análise do comportamento e ensino

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análise do comportamento e ensino

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  • ISSN 1982-3541 Campinas-SP 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    Programao Programao Programao Programao de de de de ccccontingncias ontingncias ontingncias ontingncias rrrreforadoras eforadoras eforadoras eforadoras no no no no ffffortalecimento de ortalecimento de ortalecimento de ortalecimento de rrrrepertrios epertrios epertrios epertrios pppprrrr----sociais sociais sociais sociais

    no no no no ccccontexto ontexto ontexto ontexto eeeescolarscolarscolarscolar

    Reinforcement Reinforcement Reinforcement Reinforcement ccccontingencies ontingencies ontingencies ontingencies pppprogramming to rogramming to rogramming to rogramming to sssstrengthen trengthen trengthen trengthen pppprorororo----ssssocial ocial ocial ocial rrrrepertoire in the epertoire in the epertoire in the epertoire in the sssschool chool chool chool ccccontextontextontextontext

    Estefania Cheruli Fernandes24

    Antnio Carlos Godinho Santos1 Pontifcia Universidade Catlica de Gois (PUC-Gois).

    Resumo

    O presente estudo investigou o efeito de contingncias reforadoras sobre o aumento de comportamentos pr-sociais dos alunos no contexto escolar. O Behaviorismo Radical dispe de um arsenal poderoso para contribuir na melhoria da Educao. Destaca-se o princpio do reforamento positivo. Vinte alunos, trs professores/monitores e a coordenadora participaram desse estudo nas seguintes condies experimentais: Linha de Base e Interveno exposio de princpios derivados da Anlise do Comportamento aos professores/monitores, coordenadora e realizao de atividades destacando comportamentos pr-sociais com os alunos. Os resultados indicaram reduo na freqncia de comportamentos anti-sociais, aumento na freqncia de comportamentos pr-sociais, maior participao dos alunos nas atividades programadas pela instituio e reduo na freqncia do uso do controle aversivo pelos professores/monitores, sustentando que as contingncias reforadoras foram eficazes no fortalecimento de comportamentos pr-sociais.

    Palavras-chave: Reforamento positivo, Comportamentos pr-sociais, Controle aversivo, Psicologia escolar e programao de contingncias.

    Abstract

    The present study investigated the effect of reinforcing contingencies on the increase in the pro-social behavior of students in the school context. Radical Behaviorism has a powerful arsenal to contribute to improvement in Education, especially the positive reinforcement principle. Twenty students, three teachers and the school co-coordinator participated in this study. The experimental conditions were: Baseline and intervention, presentation of the principles of experimental analysis to teachers and the school coordinator and the practice of activities that focus on pro-social behavior with the students. The results indicate a reduction in the frequency of anti-social behavior, an increase in pro-social behavior, increased student participation in the schools

    24 Pontifcia Universidade Catlica de Gois (PUC-Gois), Av. Universitria 1.440, Setor Universitrio, 74605-010, Goinia, GO, Brasil.

  • Estefania Cheruli Fernandes - Antnio Carlos Godinho Santos

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    program of activities and a reduction in the frequency of aversive control by teachers. These data confirm that reinforcing contingencies were effective in strengthening pro-social behavior.

    Keywords: Positive reinforcement, Pro-social behavior, Aversive control, Educational psychology and contingency programming.

    A Anlise do Comportamento uma

    cincia que tem como substrato filosfico

    o Behaviorismo Radical. O Behaviorismo

    Radical considera que todos os

    fenmenos comportamentais,podem ser

    estudados por meio de metodologia

    cientfica. Vasconcelos et al. (2006)

    afirmam que nessa filosofia, a viso de

    homem scio-interacionista, uma vez

    que considera como objeto de anlise o

    ambiente social, as contingncias

    passadas e presentes s quais o homem

    exposto e no somente o comportamento

    do indivduo.

    Essa viso de psicologia adota um

    modelo de conseqenciao no estudo do

    comportamento, o qual s pode ser

    entendido integralmente a partir dos trs

    nveis de seleo: filogentico (evoluo

    das espcies), ontogentico (evoluo de

    indivduos particulares) e cultural

    (evoluo das culturas) (Matos, et al.

    1987). Segundo Skinner (2003), o

    comportamento funo de variveis

    externas e quando qualquer uma dessas

    variveis for alterada o comportamento se

    altera. Assim sendo, a anlise do

    comportamento se interessa pelas

    relaes entre os eventos ambientais e as

    aes do organismo e estuda a ao do

    ambiente sobre o organismo

    (estmulo/situao antecedente), a ao

    do organismo sobre o ambiente

    (resposta/comportamento) e as

    conseqncias (modificaes no ambiente

    produzidas pela ao do organismo). As

    relaes entre essas variveis so as

    contingncias de reforo (Skinner, 2003).

    A identificao dessas relaes

    denominada de anlise funcional (Meyer,

    2003) e esta, segundo Conte e Regra

    (2000), um importante instrumento

    para tomadas de decises sobre as formas

    de intervenes que sero adotadas para

    modificar o comportamento.

    Skinner (2003) defende a idia de que

    o comportamento de grupos de pessoas

    pode tambm ser estudado como funo

    das interaes entre seus membros e das

    variveis que sobre eles atuam e que essas

    interaes podem ser mais bem

    compreendidas com a anlise funcional.

    Atualmente, existe no meio da

    comunidade de analistas do

    comportamento uma preocupao com

    intervenes sociais, que durante muito

    tempo foram relegadas a um segundo

    plano, devido a fatores historicamente

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    impostos. Por exemplo, a preocupao

    com aspectos metodolgicos na tentativa

    de demonstrar fidedignidade da proposta

    e o uso de animais inferiores na pesquisa

    mantinham o rigor no laboratrio, mas

    no dispunham de metodologia

    socialmente relevante (Luna, 2001). Em

    decorrncia de aspectos como esses,

    observou-se, durante algum tempo, uma

    falta de compromisso com o aumento das

    questes sociais relevantes e com uma

    prtica interventiva voltada para

    condies privadas.(Banaco, 2001).

    Talvez fatores como esses dificultaram a

    entrada da Anlise do Comportamento

    em ambientes sociais como, por exemplo,

    no ambiente escolar, apesar de todo

    aparato tecnolgico e cientfico de que ela

    dispe.

    Carmo e Batista (2003) apontam a

    incompreenso dos princpios

    comportamentais e a veiculao entre os

    educadores de idias equivocadas sobre o

    behaviorismo como razes para o

    distanciamento da anlise do

    comportamento do ambiente escolar.

