para os trabalhadores com
deficiência, assim como para os poucos aprendizes com deficiência, em capacitação para as
empresas brasileiras, com carteira registrada: entre os 192.959 aprendizes com vínculos
trabalhistas no Brasil, em 2010, somente 1.142 são aprendizes com deficiência.
Pastore (2000) ressalta que, no Brasil, há cerca de 16 milhões de pessoas que possuem
algum tipo de deficiência física, sensorial ou mental, e dentre os 9 milhões que estão em idade
de trabalhar, apenas um milhão trabalha, ou seja 11%, enquanto nas nações avançadas, isso
ultrapassa os 30%. Para o autor, quando trabalham, os portadores de deficiência ganham
menos e têm pouca segurança no emprego, observando que, ainda hoje, devido à persistência
de desinformação e inadequação das condições de arquitetura, transporte e comunicação,
muitas pessoas talentosas e produtivas são afastadas do mercado de trabalho.
Tem-se, portanto, que as pessoas com deficiência ao ingressarem no mercado de
trabalho enfrentam, ainda, algumas dificuldades, dentre as quais se destacam o uso
inadequado dos recursos disponíveis para desenvolver programas de emprego, elaboração de
avaliações através de critérios inadequados e espaços físico e logístico do ambiente de
trabalho organizados de maneira excludente (OLIVEIRA et al., 2009). Complementando esse
74
posicionamento, Souza-Silva et al. (2012) apontam o preconceito entre as razões que fazem
com que o empresário não contrate a pessoa com deficiência, ou seja, a dificuldade em
acreditar que esta pessoa possa ser bem sucedida e exercer seu trabalho com sucesso.
Em estudos citados por Souza-Silva et al. (2012), fica evidenciado que a baixa
escolaridade e qualificação das pessoas com deficiência estão relacionadas com a falta de
acesso desta população às políticas públicas de inclusão e programas de treinamento e
capacitação profissional. Nessa discussão, de acordo com os autores, as instituições
educacionais criticam os processos de contratação adotados pelas empresas, e as empresas
apontam que a escolarização, quando é feita, concentra-se no desenvolvimento de habilidades
básicas para o trabalho ou capacitação profissional diferente da exigida pelo mercado de
trabalho.
Conforme se observa, empresas e instituições educacionais não querem assumir a
responsabilidade para si da inclusão social da pessoa com deficiência, reforçando assim a
condição sócio-histórica de marginalização e ressaltando a importância das políticas públicas
para garantir esta inclusão. Nessa discussão, Pastore (2000) aponta para o fato de que nada
justifica tratar os portadores de deficiência como cidadãos invisíveis. Ao contrário, com a
elevação crescente do seu nível educacional e o advento das tecnologias de telecomunicações
e informática, o número dos que têm condições de produzir com qualidade, aumenta a cada
dia, pois a maioria apresenta limitações superáveis mediante arranjos institucionais e
acomodações no trabalho.
Sobre isso, Martinelli (2010) adverte que, tão importante quanto preparar a pessoa
com deficiência para o mercado de trabalho, é garantir que empresas contratantes estejam
preparadas para questões como acessibilidade e entendimento da deficiência. Sem isso,
segundo a autora, o trabalho não tem os efeitos esperados. Essa preparação das empresas
garante a integração e adaptação da pessoa com deficiência ao mercado de trabalho, o que,
certamente, desmistificará a deficiência com a valorização da eficiência das pessoas,
repercutindo, em consequência, na inclusão. No entanto, não se pode esquecer que,
modernamente, é consenso que a criação de condições adequadas para a vida das pessoas com
deficiência é de responsabilidade de toda a sociedade.
75
4 INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL:
ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Nesta Seção apresentamos, de acordo com a visão dos diferentes participantes da
pesquisa, como ocorre a inclusão do aluno com deficiência no IFS – Campus Aracaju – em
seu processo formativo. Desse modo, os investigados descrevem e analisam o acesso, o
ingresso, a situação do ensino, expondo problemáticas e experiências que permitem visualizar
o contexto de inclusão da pessoa com deficiência no Ensino Técnico Profissionalizante, no
que concerne à educação para o mercado de trabalho, como estabelece a legislação nacional
para este nível de ensino.
4.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS
De acordo com Gil (2010), quando se deseja conhecer comportamentos, pode-se
interrogar diretamente um grupo de pessoas de forma direta, haja vista que as vantagens de
um levantamento são: atingir um grande número de pessoas, mesmo estando elas dispersas;
menores gastos; rapidez e imediatismo na obtenção dos resultados; garantia do anonimato das
respostas. Nessa abordagem, considerando-se a natureza desta pesquisa e o objetivo proposto,
escolheu-se, como uma técnica de coleta de dados, o questionário.
Assim, ao propósito deste estudo, trata-se de questionários anônimos, aplicados
distintamente em três grupos: 1) alunos com deficiência atuais; 2) professores; 3) alunos com
deficiência egressos da instituição. A título de ilustração, a participação de cada grupo de
pesquisados encontra-se no Gráfico 01, apresentado em seguida.
Gráfico 1- Percentual de participação dos grupos pesquisados
Fonte: Elaborado pela autora da pesquisa.
45,83%
37,50%
16,67%
Professores
Alunos atuais
Alunos egressos
76
Nessa análise, apesar de a pesquisa buscar abranger o maior quantitativo possível de
alunos egressos, desde que fosse possível localizá-los, independentemente do ano de sua
formação e considerando que estes poderiam fazer uma avaliação mais crítica sobre a
temática, eles tiveram menor participação (n= 4) justamente pela dificuldade que tivemos
nessa procura e pela recusa de alguns em participar.
No presente estudo, os dados obtidos a partir das respostas dos pesquisados acerca da
primeira parte do questionário - perfil dos pesquisados- também foram tabulados e
organizados de acordo com as categorias apontadas (sexo, idade), apresentando sua
distribuição com base nos cálculos realizados a partir do programa Microsoft Office Excel
2010, conforme Tabela 01.
Tabela 1- Dados dos informantes de acordo com as variáveis sexo e idade
Participantes Sexo Idade Média
Homem Mulher
Professores 08 03 53,63
Alunos atuais 05 04 37,56
Alunos egressos 04 - 32,5
TOTAL 17 07 -
Fonte: Elaborado pela autora da pesquisa.
Conforme se pode observar, a maioria dos pesquisados é do sexo masculino, o que
caracteriza os cursos no âmbito de formação mais técnica, havendo, consequentemente,
prevalência, neste estudo, de professores do sexo masculino (72,73%). De modo geral, ainda
se evidencia que a busca por essa formação termina sendo, preponderantemente, feita mais
por homens do que por mulheres, segundo dados do Ministério da Educação (2009).
Quanto à idade dos professores (m= 53,63 anos), esta nos leva a concluir que não
estamos diante de pessoas inexperientes, nem muito jovens. Ainda no tocante à idade, a média
identificada entre alunos atuais (m= 37,56 anos) e egressos (m= 32,5 anos) reflete que o setor
educacional, no aspecto da inclusão, ainda caminha a passos lentos, levantando questões de
que esta venha a acontecer desde a Educação Infantil, de modo que a pessoa com deficiência
possua recursos para superar as dificuldades e exercer seus direitos de cidadãos. Percebe-se,
nesse sentido, que o aluno com deficiência não consegue realizar seus estudos em idade
regular, estando defasados em sua escolaridade.
As informações pertinentes aos cursos/modalidades e tipo de deficiência, fornecidas
pelos alunos atuais e egressos, bem como aquelas relativas à disciplina ministrada pelos
professores encontram-se no Quadro 5 (cf. subitem 1.4) na parte introdutória deste trabalho.
77
Os demais dados coletados nos questionários, aplicados em conformidade com os distintos
grupos, são analisados a seguir.
4.1.1 Concepções dos Alunos Egressos
Os alunos egressos (100%) informaram que tiveram acesso à instituição mediante o
sistema de cotas, considerado por todos como importante, além de “essencial para pessoas
com deficiência [...], pois oportuniza um tratamento diferenciado para os desiguais” (E2) e
“favorece a inclusão social” (E4). A despeito de que considerar que as cotas facilitam, o
aluno egresso E1 afirma:
“Mas, eu acho que, eu acho que se o aluno ele quiser ter força de vontade na vida, ele
não deve depender só das cotas, ele consegue passar concorrendo com o comum, no geral,
como eu consegui no superior. Eu fiz vestibular e consegui passar no geral, concorrendo com
o geral”.
Apesar da contradição entre as respostas, com base nesses dados, é evidente a
necessidade de se possibilitar às pessoas com deficiência o acesso e a permanência nas
escolas de Ensino Profissional. O sistema de cotas faz parte de políticas de ações afirmativas,
por meio das quais é possível adotar medidas diferenciadas que promovam a igualdade de
oportunidades, contemplando os grupos historicamente excluídos e compensando as
desigualdades (FERREIRA, 2007).
Sobre o ingresso na instituição pesquisada, os alunos egressos são unânimes quanto a
terem sido recebidos com naturalidade pelos demais estudantes, mas as opiniões divergem em
se tratando da percepção sobre o modo como foram tratados pelos professores, pois apenas 01
respondente considerou que foi normal e bem recebido. Para ele, os docentes eram bem
informados e orientados a respeito de como agir com os alunos com deficiência, destacando
que era tratado com “humanidade” (E4). No entanto, outros pesquisados reconhecem que os
docentes:
“Inicialmente tiveram um susto, pois é, sabiam que com o passar do tempo teriam que
aprender a lidar com a necessidade de passar informação de outra forma. Mas, com o passar
do tempo ficou cada vez mais natural” (E3).
“A maioria ficou bastante preocupada e apreensiva. Contudo, alguns demonstraram
naturalidade perante a situação. Senti, ainda, por parte de pequena minoria, uma certa
‘frieza’ e indiferença. O fato é que foi um grande aprendizado para mim, e creio que para
todas pessoas envolvidas neste processo educacional” (E2).
78
“Muita dificuldade. Os professores não sabiam me passar os materiais para eu poder
estudar, com muita dificuldade para lidar comigo, porque tinha vários professores que não
sabiam que eu era deficiente visual. Tava na cara e eles entendiam como eu não fosse
deficiente visual, como se eu não fosse deficiente” (E1).
Na realidade, segundo os esclarecimentos de Barby (2005), muitos desses
profissionais que atendem alunos com deficiência nas escolas, não dispõem de qualquer
conhecimento da Educação Inclusiva, nem do trabalho com a diversidade escolar, também
não têm noções claras dos fundamentos que sustentam a inclusão. Esse fato leva alguns
professores a excluir alunos com deficiência de algumas atividades, a facilitá-las ou até
mesmo propor conteúdos, que muitas vezes servem apenas para preencher tempo, enquanto o
professor ensina o restante da turma. Nota-se, então, a existência de barreiras atitudinais, as
quais podem dificultar o processo de ensino-aprendizagem.
Questionados sobre quais as condições de acessibilidade arquitetônica percebida no
IFS, a totalidade dos alunos egressos (n= 4) citam as rampas e os banheiros adaptados como
requisitos específicos para garantir essa acessibilidade. Nessa avaliação, 03 respondentes têm
como critério de sua acessibilidade os corredores largos, 02 deles mencionam as portas largas,
os estacionamentos adaptados e os elevadores para cadeirantes, mas apenas 01 refere-se à
sinalização. Nesse quesito, levando-se em conta que dois participantes informam que são
deficientes visuais, considera-se que a acessibilidade arquitetônica não contempla a totalidade
quanto aos indicativos para a circulação de uma pessoa com esta condição apresentada.
A respeito da acessibilidade pedagógica, os respondentes (n=4) apontam o intérprete,
seguido das adaptações pedagógicas para melhor entendimento dos assuntos de cada
disciplina (n=3). Isso significa dizer que as ações nesse sentido ainda deixam muito a desejar
pela falta de mecanismos capazes de adequar as dificuldades dos alunos.
Para a totalidade dos respondentes apesar dos docentes não estarem preparados para
ministrar aulas a um aluno com deficiência, eles acreditam que saem em condições
satisfatórias para se inserir no mercado de trabalho, o que não condiz com as informações
prestadas na justificativa solicitada para esse questionamento. São elas:
“fomos bem orientados, assistidos, apoiados com materiais e, principalmente, com
pessoas com muita vontade e envolvidas com a causa ou bandeira da inclusão da pessoa com
deficiência” (E4).
“os professores me ajudavam muito e me deu condições para eu conseguir me formar
e conseguir sair pra o trabalho. Eu é que não quis” (E1).
79
“os professores encontraram formas diferentes para me passar os assuntos em sala
para que eu pudesse entender, pois da forma passada aos colegas eu não conseguia
entender” (E3).
A postura docente, mencionada pelos alunos, está de acordo com o pensamento de
Ainscow (1997), segundo o qual uma escola inclusiva deve contar com profissional
capacitado para atender alunos com e sem deficiência com as mesmas qualidades de ensino.
Para a autora, é necessário que o docente considere a diferença como um desafio e uma
oportunidade para a criação de novas situações de aprendizagem.
4.1.2 Respostas dos Alunos Atuais
Contrariamente aos egressos, os alunos que ainda permanecem estudando na
instituição, 8 nela ingressaram pelo processo seletivo sem cotas e 1 por transferência externa.
Manifestando-se sobre a importância das cotas, 22,22% afirmam que são desnecessárias e que
o ingresso deve ser por mérito. Para 77,8% dos alunos atuais, o sistema de cotas é igualmente
importante, principalmente para “diminuir a desigualdade” (A8), “possibilitar a entrada de
mais pessoas com deficiências, que talvez sem esse mecanismo não fosse possível” (A6) e
“assim poder ter um controle dos alunos que irão necessitar de adaptações curriculares”
(A1).
Relativamente ao modo como foram recebidos pelos demais estudantes, apenas 01
relatou a indiferença que se manifestou na forma da exclusão. Por outro lado, sobre a
percepção dos professores que têm um aluno com deficiência, podemos analisar que para
33,32% a reação do professor é normal, 33,32% dizem que os docentes buscam ajudá-los,
11,11% observa que “no começo com um olhar de rejeição por ser diferente em sala de aula,
porém no decorrer existe um carinho grande acompanhado de respeito” (A9), 11,11%
ressalta que “com indiferença, com outros olhos” (A2) e 11,11% que esta se varia entre a
reação normal até à indiferença, como se pode aduzir da seguinte transcrição: “São as mais
variadas possíveis: alguns compreendem e tentam dar suporte para que as dificuldades sejam
vencidas, já outros são indiferentes ao fato da deficiência do aluno” (A1).
Diante desses dados, é possível se afirmar que, para a maioria desses pesquisados
(66,64%), os professores revelam práticas que possibilitam a inclusão dessas pessoas no
cotidiano da sala de aula, contrariamente ao que foi informado pelos alunos egressos, mas
corroboram as informações desses respondentes, no que diz respeito à acessibilidade
80
arquitetônica, quanto à falta de sinalização no campus, o que acaba por afetar o aluno com
deficiência visual.
Nesse ponto, cabe relembrar as determinações e recomendações técnicas da NBR
9050/04 da ABNT, segundo as quais um espaço acessível é aquele que proporciona às pessoas
com deficiência, condições de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de
edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos. A impossibilidade de utilizar com
segurança e independência as edificações, por todas as pessoas, denota o quanto se está longe
da inclusão do aluno com deficiência no sistema educacional.
Esse grupo de respondentes identificou, como condições de acessibilidade pedagógica,
as adaptações pedagógicas para melhor entendimento dos assuntos de cada disciplina (n= 7),
o intérprete (n= 6), fazendo referência ainda às provas e textos em braile (n= 3) e aos
programas especiais de computador (n=3), estas duas últimas não mencionadas pelos alunos
egressos.
Na opinião sobre os docentes estarem preparados para ministrar aulas a um aluno com
deficiência, os resultados são apresentados no seguinte Gráfico 2.
Gráfico 2- Opinião sobre o trabalho docente junto ao aluno com deficiência
Fonte: Elaborado pela autora da pesquisa.
De acordo com o que se observa no Gráfico 2, a maioria (66,64%) dos alunos atuais
avaliam que os professores estão preparados para o trabalho com o aluno com deficiência, em
contradição aos alunos egressos (75%) que descrevem a falta de preparo docente. Pode-se
dizer, então, que houve melhorias quanto a esse trabalho após a saída dos alunos com
deficiência da instituição.
No questionamento referente a acreditar que sairá em condições para se inserir no
mercado de trabalho, apenas 02 alunos responderam que não. Sobre isso, descrevem que:
25,00%
75,00%
66,64%
33,36%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
O professor está preparado O professor não está preparado
Alunos atuais
Alunos egressos
81
“O meu curso, ele trabalha muito com espaço arquitetônico e para o aluno deficiente
é bem complicado. No meu curso, que serei um profissional, não vejo o país em grande
desenvolvimento em questão de acessibilidade turística” (A9).
“Falta a instituição oferecer melhores condições de trabalho aos docentes, investindo
em tecnologia para facilitar o aprendizado do aluno” (A8).
Para aqueles que consideram ter condições para se inserir no mercado de trabalho, isto
se deve ao fato do IFS oferecer aprendizado e qualidade no ensino.
4.1.3 Representações docentes
O tempo de profissão informado pelos professores varia entre 9 e 46 anos, notando-se
que o maior percentual (27,27%) é daqueles que exercem a docência há 30 anos, verificando-
se, no geral, que todos os docentes possuem experiência como docente. No exercício da
profissão docente, a deficiência auditiva foi aquela com a qual 72,73% desses professores
mais se depararam, seguida da física e visual, ambas apontadas por 54,55% dos pesquisados,
além da intelectual (27,27%) e das deficiências múltiplas (18,18%).
Questionados a respeito da forma de ingresso dos alunos com deficiência no IFS, os
respondentes se manifestam de acordo com o Gráfico 3, que se segue:
Gráfico 3- Forma de ingresso dos alunos com deficiência no IFS segundo os docentes
Fonte: Elaborado pela autora.
No cruzamento desses dados com as observações obtidas nos questionários aplicados
junto aos alunos atuais e os alunos egressos, reitera-se a informação de que a forma de
ingresso à instituição ocorreu para os primeiros mediante processo seletivo sem cotas,
enquanto para os segundos, este se deu por cotas. Assim, como destacado por 18,18% dos
professores respondentes ao questionário, na instituição esse ingresso pode se dar por ambos
os processos.
45,46%
36,36%
18,18% Processo seletivo através de
cotas
Processo seletivo sem cotas
Misto
82
Em sua totalidade, os docentes reconhecem que as cotas são importantes, por ser
“garantia de condições de igualdade; estímulo para acessar o mercado de trabalho; inclusão
e integração com os demais alunos” (P9). A visão desse respondente abrange as demais,
estando também em consonância com o entendimento dos alunos, tanto egressos quanto
atuais. Sobre isso, cabe destacar que o sistema de cotas traz em seu bojo, de acordo com Dias
(2002), o princípio da igualdade que consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais, na medida em que eles se desigualam. Assim, o referido sistema, enquanto parte
das políticas sociais de apoio e promoção de grupos socialmente fragilizados, confere-lhes
tratamento prioritário, colocando-os em condição de competição semelhante aos que
historicamente se beneficiaram da exclusão.
Para 72,73% dos professores respondentes, ao ingressar na instituição, os alunos com
deficiência são recebidos pelos demais colegas com naturalidade, muito embora 18,18%
entendam que há indiferença e 9,09% alegam outras formas, dentre as quais a “dificuldade de
entender e de como se comportar em relação ao outro. Sentem dificuldades em ajudar” (P3).
A barreira atitudinal relacionada à indiferença foi igualmente percebida pelos alunos atuais e
alunos egressos.
Quanto a sua própria reação diante da constatação que teria, em sala de aula, um aluno
com deficiência, os docentes pesquisados identificaram que se sentiram, principalmente,
desafiados (72,73%), a necessidade de colaboração (54,55%) e de integração (45,45%). Ainda
fazem parte desse contexto, o receio (27,27%), o isolamento e a recusa para 9,09% dos
participantes. Vale ressaltar que, apesar das leis terem evoluído no sentido de garantir o
atendimento educacional inclusivo dos alunos com deficiência, muitos dos profissionais que
atendem estes alunos, não dispõem de qualquer conhecimento acerca da Educação Inclusiva,
nem do trabalho com a diversidade escolar, também não têm noções claras dos fundamentos
que sustentam a inclusão. Nesse sentido, Mantoan (1997) enfatiza que a inclusão, de fato, está
condicionada a um esforço coletivo que envolve a capacitação de professores para trabalhar
com as diferenças, a diversidade, nas suas salas de aula.
No tocante às condições de acessibilidade arquitetônicas percebidas no IFS, 90,91%
dos professores participantes desta pesquisa, diferentemente do que responderam os alunos
egressos e os alunos atuais, mencionam os elevadores para cadeirantes, seguido de corredores
largos (63,63%), como recursos destinados para a participação dos alunos com deficiência no
ambiente educacional. Diante desses dados, reforçam-se as informações prestadas
anteriormente pelos alunos egressos e alunos atuais relativamente ao fato de que as
83
sinalizações para o deficiente visual não têm sido adotadas ou são ainda incipientes, pois não
são plenamente identificadas pelos participantes da pesquisa.
Sendo a acessibilidade um termo amplo que não se resume a propiciar o acesso ao
ambiente, igualmente esses professores foram questionados sobre quais condições de
acessibilidade pedagógica são notadas naquela instituição, obtendo como respostas, o
intérprete (54,55%) e as provas e textos em braile (45,45%). Nessa discussão, ressalta-se que
27,27% dos respondentes desconhecem a existência, no IFS, de qualquer tipo das condições
enumeradas no questionário. Cabe relembrar que, apesar dos alunos com deficiência terem
conquistado o direito de estar fisicamente no ambiente de ensino regular, no entanto, os
investimentos em recursos humanos, materiais e metodológicos para promover a inclusão, de
acordo com Stainback e Stainback (1999), não correspondem à demanda, sendo avaliados
pelos autores como insuficientes.
Em se tratando da opinião sobre estarem preparados para ministrar aulas a um aluno
com deficiência, os respondentes foram unânimes quanto a não se sentirem preparados, pois
como afirma o P1: “Quem vai estar preparado? Desafiado sim e procurar condições”. Sobre
o aluno com deficiência sair preparado para o mercado de trabalho, as respostas encontram-se
no Gráfico 4, que se segue.
Gráfico 4- Condições do aluno com deficiência para se inserir no mercado de trabalho
Fonte: Elaborado pela autora.
Solicitados para justificar suas respostas, dentre aqueles que consideram que as
condições do aluno com deficiência são satisfatórias, destacam-se os esclarecimentos do P3,
que atenta para o fato de que “[...] no geral, o curso possibilita e dá condições para os
mesmos enfrentarem os desafios do mundo do trabalho”, argumento reiterado pelo P1 quando
este faz sua observação “em relação aos alunos que estudaram no IFS e foram absorvidos no
54,55% 36,36%
9,09%
Insatisfatória
Satisfatória
Não respondeu
84
mercado”. Os professores participantes que avaliam como sendo insatisfatórias as condições
desses alunos, tecem considerações que vão desde o “despreparo da equipe pedagógica
(professores, pedagogos, servidores)” (P6) até a falta de recursos pedagógicos. Acerca disso,
o comentário do P2 permite se apreender que “com relação aos alunos que tiveram resultado
bom, eles tiveram acesso ao mercado de trabalho pelo empenho pessoal e dedicação da
família”, ou seja, segundo ele, a escola pouca ou nenhuma participação teve nesse processo.
Diante disso, percebe-se que há necessidade da redefinição dos modelos das práticas
pedagógicas e da formação continuada do docente, para que estes fatores possam contribuir
para a qualidade educacional do aluno com deficiência e, em consequência, ele possa ter
acesso ao mercado de trabalho de forma igualitária.
4.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
As informações obtidas por meio das entrevistas realizadas com diretor,
coordenadores de cursos, coordenadora do NAPNE, ex-coordenadoras do NAPNE e
pedagogas, foram organizadas em duas partes. Na primeira delas, delineamos o perfil através
de dados de identificação, conforme se apresenta na Tabela 2.
Tabela 2- Perfil dos entrevistados
SEXO IDADE HABILITAÇÃO ACADÊMICA
FUNÇÃO NA INSTITUIÇÃO
TEMPO DE TRABALHO NA
INSTITUIÇÃO/Anos
Mas
culi
no
36 Mestrado em Educação Diretor 09
44 Mestrado em Matemática Coordenador do Curso de Matemática
08
52 Bacharelado em Engenharia
Elétrica/Doutorado em Engenharia Mecânica
Coordenador do Curso
de Eletrotécnica
05
Média 44 7,3
Fem
inin
o
36 Bacharel em Turismo/Especialista em
Marketing/Mestre em
Sustentabilidade
Coordenadora do Curso de Hotelaria
01
39 Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Coordenadora do Curso de Edificações
04
49 Licenciatura Plena em
Pedagogia com Habilitação em Administração/
Especialização em
Psicopedagogia Institucional e Clínica
Pedagoga 26
85
65 Licenciatura em Pedagogia/Especialista em
Educação
Tecnológica/Especialista em Educação Inclusiva
Ex-coordenadora do NAPNE/Chefe do
Departamento de
Assistência Estudantil
23
57 Licenciatura em Pedagogia/Especialização
em Gestão Pública
Pedagoga 21
55 Licenciatura em Educação Física/Especialização em
Educação Física e
Educação/Mestrado em Educação
Ex-coordenadora do NAPNE/Orientadora
Pedagógica do Curso
de Eletrotécnica
21
35 Bacharel em Engenharia Civil/Especialização em
Segurança no
Trabalho/Mestrado em Engenharia
Coordenadora do Curso de Segurança no
Trabalho
5
28 Ensino Médio Revisora
braille/Coordenadora do NAPNE
2
45 Licenciatura em Pedagogia Ex-coordenadora NAPNE
14
Média 45,4 13
Fonte: Elaborado pela autora da pesquisa.
