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Conceitos gerais Controlo de infestantes (Herbologia, Weed Science): é a ciência que estuda as infestantes e os métodos utilizados no seu controlo. - Herb: erva - Logy: “o estudo de” ou “ciência que estuda” Infestante (erva daninha): é toda a planta que se desenvolve onde não é desejada (toda a planta pode tornar-se infestante, dependendo do local onde se desenvolve)

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Conceitos geraisControlo de infestantes (Herbologia, Weed Science):

é a ciência que estuda as infestantes e os métodos

utilizados no seu controlo.

- Herb: erva

- Logy: “o estudo de” ou “ciência que estuda”

Infestante (erva daninha): é toda a planta que se

desenvolve onde não é desejada

(toda a planta pode tornar-se infestante, dependendo do

local onde se desenvolve)

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Infestante: toda a planta que interfere com a actividade do homem

Exemplos:– cultura– pastagem– floresta– cursos de água– bermas de estradas– caminhos-de-ferro– áreas industriais– zona turística/recreação– campos de aviação

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Origem das infestantes As infestantes são originárias de dois grandesgrupos: - As espécies antropófitas - aquelas utilizadas e

cultivadas conscientemente pelo homem. Ex: plantas de tomate num arrozal  - As espécies apófitas espontâneas - as não

associadas por decisão do homem com as suas actividades mas, invadindo os habitats por ele criados.

Ex: plantas de Sesamum alatum num milheiral

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Origem das infestantes

As infestantes são originárias de:

• Espécies indígenas ou nativas de uma dada região que, graças ao desenvolvimento de características particulares de adaptação e à permanente modificação, entram e persistem em áreas essencialmente artificiais ou criadas, em grande parte, pela actividade do homem.

• Plantas que se desenvolvem com a destruição ou perturbação pelo homem da vegetação nativa e do seu habitat.

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Características das infestantesAs infestantes tem certas características que quando analisadas permitem entender:

- As razões das elevadas perdas que causam,

- as dificuldades do seu controlo e

- a razão de grande parte das terras cultivadas estarem sempre infestadas de várias espécies de infestantes.

Dentre as várias características pode-se destacar:

1. Plasticidade - que é a capacidade de adaptação das ervas daninhas às mais variadas condições ambientais e de solo, que é resultado de uma selecção natural levada a cabo durante anos.

Graças à plasticidade, pode-se encontrar certas ervas daninhas em diversas partes

do mundo, desde as zonas frias , temperadas e tropicais, nos solos férteis e

inférteis, com as mais variadas características físicas e químicas.

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Características das infestantes2. Capacidade de competição - a capacidade que as ervas daninhas tem de

competir com plantas de diferentes espécies, constitui uma das grandes razões que as possibilita viver em condições adversas.

• Entre as características que conferem a uma planta a capacidade de competir com êxito estão:

 

• a) Germinação fácil e uniforme das suas sementes em diversas condições ecológicas

• b) Desenvolvimento fácil de uma grande superfície fotossintética, na fase de plântula.

• c) Um sistema radicular com raízes fasciculadas perto da superfície do solo e raízes principais com uma penetração profunda.

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Características das infestantes

• 3. Capacidade de reprodução das infestantes através de várias formas (sementes, bolbos, tubérculos, estolhos,...), assim como o elevado número de sementes e descendentes que produzem.

 

• 4. Características particulares das sementes que lhes dão a possibilidade de germinar durante um largo período de tempo, assim como a sua longevidade e vigor.

• 5. Um particular sistema radicular que permite às ervas um uso eficiente das condições hídricas e nutricionais do solo, funcionando em muitos casos como órgãos de reserva e reprodutivo.

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II. Classificação das infestantes

A classificação das infestantes é importante por permitir:

– a sistematização dos conhecimentos sobre as mesmas

– uma escolha adequada dos herbicidas, em particular, quando as infestantes estão ainda no estado de plântula em virtude de, muitas vezes, os herbicidas serem aplicados nesta fase de desenvolvimento.

 

Para a classificação das infestantes usa-se diferentes métodos

dos quais se destacam: o cíclo de vida, habitat, hábito de

crescimento, morfologia, fisiologia, hábito de reprodução,

biologia e taxonomia.

