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A DOUTRINA BÍBLICA DO USO DO VÉU 2

A doutrina bíblica do uso do véu

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Disponibilizo GRATUITAMENTE meu livro digital "A Doutrina Bíblica do Uso do Véu" a todos os irmãos que desejarem baixá-lo. Como disse-me certo teólogo, trata-se de uma "obra-prima" para a área apologética da fé genuinamente cristã.

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Romário Neves Cardoso 1ª EDIÇÃO

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Registro na Biblioteca Nacional

MINAS GERAIS EDIÇÃO DO AUTOR 2012

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DEDICATÓRIA Dedico este opúsculo à Igreja de Deus que está no Brasil, sendo estendível também a todo o povo de Deus no exterior; isto é, em todos os lugares onde se invoca o nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Senhor deles e nosso. Para pôr fim em toda controvérsia no que tange ao ensino ou doutrina da igreja, deve esta ser remetida ao tribunal das Sagradas Escrituras, somente Ela possui autoridade normativa de fé e prática. Através D’Ela o ser humano obterá luz para caminhar neste mundo de trevas desviando-se das teologias deturpadas, argumentos estereotipados, modismos e falsas revelações.

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A Doutrina e ensinamentos da Primeira Epístola do Apóstolo Paulo aos Coríntios é universal: “Paulo era apóstolo pela vontade de Deus, e nesse facto residia a sua autoridade, embora o mesmo se desse quanto aos outros apóstolos. Fora o mesmo chamamento, que fez dos de Corinto Cristãos, que fizera dele um apóstolo. Ao dirigir-se à igreja de Corinto, junta a expressão característica de <<santificados em Cristo Jesus>>, palavras cuja aplicação é evidente, quando consideramos o conteúdo da epístola. Em seguida é posta em relevo a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinamentos da epístola, e a autoridade desta sobre todos os Cristãos, onde quer que eles se encontrem.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 218, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987). “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo o lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. (1Cor 1.2 –ACF). “Invocar é clamar, é pedir, e Paulo declarou que, em todo o mundo, as pessoas invocavam o nome de Jesus.” (Instituto Cristão de Pesquisas – ICP - Bíblia Apologética de Estudo – Edição Ampliada - ACF, pág. 1145, SBTB, São Paulo – Brasil). “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2Timóteo 3.16,17).

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Α Β Γ ∆ Ε Ζ Η Θ Ι Κ Λ Μ Ν Ξ Ο Π Ρ Σ Τ Υ Φ Χ Ψ Ω

................................................ PG. PREFÁCIO .................................................................................................................. 07 PREFÁCIO DO AUTOR ............................................................................................ 10 A GRÉCIA ERA ASIÁTICA OU EUROPÉIA?....................................................... 11 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 12 DEVEMOS RETER “TRADIÇÕES / PRECEITOS” APOSTÓLICOS ............. 15 A METÁFORA DO VOCÁBULO CABEÇA ........................................................... 16 A DOUTRINA E OS COSTUMES ............................................................................ 22 ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA ........................................................... 24 O MOTIVO, A CAUSA DO USO DO VÉU .............................................................. 26 DOIS VÉUS, QUAL DELES O CABELO FOI DADO EM LUGAR?................... 29 RESPONDENDO A ALGUM CANDIDATO A CONTENCIOSO ........................ 33 I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM HEBRAICO ................................................................. 40 I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM GREGO KOINÊ .......................................................... 41 I CORÍNTIOS 11.1, 16 EM PORTUGUÊS .............................................................. 42 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 43 SOBRE O AUTOR ...................................................................................................... 44 GLOSSÁRIO ............................................................................................................... 45 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 46

א ב ג ד ה ו ז ח ט י כ ל מ נ ס ע פ צ ק ר ש ת

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PREFÁCIO ‘Por que as irmãs usam véu?’ Quem é membro de alguma congregação cristã que adota esta prática, no Brasil ou mesmo no exterior, certamente já fez ou teve que responder a esta pergunta, pois é freqüente aquele que nos visita ou até mesmo o novo convertido inquirir a este respeito. É comum ao ouvirem a indagação ouvirem a resposta: ‘Porque é mandamento da Palavra de Deus’. Na maioria das vezes não contestam e se contentam com a resposta. Acontece que há casos que esta colocação sofre forte objeção; e quanto mais são os questionamentos, menos são os argumentos da irmandade – Diante da pergunta que não se cala, está a resposta que pouco fala – Ao percebermos que nossa resposta não foi satisfatória, damos conta do seu superficialismo e simplismo; descobrimos que não convém ter frases prontas, senão a surpresa nos apronta; reconhecem que é preciso saber mais para responder melhor, como aconselha a Bíblia: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.6). A resposta que “convém responder a cada um” não exibe apenas a capa, mas ilustra a ideia; não mostra só o título, mas expõe conteúdo, pois não devemos dar como resposta um texto e desconhecer o contexto. Deixemos de superficialidade, uma resposta à altura tem profundidade. Para temperar nossas palavras, este estudo nos fornece o ‘sal’, ao expor clara, objetiva e apologeticamente... “A Doutrina Bíblica do Uso do Véu”. Este edificante estudo é uma benção para toda a irmandade, ao concluí-lo saberá dar, à pergunta inicial, a ‘resposta que convém’. Ricardo Alexandre Pereira da Cruz Jaboticabal - SP

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Para mim, foi um enorme prazer prefaciar esta obra prima escrita pelo Romário. Ao ter contato com o conteúdo neste livro, foi como fazer uma viagem aos tempos primitivos onde as igrejas levavam a sério as palavras do Apóstolo Paulo: “Tem cuidado de ti e da doutrina” (1Timóteo 4.16). Tive a oportunidade de acompanhar através de alguns vídeos a forma apologética como Romário atua tenazmente e com muito zelo, quando o assunto é a sã doutrina contida nos Cânones Bíblicos. Defensor incansável das verdades expressas nas Sagradas Escrituras, o autor não poupou esforços em pesquisas e na exegese parafraseada para melhor aproveitamento do leitor desta obra. Após ler este livro, posso afirmar que seu conteúdo é verdadeiro e fidedigno, e, além de esclarecer a alguns, também irá abençoar a muitos que não dominam com honestidade as palavras contidas na Bíblia Sagrada. Evangelista Daniel Alves Pena Diretor executivo da revista Fundamento Cristão, Teólogo, Escritor e ex-coordenador do pólo de Ciência e tecnologia para sistemas moveis da Prefeitura de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.

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O uso do véu por parte das mulheres cristãs em ocasiões previstas na primeira epístola paulina aos coríntios, não possui primazia na mesma semelhança de outros preceitos1 prescritos na Palavra de Deus para observância da igreja de Cristo. Os preceitos primários dizem respeito à salvação ao passo que os secundários regulam a conduta dos fieis na adoração, assim como nos procedimentos do convívio externo frente ao mundo corrompido. Mas, isso não implica que os preceitos secundários são facultativos ou ainda desprovidos de qualquer valor espiritual em sua prática. O centro da Palavra de Deus, como sabemos, não é o uso do véu em si, mas Cristo que verteu Seu sangue no duro madeiro da cruz em favor das nossas almas para imputar justiça na vida de todo aquele que nEle crer (Romanos 3.21,22). No entanto, não podemos, ao bel prazer, relegar essa conduta à margem das nossas interpretações particulares sobre o que devemos ou não devemos ter como regra de fé e prática no tocante aos ensinos da Palavra de Deus para seus fiéis. Indubitavelmente, a salvação é exclusivamente pela graça de Deus, mediante a fé na obra expiatória que Cristo realizou no duro madeiro da cruz e em sua consequente ressurreição para justificação de todo aquele que nEle crer. Posto isto, devemos ter em mente que somos justificados pela fé para praticar a perfeita lei de Cristo. Muitos grupos dentro da cristandade, infelizmente, não satisfeitos em jogar para escanteio preceitos Bíblicos de caráter litúrgico, estão de igual modo, abrindo mão de outros ensinos escriturísticos, tais como, a prática do batismo em águas, Santa Ceia, a abstenção da carne sufocada, do sangue e da fornicação. A partir disso, começam a se fundamentar em um evangelho anarquista tendo como principal premissa a não observância dos mandamentos do Senhor Jesus, preceitos ensinados pelos apóstolos mediante o Espírito Santo, mesmo sabendo que nas Escrituras foram reservados momentos em que todos os temas supracitados - dentre tantos outros - foram devidamente tratados de maneira prescritiva para a igreja, sendo que, para todos os cristãos, de todos os lugares e épocas, enxergar tais ordenanças como mandamentos do Senhor denotaria, no mínimo, caráter obediente de quem o faz. Quem determina ensino Bíblico ao povo, a autoridade denominacional ou a Escritura? (2 Timóteo 3.16,17). Ao ter contato com o presente trabalho do irmão Romário, sobre tal preceito, notamos a diligência presente em seus escritos ao colocar nos devidos trilhos a importância de se obedecer a este ensino contido nas Escrituras: - O uso do véu pelas mulheres e o desuso pelos homens durante reuniões cristãs. Não somente este ensino, como também tantos outros já dantes revelados por Cristo à igreja mediante Sua santa e Infalível Palavra e que, apesar de não terem sido tratados de forma direta nesta obra, nos abre a mente para o conhecimento de que toda e qualquer doutrina puramente Bíblica, deve ter o seu devido valor no seio da igreja. Hélio Marques

1 Preceito, em hebraico “paqud”, tal vocábulo é sinônimo de mandamento, estatuto, ordenança, lei.

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PREFÁCIO DO AUTOR Paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. De início, peço perdão ao prezado (a) leitor (a) pela falta de acentuação nos caracteres gregos contidos na presente obra. “Sabemos que os manuscritos do Novo Testamento (papiros e lecionários) foram produzidos sem acentuação.” (H. Dobson, John. Aprenda o Grego do Novo Testamento. Pág. 10. 1ª Edição, 1994. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Para aqueles irmãos que procuram dar respostas satisfatórias às várias perguntas e/ou questionamentos levantados sobre o tema abordado, este opúsculo fornece argumentos sólidos; motivo primordial que me levou a preparar tal artigo para auxiliar os nossos irmãos. Pensei em elaborar no término deste trabalho, junto à mesma, um pequeno questionário contendo perguntas e respostas. Todavia, pelo fato de o texto ser claríssimo como cristal e, para um bom entendedor, creio não ser necessário; afinal, a matéria é elaborada versículo por versículo. Embora não possa a mesma estar cobrindo a todas as perguntas levantadas (o que seria impossível), creio que grande parte delas são respondidas aqui à luz da Palavra de Deus; não obstante, embora tenhamos unicamente a Bíblia como única regra de fé e prática, incluí ao presente trabalho citações de eruditos, obras acadêmicas. Para os versículos (em português) contidos no presente artigo, foi utilizada a Bíblia Almeida Corrigida e Fiel (ACF) da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (SBTB). Tal Bíblia segue fielmente o Textus Receptus, texto grego utilizado por João Ferreira de Almeida em sua versão de 1681 para a língua portuguesa. Destarte, como dito anteriormente, o leitor poderá contemplar por si mesmo no decorrer das primeiras páginas que o presente comentário é elaborado “versículo por versículo” (contextualmente), o que facilitará a compreensão. Que fique esclarecido ao querido leitor: - Não escrevi em nome de alguma denominação, o presente artigo é de minha inteira responsabilidade e trata-se de uma pequena demonstração Bíblica em apologia da nossa fé. Em momento algum abordo o uso do véu na igreja como mandamento pertinente à Soteriologia, mas a um mandamento litúrgico (cúltico), de ordem e “dever” (1Cor 11.10)! Permito que se faça cópia deste opúsculo apenas na forma digital (indicando a autoria) e seja divulgado GRATUITAMENTE, aprecio o desinteresse de Paulo: [...] “pois não busco o que é vosso, mas sim a vós.” (2Cor 12.14). Que esta matéria possa ser uma bênção, servir de apoio a nossos irmãos e para engrandecimento do nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou extremamente grato a Deus por me ter compelido a escrever sobre o tema supracitado, pela força a mim concedida e por ter preparado o coração da minha esposa dando-me ânimo em prosseguir até o fim. Mas o que é espiritual discerne - אבל האדם הרוחני ידין את־הכל ואותו לא־ידין אש“bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (1Cor 2.15). Romário Neves Cardoso Brasil - Minas Gerais - 08/02/2011.