    Dentre elas, destaca-se uma possvel

    viso mecanicista do homem. Para Gioia

    (2004), equvocos como esses sobre o

    behaviorismo, contidos nos livros

    didticos de psicologia, impedem o

    conhecimento das contribuies efetivas

    que a anlise do comportamento pode

    oferecer na programao das condies e

    relaes existentes no ambiente escolar.

    Segundo Pereira, Marinotti e Luna

    (2004), a educao tem como finalidade a

    aprendizagem do aluno. Aprender para

    Catania (1999) implica em se comportar

    de maneira nova ou da mesma maneira

    em contextos novos. Contudo, o que se

    observa que as escolas no tm sido

    capazes de atingir os objetivos por elas

    propostos, por no provocarem nos

    alunos as transformaes

    comportamentais necessrias por meio

    das estratgias adotadas no ensino

    regular (Pereira, Marinotti & Luna,

    2004).

    Conforme afirma Skinner (2003)

    fatores como a inobservncia de pr-

    requisitos, desconsideraes quanto s

    habilidades e ao ritmo de aprendizagem

    individual contribuem para explicar a

    ineficincia dos atuais mtodos de ensino

    adotados pelas escolas. Contudo, Skinner

    (1972) destaca o uso do controle aversivo

    como uma das variveis de maior

    relevncia responsvel pelo insucesso da

    escola.

    O controle aversivo caracteriza-se

    pelo uso de reforamento negativo ou de

    punio. Atualmente, o controle aversivo

    ganhou caractersticas mais sutis, apesar

    de no utilizar o castigo corporal, como

    nos primrdios da educao. Os efeitos

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    gerados so semelhantes queles

    produzidos pelos castigos fsicos (Sidman,

    1995). O professor desinformado em

    relao ao efeito temporrio do controle

    aversivo e supondo que seu efeito seja

    apenas a eliminao do comportamento

    punido, acaba por contribuir para o

    fortalecimento do comportamento

    inadequado. Avisar que vai punir

    posteriormente, punir s quando o

    comportamento indesejado atingiu grau

    maior de gravidade so exemplos que

    geram efeitos inversos ao pretendido pelo

    professor (Zanotto, 2004). Comumente

    nesses casos, o professor, seguindo uma

    tradio geral caracterstica da cultura

    mentalista, justifica o insucesso escolar

    inadequadamente, atribuindo-o a

    caractersticas pessoais dos alunos

    (Hbner & Marinotti, 2004).

    A nfase no controle aversivo, como

    assinalam Andery e Srio (1995), gera

    efeitos colaterais indesejveis como a fuga

    e esquiva do ambiente, passividade dos

    alunos, atrasos e falta s aulas,

    desateno e baixa participao nas

    atividades propostas pela escola. Outro

    srio problema do controle aversivo diz

    respeito ao fato dele no especificar o

    comportamento final esperado, ou seja,

    punir o comportamento inadequado no

    garante a ocorrncia do adequado

    (Zanotto, 2000).

    Diante do exposto, h um sinal de

    alarme para que a escola comece a mudar.

    Para tanto, necessrio rever o conceito

    tradicional de ensino. Ensinar definido

    por Skinner como um arranjo de

    contingncias de reforamento sob as

    quais o comportamento muda.

    (Skinner,1972, p.113). Zanotto (2000)

    destaca dois aspectos do processo de

    ensino que devem ser enfatizados: o como

    ensinar, que se refere aos procedimentos

    de ensino ( competncia do professor

    planejar, implementar e avaliar

    procedimentos de ensino) e o que ensinar

    que diz respeito ao objetivo do ensinar.

    Portanto, ao professor cabe a tarefa de

    planejar todo o processo de ensino-

    aprendizagem, sendo crucial entre seus

    objetivos encontrar prticas alternativas

    ao controle aversivo e mtodos que

    permitam a obteno de conseqncias

    mais positivamente reforadoras para o

    ambiente escolar. Segundo Skinner

    (1972), maximiza-se o uso de

    reforamento positivo simplesmente

    respondendo ao sucesso do aluno em vez

    de responder a suas falhas.

    Ao enfatizar os sucessos dos alunos,

    cabe ao professor analisar os repertrios a

    serem construdos ou fortalecidos,

    identificar as habilidades dos aprendizes

    e os comportamentos que no dominam e

    ensinar esses comportamentos, avaliando

    constantemente os resultados de seus

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    procedimentos (De Rose, 2005). Um

    repertrio desejvel e que pode ser

    desenvolvido no ambiente escolar o de

    comportamentos pr-sociais como

    respostas de apresentao, cumpri-

    mentos, desculpas e agradecimentos, que

    facilitam as interaes sociais ao tornar as

    pessoas mais atenciosas umas com as

    outras. O bem-educado uma

    qualificao sociocultural comum para

    esse padro. O estudo dos

    comportamentos pr-sociais demonstrou

    que ele pode ser adquirido e mantido ao

    longo do tempo, mas observam-se ntidas

    dificuldades na generalizao desse

    padro para outros ambientes, alm

    daquele especfico ao treino

    (Vasconcelos, et al., 2006). Ento,

    imprescindvel que os compor-

    tamentos pr-sociais sejam

    reforados nas mais diversas

    situaes, o que viabilizar a

    generalizao desses comportamentos

    desenvolvidos em ambientes especficos

    como a escola, para outros contextos dos

    alunos. Para tanto, o professor deve

    aprender sobre a relao entre os seus

    comportamentos e as aes de seus

    alunos, apresentar reforadores queles

    comportamentos a serem adquiridos

    pelo aluno, no reforar os

    inadequados e apresentar reforo

    para comportamentos especficos

    que se quer ensinar em detrimento de

    outros (Zanotto, 2004).

    Os objetivos do presente trabalho

    foram: a) aplicar princpios da anlise do

    comportamento para aumentar a

    freqncia de comportamentos pr-

    sociais dos alunos e reduzir

    comportamentos anti-sociais e b) ensinar

    os professores/monitores e a coorde-

    nadora de uma instituio escolar a

    programarem contingncias, utilizando

    princpios da anlise do comportamento

    no contexto escolar.

