29
99 Empreendedorismo 4.1 Contextualizando O empreendedor é o agente de transformação que pode elevar o motor da economia, além de atuar para os fatores essenciais do desenvolvimento sustentável. Como já estudado nos capítulos anteriores, o empreendedorismo não é ainda uma ciência, embora seja uma das áreas da administração de maior estudo nos últimos anos. Corresponde a uma área em que os profissionais já obtêm importante participação no PIB brasileiro. Conforme já relatado em estudos anteriores, a atividade empreendedora vem sendo a opção de carreira de muitos profissionais, característica que já tinha repercussão com os profissionais liberais e hoje vem crescendo em outras áreas do mercado. Muitos abrem o seu próprio negócio como opção de carreira, apresentando excelentes resultados, o que não depende do fator sorte, mas do fator conhecimento, gestão, comprometimento, planejamento, organização, entre outros, para o desenvolvimento do empreendedorismo de sucesso. Neste contexto, tratamos da atividade empreendedora como opção de carreira, e não somente como uma opção de lucro ou status. Vamos apresentar as atividades essenciais para a atividade empreendedora e as principais situações do negócio. Para você, que pretende ser ou já é um empreendedor, esse capítulo vai deixá-lo mais motivado ainda a essa opção de carreira. Você lembra do teste sobre o perfil empreendedor que respondeu no capítulo 3? Aqui, vamos retomar alguns dos pontos apresentados no teste. ATIVIDADE EMPREENDEDORA COMO OPÇÃO DE CARREIRA CAPÍTULO 4

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99Empreendedorismo

4.1 Contextualizando

O empreendedor é o agente de transformação que pode elevar o motor

da economia, além de atuar para os fatores essenciais do desenvolvimento

sustentável. Como já estudado nos capítulos anteriores, o empreendedorismo

não é ainda uma ciência, embora seja uma das áreas da administração de maior

estudo nos últimos anos. Corresponde a uma área em que os profissionais já

obtêm importante participação no PIB brasileiro.

Conforme já relatado em estudos anteriores, a atividade empreendedora

vem sendo a opção de carreira de muitos profissionais, característica que

já tinha repercussão com os profissionais liberais e hoje vem crescendo

em outras áreas do mercado. Muitos abrem o seu próprio negócio como

opção de carreira, apresentando excelentes resultados, o que não depende

do fator sorte, mas do fator conhecimento, gestão, comprometimento,

planejamento, organização, entre outros, para o desenvolvimento do

empreendedorismo de sucesso.

Neste contexto, tratamos da atividade empreendedora como opção de

carreira, e não somente como uma opção de lucro ou status. Vamos apresentar

as atividades essenciais para a atividade empreendedora e as principais

situações do negócio. Para você, que pretende ser ou já é um empreendedor,

esse capítulo vai deixá-lo mais motivado ainda a essa opção de carreira.

Você lembra do teste sobre o perfil empreendedor que respondeu no

capítulo 3? Aqui, vamos retomar alguns dos pontos apresentados no teste.

ATIVIDADE EMPREENDEDORA COMO OPÇÃO DE CARREIRA

CAPÍTULO 4

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Capítulo 4

100 Empreendedorismo

Ao final deste capítulo, esperamos que você:

• saiba definir a atividade empreendedora como uma carreira;

• identifique as informações essenciais para uma atividade

empreendedora;

• saiba identificar as situações de um negócio próprio.

4.2 Conhecendo a teoria

4.2.1 Atividade empreendedora e carreira

Para iniciar o estudo do capítulo 4, vou retomar alguns números já

apresentados, como a taxa de atividade empreendedora no Brasil, que em

2009 foi de 15,3% de brasileiros envolvidos em atividades empreendedoras,

havendo um aumento de 3% em relação ao ano de 2008. No estudo de países

empreendedores, o Brasil está na 14ª posição, ficando atrás de países como

a China, USA e, principalmente, os países latino-americanos, mas à frente da

Argentina, Chile e Uruguai, além da participação da mulher e dos jovens na

abertura de negócios próprios.

Esses números apresentam um novo perfil do empreendedor no mundo

e no Brasil, acreditando na sua capacidade de produzir e tornar essa opção

uma atividade e carreira profissional. A percepção de oportunidades e a

criação de ideias têm sido o diferencial desses números no Brasil, que vem se

destacando no empreendedorismo.

Um dos principais responsáveis pela atividade empreendedora hoje,

no Brasil, é a pequena empresa. Segundo informações do Sebrae (2010), as

pequenas empresas geraram mais empregos do que as empresas de médio

e grande porte, referente à atividade empreendedora e proporção dos

trabalhadores por conta própria na sociedade economicamente ativa no

período de 2009.

Vamos conhecer a dimensão das empresas, critério adotado pelo Sebrae

para conceituar as empresas, segundo o número de trabalhadores e receita

bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto 5.020, de 31 de

março de 2004, estabelecidos pela Lei n. 9.841.

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Capítulo 4

101Empreendedorismo

TIPO DE EMPRESA

NÚMERO DE TRABALHADORES VOLUME DE NEGOCIAÇÃO

Micro

empresa• Na indústria e construção:

até 19 trabalhadores;

• No comércio e serviços: até 09 trabalhadores.

Receita bruta anual igual ou

inferior a R$ 433.755,14

Pequena

empresa• Na indústria e construção: de

20 a 99 trabalhadores;

• No comércio e serviços: de 10 a 49 trabalhadores.

Receita bruta anual superior

a R$ 433.755,14 e igual ou

inferior a R$ 2.133.222,00

Média

empresa• Na indústria e construção: de

100 a 499 pessoas ocupadas;

• No comércio e serviços: de 50 a 99 pessoas ocupadas.

Receita bruta anual superior

a R$ 2.133.222,00

Grande

empresa• Acima de 500 trabalhadores Receita bruta anual superior

a R$ 12.000.000,00

Quadro 1 - Dimensão das empresasFonte: adaptado de <http://www.sebrae.com.br/uf/goias/indicadores-das-mpe>.

De fato, ao analisar o quadro 1, identificamos a diferença da micro e

pequena empresa para uma grande organização, característica importante para

a linha de gestão que o empreendedor vai adotar para a organização, além das

ferramentas de administração necessárias para cada dimensão de empresa.

Dolabela (1999) relata que a presença do empreendedor com perfil

de liderança é importantíssima para o sucesso do empreendimento, ou seja,

geralmente tudo depende dele, o sistema social e volume de negociação

são criados à sua imagem. Geralmente, a equipe de gerência é pequena e

resume as responsabilidades e atividades ao empreendedor ou aos seus sócios,

quando ocorre. A falta de recursos restringe a contratação de profissionais e

os sistemas de controles acabam sendo informais.

Mas, por outro lado, o empreendedor é um trabalhador incansável e as

pesquisas mostram que os empreendedores de micro e pequenas empresas

vêm se destacando, ou seja, visam sempre os resultados, e não o trabalho em

si. Também se faz necessário destacar que, geralmente, os empreendedores

de sucesso não conseguem dividir o negócio com outra atividade profissional,

optando pela carreira na atividade empreendedora.

