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A Interpretação das Escrituras - O ESTANDARTE DE CRISTOoestandartedecristo.com/data/AInterpretaC_CeodasEscrituraseCap.12... · A definição infantil de que uma parábola é uma

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A Interpretação

das Escrituras

A. W. Pink

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Traduzido do original em Inglês

Interpretation of the Scriptures

By A. W. Pink

Este e-book consiste apenas no Cap. 12 da obra supracitada.

Via: PBMinistries.org

(Providence Baptist Ministries)

Tradução por Camila Rebeca Almeida

Revisão por William Teixeira

Capa por William Teixeira

1ª Edição: Fevereiro de 2017

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida

permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Interpretação das Escrituras

Por A. W. Pink

Capítulo 12

________________________________________

17. Exposição das parábolas. Este é um outro ramo do nosso assunto sobre o qual

pelo menos um capítulo inteiro deveria ser dedicado, mas o perigo de sobrecarregar a

paciência de alguns dos nossos leitores torna isso desaconselhável. Devido à grande

simplicidade da sua natureza e da linguagem, é comumente suposto que as parábolas são

mais facilmente compreendidas do que qualquer outra forma de instrução bíblica, quando

o fato é que provavelmente o ensino mais errado foi propagado por cauda da incompre-

ensão do sentido de alguns de seus detalhes; isso aconteceu com as parábolas mais do

que com qualquer outra porção da Palavra. Grande cuidado deve ser tomado com as

parábolas, pois é especialmente importante determinar e, em seguida, manter em mente o

escopo ou principal propósito de cada uma. Mas em vez disso, com muita frequência as

parábolas são abordadas exclusivamente para a finalidade de encontrar apoio aparente

para alguma doutrina específica ou ideia que o pregador deseja provar. E, em consequência

disso, muito nelas foi arrancado de seu significado original, e elas foram entendidas de

modo a contrariar completamente outras passagens. Também aqui a analogia da fé deve

ser observada de forma constante, e nossa interpretação de cada parábola deve ser medida

por ela.

A definição infantil de que “uma parábola é uma história terrena com um significado

celestial” expressa a ideia geral. É uma forma de ensino pela qual as coisas espirituais são

representadas sob imagens sensíveis. As parábolas são de fato ilustrações em palavras,

tendo algo da mesma relação com a instrução daqueles a quem elas são dirigidas, como

fazem as ilustrações pictóricas usadas em livros para elucidar o leitor da página impressa.

A partir da relação com a verdade apresentada ou lição aplicada podem ser reunidos certos

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princípios importantes, mas simples e óbvios, que precisam ser tidos em consideração no

estudo das parábolas de nosso Senhor. Em primeiro lugar, a parábola, como uma imagem

ilustrativa, só pode apresentar o seu objeto parcialmente. Nenhuma ilustração pode

fornecer ou exibir todos os aspectos de seu objeto, não mais do que a “planta” de um edifício

do arquiteto pode mostrar segundos e terceiros andares, e muito menos os representar

como serão quando concluídos, embora possa sugerir algo sobre deles. Assim, uma

parábola indica para nós apenas determinados alguns aspectos do assunto. Por isso nós

as encontramos agrupadas; todas em um grupo representando o mesmo assunto, mas

cada uma estabelecendo uma característica distinta do mesmo; como acontece nas

parábolas de Mateus 13, as quais lidam com os “mistérios do reino dos céus”, e com

aquelas de Lucas 15 que nos mostram não somente a graça recebendo os pecadores, mas

buscando, encontrando, vestindo e lhes dando um banquete.