    Mtodo

    Participantes

    Vinte adolescentes de ambos os sexos,

    com idades entre 11 a 14 anos e de classe

    scio-econmica baixa, matriculados no

    ensino regular da rede pblica, entre a 5

    e 8 sries do Ensino Fundamental e no

    Programa de Erradicao do Trabalho

    Infantil (PETI). Participaram, ainda,

    quatro profissionais da instituio, a

    coordenadora e trs professores/

    monitores (professora/monitora geral,

    professora/monitora de educao

    artstica e professor/monitor de

    educao fsica). A participao de

    todos ocorreu mediante Termo de

    Consentimento Livre Esclarecido.

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    Material

    Para a coleta de dados utilizou-se

    relgio, lpis, borracha e folhas de

    registro contnuo, contendo a

    identificao da atividade, a data, o

    horrio, a quantidade de participantes,

    protocolos para descrio dos

    comportamentos observados e registro

    contnuo de suas freqncias (protocolo

    de registro de eventos I).

    Um questionrio semi-estruturado

    sobre os comportamentos anti-sociais dos

    alunos que dificultavam o funcionamento

    da instituio na viso dos

    professores/monitores.

    Protocolo de registro de eventos I

    cujos comportamentos foram

    selecionados a partir dos registros

    contnuos e das respostas dadas aos

    questionrios semi-estruturados.

    Protocolo de registro de eventos II

    (semelhante ao protocolo de registro de

    eventos I) acrescido de cinco categorias

    comportamentais referentes a

    comportamentos pr-sociais e suas

    respectivas definies operacionais.

    Na fase de interveno usaram-se

    folhas de papel, canetas, bales, um

    relatrio de comportamento positivo, que

    continha o nome do aluno e espao para

    escrever o comportamento pr-social por

    ele desempenhado durante a semana, e

    textos/resumos para orientao de

    professores/monitores.

    Local

    O estudo foi realizado numa creche

    no governamental conveniada com o

    Programa de Erradicao do Trabalho

    Infantil PETI, na cidade de Goinia. As

    orientaes aos profissionais e as

    atividades com os adolescentes foram

    realizadas no ptio, na sala de aula

    (mobiliada com carteiras, mesa, quadro

    negro, cartazes fixados nas paredes) e na

    secretaria da instituio. As salas

    contavam com iluminao e ventilao

    natural.

    Procedimento

    O estudo ocorreu em quatro etapas.

    Na primeira, subdividida em duas, a

    saber, a experimentadora inicialmente

    entrevistou a coordenao e os

    professores/monitores da instituio,

    com o objetivo de estabelecer rapport;

    apresentar de forma geral o que

    programao de contingncias

    reforadoras e a utilidade desta no

    enfraquecimento de comportamentos

    anti-sociais que dificultavam o

    funcionamento da instituio e na

    construo/fortalecimento de

    comportamentos pr-sociais; realizar

    contratos sobre o funcionamento do

    programa, estabelecendo a presena da

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    experimentadora na instituio trs vezes

    por semana e os encontros semanais com

    os professores/monitores e coordenadora

    e alunos e, conhecer e levantar junto aos

    professores/ monitores e a coordenadora

    quais eram os problemas referentes aos

    comportamentos dos alunos na

    instituio.

    Ainda na primeira etapa, realizou-se a

    observao dos comportamentos anti-

    sociais apontados pela instituio e que

    dificultam seu funcionamento e de

    comportamentos considerados pr-

    sociais. Nesta etapa, fez-se o registro

    contnuo de comportamentos em trs

    observaes dirias de 50 minutos e em

    trs contextos diferentes (aula de

    educao artstica, de educao fsica e

    atividade com a monitora geral). Com

    base nesse registro, foram definidas seis

    categorias comportamentais consideradas

    anti-sociais. Cinco relacionadas ao

    comportamento dos alunos: a) gritar

    emitir sons altos; b) agresso verbal

    emitir expresses obscenas, xingar; c)

    agresso fsica esmurrar, morder,

    chutar, beliscar; d) no participar das

    atividades no engajar na atividade

    proposta pelos professores/monitores; e)

    estragar objetos perder peas e

    desfigurar os objetos. Uma categoria

    relacionada aos comportamentos dos

    professores/monitores e coordenadora:

    ameaas de punio e punies efetivas

    contingentes aos comportamentos dos

    alunos.

    Na segunda etapa, aps definidas as

    categorias comportamentais, ocorreu a

    produo e aplicao de um questionrio

    semi-estruturado aos professores

    /monitores e coordenadora com o

    objetivo de verificar a freqncia de

    queixas para cada uma das categorias

    comportamentais dos alunos mais

    freqentes no registro contnuo que

    poderiam dificultar o funcionamento da

    instituio, os contextos em que eles

    ocorriam e quais conseqncias lhes eram

    administradas. Esse questionrio no

    avaliou a categoria ameaa de punio e

    punio efetiva.

    Na terceira etapa, a partir da anlise

    do registro contnuo e das respostas ao

    questionrio, selecionaram-se quatro

    categorias comportamentais dos alunos

    (gritar, agresso verbal, agresso fsica e

    no engajar nas atividades acadmicas) e

    uma dos professores/monitores (ameaa

    de punio e punio).

    A linha de base ocorreu em seis

    observaes dirias de 50 minutos por

    meio do protocolo de registro de eventos

    I, onde a experimentadora observou o

    comportamento dos professores/

    monitores e dos alunos nos seguintes

    contextos: a) duas observaes em

    atividades com a monitora geral (assistir

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    a filme e escrever de zero at 400

    contando de 2 em 2 - observaes 1 e 2);

    b) duas atividades com o

    professor/monitor de educao fsica

    (alongamento e jogo de futebol

    observaes 3 e 4) e c) duas atividades

    com a professora de educao artstica

    (atividade livre e desenhar o rosto do

    colega observaes 5 e 6).

    Na quarta etapa do estudo iniciaram-

    se os procedimentos de interveno para

    modificar os comportamentos

    considerados anti-sociais. Nessa etapa, os

    trs professores/monitores e a

    coordenadora receberam orientao

    individual, uma vez por semana, com

    durao variando entre 30 e 90 minutos,

    sobre princpios de anlise do

    comportamento. Esse programa de

    orientao teve durao de 10 encontros.

    Nessa etapa os alunos realizaram tambm

    atividades em grupo orientadas pela

    experimentadora, uma vez por semana,

    com durao de 60 minutos. O programa

    de atividades orientadas consistiu de 10

    encontros programados (Tabela 2).

