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Perguntas e Respostas Apologéticas Em João 1.2, está escrito: "Ele estava no princípio com Deus". E em João 3.13: "Ora, ninguém subiu ao céu, se não o que desceu do céu, o filho do homem, que está no céu". Já em João 17.5, a palavra é: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse". Jesus Cristo já estava com Deus no céu antes de vir a terra? A resposta é sim. Jo 1.1-3 mostra isso: "o verbo estava com Deus...Ele estava no princípio com Deus". Na verdade, Jesus está demonstrando o seu conhecimento superior acerca das coisas celestiais. Ele está dizendo que ninguém subiu ao céu para trazer de volta a mensagem que ele trouxe. De forma nenhuma ele está negando que qualquer pessoa não esteja no céu. (Gn 5.24; 2Rs 2.11). Jesus está dizendo que ninguém na terra foi ao céu e depois retornou com uma mensagem como a que ele lhes dava. Como Jesus pode ser a raiz de Davi se nas genealogias apresentadas nos evangelhos é José, seu padrasto, quem aparece como descendente de Davi? A genealogia documentada em Mateus 1.1-17 é diferente da apresentada por Lucas 3.23-38. Mateus escreveu seu evangelho para os judeus e, assim, a genealogia oficial traz em questão as credenciais messiânicas judaicas de Jesus, pois os judeus esperavam que o Messias fosse descendente de Abraão e raiz de Davi. Lucas escreveu seu evangelho para os gregos e, por isso, apresenta Jesus como perfeito, segundo a concepção da cultura helênica. O propósito de Mateus é mostrar Jesus como verdadeiro rei, e o de Lucas é mostrá-lo como verdadeiro humano. Mateus apresenta a linhagem legal de Davi e Lucas a linhagem natural. Tanto José quanto Maria eram

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Em João 1.2, está escrito: "Ele estava no princípio com Deus". E em João 3.13: "Ora, ninguém subiu ao céu, se não o que desceu do céu, o filho do homem, que está no céu". Já em João 17.5, a palavra é: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse". Jesus Cristo já estava com Deus no céu antes de vir a terra?

A resposta é sim. Jo 1.1-3 mostra isso: "o verbo estava com Deus...Ele estava no princípio com Deus". Na verdade, Jesus está demonstrando o seu conhecimento superior acerca das coisas celestiais. Ele está dizendo que ninguém subiu ao céu para trazer de volta a mensagem que ele trouxe. De forma nenhuma ele está negando que qualquer pessoa não esteja no céu. (Gn 5.24; 2Rs 2.11). Jesus está dizendo que ninguém na terra foi ao céu e depois retornou com uma mensagem como a que ele lhes dava.

 

Como Jesus pode ser a raiz de Davi se nas genealogias apresentadas nos evangelhos é José, seu padrasto, quem aparece como descendente de Davi?

A genealogia documentada em Mateus 1.1-17 é diferente da apresentada por Lucas 3.23-38. Mateus escreveu seu evangelho para os judeus e, assim, a genealogia oficial traz em questão as credenciais messiânicas judaicas de Jesus, pois os judeus esperavam que o Messias fosse descendente de Abraão e raiz de Davi. Lucas escreveu seu evangelho para os gregos e, por isso, apresenta Jesus como perfeito, segundo a concepção da cultura helênica. O propósito de Mateus é mostrar Jesus como verdadeiro rei, e o de Lucas é mostrá-lo como verdadeiro humano. Mateus apresenta a linhagem legal de Davi e Lucas a linhagem natural. Tanto José quanto Maria eram descendentes de Jessé. Podemos apontar a genealogia de Lucas como sendo de descendentes familiares de Maria e a de Mateus, de José. Esta pode ser uma explicação, pois na cultura judaica o homem, através de seu comprometimento com uma mulher, era tido como filho de seu sogro. Assim, embora Maria não seja citada, ela é, no entanto, representada por seu marido.

A igreja primitiva batizava apenas em nome de Jesus?

Baseados nas passagens que seguem, algumas seitas se opõem à fórmula batismal trinitariana: At 2.38: "...seja batizado em nome de Jesus Criso..."; At 8.16: "... sido batizados em nome do Senhor Jesus..."; At 10.48: "...batizados em nome do Senhor..."; At 19.5: "...batizados em nome do Senhor Jesus". Observamos que não se trata de uma fórmula batismal porque as expressões não são uniformes. Muito razoável é afirmar que a narrativa de At 2.38, indicada com batismo em nome de Jesus Cristo, esteja se referindo à autoridade de Jesus, como se lê em At 3.16 e 16.18, na qual a autoridade de Jesus é invocada. Não se trata de fórmulas que acompanham tais acontecimentos, visto que em At 19.13 a invocação do nome de Jesus por exorcistas nada significasse porque os que o fizeram não tinham verdadeiramente a autoridade de Jesus. Em outras palavras, o batismo foi ordenado e levado a efeito sob a divina autoridade do Filho, empregando o ensino de Mateus

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28.19, que diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo".

Os adventistas do sétimo dia dizem que o descanso mencionado em Hb 4.9 é a guarda do sábado. Como refutá-los biblicamente?

É evidente que o repouso falado nesse texto não se refere ao sétimo dia da semana conforme indicado no quarto mandamento, mas, sim, o repouso de uma vida de fé em Deus. A idéia central do texto está em que Deus repousou depois de haver criado o mundo. Os profetas, de antemão, falaram de outro dia (Sl 95.7; 118.24), e não do sétimo dia semanal para comemorar um repouso maior, que se seguiria a uma obra maior, objetivando não apenas o corpo, mas todo o homem. Josué nunca conseguiu, devido à sua impossibilidade, conduzir o povo de Israel a uma paz real com Deus. Jesus, havendo terminado sua obra de redenção na cruz (Jo 19.30), trouxe ao homem paz e reconciliação. Na cruz foi abolido o sábado semanal (Os 2.11; Cl 2.16). Portanto, em comemoração ao glorioso repouso, que se seguiu a uma obra maior de redenção, resta guardar um descanso para o povo de Deus. E esse descanso é a plena confiança na consumação da obra de Cristo (Is 11.10; Mt 11.28-30). Tal argumento foi necessário para mostrar aos judeus, que se gloriavam no seu sábado semanal, que o cristão tem em Cristo paz e descanso com Deus.

O espírito maligno da parte do Senhor está relacionado ao seu caráter, ou seja, abençoador ou amaldiçoador, ou o termo foi traduzido de forma incorreta?

