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Caso clínico:Icterícia neonatal (incompatibilidade ABO com Coomb direto +++). Apresentação:Fernanda Reginatto Bau Coordenação: Márcia Pimentel de Castro Internato em Pediatria HRAS/HMIB 2014 Medicina – ESCS / 6º ano www.paulomargotto.com.br Brasília, 8 de abril de 2014. - PowerPoint PPT Presentation
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Apresentação:Fernanda Reginatto BauCoordenação: Márcia Pimentel de CastroInternato em Pediatria HRAS/HMIB 2014
Medicina – ESCS / 6º anowww.paulomargotto.com.br
Brasília, 8 de abril de 2014
Caso clínico:Icterícia neonatal(incompatibilidade ABO com Coomb
direto +++)
Doutoranda Fernanda Reginatto Bau
RN de APT, sexo Feminino, IG: 33sem+4dias (de acordo com US precoce)
Data de nascimento: 16/02/14 às 03:40h Peso: 1990g Estatura: 44cm PC: 29 cm IG capurro: 33sem+3d
Parto espontâneo em boas condições de vitalidade. TBR: 17 dias
Apgar: 8/9 Evoluiu com desconforto respiratório e
gemência discreta logo após o nascimento.
CONDUTA: Cuidados de rotina de SP CPAP facial FiO2 = 40%
História gestacional: Mãe: 27 anos, G1P1Ab0, procedente de
Valparaíso/GO Pré natal: 3 consultas iniciado no 3º trimestre Tipo sanguíneo: O negativo / Coombs INDIRETO
negativo Sorologias: sem informação no cartão de PN Internada no Alto Risco do HMIB (ROPREMA) em
30/01/14, com IG = 31 sem + 2 diasFez uso de ATB Ampicilina + Azitromicina por 3
dias e Amoxicilina + Azitromicina por 5 diasCorticoterapia com Betametasona – 2 dosesRHOGAN em 11/02
Exame Físico após o nascimento: Reativo, com bom tônus, corado, hidratado,
acianótico, anictérico, leve esforço respiratório associado a gemência ocasional
AR: MV simétrico, sem RA Demais sistemas sem anormalidades
HD: RNPT+AIG Desconforto respiratório
CONDUTA: HV + CPAP nasal Hemocultura e iniciar Ampicilina e
Gentamicina
Nas primeiras 24h de vida: persistia com taquidispnéia, boa saturação com CPAP nasal, sem outros achados, controle glicêmico normal
Raio-x de tórax: presença de discreto infiltrado peri-hilar, pulmões normoinsuflados, IC normal
Com 30h de vida: icterícia 2+ em zona III e 1+ em zona IV
Melhora do desconforto respiratório.
CONDUTA: fototerapia intensiva (bilitron duplo), imunoglobulina 1g/kg, colhidos exames para avaliar necessidade de exsanguineotransfusão.
Colocado em HOOD 40%.
Tipagem sanguínea do RN: A positivo
Coombs direto: +++
Albumina: 3,5 Bilirrubinas: T-10,53 / D- 0,44 / I- 10,09 Hemograma: Hemoglobina-16 / Hematócrito- 43,5% /
RDW-16,9% / Reticulócitos- 18,8%Leucócitos- 14300 / Neut- 41 / Eos- 1 /
Mono- 3 / Linf- 55Plaquetas- 267mil
Sem níveis para exanguineotransfusão.
Com 40h de vida: icterícia leve em zona IIITransferido para a UCIN de Planaltina com 55 horas de
vida.
Com 72h de vida foram colhidos exames de controle: Ca- 10,6 / K- 4,55 / Cl- 95 / Mg- 1,8 Ur- 41 / Cr- 0,71 / TGO- 15 / TGP- 4 / Gli- 75 Bilirrubinas: T- 9,06 / I- 8,15 Hemograma: Hemoglobina-11,7 / Hematócrito- 35%Leucócitos- 8960 / Neutrófilos- 19%Plaquetas- 387mil CONDUTA: Suspensa 1 fototerapia ( bilitron)Suspenso HOOD, desconforto respiratório resolvido.
