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CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇA | 395

Rev. Nutr., Campinas, 24(3):395-405, maio/jun., 2011 Revista de Nutrição

ORIGINAL | ORIGINAL

1 Artigo elaborado a partir da dissertação de E.C. COSTA, intitulada “Consumo alimentar de crianças menores de dois anos demunicípios de baixo índice de desenvolvimento humano do Nordeste”. Universidade Federal de Pernambuco; 2008. Apoio:Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (processos n. 502955/03-1 e 502952/03-2), EditalMCT/MESA/CNPq/CT Agronegócio 01/2003.

2 Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Nutrição, Programa de Pós-Graduação em Nutrição. Av. MoraesRego, s/n., Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: M.M. OSÓRIO. E-mail:<mosorio@ufpe.br>.

Consumo alimentar de crianças em municípiosde baixo índice de desenvolvimentohumano no Nordeste do Brasil1

Food consumption of children from cities

with a low human development index

in the Brazilian Northeast

Emilia Chagas COSTA2

Silvia Patrícia de Oliveira SILVA2

José Rodolfo Mendonça de LUCENA2

Malaquias BATISTA FILHO2

Pedro Israel Cabral de LIRA2

Marisilda de Almeida RIBEIRO2

Mônica Maria OSÓRIO2

R E S U M O

Objetivo

Este trabalho tem como objetivo analisar o consumo alimentar de crianças em Gameleira, na Zona da MataMeridional de Pernambuco, e em São João do Tigre, no Semi-Árido da Paraíba, municípios do Nordeste doBrasil.

Métodos

Trata-se de estudo transversal envolvendo crianças menores de dois anos, das quais 238 em Gameleira, e 207em São João do Tigre. O consumo alimentar foi registrado utilizando o método recordatório de 24 horas. Osnutrientes foram analisados utilizando as Dietary Referency Intakes.

Resultados

O consumo médio de energia e da maioria dos nutrientes esteve acima das ingestões de referência, em todasas faixas etárias e em ambos os municípios. A maioria dos valores de prevalência de risco de inadequação dos

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nutrientes foram elevados, principalmente de ferro e zinco, nas crianças entre 7 e 11 meses. O município deSão João do Tigre apresentou prevalência de risco, com inadequação em todas as faixas etárias e nutrientesanalisados, com exceção da proteína e do ferro na faixa etária entre 12 e 23 meses, embora sem diferençaestatisticamente significante.

Conclusão

A situação nutricional da população estudada ainda preocupa devido às acentuadas prevalências de risco deinadequação dos nutrientes. Portanto, é necessária a elaboração de estratégias que reforcem e promovam asegurança alimentar e nutricional para essas populações, a fim de evitar o risco de instalação de distúrbiosnutricionais.

Termos de Indexação: Consumo de alimentos. Criança. Nutrientes.

A B S T R A C T

Objective

This study analyzes the food consumption of children from Gameleira, located in the Southern Forest Area ofPernambuco, and from São João do Tigre, located in the semiarid region of Paraíba, in the Brazilian Northeast.

Methods

This cross-sectional study included 238 children from Gameleira and 207 from São João do Tigre aged <2years. Food consumption was investigated using a 24-hour dietary recall. Nutrient intake adequacy was classifiedaccording to the Dietary Reference Intakes.

Results

Mean intakes of energy and most nutrients were above the reference values for all ages in both cities. Theprevalences of risk of inadequate nutrient intake were high for most nutrients, especially iron and zinc, inchildren aged 7 to 11 months. São João do Tigre presented higher said prevalences for most studied agegroups and nutrients, except for protein and iron in children aged 12 to 23 months, although the differencewas not statistically significant.

Conclusion

The nutrition situation of this population is still of concern because of the high prevalence of risk of inadequatenutrient intake. Therefore, strategies that promote and ensure food and nutrition security are needed forthese populations to prevent risk of nutrition disorders.

Indexing terms: Food consumption. Child. Nutrients.

I N T R O D U Ç Ã O

Em nível individual e, principalmente, emescala epidemiológica, a situação de saúde e nutri-ção da criança reflete, com notável acuidade, ascondições de vida da família e da população, ex-pressando o perfil quali-quantitativo de consumoalimentar, a salubridade do micro e macro am-biente, a natureza e o grau dos cuidados dispen-sados à criança, estreitamente relacionados comos níveis de educação materna e renda da família1.Reunidas numa compreensão mais abrangente deecossistemas da vida, essas condições são cruciaispara modelar o padrão de morbimortalidade edeterminar o processo de desenvolvimento da

criança, podendo inclusive se prolongar, comoefeitos residuais, para todo ciclo vital2.