Sobre o espírito maligno que atormentava Saul - 1 Sm 16.23, "o texto hebraico não diz maligno como adjetivo adicionado à palavra espírito, mas é assim que devemos entender, sendo este o texto da Septuaginta, Vulgata Latina e das versões siríaca e árabe."O espírito maligno vinha da parte de Deus. A teologia hebraica era fraca sobre causas secundárias. A maior parte de casos de possessão demoníaca requer um convite da pessoa possuída ou influenciada. Esse convite pode consistir numa vida dissoluta nas drogas, na imoralidade, em certas formas de degradação etc."Saul havia começado bem sua carreira, mas a vida de selvagem violência sem dúvida corrompeu-lhe a alma. Além disso, ele violou propositadamente os mandamentos de Deus. Todas essas condições, juntamente, podem ter sido a causa do convite ao poder maligno. Os resultados foram desastrosos para todos os envolvidos!".Um caso paralelo é apontado por Jesus em Lc 11.24-26, no qual ele adverte que o vazio deixado pela partida do Espírito Santo é preenchido por um espírito do mal que, por sua vez, traz com ele mais sete espíritos, tornando o estado desse homem uma tragédia. Foi justamente isso que aconteceu com Saul, culminando com a sua morte (1 Cr 10.13-14).

O que é Iridiologia?

A iridiologia faz parte da medicina alternativa. É a leitura da íris, ou seja, a observação de doenças através dos olhos. Os iridiologistas afirmam que os olhos podem espelhar a condição de saúde do corpo porque a íris supostamente manifesta em detalhe o estado de cada sistema orgânico. Supostamente, a ligação da íris com o sistema nervoso central permite enviar de volta à íris informações detalhadas do resto do corpo. Além disso, segundo a teoria da iridiologia, cada íris revela o que está acontecendo do seu lado do corpo, uma impossibilidade anatômica (os impulsos nervoso que chegam de um lado do corpo quase sempre cruzam para o lado oposto a caminho do cérebro). Apesar da sua falta de credibilidade, a iridiologia está sendo cada vez mais aceita,

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mesmo quando usada como ou em conjunto com o diagnóstico e curas psíquicos.

Gostaria de saber o que é adocionismo?

Adocionismo é um ensino herético a respeito da natureza de Cristo. Está relacionado ao conhecimento das supostas grandes controvérsias sobre a pessoa de Cristo na história da Igreja Primitiva. Começou com Paulo de Samosata, bispo de Antioquia, entre os anos 260 e 272 A. D. Tal ensino não fora propagado abertamente até que, no século VIII, passou a ser divulgado por Elipandus, o arcebispo de Toledo, na Espanha, em 785 A D.

O adocionismo ensina que Jesus mantém dupla filiação para com Deus, o Pai. Cristo é Filho eternamente gerado do Pai e é divino, Deus Filho por natureza. E Jesus, o filho humano nascido de Maria, foi adotado por Deus porque Cristo (o Deus Filho) assumiu sobrenaturalmente o homem Jesus. O Filho de Maria, então, foi o Filho de Deus somente por ter sido assumido pelo eterno Filho de Deus e adotado por Deus, o Pai. O erro repousa na distinção que se faz entre Jesus, o homem nascido de Maria, e Jesus, o divino Filho de Deus. A posição ortodoxa é que Cristo é uma só pessoa, mas com duas naturezas distintas, divina (Deus e homem). Assim, não há necessidade de atribuir filiação separadamente. Um só Cristo e uma só pessoa. Para maior compreensão do assunto quanto às diversas controvérsias sobre a natureza e pessoa de Jesus, recomendamos a leitura de alguns livros que tratam de Cristologia entre os pais da Igreja.

De acordo com algumas Bíblias com notas, comentaristas há que afirmam que a genuidade do texto de Marcos 16.8-16 é discutível. Tal afirmação é verdadeira?

Os estudiosos diferem entre si quando consideram o fato de que esses versículos não fazem parte originalmente desse evangelho. Isso porque alguns importantes manuscritos gregos mais antigos não trazem esses versículos, enquanto outros constam apenas dos versículos 9-20 (conhecidos como o "longo final") e ainda outros apenas um "breve final" (aproximadamente o comprimento de um versículo). Uns poucos manuscritos trazem os dois finais, tanto o "breve" quanto o "longo". Devido a estas diferenças, alguns estudiosos crêem que os vv. 9-20 foram acrescentados posteriormente ao evangelho de Marcos, não sendo escritos por ele. Por outro lado, esses versículos são citados por escritores do final do século II e encontrados numa esmagadora maioria de manuscritos gregos do evangelho de Marcos. Para outros estudiosos, estes fatos estabelecem a autenticidade da passagem (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1178). O mesmo esclarecimento traz a Bíblia de Estudo PLENITUDE, p. 1019.

Qual a importância do arcanjo Miguel e por que ele disputava a respeito do corpo de Moisés, como está escrito em Judas 9?

Sobre a disputa do corpo de Moisés entre Miguel e Satanás há evidências de que este incidente é baseado na "A assunção de Moisés", uma obra judaica apócrifa (da qual restaram apenas alguns fragmentos) que expande a narrativa do sepultamento de Moisés em Deuteronômio 34.5-6 (introdução: dificuldade de interpretação). O episódio diz respeito ao confronto entre o arcanjo Miguel e o diabo pela posse do corpo de Moisés. Conforme geralmente se interpreta, o argumento de Judas é de que a linguagem áspera dos falsos mestres contrasta com a linguagem temperada de Miguel (2Pe 2.10). Outros estudiosos entendem que Judas apresenta o apelo de Miguel à

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autoridade de Deus em oposição à reivindicação dos falsos mestres de possuírem autoridade espiritual própria.O arcanjo Miguel, conforme Daniel 10.13-21 e 12.1, é um dos principais anjos e o guardião especial de Israel. Em Apocalipse 12.7, Miguel lidera a hoste de anjos na guerra contra o diabo e seus anjos. Considerando que os anjos adoram a Jesus e sendo Miguel um arcanjo ele também presta adoração a Jesus (Hb 1.6).

Em Gênesis 6.6 está escrito: "Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra...". Mas Números 23.19 diz: "Deus não é homem, para que minta, nem filho do homem, para que se arrependa". Qual a comparação bíblica entre estes dois versículos?

Os mórmons costumam apontar esse texto em confronto com Número 23.19, onde se lê que Deus não é homem (...) para que se arrependa. Querem, com isso, apontar contradições na Bíblia para justificar o Livro de Mórmon. Esse versículo aponta para a tristeza de Deus pela má índole do homem (v.5). Temos aqui, então, uma figura de linguagem (antropopática) para o entendimento humano, indicando que Deus se contristou pela desobediência do homem, e não que tivesse havido erro da parte dele. Em Números 23.19, vemos que Palavra de Deus, ao contrário da dos homens, se cumpre. Numa terceira passagem, Jeremias 18.7-10, lemos: "No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe". O texto mostra que se houver mudança de atitude do homem evitando o mal, Deus não enviará o mal anunciado. Não se trata de um arrependimento igual ao que os seres humanos sentem ao cometer erros. Deus não erra, logo, seu arrependimento não é igual ao nosso. Devemos reconhecer que o Deus soberano e imutável sabe lidar apropriadamente com as mudanças do comportamento humano. Quando os homens pecam ou se arrependem do pecado, Deus muda seu pensamento, abençoando ou punindo de acordo com a nova situação (Êx 32.12, 14; 1Sm 15.11; 2Sm 24.16, Jr 18.11;Am 7.3-6). (Nota: analisar a palavra arrepender no dicionário)

O que é, quando surgiu e quais as doutrinas ensinadas pela Perfect Liberty?

