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“Brasil: de agroexportador a país
industrializado subdesenvolvido”
Unidade 68 – Pág. 390 – 394
• O Brasil começou sua industrialização tardiaa partir de meados do século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, no processo que conhecemos por substituição de importações.
• Hoje é uma potência regional na América do Sul, além de subdesenvolvido, industrializado, emergente e totalmente dependente do capital e tecnologia dos países industrializados centrais, que realizaram a Revolução Industrial em meados dos séculos XVIII e XIX.
• Entre o final do século XIX e início do séculoXX, as exportações de café financiaram o início da atividade industrial principalmente na cidade de São Paulo e proximidades.
• Como já dito, o método conhecido por substituição de importações, ou seja, a produção no país de produtos antes importados foi um dos fatores cruciais para a industrialização do Brasil.
• Para consolidar o método de substituição de importações foi necessário adotar barreirascontra a entrada de importados – elevaçãode tarifas de importação.
• Durante o governo Vargas, nas décadas de 1930 e 1940, empresas estatais de base como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) ea Petrobrás foram criadas.
• Na década de 1950, durante o governo de JK, foram atraídas transnacionais para setores de bens de consumo como automóveis.
• Durante a ditadura militar (1964 – 1985), continuou os estímulos às estatais, transnacionais e grandes obras de infra-estrutura (rodovias, hidrelétricas e telecomunicações) porém, com acelerado endividamento externo e empobrecimento da população.
• O governo de José Sarney (1985 – 1989) foicaracterizado pelo baixo crescimentoeconômico (1980 = Década Perdida), altos índices de inflação e planos fracassados de combate a inflação (Cruzado, Bresser e Verão).
• A partir da década de 1990, nos governosCollor, Itamar e FHC, o país foi inserido naeconomia globalizada e implementou o neoliberalismo: abertura da economia para o comércio internacional e redução do papel do Estado na economia – privatizações das mais diversas empresas estatais.
• Durante a década de 1990 acontece o controle da inflação através da implementação do Plano Real, porém, comelevação das dívidas externa e interna, baixocrescimento da economia, altas taxas de juros e desmprego elevado.
• A partir de 2002, o governo de Luís InácioLula da Silva mantém a política econômicaanterior, mas promove um significativo aumento das exportações.
O modelo econômico “arquipélago”
• Até se incluir no conjunto das naçõesindustrializadas periféricas, a economiabrasileira funcionava como um “arquipélago”, ou seja, um conjunto de áreas econômicasque funcionavam como “ilhas”, uma vez que eram voltadas para o exterior e desarticuladas entre si. Assim ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste, o café no Sudeste e a borracha no Norte.
• A indústria foi a grande responsável pela interação da economia brasileira em torno de um único centro polarizador, no caso a regiãoSudeste. Vimos essa nova organizaçãoespacial do Brasil em função da industrialização na última aula, ou seja, emgrandes complexos regionais.
Industrializado, porém subdesenvolvido
• O Brasil é um país industrializado, mas permanece subdesenvolvido em virtude dos indicadores sociais, do nível tecnológico e da dependência da tecnologia e de investimentos internacionais, como financiamentos de bancos privados estrangeiros e abertura de filiais e de empresas transnacionais.
• Podemos constatar a real situaçãosocioeconômica do nosso país analisando a evolução do IDH medido pela ONU, que leva em conta indicadores de educação, saúde e distribuição de renda.
O Brasil e o IDH• O IDH foi criado para medir o nível de
desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). Seus valores variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 são considerados de desenvolvimento humano baixo; com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de desenvolvimento humano médio; e com índices maiores que 0,800 são considerados de desenvolvimento humano alto.
• O Índice de Desenvolvimento Humano também é utilizado para aferir o nível de desenvolvimento humano em municípios, denominando-se IDH-Municipal ou IDH-M e, embora meça os mesmos fenômenos -educação, longevidade e renda, os indicadores levados em conta no são mais adequados para avaliar as condições de núcleos sociais menores.
• O IDH do Brasil é de 0,792, ou seja, médio. O país está atrás de países como Macedônia, Rússia, Líbia, Uruguai, Chile e Argentina
Variação dos índices levados em conta para a elaboração do Relatório de DesenvolvimentoHumano do Brasil nos anos de 2005 e 2006.
Fonte: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=2388&lay=pde
Comparação do IDH brasileiro com a América Latina, o mundo e países
enriquecidos
Fonte: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=2388&lay=pde
Evolução do IDH de alguns países da América Latina
Fonte: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=2388&lay=pde
Classificação da Indústria• A indústria pode ser classificada conforme os
bens produzidos:
• Bens de produção – Indústria de base oupesada: siderurgia e petroquímica;
• Bens de consumo duráveis: automóveis e eletodomésticos;
• Bens de consumo não-duráveis: alimentos, medicamentos e produtos de higiene.
• A atividade industrial pode ser classificadaconforme o nível tecnológico. As indústriastradicionais empregam tecnologia maissimples e difundida como a têxtil e alimentícia.
• As indústrias de ponta são aquelas que empregam tecnologia avançada e requeremmaiores investimentos de capital e pesquisa científica, são exemplos: informática e softwares, química fina, aeroespacial e biotecnologia.
