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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
91. Terça-feira, 30 de maio de 1893.
Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na igreja do Rosário,
que é quase pegada à chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a festa é nossa. E
este ano foi mesmo. Foi sorteada para rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia
e para rei um negro muito entusiasmado que eu não conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há
muito tempo ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou tudo na festa e ainda ficou
devendo. Agora é que eu vi como fica caro para os pobres dos negros serem reis por um dia.
Júlia com o vestido e a coroa já gastou muito. Além disso, teve de dar um jantar para a corte toda.
A rainha tem uma caudatária que vai atrás segurando na capa que tem uma grande cauda. Esta
também é negra da chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no entusiasmo dos pretos neste
reinado tão curto. Ninguém rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá! MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 57.
O trecho acima apresenta marcas textuais que justificam o emprego da linguagem
coloquial. O tom informal do discurso se deve ao fato de que se trata de
(A) uma narrativa regionalista, que procura reproduzir as características mais típicas da região,
como as falas dos personagens e o contexto social a que pertencem.
(B) uma carta pessoal, escrita pela autora e endereçada a um destinatário específico, com o qual
ela tem intimidade suficiente para suprimir as formalidades da correspondência oficial.
(C) um registro no diário da autora, conforme indicam a data, o emprego da primeira pessoa, a
expressão de reflexões pessoais e a ausência de uma intenção literária explícita na escrita.
(D) uma narrativa de memórias, na qual a grande distância temporal entre o momento da escrita e
o fato narrado impõe o tom informal, pois a autora tem dificuldade de se lembrar com exatidão
dos acontecimentos narrados.
(E) uma narrativa oral, em que a autora deve escrever como se estivesse falando para um
interlocutor, isto é, sem se preocupar com a norma padrão da língua portuguesa e com
referências exatas aos acontecimentos mencionados.
92-Seca d’água É triste para o Nordeste o que a natureza fez mandou 5 anos de seca uma chuva em cada mês e agora, em 85 mandou tudo de vez. A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó seca sem chuva é ruim mas seca d’água é pior. Quando chove brandamente depressa nasce o capim dá milho, arroz, feijão
mandioca e amendoim mas como em 85 até o sapo achou ruim. [...] Meus senhores governantes da nossa grande nação o flagelo das enchentes é de cortar o coração muitas famílias vivendo sem lar, sem roupa e sem pão.
ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escritura, 2001, p. 117-118.
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O fragmento da página anterior é do poema Seca d’água, do poeta popular Patativa do
Assaré. Nesse fragmento, a relação entre o texto poético e o contexto social se verifica
(A) por meio de metáforas complexas, ao gosto da tradição poética popular.
(B) de maneira idealizada, deturpando a realidade pela sua formulação amena e cômica.
(C) de forma direta e simples, que dispensa o uso de recursos literários, como rimas e figurações.
(D) de modo explícito, mediada por oposições, como a apresentada no título.
(E) na preocupação maior com a beleza da forma poética que com a representação da realidade
do Nordeste.
93. Leia o texto a seguir.
Catálogo Submarino. Ano 7, n.° 37, mai. 2009, p. 75 (adaptado).
Considerando a propaganda e a função da linguagem que, predominantemente, encontra-
se nesse gênero textual, observa-se que está presente a função
(A) conativa, com base na qual o texto seduz o receptor da mensagem com o uso de algumas
estratégias linguísticas como “sua mãe” e “você compra”.
(B) emotiva, com a qual o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal, como
emoções e opiniões, evidentes no uso da exclamação.
(C) poética, com a qual são despertados no leitor o prazer estético e a surpresa, com o uso de
imagens que despertam a atenção e a apreciação estética do receptor.
(D) fática, com a qual se busca verificar ou fortalecer a eficiência do canal de comunicação ou do
contato, evidente no uso dos preços das passagens aéreas para atrair e manter a atenção do
receptor.
(E) metalinguística, com a qual a linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu
próprio referente, como se observa no uso das fotografias para ilustrar as cidades mencionadas
na propaganda.
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94.
Disponível em: <http://patacoadas-do-cleber.blogspot.com/2008/04/histria-em-quadrinhosgrafite-
e-seus_4121.html>. Acesso em 18 jan. 2009.
Nas falas do 1.º e do 3.º quadrinhos, observam-se características que demonstram a
intenção do cartunista em adotar uma
(A) linguagem culta na fala de Ataliba e do cientista, de acordo com as regras gramaticais do
português padrão.
(B) linguagem bastante formal na fala do cientista, com emprego de termos técnicos de sua área
de pesquisa.
(C) variante regional na fala de um dos clones, típica da região brasileira em que os meninos
nasceram e foram criados.
(D) linguagem coloquial na fala dos dois personagens, sem preocupação com as normas da
língua, objetivando uma comunicação mais eficaz.
(E) variação de registro, para distinguir o discurso do cientista da fala de garotos, personagens de
gerações diferentes, em situações comunicativas bem diferenciadas.
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95. Leia a tira a seguir.
Laerte. Disponível em: <www.laerte.com.br>. Acesso em: 14 jul. 2008.
Na tirinha acima, as expressões do segundo quadrinho
(A) iniciam o diálogo entre os personagens.
(B) exprimem a necessidade de isolamento das pessoas.
(C) funcionam como elementos de uma comunicação informativa.
(D) evidenciam o caráter apelativo do diálogo entre os personagens.
(E) emitem uma mensagem positiva sobre o estado de saúde dos personagens.
96. Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti ... QUINTANA, Mário. Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2001, p. 104.
O poema sugere que o leitor é parte fundamental no processo de construção de sentido da
poesia. O verso que melhor expressa essa ideia é
(A) “Os poemas são pássaros que chegam”.
(B) “Quando fechas o livro, eles alçam vôo”.
(C) “Eles não têm pouso”.
(D) “E olhas, então, essas tuas mãos vazias,”.
(E) “que o alimento deles já estava em ti ...”.
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97. Muito se tem falado da sociedade informacional, da sociedade da comunicação global, do
surgimento das redes telemáticas e de sua correlata dinâmica social. O ciberespaço é lócus de
efervescência social e canal por onde circulam formas multimodais de informação. A rede é
artefato, conteúdo, canal e metáfora. Como meio, a Internet problematiza a forma midiática
massiva de divulgação cultural e artística. Ela é o foco de irradiação de informação, conhecimento
e troca de mensagens entre pessoas ao redor do mundo, abrindo o polo da emissão. Com a
cibercultura, trata-se efetivamente da emergência de uma liberação do polo da emissão, onde
todos os usuários são autores, e é essa liberação que, em nossa hipótese, vai marcar a cultura
da rede contemporânea em suas mais diversas manifestações: chats, Facebook, jogos online,
fotologs, weblogs, wikipédia, troca de músicas, filmes, fotos, textos, software livre... Ligar-se ao
outro, ou religar, parece ser o mote atual da cibercultura, criando formas de sociabilidade, tendo
nas tecnologias digitais um vetor de agregação social. A cibercultura contemporânea é fruto de
influências mútuas, de trabalho cooperativo, de criação e de livre circulação de informação
através dos novos dispositivos eletrônicos e telemáticos. É nesse sentido que a cibercultura traz
uma cultura baseada na metáfora do copyleft. LEMOS, André. Cibercultura, cultura e identidade. Em direção a uma “Cultura Copyleft”.
Disponível em: http://www.contemporanea.poscom.ufba.br/v2n2_pdf_dez04/lemoscibercultura-v2n2.pdf. Acesso em: 02 maio 2009. (adaptado).
O texto Cibercultura, cultura e identidade de André Lemos, visa demonstrar que a
cibercultura
(A) empobrece a diversidade cultural ao instaurar uma cultura planetária da troca e da
cooperação, resgatando o que há de perigoso na dinâmica de qualquer cultura, podendo
prejudicar a formação da identidade de um povo.
(B) irradia várias informações em tempo real abrindo o polo de emissão para conteúdos
polêmicos, como os jogos online, fotologs, weblogs, entre outros.
(C) é fruto de influências mútuas, na qual a arte, a literatura, a culinária, o esporte, a economia, a
ciência e a tecnologia são exemplos concretos de expressões culturais locais e regionais, restrita
aos direitos autorais das informações.
(D) tem enriquecido a diversidade cultural mundial, provocando, assim, o desaparecimento de
culturas locais em meio ao global homogeneizante.
(E) potencializa aquilo que é próprio de toda dinâmica cultural: o compartilhamento, a distribuição,
a cooperação, a apropriação dos bens simbólicos.
98. As mãos de Ediene
Ediene tem 16 anos, rosto redondo, trigueiro, índio e bonito das meninas do sertão nordestino. Vaidosa, põe anéis nos dedos e pinta os lábios com batom. Mas Ediene é diferente. Jamais abraçará, não namorará de mãos dadas e, se tiver filhos, não os aconchegará em seus braços para dar-lhes o calor e o alimento dos seios da mãe. A razão é simples: Ediene não tem braços. Ela os perdeu numa maromba, máquina do século passado, com dois cilindros de metal que amassam barro para fazer telhas e tijolos numa olaria. Os dedos que enche de anéis são os dos pés, com os quais escreve, desenha e passa batom nos lábios. Ela é uma das centenas de crianças mutiladas todos os anos, trabalhando como gente grande em troca de minguados cobres. UTZERI, F. As mãos de Ediene. Jornal do Brasil, Caderno B, 2 dez. 1999 (adaptado).
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Os recursos estilísticos de um texto servem para torná-lo esteticamente mais eficaz. Em As mãos de Ediene, o autor alcança esse objetivo ao coordenar adjetivos no 1.° período. Tal procedimento busca
(A) despertar no leitor, desde o início, simpatia pela menina.
(B) chamar a atenção para problemas do sertão nordestino.