Vamos saber o que é carreira?

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Capítulo 4

102 Empreendedorismo

CONCEITOCONCEITO

Carreira corresponde à sequência de posições

ocupadas e de trabalhos realizados durante a

vida de um profissional, geralmente relacionados

as suas experiências. O desenvolver da carreira

envolve uma série de etapas e ocorrências que

refletem necessidades, motivos e aspirações

individuais, além das expectativas e imposições da organização, da

sociedade e do mercado.

Dolabela (1999, p. 61), no livro O segredo de Luísa, descreve que o sucesso

do empreendimento é proporcional à dedicação, à concentração na essência

das atividades da empresa, o que permite tanto o conhecimento vertical,

profundo, como também conduz à criatividade e à formação de uma mente

intuitiva, uma vez que a intuição é muito relacionada com a experiência.

Vamos analisar alguns conceitos sobre intuição?

CONCEITOCONCEITO

O Dicionário Aurélio apresenta intuição como

conhecimento imediato e claro, sem recorrer ao

raciocínio.

Já Dolabela (1999) conceitua o termo como o subproduto direto

do treinamento e da experiência que foram estocados em forma de

conhecimento. A abordagem da intuição no campo empreendedor possui

um forte vínculo, uma vez que a experiência pode ser aprendida e praticada,

sendo a “criatividade” um caminho importante para a criação da experiência,

que geralmente surge no processo de solução de problemas.

Como você define criatividade? Vamos pesquisar alguns autores?

Segundo o Dicionário Aurélio, criatividade é a capacidade de criar. E ainda

conforme esta fonte, “criar é dar existência a, tirar do nada. Imaginar, produzir,

inventar algo, fundar, instituir”.

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Capítulo 4

103Empreendedorismo

Por sua vez, Malheiros, Ferla e Cunha (2005) definem criatividade como

um processo contínuo que se caracteriza pela realização de alguma coisa nova

e útil, que envolve criação de valor a partir de ideias. Ainda segundo os mesmos

autores, pode-se dizer que criatividade é você ver o que todo mundo consegue

ver e pensar sobre aquilo que ninguém pensou, ou seja, implica na criação de

novas relações entre questões ou fatos geralmente não relacionados.

Desse modo, qualquer que seja a definição, a criatividade é, em geral, a

responsável pelo sucesso de muitos empreendimentos, decorrente da observação

do empreendedor, de inúmeras empresas analisadas, e em alguns casos, visitadas,

da associação de ideias, dos pontos fortes e fracos desses empreendedores. Ainda

leva à geração de ideias e ao seu desenvolvimento, podendo, dessa observação e

análise, construir algo novo e diferente perante o já existente no mercado.

Figura 1 - Criação de ideias

Fonte: <www.shelterconsulting.com>.

Ainda sobre a atividade empreendedora como carreira, é importante

destacar que a relação entre desemprego e abrir um negócio como opção

de trabalho e retorno financeiro também tem sido um dos fatores que leva

a ter um negócio próprio, não sendo esta a indicação mais promissora do

empreendedorismo. Estudos já comprovaram que a relação de causa e efeito

não é positiva, pois pode faltar, no desempregado, as habilidades, experiência,

motivação ou oportunidade para empreender, o que pode gerar problemas de

inserção do negócio no mercado e até mesmo a falência do negócio a curto prazo.

Mas, por outro lado, também não podemos dizer que a relação desemprego e

empreendedorismo não pode ter um bom resultado, pode ser positivo e até

mesmo abrir mercados e oportunidades, mas no estudo do empreendedorismo

não há índice de sucesso mais promissor para iniciar um negócio próprio.

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Capítulo 4

104 Empreendedorismo

A importância do empreendedorismo pode depender do estágio

e do momento do país, que pode estar mais suscetível a um ou

outro segmento, além das características do empreendedor. A

empresa sempre será um laboratório ao empreendedor, ocorrendo

e acertando os erros, mas o que não se pode é “fazer mais”, em vez

de “aprender mais”, principalmente para os interessados em ter a

atividade empreendedora como carreira.

Segundo Chér (2008), ser empreendedor é ter a necessidade de realizar

coisas novas, colocar em prática ideias próprias, geralmente, estando disposto

a correr riscos e trabalhar arduamente para conseguir o resultado almejado,

ou seja, são pessoas que fazem com que as coisas aconteçam.

A atividade empreendedora pode estar alinhada à carreira, mas o

indivíduo precisa estar disposto a desenvolver, no início do negócio, todas as

atividades na empresa ou estar parcialmente envolvido e conhecer todas as

atividades. Além de ter disposição para assumir e correr riscos, não sendo

uma característica de todos que desejam ter um empreendimento próprio e

desenvolver essa atividade como carreira.

Degen (1997) descreve que todo potencial empreendedor deve

estar sujeito a duas condições, pontos que também sugiro à atividade

empreendedora como carreira: a primeira é sua percepção sobre as condições

de iniciar o negócio, ou seja, o seu preparo, o que aumenta a sua autoconfiaça,

e a segunda consiste na visão de outros interesses e obrigações que minam

esta autoconfiança.

A seguir, algumas recomendações para aqueles que pretendem seguir a

atividade empreendedora como carreira:

• priorizar a gestão de pessoas;

• priorizar a gestão financeira;

• aumentar a produtividade com a redução de custos;

• aperfeiçoar a política de vendas e marketing;

• comunicação com clientes;

• serviços pré e pós venda;

• diferenciação de produtos e serviços;

• investir em qualidade e tecnologia;

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Capítulo 4

105Empreendedorismo

• relacionamento com fornecedores;

• treinamento do grupo constantemente;

• envolvimento e participação dos colaboradores.

O responsável por um negócio ou empreendimento precisa estar

preparado para oferecer aos clientes algo que vai atender e satisfazer a

necessidade pessoal ou profissional. E, ao mesmo tempo, desenvolver um

produto que seja inovador, tenha diferencial, com qualidade e profissionalismo,

em relação ao oferecido pela concorrência.

Pesquisas realizadas mostram que os principais

motivos dos empreendimentos não terem

dado certo foram por dificuldades encontradas

pelos proprietários na hora de planejar e

administrar, muitos por despreparo, falta

de experiência e conhecimentos necessários

ao negócio. Ao abrir um negócio, devemos

ser muito profissionais e não nos deixarmos

seduzir por encantos.

SAIBA QUE

A atividade empreendedora como carreira não é tão difícil como pensa

a maioria das pessoas, mas é preciso ter conhecimento e comprometimento

com você e com todos os outros que vão estar envolvidos no seu negócio.

E principalmente, é preciso esquecer, por exemplo, que uma semana de

trabalho corresponde a 40 horas de trabalho, de segunda a sexta, das 8h às

18h e com duas horas de almoço sempre. Além disso, o empreendedor precisa

estar disponível ao aprendizado constante, porque assim estará em condições

favoráveis ao crescimento da sua carreira.

Você precisa ter planejamento profissional, atitude dinâmica e

empreendedora na sua carreira, permitindo-se adequar às novas informações

e tecnologias do mundo globalizado.

