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To print: Select File and then Print from your browser's menu This story was printed from FARMS, located at Copyright © 1996-2000 Foundation for Ancient Research and Mormon Studies A Historicidade Do Livro De Mórmon* Jantar Anual da Foundation for Ancient Research and Mormon Studies Provo, Utah, 29 de outubro de 1993. Por: Elder Dallin H. Oaks Alguns que se intitulam Santos dos Últimos Dias crentes estão advogando que os Santos deviam "abandonar” a afirmação de que [O Livro de Mórmon] é um registro histórico dos povos antigos das Américas [1] Eles estão promovendo a possibilidade de se ler e usar o Livro de Mórmon como nada mais do que uma ficção piedosa com algum conteúdo valioso. Esses praticantes das chamadas "críticas mais elevadas" levantam a questão de se o Livro de Mórmon, que nossos profetas têm colocado como a escritura preeminente desta dispensação, é um fato ou uma fábula ou apenas estória. 1

A Historicidade Do Livro de Mórmon

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AA Historicidade Do Livro De Mrmon*

To print: Select File and then Print from your browser's menuThis story was printed from FARMS, located atCopyright 1996-2000 Foundation for Ancient Research and Mormon StudiesA Historicidade Do Livro De Mrmon*

Jantar Anual da Foundation for Ancient Research and Mormon StudiesProvo, Utah, 29 de outubro de 1993.Por: Elder Dallin H. Oaks

Alguns que se intitulam Santos dos ltimos Dias crentes esto advogando que os Santos deviam "abandonar a afirmao de que [O Livro de Mrmon] um registro histrico dos povos antigos das Amricas [1] Eles esto promovendo a possibilidade de se ler e usar o Livro de Mrmon como nada mais do que uma fico piedosa com algum contedo valioso. Esses praticantes das chamadas "crticas mais elevadas" levantam a questo de se o Livro de Mrmon, que nossos profetas tm colocado como a escritura preeminente desta dispensao, um fato ou uma fbula ou apenas estria.

A historicidade - autenticidade histrica - do Livro de Mrmon uma questo to fundamental que se coloca em primeiro lugar sobre a f no Senhor Jesus Cristo, que o primeiro princpio em si, como em todos os demais assuntos. De fato, no concernente historicidade do Livro de Mrmon, existem muitas questes subsidirias que poderiam cada uma ser assunto de um livro. No meu propsito comentar qualquer dessas questes menores, igualmente aquelas que so ditas confirmarem o Livro de Mrmon ou aquelas que dizem, o desaprovam.

Aquelas questes menos importantes merecem ateno. Em discurso anterior a este grupo, Elder Neal A. Maxwell citou explicao de Austin Farrer:

Embora um argumento no crie convico, a falta dele destri a crena. O que parece provado pode no ser abraado; mas aquilo que ningum demonstra habilidade em defender rapidamente abandonado. Argumento racional no produz crena, mas mantm um clima atravs do qual a crena pode florescer. (Austin Farrer, em C. S. Lewis).

Dessas observaes procurarei usar o argumento racional, mas no me fiarei em nenhuma prova. Eu tratarei a questo da historicidade do Livro de Mrmon do ponto de vista da f e revelao. Sustento que a questo da historicidade do Livro de Mrmon basicamente a diferena entre aqueles que ficam exclusivamente no conhecimento e aqueles que confiam numa combinao de conhecimento, f e revelao. Aqueles que confiam exclusivamente no conhecimento rejeitam a revelao cumprem a profecia de Nefi de que nos ltimos dias os homens "ensinaro com o seu saber e negaro o Esprito Santo, o qual inspira o que dizer". (2 Nfi 28:4). Os praticantes dessa assertiva focalizam tipicamente um limitado nmero de questes, tais como a geografia ou "cavalos" ou ministrio de anjos ou modelos lingsticos do sculo dezenove. Eles ignoram ou acham inacreditvel a complexidade do registro do Livro de Mrmon. Aqueles que confiam no conhecimento, f e revelao procuram olhar para o completo espectro das questes, contedo, tanto quanto o vocabulrio, revelao igualmente a escavao - (arqueologia).