(C) despertar o interesse do leitor pela maromba.
(D) valorizar a situação vivida por Ediene.
(E) revelar problemas de ordem social.
99. Atalho
Atalhos são ícones que podem ser colocados na tela inicial do micro para facilitar o
acesso a programas ou a arquivos. Assim, em vez de procurar esses elementos em diretórios e
pastas, basta clicar duas vezes em seus respectivos ícones para abri-los. Um atalho não precisa
ter o mesmo nome do arquivo correspondente — pode-se dar a ele qualquer apelido e
associá-lo ao arquivo em questão. A palavra inglesa para atalho é shortcut, que significa cortar
caminho. Disponível em: http://www.lostdesign.net/glossario/informatica.htm (adaptado).
Os pronomes podem ter a função de retomar uma expressão ou o referente de uma expressão anteriormente citada no texto, ou que esteja proeminente no contexto. No texto, isso é feito adequadamente pelo(a)
(A) pronome “que” contido em “que podem ser colocados na tela inicial (...)” (ℓ. 1) — retoma
ícones” (ℓ. 1).
(B) expressão “esses elementos” contida em “em vez de procurar esses elementos em diretórios
e pastas” (ℓ. 2) — retoma “ícones” (ℓ. 1).
(C) pronome “los” contido em “(...) para abri-los.” (ℓ. 3) — retoma “atalhos” (ℓ. 1).
(D) pronome “ele” contido em “pode-se dar a ele qualquer apelido (...)” (ℓ. 4) — retoma “arquivo
correspondente” (ℓ. 4).
(E) pronome “lo” contido em “(...) e associá-lo ao arquivo em questão.” (ℓ. 5) — retoma “o mesmo
nome do arquivo correspondente” (ℓ. 4).
100. A arte é quase tão antiga quanto o ser humano. A
função decisiva da arte nos seus primórdios foi a de
conferir poder mágico: poder sobre a natureza, poder
sobre os inimigos, poder sobre o parceiro de relações
sexuais, poder sobre a realidade, poder exercido no
sentido de um fortalecimento da coletividade humana.
Nos alvores da humanidade, a arte pouco tinha a ver com
a “beleza” e nada tinha a ver com a contemplação
estética, com o desfrute estético: era um instrumento
mágico, uma arma da coletividade humana em sua luta
pela sobrevivência. Por exemplo, a figura apresentada de
uma pintura rupestre comprova que as pinturas de
animais nas cavernas tinham a função de ajudar a dar ao
caçador um sentido de segurança e superioridade sobre a presa. FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. RJ.: Guanabara, p. 45. (adaptado).
Pintura Rupestre. Disponível em: http://www.fashionbubbles
2.com/wp-content/uploads/2008/12/cena-de-caca-pre-historica.jpg.
Acesso em 2/maio/2009.
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Com base nas informações do texto, conclui-se que a arte, nos seus primórdios, tinha a
função de
(A) dar ao homem a sensação de domínio da natureza e no desenvolver as relações sociais.
(B) dotar o ser humano de ferramentas de trabalho que servissem para caçar presas, na luta pela
sobrevivência.
(C) guiar o ser humano em suas atividades de trabalho coletivo.
(D) transformar magicamente a natureza pelo esforço do trabalho coletivo, como uma arma de
defesa da coletividade humana.
(E) desenvolver uma atividade individual, por meio de signos, imagem e palavras, destacando a
importância do artista em relação ao grupo social.
101. Tempo Perdido
Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo:
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
(...)
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
(...)
Veja o sol dessa manhã tão cinza:
A tempestade que chega é da cor dos teus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo:
Temos nosso próprio tempo.
Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido, ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens
tão jovens
tão jovens Renato Russo Disponível em: <http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22489>. Acesso em: 14 abr. 2009.
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Entre os trechos a seguir, retirados da letra Tempo Perdido, o que melhor reflete a função
conativa ou apelativa da linguagem é
(A) “Nem foi tempo perdido/ Somos tão jovens”.
(B) “Todos os dias antes de dormir/ Lembro e esqueço como foi o dia”.
(C) “Todos os dias quando acordo,/ Não tenho mais o tempo que passou”.
(D) “Então me abraça forte/ E diz mais uma vez/ Que já estamos distantes de tudo”.
(E) “O que foi escondido é o que se escondeu,/ E o que foi prometido, ninguém prometeu”.
102. Leia.
XAVIER, C. Disponível em: http://www.releituras.com. Acesso em: 03 set. 2010.
Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, tratada no texto, verifica-se que a
escrita
(A) modifica as ideias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros.
(B) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência de ideias ao longo do tempo.
(C) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade.
(D) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio da oralidade.
(E) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.
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103. Leia.
APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, MILHARES
DE CRIANÇAS TAMBÉM PRECISAM DE UM
MELHOR AMIGO. SEJA O MELHOR AMIGO
DE UMA CRIANÇA. Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para Crianças CCF-Brasil.
Revista IstoÉ. São Paulo: Três, ano 32, n° 2079, 16 set. 2009.
Pela forma como as informações estão organizadas, observa-se que, nessa peça
publicitária, predominantemente, busca-se
(A) conseguir a adesão do leitor à causa anunciada.
(B) reforçar o canal de comunicação com o interlocutor.
(C) divulgar informações a respeito de um dado assunto.
(D) enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio enunciador.
(E) ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do conteúdo veiculado.
104. Leia.
Esse texto é uma propaganda veiculada
nacionalmente. Esse gênero textual utiliza-se da
persuasão com uma intencionalidade específica. O
principal objetivo desse texto é
(A) comprovar que o avanço da dengue no país está
relacionado ao fato de a população desconhecer os
agentes causadores.
(B) convencer as pessoas a se mobilizarem, com o
intuito de eliminar os agentes causadores da doença.
(C) demonstrar que a propaganda tem um caráter
institucional e, por essa razão, não pretende vender
produtos.
(D) informar à população que a dengue é uma
doença que mata e que, por essa razão, deve ser
combatida.
(E) sugerir que a sociedade combata a doença,
observando os sintomas apresentados e procurando
auxílio médico. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, ago. 2009.
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105. Leia.
Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de
uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque
(A) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma
criança.
(B) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na
apresentação de sua obra de arte.
(C) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos.
(D) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal.
(E) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por
este último.
106. O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais
da Commedia dell’art, que, há anos, encontram-se presentes em marchinhas e fantasias de
carnaval. Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo
suas críticas, declarando seu amor por todas as belas jovens e, ao final da apresentação
despediam-se do público com músicas e poesias.
A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a
(A) crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual.
(B) ideologia de luta social que coloca o homem no centro do processo histórico.
(C) crença na espiritualidade e na busca incansável pela justiça social dos feudos.
(D) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI.
(E) ideologia humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano.
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107. Leia.
Disponível em: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010.
O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra o uso de drogas. Essa abordagem,
que se diferencia das de outras campanhas, pode ser identificada
(A) pela seleção do público alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de jovens.
(B) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não usuários:
diga não às drogas.
(C) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a ideia de que não é a droga que faz
a cabeça do jovem.
(D) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade do tema e a ambiência amena que
envolve a cena.
(E) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens, que não possuem autonomia para
seguir seus caminhos.
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108. Expressões Idiomáticas
Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões que se caracterizam por não
identificar seu significado através de suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é
possível traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região. Nas
diversas regiões do país, há várias expressões idiomáticas que integram os chamados dialetos. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 24 abr. 2010 (adaptado).
O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomáticas, utilizando-se de um recurso
metalinguístico que se caracteriza por
(A) influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas em relação ao preconceito contra os
falantes que utilizam expressões idiomáticas.
(B) externar atitudes preconceituosas em relação às classes menos favorecidas que utilizam
expressões idiomáticas.
(C) divulgar as várias expressões idiomáticas existentes e controlar a atenção do interlocutor,
ativando o canal de comunicação entre ambos.
(D) definir o que são expressões idiomáticas e como elas fazem parte do cotidiano do falante
pertencente a grupos regionais diferentes.
(E) preocupar-se em elaborar esteticamente os sentidos das expressões idiomáticas existentes
em regiões distintas.
109. Leia.
Pela evolução do texto, no que se refere à linguagem empregada, percebe-se que a garota
(A) deseja afirmar-se como nora por meio de uma fala poética.
(B) utiliza expressões linguísticas próprias do discurso infantil.
(C) usa apenas expressões linguísticas presentes no discurso formal.
(D) se expressa utilizando marcas do discurso formal e do informal.
(E) usa palavras com sentido pejorativo para assustar o interlocutor.
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110.
Negrinha
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos
ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da
cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de
crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo
na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de
balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências,
discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas,
esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.
[...]
A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora
senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau.
Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual. LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).
A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição
infere-se, no contexto, pela
(A) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.
(B) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.
(C) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.
(D) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.
(E) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.
111.
3 de maio
Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que eu nunca vi. (Oswald de Andrade)
Todos os trechos que seguem foram extraídos do Manifesto da Poesia Pau-Brasil. Aquele que
está relacionado com o poema "3 de maio" é:
(A) "Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano."
(B) "... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetro e pelo acabamento técnico."
(C) Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com os olhos livres."
(D) "A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata
resumida das gaiolas..."
(E) "Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola."
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112.
Reinvenção
A vida só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas ...
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo ... - mais nada.
Mas a vida, a vida , a vida
a vida só é possível
reinventada. […] Cecília Meireles
Podemos dizer que, nesse trecho de um poema de Cecília Meireles, encontramos traços de seu
estilo
(A) sempre marcado pelo momento histórico.
(B) ligado à linguagem coloquial da geração de 22.
(C) inspirado em temas genuinamente brasileiros.
(D) vinculado à estética simbolista.
(E) de caráter épico, com inspiração camoniana.