Com 5 dias de vida: anictérico
Com 6 dias de vida: mantinha-se anictérico.CONDUTA: Suspensa fototerapia.
Com 7 dias de vida: icterícia ++/4+ zona III
Ca- 11,6/ K- 4,88/ Na- 134/ Cl- 95/ Mg- 1,89 Bilirrubinas: T- 13,39 / I- 12,28 Hemograma: Hemoglobina-11,8 / Hematócrito- 35,5% Leucócitos- 13000/ Neut-15/ Linf-75/ Mono-6/
Eos-4 Plaquetas- 556mil
CONDUTA: Reiniciada fototerapia.
Com 9 dias de vida: suspensa fototerapia.
Com 11 dias de vida: alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial.
1. Como você classificaria esta icterícia?2. Icterícia fisiológica ou patológica?3. Qual o papel da dosagem de albumina no
acompanhamento de icterícia neonatal?4. Quando indicar o uso de imunoglobulina
EV?5. Quando indicar fototerapia?6. Quando indicar exsanguineotransfusão?7. Como avaliar a alta hospitalar de um RN
com icterícia?
Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas e escleróticas devido a uma elevação da concentração de bilirrubinas séricas
Aumento da produção: Isoimunização Rh, ABO e subgrupos; Esferocitose hereditária; Deficiência enzimática do eritrócito: G-6 PD;
piruvatoquinase e outras; Hematomas; Policitemia; Drogas (Vitamina K 3)
Aumento da circulação enterohepática: Jejum prolongado Sangue deglutido Obstrução intestinal Íleo paralítico (induzido por drogas)
Diminuição da conjugação: Deficiência congênita da glucoronil-transferase; Hipotireoidismo congênito; Inibição enzimática; Drogas e hormônios (novobiocina e pregnanediol); Galactosemia (inicial); Síndrome de Lucey-Driscol; Leite humano; Recém-nascido (RN) de diabética; Prematuridade; Síndrome de Down.
Icterícia fisiológica: Inicia-se após as 24h de vida No RN a termo
-níveis séricos até 13mg%-pico entre 3º e 5º -duração de 1 semana
RN pré-termo -níveis séricos até 15 mg%-pico entre o 5º e 7º dia de vida-duração até 2 semanas
Prematuridade e muito baixo peso Acidose metabólica ou respiratória grave
(pH<7,15) Hipoxia persistente (Pa O2<4 0mmHg) Sepsis Hipoalbuminemia (<2,5 g/dl) Aumento da bilirrubina total >1mg/dl/h
Inicia-se antes de 24 horas de vida, bilirrubina ultrapassa 13 mg% nos RN a termo e 15mg% nos RN pré-termo e com formas eritrocitárias jovens (reticulócitos) e anormais (eliptócitos e esferócitos)
incompatibilidade ABO incompatibilidade Rh
Avaliação quanto à intensidade (expressa em cruzes) e a abrangência da icterícia (zona de Kramer):
Zonas dérmicas de progressão craniocaudal da icterícia:1.Cabeça e pescoço2.Tronco até umbigo3.Hipogástrio e coxas4.Pernas e braços5.Mãos e pés, incluindo palmas e plantas
Dosagem de bilirrubinas (total e frações) Determinação de grupo sanguíneo e Rh maternos
e do RN Teste de Coombs direto do sangue do RN Determinação do hematócrito Contagem de reticulócitos (caso hematócrito
normal ou baixo)
Controle: Nos casos de icterícia precoce e hemólise
acentuada: dosagem de bilirrubinas e hematócrito de 6 em 6 horas.
