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número 38 | julho - setembro de 2014 www.bahai.org.br / [email protected] Caminhada no Rio de Janeiro em setembro congregou pessoas de diversas orientações religiosas p. 6 Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira Banner pela liberdade da humanidade produzido por Siron Franco vai virar bolsas ecológicas p. 7 Primeiros Templos nacionais e locais já estão em andamento p. 8 A implementação universal do Calendário Badí’ acontecerá a partir do pôr do sol do dia 20 de março de 2015, ocasião que marca um novo estágio no avanço da Causa de Deus. Algumas datas comemorativas serão ajustadas, inclusive a celebração dos Sagrados Aniversários Gêmeos do Báb e de Bahá’u’lláh. Dessa forma, a humanidade está sendo chamada a um novo estágio na evolução da Revelação Divina. p. 5 Implementação do Calendário Badí’ um marco para a Comunidade Internacional Bahá’í Conduta bahá’i nas mídias sociais Conheça algumas orientações da Assembleia Nacional sobre interações virtuais p. 14

Bahá'í Brasil 38

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Edição 38 do jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

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Page 1: Bahá'í Brasil 38

número 38 | julho - setembro de 2014 www.bahai.org.br / [email protected]

Caminhada no Rio de Janeiro em setembro congregou pessoas de diversas orientações religiosas

p. 6

Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira

Banner pela liberdade da humanidade produzido por Siron Franco vai virar bolsas ecológicas

p. 7

Primeiros Templos nacionais e locais já estão em andamento

p. 8

A implementação universal do Calendário Badí’ acontecerá a partir do pôr do sol do dia 20 de março de 2015, ocasião que marca um novo estágio no avanço da Causa de Deus. Algumas datas comemorativas serão ajustadas, inclusive a celebração dos Sagrados Aniversários Gêmeos do Báb e de Bahá’u’lláh. Dessa forma, a humanidade está sendo chamada a um novo estágio na evolução da Revelação Divina.

p. 5

Implementação do Calendário Badí’um marco para a Comunidade Internacional Bahá’í

Conduta bahá’i nas mídias sociaisConheça algumas orientações da Assembleia Nacional sobre interações virtuais

p. 14

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2 Nº 38 | julho - setembro de 2014

EXPEDIENTEAssessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’íJornalista responsável: Fábio Lucas Vieira (Registro Profissional: 7956/DF) | Direção de Arte e Diagramação: Fábio Lucas VieiraRevisão: Foad Shaikhzadeh Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal: 7035 | CEP: 71635-971 - Brasília - DF www.bahai.org.br | [email protected]

Editorial

Vivemos em um momento da histó-ria onde grandes mudanças, tanto internas quanto externas se encon-

tram em ebulição, e tais transformações são evidentes por todos os lados. Enquan-to no mundo externo a dialética de crises e vitórias vai alternando o movimento de um mundo já cansado de guerras, conflitos e divisões, internamente a Causa avança pelos processos de avanços, pequenos retrocessos, seguido de novos avanços, enquanto ambos os processos – externo.

Um dos efeitos do mundo externo em nossa comunidade tem sido a crise finan-ceira que afeta o Fundo Nacional, o que levou a Assembleia Nacional a optar por cortes em alguns setores, mas mantendo os recursos necessários ao avanço do Pla-no de Cinco Anos. Um desses cortes afeta diretamente a publicação do informativo Bahá’í Brasil, que deixará de circular em formato impresso a partir desta edição.

Entretanto, vivemos em tempos de avanços e de mudanças tecnológicas. Dessa forma, a Assembleia Nacional man-terá o Bahá’í Brasil em formato eletrônico, dada sua importância em divulgar interna e externamente informações sobre a Fé Bahá’í. Sendo assim, o informativo con-tinuará a ser produzido e compartilhado com a comunidade nacional a cada tri-mestre em formato digital (.pdf). O arquivo ficará disponível no site da Comunidade Bahá’í do Brasil e poderá ser copiado para computadores pessoais.

Para facilitar a leitura e possível im-pressão, o informativo teve seu formato reformulado para A4. Dessa forma, poderá ser impresso nas próprias comunidades locais e entregue aos amigos que ainda não dispõem de computador.