O fundador desse movimento é Tokuharu Miki, monge budista da seita zen. Tokuharu é mais conhecido como Kyosso. Em 1946, o patriarca Tokochica Miki legalizou esse movimento religioso conhecido como Perfect Liberty, ou Perfeita Liberdade. Sua sede central fica em Osaka, Japão. Adotam o panteísmo, para o qual tudo é um e tudo é Deus. Deus é um com a natureza. O fundador é o intermediário entre Deus e os homens, sendo também a única pessoa no mundo capaz de conhecer o Espírito Santo, ou espírito divino, e transmitir ensinamentos aos homens. A PL tem normas codificadas para a educação de seus seguidores, como, por exemplo, o "Guia da vida cotidiana" e os 21 preceitos. A principal forma de oração desse movimento é o oyashikiri, uma entoada vagarosa como um mantra. Possui vários templos e seus ensinos naturalmente contrariam a Bíblia, pois colocam Deus como um ser pessoal distinto da criação, embora não esteja distante dela (At 17.24-27) Quanto a Jesus, o apresenta como único mediador entre Deus e os homens (Jo 14.6; 1Tm 2.5) e declara que fora de Jesus não há salvação (At 4.12). Só Jesus dá a vida eterna (1 Jo 5.11-13). Só Jesus mandaria o Espírito Santo (Jo 14.16,26; 15.26). O fundador que se arroga às atribuições de Jesus não passa de um falso cristo (Mt 24.5, 23-25).

No Salmo 37.25, lemos: "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi

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desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão". Mas em Romanos 3.10 está escrito: "Não há um justo, nem um sequer". Como explicar essa aparente contradição ?

O Salmo 37.25 aborda a questão da graça providencial de Deus para aqueles que andam em retidão diante do Senhor (23,24). Davi fala de sua longa experiência de vida referindo-se ao fato de que Deus não abandona aqueles que andam de maneira ordeira. Até mesmo seus filhos são assistidos pela terna providência divina, de modo que não terão de viver na mendicância (Mt 6.25,26). O famoso erudito Adam Clarke parafraseou as palavras desse belo salmo da seguinte maneira: "Agora tenho cabelos encanecidos. Tenho viajado por muitos países e tido muitas oportunidades de observar e de conversar com pessoas religiosas de todas as idades, e, para meu conhecimento, ainda não encontrei uma única instância contrária. Ainda não vi um único homem justo abandonado, nem os seus filhos a pedir pão. Deus honra dessa maneira a todos quantos o temem, e assim cuida deles e de sua prosperidade". Devemos atentar para o fato de que Davi não diz que o justo nunca passa fome. Às vezes, vemos cristãos enfrentando problemas financeiros, ou debaixo de intensa perseguição (principalmente os missionários), passando necessidades, mas Deus os assiste. Em Romanos 3, Paulo está discorrendo sobre a natureza depravada do homem. Na oportunidade, o apóstolo fala sobre a universalidade do pecado, a alienação humana diante de Deus e, por fim, aponta magistralmente para o meio necessário à justificação que é a fé pessoal em Jesus Cristo como Salvador crucificado que ressuscitou (Rm 3.20-29; 4.23-25; 10.8-13). A palavra "justo" é empregada nas Escrituras com vários significados.

 

Em Mateus 5.48, Jesus nos diz para sermos perfeitos como o nosso Deus. É possível chegarmos a tal nível; ou seja, não cometermos nenhum pecado?

Muitas são as interpretações sobre esse texto. Alguns cristãos crêem que se trata de uma perfeição moral, alcançada ainda nesta vida. Essa idéia é chamada de "perfeccionismo" e, segundo seus propagandistas, "é uma obra especial do Espírito Santo que lhes dá vitória sobre todo o pecado ou sobre todo pecado intencional, o que os torna moralmente perfeitos neste mundo". Tal teoria, no entanto, foi fortemente combatida. E um dos fatos incontestáveis contra esse ensino é que os grandes santos da história bíblica e eclesiástica confessaram que, até sua morte, travaram ferrenha luta contra o pecado persistente em suas vidas. Convém mencionar que a palavra "perfeito" tem vários sentidos. Nessa citação ela pode indicar "sejam completos", como está escrito em 2 Timóteo 3.17. "Sejam completos" é algo diferente de uma perfeição sem pecado. Nosso Pai celestial é perfeitamente completo e o seu amor também é completo: o Senhor Deus ama a todos, sem acepção de pessoas (Mt 5.45,46, Rm 5.10 e Jo 3.16). E a nossa vocação na terra é sermos um reflexo do caráter de Deus. O amor incondicional e sublime de Deus deve fluir de nossas vidas para todo e qualquer ser - até mesmo para com os nossos perseguidores e do evangelho.

 

O que é a logosofia?

Trata-se de uma seita metafísica. A logosofia (sabedoria da razão, em grego) foi fundada por Gonzáles Pecotche, em 1930, na Argentina. A Fundação Logosófica do Brasil passou a existir em 1935, em Belo Horizonte, MG, de onde se propagou para os demais países da América Latina. Essa seita propõe um método de "reativação consciente do indivíduo", tentando fazer que este se torne o senhor de seus pensamentos e sentimentos e viva em calma a sua plena auto-realização. É uma doutrina contrária à fé, mas não deixa de afirmar a existência de Deus.

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Em suma, é um sistema de técnicas psicológicas que visa a morigeração da pessoa por seus próprios esforços. O relacionamento com Deus é vago. Embora Ele seja reconhecido como "Criador" e "Fonte de sabedoria", não há referência à oração nem à religiosidade nos escritos logosóficos, que se silenciam a respeito da vida além-túmulo. A logosofia, como se vê nos escritos de Pecotche, é auto-soteriológica (salvação pelas obras), contrariando os ensinos das Sagradas Escrituras (Ef 2.5,7; 2Tm 1.9; Rm 3.24,27, 4.1-5, 11.6 1Co 15.10; Tt 3.5).

Se o sol e os demais luminares foram criados no quarto dia, que luz é aquela que aparece no segundo dia da criação?