    Para cada encontro os professores

    /monitores e a coordenadora receberam

    previamente um texto/resumo sobre um

    determinado princpio comportamental

    baseado em pesquisas realizadas por

    Analistas do Comportamento. Os textos

    compunham-se de 10 princpios

    selecionados do livro Modificao do

    Comportamento Infantil escrito por

    Krumboltz e Krumboltz (1977) (Tabela 1).

    Tabela 1. Descrio dos Princpios ensinados e objetivos ao longo dos encontros.

    n* Princpio Objetivo 1 Princpio do

    Reforo Positivo Fortalecer o comportamento adequado; parar de encorajar sem inteno o comportamento inadequado; parar de ignorar o comportamento adequado.

    2 Princpio da Modelagem

    Reforar progressos gradativos, uma vez que eles se tornam novos comportamentos.

    3 Princpio da Modelao

    Dar bom exemplo.

    4 Princpio da Discriminao

    Apontar estmulos discriminativos e reforar quando a ao for coerente com o mesmo.

    5 Princpio de Substituio

    Valorizar novos reforadores como, por exemplo, o reforo natural.

    6 Princpio do Reforo Intermitente.

    Manter um comportamento j existente no repertrio do indivduo com pouco ou nenhum reforo.

    7 Princpio da Saciedade

    Eliminar um comportamento inadequado.

    8 Princpio do Reforo diferencial de Comportamen-tos Incompatveis

    Eliminar um comportamento inadequado. E destacar um tipo de comportamento incompatvel com o primeiro que possa ser reforado em seu lugar.

    9 Princpio da Extino

    Eliminar um comportamento inadequado e suspender reforos para comportamentos inadequados.

    10 Princpio do Reforo Negativo

    Eliminar um comportamento inadequado e apresentar por que a punio no recomendada e seus efeitos colaterais.

    * Nmero de encontros.

    Nesses encontros a experimentadora

    explicava cada princpio, tirava dvidas,

    exemplificava como os mesmos poderiam

    ser utilizados no PETI e programava,

    juntamente com os professores

    /monitores e a coordenadora, condies

    mais favorveis para que comporta-

    mentos e habilidades necessrias

  • Programao de contingncias reforadoras no fortalecimento de repertrios pr-sociais no contexto escolar

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    insero social e tica dos aprendizes

    ocorressem no contexto da escola.

    Tabela 2. Descrio das Atividades Orientadas, objetivos e tcnicas utilizadas ao longo dos encontros.

    n* Atividade Objetivo Tcnica utilizada na sesso

    1, 2 e 3

    Atividades recreativas

    Estabelecer vnculo e tornar a experimenta dora agente de reforo para os alunos.

    Realizao de Bingo com o nome dos participantes e do jogo Quem comanda?

    4 Apresentao de alterna-tivas par lidar com situaes-problemas

    Verificar se os alunos conhe-ciam alternativas de lidar com situaes-problema.

    Diviso da turma em grupos, para responder uma questo, e a apresentar para o restante da turma.

    5 Avaliao dos direitos e deveres propostos pelos alunos.

    Definir comportamentos e habilidades que seriam reforados.

    Os alunos foram solicitados a listar numa folha de papel seus direitos e deveres na instituio em seguida os mesmos foram discutidos.

    6 Contrato com alunos e adultos os direitos e deveres de cada na instituio.

    Fornecer estmulos discriminativos para que os alunos discriminem quais comportamentos seriam reforados.

    Entrega de lista com os direitos e deveres. Pediu-se a turma que circulasse o direito que julgasse mais importante e imaginasse um mundo no qual este direito fosse respeitado. O mesmo foi feito com o dever.

    7 Questes para responder e refletir.

    Destacar comportamen-tos pr-sociais vantajosos para interaes sociais.

    Utilizou-se bales contendo questes para discusses em seu interior.

    8 Ensaio comportamental de situaes cotidianas dos alunos.

    Aperfeioar habilidades interpessoais que ajudam o aluno a melhorar sua qualidade de vida.

    Solicitou-se dois alunos voluntrios e a monitora geral para representarem papis. Em seguida a situao representada foi discutida em grupo.

    9 Questo para responder e refletir.

    Aperfeioar habilidades interpessoais que ajudam o aluno a melhorar sua qualidade de vida.

    Utilizou-se um carretel de linha para fazer uma rede. Jogou-se a linha para o colega e falou uma qualidade do mesmo. Em seguida, respondeu e refletiu a questo.

    10 Questes para responder e refletir.

    Destacar comportamentos pr-sociais vantajosos para interaes sociais em diferentes contextos.

    A turma foi questionada e solicitada a dar exemplos sobre as questes/situaes apresentadas.

    * Numero de encontros.

    Nesta etapa, implantou-se um novo

    arranjo das conseqncias para reforar

    diferencialmente comportamentos pr-

    sociais dos alunos (definidos pelos

    registros feitos nas etapas 1, 2 e 3). Esses

    comportamentos foram categorizados e

    definidos operacionalmente: a) falar

    baixo - emitir sons baixo, que no

    dificultam o funcionamento das outras

    turmas nem a do emissor; b) utilizar

    palavrinhas mgicas em situaes de

    interao social - como, por favor,

    obrigada, desculpa; c) participar das

    atividades propostas por cada

    professor/monitor de acordo com os

    objetivos de cada atividade especfica:

    artstica, educacional e geral engajar

    nas atividades propostas. Por outro lado,

    categorizou-se e definiu-se o compor-

    tamento dos professores/monitores de

    reforar comportamentos pr-sociais

    como a resposta de contingenci-los com

    reforos positivos.

    Os comportamentos dos alunos foram

    reforados com reforo social dispensado

    pelos professores/monitores, coordena-

    dora e pela experimentadora elogios

    individuais e grupais com a descrio do

    comportamento apresentado, privilgios

    (como 10 minutos a mais de recreio,

    auxiliar o professor/monitor, brinca-

    deiras). Aps o sexto encontro, esses

    comportamentos tambm foram

    reforados com elogios sob forma escrita

    por meio de um relatrio semanal

    redigido pelo professor/monitor com

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    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    294

    base nos registros obtidos sobre os

    comportamentos pr-sociais apresenta-

    dos por cada aluno juntamente com

    pirulito para os que desempenhassem

    apenas alguns dos comportamentos pr-

    sociais selecionados e pirulito e bombom

    para os que apresentassem todos os

    comportamentos. Eventualmente, os

    professores/monitores utilizaram

    balinhas, chicletes e bombons para

    reforar os comportamentos de participar

    das atividades. Os comportamentos dos

    professores/monitores de reforar

    comportamentos pr-sociais foram

    contingenciados com elogios dispensados

    pela experimentadora, pela coordenadora

    e naturalmente pela observao da

    prpria mudana do comportamento dos

    alunos.

