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SENSIBILIDADE TÁTIL DE DENTES VITAIS E TRATADOS ENDODONTICAMENTE SCHNEIDER, B. J. et al. Tactical sensitivity of vital and endodontically treated teeth. Journal of Dentistry, Vol. 42, p. 1422-1427, 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL Luana Rosário Martins Salvador – BA – Brasil Novembro de 2014

Sessão Científica Bolsista Luana Martins - 2014.2

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SENSIBILIDADE TÁTIL DE DENTES VITAIS E TRATADOS

ENDODONTICAMENTE

SCHNEIDER, B. J. et al. Tactical sensitivity of vital and endodontically treated teeth. Journal of Dentistry, Vol. 42, p. 1422-1427, 2014.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAFACULDADE DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIALLuana Rosário Martins

Salvador – BA – BrasilNovembro de 2014

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Introdução

Periodonto saudável – vários receptoresneurais com funções distintas. (VAN STEENBERGHE, D., 1979)

- Receptores do ligamento periodontal: capacidade discriminatória de sensibilidade tátil e nociceptiva, regulação da atividade muscular.

(VAN STEENBERGHE, D. et al., 1978)

Em dentes tratados endodonticamente (DTEs): ausência de pressorreceptores intradentais e maior limite para a sensibilidade pressorreceptiva.

(LOEWENSTEIN, W. R. et al., 1955)

Maior tendência à fratura.(WEGNER, P. K. et al., 2006)

Dentes com prótese (completa ou parcial removível) capacidade discriminatória reduzida.

(CHRISTENSEN, L. V. et al., 1976)

http://m

edodedentista.com.br/2012/07/

parestesia-e-culpa-do-dentista.html

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Introdução

Avaliações dos limiares:- Limiar passivo: aplicação de força mecânica crescente sobre o dente. - Limiar absoluto de percepção: primeira sensação provocada com a mínima força.

(JACOBS, R. et al., 1994)

Força necessária para a primeira percepção nos dentes 1 a 10 cN.(ADLER, P., 1947)

Randow et al. (1986)

3 participantes

1 dente vital e1 dente não-vital Resultado: dente não-vital apresentou

2 vezes mais dor do que dente vital

Fraca evidência clínica

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Introdução

↑ risco a fraturas:- Maior perda de substância (cárie/ acesso endodôntico).- Estresse do tratamento endodôntico.

(AL-OMIRI, M. K. et al., 2010; BURKE, F. J., 1992; FERNANDES, A. S. et al., 2001; LUBISICH, E. B. et al., 2010; LYNCH, C. D. et al., 2002; REEH, E. S. et al., 1989; TANG, W. et al., 2010; TIKKU, A. P. et al., 2011)

71% dos dentes fraturados possuíam tratamento endodôntico.(GHER JR., M. E. et al., 1987; LEWINSTEIN, I. et al, 1981)

Após cerca de 10 anos, DTEs sofreram fratura radicular vertical.(BURKE, F. J., 1992; TESTORI, T. et al., 1993)

O estudo avaliou o limiar passivo de sensibilidade tátil em dentes vitais e DTEs, usando forças cêntricas e excêntricas.

Hipótese nula: a sensibilidade tátil não difere entre os dois grupos de dentes.

http://www.eecampinas.com.br/v1/literatura3.php

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Objetivos

DTEs usados como pilares para PPRs têm maior risco à fratura em comparação com dentes vitais.

DTEs limiar mais baixo para sensibilidade tátil.

O estudo comparou o limiar de sensibilidade tátil de dentes vitais e DTEs em um mesmo grupo de indivíduos.

http://www.lersaude.com.br/dentes-sensiveis-quais-as-causas-e-o-que-fazer-para-evitar/

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Materiais e Métodos

40 participantes (24 e 16 ). Departamento de Prótese Dentária, Propedêutica e Materiais Dentários,

Universidade de Christian-Albrechts, Kiel.

Pelo menos um dente vital Um DTE do

mesmo arco

PPR com fixação dupla (dente

vital) DTE

&

&

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Materiais e Métodos

Critérios de inclusão:- Periodonto saudável (até 3 mm);- Mobilidade de 0-1;- Dentes vitais com teste de sensibilidade positivo;- Nível ósseo estável (até 1/3 de perda óssea);- Canal radicular com preenchimento suficiente;- Ausência de sinais clínicos em DTEs.

http://

ww

w.ufpi.br/m

estsaude/materias/ind

ex/mostrar/id/11790

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Materiais e Métodos

Após remoção da PPR:

Três sinais acústicos: (1) ao perceber o primeiro contato (25 a 250 cN);(2) ao perceber a pressão (100 a 2000 cN);(3) quando a pressão tornou-se desagradável (250 a 2000 cN).

Força Cêntrica

Crescente (0 a 2000 cN)

Sentido axial

Força Excêntrica

Crescente (0 a 2000 cN)

Paralela ao eixo do dente

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Figura 1 – Desenho experimental.

Caninos vital e não-vital com coping metálico.

Extensão individualizada. Setas apontam para o sulco no metal e o entalhe de resina composta como pontos para suporte da ponta do braço do dinamômetro. Extensão do metal.

Medidor de força Correx.

Aplicando carga axial cêntrica com a ponta arredondada do braço do dinamômetro.