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A GRÉCIA ERA ASIÁTICA OU EUROPÉIA? Segundo Giordani, a Grécia antiga em sua expansão continental pode ser dividida em “Grécia Setentrional, Grécia Central e Peloponeso.” Como este opúsculo toma por base a carta paulina destinada primeiramente à igreja em Corinto sendo estendível também aos cristãos em todos os lugares (1Cor 1.1,2), dedico-me em provar citando documentos que o uso do véu se estendia a todas as igrejas cristãs. No período apostólico a cidade de Corinto era a capital da Acáia, cidade comercial muito importante localizada na extremidade ocidental, no istmo, na Grécia européia. Certo apologista, na tentativa de transmitir a ideia de que o mandamento do uso do véu era algo pertinente a Ásia, chegou a afirmar que a Grécia era Oriental, procurando amparo para suas ideias citando “GRÉCIA – BERÇO DO OCIDENTE”, edições DelPrado; o mesmo apontou a página 18, onde diz: “De quando em quando na história, a Grécia parece ter pertencido ao Oriente; na verdade, deveríamos lembrar-nos de que, desde o século VII a. C. até 1920, a costa ocidental da Ásia foi predominantemente grega.” Com base nessa declaração incerta, passou a afirmar erroneamente que a Grécia era oriental no período antigo, nada mais longe da verdade, afinal, o autor ali não afirmou nada, apenas manifestou uma dúvida pessoal e isto é patente... “a Grécia PARECE ter pertencido ao Oriente” (ênfase minha). Nada há de afirmativo aí, o termo PARECE foi colocado pelo autor propositadamente para exprimir dúvida, incerteza. Além de duvidoso, qualquer leitor – possuindo o livro – saberá que o título da devida passagem não aponta a Grécia antiga como pertencente ao Oriente, mas à Europa, o tema é claríssimo pelo título: O LUGAR DA GRÉCIA NA EUROPA. Não pára por aí, a pág. 91 também contradiz o dito apologista; antes de o mesmo fazer tal declaração apoiando-se no livro supra, deveria ter lido também, o PREFÁCIO, página 10, há uma advertência do autor, veja o que diz: “Ocasionalmente, durante a revisão, não levei em linha de conta conselhos sábios, entusiasmando-me, talvez, demais. Peço, portanto, ao leitor que não tome este livro como oráculo perfeitamente respeitável e eficiente.” (Grécia – Berço do Ocidente, Edições DelPrado, pág. 10) Devemos ser cautelosos em manusear corretamente os livros para não passar interpretação incorreta e forçada às pessoas, o fato de os gregos haverem migrado para a costa da Ásia menor formando cidades coloniais, em nada muda a origem européia dos gregos, afinal, os gregos dessas colônias mantinham estreito laços com sua metrópole na Europa, tanto os povos gregos e romanos que habitavam na Ásia como dominadores, em nada podem ser considerados orientais. Absurdo dos absurdos é afirmar que a cidade de Corinto foi asiática, a mesma sempre foi européia, prova-se isso lendo o que encontra registrado na própria história, o que é fato resolvido e indiscutível. Os estudiosos da questão não concordam com o tal apologista, afinal, neste caso, o mesmo está na contramão da geografia antiga, como prova, cito Joseph Rhymer:

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“Enquanto os persas expandiam seu império do oceano Índico às praias do Mediterrâneo, não conseguiam resistir à tentação de estender seu domínio ainda mais em direção a oeste na Europa, invadindo a Macedônia e a península grega. Foi a mais séria ameaça que os Estados gregos receberam antes da expansão de Roma e, durante algum tempo, os gregos esqueceram as inimizades internas para se unirem contra os invasores persas.” (Rhymer, Joseph. Atlas Ilustrado do Mundo Bíblico, pág. 68. Melhoramentos/Círculo do Livro, São Paulo – Brasil). (o sublinhar é meu). Destarte, a Grécia é o berço da civilização européia e ensinou à Europa o que é democracia, um pouco mais sobre História Universal: “A Grécia ensinou à Europa o que é democracia. Já foi dito com justeza, a história das antigas civilizações asiáticas é uma história de dinastias, ao passo que a das antigas civilizações européias é uma história de povos, governando-se por si.” (Lima, Oliveira. História Universal – História da Civilização, Vol. 1, 15ª Edição, Revista, pág. 68. Edições Melhoramentos. São Paulo, Brasil). Gostaria de salientar, que o domínio grego em regiões asiáticas em nada muda a origem européia dos gregos, da mesma forma que o domínio dos romanos na Ásia em nada modificou a origem dos tais. De fato, segundo conta-nos a “História da Grécia – Antiguidade I”, a expansão grega pode ser distinguida com os seguintes grupos de colônias de acordo com a localização geográfica das mesmas: “Colônias Orientais e Setentrionais; Colônias Ocidentais; Colônias Meridionais.” Sobre a língua grega, esta possui origem indo-européia, sendo de origem européia “o grego, o itálico, o céltico, o báltico, o eslavo, o germânico, o albanês. O asiático compreende o índico, o irânico, o armênio, o hitita, o tocariano.” (Giordani). Concentrar-me-ei, nesta apologia, de um modo geral, em defender o ensino conforme estampado em 1Cor 11.1,16, pois me é incumbido, a bem da verdade, desfazer algumas falácias, erísticas propagadas no meio evangélico obscurecendo o ensino doutrinário taxando-o de ordem puramente local, um suposto costume ‘asiático’, o que não é verdade. Os que assim procedem, transferem a autoridade das Escrituras para suas interpretações pessoais, tendenciosas, investindo-as de uma autoridade normativa em vez de deixar a Palavra de Deus exercer esse papel na vida dos cristãos em todos os lugares (1Cor 1.1,2). Assim, o primeiro epistolário de Paulo apóstolo aos Coríntios não contemplava apenas um lugar específico, mas um círculo muito maior de cristãos em todos os lugares, motivo de encontrarmos registros até mesmo na longínqua Roma, cristãos primitivos em obediência ao mandamento do uso do véu, a carta de Paulo aos coríntios circulava entre as igrejas até mesmo no coração do Império Romano. Temos prova no registro da história, nos escritos de Clemente de Roma, um presbítero do século I, este escreveu uma missiva à igreja de Corinto relembrando a mesma sobre o que Paulo lhes havia escrito em 1Coríntios, que a praticassem. Ora, que as mulheres gregas não tinham o costume de cobrir a cabeça, o próprio CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisa) reconhece em estudo, o que vem a denotar que o apóstolo divergia em seus escritos do costume grego. Também, que homens judeus e romanos cobriam a cabeça é assunto resolvido, isso também denota que Paulo não estava de acordo com os costumes judaico e romano, pois ele proíbe que no culto o homem esteja com a cabeça coberta (1Cor 11.7).

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Os escritos paulinos rompem fronteiras, ultrapassam barreiras culturais, regulam comportamentos inadequados onde quer que sejam encontrados, costumes desordenados se alinham no mais excelente e perfeito padrão de vida, tornando homens ímpios em conversos cristãos para ser luz do mundo e sal da terra. Verdadeiramente, a primeira carta do apóstolo Paulo aos coríntios foi escrita da Ásia (Éfeso) para a Europa (Corinto). Alguns apologistas evangélicos advogam que o apóstolo Paulo sempre pregou o respeito aos costumes da época e dos devidos lugares, embora isso seja verdade em alguns aspectos, em outros não o são. Pois, segundo o que ele mesmo escreveu pela autoridade com que foi investido, reprovou certos costumes da época e de lugares, e isso entre os gregos, judeus e romanos, vejamos algo a respeito numa obra erudita: “O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e ordena que os varões crentes orem e profetizem de cabeça descoberta, como sinal da autoridade de que estão investidos.” (H. Gundry, Robert. Panorama do Novo Testamento, pág. 314. 2ª edição, 1998. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Como se pode ver, Paulo se manifestou CONTRARIAMENTE ao costume dos judeus, dos gregos e romanos, a Escritura PROIBIU tais costumes nas igrejas cristãs em suas respectivas culturas, Com efeito: “Quando uma prática aceita fazia parte de uma cultura pagã e a Escritura proibia tal prática, com toda probabilidade será proibida também em nossa cultura, especialmente se o mandamento está alicerçado na natureza moral de Deus.” (A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 175. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida). Também, o apóstolo Paulo pregava nas sinagogas, ali se ajuntavam tanto judeus quanto gentios prosélitos, muitos gentios se converteram nas sinagogas ao ouvirem a pregação de Paulo. Para não tirar um pouco do sabor com adiantamentos, recomendo uma leitura atenciosa, para que o ilustre leitor possa compreender a linha de raciocínio gramatical, histórica e teológica desta obra. Seguindo este conselho, o leitor irá ampliar o devido conhecimento e entendimento desta APOLOGIA CRISTÃ. Os argumentos infundados do CACP e muitos outros formulados por pastores de várias organizações religiosas, são refutados aqui. É com lamentos que certa liderança publicou no órgão oficial de sua igreja que a Bíblia está ficando em ‘segundo plano’ em suas reuniões litúrgicas, que seus membros estão se acostumando a ouvir e disseminar ensinos espúrios sem ao menos confrontá-los com a Palavra de Deus. Neste livro, confronto as falácias de certos pastores, demonstrando que tais argumentos são incompatíveis ao ensino da Palavra de Deus.

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INTRODUÇÃO As igrejas cristãs de todas as épocas e em todos os lugares são concordantes em afirmar que o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é a “cabeça da igreja de Deus”. Esse mesmo ensino pode ser contemplado nas cartas de Paulo às igrejas (Rm 12.5; I Cor 12.13,27; Cl 1.18). Todas as denominações cristãs professam essa fé, entretanto, pergunto: Em que passagem das Escrituras essa mesma doutrina/ensino é explicado dando esclarecimento tão profundo em seu significado? - A resposta a esta pergunta está em I Coríntios 11.1,16. Paulo, o apóstolo dos gentios, por intermédio de Timóteo fez saber aos cristãos de Corinto como também aos de todos os lugares o ensino (no singular) em cada igreja (I Cor 4.17), que Cristo Jesus era (e sempre será) a única cabeça da igreja. O ensino do uso do véu pelas irmãs deve ser não somente aplicado, pois também é do interesse de Deus que seus filhos saibam (I Cor 11.3) a importância do símbolo e seu significado doutrinário existente em I Coríntios 11.1,16, e o que isso representa para Deus, para os anjos e para a igreja de Cristo. Pelo fato de ocupar mais da metade do capítulo onze, tratando somente do assunto, o ato do homem estar com a cabeça descoberta ao passo que a mulher cobre a sua, afinal, na concepção Divina o que isso representa, o que estamos dizendo ou proclamando quando obedecemos e/ou desobedecemos tal mandamento? - É isso mesmo o que veremos logo a seguir. Antes de examinarmos I Coríntios 11.1,16 devemos ser cautelosos, pois que tal epístola também era estendível aos cristãos EM TODOS OS LUGARES: “Eu, Paulo, que fui chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Cristo Jesus, escrevo, junto com o irmão Sóstenes, esta carta à igreja de Deus que está na cidade de Corinto. Escrevo a todos os que, pela sua união com Cristo Jesus, foram chamados para pertencerem ao povo de Deus. Esta carta é também para aqueles que em todos os lugares adoram o nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH – 1Cor 1:1, 2 – SBB).

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Esta verdade está tão clara na introdução da carta, que os respectivos ensinos contidos não deixam espaço para sofismas acerca da UNIVERSALIDADE dos ensinamentos ali descritos, vejamos uma nítida explicação nas palavras do exegeta J. N. Darby: “Paulo era apóstolo pela vontade de Deus, e nesse facto residia a sua autoridade, embora o mesmo se desse quanto aos outros apóstolos. Fora o mesmo chamamento, que fez dos de Corinto Cristãos, que fizera dele um apóstolo. Ao dirigir-se à igreja de Corinto, junta a expressão característica de <<santificados em Cristo Jesus>>, palavras cuja aplicação é evidente, quando consideramos o conteúdo da epístola. Em seguida é posta em relevo a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinamentos da epístola, e a autoridade desta sobre todos os Cristãos, onde quer que eles se encontrem.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 218, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987). E mais: “O versículo 2 ensina-nos que a carta contemplava um círculo maior do que a igreja local: “Todos os que em todo lugar invocam o nome...” (S. E. McNair. A Bíblia Explicada, pág. 416, 8ª Edição 1992, CPAD, Rio de Janeiro – Brasil). Se alguns negam a universalidade da aplicação da doutrina e dos ensinos descritos, isso se dá por ignorância ou incredulidade, para nós esse chapéu não serve. De fato, o estudo da filologia diz o que segue no tocante ao verso 2: (...) “amplia a indicação do destinatário, ou seja, algo como: junto com estes, todos os que invocam o nome do nosso Senhor.” (Haubeck, Wilfrid; Siebenthal, Heinrich Von. Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 999, Edições Targumim/Editora Hagnos, São Paulo – 2009). - I CORÍNTIOS 11. 1, 16 – DEVEMOS RETER “TRADIÇÕES / PRECEITOS” APOSTÓLICOS 11.1 - לכו בעקבותי כאשר גם־אני הלך בעקבות המשיח : 11.2 - ועל־זאת אני משבח אתכם:אחי כי־זכרתם אתי בכל לשמר את־הקבלות כאשר מסרתי לכם

11.1 - µιµηται µου γινεσθε, καθως καγω χριστου. 11.2 − Επαινω δε υµασ, αδελφοι.οτι παντα µου µεµνησθε, και κατως παρεδωκα υµιν τας παραδοσεις κατεχετε. 11. 1 – Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. 11. 2 – E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei. Nos versos 1 e 2, é apresentado a necessidade de imitarmos o apóstolo em seu zelo de seguir o Cristo, devemos imitá-lo nesse zelo em seguir o Senhor Jesus, nosso modelo santo e perfeito.