Em segundo lugar, as parábolas são subordinadas ao ensino direto; sendo projetadas

não para a prova, mas para a ilustração de uma doutrina ou dever. Deve sempre ser

lamentado quando Cristãos professos são culpados de colocar uma parte das Escrituras

contra outra, mas quando uma parábola é utilizada para anular alguma doutrina simples ou

mandamento de Deus, o absurdo é adicionado à irreverência. Daí, apelar para Mateus

18:23-25, para provar que o Deus de toda graça pode revogar o Seu perdão; ou negar a

responsabilidade do homem com base em que “a moeda de prata perdida” de Lucas 15

retrata o pecador por um objeto inanimado, é tanto tolo quanto profano. Em terceiro lugar,

é igualmente evidente que devemos buscar determinar o principal objetivo de Cristo na

principal lição de moral que Ele pretendia aplicar; ainda assim, esse dever óbvio é muito

negligenciado. Com muita frequência, as parábolas são tratadas como se seu propósito

fosse deixado em aberto para conjecturas e suas lições para inferência incerta. Tal ideia

ímpia e modo leviano de lidar com elas é claramente refutada por aquelas parábolas em

que o próprio Cristo explicou aos Seus discípulos. Assim, não somos deixados inteiramente

aos nossos próprios recursos, pois aquelas interpretadas pelo Senhor devem ser

consideradas como amostras, cada uma estabelecendo alguma verdade distinta, cada

detalhe possuindo um significado.

Em quarto lugar, é importante obter uma compreensão correta da própria represen-

tação parabólica, uma vez que fornece a base da instrução espiritual. Se não entendermos

a alusão natural, não podemos dar uma exposição satisfatória da linguagem em que é

estabelecida. Devemos também ter cuidado para que não estendamos a representação

para além dos limites que ela pretendia ir. Essa representação se torna óbvia quando nos

concentramos sobre a ideia principal da parábola e permitimos que os seus detalhes a

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tornem mais distinta. A parábola não deve ser separada em partes, mas vista como um

todo; todavia, não esqueça que cada detalhe contribui para a sua verdade central, não há

um simples uso exagerado de palavras. Normalmente, o contexto deixa claro qual é o seu

propósito e significado. Assim, a parábola do rei fazendo uma prestação de contas com os

seus servos (Mateus 18:23) foi proferida em resposta à pergunta de Pedro no verso 21; a

do rico insensato em Lucas 12 foi ocasionada por um espírito de cobiça por parte de quem

desejava obter uma parte da herança de seu irmão. Aquelas em Lucas 15 foram a partir do

que está relacionado em seus versos de abertura. As parábolas incidem sobre os aspectos

mais fundamentais do dever e do comportamento, em vez de sobre os detalhes minuciosos

desses.

Como esclarecido acima, muito ensino errôneo é resultado da falta de atenção a essas

regras simples. Assim, certos teólogos que são basicamente defeituosos a respeito da

Expiação têm argumentado a partir da parábola do filho pródigo que, uma vez que nenhum

sacrifício foi necessário para reconciliá-lo com o Pai ou fornecer acesso ao seio de Seu

amor, Deus perdoa absolutamente, por pura compaixão. Mas isso é uma perversão clara

da parábola, pois não é como um Pai, mas como justo Governador que Deus exige uma

satisfação à Sua justiça. Igualmente há uma deturpação grave da graça do Evangelho, se

entendermos a partir da parábola do servo incompassivo (Mateus 18:23-35) que a graça

divina é sempre exercida aos homens sem um sacrifício propiciatório aceito por Deus, para

reparação feita à Lei quebrada (Romanos 3:24). Essas parábolas nunca foram destinadas

a ensinar o fundamento do perdão divino; é errado forçar qualquer parábola a mostrar todo

um sistema de teologia. Alguns têm até mesmo extraído da passagem em que Cristo proíbe

Seus discípulos de arrancarem o joio, um argumento contra a igreja local exercer uma

disciplina tão rigorosa a ponto de desassociar membros heréticos ou desordenados, o que

é refutado por Seu ensino em Apocalipse 2 e 3, onde essa frouxidão é severamente

repreendida.