113. A instabilidade interna reacende o saudosismo português, o que resulta no lançamento da
revista Orpheu, representante do primeiro momento do Modernismo português. O mais
importante escritor do período é Fernando Pessoa. Pode-se dizer que a vida do poeta foi
dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através de seus heterônimos, o que foi
sua principal característica e motivo de interesse por sua pessoa, aparentemente tão pacata.
A respeito da vida e da obra do poeta português Fernando Pessoa, pode-se dizer que
(A) seus heterônimos são máscaras literárias que o poeta usa apenas para encobrir sua própria
personalidade presente nos poemas assinados com outros nomes.
(B) a criação da revista de literatura Orpheu identifica Pessoa como um dos fundadores do
Modernismo português.
(C) o poeta foi responsável pelo espírito derrotista em que Portugal estava mergulhado no final do
século XIX, o que se exemplifica com sua obra Mensagem.
(D) Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis podem ser vistos como pseudônimos
utilizados pelo poeta para burlar a censura.
(E) a criação de heterônimos era uma prática comum aos poetas colaboradores da revista
Orpheu, que marca a fase de uma literatura engajada social e politicamente em Portugal.
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114. Leia um trecho do “Manifesto do Surrealismo”, publicado por André Breton em 1924. Surrealismo: Automatismo psíquico por meio do qual alguém se propõe a exprimir o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral. O Surrealismo assenta-se na crença da realidade superior de certas formas de associação, negligenciadas até aqui, na onipotência do sonho, no jogo desinteressado do pensamento.
(Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.)
Tendo em vista as considerações de André Breton, assinale a alternativa cujos versos revelam
influência do Surrealismo.
(A) O mar soprava sinos
os sinos secavam as flores
as flores eram cabeças de santos.
Minha memória cheia de palavras
meus pensamentos procurando fantasmas
meus pesadelos atrasados de muitas noites. (João Cabral de Melo Neto, “Noturno”, em Pedra do sono.)
(B) Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé.
Comprida história que não acaba mais. (Carlos Drummond de Andrade, “Infância”, em Alguma poesia.)
(C) Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida. (Manuel Bandeira, “Momento num café”, em Estrela da manhã.)
(D) Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual. (Carlos Drummond de Andrade, “Elegia 1938”, em Sentimento do mundo.)
(E) – Bem me diziam que a terra
se faz mais branda e macia
quanto mais do litoral
a viagem se aproxima.
Agora afinal cheguei
nessa terra que diziam.
Como ela é uma terra doce
para os pés e para a vista. (João Cabral de Melo Neto, “O retirante chega à Zona da Mata”, em Morte e vida Severina
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115.
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância1,
Sofro, desde a epigênese2 da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco3,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade4 inorgânica da terra! (ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. )
1 rutilância: brilho intenso.
2 epigênese: teoria da formação dos seres por gerações graduais.
3 hipocondríaco: aquele que se preocupa em excesso com a própria saúde.
4 frialdade: frieza.
A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como
pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto,
identificam-se marcas dessa literatura de transição, como
(A) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o vocabulário requintado,
além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.
(B) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como
“Monstro de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do zodíaco”.
(C) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”,
“epigênesis da infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.
(D) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do
Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial.
(E) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica,
que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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116. Do ponto de vista político e histórico, o ano de 1930 inaugura um novo período no Brasil.
Com o desgaste da política do café-com-leite, as revoltas tenentistas, a quebra da Bolsa de Nova
Iorque, entre outros fatores, deflagra-se a Revolução de 30 e abre-se um espaço de mudanças.
Em termos culturais amplos, trata-se de um momento de busca de novos caminhos: filosóficos,
sociais, políticos existenciais.
Na literatura, a segunda geração do Modernismo, expressão desse momento,
(A) incorpora em sua arte os efeitos da crise mundial e os choques ideológicos que levaram a
posições mais definidas, e que formavam um campo propício ao desenvolvimento de uma poesia
de cunho social.
(B) se opõe às conquistas e inovações dos primeiros modernistas de 1922. Uma nova proposta é
defendida inicialmente pela revista Orpheu.
(C) radicaliza o movimento modernista, pela necessidade de ruptura com toda arte passadista,
produzindo apenas poemas com versos brancos e livres.
(D) faz uso intenso de revistas e manifestos, empregados como meios de divulgação do
movimento pelos vários estados brasileiros.
(E) ao mesmo tempo em que procura o moderno, o original e o polêmico, volta-se a um
nacionalismo que se manifesta em suas múltiplas facetas: retorno volta às origens, a pesquisa de
fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira”.
117. Atente para estes versos de Manuel Bandeira, extraídos do poema “Minha terra”:
Revi afinal o meu Recife.
Está de fato completamente mudado.
Tem avenidas, arranha-céus.
É hoje uma bonita cidade.
Diabo leve quem pôs bonita a minha terra.
Nesses versos o poeta pernambucano
(A) renuncia ao estilo modernista, voltando ao verso clássico para poder saudar sua antiga
cidade.
(B) admite que ele e sua cidade tiveram muito a ganhar com o irrecorrível processo de
modernização.
(C) reconhece que a modernização altera as convicções que ele alimentava no passado.
(D) opõe a constatação do progresso de sua cidade à sua imagem afetiva guardada na memória.
(E) ironiza a beleza da cidade moderna enquanto idealiza a melancolia das cidadezinhas.
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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES (118 e 119):
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói! Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.
118. No texto de Drummond, o eu lírico
(A) considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.
(B) revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.
(C) ironiza a si mesmo e critica a rusticidade de seu passado semirrural mineiro.
(D) dirige-se diretamente ao leitor, tornando assim patente o caráter confidencial do poema.
(E) critica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.
119. Tendo em vista que o poema de Drummond contém referências a aspectos geográficos e
históricos determinados, considere as seguintes afirmações:
I. O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo de região caracterizada pela existência de
importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.
II. O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também
de uma história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.
III. A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que ele é originário.
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Está correto o que se afirma
(A) I, somente.
(B) III, somente.
(C) I e II, somente.
(D) II e III, somente.
(E) I, II e III.
120. “No dia seguinte, Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio, notou que as operações
de Sinhá Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação
habitual: a diferença era proveniente de juros.
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era
bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se
descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o
que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta
de alforria!
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra
fazenda.
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia
dito palavra à toa, pedia desculpa. [...]
O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. [...]
Sentou-se numa calçada, tirou do bolso o dinheiro, examinou-o, procurando adivinhar quanto lhe
tinham furtado. Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era. Tomavam-lhe o
gado quase de graça e ainda inventavam juro. Que juro! O que havia era safadeza.”
Sobre o fragmento do capítulo Contas, do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, pode-se
dizer que
(A) ao se referir a Sinhá Vitória, Fabiano admite que “a mulher tinha miolo.” Essa afirmação
significa que a esposa era inteligente, tinha frequentado escola, sabia fazer conta, diferentemente
dele, que “era bruto”, pois, não sabia ler nem fazer conta.
(B) quando o narrador personagem afirma que “O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o
chapéu varrendo o tijolo”, significa que a personagem percebeu que o orgulho era a única arma
que possuía para enfrentar o proprietário das terras onde trabalhava, por isso resolveu camuflar o
orgulho saindo sem dar as costas ao amo.
(C) no final do segundo parágrafo, quando se lê: “Passar a vida inteira assim no toco, entregando
o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar
carta de alforria!”, o narrador se afasta e deixa Fabiano demonstrar, de forma direta ao patrão,
que tem a consciência da exploração que sofre.
(D) Graciliano Ramos cria duas comparações ao usar o vocábulo branco para designar o patrão
e, posteriormente, ao atribuir ao narrador o enunciado: “Trabalhar como negro e nunca arranjar
carta de alforria!” coloca a personagem na condição de submisso, tal qual a de um escravo sem
direito à liberdade, o que contraria os princípios do romance regionalista de 1930.
(E) há algumas expressões usadas por Graciliano Ramos que quebram a verossimilhança
existente entre a linguagem, a condição social e o nível de escolaridade de Fabiano, pois são
metáforas eruditas, tais como: “perdeu os estribos”, “batendo no chão como cascos” e “baixou a
pancada e amunhecou”.
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121.
O peru de Natal
O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi
de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes,
nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas
nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu
pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre,
sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um
vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom
errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século.São Paulo: Objetiva, 2000 (fragmento).
No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom confessional do narrador em primeira pessoa
revela uma concepção das relações humanas marcada por
(A) distanciamento de estados de espírito entre gerações.
(B) relevância dos festejos religiosos em família na sociedade moderna.
(C) preocupação econômica em uma sociedade urbana em crise.
(D) consumo de bens materiais por parte de jovens, adultos e idosos.
(E) pesar e reação de luto diante da morte de um familiar querido.
122. Vei, a Sol
Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado. Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova com dinheiro enterrado. Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro de holandês. Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas. Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela que o carregasse pro céu. Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia muito. – Vá tomar banho! – ela fez. E foi-se embora. Assim nasceu a expressão “Vá tomar banho” que os brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes europeus. ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de
Mário de Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a
linguagem empregada pelo narrador, é possível identificar
(A) resquícios do discurso naturalista usado pelos escritores do século XIX.
(B) ausência de linearidade no tratamento do tempo, recurso comum ao texto narrativo da
primeira fase modernista.
(C) referência à fauna como meio de denunciar o primitivismo e o atraso de algumas regiões do
país.
(D) descrição preconceituosa dos tipos populares brasileiros, representados por Macunaíma e
Caiuanogue.
(E) uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário brasileiro como meio de valorização da
cultura popular nacional.
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123.
O nascimento do mundo, de Salvador Dali.