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2.1. Cíclo de vida

Quanto à duração de vida as infestantes dividem-se em três grupos:

. Anuais

. Bienais

. Vivazes ou perenes ou ainda polienais

lenhosas

trepadeiras

epífitas

 

Infestantes anuais - são plantas que germinam, desenvolvem-se e

frutificam durante um período que não ultrapassa um ano.

Ex: Ageratum conyzoides

Brachiaria deflexa

Amaranthus hybridus

Acanthospermum hispidum

Bidens pilosa

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Infestantes anuais

Ageratum conyzoides Amaranthus hybridus

Acanthospermum hyspidum

Ageratum conyzoides

Bidens pilosa

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2.1. Cíclo de vida

As infestantes anuais caracterizam-se por:

- um crescimento rápido

- produção de grande quantidade de sementes

- tendência de formar povoamentos

- boa eficiência de dispersão de sementes

- dormência de sementes, evitando-se, assim, que as sementes produzidas num ano germinem todas ao mesmo tempo.

Infestantes bienais - são plantas que vivem mais de um ano mas, menos

de dois. Durante o primeiro ano dá-se a acumulação de substâncias de

reserva que são mobilizadas no ano seguinte, quando se opera a floração e

a produção de sementes.

Exemplos:

Daucus carota – zonas temperadas

Albuca bainesii – zonas tropicais

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Infestantes bienais

Albuca setosa Daucus carota

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2.1. Cíclo de vida

Infestantes vivazes ou perenes - vivem mais de dois anos, podendo, por

vezes, manter-se quase indefinidamente.

Entre as infestantes vivazes lenhosas são de destacar algumas Acacias e

cactos, por vezes muito agressivos e de difícil controlo graças aos

eficientes processos de produção de semente, disseminação e de

reprodução vegetativa.

Algumas infestantes perenes são difíceis de erradicar por manifestarem

adaptações especiais às sachas. Estas adaptações incluem:

a) Longevidade dos tubérculos e bolbos

Ex: Cyperus rotundus

Cyperus esculentus

Oxalis spp.

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Infestantes vivazes

Acacia sp. Cynodon dactylon

Opuntia sp. Sclerocarya birrea

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2.1. Cíclo de vida

b) Longevidade dos rizomas e dos estolhos

Ex: Cynodon dactylon

Imperata cylindrica

Panicum repens

 

c) Raízes profundas que as tornam difíceis de destruir através das lavouras normais

Ex: Chromolaena odorata

Stachytarpheta cayanensis

Icacina tricantha

 

d) Caules suculentos que enraizam facilmente e desenvolvem-se vegetativamente quando são cortados em pequenos segmentos durante as operações culturais.

Ex: Commelina benghalensis

Talinum triangular

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2.1. Ciclo de vida

Nas zonas tropicais, é também de destacar a presença de algumas infestantes

anuais que se podem comportar como perenes se a precipitação fôr adequada e

regularmente distribuída ao longo do ano.

Ex: Digitaria horizontalis,

Eleusine indica e

Paspalum orbiculare

Estas espécies normalmente entram em senescência no fim da estação chuvosa

mas, caso encontrem uma boa humidade, no fim desta estação, comportam-se

como perenes.

Dentro das infestantes vivazes são ainda de realçar as:

- Trepadeiras Ex: Vitis sp., Smilax sp., Lygonium sp., ...

- Estranguladoras

Ex: Ficus sp., Clusia sp., lianas, ...

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Trepadeiras

Smilax sp.

Lygodium sp.

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Estranguladoras

LianasFicus watkinsiana

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2.1. Cíclo de vida

Infestantes epífitas - por plantas epífitas, entende-se as que

vivem sobre as outras sem as parasitarem.

Exemplos:

Orquídeas

Bromeliaceae

Líquenes,

Briófitas (musgos) – Tillandsia usneoides

Pteridófitas (fetos) e

certas plantas do género Ficus.