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Capítulo 4

106 Empreendedorismo

4.2.2 Informações essenciais para atividade de empreendedor

O empreendedor deve saber que negócio sem risco não existe. Mas

algumas informações são importantes para a atividade de empreendedor.

Vamos conhecer as principais?

Antes, convido você para refletir sobre algumas questões apresentadas

por Malheiros, Ferla e Cunha (2005) sobre o ato de identificar oportunidades:

• Quais são as principais forças e “vácuos competitivos” que criam esta

oportunidade?

• O que pode estar por trás dessa oportunidade?

• Quais são as principais razões que conduzem a essa oportunidade?

• Por quanto tempo você acha que elas vão existir?

• Essa oportunidade é desejável a quem?

• Existe uma necessidade real para este produto ou serviço?

• Você consegue identificar os seus consumidores?

• Você pode conquistá-los?

• Eles ficarão encantados e entusiasmados com o produto ou serviço?

• Qual o seu estilo de vida? Ele é compatível com a sua ideia de negócio?

• O produto ou serviço é lucrativo o suficiente para permitir uma margem

de segurança para possíveis erros durante o período de aprendizagem?

O empreendedor, antes de iniciar um negócio, precisa ser estimulado

a pensar sobre as informações essenciais para exercer uma atividade

empreendedora, como suas características pessoais e necessidades do mercado/

cliente. Precisa avaliar as próprias características, ou seja, o autoconhecimento,

identificar as habilidades e fragilidades como empreendedor e analisar

seriamente o mercado em que pretende atuar, conhecendo as oportunidades

de mercado, bem como a sua capacidade para desenvolvê-las.

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Capítulo 4

107Empreendedorismo

As perguntas descritas por Malheiros, Ferla e

Cunha (2005) sobre oportunidades concluem que

o mercado/cliente é o principal ator para dizer se

aquele ideia ou oportunidade é realmente uma

necessidade ou apenas um “achismo” do futuro

empreendedor. No capítulo 7, vamos conversar

mais sobre ideias e oportunidades de negócios,

mas já chamo atenção às perguntas apresentadas.

SAIBA QUE

Agora, vamos conhecer as seis dimensões da capacidade empreendedora,

segundo Birley e Muzyka (2001):

• Orientação estratégica: descreve os fatores que relacionam a

formulação de estratégias da organização, examinando o ambiente

à busca de oportunidades, sendo mais positivo, criativo e inovador.

A oportunidade, nesse momento, pode estar ligada a uma nova

forma de combinar velhas ideias ou aplicação de novas tecnologias.

Observamos que as organizações tendem a procurar oportunidades

onde estão os seus recursos, destacando as pressões que levam uma

organização em direção ao aspecto comportamental empreendedor:

fluxos decrescentes de oportunidades; mudanças rápidas em

tecnologias; contrato social; critérios de desempenho; ciclos e sistemas

de planejamento.

• Comprometimento com a oportunidade: à medida que passamos

para a segunda dimensão, começa a ficar claro que somente um

indivíduo criativo e inovador não é o suficiente para o sucesso, ou

seja, é preciso ir além da identificação de oportunidades; é preciso

seu comprometimento, não apenas a sua capacidade de agir. No

entanto, o simples ato de se arriscar não corresponde ao sucesso, é

preciso conhecer o território em que se atua. E esses conhecimentos

sobre a área de atuação lhe proporcionam uma vantagem sobre os

outros no comprometimento com a ação. As pressões que impelem

uma organização em direção à ponta empreendedora do especto:

orientação voltada à ação; momento de decisão; gerenciamento

de riscos; esferas de decisão limitadas; múltiplas esferas de decisão;

negociação da estratégia; redução do risco; gerenciamento do ajuste.

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Capítulo 4

108 Empreendedorismo

• Comprometimento dos recursos: uma característica importante

nos empreendedores é o comprometimento com os recursos nos

múltiplos estágios de uma organização. A pergunta principal ao

empreendedor é a seguinte: quais recursos são necessários para se

explorar uma determinada oportunidade? Analisando-se o volume

de recursos necessários e a quantia de retorno que será alcançada,

o empreendedor tenta maximizar a criação de valor, minimizando

os recursos, ou seja, corresponde ao ato de correr riscos. O processo

de comprometimento de recursos é impelido em direção ao domínio

empreendedor pelos fatores: ausência de necessidades previsíveis de

recursos; ausência de controle de longo prazo; necessidades sociais;

exigências internacionais; redução dos riscos pessoais; incentivos de

remuneração; giro da administração; sistemas de alocação de capital;

sistemas formais de planejamento.

• Controle sobre os recursos: os empreendedores aprendem a usar

bem os recursos dos outros e decidir ao longo do gerenciamento

quais e onde os recursos precisam ser incorporados. Visto o

empreendedor como proficiente no uso de habilidades, talentos

e ideias dos outros, sua capacidade também se tornou valiosa no

ambiente de negócios modificados. As pressões em direção a este

lado empreendedor vêm de: maior especialização de recursos; risco

de obsolescência; maior flexibilidade; poder, status e recompensas

financeiras; coordenação; eficiência; inércia e custos de mudança;

estruturas setoriais.

• Estrutura administrativa: muitos tentaram distinguir o empreendedor

e o administrador, em alguns casos, colocando que um bom

empreendedor não implica em ser um bom administrador. Assim,

apesar da atividade administrativa ser muito diferente da atividade

empreendedora, a estrutura administrativa e a capacidade de

administrar é muito importante para o sucesso do negócio. Um

gerenciamento mais empreendedor é uma função de várias pressões:

necessidade de coordenação dos recursos-chave não controlados;

flexibilidade; desafio ao controle do proprietário; o desejo dos

empregados por independência; necessidade de autoridade e

responsabilidade claramente definidas; cultura organizacional;

sistemas de recompensas.

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Capítulo 4

109Empreendedorismo

• Filosofias de recompensas: as empresas empreendedoras diferem

das administrativas, geralmente, na sua filosofia em relação às

recompensas e remunerações, ou seja, elas tendem a basear a

remuneração no desempenho, associado à criação de valor e trabalho

em equipe. Já as empresas administrativas estão mais relacionadas à

responsabilidade individual e no desempenho a metas e ganhos de

curto prazo. As pressões que impelem as companhias sem direção

ao lado promotor do espectro incluem: expectativas individuais;

exigências dos investidores; competição; normas sociais; informação

de impacto; exigências dos acionistas.

A capacidade empreendedora é uma

abordagem da administração, um padrão coeso

e mensurável de comportamento gerencial

desenvolvido coletivamente, como as dimensões

apresentadas, examinando um espectro de

comportamentos do empreendedor.

