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 A Bella E A Fera (Cap. 1) Prólogo "Partido pela guilhotina da morte Eu recebi uma carta das profundezas O sonho com a minha amante, ela carregava dentro. Acariciado pela faca mais afiada Eu te pedi para ser minha esposa Os raios do sol ocaso Foram as minhas lágrimas choradas sobre promessas desfeitas. O constante desejo veemente por seu toque Esse amargo oceano de ódio e dor Essa solidão que eu preciso para ser quem eu sou. Os oceanos são solitários como eu Alguém levou para longe esta minha dádiva  Nenhum carisma p ara a besta! Mas e u ainda te amo p ara todo o sem pre. Venha para mim Me entregue de você E de todos os dias da Terra." Astral Romance (versão de 1997 e 2001) - Nightwish (Cap. 2) Busca Notas do capítulo Oi povo :) e ai joia? bem espero que gostem dessa minha nova fic, tem um tempinho que ela martelava na minha cabeça e eu decidi finalmente postá-la. espero que gostem :)  – Mary, eu quero 1Kg de açúc ar, por favor. – eu dis se à senhora loira, rechonchuda e de  bochechas rosadas à minha frente.

A Bella E a Fera - FanFic

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A Bella E A Fera

(Cap. 1) Prlogo"Partido pela guilhotina da morte Eu recebi uma carta das profundezas O sonho com a minha amante, ela carregava dentro. Acariciado pela faca mais afiada Eu te pedi para ser minha esposa Os raios do sol ocaso Foram as minhas lgrimas choradas sobre promessas desfeitas. O constante desejo veemente por seu toque Esse amargo oceano de dio e dor Essa solido que eu preciso para ser quem eu sou. Os oceanos so solitrios como eu Algum levou para longe esta minha ddiva Nenhum carisma para a besta! Mas eu ainda te amo para todo o sempre. Venha para mim Me entregue de voc E de todos os dias da Terra."

Astral Romance (verso de 1997 e 2001) - Nightwish

(Cap. 2) BuscaNotas do captulo Oi povo :) e ai joia? bem espero que gostem dessa minha nova fic, tem um tempinho que ela martelava na minha cabea e eu decidi finalmente post-la. espero que gostem :) Mary, eu quero 1Kg de acar, por favor. eu disse senhora loira, rechonchuda e de bochechas rosadas minha frente.

Sim Isabella, j irei pegar querida. ela disse sorrindo para mim e logo depois entrou em um dos dois corredores ao fundo do armazm. Enquanto isso eu me escorei no balco e fiquei a observar o armazm que hoje estava mais vazio. Todos deviam estar na feira, eu supus. Pelo menos duas vezes na semana acontecia uma feira aqui em Exeter e ao menos uma vez ao ms ocorria algum festival onde pessoas de todos os cantos da Inglaterra vinham para participar. O condado de Devonshire, como ns, os locais, chamamos, o condado mais prspero e movimentado da Inglaterra. Boa parte da economia gira por aqui e o clima ensolarado chama cada vez mais e mais pessoas de fora para morarem aqui. No era raro vermos novos moradores chegando. Perto de minha casa mesmo havia uma casa em construo para uma nova famlia rica vinda do sul da Inglaterra. Chegariam em um ms, o pedreiro me disse. Como todo condado, aqui no h segredo. A notcia se espalha rpido e pode-se saber de tudo o que acontece por aqui em uma nica tarde conversando com um dos locais. Outra coisa que temos por aqui so supersties. Somos um dos primeiros condados da Inglaterra e descendentes de celtas, sendo assim fazemos festivais da colheita e algumas famlias fazem sacrifcios de animais para louvar algum deus celta do bosque antigo que eu nunca fiz questo de saber. Confesso que gosto dos festivais, bom para se divertir e meu pai me permite danar noite inteira. Mas por outro lado, no concordo com os sacrifcios de animais que fazem perto do bosque. Falam que isso necessrio para que o deus do bosque segure as criaturas sombrias que moram na escurido proporcionada pelas rvores. Eu no acredito nisso, acho bobagem, mas boa parte da populao aqui acredita. De qualquer maneira eu no me aproximo do bosque que cerca a cidade de Exeter, capital de Devonshire. Ele me d calafrios. Est sempre rodeado pela neblina e nada se pode ver alm de dois metros por causa da escurido. A luz solar parece no penetrar no bosque. Quando era menina me falaram que h uma estrada de terra dentro do bosque que leva at um grandioso castelo. O Castelo Masen, segundo me contavam, era o lar de um prncipe Hngaro que veio fazer da Inglaterra seu novo lar. A histria conta que o prncipe era o mais belo rapaz que j havia se visto, ele era alegre e ajudava os aldees de Devonshire que na poca no passava de uma pequena vila. A beleza do rapaz despertou o interesse de vrias donzelas, inclusive de uma que estava comprometida. O noivo desta donzela ficou enciumado ao ver que sua noiva e o prncipe estavam ficando mais prximos. Movido pela bebida tirou a vida do rapaz e de sua noiva. Desde ento dizem que o castelo assombrado pelo fantasma do rapaz, que perdido sem o amor vaga pelo castelo desconsolado e perdido. Alguns vo alm, dizem que o esprito do rapaz carrega sede de sangue e vingana e vrias pessoas haviam desaparecido quando estavam ao redor do castelo, vtimas da busca pela vingana do prncipe. Desde ento as crianas so orientadas a ficar longe do bosque. Eu nunca acreditei nessa histria, sempre achei que era uma maneira de convencer as crianas a no adentrarem na mata e se perderem.

Mesmo assim eu ainda prefiro evitar o bosque. No por medo da lenda, claro, mas pela sensao de mau agouro que aquelas rvores de casca negra me transmitem. Aqui est Isabella. So dez libras. Mary disse colocando um pequeno saco marrom em cima do balco. Mary, pode por favor colocar na conta de meu pai? eu pedi sem graa Sra. Newton. Oh, Isabella, vocs j me devem trinta e duas libras. Eu sei Mary, prometo que iremos pagar. Papai recebeu uma encomenda de queijo de uma vila aqui perto e logo teremos dinheiro suficiente para te pagar. Ele volta hoje noite, amanh de manh trarei o seu dinheiro. eu disse suplicante. Eu e meu pai morvamos sozinhos, minha me havia morrido ao me dar a luz e no tenho irmos. Papai faz queijo de leite de cabra e eu o ajudo, mas nos ltimos tempos a venda caiu bastante porque o queijo de leite de vaca estava sendo mais procurado. No tnhamos dinheiro para comprar uma vaca e acabamos no prejuzo. Felizmente havamos recebido uma encomenda h uma semana atrs de uma vila nos arredores de Exeter. Tudo bem Isabella, sei que as coisas esto difceis para voc e seu pai, mas eu preciso do dinheiro para dar continuidade ao meu negcio. Espero que traga o dinheiro amanh. Michael, anote ai mais dez libras no nome de Charlie Swan. Mary disse para o garoto loiro, alto e magrelo que estava flertando mais uma vez com Jssica Stanley, minha vizinha. Claro mame, j vou anotar. ele disse isso e voltou a tecer elogios para Jssica que estava cada vez mais vermelha. Faa isso agora, antes que voc se esquea. ele bufou e pegou a caderneta. Garotos. Ele est naquela faze em que tudo o que se passa em sua cabea um rabo de saia. Vou ter que cas-lo logo com alguma jovem para ver se essa empolgao passa. Mary disse contrariada para mim e se virou para atender outro cliente. Eu peguei o saco de acar e coloquei na cesta. Enquanto andava na rua em direo minha casa, vi a carruagem da Duquesa de Devonshire passando e ela acenava para todos alegremente. Ela era linda, Georgiana Cavendish, a mais linda Duquesa que j tivemos o que a populao dizia. Ultimamente ela estava envolvida com a poltica e sua audcia chocava muitos homens. Ficaram sabendo? Dizem que ela vai construir mais um porto em Devonshire. um senhor de terno e cartola disse para um grupo de rapazes que estava ao seu lado. Tomara que ela consiga, precisamos de mais um porto. O condado est crescendo, no duvido e logo nos tornamos o maior de toda a Inglaterra. um rapaz disse para o senhor que aprovou sua afirmao.

Parei de prestar ateno na conversa e segui meu caminho. Logo estava em casa e comecei a fazer pes, uma vez que no tnhamos mais nenhum na dispensa. ... Aps passar a tarde na cozinha, fazendo pes e uma torta, eu fui para a varanda de casa tomar um ar. Notei que j era tarde da noite e meu pai j deveria estar aqui. Passei a madrugada acordada esperando por meu pai, mas ele no apareceu. Assim que amanheceu eu resolvi procura-lo. No era normal ele demorar tanto e eu precisava que ele chegasse com o dinheiro para pagar Mary e o aluguel da casa que vencia hoje. Coloquei um vestido azul com mangas cumpridas, pois a manh estava gelada. Antes que eu pudesse abrir a porta para sair, algum bateu e eu, contrariada, fui atender. Bom dia, Bella. Jacob Black disse abrindo um grande sorriso ao me ver. Senhor Black, por favor me chame de Isabella. No temos tanta intimidade assim. Claro, me desculpe senhorita. ele disse entrando na casa sem pedir licena. Se o senhor me permite, o que faz aqui a essa hora da manh? Hora essa, vim cobrar o aluguel. ele disse com um sorriso presunoso nos lbios. Apesar de jovem Jacob Black possua bastante posses que foram deixadas por seu pai ao falecer h dois anos atrs. Jacob possua 28 anos e segundo o que diziam por ai estava procurando uma pretendente para se casar. Eu bem sabia disso, pois ele j havia pedido minha mo diversas vezes. Eu sempre negara, e nas ultimas vezes ele dizia estar testando a sua pacincia. Eu no queria me casar com Jacob, ele era muito rude e convencido. Eu no entendia sua obsesso por mim. Eu sou uma jovem de vinte anos normal de mais, no sou bonita e nem feia. Tenho longos cabelos castanho-escuros que alcanam minha cintura, olhos achocolatados que s vezes ficam em um tom mel, sou bastante plida e magra, sem muitos atrativos femininos. No uso maquiagem e nem vestidos caros por no ter condio de comprar. Mas Jacob mesmo assim parecia realmente interessado. Ele uma vez disse que se um dia ficssemos sem dinheiro para pagar o aluguel a divida s seria cessada se eu me casasse com ele. Desde ento ele aparece sempre cedo em casa para cobrar o aluguel no dia do vencimento. Eu sempre pagava em dia, at agora. Oh, claro. Se no se importa eu peo que venha mais tarde, eu estou de sada agora. No est com nenhum problema, espero. Tem o dinheiro para pagar o aluguel? ele perguntou me analisando de cima baixo. No claro que no. eu disse me virando para pegar meu chapu e coloca-lo. No queria que ele visse a mentira em meus olhos. No h problema algum, s um

compromisso. Mais tarde quando vier te darei o dinheiro. eu me virei j indo em direo a porta. Tudo bem ento. Venho mais tarde. At mais, senhorita Swan. ele disse se curvando um pouco e abrindo a porta. Eu suspirei aliviada pela mentira ter passado despercebida e sai logo atrs de Jacob. Ele entrou em sua carruagem e acenou enquanto se afastava. Enquanto isso eu comecei a minha busca por meu pai. Eu no sabia para qual vila ele tinha ido, mas sabia que ele tinha ido em direo casa de Leah Clearwater, uma senhora de idade que morava perto do bosque. Chegando at a sua humilde residncia eu bati em sua porta e logo um senhora morena com longos cabelos grisalhos atendeu a porta. Muitas pessoa evitavam Leah por acharem que ela era uma bruxa, mas ela era somente uma descendente de ndios que tinha grande conhecimento sobre ervas. Bom dia senhora Leah. Desculpe incomod-la a essa hora, mas que preciso de uma informao. Oh, tudo bem minha criana. No quer entrar? ela disse sorridente. Eu e meu pai ramos uma das poucas pessoas que a visitavam e por isso ela tinha um grande apreo por ns. No, hoje no senhora Leah, prometo ser breve. A senhora por acaso no viu meu pai passando por aqui h dois dias atrs? Ele foi a uma vila para vender queijo e era para ter retornado ontem noite. Por acaso eu vi sim minha criana. Ele passou aqui para me cumprimentar antes de seguir seu caminho. Ele me contou que estava indo realizar uma venda e disse que o caminho passava pelo bosque. Eu disse para ele pegar outra rota, um caminho mais longo, mas ele no quis me ouvir. No, no, senhorita, ele no me ouviu. Eu disse que havia criaturas malignas no bosque e que ele poderia ser vtima delas, mas ele no me ouviu no. Seguiu caminho mesmo assim. Oh, senhor, espero que esteja tudo bem com meu amigo Charlie. ela disse a ultima frase mais para si do que para mim. At a eu no vi nada de mais. Meu pai era como eu, no acreditava nas histrias da cidade. Eu no acreditava que alguma criatura maligna o havia capturado, com certeza ele estava perdido ou poderia ter acontecido algum imprevisto. De qualquer maneira eu teria que ir atrs dele. No poderia ficar por aqui, Jacob e Mary iriam atrs de mim hoje cobrar um dinheiro que eu no tinha. Teria que ir atrs de meu pai e ver se conseguia traz-lo o mais rpido possvel para a cidade. Oh, muito obrigada senhora Leah. Se no se importa agora eu me vou. Pode por favor me dizer que rota meu pai pegou? Ele pegou aquela velha estrada de terra que tem aqui perto. Mas porque pergunta criana? No est pensando em cometer a mesma loucura que ele, espero.