A tela acima é uma proposta das Vanguardas europeias, movimentos artísticos e culturais com
repercussão na literatura brasileira. Pode-se, inclusive, afirmar que elementos constitutivos das
Vanguardas estão presentes em autores e obras da estética literária modernista. Sobre esses
movimentos pode-se afirmar que
(A) as chamadas Vanguardas europeias foram importantes para os movimentos culturais do início
do século XX. No entanto, no Brasil, há um consenso entre os estudiosos que essas Vanguardas
nos influenciaram apenas a partir da segunda metade do século XX.
(B) o Dadaísmo, uma das chamadas Vanguardas europeias, defendia que somente a associação
entre todas as tendências vanguardistas poderia resultar em avanços importantes para as artes e
para a cultura de um modo geral.
(C) temáticas oriundas dos estudos freudianos como fantasia, sonho, ilusão, loucura estão
presentes em obras do Surrealismo, vanguarda que influenciou poetas modernistas, como Murilo
Mendes.
(D) Mário de Andrade e Oswald de Andrade, participantes da Semana de Arte Moderna negaram
a relação existente entre as Vanguardas europeias e os valores e as motivações das obras
modernistas brasileiras.
(E) Há uma relação intensa entre Futurismo e Cubismo. Tanto uma quanto a outra têm os
mesmos interesses e objetivos e em nada se diferenciam, exceto quando se relacionam com a
arte literária.
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124. A Semana de Arte de 1922 foi aberta ao público, que durante toda a semana pôde visitar o
saguão do Teatro Municipal de São Paulo e conferir uma exposição de artes plásticas com obras
de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Di Cavalcanti, Harberg, Brecheret,
Ferrignac e Antonio Moya. Além da exposição, foram realizados saraus com apresentação de
conferências, leitura de poemas, dança e música, participação dos escritores Graça Aranha,
Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, com execução de músicas de
Ernâni Braga e Villa-Lobos. Entre os organizadores da Semana, estavam Mário e Oswald de
Andrade, que, posteriormente, ao lado de Manuel Bandeira (que não participou do evento),
formaram a célebre tríade modernista.
Sobre esse evento é possível dizer que
(A) foi liderada por intelectuais e políticos paulistas e coroou o Modernismo Brasileiro, com a
publicação de Macunaíma, de Mário de Andrade.
(B) foi um movimento isolado, ocorrido na cidade de São Paulo, sem repercussão nacional ou
desdobramentos nos rumos das artes no Brasil.
(C) teve uma repercussão negativa apenas nas artes plásticas, agradando o público na literatura
e na música.
(D) reagiu ao academicismo com a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de
uma liberdade criadora sem igual, difundindo novos conceitos.
(E) as Vanguardas europeias, ainda que tivessem um caráter destruidor e localista, não serviram
como referência aos artistas da Semana de 1922.
125.
Venturosa de sonhar-te,
à minha sombra me deito.
(Teu rosto, por toda parte,
mas, amor, só no meu peito!)
— Barqueiro, que céu tão leve!
Barqueiro, que mar parado!
Barqueiro, que enigma breve,
o sonho de ter amado!
Em barca de nuvens sigo:
e o que vou pagando ao vento
para levar-te comigo
é suspiro e pensamento.
— Barqueiro, que doce instante!
Barqueiro, que instante imenso,
não do amado nem do amante:
mas de amar o amor que penso! MEIRELES, Cecília. Canções. Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972. p. 564.
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A poesia de Cecília Meireles constitui “esboços de quadros metafísicos”, o que pode ser
comprovado no texto por meio
(A) da exaltação do ente amado em sua plenitude de beleza.
(B) de uma atitude reflexiva do sujeito poético a respeito do amor como ideia.
(C) do sofrimento causado pelo distanciamento entre os amantes.
(D) da nostalgia de um tempo marcado pela experiência concreta do amor.
(E) de versos predominantemente descritivos de uma paisagem estática que reflete o íntimo do
sujeito lírico.
TEXTOS PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES (126 E 127).
I. Manuel Bandeira
(...)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
(...)
II. Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
126. A ideia comum aos dois textos consiste na
(A) contradição entre a língua concebida e a que se realiza nos poemas.
(B) crítica ao linguajar popular e debochado do povo brasileiro.
(C) aceitação dos valores da cultura europeia, particularmente a portuguesa.
(D) proposta de uma língua nacional que esteja próxima da expressão lusíada.
(E) busca de uma identidade nacional, negando-se a cultura europeia.
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127. No texto II, de Oswald de Andrade, percebem-se algumas características da fase heróica do
Modernismo brasileiro, como
(A) a tentativa de contar a história do Brasil nos moldes românticos, ufanista.
(B) a influência parnasiana, sobretudo nos aspectos formais.
(C) a preocupação com os problemas políticos e sociais da época.
(D) a ironia e o humor numa releitura satírica da história do Brasil.
(E) a preocupação com a correção da modalidade escrita da língua.
128.
Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar. BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar 1967.
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de
elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade
aponta para
(A) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua
nostalgia com relação à cidade.
(B) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da
vida rural.
(C) opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua
juventude.
(D) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
(E) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.
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129. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a
cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se
considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita
Malfatti e outros modernistas
A estudante, c. 1917, de Anita Malfatti.
(A) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
(B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando
a criação artística nacional.
(C) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como
finalidade a prática educativa.
(D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade
artística ligada à tradição acadêmica.
(E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas
abordados.
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INGLÊS
130. Marque a opção com a frase do texto no Second Conditional.
(A) If we take just one of these things and give it back, or feed it back, we could help change the
lives of hungry school children around the world.
(B) If we took just one of these things and gave it back, or fed it back, we could help change the
lives of hungry school children around the world.
(C) If we had taken just one of these things and given it back, or fed it back, we could have helped
change the lives of hungry school children around the world.
(D) If we will take just one of these things and give it back, or feed it back, we help change the
lives of hungry school children around the world.
(E) If we take just one of these things and give it back, or feed it back, we help change the lives of
hungry school children around the world.
131. A internet tem servido a diferentes interesses, ampliando, muitas vezes, o contato entre
pessoas e instituições. Um exemplo disso é o site WeFeedback, no qual a internauta Kate Watts
(A) comprou comida em promoção.
(B) inscreveu-se em concurso.
(C) participou de pesquisa de opinião.
(D) voluntariou-se para trabalho social.
(E) fez doação para caridade.
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132. Marque a opção que com a frase escrita na caneca no Third Conditional.
(A) If you shared, you would feed 240 children.
(B) If you shares, you would have fed 240 children.
(C) If you had shared, you will save 240 children.
(D) If you had shared, you would have saved 240 children.
(E) If you have shared, you will have saved 240 children.
Masters of War
Come you masters of war
You that build all the guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks.
You that never done nothin’
But build to destroy
You play with my world
Like it’s your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly
Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain.
133. Na letra da canção Masters of War do músico americano Bob Dylan, há questionamentos e
reflexões que aparecem na forma de protesto contra
(A) o sistema que recruta soldados para guerras motivadas por interesses econômicos.
(B) o envio de jovens à guerra para promover a expansão territorial dos Estados Unidos.
(C) o comportamento dos soldados norte-americanos nas guerras de que participaram.
(D) o desinteresse do governo pelas famílias dos soldados mortos em campos de batalha.
(E) as Forças Armadas norte-americanas, que enviavam homens despreparados para as guerras.
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For years patients have had recourse to a noninvasive surgical technique in which doctors zap
tumors with focused beams of radiation. The technology was first used on brain-cancer patients
because doctors can easily clamp the head in place, keeping the tumor rock steady. More
recently the machines have gotten better at compensating for the patient’s movement – from
breathing, say – allowing doctors to treat tumors elsewhere in the body. Now doctors at Korea St.
Mary’s Hospital are using a device called Cyberknife, made by accuracy in Sunnyvale, California,
to treat patients with severe depression and obsessive-compulsive disorder. Other doctors think
the technique could be useful to treat Parkinson’s and epilepsy patients. Since the radiation
creates permanent lesions in the brain, the method is controversial and may take years to win
acceptance.
134. As técnicas cirúrgicas não-invasivas a que o fragmento se refere foram inicialmente
empregadas no tratamento de
(A) doença de Parkinson.
(B) convulsões epilépticas.
(C) câncer cerebral.
(D) distúrbios respiratórios.
(E) doença de Alzheimer.
135. Com relação ao dispositivo CyberKnife, há médicos utilizando-o em pacientes que
apresentam
(A) lesão cerebral.
(B) transtorno obsessivo-compulsivo.
(C) tumor bronco-pulmonar.
(D) dificuldade de locomoção.
(E) calos nas cordas vocais.
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ESPANHOL
Texto 1
Modelos de Mujer
[...] Mido casi un metro setenta, y eso está bien, pero la última vez que pesé cincuenta y cuatro
kilos estaba a punto de cumplir quince años. Eso no tendría mucha importancia si no fuera porque
casi siempre peso un poco — uno de esos «pocos» tan elásticos que parecen conceptos de
goma — más de sesenta, que no es ya el peso ideal, sino apenas el normal, y eso está
francamente mal cuando no tengo un buen día, que de unos años a esta parte es, más o menos,
todos los días. Soy lo que la gente suele llamar «una mujer grande», y tengo tanto éxito con los
albañiles que trabajan en la calle, como desprecio inspiro a las redactoras de páginas de moda.
Mi cara me gusta, y me gusta mi piel, y mi pelo castaño, espeso y ondulado, aunque a veces
preferiría ser más rubia, o morena del todo, para escapar de la apabullante mayoría estadística de
los tonos marrones, que son los míos y los de casi todo el mundo, por mucho que yo me empeñe
en subirme la moral de vez en cuando diciéndome que, en realidad, tengo los ojos de color
avellana. [...] Almudena Grandes. In: Modelos de Mujer. España: Editorial Tusquets, 2009.
(fragmento).