SAIBA QUE

Algumas informações são essenciais para quem pretende se aventurar

pelo mundo dos negócios como empreendedor. No entanto, essas informações

são difíceis de analisar no indivíduo, pois muitas tratam de características de

personalidade, o que corresponde a um estudo mais detalhado. Vamos conhecer

as informações mais essenciais segundo os estudiosos do empreendedorismo:

• conhecimento do ramo;

• busca de oportunidades e iniciativa;

• ambiente de relação do empreendedor;

• habilidade empresarial;

• capacidade de reação a frustrações e situações difíceis, complexas;

• comprometimento;

• inovação;

• capacidade de delegação;

• exigência de qualidade e eficiência;

• necessidade de realização;

• independência, liberdade e autoconfiança;

• estabelecimento de metas;

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Capítulo 4

110 Empreendedorismo

• planejamento e monitoramento sistemático;

• persistência;

• aprender com os erros e fracassos;

• visionário;

• agente de mudanças.

Dolabela, em seu livro O segredo de Luísa, descreve

a empresa como a materialização de sonhos, em

muitos casos, a projeção da imagem interior do

empreendedor alinhada ao comportamento do ser

humano, em seu processo de criação e realização

pessoal. Agora, pense na responsabilidade que

esse indivíduo (o empreendedor) tem para com

a sociedade e desenvolvimento econômico. Leia

o livro do Dolabela e descubra mais sobre essa

responsabilidade.

REFLEXÃO

Assim como destacamos os pontos essenciais do empreendedor,

também se faz necessário apresentar os fatores que inibem o comportamento

empreendedor, em alguns casos, até levando à falência do negócio. E segundo

Santos (1995), podem ser apontados os seguintes pontos:

• dificuldades de conjuntura econômica;

• dificuldades de localização;

• dificuldades burocráticas;

• dificuldades tecnológicas;

• dificuldades mercadológicas;

• dificuldades de concorrência;

• dificuldades financeiras;

• dificuldades do período inicial de operação das novas empresas.

No que tange às informações essenciais para o empreender, ainda

podemos destacar a energia, a liderança, a obstinação, a capacidade de decisão

e o entusiasmo – paixão pelo que faz.

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Capítulo 4

111Empreendedorismo

4.2.3 Carreira orientada para o empreendedorismo

As mudanças de mercado fazem surgir novas carreiras orientadas

para o empreendedorismo, exigindo novas formas de empreender com

qualidades especiais.

Que qualidades são essas? Trata-se, além das informações e características

já apresentadas, de qualidades comuns entre aqueles que escolheram uma

carreira orientada para o empreendedorismo. Estamos falando de visão

sistêmica com foco no cliente e orientada para resultados com flexibilidade e

mérito em busca do equilíbrio.

A carreira orientada para o empreendedorismo deve iniciar ainda no ensino

médio, sendo que inúmeras matérias publicadas sobre empreendedorismo

mostram que um critério importante na definição da carreira está no apoio

da família e da escola na formação do caráter empreendedor. Algumas escolas

já começam a desenvolver programas que estimulam a criação de micro

empresas, propiciando informações sobre abertura de uma empresa, além de

estimular a criatividade, o inovar e criar nas mudanças estruturais.

É importante estimular o espírito empreendedor

nas crianças e nos jovens, pois essas crianças

e jovens, quando possuem esse perfil, estão,

pelo menos, um passo à frente dos outros

profissionais, além de terem mais chance de ter

sucesso num empreendimento próprio.

SAIBA QUE

Quando falamos de carreira empreendedora, logo vem a lembrança

da organização Junior Achievement. Você já conhece esta organização?

Vamos conhecê-la?

A Junior Achievement, instituição formada por um grupo de empresários,

é a maior e mais antiga organização voltada para educação empreendedora

no Brasil. Fundada nos Estados Unidos em 1919, por Horace Moses e Theodore

Vail, presidentes das empresas Strathmore Paper Company e da American

Telephone & Telegraph (AT&T), já está presente em cerca de 100 países. “O

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Capítulo 4

112 Empreendedorismo

objetivo da Junior Achievement é despertar o espírito empreendedor nos jovens,

ainda na escola, estimular o desenvolvimento pessoal, proporcionar uma visão

clara do mundo dos negócios e facilitar o acesso ao mercado de trabalho”.

As atividades ocorrem por meio de programas de educação e economia,

por meio de experiências de parcerias entre escolas e voluntários da classe

empresarial que dedicam parte de seu tempo ensinando e compartilhando

suas experiências com os alunos (JUNIOR ACHIEVEMENT, 2010).

Você conhece os projetos da Junior Achievement na sua cidade? Caso

sim, compartilhe o conhecimento com seus colegas, e caso ainda não conheça,

busque informações. Você vai gostar da metodologia adotada e até, quem

sabe, surjam novos projetos na sua instituição de ensino.

EXPLORANDOEXPLORANDO

Visite o site da Junior Achievement e conheça

mais sobre os seus projetos e estratégias adotadas

nos estados do Brasil e até mesmo em outros

países. Site: <http://www.juniorachievement.

org.br/rj/index.php?option=com_content&id=3

507&&task=view&Itemid=76&menu_pai=73>.

Estamos diante de um mundo de poucos empregos e de muito trabalho.

Assim, surge a carreira orientada para o empreendedorismo, pois é preciso redefinir

oportunidades, olhando a carreira profissional a partir de uma nova visão, a visão

holística, ou seja, a visão do todo, e não somente do espaço onde você está inserido.

Segundo Malheiros, Ferla e Cunha (2005), o único setor emergente hoje

é o do conhecimento, formado basicamente por empreendedores, cientistas,

técnicos, profissionais, educadores e consultores.

A mudança estrutural está propiciando a reestruturação de muitas

empresas, que estão terceirizando alguns serviços não essenciais, oportunizando

a abertura de novos empreendimentos. Essas mudanças geram novas

tendências, novos valores, novos produtos, novos profissionais e, portanto,

novos negócios que necessitam de conhecimento e experiência.

Nessa mudança de estruturas e oportunidade de carreiras orientada

para o empreendedorismo, surge a atuação em segmentos de mercados, que

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Capítulo 4

113Empreendedorismo

corresponde à estratégia de segmentação. Ainda conforme Malheiros, Ferla e

Cunha (2005), estratégia de segmentação significa dividir o mercado total em

grupos com necessidades semelhantes, de tal forma que cada grupo tenha a

possibilidade de responder a uma estratégia específica de mercado.

Para Longenecker (1997 apud MALHEIROS, FERLA e CUNHA, 2005, p. 40),

existem três tipos de estratégias de segmentação de mercado:

• estratégia não segmentada: quando uma empresa define o mercado

total como seu mercado-alvo;

• estratégia de multissegmentação: que reconhece segmentos

individuais que têm preferências diferentes;

• estratégia de segmentação única: quando a empresa prefere se

concentrar em atingir apenas um dos distintos segmentos de mercado

identificados.

Você pode identificar que a segmentação única é a mais indicada para

pequenos negócios, pois lhe permite se especializar e utilizar melhor os recursos,

sendo uma característica das mudanças estruturais e também característica da

carreira orientada para o empreendedorismo.

4.2.4 Sou empreendedor?

Esta pergunta é feita por muitas pessoas no seu dia-a-dia quando estão

à frente de uma decisão profissional e até mesmo na hora de optar por uma

carreira, certo?