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Exortando ainda, deu-lhes o dever de reter, preservar (Gr. κατεχω), segurar firme não abrindo mão dos preceitos ou tradições* (gr. παραδοσις = tradição), que é o mesmo que receber e transmitir à geração seguinte. Os mesmos ensinamentos recebidos devem ser transmitidos do mesmo modo como foi entregue pelo ancião/embaixador/πρεσβευω (Ef. 6.20) do Senhor Jesus. O vocábulo grego παραδοσις* é derivado de παραδιδωµι (dar, entregar, transmitir), a Bíblia Sacra Vulgata diz “tradidi”, tal palavra é um pretérito perfeito de “trado” (dar em mão, entregar, passar a outro, confiar, dar). Assim, Paulo recebeu do Senhor e transmitiu à igreja. No tocante ao termo plural “tradições”, Paulo aplicou-a – além do corpo doutrinário - em duas direções, em particular, ao uso do véu e à Ceia do Senhor explicados em um único capítulo. O Dr. Aníbal Pereira Reis (ex-padre), reconhecido pelo “O Jornal Batista” de 27/09/1970, como um dos mais “extraordinários pregadores” batista já conhecido, em seu livro “O Vaticano e a Bíblia”, combate tenazmente a teologia Católica Romana. Sobre as tradições apostólicas (1Cor 11.2; 2Tess. 2.15) mencionadas na Palavra de Deus, o Dr. Aníbal diz o que segue: “O significado da palavra <<tradições>> nesse texto não é sinônimo da tradição no conceito católico. Lá no original grego, o termo é paradoseis que tem o significado de doutrina ou ensinamentos para o caso. Paradoseis é o conjunto das doutrinas ou o depósito exposto por Paulo aos fiéis. Este depósito que ele não recebeu de nenhum dos doze e de ninguém, mas diretamente de Jesus Cristo (Gálatas 1:9, 11 e 12). (Pereira Reis, Aníbal. O Vaticano e a Bíblia, pág. 30. Edições Caminho de Damasco, 1969, São Paulo – Brasil). Não se deve negar a doutrina: “παρα−δοσις tradição (isto é, a doutrina transmitida como normativa).” (Haubeck, Wilfrid; Siebenthal, Heinrich Von. Nova Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág. 1024, Edições Targumim/Editora Hagnos, São Paulo – 2009). O termo engloba doutrina, no Dicionário Bíblico John L. Mckenzie, pág. 944, lemos o seguinte: “A fé cristã se torna objeto da tradição. Isso é afirmado explicitamente a respeito da instituição da eucaristia (1Cor 11,23) e na exposição concisa do evangelho* em 1Cor 15,3ss; o termo sugere que Paulo aí está usando fórmulas fixas para estas narrativas. O termo também é aplicado ao que é evidentemente o mais geral na doutrina paulina (1Cor 11,2), seu ensinamento sobre o Dia do Senhor (2Ts 2,15) e sobre as regras de conduta (2Ts 3,6), que os fiéis devem observar firmemente. A tradição inclui a fé (Jd 3) e “o santo mandamento” (2Pd 2,21).” O termo “receber” correspondente à Ceia do Senhor em 1Cor 11.23, também indica tradição: “A palavra corresponde ao termo técnico no rabinismo, quibbel, que significa receber a tradição” [...]. (Rienecker, Fritz; Rogers, Cleon - Chave Lingüística do Novo Testamento Grego, pág. 315. 1ª edição em português, 1985. São Paulo, Brasil. Vida Nova).

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Portanto, o termo grego παραδοσις (tradição) é usado em 1Cor 11,2 como sendo “o mais geral na doutrina paulina”, apontando também para a Ceia do Senhor. Continuando, na versão original em português de João Ferreira de Almeida, ano de 1681, ele não traduziu παραδοσις como “preceito”, mas como ORDENANÇA, confira: “Ora irmaõs, louvo vos de que em tudo vos lembraes de my, e guardaes as ordenanças affi como volas dei.” (A OS CORINTHIOS. Cap. XI, pág. 357). Fonte: http://purl.pt/12730/1/P374.html. Em lugar de tradições, a Tradução Brasileira (TB) traduz para “ENSINOS”. Correspondendo a isso, o texto em hebraico traz o vocábulo “qabalot” (קבלות) para tradições, o que corresponde às “instruções” designadas pelo Senhor. Sendo assim, há uma perfeita harmonia entre os termos “tradições, preceitos, ensinos e/ou instruções”. Preceitos são mandamentos designados por Deus ao seu povo, esse povo desde tempos antigos reconhece que todos os preceitos são mandamentos de Deus, é o que se encontra em antigos escritos rabínicos. A título de ilustração, crer em Deus (fé) é o primeiro preceito/mandamento positivo presente na Torah. Vejamos tal afirmação na obra do maior rabino da idade média, o ‘Rambam’, rabi Moshé ben Maimon (1135/1204): “Por este preceito somos ordenados a crer em Deus, ou seja, a acreditar que há um Agente Supremo que é o Criador de tudo o que existe. Ele está expresso em Suas palavras, enaltecido seja Ele, “Eu sou o Eterno, teu Deus, que te tirei da terra do Egito etc” (Êxodo 20:2). No final do tratado Macot está dito: “Seiscentos e treze preceitos foram comunicados a Moisés no Sinai, como diz o verso ‘ A Lei que nos ordenou Moisés’ (Deuteronômio 33:4)”; ou seja, ele nos ordenou obedecer a tantos preceitos quantos há na soma das letras-número TORAH.” (Maimônides, Os 613 Mandamentos, pág. 85, 2ª Edição: 1990, Nova Stella Editorial Ltda. São Paulo, Brasil). Muitos evangélicos dizem que o uso do véu não é mandamento, dizem isto por desconhecerem o significado do vocábulo preceito, apenas um esclarecimento para os desinformados: “Preceito: Mandamento, regra.” (S. Boyer, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica, pág. 504. Editora Vida. 26ª impressão, 1998, São Paulo.) Explicado a compreensão do plural “preceitos”, no contexto cristão - sem nenhum esforço - conclui-se que são mandamentos recebidos e transmitidos, portanto, tradições apostólicas! A METÁFORA DO VOCÁBULO CABEÇA 11.3 - אך חפץ אנכי שתדעו :כי־ראש כל־איש המשיח וראש האשה האיש וראש המשיח הוא האלהים

11. 3 - θελω δε υµας ειδεναι, οτι παντος ανδρος η κεφαλη ο χριστος εστι κεφαλη δε γυναικος, ο ανηρ κεφαλη δε χριστου, ο Θεος. 11. 3 – Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.

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Principiando a aplicação do ensino, Paulo, sob a atuação do Espírito Santo revela que a vontade de Deus é que “saibamos,” isto é, não sejamos ignorantes no conhecimento do significado existente naquilo que Ele havia ordenado. O primeiro significado importante está na metáfora* do vocábulo “cabeça” (gr. κεφαλη); nesta metáfora de cabeça se entende e é interpretado por “chefia, autoridade”. Assim, Cristo é a autoridade (cabeça) de todo o homem, e o homem a autoridade (cabeça) da mulher; e Deus a autoridade (cabeça) de Cristo. Em conformidade ao sentido do vocábulo “cabeça”, vejamos o que afirma o Dicionário Teológico: [...] “No Novo Testamento, a palavra é usada para ilustrar a soberania de Cristo sobre a igreja (Ef 1.10; 5.22-23). Salientemos, porém, não ser o Senhor Jesus a cabeça apenas da igreja; Ele o é também de todo o universo. Eis porque, no Apocalipse, apresenta-o João como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16)”. O vocábulo “cabeça”, na Bíblia Sacra Vulgata, corresponde a “caput” (auctor d’uma coisa, chefe, cabeça, pessoa principal), os versos seguintes estão entrelaçados a este mesmo versículo (3). : כל־איש אשר יתפלל או יתנבא ורשו מכסה מבזה הוא את־ראשו - 11. 4

11. 4 − πας ανηρ προσευκοµενος η προφητευων, κατα κεφαλης εχων, καταισχυνει την κεφαλην αυτου. 11. 4 – Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a própria cabeça. Neste verso, é ensinado pelo Espírito Santo que TODO o homem (se casado ou não) que ora ou profetiza tendo coberta a cabeça (física) está a desonrar a sua própria cabeça (chefia). Sendo, portanto, “cabeça” símbolo de autoridade, o homem cobrindo-a estará com isso escondendo ou ocultando - metaforicamente – quem exerce autoridade sobre si, isto é, CRISTO (verso 3). Estará o homem proclamando – metaforicamente - que a autoridade que Cristo exerce sobre ele está coberta, escondida e que essa mesma autoridade é desconhecida por ele, na igreja está expondo Cristo à desonra (gr. καταισχυνω = confundir, humilhar, desonrar, envergonhar). Desse modo, pergunto: Quem estará exercendo a autoridade/chefia no culto no caso de a autoridade de Cristo ser coberta/ocultada/escondida? Isso denota outra (gr. ετερος) autoridade (cabeça) descoberta na igreja que não seja Cristo. Assim, será bom voltarmos ao verso 3 e lermos... “Mas quero que saibais”.

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11.5 - תתנבאוכל־אשה אשר תתפלל או

:וראשה פוע מבזה היא את־ראשה יען בזה היא כמו מגלחה 6 .11 – כי האשה אם־לא תתכסה גם:תתגלח ואם־בזיון הוא לאשה להכסם או להתגלח תתכסה

11. 5 πασα δε γυνη προσευχοµενη η προφητευουσα ακατακαλυπτω τη κεφαλη, καταισχυνει την κεφαλην εαυτης εν γαρ εστι και το αυτο τη εξυρηµενη. 11. 6 - ει γαρ ου κατακαλυπτεται γυνη, και κειρασθω ει δε αισχρον γυναικι το κειρασθαι η ξυρασθαι, κατακαλυπτεσθω. 11. 5 - Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 11. 6 – Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. Dando prosseguimento, o Espírito Santo nos transmite um ensino muito importante, o qual devemos analisar com cuidado para que em nada venhamos ofender a Deus e sua Sabedoria (I Cor.1.30). O contexto não aponta o estado civil do homem ou da mulher, se casados, viúvos ou solteiros. Afinal, a oração e profecia não estão vinculadas somente às casadas, mas também às solteiras e viúvas, por isso a Escritura diz: “Toda a mulher” orando ou profetizando com a cabeça descoberta, denota estado de desonra perante Deus, Autor primário de tal ensino. O Senhor em sua onisciência não nos deixou um estatuto imperfeito. Mas TODA (totalidade) a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta está a “desonrar” (lat. deturpare = desfigurar, deturpar) a sua própria cabeça, isto é, o homem. Assim, a mulher estará proclamando através desse ato externo que está a desonrar o varão (sua cabeça) e glória de Deus (ICor 11.7). Sendo assim, impera uma desordem onde deveria imperar a ordem, isso enfatiza a necessidade de a mulher cobrir a sua cabeça como reconhecimento de uma única cabeça descoberta na igreja, caso contrário, a reunião de adoração que deveria ser para honra e glória de Deus tornar-se-á em desonra e ausência de glória. Quem afirma isso é a Escritura única regra de fé e prática e não o servo de Deus que faz este comentário; anteriormente foi feito uma pergunta sobre quem estaria exercendo a autoridade no culto quando o homem cobre a sua “cabeça” (autoridade = Cristo). A resposta, é que no ato do homem COBRIR a sua cabeça (autoridade = CRISTO) e a mulher DESCOBRIR a sua cabeça (autoridade = HOMEM), indubitavelmente a própria Escritura revela que a cabeça da mulher descoberta é quem estará assumindo a autoridade no culto enquanto a cabeça (autoridade = CRISTO) do homem estará coberta, ocultada, não revelada; e, para piorar ainda, a mulher estará manifestando a glória do homem (verso 7) e sua própria glória, pois o cabelo comprido(verso 15) é glória ( gr. δοξα = honra, glória) para ela. Assim, autoridade e glórias humanas estarão sendo manifestas no ajuntamento do povo de Deus onde deveria prevalecer e ser manifesta somente uma glória e autoridade; isto é, a glória de Deus e autoridade de Cristo que foram cobertas no ato do homem cobrir a sua cabeça. Ficaria incompleta esta matéria se não fosse exposta aqui uma questão:

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Quando HOMEM e MULHER, ambos se apresentarem com a cabeça DESCOBERTA, fica evidente que DUAS CABEÇAS (autoridades) estão descobertas assumindo o governo e autoridade sobre o corpo (igreja), isto é, duas cabeças em UM corpo! Isso cheira a Catolicismo Romano, onde o papa (homem) se diz ‘cabeça’ daquele grupo religioso. Quanto a isso, o Senhor nosso Deus foi claro ao ordenar à mulher COBRIR a cabeça (autoridade do homem) e o homem estar com a sua cabeça (autoridade = Cristo) DESCOBERTA. Ele, o Senhor, instituiu somente UMA cabeça sobre o corpo (igreja) que segundo o verso 3 é CRISTO JESUS, NOSSO SENHOR, ninguém mais! Mas, quando o homem se apresenta na reunião de adoração com a sua cabeça descoberta e a mulher apresentar com a sua cabeça coberta, fica evidente que somente uma cabeça está descoberta assumindo o governo da igreja, esta, não reconhece outra (gr. ετερος) autoridade nem glória, a não ser a autoridade de Cristo sobre todos e glória de Deus somente. Este é o ensino transmitido pelo Espírito Santo em I Coríntios 11.1,16. O Espírito Santo veio glorificar a Cristo (João 16. 13,14) e não glórias humanas!

Portanto, prezado irmão, não cubra a sua cabeça na reunião dos santos, e você, irmã, cubra a sua cabeça para que a autoridade do homem seja coberta, escondida diante da supremacia de Cristo; com esse ato de cobrir a cabeça, você também estará cobrindo a sua própria glória (cabelo comprido) e somente é manifesta uma glória, a glória de Deus; e somente uma autoridade, a autoridade de Cristo Jesus, nosso Senhor! Aleluia! Em sua Teologia Sistemática, página 535 – 3ª edição, o erudito Louis Berkhof afirma o seguinte em matéria de fé e doutrina: “A Bíblia nos ensina que Cristo é o Chefe de todas as coisas: Ele é o senhor do universo, não simplesmente como a segunda pessoa da Trindade, mas também como mediador, Mt 28.18; Ef 1.20-22; Fp 2.10,11; Ap 17.14; 19.16. Num sentido muito especial, porém, ele é a cabeça* da Igreja, que é seu corpo. Ele mantém relação viva e orgânica com ela, enche-a de vida e a governa espiritualmente, Jô 15.1-8; Ef 1.10,22,23; 2.20-22; 4.15; 5.30; Cl 1.18; 2.19; 3.11.”