Antes de respondermos a essa pergunta, é necessário reiterar que a Palavra de Deus é a verdade. Ela foi dada por inspiração divina. Portanto, é infalível e inequívoca e o árbitro final em todas as discussões. Sua autoridade é derivada do seu Autor, e não das opiniões dos homens (Rm 15.4; 2Tm 3.15-16; 2Pe 1.21). Outra verdade que precisamos ter em mente é que toda a criação foi repentina e feita do nada (o que os estudiosos chamam de Creatio Êx Nihilo). Houve um tempo em que a luz não existia, mas, repentinamente, ela apareceu. O mesmo aconteceu com tudo que veio a existir (Sl 33.6-9;148.1-6; Hb 11.3). Dar uma resposta definitiva quanto ao que era essa luz é muito difícil, até mesmo para os estudiosos do assunto. Entretanto, podemos inferir algumas conclusões. É muito relevante que Deus tenha criado a luz antes do sol. É interessante notar também que o nome "sol" foi dado a essa estrela apenas em Gênesis 15.12. Isso significa, para muitos estudiosos, uma resposta antecipada de Deus contra a adoração desse ser inanimado. Muitos povos pagãos da antigüidade, principalmente os egípcios, adoravam o sol como uma divindade, mas, antes de sua existência, Deus já existia em toda sua glória (Sl 90.2; 102.25-27; Is 40.28; Jo 5.26; 1Tm 1.17; 6.16).Assim, depreende-se que a luz a que se refere Gênesis 1.4 trata-se da manifestação da glória de Deus em forma de luz (1Jo 1.5) antes mesmo da criação dos seres animados e inanimados. Dessa forma, Deus mostra para o homem que Ele é superior a tudo que existe e se move sobre a terra (Rm 13.1; Hb 6.13). Isso também serve para mostrar que as coisas criadas não são divindades, portanto não são Deus (doutrina conhecida como "panteísmo"), embora a criação seja prova suficiente da existência de Deus (Sl 19.1-6; Rm 1.20).

 

O que levou a terça parte dos anjos seguir a Lúcifer?

As Escrituras parecem indicar que, em algum momento entre Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1, houve uma rebelião no mundo angélico, no qual muitos anjos bons se voltaram contra Deus e se tornaram maus. O teólogo italiano Tomás de Aquino (1225-1274) ensinou que uma vez que os anjos não têm natureza carnal pecaminosa o pecado deles foi espiritual. Eles foram seduzidos pelo diabo, que os envolveu com o orgulho e a inveja contra Deus. Os anjos pecaram voluntariamente (Tomás de Aquino, "Suma Contra os Gentios", 63:1-9). Alguns fazem alusão ao texto de Judas 6 para apoiar esse ponto de vista quanto à queda dos anjos. As táticas de Satanás e dos demônios são a mentira, o engano, o homicídio e toda sorte de malignidade. Fazem isso para afastar as pessoas de Deus e levá-las à destruição (Jo 8.44; Ap 12.9; Sl 106.37). Mas, assim como Satanás e suas hostes foram expulsos do céu, também seu domínio e ação serão extirpados totalmente da face da terra (1Jo 3.8; Lc 9.1, 10.19; At 16.18; Rm 16.20; Ap 20.10).

 

Lemos em Mateus 24.40-41 a respeito do arrebatamento da Igreja e em 2 Coríntios 5.10 que todos hão de comparecer ante o tribunal de Cristo para que sejam julgados segundo as suas obras. Já que a Igreja será arrebatada, como ela será julgada?

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A chave para o entendimento correto dessa questão é a palavra "tribunal" (Bema, em grego), que aparece em 2 Coríntios 5.10. O termo bema significa "degrau", "plataforma elevada", "tribuna", "palanque", usados pelos oradores e pelos árbitros de competições esportivas, entre outros. Os crentes já têm seus pecados perdoados em Jesus Cristo e estes pecados nunca mais serão lembrados (Hb 7.24,25; 10.17; Jo 3.36; Gl 1.4). Todos os crentes comparecerão diante de Cristo para receber vários graus de recompensa pelo que fizeram nesta vida (Mt 6.20; Lc 19.11-27; 1Co 3.12-15). O julgamento das obras do crente, e não os pecados, é que está sendo discutido nesse episódio. Haverá graus de galardões no céu.

 

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino de céus" (Mt 5.3). Será que o tópico "pobres de espírito" teria base no texto grego do primeiro século e na tradução latina (a Vulgata) ?

Sim, pois os manuscritos mais antigos o contém. Alguns têm pensado que a palavra "espírito" sofrera um acréscimo devido ao que Lucas 6.20 omite a respeito da frase "de Espírito", o que transmite a idéia que Jesus falava, de forma literal, sobre pobreza física. Ainda que Jesus tenha proferido essa palavra a pessoas realmente pobres, que freqüentemente tinham seus bens pilhados pelas autoridades romanas, tais pessoas tinham muito orgulho de sua aparente religiosidade.O relato de Lucas quanto a essa questão é diferente do de Mateus (o daquele é mais resumido), pois cada evangelista teve uma visão selecionada das coisas que Jesus falou, mas todas essas visões são abrangentes. O verdadeiro sentido da "pobreza espiritual" pode ser melhor entendida à luz da célebre "Confissão de Westminster" sobre arrependimento: "Movidos pelo reconhecimento e sentimento não só do perigo, mas também da impureza e odiosidade de seus pecados, como contrários à santa natureza e justa lei de Deus, e conscientizando-se da misericórdia divina manifestada em Cristo aos que são penitentes, o pecador, pelo arrependimento, de tal maneira sente seus pecados que, deixando-os, se volta para Deus, tencionando e procurando andar com Ele em todos os caminhos de seus mandamentos" (XV.2). 

Qual a diferença entre o milênio das Testemunhas de Jeová e o milênio cristão?

Para esclarecer essa doutrina é preciso entender que, para as Testemunhas de Jeová, quando uma pessoa morre ela está absolvida do pecado, não existindo mais castigo adicional ("Raciocínios à base das Escrituras", STV. 1985, pp. 193-196). Esse ensino é tirado de uma interpretação equivocada de Romanos 6.23, que diz: "Porque o salário do pecado é a morte...". Primeiramente, o texto em voga não se refere à condição dos mortos, mas à condição diante de Deus, que é separação dele. As Escrituras mostram que logo após a morte vem o juízo: morte eterna ou vida eterna (João 3.36; Hebreus 9.27; Romanos 2.6-11). As Testemunhas de Jeová crêem que uma pessoa como Adolf Hitler terá uma segunda chance; ou seja, será ressuscitada e aprenderá os ensinos dessa seita (veja o livro "Conhecimento que conduz à vida eterna", STV. 1985, pp. 186-191). A isso denominamos purgatório-milenial. Em harmonia com esse ensino, a Tradução do Novo Mundo (Bíblia das Testemunhas de Jeová) traduz incorretamente o termo grego krisis (juízo), em Hebreus 9.27, por julgamento, querendo dizer com isso que a pessoa terá mil anos de preparo para a prova final com a libertação de Satanás. As pessoas portadoras de deficiências físicas, a cada dia no milênio, experimentarão a cura gradual de seu problema até alcançarem a completa perfeição.Dessa forma, os bilhões de ressuscitados vão gradativamente transformando a terra num paraíso. É notório que esta interpretação viola vários aspectos da doutrina cristã. Para nos, os cristãos, o milênio é a idade de ouro da terra. A criação será libertada (Romanos 8.18-23). A maldição será

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afastada (Isaías 11.6-9; 35:5-6). A terra será frutífera (Amós 9.13). As guerras cessarão (Salmo 46.9). Os ressuscitados ressurgirão com corpos redimidos perfeitos (1 Coríntios 15.52). Para conhecer cada detalhe da visão cristã em relação ao milênio, recomendamos o livro: "Todas as profecias da Bíblia", de John F. Walvoord, Ed. Vida, 2000.