Visando ampliar o número de amigos que acessam as notícias, tanto do Bahá’í Brasil quanto da Agência Bahá’í de Notí-cias (ABEN), a Assembleia Nacional pre-tende desenvolver aplicativos que permi-tam a leitura em celulares smartphones e tablets.

Nesta edição, o Bahá’í Brasil traz notí-cias animadoras sobre o avanço do Plano

de Cinco Anos através dos inúmeros agru-pamentos em diversas regiões do país; extratos de guias recentes da Casa de Justiça sobre temas do desenvolvimento individual e de nossas relações com a so-ciedade e, em especial, uma matéria sobre a implementação universal do Calendário Badí’, que acontecerá a partir do pôr do sol do dia 20 de março de 2015, numa ocasião que marca um novo estágio no avanço da Causa de Deus.

As implicações de tais desenvolvi-mentos são múltiplos e com importantes impactos na vida da comunidade bahá’í, com ajustes nas datas de algumas cele-brações, o que inclui a data do Naw-Rúz e a celebração dos Sagrados Aniversários Gêmeos do Báb e de Bahá’u’lláh dentro do ano solar, assim como a indicação precisa dos Dias Sagrados dentro do Calendário Badí’. E com a adoção de tais medidas, as comunidades locais devem estar atentas ao fato de que a cada ano o alinhamento das datas do calendário Badí’ com outros

calendários sofrerá alterações dependen-do da ocorrência do Naw-Rúz. E não se trata apenas de ajustarmos as datas de celebração das atividades bahá’ís. A hu-manidade está sendo chamada a um novo estágio na evolução da Revelação Divina. Como afirma a Casa de Justiça:

“A adoção de um novo calendário em cada dispensação é um símbolo do poder da Revelação Divina em transfor-mar a percepção humana quanto a rea-lidade material, social e espiritual. Por seu intermédio, os momentos sagrados são distinguidos, o lugar da humanida-de no tempo e no espaço repensados, e o ritmo da vida reformulado. O próximo Naw-Rúz assinalará ainda outro passo histórico na manifestação da unidade do povo de Bahá e do desdobramento da Ordem Mundial de Bahá’u’lláh.”

Que possamos dar, portanto, boas-vin-das a este tempo de mudanças, marcando um passo adiante no avanço da Causa de Deus!

No cerrado, os ipês são o grande símbolo da mudança

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3Nº 38 | julho - setembro de 2014

Padrão de vida bahá’íAprofundamento

Atualmente, a vida do homem nes-te planeta é representada por uma batalha contínua entre duas forças

inerentes à sua natureza. Estas forças – a material e a espiritual – em muitas oca-siões aparentam ser conflitantes. Tal fato não condiz, contudo, com as suas verda-deiras essências.

Através de suas poderosas forças de atração, os elementos materiais desper-tam em nós características inerentes à nossa natureza física, ligando-nos às bên-çãos existentes no mundo da matéria. Tais ganhos terrenos podem, no entanto, em determinadas situações, se tornar o foco principal, o objetivo primordial e a meta su-prema das nossas vidas. As pessoas ge-ralmente se esforçam para tirar o máximo proveito, usufruindo plenamente das satis-fações que provêm dos prazeres efêmeros e dos benefícios proporcionados pelo meio em que vivem. Não há dúvida de que uma influência moderada das atrações mate-riais é necessária para a sobrevivência e o progresso da humanidade. Porém, quando os limites da moderação são transgredidos e nossa vida se inclina aos excessos que tais atrações, de maneira convidativa, nos apresentam, elas se transformam numa fonte contínua de sofrimento e pesar. Nes-te caso, a alma passa a ser dominada e escravizada pelos desejos mundanos e, inevitavelmente, passará a obedecer aos seus traiçoeiros comandos. Como resul-tado, o espírito acaba por obscurecer-se pela poeira da avidez, do egoísmo e do

orgulho. A outra força impulsora da vida huma-

na é de natureza espiritual. Ela é fortaleci-da na medida em que o espírito percorre a trilha da aquisição de virtudes e qualidades divinas – o caminho rumo ao progresso e realização espiritual. Esta força ilumina a mais íntima realidade do homem e nos li-bera da teia representada pela atração ex-cessiva pelo mundo da matéria; purifica a alma, facilitando o seu vôo aos mais ternos reinos do espírito.