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É dessa doutrina cristã que Paulo, “num sentido muito especial”, segundo a sabedoria que Deus lhe deu, está tratando no assunto do uso do véu, a igreja (corpo) está sob a direção de uma só cabeça, Cristo Jesus, nosso Senhor. Porém, se a mulher não cobrir a sua cabeça, há o imperativo “que rape” ou “que se tosquie” (verso 6), significando ausência de glória, pois o cabelo comprido lhe é uma glória (verso 15), mas rapando-a ou tosquiando-a desaparecerá essa glória. Não obstante, se para ela é indecente rapar-se (heb. galach) ou tosquiar-se, diz a Escritura IMPERATIVAMENTE... “Que ponha o véu” ou “que se cubra”. Em Latim (Bíblia Sacra Vulgata) corresponde a “velo” (cobrir com um véu). No original grego o verbo é κατακαλυπτω, o qual está na 3ª pessoa do singular, no tempo PRESENTE do IMPERATIVO; assim, o véu de que se fala aqui não é o véu do verso 15 que é outra palavra, περιβολαιον; pois, seria impossível Paulo ordenar à mulher pôr “cabelo” quando ora ou profetiza, naquele tempo, creio eu, não existia IMPLANTE de cabelo como nos dias atuais (seria peruca?). Absurdo pensar que o véu do verso seis seja “cabelo”. Ai ai ai! De fato, quando Paulo escreveu dizendo que “ponha o véu”, ou que “se cubra”, por questão de lógica, ela só poderia estar sem véu (gr. κατακαλυπτω) antes de estar na reunião de adoração para oração e profecia, razão do verbo “cobrir” estar no tempo presente. “O tempo presente é usado para expressar um princípio geral” (Chave Lingüística do Novo Testamento Grego, pág. 313). Os vocábulos gregos κατακαλυπτοµαι e κατακαλυπτω ocorrem três vezes no Novo Testamento, e, estas três ocorrências encontram-se no contexto pelo qual nos encontramos nele, todas em I Coríntios 11.6,7. Em o Novo Testamento Hebraico, o verbo “cobrir” na devida passagem é “koseh” (כסה) o seu equivalente grego é “καλυπτω”. A DOUTRINA E OS COSTUMES O ensinamento de I Coríntios 11.1,16 contém instruções doutrinárias para o homem e para a mulher e se opõe de forma cristalina ao que alguns comentaristas sugerem, dizendo ser um ‘costume’ puramente oriental. A Escritura contradiz abertamente a esses intérpretes ao dizer: O homem, pois, “não deve cobrir a cabeça” (gr. ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι), significando literalmente “não deve trazer algo sobre” (a cabeça). “Acompanhado de um advérbio de negação “ουκ,” o presente do imperativo proíbe uma ação que está em andamento, ou que está se repetindo, deve cessar, deve acabar.” (Stelio Rega, Lourenço; Bergmann, Johannes. Noções do Grego Bíblico – Gramática Fundamental, pág. 269. 2004. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Observamos que apóstolo não faz menção, em nenhum momento, de usos e costumes, ao descrever os deveres das mulheres cobrirem a cabeça e de os homens estarem com a sua descoberta, conforme bem explicado pelo Dr. Charles Kaldwell Rirye, Th.D., Ph.D.:

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“As mulheres deveriam trazer sua cabeça coberta, ou usar um véu nas reuniões da Igreja, e os homens deveriam ter a cabeça descoberta. As razões de Paulo eram baseadas em teologia (hierarquia na criação, v. 3, na ordem na criação (vv. 7-9) e na presença de anjos nas reuniões da igreja (v. 10). Nenhuma destas razões tinha como base os costumes sociais da época.” (Kaldwell Rirye, Charles. A Bíblia de Estudo Anotada – Expandida, pág. 1119, São Paulo: Mundo Cristão; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2007). A recomendação seguinte é muito importante: “Não pode haver verdadeira teologia bíblica, a menos que seja baseada em exegese bíblica sã, e não pode haver exegese bíblica sã, a menos que seja posto um firme fundamento textual e gramatical” (Vine, W. E.; F. Unger, Merril; White Jr., William. Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 352. 2ª Edição, 2003. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Tal mandamento proibitivo ocorreu pela presença de varões cristãos de origem judaica (Atos 18.4), pois, estes, segundo o costume e ensino rabínico cobriam a cabeça na oração, examinem I Cor 11.1,16 não está transmitindo ‘costume’(?) do judaísmo aos gregos. Os varões judeus cobriam e cobrem a cabeça até os dias atuais, no entanto, contrariando tal “costume”, I Cor 11.7... PROÍBE! “Os judeus que negam que Jesus é o Messias têm o costume de usar uma cobertura sobre a cabeça quando estudam a lei” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 325. 1ª Impressão em Português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil). Quem realmente conhece os costumes do judaísmo e até mesmo entre os muçulmanos, sabe que estou falando a verdade, os ensinos do apóstolo às igrejas difere dos costumes da época. Também, respondendo para alguns que afirmam em dizer que as mulheres cristãs cobriam o ‘rosto’(?) na adoração pública, indico-lhes a prova documental da arqueologia. Esta prova pode ser verificada nas “Catacumbas de Roma” (Séc. II e III), onde há figuras na arte cristã primitiva de mulheres orando com a cabeça coberta, porém, com o rosto à mostra. Para comprovar o que afirmo, basta examinar estas figuras abaixo (pesquisa 17/08/2011), presente nas Catacumbas de Roma:

http://www.aigrejaprimitiva.com/veumulhercrista.html

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Assim, prova-se pelas Catacumbas de Roma que o uso do véu era usado desde o Oriente até o Ocidente, afinal, Roma localiza-se no Oriente? Estas são provas arqueológicas de como as primitivas mulheres Cristãs em Roma punham em prática a ordem dos apóstolos no tocante ao uso do véu, não sendo algo ‘local’, isto é, ‘exclusivo’(?) a Corinto. Todo o conteúdo apresentado no link acima, segundo o mesmo Site, é de domínio público; estas ilustrações fazem parte de tal conteúdo, as mesmas são anteriores à formação da ICAR. Prova-se também, pela Santa Escritura, que homens e mulheres cristãs não cobriam o ‘rosto’, Paulo desmente isso ao escrever à mesma igreja em 2 Cor. 3.13, 18, o seguinte: “E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face... Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados” [...]. Portanto, Paulo está negando uma cobertura sobre o rosto à igreja em Corinto e à igreja em todo o mundo, em todo o lugar. Sobre o assunto, vejamos o que afirma o erudito Robert H. Gundry: “O véu cobria a cabeça, e não o rosto. Era, ao mesmo tempo, símbolo da subordinação da mulher ao homem e do respeito que a mulher merece. As mulheres cristãs de Corinto, no entanto, mui naturalmente estavam seguindo os costumes das mulheres gregas, as quais conservavam a cabeça descoberta quando adoravam. Por conseguinte, Paulo assevera que é vergonhoso uma mulher cristã orar ou profetizar na igreja com a cabeça sem véu. Por outro lado, Paulo se manifesta contrariamente à prática dos homens judeus e romanos, os quais oravam com a cabeça coberta, e ordena que os varões crentes orem e profetizem de cabeça descoberta, como sinal da autoridade de que estão investidos.” (H. Gundry, Robert. Panorama do Novo Testamento, pág. 314. 2ª edição, 1998. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Como vimos, as mulheres cristãs de Corinto estavam seguindo COSTUMES das mulheres gregas pagãs (as de hoje fazem o mesmo) ao conservarem a cabeça descoberta quando adoravam. Alguns autores críticos apelidam-nos de ‘igreja corintiana’(?), ora, nada mais pueril e contraditório; nós, crentes (em geral) que cremos nesta doutrina, estamos alicerçados na correção e não no erro. Para esses tais, respondo que ao não se submeterem ao ensino supracitado, aí sim, estão eles na ‘igreja corintiana’ ANTES da correção, portanto, alicerçada nas areias do erro. Em toda a Grécia, particularmente na cidade pagã de Corinto, o COSTUME CULTURAL era o mesmo do Brasil no tocante em a mulher não cobrir a cabeça, o mandamento veio para corrigir essa desordem litúrgica entre os cristãos, moldando-a ao ensino já presente nas outras igrejas (verso 16). Comprovando o registro histórico contido nas “Catacumbas de Roma”; que o uso do véu é mandamento do Senhor para todas as igrejas oriente/ocidental, vejamos o que afirma o erudito W. E. Vine, reconhecidamente como um dos principais eruditos do grego no mundo:

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“Descoberta Akatakaluptos, (ακατακαλυπτος ), “descoberto” (fornecido de a, elemento de negação, e katakaluptõ, “cobrir”), é usado em I Cor. 11.5,13 (“descoberta”), com referência a injunção proibindo as mulheres estarem sem “véu” ou “descobertas” nas reuniões da igreja. ¶Pouco importando que tipo de cobertura seja, deve estar na cabeça como “sinal de poderio” (I Cor. 11.10), e cujo significado é indicado em 1 Cor. 11.3 no assunto de supremacia, e cujas razões são dadas em 1 Cor. 11.7,9 e na frase “por causa dos anjos” (1 Cor. 11.10), indicando o testemunho e interesse deles naquilo que indica a supremacia de Cristo. As injunções não eram nem judaicas, que exigiam que os homens cobrissem a cabeça na oração, nem gregas, pelas quais homens e mulheres ficavam igualmente com a cabeça “descoberta”. As instruções do apóstolo Paulo eram “mandamentos do Senhor” (1 Cor. 14.37) e eram para todas as igrejas ( 1 Cor. 14.33,34).” (Dicionário Vine – O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, pág. 547. 2ª Edição, 2003. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). O Dicionário supra é aprovado pelo Conselho de Doutrina da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus). Para quem ignora o significado de “injunção,” é... MAN-DA-MEN-TO! Em o Manual da Escola Dominical (publicação da CPAD), página 81 ensina que um costume é local, mas uma doutrina é GERAL. Como bem se pode ver no início da matéria, a epístola do apóstolo Paulo era estendível aos cristãos EM TODOS OS LUGARES, também, segundo o Dicionário Vine, eram mandamentos (מצות) do Senhor para todas as igrejas; portanto, indubitavelmente era de caráter GERAL, doutrinário! Assim, a mulher que verdadeiramente está revestida de submissão interior, não se revestirá de submissão exterior ao mandamento Divino (escreveu sob inspiração) de cobrir a cabeça na adoração pública, ou, será que a desobediência externa não põe em descoberto a insubmissão interna? ENTENDENDO A QUESTÃO DA GLÓRIA 11.7 - והאיש איננו חיב לכסות

:לם אלהים וכבודו אבל האשה היא כבוד האישאת־ראשו כי הוא צ 11. 7 - ανηρ µεν γαρ ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι την κεφαλην, εικων και δοξα Θεου υπαρχων γυνη δε δοξα ανδρος εστιν. 11. 7 – O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Feito a análise dos versos anteriores que regula o procedimento da mulher na adoração pública, agora, o Espírito Santo passa a regular a ordem concernente ao procedimento do homem; portanto, temos dois mandamentos, o da mulher se cobrir (verso seis) e, o do homem permanecer com a cabeça descoberta. “O resultado, quanto aos pormenores, é, pois, que o homem devia ter a cabeça descoberta, porque ele representava a autoridade e estava, sob este ponto de vista, revestido, quanto à sua posição, da glória de Deus, de que ele era a imagem; a mulher, pelo contrário, devia ter a cabeça coberta como sinal da sua sujeição ao

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homem. Era sinal do poder ao qual ela estava submetida.” (N. Darby, J. – Estudos da Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 245, Depósito de Literatura Cristã, 1987, Lisboa) Na Bíblia Sacra Vulgata consta: “vir quidem non debet velare”, isto é, “varão, na verdade, não deve cobrir com véu”, portanto, um mandamento de proibição direcionado ao homem, proibindo-lhe de cobrir a cabeça. O mandamento é peremptório, absoluto, cobrir a cabeça no culto é dever/obrigação pertinente a mulher, o texto é explícito, claro como cristal. Já sabemos que o vocábulo “cabeça” (gr. κεφαλη) é metáfora de chefia, autoridade. Em hebraico a transliteração para o termo “cabeça” é ro’sh (ראש), denotando chefe, líder, do Latim “caput”. O Senhor passa a mostrar por trás do ato externo do homem não cobrir a cabeça, o fato de a “glória” ( בודכ ) de Deus estar envolvida nesta metáfora. A questão ensinada implica assuntos de doutrina, a glória de Deus revelada na igreja não pode ser coberta como ocorre com a glória do homem e com a glória da mulher na reunião de adoração. Quando o Espírito Santo guiou Paulo a escrever tal mandamento proibitivo, que o homem NÃO deve cobrir a cabeça é escrito um “porque” disso: - “porque é a imagem e glória de Deus”. O Senhor está dizendo com isso que, se o homem cobrir a cabeça estará cobrindo (metaforicamente) duas coisas: IMAGEM e GLÓRIA DE DEUS. Este é outro motivo pelo qual o homem não deve cobrir a sua cabeça (verso 3). O uso do véu transmite este ensino de forma bela e maravilhosamente, percebe agora, irmão (a), a profundidade espiritual no tocante ao uso do véu? Sabe por que a mulher usa véu? – Pelo fato de ela ser glória do homem (verso7) e do cabelo comprido lhe ser também uma glória/honra (verso 15). Assim, ela precisa cobrir glórias humanas na reunião de adoração, o uso do véu é uma metáfora disso; quando colocamos o mandamento na prática, estamos demonstrando que somente a glória de Deus é descoberta, manifesta na igreja. A Deus toda a glória! O Espírito Santo não admite outra (gr. ετερος) glória descoberta/manifestada entre nós. Assim, passamos a obter conhecimento daquilo que foi escrito no verso três: “Mas quero que saibais”... De fato, sabemos disso. “Deus deu para a mulher a responsabilidade de ser a “glória do homem” e ordenou que ela deve cobrir-se. [...] A glória do homem deve ser coberta nos cultos para que todos se gloriem no Senhor. É uma desonra a Cristo quando os cristãos se congregam para adorá-lo e as mulheres não cobrem suas cabeças.” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 324, 325. 1ª Impressão em português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil). : כי אם־האשה מן־האיש כי אין־האיש מן־האשה - 11. 8 :גם לאנברא האש בעבור האשה כי אם־האשה בעבור האיש – 11. 9

11. 8 - ου γαρ εστιν ανηρ εκ γυναικος, αλλα γυνη εξ ανδρος 11. 9 − και γαρ ουκ εκτισθη ανηρ δια την γυναικα, αλλα γυνη δια τον ανδρα 11. 8 – Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. 11. 9 – Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem.