O Brasil, segundo o nível tecnológico
• O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento criou um novo indicador, o Índice de Conquistas Tecnológicas (ICT). Os países foram classificados em quatro grupos:
• Líderes (Finlândia, Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul, Suécia, entre outros.)
• Líderes em Potencial (Espanha, Itália, República Tcheca entre outros);
• Adotadores dinâmicos de tecnologia (grupo em q foi classificado o Brasil);
• Marginalizados (Nicarágua, Paquistão entre outros).
• Segundo dados de 2001, o Brasil ocupa a 43ª colocação no ranking tecnológico mundial, o que reforça sua classificaçãocomo nação subdesenvolvida. Numa avaliação de 72 países o Brasil está atrás de países como Argentina, México, Chipre e Trinidad e Tobago
A Geografia Industrial Brasileira• A indústria concentra-se na região SE
(66,1%), especialmente no estado de SP, responsável por 45,3% do valor da produçãoindustrial e por cerca de 36% do PIB nacional. Todavia, constata-se umatendência de descentralização. Áreas tradicionais como a Região Metropolitana de SP apresentam problemas que pasaram a inibir investimentos: Congestionamentos de trânsito, alto valor dos terrenos, impostoselevados e maior custos de mão-de-obra.
• Por sua vez, houve expressivo crescimentoindustrial de outras regiões do país. Até a década de 1980, os incentivos fiscaiscontribuíram para a instalação de indústriasno NE e na Zona Franca de Manaus. A partir da década de 1990, ocorreu industrializaçãode novos estados e de médias e pequenascidades do interior. A competição por novosinvestimentos foi conhecida como “guerra fiscal”. As vantagens oferecidas por estados e municípios são:
• Mão-de-obra mais barata e poucosindicalizada, em alguns casos com nívelrazoável de escolarização e qualificação;
• Incentivos fiscais (isenção ou redução de impostos municipais e estaduais);
• Doação de terrenos em posição geográfica privilegiada;
• Infra-estrutura (transportes, energia e recursos hídricos);
• Leis ambientais menos rígidas.
• Aconteceu forte expansão industrial no interior de SP, RJ, MG, ES, SC, RS, CE, BA, GO e MT. Pequenos municípios atraíramgrandes empresas. É ocaso da Grendene(calçados) em Sobral (CE), da Embraer(aviões) em Gavião Peixoto (SP) e da Perdigão (alimentos) em Rio Verde (GO). A indústria automobilística expandiu-se, sãoexemplos: Renault e Audi em São José dos Pinhais (PR), da GM em Gravataí (RS) e da Ford em Camaçari (BA).
• Algumas tornaram-se tecnopolosconcentrando setores de alta tecnologiaassociados a presença de universidades e centros de pesquisa. Em São Paulo os exemplos são: a capital paulista, São Josédos Campos, Campinas e São Carlos
• Formaram-se também os clusters(agrupamentos), ou seja, regiões comprodução especializada, sofisticada e competitiva no mercado mundial. Sãoexemplos: ABC paulista (automóveis), Joinville (softwares), Rio de Janeiro (petrolífera), Novo Hamburgo (calçados) e São José dos Campos (aeronáutica e aeroespacial).
Distribuição da Indústria no Brasil
Fonte: http://www.lago.com.br/acervo/Mapas/images/INDUSTRIA_jpg.jpg
Distribuição da Indústria por Setores
ES - (Aracruz) e SPPapel e celulose
SP - Franca, RS - Novo Hamburgo e São Leopoldo e CE - SobralCalçados
SP - Americana, MG, SC - Blumenau, CE - Fortaleza e PE - Grande RecifeTêxtil
RJ - Angra dos Reis e Rio de JaneiroNaval
SP - Vale do Paraíba / São José dos Campos (Embraer)Aviões de porte médio
SP - Grande São Paulo e Campinas, São Carlos, SC - Joinville, PB - CampinaGrande e PE - RecifeSoftwares
SP - Grande São Paulo e Campinas, São Carlos e Vale do Paraíba, MG e AM -Pólo Industrial de Manaus
Eletrônicos, informática e telecomunicações
SP - Mauá, Paulínia (Replan) e Cubatão, RJ - Duque de caxias (Reduc) e Bahia -Pólo de CamaçariPetroquímica
SC - Joinville e SP - São Paulo e ABCDMetal-mecânico
SP - ABCD (VW, GM e Ford), MG - Betim (Fiat), PR (Renault e Audi), RS (GM), BA (Ford), GO (Mitsubish) e RJAutomóveis e autopeças
MG - Vale do Aço / Ipatinga (Usiminas), RJ - Volta Redonda (CSN), SP - Cubatão(Cosipa) e ES - Grande Vitória (CST) Siderurgia (Aço)
Bibliografia
• DINIZ, Amarildo. Indústria. Conquistando a Faculdade. Campinas: Cia da Escola. 2006. p.27 – 28.
• TÉRCIO, Lúcia Marina e. Brasil: de agroexportador a país industrializado subdesenvolvido. Geografia. São Paulo: Ática. Pág. 390 – 394.
• http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=2388&lay=pde