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Epífitas

Tillandsia usneoides

Orquídea Bromeliaceae

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2.2. Habitat

De acordo com o lugar onde podem ser encontradas, as

infestantes dividem-se em:

• Terrestres

- infestantes das culturas arvenses» São geralmente anuais, tais como: Ageratum

conyzoides, Bidens pilosa, Tridax procumbens, Aspilia africana, etc.;

- infestantes das plantações» São maioritariamente perenes como o Paspalum

conjugatum, Chromolaena odorata, Cynondon dactylon, entre outras.

- agrestes e

- ruderais

• Aquáticas

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2.2. HabitatInfestantes agrestes – consideram-se todas aquelas que se desenvolvem

em áreas não perturbadas pelo homem.

Infestantes ruderais - consideram-se todas aquelas que crescem em áreas

não cultivadas mas, perturbadas pelo homem, como margens das estradas,

caminhos, pátios, lixeiras, etc.

Infestantes aquáticas - são plantas que se desenvolvem na água ou, em

lugares predominantemente alagados ou húmidos.

Nos cursos de água há dois tipos de vegetação:

- Residente: plantas enraizadas

- Migrante: plantas não enraizadas (flutuantes)

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2.2. HabitatAs infestantes aquáticas dividem-se em :

- Micrófitos: plantas microscópicas• Microalgas (fitoplâncton e perifiton)

- Macrófitos: plantas macroscópicas• Macroalgas, briófitas, pteridófitas e espermatófitas

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2.2. HabitatAs infestantes aquáticas subdividem-se ainda em quatro grandes grupos

segundo o seu habitat:

- Emergentes: plantas aquáticas ancoradas no substracto com a maior parte dos caules e folhas fora da água. Constituem a vegetação dominante nas margens dos rios, canais, lagos e zonas húmidas.

Ex: Echinochloa spp., Leersia hexandra, Oryza longistaminata, Phragmites spp., Typha spp., Ipomoea aquatica, Melanthera scadens, Cyperus difformis.

- Flutuantes: são plantas aquáticas cujas folhas e outras partes das mesmas, incluindo as raízes flutuam na água. São também conhecidas como plantas aquáticas obrigatórias, por dependerem inteiramente do ambiente aquático para a sua sobrevivência.

Ex: Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes, Salvinia molesta, Azolla spp., Lemna spp., Myriophyllum aquaticum.

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Infestantes aquáticas emergentes

Typha Echinochloa colona

Leersia hexandra Phragmites sp.

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Infestantes aquáticas flutuantes

Eichhornia crassipes Salvinia molesta

Pistia stratiotes Lemna minor

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2.2. Habitat- Enraizadas de folhas flutuantes: plantas enraizadas ou ancoradas ao

substrato mas com a maioria das folhas à superfície da água. Localizam-se perto das margens, excepto quando a água é pouco profunda onde podem ocorrer em todo o leito das massas de água

Ex: Nymphaea spp., Nelumbo lutea, Limnobium spongia, Pontederia lanceolata, Nuphar lutem, ...

- Submersas

- Submersas ancoradas: plantas enraizadas ou ancoradas ao substrato mas com as folhas abaixo da superfície da água e, muitas vezes, com os órgãos reprodutores (flores) à superfície ou acima da água.

Ex: Hydrilla verticillata, Egeria densa, Cabomba caroliniana, Vallisneria americana, Myriophyllum spicatum, …

- Submersas não ancoradas: plantas aquáticas sem raízes ancoradas e com as partes vegetativas completamente submersas.

Ex: Ceratophyllum demersum e Ceratophyllum echinatum

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Infestantes aquáticas enraizadas de folhas flutuantes

Pontederia cordataVictoria regia

Nuphar luteumNelumbo lutea

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Submersas ancoradas

Hydrilla verticillata Vallisneria americana

Egeria densa Cabomba caroliniana Myriophyllum spicatum

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Submersas ancoradas (Macroalgas)

Nitella sp. Chara sp.

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Submersas não ancoradas

Ceratophyllum demersum

Algas

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2.3. Hábito de crescimento Com base no seu hábito de crescimento as infestantesclassificam-se em:

- Autotróficas - as que são capazes de transformar substâncias inorgânicas nas suas próprias substâncias orgânicas, isto é, as que realizam a fotossíntese.