Eu preciso encontrar meu pai Senhora Leah. Tenho dvidas para pagar e ele tem o dinheiro. Preciso ir atrs dele antes de ficarmos mal falados na cidade. No faa isso criana, a estrada perigosa e traioeira. No se preocupe Senhora, eu sei me cuidar. cabea dura como o pai. Est bem, no posso prend-la aqui, mas se vai mesmo seguir esse caminho deixe me ajuda-la. Tenho uma gua aqui, que j est bastante velha, mas vai servir para lhe guiar na estrada. Venha criana, ela est logo ali. dito isso a senhora Leah me guiou para de trs da casa. Havia um velho celeiro caindo aos pedaos ali e l dentro havia uma gua branca que comia feno tranquilamente. A senhora Leah a selou para mim e puxou a gua at a entrada da estrada de terra. Daqui pra frente criana tome cuidado. No confie em nada e nem em ningum. Siga a estrada at o seu fim e assim sair do bosque. A vila est do outro lado. Faa boa viagem e no pare no caminho. Tome essa bolsa, ai dentro encontrar po, um pedao de peixe salgado e uma pequena garrafa de vinho. ela disse me entregando uma bolsa larga de couro marrom. Eu a prendi firmemente na sela do cavalo e logo depois montei a gua que relinchou um pouco. Provavelmente fazia muito tempo que no era montada. V enquanto ainda dia criana. Chegue l antes do anoitecer. Pendurada na cela voc ir encontrar uma lamparina, use-a se necessrio. Obrigada Senhora Leah. Prometo trazer sua gua s e salva. dito isso eu dei um aceno de despedida para senhora idosa que retribuiu meu aceno. A medida que aprofundvamos no bosque os calafrios que eu sentia em relao a ele foram aumentando. Tentei ignorar, era bobagem sentir medo sem motivo. No havia nenhum raio de sol por ali, tudo era exageradamente escuro. Acendi a lamparina e a prendi de uma forma segura na cela. Agora com iluminao, parte do meu medo havia se dissipado. Com o passar do tempo minha viso foi se acostumando penumbra. Meu estomago roncava mas eu no queria parar para comer. Eu tinha que chegar antes do anoitecer. Mas como eu saberia quando fosse noite? Eu no podia ver o cu dali. O jeito seria seguir caminho sem nenhuma parada. No sei quanto tempo havia se passado, horas talvez, mas em um determinado momento eu comecei a ouvir movimentos entre as rvores. A gua ficou inquieta e um uivo pode se ouvir ao longe. A gua relinchou e empinou me derrubando de sua cela. Eu me levantei apressada tentando controla-la, mas era tarde de mais. A gua agora seguia em disparada na direo em que havamos vindo me deixando para trs. Me levantei e bati um pouco a mo no vestido para ajeit-lo. Eu j no usava mais meu chapu e no consegui avist-lo em lugar algum. Provavelmente foi parar em meio s

rvores quando cai da gua. Avistei a lamparina cada a alguns metros de mim e fui em sua direo. O jeito seria continuar meu caminho sozinha, no valia a pena voltar, eu sabia que j estava bem longe da casa da senhora Leah. Continuei andando pela estrada segurando a lamparina. Meu estmago roncou alto e eu no precisei andar muito para comear a sentir sede. Eu tremia de medo e fome. Eu sentia como se as rvores estivessem andando em minha direo me cercando, preparando uma armadilha. Ignorei os pensamentos tolos e continuei andando j exausta. Provavelmente a minha noite mal dormida contribuiu bastante para a minha exausto to facilmente adquirida. Em uma determinada parte do caminho comecei a ouvir o barulho de gua corrente. Minha garganta ardeu mais ainda pela sede. Como eu estava arrependida de no ter parado para me alimentar. Exausta, com muita sede e fome, resolvi seguir o som da gua corrente. Prestei bem ateno aonde eu estava indo para que eu no me perdesse na volta. Aos poucos eu fui avistando um rio que eu supus ser uma parte do rio Exe que cruzava a cidade de Exeter. Me aproximei mais do rio e pude vislumbrar dali um relance do cu. Era o crepsculo, o cu estava tingido de um vermelho vivo enquanto o sol se despedia para dar lugar a lua. Eu precisava chegar ao outro lado do bosque depressa, no queria ficar ali noite. Apesar de sentir que era uma completa besteira, uma vez que no se via diferena de dia e noite no bosque. Agachei margem do rio e coloquei a lamparina ao meu lado. Fiz um formato de concha com a minha mo e comecei a tomar a gua gelada do rio at acabar com minha sede. Assim que me saciei eu me levantei e peguei a lamparina. No horizonte eu avistei algo que no havia reparado antes, talvez por causa da minha urgncia em beber um pouco de gua, mas ali estava um enorme castelo negro em meio a uma penumbra e nvoa com corvos empoleirados em suas torres. Se eu seguisse reto de onde eu estava eu logo chegaria a uma ponte velha de madeira que tinha por ali, consequentemente facilitaria a minha ida at aquele castelo que ficava do outro lado do rio em meio a tantas rvores. Seria aquele o castelo do prncipe? No importava, eu tinha meu caminho para seguir. Virei de costas, na direo de onde eu tinha vindo, e notei que a lua cheia j estava alta no cu. Ouvi barulhos em meio s rvores e logo depois ouvi alguns uivos. Lobos, com certeza, e eles estavam perto. Notei que os barulhos estavam se aproximando muito rpido e percebi que se ficasse ali seria devorada em instantes pelos lobos. Senti meu corpo ser tomado por uma energia e me pus a correr em busca de segurana. Fui em direo ponte e continuei a correr entre as rvores. Meu longo vestido azul prendeu vrias vezes em meio s razes de rvores expostas me levando ao cho inmeras vezes. Meu joelho ardia, eu sentia que algo escorria pelo meu brao e a manga do vestido grudava a isso. Provavelmente meu sangue, o que era pssimo para mim, isso atrairia com mais facilidade as feras. Mesmo machucada, eu no parei, continuei a correr at chegar aos portes do castelo. No sabia por que tinha ido at ali, mas de qualquer maneira era a minha melhor chance de escapar dos lobos. Passei pelo porto que estava entre aberto e depois o fechei. Pelo vo dos grandes portes de ferro vi dois lobos negros ao longe com enormes olhos

amarelos a me olhar. Senti um calafrio passar pela minha coluna e me virei em direo entrada do castelo. Uma fina chuva comeava e meu vestido molhado comeou a grudar em meu corpo enquanto eu andava pelo ptio de pedra do castelo. Sentia estar sendo observada. Olhei para os lados e a nica coisa que eu encontrei foram grgulas me encarando. Ignorei a horrvel sensao e me preparei para bater na porta. Por um momento me senti ridcula, provavelmente ningum morava ali, afinal no sabia de algum morando em um castelo no meio do bosque. Mas se morasse era melhor no ser indelicada, ento bati na porta e ela logo se abriu. Entrei apressada no castelo para me proteger da chuva. Obrigada, eu... eu disse apressada tentando agradecer bondosa alma que havia aberto as portas para mim, mas no encontrei ningum. Olhei ao redor do castelo e tudo parecia estar bem cuidado, extremamente limpo, mas a decorao era tenebrosa. Antes que eu pudesse fazer qualquer outra anlise eu vi um vulto perto da escada coberta pelo tapete vermelho. Eu senti um tremor passar por mim e me vi ser preenchida pelo medo. Ser esse o castelo do prncipe e aquele vulto o esprito atormentado do rapaz? Notas finais do captulo Reviews? :)

(Cap. 3) PrisioneiraNotas do captulo Oi gente! Obrigada pelos reviews que recebi :) espero que estejam gostando da fic e espero tbm reviews das leitoras fantasmas :) custa nada fazer a alegria da autora gente xD Indo ao que interessa, vamos ao capitulo. Boa leitura. Olhei atentamente para o vulto parado na escada e notei que a silhueta era de uma mulher mida de mais para ser algum mais velha do que eu. O medo se dissipou assim que eu constatei isso e fiquei feliz por ter sido acolhida por aquela gentil senhorita. Oh, obrigada por me abrigar da chuva senhorita. Se no for muito incomodo posso passar a noite aqui? Prometo no dar trabalho. Eu... senhorita? eu disse quando notei que a silhueta se distanciava. Senhorita... por favor... mas ela pareceu no me ouvir e se distanciou mais. Virei para trs e fechei a porta. A chuva estava ficando mais forte e, mesmo com a porta grossa de madeira fechada, eu ainda podia ouvir os troves. Eu precisava ir atrs da senhorita e pedir por abrigo por essa noite. No poderia voltar para a estrada tendo lobos a minha espera e uma tempestade l fora. Fiquei irritada pela falta de hospitalidade e cordialidade da dama que desapareceu entre os corredores sombrios do castelo.

