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Referência bibliográfica: SANTOS, Eufrazia. RELIGIÃO E ESPETÁCULO: Análise da dimensão espetacular das festas públicas do candomblé. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Antropologia, programa de pós-graduação em Antropologia Social. 2005.
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SEMINÁRIO DE ANTROPOLOGIA
CULTURAL
RELIGIÃO E ESPETÁCULO: ANÁLISE DA
DIMENSÃO ESPETACULAR DAS FESTAS
PÚBLICAS DE CANDOMBLÉ.
ANTROPOLOGIA CULTURAL
Seminário apresentado como
requisito parcial de nota para a
disciplina de Antropologia Cultural
ministrada pela Ph.D. Sílvia A.C
Martins no 1º período de
Comunicação Social.
SANTOS, Eufrazia. RELIGIÃO E ESPETÁCULO: Análise dadimensão espetacular das festas públicas do candomblé. SãoPaulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras eCiências Humanas. Departamento de Antropologia, programa de pós-graduação em Antropologia Social. 2005.
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BIOGRAFIA DA AUTORA
Possui graduação em Serviço Social pela
Universidade Federal de Sergipe (1990),
especialização em Ciências Sociais pela
Universidade Federal de Sergipe (1994),
mestrado em Antropologia Social pela
Universidade Estadual de Campinas (1998) e
doutorado em Ciência Social (Antropologia
Social) pela Universidade de São Paulo
(2006). Atualmente é Professora Associada
da Universidade Federal de Sergipe. Tem
experiência na área de Antropologia da
Religião. Atuando principalmente nos
seguintes temas: candomblé, umbanda,
espiritismo kardecista, rituais e festas.
CAMDOMBLÉ E ESPETÁCULO
• Orixás:
Exu, Oxumarê, Ogum, Omolu,
Oxóssi, Nanã, Iansã, Iemanjá,
Xangô, Oxum, Oxalá, Ossaim,
Logun-Edé e Obá;
• Oferendas;
• Preparação para a festa.
OS RITMOS DA NAÇÃO KETU
• ADARRUM: ritmo quente, rápido e contínuo, característico de Ogum.
• AGUERERÊ: ritmo de Oxóssi, é acelerado e requer agilidade.
• OPANIJÉ: ritmo pesado, quebrado e lento, característico de Obaluaê.
• BRAVUM: é usado para Oxumaré, Ewá e Oxalá; rápido, bem dobrado erepicado.
• ALUJÁ: o preferido de Xangô, quente, rápido e expressa força e realeza.
• IJEXÁ: tocado com as mãos, ritmo de Oxum por ser calmo, balanceado,envolvente e sensual.
• AGÓ: tocado para Iansã, o mais rápido de todos e é conhecido como quebra-prato.
• SATÓ: ritmo vagaroso e pesado, destinado a Nanã por ser a anciã das Iabás.
• BATÁ: universal, pode ser tocada em duas modalidades, bata lento e batarápido.
• VAMUNHA: universal, ritmo rápido e empolgado.
RELIGIÃO COMO ESPETÁCULO
DE CULTURA
• Candomblé: o termo "candomblé" é uma junção do termo
quimbundo “candombe” (dança com atabaques) com o termo
iorubá “ilé” ou “ilê” (casa): significa, portanto, "casa da dança
com atabaques".
• Vivida teatralmente;
• Caráter festivo e lúdico;
• Familiaridade do povo brasileiro com a religião-espetáculo
remonta à época da colonização.
• Espetáculo: poderoso canal de expressão religiosa.
• Grandes festas religiosas no Brasil: Festa de Largo, Festa do
Bonfim (sincretizado com o orixá Oxalá), Festa de Nossa Senhora
da Conceição (sincretizada com os orixás Oxum e Iemanjá) etc.
CICLO DE FESTA
• Ciclo junino: restrito ao mês de Junho.
• De verão: tem início no mês de Dezembro estendendo-seaté o início da Quaresma.
• Período determinado pelo período de festas profanas ereligiosas.
• Grande efervescência coletiva.
• Densidade populacional alterada.
• Apelos da propaganda turística: Bahia tem uma maneirasingular e única de fazer festa.
• Baianidade: estilo de vida marcado por alegria e festa.
• Imprensa explora a baianidade baseando-se nos velhosestereótipos: negro, preguiçoso, festivo e indolente.
FESTAS DE LARGO
* DOIS CAMPOS FESTIVOS:
• Do templo: ordem, solenidade, recolhimento etc. O templo é percebido como a
casa de Deus que abriga os santos, exigindo do ponto de vista religioso um
comportamento cerimonioso.
• Do Largo: condutas informais, sensualidade, tumultos etc. O Largo da festa
permite alguns usos domésticos como comer, beber, atendimento de necessidades
fisiológicas, ou, até mesmo, práticas sexuais.
* ENTENDIMENTO DO RELIGIOSO:
Erfahrung: a tradição é recriada pelo indivíduo e vivida no seio da comunidade
religiosa no processo de mantê-la viva.
Erlebnis: é mera vivência:
• Religião como conexão imediatista;
• Desconhecimento das implicações simbólicas.
• Santa Bárbara;
• Nossa Senhora
da Conceição
da Praia;
• Senhor do
Bonfim;
• Bom Jesus dos
Navegantes;
• Carnaval;
• Iemanjá.