Nesse grupo, constatamos que a maioria dos respondentes é do sexo feminino (75%),
com idade média de 45,4 anos e tempo de serviço na instituição variando entre 13 anos. Os
homens representam a minoria (25%), com idade média de 44 anos e tempo de trabalho na
instituição de 7,3 anos. No aspecto da titulação acadêmica, 41,68% possuem mestrado em
distintas áreas do conhecimento, 8,33% tem doutorado e 25% especialização, bem como
8,33% é graduado, 8,33% possui licenciatura e 8,33% o Ensino Médio. Esses dados
demonstram se tratar de um grupo não muito jovem, assim como os professores participantes
desta pesquisa, além de profissionais com ampla experiência de trabalho na instituição.
Na etapa posterior, efetuou-se uma leitura flutuante das informações coletadas nas
entrevistas, a qual consistiu, conforme explica Bardin (2004), em tomar contato exaustivo
com o material, ou seja, do conteúdo presente nas narrativas expressas pelos participantes.
Esse procedimento permitiu que as respostas fossem delimitadas para maior aproximação com
os textos. Sobre cada questão do roteiro de perguntas, formularam-se parágrafos sínteses de
modo a tornar possível a descrição ou enumeração das características do conjunto de textos
analisados. Nessa perspectiva, as respostas foram classificadas no contexto de categorias, que
86
se desdobraram em subcategorias, cuja função consistiu em tornar mais fácil a leitura da
análise dos dados.
Para identificarmos as categorias e subcategorias, definimos unidades de registro e
unidades de contexto. Na abordagem de Bardin (2004), consideram-se como unidades de
registro as palavras que contribuem para a criação das categorias. Por outro lado, as unidades
de contexto são os parágrafos ou segmentos da mensagem utilizados como unidades de
compreensão para identificar as palavras que foram definidas como unidades de registro.
No trabalho com a análise dos dados, definimos, então, categorias que tiveram origem
na fundamentação teórica e nos indicativos trazidos pelas respostas às questões apresentadas
aos pesquisados, mediante a percepção de semelhanças e pontos comuns. Sobre essa base, na
análise interpretativa detectamos as características qualitativas e quantitativas das respostas
dos sujeitos, as possíveis relações entre as respostas para as diferentes questões e o sentido do
seu conteúdo.
As categorias e seus desdobramentos configuraram-se como norteadoras para a
reflexão sobre a temática em discussão, conforme se apresenta no Quadro 6.
Quadro 6- Categorias de análise das falas dos sujeitos CATEGORIAS SUBCATEGORIAS IDENTIFICAÇÃO DAS
PERGUNTAS
Inclusão Educacional
Forma de ingresso
Integração em sala de aula
Política de inclusão e realidade escolar
Questões 1, 2 e 10
Acessibilidade Arquitetônica
Metodológica
Comunicação
Questões 3, 4 e 5
Dificuldades e
Apoio Físicas
Comunicacional
Curricular
Questões 6 e 7
Formação Acadêmica
Processo de aprendizagem
Avaliação da aprendizagem
Questões 8 e 9
Mercado de
Trabalho Avaliação do processo de inserção Questão 11
Fonte: Elaborado pela autora.
A Categoria Inclusão Educacional torna evidente que anteriormente o ingresso do
aluno com deficiência “aconteceu por atendimento a uma determinação legal” (D), no âmbito
de um processo que, atualmente, no IFS, não se adota o sistema de cotas, conforme relata a
Pe1: “hoje, temos poucos alunos com deficiência porque o acesso não é mais assegurado
pelas cotas”. Sobre isso, explica-se que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
87
Deficiência (Lei nº 13.146), que assegura os direitos aos deficientes, traz o veto, em seu artigo
29, referente à reserva de cotas para essas pessoas. O documento, sob a alegação que trata da
questão de igualdade e não discriminação, estabelece que toda pessoa com deficiência tem o
direito à igualdade de oportunidades como as demais pessoas, com isto não está obrigada a
usufruir de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
Dito de outra forma significa dizer que as instituições de Educação Profissional e
Tecnológica, continuam não obrigadas a reservar, em cada processo seletivo para ingresso em
seus respectivos cursos, o mínimo de 10% de suas vagas para estudantes que possuam algum
tipo de deficiência. No entanto, a lei obriga que essas instituições adotem, em suas provas, as
medidas necessárias para as pessoas com deficiência, como adaptações de seus testes e os
apoios necessários para a realização das provas, contando inclusive com tempo adicional para
os exames, baseado nas características da deficiência, desde que as solicitações tenham sido
previamente feitas pelo candidato.
Na realidade, o que rege o Decreto 3.298/99 é a garantia de condições semelhantes de
realização das provas para todos os candidatos com alguma deficiência, em qualquer
instituição de ensino, seja ela de caráter público ou privado, para que haja chances igualitárias
para conquistar uma vaga, mas isso não inclui a reserva de vaga. Portanto, já que não há
obrigatoriedade de reserva de vagas para a deficiência, o aluno deverá conferir quais são os
procedimentos para a solicitação de atendimento especial. Na situação pesquisada, observou-
se que algumas pessoas com deficiência, particularmente no caso da deficiência física, deixam
de informá-la no momento de sua inscrição para o processo seletivo.
Assim, quando do ingresso do aluno com deficiência no IFS, com a criação e
implementação do NAPNE foram desenvolvidas ações voltadas para o atendimento especial a
esse aluno, dentre as quais o cadastramento para identificar suas demandas de aprendizagem.
Esse núcleo tem, igualmente, a função de fornecer apoio pedagógico para tentar,
efetivamente, incluir o aluno com deficiência no ambiente escolar. A CN percebe que os
alunos com deficiência “ganham muito quando inseridos em um ambiente escolar regular,
com alunos ditos normais”, pois existe uma troca de informações entre os professores e os
alunos, que trazem “outras roupagens, outras necessidades de conduta, de adaptação
curricular, de posicionamento em sala [...]”. No entanto, a CC1 acredita que a instituição não
está preparada para recebê-los, particularmente a equipe pedagógica que “não gosta desses
alunos” (CC2) pela dificuldade em lidar com eles. Para ilustrar tal situação a respondente
CC2, dá o exemplo o exemplo de “uma menina com problema mental e os professores vêm
88
me reclamando muito porque, enfim, atrapalha a aula não consegue acompanhar o restante
da turma, atrasa demais o conteúdo [...]”.
Por outro lado, percebe-se a ideia pré-concebida da deficiência como uma limitação,
como coloca o CC1: “a gente tem que frisar também que é uma escola profissionalizante e
até pelo seu curso, que é um curso de risco, vai estar restrito a alguns alunos porque a
deficiência para o campo, na atividade profissional, em si, já existe [...]”. Mas, reconhecendo
que há uma preocupação com a preparação para lidar com essa problemática, a CC3 menciona
a necessidade de “formação continuada do professor para poder lidar melhor com esse tipo
de aluno”
Avaliando se as políticas públicas se efetivam naquele ambiente escolar, a Pe1 relata
ser preciso “melhorar muito a ambiência educacional, tanto pedagógica, quanto física, de
estrutura, para que a gente tenha realmente resultados expressivos”. Para que isso aconteça,
“é fundamental o apoio de mais profissionais especializados na área, principalmente
psicólogos, assistentes sociais, médicos” (Pe3), isto porque os professores sozinhos
apresentam dificuldades para lidar com essa questão. Todavia, é importante destacar que a
inclusão pressupõe que a escola já deva estar pronta para receber qualquer tipo de aluno, o
que envolve colocá-lo sem qualquer outro tipo de serviço que implique exclusão ou
segregação socioeducacional, de acordo com Padilha (2006).
Na Categoria Acessibilidade, considerando que a escola está situada em um prédio
centenário, as mudanças na infraestrutura abrangeram o alargamento de portas para facilitar o
acesso e a circulação do aluno com deficiência, “banheiros exclusivos, contratação de
plataformas elevatórias em alguns de nossos prédios e nos elevadores” (D). Especificamente
sobre a biblioteca, a CN explica que esta foi demolida, sendo reconstruída nos moldes de
acessibilidade universal, mas, apesar do campus estar sendo reformado, ainda não é possível
contar com “pista tátil, nem mapa tátil [...] ainda falta muito”.
Para viabilizar o acesso do aluno com deficiência ao conhecimento, o NAPNE junto
com os docentes e a equipe pedagógica busca encontrar alternativas pedagógicas para cumprir
o objetivo de incluí-lo, tais como “adaptar o material em braile, para os alunos com baixa
visão tirava cópia mais ampliada do material [...], mais tempo para o aluno responder uma
prova” (Pe2). Além disso, foram “contratados professores especializados, como o de braile,
revisora de braile, intérprete de libras” (ExCN1).
Essas informações encontram fundamento na perspectiva de Fortuna (2006), segundo
a qual, no caso de estudantes com deficiência é fundamental que a estrutura curricular
contemple possibilidades de diversificação curricular requeridas pelas diferentes situações de
89
deficiência ou demais categorias que demandem atendimento especial. A flexibilidade de
tempo, por exemplo, citada pela Pe2, se aplica em situações de deficiência que, por sua
especificidade, provocam um desenvolvimento mais lento que aquele considerado normal e
fazem com que o estudante necessite de um tempo diferenciado para realizar a mesma
atividade que os demais. Todavia, a ExCN2 esclarece que:
“na realidade a gente contratou intérpretes para acompanhar os alunos surdos, e
professores não houve contratação, eram apenas orientações quando o professor ia à nossa
procura [no NAPNE], orientações no sentido de como ele, em termos de metodologia de
avaliação de recursos adaptados, poderia fazer... fato que não é fácil porque o professor
dizia que já estava lá [na instituição] há dez, vinte anos e não queria mais aprender libras,
não queria saber mais de metodologia diferente para tratar esses alunos e, no, resumo, os
alunos eram aprovados, muitas vezes, sem ter conteúdo suficiente”.
A Categoria Dificuldades e Apoio diz respeito às limitações relativas ao
acompanhamento do conteúdo escolar em relação ao desenvolvimento do aluno com
deficiência e os outros alunos, bem como aquelas de ordem física ou mental, de comunicação
e de relacionamento. Assim, para a CC3 a maior dificuldade é pertinente à questão visual, que
pode ser sanada com o “acompanhamento de alguém que escrevesse por ele”, porém em se
tratando de relacionamento, a mesma respondente assegura que:
“às vezes, é uma questão particular ou de comportamento, às vezes uma questão
psicológica, pois esse aluno não tem consciência que tem um problema e precisa de ajuda.
Então, às vezes, a maior dificuldade é como abordar esse aluno e como levar auxílio, já que
ele não está pedindo auxílio e ele não se declara com nenhuma deficiência”.
Todavia, a ExCN2 traz um alerta sobre as barreiras atitudinais, pois considera que
estas são mais fortes, muitas vezes, do que as dificuldades aprendizagens do aluno com
deficiência. É bastante ilustrativo seu relato sobre essa situação, tal como abaixo se
transcreve:
“a partir do momento que um professor me relatou, que eu conversei com ele
determinado tempo: esse aluno tá com dificuldades de aprendizagem, bom eu realmente não
sei trabalhar com esse tipo de aluno, acho que ele não deveria estar aqui. No Brasil não
existe essa inclusão. A escola não está preparada. Eu me sinto mal até quando vou para a
missa e eu tenho uma pessoa com deficiência ao meu lado, imagine na minha sala”.
Nessa fala, lembra-se Mantoan (2003, p. 25) quando esta refere que “a escola é o
reflexo da vida lá fora e viver a experiência da diferença, é possibilitar aos alunos
desenvolverem-se de acordo com suas condições”, razão pela qual a autora menciona que as
90
práticas pedagógicas precisam ser revistas. Complementa a autora que a formação do
professor deve contemplar a construção de uma nova situação ética, pedagógica,
possibilitando uma maior mobilização do pensamento crítico, sinalizando as oportunidades de
refletir sobre as práticas docentes, do que fazem e porque fazem o trabalho do ensino.
Ainda em relação às dificuldades, encontra-se a seguinte explicação da Pe1:
“o nosso currículo é muito denso e pra um estudante, por exemplo, nos cursos
integrados, cada série tem 18 disciplinas e pra uma pessoa com deficiência é uma sobrecarga
muito grande. Faz 18 provas no final de cada bimestre este estudante. Então, é difícil o nosso
currículo [...].” Complementando os aspectos pertinentes às dificuldades percebidas nos
alunos com deficiência, a CC2 assim se expressa: “eles têm dificuldades de acompanhar o
conteúdo escolar, principalmente o conteúdo técnico é muito complexo para eles [...] em
relação ao desenvolvimento dele com os demais alunos, por vezes, é bom, por vezes, é
agressivo [...]”.
Esse pensamento é reiterado nas palavras do respondente D, quando este afirma que “o
professor entende o portador de necessidades específicas como um coitadinho [...] o
professor fica com pena e aí cria estratégias que, de qualquer forma, o aluno é aprovado”.
Esclarece ainda, que quando “há essa limitação a gente procura fazer o atendimento da
forma cabível, quer seja estando presente na sala de aula quer seja trazendo para o
atendimento específico da equipe multiprofissional dentro do NAPNE”.
Assim, o aluno com deficiência conta com o apoio do NAPNE, cuja equipe
multidisciplinar, composta por psicólogo, assistente social, pedagogo, tradutores de libras e
intérprete, para acompanhar esse aluno. Sobre isso, a CN explica:
“se o aluno tem uma limitação de ordem física a gente tenta eliminar essa barreira
[...] se ele é um aluno que teria aula num laboratório no andar superior a gente tenta trazer
esse laboratório para baixo [...] questões de ordem mental a gente tenta ter o cuidado de
acompanhar esse aluno e observar e ouvir, principalmente, qual é o limite dele e o que ele
quer [..] nas dificuldades de comunicação a gente entra coma atuação do intérprete de libras
e também do revisor braile que atua junto aos deficientes visuais dando um apoio quando
necessário [...] vinculado ao relacionamento é muito comum os alunos serem inseridos entre
os outros alunos, há uma relação bacana num têm grandes dificuldades [...]”.
Portanto, a escola que se deseja inclusiva deve trabalhar na perspectiva de envolver
todos, inclusive a família do aluno com deficiência, na transformação do projeto político-
pedagógico e de cada pessoa como ser social e atuante (BAPTISTA, 2006). Desse modo, a
instituição tem “chamado a família [...] vai ser de grande valia o apoio que ela vai dar
91
trazendo informações e recebendo informações sobre a necessidade de como receber esse
aluno em casa [...]”(D), além de utilizar diversas estratégicas que vai desde o atendimento
técnico especializado com uma equipe multiprofissional e, a depender do caso, esse aluno é
atendido pela coordenadoria do NAPNE e a equipe multiprofissional.
Na fala da CC2, dentre as estratégias, anterior a criação do NAPNE, o único caminho
visto pela instituição consistia em “tentar conversar com os alunos e como os professores [...]
procurar os pais para orientar pra que eles procurassem, às vezes, apoio fora, porque a
gente não conseguia dar conta na escola [...]”. Atualmente, de acordo com os
esclarecimentos de Pe1, “nós pedimos sempre o apoio da família e da equipe multidisciplinar
que atua no NAPNE [...] ela também atua nesse sentido de superar ou tentar minimizar as
dificuldades que esses estudantes enfrentam no dia a dia [...]”.
Sendo assim, na Categoria Formação Acadêmica, tratamos de conhecer qual o
prognóstico que os profissionais participantes da pesquisa fazem do processo de
aprendizagem do aluno com deficiência. No relato da Pe1, “é favorável, apesar das
dificuldades que a gente enfrenta”, mas na declaração do respondente D: “apesar do elevado
índice de aprovação desse aluno na instituição, isto não se coaduna com a realidade de, por
exemplo, empregabilidade e acesso ao mundo do trabalho, porque ele foi aprovado sem o
devido conhecimento para ser aprovado”.
Contrariando o que foi dito pelo pesquisado D, em seu relato, a ExCN1 afirma que
“eu tenho conhecimento que os alunos saíram da escola com êxito, realmente aprenderam e a
prova disso é a inserção no mercado de trabalho na área [...] nós tivemos alunos surdos que
foram trabalhar no banco, outros que estão prosseguindo seu curso na universidade [...] tem
um que é de segurança de trabalho lá na Vale do Rio Doce [...]”. Por seu lado, a ExCN2 diz
que:
“o prognóstico é que todos têm possibilidades, todos têm capacidade, todos têm
habilidades, desde que a instituição não entre com a política de modelo de tamanho único,
achando que uma impressora braile, que uma rampa vai resolver a situação de todos [...]
cada um tem um caso específico [...] eu questiono muito a política de inclusão porque é uma
política tamanho único, de barateamento, de falseamento de informações [...]”.
Relativamente à avaliação da aprendizagem, é possível se identificar que, “conforme o
ROD, que é a regulamentação didática do instituto, a avaliação de todos os alunos tem o
objetivo de ser processual e acaba sendo uma decisão do docente que ministra a disciplina”
(CN). E, de maneira geral, os docentes “flexibilizam o processo” (Pe1), porém fazendo com
que esses alunos sigam, “os mesmos requisitos, o regulamento que qualquer outro aluno
92
venha a seguir dentro da instituição [...] fazer as avaliações normais, as avaliações
pertinentes, tem que fazer a B1, fazer a B2, recuperação, prova final [...]” (Pe3).
Há de se destacar, ainda, a seguinte fala:
“buscar fazer o diagnóstico da efetividade desse profissional formado, no que
concerne a sua inserção no mercado de trabalho, é algo que ainda é uma dívida muito
grande da nossa instituição. Então, a gente tem feito o papel de buscar garantir uma
educação pública de qualidade” (D).
Por fim, quanto ao questionamento que solicita a avaliação da condução do processo
de inserção do aluno com mercado de trabalho, esta se encontra expressa nas seguintes
declarações: “não, não considero satistafória, porque não vejo a instituição fazer essa
condução” (CN); “os alunos que se formaram no curso, acho que não teve nenhum
acompanhamento particular, não após a conclusão” (CC3); “avalio que não, que ainda a
gente não tá contribuindo pra inclusão dos alunos com deficiência no mercado de trabalho”
(ExCN2).
Nesse contexto, chegamos à conclusão de que, ao se pensar em inclusão escolar, é
necessário considerar que o princípio educativo do acolhimento das diferenças e a sua
concretização é um desafio, pois exige o repensar sobre crenças e atitudes, mudar valores e
concepções sobre o ser humano e suas formas de ser e se relacionar no meio em que vive.
Com base no referencial de Carvalho (2012), podemos dizer que, para as instituições
escolares, demanda alterações em formas de organizar o trabalho pedagógico: dispositivos
adequados de infraestrutura (arquitetura predial, material didático, equipamentos, dentre
outros); profissionais (corpo docente e técnico) qualificados; diversidade e flexibilidade
curriculares; práticas educativas correspondentes às necessidades dos alunos e ambiente
escolar favorável às finalidades da inclusão educacional.
4.3 ANÁLISE DA OBSERVAÇÃO
A observação configura-se como uma técnica valiosa, especialmente na coleta de
dados não verbais, mediante a qual o observador pode utilizar os sentidos para captar fatos,
sendo viável sua aplicação em conjunto com outros procedimentos. Fica claro, portanto, que
seu ponto forte é a evidenciação do realismo da situação observada (VIANNA, 2007).
Corroborando esse posicionamento, Marconi e Lakatos (2010) esclarecem que, com a
observação, o pesquisador ultrapassa o mero ver e ouvir, dependendo menos da introspecção
ou da reflexão, podendo, também obter dados que não constavam no roteiro das entrevistas ou
93
questionários. Porém, apresenta a desvantagem de criar impressões favoráveis ou
desfavoráveis, no pesquisador, sobre o que está sendo observado e, assim, este não conseguir
acessar os aspectos da vida cotidiana.
Na presente pesquisa, a utilizou-se a observação como recurso complementar, de
aprofundamento das questões relacionadas infraestrutura necessária ao atendimento das
deficiências, o processo de interação entre alunos com deficiência com seus professores e com
os demais colegas. Nessa fase, elaborou-se um roteiro com as unidades de observação,
utilizando, para tanto, um caderno de campo para o registro das informações, mantendo o foco
nos objetivos formulados de pesquisa no que tange a identificar as dificuldades e facilidades
encontradas pelos alunos com deficiência no processo de profissionalização, bem como
apontar as condições de acessibilidade pedagógica, arquitetônica e de comunicação
encontradas pelos alunos com deficiência.
Observou-se que a instituição encontra-se em reforma, mantendo-se, na parte externa,
uma rampa larga, mas precária, na entrada que se tornou a entrada principal, e outra rampa
com acesso à instituição pelo ginásio de esportes. Na entrada principal, o portão tem largura
de 0,97 cm e, na parte das catracas, existe uma porta exclusiva para entrada de cadeirantes,
medindo 0,84 cm, porém não existem mais estacionamentos.
Na parte interna do prédio, dois corredores principais dão acesso à maioria dos
pavilhões, medindo 2,90 m e 2,66 m. Os banheiros, que são de uso dos alunos, têm portas que
variam entre 0,94 cm a 1 m de largura e espaços internos com as mesmas medidas. Na
biblioteca, a porta de entrada mede 0,89 cm, mas a instalação do sensor antifurto ficou
sobressaindo do piso, dificultando a entrada da cadeira de rodas. Os corredores de acesso aos
livros medem 0,90 cm a 1,03 cm, enquanto na sala de estudos, só é possível o acesso de
cadeiras de rodas para as quatro primeiras mesas.
No ginásio de esportes, a entrada principal mede 1,95 m e os corredores internos 1,65
m e 1,33 m. Já no setor médico, a entrada principal mede 1,20 m e as portas internas 0,80 cm.
No pavilhão da Direção Geral, só existe acesso para recepção e para a CAE, porque todos os
outros setores são no pavimento superior e só é possível acessá-los subindo as escadas. O
NAPNE, que atende às pessoas com deficiência, é pequeno, mas foi organizado de maneira
que o acesso do cadeirante seja possível. Não existe pista tátil e as portas não têm adequação
correta para acessibilidade de cadeirantes.
O pavilhão de Construção Civil está localizado na parte térrea, com o corredor
principal medindo 2 m 45 cm, rampa de acesso para todas as salas e laboratórios, portas
94
medindo de 0,81 cm a 1,19 m de largura, medidas suficientes para entrada de uma cadeira de
rodas. O acesso ao pavimento superior só é possível pelas escadas.
No pavilhão de Eletrotécnica, também na parte térrea, o corredor principal mede 2 m
45 cm, existe rampa de acesso para todas as salas e laboratórios, as portas medem de 0,74 cm
a 1,82 m de largura, medidas suficientes para entrada de uma cadeira de rodas. O acesso ao
pavimento superior só é possível pelas escadas.
Localizado igualmente na parte térrea, o pavilhão de Eletrônica tem um corredor
principal medindo 2 m 40 cm, existe rampa de acesso para todas as salas e laboratórios, as
portas medem de 0,79 cm a 1,79 m de largura, medidas suficientes para entrada de uma
cadeira de rodas. Como os demais pavilhões o acesso ao pavimento superior só é possível
pelas escadas.
Outro pavilhão localizado na parte térrea é o de Química, com o corredor principal
mede 2 m 40 cm, rampa de acesso para todas as salas e laboratórios, portas medindo de 0,79
cm a 1,62 m de largura, medidas suficientes para entrada de uma cadeira de rodas. O acesso
ao pavimento superior só é possível pelas escadas.
No pavilhão das salas S, na parte térrea só existem laboratórios e todos têm portas com
largura de 0,94 cm, mas a maioria não tem espaço interno para circulação de cadeirantes. O
corredor térreo mede 1,95 m, o corredor que dá acesso ao elevador mede 2,44 m. Na parte
superior, as salas de aula têm portas que medem 0,88 cm, corredor medindo 2,02 m e o
corredor de acesso ao elevador mede 2,59 m.
O pavilhão Leyda Regis, na parte térrea, tem corredor principal medindo 2 m 17 cm, a
porta da coordenadoria de Ciências Humanas medindo 0,98 cm e, no pavimento superior, as
salas têm portas com larguras de 0,98, mas o acesso ao pavimento superior só é possível pelas
escadas.
Sobre a organização das salas de aula, estas estão dispostas de maneira tradicional,
carteiras em fila, sem espaço para a acessibilidade. Observamos, ainda, que as carteiras são
novas e adaptadas para destros e canhotos. No quesito interação em sala de aula, é possível
notar que os professores não tiveram capacitação na área de inclusão, muitos deles, inclusive,
se recusam a aceitar o aluno com deficiência, mantendo, neste sentido, uma resistência
ferrenha para com ele. Outros docentes procuram trabalhar da melhor maneira possível no
atendimento ao aluno com deficiência, buscando transmitir os conteúdos de forma que eles
possam assimilá-los. Com os colegas, o relacionamento se dá com naturalidade, existindo
solidariedade entre eles. Nesse ambiente, o aluno com deficiência participa de todas as
atividades propostas com a ajuda dos colegas.
95
Dentre os aspectos que mais chamaram a atenção durante a observação, citamos: 1) o
descaso da instituição no que diz respeito a capacitação dos docentes; 2) a solidariedade entre
os alunos; 3) o empenho de alguns professores em transmitir os conteúdos; 4) o esforço do
NAPNE para conter a evasão dos alunos com deficiência na instituição.
Quanto às informações que consideramos como relevantes, são as seguintes: duas
servidoras efetivas, que prestam serviços no Campus, estão capacitadas para o atendimento ao
aluno com deficiência, sendo uma intérprete de libras e uma revisora de texto em braile, além
de uma docente na disciplina de libras; a biblioteca disponibiliza apenas alguns livros e textos
em braile; falta de material didático adaptado.
Diante do exposto, com base em Carvalho (2012), entendemos que há necessidade de
uma mudança de postura e de olhar acerca da deficiência, o que implica reformulação do
sistema de ensino a fim de que se torne possível concretizar uma educação de qualidade, na
qual o acesso, o atendimento adequado e a permanência sejam garantidos a todos os alunos,
independentemente de suas diferenças e necessidades.