Falando por um instante como algum cuja profisso a advocacia, sugiro que, se algum deseja conhecer a importncia da f e a realidade de um campo alm da compreenso humana, o Livro de Mrmon a hiptese de maior peso a ser debatida. A hiptese contrria historicidade do Livro de Mrmon tem de provar-se negativa. No se pode provar uma negativa por ater-se a apenas em um ponto do oponente ou por fundamentar-se em alguns argumentos subsidirios.

Para mim, essa introspeco bvia leva de volta a mais de quarenta anos atrs, primeira aula que recebi sobre o Livro de Mrmon, na BYU. A aula intitulava-se, um tanto audaciosamente, "A Arqueologia do Livro de Mrmon". Em retrospecto acredito que ela deveria denominar-se algo como "Um Antroplogo Examina Alguns Objetos de Interesse para os Leitores do Livro de Mrmon". Aqui sou introduzido idia de que o Livro de Mrmon no uma histria de todo o povo que viveu nos continentes Norte e Sul Americanos em todas as idades da terra. Naquele tempo acreditei que assim fosse. Se essa fosse a afirmativa do Livro de Mrmon, qualquer pedao de prova histrica, arqueolgica ou lingstica ao contrrio pesaria contra o Livro de Mrmon, e aqueles que confiam exclusivamente em conhecimento teriam posio promissora com que argumentar.

Ao contrrio, se o Livro de Mrmon significa apenas um registro de alguns povos que habitaram uma poro das Amricas durante uns poucos milnios no passado, o peso da argumentao muda drasticamente. No mais uma questo de todos contra nenhum; uma questo de alguns contra ningum. Em outras palavras, nas circunstncias que descrevo, os oponentes historicidade tm de provar que o Livro de Mrmon no possui validade histrica para qualquer povo que viveu nas Amricas em um dado perodo de tempo, um exerccio notoriamente difcil. No se pode prevalecer nessa proposio por provar-se que uma cultura esquim particular representa a migrao vinda da sia. Os oponentes da historicidade do Livro de Mrmon devem provar que os primeiros povos cuja vida religiosa ele registra no viveram em lugar algum das Amricas.

Um outro modo de explicar a fora positiva da posio sobre a historicidade do Livro de Mrmon demonstrar que ns, seus proponentes, estamos satisfeitos com um impasse nessa questo. Investigao honesta concluir que existem tantas provas de que o Livro de Mrmon um texto antigo que eles no podem resolver a questo de forma aceitvel contra sua autenticidade, a despeito de algumas questes no respondidas que parecem servir de suporte a sua determinao negativa. Nessa circunstncia, os proponentes do Livro de Mrmon podem sentar-se para uma ao ou um jure incapaz de chegar a um veredicto sobre a questo da historicidade e manter uma continuidade at que a controvrsia possa ser levada a outro frum.

De fato, nossa posio que provas seculares no podem quer provar ou desaprovar a autenticidade do Livro de Mrmon. Sua autenticidade depende, como ele mesmo diz, de um testemunho do Esprito Santo. Nosso lado jogar at para um empate, mas aqueles que negam a historicidade do Livro de Mrmon no podem sentar-se para um empate. Eles podem tentar anular a autenticidade de sua historicidade - ou eles parecem sentir uma necessidade em assim fazer - e nisto no tm sucesso porque mesmo a prova secular, vista em sua totalidade, muito complexa para tanto.

Hugh Nibley estabeleceu um ponto relacionado quando escreveu:

A primeira regra para a crtica histrica em lidando com o Livro de Mrmon ou qualquer outro texto antigo , jamais supersimplificar. Devido a todo seu estilo bsico e narrativa direta, esta histria est repleta, como poucas outras esto, com uma estonteante riqueza de detalhes que escapa completamente ao leitor casual... Somente preguia e vaidade levam um estudante precipitada convico de que ele tem a ltima palavra sobre o que o Livro de Mrmon contm. (2)Abrindo uns parnteses, eu citaria como ilustrao desse ponto lngua, a cultura e a matria descrita em apoio autenticidade do Livro de Mrmon encontrada na edio persuasiva de Orson Scott Card, "O Livro de Mrmon - Artefato ou Artfice?" (3)

Admiro aqueles estudiosos para quem conhecimento no exclui f e revelao. Faz parte de minha f e experincia que o Criador espera que ns usemos o poder do raciocnio como nos concedeu, e que ele tambm espera que exercitemos nosso dom divino de f e cultivemos nossa capacidade de ensinar atravs de revelao divina. Mas essas coisas no vm sem busca. Aqueles que utilizam o conhecimento e desprezam f e revelao deveria ponderar a pergunta do Salvador: Como podeis vs crer, recebendo honra uns dos outros, e no buscando a honra que vem de Deus?" (Joo 5:44).

