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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série 1 LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS 91. Terça-feira, 30 de maio de 1893. Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na igreja do Rosário, que é quase pegada à chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a festa é nossa. E este ano foi mesmo. Foi sorteada para rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia e para rei um negro muito entusiasmado que eu não conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há muito tempo ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou tudo na festa e ainda ficou devendo. Agora é que eu vi como fica caro para os pobres dos negros serem reis por um dia. Júlia com o vestido e a coroa já gastou muito. Além disso, teve de dar um jantar para a corte toda. A rainha tem uma caudatária que vai atrás segurando na capa que tem uma grande cauda. Esta também é negra da chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no entusiasmo dos pretos neste reinado tão curto. Ninguém rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá! MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 57. O trecho acima apresenta marcas textuais que justificam o emprego da linguagem coloquial. O tom informal do discurso se deve ao fato de que se trata de (A) uma narrativa regionalista, que procura reproduzir as características mais típicas da região, como as falas dos personagens e o contexto social a que pertencem. (B) uma carta pessoal, escrita pela autora e endereçada a um destinatário específico, com o qual ela tem intimidade suficiente para suprimir as formalidades da correspondência oficial. (C) um registro no diário da autora, conforme indicam a data, o emprego da primeira pessoa, a expressão de reflexões pessoais e a ausência de uma intenção literária explícita na escrita. (D) uma narrativa de memórias, na qual a grande distância temporal entre o momento da escrita e o fato narrado impõe o tom informal, pois a autora tem dificuldade de se lembrar com exatidão dos acontecimentos narrados. (E) uma narrativa oral, em que a autora deve escrever como se estivesse falando para um interlocutor, isto é, sem se preocupar com a norma padrão da língua portuguesa e com referências exatas aos acontecimentos mencionados. 92-Seca d’água É triste para o Nordeste o que a natureza fez mandou 5 anos de seca uma chuva em cada mês e agora, em 85 mandou tudo de vez. A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó seca sem chuva é ruim mas seca d’água é pior. Quando chove brandamente depressa nasce o capim dá milho, arroz, feijão mandioca e amendoim mas como em 85 até o sapo achou ruim. [...] Meus senhores governantes da nossa grande nação o flagelo das enchentes é de cortar o coração muitas famílias vivendo sem lar, sem roupa e sem pão. ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escritura, 2001, p. 117-118.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

1

LINGUAGENS CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

91. Terça-feira, 30 de maio de 1893.

Eu gosto muito de todas as festas de Diamantina; mas quando são na igreja do Rosário,

que é quase pegada à chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a festa é nossa. E

este ano foi mesmo. Foi sorteada para rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia

e para rei um negro muito entusiasmado que eu não conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há

muito tempo ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou tudo na festa e ainda ficou

devendo. Agora é que eu vi como fica caro para os pobres dos negros serem reis por um dia.

Júlia com o vestido e a coroa já gastou muito. Além disso, teve de dar um jantar para a corte toda.

A rainha tem uma caudatária que vai atrás segurando na capa que tem uma grande cauda. Esta

também é negra da chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no entusiasmo dos pretos neste

reinado tão curto. Ninguém rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá! MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 57.

O trecho acima apresenta marcas textuais que justificam o emprego da linguagem

coloquial. O tom informal do discurso se deve ao fato de que se trata de

(A) uma narrativa regionalista, que procura reproduzir as características mais típicas da região,

como as falas dos personagens e o contexto social a que pertencem.

(B) uma carta pessoal, escrita pela autora e endereçada a um destinatário específico, com o qual

ela tem intimidade suficiente para suprimir as formalidades da correspondência oficial.

(C) um registro no diário da autora, conforme indicam a data, o emprego da primeira pessoa, a

expressão de reflexões pessoais e a ausência de uma intenção literária explícita na escrita.

(D) uma narrativa de memórias, na qual a grande distância temporal entre o momento da escrita e

o fato narrado impõe o tom informal, pois a autora tem dificuldade de se lembrar com exatidão

dos acontecimentos narrados.

(E) uma narrativa oral, em que a autora deve escrever como se estivesse falando para um

interlocutor, isto é, sem se preocupar com a norma padrão da língua portuguesa e com

referências exatas aos acontecimentos mencionados.

92-Seca d’água É triste para o Nordeste o que a natureza fez mandou 5 anos de seca uma chuva em cada mês e agora, em 85 mandou tudo de vez. A sorte do nordestino é mesmo de fazer dó seca sem chuva é ruim mas seca d’água é pior. Quando chove brandamente depressa nasce o capim dá milho, arroz, feijão

mandioca e amendoim mas como em 85 até o sapo achou ruim. [...] Meus senhores governantes da nossa grande nação o flagelo das enchentes é de cortar o coração muitas famílias vivendo sem lar, sem roupa e sem pão.

ASSARÉ, Patativa do. Digo e não peço segredo. São Paulo: Escritura, 2001, p. 117-118.

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O fragmento da página anterior é do poema Seca d’água, do poeta popular Patativa do

Assaré. Nesse fragmento, a relação entre o texto poético e o contexto social se verifica

(A) por meio de metáforas complexas, ao gosto da tradição poética popular.

(B) de maneira idealizada, deturpando a realidade pela sua formulação amena e cômica.

(C) de forma direta e simples, que dispensa o uso de recursos literários, como rimas e figurações.

(D) de modo explícito, mediada por oposições, como a apresentada no título.

(E) na preocupação maior com a beleza da forma poética que com a representação da realidade

do Nordeste.

93. Leia o texto a seguir.

Catálogo Submarino. Ano 7, n.° 37, mai. 2009, p. 75 (adaptado).

Considerando a propaganda e a função da linguagem que, predominantemente, encontra-

se nesse gênero textual, observa-se que está presente a função

(A) conativa, com base na qual o texto seduz o receptor da mensagem com o uso de algumas

estratégias linguísticas como “sua mãe” e “você compra”.

(B) emotiva, com a qual o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal, como

emoções e opiniões, evidentes no uso da exclamação.

(C) poética, com a qual são despertados no leitor o prazer estético e a surpresa, com o uso de

imagens que despertam a atenção e a apreciação estética do receptor.

(D) fática, com a qual se busca verificar ou fortalecer a eficiência do canal de comunicação ou do

contato, evidente no uso dos preços das passagens aéreas para atrair e manter a atenção do

receptor.

(E) metalinguística, com a qual a linguagem se volta sobre si mesma, transformando-se em seu

próprio referente, como se observa no uso das fotografias para ilustrar as cidades mencionadas

na propaganda.

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94.

Disponível em: <http://patacoadas-do-cleber.blogspot.com/2008/04/histria-em-quadrinhosgrafite-

e-seus_4121.html>. Acesso em 18 jan. 2009.

Nas falas do 1.º e do 3.º quadrinhos, observam-se características que demonstram a

intenção do cartunista em adotar uma

(A) linguagem culta na fala de Ataliba e do cientista, de acordo com as regras gramaticais do

português padrão.

(B) linguagem bastante formal na fala do cientista, com emprego de termos técnicos de sua área

de pesquisa.

(C) variante regional na fala de um dos clones, típica da região brasileira em que os meninos

nasceram e foram criados.

(D) linguagem coloquial na fala dos dois personagens, sem preocupação com as normas da

língua, objetivando uma comunicação mais eficaz.

(E) variação de registro, para distinguir o discurso do cientista da fala de garotos, personagens de

gerações diferentes, em situações comunicativas bem diferenciadas.

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95. Leia a tira a seguir.

Laerte. Disponível em: <www.laerte.com.br>. Acesso em: 14 jul. 2008.

Na tirinha acima, as expressões do segundo quadrinho

(A) iniciam o diálogo entre os personagens.

(B) exprimem a necessidade de isolamento das pessoas.

(C) funcionam como elementos de uma comunicação informativa.

(D) evidenciam o caráter apelativo do diálogo entre os personagens.

(E) emitem uma mensagem positiva sobre o estado de saúde dos personagens.

96. Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo

como de um alçapão.

Eles não têm pouso

nem porto;

alimentam-se um instante em cada

par de mãos e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhado espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti ... QUINTANA, Mário. Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2001, p. 104.

O poema sugere que o leitor é parte fundamental no processo de construção de sentido da

poesia. O verso que melhor expressa essa ideia é

(A) “Os poemas são pássaros que chegam”.

(B) “Quando fechas o livro, eles alçam vôo”.

(C) “Eles não têm pouso”.

(D) “E olhas, então, essas tuas mãos vazias,”.

(E) “que o alimento deles já estava em ti ...”.

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97. Muito se tem falado da sociedade informacional, da sociedade da comunicação global, do

surgimento das redes telemáticas e de sua correlata dinâmica social. O ciberespaço é lócus de

efervescência social e canal por onde circulam formas multimodais de informação. A rede é

artefato, conteúdo, canal e metáfora. Como meio, a Internet problematiza a forma midiática

massiva de divulgação cultural e artística. Ela é o foco de irradiação de informação, conhecimento

e troca de mensagens entre pessoas ao redor do mundo, abrindo o polo da emissão. Com a

cibercultura, trata-se efetivamente da emergência de uma liberação do polo da emissão, onde

todos os usuários são autores, e é essa liberação que, em nossa hipótese, vai marcar a cultura

da rede contemporânea em suas mais diversas manifestações: chats, Facebook, jogos online,

fotologs, weblogs, wikipédia, troca de músicas, filmes, fotos, textos, software livre... Ligar-se ao

outro, ou religar, parece ser o mote atual da cibercultura, criando formas de sociabilidade, tendo

nas tecnologias digitais um vetor de agregação social. A cibercultura contemporânea é fruto de

influências mútuas, de trabalho cooperativo, de criação e de livre circulação de informação

através dos novos dispositivos eletrônicos e telemáticos. É nesse sentido que a cibercultura traz

uma cultura baseada na metáfora do copyleft. LEMOS, André. Cibercultura, cultura e identidade. Em direção a uma “Cultura Copyleft”.

Disponível em: http://www.contemporanea.poscom.ufba.br/v2n2_pdf_dez04/lemoscibercultura-v2n2.pdf. Acesso em: 02 maio 2009. (adaptado).

O texto Cibercultura, cultura e identidade de André Lemos, visa demonstrar que a

cibercultura

(A) empobrece a diversidade cultural ao instaurar uma cultura planetária da troca e da

cooperação, resgatando o que há de perigoso na dinâmica de qualquer cultura, podendo

prejudicar a formação da identidade de um povo.

(B) irradia várias informações em tempo real abrindo o polo de emissão para conteúdos

polêmicos, como os jogos online, fotologs, weblogs, entre outros.