Igualmente perigoso e desastroso é aquela interpretação que fez a parábola dos

trabalhadores na vinha ensinar a salvação pelas obras. Uma vez que a parábola dá um

notável exemplo da importância de nos atentarmos para as definições, faremos algumas

observações sobre ela. Após a recusa do jovem rico a deixar tudo e seguir a Cristo, e Ele

buscar inculcar aos Seus discípulos a solene advertência desta triste situação, Pedro disse:

“Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?” (Mateus 19:22-27). O

Senhor respondeu duplamente: a primeira parte, como a questão era legítima, declarando

que tanto aqui e no futuro há abundante recompensa para aqueles que O seguiram (vv. 28-

29). Na segunda parte, nosso Senhor sondou o coração de Pedro, dando a entender que

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por trás de sua pergunta havia uma disposição errada, uma ambição carnal que Ele tinha

tantas vezes repreendido nos apóstolos, quando eles disputaram a respeito de qual deles

seria o maior no reino e quem teria os primeiros assentos no mesmo. Havia um espírito

mercenário agindo neles, pois consideravam que eles tinham reivindicações de retribuições

mais elevadas do que outros, uma vez que eles foram os primeiros a deixar tudo e seguir

a Cristo, aumentando assim a sua própria importância e deixando Jesus sob obrigações.

Daí a parábola de Mateus 20:1-15, ser precedida pelas palavras: “Mas muitos que são

primeiros serão últimos; e os últimos serão os primeiros”, e seguida por palavras

semelhantes.

Uma vez que não há espaço para duvidar que a parábola dos trabalhadores da vinha

foi designada para ilustrar as palavras em Mateus 19:30 e 20:16, é claro que nunca foi

destinada a ensinar o caminho da salvação, de modo que interpretá-la assim é perder

completamente o seu objetivo. A intenção do Senhor evidentemente era inculcar aos Seus

discípulos que a menos que eles mortificassem os males provenientes de seus corações,

esses eram de tal caráter que roubariam todo valor da devoção mais antiga e prolongada,

e que o último e mais breve serviço a Ele, em razão da ausência de autoafirmação, seria

considerado digno aos Seus olhos de receber recompensa tanto quanto o primeiro. Além

disso, Ele queria que soubessem que faria o que quisesse com aquilo que era Seu próprio,

logo, eles não deveriam ditar os termos de serviço. Foi corretamente observado por Trench1

em suas notas sobre essa parábola que um “acordo foi feito pelos primeiros trabalhadores

contratados (20:2) antes de entrarem em seu trabalho, exatamente o acordo que Pedro

quis fazer: “O que teremos?”; enquanto aqueles posteriormente envolvidos eram de um

espírito mais simples, confiando que o senhor daria a eles tudo o que era correto e justo”.

18. Palavras com significados diferentes. Existem muitos termos nas Escrituras que

não são de modo algum usadas de modo uniforme. Algumas têm diversos sentidos, outras

têm significados variados de um modo geral. Isso não significa que elas são usadas de

forma arbitrária ou caprichosa, menos ainda que isso visa confundir a mente dos simples.

Às vezes, é porque o termo original é muito amplo para ser expresso por um único equi-

valente em português. Às vezes, ocorre em outra forma com ênfase. Mais frequentemente,

são as várias aplicações que são feitas para vários objetos. Assim, é uma parte importante

da tarefa do expositor delimitar essas distinções, e, ao invés de confundir, deixar claro cada

sentido diferente e, assim, “manejar bem a palavra da verdade”. Assim, a palavra grega

Paracleto é traduzida como “Consolador”, em relação ao Espírito, no Evangelho segundo

1 Pink faz referência a Richard Chenevix Trench (1807-1886), e seu livro: Notes on the parables of Our Lord

[Notas sobre as parábolas de Nosso Senhor].

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João, mas como “Advogado” em relação a Jesus Cristo primeira epístola de João (2:1).

Parece haver pouco em comum entre essas expressões, mas quando descobrimos que o

termo grego significa: “pessoa chamada para o lado de alguém (para ajudar)”, a dificuldade

é removida, e a verdade abençoada é revelada: o Cristão tem dois ajudantes divinos, Um

prático e Um legal; Um dentro de seu coração e Um no Céu; Um ministra a ele, o Outro

advoga por ele.