Deus nos convida a arrazoar com Ele, mas acho significativo que o arrazoar a que Deus nos convida est ligado a realidades espirituais e maturidade mais do que descobertas oriundas do conhecimento ou credenciais. Trs vezes nas revelaes modernas o Senhor falou a respeito de arrazoar com seu povo. (D&C 45:10, 15; 50:10-12; 61:13; tambm vejam Isaas 1:18.) significativo que todas essas revelaes foram dirigidas a pessoas que j haviam feito convnio com o Senhor - aos lderes de Israel e aos membros de sua Igreja Restaurada.

Na primeira dessas revelaes o Senhor disse que Ele havia enviado seu convnio eterno ao mundo, para ser uma luz para o mundo, um estandarte para seu povo. "Portanto entrai nele; e com aquele que vier eu arrazoarei, como fiz com os homens em dias passados; e mostrar-vos-ei meu forte argumento." (D&C 45:10). Assim, essa oferta divina de arrazoar foi dirigida queles que haviam demonstrado f em Deus, que haviam se arrependido de seus pecados, que haviam feito convnios sagrados com o Senhor nas guas do batismo, e que receberam o Esprito Santo, que testifica do Pai e do Filho e guia-nos verdade. Esse era o grupo a quem o Senhor ofereceu (e oferece) para ampliar sua compreenso atravs do raciocnio e da revelao.

Alguns crticos dos santos dos ltimos dias que negam a historicidade do Livro de Mrmon procuram tornar suas interpretaes propostas persuasivas aos Santos por elogiarem ou afirmarem o valor de parte do contedo do livro. Aqueles que aceitam essa interpretao assumem a significativa carga de explicar como eles podem exaltar o contedo de um livro que descartam como sendo uma fbula. Jamais consegui compreender interpretao semelhante com referncia divindade do Salvador. Como sabemos, alguns estudiosos e alguns ministros proclamam-No um grande mestre e a seguir tm de explicar como algum que deu to sublimes ensinamentos poderia proclamar a si mesmo (falsamente, dizem) ser o Filho de Deus que seria ressuscitado dos mortos.

Os crticos com novo estilo enfrentam o mesmo problema com o Livro de Mrmon. Por exemplo, temos de afirmar o valor dos ensinamentos registrados com o nome de um homem chamado Moroni, mas se esses ensinamentos tm valor, como explicar essas afirmaes tambm atribudas a esse homem?

E se h falhas (nesse registro) sero falhas de um homem. Mas eis que no conhecemos falha alguma; no obstante, Deus conhece todas as coisas; portanto, aquele que condena, que tenha cuidado para no se expor ao perigo do fogo do inferno. (Mormon 8:17).E exorto-vos a que recordeis estas coisas; porque se aproxima rapidamente a hora em que sabereis que no minto, pois ver-me-eis no tribunal de Deus; e o Senhor Deus dir-vos-: no vos anunciei minhas palavras, que foram escritas por este homem como algum que clamasse dentre os mortos, sim, como algum que falasse do p? (Moro.10:27).H algo estranho com relao a aceitar-se a moral ou o contedo religioso de um livro enquanto se rejeita a veracidade das declaraes, predies e afirmaes de seu autor. Essa interpretao no apenas rejeita os conceitos de f e revelao que o Livro de Mrmon explica e advoga. Essa interpretao nem mesmo representa bom conhecimento.

Neste ponto no posso resistir em recordar as palavras de um valoroso colega e amigo, j falecido. Esse famoso Professor de Direito disse a uma classe de primeiro ano de uma Faculdade de Direito da Universidade de Chicago que juntamente com tudo o mais, um advogado deve ser tambm um estudioso. E continuou:

Que isso tem seu encanto ser recordado a vocs pelas palavra de um velho estudioso judeu: "Lixo lixo; mas a histria do lixo - isso conhecimento". (4)

Essa fascinante ilustrao nos relembra que conhecimento pode pegar o que mundano e torn-lo sublime. Assim como essa histria do lixo. Mas conhecimento, assim denominado, pode tambm pegar o sublime e torn-lo mundano. Dessarte, meu amigo poderia ter ilustrado seu ponto de vista por dizer, "Milagres so apenas fbulas, mas a histria dos milagres, isso conhecimento." Assim tambm com o Livro de Mrmon. Aqueles que apenas respeitam este livro como um objeto de conhecimento tm uma perspectiva muito diferente daqueles que o acatam como a palavra revelada de Deus.