4.4 TRIANGULAÇÃO DOS RESULTADOS
Tendo por base os resultados analisados anteriormente nas três vertentes - entrevista,
questionário e observação - avalia-se que os dados obtidos foram importantes para que se
pudesse, aos poucos, entender a realização da educação inclusiva em instituição de ensino
profissional e tecnológico, os desafios e as dificuldades existentes no contexto pesquisado.
Nesse cruzamento, identificamos diferentes entraves no processo de inclusão educacional no
IFS, o que implica no repensar permanente sobre questões envolvendo as relações
educacionais, a estrutura escolar e a formação docente, destacando-se, nessa última, os
conteúdos selecionados e as práticas existentes na escola.
Na questão da formação do professor, Bueno (1999, p. 162) pontua que o processo
educacional inclusivo “exige que o professsor do ensino regular adquira formação para fazer
frente a uma população que possui características peculiares [...]”, preparados para a docência
comprometida com a diminuição gradativa da exclusão escolar e que possuam conhecimentos
necessários para a absorção de alunos com deficiência.
Além disso, partindo do pressuposto de que a inclusão não tem o objetivo de fazer
desaparecer a diferença, mas permitir que a pessoa com deficiência faça parte de uma
comunidade capaz de primar pela individualidade, considerando que todos têm os mesmos
96
direitos, no IFS observamos a necessidade de transformações nos espaços internos e externos,
nos equipamentos, nos mobiliários, na forma como os docentes devem lidar e respeitar o
aluno deficiente.
Com base na abordagem teórica de Stainback e Stainback (1999), pode-se dizer que
apesar da Educação Inclusiva ser a política educacional oficial do país, identifica-se que, no
sistema escolar pesquisado, permanece o modelo integrativo, uma vez que a instituição, a
despeito de pregar um discurso de aceitação da diversidade, ainda não se modificou
efetivamente para dar conta das especificidades da aprendizagem e desenvolvimento de todos
os alunos.
Isso porque, enquanto uma prática antiga, a segregação torna-se difícil de ser extinta,
mesmo havendo atitudes, leis, políticas e estruturas educacionais que vão ao encontro da
inclusão incondicional de todos os alunos. Na prática, conforme esclarecem Stainback e
Stainback (1999), é grande o número de escolas que ainda não estão preparadas para o
planejamento de programas capazes de satisfazer às várias necessidades dos alunos, tampouco
para a promoção de técnicas, instrumentos e apoio necessários para sua aprendizagem,
situação que vem dificultando o processo de inclusão.
Sob o ponto de vista de Mendes (2002), no cotidiano, a escola, de modo geral,
desconsidera a existência da diversidade, deixando sobrepor uma cultura de exclusão,
perpassando até mesmo as instituições que se autodenominam democráticas, o que denota a
dificuldade de se construir uma escola inclusiva em uma sociedade excludente.
Não há como ignorar que nosso sistema de ensino não está apto a oferecer possibilidade de escolhas de qualidade de serviços e, na maioria das vezes,
os alunos com necessidades educativas especiais têm acesso apenas a uma carteira comum, tomando um lugar que nem sempre foi por ele desejado e
devidamente planejado, sem garantia nenhuma de bem-estar físico e social e,
principalmente, de acesso a um ensino de qualidade (ZANATA apud MENDES, 2002, p. 76).
Morejón (2001) infere que a primeira barreira a ser transposta, para que a inclusão
aconteça, é a dos professores formados num “contexto amplamente conservador, cujas
concepções reforçadas caracterizam-se por um forte reprodutivismo social”. Por oportuno,
cabe ressaltar não somente a existência de barreiras didáticas, mas também comunicacionais,
as condições do ambiente no que tange à questão da acessibilidade, esta definida como:
A condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida,
dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos
serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida
(DECRETO n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004).
97
No debate acerca da inclusão da pessoa com deficiência no sistema educacional,
Mendes (2002) sugere que há muito a avançar na luta pelo acesso, que deve ser direcionado,
necessariamente, para aumentar as matrículas, situação que não deve ser específica das
escolas públicas de Ensino Fundamental e Ensino Médio, também nas instituições de ensino
técnico e profissionalizante. Entretanto, assim como Mendes (2002), entende-se que só o
acesso não é suficiente, mas conhecimento e prática para traduzir a filosofia de inclusão das
leis, dos planos e das intenções para a realidade dos sistemas e das escolas.
Nesse sentido, os dados levantados apontam para a importância de o aluno mencionar,
no momento em que realizar sua inscrição no processo seletivo da instituição, qual sua
deficiência, de modo a que haja um acompanhamento mais efetivo no dia a dia escolar para
garantir sua permanência e o êxito em seus estudos.
98
CONCLUSÃO
Imbuída do interesse de trazer à tona as perspectivas epistemológicas sobre a
Educação Profissional das pessoas com deficiência, consideramos, no processo de construção
do objeto de pesquisa, a formação profissional de alunos com deficiências sensoriais (visual e
auditiva), intelectual, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, tal qual como previsto na Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).
No enquadramento descrito, o maior número de participantes correspondeu a
deficientes físicos (53,85%), seguidos dos deficientes visuais (38,46%) e deficiente intelectual
(7,69%). Certamente, para se chegar a esses participantes, recorremos ao NAPNE que, através
de sua coordenadora, nos forneceu as informações pertinentes tanto dos alunos com
deficiência que ainda permaneciam estudando, quanto dos alunos com deficiência egressos da
instituição. Integrou, igualmente, esta pesquisa, o diretor do IFS, professores, coordenadores
de cursos, coordenadora e ex-coordenadores do NAPNE, pedagogas.
Assim, no presente estudo, ao se reportar sobre o processo de inclusão do aluno com
deficiência em cursos de formação profissional e tecnológica, interessou entrevistar e
observar, tentando dar resposta à pergunta de partida, previamente enunciada na Introdução:
Como estão organizados os cursos profissionalizantes do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe para a inclusão dos deficientes, em relação
ao cumprimento das leis e à formação do docente para atuar junto às necessidades
desses alunos?
A fim de alcançar resposta(s), no estudo de caso realizado no IFS, foi feita a análise
das percepções sobre questões que pairam na realidade da inclusão educacional do deficiente,
quanto ao profissional a ser formado. Na pesquisa predominou uma abordagem qualitativa do
discurso dos entrevistados, das respostas aos questionários e, ainda, da observação do
ambiente escolar, registrada em grelha de observação própria. Por outro lado, buscou-se
também dar um tratamento estatístico simples, mas o suficiente para analisar
comparativamente as configurações percentuais das respostas obtidas por categorias
investigadas, constituídas a partir da análise de convergência de conteúdos. A triangulação
dos resultados da análise categorial da entrevista juntamente com os dados obtidos com a
aplicação dos questionários, ainda da observação não naturalística, possibilitou o
aprofundamento da análise.
99
No cumprimento dos objetivos, de acordo com a análise dos resultados, aqueles foram
atingidos à medida que as questões foram respondidas, de maneira objetiva, pelos
participantes da pesquisa. Destarte, em relação ao objetivo específico de averiguar a forma
de ingresso do aluno com deficiência no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Sergipe, o mesmo foi cumprido quando os respondentes afirmaram que o
processo seletivo para a entrada do aluno na instituição é feito sem nenhuma particularização,
ou seja, não se adota o sistema de cotas para deficientes.
Contrariamente à lei 12.711, de 29 de agosto de 2012, que regulamenta a reserva de
cotas para negros, pardos e indígenas em vestibulares de universidades federais e instituições
de ensino técnico e profissionalizante, não há reserva de vagas para o deficiente. No entanto,
cumpre esclarecer que o IFS, no período de 2001 a 2009, adotou o sistema de cotas para
pessoas com deficiência, o que não ocorre atualmente. Consideramos essa mudança como um
retrocesso, diante da necessidade de se incentivar a formação dessas pessoas para aumentar
sua inclusão na sociedade.
No objetivo de analisar, com base em observação e nos questionários aplicados
aos alunos com deficiência, as condições de acessibilidade pedagógica, arquitetônica e de
comunicação situadas no ambiente institucional, no conjunto dos dados obtidos mediante
estas duas ferramentas (observação e questionário), fica evidente que a estrutura física, apesar
da adequação já estar se efetivando na instituição no sentido de atender às necessidades de
locomoção das pessoas com deficiência, ainda são encontradas barreiras de acessibilidade nos
espaços físicos no que diz respeito às metragens, áreas de circulação, em desacordo com a
ABNT/NBR 9050/2004.
Foi citada, ainda, a falta de rampas e de elevadores em alguns pavilhões, a ausência de
piso e mapa táteis para facilitar a movimentação do aluno com deficiência visual, bem como
de recursos pedagógicos e tecnológicos, entendidos como barreiras que dificultam a
aprendizagem do aluno com deficiência. Levando em conta que somente a acessibilidade
arquitetônica não torna possível efetivar o processo de inclusão educacional, sendo necessário
muito mais, a acessibilidade comunicacional é um dos maiores desafios, pois o processo de
ensino-aprendizagem pressupõe interação, a qual não ocorre sem a ação recíproca, sem o
diálogo.
No IFS, é observado que, muitas vezes, o aluno com deficiência é negligenciado por
alguns docentes que, sob a alegação de não possuir a mínima capacitação para lidar com esse
estudante, preferem deixá-los à margem. Por outro lado, verifica-se que todos os alunos com
deficiência contam com o apoio da maioria dos colegas de turma, que se mostra acolhedora e
100
disposta a ajudar. Além das dificuldades com o processo de comunicação, apreende-se que
estas são acrescidas com as barreiras atitudinais.
Oportuno comentar, mais uma vez, que o despreparo do professor faz com que ele não
se envolva com o aluno deficiente, terminando por repassar a ideia de que este não é
importante, nem tampouco tem condições suficientes para adquirir conhecimentos assim
como os demais. Não obstante, relacionadas às respostas obtidas sobre a acessibilidade
pedagógica, foi possível verificar que alguns professores e, apesar destes não possuírem
qualificação para lidar com o aluno com deficiência, mostram-se solícitos em diminuir as
dificuldades de aprendizagens geradas pela falta de recursos do IFS, dispondo somente de
intérprete e de provas e textos em braile, mas promovendo adaptações para que entendam os
assuntos das disciplinas.
No entanto, essas são atitudes pontuais, pois, a partir das entrevistas, dos questionários
e das observações realizadas, verificamos que não existiam adaptações relativas ao currículo
dos cursos associados às adaptações individuais, visando atender às necessidades do aluno
com deficiência. Não se pode esquecer que a inclusão está, a cada dia, mais presente dentro e
fora das instituições de ensino e, em consequência, aumenta o número de estudantes com
deficiência matriculados em escolas de ensino regular, razão pela qual elas devem estar
preparadas para atendê-los adequadamente.
Se o objetivo anterior se centrava sobre as representações a respeito das
acessibilidades, o objetivo seguinte focaliza as propostas pedagógicas voltadas para o aluno
com deficiência. Ao constatar se as propostas pedagógicas adotadas na instituição
possibilitam o acesso do aluno com deficiência aos conhecimentos necessários à sua
formação profissional, verificamos divergência nos posicionamentos, uma vez que apenas os
ex-alunos com deficiência acreditam ter saído em condições satisfatórias para se inserir no
mercado de trabalho, quando os próprios professores avaliam como sendo insatisfatórias as
condições desses alunos por conta do despreparo não somente da equipe pedagógica, dos
pedagogos e servidores da instituição, como também da falta de recursos pedagógicos. Os
demais participantes, igualmente, avaliam que a instituição não oferece um ensino adequado
no que se refere à empregabilidade desse aluno e seu acesso ao mercado de trabalho.
É evidente que a formação de professores é um aspecto que merece ênfase quando se
aborda a inclusão, sendo este um quesito indispensável para efetivá-la. Mas, na prática, o que
se observa é que, apesar dos avanços na legislação brasileira, algumas instituições ainda não
implementam ações que favoreçam a formação de seus professores, de modo a que cumpram
com aquilo que é previsto nos marcos legais de uma Educação Inclusiva. Pode-se dizer,
101
portanto, que as propostas pedagógicas adotadas pela instituição dificultam o acesso do aluno
com deficiência aos conhecimentos necessários à sua formação e que sem a formação de
professores e a falta de profissionais habilitados para o trabalho com os alunos com
deficiência, a materialização das determinações de uma Educação Inclusiva não acontece,
tornando a inclusão apenas mais uma palavra ou um rótulo desprovido de sentido.
Interligando os objetivos, encontramos a resposta para a questão de partida, norteadora
desta pesquisa, segundo a qual é possível dizer que, mesmo com os ganhos alcançados pelas
pessoas com deficiência, ao longo dos anos, na estrutura dos cursos no IFS existe uma lacuna
entre as diretrizes legais existentes e a efetivação destas na prática educacional,
principalmente quando observamos as barreiras que interferem no acesso, na permanência, no
ensino e na aprendizagem. A realidade demonstra que promover a educação para todos requer
mudanças fundamentais a fim de que, realmente, a instituição possa atender a todas as
pessoas, sobretudo aquelas com deficiência. Os resultados aqui encontrados, vão ao encontro
de outros estudos, nomeadamente daqueles realizados por Glat e Fernandes (2005), Hora
(2009), Mota (2009) e Vargas (2006).
Diante do exposto, pode-se dizer, com base nos dados coletados, que o IFS, para
concretizar a inclusão, precisa superar alguns fatores, dentre os quais citamos:
a) Sensibilização de todos os responsáveis pelo processo educacional na
instituição;
b) Remoção de barreiras arquitetônicas, comunicacionais e pedagógicas;
c) Materiais pedagógicos especializados, metodologias diversificadas; e,
finalmente,
d) Formação dos docentes, que se constituem agentes de inclusão.
Conclui-se, portanto, que falta um longo caminho a ser percorrido para que a inclusão
educacional, em instituição de ensino profissional e tecnológico, esteja adequada aos
documentos legais existentes. Assim, não se pode deixar de ressaltar que, apesar da garantia
da oferta de formação profissional para pessoas com deficiência representar um avanço,
certamente apenas ter formação não é condição suficiente para que essas pessoas tenham
acesso, com êxito, ao mundo do trabalho.
102
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professores para surdos em Sergipe (1959-1961). Disponível em:
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deficiência. 2011. 209f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da
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VARGAS, Gárdia Maria Santos de. A inclusão no ensino superior: a experiência da disciplina
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VIDAL, Diana Gonçalves. Escola Nova e processo educativo. In: LOPES, Eliane Marta;
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YIN, Robert K. Estudo de casos: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
117
APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Você está sendo convidada (a) a participar da pesquisa “Inclusão de alunos com
deficiência na Educação Profissional e Tecnológica”, de responsabilidade de Maria Heloisa
de Melo Cardoso, aluna do Curso de Mestrado em Educação, da Universidade Federal de
Sergipe, sob a orientação da Profa. Dra. Verônica dos Reis Mariano Souza. O objetivo desta
pesquisa é Verificar se o aluno com deficiência que ingressa no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju, sai preparado para ser
inserido no mundo do trabalho. Assim, gostaria de consultá-lo (a) sobre seu interesse e
disponibilidade de cooperar com a pesquisa.
Você receberá todos os esclarecimentos necessários antes, durante e após a finalização
da pesquisa, e lhe asseguro que o seu nome não será divulgado, sendo mantido o mais
rigoroso sigilo mediante a omissão total de informações que permitam identificá-lo (a). Os
dados provenientes de sua participação na pesquisa, tais como questionários, entrevistas,
gravação ou filmagem, ficarão sob a guarda da pesquisadora responsável pela pesquisa.
A coleta de dados será realizada por meio de questionários e entrevistas. É para estes
procedimentos que você está sendo convidado a participar. Sua participação na pesquisa não
implica em nenhum risco. Sua participação é voluntária e livre de qualquer remuneração ou
benefício, razão pela qual está livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou
interromper sua participação a qualquer momento. A recusa em participar não irá acarretar
qualquer penalidade ou perda de benefícios.
Existe o risco mínimo de desconforto ao participante em falar sobre a temática da
inclusão do aluno com deficiência na Educação Profissional e Tecnológica ser gravado ou
filmado e disponibilizar seu tempo para a participação das etapas da pesquisa. Esse risco será
atenuado pelo sigilo e pelos benefícios diretos e indiretos da pesquisa.
Todo o procedimento de pesquisa descrito obedecerá rigorosamente a critérios éticos
estabelecidos pela legislação vigente que regulamenta a pesquisa com seres humanos. Os
questionários e as entrevistas seguirão técnica padrão cientificamente reconhecida. Serão
preservados o sigilo das informações e a identidade dos participantes, sendo que os registros
das informações poderão ser utilizados para fins exclusivamente científicos e divulgação em
congressos e publicações científicas, resguardando-se sempre o anonimato dos participantes
pelo pesquisador. As transcrições com os dados coletados serão mantidos por cinco anos e
depois serão inutilizados.
118
Como benefícios diretos, espera-se que os resultados dessa pesquisa contribuam para o
participante desenvolver um melhor entendimento e reflexão sobre as questões da inclusão do
aluno com deficiência na Educação profissional e Tecnológica em sua prática futura em sala
de aula, bem como contribuirá indiretamente para a construção de novas políticas
educacionais universalizantes e democráticas.
Se você tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, poderá me contatar através do
telefone 79 9939-5834 ou pelo e-mail [email protected]. A equipe de pesquisa
garante que os resultados do estudo serão devolvidos aos participantes por meio de e-mail,
podendo ser publicados posteriormente na comunidade científica.
Este projeto foi revisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Sergipe - CEP/UFS. As informações com relação à assinatura do
TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos através do e-mail do CEP/IH
Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o(a) pesquisador(a)
responsável pela pesquisa e a outra com o senhor(a).
Identificação do participante
Nome:
___________________________________________________________________________
RG: ________________________ Órgão emissor: __________________ Data de
nascimento: ___/___/_______
Estando de acordo, assinam o presente termo de consentimento em 02 (duas) vias.
____________________________ ______________________________________
Assinatura do (a) participante Maria Heloisa de Melo Cardoso- Pesquisadora
Aracaju, ___ de __________de 2016
119
APÊNDICE B- GUIA DE OBSERVAÇÃO
DATA REGISTRO DA OBSERVAÇÃO
1. INFRAESTRUTURA
NECESSÁRIA AO
ATENDIMENTO DAS
DEFICIÊNCIAS
1.1. Ambiente externo
1.2. Ambiente interno
1.3. Organização das salas de aula
2. INTERAÇÃO EM SALA DE
AULA
2.1. Com os professores
2.2. Com os colegas
2.3. Participação nas atividades propostas
3. ASPECTOS QUE MAIS
CHAMARAM A ATENÇÃO
4. DEMAIS INFORMAÇÕES
RELEVANTES
120
APÊNDICE C- ROTEIRO DE ENTREVISTA COM DIRETOR, PEDAGOGOS E
COORDENADORES
PERFIL DO (A) ENTREVISTADO (A)
SEXO:
IDADE:
HABILITAÇÃO ACADÊMICA:
FUNÇÃO QUE DESEMPENHA NA INSTITUIÇÃO:
TEMPO DE TRABALHO NA INSTITUIÇÃO:
1. Quanto à política de acesso de alunos com deficiência ao ensino regular, como ocorreu o
processo de sua implementação nesta instituição, em termos de decisão, políticas
institucionais norteadoras, providências da direção para preparar o Campus, a equipe
pedagógica e os professores?
2. Pode identificar qual o impacto que a inclusão do aluno deficiência provoca na equipe
pedagógica, coordenação, docentes e nos alunos, de modo geral?
3. Houve mudanças nos espaços físicos para facilitar o acesso e a circulação do aluno com
deficiência, de modo a eliminar riscos para eles?
4. Quais as alterações na dinâmica do Campus relativamente à organização,
acompanhamento, contratação de professores e profissionais especializados, realização de
reuniões específicas para tratar questões envolvendo o aluno com deficiência?
5. No que diz respeito às alterações pertinentes aos procedimentos didáticos, houve adaptação
do material especializado e/ou implantação de sala de apoio?
6. Quais as dificuldades percebidas nos alunos com deficiência quanto ao acompanhamento
do conteúdo escolar em relação ao desenvolvimento dele com dos demais alunos? E no
tocante às dificuldades específicas, tais como, limitação de ordem física ou mental, de
comunicação, relacionamento?
7. Para superar as dificuldades detectadas quais os procedimentos utilizados para superá-las?
É solicitada a colaboração da família ou emprega-se orientação técnica especializada? Qual
o tipo de apoio?
8. No ensino técnico profissionalizante, qual o prognóstico de aprendizagem do aluno com
deficiência?
9. Como esse aluno é avaliado?
121
10. Como avalia os resultados gerais da implantação das políticas voltadas ao acesso e permanência do aluno com deficiência na instituição?
11. Considera satisfatória a forma como a instituição conduz o processo de inserção do aluno com deficiência no mercado de trabalho?
122
APÊNDICE D - QUESTIONÁRIO AO ALUNO COM DEFICIÊNCIA
Prezado (a) Aluno (a),
O questionário abaixo se refere a uma pesquisa científica para a elaboração da dissertação de
mestrado em Ciências da Educação intitulada: INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA EDUCAÇÃO PROFISSONAL E TECNOLÓGICA, cujo
objetivo é verificar se o aluno com deficiência que ingressa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju, sai preparado para ser inserido no mundo
do trabalho, visando contribuir para a efetivação da política de inclusão a partir dos testemunhos dos sujeitos participantes desta pesquisa. Informo que os resultados obtidos serão
utilizados exclusivamente para fins científicos, preservando-se o anonimato do participante.
PERFIL DO (A) PESQUISADO (A)
SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino
IDADE:
CURSO:
MODALIDADE:
IDADE:
1- Qual a sua deficiência?
( ) Visual
( ) Auditiva
( ) Física
( ) Intelectual
( ) Múltiplas
( ) Outras ____________________________
2- Como ingressou no IFS?
( ) Através das cotas no processo seletivo
( ) Processo seletivo sem cotas
123
3- Qual a importância das cotas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4- Como é recebido pelos demais estudantes?
( ) Com naturalidade
( ) Com indiferença
( ) Outras formas ___________________________
5- Em sua opinião, qual é a reação dos docentes quando percebem que terão um aluno
com deficiência?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6- Quais condições de acessibilidade arquitetônica consegue perceber no IFS?
( ) Rampas
( ) Sinalizações
( ) Banheiros adaptados
( ) Elevadores p/ cadeirantes
( ) Corredores largos
( ) Portas largas
( ) Estacionamentos adaptados
124
7- Quais condições de acessibilidade pedagógica consegue perceber no IFS?
( ) Intérprete
( ) Provas e textos em braille
( ) Adaptações pedagógicas para melhor entendimento dos assuntos de cada disciplina
( ) Programas especiais de computador
8- Em sua opinião, os docentes estão preparados para ministrar aulas a um aluno com
deficiência?
( ) Sim
( ) Não
9- Ao final do curso, acredita que sairá em condições satisfatórias para se inserir no
mercado de trabalho?
( ) Sim
( ) Não
10. Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Muito obrigada por sua participação.
125
APÊNDICE E- QUESTIONÁRIO AO PROFESSOR
Prezado (a) Professor (a)
O questionário abaixo se refere a uma pesquisa científica para a elaboração da dissertação de
mestrado em Ciências da Educação intitulada: INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA EDUCAÇÃO PROFISSONAL E TECNOLÓGICA, cujo
objetivo é verificar se o aluno com deficiência que ingressa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju, sai preparado para ser inserido no mundo
do trabalho, visando contribuir para a efetivação da política de inclusão a partir dos testemunhos dos sujeitos participantes desta pesquisa. Informo que os resultados obtidos serão
utilizados exclusivamente para fins científicos, preservando-se o anonimato do participante.
PERFIL DO PESQUISADO (A)
SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino
IDADE:
TEMPO NA PROFISSÃO:
DISCIPLINA QUE MINISTRA:
EM QUAL MODALIDADE:
1- No exercício da profissão docente, se deparou com qual deficiência:
( ) Visual
( ) Auditiva
( ) Física
( ) Intelectual
( ) Múltiplas
( ) Outras ____________________________
2- Qual a forma de ingresso dos alunos com deficiência no IFS?
( ) Processo seletivo através de cotas
( ) Processo seletivo sem cotas
126
3- Qual a importância das cotas para os alunos com deficiência?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
4- De que maneira os demais estudantes recebem o aluno com deficiência?
( ) Com naturalidade
( ) Com indiferença
( ) Outras formas ___________________________
5- Qual a sua reação quando percebe que, em sua sala de aula, tem um aluno com
deficiência?
( ) Receio
( ) Resistência
( ) Desafio
( ) Isolamento
( ) Integração
( ) Colaboração
( ) Recusa
6- Quais condições de acessibilidade arquitetônica consegue perceber no IFS?
( ) Rampas
( ) Sinalizações
( ) Banheiros adaptados
( ) Elevadores p/ cadeirantes
( ) Corredores largos
127
( ) Portas largas
( ) Estacionamentos adaptados
7- Quais condições de acessibilidade pedagógica consegue perceber no IFS?
( ) Intérprete
( ) Provas e textos em braille
( ) Adaptações pedagógicas para melhor entendimento dos assuntos de cada disciplina
( ) Programas especiais de computador
8- Em sua opinião, os docentes do IFS estão preparados para ministrar aulas à um
aluno com deficiência?
( ) Sim
( ) Não
9- Ao final do curso, acredita que os alunos com deficiência saem em condições
satisfatórias para se inserir no mercado de trabalho?