ALGUMAS DAS FESTAS
A LAVAGEM DO BONFIM
• Devoção introduzida na Bahia pelo português
Teodósio Rodrigues de Faria, capitão do mar e da
Guerra.
• Capela construída em 1754, no Alto de Monserrat,
conhecido hoje como Alto do Bonfim.
• Presença negra na festa altamente significativa desde
a época da escravidão.
• Hoje as baianas são as protagonistas do ritual
religioso.
• A lavagem realizada com água de cheiro.
• Relação da festa com o candomblé.
• Cor da festa: branco (cor dos orixás funfun)
A LAVAGEM DO BONFIM
• Duas proibições: em 1889 e depois da 2ªguerra.
• Caráter carnavalizante potencializado.
• Década de 90: a festa assume aconfiguração de prévia carnavalesca com aparticipação de blocos animados por trioselétricos.
• Iniciativas da Igreja Católica e doCandomblé para separar a festa profana dareligiosa, fato que ocorre em 1998.
O ESPETÁCULO DAS BAIANAS
• Negras operárias da Bahia;
• Mães de santo;
• Imagem-símbolo da cultura Baiana;
• Retirada de terreiros da lavagem:
evento turístico e midiático
• Emtursa: “baiana de evento”.
O ESPETÁCULO DO BRANCO
• Cor emblemática do candomblé;
• Associado aos aspectos religiosos;
• Pessoas que se vestem de branco nas sextas-
feiras;
• Afoxé dos Filhos de Gandhy;
• Grupos de percussão ganharam mais espaço;
• Vendedores de cafezinho do centro de Salvador;
• Travestimento, uso de fantasias e máscaras.
FESTA DE IEMANJÁ
• Maior manifestação religiosa pública do Candomblé;
• 3ª maior festa popular de Salvador;
• Década de 60: ganha força;
• Década de 70: reconhecimento do potencial turístico;
• Transformação em evento de massa;
• Festa popular religiosa: celebra uma divindade africana;
• África: divindade das águas doces e salgadas;
• Brasil: apenas das águas salgadas;
• Rainha do mar: protetora dos marinheiros, pescadores etc.
FESTA DE IEMANJÁ
• Oferendas lançadas ao mar (metade do século
XVII);
• Praia do Rio Vermelho;
• Casa de Iemanjá: 250 mil pessoas;
• Ofertas: perfumes, joias, bijuterias, pentes,
espelhos, flores etc.;
• Praia da Paciência: oferendas em alto mar;
• O presente deve afundar, se flutuar é recusa.
ESPETACULARIZAÇÃO DAS
OFERENDAS
• Oferenda é obrigação para o filho de santo;
• Ebó: animais e objetos;
• Fotojornalismo brasileiro;
• Cortejo em forma de bloco carnavalesco;
• Explora: temas, cores (branco e azul) relacionados
ao Orixá etc;
• De acordo com Carneiro (1964), ela
também é conhecida como Mãe d’água,
Princesa do Aiocá, Janaína, Dandaluna e
Inaê.
• O nome deriva da expressão Iorubá: Yéyé
omo ejá ("Mãe cujos filhos são peixes").
• De acordo com Eufrazia Santos (2005) As
iconografias religiosas a representam
como uma mulher de cabelos longos
(símbolo da feminilidade), seios fartos e
quadris largos.
• Europa: sereia.
• Celebração: 08 de dezembro e 02 de
fevereiro.
• Saudação: Odoyá Iemanjá!
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• IABÁS: IEMANJÁ
• Rainha da chuva, dos mangues
e do pântano.
• Nanã vem de “nanan” que
significa raiz.
• O nome de seu cajado é Ibíri e
tem a finalidade de afastar os
espíritos para o seu espaço
sagrado, e eliminar as energias
negativas.
• Saudação: Salúba Nanã!
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• IABÁS: NANÃ
IABÁS: OXUM
• Rainha das água doce dos
rios e cachoeiras e da
prosperidade;
• Dona do ouro;
• O seu nome deriva do Rio
Osun.
• Sincretizada com Nossa
Senhora dos Prazeres.
• Saudação: Ora iê iê ô
IABÁS: IANSÃ
• Rainha dos ventos e das
tempestades.
• O nome Iansã é um título que
Oyá recebeu de Xangô.
• Iansã pode ser traduzido como
"a mãe do céu rosado" ou "a
mãe do entardecer“.
• Sincretizada com Santa
Bárbara.
• Saudação: Eparrei Oyá!
CANDOMBLÉ E TURISMO
• Políticas públicas: beleza natural e cultura baiana;
• Expressão da cultura local: coisa da Bahia;
• Festas seguem um calendário litúrgico;
• Toques fora do calendário litúrgico;
• Visitas monitoradas por guias;
• Dois tipos de estrangeiros: os que possuem conhecimento prévio e os que são
seduzidos pelos guias;
• Maior fluxo interno (Paulistas e Cariocas);
• No inverno: maior fluxo de estrangeiros (Alemães e Franceses);
• Mediação entre guias e turistas: recepcionistas de hotéis.
• Ausência de espaço.
• Terreiros tradicionais: sérios e autênticos.
• Giros de caboclo: simulação de festas para atender demandas.