Conhecimento e provas fsicas so valores universais. Compreendo seu valor, e tenho tido alguma experincia com o uso deles. Tais tcnicas falam a muitos segundo sua maneira de compreenso. Mas existem outros mtodos e valores, tambm, e no devemos estar comprometidos com conhecimento que nos leve a fechar nossos olhos e ouvidos e coraes quilo que no pode ser demonstrado pelo conhecimento ou defendido de acordo com provas fsicas e raciocnio intelectual.

Para citar outra ilustrao, histria - at mesmo a histria da Igreja - no redutvel a economia ou geografia ou sociologia, embora cada uma dessas disciplinas tenham algo a ensinar quanto a este assunto. Sobre o assunto histria, o Presidente Gordon B. Hinckley comentou a respeito dos crticos que espalham informao aviltante e depreciativa a respeito de nossos antepassados.

Reconhecemos que nossos antepassados eram humanos. Sem dvida cometeram erros... Mas os erros eram de somenos importncia, quando comparados com o trabalho maravilhoso que realizaram. Para realar os erros e interpretar alm do maior bem o mesmo que desenhar uma caricatura. Caricaturas so interessantes, mas so freqentemente feias e desonestas. Um homem pode ter uma mancha em sua face e ainda ter uma face bonita e forte, mas se a mancha for enfatizada indevidamente com relao a suas outras feies, o retrato estar carente de integridade...No temo a verdade. Eu a fao bem-vinda. Mas quero todos os meus atos em seu prprio contexto, com nfase naqueles elementos que explicam o grande crescimento e poder desta organizao. (5)No captulo 16 de Mateus, lemos como Jesus ensinou a Pedro o importante contraste entre agir-se sobre o testemunho do Esprito e agir sobre raciocnio dependente da maneira do mundo.

E, chegando Jesus s partes de Cesaria de Filipo, interrogou os seus discpulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?E eles disseram: Uns Joo Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos Profetas.Disse-lhes Ele: E vs, quem dizeis que eu sou?E Simo Pedro, respondendo disse: Tu s o Cristo, o Filho de Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado s tu, Simo Barjonas, porque to no revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que est no Cu. Ento mandou seus discpulos que a ningum dissessem que ele era o Cristo. (Mateus 16:13-17, 20).Esse foi o ensinamento do Senhor sobre o valor da revelao pelo Esprito ("Bem-aventurado s tu, Simo Barjona"). Nos trs versculos seguintes desse mesmo captulo 16 de Mateus temos o ensinamento severo do Salvador sobre o contrastante valor do raciocnio desse mesmo apstolo com relao aos valores mundanos:

Desde ento comeou Jesus a mostrar a seus discpulos que convinha ir a Jerusalm, e padecer muito dos ancios, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto e ressuscitar ao terceiro dia.E Pedro, tomando-o de parte, comeou a repreend-lo: Senhor, tem compaixo de Ti; de modo nenhum Te acontecer isso.Ele, porm, voltando-se, disse a Pedro: Para trs de mim, Satans, porque me serves de escndalo; porque no compreendes as coisas que so de Deus, mas s as que so dos homens. ( versculos 21-23).

Sugiro que fazemos a mesma coisa e merecemos a mesma repreenso como Pedro, sempre que submetemos um testemunho do Esprito ("as coisas que so de Deus") s obras de estudiosos ou ao produto de nosso prprio raciocnio baseado nos valores do mundo (as coisas que "so dos homens").

O raciocnio humano no pode colocar limites a Deus ou diluir a fora dos mandamentos e revelaes divinos. Pessoas que permitem que isso acontea identificam-se com os descrentes nefitas que rejeitaram o profeta Samuel. O Livro de Mrmon diz, "Eles comearam a discutir e a discordar entre si, dizendo: No razovel que venha algum como um Cristo"; (Hel.16:17-18). Pessoas que praticam esse tipo de "raciocnio" negam a si mesmos a escolha da experincia que algum descreveu como nosso corao nos dizendo coisas que nossa mente no conhece. (6)

Tristemente, alguns Santos dos ltimos Dias ridicularizam outros por sua confiana em revelao. Tal ridculo tende a proceder daqueles cujas credenciais acadmicas so elevadas, mas possuem credenciais espirituais baixas. (7).