Esta realidade miraculosa é o eflúvio da consciência espiritual nos homens, e o seu resultado se manifesta através do gra-dual crescimento do espírito de desprendi-mento, da cooperação bondosa e de uma generosidade tal que o interesse do próxi-mo passa a sobrepujar em preferência ao nosso próprio.

A observância das determinações contidas nas Sagradas Escrituras nos ajuda a vivenciar o seguinte conselho de Bahá’u’lláh:

“Bem-aventurado quem prefere seu irmão antes de si próprio. Verdadei-ramente, de acordo com a Vontade de Deus, o Onisciente, a Suma Sabedoria, tal homem figura entre o povo de Bahá, que habita na Arca Carmesim.”

Para viver a vida em sua plenitude, faz-se necessário, portanto, estabelecer um equilíbrio harmonioso entre estas duas forças, possibilitando uma existência sadia e moderada, que nos livra de um estilo de vida voltado unicamente para a satisfação

dos confortos terrenos, ao mesmo tempo em que nos aproxima da sociedade da qual fazemos parte e para cujo progresso todos nós devemos contribuir.

No plano individual, os Escritos Sagra-dos de Bahá'u'lláh nos trazem o seguinte conselho:

Ó Filho do Espírito: Meu primeiro conselho é este: possui um coração puro, bondoso e radiante, para seja tua uma soberania antiga, imperecível, eter-na."

Nos escritos de Bahá'u'lláh e de 'Ab-du'l-Bahá, como também nos Seus pro-nunciamentos registrados, encontramos numerosos trechos que convocam todos a uma nova vida de conduta impecável.

Os Manifestante de Deus, refletindo perfeitamente aquela fonte de energia e poder de atração que os homens chamam amor, de uma maneira adaptada às neces-sidades mutantes de uma humildade em crescimento progressivo, tem tido sempre um objetivo tríplice: perpetuar a civilização do homem, purificar suas qualidades, pro-mover sua felicidade em todos os mundos de Deus.

O próprio homem, criado para conhe-cer, servir, adorar, louvar, refletir e amar a Deus, é considerado pelos bahá’ís uma mina de atributos, cada um deles em forma latente e potencial. Através da educação, é que se fazem aparecer estes atributos. Se, no curso desse processo, o homem não desenvolvê-los, esses atributos serão introvertidos, os laços de amor e estima pelos outros se tornarão fracos e desa-parecerão e aquelas qualidades tão im-portantes deixarão de se apresentar, tor-nando-se um grande entrave para a vida espiritual que se seguirá a esta vida neste mundo.

Se, por outro lado, o homem compreen-der que seu semelhante também foi criado a fim de refletir as perfeições de Deus, ele procurará associar-se ao seu semelhan-te, de modo que, através da cooperação mútua, cada um possa aumentar sua ca-pacidade refletiva e assim desenvolver-se, crescer e expandir, até que aquelas per-feições se revelem claramente e a alma, assim capacitada, esteja pronta para a vida além da vida. Essa associação, esse amor, essa amizade, alicerçam aquela ci-vilização em contínua evolução, para cuja promoção todos os homens foram criados.

Assim como cada Manifestante de Deus é um espelho perfeito que reflete a Essência Divina, do mesmo modo todos os seres humanos são espelhos que, volven-do-se para aqueles Manifestantes e espe-cialmente para Bahá'u'lláh, o Manifestante desta era, podem refletir os gloriosos atri-butos Deles, principalmente aqueles ne-cessários para a sua futura existência nos mundos de Deus.

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Conferências de Juventude Indígenas

O processo de construção de comu-nidade é um dos pilares para o Avanço do Plano de Cinco Anos.

À medida em que a expansão e a consoli-dação do Plano progridem, outros campos de atividades também são desenvolvidos. Essas atividades, quando colocadas em prática, começam a criar uma mudança no caráter social e espiritual da comunidade, onde cada um atua com suas próprias ha-bilidades para uma mudança efetiva e con-creta na vida comunitária.