130. No trecho “[...] más de sesenta, que no es ya el peso ideal, sino apenas el normal, y eso
está francamente mal cuando no tengo un buen día, que de unos años a esta parte es, más o
menos, todos los días. [...], o vocábulo em destaque estabelece com a frase anterior uma relação
de:
(A) condição.
(B) retificação.
(C) conclusão.
(D) consequência.
(E) causa.
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Texto 2
Levántate del sofá para dejar de comer patatas
Cristina de Martos | Madrid
No sólo es posible atajar más de un problema a la vez, sino
que es beneficioso. Un estudio de la Universidad de Northwestern (EEUU) muestra que animar a
las personas con unos hábitos poco saludables a que aumenten su consumo de fruta y verdura y
a que pasen menos tiempo sentados en el sofá es una intervención exitosa que provoca, además,
otros efectos positivos como la disminución en la ingesta de grasas. Según los autores, cuanto
menos tiempo pasas delante de la televisión, menos metes la mano en la bolsa de patatas.
"Haciendo simplemente dos cambios en el estilo de vida se logra un efecto grande y las personas
no se ven sobrepasadas", señala Bonnie Spring, profesora de Medicina Preventiva en la
universidad americana y autora principal del estudio. En él, pusieron a prueba dos intervenciones,
una en la que se emplazaba a los participantes a disminuir el consumo de grasas y a aumentar la
actividad física, y otra en la que se proponía aumentar la ingesta de fruta y verdura y pasar menos
tiempo en el sofá.
Los cerca de 200 participantes, adultos entre 21 y 60 años con malos hábitos, utilizaron un
asistente personal digital para controlar ellos mismos sus objetivos y para registrar sus progresos.
Durante las tres primeras semanas, recibieron un incentivo de hasta 175 dólares por hacerlo.
Después, los investigadores les informaron de que ya no estaban obligados a seguir con el
programa si no querían, pero recibirían entre 30 y 80 dólares por seguir registrando lo que hacían,
aunque no cumplieran con las metas.
Reacción en cadena
La intervención que promovía el consumo de frutas y verduras (un mínimo de cinco al día) y
reducía a menos de 90 minutos diarios el tiempo de sofá fue más exitosa que la segunda. Y tuvo
además un efecto colateral muy positivo: la reducción en la ingesta de grasas. Como era de
esperar, los resultados fueron mejores durante las primeras semanas pero durante los meses
posteriores, a pesar de que no había incentivo económico, también se observaron beneficios.
"Desde el inicio hasta el final de las tres primeras semanas y durante los cinco meses de
seguimiento, respectivamente, las raciones de fruta diarias pasaron de 1,2 a 5,5 y 2,9, los minutos
de inactividad pasaron de 219,2 a 89,3 y 125,7, y las calorías al día procedentes de grasas
saturadas, del 12% al 9,4% y 9,9%", señala el trabajo publicado en 'Archives of Internal Medicine'.
"Alrededor del 86% de los participantes dijo que una vez que habían cambiado, trataron de
mantenerlo. Había algo en aumentar el consumo de fruta y verdura que les hizo sentirse capaces
de cambiar cualquier cosa", explica Spring en una nota de prensa. "Aumentó mucho su
confianza".
El otro elemento positivo de esta investigación es el mecanismo de control empleado: una
herramienta 60, 65 digital auto gestionada, que podría extenderse a los móviles. "La ubicuidad del
uso de los teléfonos móviles permite ahora a los investigadores y médicos conducir sus estudios y
suministrar las intervenciones de formas que anteriormente no se podía", señala un editorial que
acompaña al trabajo.
En la actualidad, existen varias aplicaciones dirigidas a mejorar los hábitos de vida, una opción
que parece dar sus frutos.
Elmundo.es, 30 de maio de 2012.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
31
131. No fragmento “No sólo es posible atajar más de un problema a la vez...” (línea 1), a
expressão em destaque corresponde, em português, a:
(A) sempre.
(B) às vezes.
(C) poucas vezes.
(D) frequentemente.
(E) ao mesmo tempo
132. O texto trata:
(A) da publicidade na televisão.
(B) da vida de pessoas que não fazem atividade física.
(C) das aplicações que visam melhorar a vida das pessoas.
(D) da pesquisa sobre pessoas com hábitos pouco saudáveis.
(E) das facilidades da vida moderna que não trazem benefícios.
133. Assinale a alternativa que indica uma das consequências de ver menos televisão, segundo
os professores da Universidade de Northwestern.
(A) comer menos batatas.
(B) aumentar a autoestima
(C) ingerir mais fruta e verdura.
(D) introduzir a prática de atividade física.
(E) ser incentivado a melhorar a situação econômica.
134. Um dos objetivos do trabalho, segundo sua autora principal, é:
(A) melhorar a aparência física.
(B) aumentar a atividade física.
(C) diminuir a ingestão de gorduras.
(D) ajudar financeiramente as pessoas.
(E) mudar uma situação de passividade.
135. “Alrededor del 86% de los participantes” (6º párrafo).
Assinale a alternativa que apresenta o vocábulo que, em espanhol, pode substituir o termo em
destaque.
(A) casi.
(B) aproximadamente.
(C) la mayoría.
(D) lejos.
(E) al lado.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
32
CIÊNCIAS DA MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Uma pesquisa de opinião foi realizada para avaliar os níveis de audiência de alguns canais de
televisão, entre 20h e 21h, durante uma determinada noite. Os resultados obtidos estão
representados no gráfico de barras a seguir:
136. A percentagem de entrevistados que declararam estar assistindo à TvB é
APROXIMADAMENTE igual a:
(A) 15%
(B) 20%
(C) 22%
(D) 27%
(E) 30%
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Em um concurso de televisão, apresentam-se ao participante três fichas voltadas para baixo,
estando representadas em cada uma delas as letras T, V e E. As fichas encontram-se alinhadas
em uma ordem qualquer. O participante deve ordenar as fichas a seu gosto, mantendo as letras
voltadas para baixo, tentando obter a sigla TVE. Ao desvirá-las, para cada letra que esteja na
posição correta ganhará um prêmio de R$200,00 .
137. A probabilidade de o PARTICIPANTE não ganhar qualquer prêmio é igual a:
(A) 0
(B) 1/3
(C) 1/4
(D) 1/2
(E) 1/6
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
33
138. A sombra de uma pessoa que tem 1,80m de altura mede 60cm . No mesmo momento, a seu
lado, a sombra projetada de um poste mede 2,00m . Se, mais tarde, a sombra do poste diminuiu
50cm , a sombra da pessoa passou a medir:
(A) 30cm.
(B) 45cm.
(C) 50cm.
(D) 80cm.
(E) 90cm.
139. Para convencer a população local da ineficiência da Companhia Telefônica Vilatel na
expansão da oferta de linhas, um político publicou no jornal local o gráfico I, abaixo representado.
A Companhia Vilatel respondeu publicando dias depois o gráfico II, onde pretende justificar um
grande aumento na oferta de linhas. O fato é que, no período considerado, foram instaladas,
efetivamente, 200 novas linhas telefônicas.
Analisando os gráficos, pode-se concluir que
(A) o gráfico II representa um crescimento real maior do que o do gráfico I.
(B) o gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II incorreto.
(C) o gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o I incorreto.
(D) a aparente diferença de crescimento nos dois gráficos decorre da escolha das diferentes
escalas.
(E) os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas diferentes.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
34
140. Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, de forma que o
mais baixo e o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm, conforme a
figura. Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear de madeira cujo comprimento
mínimo, em cm, deve ser:
(A) 144.
(B) 180.
(C) 210.
(D) 225.
(E) 240.
141. Uma companhia de seguros levantou dados sobre os carros de determinada cidade e
constatou que são roubados, em média, 150 carros por ano. O número de carros roubados da
marca X é o dobro do número de carros roubados da marca Y, e as marcas X e Y juntas
respondem por cerca de 60% dos carros roubados. O número esperado de carros roubados da
marca Y é:
(A) 20.
(B) 30.
(C) 40.
(D) 50.
(E) 60.
142. Um município de 628 km2 é atendido por duas emissoras de rádio cujas antenas A e B
alcançam um raio de 10km do município, conforme mostra a figura. Para orçar um contrato
publicitário, uma agência precisa avaliar a probabilidade que um morador tem de, circulando
livremente pelo município, encontrar-se na área de alcance de pelo menos uma das emissoras.
Essa probabilidade é de, aproximadamente,
(A) 20%.
(B) 25%.
(C) 30%.
(D) 35%.
(E) 40%.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
35
143. Um estudo realizado com 100 indivíduos que abastecem seu carro uma vez por semana em
um dos postos X, Y ou Z mostrou que:
- 45 preferem X a Y, e Y a Z.
- 25 preferem Y a Z, e Z a X.
- 30 preferem Z a Y, e Y a X.
Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 consumidores continuarem se orientando
pelas preferências descritas, é possível afirmar que a liderança de preferência nunca pertencerá a
(A) X.
(B) Y.
(C) Z.
(D) X ou Y.
(E) Y ou Z.
144. Considerando que o Calendário Muçulmano teve início em 622 da era cristã e que cada 33
anos muçulmanos correspondem a 32 anos cristãos, é possível estabelecer uma correspondência
aproximada de anos entre os dois calendários, dada por:
(C = Anos Cristãos e M = Anos Muçulmanos)
(A) C = M + 622 - (M/33).
(B) C = M - 622 + (C - 622/32).
(C) C = M - 622 - (M/33).
(D) C = M - 622 + (C - 622/33).
(E) C = M + 622 - (M/32).
