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A Interpretação das Escrituras - O ESTANDARTE DE CRISTOoestandartedecristo.com/data/AInterpretaC_CeodasEscrituraseCap.9eA... · regra muito simples de exegese, mas uma que demanda

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A Interpretação

das Escrituras

A. W. Pink

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Traduzido do original em Inglês

Interpretation of the Scriptures

By A. W. Pink

Este e-book consiste apenas no Cap. 9 da obra supracitada.

Via: PBMinistries.org

(Providence Baptist Ministries)

Tradução por Camila Rebeca Almeida

Revisão por William Teixeira

Capa por William Teixeira

1ª Edição: Fevereiro de 2017

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida

permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Interpretação das Escrituras

Por A. W. Pink

Capítulo 9

________________________________________

10. O simples negativo, muitas vezes implica, por outro lado, o positivo. Essa é uma

regra muito simples de exegese, mas uma que demanda a atenção do jovem estudante. A

declaração negativa é, naturalmente, aquela em que algo é negado ou onde a ausência de

seu oposto é suposta. No discurso comum o inverso de um negativo geralmente é válido,

como quando nós declaramos: “Eu espero que não chova hoje”, é o mesmo que dizer: “Eu

confio que o tempo permanecerá firme”. Que essa regra ocorre na Escritura é claro a partir

dos inúmeros casos em que a antítese é indicada. “Nem permitirás que o teu Santo veja a

corrupção” é explicado em: “Far-me-ás ver a vereda da vida” (Salmos 16:10-11). “Não

escondi a tua justiça dentro do meu coração”, e depois o lado positivo segue, “apregoei a

tua fidelidade e a tua salvação” (Salmos 40:9-10). “Por isso deixai a mentira, e falai a

verdade cada um com o seu próximo... Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe”

(Efésios 4:25,28). Muitos outros exemplos poderiam ser dados, mas esses são suficientes

para estabelecer a regra da qual estamos lidando.

Ora, o Espírito Santo nem sempre usa a antítese, contudo, a usa em muitos casos;

vejamos alguns exemplos para que possamos exercitar as nossas mentes em Sua Palavra:

“Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega” (Mateus 12:20),

significa que Ele ternamente cuida dela e a nutre. “A Escritura não pode ser anulada” (João

10:35) isso equivalente a dizer que ela certamente será cumprida. “Sem mim nada podeis

fazer” (João 15:5) implica que, em união e comunhão com Ele “podemos todas as coisas”

(Filipenses 4:13). Aliás, observe como o primeiro serve para definir o último; não significa

que sejamos, então, capazes de realizar milagres, mas, sim, capacitados para darmos fruto!

“Não vos ponhais em jugo desigual com os infiéis” (2 Coríntios 6:14) tem a força de “Saí do

meio deles e apartai-vos”, como o verso 17 mostra. “Não sejamos cobiçosos de vanglórias”

(Gálatas 5:26) implica que sejamos humildes de espírito e consideremos os outros supe-

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riores a nós mesmos (Filipenses 2:3). “Estas coisas vos escrevo, para que não pequeis” (1

João 2:1) é igual a “meu propósito é inculcar e promover a prática da santidade”, como tudo

o que se segue mostra claramente.

Mandamentos negativos recomendam o bem oposto: “Não tomarás o nome do Senhor

teu Deus em vão” (Êxodo 20:7) implica que devemos ter o Seu nome em máxima reverência

e santificá-lo em nossos corações. Ameaças negativas são afirmações tácitas: “O Senhor

não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”; antes Ele o condenará e punirá.

Promessas negativas contêm garantias positivas: “Um coração quebrantado e contrito ó

Deus, tu não desprezarás” (Salmos 51:17), isso significa que tal coração é aceitável a Ele.

“Não retirará bem algum aos que andam na retidão” (Salmos 84:11) é o mesmo que dizer

que tudo o que é verdadeiramente bom para os tais, certamente, lhes será dado. Conclu-

sões negativas envolvem seus opostos: “O pai do insensato não tem alegria” (Provérbios

17:21), isso intenciona mostrar que ele sofrerá muita tristeza e angústia por causa do filho

— oh, que as crianças desobedientes estejam conscientes do sofrimento que eles causarão

aos seus pais. “Dar importância à aparência das pessoas não é bom” (Provérbios 28:21),

mas é mal. Declarações negativas trazem consigo assertivas fortes: “Na verdade, Deus não

procede impiamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo” (Jó 34:12), antes Ele agirá de

modo santo e governará com retidão.