As "Leis de expiação de pecado e de culpa" serviam também aos adúlteros como Davi? Se ele não as usou, por receber perdão direto, essa atitude comprometeu o povo e as próprias leis

As Leis de ofertas pelo pecado e pela culpa estão delineadas nos capítulos 4.1- 6.7 do livro de Levítico. Em Levítico 4.22-26, há instruções para aquele governante que tenha cometido pecado "por ignorância", ou seja, pecado culposo. O delito de Davi (adultério seguido de homicídio) não se enquadrava nessa descrição por ser um pecado "doloso", e os sacrifícios não serviam de base para a expiação desses pecados. (Números 35.31,32; 15.22-31; 1 Samuel 3.14; Êxodo 21.14; Deuteronômio 1.43; 17.12-13;18.20-22; Salmo 19.13; 2 Pedro 2.10). Durante boa parte da história de Israel, sempre teve um dia para as cerimônias de expiação. Esse dia especial afirmava um profundo senso de pecado e a compreensão de que apenas Deus podia resolvê-lo (Levítico 16.1-34, Números 29.7-11, Ezequiel 45.18-21). Nesse dia, o sumo sacerdote era o único que tinha permissão para entrar no lugar santíssimo (santo dos santos) e oferecer sacrifícios por seus próprios pecados e pelo pecado do povo. O meio de perdão definitivo, entretanto, só veio com o Novo Pacto estabelecido pelo sangue de Cristo e pelo poder da sua ressurreição. Mas, voltemos a Davi. Ele sabia da sentença divina para quem cometia o tipo de pecado que cometeu (2 Samuel 12.5). Todavia, ao ser confrontado pelo profeta Natã (2 Samuel 12), Davi, contrito, se arrependeu profundamente. E foi justamente nessa ocasião que escreveu os Salmos 32 e 51, uma expressão de profunda convicção de pecado. Ele recebeu o perdão de Deus (2 Samuel 12:13; Oséias 14.4), mas as conseqüências de seu erro perduraram, e foram vistas por todo o povo: instabilidade, incesto e mortes na família de Davi. A vida é uma semeadura: se semearmos a desobediência a Deus, ceifaremos infelicidade e toda sorte de males (Gálatas 6.7).

 

Lendo Mateus 27.37, Marcos 15.26, Lucas 23.38 e João 19.19, pude observar que cada um desses evangelhos relata o título escrito por Pilatos sobre a cruz de Jesus de diferente maneira. Por quê? Será que existe alguma contradição

Ao estudarmos os evangelhos sempre nos deparamos com vários relatos que parecem contraditórios entre si (Exemplos: os anjos que aparecem às mulheres na ressurreição, a cura do cego de Jericó, a morte de Judas etc). Mas, ao compararmos tais narrativas que se diferem entre si, mas não se contradizem, constatamos que elas são complementares. Cada evangelho apresenta a parte essencial da inscrição feita na cruz: "O rei dos judeus". O erudito cristão Normam Geisler (Manual popular de dúvidas, enigmas e "contradições" da Bíblia - Ed. Mundo Cristão, 1999), elucida o porquê das diferenças. Vejamos: "...João 19:20 diz: 'Muitos judeus leram este título, porque o lugar em que Jesus fora crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. Daí se vê que aquelas palavras acima da cabeça de Cristo foram escritas em pelo menos três línguas diferentes, e algumas diferenças podem ter-se originado pela tradução dessas línguas diferentes".

 

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O que significa o purgatório, conforme ensino da Igreja Católica Romana?

Segundo o "Catecismo da Igreja Católica (1993), § 1030", o purgatório é uma condição na qual se encontram aquelas pessoas que "morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificadas, embora tenham garantida a sua salvação eterna". Assim, essas pessoas precisam passar por uma purificação "a fim de obterem a santidade necessária para que entrem na alegria do céu". Essa purificação, no entanto, não deve ser confundida com o castigo dos condenados ao inferno. Foi, sobretudo, nos Concílios de Florença (1442) e de Trento (1546) que a Igreja Católica formulou a doutrina do "fogo purificador", baseando-se em textos como Mateus 12.31, onde Jesus declara que a blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado que não será perdoado nem neste mundo nem no vindouro. Dessa afirmação, a Igreja Romana deduz que "certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro"(idem, § 1031). Outra passagem citada é 1 Coríntios 3.15, que diz: "Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo, todavia como que pelo fogo".Os católicos dizem que essa passagem alude à purificação temporal. O livro de II Macabeus 12.46 também é citado em apoio à doutrina do purgatório, uma vez que esta passagem sustenta a prática da oração em favor dos mortos. Para garantir a visão beatífica aos exilados no purgatório, a Igreja Católica recomenda as esmolas, as indulgências, as obras de penitência e as missas oferecidas em favor das almas.Afirmamos, porém, que não é o "fogo" do purgatório que nos purifica no além, mas como disse o apóstolo João, é "o sangue de Jesus Cristo que nos purifica de todo pecado" (1 Jo 1.7). O melhor de tudo é que não precisamos esperar o além para sermos purificados. João ainda diz: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1.9). A suficiência de Cristo descarta todo e qualquer outro meio de nos purificar e nos conduzir ao céu. Declarou o apóstolo Paulo: "Ele se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras" (Tito 1.14).Aos Efésios, Paulo diz que por meio de Cristo temos "a redenção pelo seu sangue, a remissão dos nossos delitos, segundo as riquezas de sua graça" (1.7). Como, então, explicar as passagens citadas pelo catolicismo?Em Mateus 12.31, Jesus simplesmente enfatiza a gravidade do pecado contra o Espírito Santo, dizendo que o perdão é impossível, não importando o tempo e o espaço.O assunto de 1 Coríntios 3.15 gira em torno dos cristãos que hão de comparecer ao Tribunal de Cristo (Bema - palavra grega que significa pódio). Não para sermos julgados, mas, sim, galardoados. Nesse Tribunal, as pessoas receberão suas recompensas de acordo com as obras que realizaram (Ver 2 Co 5.10).Quanto ao texto de II Macabeus, nós, os evangélicos, não o aceitamos como escritura inspirada por Deus, não servindo, portanto, como prova escriturística. Ele serve apenas para revelar o costume pagão de alguns judeus. E não deve, evidentemente, ser tomado como norma para o povo de Deus. Caso não tenhamos dirimido cabalmente esta dúvida, aconselhamos as pessoas a adquirir (se ainda não o fizeram) a "Série Apologética", e também a "Bíblia Apologética" (publicadas pelo ICP), que analisam, com desvelo, as mais variadas seitas e heresias, tanto as antigas como as contemporâneas, e ainda oferecem respostas cristãs irrefutáveis!

 

Ao trair Jesus, Judas fez isso por dinheiro ou para que o Filho de Deus se rebelasse contra Pôncio Pilatos e Herodes?