    Aps trinta e cinco dias de interveno

    (6 sesso feita com os professores

    /monitores, coordenadora e com os

    alunos), a quarta etapa foi interrompida

    momentaneamente e realizou-se

    novamente seis observaes dirias de 50

    minutos (definido como ps-teste 1), por

    meio do protocolo de registro de evento

    II, com a finalidade de avaliar

    parcialmente os efeitos do procedimento

    empregado. Os registros ocorreram em

    condies semelhantes s do registro da

    linha de base, isto , duas atividades com

    a monitora geral (assistir filme e reforo

    escolar - observaes 1 e 2); duas

    atividades com o professor/monitor de

    educao fsica (jogo de voleibol

    (meninas) e futebol (meninos) -

    observaes 3 e 4); e duas atividades com

    a professora de educao artstica

    (confeccionar pulseira e desenhar ou

    confeccionar pulseiras - observaes 5 e

    6).

    Aps o ps-teste 1, deu-se

    continuidade s demais atividades

    programadas para a quarta etapa, ou seja,

    do stimo ao dcimo encontros. Depois

    de concluda a quarta etapa fez-se um

    novo ps-teste (definido como ps-teste

    2), utilizando o protocolo de registro de

    evento II, em seis observaes dirias de

    50 minutos. Os registros foram realizados

    em contextos semelhantes aos da linha de

    base: a) duas atividades com a monitora

    geral (assistir a filme e fazer redao

    observaes 1 e 2); b) duas atividades com

    o professor/monitor de educao fsica

    (jogo de voleibol (meninas) e futebol

    (meninos) e siri, esquerda direita e jogo

    de futebol - observaes 3 e 4); e duas

    atividades com a professora de educao

    artstica (fazer quadro e pintura com tinta

    - observaes 5 e 6).

    O critrio para encerrar o

    estudo foi a realizao de todos os

    encontros com os professores/

    monitores, coordenadora e com os

  • Programao de contingncias reforadoras no fortalecimento de repertrios pr-sociais no contexto escolar

    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    295

    alunos, o que aconteceu aps dois

    meses de interveno.

    Resultados

    Os resultados foram analisados

    comparando-se os desempenhos do

    grupo de sujeitos com eles mesmos nas

    diferentes condies experimentais

    programadas. A Tabela 3 mostra a

    freqncia de comportamentos dos

    alunos considerados anti-sociais pelos

    professores/monitores e coordenadora.

    Os mais freqentes foram: gritar,

    agredir verbal e f isicamente, com

    3, 4 e 3 queixas, respectivamente.

    Tabela 3. Freqncia de queixas dos professores/monitores e coordenadora acerca dos comportamentos anti-sociais .apresentados pelos alunos.

    Categorias comportamentais Freqncia Gritar 3 Agresso verbal 4 Agresso fsica 3 Estragar objetos 1 No participar das atividades 1

    Na Tabela 4 apresenta-se a freqncia

    e a mdia de comportamentos anti-sociais

    produzidos pelos alunos que dificultam o

    funcionamento da instituio gritar,

    agredir fsica e verbalmente em seis

    observaes dirias de 50 minutos, em

    contextos distintos: a) duas atividades

    com a monitora geral; b) duas atividades

    de educao fsica; e, c) duas atividades

    de educao artstica, durante a fase de

    linha de base, ps-teste 1 e 2. Observou-se

    que o comportamento mais freqente

    durante a linha de base foi o de gritar, o

    qual teve uma mdia de 17,8 respostas

    nas observaes. J nas fases de ps-teste

    1 e 2, observou-se reduo em suas

    mdias para 3,0 e 2,5, respectivamente.

    De acordo com o teste t de student para

    medidas repetidas, constatou-se

    diferenas estatisticamente significativas

    entre as mdias da linha de base e o ps-

    teste 1 e da linha de base e o ps-teste 2

    para o comportamento de gritar (p-

    value=0,022 e p-value=0,024,

    respectivamente). O segundo comporta-

    mento mais freqente durante a linha de

    base foi o de agredir verbalmente, cuja

    mdia foi de 8,5, enquanto, que nas fases

    de ps-teste 1 e 2, observou-se reduo

    em suas mdias para 2,6 e 2,8,

    respectivamente. Contudo, de acordo com

    o teste t de student para medidas

    repetidas, as diferenas observadas entre

    as mdias desse comportamento entre a

    linha de base e o ps-teste 1 e entre a

    linha de base e o ps-teste 2 no foram

    estatisticamente significativas (p-

    value=0,097 e p-value=0,067, respectiva-

    mente). O comportamento menos

    freqente na linha de base foi o de agredir

    fisicamente que teve em mdia 2,0

    ocorrncias. J nas fases de ps -teste 1 e

    2, houve uma reduo na mdia desses

    comportamentos para 0,1 e 0,

    respectivamente. Segundo o teste t de

    student para medidas repetidas, as

  • Estefania Cheruli Fernandes - Antnio Carlos Godinho Santos

    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    296

    diferenas entre as mdias da linha de

    base e do ps -teste 1 e da linha de base e

    do ps -teste 2 foram estatisticamente

    significativas (p-value=0,009 e p-

    value=0,016, respectivamente). Tomados

    em conjunto, os resultados sugerem que a

    programao das novas contingncias a

    partir dos princpios de aprendizagem

    ensinados ao professores/monitores e

    coordenadora pode ter sido a varivel que

    modificou o desempenho dos alunos

    quanto s categorias comportamentais

    gritar e agredir fisicamente nas fases de

    linha de base e ps-teste 1 e 2, mas no foi

    efetiva para reduzir as agresses verbais.

    Tabela 4. Freqncia total e mdia de gritos, agresso fsica (A. F.), agresso verbal (A. V.) produzidos pelos alunos em observaes dirias de 50 minutos nas fases de linha de base e ps-teste 1 e 2.

    Linha de Base Ps-teste 1 Ps-teste 2 Obs. Gritar A.F. A.V. Gritar A.F. A.V. Gritar A.F. A.V.