No capítulo 3, você realizou o teste sobre o perfil empreendedor e deve

ter conhecido um pouco mais sobre o seu perfil, além de ter uma ideia sobre o

fato de ser ou não um empreendedor. Mas, como já havia descrito no capítulo

3, não existe teste com 100% de acertos sobre o perfil empreendedor, ou seja,

não pense que os testes vão lhe informar que pode abrir um negócio e vai

ter sucesso. O sucesso do empreendedor só vai ser identificado na prática,

pois existem muitos fatores internos e externos, já estudados nos capítulos

anteriores, que podem levar ao fracasso ou sucesso do empreendimento.

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Capítulo 4

114 Empreendedorismo

Geralmente, todos possuem alguma característica empreendedora,

alguns são criativos e o que falta é o valor, a determinação, a visão

estratégica; outros têm essas características, mas não são criativos.

Alguns não têm medo, estão prontos para enfrentar riscos e

assumir a coordenação de um empreendimento, e outros já são

mais retraídos e tímidos. Embora existam muitas variações no perfil

empreendedor, com a análise das características comportamentais,

já podemos prever a vocação empreendedora. Isso é o que acontece

com os testes: a previsão do perfil empreendedor.

Você sabia que:

• Existe um número muito grande de

empreendedores.

• Nem todos têm inspirações de gênio,

ganham muito dinheiro e conquistam fama.

• Muitos passam por diversos fracassos até

aprender.

• Outros tantos dependem de sócios e

colaboradores para suprir suas deficiências.

• Mas todos, de uma forma ou de outra,

fazem a diferença e servem de alavanca

para o progresso da sociedade.

Fonte: Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p. 19)

CURIOSIDADE

Agora sou um empreendedor? Essa pergunta, somente você e, claro,

alguns testes e psicólogos especialistas na área vão poder responder com

mais certeza. Mas nos testes, você consegue identificar as características

empreendedoras mais desenvolvidas, assim como aquelas que você precisa

trabalhar ou melhorar para se tornar um empreendedor mais próximo dos

perfis e características que apresentamos na nossa disciplina e nos livros e sites

que você deve ter visitado.

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Capítulo 4

115Empreendedorismo

EXPLORANDOEXPLORANDO

Visite o site do Sebrae e realize o teste

disponibilizado gratuitamente. Assim você

identifica as suas características empreendedoras

e também já as compara com o resultado do teste

realizado no capítulo 3. Você encontra este teste

no site: <http://www.sebrae.com.br/atendimento/

teste-aqui-seu-perfil-empreendedor>.

Para aqueles que não obtiveram um bom resultado esperado nos testes,

não desanimem. Afinal, os testes não apresentam uma verdade absoluta.

Correspondem a um parâmetro para você realizar uma autoanálise e, durante

os estudos, você pode aprimorar essas características necessárias, caso tenha

realmente interesse em se tornar um empreendedor e ter essa opção como carreira

profissional. Mas quero mais uma vez indicar aos futuros e já empreendedores a

leitura do livro O segredo de Luísa, que já indiquei e apresentei na nossa disciplina.

Este livro do Dolabela destina-se ao leitor de qualquer faixa etária e

formação, principalmente para aqueles que têm alguma ideia na cabeça ou

almejam ter um negócio próprio. De forma simples, o autor busca explicar

os processos e etapas essenciais para a abertura de uma empresa, além de

chamar atenção do leitor para os pontos de sucesso e falência de um negócio.

O autor também comenta sobre o ter sócios na construção do negócio e como

encontrá-los, estando ou não preparados.

Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p. 22) chamam atenção para o

autoconhecimento do empreendedor, ou seja, “conta muito ter consciência dos

próprios limites, o que pressupõe um profundo autoconhecimento”. Por isso, é

muito importante desenvolver um conceito de si próprio, identificando os valores

pessoais, os gostos, as áreas de conhecimento de maior interesse e, sobretudo,

as deficiências, para que possam ser corrigidas (compensadas, eliminadas).

4.2.5 Situações do negócio próprio

Qual é o elemento mais importante do negócio próprio? Vamos conhecer

os cinco fatores que determinam se um novo negócio será bem sucedido,

conforme Timmons (1994 apud DOLABELA, 1999, p. 68), a partir de uma

pesquisa realizada nos Estados Unidos.

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Capítulo 4

116 Empreendedorismo

A resposta foi, ao mesmo tempo, curiosa e reveladora:

1. O empreendedor líder e a qualidade da equipe.

2. O empreendedor líder e a qualidade da equipe.

3. O empreendedor líder e a qualidade da equipe.

4. O empreendedor líder e a qualidade da equipe.

5. O potencial de mercado.

Essa é uma das causas por que, no ensino de empreendedorismo,

se fala tanto no ser humano, capaz de empreender, e não nos

conteúdos instrumentais. Estudos indicam que:

• 90% ou mais dos fundadores começam suas empresas no mesmo mercado, tecnologia ou ramo em que eles trabalhavam;

• os criadores de empresas têm aproximadamente de 8 a 10 anos de experiência;

• os criadores de empresas têm boa formação;

• os criadores de empresas têm experiências em produtos e mercados;

• os criadores de empresas têm experiência administrativa;

• geralmente, as empresas são criadas quando eles têm em torno de 30 anos;

• os criadores de empresas têm alto grau de satisfação.

Quadro 3 - Os fatores mais importantes para um novo negócio

Fonte: Dolabela (1999, p.68).

Assim, podemos dizer que, antes de definir o negócio que pretendemos

desenvolver, é necessário realizar um estudo a respeito do autoconhecimento

e da visão de futuro, pois o sucesso desses empreendedores reside na extensão

de si próprios, como a liderança e saber trabalhar em equipe. Eles somente

ingressam em um negócio quando conseguem identificar a possibilidade de

utilizar suas habilidades e interesses pessoais enquanto profissionais e como

forma de gerar um futuro desejado para aqueles que estão diretamente e

indiretamente ligados ao seu negócio.

Agora quero chamar atenção para um tema muito importante na

nossa disciplina e que está diretamente envolvido as situações do negócio

próprio, o plano de negócio. O desenvolvimento uma empresa envolve tantas

informações que precisamos ordenar e planejar essas informações e ações.

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Capítulo 4

117Empreendedorismo

No capítulo 8 vamos conversar somente sobre plano de negócio, mas

para conhecermos melhor as situações do próprio negócio, faz-se necessário

apresentar alguns conceitos para entendermos a importância para um

empreendimento de sucesso.

O plano de negócio “é muito mais do que um documento projetado

para persuadir pessoas céticas a investir em um novo empreendimento. É um

guia detalhado para a conversão de suas ideias e de sua visão em negócio real

e em funcionamento” (BARON e SHANE, 2007, p. 186).

É verdade que muitos empreendedores

de sucesso abriram o seu empreendimento

sem desenvolver um plano de negócio, mas

também sabemos de muitos que levaram

o seu negócio à falência por não terem

desenvolvido um plano de negócio. Assim,

sabemos que o plano de negócio exige um

trabalho árduo, seguido de horas de leitura e

reflexão sobre o empreendimento, mas por

outro lado, estatísticas do Sebrae informam

que o desenvolvimento do plano de

negócio antes de abrir o empreendimento

pode evitar a mortalidade do negócio.