Subi as escadas tremendo um pouco de frio por causa das roupas molhadas. Notei que apenas alguns candelabros estavam acesos e, pela falta de calor no interior do castelo, eu diria que no tinha nenhuma lareira acesa. Cheguei ao topo da escada com dificuldade, pois meu joelho ardia muito e aparentemente o meu tornozelo esquerdo tambm havia sofrido algo j que latejava. Chegando ao topo da escada eu segui pelo corredor que a senhorita havia desaparecido. Estava muito escuro ali, mas s vezes tudo se iluminava quando a luz dos raios da tempestade invadiam o corredor pelas imensas janelas de vidro. Durante esses segundos de luz, notei que os vitrais da janela eram repletos de desenhos de humanos disformes e demnios. Uma escolha peculiar, para no dizer estranha e assustadora. As paredes eram escuras, aparentemente um tom estranho de vinho. O cho era de mrmore preto e estava bem lustrado. Havia algumas pinturas espalhadas ao longo do corredor de anjos cados, demnios, santos sendo torturados e outras coisas grotescas que eu no fiz questo de analisar. Era mais do que bvio que aquele castelo no estava nem um pouco abandonado devido a boa limpeza e organizao do lugar, mas eu ouso dizer que o decorador deste castelo tem srios problemas com Deus. Se algum da Igreja visse isso certamente o chamaria de herege e em pouco tempo estaria excomungado. Continuei caminhando pelo longo corredor e ao chegar ao final encontrei uma bifurcao. Por onde a dama poderia ter ido? Olhei para direita e no vi ningum, mas encontrei a silhueta feminina parada ao fundo do corredor da esquerda como se me esperasse. Senhorita, que bom que... assim que eu comecei a falar a silhueta desapareceu novamente virando em outro corredor. Fiquei irritada. Era a segunda vez que essa senhorita era indelicada comigo, com certeza ela no era nenhuma dama. Continuei caminhando com dificuldade indo na direo em que a silhueta foi. Cheguei ao corredor em que ela havia desaparecido e notei que ao seu final havia outra escada e a silhueta estava l em cima me aguardando. Assim que comecei a subir ela desapareceu novamente e eu comeava a ficar com raiva da sua falta de modos. Continuamos com esse jogo sem sentido por mais alguns minutos, e eu j havia desistido de chama-la h muito tempo. Ela parecia estar me guiando para algum lugar bem alto no castelo e meu joelho e tornozelo doam mais do que nunca agora. Cada vez mais lenta eu andava, mas eu no parei. Precisava de abrigo e talvez aquela senhorita estivesse me guiando para algum quarto. Provavelmente seria um quarto de empregada, j que estvamos bem longe dos outros aposentos, mas qualquer coisa era melhor do que ficar na chuva ao relento. Talvez ela seja uma daquelas ricas que tem averso a pessoas menos favorecidas e no queira ter nenhum tipo de contado comigo. Bom, pelo menos ela era bondosa em me dar um lugar para ficar. Virei mais uma vez para outro corredor e a silhueta feminina me aguardava ao seu final. Ela abriu uma porta quando eu apareci e entrou. Eu a segui e encontrei mais escadas para subir. Minha irritao dobrou, mas no reclamei e nem chamei pela senhorita. No

queria correr o risco de ser expulsa do castelo. Queria saber quem era o dono desse castelo. Ela, talvez? Ou ser uma governanta? No, governanta so mais velhas, a silhueta claramente de uma menina, talvez um ano mais nova do que eu. Subi as escadas e cheguei ao seu final exausta. Olhei ao redor mas no consegui enxergar nada, estava muito escuro. Percebi que havia apenas um pequeno feixe de luz vindo de um ponto distante do lugar. Fui at l e vi ser um pequeno candelabro com apenas uma vela acesa. Segurei-o e tentei iluminar um pouco o lugar, mas de nada adiantou. Percebi que havia outro candelabro ali perto e ao verifica-lo notei que era igual ao que eu segurava. Acendi a outra vela iluminando mais o lugar. O lugar ficou mais iluminado, mas a diferena no foi muita. Olhando mais ao redor notei outro candelabro e mais outro a distncia. Fui at eles e acendi todos que encontrei. No total eram oito candelabros espalhados pelo local, sendo que apenas um era grande. Agora mais iluminado, eu poderia analisar o local. No primeiro momento fiquei um pouco em choque e assustada. Eu estava em um calabouo. Ao fundo havia trs celas com portas de madeira e uma janela sem vidro por onde entrava um pouco da chuva deixando o cho perto dali muito molhado. O local estava empoeirado, cheio de teias de aranha e com alguns ratos que passeavam tranquilamente pelo lugar. Senhorita, por favor. A senhorita est aqui? Preciso saber por que me trouxe aqui. disse nervosa e com raiva da senhorita ter me guiado at aquele lugar horrvel. Por que me levara at ali? Por acaso pretendia me prender e me fazer sua prisioneira? Fiquei mais nervosa ainda ao notar que no havia ningum ali, apenas eu. O que era muito estranho, pois eu no vi ningum passar por mim. Senhorita? Onde est? chamei mais uma vez. Bella? uma voz rouca soou pelo calabouo me fazendo pular de susto. Bella, voc? a voz soou novamente parecendo ser muito familiar desta vez. Papai? eu disse receosa. Em baixo das portas das celas havia um vo por onde se passava a comida para o prisioneiro. De l eu vi aparecer uma mo e depois um rosto, o rosto de meu pai. Papai! exclamei surpresa e horrorizada. Fui at l e me agachei com dificuldade sua frente e coloquei o candelabro ao meu lado. Segurei a sua mo que estava muito gelada e quase imediatamente ele comeou a tossir. Papai! O que est fazendo aqui? Bella, como me achou? No importa. Preciso que saia daqui antes que ele a capture tambm. Ele quem? No vou deixar o senhor.

Bella, eu preciso que v. H um homem nesse castelo e ele no humano! Ele me capturou enquanto eu fugia dos lobos e me refugiava em seu castelo. Ele me aprisionou por invadi-lo e eu olhei bem em seus olhos, ele no humano Bella! V embora, v antes que ele a descubra. eu olhava confusa para meu pai que no falava nada racional. Toquei em sua testa e percebi que ele estava queimando de febre. Ele estava doente e possivelmente delirando por causa da febre, s isso explicaria sua conversa sem sentido. Um vento gelado invadiu o calabouo apagando a maioria das velas. A iluminao agora estava precria e eu mal via o rosto de meu pai, mesmo com uma vela por perto. Ele comeou a tossir novamente e percebi que se ele ficasse muito tempo ali naquele cho frio ele poderia piorar e at mesmo morrer. O senhor est doente, preciso tir-lo daqui... AH! soltei um curto grito de susto assim que senti mos geladas me puxando pelos punhos. Bella! Deixe-a em paz seu monstro! meu pai bradava de dentro da sua cela e logo depois ele comeou outra crise de tosse. Olhei para frente tentando encontrar o dono daquelas mos frias que seguravam meus pulsos to fortemente, mas nada pude ver na escurido, apenas uma silhueta masculina bem alta e, aparentemente, bem forte. O que faz aqui? ele disse como uma voz aveludada e forte. Eu a consideraria a voz mais bonita que j ouvi se ela no estivesse preenchida pela raiva. Eu... eu fugi de lobos e me escondi no castelo. Encontrei com uma senhorita e ela me guiou at aqui. No deveria estar aqui. Quem voc? Por que mantm meu pai aprisionado? Eu sou o dono deste castelo e seu pai o invadiu, assim como voc, senhorita. Oh, mas no v que ele est doente? Ele pode morrer se ficar aqui. Por favor, solte-o. Ele no deveria ter invadido! o homem disse com mais raiva. No foi por querer, por favor, eu fao o que quiser. No h nada que possa fazer, ele meu prisioneiro. Se no quiser ser uma, sugiro que v embora imediatamente. ele disse me jogando no cho frio do calabouo. Com a queda eu esbarrei no candelabro levando-o ao cho e fazendo a vela se apagar logo em seguida. A escurido estava maior ainda e o calabouo s se iluminava um pouco quando a luz dos raios entrava pela janela. Ouvi os passos do homem se

afastando e comecei a sentir um desespero em imaginar meu pai jogado para morrer em sua cela. Espere! chamei-o desesperada. O que ? ouvi seus passos se aproximando devagar. Eu fico no lugar dele. disse firme. Eu era mais jovem e com certeza resistiria mais quelas condies. Meu pai no merecia morrer aqui. Bella, no! meu pai comeou a dizer mas logo comeou a tossir novamente. Voc quer que eu a prenda? a voz do homem agora era mais calma e mesmo no escuro eu sentia que ele me analisava. Se eu ficar, o senhor o deixa ir? Bella, no faa isso! J estou velho, j vivi minha vida. Deixo, mas com uma condio. o homem disse rudemente. Qualquer coisa. eu disse j tentando me conformar com a minha futura situao. A senhorita deve me prometer que vai ficar para sempre. estranhei o seu pedido, mas de qualquer maneira eu no tinha escolha. Eu precisava de meu pai livre e bem. Tem a minha palavra. eu disse por fim. Feito. os passos do homem passou por mim e escutei uma fechadura sendo aberta. Bella, no faa isso minha querida. meu pai disse cado ao meu lado. Eu tateei no escuro at encontrar suas mos trmulas e geladas. No se preocupe papai. Tudo vai acabar bem. Bella, minha filha... BELLA! meu pai gritou e senti que ele estava sendo puxando para longe de mim. ESPERE! ESPERE! eu gritava tentando ir atrs do vulto do homem que arrastava o corpo de meu pai escada abaixo. Eu j no podia mais ver nenhum vulto. Desci as escadas e encontrei a porta l em baixo trancada. Subi novamente em prantos e ao longe pude ouvir os gritos de meu pai. Corri para a janela da torre e l em baixo vi um homem com vestes negras arrastando meu pai at uma carruagem. ME SOLTE, POR FAVOR, MINHA FILHA!

NO TEM MAIS NADA COM ELA. LEVE-O PARA A CIDADE! o homem gritou logo depois de jogar meu pai na carruagem e tranc-lo l. A carruagem logo se ps a andar em uma alta velocidade, sendo puxada por dois cavalos negros. Eu logo a perdi de vista, sumindo por fim em meio tempestade e a floresta. Eu me joguei no cho do calabouo e me pus a chorar. Chorei por no me despedir de meu pai, por nunca mais poder v-lo e por estar presa em uma torre gelada e mida at o fim de meus dias. Escutei a porta l em baixo ser destrancada e o som de passos subindo. Eu tremi de medo antevendo que agora seria a hora em que seria trancada em minha sela. Chorei mais alto ainda e no conseguindo conter minhas emoes disparei a falar. No consegui dizer adeus. O senhor no me deixou me despedir e eu no vou v-lo outra vez. um silncio se fez por alguns minutos e eu tentei enxergar algo em meio a escurido e as lgrimas. Vi que o homem estava perto da escada. Ouvi seus passos e logo vi uma vela ser acesa. O homem se aproximou com um candelabro em sua mo e agora eu podia ter uma maior viso de sua aparncia. Ele usava vestes totalmente negras, e pareciam ser antigas, muito antigas para o nosso tempo. Um pouco de gua pingava por suas mangas. Ele devia estar encharcado por causa da chuva forte que tomou. A parte mais iluminada era sua mo e percebi que sua pele era bastante alva, at mais do que a minha. Suas unhas eram um pouco alongadas e pareciam ser afiadas, mas eram incrivelmente lustrosas. Ele era alto, muito alto, e era bem forte como eu supura. Seu rosto estava encoberto pela penumbra mas eu consegui notar que era bem msculo e seus traos eram muito fortes. Eu queria ver os seus olhos, mas aparentemente eles continuariam ser um enigma para mim. Vou lhe mostrar o seu quarto. eu o olhei incrdula. Do que ele falava? Meu quarto? Mas eu pensei que... O qu? Prefere ficar na torre? ele disse com uma voz fria e rude me fazendo ficar com um pouco de medo. N-no. eu disse um pouco tremula, tanto por frio quanto por medo. Ento venha comigo. ele disse por fim virando-se de costas. Eu levantei com dificuldade e me apressei em segui-lo. Logo estvamos percorrendo um dos inmeros corredores daquele grotesco castelo. Em todos os cantos eu encontrava os olhos de grgulas e pinturas macabras me observando. Seguia o homem em silncio e s vezes analisava-o um pouco. Seu andar era firme e razoavelmente lento. Provavelmente ele notara que eu no conseguia acompanha-lo direito. Ele andava elegantemente ereto, algum que tinha bons modos, com certeza. Bom, em parte, j que ele no tratou eu e meu pai com

cordialidade. A lembrana dele jogando meu pai na carruagem fez a vontade de chorar voltar mas eu tentei ao mximo segurar as lgrimas. Olhei para o homem a minha frente que seguia em silncio novamente e analisei seus cabelos. Estavam molhados por causa da chuva e aparentemente eram escuros. Eram lisos, e as mechas pareciam estar bagunadas. No demorou muito e chegamos a um corredor que possua vrias portas ao longo de sua extenso. Ele se dirigiu at uma delas e abriu, ficando parado ao lado da entrada. Esse seu quarto. O castelo seu lar agora, pode ir aonde quiser, menos na ala oeste. ele disse friamente e indicou para que eu entrasse no quarto. O que h l? PROIBIDA! ele gritou me fazendo dar um passo para trs assustada. Havia perguntado curiosamente e ao mesmo tempo tentando conseguir mais informaes, se soubesse que seria tratada com tanta indelicadeza teria ficado de boca fechada. A falta de modos dos habitantes desse castelo estava me irritando profundamente. Entrei no quarto e logo em seguida ele me estendeu o candelabro. Peguei-o e olhei para o homem a minha frente que segurava firmemente a maaneta da porta. Em alguns minutos algum vir aqui para auxili-la e ajud-la a se aprontar para o jantar. Jantar? eu disse surpresa e no mesmo momento meu estmago roncou me lembrando de que a muito no me alimentava. Sim, voc vai jantar comigo. E isso no um pedido. dito isso o homem fechou a porta com fora fazendo um alto estrondo. Eu coloquei o candelabro em uma mesa ali perto e analisei o quarto. Era grande, estava limpo e bem arrumado. Havia uma lareira de mrmore branco no canto que eu desejava estar acesa. Sentei-me na cama e analisei a colcha. Era do tecido mais macio que eu j havia sentido, algo muito caro, com certeza. Parecia ser de um tom azul, mas eu no podia dizer pois estava muito escuro. De repente percebi que lgrimas escorriam pelo meu rosto e comecei a chorar baixinho. Eu estava condenada a passar a minha vida presa em um castelo escuro, frio e sozinha. Notas finais do captulo E ai, reviews? :)