( ) Sim
( ) Não
10- Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Muito obrigada pela sua participação
128
APÊNDICE F - QUESTIONÁRIO AO ALUNO EGRESSO
Prezado (a) ex-aluno (a)
O questionário abaixo se refere a uma pesquisa científica para a elaboração da dissertação de
mestrado em Ciências da Educação intitulada: INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA EDUCAÇÃO PROFISSONAL E TECNOLÓGICA, cujo
objetivo é verificar se o aluno com deficiência que ingressa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju, sai preparado para ser inserido no mundo
do trabalho, visando contribuir para a efetivação da política de inclusão a partir dos testemunhos dos sujeitos participantes desta pesquisa. Informo que os resultados obtidos serão
utilizados exclusivamente para fins científicos, preservando-se o anonimato dos participantes.
PERFIL DO (A) PESQUISADO (A)
SEXO: ( ) Masculino ( ) Feminino
IDADE:
CURSO:
MODALIDADE:
1- Qual a sua deficiência?
( ) Visual
( ) Auditiva
( ) Física
( ) Intelectual
( ) Múltiplas
( ) Outras ____________________________
2- Como ingressou no IFS?
( ) Através das cotas no processo seletivo
( ) Processo seletivo sem cotas
129
3- Qual a importância das cotas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4- Quando ingressou na instituição, como foi recebido pelos demais estudantes?
( ) Com naturalidade
( ) Com indiferença
( ) Outras formas ___________________________
5- Em sua opinião, qual a foi reação dos docentes quando perceberam que tinham um
aluno com deficiência?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6- Quais condições de acessibilidade arquitetônica percebidas no IFS?
( ) Rampas
( ) Sinalizações
( ) Banheiros adaptados
( ) Elevadores p/ cadeirantes
( ) Corredores largos
( ) Portas largas
( ) Estacionamentos adaptados
130
7- Quais as condições de acessibilidade pedagógica conseguia perceber no IFS?
( ) Intérprete
( ) Provas e textos em braille
( ) Adaptações pedagógicas para melhor entendimento dos assuntos de cada disciplina
( ) Programas especiais de computador
8- Em sua opinião, os docentes estavam preparados para ministrar aulas a um aluno
com deficiência?
( ) Sim
( ) Não
9- Ao final do curso, acredita que saiu em condições satisfatórias para se inserir no
mercado de trabalho?
( ) Sim
( ) Não
10 – Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Muito obrigada por sua participação.
132
ANEXO 1- Transcrições das entrevistas com Diretor, Pedagogos e Coordenadores
1. Quanto à política de acesso de alunos com deficiência ao ensino regular, como
ocorreu o processo de sua implementação nesta instituição, em termos de decisão,
políticas institucionais norteadoras, providências da direção para preparar o Campus,
a equipe pedagógica e os professores?
D- A inserção desses alunos aconteceu antes mesmo de eu estar ocupando um cargo de
direção e ao que tenho conhecimento aconteceu por atendimento a uma determinação legal - Automaticamente quando a gente faz um - quando a gente adota uma ação em um pronto
atendimento ao que legalmente é determinado certamente a gente deixa a desejar numa série de quesitos - infraestrutura, pessoal habilitado – enfim - coisas que são necessárias - então o
envolvimento foi um envolvimento num primeiro momento ao que parece - até pela primeira pessoa que esteve a frente do NAPNE - foi um envolvimento muito de fórum intimo de fórum
pessoal de querer ajudar de querer ir lá e muito menos de ter verdadeiramente pessoas já capacitadas já gabaritadas e habilitadas pra trabalhar com esse processo de inclusão da pessoa
com deficiência.
CN- Eh a inclusão dos alunos começou através de uma portaria datada de 2001 - ainda não
estava na instituição ainda - mas a portaria assinada pelo antigo diretor Belarmino falava sobre a criação do NAPNE e dos alunos com deficiência - na época o NAPNE se chamava
NAPNEE que era o núcleo de apoio a pessoas com necessidades educacionais especiais - com essa portaria houve a criação do espaço físico que é ainda hoje o NAPNE e a construção de
uma equipe mínima, na época era composta por psicólogos, pedagogos, estagiários em pedagogia e em psicologia também interprete de libras e bolsistas que na época existiam no
campus - e eles tentaram e: com isso também vieram as cotas vieram as cotas de:... para pessoas com deficiência - nesse momento vieram vários alunos que foram atendidos com essa
equipe que começava os trabalhos e tavam construindo o processo de inclusão ao mesmo tempo que já incluíam os alunos né.. então era um não era não um - não foi uma coisa pensada
anteriormente construída não... foi colocado como uma necessidade e foi feito.
CC1- Bem.. até por não tá... só tô há seis anos na instituição ... eu não sei se houve esta
implantação ou se foi discutida essa política - o que eu posso visualizar que até a necessidade a sociedade em si né... e eu pude observar algumas coisas que estavam voltadas aos
deficientes na instituição- como tem o elevador em uma das partes onde há andar superior a gente percebia cadeiras de rodas na entrada da escola e rampas somente na entrada mas não
em todos os acessos em si... então desconheço a política em si ou então até uma preparação voltada para os professores informando se tinha ou se não tinha ou até em termos de colaborar
no sentido de haver uma política em si.
CC2- Então eh eu não tenho condições de responder totalmente essa pergunta, mas sim
parcialmente né... no que me tange eh... em termos de deci/decisões políticas institucionais norteadoras e preparação da equipe pedagógica e professores - o que eu tenha a lhe dizer é
que foi feito a jornada pedagógica recentemente e onde o NAPNE foi apresentado aos professores e só assim eu tive noção do que é o NAPNE né... na verdade o que são todos os
setores a fundo e foi ótimo assim porque ela explicou tudo e agora a gente sabe meio que como encaminhar né... o aluno eh até até ele e sobre a a providência da direção para preparar
o Campus - se for preparar o Campus fisicamente né... é que eu tava falando - o Campus ele não é totalmente adaptado para acessibilidade- ele é parcialmente adaptado - o bloco S ele é
adaptado porque tem o elevador - tem circulações com largura adequada - tem portas com larguras adequadas - mas já no Leyda Reges não é... no bloco Leyda Reges não e a gente teve
uma situação recente onde todas as salas de pranchetas estavam nos/nos primeiros pavimentos
133
e a gente teve uma gestante professora gestante e eu solicitei que tivesse uma sala de prancheta no térreo e imediatamente fui atendida porque ela tava nessa situação.
CC3- A questão de cotas.. hum... é estipulada por regulamento nacional e a implementação do NAPNE que é um núcleo de apoio às pessoas com necessidades específicas né.
CC4- Bem... sobre essa situação eu não tenho nem como relatar porque como eu tenho apenas 11 meses de instituição eu não tenho como informar com detalhes - quando eu cheguei eu já
encontrei pronto - então hoje eu eu praticamente aplico e busco na legislação pertinente o que é que já... o que é que nós já temos em andamento- então com isso quando tenho qualquer
dúvida eu encaminho primeiramente pra pedagoga - aqui nós temos um pedagoga aqui na COHL, que é a ( ) é a Claudivânia Claudivânia Cruz - eu encaminho para ela e aí ela faz os
encaminhamentos para os setores competentes - então qualquer tipo de problemas com relação a aluno... aqui eu já estou vendo... até a segunda (risos) com relação a aluno a gente já
repassa pra ela e ela encaminha aos setores competentes.
Pe1- Olha... alguns cursos e algumas ações são implementadas assim - não com a intensidade
que: eh... ó.. essa a questão da inclusão requer - mas alguns ações são implementadas e o acesso o os servidores do Campus eles são preparados de alguma forma porque o acesso
existe não através de: cotas de:...é política de acesso mas os alunos ingressam e depois alguns são cadastrados como pessoas com deficiência e outros não, outros ingressam e a gente
percebe começa a buscar um atendimento especial pra ele, que atenda realmente as suas demandas de aprendizagem, de saída de sucesso acadêmico e saída com êxito, aqui da
instituição, isso aí a gente faz no dia a dia né, mas precisa ser, ser mais, ser intensificada a política de capacitação, não só dos docentes, mas dos técnicos administrativos, de todos que
compõe a instituição, os pedagogos também que são técnicos administrativos, pra contribuir mais nesse processo de inclusão.
Pe2- Bem... nesse item aí.. eh... eu tenho, é certeza que houve, eh... tanto direcionamento de normas, como também alguma equipe da escola que trabalhou para que isso acontecesse em
alguns casos, não é completo mais existe um setor que o núcleo de: apoio a a/o/ aos estudantes com deficiência que pode responder melhor - mas eu não sei bem precisamente
responder.
Pe3- Só sei que é feita uma seleção por uma cota para esses estudantes que se declaram com
necessidades especiais ... nunca tive nenhuma preparação para receber esses estudantes.
Pe4- Com relação a esta pergunta nada tenho a declarar pois não tive qualquer informação
sobre este aspecto.
ExCN1- Eh... esse processo de implantação de: implementação ela iniciou no/na então escola
técnica pelos anos de 2000 2001 2002 quando foi.. eh... realizado o primeiro... eh.. vamos chamar de seminário mais não foi seminário, mas foi um encontro, foi um encontro de: um
encontro eh de um programa- existia... existia um programa no MEC intitulado TECNEP e através desse programa começou a implantação em todos os estados vinculados ah até então
as escolas técnicas e e e no ano de 2000 2001 2002 final de 2001 2002 houve um seminário houve o primeiro encontro é de/do TECNEP aqui o estado de Sergipe... eh.. sediado através
um aqui no no no no auditório do/da até então escola técnica, onde a gente eh contou com a participação de muitas instituições daqui do nosso estado que já trabalha há muito tempo com
pessoas com necessidades específicas ou pessoas com deficiência - então a partir deste ano deste encontro onde congregou vários profissionais- pedagogos psicólogos pessoas que já trabalham nessa área e aí a partir daí houve o o pontapé como se fosse o pontapé inicial e no
134
ano seguinte né... no ano seguinte 2002 entrou o primeiro aluno eh com deficiência aqui na escola foi um aluno que entrou pelos caminhos normais que foi o teste de seleção e esse
menino era surdo - só que ele não sabia a língua a sua língua a língua de sinais - então foi realmente um um um é como se fosse uma bomba né... a gente trabalhar com esse aluno sem
nenhuma estrutura... nem pedagógica nem nem de de de metodologia adaptação curricular nada - mas esse aluno entrou e a gente tem que se virar pra dar conta deste aluno dando as
mínimas condições para que esse aluno pudesse continuar os seus estudos acadêmicos aqui no IFS na então escola técnica eh as providências da direção para preparar justamente uma das
coisas que foi foram que foi feita, uma das coisas que foi feita eh contratar estagiários para eh trabalhar com libras - só que teve outro problema..., o aluno não sabia libras- ele apenas usava
gest/gestos ensinados pela sua mãe e que ele se comunicava através disso- então mais um outro problema como mais a partir daí a a escola teve que se preparar- e inclusive
posteriormente... não neste ano mais posteriormente começou a adap/a a trabalhar que a escola preparar o campus né... o o não era campus era escola mesmo para acessibilidade
porque a partir daí começou inclusive a a cotas - instituiu-se a cota no ano seguinte - e aí com as cota com a a instituição das cotas para deficiente para deficientes então houve a
necessidade de uma reestruturação total a partir da acessibilidade física.
ExCN2- Eh... na realidade a proposta de eh, inclusão de aluno lá na/ no IFS na época ainda
era a CEFET eh iniciou em 2000 então a a a ideia eh ela já veio do MEC... na época era SETEC né na pessoa de um gestor institucional que comprou a ideia lá no MEC eh um
professor da Paraíba que estava lotado no MEC na época e ele gostava de trabalhar com pessoas com deficiências - ele por conta própria criou o programa apresentou à época ao
secretario de de educação profissional - ele comprou a ideia e aí ele foi entrando em contato com todas as/os CEFETS na época e tentando implementar a proposta e vários CEFETS
aceitaram- acho que o IFS foi um dos primeiros realmente que que aceitaram a proposta de inclusão- então nesse sentido houve uma preparação da instituição ou seja eu fui a pessoa
indicada pra ficar a a/na época a frente das ações e a gente conversou com o diretor na época que ainda era diretor não era reitor e começamos a conversar se era possível eh preparar a
escola e a primeira ação na realidade foi a reserva de vagas - acho que foi o primeiro caminho que a gente teve pra que esses alunos ingressassem na escola - mas em termos de
acessibilidade, isso veio bem depois né, acho que uns dois anos após, então primeiro os alunos começaram a entrar e aí depois a gente começou a a se preparar pra essas ações né...
deixe eu ver se tem mais alguma coisa aqui eh então na realidade uma política específica em si - a princípio não teve né... a gente entendeu que se a gente não colocasse os alunos através
da reserva a direção a instituição como um todo não ia se preparar não ia ter um olhar diferenciado porque não tinha ali nenhum aluno pra visualizar que precisasse precisasse uma
mudança porque a instituição não tinha nem previsto no projeto político pedagógico né... que agora PDI ouras coisas, nenhum curso até então tinha tido alunos com deficiência - então a
princípio não teve nenhuma política, a política só foi começar a ser implementada depois que os alunos estavam lá.
2. Pode identificar qual o impacto que a inclusão do aluno deficiência provoca na equipe
pedagógica, coordenação, docentes e nos alunos, de modo geral?
D-Veja ... nós temos impactos em diversas vertentes... nós temos o primeiro impacto que é o de como buscar a efetividade da inclusão- por hoje há uma confusão muito grande do ponto
de vista conceitual de que inclusão seria apenas botar para dentro quando inclusão não pode estar reduzida né... uma visão muito reducionista entender que incluir uma pessoa com
deficiência é apenas garantir o acesso.. não... é garantir o acesso, a permanência e o êxito - então uma implicação essa seria a primeira implicação uma segunda implicação e impacto
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muito forte é que toda essa equipe de pedagogos... coordenação docentes eh se entendem ou se encontram com dificuldades pela inabilidade do trato com a pessoa com deficiência- então
essa é outra situação que nó precisamos vencer - a gente já vem tratando isso - nós já abor/estamos corriqueiramente e rotineiramente abordando em nossas jornadas pedagógicas -
o assunto da inclusão da pessoa com deficiência - nós temos veiculado a imagem do NAPNE e a sua função na instituição, pra que todos esses atores né... os pedagogos os coordenadores
os professores encontrem nessa/nesse setor apoio técnico pedagógico - mesmo até porque nós também buscamos disponibilizar uma equipe multiprofissional pra trabalhar com esse com
esse aluno- então esse apoio técnico pedagógico pra tentar efetivamente incluir do ponto de vista do aluno eh a gente precisa quebrar algumas concepções que na verdade os alunos até
trazem fo/do do lá dos muros lá fora dos muros da escola né... então os alunos já trazem alguns preconceitos formados socialmente formados ou familiarmente formados ou a
depender do círculo quele quele se envolve mais do círculo social que ele mais se envolve - então esses preconceitos a gente vem quebrando eh recentemente nós disponibilizamos trinta
e sete baneres na instituição com frases pensamentos de efeitos de pensadores da educação e que muito se voltam a questão do bulling a questão de entender conceber e fomentar o
respeito a diversidade – enfim nós estamos com esse processo mas é é sim um... é ainda um processo em construção embora muito já se fale e tenha sim a obrigatoriedade de tratar a
pessoa com deficiência ainda dentro da nossa instituição - e creio eu que quase que na totalidade da educação brasileira é um processo em construção a questão da inclusão.
CN- A experiência que a gente tem hoje é de que se faz necessário ainda apresentar eh informações sobre a deficiência dos alunos inseridos a suas coordenações porque o assunto
não é discutido no nos meios todos né... de/é muito comumente - então a gente acaba tendo que ofertar informações sobre a deficiência dos alunos pra que os professores possam auxiliar
no processo de inclusão eh mas é uma via de mão dupla assim- eu perco que os alunos ganham muito quando são inseridos em em ambiente escolar regular com alunos ditos
normais existe uma troca de informações da mesma forma que existe uma troca entre os professores e os alunos os professores aprendem com esses alunos que trazem outras
roupagens outras necessidades de conduta de adaptação curricular de posicionamento em sala de como fazer uma aula inclusiva nos pequenos detalhes sobre... no caso de um aluno surdo
que faz leitura labial você não ficar de costas pra aquele aluno sabe... questões de de de respeito mesmo à condição do outro- aí eu acho que acaba o aluno sendo incluído no
ambiente escolar acaba ensinando muito as pessoas que estão ali que nunca conviveriam com alguém naquela particularidade passam a conviver e isso vem como um aprendizado pra vida
inteira e pra outros caminhos pra outros meios pra o aluno deficiente - sempre é um processo difícil porque ele... como a gente lida com o ensino técnico e hoje com o ensino integrado
tudo junto com muitas disciplinas ele acaba tendo um choque de realidade de de tanto tanto conteúdo mas aí a gente tenta ir simplificando esse processo e tudo segue.
CC1- Acredito que o impacto seja justamente pela não preparação da instituição ou das instituições de forma geral para receber esses alunos e o impacto perante os outros alunos por
não ter uma convivência é comum entre essas pessoas ou até essas pessoas estarão limitadas a instituição por não ter essa possibilidade- mas a gente tem que frisar também que é uma
escola profissionalizante e até pelo meu curso que é um curso de risco eh vai tá restrito a alguns alunos porque a deficiência para o campo a/ na a:atividade profissional em si que já existe...que a área de segurança no trabalho, não a área de segurança no trabalho as áreas onde
possui risco e curso de segurança no trabalho consequente vai trabalhar nessas áreas que tem risco - então ah já existe restrição para alguns alunos que tenha essa deficiência- não é a
exclusão mas sim a restrição pela profissão.
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CC2- O impacto que o/a a inclusão do aluno provoca na equipe pedagógica... bom os docentes alguns docentes não... vou ser sincera com você Heloisa... não gostam dos alunos
com deficiência eles têm bastante dificuldades - a gente teve aqui um caso recente eh não sei se eu posso... não vou citar nomes...mas uma menina que tinha um problema mental e os
professores tem mui/ eles vem me reclamando muito porque eh enfim atrapalha a aula não não não consegue acompanhar o restante da turma atrasa demais o conteúdo- essas são as
constantes reclamações que eu escuto a respeito dessa aluna especificamente- porque na verdade eles não se prepararam pra essa situação né? teve até um caso dela agredir uma outra
aluna no semestre passado e assim, deu muito problema, entendeu? Então é é é é isso que eu tenho a dizer.
CC3- Em relação a/aos docentes e com eh e a equipe pedagógica há uhn inicialmente, uma preocupação enquanto a preparação pra lidar com com essa problemática por conta da
formação que uhn uhn é as formações principalmente as as mais antigas não se se pensavam nesse nesse ponto nesse detalhe- então por exemplo na: reunião pedagógica que: tivemos
agora início do período eh foi colocado esse eh esse ponto né... teve uma um turno que se que: se deteve sobre essa questão e os professores vários dele fizeram essa colocação né...como a
gente vai lidar com um aluno sem que não, não tem formação né... de libras por exemplo - então essa é a preocupação inicial... questão de formação do aluno- então há necessidade de
fazer a formação continuada do professor para poder cada vez melhor lidar com com esse tipo eh de aluno né... com deficiência eh alguma tipo de deficiência ou física né... como visual que
a gente já teve eh tem também um um cadeirante que também tem deficiência uhn motora então eh in/inclusive o deficiente físico que já passou pelo curso já já é formado ele é ele é um
aluno egresso do do curso - agora num segundo momento a gente vê também que esse aluno entrega entrega mais a turma ele percebe que o o professor a a/dá/ tem da atenção a ele - os
alunos dão atenção a ele de uma certa forma a a uma mobilização em torno do aluno que faz com que a turma fique mais integrada e até te/tenham um outra dinâmica de didática né.
CC4- Sem dúvida a gente tem que ter um... tem que ter um um olhar realmente eh mais cuidadoso mais preocupado né... para que essa deficiência ela não venha eh a prejudicar não
somente o rendimento do aluno mas que venha estimulá-lo também a ficar permanecer na facu/na na Instituição - mas nós presenciamos né... nós presenciamos principalmente na área
de turismo nós temos alunos com problemas nece/necessariamente não sei se se encaixa nisso mas a maior parte que a gente observa... as demandas que a gente tem é mais por questão do
ponto de vista psicológico né, alunos com muitos atestados, com problemas da espera mesmo é psicológico, não sei nem se não se encaixa nesse padrão né, assim nós não temos muitos
alunos COM digamos esteja algum problemas com questão visual na mi/na nossa coordenação né... com questão de problemas com o visual auditivo ou qualquer qualquer um
desses problemas... problemas que nós presenciamos que nós temos mais na coordenação é questão psicológica tá... mas eh e aí mesmo com essas questões pes/psicológicas a gente tem
todo o cuidado de conversar com a equipe pedagógica- a pedagoga ela toma frente em relação a isso... conversa com o aluno... a gente procura fazer a ponte entre o aluno e o professor -
mas eu sei que a gente tem muito muito a melhorar em relação a essas questões.
Pe1- Olha... na eh nos/com os docentes e com os pedagogos a gente é desafiado, porque
muitas vezes o tempo inteiro né... porque a gente sente responsável eh pela inclusão dessas pessoas por medidas pedagógicas didáticas e até psicológicas que possam tornar essa trajetória acadêmica viável pra eles a gente é desafiado - falta assim as vezes conhecimento na
área mas a gente percebe que há um um compromisso de todos pra que as políticas realmente se efetivem aqui no dia a dia no cotidiano escolar de inclusão, - mas também falta pre/um
pouco de preparo pra todos né... isso pode ser resolvido com cursos de capacitação com rodas
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também de conversas intercâmbio de saberes - quem tiver um conhecimento maior nessa área eh apoiar o outro nas decisões que nas ações de melhoria do processo pedagógico aí ... não há
por exemplo entre os estudantes, essa questão da rejeição do preconceito não há - eu vejo um nível de solidariedade muito grande entre esses estudantes e os demais pelo menos no meu
curso né... no curso que eu oriento.
Pe2- Bem, como existe esse núcleo pouco eh a equipe pedagógica trabalha diretamente com
isso - então a gente fica sabendo mais assim pelo eh comentários de colegas a respeito de um determinado aluno ou outro - mas assim... quem acompanha mesmo é esse núcleo.
Pe3- Como só esse ano temos oficialmente a informação através do NAPNE que existe dois estudantes no curso que sou orientadora pedagógica... ainda não tenho como mensurar os
impactos dessa inclusão objetivamente até porque as ações relacionadas a esses estudantes foram apenas reuniões e conversas com a pessoa hoje responde por esses encontros.
Pe4- Considero que da forma que o tema tem sido tratado na instituição sem que a comunidade acadêmica esteja sendo sensibilizada... da forma que o tema requer com uma
divulgação mais ampla com o envolvimento de todos com cursos de capacitação com encontros para preparação da equipe pedagógica coordenação docentes e alunos... com
relação ao que está previsto na legislação com estratégicas realmente planejadas e sólidas para tratar e operacionalizar o desenvolvimento do tema creio que este tema estará como outros
fadado a cair no esquecimento ou seja sair do foco.
ExCN1- O primeiro ponto é a a princípio é a rejeição por conta do como fazer do não saber
como fazer né... então o primeiro momento foi esse esse impacto causado foi o que é que eu vou fazer com este aluno ou seja o medo de coisas novas - a outra questão são as barreiras...
inclusive a maior barreira que a gente enfrenta até hoje é a barreira atitudinal né... as atitudes como que eu eu eu não estudei pra isso... eu não estudei na minha formação de de... é isso que
os professores faziam eh falavam e a equipe pedagógica... todo mundo falava isso - mas na minha formação eu não tive nenhuma nenhuma orientação sobre isso no nosso programa na
nossa grades curriculares nas matrizes não tinha não existia - então como é que agora vai me e eu vou me deparar ensinar alguma coisa que eu não sei... então o primeiro impacto é o medo e
de trabalhar com a/algo que você não tinha na sua formação, não foi capacitado pra isso ah tá a falta de capacitação - agora quando a gente começou a trabalhar a gente tinha que procurar
um um jeito uma forma a gente de maneira nenhuma deixou/ia deixar esse aluno continuar na escola sem algo que pudesse ajudá-lo - então a gente começou a usar de muita das nossas
criatividades muita coisa foi feita no início... inclusive pra este aluno e para os primeiros alunos que chegaram porque a gente não sabia questão não tinha nenhuma orientação nem
capacitação nem saber como você vai adaptar um currículo como você vai adaptar uma avaliação como você vai... a linguagem as mínimas coisas a gente não sabia até a postura de
trabalhar com esse aluno... questões questões assim muito simples... por exemplo se é o surdo ele/você tem que... ele usa muito a visual o visual né? isso o professor dava as costas tra/não
tava acostumado com aquele aquele aluno diferente entre aspas na sua sala de aula... ele se tornava muitas vezes invisível... teve casos né... a gente presenciou casos que o professor foi
descobrir que o aluno tinha uma deficiência já depois de alguns meses de aula - então realmente a falta de sensibilização porque no início a gente começou com isso, com a
sensibilização e e a mobilização né... da escola pra pra pra trabalhar mas isso demora - quando a gente fez o primeiro curso primeiro curso de capacitação na escola onde a gente convidou profissionais o curso era pra 40 alu/para 40 pessoas e só estavam presentes no curso
vieram e frequentando um/na me/uma base de quinze dezoito alu/ dezoito alunos participantes... isso a escola já foi um ha um procedimento que a escola utilizou... ela
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contratou uma uma agência de cursos que a gente... não sei nem o nome como é que diz mas a escola contratou uma consultoria... me lembrei... a escola contratou uma consultoria pagou
inclusive com recurso do ministe/do MEC né... pagou e e a gente teve pouca assiduidade pouca frequência e assiduidade neste curso - já foi algo que a escola fez tanto pra/foi um curso
que foi dado eh para professores e técnicos que ia envolver eh o aluno eh a surdez como trabalhar com surdo... como eh com a a a visual né eh o cego e e todos aqueles né... a/as
necessidades e com tecnologia assistiva a gente fez três cursos né... e também um/uma alguma sensibilização e alguma algumas questões metodológicas para o deficiente físico - então a
escola ela fez no inicio fez isso – tinha/havia recursos naquela época e houve uma uma uma necessidade a gente solicitou e na época foi a escola ofereceu esse curso - mas você... você
veja aí a a a falta de... eu não digo mesmo que era interesse sabe Heloisa... não digo que era interesse eu acho por desconhecimento mesmo por medo... como é que eu vou fazer isso né...
então muitos deles não participaram- a gente inclusive veio gente de fora porque sobrou vaga e a gente colocou - mas mesmo assim a gente não contou com aqueles professores que eram
professores daqueles alunos que até então estavam sendo matriculados estavam participando tá.