Nessa perspectiva, um aspecto se tornasingularmente relevante: o período crítico dos doisprimeiros anos de vida, pela elevada vulnerabi-lidade alimentar da criança, num momento de

demandas biológicas intensas e modificaçõessubstanciais da alimentação, ou seja, a rápidatransição do aleitamento materno para a alimen-tação habitual da família. Nessa transição, notada-

mente nas populações de baixas condições so-cioeconômicas, restrições e impropriedades ali-mentares conjugadas com o estresse das doenças,

sobretudo de natureza infecciosa, estabelecem

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situações de risco que podem se manifestar naocorrência de processos carenciais, como a des-nutrição energético-proteica, as anemias, a hipovi-taminose A e outras3,4.

Por outro lado, a inadequação alimentartambém pode se caracterizar por excesso de ener-gia e nutrientes, ocasionando distúrbios como aobesidade, diabetes e hipertensão arterial, que,além de atingir a população adulta, também co-meçam a surgir em crianças. Esses problemas nainfância, juntamente com as condições ambientaise comportamentais, podem ter efeitos importan-tes na saúde do indivíduo quando adulto4,5.

As crianças do Nordeste brasileiro, espe-cialmente nas áreas da Zona da Mata e do Semi--Árido, aqui representadas por dois municípiosclassificados entre os de mais baixo Índice de De-senvolvimento Humano (IDH) da Região Nordes-te, que é a mais pobre do Brasil, podem ser consi-deradas representativas dos grandes desafios parao desenvolvimento de políticas públicas na áreade segurança alimentar e nutricional. Dessa ma-neira, torna-se pertinente e até imprescindível oconhecimento da dieta das populações que vivemem condições de marcante precariedade socioam-biental e assim, expostas ao risco da insegurançaalimentar e suas consequências.

Nesse contexto, as avaliações dietéticas doconsumo alimentar são valiosas para identificar aparticipação dos nutrientes na dieta e estimar asua adequação frente aos valores de referência6,7

e, desse modo, permitir o diagnóstico e planeja-mento de intervenções, fundamentando a pro-moção de ações globais e específicas para a cor-reção da insegurança alimentar.

Nesse sentido, este estudo tem como obje-tivo analisar o consumo alimentar de crianças me-nores de dois anos em Gameleira, Zona da MataMeridional de Pernambuco, e em São João doTigre, Semiárido da Paraíba, no Nordeste do Brasil.

M É T O D O S

Este estudo é parte da pesquisa “Avaliaçãoda situação alimentar e nutricional e seus fatores

determinantes em conglomerados urbanos e ru-rais da Zona da Mata e Semiárido do Nordeste”,realizada em Gameleira e São João do Tigre, muni-cípios da Zona da Mata do Estado de Pernambucoe Semiárido da Paraíba, respectivamente. Os doismunicípios foram selecionados em função dobaixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDHde 0,590 e 0,527, respectivamente)8 e da pers-pectiva posterior de implantação de projetos deintervenção, voltados para os objetivos básicosde segurança alimentar e nutricional.

Gameleira pertence à Zona da Mata, nota-bilizando-se pelas condições de marcante pobrezade sua população, com problemas de nutrição eelevada incidência de doenças infecciosas e para-sitárias. Dependente da atividade sucroalcooleira,essa situação de vida já se prolonga por vários sé-culos, influenciando diretamente nos processoseconômicos e sociais do campo e da cidade, compoucas alternativas para contrabalançar o do-mínio monopolista da cana-de-açúcar e seus ciclosde desemprego em massa. O município de SãoJoão do Tigre, por sua vez, pertence ao Semi--Árido do Estado da Paraíba, fazendo parte domaior espaço geográfico contínuo de pobreza doBrasil. Trata-se de uma mesorregião exposta àocorrência cíclica das grandes estiagens, que resul-tam em fracassos cruciais da produção agrope-cuária e no desencadeamento de crises alimenta-res agudas de grandes proporções, até temposrecentes.