(Cap. 4) Repudio

Notas do captulo Gente, os reviews vieram to rpido que eu tive que postar hoje :D obrigada pelos reviews meninas. Leitoras fantasmas, vamos fazer a alegria da autora para ter capitulos mais rapidamente? xD Espero que gostem do cap. Eu tentava controlar as lgrimas que teimavam a cair quando um toque abafado pde ser ouvido vindo da porta. Limpei mais que depressa meu rosto, poderia ser aquele homem e no queria que ele me visse chorando. Respirei fundo e tentei dizer o mais firme possvel. Entre. eu disse com a voz um pouco rouca pelo choro. A porta se abriu lentamente e uma jovem senhorita baixinha, de cabelos negros longos e ondulados entrou no quarto. Ela deveria ter dezessete, no mximo dezoito anos. Tinha a pele bem alva, os lbios em um tom avermelhado natural e sua estrutura era delicada e mida. Usava um vestido verde esmeralda de mangas cumpridas. Achei interessante que ela no usava uma angua por baixo do vestido como a maioria das damas de hoje em dia. Seu vestido parecia ser de um modelo mais antiquado, mas ainda sim bonito. Estranhei porque as donzelas de hoje em dia amavam as anguas, quanto mais volumoso o vestido melhor. Mas aquela pequena senhorita de feies delicadas era diferente. Ol, como est? eu fiz uma careta para a sua pergunta absurda e ela pareceu notar, o que era curioso j que o quarto estava muito escuro. Oh, perdoe-me a pergunta descabida senhorita. a fora do hbito. Vamos comear com algo mais aceitvel. Eu sou Alice, e voc? Isabella, mas pode me chamar de Bella se preferir. eu disse e escutei ela soltar um risinho. Bem, Bella, porque no iluminamos o seu quarto? Est muito escuro aqui. dito isso ela comeou a acender vrias luminrias que haviam nas paredes do quarto. Eu provavelmente estava ocupada demais chorando para ter notado. Eu precisava me recompor. Toda vez que eu mergulhava em lgrimas eu expunha mais ainda o meu estado frgil e deixava de notar as coisas ao meu redor. Isso no era bom. Pronto. Melhor, no acha? ela disse enquanto acendia a ultima luminria e apagava a vela que utilizou para acend-la em sua mo. Sim, realmente. disse por educao. Agora que o quarto estava iluminado eu notei o quanto era bonito. Diferente do restante do castelo o ambiente ali era claro, as paredes eram de um turquesa lindo e haviam detalhes em dourado. O piso era de mrmore branco, assim como os detalhes na lareira e mveis. Havia um grande armrio de madeira ao fundo e na parede oposta a lareira havia outra porta que eu no havia reparado antes. Eu realmente ficava distrada quando chorava. O espao era bem amplo e tudo ali exalava requinte e luxo.

Procurei pela senhorita Alice pelo quarto e a encontrei agachada prxima a lareira acendendo-a. Agradeci imensamente por ela estar fazendo aquilo, eu estava com muito frio. Agora sim est melhor. Em minutos o ambiente ficar aquecido senhorita Bella. Posso te chamar s de Bella? eu assenti e ela sorriu. Parei para analisa-la melhor. Ela era to alva quanto o homem que havia me trazido at aqui. Seus olhos eram de um estranho ocre que parecia reluzir. Havia algo estranho em sua figura, embora eu no conseguisse dizer o que. Bem, Bella, estou aqui para preparar-lhe um banho e novas vestimentas. Deve estar cansada e faminta, ento apressarei em colocar gua quente na banheira para que possa se higienizar e descer para o jantar. Meninas! ela disse um pouco alto a ultima parte e a porta imediatamente se abriu. Duas moas, uma baixinha de cabelos castanhos enrolados e outra bem alta de cabelos negros e lisos, entraram. Elas carregam dois baldes cada uma e eles eram enormes. Notei que elas usavam um vestido branco com vermelho e um gorro branco na cabea, uma espcie de uniforme, devendo assim ser empregadas. A dama Alice foi em direo outra porta que havia em meu quarto e a abriu para logo em seguida as moas entrarem no local. Estiquei um pouco o corpo, curiosa para ver o que tinha l dentro, e notei ser um banheiro. Eu tinha um banheiro privativo? Isso viria muito a calhar. Escutei o barulho de gua sendo despejada e logo em seguida as moas saram do quarto. Em nenhum momento elas olharam para mim. Deveriam ser competentes em seu servio. Venha Bella, venha enquanto a gua est quente. me levantei da cama e fui em sua direo. Meu andar estava mais desajeitado. Agora que meu corpo esfriara estava mais difcil ainda me movimentar e a dor em meu joelho e tornozelo eram gritantes. Entrei no banheiro bastante iluminado e fiquei admirada com o requinte e o tamanho. Acho que meu antigo quarto no chegava metade desse banheiro. No analisei muito a decorao. Estava ansiosa para tirar a roupa molhada e entrar na gua quente, lavando por fim meu corpo sujo de suor e terra. Venha, deixe-me ajuda-la. Deve estar congelando com esse vestido molhado. Seus lbios esto at mesmo arroxeados e voc est tremendo! Alice exclamou desmanchando as fitas do meu vestido que foi logo ao cho. Ela me ajudou a tirar o espartilho restando por fim apenas a camisola de dormir que tambm estava meio hmida. Acho melhor tirar a camisola tambm. No acha? Alice disse e eu corei. A jovem senhorita parecia extremamente relaxada diante da situao, mas eu estava muito envergonhada. Nunca havia fica totalmente nua na frente de ningum.

Estamos entre mulheres. No precisa ter vergonha. ela disse notando meu desconforto. Tudo bem. eu disse por fim retirando a camisola. Deixe-me ajuda-la a entrar na banheira. Parece que est com problemas no joelho. Sim, me machuquei quando cai na floresta. Meu tornozelo tambm no est de todo bem, mas acho que logo melhora. eu disse aceitando sua ajuda e entrando na banheira grande de um material branco que eu desconhecia. de porcelana. Ela retm com mais facilidade o calor. ela disse parecendo ler meus pensamentos e me estendendo sua mo extremamente fria. Eu tremi com o contado mas nada disse, no seria indelicada. Entrei na banheira apoiando uma parte de meu peso na jovem senhorita e fiquei com apenas uma parte de minhas pernas submersas na deliciosa gua morna. Nunca vi banheiras de porcelana. Para falar a verdade, estou acostumada ainda com as tinas de madeira. eu disse mergulhando meu corpo na gua morna e soltando um gemido de prazer. Meu corpo frio logo se acostumou com a gua morna e relaxou, melhorando um pouco as dores que eu sentia. Senti uma dor aguda em meu brao e vi que havia um corte ali envolto em um pouco de sangue seco que saia aos poucos na gua. O mesmo acontecia com meu joelho machucado. Vou deixa-la para que tenha privacidade em seu banho. Aqui h bucha e sabo. ela disse mostrando uma prateleira prxima banheira onde continha a bucha e sabo em diferentes cores. Lave bem seus ferimentos no brao e no joelho para que no infeccionem. Virei ao final do banho com sua toalha e estarei no quarto separando suas vestimentas para essa noite. Se precisar de algo me chame. ela sorriu levemente e se retirou do banheiro me deixando s. Comecei a tomar meu banho, limpei bem meus ferimentos como Alice sugeriu para que no infeccionassem. Logo depois comecei a limpar meu corpo. Me senti envergonhada quando notei a colorao amarronzada da gua. Eu no tinha notado que estava to suja. Logo depois me levantei para me retirar da banheira, no mesmo instante a porta do banheiro se abriu e a senhorita Alice apareceu segurando uma toalha branca. Queria saber como ela sabia que eu havia terminado o meu banho. A jovem senhorita me envolveu com a toalha e eu fiquei encantada com sua textura fofa e macia. Realmente, tudo aqui parecia ser bem caro e do melhor. Obrigada. eu disse quando ela se afastou me deixando enxugar meu corpo. No h de qu. ela disse sorridente. Seu comportamento era to calmo e alegre que eu quase podia me esquecer da minha atual situao naquele castelo. Quase.

Senhorita, no querendo ser indelicada, mas como as coisas sero para mim daqui para frente? eu disse quando cheguei no quarto e Alice me estendia uma nova camisola. Por favor, me chame apenas de Alice. ela disse delicadamente enquanto eu colocava a camisola de dormir. No sei ao certo como as coisas sero, Bella. Voc tem liberdade para andar pelo castelo, menos na ala oeste como j lhe foi dito. Os empregados estaro a sua disposio e poder ter o que precisar, mas no poder sair do castelo e aconselho escutar meu irmo quando ele lhe falar algo para no criar problemas e voc no correr o risco de parar nas masmorras. ela disse concentrada e me olhou seriamente. Ento poderei ter o que precisar, menos minha liberdade? Alice assentiu me entregando um belo vestido azul ao mesmo estilo que o seu. E voc irm daquele homem rude? Sim, sou. O nome dele Edward, a propsito. No se preocupe com o comportamento dele, logo voc se acostuma. ela disse suspirando tristemente. Como posso me acostumar a tantas indelicadezas? Isso impossvel. Alice soltou uma leve risada. Edward no to mal depois que o conhecemos, porque voc no lhe d uma chance de demonstrar? Desculpe-me Alice, mas eu no quero conhec-lo. Eu no quero ter nada haver com ele. Eu perdi meu pai, meus sonhos e tudo mais por causa dele. eu disse tentando ser o menos indelicada possvel, afinal ela era irm daquele homem, mas no consegui deixar de soar magoada. Alice nada disse, apenas deu um leve suspiro. Sente-se aqui. Deixe-me pentear seus cabelos. Alice me indicou o banquinho de uma penteadeira. Fui at l e me sentei virada para o espelho da penteadeira vendo Alice pentear meus cabelos molhados pelo reflexo. Enquanto ela penteava delicadamente meus cabelos eu a analisava. Ela era to mida e delicada que parecia ser quebrvel. E ento me lembrei da silhueta feminina que me guiara at a torre. A silhueta e Alice eram igualmente pequenas. Alice. chamei sua ateno delicadamente. Sim? Foi voc que me guiou at aquela torre? Alice olhou seriamente para meu rosto refletido no espelho. Ela inspirou fundo e deu um leve sorriso nervoso.