(C) é fruto de influências mútuas, na qual a arte, a literatura, a culinária, o esporte, a economia, a

ciência e a tecnologia são exemplos concretos de expressões culturais locais e regionais, restrita

aos direitos autorais das informações.

(D) tem enriquecido a diversidade cultural mundial, provocando, assim, o desaparecimento de

culturas locais em meio ao global homogeneizante.

(E) potencializa aquilo que é próprio de toda dinâmica cultural: o compartilhamento, a distribuição,

a cooperação, a apropriação dos bens simbólicos.

98. As mãos de Ediene

Ediene tem 16 anos, rosto redondo, trigueiro, índio e bonito das meninas do sertão nordestino. Vaidosa, põe anéis nos dedos e pinta os lábios com batom. Mas Ediene é diferente. Jamais abraçará, não namorará de mãos dadas e, se tiver filhos, não os aconchegará em seus braços para dar-lhes o calor e o alimento dos seios da mãe. A razão é simples: Ediene não tem braços. Ela os perdeu numa maromba, máquina do século passado, com dois cilindros de metal que amassam barro para fazer telhas e tijolos numa olaria. Os dedos que enche de anéis são os dos pés, com os quais escreve, desenha e passa batom nos lábios. Ela é uma das centenas de crianças mutiladas todos os anos, trabalhando como gente grande em troca de minguados cobres. UTZERI, F. As mãos de Ediene. Jornal do Brasil, Caderno B, 2 dez. 1999 (adaptado).

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Os recursos estilísticos de um texto servem para torná-lo esteticamente mais eficaz. Em As mãos de Ediene, o autor alcança esse objetivo ao coordenar adjetivos no 1.° período. Tal procedimento busca

(A) despertar no leitor, desde o início, simpatia pela menina.

(B) chamar a atenção para problemas do sertão nordestino.

(C) despertar o interesse do leitor pela maromba.

(D) valorizar a situação vivida por Ediene.

(E) revelar problemas de ordem social.

99. Atalho

Atalhos são ícones que podem ser colocados na tela inicial do micro para facilitar o

acesso a programas ou a arquivos. Assim, em vez de procurar esses elementos em diretórios e

pastas, basta clicar duas vezes em seus respectivos ícones para abri-los. Um atalho não precisa

ter o mesmo nome do arquivo correspondente — pode-se dar a ele qualquer apelido e

associá-lo ao arquivo em questão. A palavra inglesa para atalho é shortcut, que significa cortar

caminho. Disponível em: http://www.lostdesign.net/glossario/informatica.htm (adaptado).

Os pronomes podem ter a função de retomar uma expressão ou o referente de uma expressão anteriormente citada no texto, ou que esteja proeminente no contexto. No texto, isso é feito adequadamente pelo(a)

(A) pronome “que” contido em “que podem ser colocados na tela inicial (...)” (ℓ. 1) — retoma

ícones” (ℓ. 1).

(B) expressão “esses elementos” contida em “em vez de procurar esses elementos em diretórios

e pastas” (ℓ. 2) — retoma “ícones” (ℓ. 1).

(C) pronome “los” contido em “(...) para abri-los.” (ℓ. 3) — retoma “atalhos” (ℓ. 1).

(D) pronome “ele” contido em “pode-se dar a ele qualquer apelido (...)” (ℓ. 4) — retoma “arquivo

correspondente” (ℓ. 4).

(E) pronome “lo” contido em “(...) e associá-lo ao arquivo em questão.” (ℓ. 5) — retoma “o mesmo

nome do arquivo correspondente” (ℓ. 4).

100. A arte é quase tão antiga quanto o ser humano. A

função decisiva da arte nos seus primórdios foi a de

conferir poder mágico: poder sobre a natureza, poder

sobre os inimigos, poder sobre o parceiro de relações

sexuais, poder sobre a realidade, poder exercido no

sentido de um fortalecimento da coletividade humana.

Nos alvores da humanidade, a arte pouco tinha a ver com

a “beleza” e nada tinha a ver com a contemplação

estética, com o desfrute estético: era um instrumento

mágico, uma arma da coletividade humana em sua luta

pela sobrevivência. Por exemplo, a figura apresentada de

uma pintura rupestre comprova que as pinturas de

animais nas cavernas tinham a função de ajudar a dar ao

caçador um sentido de segurança e superioridade sobre a presa. FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. RJ.: Guanabara, p. 45. (adaptado).

Pintura Rupestre. Disponível em: http://www.fashionbubbles

2.com/wp-content/uploads/2008/12/cena-de-caca-pre-historica.jpg.

Acesso em 2/maio/2009.

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Com base nas informações do texto, conclui-se que a arte, nos seus primórdios, tinha a

função de

(A) dar ao homem a sensação de domínio da natureza e no desenvolver as relações sociais.

(B) dotar o ser humano de ferramentas de trabalho que servissem para caçar presas, na luta pela

sobrevivência.

(C) guiar o ser humano em suas atividades de trabalho coletivo.

(D) transformar magicamente a natureza pelo esforço do trabalho coletivo, como uma arma de

defesa da coletividade humana.

(E) desenvolver uma atividade individual, por meio de signos, imagem e palavras, destacando a

importância do artista em relação ao grupo social.

101. Tempo Perdido

Todos os dias quando acordo,

Não tenho mais o tempo que passou

Mas tenho muito tempo:

Temos todo o tempo do mundo.

Todos os dias antes de dormir,

Lembro e esqueço como foi o dia:

(...)

Nosso suor sagrado

É bem mais belo que esse sangue amargo

(...)

Veja o sol dessa manhã tão cinza:

A tempestade que chega é da cor dos teus

Olhos castanhos

Então me abraça forte

E diz mais uma vez

Que já estamos distantes de tudo:

Temos nosso próprio tempo.

Não tenho medo do escuro,

Mas deixe as luzes acesas agora,

O que foi escondido é o que se escondeu,

E o que foi prometido, ninguém prometeu

Nem foi tempo perdido;

Somos tão jovens

tão jovens

tão jovens Renato Russo Disponível em: <http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22489>. Acesso em: 14 abr. 2009.

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Entre os trechos a seguir, retirados da letra Tempo Perdido, o que melhor reflete a função

conativa ou apelativa da linguagem é

(A) “Nem foi tempo perdido/ Somos tão jovens”.

(B) “Todos os dias antes de dormir/ Lembro e esqueço como foi o dia”.

(C) “Todos os dias quando acordo,/ Não tenho mais o tempo que passou”.

(D) “Então me abraça forte/ E diz mais uma vez/ Que já estamos distantes de tudo”.

(E) “O que foi escondido é o que se escondeu,/ E o que foi prometido, ninguém prometeu”.

102. Leia.

XAVIER, C. Disponível em: http://www.releituras.com. Acesso em: 03 set. 2010.

Considerando a relação entre os usos oral e escrito da língua, tratada no texto, verifica-se que a

escrita

(A) modifica as ideias e intenções daqueles que tiveram seus textos registrados por outros.

(B) permite, com mais facilidade, a propagação e a permanência de ideias ao longo do tempo.

(C) figura como um modo comunicativo superior ao da oralidade.

(D) leva as pessoas a desacreditarem nos fatos narrados por meio da oralidade.

(E) tem seu surgimento concomitante ao da oralidade.

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103. Leia.

APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, MILHARES

DE CRIANÇAS TAMBÉM PRECISAM DE UM

MELHOR AMIGO. SEJA O MELHOR AMIGO

DE UMA CRIANÇA. Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para Crianças CCF-Brasil.

Revista IstoÉ. São Paulo: Três, ano 32, n° 2079, 16 set. 2009.

Pela forma como as informações estão organizadas, observa-se que, nessa peça

publicitária, predominantemente, busca-se

(A) conseguir a adesão do leitor à causa anunciada.

(B) reforçar o canal de comunicação com o interlocutor.

(C) divulgar informações a respeito de um dado assunto.

(D) enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio enunciador.

(E) ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do conteúdo veiculado.

104. Leia.

Esse texto é uma propaganda veiculada

nacionalmente. Esse gênero textual utiliza-se da

persuasão com uma intencionalidade específica. O

principal objetivo desse texto é

(A) comprovar que o avanço da dengue no país está

relacionado ao fato de a população desconhecer os

agentes causadores.

(B) convencer as pessoas a se mobilizarem, com o

intuito de eliminar os agentes causadores da doença.

(C) demonstrar que a propaganda tem um caráter

institucional e, por essa razão, não pretende vender

produtos.

(D) informar à população que a dengue é uma

doença que mata e que, por essa razão, deve ser

combatida.

(E) sugerir que a sociedade combata a doença,

observando os sintomas apresentados e procurando

auxílio médico. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, ago. 2009.

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105. Leia.

Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de

uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque

(A) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma

criança.

(B) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na

apresentação de sua obra de arte.

(C) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos.

(D) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal.

(E) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por

este último.

106. O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina são personagens típicos de grupos teatrais

da Commedia dell’art, que, há anos, encontram-se presentes em marchinhas e fantasias de

carnaval. Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em cidade, com faces e disfarces, fazendo

suas críticas, declarando seu amor por todas as belas jovens e, ao final da apresentação

despediam-se do público com músicas e poesias.

A intenção desses atores era expressar sua mensagem voltada para a

(A) crença na dignidade do clero e na divisão entre o mundo real e o espiritual.

(B) ideologia de luta social que coloca o homem no centro do processo histórico.

(C) crença na espiritualidade e na busca incansável pela justiça social dos feudos.

(D) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas do início do século XVI.

(E) ideologia humanista com cenas centradas no homem, na mulher e no cotidiano.

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107. Leia.

Disponível em: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010.

O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra o uso de drogas. Essa abordagem,

que se diferencia das de outras campanhas, pode ser identificada

(A) pela seleção do público alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de jovens.

(B) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não usuários:

diga não às drogas.

(C) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a ideia de que não é a droga que faz

a cabeça do jovem.

(D) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade do tema e a ambiência amena que

envolve a cena.

(E) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens, que não possuem autonomia para

seguir seus caminhos.

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108. Expressões Idiomáticas

Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões que se caracterizam por não

identificar seu significado através de suas palavras individuais ou no sentido literal. Não é

possível traduzi-las em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região. Nas

diversas regiões do país, há várias expressões idiomáticas que integram os chamados dialetos. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 24 abr. 2010 (adaptado).

O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomáticas, utilizando-se de um recurso

metalinguístico que se caracteriza por

(A) influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas em relação ao preconceito contra os

falantes que utilizam expressões idiomáticas.

(B) externar atitudes preconceituosas em relação às classes menos favorecidas que utilizam

expressões idiomáticas.

(C) divulgar as várias expressões idiomáticas existentes e controlar a atenção do interlocutor,

ativando o canal de comunicação entre ambos.