Nos casos de icterícia tardia, controlar de 12/12 horas ou de 24/24h conforme a gravidade do caso
Bb é transportada no plasma sob a forma de diânion ligado reversivelmente à albumina
O perigo para impregnação cerebral está na Bb livre (não ligada à albumina), que geralmente não é dosada
Cada grama de albumina carreia 8,5mg de Bb. Assim sendo, se albumina sérica = 3 a 3,5g/dl, é capaz de carrear 25 a 28mg% de Bb
Stevenson e Wennbeg (1990) sugeriram um fator para previsão da capacidade de ligação da Bb:
**RN a termo, saudável: 7X o nível de albumina (albumina = 3,5 -> corresponde a uma Bb de risco de 24,5mg%)
** RN doentes ou baixo peso ao nascer: 5 a 6X a concentração de albumina.
O uso da relação Bb / albumina é uma opção clínica, não em substituição ao nível de BbT, mas como uma informação adicional na determinação do risco e indicação de exsanguineotransfusão e pode pode oferecer critérios concretos para o acompanhamento de RNs ictéricos.
Promove transformação fotoquímica da bilirrubina nas áreas expostas a luz (fotoisomerização e fotooxidação), essas reações alteram a estrutura da molécula de bilirrubina e permite que os fotoprodutos sejam eliminados pelos rins ou pelo fígado sem sofrerem modificações metabólicas
É eficaz na modificação de moléculas de bilirrubina acumuladas no subcutâneo, o que ocorre com níveis de BI>5-6mg%
Indicação dependerá dos níveis séricos de bilirrubina, do tipo de icterícia (hemolítica ou não) e das características do RN (idade gestacional peso de nascimento e fatores de risco para Kernicterus)
INDICAÇÃO DE FOTOTERAPIA EM RECÉM NASCIDOS COM PESO DE NASCIMENTO INFERIOR A 2500
GRAMAS (bilirrubina total)
INDICAÇÕES DE FOTOTERAPIA (RN A TERMO SAUDÁVEIS SEM DOENÇA HEMOLÍTICA)
Recomendada imediatamente (até 12h de vida) se RN mostrar sinais de encefalopatia bilirrubínica ou:
- Hb < 12,5g%- Hto < 40%- Coombs Direto +- BbT > 5mg% no sangue do cordão- elevação dos níveis de BbT > 0,5mg%/h na doença
hemolítica pelo fator Rh, ou:< 12h vida --> BbT > 10< 18h vida --> BbT > 12< 24h de vida --> BbT > 14
◦ Fatores de risco: doença hemolítica isoimune, deficiência de glicose 6-fosfato desidrogenase (G6PD), letargia significante, sepses, acidose, asfixia, instabilidade da temperatura, albumina menor que 3g%
FOTOTERAPIA TRANSFUSÃO
IDADE GESTACIONAL
(semanas)
BILIRRUBINA TOTAL SÉRICA
PARA O INÍCIO DE FOTOTERAPIA
(mg/%)
BILIRRUBINA TOTAL SÉRICA
(mg/%)
< 28 0/7 5-6 11-14
28 0/7 – 29 6/7 6-8 12-14
30 0/7 - 31 6/7 8-10 13-16
32 0/7 - 33 6/7 10-12 15-18
34 0/7 - 34 6/7 12-14 17-19
Descontinuar a fototerapia quando BT estiver 1–2 mg/mg% abaixo do nível que estava no
início.
O seu uso diminuiu significativamente a indicação de exsanguineotransfusão e de fototerapia, tanto na incompatibilidade Rh como ABO. Reduz a duração da fototerapia e o tempo de hospitalização.
A gamaglobulina reduz a taxa de hemólise pelo bloqueio de receptores Fc dos macrófagos do sistema retículo-endotelial neonatal, sítio de destruição dos eritrócitos.
O uso da globulina hiperimune pode estar indicado tanto como profilático (nas primeiras horas de vida, antes da ocorrência da hiperbilirrubinemia), como nos casos de icterícia precoce/ anemia por incompatibilidade ABO/Rh com Coombs Direto +.
◦ Relato de enterocolite necrosante – administrar em 4 horas.
DOSE: 0,5-1 g / kg EV por 4-5 horas. repetir a dose 24-48 horas após (a dose de 1g/kg mostrou-se mais eficaz na redução da indicação da exsanguineotransfusão).