O desenho do estudo aqui relatado foi dotipo transversal, compreendendo populações ur-banas e rurais dos dois municípios, representandoáreas delimitadas, na perspectiva de funcionarcomo sítio-sentinela para o acompanhamentoposterior da situação alimentar e seus fatores con-dicionantes. Climaticamente diferenciados e con-figurados sistemas produtivos também distintos,os municípios de Gameleira e São João do Tigrecaracterizam áreas potencialmente críticas comrelação à segurança alimentar e nutricional, nocontexto do Nordeste do Brasil.

Com idade inferior a dois anos, objeto des-te estudo, as amostras totalizaram 238 crianças

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em Gameleira e 207 em São João do Tigre, apósa exclusão daquelas que estavam em aleitamentomaterno exclusivo ou predominante (leite ma-

terno mais água ou chá) e dos inquéritos de con-sumo que apresentavam informações inconsis-tentes (30 casos em Gameleira e 24 em São João

do Tigre).

O inquérito de consumo alimentar foi reali-zado por nutricionistas e estudantes de nutrição,utilizando o método recordatório de 24 horas. O

formulário foi aplicado junto à mãe biológica ouadotiva, ou a outra pessoa adulta responsável pelocuidado da criança, tendo como referência o que

comeu “desde a meia-noite do dia de anteontematé a meia-noite de ontem”. A entrevista incluiuquestões sobre todos os horários e refeições (des-

jejum, lanches, almoço, jantar e ceia), alimentosconsumidos, formas de preparo e marcas comer-ciais (alimentos industrializados), compreendendo

quantidades preparadas, oferecidas e consumidaspela criança, em medidas caseiras e medidas devolume. A quantidade dos alimentos foi infor-

mada segundo o tamanho, para frutas e vegetais(pequeno, médio e grande); tamanho do prato(pequeno, médio e grande; fundo ou raso), ta-

manho da colher (pequena, média e grande) equantidade de alimento (rasa, normal, cheia), paraalimentos preparados, leite em pó, açúcar e mas-sas; tamanho do copo ou xícara e a quantidadede alimentos líquidos neles contida. Para maiorprecisão da quantidade consumida, foram pesa-das in loco e registradas as quantidades de deter-minados alimentos iguais às utilizadas nas prepa-rações do dia anterior. Para mensuração da quan-tidade, foi utilizada uma balança eletrônica, com

capacidade de 5kg e graduações de 1g. Os líqui-dos foram mensurados em proveta de 500mL.

Tendo em vista que as populações dos doismunicípios eram semelhantes em termos de con-dições socioeconômicas e demográficas, maisduas repetições do inquérito recordatório de 24

horas foram realizadas numa subamostra de 19%das crianças do município de Gameleira, com afinalidade de determinar a variação intrapessoal

do consumo alimentar da população. Os dois últi-mos recordatórios foram realizados em dias nãoconsecutivos, repetindo o procedimento adotadono primeiro dia.

As medidas caseiras das porções relatadasnos questionários de consumo alimentar das crian-ças foram calculadas por nutricionistas e alunosde iniciação científica do Curso de Nutrição daUniversidade Federal de Pernambuco.

Posteriormente, os valores per capita fo-ram digitados utilizando o software Virtual Nutri.Para análise da composição química dos alimentosregionais inexistentes no software, foram usadascomo referência a Tabela de Composição de Ali-mentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-

tística (IBGE)9 e a Tabela Brasileira de Composiçãode Alimentos (TACO)10. O consumo do leite mater-no foi determinado pela frequência das mamadas,

considerando-se o volume de cada uma delas deacordo com a idade da criança, informação forne-cida pelo software Virtual Nutri.

O processamento dos dados e a análise

estatística foram realizados no programa StatisticalPackage for Social Science, versão 12.0 (SPSS Inc,Chicago, IL, USA). Os nutrientes estudados foram:

carboidrato, proteína, gordura, ferro, cálcio, zinco,vitamina A e C. Para estimar a ingestão habitualdas populações de crianças menores de dois anos

nos dois municípios, os valores da ingestão decalorias, macro e micronutrientes foram ajustadospela equação proposta pelo US National Academyof Science, Subcomitte on Criteria for DietaryEvaluation11. Esse ajuste foi realizado por meiodas informações coletadas em mais dois inquéritos

recordatórios de 24h, em dias da semana não con-secutivos, em uma subamostra de 45 crianças domunicípio de Gameleira. A normalidade da distri-

buição das variáveis foi testada mediante a apli-cação do teste de Kolmogorov Sminorf, e aquelesnutrientes que não apresentaram distribuição

normal foram convertidos para o seu logaritmonatural, sendo a sua normalidade testada nova-mente. Foi necessário utilizar essa transformaçãono grupo dos macronutrientes, apenas para a

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gordura nas faixas etárias de 0 a 6 meses e acimade um ano, no município de São João do Tigre.