Exemplo disso é o avanço que algu-mas pequenas comunidades vêm alcança-do com as atividades voltadas à juventude. Em Pernambuco vêm acontecendo inúme-ras atividades em parceria com as comuni-dades indígenas.

Em julho, Águas Belas (PE) foi palco da 1ª Conferência de Juventude Indígena. O evento aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de julho e contou com cerca de 24 jovens das aldeias Kariri-xocó, Kiriri, Fulniô e Xu-curu-Kariri.

“A Conferência foi um excelente mo-mento para os jovens interagirem e se conhecerem. Durante os três dias foi pos-sível concluir o estudo dos materiais uti-lizados nas Conferências de Juventude, realizadas ano passado”, afirma Walkíria Cardoso, uma das organizadoras.

A sugestão de realização dessa Confe-rência partiu dos jovens indígenas durante o encontro de facilitadores do material da

Conferência de Juventude, que aconteceu em maio.

Foram realizadas três pré-conferên-cias na aldeia Fulniô para convidar jovens e duas visitas ao local. “Os jovens Kariri-xocó, que foram os facilitadores da Con-ferência, realizaram diversos encontros sozinhos para estudo do material, além de três visitas à aldeia para esclarecimento de dúvidas e planejamento”, relata Walkíria.

Desde junho foram realizadas várias consultas com os indígenas para verificar a possibilidade de realizar uma conferên-cia maior, com mais aldeias e uma quanti-

dade muito maior de jovens.Com o apoio dos jovens Kariri, será

possível visitar várias aldeias que ficam en-tre Alagoas e Pernambuco, o que facilitará ainda mais a promoção de outros eventos. “Os bahá’ís adultos de Fulniô estão muito animados com possibilidade de acontecer algum evento na aldeia deles em virtude da lembrança maravilhosa da conferência ocorrida em 1985. Ficamos felizes com a disponibilidade, mas não oficializamos o local em virtude dos Kariris também terem oferecido a aldeia”, completa Walkíria.

Aconteceram dois encontros na área indígena Kiriri, nas comunidades de Marcação e Pau Ferro em julho desse ano.

Pré-conferências e diversos encontros de jovens ajudaram a planejar a programação.

contribuem para a expansão do Plano de Cinco anos

1ª Conferência de Juventude Indígena

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Implementação do Calendário Badí’

O Naw-Rúz do ano 172 da Era Bahá´í será um marco para toda a humanidade. A partir dessa data o

Calendário Badí’ será efetivamente imple-mentado e seguido por bahá’ís do mundo todo, o que permitirá, entre outras coisas, que o ocidente e o ortiente possam cele-brar os dias sagrados conjuntamente.

Segundo carta enviada pela Casa Uni-versal de Justiça (vide pg. 6) em julho des-se ano a adoção de um novo calendário é um símbolo do poder da Revelação Divina para transformar tanto a percepção huma-na quanto a realidade material, social e espiritual. Além disso marca os momentos sagrados e promove uma reflexão acerca do lugar da humanidade no tempo e no es-paço.

A implementação de um calendário úni-co, que independe da origem e da tradição religiosa de cada indivíduo representa um divisor de águas, um passo rumo a uni-dade da humanidade. O ano 172 da Era Baháí representa um período em que a Comunidade Bahá’í começa a firmar raí-zes na sociedade, raízes realmente fortes no mundo todo. É possível perceber um amadurecimento, uma dinâmica de ação e reflexão que funciona, o aprofundamen-to para gerar atividades que promovam a transformação social. As pessoas come-çaram a entender o que é a contribuição bahá’í para os discursos da sociedade e o calendário faz parte desse processo.

As provisões do calendário Badí’ foram colocadas em vigor ao longo do tempo. O Báb apresentou o calendário e sua confi-guração. Bahá’u’lláh fez esclarecimentos e acréscimos. ‘Abdu’l-Bahá elucidou certos aspectos e, sob a direção de Shoghi Effen-di, foram tomadas providências para sua adoção no Ocidente. Contudo, ambiguida-des relacionadas a algumas datas islâmi-cas e gregorianas, além de dificuldades na correlação entre observâncias históricas e eventos astronômicos, deixaram questões a serem resolvidas pela Casa Universal de Justiça, destacando-se três que requerem esclarecimentos para a uniforme aplicação

do calendário: o modo de determinação do Naw-Rúz, o ajuste do caráter lunar dos Sagrados Aniversários Gêmeos dentro do ano solar, e a indicação precisa dos Dias Sagrados dentro do calendário Badí’.