 - Parasitas - as que vivem às expensas de outras, podendo

ser agrupadas em: - Obrigatórias: as que todo o seu material orgânico

depende da actividade sintética dos organismos autotróficos (hospedeiros) ou, as que não

realizam a fotossíntese. Ex: Orobanche spp.

 

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2.3. Hábito de crescimento - Parasitas - as que vivem às expensas de outras, podendo ser

agrupadas em: - Hemiparasitas - as que produzem as suas próprias

substâncias orgânicas mas dependem das plantas hospedeiras no que diz respeito ao fornecimento de água e substâncias minerais.

Ex: Cuscuta spp. Loranthus spp. Viscum spp. Tapinanthus spp.

Striga spp. Alectra spp.

 

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2.3. Hábito de crescimento De acordo com o órgão que parasitam, as infestantes parasitas

dividem-se ainda em:

- infestantes que parasitam o caule e ramos

Ex: Viscum album (Loranthaceae)

Cuscuta spp. (Convolvulaceae)

- infestantes que parasitam a raíz

Ex: Striga spp. (Scrophulariaceae) - Cereais

Alectra vogelii (Scrophulariaceae) - Feijões

Orobanche spp. (Orobanchaceae) - Feijões, tabaco, fava,

tomate

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Infestantes que parasitam o caule e ramos

Viscum album

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Infestantes que parasitam a raíz

Alectra vogelii Striga asiatica Orobanche racemosa

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2.4. Morfologia Com base na forma das folhas (morfologia) as infestantesclassificam-se em:

- Infestantes de folha estreita Monocotiledóneas

Ex: Poaceae (gramíneas), Cyperaceae e Juncaceae

- Infestantes de folha larga Dicotiledóneas

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2.5. Fisiologia Fisiologicamente as plantas classificam-se em:

- C3: o primeiro produto estável da fotossíntese (ácido fosfoglicérico) tem três átomos de carbono.

Ex: soja, amendoim, cenoura, algodão, trigo,

Chenopodium album, Xanthium strumarium, Datura stramonium.

- C4: o primeiro produto da fotossíntese (oxaloacetato) tem quatro átomos. São mais eficientes na realização da fotossíntese, boas competidoras, particularmente a altas temperaturas do que as C3. Das 18 infestantes consideradas as mais nocivas, 14 são C4.

Ex: cana-de-açúcar, milho, sorgo,

Cyperus spp., Sorghum, Cynodon dactylon, Amaranthus

- CAM: plantas típicas das zonas áridas, epífitas, áreas salinas

Ex: Crassulaceae, Cactaceae, Orquidaceae, Bromeliaceae,

Liliaceae, Euphorbiaceae, pteridofitas, gimnospermas

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2.6. TaxonomiaA classificação taxonómica ou científica (nomenclatura binomial): é o método que permite a padronização da denominação (nomenclatura) das plantas entre cientistas e técnicos de todo o mundo.

Este sistema foi introduzido por Linnaeus e usa um sistema de doisnomes latinos (binomial):

- o primeiro nome identifica o género e - o segundo o epíteto específico ou a espécie

O epíteto específico pode ser usado para designar plantas (infestantes) pertencentes a diferentes géneros.

Ex: o epíteto específico "repens" é usado para designar:- uma infestante aquática de folha larga, a Alternantera

repens e - a terrestre de folha estreita, o Panicum repens.

Para além da denominação das plantas pelo seu nome genérico e específico, o sistema binomial agrupa-as ainda, com base na sua taxonomia em famílias, ordem, classe, etc.

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2.7. Reprodução

Com base no seu modo de reprodução, Korsmo divide asinfestantes em dois grupos:

- infestantes que se reproduzem por sementes- infestantes que se reproduzem por partes ou órgãos vegetativos:

. rizomas . estolhos . raízes . tubérculos . bolbos

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2.8. Biologia A biologia das infestantes tem a ver com:

- estabelecimento,

- desenvolvimento,

- reprodução e a influência do ambiente nesses processos e

- fisionomia ou mecanismos de adaptação das infestantes durante os períodos

desfavoráveis.

 

A hereditariedade e o ambiente são os factores mais importantes que governam a

vida.