O maior significado do Livro de Mrmon seu testemunho sobre Jesus Cristo como o unignito de Deus o Pai Eterno que nos redime e salva da morte e pecado. Se um registro ergue-se como preeminente testemunha de Jesus Cristo, como pode no fazer qualquer diferena se o registro um fato ou uma fbula - se as pessoas realmente viveram e profetizaram de Cristo e foram testemunhas oculares de sua apario a eles?

Enquanto Jack Welch e eu discutimos o tpico de meu discurso esta manh, ele observou que essa nova onda de anti-historicidade "pode ser uma nova caoada na rea de Salt Lake City, mas ela tem estado presente em um grande nmero de outros vizinhanas crists por vrias dcadas."

Em verdade! O argumento de que no faz diferena se o Livro de Mrmon um fato ou uma fbula certamente irmo do argumento de que no faz diferena se Jesus Cristo jamais viveu. Com sabemos, existem muitos mestres pseudocristos que esposam os ensinos e negam o Mestre. Alm disso, existem aqueles que at mesmo negam a existncia ou o conhecimento de Deus. Sua parte no Mormonismo abraa alguns ensinamentos do Livro de Mrmon mas nega sua historicidade.

H dois meses, quando eu estava examinando a revista Cronicles, publicada por Rockford Institute (da qual fui diretor por cerca de 15 anos), fui atrado pelo ttulo de uma crtica literria, "Quem precisa de um Jesus Histrico?", (8) e a formidvel reputao de seu autor. Jacob Neusner, que Doutor, Rabi e Professor, fez a crtica de dois livros cujos ttulos incluem as palavras "Jesus histrico". Seus comentrios so persuasivos quanto ao assunto da historicidade em geral.

Neusner preza esses dois livros, um deles "um livro imensamente poderoso e potico... escrito por um grande escritor que tambm um estudioso original e de peso" e o outro "uma obra prima de sabedoria". No obstante seus tributos tcnica deles, Neusner de forma direta desafia a convenincia do esforo que os autores se impuseram. Seu esforo, tpico no mundo dos estudiosos hoje em dia, foi o de usar uma leitura cptica das escrituras mais do que a de um crente, a fim de apresentar um estudo histrico que "distinguiria o fato da fico, o mito da lenda de acontecimentos autnticos." Em assim procedendo, a leitura cptica dos evangelhos" levou-os a admitir que o Jesus dos Evangelhos no o Jesus que realmente viveu. Isso ainda lhes causou a suposio de que os historiadores podem conhecer a diferena.

Na descrio seguinte eu tomei a liberdade de parafrasear a crtica de Neusner. Cito, ento, suas concluses:

Nenhum trabalho histrico explica a si mesmo de modo to sem ingenuidade quanto o trabalho a respeito do Jesus histrico: do comeo, meio e fim, a questo teolgica. (9)