Teerã, local de nascimento de Baháulláh, foi definido como base para a reaização de cálculos astronômicos que determinaram o momento do equinócio vernal no hemisfério norte e consequente-mente o dia do Naw-Rúz. A celebração do ano novo bahá’í será utilizada para estabe-lecer o alinhamento de outros calendários com o calendário Badí’ e o número de dias do Ayyám-i-Há irá variar de acordo com o período do equinócio vernal. Calendários contendo esses ajustes para os próximos 50 anos foram preparados pelo Centro Mundial e serão enviados às Assembléias Espirituais Nacionais. Em 2015 a data será celebrada em 21 de março.

Considerando esses cálculos, a partir do ano que vem o Nascimento do Báb e o Nascimento de Bahá’u’lláh serão come-morados no primeiro e segundo dia após o advento da oitava lua nova depois do Naw-Rúz. Isso resultará no deslocamento dos Aniversários Gêmeosa cada ano entre os meses de Mashíyyat, ‘Ilm e Qudrat do calendário Badí’, ou entre outubro e novembro do calendário grego-riano, utilizado no Brasil. No próximo ano, o aniversá-rio do Nascimento do Báb será no dia 10 de Qudrat e o aniversário do Nascimento de Bahá’u’lláh no dia 11 de Qudrat.

Os demais Dias Sagrados foram fixados dentro do calendário solar de acordo com as declarações de Bahá’u’lláh, ‘Ab-du’l-Bahá e Shoghi Effendi. Naw-Rúz, 1 de Bahá; o Festival do Rid-

ván, 13 de Jalál a 5 de Jamál; a Declara-ção do Báb, 8 de Azamat; a Ascensão de Bahá’u’lláh, 13 de Azamat; o Martírio do Báb, 17 de Rahmat; o Dia do Convênio, 4 de Qawl; e a Ascensão de ‘Abdu’l-Bahá, 6 de Qawl.

O calendário Badí’ é um calen-dário solar com 365 dias. Os anos são compostos por 19 me-ses de 19 dias cada, adicionado a um período chamado "Dias Intercalares"(são 4 dias, e 5 quando é ano bissexto), entre o 18° e o 19° mês (26 de Feverei-ro a 1 de Março). O Calendário bahá'í foi instituído pelo Báb, posteriormente confirmado por Bahá'u'lláh. Cada mês possui um nome específico, ressaltando alguns dos atributos de Deus.

um marco para a Comunidade Internacional Bahá’í

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Comunidade Bahá’í participa da 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

Nacional

Numa demonstração de que é pos-sível a convivência pacífica entre as religiões, pessoas de diferentes

credos participaram da 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que acon-teceu na manhã do dia 21 de setembro, em Copacabana (RJ).

O evento já faz parte do calendário ofi-cial do Rio de Janeiro e é promovido pela Comissão de Combate à Intolerância Reli-giosa (CCIR), juntamente com diversas or-ganizações religiosas, entre elas a Comu-nidade Bahá´í, que marcou presença com representantes de várias partes do país.

A forte chuva que tomou conta do evento não espantou os ânimos dos mais de 2 mil participantes que deram uma aula de respeito às diferenças.

Por ser um evento único em todo o mundo e promover um espaço onde pes-soas de diferentes grupos religiosos e não-religiosos podem marchar junto com um espírito de compreensão e de amizade, unidos sob a bandeira da liberdade religio-sa para todos, a Caminhada tem chamado a atenção de autoridades religiosas e de direito humanos internacionais. Tanto que A 7ª edição contou com a participação de Wiccans da comunidade de Salem (Esta-dos Unidos), monges budistas do Japão e um Babalorixá de Angola.

Música de todas as tradições religio-sas, incluindo canções bahá’ís em Portu-guês e Espanhol, foram tocadas durante todo o evento, onde predomidou um clima de paz e respeito mútuo.