A hereditariedade determina:

- em que um organismo se transforma, por controlar a forma de vida,

- o potencial de crescimento,

- o método de reprodução,

- a duração de vida, entre outros factores

O ambiente determina até que ponto esses processos podem continuar

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2.8. Biologia

A hereditariedade determina em que um organismo

se transforma, por:

- controlar a forma de vida,

- o potencial de crescimento,

- o método de reprodução,

- a duração de vida, entre outros factores.

Por sua vez, o ambiente determina até que ponto esses

processos podem continuar.

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2.9. Fisionomia

• A classificação das infestantes com base na fisionomia ou nos mecanismos de adaptação das mesmas aos períodos desfavoráveis (sistema de Raunkiaer). Compreende cinco classes:

– Terófitas (T) - são ervas que se propagam por semente e cuja vida dura menos de um ano.

– Criptófitas (Cr) - ervas vivazes cujas gemas de renovo se formam abaixo da superfície do solo - geófitas ou abaixo do nível da água – higrófitas.

 

– Hemicriptófitas (H) - plantas com as gemas de renovo à superfície.

– Caméfitas (Ca) - plantas com as gemas de renovo a menos de 25 cm de profundidade (subarbustos).

– Fanerófitas (F) - plantas com as gemas de renovo a mais de 25 cm de profundidade (arbustos).

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2.10. Processo de invasão ecológica• Planta exótica (não nativa): planta cuja presença numa determinada área

deve-se a uma introdução intencional ou acidental como resultado das actividades do homem

• Plantas transientes (casuais): plantas exóticas que não formam população que se auto-multiplicam mas, dependem de novas introduções para ocorrerem numa determinada, embora algumas plantas possam florir e ocasionalmente produzir semente.

• Plantas naturalizadas: plantas exóticas que formam populações que se auto-perpetuam mas não invadem áreas naturais ou trabalhadas pelo homem

• Plantas invasoras: plantas naturalizadas que se multiplicam em grandes quantidades a uma distância considerável das plantas maēs e com capacidade de se dispersarem

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Outras classificações• Ecologia

  A ecologia é a relação entre o organismo e o ambiente. A ecologia das infestantes está relacionada com o efeito do clima, a fisiografia e os factores bióticos

• Clima

  . Luz (intensidade, qualidade e comprimento do dia)

. Temperatura (extremas, amplitude, média)

. Água (quantidade, percolação, escoamento, evaporação)

. Vento (velocidade e duração)

. Atmosfera (CO2, O2, humidade, substância tóxicas)

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Outras classificações• Fisiografia

Descrição dos produtos da natureza

  . Factores edáficos (pH, fertilidade, textura, estrutura, matéria orgânica, CO2, O2, drenagem)

. Topografia (altitude, declive, exposição ao Sol)

• Factores bióticos

. Plantas (competição, doenças, toxinas, estimulantes, parasitismo, flora do solo)

. Animais (insectos, fauna do solo, homem, herbívoros)

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Factores que favorecem o desenvolvimento das infestantes

• O desenvolvimento das ervas infestantes, em qualquer região geográfica é favorecido por diversos factores:

- Introdução de novas espécies

- Permanente evolução da flora infestante nativa

- Actividades humanas que contribuem para alterar o equilíbrio biológico das espécies

- Modificação das operações culturais:

. drenagem

. adubações excessivas

. emprego de maquinaria no preparo do solo

. irrigação

. abandono das rotações para a monossucessão

. emprego de maquinaria na colheita, misturando-se a semente da cultura em

campo com a das ervas daninhas

. utilização de maquinaria na selecção de semente

. emprego cada vez mais generalizado da monda química, originando o

surgimento de espécies resistentes aos herbicidas

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Factores que favorecem o desenvolvimento das infestantes

- Variações climáticas inter-relacionadas com:

. o modo de utilização da terra (culturas aráveis, pastagens, florestas,

pousios, ...)

. natureza e características do solo (estrutura, textura, acidez, fertilidade,

humidade, ...)

. culturas

sachadas ou que limpam o terreno

Ex: hortícolas

abafantes

Ex: batata-doce, girassol

que sujam o terreno

Ex: cereais

. técnicas culturais adoptadas

sementeira ou transplantação das culturas com compassos largos

- Diminuição da mão-de-obra na agricultura