145. Uma editora pretende despachar um lote de livros, agrupados em 100 pacotes de 20 cm x
20 cm x 30 cm. A transportadora acondicionará esses pacotes em caixas com formato de bloco
retangular de 40 cm x 40 cm x 60 cm. A quantidade mínima necessária de caixas para esse envio
é:
(A) 9
(B) 11
(C) 13
(D) 15
(E) 17
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
36
146. As empresas querem a metade das pessoas trabalhando o dobro para produzir o triplo.
(Revista Você S/A, 2004)
Preocupado em otimizar seus ganhos, um empresário encomendou um estudo sobre a
produtividade de seus funcionários nos últimos quatro anos, entendida por ele, de forma
simplificada, como a relação direta entre seu lucro anual (L) e o número de operários envolvidos
na produção (n). Do estudo, resultou o gráfico abaixo.
Ao procurar, no gráfico, uma relação entre seu lucro, produtividade e número de operários, o
empresário concluiu que a maior produtividade ocorreu em 2002, e o maior lucro
(A) em 2000, indicando que, quanto maior o número de operários trabalhando, maior é o seu
lucro.
(B) em 2001, indicando que a redução do número de operários não significa necessariamente o
aumento dos lucros.
(C) também em 2002, indicando que lucro e produtividade mantêm uma relação direta que
independe do número de operários.
(D) em 2003, devido à significativa redução de despesas com salários e encargos trabalhistas de
seus operários.
(E) tanto em 2001, como em 2003, o que indica não haver relação significativa entre lucro,
produtividade e número de operários.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
37
147. Uma empresa produz tampas circulares de alumínio para tanques cilíndricos a partir de
chapas quadradas de 2 metros de lado, conforme a figura. Para 1 tampa grande, a empresa
produz 4 tampas médias e 16 tampas pequenas.
As sobras de material da produção diária das tampas grandes, médias e pequenas dessa
empresa são doadas, respectivamente, a três entidades: I, II e III, para efetuarem reciclagem do
material. A partir dessas informações, pode-se concluir que
(A) a entidade I recebe mais material do que a entidade II.
(B) a entidade I recebe metade de material do que a entidade III.
(C) a entidade II recebe o dobro de material do que a entidade III.
(D) as entidades I e II recebem, juntas, menos material do que a entidade III.
(E) as três entidades recebem iguais quantidades de material.
148. No Nordeste brasileiro, é comum encontrarmos peças de artesanato constituídas por
garrafas preenchidas com areia de diferentes cores, formando desenhos. Um artesão deseja
fazer peças com areia de cores cinza, azul, verde e amarela, mantendo o mesmo desenho, mas
variando as cores da paisagem (casa, palmeira e fundo), conforme a figura. O fundo pode ser
representado nas cores azul ou cinza; a casa, nas cores azul, verde ou amarela; e a palmeira,
nas cores cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mesma cor nem da casa nem da palmeira,
por uma questão de contraste, então o número de variações que podem ser obtidas para a
paisagem é
(A) 6.
(B) 7.
(C) 8.
(D) 9.
(E) 10.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
38
149.
Na seleção para as vagas deste anúncio, feita por telefone ou correio eletrônico, propunha-se aos
candidatos uma questão a ser resolvida na hora. Deveriam calcular seu salário no primeiro mês,
se vendessem 500 m de tecido com largura de 1,40 m, e no segundo mês, se vendessem o dobro.
Foram bem sucedidos os jovens que responderam, respectivamente,
(A) R$ 300,00 e R$ 500,00.
(B) R$ 550,00 e R$ 850,00.
(C) R$ 650,00 e R$ 1000,00.
(D) R$ 650,00 e R$ 1300,00.
(E) R$ 950,00 e R$ 1900,00.
150. Um pátio de grandes dimensões vai ser revestido por pastilhas quadradas brancas e pretas,
segundo o padrão representado a seguir, que vai ser repetido em toda a extensão do pátio.
As pastilhas de cor branca custam R$ 8,00 por metro quadrado e as de cor preta, R$ 10,00. O custo
por metro quadrado do revestimento será de
(A) R$ 8,20.
(B) R$ 8,40.
(C) R$ 8,60.
(D) R$ 8,80.
(E) R$ 9,00.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
39
151. Os três recipientes da figura têm formas diferentes, mas a mesma altura e o mesmo
diâmetro da boca. Neles são colocados líquido até a metade de sua altura, conforme indicado nas
figuras. Representando por V1, V2 e V3 o volume de líquido em cada um dos recipientes, tem-se
(A) V1 = V2 = V3
(B) V1 < V3 < V2
(C) V1 = V3 < V2
(D) V3 < V1 < V2
(E) V1 < V2 = V3
152. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino Médio há 10 anos se encontraram
em uma reunião comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no gráfico a seguir. Um prêmio foi
sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha
sido um(a) filho(a) único(a) é
(A) 1
3.
(B) 1
4.
(C) 7
15.
(D) 7
23.
(E) 7
25.
153. A escrita Braile para cegos é um sistema de símbolos no qual cada caractere é um
conjunto de 6 pontos dispostos em forma retangular, dos quais pelo menos um se destaca em
relação aos demais. Por exemplo, a letra A é representada pela figura a seguir. O número total
de caracteres que podem ser representados no sistema Braile é
(A) 12.
(B) 31.
(C) 36.
(D) 63.
(E) 720.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
40
154. Uma cooperativa de radio táxis tem como meta atender em no máximo 15 minutos a pelo
menos 95% das chamadas que recebe. O controle dessa meta é feito ininterruptamente por um
funcionário que utiliza um equipamento de rádio para monitoramento. A cada 100 chamadas, ele
registra o número acumulado de chamadas que não foram atendidas em 15 minutos. Ao final de
um dia, a cooperativa apresentou o seguinte desempenho:
total acumulado de chamadas 100 200 300 400 482
número acumulado de chamadas não
atendidas em 15 minutos 6 11 17 21 24
Esse desempenho mostra que, nesse dia, a meta estabelecida foi atingida
(A) nas primeiras 100 chamadas.
(B) nas primeiras 200 chamadas.
(C) nas primeiras 300 chamadas.
(D) nas primeiras 400 chamadas.
(E) ao final do dia.
155. Na figura que representa o projeto de uma escada com 5 degraus de mesma altura, o
comprimento total do corrimão é igual a
(A) 1,8 m.
(B) 1,9 m.
(C) 2,0 m.
(D) 2,1m.
(E) 2,2 m.
156. Uma artesã confecciona dois diferentes tipos de vela ornamental a partir de moldes feitos
com cartões de papel retangulares de 20cm 10cm (conforme ilustram as figuras abaixo). Unindo
dois lados opostos do cartão, de duas maneiras, a artesã forma cilindros e, em seguida, os
preenche completamente com parafina. Supondo-se que o custo da vela seja diretamente
proporcional ao volume de parafina empregado, o custo da vela do tipo I, em relação ao custo da
vela do tipo II, será
(A) o triplo.
(B) o dobro.
(C) igual.
(D) a metade.
(E) a terça parte.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
41
157. A tabela a seguir indica a posição relativa de quatro times de futebol na classificação geral
de um torneio, em dois anos consecutivos. O símbolo significa que o time indicado na linha
ficou, no ano de 2004, à frente do indicado na coluna. O símbolo * significa que o time indicado na
linha ficou, no ano de 2005, à frente do indicado na coluna. A probabilidade de que um desses
quatro times, escolhido ao acaso, tenha obtido a mesma classificação no torneio, em 2004 e
2005, é igual a
(A) 0,00.
(B) 0,25.
(C) 0,50.
(D) 0,75.
(E) 1,00.
158. O Aedes aegypti é vetor transmissor da dengue. Uma pesquisa feita em São Luís - MA, de
2000 a 2002, mapeou os tipos de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela a
seguir mostra parte dos dados coletados nessa pesquisa.
tipos de reservatórios população de A. aegypti
2000 2001 2002
pneu 895 1.658 974
tambor/tanque/depósito de barro 6.855 46.444 32.787
vaso de planta 456 3.191 1.399
material de construção/peça de carro 271 436 276
garrafa/lata/plástico 675 2.100 1.059
poço/cisterna 44 428 275
caixa d’água 248 1.689 1.014
recipiente natural, armadilha, piscina e outros 615 2.658 1.178
total 10.059 58.604 38.962 Caderno Saúde Pública, vol. 20, n.º 5,
Rio de Janeiro, out./2004 (com adaptações).
Se mantido o percentual de redução da população total de A. aegypti observada de 2001 para
2002, teria sido encontrado, em 2003, um número total de mosquitos
(A) menor que 5.000.
(B) maior que 5.000 e menor que 10.000.
(C) maior que 10.000 e menor que 15.000.
(D) maior que 15.000 e menor que 20.000.
(E) maior que 20.000.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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159. A diversidade de formas geométricas espaciais criadas pelo homem, ao mesmo tempo em
que traz benefícios, causa dificuldades em algumas situações. Suponha, por exemplo, que um
cozinheiro precise utilizar exatamente 100mL de azeite de uma lata que contenha 1.200mL e
queira guardar o restante do azeite em duas garrafas, com capacidade para 500mL e 800mL
cada, deixando cheia a garrafa maior. Considere que ele não disponha de instrumento de medida
e decida resolver o problema utilizando apenas a lata e as duas garrafas. As etapas do
procedimento utilizado por ele estão ilustradas nas figuras a seguir, tendo sido omitida a 5a etapa
(ver figura).
Qual das situações ilustradas a seguir corresponde à 5a etapa do procedimento?
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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160. Representar objetos tridimensionais em uma folha de papel nem sempre é tarefa fácil. O
artista holandês Escher (1898-1972) explorou essa dificuldade criando várias figuras planas
impossíveis de serem construídas como objetos tridimensionais, a exemplo da litografia
Belvedere, reproduzida a seguir.
Considere que um marceneiro tenha encontrado algumas figuras supostamente desenhadas por
Escher e deseje construir uma delas com ripas rígidas de madeira que tenham o mesmo
tamanho. Qual dos desenhos a seguir ele poderia reproduzir em um modelo tridimensional real?