Oh, bem, sim. Por qu? E porque no respondeu aos meus chamados? Bem, eu no concordei com a priso daquele senhor. Mas Edward estava irredutvel e nos ordenou a ficar longe dali. Quando a vi imaginei que poderia libert-lo e os dois sarem livres daqui. No respondi seus chamados porque nossas conversas poderiam chamar a ateno de meu irmo, e, como pde perceber, isso no seria boa coisa. ela disse sem me olhar e ao final deu outro sorriso nervoso. Eu sentia que ela estava mentindo, mas eu no queria dizer nada para no ser indelicada. Ela estava sendo gentil comigo e eu no queria retribuir com maus modos. Sabia que ele era meu pai? perguntei tentando no deixar o assunto morrer. Oh, no Bella. Foi uma grande coincidncia, no acha? ela disse olhando para mim e l estava aquele sorriso nervoso novamente. Sim, uma grande coincidncia. eu disse por fim e ela pareceu estar aliviada. Ela colocou a escova novamente na penteadeira e depois voltou-se para mim apertando minhas bochechas levemente. O que est fazendo? eu disse confusa com seu gesto. Provocando um pouco de cor em seu rosto. Est muito plida. ela disse e eu apenas assenti permitindo que ela continuasse apertando minhas bochechas. Pronto, agora sim. Est pronta, melhor descermos para o jantar, Edward no gosta de ficar esperando. Acho que no estou mais com fome. eu disse sentindo que estava muito cansada. Em minha mente eu s pensava em meu pai e se ele estaria bem. A preocupao comeava a me consumir no deixando espao para a fome. Mas Bella, voc precisa se alimentar. Alice me olhou alarmada. Muito obrigada por tudo Alice, mas eu no vou jantar. Mas tem que ir! Por favor Alice, quero apenas descansar agora. Avise-o que no irei. Bella... ela comeou a dizer parecendo estar bem preocupada. Por favor. pedi mais uma vez me sentindo cada vez mais exausta. Tudo bem, mas aviso-lhe que Edward no ir gostar. Com licena Bella. dito isso ela saiu do quarto bem depressa.

Eu retirei o vestido azul e o coloquei em cima do div em frente cama. Vestida apenas com a camisola, eu deitei na cama e me cobri com a macia colcha. Logo eu estava dormindo. ... Acordei sobressaltada quando ouvi um grande estrondo. Percebi que vinha da porta, algum batia nela com estrema violncia. ACHO QUE EU LHE DISSE PARA DESCER PARA O JANTAR! a voz daquele homem rude, Edward, soou do outro lado. NO ESTOU COM FOME! eu gritei e logo depois me repreendi pela falta de educao. No importava, na verdade, afinal estava sendo tratada da mesma maneira. SAIA LOGO DA OU EU QUEBRO ESSA PORTA! ele gritou novamente e eu tremi de medo. Ser que ele seria capaz de fazer isso? Um estranho silncio se fez durante alguns segundos. Voc vai descer para o jantar? ele disse do outro lado mais calmo. No. eu disse simplesmente. Me daria um grande prazer, se me acompanhasse no jantar. Por favor. ele disse dessa vez soando um pouco nervoso. No, obrigada. eu falei mais delicadamente diante da sua primeira frase educada comigo. NO PODE FICAR AI PARA SEMPRE. ele gritou novamente, sua calma e educao desaparecendo. POSSO SIM! eu gritei irritada e logo percebi que minha resposta era absurda. PODE? ENTO VAI MORRER DE FOME! ele disse e logo depois ouvi passos pesados se afastando. Eu senti uma enorme raiva e depois comecei a ter noo do que havia feito. Oh, Deus, e agora? Eu seria trancada aqui? Ele realmente me deixaria sem comer? Foi em meio a tantas duvidas que eu adormeci novamente. ... Acordei no meio da noite com o estmago doendo e reclamando pela falta de comida. Arrependi-me no mesmo instante de no ter ido jantar com o senhor Edward. Olhei pela minha janela e vi que a chuva havia parado e, aparentemente, era muito tarde da noite.

Levantei-me e coloquei o meu vestido. Iria me arriscar ir at a cozinha e tentar conseguir algo para eu comer. Era muito tarde, ento provavelmente todos estariam dormindo e ningum me perceberia andando pelo castelo. Fui mancando at a porta, as dores haviam passado, mas eu ainda caminhava de forma desajeitada. Abri a porta e dei de cara com um homem alto, loiro e esquio me encarando do outro lado do corredor. Boa noite. ele disse educadamente. B-boa noite. eu disse sem jeito por ter sido pega no flagra. Sinto muito senhorita, mas recebi ordens para vigi-la e no deix-la sair do quarto. ele disse parecendo realmente sentir muito. Oh, mas que eu acordei com tanta fome. Ser que eu no poderia ir at a cozinha e pegar algo para comer? Prometo no me demorar. Sinto muito senhorita, mas eu no posso deixar. Por favor. eu supliquei com meus olhos cheios de lgrimas. Ento era isso? Eu ficaria presa em meu quarto agora e sem direito a comida? Ele realmente iria me deixar aqui para que eu morresse de fome? O homem, que no devia ter mais do que 25 anos, soltou um suspiro e depois olhou para os lados do corredor. Olhe senhorita, eu realmente no deveria fazer isso, mas eu no concordo com as atitudes de meu cunhado. Se quiser posso lhe acompanhar at a cozinha, mas devemos fazer o caminho em silncio para no chamar a ateno. Sim, claro, para mim est timo. Muito obrigada senhor... Jasper. Me chame apenas de Jasper. ele disse e sorriu de canto. Eu fui em sua direo e ele foi me guiando pelos corredores do castelo. Fiquei feliz que o castelo se encontrava agora todo iluminado. Ele ia na frente para verificar se havia algum prximo, e logo chegamos em frente uma grande porta de madeira no piso inferior. Ele a abriu com cuidado e indicou para que eu entrasse. Eu logo me deparei com uma enorme cozinha com uma grande mesa de madeira ao centro. Jasper fechou a porta da cozinha e foi em direo um grande armrio de madeira. Sente-se. Jasper disse enquanto retirava algo do armrio. Obrigada. eu disse me sentando em um dos grandes bancos de madeira. Jasper logo colocou minha frente um copo, uma jarra de vinho e outra de suco, po, um prato, colher e uma panela aberta. Dentro da panela eu identifiquei uma sopa, e seu cheiro era esplndido.

Ainda est quente. No faz muito tempo que o jantar foi servido. ele disse e se sentou minha frente. Obrigada, Jasper. No agradea. Coma, deve estar faminta. eu assenti e me pus a servir. Enchi meu prato com a sopa e logo depois despedacei um pouco do po nela. Coloquei um pouco de vinho em meu copo e tomei tudo em um gole. Cuidado, no queremos que se embriague. ele disse divertido e eu ri. Comecei a comer e soltei um gemido de satisfao ao sentir o sabor da sopa. Est tima. A cozinheira tem boa mo. Sim, Angela boa no que faz. ele disse e eu continuei a comer. Voc disse que no concordava com seu cunhado. Por acaso seu cunhado o senhor Edward? Sim, ele meu cunhado. Sou casado com sua irm, Alice. Voc a conheceu. Oh, marido de Alice? No pensei que ela fosse uma senhora. Ela encantadora. Sim ela . ele disse e eu vi um brilho em seu olhar. Continuei a comer e s vezes olhava de relance para o rapaz minha frente. Suas vestes eram de um azul marinho muito bonito, mas, como todos deste castelo, ele usava algo muito antigo para o nosso tempo. Seus olhos eram do mesmo tom ocre de Alice. Sua pele era bem alva e seus cabelos loiros eram lisos e arrumados. Se importa se eu repetir? perguntei envergonhada, sentindo que ainda no estava satisfeita. No, coma o quanto quiser. Obrigada. Eu me importo. ouvimos uma voz vindo da porta da cozinha e olhamos ao mesmo tempo. Eu estaquei em choque ao ver o rude senhor Edward parado na porta. Jasper se levantou no mesmo instante, e parecia estar mais branco do que j era. Edward, eu... Poupe-me de suas desculpas Jasper. melhor ir. ele disse olhando Jasper com reprovao.

Jasper assentiu e suspirou aliviado e logo se retirava da cozinha. Eu queria pedir para que ele ficasse e me protegesse da ira de Edward, mas eu j havia abusado de sua boa vontade, no queria abusar mais. Edward olhou para mim com raiva e eu abaixei minha cabea escondendo meu olhar dele. Ele sentou-se a minha frente e ficou me encarando. Pensei que a senhorita no estava com fome. ele disse sarcstico. Estou com fome agora. eu disse baixinho. Ento, negou-se a jantar comigo, mas vem cozinha para comer escondido no meio da noite. Isso no o comportamento de uma dama. Desculpe-me. eu disse corando de vergonha. Realmente o meu comportamento era nem um pouco louvvel. De repente tomei um susto quando ele esticou sua mo e pegou meu prato. Logo em seguida ele o estava enchendo com sopa e colocando-o a minha frente. Coma, no a quero fraca. ele disse simplesmente. Eu o encarei incrdula e estaquei ao perceber que seus olhos eram de um topzio intenso com algumas rajadas avermelhadas. Uma cor estranha que nunca tinha visto antes. Ousei reparar mais e notei que ele era o mais belo rapaz que eu j havia visto. Seus cabelos eram na cor bronze e pareciam estar bagunados, o que lhe dava certo charme. Ele era muito novo, talvez nem tivesse 21 anos, era apenas um rapaz. Notei que suas sobrancelhas se arquearam e ele me olhava inquisitivo. Corei de vergonha por ter sido pega analisando-o e comecei a comer. Logo eu j havia terminado e ele retirou tudo da mesa. Foi at a porta da cozinha e a abriu. Venha. ele disse friamente. Eu o segui at estar de volta em meu quarto. Entrei e logo soltei um longo bocejo demonstrando o quanto ainda estava cansada. Amanh cedo Alice e Rosalie iro lhe mostrar o castelo e lhe explicar as regras. Espero que as escute atentamente ou teremos problemas. ele disse me olhando ameaadoramente. Eu assenti e abaixei minha cabea incomodada com seu olhar. Quando voltei a olh-lo novamente percebi que ele estava mais prximo. Prximo de mais. Senhor? eu disse confusa com sua aproximao. Edward, apenas Edward. ele disse com uma voz to suave que me fez arrepiar.

Ele estendeu uma de suas mos e pegou uma das mechas de meu cabelo ainda hmido. Ele me olhou intensamente e comeou a se aproximar mais ainda. Ele colocou seu rosto no vo de meu pescoo e inspirou profundamente. Eu me afastei assustada com a sua aproximao e ousadia repentina. Senhor... Edward. Acho que no devemos tomar esse tipo de intimidade. corei por perceber que ele havia ido longe demais. Ele me olhou com raiva e depois um sorriso sarcstico brotou em seus lbios. E quem disse que eu quero ter qualquer tipo de intimidade com a senhorita? eu o olhei ultrajada. Sua voz e olhar estavam carregadas de desdm. Alm de tomar liberdades ele agora me tratava como algo sem valor. Fiquei com raiva da sua indelicadeza e por ele me tratar com desprezo. Boa noite. ele disse rudemente e fechou a porta com fora. Eu estava demasiadamente confusa. Uma hora ele me tratava a base de gritos e outra ele tomava liberdades e falava com delicadeza. Eu j sentia muita raiva daquele rude rapaz por tudo o que ele havia me feito. Agora eu o repudiava por suas atitudes que me deixavam confusa. Eu sentia como se tudo estivesse se juntando para se transformar em dio. Notas finais do captulo Reviews? :)

(Cap. 5) MedoNotas do captulo Oi gente, tudo bem? sei que demorei :x geralmente eu posto no dia seguinte (graas aos reviews *--*) mas eu estava dodi e no pude finalizar o cap antes --' agora eu finalmente consegui :) obrigada pelos reviews minhas lindas *o* espero que continuem, assim vcs fazem a minha alegria e eu animo tanto que logo tem mais cap pronto :D espero que gostem. Acordei no outro dia com o sol j bem alto no cu. Deveriam ser quase meio dia. Dei mais uma espreguiada antes de me levantar de vez da cama. Passei as mos em meus cabelos e vi que eles estavam bastante bagunados. Tambm pudera, tive uma noite turbulenta cheia de pesadelos. Mas como de costume eu no me lembrava o que eu havia sonhado, apenas sabia que meu pai e o detestvel dono do castelo estavam nele. Enquanto desembaraava meu cabelo com os dedos, eu observava a vista da janela. O cu estava limpo, e o sol brilhava intensamente. A floresta ao redor do castelo, no entanto, estava rodeada de nvoa, e as folhas das rvores estavam amareladas e caindo.