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Estes dois versos aludem à narrativa da criação do homem e da mulher mencionadas no livro de Gênesis (bere’shît), não para mostrar superioridade do homem em relação à mulher no tocante à “causa”; pois, diante de Deus, homem e mulher são iguais em valor, em importância, ambos foram comprados pelo mesmo sangue, o sangue do Senhor Jesus (Gl. 3.28; I Cor. 12.13). O ensino é que, numa adoração conjunta, ambos tem funções representativos na igreja concernente a “cabeças” (verso 3 ) e no tocante a funções de “glórias” (verso 7), funções estas que devem ser respeitadas à luz da Palavra de Deus. O MOTIVO, A CAUSA DO USO DO VÉU :על־כן האשה חיבתלהיות־לה כפה על־ראשה בבור המלאכים - 11. 10

11. 10 - δια τουτο οφειλει η γυνη εξουσια εχειν επι της κεφαλης δια τους αγγελους. 11. 10 – Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. Quando a Escritura diz “deve” (gr. οφειλει), denota dever, obrigação (gr. οφειλω) resultante dos preceitos ou mandamentos da honra. Assim, amados, o uso do véu também tem uma “causa” (lat. propter) esta causa são os ANJOS. Esta “CAUSA” não é apontada pela Palavra de Deus como sendo a cidade de ‘Corinto’, não é ‘cultura’ e muito menos supostas ‘prostitutas’! O uso do véu é SINAL de que há apenas uma “cabeça” (autoridade) e “glória” descoberta na igreja, isto indica o PODERIO, a autoridade de Cristo; este “sinal” está indicando Cristo em ser Ele a Cabeça da Igreja e de todo o Universo, coisa que os anjos compreendem e se alegram! Os anjos são considerados guardiães da ordem no mundo e no culto, o mandamento é de ordem e dever cristão em consonância com a presença dos anjos na adoração litúrgica. Esta afirmação da Escritura derriba por terra o fraco argumento ou disfarce da ‘cultura’ como muitos afirmam, pois os anjos (a causa) são celestiais, transculturais/supraculturais. Destarte, eles já presenciaram insubordinação no céu (Jo 8.44; Ap. 12.7, 8, 9) como também na terra ( Gn 3. 11, vv), ou pensa o caro leitor que os anjos (Lc 1.19; Hb 1.14; Sl 34.7) não estão mais ativos no séc. XXI, nos dias atuais, observando-nos? Eles são a “causa” do uso do véu, cessando a causa (os anjos) também cessará o efeito (o uso do véu), afinal, não existe efeito sem causa. Os seres angelicais são “todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14), nos dias atuais, de forma cristalina, entre nós, permanece de pé a causa do uso do véu... Os anjos: “Eles testemunham os sofrimentos dos cristãos (1Cor 4,9) e têm uma presença invisível nos serviços litúrgicos (1Cor 11,10) [...] O respeito aos anjos exige que as mulheres cubram os cabelos, que são sua glória, para que possa aparecer a glória de Deus”. (L. Mackenzie, Jonh. Dicionário Bíblico, pág. 46. 9ª edição. Paulus).

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Como vimos, o dicionário não afirma que os anjos “tiveram” uma presença invisível, mas que “TÊM” essa presença invisível nos serviços litúrgicos; o verbo ter está no tempo presente, em conformidade, vejamos esta afirmativa: “Note-se aqui como o apóstolo baseia as suas respostas, acerca dos pormenores, sobre princípios mais elevados. É o que faz o verdadeiro Cristianismo com todos os assuntos que aborda (comparar Tito 2:10-14). Apresenta Deus e a caridade, pondo o homem em ralação com o próprio Deus. Temos disto um impressionante exemplo na relação que segue. Tratava-se de dar uma diretriz para as mulheres – e elas não deveriam orar sem terem a cabeça coberta. Para decidir esta questão, de simples decência e de conveniência, Paulo expõe a relação dos depositários da glória de Deus com o próprio Deus, e a ordem da sua relação, e apresenta os anjos aos quais os Cristãos, que lhes estão em espetáculo, devem mostrar a ordem, segundo o pensamento divino.” (N. Darby, J. – Estudos Sobre a Palavra de Deus – Actos dos Apóstolos, Epístola aos Romanos, 1ª Epístola aos Coríntios. Pág. 244, Depósito da Literatura Cristã, Lisboa, 1987). É digno de nota, que a devida passagem Bíblica não apresenta nenhum pensamento cultural ou costumes humanos, mas que tais princípios estão de acordo o pensamento divino, tal pensamento não está preso a cultura alguma. Portanto, é no tocante aos anjos que a Escritura exige o respeito nesse serviço sacro, que a mulher cubra os cabelos, sua glória. Essa exigência é evidenciada pelo DEVER descrito a elas no verso dez. Alguns pastores interpretam que o uso do véu era por ‘causa/motivo’(?) das ‘prostitutas cultuais’(?) existentes em Corinto, tal interpretação é uma ABERRAÇÃO à regra fundamental da Hermenêutica: A Bíblia explica-se/interpreta-se a si mesma. E, a Bíblia se explicando afirma que é “por causa dos anjos” (gr. δια τους αγγελους). Para a membresia desses pastores, os argumentos dados por eles são válidas ainda que sejam conflitantes, contrariando a Bíblia Sagrada, não sabendo que está investindo de autoridade a pseudo-interpretação deles e invalidando a autoridade da Palavra de Deus de corrigir (2Tm 3.16) todo falso ensino. Portanto, devemos demonstrar pela prática, de forma absoluta, que a Palavra de Deus é nossa “única regra de fé e prática”, o cristianismo não é teoria, é prática! Nós, os que cremos neste mandamento da Palavra de Deus, não temos o “costume” de confundir anjos com ‘prostitutas’(?), o que é uma o-fen-sa à Palavra de Deus e aos anjos! Assim, chega a ser até mesmo hilário o que dizem certos líderes denominacionais, acusando-nos de ‘ignorantes bíblicos’(?). Infeliz interpretação a deles, associar o uso do véu em I Cor. 11.1, 16 com ‘prostitutas cultuais’ de Corinto. Outrossim, a glória de Deus e autoridade de Cristo tratada por Paulo na devida passagem, que deveriam estar realçadas, destacadas em tais estudos são substituídas por... ‘cultura, costumes e prostitutas cultuais de Corinto’(?). Desde quando os ensinos do Senhor referente à autoridade de Cristo e glória de Deus faziam parte da cultura pagã da cidade de Corinto? Não é disso que o apóstolo está tratando no contexto supra?

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Só faltam afirmar que Paulo era ‘ministro da cultura’, outra passagem em que o apóstolo discorre sobre os “atletas que correm no estádio” (I Cor. 9.24, 25) será que ele era “ministro dos esportes”? E, no tocante à “coleta” para os pobres da Judéia (I Cor. 16.1, 2), será que também era “ministro da economia”? Uma verdadeira confusão em tais estudos, procurando exportar para o devido contexto material inexistente em seu conteúdo. Com efeito: “A Bíblia é toda a revelação Divina que necessitamos. Tudo o que for revelado sem o apoio das Escrituras é falso.” (Cabral, Elienai. O Pregador Eficaz, pág. 72. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Não creio que precisam de ‘estudo sistemático’ para descobrir que a “causa” do uso do véu está nos anjos ( αγγελους / מלאכים). Um princípio Hermenêutico: “Em todas as suas exposições, deve-se prender ao que está escrito, e não tem o direito de atribuir seus pensamentos aos autores”. (Berkhof, Louis - Princípios de Interpretação Bíblica – Pág. 54. 3ª edição, 2008. São Paulo, Brasil. Editora Cultura Cristã). Um alerta: “As verdades supremas e unificadoras logicamente não devem ser minimizadas; mas o fato é que, em meio aos que crêem que os sessenta e seis livros canônicos são nada menos que a Palavra de Deus escrita, há uma incômoda lista de opiniões teológicas mutuamente incompatíveis.” (A. Carson, D. - Os Perigos da Interpretação Bíblica – A Exegese e suas Falácias, pág. 16. 2ª edição, 2001. São Paulo, Brasil. Vida Nova). Portanto, substituir como CAUSA/MOTIVO os anjos para dar lugar às ‘prostitutas’(?) é subestimar a nossa inteligência e capacidade de leitura; quem sabe, a Bíblia deles seja diferente da nossa, trazendo ‘prostitutas/meretrizes’ em lugar de ANJOS (1Cor 11.10). Esse tipo errôneo, falso, ilegítimo, espúria e blasfêmica de interpretação, observado anteriormente, são apregoados em certos livros e, lamentavelmente, leitores incautos “engolem” tais argumentos falaciosos sem um pingo de exame cuidadoso e biblicamente embasado; a seguir, um conselho a todos os que crêem na autoridade da Escritura: “Uma abordagem cuidadosa da Bíblia capacitar-nos-á a “ouvi-la” um pouco melhor. É fácil demais aplicarmos ao texto Bíblico as interpretações tradicionais que recebemos de terceiros. Então, podemos involuntariamente transferir a autoridade das Escrituras para nossas interpretações tradicionais, investindo-as de um falso e até idólatra grau de certeza. ”(A. Carson, D. - Os Perigos da Interpretação Bíblica – A Exegese e suas Falácias, pág. 15. 2ª edição, 2001. São Paulo, Brasil. Vida nova).

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11 .11 − אבל אין האיש בל אשה:ואין האשה בלא איש באדון 12 .11 − כי כאשר האשה מן־האיש כן גם־האיש על־ידי האשה:וכל־זאת מאלהים

11. 11 − πλην ουτε ανηρ χωρις γυναικος, ουτε γυνη χορις ανδρος, εν κυριω. 11. 12 − ωσπερ γαρ γυνη εκ του ανδρος, ουτω και ο ανηρ δια της γυναικος, τα δε παντα εκ του θεου. 11. 11 – Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. 11. 12 – Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus. Dando continuidade, os versos supracitados ensinam que tanto o homem quanto a mulher provém um do outro, dependendo assim, mutuamente no Senhor, e que todas as coisas provêm de Deus; isto é, o nosso Deus é Soberano e independente. :שפטו־נא בנפשכם הנאוה לאשה להתפלל אל־האלהים בגלוי ראש - 11. 13

11. 13 - εν υµιν αυτοις κρινατε πρεπον εστι γυναικα ακατακαλυπτον τω θεω προσευχεσθαι; 11. 13 – Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? A igreja deveria julgar a questão do uso do véu entre eles mesmos, porém, sempre pautados no ensino do apóstolo, afinal, a igreja precisava das suas orientações sobre várias “coisas” (I Cor 7 .1), não podendo, portanto, resolver por si mesma assuntos doutrinários. Assim, depois de tudo o que Paulo escreveu anteriormente, a resposta esperada seria um “NÃO”, de fato, se a mesma pendesse para a opinião positiva de a mulher estar com a cabeça descoberta na reunião de adoração, saberia que isso acarretaria em rapar (heb. galach) ou tosquiar (I Cor. 11.6) a cabeça, o que denotaria desonra ou ausência de glória caso contendesse o ensino apostólico. Não podemos dirimir nossa fé e conduta separadas da Palavra de Deus, devemos subjugar nossas convicções pessoais, nossa mente e coração ao conceito que o Eterno nos dá, que venhamos a dizer: ... “Seja feita a Tua vontade” (Mateus 6.10) e não a nossa. DOIS VÉUS, QUAL DELES O CABELO FOI DADO EM LUGAR? 11.14-או הלא גם־הטבע בעצמו ילמד אתכם כי איש אשר :יגדל פרע שער ראשו חרפה היא לו :אבל האשה כי תגדל שערה פאר הוא לה כי־נתן לה השער לצניף - 11.15

11. 14 - η ουδε αυτη η φυσις διδασκει υµας, οτι ανηρ µεν εαν κοµα, ατιµια αυτω εστι; 11. 15 − γυνη δε εαν κοµα, δοξα αυτη εστιν. οτι η κοµη αντι περιβολαιου δεδοται αυτη.