A palavra grega diatheke ocorre trinta e três vezes; seu significado comum — como o

hebraico berith — sendo “aliança”. Na Versão Autorizada é assim traduzida por vinte vezes,

e como “testamento” por treze vezes. Ora, uma aliança, estritamente falando, é um contrato

entre duas partes, uma prometendo fazer certas coisas mediante o cumprimento de certas

condições pela outra parte; enquanto testamento é algo por meio do que alguém concede

certos dons. Não parece haver nada em comum entre os dois conceitos, na verdade, são

totalmente contrários. Mas nós acreditamos que nossos tradutores traduziram o termo

corretamente em ambos os sentidos, embora nem sempre o fizeram felizmente; certamente

deve ser “aliança” em 2 Coríntios 3:6 e Apocalipse 11:19. É justamente traduzido como

“aliança” em Hebreus 8:6, e “testamento” em 9:15, pois ali é feito um testamento para

ilustrar uma determinada correspondência entre a dispensação divina preparatória e a

última. O testamento não se torna válido enquanto a pessoa está viva, ele só pode ter efeito

após a sua morte. Hebreus 9:15-17, trata de uma disposição que mostra a maneira pela

qual os homens obtêm uma herança através das riquezas da graça divina. Assim, em vez

de usar syntheke, que expressa mais exatamente uma aliança, o Espírito Santo de modo

proposital usa diatheke, que poderia ter uma dupla aplicação.

Vejamos agora alguns exemplos em que a mesma palavra em português tem muitas

variantes. Como nas palavras bem conhecidas do nosso Senhor: “Deixa que os mortos

sepultem os seus mortos” (Mateus 8:22), assim a palavra “vemos” é usada em dois sentidos

diferentes em Hebreus 2:8-9: “Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que

lhe não esteja sujeito... Vemos, porém, coroado de glória e de honra...”, onde primeiro faz

referência ao que já havia sido exposto, e em segundo lugar, à percepção da fé. “Resgate”

é por meio de poder, bem como por preço. Às vezes, Deus defendeu ou resgatou o Seu

povo, destruindo os seus inimigos: Provérbios 21:18; Isaías 43: 4; Faraó e seus exércitos

no Mar Vermelho. Muitos têm ficado grandemente perplexos com as aplicações notável-

mente diferentes feitas quanto à palavra “carga” em Gálatas 6:2-5: “Levai as cargas uns

dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo... cada um levará o seu próprio fardo”. O

primeiro tem em vista a carga de fraquezas do Cristão, que deve simpatizar em espírito de

oração com seus irmãos e irmãs, e ajudá-los de modo prático. Este último tem referência à

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responsabilidade individual, seu estado pessoal e destino, que ele mesmo deve cumprir, e

que não pode ser transferido para outros. A palavra grega para o primeiro é “pesos”, ou

fardos, os quais exigem uma mão amiga. Este último significa um “dever”, ou confiança

imposta.

O significado do termo “carne” parece ser tão óbvio que muitos consideram como um

grande desperdício de tempo examinar as suas várias conexões na Escritura. Supõe-se

rapidamente que a palavra é sinônimo de corpo físico, e por isso uma investigação

cuidadosa não é feita. No entanto, na verdade, “carne” é usada nas Escrituras para incluir

muito mais do que o aspecto físico do nosso ser. Lemos sobre a “vontade da carne” (João

1:13) e “as obras da carne” (Gálatas 5:19), algumas das quais são atos da mente. Somos

proibidos de fazer provisão para a carne (Romanos 13:14), o que certamente não significa

que devemos morrer de fome ou negligenciar o corpo. Quando se diz: “o Verbo se fez carne”

(João 1:14), devemos entender que Ele tomou para Si toda uma natureza humana,

consistindo de espírito (Lucas 23:46), alma (João 12:27) e corpo. “Nos dias da sua carne”