(D) definir o que são expressões idiomáticas e como elas fazem parte do cotidiano do falante

pertencente a grupos regionais diferentes.

(E) preocupar-se em elaborar esteticamente os sentidos das expressões idiomáticas existentes

em regiões distintas.

109. Leia.

Pela evolução do texto, no que se refere à linguagem empregada, percebe-se que a garota

(A) deseja afirmar-se como nora por meio de uma fala poética.

(B) utiliza expressões linguísticas próprias do discurso infantil.

(C) usa apenas expressões linguísticas presentes no discurso formal.

(D) se expressa utilizando marcas do discurso formal e do informal.

(E) usa palavras com sentido pejorativo para assustar o interlocutor.

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110.

Negrinha

Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos

ruços e olhos assustados.

Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da

cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de

crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo

na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de

balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências,

discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas,

esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.

Ótima, a dona Inácia.

Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.

[...]

A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora

senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau.

Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual. LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição

infere-se, no contexto, pela

(A) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.

(B) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.

(C) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.

(D) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.

(E) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

111.

3 de maio

Aprendi com meu filho de dez anos

Que a poesia é a descoberta

Das coisas que eu nunca vi. (Oswald de Andrade)

Todos os trechos que seguem foram extraídos do Manifesto da Poesia Pau-Brasil. Aquele que

está relacionado com o poema "3 de maio" é:

(A) "Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano."

(B) "... contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetro e pelo acabamento técnico."

(C) Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com os olhos livres."

(D) "A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata

resumida das gaiolas..."

(E) "Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola."

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112.

Reinvenção

A vida só é possível

reinventada.

Anda o sol pelas campinas

e passeia a mão dourada

pelas águas, pelas folhas ...

Ah! tudo bolhas

que vêm de fundas piscinas

de ilusionismo ... - mais nada.

Mas a vida, a vida , a vida

a vida só é possível

reinventada. […] Cecília Meireles

Podemos dizer que, nesse trecho de um poema de Cecília Meireles, encontramos traços de seu

estilo

(A) sempre marcado pelo momento histórico.

(B) ligado à linguagem coloquial da geração de 22.

(C) inspirado em temas genuinamente brasileiros.

(D) vinculado à estética simbolista.

(E) de caráter épico, com inspiração camoniana.

113. A instabilidade interna reacende o saudosismo português, o que resulta no lançamento da

revista Orpheu, representante do primeiro momento do Modernismo português. O mais

importante escritor do período é Fernando Pessoa. Pode-se dizer que a vida do poeta foi

dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através de seus heterônimos, o que foi

sua principal característica e motivo de interesse por sua pessoa, aparentemente tão pacata.

A respeito da vida e da obra do poeta português Fernando Pessoa, pode-se dizer que

(A) seus heterônimos são máscaras literárias que o poeta usa apenas para encobrir sua própria

personalidade presente nos poemas assinados com outros nomes.

(B) a criação da revista de literatura Orpheu identifica Pessoa como um dos fundadores do

Modernismo português.

(C) o poeta foi responsável pelo espírito derrotista em que Portugal estava mergulhado no final do

século XIX, o que se exemplifica com sua obra Mensagem.

(D) Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis podem ser vistos como pseudônimos

utilizados pelo poeta para burlar a censura.

(E) a criação de heterônimos era uma prática comum aos poetas colaboradores da revista

Orpheu, que marca a fase de uma literatura engajada social e politicamente em Portugal.

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114. Leia um trecho do “Manifesto do Surrealismo”, publicado por André Breton em 1924. Surrealismo: Automatismo psíquico por meio do qual alguém se propõe a exprimir o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausência de controle exercido pela razão, fora de qualquer preocupação estética ou moral. O Surrealismo assenta-se na crença da realidade superior de certas formas de associação, negligenciadas até aqui, na onipotência do sonho, no jogo desinteressado do pensamento.

(Apud Gilberto Mendonça Teles. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro, 1992. Adaptado.)

Tendo em vista as considerações de André Breton, assinale a alternativa cujos versos revelam

influência do Surrealismo.

(A) O mar soprava sinos

os sinos secavam as flores

as flores eram cabeças de santos.

Minha memória cheia de palavras

meus pensamentos procurando fantasmas

meus pesadelos atrasados de muitas noites. (João Cabral de Melo Neto, “Noturno”, em Pedra do sono.)

(B) Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé.

Comprida história que não acaba mais. (Carlos Drummond de Andrade, “Infância”, em Alguma poesia.)

(C) Quando o enterro passou

Os homens que se achavam no café

Tiraram o chapéu maquinalmente

Saudavam o morto distraídos

Estavam todos voltados para a vida

Absortos na vida

Confiantes na vida. (Manuel Bandeira, “Momento num café”, em Estrela da manhã.)

(D) Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,

onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.

Praticas laboriosamente os gestos universais,

sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual. (Carlos Drummond de Andrade, “Elegia 1938”, em Sentimento do mundo.)

(E) – Bem me diziam que a terra

se faz mais branda e macia

quanto mais do litoral

a viagem se aproxima.

Agora afinal cheguei

nessa terra que diziam.

Como ela é uma terra doce

para os pés e para a vista. (João Cabral de Melo Neto, “O retirante chega à Zona da Mata”, em Morte e vida Severina

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115.

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância1,

Sofro, desde a epigênese2 da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco3,

Este ambiente me causa repugnância…

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas –

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade4 inorgânica da terra! (ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. )

1 rutilância: brilho intenso.

2 epigênese: teoria da formação dos seres por gerações graduais.

3 hipocondríaco: aquele que se preocupa em excesso com a própria saúde.

4 frialdade: frieza.

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como

pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto,

identificam-se marcas dessa literatura de transição, como

(A) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas, o vocabulário requintado,

além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.

(B) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como

“Monstro de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos do zodíaco”.

(C) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco”,

“epigênesis da infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão naturalista do homem.

(D) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do

Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial.

(E) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo tempo filosófica,

que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos modernistas.

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116. Do ponto de vista político e histórico, o ano de 1930 inaugura um novo período no Brasil.

Com o desgaste da política do café-com-leite, as revoltas tenentistas, a quebra da Bolsa de Nova

Iorque, entre outros fatores, deflagra-se a Revolução de 30 e abre-se um espaço de mudanças.

Em termos culturais amplos, trata-se de um momento de busca de novos caminhos: filosóficos,

sociais, políticos existenciais.

Na literatura, a segunda geração do Modernismo, expressão desse momento,

(A) incorpora em sua arte os efeitos da crise mundial e os choques ideológicos que levaram a

posições mais definidas, e que formavam um campo propício ao desenvolvimento de uma poesia

de cunho social.

(B) se opõe às conquistas e inovações dos primeiros modernistas de 1922. Uma nova proposta é

defendida inicialmente pela revista Orpheu.

(C) radicaliza o movimento modernista, pela necessidade de ruptura com toda arte passadista,

produzindo apenas poemas com versos brancos e livres.

(D) faz uso intenso de revistas e manifestos, empregados como meios de divulgação do

movimento pelos vários estados brasileiros.

(E) ao mesmo tempo em que procura o moderno, o original e o polêmico, volta-se a um

nacionalismo que se manifesta em suas múltiplas facetas: retorno volta às origens, a pesquisa de

fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira”.

117. Atente para estes versos de Manuel Bandeira, extraídos do poema “Minha terra”:

Revi afinal o meu Recife.

Está de fato completamente mudado.

Tem avenidas, arranha-céus.

É hoje uma bonita cidade.

Diabo leve quem pôs bonita a minha terra.

Nesses versos o poeta pernambucano

(A) renuncia ao estilo modernista, voltando ao verso clássico para poder saudar sua antiga

cidade.

(B) admite que ele e sua cidade tiveram muito a ganhar com o irrecorrível processo de

modernização.

(C) reconhece que a modernização altera as convicções que ele alimentava no passado.

(D) opõe a constatação do progresso de sua cidade à sua imagem afetiva guardada na memória.

(E) ironiza a beleza da cidade moderna enquanto idealiza a melancolia das cidadezinhas.

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES (118 e 119):

Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.

Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

Noventa por cento de ferro nas calçadas.

Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.

E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,

é doce herança itabirana.

De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:

este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;

esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;

este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;

este orgulho, esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.

Hoje sou funcionário público.

Itabira é apenas uma fotografia na parede.

Mas como dói! Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo.

118. No texto de Drummond, o eu lírico

(A) considera sua origem itabirana como causadora de deficiências que ele almeja superar.

(B) revela-se incapaz de efetivamente comunicar-se, dado o caráter férreo de sua gente.

(C) ironiza a si mesmo e critica a rusticidade de seu passado semirrural mineiro.

(D) dirige-se diretamente ao leitor, tornando assim patente o caráter confidencial do poema.

(E) critica, em chave modernista, o bucolismo da poesia árcade mineira.

119. Tendo em vista que o poema de Drummond contém referências a aspectos geográficos e

históricos determinados, considere as seguintes afirmações:

I. O poeta é “de ferro” na medida em que é nativo de região caracterizada pela existência de

importantes jazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.

II. O poeta revela conceber sua identidade como tributária não só de uma geografia, mas também

de uma história, que é, igualmente, a da linhagem familiar a que pertence.

III. A ausência de mulheres de que fala o poeta refere-se à ampla predominância de população masculina, na zona de mineração intensiva de que ele é originário.

Continua na próxima página

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Está correto o que se afirma

(A) I, somente.

(B) III, somente.

(C) I e II, somente.

(D) II e III, somente.

(E) I, II e III.

120. “No dia seguinte, Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio, notou que as operações

de Sinhá Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação

habitual: a diferença era proveniente de juros.

Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era

bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se

descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o

que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta

de alforria!

O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra

fazenda.

Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia

dito palavra à toa, pedia desculpa. [...]

O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. [...]

Sentou-se numa calçada, tirou do bolso o dinheiro, examinou-o, procurando adivinhar quanto lhe

tinham furtado. Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era. Tomavam-lhe o

gado quase de graça e ainda inventavam juro. Que juro! O que havia era safadeza.”

Sobre o fragmento do capítulo Contas, do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, pode-se

dizer que

(A) ao se referir a Sinhá Vitória, Fabiano admite que “a mulher tinha miolo.” Essa afirmação

significa que a esposa era inteligente, tinha frequentado escola, sabia fazer conta, diferentemente

dele, que “era bruto”, pois, não sabia ler nem fazer conta.

(B) quando o narrador personagem afirma que “O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o

chapéu varrendo o tijolo”, significa que a personagem percebeu que o orgulho era a única arma

que possuía para enfrentar o proprietário das terras onde trabalhava, por isso resolveu camuflar o

orgulho saindo sem dar as costas ao amo.