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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161. Uma das principais causas da degradação de peixes frescos é a contaminação por
bactérias. O gráfico apresenta resultados de um estudo acerca da temperatura de peixes frescos
vendidos em cinco peixarias. O ideal é que esses peixes sejam vendidos com temperaturas entre
2 C e 4 C. Selecionando-se aleatoriamente uma das cinco peixarias pesquisadas, a
probabilidade de ela vender peixes frescos na condição ideal é igual a
(A) 1
2.
(B) 1
3.
(C) 1
4.
(D) 1
5.
(E) 1
6.
162. O gráfico a seguir, obtido a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o
crescimento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Se mantida,
pelos próximos anos, a tendência de crescimento mostrada no gráfico, o número de espécies
ameaçadas de extinção em 2011 será igual a
(A) 465.
(B) 493.
(C) 498.
(D) 538.
(E) 699.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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163. O tangram é um jogo oriental antigo, uma espécie de quebra-cabeça, constituído de sete
peças: 5 triângulos retângulos e isósceles, 1 paralelogramo e 1 quadrado. Essas peças são
obtidas recortando-se um quadrado de acordo com o esquema da figura 1. Utilizando-se todas as
sete peças, é possível representar uma grande diversidade de formas, como as exemplificadas
nas figuras 2 e 3. Se o lado AB do hexágono mostrado na figura 2 mede 2cm, então a área da
figura 3, que representa uma "casinha", é igual a
(A) 24cm .
(B) 28cm .
(C) 212cm .
(D) 214cm .
(E) 216cm .
164. A figura abaixo mostra um reservatório de água na forma de um cilindro circular reto, com
6 m de altura. Quando está completamente cheio, o reservatório é suficiente para abastecer, por
um dia, 900 casas cujo consumo médio diário é de 500 litros de água.
Suponha que, um certo dia, após uma campanha de conscientização do uso da água, os
moradores das 900 casas abastecidas por esse reservatório tenham feito economia de 10% no
consumo de água. Nessa situação,
(A) a quantidade de água economizada foi de 34,5 m .
(B) a altura do nível da água que sobrou no reservatório, no final do dia, foi igual a 60cm.
(C) a quantidade de água economizada seria suficiente para abastecer, no máximo, 90 casas cujo
consumo diário fosse de 450 litros.
(D) os moradores dessas casas economizariam mais de R$ 200,00, se o custo de 31m de água
para o consumidor fosse igual a R$ 2,50.
(E) um reservatório de mesma forma e altura, mas com raio da base 10% menor que o
representado, teria água suficiente para abastecer todas as casas.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
46
165. Fractal (do latim fractus, fração, quebrado) - objeto que pode ser dividido em partes que
possuem semelhança com o objeto inicial. A geometria fractal, criada no século XX, estuda as
propriedades e o comportamento dos fractais - objetos geométricos formados por repetições de
padrões similares. O triângulo de Sierpinski, uma das formas elementares da geometria fractal,
pode ser obtido por meio dos seguintes passos:
1. comece com um triângulo equilátero (figura 1);
2. construa um triângulo em que cada lado tenha a metade do tamanho do lado do triângulo
anterior e faça três cópias;
3. posicione essas cópias de maneira que cada triângulo tenha um vértice comum com um dos
vértices de cada um dos outros dois triângulos, conforme ilustra a figura 2;
4. repita sucessivamente os passos 2 e 3 para cada cópia dos triângulos obtidos no passo 3
(figura 3).
De acordo com o procedimento descrito, a figura 4 da sequência apresentada acima é
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
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166. Uma pousada oferece pacotes promocionais para atrair casais a se hospedarem por até
oito dias. A hospedagem seria em apartamento de luxo e, nos três primeiros dias, a diária custaria
R$ 150,00, preço da diária fora da promoção. Nos três dias seguintes, seria aplicada uma
redução no valor da diária, cuja taxa média de variação, a cada dia, seria de R$ 20,00. Nos dois
dias restantes, seria mantido o preço do sexto dia. Nessas condições, um modelo para a
promoção idealizada é apresentado no gráfico a seguir, no qual o valor da diária é função do
tempo medido em número de dias.
De acordo com os dados e com o modelo,
comparando o preço que um casal pagaria pela
hospedagem por sete dias fora da promoção,
um casal que adquirir o pacote promocional por
oito dias fará uma economia de
(A) R$ 90,00.
(B) R$ 110,00.
(C) R$ 130,00.
(D) R$ 150,00.
(E) R$ 170,00.
167. Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana na qual as pontuações
recebidas podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A média das cinco equipes foi de 2 pontos.
As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de representar
as notas da equipe D e da equipe E.
Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da moda e da
mediana são, respectivamente,
(A) 1,5 e 2,0.
(B) 2,0 e 1,5.
(C) 2,0 e 2,0.
(D) 2,0 e 3,0.
(E) 3,0 e 2,0.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
48
168. Suponha que a etapa final de uma gincana escolar consista em um desafio de
conhecimentos. Cada equipe escolheria 10 alunos para realizar uma prova objetiva, e a
pontuação da equipe seria dada pela mediana das notas obtidas pelos alunos. As provas valiam,
no máximo, 10 pontos cada. Ao final, a vencedora foi a equipe Ômega, com 7,8 pontos, seguida
pela equipe Delta, com 7,6 pontos. Um dos alunos da equipe Gama, a qual ficou na terceira e
última colocação, não pôde comparecer, tendo recebido nota zero na prova. As notas obtidas
pelos 10 alunos da equipe Gama foram 10; 6,5; 8; 10; 7; 6,5; 7; 8; 6; 0.
Se o aluno da equipe Gama que faltou tivesse comparecido, essa equipe
(A) teria a pontuação igual a 6,5 se ele obtivesse nota 0.
(B) seria a vencedora se ele obtivesse nota 10.
(C) seria a segunda colocada se ele obtivesse nota 8.
(D) permaneceria na terceira posição, independentemente da nota obtida pelo aluno.
(E) empataria com a equipe Ômega na primeira colocação se o aluno obtivesse nota 9.
169. Ao morrer, o pai de João, Pedro e José deixou como herança um terreno retangular de 3
km x 2 km que contém uma área de extração de ouro delimitada por um quarto de círculo de raio
1 km a partir do canto inferior esquerdo da propriedade. Dado o maior valor da área de extração
de ouro, os irmãos acordaram em repartir a propriedade de modo que cada um ficasse com a
terça parte da área de extração, conforme mostra a figura. Em relação à partilha proposta,
constata-se que a porcentagem da área do terreno que coube a João corresponde,
aproximadamente, a
(considere 3
3= 0,58)
(A) 50%.
(B) 43%.
(C) 37%.
(D) 33%.
(E) 19%.
170. Considere um ponto P em uma circunferência de raio r no plano cartesiano. Seja Q a
projeção ortogonal de P sobre o eixo x, como mostra a figura, e suponha que o ponto P percorra,
no sentido anti-horário, uma distância d ≤ r sobre a circunferência. Então, o ponto Q percorrerá,
no eixo x, uma distância dada por
(A) d
r 1 sen .r
(B) d
r 1 cos .r
(C) d
r 1 tg .r
(D) r
rsen .d
(E) r
rcos .d
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
49
171. As figuras a seguir exibem um trecho de um quebra-cabeças que está sendo montado.
Observe que as peças são quadradas e há 8 peças no tabuleiro da figura A e 8 peças no
tabuleiro da figura B. As peças são retiradas do tabuleiro da figura B e colocadas no tabuleiro da
figura A na posição correta, isto é, de modo a completar os desenhos.
É possível preencher corretamente o espaço indicado pela seta no tabuleiro da figura A
colocando a peça
(A) 1 após girá-la 90° no sentido horário.
(B) 1 após girá-la 180° no sentido anti-horário.
(C) 2 após girá-la 90° no sentido anti-horário.
(D) 2 após girá-la 180° no sentido horário.
(E) 2 após girá-la 270° no sentido anti-horário.
172. A empresa SWK produz um determinado produto x, cujo custo de fabricação é dado pela
equação de uma reta crescente, com inclinação dois e de variável x. Se não tivermos nenhum
produto produzido, a despesa fixa é de R$ 7,00 e a função venda de cada unidade x é dada por
−2x2 + 229,76x − 441,84.
Tendo em vista uma crise financeira, a empresa fez algumas demissões. Com isso, caiu em 12%
o custo da produção de cada unidade produzida. Nessas condições, a função lucro da empresa
pode ser expressa como
(A) L(x) = −2x2 + 228x − 448,00
(B) L(x) = −2x2 + 227,76x − 448,84
(C) L(x) = −2x2 + 228x − 441,84
(D) L(x) = −2x2 + 229,76x − 441,84
(E) L(x) = −2x2 + 227,76x − 448,96
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
50
173. Considere que as médias finais dos alunos de um curso foram representadas no gráfico a
seguir. Sabendo que a média para aprovação nesse curso era maior ou igual a 6,0, qual foi a
porcentagem de alunos aprovados?
(A) 18%
(B) 21%
(C) 36%
(D) 50%
(E) 72%
174. A figura a seguir mostra as medidas reais de uma aeronave que será fabricada para
utilização por companhias de transporte aéreo. Um engenheiro precisa fazer o desenho desse
avião em escala de 1:150. Para o engenheiro fazer esse desenho em uma folha de papel,
deixando uma margem de 1 cm em relação às bordas da folha, quais as dimensões mínimas, em
centímetros, que essa folha deverá ter?
(A) 2,9 cm × 3,4 cm.
(B) 3,9 cm × 4,4 cm.
(C) 20 cm × 25 cm.
(D) 21 cm × 26 cm.
(E) 192 cm × 242 cm.