11. Em nítido contraste com o supracitado, deve-se salientar que em muitos casos as

declarações apresentadas sob a forma interrogativa têm a força de uma negativa enfática.

Essa é outra regra simples que todos os expositores devem ter em mente. “Porventura

alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11:7),

não, de fato. “E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado

à sua estatura?” (Mateus 6:27), ninguém pode fazê-lo por quaisquer meios. “Pois que

aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem

em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:26), absolutamente nada, ou melhor, ele está

incomensuravelmente em pior situação. “Serpentes, raça de víboras! como escapareis da

condenação do inferno?” (Mateus 23:33), eles não escaparão. “Como podeis vós crer,

recebendo honra uns dos outros, e não buscando a honra que vem só de Deus?” (João

5:44), isso é moralmente impossível. “Como crerão naquele de quem não ouviram falar?”

(Romanos 10:14), eles não crerão. Por outro lado, a interrogação de Mateus 6:301 é uma

afirmação forte; enquanto que a de Mateus 6:282 é uma proibição.

1 “Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá

muito mais a vós, homens de pouca fé?”. 2 “E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos?”.

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12. O uso correto da razão em relação às coisas de Deus. Essa é outra regra de

exegese que é de importância considerável, ainda que deve ser usada com santo cuidado

e cautela, por um julgamento maduro e por um conhecimento aprofundado da Palavra. Por

essa razão, não deve ser usado pelo neófito ou inexperiente. O Cristão, como o não-Cristão,

é dotado de racionalidade, e o exercício dela, se santificada, certamente tem um bom lugar

na esfera do reino das coisas espirituais. Antes de considerar a aplicação da razão ao expor

a Verdade, vamos pontuar seu domínio mais geral. Dois exemplos disso podem ser

selecionados a partir dos ensinamentos do nosso Senhor. “Ora, se Deus veste assim a erva

do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, porventura, não vestirá muito mais

a vós, homens de pouca fé?” (Mateus 6:30). Aqui encontramos Cristo demonstrando, por

um processo simples de lógica, a irracionalidade absoluta da ansiedade desconfiada em

relação ao suprimento de necessidades temporais. Seu argumento é extraído a partir da

consideração da providência divina. Se Deus cuida do campo, muito mais Ele cuidará de

Seu amado povo; Ele evidencia Seu cuidado por vestir a erva do campo, logo, muito mais

Ele fornecerá roupas para nós.

“Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais

vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mateus 7:11). Aqui,

novamente, o Senhor nos mostra como essa faculdade deve ser usada por meio de um

processo de raciocínio santo. Ele estava falando sobre o tema da oração, e apresentou um

argumento para assegurar que os Seus discípulos serão ouvidos no trono da graça. O

argumento é baseado em uma comparação entre desigualdades e a razão extraída do

menor ao maior. Pode ser descrito assim: Se os pais terrenos, embora pecadores, são

inclinados a ouvir os apelos de seus pequeninos, certamente nosso Pai celestial não

fechará os ouvidos para os clamores de Seus filhos: pais naturais, de fato, respondem e

concedem os pedidos de seus filhinhos, portanto, muito mais o nosso Pai graciosa e

generosamente responderá nossas orações e concederá bens aos Seus. Diz-se de Abraão

que ele raciocinava ou considerava assim consigo mesmo: Não há nada impossível para

Deus. Da mesma forma o apóstolo: “Pois tenho para mim [estou convencido por raciocínio

lógico] que os sofrimentos do tempo presente não são dignos de serem comparados com

a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8:18). Outras ilustrações do raciocínio inspirado

de Paulo são encontradas em Romanos 5: 9-10 e 8:31-32. Em todos esses casos, somos

ensinados sobre a legitimidade e uso correto do raciocínio.

O Senhor Jesus, muitas vezes argumentou, tanto com os discípulos quanto com os

Seus adversários, como acontece com os homens racionais, de acordo com os princípios

do raciocínio que Ele fez acerca da profecia e da conformidade do evento com a previsão

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(Lucas 24:25-26; João 5:39,46). Ele assim o fez a partir dos milagres que realizou (João

10:25,37,38; 14:10-11) como sendo provas incontestáveis de que Ele foi enviado de Deus,

e reprovou os Seus desprezadores por não identificá-lO como o Messias: “Hipócritas,

sabeis discernir a face da terra e do céu; como não sabeis então discernir este tempo? E

por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?” (Lucas 12:56-57), essa foi uma

repreensão direta e contundente, porque em seu mais baixo fundamento eles falharam em

usar adequadamente os seus poderes de raciocínio, como Nicodemos fez: “Rabi, bem

sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu

fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2). Assim, também, o apóstolo quando exortando

os fiéis a fugirem da idolatria acrescentou: “Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o

que eu digo” (1 Coríntios 10:15).