Com relação aos micronutrientes zinco eferro, na faixa etária de 0 a 6 meses, e a vitaminaA, nas crianças de 12 a 23 meses, em São Joãodo Tigre, mesmo após a sua transformação emlogaritmo natural, os resultados ainda apresen-taram distribuição assimétrica, o que impossi-bilitou o cálculo da sua prevalência de inadequa-ção. Para todos os micronutrientes, optou-se portrabalhar com os valores medianos e seus per-centis 25 e 75. Os dados relativos aos macronu-trientes foram descritos em médias ajustadas eseus respectivos desvios-padrão.

A prevalência de inadequação, referenteao consumo de macro e micronutrientes, foi consi-derada em relação aos valores das Dietary ReferenceIntakes (DRI), propostos pelo Food and NutritionBoard/Institute of Medicine, sendo a populaçãodividida em três faixas de idade (0 a 6 meses, 7 a

11 meses e 12 a 23 meses). A prevalência de ina-dequação da ingestão de energia corresponde àproporção de indivíduos cujo consumo estava

abaixo da Estimated Energy Requirement (EER)calculada para a faixa etária. A prevalência de ina-dequação de proteínas, carboidratos, zinco, ferro,

vitamina A e vitamina C corresponde à proporçãode indivíduos abaixo da Estimated AverageRequirement (EAR). Os cálculos de EER foram

realizados a partir das equações para prediçãode gasto energético total nos diferentes estágiosde vida, considerando idade, sexo, peso e esta-

tura. Para os nutrientes que ainda não possuemos valores de referência da EAR, a comparaçãoda referência foi realizada com base na Ingestão

Adequada (AI). Para a gordura, na faixa etária de12 a 23 meses não há valor de referência12-15.

O teste t-Student foi aplicado para analisarpossíveis diferenças estatísticas entre as duas po-

pulações, comparando-se as médias do consu-

mo de energia e macronutrientes, enquanto na

comparação do consumo mediano entre os micro-

nutrientes foi utilizado o teste de Mann-Whitney.

Para verificar diferenças entre as prevalências de

inadequação de consumo dos nutrientes entre osdois municípios, foi utilizado o teste qui-quadrado.

A pesquisa “Avaliação da Situação Alimen-tar e Nutricional e seus Fatores Determinantes emConglomerados Urbanos e Rurais do Nordeste”foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa emSeres Humanos do Instituto Materno Infantil dePernambuco Prof. Fernando Figueira, atendendoàs normas da Resolução 196/96, do ConselhoNacional de Saúde.

R E S U L T A D O S

O presente estudo investigou 445 crianças,das quais 238 residentes no município de Game-leira e 207, em São João do Tigre. Em Gameleira,51,7% das crianças eram do sexo masculino,59,8% das famílias apresentaram renda mensalmenor do que ¼ do salário-mínimo, e 34,0% dascrianças estavam em aleitamento materno. EmSão João do Tigre, 41,1% das crianças eram dosexo masculino, 55,1% das famílias apresentaramrenda mensal menor do que ¼ do salário-mínimo,e 39,1% das crianças estavam em aleitamentomaterno.

Ao comparar os valores médios de energiae macronutrientes consumidos pelas crianças me-nores de dois anos nos municípios de Gameleirae São João do Tigre com os valores de referência

das Dietary Reference Intakes (DRI), observa-seque todos os nutrientes apresentaram valoresmédios acima da recomendação e que pratica-

mente não existia diferença no consumo dos ma-cronutrientes entre os dois municípios, com exce-ção da proteína na faixa entre 0 e 6 meses, e da

gordura na faixa entre 12 e 23 meses, sendo oprimeiro nutriente mais consumido em Gameleirae o segundo, em São João do Tigre (Tabela 1).