O outono chegara, e logo seria inverno. Eu odiava essa poca do ano, preferia o vero e a primavera com seu sol e flores. Percebi que minha janela dava para a parte de trs do castelo. L embaixo havia uma espessa plantao, logo aps um galinheiro, um grande celeiro e um pomar que se estendia por vrios quilmetros, a ponto de eu no poder ver os muros que circundavam o castelo. Alguns empregados estavam na plantao. Uns colhiam algumas verduras e outros plantavam. Uma jovem saia dentre as rvores do pomar e retornava com uma cesta cheia de laranjas, peras, cerejas e mais algumas frutas, muito pequenas para que eu pudesse identificar. Outra saia do galinheiro e caminhava rumo ao castelo com uma cesta carregada de ovos. O castelo aparentemente tinha bastante empregados, mas uma coisa havia me chamado a ateno: todos tinham o semblante triste. Realizavam as tarefas como se fossem almas penadas, sem realmente terem vontade ou nimo e com um semblante triste e amargurado. Enquanto eu refletia sobre o comportamento infeliz dos empregados, ouvi leve batidas na porta e logo ela se abriu. Oh, est acordada, que bom. disse uma Alice bastante sorridente carregando uma bacia com um jarro dentro. Vim te preparar para levar voc para conhecer o castelo. Te explicarei como as coisas funcionam por aqui e logo depois iremos almoar, afinal j so quase meio dia. ela disse colocando a bacia em cima da penteadeira e colocando um pouco da gua que havia no jarro dentro. Obrigada. eu disse me sentando na pequena cadeira e lavando o rosto. Alice me entregou um pano para poder me secar e logo depois ela pediu para que eu me aproximasse mais da bacia para molhar os meus cabelos. Eu fiz o que ela pediu e ela logo despejava a gua morna. Ela tirou o excesso de gua com um tecido e logo aps isso penteou os meus cabelos. Quer que eu faa uma trana? Um coque? ela me perguntou olhando-me atravs do espelho. Ela tinha em seus lbios e sorriso gentil, mas agora, com a luz do dia, eu podia lhe analisar melhor e percebi que seu sorriso no chegava aos seus olhos. Ela tinha profundas olheiras, sua pele era extremamente plida e os lbios coloridos artificialmente. Mas o que mais me intrigava era a sua expresso. Ela exalava infelicidade, tristeza e desnimo. Seus olhos no tinham brilho, pareciam estar mortos. Senti um arrepio ao pensar assim. Ser que eu tambm ficaria desse jeito? Todos nesse castelo eram tristes e infelizes? Isso seria culpa do senhor Edward? Ela passou as mos em seus cabelos presos em um coque nervosamente ao perceber que eu a analisava. Corei de vergonha pela indelicadeza e sorri para ela. No, gosto deles soltos. Pode deixar assim.

Tudo bem, bom que assim secaro rpido. Venha, vamos por um vestido. ela disse e foi em direo ao grande armrio de madeira. Ela o abriu e de l tirou um vestido vinho com detalhes em dourado. Mostrou-me o vestido e olhou sorrindo para mim. O que acha? Esse bonito, no ? sim, muito. Nunca usei nada to fino. eu disse reparando no tecido caro. Ficar timo em voc. Quer ajuda para vesti-lo? Oh, sim, por favor. Eu sempre me atrapalho na hora de fech-lo. Vou precisar de sua ajuda com o espartilho se no se incomoda. Ah, no Bella, no precisar de um espartilho. Veja, esse um modelo antigo, assim como o meu vestido. ela disse mostrando seu vestido rosa claro. Esses vestidos no se do bem com espartilho. Por que usam modelos de roupas antigas? eu disse no contendo minha curiosidade e a olhei um pouco envergonhada pela intromisso. Bem, digamos que nossa modista no sabe como so os modelos novos. ela disse sorrindo nervosamente. Se me permite perguntar, porque no compram de fora ou trocam de modista? No gosta dos novos modelos? Oh, no, pelo contrrio. Alice disse e seus olhos por um segundo brilharam mostrando que ela era apaixonada por roupas como toda menina de sua idade. Menina? Deus, no entrava na minha cabea que Alice j era uma senhora casada e no mais uma menina. Mas acontece que temos a nossa modista h tantos anos, ela mora no castelo e seria indelicado troc-la, para no dizer desumano j que ela no tem para onde ir. Alice disse forando um sorriso e novamente tive a sensao de que algo a mais se passava. Agora vamos, vista-se, temos um castelo para visitar. ... Depois de me trocar, eu e Alice andvamos pelo castelo. Caminhvamos tranquilamente ao longo do extenso corredor e notei que j no mancava mais como antes. Estava bem melhor. Notei tambm que todas as cortinas estavam fechadas e as velas dos candelabros acesas por causa da escurido. Por que est tudo fechado e nessa penumbra? No preferem a luz do sol? eu disse j me sentindo mais a vontade em falar com Alice sem me preocupar em ser indelicada.

Oh, bem, Edward prefere assim. Deve sempre deixa-las fechadas, nunca as abre. Isso seria catastrfico. Alice disse e ela me olhou seria. Eu no entendia bem o porqu disso, a luz do sol nunca fez mal a ningum, mas eu no iria discutir pois sabia que tudo o que aquele homem rude dizia deveria ser obedecido, mesmo que no tivesse lgica. Tudo bem, no irei toc-las. Mas fico contente que tenham mantido as velas acesas, ontem noite estava tudo to escuro. Bem, no temos costumes de ter visitas, e sempre nos recolhemos cedo, por isso as velas j estavam apagadas. Visitas? Acha que sou uma visita? a olhei escandalizada. Sim, nossa convidada. uma mulher alta, loira, de uma voz muito doce e traos fortes disse se aproximando. Ela era muito plida, to plida quanto Alice, e seus olhos tambm eram daquele estranho tom ocre. Ela usava um vestido vermelho vivo e seus lbios tambm eram de um vermelho. Seus cabelos eram longos e estavam tranados, seu olhar era firme e frio apesar de carregar um sorriso. No conseguia dizer sua idade, mas parecia ter 23 anos. Bella, essa minha irm mais velha, Rosalie. Alice disse com o seu sorriso triste j to comum para mim. Muito prazer, senhorita. eu disse dobrando meus joelhos levemente. Oh, por favor querida, me chame de Rose. Alm do mais, assim como Alice sou uma senhora casada. ela disse e sorriu levemente e vi que Alice no era a nica a carregar aquele sorriso triste. Sim claro, me desculpe. Tudo bem, no faz mal. Rose, disse que sou convidada, mas receio que isso no seja verdade. Bem, faremos o mximo para que se sinta como nossa convidada. Tornar as coisas mais fceis. Alice disse me dando um sorriso carinhoso. Ousei olhar rapidamente para Alice e Rosalie as comparando. Elas no eram parecidas para serem irms e estranhei. Perdoe-me, mas so to diferentes. Nem parecem irms. eu disse corando pela ousadia. Bem, eu sou fruto do primeiro casamento de meu pai. Minha me morreu ao dar a luz a Edward. Sou a mais velha dos irmos, Alice a caula, fruto do segundo casamento.

Oh. foi a nica coisa que pude dizer. Venha querida, temos muito a lhe mostrar. Rose disse e voltamos a caminhar pelo castelo. Descobri que Rosalie e Alice eram timas companhias, mas me sentia mais a vontade com Alice que era mais solta e delicada. Rose era um pouco mais fria e quase no sorria. Andamos por quase todo o castelo, visitamos o pomar, a plantao e fiquei com muito entusiasmo quando vi os arbustos de blueberry e amoras. Visitamos o celeiro e descobri que atrs dele havia um estbulo com vrios cavalos negros lindos e ao lado estava a carruagem que havia levado meu pai embora. Sem perceber, lgrimas comearam a descer por meu rosto e senti um corpo frio abraado a mim. Era Alice, ela afagava meus cabelos enquanto Rose segurava minha mo. Bella, porque choras? Rose disse me analisando. Meu pai foi levado por essa carruagem. Sinto tanta falta dele. Ser que ele est bem? Garanto que est sim, meu marido foi quem o levou para cidade. Se quiser pode falar com ele depois e perguntar como seu pai estava quando foi deixado l. Rosalie disse sorrindo um pouco. Como vocs puderam deixar que isso acontecesse? No se importam com o que houve? soltei sem querer ressentida e logo depois me arrependi. Perdoem-me, eu... No temos escolha Isabella. Rosalie disse me dando um olhar triste e frio. Logo depois ela se virou e foi em direo ao castelo sem nada a dizer. Acho que fui muito rude, s isso explica seu comportamento hostil. Mas o que ela queria dizer com aquilo? Sinto muito, eu no queria... Shhh, deixe para l Bella. Rose deve ter ido ver como anda o almoo. Venha, vamos continuar. Continuamos a andar pelo castelo. Alice me mostrou vrios lugares, como a sala de msica, o salo de festas, os quartos dos empregados, os seus aposentos e o de Rose, mas no cheguei a conhecer a ala oeste, onde era os aposentos do senhor Edward, pelo que tudo indicava. Senhora Alice, desculpe incomod-la, mas seu marido a est chamando no salo de jantar. uma jovem alta, de cabelos pretos presos por um coque disse olhando para baixo. Percebi que era uma das jovens que levou baldes de gua quente para meu quarto.

Obrigada por avisar Carmem. Bella, vou ver o que meu marido quer. Pode continuar inspecionando o castelo se quiser. Volto logo. dizendo isso Alice se retirou descendo as escadas ali perto. Graas a Deus que a senhorita est aqui. a jovem Carmem disse me dando um sorriso sincero. Por favor, me chame de Bella. eu disse me simpatizando com a jovem. melhor no, o senhor Edward no gosta que os empregados tratem informalmente seus convidados. ela disse e vi medo e tristeza em seus olhos. Todos ali pareciam ser to tristes, solitrios, amargurados, frios. Gostaria de saber o que houve para serem assim. Ser que eu ousaria investigar? Talvez no seja uma boa ideia. Notei que Carmem no tinha uma pele plida como seus senhores, pelo contrrio, era levemente marcada pelo sol. Fico contente que esteja aqui senhorita. Espervamos por isso h tanto tempo. Talvez haja esperana afinal. ela disse baixinho a ultima parte e me olhou com certo brilho nos olhos castanhos que no pude identificar. Do que fala Carmem? perguntei curiosa. Oh, nada senhorita, nada de importante. Bobagens apenas. Se me der licena, tenho que colocar a mesa para o almoo. dito isso ela se curvou levemente e logo depois se retirou, descendo rapidamente as escadas. Estranho. murmurei enquanto observava a silhueta de Carmem sumir. Continuei andando pelo castelo, mas logo me via entediada. No gostava de caminhar por aqueles corredores sombrios sem companhia. As grgulas e demnios estavam por todo canto me dando calafrios. O ambiente seria bem melhor com um pouco de luz do sol. Ser que faria mal abrir um pouco as cortinas? Alice havia me alertado para no fazer isso, mas acho que uma fresta no faria mal a ningum. Fui em direo a uma das gigantescas janelas e empurrei um pouco a cortina para o lado. No pude ver direito atravs dos vitrais pois eram demasiadamente enfeitados com imagens demonacas. Pelo menos um pouco de claridade passava, e isso me transmitia uma sensao de conforto. O que pensa que est fazendo? uma voz grosseira, carregada de raiva disse atrs de mim. Era ele, claro. Eu me voltei para ele e o encontrei em meio a uma penumbra proporcionada por uma esttua retorcida. Nada consegui dizer, estava estupefata com sua beleza. A pouca luz que entrava permitia-me olhar melhor para ele, e no havia nada mais belo que eu j tivesse olhado. Ele possua traos perfeitos, como se tivesse sido esculpido por mos divinas. Seus olhos brilhavam na escurido, sua pele parecia mrmore de to clara e perfeita, seus lbios e seus cabelos pareciam convidar-me para toc-los. Seu cheiro me atingiu pela primeira vez em cheio, era doce e sensual, e suas vestes eram totalmente