(C) no final do segundo parágrafo, quando se lê: “Passar a vida inteira assim no toco, entregando

o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar

carta de alforria!”, o narrador se afasta e deixa Fabiano demonstrar, de forma direta ao patrão,

que tem a consciência da exploração que sofre.

(D) Graciliano Ramos cria duas comparações ao usar o vocábulo branco para designar o patrão

e, posteriormente, ao atribuir ao narrador o enunciado: “Trabalhar como negro e nunca arranjar

carta de alforria!” coloca a personagem na condição de submisso, tal qual a de um escravo sem

direito à liberdade, o que contraria os princípios do romance regionalista de 1930.

(E) há algumas expressões usadas por Graciliano Ramos que quebram a verossimilhança

existente entre a linguagem, a condição social e o nível de escolaridade de Fabiano, pois são

metáforas eruditas, tais como: “perdeu os estribos”, “batendo no chão como cascos” e “baixou a

pancada e amunhecou”.

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121.

O peru de Natal

O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi

de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes,

nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas

nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu

pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre,

sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um

vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom

errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. ANDRADE, M. In: MORICONI, I. Os cem melhores contos brasileiros do século.São Paulo: Objetiva, 2000 (fragmento).

No fragmento do conto de Mário de Andrade, o tom confessional do narrador em primeira pessoa

revela uma concepção das relações humanas marcada por

(A) distanciamento de estados de espírito entre gerações.

(B) relevância dos festejos religiosos em família na sociedade moderna.

(C) preocupação econômica em uma sociedade urbana em crise.

(D) consumo de bens materiais por parte de jovens, adultos e idosos.

(E) pesar e reação de luto diante da morte de um familiar querido.

122. Vei, a Sol

Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado. Assim mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova com dinheiro enterrado. Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro de holandês. Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas. Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela que o carregasse pro céu. Caiuanogue foi se chegando porém o herói fedia muito. – Vá tomar banho! – ela fez. E foi-se embora. Assim nasceu a expressão “Vá tomar banho” que os brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes europeus. ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.

O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado “Vei, a Sol”, do livro Macunaíma, de

Mário de Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a

linguagem empregada pelo narrador, é possível identificar

(A) resquícios do discurso naturalista usado pelos escritores do século XIX.

(B) ausência de linearidade no tratamento do tempo, recurso comum ao texto narrativo da

primeira fase modernista.

(C) referência à fauna como meio de denunciar o primitivismo e o atraso de algumas regiões do

país.

(D) descrição preconceituosa dos tipos populares brasileiros, representados por Macunaíma e

Caiuanogue.

(E) uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário brasileiro como meio de valorização da

cultura popular nacional.

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123.

O nascimento do mundo, de Salvador Dali.

A tela acima é uma proposta das Vanguardas europeias, movimentos artísticos e culturais com

repercussão na literatura brasileira. Pode-se, inclusive, afirmar que elementos constitutivos das

Vanguardas estão presentes em autores e obras da estética literária modernista. Sobre esses

movimentos pode-se afirmar que

(A) as chamadas Vanguardas europeias foram importantes para os movimentos culturais do início

do século XX. No entanto, no Brasil, há um consenso entre os estudiosos que essas Vanguardas

nos influenciaram apenas a partir da segunda metade do século XX.

(B) o Dadaísmo, uma das chamadas Vanguardas europeias, defendia que somente a associação

entre todas as tendências vanguardistas poderia resultar em avanços importantes para as artes e

para a cultura de um modo geral.

(C) temáticas oriundas dos estudos freudianos como fantasia, sonho, ilusão, loucura estão

presentes em obras do Surrealismo, vanguarda que influenciou poetas modernistas, como Murilo

Mendes.

(D) Mário de Andrade e Oswald de Andrade, participantes da Semana de Arte Moderna negaram

a relação existente entre as Vanguardas europeias e os valores e as motivações das obras

modernistas brasileiras.

(E) Há uma relação intensa entre Futurismo e Cubismo. Tanto uma quanto a outra têm os

mesmos interesses e objetivos e em nada se diferenciam, exceto quando se relacionam com a

arte literária.

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124. A Semana de Arte de 1922 foi aberta ao público, que durante toda a semana pôde visitar o

saguão do Teatro Municipal de São Paulo e conferir uma exposição de artes plásticas com obras

de Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Zina Aita, Di Cavalcanti, Harberg, Brecheret,

Ferrignac e Antonio Moya. Além da exposição, foram realizados saraus com apresentação de

conferências, leitura de poemas, dança e música, participação dos escritores Graça Aranha,

Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Ronald de Carvalho, com execução de músicas de

Ernâni Braga e Villa-Lobos. Entre os organizadores da Semana, estavam Mário e Oswald de

Andrade, que, posteriormente, ao lado de Manuel Bandeira (que não participou do evento),

formaram a célebre tríade modernista.

Sobre esse evento é possível dizer que

(A) foi liderada por intelectuais e políticos paulistas e coroou o Modernismo Brasileiro, com a

publicação de Macunaíma, de Mário de Andrade.

(B) foi um movimento isolado, ocorrido na cidade de São Paulo, sem repercussão nacional ou

desdobramentos nos rumos das artes no Brasil.

(C) teve uma repercussão negativa apenas nas artes plásticas, agradando o público na literatura

e na música.

(D) reagiu ao academicismo com a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de

uma liberdade criadora sem igual, difundindo novos conceitos.

(E) as Vanguardas europeias, ainda que tivessem um caráter destruidor e localista, não serviram

como referência aos artistas da Semana de 1922.

125.

Venturosa de sonhar-te,

à minha sombra me deito.

(Teu rosto, por toda parte,

mas, amor, só no meu peito!)

— Barqueiro, que céu tão leve!

Barqueiro, que mar parado!

Barqueiro, que enigma breve,

o sonho de ter amado!

Em barca de nuvens sigo:

e o que vou pagando ao vento

para levar-te comigo

é suspiro e pensamento.

— Barqueiro, que doce instante!

Barqueiro, que instante imenso,

não do amado nem do amante:

mas de amar o amor que penso! MEIRELES, Cecília. Canções. Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1972. p. 564.

Continua na próxima página

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A poesia de Cecília Meireles constitui “esboços de quadros metafísicos”, o que pode ser

comprovado no texto por meio

(A) da exaltação do ente amado em sua plenitude de beleza.

(B) de uma atitude reflexiva do sujeito poético a respeito do amor como ideia.

(C) do sofrimento causado pelo distanciamento entre os amantes.

(D) da nostalgia de um tempo marcado pela experiência concreta do amor.

(E) de versos predominantemente descritivos de uma paisagem estática que reflete o íntimo do

sujeito lírico.

TEXTOS PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES (126 E 127).

I. Manuel Bandeira

(...)

A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros

Vinha da boca do povo na língua errada do povo

Língua certa do povo

Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil

Ao passo que nós

O que fazemos

É macaquear

A sintaxe lusíada

(...)

II. Oswald de Andrade

Quando o português chegou

Debaixo duma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena! Fosse uma manhã de sol

O índio tinha despido

O português

126. A ideia comum aos dois textos consiste na

(A) contradição entre a língua concebida e a que se realiza nos poemas.

(B) crítica ao linguajar popular e debochado do povo brasileiro.

(C) aceitação dos valores da cultura europeia, particularmente a portuguesa.

(D) proposta de uma língua nacional que esteja próxima da expressão lusíada.

(E) busca de uma identidade nacional, negando-se a cultura europeia.

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127. No texto II, de Oswald de Andrade, percebem-se algumas características da fase heróica do

Modernismo brasileiro, como

(A) a tentativa de contar a história do Brasil nos moldes românticos, ufanista.

(B) a influência parnasiana, sobretudo nos aspectos formais.

(C) a preocupação com os problemas políticos e sociais da época.

(D) a ironia e o humor numa releitura satírica da história do Brasil.

(E) a preocupação com a correção da modalidade escrita da língua.

128.

Estrada

Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,

Interessa mais que uma avenida urbana.

Nas cidades todas as pessoas se parecem.

Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.

Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.

Cada criatura é única.

Até os cães.

Estes cães da roça parecem homens de negócios:

Andam sempre preocupados.

E quanta gente vem e vai!

E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:

Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um

bodezinho manhoso.

Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz

dos símbolos,

Que a vida passa! que a vida passa!

E que a mocidade vai acabar. BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar 1967.

A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de

elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade

aponta para

(A) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua

nostalgia com relação à cidade.

(B) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da

vida rural.

(C) opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua

juventude.

(D) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.

(E) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

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129. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a

cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se

considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de

Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita

Malfatti e outros modernistas

A estudante, c. 1917, de Anita Malfatti.

(A) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a

originalidade e os temas nacionais.

(B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando

a criação artística nacional.

(C) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como

finalidade a prática educativa.

(D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade

artística ligada à tradição acadêmica.

(E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas

abordados.

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INGLÊS

130. Marque a opção com a frase do texto no Second Conditional.

(A) If we take just one of these things and give it back, or feed it back, we could help change the

lives of hungry school children around the world.

(B) If we took just one of these things and gave it back, or fed it back, we could help change the

lives of hungry school children around the world.

(C) If we had taken just one of these things and given it back, or fed it back, we could have helped

change the lives of hungry school children around the world.

(D) If we will take just one of these things and give it back, or feed it back, we help change the

lives of hungry school children around the world.

(E) If we take just one of these things and give it back, or feed it back, we help change the lives of

hungry school children around the world.

131. A internet tem servido a diferentes interesses, ampliando, muitas vezes, o contato entre

pessoas e instituições. Um exemplo disso é o site WeFeedback, no qual a internauta Kate Watts

(A) comprou comida em promoção.

(B) inscreveu-se em concurso.

(C) participou de pesquisa de opinião.

(D) voluntariou-se para trabalho social.

(E) fez doação para caridade.

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132. Marque a opção que com a frase escrita na caneca no Third Conditional.

(A) If you shared, you would feed 240 children.

(B) If you shares, you would have fed 240 children.

(C) If you had shared, you will save 240 children.

(D) If you had shared, you would have saved 240 children.

(E) If you have shared, you will have saved 240 children.

Masters of War

Come you masters of war

You that build all the guns

You that build the death planes

You that build all the bombs

You that hide behind walls

You that hide behind desks

I just want you to know

I can see through your masks.

You that never done nothin’

But build to destroy

You play with my world

Like it’s your little toy

You put a gun in my hand

And you hide from my eyes

And you turn and run farther

When the fast bullets fly

Like Judas of old

You lie and deceive

A world war can be won

You want me to believe

But I see through your eyes

And I see through your brain

Like I see through the water

That runs down my drain.