Administração enquanto se aguarda a exsanguineotransfusão
Ligação à bilirrubina não-conjugada evita a encefalopatia (kernicterus)
A albumina pode estar indicada em RN com DHPN e hiperbilirrubinemia de grande vulto, antes ou durante a exsanguineotransfusão
Hipoalbuminemia + critérios de exsanguinotransfusão: pode administrar-se albumina a 10 % de 1–1,5 g/kg
Hidropsia fetal Kernicterus
◦ Bilirrubina prejudica a homeostase do cálcio intracelular (morte celular) Fase I: hipotonia, letargia e reflexo de sucção débil nos primeiros 2 a 3 dias Fase II: espasticidade, opistótono e febre Fase III: aparente melhora, instalando-se, geralmente, no fim da primeira
semana, com diminuição da espasticidade; Fase IV: incide, geralmente, aos 2 a 3 meses de vida, com sinais sugestivos
de paralisia cerebral
Bilirrubina e visão:◦ possível lesão da via neural entre a retina e o córtex visua
Bilirrubina e audição:◦ neuropatia auditiva que leva à distonia e atetose por
predileção da bilirribuna às células dessa via
AVALIAÇÃO DE ALTA
Margotto, PR; Paula MCA, Porto LC. Hiperbilirrubinemia neonatal. In.Margotto PR. Assistências ao Recém-nascido de Risco, ESCS, Brasília, 3ª Edição, 2013, pg.506-516.
Icterícia Neonatal, Conceição Quintas, Albina Silva - Consensos em Neonatologia
Uso Terapêutico da albumina, Larissa Caetano - residência em Pediatria HMIB, julho 2012
Hiperbilirrubinemia Neonatal-2012 (Incluindo Tabela para RN <35 semanas)Autor(es): Paulo R. Margotto, Liu Campelo Porto, Ana Maria C. Paula
Uso de imunoglobulina na hiperbilirrubinemia neonatal por incompatibilidade Rh e ABO
-O seu uso diminuiu significativamente a indicação de exsanguineotransfusão e de fototerapia, tanto na incompatibilidade Rh como ABO.
A gamaglobulina reduz a taxa de hemólise pelo bloqueio de receptores Fc dos macrófagos do sistema retículo-endotelial neonatal, sítio de destruição dos eritrócitos. INDICAÇÃO:
O uso da globulina hiperimune pode estar indicado tanto como profilático (nas primeiras horas de vida, antes da ocorrência da hiperbilirrubinemia) e, como preconiza a Academia Americana de Pediatria ,nos casos de icterícia precoce/ anemia por incompatibilidade ABO/Rh com Coombs Direto + . Há relato de ocorrência de enterocolite necrosante com o uso de imunoglobulina, devido a alta hiperviscosidade da solução, com aumento do risco de trombose intestinal, devendo ser administrada com pelo menos 4 horas.
Observou-se que quanto mais tardio o uso da globulina mais tempo de fototerapia foi necessário.
DOSE: 0,5-1 g / kg EV por 4-5 horas. repetir a dose 24-48 horas após ( a dose de 1g/kg mostrou-se mais eficaz na redução da indicação da exsanguineotransfusão
Imunoglobulinas-Indicações e efeitos colaterais (link para doença hemolítica isoimune neonatal )Autor(es): Ellen de Souza Siqueira
Consultem também (Dr. Paulo R. Margotto
Fototerapia profilática, quando aplicada nas 1ªs 24 horas de vida em neonatos com Coombs + e incompatibilidade ABO, está associada a um significante decréscimo na TSB nas 24 e 48 horas de vida. No entanto, esse resultado não possui benefício clínico sustentável;
Verifica-se, portanto que os presentes resultados não dão suporte para o uso da fototerapia profilática com Coombs + e incompatibilidade ABO. A freqüente monitorização do TSB e a fototerapia de resgate precoce são uma estratégia de manejo adequado para esses pacientes.
Icterícia no recém-nascido:A fototerapia profilática previne a hiperbilirrubinemia em neonatos com incompatibilidade ABO e teste de
Coombs positivo?Autor(es): Yaseen H et al. Larissa Rocha Reis, Mariana Regis Jansen, Paulo R.
Margotto