ExCN2- Eh... em relação a a/ao gestores em geral coordenação e equipe o impacto foi de rejeição a princípio né...então é aquela velha ideia de que esses alunos deveriam estar numa
classe regular separada... é uma classe especial na realidade que eles não deveriam estar em classe regular que ali não era a instituição pra ele - de maneira geral eh a princípio não houve
uma aceitação né... e teve muitos embates com professores porque os professores diziam que não estavam preparados né... então eu posso resumir tudo em uma rejeição né... é uma
rejeição mesmo porque era o novo né...a instituição até então não tinha aluno - então nesse momento foi realmente uma, uma rejeição.
3. Houve mudanças nos espaços físicos para facilitar o acesso e a circulação do aluno
com deficiência, de modo a eliminar riscos para eles?
D - Veja eh esse é um aspecto importante que eu até havia abordado... é o aspecto da
infraestrutura- então a gente/nós somos uma escola centenária né... e aí você é obrigado legalmente embora entendamos humana e socialmente importante mas você é obrigado à
legalmente a prover essa inclusão- nós temos uma estrutura física antiga velha certamente já não atendia aos critérios de acessibilidade- então o que nós temos feito é procurar fazer as
adaptações necessárias - então a gente tem agido na infraestrutura pra possibilitar sim o acesso e a circulação do aluno com deficiência eliminando riscos de acidentes - então a gente
tem feito os devidos alargamentos em portas... os devidos alargamentos e acessos em portas no banheiro/banheiros exclusivos pra portador de necessidades e portador de deficiência eh
temos feito a contratação de plataformas elevatórias em alguns dos nossos prédios - só tá faltando um agora pra que a gente tenha eh o acesso ao pavimento superior por essas
plataformas elevatórias nos elevadores - enfim nós estamos fazendo/ buscando fazer e obviamente à medida que a disponibilidade orçamentária permite... fazer as adaptações
necessárias pra garantir o acesso do trânsito livre e a perfeita circulação da pessoa com deficiência.
CN - O eh posso falar sobre aquilo que já existia antes de eu entrar na instituição eh já se foi pensado elevadores pra/os os pavilhões que o elevador funcionaria né... porque a gente tem pavilhão hoje que não não dá para colocar elevador mas nos que têm como foram colocados
que são usados pelos alunos eh se é pensado também às vezes o aluno não pode subir no elevador... se é pensado a lotação do aluno em salas no térreo- os nossos corredores já eram
amplos então isso não precisou ser alterado foi-se construído banheiros acessíveis também...
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como o campus está passando por reforma muito da boa parte da nossa escola tá foi demolida né pra ser reconstruída - e esse outro prédio já vem pensado acessibilidade inclusive na
biblioteca... a biblioteca vai ser toda nos moldes de acessibilidade universal pelo menos foi o que me foi informado- mas a gente peca ainda em algumas coisas... algumas rampas que
poderiam ter e ainda não têm na justificativa de que o campus tá sendo reformado - e a gente ainda não uma tem pista tátil não tem mapa tátil não tem alguns detalhes... mas no que a
instituição pode até o momento inserir como acessibilidade pros alunos foi sim garantido e sempre que se leva uma necessidade ao campus a diretoria do campus se é estudado a
possibilidade de de atender aquela solicitação...mas ainda falta muito.
CC1- Bem...as mudanças que eu percebi somente foram algumas rampas tá e o elevador -
mas a gente tem outras ahn blocos unidades que existe andar superior e o único acesso realmente é escada não é rampas - eu não sei se a construção nova teve essa atenção que ao
invés do lugar das escadas fossem rampas ou então possuir elevador... elevador pra que possibilitasse o acesso principalmente das que teriam deficiência física no caso né.
CC2- Então como eu citei houve a a decida da sala de prancheta para uma uma sala no no térreo que é a sala 43 - é por conta de uma professora que estava gestante e nisso a sala
permaneceu no térreo - eu achei por bem permanecer porque caso acontecesse de algum aluno necessitasse né de u:um/uma situação eh especial né seria atendido e também os professores -
eu eu costumo colocar geralmente os professores mais idosos nessa sala exatamente pra que eles num num sofram muito e nem reclamem (risos).
CC3- Houve tá tá tendo uma reforma no IFS hoje... tá se fazendo né uma nova estrutura e e eu acho que vai ficar bem melhor em relação a isso - mas já já houve algumas adaptações
na:... tem um acesso de um de uma da/dos blocos do primeiro andar e aí tem um elevador... foi estipu/foi instituído um elevador para alunos com deficiência para cadeirantes e nos
banheiros também.
CC4- Eu acredito que teve melhoras né... eu estive quando eu estive no IFS foi em 2011 em
comparação ao que está hoje acredito que a gente só teve uma uma eventual melhora e vamos esperar agora com essa questão também desse/dessa reforma né expectativa em relação essa
reforma - claro que ainda precisa muito melhorar ainda - tem muitas coisas que precisam ser melhoradas né... a questão do banheiro eu acho que a gente precisa o banheiro para os alunos
né... a gente precisa ter uma preocupação em relação a isso - a própria sinalização no chão para quem é portador de de problemas visuais só que eh a questão de rampa em alguns
acessos já facilita já já melhora mas nós ainda precisamos melhorar bastante tá.
Pe1- A grosso modo a gente percebe que não... principalmente agora que a gente tá passando
por um momento de reforma em que os ambientes estão todos adaptados assim... não pra os deficientes mas até pra circulação de qualquer servidor na instituição- então eu acho que a a a
a exclusão arquitetônica ainda é MUITO forte na nossa instituição... tem MUITO a a se fazer MUITO a melhorar pra que o acesso e a mobilidade dessas pessoas nesse ambiente seja assim
realmente favorável e atenda às necessidades especificas de cada um deles.
Pe2- Sim... na época de implantação de de é que veio... até eu penso através das das
legislações mesmo houve algumas alterações que foi perceptível né... que as pessoas percebiam mesmo no ambiente eh um elevador foi implantado na época rampas eh
sinalizações... teve cursos é de libras e alguns outros que não me recordo... mas sim.
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Pe3- O instituto passou por algumas mudanças referentes à acessibilidade sim - consequentemente melhorando e diminuindo riscos para esses estudantes... não sei se
totalmente satisfatórias e necessárias.
Pe4- De forma muito tímida sim.
ExCN1- Sim... nós começamos a: colocar algumas eh nesses espaços nos espaços físicos - a gente entrou em contato com o pessoal do::/da construção civil que eh eles estavam, nos
projetos que eles faziam pra que o pessoal do construção dos engenheiros fizesse projetos arquitetônico e foi feito- inclusive na época a gente alguns alguns espaços eu não vou dizer
que toda escola ainda não está totalmente acessível... inclusive Heloisa eu fiz meu projeto de é que eu fiz uma especialização nessa área e eu fiz sobre acessibilidade do IFS isso está... pode
olhar no site né eh no/ não sei se você já teve a oportunidade... você pode olhar Vera Maria Trindade Freitas, que você vai ver que tem um trabalho que eu publiquei inclusive eh
apresentei né em um ano lá em/na Faculdade na Universidade São Carlos São Paulo... eu fiz um/uma, participei daqui de um encontro de um congresso na época eu tinha concluído esse
curso - fui apresentar e vocês vão ( ) por ali você a gente percebe os espaços que estavam anteriormente acessível e outros não e aí através nesse ano mesmo/deste ano uns dois anos
após houve então essa questão da/do acesso da rampa e tal... hoje não que você vai ver que a escola está eh em reforma né... e o que foi feito de rampa lá na frente já acabou por conta
da/dessa reforma - mas na própria escola a gente tem elevadores - foi construídos dois elevadores eh pra acesso a salas superi/duas salas né dois pavilhões... agora mesmo assim
ainda nós temos um pavilhão eh esse pavilhão Leyda Regia né que ainda não tem ele não tem esca/a escada só tem escada não tem corrimão e os alunos não não não ade/não não têm aula
nesse prédio...porque? porque o NAPNE que até quando começou né o NAPNE, ele está atento, pra quando os alunos são matriculados, eles se identificam né que tem alguma
necessidade e a gente observa e coloca essas salas junto é ( ) em toda parte térrea ou então nessas salas que tem o acesso através do elevador... mas então o NAPNE fica sempre com
esse esse olhar né de verificar os alunos quando eles entram através do exame de seleção e logo após quando eles vão se matricular a gente identifica e localizam num eh mesmo que
eles é tenham matricula ou a/as turmas deles sejam no andar superior mas a gente entra em contato com a coordenadoria de de horários e aí imediatamente eles o/eles atendem à nossa
solicitação.
ExCN2- Sim teve... num foi assim num foi cumprindo ainda a lei de acessibilidade mas a
gente conseguiu a melhorar a adaptação em termos de acessibilidade física dos banheiros eh a questão dos extintores altura dos extintores para as as pessoas que tinham deficiência visual
eh pista táteis que a escola até então não tinha eh algumas questões de rampa no auditório que não tinha e com cuidado que a gente teve de trazer as associações pra realmente ver que tipo
de acessibilidade iria fazer... isso eu me lembro bem que foi um cuidado que a gente teve... a gente trouxe um pessoal da: da associação dos deficientes físicos pra ver a questão das rampas
porque a equipe técnica da da área de engenharia lá não tinha ideia não sabia também não queria procurar... em/a gente trouxe a associação de deficientes físicos fomos na Devise
trouxe os deficientes visuais pra fazer essas adaptações - então algumas adaptações pelo menos a princípio em termos de banheiro corredores extintores não conseguimos fazer nas
portas... a gente sabe que as portas elas têm que abrir pra fora que é a questão da lei também mas isso é uma mudança mais... era mais estrutural em termos eh era mais complicado de fazer - então a gente não conseguiu mas assim pelo menos o básico pra o aluno a princípio
sobreviver... lá na época foi feito foi feito sim.
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4. Quais as alterações na dinâmica do Campus relativamente à organização,
acompanhamento, contratação de professores e profissionais especializados, realização
de reuniões específicas para tratar questões envolvendo o aluno com deficiência?
D- As alterações e a dinâmica relativa à organização do acompanhamento eh que nós por exemplo nós buscamos a:/ tentar estruturar o NAPNE nós temos limitações de recursos
humanos - então como a gente não pode ter um NAPNE um setor com com uma formatação que a gente desejaria pra prestar o atendimento devido a gente fez um... nós criamos uma
comissão multiprofissional pra trabalhar com isso onde a gente lá inseriu psicólogo eh assistente social pedagogo docente aluno - conseguimos recentemente ter lá dentro do
NAPNE após contratação efetiva a revisora braille a interprete de libras estamos atrás do transcritor braille tamos tentando ver se conseguimos contratar mais intérprete de libras...
então a gente tem trabalhado com essa equipe multiprofissional né... embora não estejam efetivamente todos lotados no NAPNE mas para que a gente possa fazer adotar os
procedimentos pertinentes as alterações né pertinentes pra atender os alunos - isso tem permitido com o/que no NAPNE sejam feitas as adaptações necessárias de alguns materiais eh
transcrições de matérias pra por exemplo deficientes visuais eh trabalhos com sorobã pra alguns alunos portadores de deficiência - então esses trabalhos a gente tem buscado
estratégias pedagógicas pra atender a contento essa/esses alunos com/portadores de deficiência - é obvio a gente ainda não tá no nível que a gente gostaria de estar mais estamos
caminhando para isso.
CN- Eh existe a possibilidade do aluno ao ingressar na instituição eh se autodeclarar
deficiente né... então relativo à organização se espera que o aluno se declare deficiente já na coordenação de registro escolar durante sua matrícula pra que a gente possa enquanto NAPNE
começar o acompanhamento dele antes mesmo dele ingressar na instituição... nem sempre os alunos se declaram... porque? porque como a gente não tem a política de cotas inclusivas pra
alunos deficientes os alunos entram aqui num processo seletivo normal - como eles não precisaram informar sobre a deficiência pra conseguir a cota eles acabam até excluindo essa
informação e não não trazendo essa informação pro instituto e aí então a gente acaba descobrindo que o aluno é deficiente já inserido no ambiente escolar - é uma das coisas que a
gente tá tentando mudar... mas relativo ao acompanhamento é isso a gente espera que o aluno se cadastre na CRE ou então que ele seja apontado como um aluno potencialmente eh público
alvo do NAPNE pra gente inseri-lo no acompanhamento - com relação à contratação de professores eh com/nesse/ nessa linha eu acho que a gente só tem a professora que dá aulas de
língua brasileira de sinais que foi contratada por causa da necessidade de um curso de licenciatura ter a disciplina mas a gente não tem professores eh com outras formações não
nesse sentido e profissionais especializados eu posso dizer que o campo o instituto contratou dois profissionais na área de inclusão que é a intérprete em libras que é lotada no campus
Aracaju e a revisora braille que sou eu que também é lotada no campus Aracaju - a realização de reuniões específicas pra tratar a questão de envolvimentos a gente tem a equipe
multidisciplinar que atua em conjunto ao NAPNE onde a gente tem reuniões mensais onde a gente discute os casos dos alunos as possibilidades estratégias de inserção ou de devolutiva
aos professores - e isso é rotineiro... pelo menos no campus Aracaju sim.
CC1- Bem... eu não posso precisar porque eu só tive um aluno específico e era no final do período foi quando eu tava entrando - mas através do site já foi visualizado que foi encontrado
uma intérprete em libras - mas para os professores que tinham esses alunos... que eu conheço... que eu conheço mesmo através deles é que não foram nem se quer avisados que
iam ter esses alunos e nem como pre/como trabalhar em sala de aula essa ah no caso algum empecilho que pudesse existir.
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CC2- Eh na/de uns dois anos pra cá não teve nenhum pelo menos que tivessem me chamado, me convocado eh pra tratar de reuniões específicas envolvendo esse tema... nem/nenhuma...no
caso dessa menina uma vez mas especificamente com o NAPNE certo... mas com a direção, não houve.
CC3- Nas reuniões pedagógicas semestralmente que aqui acontecem é abordado esse pontos e tem alguns grupos de professores que trabalham em/na uh fazendo, realizando pesquisas ou
com projetos de extensão sendo desenvolvidos que trabalham esse esse ponto e e que desenvolvem encontros e atividades acadêmicas desenvolvendo esse/essa questão.
CC4 - Quais as alterações na dinâmica do campus? bem eu não posso falar por todo por todo campus não é? eu não tenho condições de falar em relação a isso - em relação a questão da
contratação de professores né ela permanece dentro do que rege a legislação pertinente e tem que se observar a legislação pertinente - eu não não sei se a legislação privilegia algum
quesito nesse/nessa situação mas a gente tem sim pelo menos não na nossa coordenação mas eu já participei de reunião específicas - tem um aluno com problema quando aparece um caso
de um aluno com problema as coordenações elas convocam os professores e a gente discute o problema especificamente daquele aluno pra tentar solucionar ou então em tentar chegar né
num né num consenso de como é que vão ser as atitudes as posturas adotadas - sempre essas reuniões são acompanhadas por uma pedagoga ou/e também tem a participação do do próprio
NAPNE... ele são convocados né - eu já participei de reunião assim... não que eu convocasse que a coordenação convocasse... porque a gente nunca precisou né... nós como eu te disse a
gente tratou já mais problemas psicológicos que a gente ( ) mas é em relação à questão de alunos com deficiência mesmo - então esses eh professores nós professores perdão nós
professores junto com a equipe peda/coom os pedagogos e mais o o NAPNE né - com a questão da psicóloga se já debatemos sim assuntos específicos de pelo menos um aluno ou de
um/alguns alunos que surgiram com esse tipo de problema.
Pe1- Olha... nós nos cursos que eeeu soou/estou como orientadora pedagógica eu vejo que
há:/que isso acontece... o NAPNE eh quando acionado ele busca junto com os docentes e a equipe pedagógica encontrar soluções para demandas assim problemas gerados por demandas
não atendidas... então desses alunos com deficiências - então a gente se reúne busca alternativas pedagógicas pra atendê-los - eu acho que há um compromisso muito grande da
equipe lá do NAPNE né do núcleo em atender essas/ nós das pedagogias sempre estamos assim nos disponibilizando pra contribuir pra que isso realmente ocorra - mas há uma
dificuldade aiiinda na: nesse relacionamento deve haver uma aproximação maior entre os procedimentos e as políticas de inclusão e o NAPNE que executa essa política no Campus...
entre o NAPNE e os professores eu sinto que ela tem se intensificando mas precisa ser estreitada mais - o NAPNE os pedagogos os psicólogos de uma forma geral as assistentes
sociais pra que realmente haja conexão nas ações elas sejam articuladas e surtam efeito que a instituição realmente quer que é atingir esse objetivo de incluir essas pessoas aqui.
Pe2- Bem... como eu já citei existe o núcleo né o NAPNE e nesse núcleo existe uma equipe multidisciplinar e com essa equipe eles que trabalham diretamente com esses alunos - eh
agora assim não há eu penso assim um um envolvimento maior de todos né que é o que... ideal.
Pe3- Não conheço e não sei se existe uma dinâmica nesse sentido da realização dessas reuniões específicas com esses profissionais especializados.
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Pe4- Com relação às alterações na dinâmica do campus relativa às contratações de profissional especializado é do meu conhecimento a contratação de uma profissional tendo em
vista que esta contratada nos procurou para implantarmos uma alteração no tamanho e tipo de letra quando da elaboração das provas para um aluno com deficiência visual - no mais não
tenho informações que possam apontar outras alterações na dinâmica do campus.
ExCN1- eh o Campus o/eu vou falar agora de campus porque a gente já tá mais próximo né
que: teve aquele todo todo aquele processo Escola Técnica Cefet né e chega no IFS... então agora essa dinâmica do Campus... no caso tô falando o Campus Aracaju eh houve o primeiro
a primeira contratação de professores eh e profissionais especializados foi quando da implantação ou implementação dos cursos de licenciatura... então tanto licenciatura em física
em química a eh os cursos que: não somente aqui mas aí também nos outros campis nos outros campis que têm a licenciatura então foram contratados professores eh que são
professores de libras né... os professores de libras foram contratados já já tem algum tempo e outros profissionais especializados como o de braille de: revisora de braille eh intérprete de
libras e outros professores né, de libras, também foram contratados nesses últimos concursos que houve que houve né - então hoje a gente tem profissionais especializados em em braille
em libras e professores de libras nos cursos de licenciatura - então eh mas antes de ter a contratação de professores e esses profissionais a escola utilizou por muito tempo de
contratação assiiim rápida né como a gente chama? contratação rápida contratação provisória assim dos dos contou/ contamos muito com os estagiários, dessas áreas que a gente sempre
precisou de ajuda desses profissionais na/no NAPNE - e aí eu eu não sei se eu falei pra você que o NAPNE foi criado em 2002 mais ou menos né através de portaria e desde aquela época
até agora ele vem funcionando né ele vem funcionando.
ExCN2- Oh então ah nesse meio tempo aí da entrada dos alunos a a proposta do TECNEP
era criar um núcleo né... então imediatamente o diretor também da época aceitou tanto a reserva de vagas quanto a criação do NAPNE - então o NAPNE facilitou porque era o ponto
central aonde os professores iriam à procura onde a gente fazia reuniões né onde tinham pessoas específicas que iam eh orientar os professores quanto à questão da avaliação quanto à
questão de de como tratar esses alunos... e eu me lembro que pelo menos eh na época que eu tava lá... a gente conseguiu fazer eh um evento né pra exatamente a comunidade perceber que
esses alunos estavam lá... num evento que teve na média de mais de quinhentas pessoas eh que envolveu todas as associações exatamente pra também o Campus se envolver nessa nessa
situação eh em relação aos professores teve a a a um momento em que a gente fez também capacitação uma capacitação só envolvendo todos os tipos de deficiência eh especificamente
para os professores... só que boa parte não quis participar eh cursos de libras também foram oferecidos... nessa época aos professores eh em termos de acompanhamento a gente tentava
fazer acompanhamento porque eh complicado você fazer acompanhamento quando só tinha eu no setor e: intérpretes que foram contratados que já foi uma ação né... na realidade falar
sobre contratação de professores... mas na realidade a gente contratou intérpretes para acompanhar os alunos surdos né era contratação de intérpretes... e professores não houve não
houve contratação apenas eram orientações - quando o professor os professores iam à nossa procura... orientações no sentido de avaliação de como é que ele ia eh em termos de
metodologia de avaliação de recursos adaptados que poderiam fazer... fato que não é fácil porque o professor dizia que já estava lá há dez vinte anos e não queria mais aprender libras... não queria mais saber eh de metodologia diferente pra tratar esses alunos - e no resumo os
alunos eram aprovados eh muitas vezes sem ter conteúdo suficiente né.
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5. No que diz respeito às alterações pertinentes aos procedimentos didáticos, houve
adaptação do material especializado e/ou implantação de sala de apoio?
D- Eh... tivemos sim né... não não no percentual que a gente gostaria mas nós temos
acompanhamentos de alguns alunos dentro da própria sala de aula no momento em que o professor está ministrando a sua aula eh nós estamos recebendo os professores no NAPNE pra
tentar passar informações de qual seria a melhor forma de trabalhar com aquele aluno a depender da sua necessidade específica eh nós temos materiais adaptados por exemplo pra
deficientes visuais já disponíveis na biblioteca do/das disciplinas básicas...então assim temos uma sala de apoio que é o próprio NAPNE... então assim a sala de apoio à esses alunos é o
próprio NAPNE né - o NAPNE este é uma sala um setor específico onde está aberto para que o aluno possa ser devidamente atendido buscar a a ser compreendido para que o próprio
NAPNE a depender da necessidade entre em contato com a coordenação de curso com os docentes e busque passar informações e estratégias didático-metodológicas cabíveis para o
melhor eh melhor concepções do processo ensino aprendizagem com aquele aluno.
CN – Eh... sobre os processos didáticos né os indivíduos todos os alunos inseridos no NAPNE
são considerados indivíduos únicos - então a gente não dá um tratamento igual padronizado - cada caso é discutido em separado e aí existem sim casos que a gente faz adaptação curricular
por exemplo ou que a gente promove a construção de material de apoio pra esse aluno e existem outros casos que não e é muito a ver com a necessidade mesmo... quando se há
necessidade de adaptação curricular isso é discutido com a equipe multidisciplinar em reunião... se é marcada uma reunião com a coordenação do curso e com os professores
relacionados pra que isso seja discutido e decidido em conjunto - não é nada imposto... pelo menos a gente não tem o objetivo de fazer dessa forma - o material especializado a gente
ainda não tem tanta estrutura comprada pela instituição porque é um processo muito novo... mas sim... a gente oferece naquilo que a gente pode... material didático de apoio - hoje a gente
não tem produção braille mas agente oferece o arquivo da da/material do conteúdo desde que disponibilizado com antecedência em formato digital... e assim a gente vai suprindo as
necessidades dos alunos com o que a gente tem no instituto a oferecer.
CC1- Bem... nunca visualizei nem uma sala de apoio e tá nem tive nenhum aluno - mas no
processo seletivo né o aluno requisitar né como especi/necessidade alguma sala especial ou a prova maior existe no processo- agora posterior ele entrando num sei se existe um
acompanhamento.
CC2- Não não houve.
CC3- Nós temos o NAPNE que é um órgão um setor do campus Aracaju do Instituto Federal de Sergipe que dá apoio ao curso assim como toda instituição e tem um laboratório de ensino
a matemática - é um trabalho específico pra eh nessa direção também temos um um desenvolvido por alguns professores... inclusive o doutorado de de um dos prof/eh recém
formados né do doutores foi nessa área.
CC4- Olha eh nós já estivemos que eu já eu já observei... eu não vivenciei isso ainda... mas eu
já observei né de alu/ pro ainda não cheguei nessa turma que a gente tem um aluno que necessita de um atendimento diferenciado e aqui o que é que a gente observa tem uma nós
temos uma aluna por exemplo... vou te dar um exemplo... que que ela é cadeirante então todo semestre a gente procura sempre observar qual a sala que ela vai estar né e aí sempre a colocar uma sala que tenha facilidade de acesso ou verificar a questão do elevador tem que
estar eh conversando sempre com a CCDV se o elevador está funcionando se não pra poder eh colocar eh essa aluna pra que ela tenha acesso as aulas com mais facilidade sem nenhum
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tipo de constrangimento - então todo esse trabalho não é toda essa observação ela é feita agora com relação a adaptação de material especializado não no momento não porque a gente
também não houve não houve porque porque não houve a necessidade - até o momento os problemas que a gente teve não houve essa necessidade de um material especializado - os
problemas dos alunos que nós temos não chegaram à essa necessidade específica por exemplo tem um livro o:/uma orientação bibliográfica em braille alguma coisa do gênero - até
o momento a gente não presenciou nos nossos cursos entendeu?
Pe1- Olha eu desconheço os ma/eh adaptação de materiais ou criação de materiais
especializados pra/para os professores desses estudantes com deficiência e desconheço a sala de apoio qualquer ação nesse sentido ou iniciativa - mas os procedimentos pedagógicos sim
porque nós temos alunos que fazem prova de forma diferenciada eh através de/por meio de uma reunião que ocorre com/entre o NAPNE - o docente e o pedagogo e o professor muda o
instrumento o o/a periodicidade da avaliação para atender essas demandas - então procedimentos didáticos sim existem pra assistir esse esse grupo.