A maioria dos micronutrientes apresentou

valor de consumo acima das referências (Tabela2). Entretanto, com relação ao consumo de vita-mina A, as crianças entre 7 e 11 meses, nos dois

municípios, apresentaram valores medianosabaixo da ingestão adequada (AI). O mesmo

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Tabela 1. Análise comparativa das médias de energia e macronutrientes consumidos por crianças menores de dois anos, nos municípios

de Gameleira (PE) e São João do Tigre (PB), 2005.

0.832,9b

0.114,1b

0.020,9a

0.031,9b

1.089,6b

0.162,4b

0.030,4b

0.034,1b

1.278,4b

0.194,0b

0.039,8b

0.038,3b

345,7

063,0

009,6

013,3

538,9

090,4

015,7

013,0

595,8

091,0

021,7

018,9

EspecificaçõesMédia DP

0 - 6 meses(n=49) (n=68)

7 - 11 meses(n=62) (n=32)

12 - 23 meses(n=127) (n=107)

Média DP

0.715,4b

00.86,5b

00.19,4a

00.33,0b

0.985,2b

0.139,9b

00.28,7b

000.34,9b

1.190,0b

00160,5b

00.38,6b

00.44,9b

329,8

050,7

013,2

014,5

498,7

080,2

016,9

016,1

467,6

061,2

017,2

021,8

6121

603

9,13

313

7211

953

102

303

1.0511

1002

112

-

Valor DRISão João do Tigre (PB)Gameleira (PE)

Teste t de Student: a: p 0,05, b: p 0,01; 1Valores de DRI determinado por EER; 2Valores de DRI determinado por EAR; 3Valores de DRI determinado

por AI.

DP: desvio-padrão; DRI: dietary reference intakes; EER: estimated energy requirement; EAR: estimated average requirement; AI: ingestão adequada.

Energia (kcal)

Carboidratos (g)

Proteínas (g)

Gordura (g)

Energia (kcal)

Carboidratos (g)

Proteínas (g)

Gordura (g)

Energia (kcal)

Carboidratos (g)

Proteínas (g)

Gordura (g)

Teste de Mann-Whitney: a: p 0,05, b: p 0,001; 1Valores de DRI determinado por EAR; 2Valores de DRI determinado por AI. DRI: dietary reference

intakes; EAR: estimated average requirement; AI: ingestão adequada.

Vitamina A (mcg)

Vitamina C (mcg)

Ferro (mg)

Zinco (mg)

Cálcio (mg)

Vitamina A (mcg)

Vitamina C (mcg)

Ferro (mg)

Zinco (mg)

Cálcio (mg)

Vitamina A (mcg)

Vitamina C (mcg)

Ferro (mg)

Zinco (mg)

Cálcio (mg)

Tabela 2. Análise comparativa do consumo mediano de micronutrientes em crianças menores de dois anos, nos municípios de Gameleira

(PE) e São João do Tigre (PB), 2005.

EspecificaçõesMediana (25%-75%)

0 - 6 meses(n=49) (n=68)

7 - 11 meses(n=62) (n=32)

12 - 23 meses(n=127) (n=107)

Mediana (25%-75%)

4002

402

0,272

2,02

2102

5002

502

6,91

2,51

2702

2101

131

3,01

2,51

5002

Valor DRISão João do Tigre (PB)Gameleira (PE)

494,7b

030,9b

003,0b

002,8b

640,9b

461,1b

033,3b

005,3b

003,0b

854,8b

476,5b

030,1b

006,1b

004,1b

921,8a

(342,9-723,7)

(20,2-48,6)

(0,87-6,5)

(1,6-3,6)

(399,7-1.006,0)

(303,8-791,5)

(19,5-76,1)

(1,9-11,5)

(1,5-4,9)

(406,6-1.330,1)

(280,0-773,0)

(16,7-76,6)

(2,2-11,7)

(2,2-6,0)

(511,9-1.431,4)

0382,9b

0030,8b

0002,3b

0002,0b

0457,5b

0293,8b

0036,8b

0004,0b

0002,8 b

0843,0b

0260,2b

0033,3b

0006,7 b

0.03,9b

1.223,5a

(226,3-480,6)

(21,0-38,6)

(0,2-5,7)

(1,1-3,8)

(222,3-1.134,6)

(192,5-373,7)

(22,4-63,1)

(1,3-10,0)

(1,3-3,7)

(275,5-1.326,0)

(188,0-363,7)

(22,2-64,9)

(3,6-8,9)

(1,95-5,31)

(668,3-1.914,0)

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comportamento foi verificado nas crianças me-nores de 7 meses no município de São João doTigre. No que diz respeito à vitamina C, seus valo-res medianos de consumo estiveram acima da AIapenas nas crianças de 12 a 23 meses, nos doismunicípios.