A figura de Judas tem fascinado muitos pensadores, os quais dão várias explicações para seu comportamento. À luz das Escrituras, vemos que a idéia de que Jesus tinha aspirações revolucionárias, intenções reveladas às autoridades mediante a traição de Judas, é inconcebível. Muito antes da semana final Jesus havia-se revelado como o Messias (Lucas 19.28-40; Mateus 26.52-54). A ambição sempre foi um sentimento visível na vida de Judas, vemos isso em João

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12.4-6. Essa é a explicação mais plausível! A figura de Judas serve como um lembrete de que o pecado é algo terrível, mas somente a morte de Cristo é o poder de Deus para efetuar a salvação de seu povo.

 

De acordo com Mateus 19.16-22, temos realmente de vender tudo para que possamos seguir a Cristo?

Esse texto, junto com Atos 2.42-44 e 4.34-35, tem sido usado por muitas seitas (como, por exemplo, a Igreja de Cristo Internacional, a Igreja da Unificação e os Meninos de Deus, entre outras) para fazer que a pessoa doe tudo o que possui à sua organização (à do grupo religioso) e passe a viver como pedinte pelas ruas dos grandes centros urbanos atrás de donativos, não para ela, mas para o próprio movimento. Em Mateus aprendemos que aquele jovem era um homem de "posição" e, logo de início, vemos um problema fundamental. Enquanto Jesus usa o verbo "receber" (Lc 17.17), o homem usa o verbo "fazer". O jovem tinha a impressão errada de que podia ganhar a salvação por meio do esforço pessoal. Afinal, ele estava acostumado a ter tudo o que queria por ser rico. E ainda jactanciava-se de cumprir a Lei. Mas Jesus coloca o dedo no problema dele. No fundo, aquele jovem era um transgressor da Lei. Um idólatra! Pois tinha feito do dinheiro o seu deus, tentando adorar a Deus e a "Mamom".Não é errado possuir riquezas, desde que a pessoa não se deixe dominar por ela (1Tm 6.10). O texto, porém, não deve ser interpretado como sendo uma instrução normativa para os crentes venderem tudo e viver na pobreza, dependendo do governo e dos outros para sua subsistência. Ao agir dessa forma, estará incorrendo em grande pecado. Atos 2.44-45 não diz que eles vendiam suas residências. O que está implícito nesses versículos é a venda de terras e de outras propriedades excedentes. As medidas tomadas por aqueles crentes eram voluntárias. Estavam vivendo uma situação temporária para o progresso do evangelho e da Igreja primitiva. Novamente trata-se de uma passagem descritiva de profunda significância para nós, mas não uma norma a ser seguida. O pastor F.B. Meyer, homem que em toda a sua vida cristã viu que a piedade era a verdadeira riqueza, dá um conselho que se encaixa na aplicação do aludido texto, e que deve servir de alerta para cada cristão que está pouco a pouco se deixando dominar pelo espírito consumista de nossos dias. Eis o que ele disse: "Não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro que abre as eclusas e comportas da alma, através das quais correm encachoeiradas as destrutivas ondas da ambição que afoga os homens na destruição e na perdição. Lembremo-nos de que nada podemos levar deste mundo, com exceção do nosso caráter".

Se a astrologia é condenada, como os magos se deixaram dirigir por uma estrela?

As Escrituras condenam o estudo e uso de mapas das estrelas? Não! Se o estudo for matemático e cientificamente útil, não existe nenhuma restrição bíblica a ele. O estudo da astrologia é útil. Podemos ver isso em Gênesis 1.14: E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.

Vemos, na Bíblia, que o estudo do sol, da lua e das estrelas, para sinalizar tempos e marcar épocas, é legítimo. A partir da observação das estações climáticas e das estrelas, temos como planejar pescarias, viagens pelo mar etc.

A astrologia só é condenada se o seu estudo envolver superstições, for místico e estiver relacionado com adivinhações ou forças ocultas. Os adeptos da Nova Era afirmam que a estrela

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vista pelos magos significa o início da era de Peixes, que, por sua vez, cede lugar, neste milênio, à era de Aquário. Não encontramos indício nas Escrituras de uma era não-cristã, quando algum sistema viesse sufocar e destruir a Igreja. Antes, a Igreja prevalecerá sobre as portas do inferno (Mt 16.18), embora a Bíblia tenha previsto a apostasia parcial (2 Ts 2.3).

A estrela vista pelos magos guiou o grupo até o lugar onde estava o menino (Mt 2.9), o que não deixou de ser uma evidência sobrenatural que demonstrava a condição ímpar do nascimento de Jesus. Aos sábios e poderosos foi anunciado as boas novas; ou seja, o evangelho. Contudo, não foram os sábios segundo o mundo que abraçaram a grande salvação (Mt 11.25; 1Co 1.19,26-27).

A estrela não evidenciou o destino da pessoa de Jesus, mas o local onde estava o menino. O tempo e o caráter do futuro Rei já estavam exarados nas Escrituras (Dn 9.25-27; Is 53). Até mesmo a região em que Ele nasceria era do conhecimento dos sacerdotes (Mt 2.6; 2 Sm 5.1-2; 1 Sm 17.12).

Algumas lições que podemos extrair desse episódio:

As pessoas estrangeiras e os estudiosos davam mais atenção às profecias do que muitos que viviam em Jerusalém.

As profecias eram um maneira de Deus censurar a falta de zelo dos príncipes de Israel. Os magos demonstram respeito pelas profecias e adoraram o Rei, ofertando-lhe ouro,

incenso e mirra (Mt 2.11). A atitude dos magos foi agradável a Deus, que os orientou para que tomassem outro

caminho (Mt 5.12).

O rosto de Deus pode ser visto ou não? Encontramos alguns textos bíblicos que nos dizem que Moisés falou face a face com Deus. Contudo, Deus declarou a Moisés que homem nenhum verá a minha face, e viverá (Êx 33.20). Como conciliar essas duas passagens? O texto tem sido interpretado também para afirmar que Deus tem corpo físico. É necessário saber o que realmente o texto está desejando transmitir. Falar face a face indica que os dois, Deus e o homem, são físicos ou teria outras implicações? A frase face a face denota intimidade, falar a um amigo, diretamente, sem intermediários. É esta a intenção do texto: demonstrar a familiaridade que Moisés tinha com Deus. Tal familiaridade era fundamental para sua liderança ante o povo israelita. Em outras ocasiões, demonstrava a certeza das promessas divinas, como a referência a Jacó, em Gn 32.30 (1) , onde Deus teria falado face a face com Jacó, o que resultou em sua salvação. Contudo, a essência ou plenitude de Deus jamais pode ser vista pelo homem mortal (1 Tm 6.16). Dizer que ninguém viu a Deus expressa a incapacidade de a criatura humana de conhecer a Deus em sua plena natureza divina. O Senhor Deus é um ser espiritual e infinito. Por outro lado, Deus somente pode ser conhecido por intermédio de seu Filho, Jesus Cristo (Jo 1.18).1 Consulte a Bíblia Apologética (Gn 32.30)