133. Na letra da canção Masters of War do músico americano Bob Dylan, há questionamentos e

reflexões que aparecem na forma de protesto contra

(A) o sistema que recruta soldados para guerras motivadas por interesses econômicos.

(B) o envio de jovens à guerra para promover a expansão territorial dos Estados Unidos.

(C) o comportamento dos soldados norte-americanos nas guerras de que participaram.

(D) o desinteresse do governo pelas famílias dos soldados mortos em campos de batalha.

(E) as Forças Armadas norte-americanas, que enviavam homens despreparados para as guerras.

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For years patients have had recourse to a noninvasive surgical technique in which doctors zap

tumors with focused beams of radiation. The technology was first used on brain-cancer patients

because doctors can easily clamp the head in place, keeping the tumor rock steady. More

recently the machines have gotten better at compensating for the patient’s movement – from

breathing, say – allowing doctors to treat tumors elsewhere in the body. Now doctors at Korea St.

Mary’s Hospital are using a device called Cyberknife, made by accuracy in Sunnyvale, California,

to treat patients with severe depression and obsessive-compulsive disorder. Other doctors think

the technique could be useful to treat Parkinson’s and epilepsy patients. Since the radiation

creates permanent lesions in the brain, the method is controversial and may take years to win

acceptance.

134. As técnicas cirúrgicas não-invasivas a que o fragmento se refere foram inicialmente

empregadas no tratamento de

(A) doença de Parkinson.

(B) convulsões epilépticas.

(C) câncer cerebral.

(D) distúrbios respiratórios.

(E) doença de Alzheimer.

135. Com relação ao dispositivo CyberKnife, há médicos utilizando-o em pacientes que

apresentam

(A) lesão cerebral.

(B) transtorno obsessivo-compulsivo.

(C) tumor bronco-pulmonar.

(D) dificuldade de locomoção.

(E) calos nas cordas vocais.

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ESPANHOL

Texto 1

Modelos de Mujer

[...] Mido casi un metro setenta, y eso está bien, pero la última vez que pesé cincuenta y cuatro

kilos estaba a punto de cumplir quince años. Eso no tendría mucha importancia si no fuera porque

casi siempre peso un poco — uno de esos «pocos» tan elásticos que parecen conceptos de

goma — más de sesenta, que no es ya el peso ideal, sino apenas el normal, y eso está

francamente mal cuando no tengo un buen día, que de unos años a esta parte es, más o menos,

todos los días. Soy lo que la gente suele llamar «una mujer grande», y tengo tanto éxito con los

albañiles que trabajan en la calle, como desprecio inspiro a las redactoras de páginas de moda.

Mi cara me gusta, y me gusta mi piel, y mi pelo castaño, espeso y ondulado, aunque a veces

preferiría ser más rubia, o morena del todo, para escapar de la apabullante mayoría estadística de

los tonos marrones, que son los míos y los de casi todo el mundo, por mucho que yo me empeñe

en subirme la moral de vez en cuando diciéndome que, en realidad, tengo los ojos de color

avellana. [...] Almudena Grandes. In: Modelos de Mujer. España: Editorial Tusquets, 2009.

(fragmento).

130. No trecho “[...] más de sesenta, que no es ya el peso ideal, sino apenas el normal, y eso

está francamente mal cuando no tengo un buen día, que de unos años a esta parte es, más o

menos, todos los días. [...], o vocábulo em destaque estabelece com a frase anterior uma relação

de:

(A) condição.

(B) retificação.

(C) conclusão.

(D) consequência.

(E) causa.

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Texto 2

Levántate del sofá para dejar de comer patatas

Cristina de Martos | Madrid

No sólo es posible atajar más de un problema a la vez, sino

que es beneficioso. Un estudio de la Universidad de Northwestern (EEUU) muestra que animar a

las personas con unos hábitos poco saludables a que aumenten su consumo de fruta y verdura y

a que pasen menos tiempo sentados en el sofá es una intervención exitosa que provoca, además,

otros efectos positivos como la disminución en la ingesta de grasas. Según los autores, cuanto

menos tiempo pasas delante de la televisión, menos metes la mano en la bolsa de patatas.

"Haciendo simplemente dos cambios en el estilo de vida se logra un efecto grande y las personas

no se ven sobrepasadas", señala Bonnie Spring, profesora de Medicina Preventiva en la

universidad americana y autora principal del estudio. En él, pusieron a prueba dos intervenciones,

una en la que se emplazaba a los participantes a disminuir el consumo de grasas y a aumentar la

actividad física, y otra en la que se proponía aumentar la ingesta de fruta y verdura y pasar menos

tiempo en el sofá.

Los cerca de 200 participantes, adultos entre 21 y 60 años con malos hábitos, utilizaron un

asistente personal digital para controlar ellos mismos sus objetivos y para registrar sus progresos.

Durante las tres primeras semanas, recibieron un incentivo de hasta 175 dólares por hacerlo.

Después, los investigadores les informaron de que ya no estaban obligados a seguir con el

programa si no querían, pero recibirían entre 30 y 80 dólares por seguir registrando lo que hacían,

aunque no cumplieran con las metas.

Reacción en cadena

La intervención que promovía el consumo de frutas y verduras (un mínimo de cinco al día) y

reducía a menos de 90 minutos diarios el tiempo de sofá fue más exitosa que la segunda. Y tuvo

además un efecto colateral muy positivo: la reducción en la ingesta de grasas. Como era de

esperar, los resultados fueron mejores durante las primeras semanas pero durante los meses

posteriores, a pesar de que no había incentivo económico, también se observaron beneficios.

"Desde el inicio hasta el final de las tres primeras semanas y durante los cinco meses de

seguimiento, respectivamente, las raciones de fruta diarias pasaron de 1,2 a 5,5 y 2,9, los minutos

de inactividad pasaron de 219,2 a 89,3 y 125,7, y las calorías al día procedentes de grasas

saturadas, del 12% al 9,4% y 9,9%", señala el trabajo publicado en 'Archives of Internal Medicine'.

"Alrededor del 86% de los participantes dijo que una vez que habían cambiado, trataron de

mantenerlo. Había algo en aumentar el consumo de fruta y verdura que les hizo sentirse capaces

de cambiar cualquier cosa", explica Spring en una nota de prensa. "Aumentó mucho su

confianza".

El otro elemento positivo de esta investigación es el mecanismo de control empleado: una

herramienta 60, 65 digital auto gestionada, que podría extenderse a los móviles. "La ubicuidad del

uso de los teléfonos móviles permite ahora a los investigadores y médicos conducir sus estudios y

suministrar las intervenciones de formas que anteriormente no se podía", señala un editorial que

acompaña al trabajo.

En la actualidad, existen varias aplicaciones dirigidas a mejorar los hábitos de vida, una opción

que parece dar sus frutos.

Elmundo.es, 30 de maio de 2012.

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131. No fragmento “No sólo es posible atajar más de un problema a la vez...” (línea 1), a

expressão em destaque corresponde, em português, a:

(A) sempre.

(B) às vezes.

(C) poucas vezes.

(D) frequentemente.

(E) ao mesmo tempo

132. O texto trata:

(A) da publicidade na televisão.

(B) da vida de pessoas que não fazem atividade física.

(C) das aplicações que visam melhorar a vida das pessoas.

(D) da pesquisa sobre pessoas com hábitos pouco saudáveis.

(E) das facilidades da vida moderna que não trazem benefícios.

133. Assinale a alternativa que indica uma das consequências de ver menos televisão, segundo

os professores da Universidade de Northwestern.

(A) comer menos batatas.

(B) aumentar a autoestima

(C) ingerir mais fruta e verdura.

(D) introduzir a prática de atividade física.

(E) ser incentivado a melhorar a situação econômica.

134. Um dos objetivos do trabalho, segundo sua autora principal, é:

(A) melhorar a aparência física.

(B) aumentar a atividade física.

(C) diminuir a ingestão de gorduras.

(D) ajudar financeiramente as pessoas.

(E) mudar uma situação de passividade.

135. “Alrededor del 86% de los participantes” (6º párrafo).

Assinale a alternativa que apresenta o vocábulo que, em espanhol, pode substituir o termo em

destaque.

(A) casi.

(B) aproximadamente.

(C) la mayoría.

(D) lejos.

(E) al lado.

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CIÊNCIAS DA MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Uma pesquisa de opinião foi realizada para avaliar os níveis de audiência de alguns canais de

televisão, entre 20h e 21h, durante uma determinada noite. Os resultados obtidos estão

representados no gráfico de barras a seguir:

136. A percentagem de entrevistados que declararam estar assistindo à TvB é

APROXIMADAMENTE igual a:

(A) 15%

(B) 20%

(C) 22%

(D) 27%

(E) 30%

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Em um concurso de televisão, apresentam-se ao participante três fichas voltadas para baixo,

estando representadas em cada uma delas as letras T, V e E. As fichas encontram-se alinhadas

em uma ordem qualquer. O participante deve ordenar as fichas a seu gosto, mantendo as letras

voltadas para baixo, tentando obter a sigla TVE. Ao desvirá-las, para cada letra que esteja na

posição correta ganhará um prêmio de R$200,00 .

137. A probabilidade de o PARTICIPANTE não ganhar qualquer prêmio é igual a:

(A) 0

(B) 1/3

(C) 1/4

(D) 1/2

(E) 1/6

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138. A sombra de uma pessoa que tem 1,80m de altura mede 60cm . No mesmo momento, a seu

lado, a sombra projetada de um poste mede 2,00m . Se, mais tarde, a sombra do poste diminuiu

50cm , a sombra da pessoa passou a medir:

(A) 30cm.

(B) 45cm.

(C) 50cm.

(D) 80cm.

(E) 90cm.

139. Para convencer a população local da ineficiência da Companhia Telefônica Vilatel na

expansão da oferta de linhas, um político publicou no jornal local o gráfico I, abaixo representado.

A Companhia Vilatel respondeu publicando dias depois o gráfico II, onde pretende justificar um

grande aumento na oferta de linhas. O fato é que, no período considerado, foram instaladas,

efetivamente, 200 novas linhas telefônicas.

Analisando os gráficos, pode-se concluir que

(A) o gráfico II representa um crescimento real maior do que o do gráfico I.

(B) o gráfico I apresenta o crescimento real, sendo o II incorreto.

(C) o gráfico II apresenta o crescimento real, sendo o I incorreto.

(D) a aparente diferença de crescimento nos dois gráficos decorre da escolha das diferentes

escalas.

(E) os dois gráficos são incomparáveis, pois usam escalas diferentes.

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140. Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, de forma que o

mais baixo e o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm, conforme a

figura. Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear de madeira cujo comprimento

mínimo, em cm, deve ser:

(A) 144.