Empreendedores e empresários de negócios

de pequeno porte já entenderam que, para

iniciar e gerenciar um empreendimento com

sustentabilidade, o melhor caminho é sempre

o do conhecimento. Quanto mais informação

o empresário tiver, mais competitiva será sua

empresa (SEBRAE, 2010). Um dos destaques da

pesquisa GEM 2008, por exemplo, é a melhoria

observada entre empreendedorismo por

oportunidade e por necessidade, ou seja, o estudo acima reforça que

os futuros empreendedores estão analisando e conhecendo melhor

o mercado em que pretendem atuar (SEBRAE, 2010). Viste o site do

Sebrae e saiba mais sobre a pesquisa realizada.

Site: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/>.

SAIBA QUE

Figura 2 - Negócios

Fonte: <http://www.sxu.hu>.

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Capítulo 4

118 Empreendedorismo

Gostaria de alertá-lo de que a criação do próprio negócio, principalmente

nos casos de sucesso, alguns já comentados na nossa disciplina, é tributária à

“identificação de oportunidades”, em conjunto com outras motivações. Como

os próprios consultores do Sebrae relatam, esse quesito ou motivação estava

em primeiro lugar em alguns casos, todavia, com uma importância menor,

uma vez que a experiência anterior, a insatisfação com o emprego anterior e o

capital de investimento foram fatores mais recorrentes (CHÉR, 2008).

O plano de negócio reúne informações detalhadas sobre o

empreendimento, ou seja, trata de um guia das situações que vão envolver o

negócio próprio. Vamos conhecer as situações mais importantes?

• ideias;

• oportunidade;

• riscos;

• experiências similares;

• informações;

• conceitos/ estudos;

• respostas - pré-requisitos;

• estratégia competitiva;

• ações;

• ferramentas de marketing;

• ferramentas de negociação e vendas;

• administração interna para o alcance do sucesso.

EXPLORANDOEXPLORANDO

Visite o site do Sebrae e leia o artigo “Plano

de negócios: análise de riscos”, que trata de

alguns aspectos da vida das empresas que deve

permitir a avaliação do grau de atratividade

do empreendimento, subsidiando a decisão do

futuro empresário na escolha do negócio. Para

consultar o artigo na íntegra, visite:

<http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um-negocio>.

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Capítulo 4

119Empreendedorismo

4.3 Aplicando a teoria na prática

Destacamos um caso que constitui a abertura de um negócio entre

amigos e que envolve algumas situações complicadas de relacionamento com

os funcionários e gestão por parte de um dos sócios, além da expansão do

negócio em um momento complexo da estrutura interna da empresa. Será

que abrir e gerenciar um negócio é tão simples assim?

Vamos verificar?

O empreendedor que não consegue ajustar-seàs transições do mundo empresarial

Joe Morrison era bem experiente nas práticas gerenciais. Formara-se em administração de empresas e havia trabalhado oito anos como supervisor de uma grande companhia de artigos esportivos. Sabia como programar, coletar informações, avaliar o pessoal e conduzir estudos de pesquisa de mercado. Quando David Cagle pediu-lhe que fosse seu sócio na compra de um negócio de equipamentos esportivos no atacado, ele não hesitou. A amizade de Joe e David já tinha 10 anos. David era criativo e impulsivo, enquanto Joe mostrava-se bem organizado e detalhista. Tudo levava a crer que iam completar os pontos fortes e fracos um do outro. David assumiu o cargo de diretor-presidente, responsabilizando-se pela área de marketing, e Joe, como vice-presidente, encarregou-se das operações diárias. David viajava para exposições, a fim de vender e encontrar-se com representantes de vendas para efetivar as aquisições de suas mercadorias, enquanto Joe cuidava de todas as operações, incluindo as remessas de pedido, o gerenciamento do pessoal e as atividades administrativas. Os problemas começaram imediatamente quando Joe se confrontou com a enorme quantidade de tarefas exigidas para controlar uma equipe de nove pessoas produzindo dentro de níveis aceitáveis. Ele começava o dia examinando os pedidos que chegavam e colocando-os no esquema diário de entregas. David estava fazendo um ótimo trabalho de vendas, o que tornava a expedição um verdadeiro desafio. Joe trabalhava detalhadamente por meio de um plano de cronograma e atendimento para garantir entregas no prazo. Para tanto, utilizava um plano que havia desenvolvido em seu último emprego e que sempre teve sucesso. Desta forma, usava quadros elaborados e listagens de computador para explicar o sistema aos empregados. Esses instrumentos exigiam atualização diária, o que tomava muito de seu tempo. A chave do sucesso era o máximo de produção de cada funcionário. Infelizmente, o plano não previa as faltas. Com frequência, um ou mais empregados ficavam doentes em determinado dia, o que forçava Joe a deixar suas outras tarefas a fim de substituí-los.

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Capítulo 4

120 Empreendedorismo

Esse conflito com seu organizado plano o deixava frustrado. Em seu emprego anterior, ele sempre podia solicitar ao departamento de pessoal um empregado para colocar no lugar da pessoa que havia faltado, entretanto, este procedimento não era possível em uma empresa de pequeno porte. Joe também estava decepcionado com o grau de incompetência dos funcionários. A dificuldade de recrutar trabalho especializado dentro do orçamento de uma pequena empresa quase sempre resultava na contratação de pessoal menos capaz do que aquele com o qual ele estava habituado. Consequentemente, gastava-se muito tempo examinando os procedimentos e técnicas de treinamento de mão-de-obra. Ele desejava ainda maior comunicação com David. O cronograma de viagens de David tornava impossíveis as reuniões regulares de administração e de equipe, estas eram realizadas de forma irregular. Na antiga corporação, ele estava acostumado com reuniões semanais. Depois de seis meses, os problemas chegaram ao limite. David foi recepcionado na volta de uma de suas viagens de vendas com a solicitação de uma reunião confidencial entre os principais empregados, que não incluía Joe. “David, Joe está nos deixando loucos”, declarou Clara na cabeceira da mesa. “Ele não tem nenhuma paciência ou tolerância conosco. É obcecado em cumprir prazos e está sempre nos perseguindo. Estamos fazendo o melhor, mas nunca é o suficiente. Quando precisa substituir algum de nós, fica tão nervoso que atrapalha todos. Eu pessoalmente não sei por que ele fica tão aborrecido. O único ponto que nos incomoda e interrompe são aqueles quadros estúpidos e sem sentido que ele vive nos mostrando. Diga-lhe para parar ou, logo, haverá demissões”. A reunião continuou dentro das mesmas linhas. Cada empregado fazia a mesma reclamação: Joe não mostrava nenhuma flexibilidade em sua abordagem dos problemas e não tinha lugar para mudanças em sua rotina. A hora não podia ter sido pior para David. Ele havia voltado para discutir com Joe a oportunidade de comprar o estoque que uma empresa recém-falida a um preço ótimo. O estoque acrescentaria uma nova linha de produtos que complementaria suas ofertas já existentes. Ele resolveu adiar o problema dos empregados até que tivesse a aprovação de Joe sobre a compra, pois a decisão precisava ser tomada dentro de 72 horas, ou o banco cuidava da falência e venderia a mercadoria para uma empresa de outro estado. Entretanto, não haveria nenhum adiamento. A reação de Joe à proposta foi: “de modo algum, David, não podemos tomar uma decisão desta antes de realizarmos uma pesquisa completa de mercado e um relatório de análise, e isso levará dois meses”. David imediatamente voltou-se contra Joe numa demorada denúncia de inflexibilidade em todos os assuntos, incluindo os empregados, e lembrou-o enfaticamente que não mais trabalhava para uma grande corporação.