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11. 14 – Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? 11. 15 – Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. É ensino da própria natureza (criada por Deus) o homem não usar cabelo comprido (gr. κοµαω) por ser desonroso, por outro lado, afirma o Espírito Santo, que a mulher ter cabelo comprido (gr. κοµαω) lhe é uma “glória/honra”(gr. δοξα). Por isso mesmo o cabelo lhe foi dado em lugar de véu (gr. περιβολαιον). Ora, sendo o homem a glória de Deus (I Cor. 11.7) e a mulher glória do homem (I Cor. 11.7), porventura Deus deixaria a mulher destituída de glória? Claro que não! O texto afirma que o cabelo comprido (gr. κοµη) é “glória” (gr. δοξα) para ela; por isso mesmo, em ser glória, no culto, essa glória deve ser coberta e, quando a cobre estará cobrindo juntamente a autoridade e glória do homem; somente Deus permanece com sua autoridade e glória descoberta na igreja. Alguns pastores ao criticarem-nos, cometem erros grosseiros nestes versículos ao ensinar às suas ovelhas que o fato de o cabelo comprido ser dado em lugar de véu, a mulher ‘não precisa’(?) cobrir a cabeça. O escritor e professor Fabiano Antônio Ferreira, em seu livro (ΚΑΤΑΚΑΛΥΠΤΕΣΘΩ − QUE PONHA O VÉU, págs. 54, 55) também refuta tal silogismo equivocado apontando em seu opúsculo o que diz o Dr. Russell Norman Champlin acerca dessa “perversão interpretativa”: “... é uma grande perversão do texto sagrado dizer que essas palavras significam que uma mulher não precisa mais de véu, se porventura usa longos os seus cabelos. Pois ninguém pode ler o terceiro versículo em diante desta passagem, onde Paulo tanto insiste sobre a necessidade do uso do véu, de conformidade com a ordenança divina, com os costumes sociais e com os costumes da natureza, para então lançar fora todo o seu argumento, supondo que se uma mulher conservar longos os seus cabelos já não precisará usar véu quando ora ou profetiza, sem incorrer em grave incoerência. Porquanto tal conclusão será diametralmente oposta a todos os argumentos anteriores de Paulo, transformando esse apóstolo em um insensato que se contradiz consigo mesmo.” “Tal interpretação só pode ser aceitável para aqueles que manuseiam desonestamente as Escrituras, procurando adaptá-las aos seus pontos de vista e às suas práticas. Essas práticas ditam que a mulher “não use véu.” Porém, se tantas mulheres crentes não usam o véu, isso não pode estar firmado no que Paulo diz aqui, e nem sobre a suposição que ele recomendava que bastava às mulheres usarem os cabelos longos para não precisarem mais de véu.” Complementando, O Dicionário Bíblico John L. Mckenzie, página 46, afirma o seguinte: “O respeito aos anjos exige que as mulheres cubram os cabelos, que são sua glória, para que possa aparecer a glória de Deus”. O ensino transmitido pelo Espírito Santo é que Deus, Soberano do universo, não admite glórias humanas descobertas/manifestas quando suas criaturas lhe prestam adoração, serviço sagrado; tampouco o permite que a autoridade de Cristo sobre a igreja esteja dividida com outra (gr. ετερος) cabeça (autoridade) sobre o corpo (igreja).

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Alguns indagam, qual seria o comprimento adequado para o cabelo da mulher? – A resposta é que não há especificação alguma da Escritura sobre o comprimento adequado para o mesmo. Porém, posso afirmar que o termo grego “κοµαω” contido na devida passagem, indica não pôr empecilho ou obstáculo ao crescimento, para que o cabelo feminino possa ser comprido. Notadamente, o comprimento do cabelo pode variar de mulher para mulher. Portanto, o cabelo feminino foi dado em lugar de véu (gr. περιβολαιον), e não em lugar de véu (gr. κατακαλυπτω). No verso 15, Paulo, pelo Espírito Santo, não está dando mandamento algum, tanto em Hebraico quanto no Grego e Latim, o mandamento do uso do véu está contido no verso 6, que não corresponde à mesma cobertura citada no verso 15, que a versão Almeida Revista e Atualizada verte para mantilha. “A palavra traduzida como “mantilha” não é a mesma empregada nos versículos 5-6 (véu).” (Charles Kaldwell Rirye). Enquanto a palavra “véu” no verso 6 aponta para uma cobertura – literalmente - “pendurada sobre a cabeça” (vide figuras arqueológicas), a cobertura do verso 15 denota – literalmente – apenas uma faixa enrolada em volta da cabeça, e não caindo ou pendurado para baixo como é o véu do verso 6. Assim, prezados, o véu do verso 6 é completamente diferente do termo apresentado no verso 15. De fato: “O versículo 15 necessita ser interpretado com inteligência. Não podemos entender que Paulo no versículo 15 desfaça a instrução que dera no versículo 6, pois isso seria absurdo. Precisamos ver outro sentido nas suas palavras, que não inutilize o ensino principal do trecho: que “a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça.” (S.E. McNair. A Bíblia Explicada, 8ª Edição 1992, pág. 420, CPAD. Rio de Janeiro, Brasil). Transcrevo o verso 15, conforme se encontra na Bíblia Sacra Vulgata: “mulier vero si comam nutriat gloria est illi quoniam capilli pro velamine ei dati sunt”. Enquanto o sentido do véu apresentado no verso 6 denota “sobre, do alto a, para baixo”; o véu do verso 15 denota algo diferente, isto é, “lançar em volta de, em redor de”. Portanto, na Bíblia Sacra Vulgata o véu do verso 15 é “velamine”, que segundo o historiador Titus Livius, tal vocábulo (velamine) correspondia a uma “vendazinha, faixa”, portanto, uma faixa “em volta de, em redor” da cabeça, isto é, um turbante, o vocábulo em grego, hebraico e latim não deixa dúvidas. Assim, tanto homens quanto mulheres no Antigo Concerto cobriam a cabeça com turbante: “Dois ou mais destes lenços eram usados para formar o turbante das mulheres, mas sempre armados de um modo diferente do turbante dos homens.” (C. Whitehouse, Owen. Costumes Orientais – Antiguidades Bíblicas. Pág. 43, União Cultural Editora Ltda. 1950).

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O turbante era a cobertura usada sobre a cabeça do rabi Moshé ben Maimon (1135/1204), o Maimônides, conforme demonstra o próprio monumento/efígie erguido em sua homenagem em Córdoba - Espanha. Em Hebraico, tal vocábulo corresponde a “tzanif”, que literalmente possui o mesmo significado no Latim “velamine”, isto é, “turbante” (faixa em volta da cabeça), o mesmo ocorre com o termo “peribolaion”, do grego “peri”, em volta de, e “balõ”, lançar! Portanto, o véu do verso 15 foi dado em lugar de turbante (faixa em volta da cabeça), lembrando que “turbante” (heb. tzanif; lat. velamine; gr. peribolaion), é muito diferente de “véu” (heb. mîtkasseh; lat. velo; Gr. katakaluptô) apresentado no verso 6, onde tal vocábulo possui sentido e significado totalmente diferente! O texto em Grego, Hebraico e Latim, mostram com maior clareza a diferença entre um véu e outro. O cabelo foi dado em lugar de turbante contido no verso 15, e não em lugar de véu que é apresentado no verso 6, o qual é definido pela Chave Línguística do Novo Testamento Grego como “caindo sobre a cabeça, isto é, o véu pendurado sobre a cabeça” (vide figuras arqueológicas)! Portanto, não façamos confusão entre os termos, como tenho observado em alguns artigos sobre o assunto, afinal, seria para lá de incoerente o apóstolo, supostamente, ordenar (verso seis) à mulher pôr ‘cabelo’(?) quando ora e/ou profetiza. O substantivo “περιβολαιον” é deverbativo, isto é, deriva e remete para o verbo “περιβαλλω” que significa “lançar, colocar ao redor de” (lenços ou faixas em envolta da cabeça, um turbante). Destarte, é interessante observarmos que o texto original do Novo Testamento traz DUAS palavras gregas diferentes para o termo “véu”: 1) Verso 6: katakaluptô (gr.κατακαλυπτω), em hebraico corresponde a “mîtkasseh”(מתכסה). Cobertura “caindo sobre a cabeça, isto é, um véu pendurado sobre a cabeça.” 2) Verso 15: Um turbante, peribolaion (gr. περιβολαιον) tem seu correspondente na Bíblia em Hebraico o vocábulo “tzanîf” (צניף); para a forma “feminina” de tzanif, o Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento, página 437, aponta “tzenifah” (צניפה), lenços ou faixas em volta da cabeça, um turbante; basta acrescentar “ה” (qames com consoante he) em “tzanif” para o vocábulo ficar no feminino. De forma cristalina, o cabelo NÃO FOI DADO em lugar de véu “κατακαλυπτω /מתכסה,” mas em lugar de véu “περιβολαιον / ףצני (turbante).” Etimologicamente, κατακαλυπτω é formado de “κατα” (do alto a, para baixo) e “καλυπτω” (cobrir). Diferentemente, o vocábulo grego περιβολαιον é formado de “περι” (em volta de, em redor de) e “βαλλω” (lançar), isto é, faixas lançadas em redor da cabeça formando um turbante. É neste último substantivo deverbativo que o cabelo foi dado em lugar; em lugar de “περιβολαιον” (turbante) e não em lugar de “κατακαλυπτω” (véu). A devida passagem de 1Cor 11, indica dois véus (v.6 = véu e v. 15 = turbante). Muito simples, não é mesmo?

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RESPONDENDO A ALGUM CANDIDATO A CONTENCIOSO 16 .11 - ואם־יחשב איש לערער:עלינו אין לנו מנהג כזה ולא לקהלות האלהים

11. 16 - ει δε τις δοκει φιλονεικος ειναι, ηµεις τοιαυτην συνηθειαν ουκ εχοµεν, ουδε αι εκκλησιαι του θεου. 11. 16 – Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. De forma brilhante, Paulo encerra o assunto respondendo a algum candidato a “contencioso” que as igrejas de Deus não têm tal costume; mas, a que “costume” o apóstolo está referindo? Contextualmente está se referindo à prática contenciosa surgida na igreja de Corinto, diferenciando-a das demais igrejas de Deus; isto é, o costume de a mulher se apresentar na reunião de adoração com a cabeça descoberta e o homem estar com a sua coberta. COSTUME este presente entre as aglomerações pagãs de Corinto: “Ele quer dizer que não temos tal costume como as mulheres orando ou profetizando com a cabeça descoberta” (Morris). Claríssimo como cristal: “No versículo 16, Paulo repreende ao homem que declara que “nem a minha mulher, nem a minha filha jamais cobrirão a sua cabeça”. Se alguém quiser ser contencioso, disse Paulo, saiba que as igrejas verdadeiras de Deus não temos tal costume de ser contenciosos quanto a esta prática. Nem as igrejas judaicas, nem a dos gentios tinham tal costume de ser contenciosas quanto ao véu.” (KAUFFMAN, DANIEL – Doutrinas da Bíblia, pág. 327. 1ª Impressão em português, 2010. Boituva – SP, Brasil. Literatura Monte Sião do Brasil). Destarte, CONTENCIOSO nada mais é do que aquele que não está revestido de submissão ao ensino supracitado, contencioso é aquele que inventa as mais variadas desculpas para não se submeter ao ensino supracitado. Contencioso (gr. φιλονεικος) é o mesmo que “amante da contenda, litigioso, brigão.” Contender, denota a resistência de alguém em questionar o ensino das palavras inspiradas, à semelhança que fez Alexandre, o latoeiro: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras.” (2Timóteo 4.14,15). Portanto, há muitos líderes dando continuidade no ‘ministério’ de Alexandre, impondo resistência às palavras do apóstolo. Mas, Paulo apóstolo encerra o assunto dizendo que “nós” (ministério) não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. Pode-se verificar que “igrejas” (gr. εκκλησιαι) está no plural, apontando as demais igrejas de Deus em estado de submissão ao que o Espírito Santo ensinava (e continua ensinando). Assim, é verídico o que afirma nosso amado irmão Ismael, dizendo:

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“A correta aplicação deste ensino nos remete à relação de autoridade que existe entre Deus e os homens. O véu ilustra um ensino de Deus, é símbolo de algo maior e ilustra uma relação de ordem na criação de Deus.” Alguns comentaristas afirmam que o significado interno da submissão referente a I Coríntios 11.1,16 permanece, enquanto o ato externo ‘não é válido’ (?) para os dias atuais. Tais comentaristas se encontram revestidos de tamanha ‘autoridade’(?) que se acham no direito de suprimir este ou aquele MANDAMENTO, suplantando assim a autoridade da própria SAGRADA ESCRITURA, definindo qual mandamento é válido ou... ‘Vencido’(?). Destarte, ignorais que a insubmissão do ato EXTERNO não põe a descoberto o estado INSUBMISSO do INTERIOR? Pois, os pensamentos que impele o homem a obedecer ou desobedecer provém do coração (Mateus 15.18, 19) do interior. Será que a ‘autoridade’(?) deles é superior à autoridade apostólica? Paulo ensinava e pregava não segundo o ensino aprendido ou recebido de homem algum, mas pela revelação de Cristo Jesus nosso Senhor: (...) “Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.” (Gálatas 1.11, 12; 1Cor 14.37). De fato: “Paulo não usava sabedoria humana na sua pregação”. (S. E. McNair). A teologia que é aplicada na maioria das igrejas evangélicas procura incutir na mente de suas membresias que o mandamento tratado nesta apologia está ‘amarrado’ à cultura e/ou costume oriental, o que não é verdade. É preciso deixar a Bíblia se explicar: “Muitos não recebem nada da Bíblia, porque já se acercam dela com suas próprias ideias, sua própria “teologia”, querendo enxertar tudo isso na revelação divina”. (Gilberto, Antonio - Manual da Escola Dominical – Pela excelência do ensino da Palavra de Deus, pág. 21. 14ª Edição/1995. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Já demonstrei que os mandamentos de 1Cor 11.1, 16 não se harmonizam com as culturas da época; ou antes, contrariam tais práticas culturais proibindo-as na liturgia cristã. Quando em determinada cultura (como na nossa) ocorria de a mulher estar descoberta na adoração pública, a Escritura proibia (1Cor 11. 5, 6), quando não, ocorria em outra cultura o costume de o homem estar com a cabeça coberta, a Escritura também proibia (1Cor 11. 4,7) e proíbe. Aplicando o preceito Bíblico da humildade na natureza do princípio Bíblico e no mandamento que o acompanha: “Pode haver ocasiões em que, mesmo depois de cuidadoso estudo de determinado princípio e de sua expressão comportamental, ainda continuarmos em dúvida se devemos considerá-lo transcultural ou cultural. Se temos de decidir sobre tratar o mandamento de um modo ou de outro, mas não temos meios conclusivos para tomar a decisão, pode ser proveitoso o princípio da humildade. Afinal de contas, seria melhor tratar um princípio como transcultural e levar a culpa de ser excessivamente

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escrupuloso em nosso desejo de obedecer a Deus? Ou seria melhor tratar um princípio transcultural como sujeito à cultura e ser culpado de quebrar uma exigência transcendente de Deus? A resposta deveria ser óbvia.” (A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 176, 177. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida).

Nas páginas deste opúsculo, ficou demonstrado que o mandamento do uso do véu proíbe práticas culturais aceitas na Grécia, em Israel e Roma... Como também em nossa cultura! Com efeito: “Quando uma prática aceita fazia parte de uma cultura pagã e a Escritura proibia tal prática, com toda probabilidade será proibida também em nossa cultura, especialmente se o mandamento está alicerçado na natureza moral de Deus.” (A. VIRKLER, HENRY - Hermenêutica Avançada – Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 175. 10ª reimpressão. São Paulo, Brasil. Vida). Assim, o mandamento proibitivo está alicerçado na natureza moral de Deus, na honra, na autoridade de Cristo e na glória de Deus, conforme bem demonstrado na exegese deste livro. Comportar-se de modo diverso incorre em desonrar a glória de Deus (1Cor 11.4, 7), humilhar e/ou envergonhar a autoridade de Cristo (1Cor 11.3, 4) exercida na igreja. Não obstante, alguém poderia objetar sobre a possibilidade de alguma mulher cristã tendo a cabeça coberta estar ela insubmissa perante o Senhor. Ora, essa possibilidade em nada muda a obediência da igreja à Palavra de Deus. Pense o seguinte: O fato de Judas ter traído o Senhor com um beijo, impediu a igreja de, universalmente, praticar a saudação com ósculo de amor?(1Ped 5.14). O fato de haver possibilidade de alguém se apresentar “indignamente” (1Cor 11.27) à Ceia do Senhor, porventura seria uma desculpa contra tal tradição para não praticá-la? O Fato de Judas Iscariotes “roubar” das ofertas lançadas na bolsa (Jo 12.6) impede os pastores de defenderem o ofertar em suas igrejas? – Creio que não! Eu poderia citar vários exemplos semelhantes, mas creio que os expostos são suficientes, para um bom entendedor nada mais precisa. Portando, tal silogismo infundado não possui embasamento para excluir a obediência da igreja ao mandamento do Senhor. Destarte, contrariando a submissão interna/externo de cobrir a cabeça, esses comentaristas ensinam na contramão da Palavra de Deus. Caro leitor, deixo aqui uma pergunta – pense nisto - a quem tu serves e procuras agradar, a homens ou... A Deus?(Gálatas 1.10). Cristo Jesus é a única cabeça (autoridade) descoberta em nossa reunião de adoração, este é o ensino transmitido pelo uso do véu.

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Afinal... “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.” (Colossenses 1.18). Eis o porquê é proibido ao homem (I Cor. 11.3, 4, 7) cobrir a sua “cabeça” na igreja. O uso do véu é Cristocêntrico, proclama doutrina Cristã. [...] “a igreja não determina o que a Escritura ensina, mas a Escritura determina o que a igreja deve ensinar.” (Berkhof, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica, Pág. 24. 3ª Edição, 2008. São Paulo, Brasil. Editora cultura Cristã). É exatamente isto o que fazemos, “ensinar o que a Escritura determina”. Tal mandamento observado, no que diz respeito em cobrir a cabeça na adoração pública, também é praticado por milhares de Congregações Cristãs anexadas no Brasil e exterior, estas professam a mesma fé e doutrina. Ora, sendo o uso do véu honra e/ou glória (δοξα) para a mulher de acordo 1Cor 11.15; de modo diferente, acerca de Tamar, Judá não a teve por uma prostituta (Gn 38.14) ao usar ela um véu? A resposta a este questionamento é encontrada no próprio contexto, lemos no verso 15: “E vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto”. (Gn 38.15). Portanto, uma das leis da Hermenêutica, é deixar a própria Escritura se explicar! A Bíblia é claríssima, Tamar só foi confundida como sendo uma prostituta, “porque ela tinha coberto o seu rosto”! Ao cobrir o rosto, Tamar estava ocultando sua identidade. A mulher cristã cobre a cabeça e não o rosto. Nós, lavados no Sangue do Concerto Eterno não temos necessidade de ocultar nossa identidade com Deus, nosso rosto descoberto reflete a glória de Deus revelada em Cristo: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2Cor 3.18). Outro questionamento levantado é de que o véu foi rasgado (Mt 27.51). Ora, o que tem a ver o véu - cortina do templo - com o véu das santas de Deus cobrirem a cabeça para cultuarem ao Senhor? Será que elas cobriam a cabeça com a cortina do templo? Alguns pastores argumentam que em Corínto havia um santuário de Ártemis (Diana), uma suposta ‘deusa da fertilidade’(?), em cujo culto havia prostitutas cultuais. Eles filosofam com um argumento embusteiro de que este era o ‘único motivo’(?) de Paulo escrever o uso do véu àquela igreja. Além do argumento ser falso, ainda erram no tocante a falsa deusa, pois dizia respeito a Afrodite e não a Ártemis. Pergunto: Na Bíblia diz que a mulher deve cobrir a cabeça por causa de supostas prostitutas, ou, POR CAUSA DO ANJOS ?! (1Cor 11.10). Vejamos como ficaria o versículo ‘bíblico’(?) desses pastores: ‘Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa das prostitutas’(?). Não seria DEMONÍACO tal argumento estereotipado?

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Estando eu em debate com um pastor, o mesmo chegou a citar que a Bíblia é ‘toda uma ideologia Oriental’(?)! Francamente, isso é um absurdo!!! As Escrituras não foram produzidas por vontade ou ideologia humana, mas TODA ela é inspirada por Deus (2Tm 3.16,17), por isso falamos com segurança amparados no testemunho dado por Jesus que ela veio da boca de Deus para dar vida e alimento à alma ( Mt 4.4). Cremos na inspiração VERBAL e PLENÁRIA das Escrituras, na INERRÂNCIA e INFALIBILIDADE da mesma. Por ser o Livro por Excelência as Escrituras há muito confirmava que o ar tem peso (Jó 24.25), que a terra é redonda (Isaias 40.22), está suspensa sobre o nada (Jó 26.7), que os corpos celestes se movem (Isaias 40.26), todas estes fatos são descobertas recentes, mas que há muito a ideologia Divina confirmava. Essa mesma inspiração sagrada é verbal e plenária, infalível, inerrante. Por inspirada, entendemos que saiu da boca de Deus (Deuteronômio 8.3; Mateus 4.4) para dar vida e alimentar nossas almas, conforme o testemunho infalível dado por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.” (Mateus 4.4). Prezado leitor, será que o nosso Deus está preso a marcos geográficos e/ou geopolíticos? - Claro que não! Destarte, em algumas igrejas evangélicas a autoridade da Palavra de Deus está ficando em segundo plano, que o Senhor Jesus tenha piedade desses líderes, pois suas convicções Bíblicas estão se tornando frágeis: “E por que essas convicções se tornaram tão frágeis? Porque nossos crentes – e até alguns líderes – se acostumaram a escutar e a reproduzir tudo o que lhes chega aos ouvidos como Palavra de Deus sem confrontar o que estão ouvindo com o texto sagrado. Assim, a fé enfraquece e as nossas igrejas ficam expostas aos movimentos espúrios, às teologias deturpadas e às falsas revelações.” (Manual de Doutrina das Assembleias de Deus no Brasil – Elaborado Pelo Conselho de Doutrina da CGADB. CPAD, Rio de Janeiro – RJ, Brasil) Volto a repetir: “A Bíblia é toda a revelação Divina que necessitamos. Tudo o que for revelado sem o apoio das Escrituras é falso.” (Cabral, Elienai. O Pregador Eficaz, pág. 72. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Sobre a cidade de Corinto, esta era a capital da província romana na Acaia, situava-se do lado europeu e não oriental! Enquanto Éfeso era a capital da província da Ásia, a cidade de Corinto era a capital da Acaia (lado europeu)! Simplesmente, nós os que cremos nesta doutrina Bíblica, aceitamos o que está escrito; que a mulher “deve” (1Cor 11.10) cobrir a cabeça, o uso do véu não tem nada de “local” - uma falácia - como ficou demonstrado nas páginas deste livro. Assim, prezados, damos glória a Deus por isso, afinal, não é do nosso interesse que glórias humanas sejam manifestas no culto, entre o povo de Deus.

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Não é certo que a cabeça (1Cor 11.3) da mulher domine o corpo (igreja), a autoridade para dominar o corpo foi delegada por Deus a Cristo, o Cabeça do homem (1Cor 11.3); que a cabeça da mulher – o homem - não procure usurpar algo concedido a Cristo, tão somente a Ele, a única Cabeça descoberta na Igreja! O MANDAMENTO do uso do véu é pouco observado pelas igrejas protestantes: “De igual modo, poucas igrejas protestantes observam o mandamento para as mulheres usarem véu quando oram (1Cor 11.5)”. (A. VIRKLER, HENRY. Hermenêutica Avançada - Princípios e Processos de Interpretação das Escrituras, pág. 172. 10ª reimpressão, junho de 2001. São Paulo, Brasil. Vida). Fica evidente, que o ensino contrário ao uso do véu nas igrejas cristãs da atualidade subtrai um mandamento da Palavra de Deus como ensino litúrgico na adoração cristã, cabendo a todos nós a advertência do apóstolo Paulo a todos os ministros, referente ao que se encontra registrado na Bíblia: “E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.” (1Cor 4.6). Alega alguns pastores, que o ensino do uso do véu, tal como consta em 1Cor 11.2,16 é totalmente cultural, o que não é verdade. Sabemos que a devida passagem menciona dois véus, um distinto do outro, a saber, katakalyptõ (verso 6) e peribólaion (verso 15). O cabelo comprido (gr.komê) que fora dado em lugar de peribólaion está presente em todas as circunstâncias da vida diária da mulher, ao passo que o véu descrito no verso 6, está presente e diz respeito apenas ao uso litúrgico, à oração e profecia. Não se esqueça disto, pois que os estudos apresentados pelo CACP ignoram que o mandamento menciona o homem, proibindo-o de cobrir a cabeça, este novo mandamento contraria, diferencia-se do costume judaico, ou melhor, um contraria o outro. Portanto, é inconcebível comparar ensinos do cristianismo com costumes do judaísmo. O que a maioria dos pastores parece ignorar, é que na assembléia cristã o homem exerce a função da autoridade de Cristo e glória de Deus (versos 3 e 7) ao passo que a mulher representa a autoridade e glória do homem (versos 3 e 7), ao cobrir a cabeça a mulher estará cobrindo (metaforicamente) essa autoridade e glória que ela representa. O uso do véu explica detalhadamente a doutrina de Cristo em ser Ele a cabeça da igreja, pois somente essa cabeça está descoberta na reunião dos santos (verso 3 e 7). O tema central da devida passagem aponta para Cristo, o/a nossa(o) cabeça espiritual.