    1 22 02 04 01 00 01 02 00 02 2 23 00 04 06 00 01 04 00 04 3 11 02 06 02 00 05 01 00 04 4 03 05 24 02 01 03 03 00 02 5 43 01 11 05 00 03 03 00 00 6 05 02 02 02 00 03 02 00 05 107 12 51 18 01 16 15 00 17 X 17,8 2,0 8,5 3,0 0,1 2,6 2,5 00 2,8

    Na Tabela 5 encontra-se a variao

    percentual da participao dos alunos nas

    atividades programadas pela instituio,

    ao longo de observaes dirias de 50

    minutos, em contextos diferentes: a) duas

    atividades com a monitora geral; b) duas

    atividades de educao fsica; e, c) duas

    atividades de educao artstica, nas fases

    de linha de base, ps-teste 1 e 2. Ressalte-

    se que os alunos poderiam participar com

    freqncias variadas ao longo das

    atividades - iniciavam a participao,

    saam da sala, ou ficavam em sala fazendo

    outras atividades no programadas pela

    professora/monitora para aquele

    momento. Os resultados mostraram que

    na condio de linha de base apenas em

    duas atividades (1 e 2 monitora geral)

    houve participao mxima dos alunos.

    Por outro lado, no ps - teste 1, esse

    nmero subiu para 4, ou seja, em quatro

    atividades (1, 2, 5 e 6 monitora geral e

    educao artstica) todos os alunos

    participaram. E no ps-teste 2, houve

    participao mxima em todas as

    atividades propostas (1, 2 , 3, 4, 5 e 6

    monitora geral, educao fsica e

    educao artstica). De forma geral, os

    dados mostraram que os alunos

    participaram mais nas atividades

    programadas pela instituio aps a

    interveno experimental, o que sugere

    efeito das contingncias programadas

    sobre esta categoria de respostas.

    Tabela 5. Variao em porcentagem de participao dos alunos nas atividades propostas pela instituio ao longo de observaes dirias de 50 minutos nas fases de linha de base, ps-teste 1 e 2.

    Linha de Base Ps-teste 1 Ps-teste 2 Obs. Part.

    Mx Part. Min

    Part. Max

    Part. Min

    Part. Max

    Part. Min

    1 100% 73,2% 100% 92,3% 100% 93,3% 2 100% 100% 100% 84,6% 100% 100% 3 84,2% 57,9% 66,6% 66,6% 100% 81,2% 4 95% 60% 76,4% 70,6% 100% 100% 5 94,4% 83,3% 100% 93,3% 100% 93,7% 6 76,4% 83,3% 100% 93,3% 100% 100%

    A Tabela 6 mostra a freqncia total e

    mdia de ameaas de punio e punies

    efetivas produzidos pelos professores

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    297

    /monitores ao longo de observaes

    dirias de 50 minutos, em contextos

    diferentes: a) duas atividades com a

    monitora geral; b) duas atividades de

    educao fsica; e, c) duas atividades de

    educao artstica, nas fases de linha de

    base, ps- teste 1 e 2. Observou-se uma

    reduo na freqncia mdia de ameaas

    de punio e punies efetivas de 4,3 na

    fase de linha de base para 0,8 no ps-

    teste 1 e 0,6 no ps-teste 2. O maior

    nmero de punio observado durante a

    linha de base ocorreu nos contextos 1 e 3

    (atividade com a monitora geral e aula de

    educao fsica) com 6 ocorrncias. Por

    outro lado, as maiores freqncia de

    punio ou ameaa de punio

    observadas no ps-teste 1 foram para os

    contextos 2 e 3 (atividade com a monitora

    geral e aula de educao fsica) com

    apenas 2 ocorrncias. E no ps-teste 2,

    apenas o contexto 5 (atividade de

    educao artstica) apresentou esse ndice

    mximo de ocorrncia. Constatou-se

    diferenas estatisticamente significativas

    de acordo com o teste t de student para

    medidas repetidas entre linha de base e

    os ps-teste 1 e 2 (p-value= 0,008 e p-

    value= 0,006, respectivamente). Os

    dados mostram que os

    professores/monitores reduziram o uso

    de punio e ameaa de punio,

    sugerindo a possibilidade de que formas

    alternativas de controle do

    comportamento que no o uso de

    conseqncias aversivas como

    anteriormente faziam, foram adotadas.

    Tabela 6. Freqncia total e mdia de ameaas de punio e punies efetivas (A.P. e P.) produzidos pelos professores/monitores e coordenadora em observaes dirias de 50 minutos nas fases de linha de base, ps-teste 1 e 2.

    A.P. e P. Obs.

    Linha de Base Ps-teste 1 Ps-teste 2 1 06 00 00 2 01 02 01 3 06 02 00 4 05 00 01 5 04 00 02 6 04 01 00 26 05 04 X 4,3 0,8 0,6

    A Tabela 7 apresenta a freqncia total

    e mdia de falar baixo e de falar

    palavrinhas mgicas produzidas pelos

    alunos ao longo de observaes dirias de

    50 minutos, em contextos diferentes: a)

    duas atividades com a monitora geral; b)

    duas atividades de educao fsica; e, c)

    duas atividades de educao artstica, nas

    fases de ps-teste 1 e 2. Foi observado que

    concomitante reduo dos

    comportamentos de gritar e agredir

    verbalmente nos ps-testes 1 e 2 em

    relao linha de base (Tabela 4), houve

    aumento na freqncia mdia de falar

    baixo nos ps-testes 1 e 2, sendo de 122,3

    e 246,0, respectivamente, e, de falar

    palavrinhas mgicas, cuja mdia foi de

    3,0 no ps-teste 1 e 2,6 no ps-teste 2. Os

    dados sugerem que aps a interveno, os

    comportamentos anti-sociais (gritar e

    agredir fsica e verbalmente) deram lugar

    a comportamentos pr-sociais (falar

    baixo e falar palavrinhas mgicas). Uma

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    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    298

    possvel explicao para esses resultados

    pode ser o uso de reforos pelos

    professores/monitores contingentes a

    estas respostas em detrimento punio

    dos comportamentos anti-sociais. Em

    outras palavras, ao dar ateno aos

    alunos quando estes emitiam

    comportamentos pr-sociais (como falar

    palavrinhas mgicas) os

    professores/monitores e a coordenadora

    reforaram um comportamento

    incompatvel com o gritar e o agredir, o

    que diminuiu a freqncia de ocorrncia

    desses comportamentos indesejveis.

    Tabela 7. Freqncia total e a mdia de falar baixo e falar palavrinhas mgicas ( F.P.M falar por favor, obrigada, licena, desculpa) produzidos pelos alunos em observaes dirias de 50 minutos nas fases de ps-teste 1 e 2.

    Ps-teste 1 Ps-teste 2 Obs.