Em relação ao ferro, as crianças de 7 a 11meses nos dois municípios apresentaram o con-sumo mediano abaixo da EAR, enquanto o con-sumo mediano de zinco e de cálcio esteve acimadas referências em todas as faixas etárias, nosdois municípios.

Ao comparar os dois municípios, o con-sumo mediano de vitamina A e de zinco foi maiorem Gameleira, em todas as faixas etárias. Já oconsumo mediano de cálcio foi maior em São Joãodo Tigre para as crianças maiores de 1 ano. Taisresultados apresentaram diferenças estatísticassignificativas, com exceção dos valores para ozinco.

A prevalência de inadequação de energianas crianças menores de 7 meses foi maior nomunicípio de São João do Tigre, representando32,6% de ocorrência, enquanto em Gameleiraesse percentual foi de 26,8%, embora sem dife-rença estatisticamente significativa (resultados nãoapresentados).

Para as crianças de 7 a 11 meses, o mesmocomportamento foi observado com as preva-lências de inadequação de energia, proteína, zincoe ferro, maiores no município de São João do Ti-

gre quando comparadas às do município de Ga-meleira, embora essas diferenças não sejam esta-tisticamente significativas (Figura 1).

Na faixa etária de 12 a 23 meses, os valores

de inadequação de energia foram praticamenteiguais nos dois municípios. As prevalências de ina-dequação de proteína e ferro foram maiores no

município de Gameleira, enquanto as de car-boidrato, vitamina C e zinco foram maiores emSão João do Tigre. Na análise estatística, não

houve diferença significativa na prevalência deinadequação do consumo de nutrientes nessafaixa etária entre os dois municípios (Figura 2).

D I S C U S S Ã O

As crianças, em especial as menores de

dois anos, constituem um grupo de peculiar vulne-rabilidade, do ponto de vista de deficiência demacro e micronutrientes, por sua exposição a uma

alimentação inadequada, principalmente pelodesmame precoce, introdução errônea da alimen-tação complementar e necessidades biológicas

aumentadas. Essas relações de risco encontram--se mediadas pelas condições de vida: à medidaque estas se tornam mais precárias, maiores são

as chances para o desenvolvimento da maioriados agravos nutricionais1,2.

Figura 1. Percentual de inadequação de energia e nutrientes em

crianças de 7 a 11 meses, nos municípios de Gameleira

(PE) e São João do Tigre (PB), 2005.

Figura 2. Percentual de inadequação de energia e nutrientes em

crianças de 12 a 23 meses, nos municípios de Gameleira

(PE) e São João do Tigre (PB), 2005.

23,9

9,8

45,6

31,330,5

13,5

61,0

36,3

0

10

20

30

40

50

60

70

Energia Proteína Ferro Zinco

%

Gameleira São João do Tigre

13,8

9,2

23,9 25,1

16,1

5,4

28,1

15,4

25,823,323,6 23,9

0

5

10

15

20

25

30

Energia Carboidrato Proteína Vitamina C Ferro Zinco

%

Gameleira São João do Tigre

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Os resultados do presente estudo demons-tram prevalência de inadequação de energia, va-riando de 23,6% a 30,5% entre as crianças de 7a 23 meses, nos dois municípios estudados. Entre-tanto, com relação ao carboidrato, salienta-se quea necessidade desse nutriente a partir de um anoé baseada na quantidade mínima de glicose queé utilizada pelo cérebro, sem fonte alternativa deenergia, a fim de prevenir uma possível cetose.Portanto, o consumo médio de carboidrato dessascrianças apresenta-se acima dos valores das ne-cessidades mínimas de carboidrato.

De modo geral, verifica-se uma pequenamelhora no consumo médio e na prevalência deinadequação de energia nas crianças do Estadode Pernambuco, em comparação com os resulta-dos obtidos em 1997, quando esta última variavaentre 28,6% e 39,6% nas áreas urbanas, e entre26,5% e 55,4% nas áreas rurais16.