 A passagem de Êxodo 21.22,23 significa que um ser que ainda não nasceu tem menos valor do que um ser já adulto?O texto bíblico em referência diz o seguinte: Se alguns homens pelejarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, porém não havendo outro dano, certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e julgarem os juizes. Mas se houver morte, então darás vida por vida. Não encontramos base nessa passagem para a execução de um aborto, e muito menos para uma comparação depreciativa entre um ser que ainda não nasceu e um ser já formado, adulto. A palavra-chave do texto é yatsa, que significa literalmente sair ou dar à luz – jamais tem o sentido de um aborto voluntário.(1) Outro aspecto a ser considerado é a frase: não havendo outro dano (v. 22). Se além do nascimento prematuro não houver outro dano, isto é, morte, o culpado pagará um multa, apenas. Ao contrário,

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ocorrerá o que é evidenciado no versículo 23, que diz: mas se houver morte, então darás vida por vida. Quanto a essa questão, o que o texto está realmente dizendo? Poderíamos parafrasear assim: se dois homens discutirem, e isso causar uma briga violenta e eventualmente uma mulher grávida for atingida de maneira que venha a dar à luz prematuramente, contudo, não havendo outro dano, tal agressor será multado. Mas se houver morte, será vida por vida. Qual o motivo da multa? Uma gravidez prematura certamente deixará a mulher num estado precário, exigindo maior cuidado. E a multa servirá de auxílio durante sua recuperação.Não encontramos base nas Escrituras para o aborto voluntário. Quanto mais pesquisamos as Escrituras mais encontramos leis justas que amparam e protegem o feto: Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia (Sl 139.16). 1 Consulte a Bíblia Apologética (Êx 21.22-23)

Havia namoro, noivado e casamento nos tempos bíblicos?Não como em nossos dias. Acontecia da seguinte forma: depois ter sido a noiva escolhida, ou pelos pais do pretendente (Gn 24.1-4), ou pelo pretendente (Gn 29.18), ocorria o noivado, período que precedia o casamento. Esse período era muito importante, especialmente nos casos em que os noivos mal se conheciam ou jamais tinham se visto antes. O noivado dos jovens solteiros durava geralmente um ano. Já o noivado de uma viúva, apenas um mês.Enquanto que em nossas leis somente o casamento tem aspecto legal e absoluto de contrato e o rompimento do noivado raramente é considerado um ato passível de ação judicial, a não ser que tenham ocorrido prejuízos reais, na lei israelita não era assim. O noivado e o casamento eram duas condições bem definidas e distintas, cada uma delas, no entanto, tinha sua própria etapa (Dt 20.7). O casamento propriamente dito era, na verdade, a união de dois seres por toda a vida. Vejamos o que disse o anjo a José: não temas receber Maria, tua mulher (Mt 1.20). Embora essas duas condições fossem teoricamente distintas, elas, na verdade, se envolviam. A lei que reconhecia os direitos e as obrigações durante o noivado era a mesma para o casamento. A noiva suspeita de infidelidade ficava sujeita ao apedrejamento, exatamente como acontecia no casamento. Por outro lado, ela tinha a vantagem de alguns direitos legais: não podia ser rejeitada, exceto mediante carta de divórcio; se o jovem morresse, era considerada viúva.

O que significa a expressão dois pesos e duas medidas?Essa expressão é encontrada cerca de seis vezes nas Escrituras. Veja Provérbios 20.10, que diz: Dois pesos diferentes e duas espécies de medida são abominação ao Senhor, tanto um como outro. Trata-se, portanto, de uma expressão idiomática; ou seja, pertencente aos povos primitivos, e significava usar de critério diferente para o beneficio próprio. O texto deve ser entendido literalmente, pois as pessoas costumavam usar, para vantagens ilícitas, uma medida para compra e outra para venda, adulterando o seu peso.A exatidão nos pesos não se tornou importante apenas para as transações com trigo e outras mercadorias, mas também para fortificar a moeda. E foi dentro desse contexto e com honestidade que Abraão pesou a Efrom, 400 siclos de prata (cada siclo equivale a 11,424 g), para comprar o campo e a caverna onde sua esposa Sara foi sepultada. Pouco a pouco, a prática de pesar dinheiro foi sendo substituída pela moeda cunhada com símbolo ou imagem. Até que as moedas se fortificassem entre o povo, as pessoas continuaram pagando suas dívidas com o peso, forjado com metal precioso.A prática de pesar o dinheiro em vez de contá-lo era muito comum na Palestina dos dias de Jesus, e também em toda a região do Mediterrâneo. E isso paralelamente ao uso do dinheiro cunhado. As balanças serviam, ainda, para comprovar se as moedas eram verdadeiras; ou seja, se não tinham sido cortadas ou limadas. Tal comprovação cabia aos banqueiros e aos cambistas, o que deveria ser uma tarefa difícil, devido à variedade de moedas em uso naquela época, na Palestina.Assim como em nossos dias é comum um vendedor obter certa margem de lucro na transação de compra e venda de moeda (dinheiro), o mesmo acontecia naqueles dias. Algumas pessoas dos tempos bíblico usavam uma medida de peso maior para compra e outra menor para a venda. Com isso, os pobres e necessitados eram os mais prejudicados quando vendiam suas mercadorias.

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Além do lucro costumeiro, os cambista injustos tinham vantagem na compra e venda desleais. Tal situação fez com que Jesus agisse severamente contra o comércio ilícito no templo e os comerciantes desonestos. O evangelista Mateus, que era cobrador de impostos (Mt 10.3), registrou claramente esse importante detalhe: E disse-lhes (Jesus): Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões (Mt 21.13). O comércio no templo era ilícito (Lv 5.15; 12.8; 27.25), mas as fraudes nas medidas eram condenadas! A Míshiná fala de uma época em que o preço de dois pombos chegou a ser de uma medida de ouro equivalente a dois dias de trabalho.

Hebreus 12.14 diz: "sem santidade ninguém verá a Deus". Mas, ao mesmo tempo, a Bíblia afirma que "todo o olho o verá". E agora? Em Hebreus 10.10 somos informados de que, por meio do sacrifício de Cristo, os crentes são santificados de uma vez por todas (Ver também Hebreus 13.21). Devemos confiar em Deus e seguir a santificação para a qual fomos chamados. Hebreus 12.14 fala do apogeu da comunhão cristã na glorificação, enquanto, aqui na terra, contemplamos a "face de Deus", por meio de Cristo (2 Coríntios 4.6). Mas chegará o dia em que se cumprirá Apocalipse 22.4. O texto de Apocalipse 1.7 fala sobre a vinda de Jesus Cristo em juízo, na Palestina, quando as nações ímpias tiverem conquistado a região, ameaçando aniquilar o povo judeu. Nessa ocasião, haverá a intervenção divina, como aconteceu no Mar Vermelho. E todos hão de ver a Jesus, inclusive aqueles que desdenharam o verdadeiro Cristo e propagaram e defenderam o falso Cristo. Esses ver-se-ão diante da augusta epifanéia (manifestação) do Reis dos reis e tentarão se esconder do juízo divino e de sua glória. No Salmo 51.7 Davi pede: "Purifica-me com hissope, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve". A aspersão com água naquela época é a mesma usada pelos católicos hoje, com água benta? Por que a igreja não faz uso desse cerimonial?