    Falar Baixo F.P.M. Falar Baixo F.P.M. 1 83 00 119 00 2 59 00 285 06 3 74 02 313 05 4 199 03 160 01 5 70 08 324 04 6 249 05 274 00 734 18 1475 16 X 122,3 3,0 246,0 2,6

    A Tabela 8 descreve a freqncia total

    e a mdia de reforos contingentes aos

    comportamentos pr-sociais produzidos

    pelos professores/monitores ao longo de

    observaes dirias de 50 minutos, em

    contextos diferentes: a) duas atividades

    com a monitora geral; b) duas atividades

    de Educao Fsica; e, c) duas atividades

    de Educao Artstica, nas fases de ps-

    teste 1 e 2. Verificou-se o aumento na

    aplicao de reforamentos contingentes

    aos comportamentos pr-sociais

    necessrios a uma aprendizagem eficaz.

    Esse fato pode ter contribudo para a

    reduo no uso de ameaas de punio e

    punies efetivas por parte dos

    professores/monitores e coordenao, o

    que por sua vez, contribuiu com o

    estabelecimento de um repertrio pr-

    social nos alunos.

    Tabela 8. Freqncia total de reforos contingentes aos comportamentos pr-sociais (CPS) produzidos pelos monitores em observaes dirias de 50 minutos nas fases de ps-teste 1 e 2.

    Ps-teste 1 Ps-teste 2 Observao

    CPS. CPS. 1 05 00 2 11 12 3 21 04 4 03 06 5 06 03 6 04 00 50 25 X 8,3 4,1

    Discusso

    Os resultados mostraram que os

    professores/monitores e a coordenadora

    apresentaram algum tipo de queixa em

    relao aos comportamentos dos alunos.

    Dentre elas, gritar, agredir fsica e

    verbalmente foram os comportamentos

    anti-sociais mais freqentes observados

    durante a fase de linha de base e que

    foram enfraquecidos quando comparados

    com o ps-teste 1 e 2 (Tabelas 3 e 4). Por

    outro lado, o nvel de participao dos

    alunos nas atividades propostas pelos

    professores/monitores aumentou tanto

    no ps-teste 1 quanto no, 2, quando

    comparados com os dados observados na

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    299

    linha de base (Tabela 5). Os resultados

    mostraram tambm que a punio e o

    ameaar com punio eram prticas

    freqentes como forma de controle do

    comportamento dos alunos por parte dos

    professores/monitores da instituio e

    que se reduziu nas condies de ps-teste

    (Tabela 6). Os comportamentos de falar

    baixo e falar palavrinhas mgicas foram

    mais freqentes nos ps-testes 1 e 2,

    quando comparados com os

    comportamentos de gritar e agredir fsica

    e verbalmente (Tabela 4 e 7). Outro dado

    observado foi o aumento na utilizao

    pelos professores/monitores de reforos

    contingentes aos comportamentos

    considerados pr-sociais (Tabela 8).

    Reconhecendo a importncia do

    estabelecimento e manuteno de

    relaes sociais satisfatrias entre os

    alunos e seus meios, Abib (2001) defende

    que a escola uma das instituies

    responsveis pela formao das crianas e

    dos jovens nos valores ticos e polticos.

    Tendo isso em vista, esse estudo buscou

    desenvolver um programa de formao

    profissional para a tarefa de promover

    interaes sociais educativas e o

    repertrio de habilidades sociais dos

    estudantes em sala de aula, quais sejam,

    falar baixo, utilizar palavras como: por

    favor, ao fazer um pedido e, obrigado

    (a), ao ter um pedido atendido.

    Os dados mostraram que a freqncia

    de comportamentos anti-sociais, como

    gritar, agredir fsica e verbalmente foi um

    problema, apontado pela coordenadora e

    pelos professores/monitores, que dificul-

    tava o funcionamento da instituio.

    Pode-se supor que de alguma forma esses

    comportamentos estavam sendo

    selecionados e mantidos no repertrio

    dos alunos por conseqncias que agiam

    sem nenhum tipo de programao

    especfica por parte dos professores

    /monitores. De acordo com Skinner

    (2003) todo comportamento selecio-

    nado, mesmo que seja por contingncias

    acidentais ou desconhecidas. Em outras

    palavras, os comportamentos de gritar e

    agredir fsica ou verbalmente os colegas

    eram mantidos por produzirem conse-

    qncias reforadoras para os alunos.

    A programao de contingncias para

    aumentar a participao dos alunos nas

    atividades programadas pela instituio

    se justifica pela necessidade de mant-los

    constantemente em atividade acadmica,

    e essa prtica viabilizou o monitoramento

    de desempenho com o objetivo

    adequao do procedimento de ensino

    (Pereira, Marinotti & Luna, 2004).

    Portanto, o aumento na participao das

    atividades programadas pela instituio

    verificado nos ps-testes 1 e 2 em relao

    linha de base demonstrou que a

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    300

    programao de contingncias

    reforadoras foi eficaz na modificao do

    comportamento dos alunos. No presente

    caso, destaca-se o uso do relatrio

    semanal de comportamento positivo

    juntamente com pirulito e chocolate

    contingente ao comportamento de

    participar (comentrio sobre o tipo de

    reforo utilizado j efetuado). Os reforos

    utilizados esto de acordo com a proposta

    de Pereira, Marinotti e Luna (2004) que

    destacam que no raro que se lance mo

    de conseqncias artificiais; e o relatrio

    uma forma de envolver o aluno na

    avaliao de seu prprio desempenho,

    uma vez que apontou os critrios de

    avaliao, os objetivos atingidos e os que

    no foram atingidos por ele, na viso dos

    autores isso possivelmente aumenta a

    probabilidade do mesmo modificar o seu

    desempenho.

    As punies e ameaas de punies

    como forma de controle do

    comportamento dos alunos adotada pelos

    professores/monitores e coordenadora,

    ocorriam, de acordo com Skinner (1972),

    porque o comportamento de punir

    reforado por seu efeito imediato: a

    reduo na freqncia do comportamento

    anti-social do aluno.

    Skinner (1972) afirma que, alm das

    contingncias imediatas da sala de aula,

    as razes do uso do controle aversivo pelo

    professor podem ser atribudas a algumas

    prticas culturais, isto , por meio de

    contingncias sociais coerentes com

    certas filosofias adotadas por outras

    agncias de controle, nas quais os

    professores adquirem e mantm

    comportamentos punitivos em relao

    aos alunos. Zanotto (2000) aponta que,

    ainda hoje, as contingncias presentes na

    situao de trabalho do professor podem

    reforar e manter essas prticas, pois

    assim, ele considerado bom professor

    e mantm sua sala trabalhando, mesmo

    sob ameaas.