175. O governo cedeu terrenos para que famílias construíssem suas residências com a condição
de que no mínimo 94% da área do terreno fosse mantida como área de preservação ambiental.
Ao receber o terreno retangular ABCD, em que AB = BC
2, Antônio demarcou uma área quadrada
no vértice A, para a construção de sua residência, de acordo com o desenho, no qual AE = AB
5 é
lado do quadrado. Nesse caso, a área definida por Antônio atingiria exatamente o limite
determinado pela condição se ele
(A) duplicasse a medida do lado do quadrado.
(B) triplicasse a medida do lado do quadrado.
(C) triplicasse a área do quadrado.
(D) ampliasse a medida do lado do quadrado em 4%.
(E) ampliasse a área do quadrado em 4%.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
51
176. Dois holofotes iguais, situados em H1 e H2, respectivamente, iluminam regiões circulares,
ambas de raio R. Essas regiões se sobrepõem e determinam uma região S de maior intensidade
luminosa, conforme figura. Área do setor circular: ASC = 2R
2
, á em radianos. A área da região S,
em unidades de área, é igual a
(A) 2 22 R 3R
3 2
(B) 22 3 3 R
12
(C) 2 2R R
12 8
(D) 2R
2
(E) 2R
3
177. A vazão do rio Tietê, em São Paulo, constitui preocupação constante nos períodos
chuvosos. Em alguns trechos, são construídas canaletas para controlar o fluxo de água. Uma
dessas canaletas, cujo corte vertical determina a forma de um trapézio isósceles, tem as medidas
especificadas na figura I. Neste caso, a vazão da água é de 1.050 m3/s. O cálculo da vazão, Q
em m3/s, envolve o produto da área A do setor transversal (por onde passa a água), em m2, pela
velocidade da água no local, v, em m/s, ou seja, Q = Av.
Planeja-se uma reforma na canaleta, com as dimensões especificadas na figura II, para evitar a
ocorrência de enchentes.
Na suposição de que a velocidade da água não se alterará, qual a vazão esperada para depois
da reforma na canaleta?
(A) 90 m3/s.
(B) 750 m3/s.
(C) 1.050 m3/s.
(D) 1.512 m3/s.
(E) 2.009 m3/s.
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
52
178. A fotografia mostra uma turista aparentemente beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A
figura a seguir mostra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográfica, a turista e a
esfinge.
Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, verifica-se que a medida do queixo até o
alto da cabeça da turista é igual a 2
3da medida do queixo da esfinge até o alto da sua cabeça.
Considere que essas medidas na realidade são representadas por d e d’, respectivamente, que a
distância da esfinge à lente da câmera fotográfica, localizada no plano horizontal do queixo da
turista e da esfinge, é representada por b, e que a distância da turista à mesma lente, por a.
A razão entre b e a será dada por
(A) b d'
a c
(B) b 2d
a 3c
(C) b 3d'
a 2c
(D) b 2d'
a 3c
(E) b 2d'
a c
II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série
53
179. Um artista plástico construiu, com certa quantidade de massa modeladora, um cilindro
circular reto cujo diâmetro da base mede 24 cm e cuja altura mede 15 cm. Antes que a massa
secasse, ele resolveu transformar aquele cilindro em uma esfera.
Volume da esfera: Vesfera = 34 r
3
Analisando as características das figuras geométricas envolvidas, conclui-se que o raio R da
esfera assim construída é igual a
(A) 15
(B) 12
(C) 24
(D) 3 60
(E) 36 30
180. Uma elipse é uma seção plana de um cilindro circular reto, em que o plano que intersecta o
cilindro é oblíquo ao eixo do cilindro (Figura 1). É possível construir um sólido de nome elipsoide
que, quando seccionado por três planos perpendiculares entre si, mostram elipses de diferentes
semieixos a, b e c, como na Figura 2. O volume de um elipsoide de semieixos a, b e c é dado por
4V abc.
3
Considere que um agricultor produz melancias, cujo formato é aproximadamente um elipsoide, e
ele deseja embalar e exportar suas melancias em caixas na forma de um paralelepípedo
retângulo. Para melhor acondicioná-las, o agricultor preencherá o espaço vazio da caixa com
material amortecedor de impactos (palha de arroz/serragem/bolinhas de isopor).
Suponha que sejam a, b e c, em cm, as medidas dos semieixos do elipsoide que modela as
melancias, e que sejam 2a, 2b e 2c, respectivamente, as medidas das arestas da caixa.
Nessas condições, qual é o volume de material amortecedor necessário em cada caixa?
(A) V = 8abc cm3
(B) 34V abc cm
3
(C) 34V abc 8 cm
3
(D) 34V abc 8 cm
3
(E) 34V abc 8 cm
3
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PROPOSTA DE REDAÇÃO
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa, sobre o
tema:
INVERSÃO DE VALORES NA SOCIEDADE: DE QUEM É ESSA RESPONSABILIDADE,
AFINAL?
Apresente proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Lembre-se
do número de linhas (20 a 30) adequado e de não copiar fragmentos da coletânea.
TEXTO I – A Inversão de Valores dos Tempos Modernos – Segundo Ponto de Vista
Ouvimos de nossos pais e avôs sobre o tratamento que tinham com seus pais, o respeito era
evidente, com o olhar já sabiam se estavam fazendo algo de errado ou se deveriam se comportar
melhor. Hoje vemos filhos mandando, dando ordens nos pais, tomando decisões que só
caberiam a uma mãe ou um pai tomar e aí que inicia todo o problema. As asas são dadas para
quem deveria ainda estar aprendendo a voar, e ninguém vai mais conseguir frear.
Antigamente, o respeito pelos mais velhos era automático, acontecia naturalmente; chamar uma
pessoa mais velha de senhor e senhora já era ensinado desde o berço e hoje vemos cada dia
mais o desrespeito com os idosos. Nos tempos antigos era valorizada a experiência, os mais
velhos eram os portadores da sabedoria, eram eles os consultados para resolver todas as
questões. Hoje são considerados o resto, grande maioria são descartados como se não tivessem
valor algum, até mesmo sem valor sentimental. Hoje, os mais novos são os mais inteligentes,
donos da razão ou podemos até arriscar em dizer, donos do mundo, crescem sem limites e
achando que tudo pode.
Mas isso é culpa da geração atual? No meu ponto de vista não, os grandes culpados são os pais que
não ensinam valores para seus filhos, acreditando numa educação diferenciada e não reconhecendo
que estão gerando pessoas desrespeitosas e que irão dar o mesmo tratamento a eles,
futuramente. Pessoas sem limites, que se acham donas do mundo e ainda pra ajudar recebemos o super
apoio do governo que invés de auxiliar e oferecer uma boa educação, ainda coloca limites na educação
que devemos dar aos nossos filhos, impondo limites e regras para educarmos.
TEXTO II - Direitos e deveres das crianças e adolescentes
Uma das maiores inverdades que correm por aí sobre o ECA é que ele trata apenas dos direitos
das crianças, deixando de lado seus deveres. Nada mais falso. O Estatuto é uma lei que traz em
si mesma as regras para sua interpretação. Trata-se do artigo 6º:
"Na interpretação desta lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e a condição peculiar da criança e do
adolescente como pessoas em desenvolvimento"
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Este artigo é a lente através da qual todos os demais artigos deverão ser interpretados. E ele fala
claramente em "direitos e deveres individuais e coletivos", além de enfatizar as exigências do
bem comum e os fins sociais da legislação. O que singulariza o ECA é a menção à criança e ao
adolescente como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. O que significa isso? O
que nos quis dizer o legislador ao introduzir este critério de interpretação?
Do ponto de vista jurídico, isto significa que os direitos se aplicam a crianças, adolescentes e
adultos de forma diferenciada. Vejamos, por exemplo, o direito ao trabalho: as crianças não
podem e não devem trabalhar. Os adolescentes devem estudar e podem trabalhar dentro dos
limites estabelecidos em lei, os adultos devem trabalhar e podem estudar, conforme nos ensina o
jurista Oris de Oliveira, eminente autoridade nesse tema e membro do grupo de redação do ECA.
TEXTO III – Filhos mandam em pais - alunos dividem opiniões nas escolas
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TEXTO IV - Educação e Ética: em busca de uma aproximação
Aproximar educação e ética é um desafio que resulta do contexto da realidade do mundo atual. Os
paradoxos que se apresentam refletem um mundo de infinitas possibilidades ao lado de um processo
assustador de autodestruição. E é a escola que revela essa ambiguidade como um espaço e um
instrumento de reflexão e de reprodução. É preciso, então, que a educação se constitua em uma ação
ética para que se construa um novo homem e uma nova sociedade. Educando as futuras gerações para
que assumam o compromisso ético da construção de uma realidade mais justa e equitativa é que se funda
a esperança de um mundo melhor para todos. Educação e Ética analisam e fundamentam a possibilidade
de se reduzir as contradições em que se movimentam os seres humanos em todo o mundo. A Educação
não será o único caminho de solução dos problemas atuais. Porém, o espaço educativo se constitui em
um espaço de excelência para que a semente de uma nova realidade seja plantada e possa germinar.
Impõe-se, assim, aos profissionais da educação a tarefa histórica de se aperceberem da ambiguidade de
suas práticas e assumirem o seu papel transformador. Somente um compromisso ético verdadeiramente
assumido fará com que a escola cumpra o seu papel na construção da esperança de um mundo melhor
para toda a humanidade. Contribuir para um amplo debate sobre o que e em que consistem os valores
que poderão produzir esta nova realidade é um dos objetivos principais do texto que ora se apresenta.
Prof. Dr. Jorge Renato Johann
INSTRUÇÕES: • O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. • A
redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões
terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero,
em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: • tiver até 7 (sete) linhas escritas,
sendo considerada “insuficiente”. • fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo •
apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
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