Certamente nenhuma questo guarda implicaes teolgicas mais profundas para os cristos do que o que a pessoa que acredita ser a incarnao real de Deus, de fato, verdadeiramente falou e realizou aqui na terra. O mtodo histrico, entretanto, que nada conhece do sobrenatural e olha para os milagres com estupefao sem reservas, supe poder contest-los. (10)Demonstraes, entretanto, (histricas ou qualquer outra) a respeito dos fundadores de religio apresentam uma verdade de uma outra espcie. Tais demonstraes no apenas difundem implicaes de maior peso, mas elas apelam para fontes distintas da espcie que registram o que George Washington fez certo dia em 1775. Elas so baseadas sobre revelao, no em mera informao; elas clamam, e todos que as valorizam acreditam, que tm sua origem na revelao de Deus ou na inspirao. Esperar que os Evangelhos dem histrico mais do que verdades evanglicas confunde a verdade teolgica com fato histrico, rebaixando-os medida deste mundo, tratando Jesus precisamente como o oposto do que a cristandade O tem sempre aceitado como sendo, o que nico.Quando falamos a respeito do "Jesus histrico", todavia, ns dissecamos um assunto sagrado com um bisturi secular, e na confuso das categorias da verdade o paciente morre na mesa de operao; o cirurgio esquece porque fra feita a inciso; remove o corao e negligencia sua colocao de volta. A afirmao "Um e um so dois", ou "A Conveno Constitucional reuniu-se em 1787", simplesmente no so da mesma ordem que "Moiss recebeu o Torah no Sinai" ou "Jesus Cristo o Filho de Deus".O que a evidncia histrica pode nos dizer se algum realmente ressurgiu da morte, ou o que Deus disse ao profeta no Sinai? No consigo identificar um mtodo histrico igual ao trabalho de examinar o clamor de que o Filho de Deus nasceu de uma virgem. E como os historiadores acostumados a explicar as causas da Guerra Civil falam de milagres, ou os homens ressurgindo da morte, e de outros assuntos relacionados crena estrangeira? Historiadores trabalhando com casos de milagres produzem algo semelhante ao parafrasear da f, indiferente a ela, ou meramente simplrio. Em seu trabalho nada temos alm de teologia mascarada de "histria crtica". Se eu fosse um cristo, eu perguntaria porque a coroa da cincia tem agora de ser colocada sobre a cabea de Jesus reduzido a esta dimenso mundana, acrescentando que aqui est apenas uma outra coroa de espinhos. Em minha viso de Rabi, digo apenas que esses livros so simplesmente monumentalmente irrelevantes. (11) Desculpem-me por sobrecarregar vocs com esta longa citao, mas espero que concordem com minha concluso e que o que o Rabi/Professor disse a respeito do Jesus histrico to pertinente e persuasivo sobre a questo da historicidade do Livro de Mrmon. (12)

A fim de esclarecer rapidamente, um estudioso expert um especialista em determinada disciplina. Por definio, ele conhece tudo ou quase tudo a respeito do reduzido campo da experincia humana. Achar que ele nos pode falar algo sobre outra disciplina acadmica, - esquea a respeito dos propsitos de Deus e o esquema eterno das coisas, - no mnimo ingnuo.

Bons estudiosos compreendem as limitaes de seus prprios campos, e suas concluses so cuidadosamente limitadas s reas de sua experincia. Nesse contexto lembro-me a observao relatada de um velho advogado. medida que viajavam atravs de um acampamento pastoril com vacas pastando nos prados verdejantes, um conhecido disse, "Vejam aquelas vacas pintadas". O cauteloso advogado observou cuidadosamente e replicou, "Sim, aquelas vacas esto pintadas, pelo menos deste lado"1. Eu gostaria que todos os crticos do Livro de Mrmon, incluindo aqueles que se sentem compelidos a questionar sua historicidade, fossem pelo menos metade cautelosos a respeito de suas concluses acadmicas.

Nesta mensagem ofereci alguns pensamentos a respeito de meia dzia de assuntos relacionados historicidade do Livro de Mrmon.

1 - Sobre este assunto, e em muitos outros envolvendo nossa f e teologia, importante confiar na f e revelao tanto quanto no conhecimento.

2 - Estou convencido que a prova secular nada pode provar ou desaprovar a autenticidade do Livro de Mrmon.

3 - Aqueles que negam a historicidade do Livro de Mrmon tm uma difcil tarefa para tentar provar sua negativa. Eles tm tambm o embaraoso dever de explicar como eles podem descartar o Livro de Mrmon como sendo uma fbula enquanto prezam algo de seu contedo.

4 - Sabemos atravs da Bblia que Jesus ensinou seus Apstolos que, quanto ao importante assunto relativo sua identidade e misso eles eram "abenoados" por confiar no testemunho da revelao ( "as coisas que so de Deus") e sua ofensa a Ele por agirem de acordo com os valores mundanos de raciocnio ("as cloisas... que so dos homens") (Mat.16:23).

5 - Aqueles estudiosos que confiam na f e revelao tanto quanto no conhecimento e que aceitam a autenticidade do Livro de Mrmon devem suportar a ridicularizao vinda daqueles que desdenham as coisas de Deus.

6 - Tambm ilustrei que nem todos os estudiosos desdenham o valor da crena religiosa e a legitimidade do sobrenatural quando aplicada verdade teolgica. Alguns at mesmo criticam o "provincialismo intelectual" daqueles que aplicam os mtodos de crtica histrica ao Livro de Mrmon.