Por outro lado, os resultados indicam umconsumo médio de macronutrientes acima dosvalores de referência das DRI para todas as faixasetárias, nos dois municípios. Isso, associado àsprevalências de inadequação relativamentebaixas, quando comparadas aos micronutrientes,sugere um padrão alimentar acima da média paraa energia, e ao mesmo tempo insuficiente emalguns elementos essenciais, característico de umadieta monótona, com elevado consumo de açúcare gordura17. Esse fato pode ser evidenciado nosdois municípios, uma vez que o consumo médiode proteína foi superior aos valores das DRI,ressaltando-se que, em relação a todos os nutrien-tes analisados quanto à prevalência de inadequa-ção, a proteína foi o que apresentou menores va-lores de risco, corroborando com alguns estudosdietéticos, que demonstram o consumo proteicoadequado e/ou com menores prevalências deinadequação, apesar de deficiências de macro emicronutrientes encontradas na alimentação dascrianças16,18.

Salienta-se que a maioria das crianças aquiestudada estava recebendo alimentação predomi-nantemente à base de leite de vaca. É possívelque crianças sem aleitamento exclusivo devam

consumir mais proteína por quilo de peso, quandocomparadas com crianças em aleitamento mater-no18. Esse excesso de ingestão proteica pode resul-tar em uma série de implicações, incluindo o acú-mulo de tecido adiposo subcutâneo, o que levaao risco de desenvolvimento de doenças crônicasnão transmissíveis, na vida adulta19.

Efeitos da globalização e hábitos de vidapodem estar associados ao consumo de gorduraigual ou superior às DRI. Essa alternativa estariarelacionada às campanhas publicitárias que in-fluenciam a escolha dos alimentos, especialmenteem famílias de baixa renda, favorecendo a utili-zação de produtos industrializados oferecidos emlarga escala e a baixo custo, geralmente ricos emaçúcares simples e gorduras20.

Desse modo, as crianças tendem a acom-panhar a modificação do cenário de saúde e nutri-ção da população brasileira, que vem ocorrendonas últimas três décadas, caracterizada poraumento no consumo de proteínas e gorduras(principalmente as saturadas), excesso de açúcare consumo insuficiente de frutas e hortaliças, emnível populacional5.

Em relação aos micronutrientes, o consu-mo mediano de ferro em crianças de 7 a 11 mesesnão atinge a recomendação proposta. Nessa ida-de, a criança torna-se extremamente vulnerávelpor ser o período de desmame, associado à intro-dução de leite de vaca, característico de uma dietamonótona que favorece o aparecimento da ane-mia ferropriva21. As demais faixas etárias demons-traram valores de consumo mediano de ferro su-periores às DRI, o que na idade de 0 a 6 mesespoderia estar relacionado à utilização do leitematerno e à introdução precoce de outros alimen-tos. Na idade de 12 a 23 meses, a dieta podeestar mais diversificada e com alimentos ricos emferro; entretanto, essa quantidade de ferro nãopode refletir diretamente no estado nutricionalda criança, pois nem todo ferro dietético é devi-damente absorvido pelo organismo.

No município de Gameleira, 46,3% dascrianças apresentaram anemia, enquanto em SãoJoão do Tigre a prevalência foi de 37,1%22,23. Essas

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prevalências chamam atenção, uma vez que, se-gundo a Organização Mundial da Saúde24,prevalências de anemia maiores que 40,0% têmcomo causa mais provável a deficiência de ferrodietético. Tomando como base os dados do consu-mo de ferro deste estudo e a proporção das crian-ças que estavam abaixo da EAR (25,1%, em Ga-meleira, e 15,4%, em São João do Tigre), é possí-vel supor uma associação dessa inadequação comas altas prevalências de anemia nos dois muni-cípios.

O consumo de vitamina A, com medianasabaixo da recomendação de Ingestão Adequada(AI), principalmente em São João do Tigre, ressaltao fato do Nordeste, principalmente o Semiárido,ser reconhecido como uma extensa área de ele-vado risco de deficiência de vitamina A25. Por outrolado, apesar da grande pobreza, a Zona da Mata,em determinadas estações do ano, seria favo-recida por uma maior oferta de vegetais ricos emcaroteno, graças ao clima tropical quente e úmido,o que pode estar associado ao consumo dessavitamina abaixo das recomendações em apenasuma faixa etária.