(B) 180.

(C) 210.

(D) 225.

(E) 240.

141. Uma companhia de seguros levantou dados sobre os carros de determinada cidade e

constatou que são roubados, em média, 150 carros por ano. O número de carros roubados da

marca X é o dobro do número de carros roubados da marca Y, e as marcas X e Y juntas

respondem por cerca de 60% dos carros roubados. O número esperado de carros roubados da

marca Y é:

(A) 20.

(B) 30.

(C) 40.

(D) 50.

(E) 60.

142. Um município de 628 km2 é atendido por duas emissoras de rádio cujas antenas A e B

alcançam um raio de 10km do município, conforme mostra a figura. Para orçar um contrato

publicitário, uma agência precisa avaliar a probabilidade que um morador tem de, circulando

livremente pelo município, encontrar-se na área de alcance de pelo menos uma das emissoras.

Essa probabilidade é de, aproximadamente,

(A) 20%.

(B) 25%.

(C) 30%.

(D) 35%.

(E) 40%.

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143. Um estudo realizado com 100 indivíduos que abastecem seu carro uma vez por semana em

um dos postos X, Y ou Z mostrou que:

- 45 preferem X a Y, e Y a Z.

- 25 preferem Y a Z, e Z a X.

- 30 preferem Z a Y, e Y a X.

Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 consumidores continuarem se orientando

pelas preferências descritas, é possível afirmar que a liderança de preferência nunca pertencerá a

(A) X.

(B) Y.

(C) Z.

(D) X ou Y.

(E) Y ou Z.

144. Considerando que o Calendário Muçulmano teve início em 622 da era cristã e que cada 33

anos muçulmanos correspondem a 32 anos cristãos, é possível estabelecer uma correspondência

aproximada de anos entre os dois calendários, dada por:

(C = Anos Cristãos e M = Anos Muçulmanos)

(A) C = M + 622 - (M/33).

(B) C = M - 622 + (C - 622/32).

(C) C = M - 622 - (M/33).

(D) C = M - 622 + (C - 622/33).

(E) C = M + 622 - (M/32).

145. Uma editora pretende despachar um lote de livros, agrupados em 100 pacotes de 20 cm x

20 cm x 30 cm. A transportadora acondicionará esses pacotes em caixas com formato de bloco

retangular de 40 cm x 40 cm x 60 cm. A quantidade mínima necessária de caixas para esse envio

é:

(A) 9

(B) 11

(C) 13

(D) 15

(E) 17

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146. As empresas querem a metade das pessoas trabalhando o dobro para produzir o triplo.

(Revista Você S/A, 2004)

Preocupado em otimizar seus ganhos, um empresário encomendou um estudo sobre a

produtividade de seus funcionários nos últimos quatro anos, entendida por ele, de forma

simplificada, como a relação direta entre seu lucro anual (L) e o número de operários envolvidos

na produção (n). Do estudo, resultou o gráfico abaixo.

Ao procurar, no gráfico, uma relação entre seu lucro, produtividade e número de operários, o

empresário concluiu que a maior produtividade ocorreu em 2002, e o maior lucro

(A) em 2000, indicando que, quanto maior o número de operários trabalhando, maior é o seu

lucro.

(B) em 2001, indicando que a redução do número de operários não significa necessariamente o

aumento dos lucros.

(C) também em 2002, indicando que lucro e produtividade mantêm uma relação direta que

independe do número de operários.

(D) em 2003, devido à significativa redução de despesas com salários e encargos trabalhistas de

seus operários.

(E) tanto em 2001, como em 2003, o que indica não haver relação significativa entre lucro,

produtividade e número de operários.

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147. Uma empresa produz tampas circulares de alumínio para tanques cilíndricos a partir de

chapas quadradas de 2 metros de lado, conforme a figura. Para 1 tampa grande, a empresa

produz 4 tampas médias e 16 tampas pequenas.

As sobras de material da produção diária das tampas grandes, médias e pequenas dessa

empresa são doadas, respectivamente, a três entidades: I, II e III, para efetuarem reciclagem do

material. A partir dessas informações, pode-se concluir que

(A) a entidade I recebe mais material do que a entidade II.

(B) a entidade I recebe metade de material do que a entidade III.

(C) a entidade II recebe o dobro de material do que a entidade III.

(D) as entidades I e II recebem, juntas, menos material do que a entidade III.

(E) as três entidades recebem iguais quantidades de material.

148. No Nordeste brasileiro, é comum encontrarmos peças de artesanato constituídas por

garrafas preenchidas com areia de diferentes cores, formando desenhos. Um artesão deseja

fazer peças com areia de cores cinza, azul, verde e amarela, mantendo o mesmo desenho, mas

variando as cores da paisagem (casa, palmeira e fundo), conforme a figura. O fundo pode ser

representado nas cores azul ou cinza; a casa, nas cores azul, verde ou amarela; e a palmeira,

nas cores cinza ou verde. Se o fundo não pode ter a mesma cor nem da casa nem da palmeira,

por uma questão de contraste, então o número de variações que podem ser obtidas para a

paisagem é

(A) 6.

(B) 7.

(C) 8.

(D) 9.

(E) 10.

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149.

Na seleção para as vagas deste anúncio, feita por telefone ou correio eletrônico, propunha-se aos

candidatos uma questão a ser resolvida na hora. Deveriam calcular seu salário no primeiro mês,

se vendessem 500 m de tecido com largura de 1,40 m, e no segundo mês, se vendessem o dobro.

Foram bem sucedidos os jovens que responderam, respectivamente,

(A) R$ 300,00 e R$ 500,00.

(B) R$ 550,00 e R$ 850,00.

(C) R$ 650,00 e R$ 1000,00.

(D) R$ 650,00 e R$ 1300,00.

(E) R$ 950,00 e R$ 1900,00.

150. Um pátio de grandes dimensões vai ser revestido por pastilhas quadradas brancas e pretas,

segundo o padrão representado a seguir, que vai ser repetido em toda a extensão do pátio.

As pastilhas de cor branca custam R$ 8,00 por metro quadrado e as de cor preta, R$ 10,00. O custo

por metro quadrado do revestimento será de

(A) R$ 8,20.

(B) R$ 8,40.

(C) R$ 8,60.

(D) R$ 8,80.

(E) R$ 9,00.

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151. Os três recipientes da figura têm formas diferentes, mas a mesma altura e o mesmo

diâmetro da boca. Neles são colocados líquido até a metade de sua altura, conforme indicado nas

figuras. Representando por V1, V2 e V3 o volume de líquido em cada um dos recipientes, tem-se

(A) V1 = V2 = V3

(B) V1 < V3 < V2

(C) V1 = V3 < V2

(D) V3 < V1 < V2

(E) V1 < V2 = V3

152. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino Médio há 10 anos se encontraram

em uma reunião comemorativa. Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das

mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no gráfico a seguir. Um prêmio foi

sorteado entre todos os filhos dessas ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha

sido um(a) filho(a) único(a) é

(A) 1

3.

(B) 1

4.

(C) 7

15.

(D) 7

23.

(E) 7

25.

153. A escrita Braile para cegos é um sistema de símbolos no qual cada caractere é um

conjunto de 6 pontos dispostos em forma retangular, dos quais pelo menos um se destaca em

relação aos demais. Por exemplo, a letra A é representada pela figura a seguir. O número total

de caracteres que podem ser representados no sistema Braile é

(A) 12.

(B) 31.

(C) 36.

(D) 63.

(E) 720.

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154. Uma cooperativa de radio táxis tem como meta atender em no máximo 15 minutos a pelo

menos 95% das chamadas que recebe. O controle dessa meta é feito ininterruptamente por um

funcionário que utiliza um equipamento de rádio para monitoramento. A cada 100 chamadas, ele

registra o número acumulado de chamadas que não foram atendidas em 15 minutos. Ao final de

um dia, a cooperativa apresentou o seguinte desempenho:

total acumulado de chamadas 100 200 300 400 482

número acumulado de chamadas não

atendidas em 15 minutos 6 11 17 21 24

Esse desempenho mostra que, nesse dia, a meta estabelecida foi atingida

(A) nas primeiras 100 chamadas.

(B) nas primeiras 200 chamadas.

(C) nas primeiras 300 chamadas.

(D) nas primeiras 400 chamadas.

(E) ao final do dia.

155. Na figura que representa o projeto de uma escada com 5 degraus de mesma altura, o

comprimento total do corrimão é igual a

(A) 1,8 m.

(B) 1,9 m.

(C) 2,0 m.

(D) 2,1m.

(E) 2,2 m.

156. Uma artesã confecciona dois diferentes tipos de vela ornamental a partir de moldes feitos

com cartões de papel retangulares de 20cm 10cm (conforme ilustram as figuras abaixo). Unindo

dois lados opostos do cartão, de duas maneiras, a artesã forma cilindros e, em seguida, os

preenche completamente com parafina. Supondo-se que o custo da vela seja diretamente

proporcional ao volume de parafina empregado, o custo da vela do tipo I, em relação ao custo da

vela do tipo II, será

(A) o triplo.

(B) o dobro.

(C) igual.

(D) a metade.

(E) a terça parte.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

41

157. A tabela a seguir indica a posição relativa de quatro times de futebol na classificação geral

de um torneio, em dois anos consecutivos. O símbolo significa que o time indicado na linha

ficou, no ano de 2004, à frente do indicado na coluna. O símbolo * significa que o time indicado na

linha ficou, no ano de 2005, à frente do indicado na coluna. A probabilidade de que um desses

quatro times, escolhido ao acaso, tenha obtido a mesma classificação no torneio, em 2004 e

2005, é igual a

(A) 0,00.

(B) 0,25.

(C) 0,50.

(D) 0,75.

(E) 1,00.

158. O Aedes aegypti é vetor transmissor da dengue. Uma pesquisa feita em São Luís - MA, de

2000 a 2002, mapeou os tipos de reservatório onde esse mosquito era encontrado. A tabela a

seguir mostra parte dos dados coletados nessa pesquisa.

tipos de reservatórios população de A. aegypti

2000 2001 2002

pneu 895 1.658 974

tambor/tanque/depósito de barro 6.855 46.444 32.787

vaso de planta 456 3.191 1.399

material de construção/peça de carro 271 436 276

garrafa/lata/plástico 675 2.100 1.059

poço/cisterna 44 428 275

caixa d’água 248 1.689 1.014

recipiente natural, armadilha, piscina e outros 615 2.658 1.178

total 10.059 58.604 38.962 Caderno Saúde Pública, vol. 20, n.º 5,

Rio de Janeiro, out./2004 (com adaptações).

Se mantido o percentual de redução da população total de A. aegypti observada de 2001 para

2002, teria sido encontrado, em 2003, um número total de mosquitos

(A) menor que 5.000.