Texto extraído de: HALLORAN, J. W. Por que os empreendedores falham. São Paulo: Makron Books, 1994. Citado pelo professor Álvaro Guillermo Rojas Lezana, da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Capítulo 4

121Empreendedorismo

Em relação ao texto, vamos analisar os seguintes tópicos: os sócios se

complementam no perfil empreendedor que estudamos na disciplina? Qual

a diferença entre a empresa que Joe trabalhava e a empresa que estava

administrando? Os processos e atividades sempre podem ser copiados de uma

empresa para outra? A atividade empreendedora, nesse caso, pode ser uma

opção de carreira para os sócios?

4.3.1 Resolvendo

Você gostou do caso? Esse caso apresenta a realidade de muitos

empreendimentos no Brasil e até mesmo internacionalmente: o

“empreendedor” que pensa que gerenciar/administrar um empreendimento

próprio é igual a sua atuação como funcionário na empresa anterior. Vamos

responder as perguntas apresentadas no caso:

Os sócios se complementam no perfil empreendedor que estudamos na

disciplina? Em parte, sim, um tem o perfil de vendedor e comunicativo, característica

importante para quem pretende ter um negócio próprio, e o outro sócio apresenta

um perfil mais direcionado às atividades internas e operacionais, com experiência

de gerência na empresa anterior, mas sem perfil para trabalhar com problemas

emergenciais, como a falta de funcionários, desenvolver atividade cotidianas

da empresa; além disso, ambos não apresentam o perfil empreendedor líder e

qualidade de equipe, característica importante que estudamos no capítulo 4.

Qual a diferença entre a empresa que Joe trabalhava e a empresa que

estava administrando? Os processos e atividades sempre podem ser copiados de

uma empresa para outra? Existe, sim, uma grande diferença entre a empresa que

administra hoje e a empresa que Joe trabalhava anteriormente. A antiga empresa

de Joe correspondia a uma organização de grande porte, além de ter um bom

tempo de mercado, sendo que os processos e a forma de gerenciar já estavam

definidos e adequados ao negócio e mercado, característica diferente do negócio

de equipamentos esportivos no atacado que empreenderam, já que ainda está

se adequando e conhecendo o mercado de atacados. Importante destacar, nessa

questão, que nem sempre as ferramentas e processos utilizados numa empresa

podem ser implementados na íntegra em outra empresa, muito pelo contrário,

as ferramentas e processos precisam ser adequados à realidade de mercado,

porte da empresa, número de funcionários e, principalmente, o perfil e nível de

conhecimento técnico da equipe de trabalho. Nesse caso, parecem existir perfis

muito diferentes da equipe interna, principalmente no quesito qualificação.

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Capítulo 4

122 Empreendedorismo

A atividade empreendedora, nesse caso, pode ser uma opção de carreira para

os sócios? Ainda é muito cedo para avaliar essa questão, pode ser que seja uma

opção de carreira para ambos ou somente para um dos sócios, mais provável para

David. Mas também precisamos destacar um ponto importante que não ocorreu

nesse caso: o estudo de autoconhecimento detalhado de cada sócio, além do

estudo dos sócios em conjunto no empreendimento, e o fator considerável, a não

elaboração do plano de negócio para conhecer as situações de um negócio próprio.

4.4 Para saber mais

Estamos chegando ao final do nosso capítulo 4 e quero deixar algumas

sugestões de livros e filmes.

Livros:

HALLORAN, J. W. Por que os empreendedores falham. São Paulo: Makron

Books, 1994.

Um livro interessante para aqueles que pretendem ter um negócio

próprio, pois relata as etapas essenciais do empreendimento: como iniciar

o negócio, estrutura do negócio, aspectos financeiros, o envolvimento das

pessoas, famílias e equipes, além de chamar atenção constantemente na

leitura para a razão de muitos empreendedores falharem.

ROSA, C. A. Como elaborar um plano de negócio. Brasília: SEBRAE, 2007.

Um livro muito utilizado nas universidades e nos cursos desenvolvidos

pelo Sebrae sobre a elaboração do plano de negócio. Esse livro apresenta

detalhadamente as etapas para elaborar um plano, ferramenta chave para

o sucesso de qualquer empresa. Vamos voltar a mencionar esse livro mais

adiante, quando serão apresentadas as etapas do plano de negócio.

SOUZA, E. C. L; GUIMARÃES, T. A. Empreendedorismo além do plano de

negócio. São Paulo: Atlas, 2005.

Um livro que apresenta experiências e técnicas empresariais, utilizando

as novas abordagens e ferramentas da administração no contexto de abrir um

negócio próprio. O livro ainda enfatiza que o empreendedorismo vai além da

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Capítulo 4

123Empreendedorismo

ferramenta plano de negócio, e ressalta o estudo do comportamento humano

e suas características para o sucesso de um empreendimento.

Filmes:

O filme Quincas Berro D’Água (2010) é uma comédia brasileira lançada

recentemente pelo Sergio Machado. Apresenta a história de um servidor público que,

cansado da vida leva, resolve deixar sua família de lado e cair na farra, ganhando fama

como Quincas Berro D’Água, o rei dos vagabundos. Só que durante a sua trajetória,

ocorrem alguns incidentes que mudam a direção da sua vida. Vale conferir!

Outro filme que você precisa assistir é o filme infantil Madagascar (2005),

que conta a história de quatro personagens muito engraçados, passando pela

transição de empregado a empreendedor. Além disso, chama atenção para

características já estudadas, como: motivação, inovação, trabalho em equipe,

liderança e outros quesitos do empreendedorismo.

4.5 Relembrando

No capítulo 4, abordamos as principais temáticas para aqueles que

pretendem ter o empreendedorismo como uma opção de carreira. Vimos que o

empreendedorismo pode ser desenvolvido dentro de uma organização privada

ou uma organização que se pretende instituir. Destacamos ainda o estudo

de autoconhecimento e capacitação do empreendedor, alertando o leitor e,

principalmente, aqueles que pretendem ter o seu próprio negócio da importância

de elaborar um consistente estudo de mercado e conhecimento do negócio que

se pretende empreender. Assim, os principais pontos abordados foram:

• atividade empreendedora e a carreira profissional;

• conceito de carreira e de intuição;

• a relação da intuição com o empreendedorismo;

• informações essenciais para a atividade de empreendedor;

• autoconhecimento;

• informações do Relatório GEM;

• capacitação técnica do empreendedorismo;

• situações que levam ao negócio próprio;

• oportunidades de negócio;

• conhecendo o plano de negócio.