Todavia, parece que o acesso a frutas everduras é escasso nos dois municípios, contri-buindo para os valores de vitamina C abaixo dasDRI. Esse fato pode ser mais um fator determi-nante na ocorrência de anemia nessas popula-ções, uma vez que a presença da vitamina C, prin-cipalmente durante as grandes refeições, facilitaa absorção do ferro não-heme pelo organismo.

De acordo com Salles-Costa26, o programautilizado na avaliação dietética do presente estudosubestimaria o zinco, pois o software apresentaum número limitado de alimentos avaliados coma composição desse nutriente, ao lado de dife-renças na composição de alguns alimentos. Noentanto, a mediana no consumo desse nutrienteapresentou-se igual ou acima da recomendaçãoem todas as faixas etárias para os dois municípios,embora fossem verificados percentuais acima dos20% da prevalência de inadequação de zinco.Cabe ressaltar que a presença desse nutriente emníveis adequados não assegura sua utilização pelo

organismo, pois o consumo de zinco é influen-ciado por algumas proteínas, como a caseína, epelo conteúdo de fitatos presentes na dieta, redu-zindo a sua biodisponibilidade27.

O consumo mediano de cálcio acima dasrecomendações das DRI provavelmente se deveà introdução precoce do leite de vaca e cabra naalimentação das crianças e ao seu alto consumo.O leite de cabra é especialmente consumido nomunicípio de São João do Tigre, por ser produtobeneficiado pela cooperativa local e distribuído àpopulação por meio de programa municipal emparceria pelo Governo Federal. Entretanto, o altoconsumo de leite de vaca ou de cabra, aliado àpouca adesão de outros alimentos complemen-tares, pode representar risco à população infantil,uma vez que esses alimentos, ricos em proteínase minerais, em especial o cálcio, interferem naabsorção do ferro proveniente do leite maternoe de outros alimentos, além de possibilitar ocor-rência de micro-hemorragias intestinais21,28. Dessemodo, as duas populações também podem tersuas prevalências de anemia agravadas por contadesse padrão alimentar.

Apesar dos avanços no campo dos estudosdietéticos, a estimativa do consumo alimentar enutricional na infância é um desafio, diante damaior variabilidade de erros na mensuração dadieta da criança, em função da dependência dospais no relato dos alimentos consumidos porelas26. Para minimizar as fontes de variabilidadede erro neste estudo, foi realizada a repetição doinquérito em uma subamostra e feita a pesagemin loco das quantidades consumidas de determi-nados alimentos, iguais às utilizadas nas prepa-rações do dia anterior à entrevista e que estavamdisponíveis na residência da criança. Na análisedos dados, foi aplicado o método de cálculo deprevalência de inadequação, a partir da metodo-logia da “EAR como ponto de corte”, na qual oconsumo alimentar é ajustado pela variância intere intrapessoal7.

Embora a maioria das crianças tenha apre-sentado os valores de nutrientes consumidos aci-ma dos valores de referência das DRI, a situação

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alimentar dessa população ainda é preocupante,devido às acentuadas prevalências de inadequa-ção encontradas para os nutrientes analisados.

Diante desse diagnóstico, das condiçõesde pobreza e do contexto histórico que preva-lecem nesses dois municípios, essas regiões devem

ser prioridades da Política Nacional de SegurançaAlimentar e Nutricional. Assim faz-se necessáriaa elaboração de estratégias que reforcem a área

de vigilância alimentar e nutricional para essascrianças, estimulando o aleitamento maternoexclusivo e prolongado, bem como ações educa-

tivas sustentáveis, incluindo políticas e programasque possam resgatar as distorções já tradicionaisde um modelo econômico socialmente exclu-

dente.

C O L A B O R A D O R E S

M.M. OSÓRIO, M. BATISTA FILHO; P.I.C. LIRAe M.A. RIBEIRO participaram da elaboração dos pro-jetos de estudo, instrumentos de coleta de dados,supervisão dos trabalhos de campo, levantamento bi-bliográfico, análise estatística e redação do trabalho.E.C. COSTA e S.P.O. SILVA participaram da elaboraçãodos instrumentos de campo, coleta e tabulação dosdados, levantamento bibliográfico, análise estatísticae redação do artigo. J.R.M. LUCENA participou da tabu-

lação dos dados e análise estatística.

R E F E R Ê N C I A S

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Recebido em: 25/11/2009Versão final reapresentada em: 13/10/2010Aprovado em: 9/11/2010

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