Encerro com um pensamento sobre diversidade. Diversidade uma das palavras sonantes de nosso tempo. Apropriadamente usada, um conceito maravilhoso que encoraja harmonia, amor, e crescimento individual. Mas tal como seu conceito associado de tolerncia, ela pode ser mal aplicada para detrimento ou destruio de seus proponentes bem como daqueles sua volta.

Quanto de tolerncia devemos mostrar diante do mal? Toleramos linguagem obscena no plpito? Que tal doutrina falsa? Deveramos praticar diversidade em nossos valores pessoais ou associaes ntimas?

Se tolerncia e diversidade so para ativar seu propsito exaltado, devem ser praticadas inteiramente, em esprito de orao e seletividade, no de forma simples e absoluta. Seria bom se todos que publicamente exaltam a diversidade juntasse uma curta explicao para esclarecer "diversidade em que".

A respeito deste assunto aplaudo as palavras de Patrcia B.Grey de Provo em carta recente enviada ao editor do jornal Deseret News, do dia 20 de outubro de 1993. Sua carta comea por observar que a palavra diversidade, como usada em recentes comunicados pblicos, reflete mais "do pensamento poltico moderno do que revela a verdade." Sua carta continua:

Certamente "Deus estima a diversidade" em quase tudo - exceto na lealdade e crena de Seus seguidores. A Igreja dos Santos do ltimos Dias existe devido Sua evidente rejeio da diversidade de crenas.Um rpido exame das escrituras no encontra apoio para tal diversidade dentro da igreja. Ao contrrio existe mais de 4~ convites para unificao, incluindo "se vs no sois um vs no so meus."Amor e compaixo pelo pecador no permite igreja ignorar premeditadas e repetidas rebelies (69 referncias escritursticas) ... Rebelio aberta seguramente um pecado, tanto quanto maldizer algum pelas costas (15 referncias), controvrsias (34 referncias) e mais.Naturalmente a maioria de ns s vezes temos pensamentos rebeldes, dvidas, tentaes, sentimentos de que sabemos melhor do que nossos lderes. A maioria de ns, todavia, resolve isso sem lev-los a pblico, iniciando controvrsia e desafiando a f dos outros, ou por convocar uma conferncia na mdia....No pretendo falar pela Igreja, mas talvez eu represente os milhares de pessoas inteligentes, independentes, cujas almas reagem ao poder espiritual da conferncia geral mais do que o exerccio mental do Simpsio Sunstone. (13)Irmos e irms, quo grato somos - todos ns que confiamos no conhecimento, f e revelao - em busca do que esto fazendo. Que Deus abenoe os fundadores, os que apoiam e trabalham pela Foundation for Ancient Research and Mormon Studies. O trabalho que fazem importante, bem conhecido e apreciado.

Testifico de Jesus Cristo, a quem servimos, cuja Igreja esta. Invoco suas bnos sobre vocs, em nome de Jesus Cristo. Amm.

Reconheo as valorosas sugestes a respeito deste assunto, oferecidas pelo Professor John W. Welch.

(1) Anthony A. Hutchinson, "The Word of God is Enough: The Book of Mormon as Nineteenth-Century Scripture", New Approaches to the Book of Mormon (Salt Lake City, Utah: Signature Books, 1993) p.1.(2) Hugh Nibley, Captulo 5 de O Mundo dos Jareditas, nas Coletnea das Obras de Hugh Nebley, vol. 5 (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1988) p.237.

(3) Orson Scott Card, Um Contado de Histrias em Sio (Salt Lake City: Bookcraft, 1993), pp.13-15.

(4) Paul M. Bator, "Discurso Classe de Primeiro Ano", The Law School Record, vol. 35, Primavera de 1989, p. 7. (5) Em Conference Report, Outubro de 1983, p.68; Ensign, novembro de 1983, p.46.

(6) Veja Harold B. Lee, Stand Ye in Holy Places, (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1974), p.92.

(7) E.g. veja comentrios em Dialogue, vol. 26, no.2, Vero de 1993, pp. 211-12.(8) Crnicas, Julho de 1993, pp. 32-34. (9) Ibid., p.34. (10) Ibid., p.32. (11) Ibid., pp.32-33. (12) Neusner aparentemente concorda. Veja sua carta ao editor em Sunstone, julho de 1993. Pp. 7-8. (13) Deseret News, 20 de outubro de 1993, p. A23.

1. Podia ser que do outro lado as vacas no fossem pintadas. N.T.

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