(B) maior que 5.000 e menor que 10.000.

(C) maior que 10.000 e menor que 15.000.

(D) maior que 15.000 e menor que 20.000.

(E) maior que 20.000.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

42

159. A diversidade de formas geométricas espaciais criadas pelo homem, ao mesmo tempo em

que traz benefícios, causa dificuldades em algumas situações. Suponha, por exemplo, que um

cozinheiro precise utilizar exatamente 100mL de azeite de uma lata que contenha 1.200mL e

queira guardar o restante do azeite em duas garrafas, com capacidade para 500mL e 800mL

cada, deixando cheia a garrafa maior. Considere que ele não disponha de instrumento de medida

e decida resolver o problema utilizando apenas a lata e as duas garrafas. As etapas do

procedimento utilizado por ele estão ilustradas nas figuras a seguir, tendo sido omitida a 5a etapa

(ver figura).

Qual das situações ilustradas a seguir corresponde à 5a etapa do procedimento?

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

43

160. Representar objetos tridimensionais em uma folha de papel nem sempre é tarefa fácil. O

artista holandês Escher (1898-1972) explorou essa dificuldade criando várias figuras planas

impossíveis de serem construídas como objetos tridimensionais, a exemplo da litografia

Belvedere, reproduzida a seguir.

Considere que um marceneiro tenha encontrado algumas figuras supostamente desenhadas por

Escher e deseje construir uma delas com ripas rígidas de madeira que tenham o mesmo

tamanho. Qual dos desenhos a seguir ele poderia reproduzir em um modelo tridimensional real?

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

44

161. Uma das principais causas da degradação de peixes frescos é a contaminação por

bactérias. O gráfico apresenta resultados de um estudo acerca da temperatura de peixes frescos

vendidos em cinco peixarias. O ideal é que esses peixes sejam vendidos com temperaturas entre

2 C e 4 C. Selecionando-se aleatoriamente uma das cinco peixarias pesquisadas, a

probabilidade de ela vender peixes frescos na condição ideal é igual a

(A) 1

2.

(B) 1

3.

(C) 1

4.

(D) 1

5.

(E) 1

6.

162. O gráfico a seguir, obtido a partir de dados do Ministério do Meio Ambiente, mostra o

crescimento do número de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Se mantida,

pelos próximos anos, a tendência de crescimento mostrada no gráfico, o número de espécies

ameaçadas de extinção em 2011 será igual a

(A) 465.

(B) 493.

(C) 498.

(D) 538.

(E) 699.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

45

163. O tangram é um jogo oriental antigo, uma espécie de quebra-cabeça, constituído de sete

peças: 5 triângulos retângulos e isósceles, 1 paralelogramo e 1 quadrado. Essas peças são

obtidas recortando-se um quadrado de acordo com o esquema da figura 1. Utilizando-se todas as

sete peças, é possível representar uma grande diversidade de formas, como as exemplificadas

nas figuras 2 e 3. Se o lado AB do hexágono mostrado na figura 2 mede 2cm, então a área da

figura 3, que representa uma "casinha", é igual a

(A) 24cm .

(B) 28cm .

(C) 212cm .

(D) 214cm .

(E) 216cm .

164. A figura abaixo mostra um reservatório de água na forma de um cilindro circular reto, com

6 m de altura. Quando está completamente cheio, o reservatório é suficiente para abastecer, por

um dia, 900 casas cujo consumo médio diário é de 500 litros de água.

Suponha que, um certo dia, após uma campanha de conscientização do uso da água, os

moradores das 900 casas abastecidas por esse reservatório tenham feito economia de 10% no

consumo de água. Nessa situação,

(A) a quantidade de água economizada foi de 34,5 m .

(B) a altura do nível da água que sobrou no reservatório, no final do dia, foi igual a 60cm.

(C) a quantidade de água economizada seria suficiente para abastecer, no máximo, 90 casas cujo

consumo diário fosse de 450 litros.

(D) os moradores dessas casas economizariam mais de R$ 200,00, se o custo de 31m de água

para o consumidor fosse igual a R$ 2,50.

(E) um reservatório de mesma forma e altura, mas com raio da base 10% menor que o

representado, teria água suficiente para abastecer todas as casas.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

46

165. Fractal (do latim fractus, fração, quebrado) - objeto que pode ser dividido em partes que

possuem semelhança com o objeto inicial. A geometria fractal, criada no século XX, estuda as

propriedades e o comportamento dos fractais - objetos geométricos formados por repetições de

padrões similares. O triângulo de Sierpinski, uma das formas elementares da geometria fractal,

pode ser obtido por meio dos seguintes passos:

1. comece com um triângulo equilátero (figura 1);

2. construa um triângulo em que cada lado tenha a metade do tamanho do lado do triângulo

anterior e faça três cópias;

3. posicione essas cópias de maneira que cada triângulo tenha um vértice comum com um dos

vértices de cada um dos outros dois triângulos, conforme ilustra a figura 2;

4. repita sucessivamente os passos 2 e 3 para cada cópia dos triângulos obtidos no passo 3

(figura 3).

De acordo com o procedimento descrito, a figura 4 da sequência apresentada acima é

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

47

166. Uma pousada oferece pacotes promocionais para atrair casais a se hospedarem por até

oito dias. A hospedagem seria em apartamento de luxo e, nos três primeiros dias, a diária custaria

R$ 150,00, preço da diária fora da promoção. Nos três dias seguintes, seria aplicada uma

redução no valor da diária, cuja taxa média de variação, a cada dia, seria de R$ 20,00. Nos dois

dias restantes, seria mantido o preço do sexto dia. Nessas condições, um modelo para a

promoção idealizada é apresentado no gráfico a seguir, no qual o valor da diária é função do

tempo medido em número de dias.

De acordo com os dados e com o modelo,

comparando o preço que um casal pagaria pela

hospedagem por sete dias fora da promoção,

um casal que adquirir o pacote promocional por

oito dias fará uma economia de

(A) R$ 90,00.

(B) R$ 110,00.

(C) R$ 130,00.

(D) R$ 150,00.

(E) R$ 170,00.

167. Cinco equipes A, B, C, D e E disputaram uma prova de gincana na qual as pontuações

recebidas podiam ser 0, 1, 2 ou 3. A média das cinco equipes foi de 2 pontos.

As notas das equipes foram colocadas no gráfico a seguir, entretanto, esqueceram de representar

as notas da equipe D e da equipe E.

Mesmo sem aparecer as notas das equipes D e E, pode-se concluir que os valores da moda e da

mediana são, respectivamente,

(A) 1,5 e 2,0.

(B) 2,0 e 1,5.

(C) 2,0 e 2,0.

(D) 2,0 e 3,0.

(E) 3,0 e 2,0.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

48

168. Suponha que a etapa final de uma gincana escolar consista em um desafio de

conhecimentos. Cada equipe escolheria 10 alunos para realizar uma prova objetiva, e a

pontuação da equipe seria dada pela mediana das notas obtidas pelos alunos. As provas valiam,

no máximo, 10 pontos cada. Ao final, a vencedora foi a equipe Ômega, com 7,8 pontos, seguida

pela equipe Delta, com 7,6 pontos. Um dos alunos da equipe Gama, a qual ficou na terceira e

última colocação, não pôde comparecer, tendo recebido nota zero na prova. As notas obtidas

pelos 10 alunos da equipe Gama foram 10; 6,5; 8; 10; 7; 6,5; 7; 8; 6; 0.

Se o aluno da equipe Gama que faltou tivesse comparecido, essa equipe

(A) teria a pontuação igual a 6,5 se ele obtivesse nota 0.

(B) seria a vencedora se ele obtivesse nota 10.

(C) seria a segunda colocada se ele obtivesse nota 8.

(D) permaneceria na terceira posição, independentemente da nota obtida pelo aluno.

(E) empataria com a equipe Ômega na primeira colocação se o aluno obtivesse nota 9.

169. Ao morrer, o pai de João, Pedro e José deixou como herança um terreno retangular de 3

km x 2 km que contém uma área de extração de ouro delimitada por um quarto de círculo de raio

1 km a partir do canto inferior esquerdo da propriedade. Dado o maior valor da área de extração

de ouro, os irmãos acordaram em repartir a propriedade de modo que cada um ficasse com a

terça parte da área de extração, conforme mostra a figura. Em relação à partilha proposta,

constata-se que a porcentagem da área do terreno que coube a João corresponde,

aproximadamente, a

(considere 3

3= 0,58)

(A) 50%.

(B) 43%.

(C) 37%.

(D) 33%.

(E) 19%.

170. Considere um ponto P em uma circunferência de raio r no plano cartesiano. Seja Q a

projeção ortogonal de P sobre o eixo x, como mostra a figura, e suponha que o ponto P percorra,

no sentido anti-horário, uma distância d ≤ r sobre a circunferência. Então, o ponto Q percorrerá,

no eixo x, uma distância dada por

(A) d

r 1 sen .r

(B) d

r 1 cos .r

(C) d

r 1 tg .r

(D) r

rsen .d

(E) r

rcos .d

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

49

171. As figuras a seguir exibem um trecho de um quebra-cabeças que está sendo montado.

Observe que as peças são quadradas e há 8 peças no tabuleiro da figura A e 8 peças no

tabuleiro da figura B. As peças são retiradas do tabuleiro da figura B e colocadas no tabuleiro da

figura A na posição correta, isto é, de modo a completar os desenhos.

É possível preencher corretamente o espaço indicado pela seta no tabuleiro da figura A

colocando a peça

(A) 1 após girá-la 90° no sentido horário.

(B) 1 após girá-la 180° no sentido anti-horário.

(C) 2 após girá-la 90° no sentido anti-horário.

(D) 2 após girá-la 180° no sentido horário.

(E) 2 após girá-la 270° no sentido anti-horário.

172. A empresa SWK produz um determinado produto x, cujo custo de fabricação é dado pela

equação de uma reta crescente, com inclinação dois e de variável x. Se não tivermos nenhum

produto produzido, a despesa fixa é de R$ 7,00 e a função venda de cada unidade x é dada por

−2x2 + 229,76x − 441,84.

Tendo em vista uma crise financeira, a empresa fez algumas demissões. Com isso, caiu em 12%

o custo da produção de cada unidade produzida. Nessas condições, a função lucro da empresa

pode ser expressa como

(A) L(x) = −2x2 + 228x − 448,00

(B) L(x) = −2x2 + 227,76x − 448,84

(C) L(x) = −2x2 + 228x − 441,84

(D) L(x) = −2x2 + 229,76x − 441,84

(E) L(x) = −2x2 + 227,76x − 448,96

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

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173. Considere que as médias finais dos alunos de um curso foram representadas no gráfico a

seguir. Sabendo que a média para aprovação nesse curso era maior ou igual a 6,0, qual foi a

porcentagem de alunos aprovados?