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Capítulo 4

124 Empreendedorismo

4.6 Testando os seus conhecimentos

Vamos resolver dois exercícios para testar o aprendizado do quarto

capítulo da nossa disciplina de Empreendedorismo.

1) Qual é a importância do cliente para o sucesso de um empreendimento?

E qual deve ser a relação do empreendedor para com a equipe operacional

ou atendimento? Existe relação de causa e efeito da equipe interna (cliente

interno) com o cliente externo?

2) Realize a leitura do artigo “Experimenta!” e faça uma autoanálise dos seus

talentos empreendedores e talentos pessoais.

Experimenta!Marcos Aurelio Kohler

Recentemente, pudemos acompanhar um grande sucesso em campanhas publicitárias, as quais possuem um só slogan: “Experimenta”, convidando o espectador a apreciar uma nova cerveja. Produtos e publicidades à parte, o que mais me tocou no anúncio não foi a vontade de tomar uma cerveja, mas sim em experimentar novas atitudes e posturas diante desse novo mundo maluco, criado por nós mesmos. Como muitos dizem que estamos na “Era da Experimentação” ficam as seguintes dicas, para que 2004 seja cheio de novos experimentos. Que tal tentar?

Desenvolver os seus talentos empreendedores. Todos nós temos um pouco de empreendedores e empresários. Afinal, quem é o patrão de sua vida? Porém, como todo empreendedor, você tem que ter algumas características como persistência, capacidade de planejar e executar, enfrentar adversidades com otimismo e muito, mas muito entusiasmo, pois não é fácil ter sucesso na relação Sonho versus Realidade. Tenha certeza que você tem um talento especial. Talvez já tenha sido aflorado ou quem sabe está escondidinho aí dentro, pronto para ser acordado, mas o fato é que somente você pode despertá-lo. Então, sente em uma mesa, pegue um pedaço de papel e escreva quais são os seus pontos fortes e no que você precisa melhorar. Invista, principalmente, em seus pontos fortes, desenvolva o que você faz de melhor, aja, tome uma atitude e crie oportunidades. Com certeza, resultados virão.

Desenvolver os talentos das pessoas próximas. Não pense somente na empresa, mas na sua família e comunidade. Ajude aos outros a despertarem para um novo mundo em que a cidadania é um caminho para a paz e o desenvolvimento. Prepare sucessores, peça e aceite sugestões.

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Capítulo 4

125Empreendedorismo

Perceba as diferenças e que, muitas vezes, o que motiva um não motiva o outro. Entenda que quanto mais alto você está na hierarquia mais deve servir e não ser servido. Para isso, lembre-se de Cristo que foi o maior líder de todos e lavou os pés de seus apóstolos. Não tinha secretária, computador ou e-mail e sua mensagem persiste até hoje.

Sabe por quê? Porque tinha foco no resultado, humildade e acreditava no poder da equipe. Preparou sucessores para sua missão. Valorize o desempenho de sua equipe contribuindo para o crescimento de cada um de seus membros.

Liderar pelo exemplo. É a mais fantástica forma de liderança, pois equivale a uma das mais belas leis do universo: não faça ao outro o que não gostaria que fizessem a você. Empatia, meu amigo, é colocar-se no lugar do outro física e emocionalmente. Mesmo nas situações mais drásticas como a demissão, é possível amenizar o trauma e suas consequências. Que tal oferecer um serviço de recolocação com ajuda profissional, ou um pacote diferenciado no plano de saúde da pessoa demitida. Enfim, o que pretendemos valorizar neste tópico é que você se coloque no lugar do outro e possa agir da forma mais ética e correta possível.

Acreditar em si mesmo. Para ter uma autoestima elevada, é preciso ter três pontos em harmonia: amor próprio, autoimagem positiva e autoconfiança. Bote fé em seu taco. Não diga não sei, não posso, não consigo. Diga vou tentar, vou aprender com quem sabe, pesquisar com quem já fez. Crie novos desafios. Um dos maiores problemas dos brasileiros é ter autoestima baixa. Você já reparou que sempre em que falamos de competitividade, mercado internacional, temos sempre a impressão de que somos piores ou que seremos passados para trás, engolidos por países poderosos, pobres vítimas de um capitalismo selvagem e fora de controle. Mas será que seremos o país que tanto sonhamos mantendo uma postura fechada, cheia de medo e receios, sem interagir com o mundo da forma adequada? Infelizmente não, porque para mudar e crescer é preciso estar aberto ao novo; não estou dizendo que devemos aceitar tudo o que nos falam ou pedem, mas ponderar se vale a pena ou não. Para aproveitar o momento, é preciso estar preparado para ele, enxergar a mesma situação com novos olhos, adotar uma nova percepção para extrair o melhor. Enfim, participar mais ativamente do jogo.

Como vimos, são atitudes simples, mas poderosas e, se bem executadas, podem criar um enorme diferencial em sua vida e em sua carreira. O caminho entre a teoria e a ação pode ser longo e árduo, mas também é repleto de novas possibilidades e realizações. A hora para começar é agora.

Então... Experimenta... Experimenta...

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Capítulo 4

126 Empreendedorismo

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Capítulo 4

127Empreendedorismo

Onde encontrar

BIRLEY, S.; MUZYKA, D. F. Dominando os desafios do empreendedor: o seu

guia para se tornar um empreendedor. São Paulo: Makron Books, 2001.

CHÉR, R. Empreendedorismo na veia: um aprendizado constante. Riode

Janeiro: Elsevier/ SEBRAE, 2008.

DEGEN, R. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo:

McGraw-Hill, 1997.

DOLABELA, F. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Associados, 1999.

HALLORAN, J. W. Por que os empreendedores falham. São Paulo: Makron

Books, 1994.

JUNIOR ACHIEVEMENT. Institucional. Disponível em: <http://www.

juniorachievement.org.br/rj/index.php?option=com_content&id=3507&&task

=view&Itemid=76&menu_pai=73> Acesso em: 20 jul. 2010.

MALHEIROS, R. de C. da C.; FERLA, L. A.; CUNHA, C. J. C. de A. Viagem ao

mundo do empreendedorismo. Florianópolis: Instituto de Estudos Avançados,

2005.

ROSA, C. A. Como elaborar um plano de negócio. Brasília: SEBRAE, 2007.

SEBRAE. Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2008. Disponível

em: <http://www.sebrae.com.br/uf/tocantins/acesse/informes-locais/pesquisa-

gem-faz-retrato-do-empreendedorismo-no-brasil/> Acesso em: 25 jun. 2010.

SANTOS, S. A. dos. A ação empreendedora em uma economia globalizada

e competitiva. In: SILVA, Heitor José Pereira; SANTOS, Silvio Aparecido

dos. (Coord.) Criando seu próprio negócio: como desenvolver o potencial

empreendedor. Brasília: Ed. SEBRAE, 1995.