Em sua exposição magistral de Hebreus 4:3, Owen apontou que o argumento do

apóstolo repousou sobre a regra lógica de que “quando há em questão dois opostos entre

si, aquele que afirma um, ao mesmo tempo nega o outro; e, o inverso também é verdadeiro,

aquele que nega um, afirma o outro. Aquele que afirma ser dia, de fato, diz que não é noite,

como se ele tivesse usado formalmente tais palavras”. Seu propósito completo em 4:1-11

foi demonstrar por vários testemunhos e exemplos que a incredulidade separa do repouso

de Deus, ao passo que a fé concede entrada a esse descanso. No verso 3, ele afirma:

“Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso”, em comprovação disso, ele

acrescenta: “tal como disse: Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso”.

Ali o apóstolo novamente citou o Salmo 95 (veja Hebreus 3:7,11,15,18). A partir da triste

experiência do fracasso de Israel ao entrar no repouso por causa da sua incredulidade e

desobediência a Deus, Paulo chegou à conclusão óbvia e inevitável que os crentes “entram”

no repouso.

Nós repetimos, é apenas por esse princípio de lógica que o argumento do apóstolo

em Hebreus 4:3 pode ser entendido. Se algum dos nossos leitores estiver inclinado a ter

problema com essa afirmação, então nós respeitosamente o exortamos a examinar e

cuidadosamente ponderar nesse verso, e ver se ele percebe como o texto-prova citado

supre qualquer confirmação da proposição de sua cláusula de abertura. A partir dessa

exposição Owen apontou: “Deste modo podemos perceber o uso da razão ou de deduções

lógicas na proposição, lidando e confirmando santas verdades sobrenaturais e artigos de

fé. A validade da prova do apóstolo nessa passagem depende da certeza da sentença

lógica antes mencionada, a consideração dessa remove toda a dificuldade. E negar essa

liberdade da consequência dedutiva, de acordo com as corretas regras de raciocínio, é

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quase remover o uso da Escritura, e banir a razão daquelas coisas em que ela deve ser

principalmente empregada”.

Em Hebreus 8:13, encontra-se outro e ainda assim muito mais simples exemplo de

raciocínio sobre as Escrituras. “Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que

foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar” (Hebreus 8:13). O propósito do

apóstolo nessa epístola foi expor a superioridade imensurável do Cristianismo sobre o

Judaísmo, e exortar os crentes hebreus a se apegarem firmemente a Cristo, a verdadeira

luz e substância, e não se voltarem para as sombras e símbolos de um sistema que havia

servido ao seu propósito. Entre outras razões, ele tinha apelado para a promessa de uma

“nova aliança” feita por Yahwéh em Jeremias 31:31-34. Ele tinha citado isso em Hebreus

8:8-12, e então extraiu uma inferência lógica da palavra “nova”: Deus está chamando essa

melhor economia de nova, sendo claramente implícito que a anterior havia se tornado

obsoleta; assim como o Salmista (102:25-26), ao afirmar que a presente terra e céus

pereceriam, adicionou como prova que eles “envelheceriam como uma roupa”. Assim, a

declaração feita em Hebreus 8:13, é (a título de dedução lógica) apresentada como uma

prova da proposição indicada em 8:7: “Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca

se teria buscado lugar para a segunda”.

Em Efésios 4:8, Paulo cita o Salmo 68:18, em seguida, mostra-nos como devemos

fazer um uso correto da razão ou exercer as faculdades intelectuais e morais: Por isso diz:

“Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens”, a exaltação de Cristo

pressupunha uma humilhação anterior. Mais uma vez: “Ou cuidais vós que em vão diz a

Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?” (Tiago 4:5). Mas, como Thomas

Manton destacou em sua exposição desse verso, tal afirmação não é encontrada em

nenhum lugar na Bíblia nesses termos específicos, e acrescenta: “A Escritura ‘diz’ o que

pode ser inferido a partir do escopo dela própria por justa consequência. Inferências

imediatas são tão válidas quanto palavras expressas. Cristo provou a ressurreição não pelo

testemunho direto, mas pelo argumento (Mateus 22:32). Portanto, o que a Escritura indica

por uma boa consequência, deve ser recebido como se fosse disto expressamente”. Ainda

outro dos apóstolos recorreu ao raciocínio, quando disse: “Se recebemos o testemunho dos

homens, o testemunho de Deus é maior” (1 João 5:9), e infinitamente mais confiável; daí,

não há desculpas para aqueles que o rejeitam.