Pe2- Eu penso que sim – tem/teve procedimentos assim de material didático a exemplo de aluno cego tinha eh ele se dirigia ao NAPNE se dirigia a um órgão se eu não me engano do
Estado que transformava o material em braille né adaptava para o braille - então assim tem alunos com baixa visão aí tirava cópia do material mas é ampliado e tinha assim esse no caso
o NAPNE dá apoio aos professores - têm alunos que precisam de mais tempo pra responder uma prova - aí esse aluno se dirige ao professor que encaminha e o aluno tem um horário pra
responder a prova porque como ele tem a deficiência então ele é ele é diferenciado daquele aluno que tá normalmente na sala de aula.
Pe3- No caso específico de nosso curso houve uma solicitação em reunião com o NAPNE gerência de ensino e coordenação de curso para que os professores de uma determinada
disciplina pudessem aumentar a fonte quando da elaboração das provas escritas para um estudante que tem baixa visão o que foi feito pelos referidos professores.
Pe4- Para o aluno deficiente desta coordenadoria foi solicitado aos seus professores (através de uma reunião com a pedagogia coordenador professores do aluno e profissional do NAPNE)
que elaborassem as avaliações com o tipo e tamanho de letra específicos.
ExCN1- Olha eh a sala de apoio é o NAPNE que não é aquela sala de de recursos é diferente
do do estado né... o estado tem sala de recurso e que tem pessoas também pra trabalhar ( ) mas no nosso caso não tem sala de/a sala é do NAPNE - então desde que que criou-se o
NAPNE tem essa sala que é a sala do NAPNE composto/ composta normalmente por/ o eh o coordenador - hoje a gente tem o coordenador que eh que eh um profissional especializado né
que lida com braille e tem a a intérprete de libras e além disso no NAPNE existe uma equipe multidisciplinar que essa equipe ela não fica no NAPNE direto mas participa das reuniões
para decidir o que/algum problema uma dificuldade algum um encaminhamento desses alunos - a equipe se reúne... é uma equipe feita por portaria também do reitor... e aí é o coordenador
ou a coordenadora ela solicita a presença dessa...uhn não sei se é de me/hoje se acontece mensalmente ou bimestralmente... antes era bimestral agora eu acho que é mensal ou quando
tem necessidade algum problema ela não resolve nem decide sozinha ela convoca e aí resolve o problema - então a a sala é essa sala do NAPNE e os materi/ houve esse esse adaptação
um/dodo material- sim desde o início a gente trabalhava adaptando material mas de forma... vamos supor assim muito muito simples porque também a gente não tinha nenhuma nenhuma orientação sobre como adaptar o material - mas o primeiro cego que entrou na escola... que
por sinal esse cego hoje graças a Deus ele ele está ele foi capacitado fez o nível fez curso terminou o curso técnico aqui na escola... fez o curso técnico com êxito depois fez vestibular
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aqui mesmo fez licenciatura em matemática e hoje esse nosso aluno é ele é funcionário da Universidade Federal de Sergipe trabalha lá e totalmente é autônomo...ele é autônomo-
então... então o material o primeiro material adaptado foi pra ele e inclusive foi ele que nos ensinou como fazer o material... então a gente depois o NAPNE ele com o pessoal que a
gen/trabalhava né com o estagiário na época a gente começou a fazer o primeiro material adaptado que a gente utilizou foi um material de desenho - como fazer como o aluno vai
trabalhar estudar né ele vai aprender desenho matemática se não tem o material adaptado? então foi ele mesmo que começou que nos ensinou ... nós convidamos o professor que até
então era o professor dele eh e ele ficou assim... ele coçou a/o professor coçou a cabeça e a gente disse a ideia pra ele e ele entrou na internet viu alguma coisa... como esse material
podia ser feito e aí chegou no outro dia pra gente e disse “olha, vocês façam, se vocês puderem fazer esse material, vou dar uma apostilha e você va/vocês vão fazer em alto relevo”
- então nós do NAPNE junto com as estagiárias estagiárias fizemos esse material todinho adaptado pra ele - então foi esse esse foi o material adaptado e até hoje tá lá em dois livros né
enormes e e também assim com/em braille porque a gente pediu muito apoio né naquela época às pessoas que não trabalhavam no NAPNE à pessoa do estado município se eu não me
engano e a gente fez lá um um eh um/uma parceria né não chegou a a/com fazer nenhum convênio mas uma ajuda pedimos ajuda e eles eh o material foi feito transcrito né em braille -
então fo/esse foi a primeira adaptação - além das adaptações que a gente utilizou utilizava bastante o/a: internet né e através eh do/da utilização de materiais eh como é que a gente
chama materiais como os programas né DOSVOX, o materi/eh outros vision... eu não sei exatamente não sei o que é vision não sei... mas é um outro programa que a gente usou e
instalou inclusive nos computadores tanto nos computadores que hoje tem instalado é nos computadores do/da da biblioteca e do próprio NAPNE que eram o local onde os alunos iam
fazer suas pesquisas - então esses materiais foram feitos logo logo no início - hooje a realidade é diferente - porque? porque hoje nos temos uma estrutura bem melhor do que
aquela naquele tempo... que hoje você já tem o profissional que faz essa parte e e tanto de de libras como que é um profissional especializado como o de braille... mas anteriormente não...
tinha que fazer isso sem saber muita coisa pedindo mesmo auxílio a outras pessoas - eu no caso... eu fui fazer um curso que a escola e/o/e meu curso que eu fiz foi online foi um curso de
especialização né que eu fui fazer eh metade né metade presencial metade através da internet e fiz pela/um convênio que o IFS fez com a um/o IFS eh a a secretaria SETEC né SETEC fez
um convênio com a universidade que até então não era universidade mais era CEFET de Mato Grosso - então nesse nesse convênio que houve eu fui indicada pelo IFS pra fazer esse curso e
aí fui e passei um ano e meio né mais ou menos fazendo e conclui - então com esse curso me deu mais uma condição né de de trabalhar essa questão - mas mesmo assim é com com
dificuldades né.
ExCN2- Eh devido as especificidades de alunos que a gente tinha na na época os que
precisavam mais de material adaptado especializado eram os alunos cegos né... então a gente não tinha no NAPNE uma equipe que também tivesse condições de fazer esse material o que
é que a gente fez na época? a gente eh fez um um um acordo com a com a DEVISE e a gente conseguiu alguns materiais adaptados lá tipo tabela periódica eh alguns eh material em braille
específico pra os alunos trabalhar mas principalmente na área de química que a gente conseguiu mais... química geografia né os demais não... os demais a gente conversava com os professores quando eles tinham boa vontade eles levam o material pra os alunos que tinham
deficiência visual tinham eh baixa visão, mas eh num geral num num eram feitas muitas adaptações não né só o material que tava lá pronto - quando os professores precisavam e os
próprios alunos levavam né - mas a gente percebia que realmente adaptações assim...muitas que seriam necessárias... a gente não conseguiu fazer exatamente por conta de uma equipe
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também né eh que pudesse acompanhar e que pudesse fazer o próprio material no núcleo né... que seria o ideal.
6. Quais as dificuldades percebidas nos alunos com deficiência quanto ao
acompanhamento do conteúdo escolar em relação ao desenvolvimento dele com dos
demais alunos? E no tocante às dificuldades específicas, tais como, limitação de ordem
física ou mental, de comunicação, relacionamento?
D- Veja eh algumas dificuldades que a gente percebe é que por exemplo as limitações que
esses alunos apresentam e dificultam o processo ensino-aprendizagem por vezes se o professor tem a sensibilidade de procurar o NAPNE procura e tenta-se criar estratégias pra se
chegar a esse aluno e buscar efetivamente ter um processo de ensino- aprendizagem e garantir um êxito né desse aluno - mas quando há essa sensibilidade a um grande problema hoje nesse
processo é que o professor eh entende o portador de necessidades específicas como um coitadinho é algo que a gente acho que é é um paradigma que a gente precisa quebrar né... a
gente não pode a inclusão não é achar que ele é um coitadinho mas é provar que ele tem condições de/ então por vezes quando essa dificuldade se apresenta a gente tem situações em
que o professor fica com pena e aí cria estratégias que de qualquer forma... o aluno é aprovado mas a gente tem também outras situações em que as pessoas com uma maturidade
eh pedagógica um pouco maior procura estabelecer outras estratégias pra mostrar que ele não está ali pra ser aprovado a qualquer custo - o que a gente tem que garantir é o processo
ensino- aprendizagem - se ele não conseguir aprovação que ele enfim tenha a sua retenção que repita mas eh essa eh essa é um paradigma a ser quebrado porque quando essas dificuldades
são apresentadas às vezes por vezes são tratados como coitadinhos tá... no tocante às dificuldades específicas tais como limitações de ordem física ou mental de comunicação e
relacionamento a gente tem acompanhamento psicológico a gente tem acompanhamento do serviço social eh a coordenadora do NAPNE tem feito esse mapeamento porque por vezes
eles não se declaram na matrícula que dispõem dessas limitações - então aos poucos né é que vão se identificar que nós vamos identificando esses alunos com essas necessidades
específicas e aí é que a gente vai ter condições de atuar - mas enquanto a gente não identificar ou mesmo eles se autodeclararem a gente tem essa dificuldade e aí quando há essa limitação a
gente procura fazer o atendimento da forma cabível ou ou quer seja estando presente na sala de aula quer seja trazendo para o atendimento específico da equipe multiprofissional dentro
do NAPNE.
CN- O aluno que é inserido no instituto hoje... é que nós temos três modalidades né... vou
tentar falar das três no ensino médio integrado técnico - ele passa por uma vivência de de de mudança mesmo porque a gente hoje tem um curso técnico junto ao médio de três anos onde a
gente tem um acúmulo de disciplina por por ano onde o aluno se sente sim sobrecarregado e aí os alunos com deficiência sentem isso ainda mais que os outros alunos né - então mas a
gente tenta fazer algumas adaptações curriculares nesse sentido percebendo que o aluno tá com dificuldade na demanda completa - a gente tenta diminuir essa demanda quando
solicitado por ele e quando é percebido pela equipe toda que aquilo pode significar uma melhora pro aluno ou possivelmente evitar uma evasão do aluno já o aluno do subsequente é
um aluno mais maduro é um aluno que vem depois do ensino médio ele vem do terceiro ano ele é um aluno que tem mais maturidade pra entender como é esse processo de construção de conteúdo profissionalizante - então eles tendem a ter um êxito mais fácil tendem a ter um
traquejo nisso mais fácil - o aluno de ensino superior também é um aluno mais velho mais maduro que já vem com a sua vivência toda num ambiente fora do ambiente escolar e tem
muito a oferecer ao instituto... ele traz muita informação de como ele tem precisa ser atendido - então é um aluno até mais fácil de ser atendido, porque ele já vem dizendo “olha, na minha
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vida escolar foi assim foi assim foi assim se assim puder ser feito eu tenho certeza que eu vou conseguir” e aí é com relação a/ no que toca às dificuldades específicas - o NAPNE tenta
suprir essas dificuldades específicas com atuações singulares... por exemplo se o aluno tem uma limitação de ordem física a gente tenta eliminar essa barreira... se ele é um aluno que
teria aula num laboratório no andar superior a gente tentar trazer esse laboratório pra baixo achar um laboratório que seja/tenha as mesmas competência pra que ele possa assistir aula
nesse laboratório e não no outro... pensar isso antes mesmo dele ser inserido na disciplina - quanto a questões de ordem mental a gente tenta ter o cuidado de de acompanhar esse aluno e
e observar e ouvir principalmente qual é o limite dele o que é que ele quer e quais são as expectativas dele com relação ao ao ensino no instituto - no que diz respeito às dificuldades
de comunicação a gente entra com a atuação do intérprete de libras e também do revisor braille que atua junto aos deficientes visuais dando um um apoio quando necessário - agora
vinculado a relacionamento é é muito comum os alunos serem inseridos entre os outros alunos - há uma relação bacana num não tem grandes dificuldades não só quando a/que a dificuldade
todo mundo pode ter né... dificuldade de relacionamento vinculada à personalidade mais vinculada à deficiência os alunos até que aceitam bem a inserção do aluno né porque ele já
vem de uma histórico de inserção desses alunos... esses alunos são inseridos desde 2001 - então a escola já tem mais ao menos o traquejo de como lidar isso... com isso com
naturalidade claro que têm as dificuldades vou dizer que não existem mas eu acho que tem melhorado muito.
CC1- Bem... o único aluno que eu tive a deficiência era física... mas com relação aos outros alunos não tinha nenhum problema de relacionamento nem com os professores e apesar da
dificuldade de locomoção tinha aulas que ele assistia nos andares superiores tranquilamente, até porque ele conseguia se deslocar mas somente com um ( ) não com tanta rapidez igual aos
outros né mas ele conseguia se deslocar sozinho sem necessitar de muletas ou cadeira de rodas.
CC2- Eh o que eu tenho a dizer no caso específico é que eu vi eh exatamente essas questões de comunicação né... o aluno ele tem esse problema da compreensão da disciplina em si eh e
eh eu não sei nem como responder... deixe eu ver se eu consigo né... quais as dificuldades percebidas nos alunos com deficiência quanto ao acompanhamento do conteúdo escolar? eles
têm dificuldades de acompanhar o conteúdo escolar principalmente o conteúdo técnico é muito complexo pra eles né - em relação ao desenvolvimento dele com os dos demais alunos
por vezes é bom por vezes é agressivo... nesse caso dessa menina ela tinha... me parece que... deixado de tomar o remédio controlado né e deu uma canetada na outra aqui no peito da outra
na hora da aula certo? mas fora isso os colegas reclamam que ela cola muito né que ela fica colando quando não consegue fazer ela prefere copiar e aí alguns colegas não entendem isso
alguns entendem outros não né... e eh dificuldades específicas e limitações de ordem física ou mental de comunicação e relacionamento - acho que tá respondido.
CC3- A gente percebe que os que têm deficiência declarada é mais fácil lidar e se perce/porque eles já eh se comunicam e se declaram que têm uma deficiência e como a visual
no precisava de um auxílio de uma moni/de um monitor de acompanhante na sala de aula em em algumas algumas disciplinas que eles solicitavam... então a questão visual precisava de
alguém que escrevesse por ele ou ou eh fizesse a tradução do do fize/acompanhasse nos estudos - então é essa uma uma uma dificuldade que era sanada através de um auxílio eh através de acompanhamento com a deficiência física né em um/a um um o problema maior
que a gente em/encontra é quando a a dificuldade é em questão de relacionamento - às vezes uma questão particular ou de de comportamento e e a/às vezes uma questão psicológica -
então esse aluno não tem consciência que tem um problema e precisa de ajuda - então a a às
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vezes a maior dificuldade é como abordar esse aluno e como levar auxílio já que ele não está pedindo auxílio e ele não se declara com com com nenhuma deficiência.
CC4- Bem... é como eu já falei né... na realidade quando a gente percebe que tem algum tipo de dificuldade, essa dificuldade a gente realiza reuniões com os docentes, e nessas reuniões a
gente discute em conjunto com o pedagogo com o NAPNE qual é/ a seria melhor solução como é que a gente vai trabalhar esse aluno pra que ele tenha um bom aproveitamento e um
bom rendimento escolar que mais e em caso mais... estremos quando realmente a gente adota todas as medidas que são possíveis e que estejam regulamentadas de acordo com a legislação
mesmo se a gente não tem sucesso não obtêm sucesso eh nós tivemos um caso apenas de ordem questão física eh de questão mental perdão... e o que é que a gente faz? nós
encaminhamos essa situação pra direção e aí compete a direção de ensino e esse processo ainda está em análise e eles é que vão agora tomar decisões finais... mas até onde a gente pode
tomar decisão que é pertinente nós tentamos resolver aqui só os casos extremos e que a gente não consegue nenhum tipo de solução em relação ao aproveitamento de aluno a gente faz o
encaminhamento devido pra que a direção tenha que participar desse conjunto também.
Pe1- Olha... no tocante eh ao currículo eh o nosso currículo é um currículo muito denso e pra
um estudante por exemplo na/nos cursos integrados cada série tem 18 disciplinas... pra uma pessoa que tem uma deficiência de aprendizagem é uma uma sobrecarga muito grande ( ) faz
18 provas no final de cada bimestre esse estudante - então é difícil nosso currículo... ele precisa ser menos denso pra que essas pessoas tenham condições de acompanhar sem precisar
de tantas adaptações e ajustes e sem sofrer tanta angústia em relação a a essa questão dele não atender as demandas que são muito grandes eh o número exacerbado de disciplinas, de
cobranças eh diá:rias e a rotina é muito extensa pra o estudante que faz esses cursos principalmente os cursos integrados subsequentes não têm um currículo mais focado na
formação profissional e os integrados eles tem 18 disciplinas do ensino médio e da eh de: é de: educação profissional entre as duas as duas formações - então tanto do/da educação básica
quanto da educação profissional - então isso gera muita angústia no aluno que tem problemas de aprendizagem... não a deficiência física que não afeta mas a aprendizagem eh os que tem
proble/dificuldades de aprendizagem é um problema o currículo.
Pe2- Essa assim eu não vou saber mesmo responder porque aí é mais pra quem tá
acompanhando - no caso o NAPNE vai poder responder mais precisamente.
Pe3- Esses aspectos são trabalhados pelo NAPNE... não fazemos esse tipo de
acompanhamento.
Pe4- Segundo as informações da profissional do NAPNE o aluno apresentava dificuldades
para visualizar o que estava apresentado na lousa por parte do professor motivo este que o estava levando ao baixo rendimento escolar - porém se esta informação não nos fosse
divulgada jamais saberíamos que o aluno passava por este problema pois o mesmo nunca havia comentado sobre o fato para a coordenação professor e nem para a pedagogia.
ExCN1- Sem dúvida esse... o NAPNE através das suas eh gen/eh dos seus componentes a gente fazia muita eh a a/o contato quase que diário com os professores - cada vez que a gente
os alunos participavam muito do ( ) eles pre/eles quase que diariamente eles iam no NAPNE e tanto a gente em/entrava em contato com os professores como eles mesmo diziam as
dificuldades que estava tendo em relação aos professores eh e era assim numa numa questão de relacionamento mesmo de em/que o NAPNE o professor e através de reuniões... então a gente convocava a gente convidava os professores pra reunião, nós fizemos muitos eh muitas
atividade de orientação eh como trabalhar com com surdo como trabalhar com o cego como
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trabalhar com o aluno com deficiente com mobilidade reduzida - então nós fizemos algumas algumas apostilas algumas algumas orientações nesse sentido baseado em pesquisa é claro- e
a gente fazia essas reuniões e demonstrava e fazia através da conversa através de né... e era dessa forma que a gente vinha trabalhando ou vem trabalhando esse tempo... através de
reuniões e nessas reuniões há um debate e há uum debate assim às vezes muito intenso, porquee eh a existem professores que não se adap/não se abrem para esse novo a gente sabe -
eu tive um professor de física por exemplo que ele ele de eh num num num da “eu tô perto de me aposentar, eu num aprendo, eu num sei trabalhar esse aluno é tá difícil” - então a gente
lançava outros recursos vinha outro professor eh utilizava eh do de de monitoria... a gente utilizou de monitoria também pra ajudar esse alunos mediar também junto aos professores e
muitas dessas dificuldades dessas dificuldades a gente eh sanou foi sanando e outras ainda continuam né ainda continua porque: algumas dificuldades específicas eh por exemplo nós
temos uma aluna que tem uma limitação física e mental ao mesmo tempo... então essa aluna ela tem dificuldades os professores também têm... ela diz o o que ela gostaria que os
professores fizessem mas fica difícil pra gente eh mudar essa atitude... as atitudes do professor como também em relação à aluna porque ela precisa também fazer o esforço dela pra superar
e muitas vezes isso não acontece - então as dificuldades vêm de ambas as partes... vem a dificuldade do professor se adaptar e também da da aluna do aluno crescer de se esforçar
também pra atingir e superar suas dificuldades... a gente tem de tudo a gente tem alunos de todo tipo, a gente tem alunos que graças a Deus assim se des/desenvolve e e tem outros não
porque a gente vê uma dificuldade grande na família... eu tem nós temos um aluno ainda hoje na escola na casa que até hoje a mãe vai levar e vai busca:r e tal... quer dizer ele não não não
teve ainda a sua... não atingiu ainda a sua autonomia né... então então esse aluno ele é um aluno do curso superior é um aluno do curso de turismo gestão de turismo... mas ele a esse
aluno apesar da gente ter a legislação que nos apoia em que esses alunos ele tem uma:/um tempo maior... então essa adaptação temporal ela é mais estendida do que os outros alunos
mas mesmo assim ele pode ele a gente não teve problemas graças a Deus na escola do alu/com a CREA com questão de de de registro escolar de ter ficado sete anos oito anos na
sede ou no curso porque a gente tem respaldo pra isso... respaldo legal, mas eh surgem outras dificuldades - então essas dificuldades elas existem ainda hoje tanto do professor como do
aluno do estudante.
ExCN2- Vamo lá... as dificuldades percebidas a a/o que eu percebia muito é que na realidade
eu acredito que a gente tá falando de dificuldades em relação com deficiências... mas independente do conteúdo o que eles mais reclamavam também eh associado ao conteúdo
eram as atitudes né... as barreiras atitudinais - então a gente fica muitas vezes pensando em inclusão pensando no aspecto de de aprendizagem claro né... eles estão na instituição a/o
objetivo em primeiro lugar seria a aprendizagem mas eles relacionavam muito a questão da aprendizagem às atitudes - então as barreiras atitudinais eram muito mais fortes muitas vezes
do que as dificuldades de aprendizagem que ele tinha – por quê? a partir do momento que um professor ah me relatou que... eu conversei com ele determinado tempo o “professor esse
aluno tá com dificuldades de aprendizagem” tal... ele disse “bom eu realmente não sei trabalhar com esse tipo de aluno acho que ele não deveria estar aqui... ah no Brasil não existe
essa inclusão a escola não está preparada eu me sinto mal até quando eu vou pra missa e eu tenho uma pessoa com deficiência ao meu lado imagine na minha sala”- então assim... eh outra colega disse que chegou e disse pra um aluno que ele era um prédio prestes a ruir a
qualquer momento né e aí eu me lembrei dessas frases - então assim como é que a gente vai construir uma aprendizagem quando a gente tem essas barreiras atitudinais né? então qual era
o grande nó que eu percebia? que a dificuldade de aprendizagem que eu recebi que eu percebia nos alunos esse impedimento né eh, essas adaptações eram mais complicadas de
fazer porque a gente percebia muitas barreiras - então era difícil acompanhar - eu percebi as
151
dificuldades que pra mim eram dificuldades naturais de qualquer aluno qual era o problema deles? é que eles precisavam de recursos adaptados né - então a dificuldade que eles tinham
pra mim eram naturais - ela seria um pouco mais implementada uma dificuldade implementada - por quê? porque eles precisavam de recursos né e muitos deles quando a
gente fazia até um um/uma adaptação mínima eles conseguiam avançar no conteúdo... esse é que era o grande problema - então o acompanhamento era difi/é é/ era mais complicado por
conta dessa dificuldade de aprendizagem que também era eh já era uma coisa mais mais latente porque o/tinha muita barreira atitudinal mas pra mim dificuldades normais de qualquer
aluno né - o problema deles era era o material específico pra acompanhar - só pra complementar acho que o relacionamento eh os colegas se relacionavam bem com eles até a
gente tinha dificuldade... trabalhamos com as turmas que tinham alunos com deficiências, mas eu percebia que a a a a ajuda era mútua né - assim eles gostavam de ajudar eu não senti
dificuldades com os alunos sentia mais essas barreiras com os professores né - então eu acredito que as dificuldades que eles tinham de ordem física mental - eh quando a gente ia pro
NAPNE conversar trabalhar eu acredito que isso a gente conseguia sanar junto com os pais... conseguia pelo menos minimizar - então eu via muitas barreiras atitudinais nos professores e
na equipe gestora mesmo... assim os coordenadores que não tinham ainda esse olhar pra pessoa com deficiência.
7- Para superar as dificuldades detectadas quais os procedimentos utilizados para
superá-las? É solicitada a colaboração da família ou emprega-se orientação técnica
especializada? Qual o tipo de apoio?
D- Nesse nesses casos nós temos eh somados esforços né - a gente tem chamado a família até por que a família tem um conhecimento mais fidedigno e um um maior né sobre a aquela
necessidade que o aluno apresenta - então ela vai ser... vai ser de grande valia o apoio que ela vai dar trazendo essas informações e recebendo outras informações sobre a necessidade de
como receber esse aluno em casa... não só o filho mas agora aluno né - então a gente tem utilizado diversas estratégias - então a gente tem desde o atendimento técnico especializado né
com uma equipe multiprofissional - então a depender de qual seja o caso é atendido pelo psicólogo é atendido pela assistente social é atendido pelo pedagogo é atendido pelo pela
coordenadoria do núcleo de de de apoio ao portador de com necessidade especi/aos portadores de necessidades específicas até a ação conjunta docente família equipe multiprofissional -
então cada caso é tratado da forma como como melhor exige né - então a gente não tem um padrão a fórmula do bolo - então todo caso vai ser dessa forma... não... não é que as vezes não
precisa... às vezes apenas um atendimento técnico especializado já resolve outras vezes a depender do grau de limitação a uma necessidade de que a família esteja presente que a
família apoie porque senão a gente não vai conseguir êxito nesse processo.