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A Bíblia Apologética de Estudo, apresenta numa “Resposta Apologética” aos desinformados concernente às tradições apostólicas (1Cor 11.2; 2Tess 2.15): “O que Paulo está explicando neste texto é que aquilo que estava sendo verbalmente transmitido tinha autoridade divina, perpétua e definitiva, mormente por estar sendo anunciado pelos apóstolos de Cristo, escolhidos por Jesus para tornarem notória a sua Palavra que, posteriormente, tornar-se-ia a própria Bíblia. É perfeitamente natural que os apóstolos transmitissem os ensinamentos de forma verbal, uma vez que ainda estavam vivos.” (Bíblia Apologética de Estudo – ICP – Edição Ampliada, pág. 1213. Almeida, Corrigida, Fiel – ACF, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo – SP, Brasil). Não há, portanto, como negar a Doutrina Bíblica do Uso do Véu, esta é uma das tradições da Igreja de Cristo presente no conjunto das doutrinas. Também, eu não poderia deixar de mencionar o que escreveu um professor de hebraico e grego; sobre o uso do véu ele foi taxativo e dinâmico nas seguintes palavras: “Para finalizar, quero lembrar ao leitor que não foi um teologuito qualquer que ensinou esta doutrina, mas aquele que foi levantado pelo Espírito de Deus para ser nosso mestre, o mestre dos gentios, o maior defensor da fé cristã de todos os tempos: o apóstolo Paulo. Que esta análise possa ter levado você a concluir com ele: Que ponha o véu!” (Antônio Ferreira, Fabiano. ΚΑΤΑΚΑΛΥΠΤΕΣΘΩ − Que ponha o véu! – pág.76, 1ª Edição. Rio de Janeiro, Brasil. Artes Gráficas Kirios Ltda). O fundamento do uso do véu é Cristo, a única cabeça – autoridade descoberta - na igreja, sobre este fundamento (Cristo) está alicerçada os ensinos propagados pelos apóstolos e profetas.

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(LÊ-SE DA DIREITA PARA A ESQUERDA)

: בותי כאשר גם־אני הלך בעקבות המשיח לכו בעק - 11.1 11.2 - ועל־זאת אני משבח אתכם

:אחי כי־זכרתם אתי בכל לשמר את־הקבלות כאשר מסרתי לכם 11.3 - אך חפץ אנכי שתדעו

:יש המשיח וראש האשה האיש וראש המשיח הוא האלהיםכי־ראש כל־א : כל־איש אשר יתפלל או יתנבא ורשו מכסה מבזה הוא את־ראשו - 11. 4

11.5 - וכל־אשה אשר תתפלל או תתנבא:ה היא את־ראשה יען בזה היא כמו מגלחהוראשה פוע מבז

6 .11 – כי האשה אם־לא תתכסה גם:תתגלח ואם־בזיון הוא לאשה להכסם או להתגלח תתכסה

11.7 - והאיש איננו חיב לכסות:וא צלם אלהים וכבודו אבל האשה היא כבוד האישאת־ראשו כי ה

: כי אם־האשה מן־האיש כי אין־האיש מן־האשה - 11. 8 :גם לאנברא האש בעבור האשה כי אם־האשה בעבור האיש – 11. 9

:להיות־לה כפה על־ראשה בבור המלאכיםעל־כן האשה חיבת - 11. 10 11 .11 − אבל אין האיש בל אשה

:ואין האשה בלא איש באדון 12 .11 − כי כאשר האשה מן־האיש כן גם־האיש על־ידי האשה

:וכל־זאת מאלהים :שפטו־נא בנפשכם הנאוה לאשה להתפלל אל־האלהים בגלוי ראש - 11. 13

11.14-או הלא גם־הטבע בעצמו ילמד אתכם כי איש אשר :יגדל פרע שער ראשו חרפה היא לו

:שערה פאר הוא לה כי־נתן לה השער לצניףאבל האשה כי תגדל - 11.15 16 .11 - ואם־יחשב איש לערער

עלינו אין לנו מנהג כזה ולא לקהלות האלהים

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I CORÍNTIOS 11. 1, 16 EM GREGO KOINÊ 1 − µιµηται µου γινεσθε, καθως καγω Χριστου. 2 − επαινω δε υµας οτι παντα µου µεµνησθε και, καθως παρεδωκα υµιν τας παραδοσεις κατεχετε. 3 − θελω δε υµας ειδεναι, οτι παντος ανδρος η κεφαλη ο Χριστος εστι κεφαλη δε γυναικος, ο ανηρ κεφαλη δε Χριστου, ο Θεος.. 4 − πας ανηρ προσευχοµενος η προφητευων, κατα κεφαλης εχων, καταισχυνει την κεφαλην αυτου. 5 − πασα δε γυνη προσευχοµενη η προφητυουσα ακατακαλυπτω τη κεφαλη, καταισχυνει την κεφαλην εαυτης εν γαρ εστι και το αυτο τη εξυρηµενη. 6 − ει γαρ ου κατακαλυπτεται γυνη, και κειρασθο ει δε αισχρον γυναικι το κειρασθαι η ξυρασθαι, κατακαλυπτεστω. 7 − ανηρ µεν γαρ ουκ οφειλει κατακαλυπτεσθαι την κεφαλην, εικων και δοξα Θεου υπαρχων γυνη δε δοξα ανδρος εστιν. 8 − ου γαρ εστιν ανηρ εκ γυναικος, αλλα γυνη εξ ανδρος 9 − και γαρ ουκ εκτισθη ανηρ δια την γυναικα, αλλα γυνη δια τον ανδρα 10 − δια τουτο οφειλει η γυνη εξουσιαν εχειν επι της κεφαλης δια τους αγγελους.. 11 − πλην ουτε ανηρ χωρις γυναικος, ουτε γυνη χωρις ανδρος, εν κυριω. 12 − ωσπερ γαρ η γυνη εκ του ανδρος, ουτω και ο ανηρ δια της γυναικος, τα δε παντα εκ του Θεου. 13 − εν υµιν αυτοις κρινατε πρεπον εστι γυναικα ακατακαλυπτον τω Θεω προσευχεσθαι ; 14 − η ουδε αυτη η φυσις διδασκει υµας, οτι ανηρ µεν εαν κοµα, ατιµια αυτω εστι; 15 − γυνη δε εαν κοµα, δοξα αυτη εστιν. οτι η κοµη αντι περιβολαιου δεδοται αυτη. 16 − ει δε τις δοκει φιλονεικος ειναι, ηµεις τοιαυτην συνηθειαν ουκ εχοµεν, ουδε αι εκκλησιαι του Θεου.

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I CORÍNTIOS 11. 1, 16 EM

PORTUGUÊS 11. 1 – Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. 11. 2 – E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e retendes os preceitos como vo-los entreguei. 11. 3 – Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo. 11. 4 – Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a própria cabeça. 11. 5 - Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. 11. 6 – Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu. 11. 7 – O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. 11. 8 – Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem. 11. 9 – Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem. 11. 10 – Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. 11. 11 – Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. 11. 12 – Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus. 11. 13 – Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? 11. 14 – Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? 11. 15 – Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. 11. 16 – Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.

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CONCLUSÃO Ao finalizar está obra – quero deixar claro – em momento algum neste opúsculo abordo o mandamento do uso do véu como algo pertinente à Soteriologia, isto é, ao “Estudo da Salvação”. Algo que já foi falado em meu prefácio. Não obstante, este artigo tem por finalidade demonstrar que o Uso do Véu é mandamento de ordem litúrgica, isto é, de ordem cúltica para a igreja. Deste modo, além de o apóstolo entregar os mandamentos, também explicou as devidas razões por trás delas. O ensino está em perfeita analogia com o restante das Escrituras... Afinal, Jesus Cristo é o tema central da Bíblia! O uso do véu é Cristocêntrico, enaltece a Cristo e a glória de Deus: “CRISTOCÊNTRICO [Do Gr. christhos, ungido; do lat. centrum, centro] Sistema doutrinal que tem a Cristo Jesus e a sua doutrina como ponto central. Todos os dogmas, realmente bíblicos e teologicamente ortodoxos, advém da Cristologia, por ser o Senhor Jesus o autor e consumador da fé evangélica (Hb 12.2).” (Corrêa de Andrade, Claudionor. Dicionário Teológico – Nova Edição Revista e Ampliada - Um Suplemento Bibliográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores. Pág. 122, 19ª Impressão, 2010. Rio de Janeiro, Brasil. CPAD). Assim, uma doutrina para ser cristocêntrica não precisa ser necessariamente, soteriológica; basta ter Cristo Jesus como ponto central do ensino. Quem é a “cabeça” da mulher? A Bíblia explica que é o homem (1Cor 11.3). Então, a mulher deve cobrir a “cabeça” dela, pois é metáfora de estar cobrindo a autoridade do homem! Quem é a “cabeça” do homem? A Bíblia explica que é Cristo (1Cor 11.3). Então, o homem não deve cobrir a “cabeça” dele, que é metáfora da autoridade de Cristo. Quem é a glória de Deus? Respondendo, a Bíblia diz que é o homem (1Cor 11.7). Então, ele não deve cobrir a cabeça por ser essa glória (1Cor 11.7), pois, se a cobrir estará cobrindo (metaforicamente) a glória de Deus na igreja! Quem é a glória do homem? A Bíblia, como sempre responde, diz que é a mulher (1Cor 11.7). Então, ao cobrir a cabeça estará cobrindo a glória que ela é, glória do homem! Mas, e a mulher, possui glória? Sim, a Bíblia diz que o cabelo comprido é glória/honra dela (1Cor 11.15), razão dela cobrir a cabeça é estar cobrindo essa glória. Ao cobrir a cabeça a mulher estará proclamando que no culto, a única autoridade reconhecida é a de Cristo! A única glória reconhecida é a de Deus! “A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é amplíssimo”. (Salmos 119). A DEUS TODA A GLÓRIA SOLI DEO GLÓRIA

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PROCLAMANDO CONFUSÃO NO DESUSO DO VÉU Cabeça do homem descoberta = Metáfora da autoridade de Cristo e glória de Deus descobertas na igreja (versos 3 e 7). Cabeça da mulher descoberta = Metáfora da “autoridade do homem” (verso 3), “glória do homem” (verso 7) e “glória da mulher” (verso 15)descobertas na igreja. Isso resulta em CONFUSÃO: 2 cabeças e 3 glórias manifestas no Corpo (Igreja). Portanto, eis o “porque” obedecemos tal mandamento: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.” (1Cor 14.33). SOBRE O AUTOR Romário N. Cardoso é membro e músico da Congregação Cristã no Brasil, convertido à fé dos santos em 11/07/1993. É estudante autodidata dos idiomas Hebraico e Grego Bíblico, convocado pelo Soberano Criador às fileiras do Exército do Senhor Jesus para “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas 3). A apologia contida neste opúsculo defende a crença genuinamente Bíblica de todas as Congregações Cristãs espalhadas pelo mundo, ligadas à mesma fé e doutrina. כי־יתברך איש בלבבו להיות נביא או־איש הרוח בין יבין את אשר־אני כתב .(1Cor 14.37) לכם כי־מצות האדון הנה ΕΙ ΤΙΣ ∆ΟΚΕΙ ΠΡΟΦΗΤΗΣ ΕΙΝΑΙ Η ΠΝΕYΜΑΤΙΚΟΣ, ΕΠΙΓΙΝΩΣΚΕΤΩ Α ΓΡΑΦΩ YΜΙΝ ΟΤΙ ΚYΡΙΟY ΕΣΤΙΝ ΕΝΤΟΛΗ . (1Cor 14.37). Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. (1Cor 14.37). “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.” (2Cor 13.14).

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GLOSSÁRIO APOLOGIA – Significa defesa, isto é, defesa de um ponto de vista. CABEÇA – Símbolo de “autoridade, chefia” (1Cor 11.3). CATACUMBAS DE ROMA – Correspondem aos lugares subterrâneos em Roma onde os cristãos primitivos, em tempos de perseguição se refugiavam para não serem mortos pelos inimigos do evangelho. HERMENÊUTICA – Termo proveniente do grego “hermeneuo” (interpretar). Quando se diz “regras de hermenêutica”, denota o conjunto de normas a serem observadas para traduzir, interpretar ou ensinar corretamente determinada passagem. INJUNÇÃO - Mandamento. KATAKALYPTÕ - Vocábulo grego (cobrir) remissivo à kállyma, “véu” (1Cor 11.6). O antônimo é “akatakalyptõ”, isto é, “descoberta, sem véu” (1Cor 11.5). METÁFORA - Alegoria, comparação, figura, imagem, representação, símbolo, translação, tropo. PERIBÓLAION - Vocábulo grego diferenciado de kállyma (véu), significando “turbante feminino” (1Cor 11.15) do hebraico “tzanif”, do latim “velo”. PRECEITO - Do hebraico “paqud”, sinônimo de mandamento, ordenança, estatuto, lei. TRADIÇÃO – Significa o ato de receber algo e transmitir à geração seguinte, e assim, sucessivamente. O plural “tradições” denota o conjunto de ensinamentos recebidos e transmitidos pelos apóstolos, a Doutrina Apostólica. TURBANTE – Do hebraico “tzanif” (turbante) cobertura de cabeça usada no oriente (Jó 29.14), vocábulo que também é traduzido por “atavio de cabeça” (Isaias 3.23) e “diadema” (Isaias 62.3). O turbante consiste em lenços ou faixas enrolados em redor da parte superior da cabeça. O maior rabino que viveu na idade média, Maimônides, cobria a cabeça com um turbante conforme demonstra o próprio monumento erguido em sua homenagem em Córdoba - Espanha. Em o Novo Testamento Hebraico (hebr. Brît haDashah), assim como nas Escrituras Gregas Cristãs, o cabelo comprido foi dado em lugar de turbante, “tzanif” (1Cor 11.15), cumprindo à mulher o dever (1Cor 11.10) de estar com uma outra cobertura por nome “mîtkasseh”, do grego “katakalyptõ” que remete para “kallyma”, isto é, véu (1Cor 11.6), termo que está relacionado à “oração e profecia” (1Cor 11.5) e não a um ‘costume’(?), desculpa irreverente dos homens para subtrair um mandamento da Palavra de Deus.

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