(Hebreus 5:7) significa o tempo de Sua humilhação, em contraste com Sua presente

exaltação e glória. Mais uma vez, o leitor mediano da Bíblia imagina que “o mundo” é

equivalente a toda a raça humana, e, consequentemente, muitas das passagens na quais

esse termo ocorre são mal interpretadas. Muitos também supõem que o termo “imortali-

dade” não exige qualquer exame crítico, concluindo que se refere à indestrutibilidade da

alma. Mas nunca devemos presumir entender algo da Palavra de Deus. Se a concordância

for consultada, será encontrado que “mortal” e “imortal” nunca são aplicados à alma do

homem, mas sempre ao seu corpo.

“Santo” e “santificar” representam em nossas Bíblias em português uma e a mesma

palavra hebraica e grega no original, mas elas não são de modo algum usadas uniforme-

mente, antes possuem uma variedade de abrangência e aplicação; daí as diversas defini-

ções dos homens. A palavra é de tal modo ampla que nenhum único termo em português

pode expressá-la. Que significa mais do que “separado” é claro a partir do que é dito sobre

o nazireu: “todos os dias da sua separação, ele é santo ao Senhor” (Números 6:8), dizer:

“todos os dias da sua separação, ele é separado” seria uma tautologia sem sentido. Assim,

sobre Cristo, está escrito: “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Hebreus

7:26), onde “santo” significa muito mais do que “separado”. Quando aplicada a Deus essa

palavra indica a Sua majestade inefável (Isaías 57:15). Em muitas passagens expressa

uma qualidade moral (Romanos 7:12; Tito 1:8). Em outras, refere-se à pureza (Efésios 5:26;

Hebreus 9:13). Muitas vezes significa consagrar-se ou dedicar-se a Deus (Êxodo 20:11;

João 17:19). Quando o termo é aplicado ao Cristão conota, em termos gerais: (1) a relação

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sagrada com Deus, em cuja graça fomos levados a Cristo; (2) aquela bendita graça interior

pelo qual o Espírito nos fez conhecer a Deus e nos capacitou a ter comunhão com Ele e (3)

a vida transformada resultante disso (Lucas 1:75; 1 Pedro 1:15).

A palavra “juízo” é outra que exige um verdadeiro estudo. Há julgamentos da boca de

Deus que Seus servos devem fielmente declarar (Salmos 119:13), ou seja, toda a revelação

da Sua vontade, a regra pela qual devemos andar e pelo que Ele ainda nos julgará. Esses

“juízos” (Êxodo 21:1) são os decretos divinos que fazem conhecida a diferença entre certo

e errado. Há também juízos da mão de Deus: “Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos

são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste” (Salmos 119:75). Esses são a

disciplina graciosa que ele administra aos Seus filhos; enquanto aqueles que são o castigo

aos iníquos (Ezequiel 5:15), são maldições judiciais e punições. Em algumas passagens a

palavra “juízo” expressa o conjunto de providências de Deus, muitas dos quais são “um

grande abismo” (Salmos 36:6) e “inescrutáveis” (Romanos 11:33) a qualquer mente finita,

coisas que não devem ser esquadrinhadas por nós. Eles indicam o Seu governo soberano,

pois “justiça e juízo são a base do Seu trono” (Salmos 97:2), semelhantemente a retidão da

administração de Cristo (João 9:39). “Ele trará justiça [julgamento] aos gentios” (Isaías 42:1)

intenciona a doutrina justa de Seu Evangelho. Em Judas 14 e 15 a referência é às

operações solenes do último dia. “Ensina-me bom juízo e ciência” (Salmos 119:66), essa

passagem consiste em um pedido por prudência, uma compreensão mais clara para aplicar

o conhecimento de forma correta. “Fazer justiça e juízo” (Gênesis 18:19) significa sermos

justos e equitativos em nossas relações.

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.