(A) 18%

(B) 21%

(C) 36%

(D) 50%

(E) 72%

174. A figura a seguir mostra as medidas reais de uma aeronave que será fabricada para

utilização por companhias de transporte aéreo. Um engenheiro precisa fazer o desenho desse

avião em escala de 1:150. Para o engenheiro fazer esse desenho em uma folha de papel,

deixando uma margem de 1 cm em relação às bordas da folha, quais as dimensões mínimas, em

centímetros, que essa folha deverá ter?

(A) 2,9 cm × 3,4 cm.

(B) 3,9 cm × 4,4 cm.

(C) 20 cm × 25 cm.

(D) 21 cm × 26 cm.

(E) 192 cm × 242 cm.

175. O governo cedeu terrenos para que famílias construíssem suas residências com a condição

de que no mínimo 94% da área do terreno fosse mantida como área de preservação ambiental.

Ao receber o terreno retangular ABCD, em que AB = BC

2, Antônio demarcou uma área quadrada

no vértice A, para a construção de sua residência, de acordo com o desenho, no qual AE = AB

5 é

lado do quadrado. Nesse caso, a área definida por Antônio atingiria exatamente o limite

determinado pela condição se ele

(A) duplicasse a medida do lado do quadrado.

(B) triplicasse a medida do lado do quadrado.

(C) triplicasse a área do quadrado.

(D) ampliasse a medida do lado do quadrado em 4%.

(E) ampliasse a área do quadrado em 4%.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

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176. Dois holofotes iguais, situados em H1 e H2, respectivamente, iluminam regiões circulares,

ambas de raio R. Essas regiões se sobrepõem e determinam uma região S de maior intensidade

luminosa, conforme figura. Área do setor circular: ASC = 2R

2

, á em radianos. A área da região S,

em unidades de área, é igual a

(A) 2 22 R 3R

3 2

(B) 22 3 3 R

12

(C) 2 2R R

12 8

(D) 2R

2

(E) 2R

3

177. A vazão do rio Tietê, em São Paulo, constitui preocupação constante nos períodos

chuvosos. Em alguns trechos, são construídas canaletas para controlar o fluxo de água. Uma

dessas canaletas, cujo corte vertical determina a forma de um trapézio isósceles, tem as medidas

especificadas na figura I. Neste caso, a vazão da água é de 1.050 m3/s. O cálculo da vazão, Q

em m3/s, envolve o produto da área A do setor transversal (por onde passa a água), em m2, pela

velocidade da água no local, v, em m/s, ou seja, Q = Av.

Planeja-se uma reforma na canaleta, com as dimensões especificadas na figura II, para evitar a

ocorrência de enchentes.

Na suposição de que a velocidade da água não se alterará, qual a vazão esperada para depois

da reforma na canaleta?

(A) 90 m3/s.

(B) 750 m3/s.

(C) 1.050 m3/s.

(D) 1.512 m3/s.

(E) 2.009 m3/s.

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

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178. A fotografia mostra uma turista aparentemente beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A

figura a seguir mostra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográfica, a turista e a

esfinge.

Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, verifica-se que a medida do queixo até o

alto da cabeça da turista é igual a 2

3da medida do queixo da esfinge até o alto da sua cabeça.

Considere que essas medidas na realidade são representadas por d e d’, respectivamente, que a

distância da esfinge à lente da câmera fotográfica, localizada no plano horizontal do queixo da

turista e da esfinge, é representada por b, e que a distância da turista à mesma lente, por a.

A razão entre b e a será dada por

(A) b d'

a c

(B) b 2d

a 3c

(C) b 3d'

a 2c

(D) b 2d'

a 3c

(E) b 2d'

a c

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

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179. Um artista plástico construiu, com certa quantidade de massa modeladora, um cilindro

circular reto cujo diâmetro da base mede 24 cm e cuja altura mede 15 cm. Antes que a massa

secasse, ele resolveu transformar aquele cilindro em uma esfera.

Volume da esfera: Vesfera = 34 r

3

Analisando as características das figuras geométricas envolvidas, conclui-se que o raio R da

esfera assim construída é igual a

(A) 15

(B) 12

(C) 24

(D) 3 60

(E) 36 30

180. Uma elipse é uma seção plana de um cilindro circular reto, em que o plano que intersecta o

cilindro é oblíquo ao eixo do cilindro (Figura 1). É possível construir um sólido de nome elipsoide

que, quando seccionado por três planos perpendiculares entre si, mostram elipses de diferentes

semieixos a, b e c, como na Figura 2. O volume de um elipsoide de semieixos a, b e c é dado por

4V abc.

3

Considere que um agricultor produz melancias, cujo formato é aproximadamente um elipsoide, e

ele deseja embalar e exportar suas melancias em caixas na forma de um paralelepípedo

retângulo. Para melhor acondicioná-las, o agricultor preencherá o espaço vazio da caixa com

material amortecedor de impactos (palha de arroz/serragem/bolinhas de isopor).

Suponha que sejam a, b e c, em cm, as medidas dos semieixos do elipsoide que modela as

melancias, e que sejam 2a, 2b e 2c, respectivamente, as medidas das arestas da caixa.

Nessas condições, qual é o volume de material amortecedor necessário em cada caixa?

(A) V = 8abc cm3

(B) 34V abc cm

3

(C) 34V abc 8 cm

3

(D) 34V abc 8 cm

3

(E) 34V abc 8 cm

3

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II SIMULADO - ENEM 2ª dia 3ª série

54

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de

sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa, sobre o

tema:

INVERSÃO DE VALORES NA SOCIEDADE: DE QUEM É ESSA RESPONSABILIDADE,

AFINAL?

Apresente proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e

relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Lembre-se

do número de linhas (20 a 30) adequado e de não copiar fragmentos da coletânea.

TEXTO I – A Inversão de Valores dos Tempos Modernos – Segundo Ponto de Vista

Ouvimos de nossos pais e avôs sobre o tratamento que tinham com seus pais, o respeito era

evidente, com o olhar já sabiam se estavam fazendo algo de errado ou se deveriam se comportar

melhor. Hoje vemos filhos mandando, dando ordens nos pais, tomando decisões que só

caberiam a uma mãe ou um pai tomar e aí que inicia todo o problema. As asas são dadas para

quem deveria ainda estar aprendendo a voar, e ninguém vai mais conseguir frear.

Antigamente, o respeito pelos mais velhos era automático, acontecia naturalmente; chamar uma

pessoa mais velha de senhor e senhora já era ensinado desde o berço e hoje vemos cada dia

mais o desrespeito com os idosos. Nos tempos antigos era valorizada a experiência, os mais

velhos eram os portadores da sabedoria, eram eles os consultados para resolver todas as

questões. Hoje são considerados o resto, grande maioria são descartados como se não tivessem

valor algum, até mesmo sem valor sentimental. Hoje, os mais novos são os mais inteligentes,

donos da razão ou podemos até arriscar em dizer, donos do mundo, crescem sem limites e

achando que tudo pode.

Mas isso é culpa da geração atual? No meu ponto de vista não, os grandes culpados são os pais que

não ensinam valores para seus filhos, acreditando numa educação diferenciada e não reconhecendo

que estão gerando pessoas desrespeitosas e que irão dar o mesmo tratamento a eles,

futuramente. Pessoas sem limites, que se acham donas do mundo e ainda pra ajudar recebemos o super

apoio do governo que invés de auxiliar e oferecer uma boa educação, ainda coloca limites na educação

que devemos dar aos nossos filhos, impondo limites e regras para educarmos.

TEXTO II - Direitos e deveres das crianças e adolescentes

Uma das maiores inverdades que correm por aí sobre o ECA é que ele trata apenas dos direitos

das crianças, deixando de lado seus deveres. Nada mais falso. O Estatuto é uma lei que traz em

si mesma as regras para sua interpretação. Trata-se do artigo 6º:

"Na interpretação desta lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências

do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e a condição peculiar da criança e do

adolescente como pessoas em desenvolvimento"

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Este artigo é a lente através da qual todos os demais artigos deverão ser interpretados. E ele fala

claramente em "direitos e deveres individuais e coletivos", além de enfatizar as exigências do

bem comum e os fins sociais da legislação. O que singulariza o ECA é a menção à criança e ao

adolescente como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. O que significa isso? O

que nos quis dizer o legislador ao introduzir este critério de interpretação?

Do ponto de vista jurídico, isto significa que os direitos se aplicam a crianças, adolescentes e

adultos de forma diferenciada. Vejamos, por exemplo, o direito ao trabalho: as crianças não

podem e não devem trabalhar. Os adolescentes devem estudar e podem trabalhar dentro dos

limites estabelecidos em lei, os adultos devem trabalhar e podem estudar, conforme nos ensina o

jurista Oris de Oliveira, eminente autoridade nesse tema e membro do grupo de redação do ECA.

TEXTO III – Filhos mandam em pais - alunos dividem opiniões nas escolas

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TEXTO IV - Educação e Ética: em busca de uma aproximação

Aproximar educação e ética é um desafio que resulta do contexto da realidade do mundo atual. Os

paradoxos que se apresentam refletem um mundo de infinitas possibilidades ao lado de um processo

assustador de autodestruição. E é a escola que revela essa ambiguidade como um espaço e um

instrumento de reflexão e de reprodução. É preciso, então, que a educação se constitua em uma ação

ética para que se construa um novo homem e uma nova sociedade. Educando as futuras gerações para

que assumam o compromisso ético da construção de uma realidade mais justa e equitativa é que se funda

a esperança de um mundo melhor para todos. Educação e Ética analisam e fundamentam a possibilidade

de se reduzir as contradições em que se movimentam os seres humanos em todo o mundo. A Educação

não será o único caminho de solução dos problemas atuais. Porém, o espaço educativo se constitui em

um espaço de excelência para que a semente de uma nova realidade seja plantada e possa germinar.

Impõe-se, assim, aos profissionais da educação a tarefa histórica de se aperceberem da ambiguidade de

suas práticas e assumirem o seu papel transformador. Somente um compromisso ético verdadeiramente

assumido fará com que a escola cumpra o seu papel na construção da esperança de um mundo melhor

para toda a humanidade. Contribuir para um amplo debate sobre o que e em que consistem os valores

que poderão produzir esta nova realidade é um dos objetivos principais do texto que ora se apresenta.

Prof. Dr. Jorge Renato Johann

INSTRUÇÕES: • O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. • A

redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões

terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero,

em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: • tiver até 7 (sete) linhas escritas,

sendo considerada “insuficiente”. • fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo •

apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

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