negras, como na outra noite, e isso destacava ainda mais a sua pele perfeita. Mas o meu deslumbramento e encanto foram quebrados quando vi a raiva em seus olhos rodeados por profundas olheiras. E ento? No te disseram para nunca chegar perto das cortinas? ele disse rspido. Sim, m-mas s um pouco de sol. disse tentando soar firme e logo depois tremi tamanha a fria que me olhava. No me importa o que acha, senhorita mal educada. Voc deveria ter obedecido! FECHE ESSAS CORTINAS! ele bradou e tive a impresso de que ele havia dado um leve rugido. Assustada, eu me virei para as cortinas e as fechei desajeitadamente. Quando voltei a me virar, ele se encontrava a centmetros de mim e me olhava com fria, seus olhos estavam curiosamente avermelhados e isso me fez tremer de medo. Quando algo lhe dito para fazer ou no fazer esperado que obedea. Estamos entendidos? eu assenti rapidamente respirando rpido por causa do susto. timo, espero que isso no se repita ou teremos problemas. No quer parar em um calabouo, quer? ele disse me olhando zombeteiro e aquilo me irritou, mas tentei no transparecer e no piorar a situao. No. eu disse simplesmente. claro que no. ele disse com um sorriso sarcstico. Meu sangue ferveu. Odiava quando as pessoas eram indelicadas comigo e aquele senhor era demasiadamente indelicado. Ah, como eu o repudio! Ele no poderia ser educado como suas irms e cunhado? Ele podia ser belo, mas suas indelicadezas o deixavam feio. Tudo bem, talvez eu tenha mentido nesta ultima frase, pois ele era maravilhosamente belo e nada poderia deixa-lo feio, mas seus modos o deixavam desprezvel o suficiente para no se querer qualquer convivncia social. Venha. O almoo estar sendo servido em minutos. ele disse e seguiu em direo escada. Eu fui logo atrs o seguindo, e logo ousei dialogar para saciar a minha curiosidade daquele homem to...irritante. O senhor no gosta da luz do sol? No gosta da claridade? Por isso coloca essas cortinas? J lhe disse para me chamar de Edward. ele disse sem parar de andar ou ao menos olhar para mim. Oh, sim, perdoe-me. eu disse e ele continuou em silncio. E ento? O qu? ele disse rspido.

No vai responder? A nica coisa de que precisa saber que deve permanecer longe das cortinas. ele disse e vi sua expresso ficar mais sria. No conseguiria mais nada pelo visto. Tudo bem. Eu posso andar l fora quando quiser? Posso passear pelo pomar e colher frutas? J disse que pode ir aonde quiser. Menos ... Ala oeste. eu completei revirando os olhos. J havia ouvido aquilo vrias vezes no dia. Eu sei. Mas por qu? L seus aposentos? No te interessa. claro que me interessa. Se precisar falar com o senhor, como irei encontr-lo? eu disse tentando ressaltar o bvio. Nunca se sabia, talvez um dia precisasse daquele rapaz to bruto e era bom saber onde encontra-lo. Procure minhas irms e elas me chamaro. E j lhe disse para no me chamar de senhor. ele disse visivelmente irritado. A decorao de seu castelo peculiar, para no dizer grotesca. O macabro o atrai? Retrata bem o meu estado de esprito. ele disse com um sorriso zombeteiro nos lbios. por isso que escolheu essa decorao? Acho que meio bvio, j que lhe disse que retrata o meu estado de esprito. ele disse rispidamente. Eu fiquei irritada. Custava ele ser um pouquinho mais educado? Edward, porque s to bruto? eu disse e logo depois me arrependi por estar de certa forma lhe chamando a ateno. Meus modos a incomoda? ele me olhou divertido e eu abaixei meu olhar corando envergonhada. Oh, bem, acho que incomoda todo mundo. Ningum gosta de ser tratado com indelicadezas. No gostaria de ser mais cavalheiro? eu disse e o olhei ainda corada por estar passando um pouco dos limites. No, eu no gostaria. Tenho minhas razes para ser assim, e garanto que a senhorita no meu lugar seria do mesmo modo. ele disse e pude ver um pouco de tristeza em seu olhar que logo ele tratou de mascarar. E quais razes so essas? indaguei no conseguindo segurar a minha lngua.

E de repente eu me vi sendo prensada contra a parede. Edward mantinha seu rosto no vo de meu pescoo e eu podia senti-lo inspirar o meu cheiro. Um rugido pde ser ouvido e percebi que esse rugido veio de Edward. Tremi de medo diante de algo to estranho e inusitado. Senti seus lbios tocar meu pescoo me fazendo ter arrepios. Logo em seguida seus lbios estavam em minha orelha dando leve mordidas. A senhorita muito curiosa. melhor tomar cuidado Bella, no queremos que algo de ruim lhe acontea por conta dessa curiosidade. ele disse de modo divertido e sua respirao me causava arrepios involuntrios. De repente seu rosto estava diante do meu e seus olhos brilhavam demonstrando sua raiva. Ele segurou forte meu rosto entre suas mos e senti lgrimas se formarem. Eu estava apavorada, com medo de sofrer alguma agresso. Para seu prprio bem, no se intrometa aonde no chamada. Entendidos? ele disse entre dentes e me olhou com clera no olhar. S-sim. Por favor, m-me solte. Est me ma-machucando. eu disse tremendo de medo. De repente Edward pareceu relaxar, me soltou suavemente e me olhou com um pouco de culpa no olhar. Sua expresso parecia torturada e, como se fosse possvel, ele parecia ainda mais belo. Vamos. J devem estar servindo o almoo. falou j andando pelo corredor sem olhar para trs. Eu o segui de cabea baixa e durante todo trajeto permanecemos em silncio. Em pouco tempo em eu estava no salo de jantar, sentada em uma confortvel poltrona acolchoada e com uma mesa farta minha frente. Rose, Alice e Jasper j estavam sentados mesa e sorriram ao me verem entrar. Eu os cumprimentei educadamente e logo depois permaneci em silncio analisando o salo. O salo era grande, com piso de mrmore preto e um longo tapete vermelho abaixo da mesa de jantar de madeira. Havia lugar para doze pessoas na mesa e em uma das paredes havia uma grande lareira que no estava acesa. Um grande candelabro dourado residia acima e as janelas, como todas as outras, estavam tampadas por cortinas. Edward sentou-se em uma das pontas da mesa. Alice estava logo ao seu lado, seguida por Jasper. Do outro lado estava Rosalie e ela parecia olhar impaciente para a porta. Eu havia sido colocada na outra ponta, o que dificultava um pouco a conversa. Esse salo o salo de jantar familiar. aqui que realizamos nossas refeies em famlia. H um outro salo maior, com mais mesas, em caso de recebermos vrios convidados. Alice deu um suspiro de pesar. Sabe, costumvamos fazer grandes bailes nesse castelo. mesmo? eu a olhei curiosa. Sim, eram os mais grandiosos de toda a regio da Inglaterra e era eu quem os preparava. ela disse sorrindo orgulhosa.

Perdoe-me Alice, mas eu nunca ouvi falar destes bailes, muito menos deste castelo. Ah, querida, mas isso de se esperar. Faz tanto tempo e voc nem era nascida tambm. Alice disse soltando uma risadinha. Alice! Edward a repreendeu e ela se calou logo em seguida, ficando com seu semblante triste e srio. O que voc quis dizer com eu nem era nascida? eu a olhei confusa e Edward bufou. Nada de mais, Bella querida, s uma expresso. ela disse sorrindo nervosamente. Que expresso estranha, eu nunca havia ouvido. Ser que at nisso eles eram diferentes? H quanto tempo moram aqui? H anos, nem me lembro quantos. Alice disse parecendo um pouco saudosa. Eu nunca havia ouvido falar deste castelo pelas redondezas. Isso porque no samos muito daqui. No interagimos com o mundo l fora. Rosalie disse com um olhar frio e distante. Desculpem o atraso. Acabei de chegar da cidade. um homem bastante alto, forte, de cabelos pretos, olhos ocre e plido disse abrindo a porta. Ele no deveria ter mais do que 27 anos e parecia estar muito cansado. Bella, esse meu marido, Emmett. Rosalie disse nos apresentando. Finalmente nos conhecemos. ele disse se curvando um pouco para me saudar. No querendo ser indelicada, mas voc veio da cidade? Sim, fui buscar algumas coisas que faltavam no castelo. ele disse depositante um beijo carinhoso da testa de Rosalie e se sentando ao seu lado logo em seguida. Foi voc quem levou meu pai? eu disse com os olhos cheios de gua da lembrana. Sim, eu o levei senhorita. ele disse me olhando com cautela. Por favor, me chame de Bella. E como ele est? Est ferido? Est doente? O deixou em casa? Eu o deixei em sua casa sim. Estava febril e tossia muito. Uma senhora passava na hora e o viu, disse que era uma amiga e ficou para cuidar dele. Ele est bem Bella, garanto. ele disse e eu soltei um suspiro aliviada. Provavelmente era a senhora Leah. eu murmurei. Chega de conversa. Edward disse bruto. Podem comear.

No vamos esperar Esme? Alice o olhou preocupada. No. Ela resolveu passar o dia pintando. ele disse um pouco aborrecido. Ela ainda est... Rose tentou dizer mas foi cortada por Edward. Sim, est. ele disse por fim e Rosalie assentiu. Logo depois comeamos a comer. Algumas empregadas entraram servindo vinho em nossas taas de cristais. Enquanto eu comia ficava imaginando quem seria Esme. Outra irm, talvez? Aonde estaria os pais deles? Sem querer eu olhei para onde Edward estava sentado e reparei que no havia nada em seu prato ou copo. Seu olhar era distante, pensativo. Gostaria de saber o que se passava na cabea daquele jovem mal educado. De repente notei que ele me encarava e eu baixei o meu olhar para meu prato, corando por ter sido pega no flagra. Ouvi uma cadeira se arrastando e logo depois passos duros indo at a porta. No vai ficar hoje? Alice perguntou mas ele j havia se retirado. Ela soltou um suspiro e voltou a comer seu faiso. ... Aps o almoo, Alice resolveu visitar Esme e saiu to apressada que no pude perguntar quem era essa mulher. Jasper disse que iria dar uma olhada nos cavalos, enquanto Rosalie e Emmett subiram para seus aposentos. E eu? Bem, eu estava perambulando pelo castelo, afinal no tinha nada o que eu pudesse fazer no momento. Tentei conversar com alguns empregados, mas eles no eram de muita conversa. Sempre me olhavam com aquele brilho de esperana e logo depois saiam correndo. Eu estava entediada. J havia ido l fora duas vezes para provar um pouco das amoras, que eram incrivelmente doces e suculentas, e j havia dado vrias voltas no castelo. Sinto falta de um bom livro, isso me distrairia ao longo do dia. Eu adoro ler, um dos meus passatempos prediletos, mas nem sempre tinha dinheiro para comprar algum livro ou conseguia algum emprestado, j que a maioria das pessoas que eu conhecia no eram fs da literatura. Acabava lendo o mesmo livro repetidas vezes s para ter a sensao de estar lendo algo. Pensei em pedir para Alice ou Rose algum livro emprestado mas no as encontrei. Pensei em passar um tempo no salo de msica ou pintura, mas eu no tocava ou pintava. Voltei aos meus aposentos e olhei pela janela. J estava anoitecendo e eu ainda no havia feito nada de interessante. Depois de dar tantas voltas pelo castelo ele acabou se tornando sem graa para mim, no mais uma novidade. Foi ento que me lembrei que havia uma parte do castelo que eu no havia visitado: a ala oeste. O que ser que havia l? Era demasiadamente grande para ser somente os aposentos de Edward. Demasiadamente grande para ser pega no flagra, eu pontuei. Ento me decidi, iria inspecionar a ala oeste. Quem sabe no achava algo interessante? Talvez houvesse uma biblioteca por l. Um castelo grande como esse deveria ter uma biblioteca.