Davi faz alusão à cerimônia de purificação de um leproso (Levítico 14.4-6,49,57). Sua convicção de pecado foi tamanha que podemos dizer que ele se sentia como um "leproso". O célebre pastor Martyn Lloyd Jones intitulou esse capítulo de forma muito interessante, em uma de suas marcantes pregações que foi transformada em livro: "O Clamor de um desviado". O hissopo era uma planta usada, junto com outros elementos, como o "pau de cedro, estofo carmesim", no ritual de purificação. Tais elementos simbolizavam o estado de pecaminosidade e de humilhação sob o juízo de Deus. O cedro era emblema da grandiosidade de Deus e de seu perdão; o hissopo, da pequenez do homem diante da graça perdoadora de Deus. Esse ritual de purificação nada tinha a ver com o da água benta (água adicionada de sal) ou coisa parecida. O sangue e a água eram usados na purificação dos leprosos. Davi anseia uma purificação espiritual. A água tipifica o Espírito Santo, como sendo Ele o "Espírito da vida" (Romanos 8:2). O sangue apontava para o sangue vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (Ap 7.14; Is 1.18; Ef 5.25-27)

 Afinal, os mortos estão no céu conscientes ou não, conforme Ec 9.5-10? O livro de Eclesiastes é realmente arcaico e imperfeito? Gostaria de obter uma explicação sobre esse assunto?

O livro de Eclesiastes é valiosíssimo para nós. Ele está entre um dos mais criticados e mal interpretados das Escrituras Sagradas. Talvez seja por seu estilo literário. Nos primeiros capítulos fala da vida sob a perspectiva materialista-pessimista, para, então, posteriormente, refutar tal cosmovisão. E conclui com a célebre declaração: "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (12.13,14).Se entendermos, no sentido absoluto, que os "mortos não sabem coisa nenhuma", devemos

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também entender que eles não "têm recompensa". Desde que os grupos aniquilacionistas (Testemunhas de Jeová, Adventistas, entre outros) resolveram interpretar esse texto no seu sentido absoluto, eles foram forçados a admitir que não há recompensa para os mortos e, com isso, a negar a possibilidade da ressurreição, o que contraria seu sistema de crença a respeito. Eclesiastes 9.6 afirma que os mortos não sabem coisa nenhuma que é feita "debaixo do sol", o que significa que eles não sabem o que está se passando na terra, mas, certamente, conhecem o que acontece no céu (Ap 6.9-11).

 Por que o povo de Israel não podia comer pão com fermento durante a Páscoa?

A festa dos Pães Asmos (matstsóhth) começava na noite da Páscoa (14 de nisã, período que compreende os meses de março e abril). Ver Êxodo 12.6,18. O fermento tinha de ser retirado das casas, pois era símbolo do pecado, da corrupção e da maldade. Havia uma "santa convocação" (Êx 12.16). Nenhum culto a Deus tem valor se for acompanhado de pecado. O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 5.6-8, faz um paralelismo entre a festa dos pães asmos e o tipo de pureza de vida que os crentes devem ter. Em Mateus 16.6, o fermento ilustra a falsa doutrina. Certo escritor cristão do século XVI disse uma frase que convém atentarmos: "Um milímetro de desvio da sã doutrina nos leva a quilômetros de distância de Deus". O fermento muda o caráter do pão, e o pecado, na vida do salvo, tira-lhe o brilho da redenção.

Interpretar a Bíblia pela ciência é uma atitude perigosa?

Existem estrelas na galáxia há milhões de anos-luz distantes do planeta Terra. Conseqüentemente, a luz dessas estrelas foi emitida há milhões de anos e somente hoje chega até nós. Seguindo esse raciocínio, podemos dizer que entre os vv. 1 e 2 de Gênesis 1 há um intervalo de milhões de anos? Se é assim, a afirmação de que o mundo tem apenas seis mil anos é incorreta?

A teoria do "Intervalo", que se supõe um grande espaço cronológico entre os versículos 1 e 2 de Gênesis 1, tem sido amplamente defendida em nossos dias. Essa teoria começou a ser difundida tenazmente em muitos seminários teológicos e aceita em várias instituições cristãs por volta dos anos 1950-70. Surgiram muitas descobertas "científicas" que pareciam derrubar vários postulados cristãos com respeito à criação. As medições por radiocarbono e pelo argônio de potássio dos fósseis estimaram a terra em bilhões de anos, enquanto os cristãos ortodoxos davam seis mil anos, e não mais. Muitos crentes sinceros, buscando consertar esse disparate, criaram teorias harmonizadoras dando interpretação figurada a Gênesis 1-2, o que resultou em maior confusão. Usar a ciência para interpretar a Bíblia é de fato muito perigoso. Pois a ciência, muitas vezes, se contradiz. Sua abordagem geralmente é experimental e especulativa, diferindo dos paradigmas cristãos. O consulente cita as estrelas que estariam há milhões de anos luz da terra cuja luz está chegando até nós somente agora, supondo, com isso, que a terra teria milhões de anos. Todavia, esse mesmo argumento tem sido usado pelos cientistas para afirmar que o planeta terra possui cerca de seis mil anos. Gostaria dizer, no entanto, que criação de Deus foi instantânea, e não gradual (Sl 148.5; Gn 1.3,11,14,20,24).

Jesus curou um ou dois endemoninhados em Gadara?  O fato em questão encontra-se em Mateus 8.28-34 (comparar Marcos 5.1-20 e Lucas 8.26-39). A distinção dos relatos dos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas é que Mateus fala de dois endemoninhados, enquanto Lucas e Marcos apenas de um. Mas, afinal, eram dois ou um? A explicação, neste caso, é que Mateus foi mais detalhista em seu escrito, como aconteceu também no relato que ele fez a respeito da cura de dois cegos (Ver Mt 20.30). Quanto a Marcos e Lucas,

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eles se ocuparam apenas em focalizar o endemoninhado proeminente. O que devemos levar em consideração no relato desses evangelistas é o propósito de suas narrativas. Ou seja, seu ponto principal: houve ou não o milagre da libertação? Os autores têm a mesma posição quanto ao poder de Cristo? São unânimes ao demonstrar evidências de que Jesus era de fato o Messias ou vacilam nas credenciais messiânicas? Podemos perceber, no Novo Testamento, que todos os evangelistas procuram apresentar evidências conclusivas sobre a vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição de Jesus. E não apenas os evangelistas, mas os inimigos de Cristo (as classes religiosas de sua época e os historiadores céticos) também registram essas evidências. Quanto aos pormenores, cada um escreveu segundo sua própria perspectiva. E faziam isso de acordo como os detalhes lhes saltavam aos olhos: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra" (1 Jo 1.1-4).