    A freqncia de reforos contingentes

    aos comportamentos pr-sociais dos

    alunos dispensados pelos professores

    /monitores e coordenadora e o

    simultneo aumento destes comporta-

    mentos, denotam que eles puniam por

    no saberem o que fazer ou no

    conhecerem mtodos alternativos e a

    interveno programada disponibilizou

    metodologias mais apropriadas. Esses

    dados acordam com Pereira, Marinotti e

    Luna (2004), que defendem que os

    princpios e conhecimentos produzidos

    pela Anlise do Comportamento so teis

    no auxlio do professor ao planejar os

    procedimentos necessrios ao ensino. E

    concordam tambm com Zanotto (2000),

    que aponta que ao professor deve ser

    dada a oportunidade de aprender sobre a

  • Programao de contingncias reforadoras no fortalecimento de repertrios pr-sociais no contexto escolar

    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    301

    relao entre os seus comportamentos e

    os comportamentos de seus alunos. O

    professor deve aprender a apresentar

    reforadores para aqueles compor-

    tamentos a serem adquiridos pelo aluno e

    no reforar os inadequados, isto ,

    apresentar reforo para comportamentos

    especficos que se quer ensinar, em

    detrimento de outros.

    O aumento na freqncia de

    comportamentos pr-sociais, a reduo

    dos comportamentos anti-sociais apre-

    sentados pelos alunos e o reforo

    dispensado pelos professores/monitores a

    esses comportamentos, mostram que o

    Programa de Modificao de Repertrios

    Comportamentais adotou uma viso

    construcional. A esse respeito

    Vasconcelos et al. (2006) adverte que

    adotar uma interveno que busque

    apenas a eliminao de

    comportamentos inadequados

    uma viso simplista; e uma viso

    construcional, ao contrrio,

    objetiva instalar comportamentos

    alternativos no repertrio da criana

    ou do jovem, o que contribuiria para a

    reduo de comportamentos denomi-

    nados como anti-sociais. Portanto,

    cabe ao corpo docente e administrativo da

    escola planejar condies favorveis para

    que comportamentos pr-sociais sejam

    adquiridos pelos alunos.

    Em geral, a programao de

    contingncias reforadoras no

    fortalecimento/construo de repertrio

    pr-social no contexto escolar gerou

    ganhos no repertrio dos

    professores/monitores, da coordenadora

    e dos alunos, confirmando o argumento

    de Teixeira (2006), que defende que o

    Behaviorismo Radical de Skinner dispe

    de um arsenal poderoso para contribuir

    na melhoria da Educao, a despeito da

    excluso da Anlise do Comportamento

    da Escola. E demonstrou a idia que

    Skinner (2003) defende de que o

    comportamento de grupos de pessoas

    pode tambm ser estudado como funo

    das interaes entre seus membros e das

    variveis que sobre eles atuam e que essas

    interaes podem ser mais bem

    compreendidas com a anlise funcional.

    No obstante, observaes assistem-

    ticas mostraram que alguns fatores

    obstaram a realizao do presente estudo.

    Como dificuldade metodolgica pode-se

    apontar o menor grau de controle de

    variveis obtido pelo experimentador, o

    que, no entanto, uma questo comum

    em estudos realizados em ambientes

    naturais, quando comparado a uma

    situao de laboratrio. Neste trabalho

    observou-se que alguns professores

    /monitores, apesar de compreenderem

    bem os princpios de aprendizagem a eles

  • Estefania Cheruli Fernandes - Antnio Carlos Godinho Santos

    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    302

    ensinados, demonstraram certa inse-

    gurana quanto aos efeitos que os

    mesmos poderiam gerar, o que contribuiu

    para o envolvimento apenas discreto

    desses profissionais no incio do

    procedimento, o que pode ter limitado a

    obteno dos resultados obtidos.

    Outro fator que dificultou este estudo

    foi a realizao dos registros por uma

    nica observadora, o que impediu, por

    exemplo, a anlise de ndices de

    confiabilidade dos eventos observados.

    De acordo com Hall (1975) a

    manipulao de comportamento correta e

    eficaz depende de procedimentos de

    mensurao fidedignos (p. 21). O mesmo

    autor aponta a possibilidade de o

    comportamento permanecer estvel

    enquanto seu registro muda devido a

    mudanas ocorridas no comportamento

    de quem observa. Tendo isso em vista,

    sugere-se que um prximo estudo

    minimize o efeito de vieses do observador

    nos resultados, realizando registros com

    mais de um observador.

    Possivelmente, o comportamento dos

    professores/monitores e da coordenadora

    atentarem para o comportamento pr-

    social, em detrimento do anti-social, e os

    comportamentos pr-sociais dos alunos,

    estava sob controle da presena da

    pesquisadora. Em algumas situaes a

    pesquisadora percebeu rpidas mudanas

    no tom de voz dos professores/monitores

    ao falarem com os alunos quando da sua

    presena e uso deliberado pelos alunos

    das palavras por favor, obrigada e

    licena. Provavelmente, a presena da

    pesquisadora exerceu controle discrimi-

    nativo sobre o comportamento dos

    professores/monitores e dos prprios

    alunos, o que pode ser devido ao

    comportamento deles ainda estar em fase

    de transio, e que com a prtica

    continuada da instituio isso poderia

    mudar. Ou seja, a varivel que controlar

    esses comportamentos ser o reforo

    natural. Nesse caso, sugere-se que

    estudos futuros incluam um perodo de

    follow up para avaliar os efeitos do

    procedimento a longo prazo no

    comportamento dos alunos e dos

    professores/monitores na escola e em

    outros ambientes

    Tomados em conjunto, os

    resultados permitem concluir que o

    planejamento de contingncias refora-

    doras mostrou ser uma forma eficaz para

    mudar o comportamento dos alunos no

    contexto escolar. Sugerem ainda, ser

    relevante buscar para o ambiente escolar

    novos procedimentos de ensino e planejar

    novos arranjos de contingncias..

  • ISSN 1982-3541 Campinas-SP 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

    Rev. Bras. de Ter. Comp. Cogn., Campinas-SP, 2009, Vol. XI, n 2, 285-304

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    Recebido em: 24/04/2008

    Aceito para publicao em: 24/06/2009