Deixei meus aposentos e fui em direo ala oeste. A cada passo que eu dava eu olhava para os lados tentando ver se no havia algum e tentando fazer o mnimo de barulho. Em poucos minutos eu estava ao p da escada que dava para a ala oeste. Inspirei fundo e comecei a subir. O lugar era como o restante do castelo, muito bem limpo e macabro. Havia vrias portas ali e resolvi abrir uma porta grande de madeira com detalhes prateados. Abri cuidadosamente e olhei para dentro, constatei que no havia ningum e entrei. O lugar estava empoeirado. Haviam vrios quadros ali, alguns eram de Alice e Jasper, outros de Emmett e Rosalie. Alguns eram de uma mulher de cabelos acobreados e longos, outros de uma jovem de cabelos ondulados e castanhos. Havia tambm uma pintura de um homem loiro com fortes olhos azuis. Percebi que nos retratos de Alice, Jasper, Emmett e Rosalie havia algo de diferente. Demorei para perceber que eram seus olhos. Os seus olhos nos retratos no eram ocre. Alice tinha olhos verdes, Jasper e Rosalie azuis e Emmett castanho. Mas porque mudar a cor em um retrato? Antes que eu pudesse inspecionar melhor os quadros, eu vi que tinha outro mais ao fundo e ele estava todo rasgado. Me aproximei tentando juntar os pedaos para ver a imagem, mas ouvi um barulho ao longe. Parei sobressaltada, algum poderia estar se aproximando. Ouvi o barulho novamente e percebi que era um gemido. Um gemido sofrido de dor e era de algum que estava ali dentro. Ser que algum estava machucado, precisando de ajuda? Comecei a seguir o barulho e me deparei com um corredor longo que levou a um quarto. Estranho, porque haveria um quarto aqui? O quarto estava todo bagunado, com mveis quebrados e algumas teias de aranha. Estava muito escuro, a nica iluminao vinha da luz da lua que entrava por um sacada. Ouvi o gemido novamente e percebi que ele vinha minha esquerda. Olhei na direo e vi que haviam duas silhuetas em meio a escurido. Forando um pouco as vistas eu vi Edward segurando fortemente uma das empregadas em seus braos enquanto sugava seu pescoo. Um filete de sangue escapou por onde ele sugava e eu soltei um gritinho assustada. O que ele fazia com a moa? Edward na mesma hora me olhou com olhos vermelhos em brasa e soltou a jovem que foi ao cho desmaiada. Percebi que a jovem era Carmem. Seus olhos me deixaram apavorada e sem ver dei dois passos para trs esbarrando em um mvel. Edward me olhava com dio, uma clera que eu nunca vira antes. Por qu? ele disse rspido. Por que veio aqui? Eu...m-me desculpe... tentei dizer temendo que ele fizesse comigo o mesmo que fez a Carmem. EU AVISEI PARA NUNCA VIR AQUI! ele bradou vindo em minha direo. No quis causar mal. eu disse tentando me afastar dele. FAZ IDEIA DO QUE PODERIA TER ACONTECIDO? ele disse derrubando alguns mveis e lanando uma cadeira quebrada na parede. Por favor, pare! eu disse em meio s lgrimas de pavor.

SAIA! quando ele disse isso eu consegui desviar dele e fui em direo ao corredor correndo. V EM BORA! escutei ele gritando a plenos pulmes. Eu chorava e soluava enquanto corria apavorada em direo sada do castelo. Enquanto eu abria a porta para finalmente me ver livre desse pesadelo, eu ouvi a voz de Jasper. Aonde voc vai? ele disse parecendo visivelmente preocupado e percebi que ao seu lado estava Rosalie e Emmett. Sei que prometi, mas no posso ficar aqui nem mais um minuto. disse por fim saindo e fechando a porta. NO, ESPERE, ESPERE! escutei Emmett gritar, mas eu no parei. Continuei correndo, ainda chorando pela cena que presenciara minutos atrs. O que ser que foi aquilo? Por que ele sugava o sangue daquela pobre jovem? E seus olhos, aquilo no era normal. Ele pretendia fazer o mesmo comigo? Meu pai tinha razo, ele no era humano. Estava to absorta em minhas perguntas que no reparei que j estava correndo pela floresta e que estava encharcada pela chuva que havia comeado. Ouvi barulhos dentre as rvores e logo a minha frente surgiu um grande lobo negro de olhos amarelos. Eu estaquei paralisada. Ao seu lado surgiu mais trs lobos que rosnavam e mostravam os dentes para mim. Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, eu vi um dos lobos saltar em minha direo. Fechei os olhos, esperando pelo pior. Notas finais do captulo E ai gostaram? Reviews? :)

(Cap. 6) SalvaNotas do captulo Oi meninas :D Demorei pq no parei em casa u.u inclusive fiz esse cap de madrugada, se no no ia dar pra postar. Amei todos os reviews e espero que as leitoras fantasmas e sumidas apaream. Beijos, apreciem o cap. Vou responder o review mais tarde pq agora to saindo u.u A dor no veio. Nem a sensao de algo se chocando contra mim. Escutei ganidos e rosnados furiosos. Ousei abrir meus olhos. Soltei um grito com a imagem que estava a minha frente. Edward segurava um lobo pela jugular e quebrava o seu pescoo, sua volta havia entranhas e carcaas de dois lobos. Ele jogou o corpo do terceiro lobo no cho e, o quarto e ultimo lobo, fugiu uivando. Ao longe eu ouvi outros uivos.

Bella. Edward disse entre um gemido de dor. Ele estava ensanguentado. Ele tinha uma ferida profunda em seu peito e brao e eu podia jurar ver um osso ali. Meu estmago revirou, senti que iria vomitar. Meu queixo no parava de bater de frio e terror. Sentia que meu corpo iria entrar em colapso a qualquer instante. Senti que iria desmaiar, mas quem caiu foi Edward. Fui em sua direo temendo o pior. Deus! No o deixe morrer! Toquei seu rosto com as mos trmulas e vi que ele ainda estava consciente. Temos que sair daqui. Viro mais atrs de voc. No sei se aguento...Ah! ele falou soltando outro gemido de dor. Um uivo veio da floresta densa e escura. Eu quase no enxergava. Barulhos se aproximando entre as rvores. Eram os lobos, tinha certeza. Puxei Edward pelo seu brao bom e o ajudei a se levantar. Apoiei seu corpo no meu e cambaleei um pouco com o seu peso. Por sorte suas pernas estavam bem, seno no conseguiria nos tirar dali, mas o seu caminhar s vezes vacilava e eu via que ele estava tonto. O sangue escorria vido de seus ferimentos e com certeza era o causador de sua tontura e fraqueza. Com dificuldade, e o mais depressa que eu pude, eu nos tirei dali. Sentia que uma energia me movia e eu acredito que essa energia seria o desespero. No sei quanto tempo levou, pareceu uma eternidade, mas eu me encontrava agora batendo na porta do castelo com o pouco de foras que ainda me restava. Edward soltava alguns gemidos de dor, ele estava mais tonto e quase caia. Seu ferimento teria que ser estancado com urgncia ou ele morreria. Esse pensamento fez meu corao doer. Eu tinha que salv-lo. Era o mnimo que eu podia fazer depois de ter sido salva por ele, ele se arriscou por mim. Por qu? Eu no fazia ideia e no me importava agora, tudo o que eu queria era sair dessa chuva, desse frio e salvar Edward. Meu Deus! disse uma Rosalie chocada Emmett, Jasper, Alice, venham at aqui! ela gritou enquanto me ajudava a carregar Edward para dentro. Edward! Oh, meu Deus, est ferido! Alice disse e nos levou para um salo ali perto onde uma lareira residia acesa. Rosalie me ajudou a colocar Edward em uma poltrona acolchoada vermelha que estava em frente lareira. Ele gemeu um pouco e se acomodou. Ainda estava consciente, o que era bom. Temos que estancar o ferimento. eu disse para Alice que assentiu. Vou buscar gua morna para limpar o ferimento e bandagens. ela disse se retirando. Traga medicamentos, ele precisar de algo para a dor. No precisa Bella. Apenas um curativo ser o suficiente. Alice disse e deu um leve sorriso de alvio. Apenas um curativo? Ele estava com ferimentos profundos e pude jurar ver um osso exposto. Como ela podia achar que tudo estava bem? Ele precisava de remdios para a

dor, que deveria estar insuportvel, e algo para evitar uma infeco. Sem falar de pontos. Mas Alice, ele vai precisar. Deveriam chamar um mdico, ser necessrio dar pontos e... Bella, querida, no se preocupe. Tudo vai ficar bem. Rosalie disse e olhou para Alice que logo depois se retirou Como est se sentindo? O que voc acha? Edward disse rspido e eu o olhei surpresa. Ele estava mais lcido, tinha uma carranca no rosto e seus ferimentos quase no sangravam mais. Ele estava mais plido do que o normal, mas ainda sim estava muito bem para algum que quase havia sido mutilado. Eu comecei a ficar assustada com isso, mas meu medo veio de vez quando eu lembrei de que ele (definitivamente) no era humano. Bella querida, est encharcada e tremendo! Pedirei para Carmem lhe preparar um banho quente. V para o seu quarto, ela logo estar l. Rosalie disse parecendo um pouco preocupada. Carmem? Ela estava bem? No estava morta? Rosalie sabia o que havia acontecido com ela? Eu tinha tantas dvidas. No se preocupe Rosalie, estou bem. No, querida, no est. Adoecer assim. O que aconteceu? Jasper disse se aproximando com Emmett. Encontramos Alice no corredor e ela nos disse que Edward se feriu. Ele est bem? Bella! Est tremendo! No se preocupe Jasper, estou bem. disse chegando mais perto da lareira para me aquecer. Fomos atacados por lobos. Edward me salvou, mas acabou saindo ferido. eu disse olhando para a face molhada de Edward que ainda estava em uma carranca. Deus! Seus cabelos estavam ainda mais bagunados! E o tom escuro de seus cabelos molhados se contrastava muito mais com sua pele. Ele agora pressionava o seu brao ruim com o seu brao bom e sua ferida em seu peito j no sangrava mais. Estranho. Aqueles malditos lobos. Emmett disse com um pouco de raiva. Eles no so entusiasmantes, mas veja, tudo tem seu lado positivo. Jasper disse olhando rapidamente para mim e senti que algo me escapava naquela conversa. Sim, realmente. Emmett disse com um sorriso zombeteiro. Aqui est. Alice disse entrando com uma bacia e alguns panos em seu brao. Eu tomei a bacia de seus braos e ela me olhou curiosa. Eu sentia que deveria fazer aquilo, era o mnimo depois de ter sido salva por aquele homem estranho e rude.

Vencendo meu medo, e colocando minhas indagaes momentaneamente de lado, eu me aproximei da poltrona de Edward e me agachei prxima a ele colocando a bacia no cho. Alice me entregou um pano branco e eu vi um brilho estranho em seus olhos. Ela sorria, e pela primeira vez no era um sorriso triste. Molhei o pano na gua morna e senti minhas mos frias agradecerem por isso. Agora, deixe me ver. eu disse me aproximando com o pano mido do brao de Edward. Senti que todos nos observavam ansiosos. Edward desviou o brao fazendo uma carranca e eu tentei novamente alcanar o seu brao. Outra vez, Edward desviou. Ele podia ser menos teimoso, no via que isso era para seu bem? A ferida precisava ser limpa a fim de evitar uma infeco. Como faramos os curativos? Ainda suspeitava de que ele precisaria de pontos. Fique quieto. eu disse por fim nervosa por sua infantilidade. Avancei um pouco mais bruta dessa vez e consegui atingir o local do fer