CN- Conforme o regimento que regula o atendimento do NAPNE existe sim a solicitação da
colaboração da família - todo tempo a gente... inclusive quando faz a entrevista de cadastramento dos alunos... a família é convidada mesmo quando os alunos são maiores de
idade e e/a um contato rotineiro com essa família pra saber principalmente como é a inserção dele na casa dele né num num ambiente fora da escola como ele se relaciona se ele tem
dificuldade se ele não tem dificuldade se ele é proativo na vida dele particular se essa é uma característica que ele só tem aqui na escola - então é importante saber mas são diversos os momentos onde a gente precisa recorrer à orientação técnica especializada que aí por
exemplo... no caso de um aluno que frequenta um centro de apoio psicossocial nós fazemos visitas a esses lugares também... o NAPNEE tenta conhecer toda a rotina do aluno e a
construção das relações dele de apoio pra fazer parte não sobressair dentro dessa rotina de atendimento desse aluno e nem ignorar essa rotina de atendimento - tentar fazer parte e
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contribuir naquilo que é possível... e o apoio que o NAPNE dá é quando o aluno não é inserido num num atendimento especializado e quando esse atendimento especializado existe
a gente acaba encaminhando esse aluno pra esse lugar pra que ele/esse esse atendimento contribua na inserção do aluno no ambiente escolar - mas se ele já vem com um histórico de
relação com ONGs ou com associações ou com médicos que o acompanham essa informação também é trazida ao NAPNE e vem a contribuir pra o atendimento... e muitas são as vezes
que a gente acaba pegando orientação desses lugares onde os alunos são atendidos ou da própria família ou da instituição escolar anterior onde o aluno estava inserido pra construir o
nosso atendimento aqui porque não faz o menor sentido convidar um aluno a conviver com uma realidade se ele já/nova completamente se ele já tinha uma realidade que estava
funcionando num outro ambiente - aí cabe a nós avaliar se aquela realidade pode ser utilizada aqui e utilizá-la e inserir o aluno.
CC1- Pronto... é particularmente qualquer dificuldade que eu possa encontrar até com outro aluno em outro caso de evasão outra coisa semelhante passo pra pedagoga do curso procuro a
pedagoga do curso e a pedagoga que às vezes até já informa se tem já houve um acompanhamento anterior ou não ou então vai procurar ahn se...digamos assim aprofundar do
assunto verificar identificar a questão em si né e tem... eu sei que têm setores específicos pra isso da questão de atendimento ao apoio ao aluno sem ser o NAPNE - tem um outro também
o CAE que são outras situações que acolhem não necessariamente com deficiência mas pode ter outros problemas que possam interferir na aprendizado na es/na instituição.
CC2- Bom... especificamente nós procuramos o NAPNE para o caso dessa aluna específica o NAPNE fez um relatório circunstanciado eh acompanhou a aluna foi na casa da família
conheceu a mãe conversou com a mãe eh orientou que se fosse que fosse feito um um laudo médico porque até então essa aluna não tinha declarado que tinha problemas mentais e desde
então ela está sendo acompanhada né - então o NAPNE sempre dá relatórios relacionados a a ela eh até limitando a quantidade de disciplina- então ela só é matriculada nas disciplinas que
são orientadas pelo NAPNE né - teve um caso recente agora mas que ainda está sendo resolvido também pelo NAPNE de um aluno que tá com problema também mas que ainda não
chegou aqui na coordenação de forma efetiva porque ainda está se resolvendo...mas é de um aluno... de um aluno que teve um problema neurológico e ta/tava na UTI mas ele ainda tá de
licença médica - então eu tô aguardando ele retornar- mas sempre esse contato acontece através do NAPNE.
CC3- No primeiro momento o professor antes eh sugere que o professor converse diretamente com o aluno com/conte/ conhecer um pouco mais das sua problemática e e e da sua condição
familiar social eh pra poder ter esse primeiro contato com a pessoa e caso for... nesse momento não for suficiente é é é pedido um auxílio a a a um setor social né da assistente
social e psicológica – a gente tem a gente tem assistentes sociais e psicólogos que trabalham na instituição em assessoria do NAPNE se for um caso de um deficiente específico.
CC4- Até o momento nunca foi preciso né... nos alunos que nós trabalhamos aqui na coordenação a gente nunca precisou convocar a família tá... até porque muitos nós
conseguimos bons resultados apenas com orientação conversando com o próprio aluno que já/ a maior parte adulto - nós não trabalhamos muito com adolescentes - trabalhamos já com
adultos - então conversando coom com com a própria pessoa e a orientação técnica especializada que no caso é a pedagoga e a psicóloga - toda vez que a gente precisa a gente recorre pra elas pra que elas venham dar/qual tipo ela vai verificar... de repente é um aluno
que tem problemas eh de ordem... até que... como é que eu vou falar? questão dos apo/do apoio... meu pai... um bolsa não... que o PRAAE faz auxílios né... às vezes tem alunos que ( )
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eh precisam de auxílio ou acompanhamento médico alguma coisa... esses alunos... então a gente já faz um encaminhamento especial mas já tem uma uma certa prioridade - a gente já
procura fazer um atendimento diferenciado nesse sentido.
Pe1- Olha... nós pedimos sempre o apoio da família e a equipe multidisciplinar que atua no
NAPNE... ela também atua nesse sentido de:/ da gente superar e eh ou tentar minimizar as dificuldades que esses estudantes eh enfrentam no dia a dia - a gente tem tentado e com o
apoio dessa equipe do NAPNE eu como orientadora pedagógica - quando a gente sente que eh não consegue dar conta da da da/de de resolver ou de minimizar essas dificuldades a gente
sempre busca o apoio do NAPNE que é uma equipe multidisciplinar... tem psicólogos assistentes sociais eh pedagogos lá e e e também técnicos em braille e tal pra dar uma ajuda a
gente no sentido de superar isso aí.
Pe2- Não... eu num sei responder precisamente - mas eu penso que existe sim um apoio
porque quando tem essa equipe multidisciplinar como a instituição possui psicólogo assistente social pedagogo e essa equipe que fica lá no NAPNE... que hoje já existe uma equipe maior
que já existe professores eh que são tradutores de libras né interpretes e já dá esse apoio.
Pe3- O NAPNEE faz toda a ponte entre a família e a escola - a ação... que é comum e que foi
partilhada são as reuniões realizadas na coordenadoria para minimizar alguma dificuldade relatada pelo estudante ou a própria família no processo ensino- aprendizagem do mesmo.
Pe4- De um modo geral esta coordenadoria tem feito muito pouco além das medidas anteriormente apresentadas - com relação à solicitação de apoio da família ou da equipe
técnica especializada afirmo que não temos competência para identificar características no aluno que possamos concluir sobre alguns tipos de deficiência - é necessário que a deficiência
seja evidente para que possamos identificá-la e nestes casos o apoio tem sido dado pelos profissionais do NAPNE.
ExCN1- (A entrevistada disse que respondeu essa pergunta também com a resposta anterior).
ExCN2- Bom, quais os procedimentos utilizados para superar? a a gente lá na instituição o
único caminho que a gente via era tentar conversar com os alunos e com os professores... a gente não tinha outro caminho - e junto com a equipe gestora conseguir materiais
equi/equipamentos específicos para melhorar a aprendizagem dele - em relação as dificuldades é o que a gente faziam na época né eh solicitava a colaboração da família né
alguns pais eh que tinham mais eh interação com os filhos que eram aqueles pais mais presentes a gente conseguia que os alunos que os filhos também avançassem na escola né...
mas sempre a gente procurava os pais né por diversas razões né ... porque não tem como a gente fazer um trabalho na escola na instituição e achar que o NAPNE seria um reforço né um
um lo/um local onde ele fizesse uma banca - então não tem como - então o pai tinha que ter eh essa essa relação- a gente sempre procurava os pais alguns iam lá com mais frequência outros
não né e aí a gente tentava o quê? muitas vezes orientar pra que eles procurassem as vezes o apoio fora né - tinha alunos que tinham dificuldade que lá a gente não tinha condições de
superar essas dificuldades – então... assim... muitas vezes precisava de um fono ((fonoaudiólogo))... eu tinha alunos surdos na época que eles não sabiam libras... eles sabiam
gestos né... eles sabiam mímicas gestos eles escreviam menos libras e aí eu dizia aos pais “bom, ele tem que aprender libras, porque eu não posso contratar um intérprete”... como
tinha na instituição tava lá o intérprete na sala mas o aluno não sabia libras - então não tinha como né ter esse feedback se não tivesse esse apoio dos pais - e o tipo de apoio que a gente tinha era esse - era um apoio no sentido de indicar os pais né aa família que levasse os filhos...
porque a gente não conseguia dar conta na escola...pra apoio especializados né porque na
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escola realmente a gente não tinha né... tinha psicóloga assim mas não dava conta de/dessas especificidades que a gente tinha muitas vezes né.
8. No ensino técnico profissionalizante, qual o prognóstico de aprendizagem do aluno
com deficiência?
D- Esse é um levantamento que a gente ainda não tem efetivado no Campus - estamos
caminhando para isso né... é como eu eu falava há pouco... muitos se a gente for fazer um levantamento hoje a gente vai ter um elevado índice de aprovação - então a gente vai ter... vai
ter um bom êxito desse aluno mas aí a gente vai ter algumas dúvidas por exemplo... e aí qual foi o nível de empregabilidade dele? efetivamente qual foi a formação que ele saiu daqui?
porque como eu havia falado muitos deles foram aprovados por pena... vamos dizer assim... o professor via que tinha dificuldade e tal... “mas ele tem essa dificuldade ele tem essa
necessidade vamos aprovar” e aí aprovava né - tivemos muito dessa situação - então se nós formos fazer um prognóstico e levantar esse esse esse índice a gente vai ver um elevado
índice de aprovação sim mas que efetivamente não coaduna com a realidade de... por exemplo de empregabilidade e acesso ao mundo do trabalho... porque as vezes ele passou um tempo foi
aprovado e não tinha o devido conhecimento para ser aprovado.
CN- Como o instituto tem a particularidade de oferecer ensino profissionalizante e nos casos
dos alunos no ensino integrado misturando o ensino médio ao ensino profissionalizante eh a gente não funciona como uma escola comum - os alunos costumam vim pra cá com um
sonho... tanto os alunos ditos normais como os alunos deficientes... o sonho de obter formação profissionalizante ainda num ambiente escolar um sonho de aos 18 anos 19 anos já ter uma
profissão... esse é um sonho comum a todos - alguns alunos deficientes acabam se identificando com o curso que escolhem no processo seletivo e concluindo esse curso e se
identificando com área com os professores e com os conteúdos e seguem mesmo que tenham alguma dificuldades pontuais no percurso - mas eles seguem porque se apaixonaram pela área
da mesma forma que a gente tem a experiência de alunos que escolhem um curso mas que não se identificam no decorrer do curso... sentem dificuldades na absorção do conteúdo sentem
dificuldade de se encaixar naquela área e acabam abandonando – então... ainda há evasão significativa dos alunos deficientes... existe sim... está atrelada talvez a um acompanhamento
das disciplinas talvez mais rotineiramente... o que a gente percebe é na/não identificação do aluno e isso acaba a é gerando uma expectativa dele de/ já é difícil todo processo né são
muitas disciplinas conteúdos muito específicos dificuldades vinculadas à deficiência deles e aí ainda eles não gostarem daquela área eles acabam desistindo mesmo - mas os que gostam se
identificam e querem se formam e aí a gente tem um número bacana disso de pessoas que conseguiram.
CC1- Ahn... seria eh não tratar de forma diferenciada do outro ele poder também ter a capacitação igual aos outros alunos - mas como eu falei anteriormente às vezes pode haver a
restrição desse aluno pelo risco em virtude daqui ser uma instituição profissionalizante e os cursos industriais... que a gente sabe que tem o risco... e aí pode ter uma restrição à alguma
deficiência apresentada pelo aluno.
CC2- No caso dessa aluna com deficiência mental... eu vou ser bem sincera... eu não vejo um
um que houve aprendizagem suficientemente eh adequada para que ela se tornasse uma técnica em edificações - sendo bem sincera não foi o caso mas pode ser que outros consigam porque acho que depende muito das limitações - agora para limitação mental eu acho muito
complicado porque lida com mui/muito cálculo e com responsabilidade técnica em obra - então a responsabilidade técnica exige segurança e exige ah e exige a responsabilização
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mediante vidas né - então você não pode entregar uma situação de segurança na mão de uma pessoa que tem eh limitações no caso limitações mentais - então eu acho que... não vejo
mui/muito... não é preconceito...falando eu tô falando de uma situação real né fática, entendeu? então para que evite transtornos né posteriores - agora num outro tipo de de
limitação né... física... eu não vejo tanto problema certo?
CC3- A gente tem professores que trabalham com ensino técnico mais profissionalizante né
como da/dos cursos técnicos mas a gente desconhece de alunos eh com deficiência nesse nível - normalmente tem tido experiência no nível superior que é no curso de licenciatura em
matemática.
CC4- Bem... olha eu diria que né muito/depende também do interesse do próprio aluno -
assim independente... porque independente dele ter deficiência ou não ter... a gente observa também muito do interesse do aluno dele buscar dele querer crescer dele ter justamente essa
vontade de crescer e não ficar... porque também “tenho uma deficiência e não tenho condições de ir atrás dessas coisas” - então o que a gente pode dar o o suporte dentro daquilo que é
possível né - e lógico não é com a questão de bom senso também... a gente procura – agora: com relação... têm áreas que realmente a gente fica preocupado com questão de viabilidade -
por exemplo... vou te dar um exemplo prático pra área... aí o aluno tem que ter a criatividade e o professor também tem que ter o bom senso de tentar realocar ele pra uma área mais
apropriada - vamos pegar o curso técnico em guia de turismo um técnico em guia... para uma/um aluno que é cadeirante por mais que seja é complicado... por exemplo acesso à
ônibus - quem vai trabalhar um guia de turismo que vai trabalhar direto com ônibus que a todo momento tem que subir tem que descer tem que andar entre as poltronas do ônibus que
são poltronas estreitas né pra pra poder passar justamente uma cadeira até o final depende do ônibus também - então nós sabemos que têm algumas limitações - no entanto esse profissional
não impede que ele possa ir por exemplo à uma outra área do guia que é trabalhar onde? dentro da agência de viagem- então nesse sentido eh dependendo da da deficiência que ele
venha a ter pode sim limitá-lo em algumas áreas mas não quer dizer que ele não venha a trabalhar em outras áreas entendeu? Eh mais ou menos o ( ) do guia porque o correto seria o
que? que todo ônibus tivesse as condições favoráveis pra que esse aluno para que esse... para que essa pessoa não é? que tenha seja portadora de uma necessidade especial seja portadora
de deficiência perdão tivesse amplo acesso ao ônibus às instalações pudesse circular livremente - só que infelizmente não é uma realidade que a gente observa no nosso país e nos
ônibus de turismo de um modo geral é algo que ao despertar da consciência começou... mas nós estamos nesse caminho.
Pe1- Olha... eu acho queee é favorável apesar das dificuldades que a gente enfrenta... tem sido eh expressivo porque nós tivemos uma estudante com uma deficiência auditiva e que saiu
com o o diploma de técnico em ali/ de técnico em alimentos e ela teve um desempenho bom - todas as adaptações necessárias pe/didático-pedagógicas foram feitas e ela saiu com êxito-
então acho queee... que é possível sim na educação profissional se ter um atendimento - agora se focarmos realmente nessa política e investirmos nisso melhoraria MUITO - hoje temos
poucos alunos com deficiências porque o acesso não é mais ASSEGURADO né pelas cotas – então/mas esses que estão aqui eles estão realmente... os que estiveram aqui saíram com
êxito... teve ninguém que desistiu pela deficiência né tipo se é ou de aprendizagem ou física - não tem desistência por ...
Pe2- Eh... bem... no curso mesmo específico que eu eh prestei assistência não houve muitos
casos não de de alunos com deficiência - então assim... que eu posso dizer é que não houve
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esse acompanhamento - então não posso assim responder ( ) diante dos outros né da instituição.
Pe3- Acredito que isso depende do nível de deficiência que o estudante apresentar.
Pe4- Não temos indícios suficientes para responder a esta pergunta - porém no caso de um
aluno que seja deficiente visual cem por cento deficiente creio que a aprendizagem será bastante comprometida e o aluno terá grandes limitações para trabalhar na área sobretudo em
atividade que envolva serviços diretos de manutenção instalação e projeto.
ExCN1- Eh... os alunos quase... eu tenho... não tenho isso em estatística mas têm uns quadros
lá... têm uns gráficos têm as/eh no arquivo - a gente de vez em quando... quando eu estava lá né eu verificava observava... então... dos alunos que passaram que eu tenho conhecimento eh
a gente percebe que os alunos que saíram da escola com êxito realmente aprenderam e a prova disso é pela inserção no mercado de trabalho na área - não é questão de/a o aluno daqui saiu e
foi embalar eh como é o nome? pacote lá no supermercado... não não foi nesse nesse sentido... os alunos do IFS não eh o que eu tenho conhecimento... nós temos/tivemos assim alunos
surdos que foram trabalhar em banco outros alunos que estão prosseguindo seu curso na universidade como no caso do menino que é surdo está na universidade se deve... não sei se
você fez a pesquisa com ele mas pra não dizer o nome... mas ele está ele surdo e está continuando e ele fez o seu estágio... o estágio dele ele fez no Banese daqui - então uma
pessoa que faz um estágio que desenvolve tudo ele é ele é capaz - então ele teve êxito - o Edvaldo... como eu tô dizendo... também - esse esse que você citou aí que é deficiente físico
né... ele também o Ed o Ed... como é? o Claudiney... quer dizer... esses meninos e outros - eu tenho um um... eu tenho um... eu tenho alunos que: que estão inclusive eh tão no mercado de
trabalho que eu conheço a vida deles assim née eles tão normal normal - tem um que é de segurança de trabalho ele até ficou com medo na época... será que lá a Vale do Rio Doce que
ele ia fazer que ele ia fazer o teste será que eles vão descobrir que eu tenho não sei o quê vai descobrir por que você eh o laudo que lhe apresenta... então você tem uma limitação... mas
isso não vai lhe impedir de você trabalhar - então eu acho... na minha opinião... que pelas constatações que eu vejo não teve problema nenhum - os alunos que saem consegue
sobrevi/conseguem sobreviver no mercado de trabalho... inclusive eu quero dizer... também que o ministério público uma uma certa vez que eu fui chamada eles fizeram um
levantamento e precisou inclusive que o IFS como outras/em outras instituições de realizar uma de/deles fazer da gente dar umas informações pra que eles fizessem uma cartilha uma
cartilha informativa para todo estado de Sergipe e principalmente para Aracaju porque tem muitos eh alunos com deficiência que não chegam ao merca/ não eh no mercado de trabalho
porque justamente não têm a capacitação que não sabe onde eh vão buscar a informa/ a a capacitação... então eles vão pra eles vão muito pra o Senai pra o Senac porque oferece muitos
cursos... assim... mas não chegavam a/ao IFS - então nós eh tem há uns dois anos atrás exatamente dois anos atrás nós mandamos... eu até pedi lá na na DEM lá no PROEN na
PROEN pra mandar oficialmente né oficialmente uma uma relação de cursos para eles procurarem quais campis o que é que oferecia pra que o ministério público colocasse essa
cartilha em movimento né informação aí no estado pra que eles procurassem - então eh a gente aqui tem desde o curso básico até o curso superior e esses alunos que têm o ensino
profissional eles eles eles saem daqui quando conseguem - eu sei que tem alguns que abandonaram né - isso a gente não pode conter e né mas tudo que a gente pode fazer pra que eles sejam um profissional como outro qualquer e não dizer assim “ah esse tem uma limitação
então não vamos dar tudo não”... o conteúdo que tem... a gente sempre exige isso dos nossos professores e eles não podem porque o aluno é deficiente vamos dar o conteúdo ui... o
conteúdo pela metade ou vamos dar uma uma limitação... não... eles têm condições de fazer
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eh de acompanhar todo currículo nosso sem problema... é claro com as adaptações necessárias.
ExCN2- Relativo... depende do tipo de deficiência né - eu acredito sim que todos têm possibilidades capacidades eh pra aprender dependendo da deficiência eh só queee a gente
não pode limitar a gente não pode dizer que ele é um prédio que vai/ prestes a ruir... só que dentro da limitação de cada um - se a gente não vem com estratégias diferenciadas eles
também não vão avançar - então eu vejo como prognóstico o prognóstico ligado ao quê ao tipo de apoio que a instituição oferece - então o prognóstico é que todos têm possibilidades
todos têm capacidade todos têm habilidades desde que a instituição não entre com a política de modelo de tamanho único achando que um/uma impressora braille que uma rampa vai
resolver a situação de todos né - então cada um tem um caso específico né - eh então a gente não tem com dizer que... e eu questiono muito a política eh de inclusão porque é uma política
tamanho único de barateamento de falseamento de informações achando que a inclusão é só colocar na escola regular... então a gente tem uma gama de de de atividades e estratégias que
a gente teve de utilizar dependendo do tipo de deficiência pra que esse aluno avance né - mas resumindo tudo eu acho que o prognóstico é isso... que todos têm capacidade desde que a
instituição ofereça o apoio necessário pra ele - a depender de cada tipo de deficiência uns com mais limitações outros com menos mas assim... eu percebi na época que eu eh fui gestora
que... mesmo que minimamente algum conteúdo independente da deficiência eles conseguem eh um ensino técnico profissionalizante - como alguns não vão conseguir eh ter a
terminalidade específica como a gente queria eh com cursos técnicos de três anos mas podem ter aquele curso técnico... não sei se ainda existe... que a gente fez na época que era aquele
curso rápido sessenta horas cem horas né... num sei se tem essa modalidade de/ mas na época a gente tinha - então nesse sentido eu acredito que o prognóstico a gente via... porque a gente
via a possibilidade de aprendizagem mesmo que não fosse no técnico profissionalizante naquele/naquela lógica de passar três anos - mas em cursos básicos, a gente via que tinha
aprendizagem sim, com certeza que tinha.
9. Como esse aluno é avaliado?
D- Veja... a avaliação... ela é um instrumento próprio do planejamento docente- nós não
temos regras pré-estabelecidas para confecção diferente de mode/de modelos diferentes de avaliação para portadores de necessidades específicas - é óbvio o professor precisa ter essa
sensibilidade por isso nós temos reiteradamente colocado o NAPNEE à disposição e todas as jornadas pedagógicas e o NAPNE presente... falando sobre as ações desenvolvidas sobre
como pode apoiar se colocando à disposição do professor e isso tem acontecido graças a Deus - eu tenho conversado com coordenadores e tem acontecido... professores têm procurado mais
o NAPNE até pra entender como seria a melhor forma de trabalhar com aquele aluno com uma determinada porta com uma determinada eh dificuldade... enfim limitação apresentada -
então nós não temos uma avaliação específica institucionalmente falando para o portador de com necessidade específica - é algo próprio do professor e que tem o NAPNE à disposição
pra fazer adaptação pedagógica metodológica necessária pra que tenhamos uma avaliação que não seja aquela avaliação de pena pra apenas cumprir uma tabela... mas também que não seja
uma avaliação irreal para além das condições daquele aluno.
CN - Conforme o ROD que é a regulamentação didática do Instituto a avaliação dos alunos todos eh ela tem o objetivo de ser processual e que acaba sendo um decisão do docente que
ministra a disciplina - então existem docentes que fazem provas objetivas somente... existem docentes que fazem provas subjetivas... existem docentes que fazem uma uma avaliação
aberta diversificada e isso fica muito à critério do docente - com os alunos atendidos pelo
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NAPNE o que se é observado é como esse aluno funciona que tipo de avaliação ele se sente bem pra fazer... se for um aluno que tem dificuldade de comunicação por exemplo por ter...
por ser surdo por usar a libras como forma de comunicação né como linguagem a gente acaba conduzindo pra uma adaptação curricular da avaliação que contemple esse aluno - mas a
gente não faz adaptação curricular antes de perceber essa necessidade partindo da ideia de que é o limite do outro tem que ser indicado pelo outro- então a gente não pode antever uma
dificuldade que o aluno possa vir a ter e... e já fazer uma adaptação curricular sem saber por exemplo se esse aluno já tinha o hábito de fazer provas discursivas na escola anterior ou se ele
tinha um hábito de fazer arguições ou ou textos ou provas objetivas - vem muito de o que é que aquele aluno traz quais são as possibilidades todas que ele já vivenciou que ele quer
vivenciar que ele ainda não vivenciou mas talvez seja a melhor forma- é muito particular esse processo de de adaptação da avaliação.
CC1- No caso especifico de segurança no trabalho ahn só tivemos um aluno com deficiência locomotora e essa deficiência em nenhum momento interferiu ou necessitou de tipo de
avaliação diferenciada... tanto até nas disciplinas práticas em si não tinha nenhum diferenciamento ou ...diferenciamento não não tinha não havia dife/diferenciação.
CC2 – Então... o NAPNE repassa a a a a identificação da disciplina eh que o aluno que no caso essa aluna né pode ministrar... a gente repassa pro professor conversa com ele e cada
professor e ele desenvolve um método de avaliativo específico.
CC3- Dependendo do seu do seu tipo de de deficiência dele a gente tenta ser... ava/eh ele
ser... avaliá-lo da mesma forma de que o resto da turma - caso seja necessário eh por exemplo no ca/no/ nos/ no aluno cego a gente tenta fazer a gente faz a gente marca um horário
separado pra uma avaliação verbal - então cada professor tem liberdade pra a a a atribuir uma avaliação né direcionar a avaliação particular né pro aluno com deficiência.
CC4- Normal - ele segue as mesmas/os mesmos requisitos né - claro que vai depender da:... ele segue o regulamento que qualquer outro aluno venha a seguir dentro da Instituição - então
ele tem que fazer as avaliações normais as avaliações pertinentes tem que fazer a B1 fazer a B2 recuperação prova final o que for ele tem/ ele segue as avaliações normais - só que
existem casos e casos então a aí depende... como eu volto a falar...do que ficou definido- às vezes tem uma situação muito específica uma situação muito peculiar d um determinado
aluno aí compete o que/ ao a essa comissão de ( ) de professores que estão avaliando o aluno naquele semestre e aí a gente tem uma decisão - mas cada caso é analisado individualmente
de um modo geral ele tá ele está regido pela mesma legislação.