Aqueles que estão familiarizados com os escritos de Agostinho e Calvino observarão

quão frequentemente eles inferiram que aquilo que for livremente concedido por Deus é

algo de que o homem caído, considerado em si mesmo, é destituído. Essa é uma dedução

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óbvia da razão, e uma correta regra de exegese, sendo de aplicação simples e universal, a

saber, que tudo o que é graciosamente oferecido em e por Cristo está faltando em nossa

condição natural. Assim, cada verso que fala da vida eterna como um dom divino, ou que

faz a promessa da vida eterna para aqueles que creem, pressupõe necessariamente que

estamos sem ela, e, portanto, espiritualmente mortos. Assim, também, o recebimento do

Espírito Santo pelo Cristão (Atos 2:38; Gálatas 3:2, 4:6) toma como certo que em sua

condição não-regenerada ele estava sem o Espírito, depois de ter perdido Sua presença

interior por causa do pecado; o mesmo sendo graciosamente restaurado a nós pela

mediação de Cristo (João 7:39; Gálatas 3:14). Como resultado da Queda, o Espírito Santo

foi, no exercício da justiça divina, retirado do coração humano e, consequentemente, foi

deixado não só sem um habitante divino, mas se tornou uma presa de todas aquelas

influências — naturais, mundanas e satânicas — que, na ausência do Espírito Santo,

inevitavelmente atraem as afeições para longe de Deus; mas na regeneração o Espírito é

novamente dado (Ezequiel 34:27).

Enquanto, por um lado, a faculdade da razão é muito superior aos nossos sentidos

corporais (o que distingue o homem e o eleva acima dos animais), por outro lado, a razão

é muito inferior à fé (o dom de Deus para o Seu povo), e esta, por sua vez, ao Espírito

Santo, de Quem somos dependentes para a direção da razão e o fortalecimento da fé. Há

muita confusão mental e não poucos pensamentos equivocados por parte dos santos sobre

a posição e extensão que a razão pode e deve ter em relação às Escrituras. Certamente

Deus não subordinou a Sua Palavra à nossa razão para que nós aceitemos apenas o que

é aprovado por nosso julgamento. No entanto, Ele supriu o Seu povo com essa faculdade,

e embora insuficiente, por si só, é uma valiosa ajuda na compreensão da Verdade. Embora

a razão não deva ser feita o medidor de nossa crença, contudo ela deve ser usada como

serva da fé, comparando Escritura com Escritura, deduzindo inferências e extraindo

consequências de acordo com as leis legítimas da lógica. Nunca a faculdade da razão é

tão dignamente usada como no esforço por compreender a Sagrada Escritura. Se por um

lado somos proibidos de nos estribarmos em nosso próprio entendimento (Provérbios 3:5),

por outro, somos exortados a aplicar nossos corações ao entendimento (Provérbios 2:2).

Deus tem nos fornecido com um padrão infalível pelo qual podemos testar cada

exercício de nossa razão em Sua Palavra, ou seja, a analogia da fé. E é aí que temos uma

salvaguarda segura contra o mau uso dessa faculdade. Embora seja verdade que, muitas

vezes, mais está implícito nas palavras das Escrituras do que é realmente expresso, ainda

assim, a razão não é uma lei em si mesma para fazer qualquer suplemento que quiser.

Qualquer dedução que fazemos, não importa quão lógica pareça, qualquer consequência

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que extraímos, não importa o quão plausível seja, é errônea se for incompatível com outras

passagens. Por exemplo, quando lemos: “Sede vós pois perfeitos, como vosso Pai que está

nos céus é perfeito” (Mateus 5:48), podemos concluir que a perfeição sem pecado é

atingível nessa vida, mas se fizermos isso erramos, como Filipenses 3:12 e 1 João 1:8

mostram. Outrossim, eu poderia inferir a partir das palavras de Cristo, “ninguém pode vir a

mim, se o Pai que me enviou não o trouxer” (João 6:44), que, portanto, não sou de modo

algum responsável por ir a Ele, e que minha incapacidade me isenta de responsabilidade;

assim, eu seguramente cometeria um erro, como João 5:40 e outras passagens mostram.

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide!

Solus Christus! Soli Deo Gloria!

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10

10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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11

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.