Aplicando carga excêntrica paralela ao eixo do dente.

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Materiais e Métodos

Reprodutibilidade da força manual aplicada – uso de manequim em máquina de teste universal (Zwick Z010; Zwick GmbH, Ulm, Germany).

Forças mensuradas em 10 repetições:- 2,2 a 4,3% para 250 cN.- 2,2 a 2,7% para 2000 cN.

Ordem aleatória de aplicação de força nos dentes.

http://www.kutlultd.com.tr/tr/content.asp?PID=%7B6FA50BF9-DDA8-4DD3-BF80-8E11A0E774E6%7D&PT=Laboratuvar

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Resultados

24 e 16 Idade média: 68,2 anos

mínimo - 47,4 anos/ máximo - 88,3 anos

Prótese funcional - média de 5 anosmínimo - 0,5 anos/ máximo - 17,2 anos

24 com 48 dentes 14 incisivos e 34 caninos

19 participantesdente póstero-inferior

16 com 32 dentes 28 pré-molares e 4 molares

21 participantes dente ântero-superior

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Resultados

Tabela 1 – Média das forças aplicadas (cN) nos três momentos: (1), (2) e (3).

Sem diferença significativa entre dente vital e não-vital (P > 0,05). Carga Excêntrica provocou desconforto em menos tempo.

1 2 3

Carga Cêntrica VitalNão-vital

140180

450500

18001500

Carga Excêntrica VitalNão-vital

150125

400450

11501100

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Figura 2 – Força aplicada em cN para os três momentos específicos (1), (2) e (3). O diagrama de caixa descreve a medida da distribuição de forças. Linhas horizontais que cruzam as caixas coloridas - medianas, a parte superior de cada caixa é o 75º percentil (Q3); o fundo é o 25º percentil (Q1). Linhas horizontais acima e abaixo das caixas (“bigodes”) representam as cargas mínima e máxima.

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Discussão

Escolha de dentes pilares para realizar o estudo evitar contatos proximais.

1 medição por dente evitar adaptação do receptor e possível efeito de “treinamento” dos participantes .

Dentes homólogos no mesmo arco eliminar variações na sensibilidade.

A influência de gênero e carga aplicada sobre os dentes não foi detectada.

Resultado contrastante com o estudo de Randow et al. (1986).

http://www.longislandindicator.com/p10.html

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Discussão

Lowenstein & Rathkamp (1995) versus Schneider et al. (2014)

Força necessária para a primeira percepção nos dentes 1 a 10 cN.(LOWENSTEIN et al., 1955; ADLER, P., 1947)

Schneirder et al. (2014): 140 cN (dentes vitais) e 180 cN (DTEs). Redução da habilidade discriminatória em pacientes idosos que usam prótese

removível – adaptação neurológica ao uso de PPR.(CHRISTENSEN et al., 1976)

Para DTEs.

Limite de percepção 57% Não avaliou (1) e (3)

(1) – limite 22,3%(2) – limite 10%(3) – limite 20%L

& R

(199

5)Schneider et al. (2014)

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Discussão

A força aplicada nos testes não ultrapassou 2000 cN por questões éticas – possibilidade de gerar danos aos dentes.

No estudo, forças aplicadas foram inferiores às prováveis forças mastigatórias (máxima de 300 a 500 N com grande variação individual).

(BATES, J. F. Et al., 1975; CARLSSON, G. E., 1974; HELKIMO, E. Et al., 1978)

Cargas horizontais estresse à estrutura dental (cervical); devem ser evitadas.(AL-OMIRI, M. K. Et al., 2011; LIAO, R. et al., 2011)

Mulheres apresentam menor força mastigatória e maior habilidade discriminatória.

(HARALDSON, T. et al., 1977) (HÄMMERLE, C. H. et al., 1995)

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Discussão

Há um amplo consenso na literatura de que DTEs são mais suscetíveis a fraturas do que dentes vitais.

Os resultados atuais não fornecem evidências de que o maior risco à fratura de DTEs seria causado por uma habilidade discriminatória reduzida no ligamento periodontal desses dentes.

Perda de substância dentária: destruição de cárie e preparo da cavidade de acesso endodôntico principal razão para o aumento do risco de fratura do DTE.

(WEGNER, P. K. et al., 2006; AL-OMIRI, M. K. et al., 2010; TANG, W. et al., 2010; BITTER, K. et al., 2010; HANNIG, C. et al., 2005)

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Conclusão

A sensibilidade tátil de dentes vitais e não-vitais parece comparável.

Os limiares médios de dentes vitais e dentes não-vitais não foram estatisticamente significativos.

O pressuposto de que o limiar para a sensibilidade tátil em dentes não-vitais é responsável pelo maior risco a fraturas não pôde ser confirmado.

- Outras razões. Ex.: perda de substância.

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Referências do Artigo

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Outras Referências

Imagem da capa: http://www.smithtownsmiles.com/services/gum-recession-treatment

Imagem dos títulos: http://palavrasoupalavras.blogspot.com.br/2011/09/dor-de-dente.html

Imagem do slide de Conclusão: http://pixabay.com/pt/carrapato-conclus%C3%A3o-sele%C3%A7%C3%A3o-direito-27406/