Pe1- Olha... os docentes de maneira geral eles flexibilizam o processo... por exemplo, se uma
prova é é programada pra uma hora é concedido à esse aluno tempo maior pra que ele realize eh resolva a eh essa/os questionamentos que são feitos na avaliação- então o aluno quando ele
é avaliado eh os professores levam em consideração eh qualquer tipo de limitação ou de dificuldade que ele tenha no processo - avaliação ela é igual - agora o que eu percebo é que há
uma flexibilização na pro/na forma de aplicação desses instrumentos pra eles.
Pe2- Bem... eu sei que eh no caso nosso da/ de edificações... que eu saiba durante esse tempo
que eu passei lá... só só dois casos que surgiram que foi uma aluna que tem um pouco de retardo eh e tem um um tumor no cérebro... no caso do aluno ele tá acompanhando ele é muito
esforçado é inteligente foi uma situação assim atípica né foi uma/ de... uma coisa agora no decorrer da vida dele que ele não nasceu com isso... aí então... aí no caso da aluna que é o retardo a eh ela é acompanhada... mas assim ele já fica diretamente na sala de aula... é só uma
questão assim de atestados de provas de rever segunda chamada essas coisas pra ele fazer as
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provas em datas diferenciadas dos outros... mas a aluna não... ela geralmente vai se dirige ao NAPNE e é feita a avaliação - muitas avaliações dela são feitas no NAPNE pra ter uma
acompanhamento maior.
Pe3- O método de avaliação é definido pelo professor de cada disciplina no seu plano de
ensino.
Pe4- Em uma dada disciplina o aluno ao qual nos referimos apresenta um péssimo
rendimento... já foi reprovado em pelo menos quatro vezes mas considero que o problema está relacionado com a falta de base do aluno.
ExCN1- Bom... utilizando-se dos mesmos muitos dos/de/ alguns eh instru/dos instrumentos que são avaliados para os outros alunos o que muda eh como ele vai por exemplo utiliza-se de
de de de trabalhos dos mesmos jeitos que os trabalhos de grupos... alunos são inseridos os demais eles também são inseridos do mesmo jeito eh teste a a forma é que vai mudar um
pouco as as perguntas as questões são as mesmas... o que vai mudar é a metodologia... por exemplo... os alunos os alunos eh cegos eles têm muito/eles os professores utilizam muito o
oral né eh mas assim... é um oral que o professor muitas vezes faz na sala no no após os alunos saírem o professor fica mais um pouquinho a depender do conteúdo e outros são
avaliados do mesmo jeito visita técnica vão pra visita técnica do mesmo jeito - agora pra isso o NAPNE ele dá o apoio... por exemplo os alunos que vão pra visita técnica eles serão
avaliados todos eles - então que é que o aluno cego vai fazer lá? os professores ( ) eh há dois anos atrás um aluno ia pra uma uma visita técnica com os demais alunos colegas - então a
professora um professor ele veio pra mim e “como é que ele pode ir e e e e e quem é que vai? eu não vou acompanhar esse aluno... os alunos também não que cada um tem o seu seu/a sua
tarefa” – “não se preocupe professora nós vamos providenciar alguém para ir com esse aluno” e a escola financiou a ida de um profissional nosso que até foi um professor foi um técnico
administrativo foi com ele... ele era masculino - então o aluno foi também com esse aluno o o o o técnico administrativo e participou igualmente com os demais alunos... ele só precisava de
alguém pra apoiá-lo - então a avaliação... ele é avaliado do mesmo jeito assim utilizando-se de instrumentos iguais só que a metodologia com ele é abordagem é que vai ser difere eh
diferente mas utiliza-se testes provas eh trabalhos em grupo trabalhos por exemplo... o cego ele utiliza muito o computador... os trabalhos dele/ ele leva o computador pra sala e ele faz...
leva o gravador leva isso leva aquilo... então ele eh a/ num tem problema de avaliação- agora pra isso a gente né ...o NAPNE... eu tô falando do NAPNE porque é o órgão na na/no no
núcleo no no campus que que trabalha isso todo mundo vai pro NAPNE né. - então é o NAPNE que providencia essa/ essas questões de de... o aluno ah o gravador precisa carga
num sei o que vai e tal- então o NAPNE vai providenciar e também essa orientação com os professores, com os professores.
ExCN2- Olhe... cada professor claro que tem metodologia diferente de avaliação - a orientação era que/a gente orientava pra que os professores percebessem as especificidade –
exemplo... o aluno surdo a gente tinha um intérprete mas muitas vezes ele tinha dificuldade da escrita... quando fazia avaliação escrita o professor desconsiderava porque o aluno não sabia
escrever o português correto e ele não conseguia entender que libras é primeira língua e o português é é língua dois - mas a gente tem ciência que o surdo tem que saber o português tem
que escrever também corretamente - o professor também tinha esse mesma essa mesma lógica - então a gente orientava o quê? que muitas vezes ele fizesse uma avaliação oral com o surdo né e que ele considerasse a escrita dele tentava explicar as características - então a lógica era
explicar as características daquele tipo de deficiência pro professor pra que ele adaptasse as avaliações de acordo com as especificidades de cada um - isso era feito em alguns casos sim
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em outros ele pegava o aluno jogava no NAPNE pra fazer avaliação com a gente porque disse que não ia se responsabilizar né... e na maioria dos casos... eu acredito que mais de oitenta por
cento eles simplesmente faziam avaliação o aluno não tirava uma nota boa e ele dava nota nove dez pro aluno que eu vi vários casos e não mudava avaliação e pronto... “eu vou dar a
nota porque eu tenho pena e e e é melhor do que eu ter problema mais na frente, alguém reclamar porque eu eu o aluno não tem culpa de tá aqui”... e ele dava nota aleatoriamente...
era isso que acontecia.
10. Como avalia os resultados gerais da implantação das políticas voltadas ao acesso e
permanência do aluno com deficiência na instituição?
D- Das políticas e aí você fala das políticas como como um todo e não da política apenas do IFS? eh eh eu acho algo muito incipiente ainda - eu acho que essas políticas vieram apenas
para responder no papel um anseio social porque na prática ainda uma série de coisas precisam ser efetivadas desde a quebra do preconceito porque as ações serão tão tão mais
efetivas quanto menos preconceito tivermos... então desde ações conceituais pra mudanças atitudinais no que lhe com/no que diz respeito ao ao... quebra do preconceito até efetivamente
à garantia do acesso permanência e êxito porque eh está se garantindo o acesso em alguns casos em outros sequer se garante né - entra porque entrou pela porta normal mas não teve a
garantia de vagas específicas em edital ou coisas desse tipo- entrou pela própria pela porta normal e aí depois não tem o atendimento devido né- nós não temos condições de ter uma
equipe necessária não tem uma equipe mínima definida não somos providos - às ve/e aquela situação de que a política exige e determina que você tenha mas não lhe dá meios né... você
tem que ter/ se vire... mas eh isso precisa ser mudado... se a política foi criada os meios precisam vir juntos – olhe... foi criado a política... todas as instituições deverão ter um
NAPNE- o NAPNE deverá ter uma constituição mínima e essa constituição mínima será garantida através de concurso público pra tais e tais e tais cargos... isso não não não existe - aí
então a gente faz remanejamento dentro dos servidores que a gente tem dentro da instituição pra tentar garantir o mínimo de tratamento mínimo de respeito mesmo às pessoas com
portadoras de qualquer tipo de de de de necessidades específicas.
CN- O Instituto... o IFS no Campus Aracaju não foge muito da realidade das outras
instituições públicas e particulares - esse processo de inserção dos alunos deficientes nas escolas regulares e sem aquele aparato todo de escola de nível de eh, de conduta especial eh,
vem engatinhando né ele ele vem se/sendo construído - então não é algo que já tá bem formado mas eu avalio que o Instituto se abre à essa possibilidade de inserção do aluno e e dá
espaço pra que os profissionais da área possam conduzir os trabalhos a partir do momento que oferece espaço material servidores - então eu avalio que o processo de de integração da da/ na
verdade da implantação de políticas inclusivas na instituição ele é bem recebido, agora ainda fal/ há muito a ser feito porque é um processo que todos nós no país estamos trabalhando... de
trazer essa essas informações todas que não eram conhecidas pela comunidade em geral desmistificar vários preconceitos desmistificar vários limites que foram impostos à esses
alunos sabe que... por questões até culturais desconstruir tudo isso onde paralelamente a gente tem que entrar com uma atuação de cunho pedagógico forte a a a/ ainda tem que capacitar
esses docentes pra receber esses alunos da melhor forma possível e resolver todas as questões que acontecem no decorrer do período letivo... eh eh caminhar caminhar rumo à uma política bem implantada a passos largos mesmo que hoje a gente tenha dado passos curtos.
CC1- Bem... eu sei que a instituição recebe esses alunos mas eu não posso eh avaliar se eu desconheço quais são as politicas.
161
CC2- Eu avalio eh assim de forma promissora - eu acho que é um que é uma implan/ é uma polí/ uma postura política que deve ser adotada de forma mais aberta - eu acho que é pouco
divulgado tanto com os docentes quanto com os próprios alunos - eu acho que essa política é ótima é interessantíssima é inclusiva humana porém ela é pouco divulgada tanto é que eu só
fiquei sabendo realmente a função do:/ dentro da instituição agora na jornada pedagógica entendeu? então se eu soubesse antes já tinha resolvido uma série de outros problemas
inclusive - então eu acho que ela deve ser divulgada inclusive na mídia... com mídia impressa com rede social com programas com projetos voltados pra trabalhos com os docentes
mesmos... acho que os docentes deviam desenvolver campanhas...os alu/ acho que deveria ter temas que deveriam ser trabalhados nesse sentido mas tem que haver essa divulgação
constante né - e o que foi/ vou lhe dizer um exemplo disso... depois da jornada quando eu fiz o acolhimento das primeiras turmas nos subsequentes que entrara já citei o NAPNE e já
divulguei com eles todo trabalho que o NAPNE coloca e levei eles no NAPNE-, então isso já foi uma postura minha em relação à esses alunos que estão ingressando entendeu? coisa que
eu não estava fazendo antes e passei a fazer entendeu? mas eu faço a minha parte- então acho acho que a instituição deve ter um olhar mais específico à esse problema porque é um
problema que não é um problema que envolve um percentual considerável da população docente e discente aqui ...não é... mas é um problema que tem que ser considerado por
exatamente por conta da lei de de inclusão né que nós temos hoje né vigentes né no Brasil as leis brasileiras.
CC3- Eh eh uhn eu eu considero que... bom pelo/pela iniciativa de de começar a tratar eh com mais com a com importância esse ponto por mais que ainda eh inicial tem que tem que dar
continuidade exatamente pela/porque é uma questão de formação que a gente tem uma deficiência ...maior do professor pra lidar com essa com essa questão- então eu acho que a de
de dar continuidade ao processo dessas políticas pra/para que no futuro com a formação melhor do professor pod/ e e a estrutura mais adequada das Instituições possamos lidar
melhor co:m o aluno com deficiência.
CC4- Eu acredito que nós ainda temos muito muito a crescer - eu acho que é fundamental eh
o apoio de mais profissionais especializados na área né principalmente psicólogos assistente sociais - eu acho que né... e até os próprio médicos porque às vezes nós professores nos
sentimos perdidos dado volume de pessoas que nós estamos recebendo com problemas psicológicos de de toda natureza - então nós temos até uma preocupação com a própria eh
segurança mesmo dos dos próprios colegas dos alunos não é? enquanto em sala de aula dos próprios colegas e até do próprio docente - então nós temos uma uma preocupação com essa
questão- e em relação a implantação das políticas nós ainda temos muito pra avançar mas pra isso eu preciso ter o quê? eu preciso ter profissionais mais profissionais dentro da instituição
trabalhando nessas áreas - eu acho né... ao meu ver ...não é/ainda nós temos ainda muito a crescer.
Pe1- Eu acho que os resultados são expressivos mas nós estamos ainda iniciando - SEMPRE sentir que está sempre iniciando e que precisa melhorar em vários aspectos tanto na capa/ na
capacitação dos servidores na sensibilização dos educadores e na melhoria da da da/ das questões arquitetônicas - também eu acho que a gente precisa melhorar MUITO a ambiência
educacional tanto pedagógica quanto física de infraestrutura pra que a gente tenha realmente resultados eh muito mais expressivos do que temos até hoje- acho que a gente precisa caminhar no sentido de melhorar bastante ainda... precisa acrescentar muita coisa ainda tanto
na parte de infraestrutura física quanto na de capacitação e sensibilização dos educadores no sentido das políticas de inclusão de efetivação dessas políticas dentro do instituto.
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Pe2- Bem...eh tá perguntando aqui os resultados né gerais? na verdade houve uma época em que existia uma politica maior... assim... porque dava acesso realmente à esse público- hoje já
não existe eh essa política nos próprios editais assim... reservando vagas para os deficientes- então assim... agora quando ingressa de forma geral ingressa algum aluno que se autodeclara
deficiente aí é que há esse acompanhamento.
Pe3- Não conheço nenhuma política que tenha sido implantada e implementada relacionada a
esse processo de acesso e permanência desse estudante na instituição.
Pe4- Tenho muito pouca informação para tecer qualquer comentário sobre este
questionamento mas vejo que o assunto ainda é muito incipiente a nível institucional.
ExCN1- Eh... ele não está ainda... você sabe que a gente não vai encontrar cem por cento mas
eu vejo assim com bons olhos que o resultado geral nessa implantação eh que é positivo - eu não vou dizer... se você dissesse assim... Vera... você dê um valor de zero a dez eu não daria
dez nem nove mas eu daria eu daria que: nessa avaliação eu daria uns sete - porque eu daria uns sete? porque o aluno normalmente ele permanece na instituição dificilmente um aluno
eueu vou/ volto até a dizer... no início da implantação sim..., você pode verificar que lá nos lá nos arquivos você/ vocês vão ver que muitos alunos no início por conta desta fragilidade da
escola na época havia muita evasão mas hoje o/ a uma uma retenção mas assim em temos só de de tempo eh adaptação temporal que você tem mais tempo... o aluno que era um curso de
quatro anos o aluno passa seis passa sete mas isso outro aluno também ele ele pode até passar isso... não é isso mas o nosso aluno ele hoje você pode verificar que ele não tem a a gente não
tem dados eh alarmantes de: evasão escolar destes nossos alunos.
ExCN2- Bom... eu eh olhando da época em que eu tava eu avalio que os resultados da da
implantação eles foram bom pra o que a gente tinha objetivo na época - qual era o objetivo? tornar o IFS uma instituição que tivesse um olhar inclusivo e a gente só conseguiu isso com a
reserva - então assim... muitos questionaram muitos vieram lá falar comigo que isso não ia dar certo- então assim... naquele momento a implantação da da política que no momento foi o
quê? a implantação de um núcleo a implantação de reserva de vagas e... pra mim... isso está dentro do contexto de políticas eh ações afirmativas nesse sentido eh foi positiva porque a
instituição acho que ela... só hoje... está com um olhar diferenciado porque teve reserva à esses alunos entrarem porque senão eles eram invisíveis né... pra instituição seriam invisíveis
- então a gente considera que nesse sentido a política ela ela foi uma ação afirmativa que teve impacto na instituição e que eu acho que hoje em dia a gente consegue perceber...
provavelmente através dos documentos que são implementados... eh um olhar diferente pra que existem pessoas categorias e que elas precisam estar nos ambiente e serem atendidas.
11. Considera satisfatória a forma como a instituição conduz o processo de inserção do aluno
com deficiência no mercado de trabalho?
D- Não.. veja... é isso eu resumiria como algo chamado de política do egresso e não só pro
aluno portador de de necessidades específicas... acho que pro aluno de uma forma geral aqueles ditos normais também né porque eh eh a escola tem feito muito o seu papel do ponto
de vista de formação curricular tá mas buscar fazer o diagnóstico da efetividade desse profissional formado no que concerne a sua inserção no mercado de trabalho é algo que ainda
é uma dívida muito grande da nossa instituição e creio eu de várias outras instituições públicas do nosso país - então a gente tem feito o papel de buscar garantir uma adequa/um um/ uma educação pública de qualidade... enfim isso realmente fazemos - estão aí os exames
nacionais que não nos deixam mentir as avaliações de curso o Enem em que pelo terceiro ano seguido somos a instituição pública federal de melhor colocada e que mais aprova no Enem
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embora não tenhamos esse foco - então isso tem mostrado que o trabalho desenvolvido é um trabalho sério que a educação é educação gratuita e de qualidade - mas não temos ainda
instrumentos que mensurem a efetividade dessa formação né porque as vezes o problema pode não está especificamente na formação mas sim no/ em que foi formado - então as vezes
aquele a a a/aquela forma como o curso hoje está seu projeto pedagógico está engendrado pode não ser aquela que o mercado de trabalho precise - então o profissional... ele é formado
mas ele não é... vamos dizer assim... cooptado pelo mercado de trabalho porque a formação dele não atende à necessidade do empregador - então é preciso ter essa conversa mais próxima
- já tá se encaminhando né pra/se delineando pra que seja feito os ajustes necessários nos PPCs dos cursos - enfim pra que a gente possa garantir essa efetividade... então a inserção no
mercado de trabalho é algo que a gente precisa agir e temos buscado/já estamos criando o nosso portal do egresso estamos caminhando também pra isso... não estamos inertes né mas é
que a gente tem que buscar garantir com com maior organização que através de uma criação de política do egresso tanto do egresso dito normalquanto do egresso que tenha qualquer
necessidade específica.
CN- Eu avalio que a a instituição peca ao não não abrir espaço pras cotas pra alunos
deficientes como é feito em várias outras instituições do país inclusive em universidades já que é facultativo... então haveria sim a possibilidade de escolha por essa cota... por essa cota...
porque hoje há vagas ociosas o mercado de trabalho principalmente na área técnica porque os/as pessoas com deficiências não têm formação necessária pra suprir a necessidade do
mercado de trabalho- então eu imagino que um Instituto Federal de ensino profissional de ensino técnico profissionalizante deveria abranger a essa/esse mercado abranger esses/ essas
pessoas que têm essa característica particular que é a deficiência e que têm vagas já direcionadas pra ele - eu acho que a a/ o instituto poderia absorver essa demanda, absorver
esses alunos gerir essa entrada desses alunos acompanhá-los e reinse/inseri-los no mercado de trabalho ocupando essas vagas ocio/ociosas - com os alunos que conseguem entrar mesmo
sem as cotas que são alunos que têm um um um/uma formação diferenciada né porque eles passam por cima de todos os/de todas as suas dificuldades pra se inserir na instituição - esses
alunos eles já têm potencial de de serem inseridos no mercado de trabalho - o questionamento que eu faço é aos alunos que que não conseguem passar por todas essas barreiras sem essa
cota sem essa oportunidade e que tão fora do mercado de trabalho que não tão entrando no instituto não estão aproveitando de tudo que a instituição pública federal de ensino
profissional técnico profissional tem a oferecer - então avalio que não/que ainda a gente não não tá contribuindo pra inclusão dos alunos com deficiência no mercado de trabalho e acho
que isso poderia ser melhor direcionado com a inserção das cotas.
CC1- Bem... eu não acompanhei nenhum aluno posterior tá a a a finalização do curso porém
eu acredito que tinha que ser/ter um cuidado maior porque não é só absorver ou formar eles - se o mercado existe uma restrição ou não há a possibilidade né tem que ser de acordo com a
necessidade dele e que possa também ele aplicar ou exercer a profissão não é só absorver... se existe realmente a possibilidade de ele exercer... não por uma questão de exclusão do mercado
mas sim de ahn da profissão em si.
CC2- Não... não considero satisfatória porque não... vejo a instituição fazer essa condução...
eu não vejo... pelo menos no meu curso que eu coordeno não tem nenhum tipo de política nesse sentido... se tiver a gente faz põe em prática... mas não vejo eh nenhum tipo de política nesse sentido.
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CC3- Eu eu desconheço que tá/tenha algum processo direcionado pro alu/eh a a aluno com deficiência né... nesse sentido pode ser que tenha mas eu/ os alunos que se formaram no curso
acho que não teve nenhum acompanhamento particular não após a conclusão.
CC4- Eu desconheço - eu eu não sei como é que se dá esse processo se há um
acompanhamento monitoramento desse egresso - eu sinceramente desconheço eu ainda não cheguei a ter/de maiores detalhes em relação à isso.
Pe1- Não - eu acho que não satisfaz para o aluno como um todo - o setor de estágio ele ainda tem uma relação com o mundo do trabalho com o mercado do trabalho ainda muito tênue eh
não existe uma política de: estreitamento dessa relação não só para o deficiente mas pra o estagiário como um todo - nós temos assim... pontos de estrangulamento quando buscam
quando o aluno procura integralizar o curso e que esse estágio é obrigatório porque não há não há um programa uma política de maior aproximação da instituição com o mercado de
trabalho - precisa ser melhorado pra todos os estudantes não só para os alunos porque a gente é uma casa de educação profissional - então a gente precisa ter essa identidade muito bem
delineada então mas a gente.... um pouco distante do do arranjo produtivo - então a gente PRECISA tá mais ANTENADO mais LIGADO mais ARTICULADO com o trabalho e a
gente tá muito distanciado do mercado de trabalho com o trabalho - a gente tá antenado né (risos) é na na/todo currículo é para o trabalho mas na hora de inserção do jovem eh no
mercado de trabalho... acho que há um ponto aí que não está bem bem definido... qual papel do instituto em relação a inserção desse jovem no mercado não só para o deficiente como pra
todos os jovens que conclui os seus cursos técnicos aqui no instituto.
Pe2- Ao meu ver eu penso que não existe esse acompanhamento porque tenho 26 anos de
serviço na instituição e num num/desconheço.
Pe3- Não conheço nenhuma política que tenha sido implantada e implementada relacionada a
esse processo de inserção desse estudante no mercado de trabalho.
Pe4- Vejo as ações muito tímidas ainda.
ExCN1- Não... não é satisfatória não... ainda não é satisfatória como os os estágios em/de maneira geral os alunos eles têm uma/ah convênios né há alguns convênios que a escola
mantém com algumas instituições eh de trabalho e e e os os alunos através de seus cursos normalmente eles colocam na na/eh a divulgação desses/ dessas empresas que estão
precisando de estagiários - a princípio vamos falar do estágio pra depois ver o mercado de trabalho - então nem ( ) são poucos né são poucas as as as empresas - ainda tá faltando muito
que a escola po/faça um trabalho mais articulador mais com essas empresas porque daí é que vem/surge a possibilidade deles ingressarem no mercado de trabalho posteriormente mas os
estágios que são obrigatórios ou não obrigatório esses a escola ela facilita porque as/têm esses convênios com as escolas... então ou com as/a escola tem convênio com essas instituições de
trabalho né... então surgem os, os estágios - os alunos em geral eles se inscrevem ((ENTREVISTADORA PERGUNTA: os com deficiência também?)) Também também... é
tanto que o próprio Edvaldo...eu vou dar o exemplo dele porque ele eu acho que não se incomoda... ele tem prazer até ele fez um convênio... ele ele foi estágio na na biblioteca
pública do estado de Sergipe Apifa/Epifânio Do/Dórea - então ele fez/o está/estágio não foi ainda emprego né.... então ele fez ... outro menino cego ele fez num que... ele fez o curso de
turismo o técnico ele foi fazer um estágio num dos hotéis que eu até fui visitá-lo eh lá na/no hotel aqui de Aracaju na orla - então estágio eles vão não é? eh mas o encaminhamento do mercado de trabalho a escola ainda tá falha eh apesar da gente saber que existe a lei específica
de cotas nessas empresas de de de pequeno médio ou grande porte que têm tantos por cento
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né pra deficientes - mas a escola precisa de fazer essa articulação ainda ho/hoje ainda é talvez um ponto ainda negativo que a escola precisa avançar em em em conduzir... não sei o
processo como é porque você sabe que na/nas instituições é de empre/de emprego... quando é pública é através de concurso aí são eles mesmos cada um vai se virar e nessas instituições
que não são públicas são privadas, eles têm alguns eh pré-requisitos, requisitos e tal de fazer eh entrevistas essas coisas e tal - a escola não está com essa com essa função... com essa
função não com essa: com essa atribuição vamos supor assim... a escola hoje ela não faz esse encaminhamento dos nossos alunos com deficiência com necessidades específicas ao mercado
de trabalho... não há esse encaminhamento - a gente sabe que tem órgãos que isso po/a gente pode até fazer né como eu como eu falei né que o Ministério Público ele tá fazendo esse
trabalho que as empresas é solicitam né mas ainda não tivemos eh num num tivemos essa iniciativa.
ExCN2- Eh... na na minha época a gente não tinha eh uma proposta efetiva de colocação no mercado de trabalho - eh o que é que a gente fazia enquanto NAPNE independente dos
setores da instituição que tinham como função colocar o aluno no mercado de trabalho nós enquanto NAPNE a gente ia diretamente nos locais a gente sabia que tinha vagas em
determinados locais... G Barbosa - aí a gente cansou de ir no G Barbosa ver quantas vagas tinham e indicava os alunos que tinham lá na instituição pra que eles conseguissem fazer
estágios e consequentemente após a saída dos alunos a gente tinha os contatos, quando a gente sabia que tinha vagas o NAPNE mesmo ia lá na instituição ou ligava e entrava em contato pra
exatamente colocar essa/esse aluno no mercado de trabalho - então a gente nunca usou na época essa via do setor específico que tinha essa função - a gente nunca utilizou e eu me
lembro que apenas em um momento esse setor veio à nossa procura dizendo que tinha uma instituição que eh queria alunos com deficiência por conta da questão das cotas né... da da
legislação da lei né e precisava de alunos com deficiência - mesmo assim eles eh na época alguns alunos foi aluno cego surdo mas eles pegaram alunos com deficiência física né... na
realidade era só mesmo pra questão de cumprir a legislação... mas resumindo eh não tinha na época essa/esse não sei se interesse né... mas eles não tinham esse olhar ainda pra colocação
da pessoa com deficiência no mercado de trabalho o setor específico - a gente sim tentava correr atrás né o que não era tão fácil e depois que a gente corria atrás a gente ia pro setor
específico pra formalizar - essa era a lógica né.