Os preparativos para a instalação “Daorla Promundo” começou por volta das 5h da manhã e coloriu a areia da praia. A intervenção foi produzida pela Comunidade Bahá'í e chamou a atenção da população e das autoridades para os diversos crimes de intolerância religiosa que têm aconte-cido no mundo, em especial no Irã. 999 bolas vermelhas e verdes (cores da bandeira do Irã) com estrelas de nove pontas lembraram os prisioneiros de consciência encarce-rados no país, inclusive as ex-lideranças bahá’ís, que em 2014 completaram seis anos de detenção. Miguel, o menino ilhado no meio das bolas, evoca as crianças e jovens que não tem acesso à educação no Irã por conta de preconceito religioso. O banner com a frase “Free the Bahá’ís in Iran” (Libertem os bahá’ís no Irã), slogan mundial da luta em de-fesa dos prisioneiros, também foi destaque no evento.

Daorla Promundo

Casos de intolerância religiosa

Apesar da grande adesão da popula-ção carioca à Caminhada, o Rio de Janeiro está em segundo lugar no ranking brasilei-ro de intolerância religiosa, logo atrás de São Paulo.

Esse ano já foram registrados mais de 20 casos pela Secretaria de Direitos Hu-manos, a maioria deles contra religiões de matrizes africanas (Candomblé e Umban-da). Os atos de violência perpetrados con-tra os seguidores dessas religiões podem ser comparados aos que acontecem aos bahá’ís no Irã: os filhos sofrem persegui-

ção e humilhação nas escolas, os lugares sagrados são profanados, etc. Além disso, alguns extremistas de diversas religiões se utilizam da internet para incitar o ódio con-tra eles. Dessa forma, o apoio da Comu-nidade Bahá’í a essas religiões tem sido muito bem vindo.

Esse ano a ministra de Direitos Huma-nos, Ideli Salvatti, participou oficialmente da Caminhada. “O objetivo de todas as religiões reunidas aqui hoje é promover o respeito, a paz e a coexistência. Preci-samos criar estruturas semelhantes nos níveis estadual e municipal“, afirmou o mi-nistro.

Representantes do Islã no Brasil também são contra a intolerância religiosa

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Comunidade Bahá’í doa obra de Siron Franco para a cooperativa

No dia 21 de agosto a Cooperativa Candangas, localizada em Planal-tina (DF), recebeu da Comunida-

de Bahá'í do Brasil a doação de uma obra do artista plástico Siron Franco. O gigan-tesco baner foi produzido para marcar os aniversários de cinco e seis anos da prisão das lideranças bahá'ís no Irã. A primeira intervenção com o banner aconteceu em 2013 na praia de Copacabana (RJ), quan-do a obra foi estendida na areia. Em maio desse ano, o banner foi colocado no gra-mado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, durante mais um ato promovi-do pela Comunidade Bahá’í em defesa da liberdade religiosa.

Apesar de nunca terem tido contato com a Fé Bahá’í, as Candangas compar-tilham de muitos preceitos, principalmente no que diz respeito à construção de comu-nidade. A participação delas em oficinas e projetos sociais não é feita de cima para baixo, mas são desenvolvidos de acordo com as experiências e as vontades que as pessoas já possuem, além da aplicabilida-de e o impacto que aquilo vai ter dentro da comunidade e da sociedade de uma ma-neira mais ampla. “O que nós queremos é transformar o mundo à nossa volta. E esse sonho só se esconde atrás de uma coope-rativa”, afirma Maria da Páscoa, presidente da cooperativa.

Essa transformação é como se fosse em ondas. Cada vez que essas ondas se multiplicam as pessoas envolvidas se lem-bram de voltar para refletir um pouco sobre a origem, a essência e os ensinamentos que estão por trás das ações. Esse movi-mento é um constante processo de cresci-mento que se dá por meio da aprendiza-gem constante.

Oferecer material para a continuidade deste trabalho é importante, mas outra consequência é a perpetuação da ação em defesa dos bahá'ís no Irã, já que o ba-ner agora passará a ter um novo formato mas manterá o mesmo significado. Quem adquirir uma bolsa poderá conhecer a his-tória por trás daquele material, tornando-o eterno.

O banner de 15 metros de largura por 10 de altura será utilizado para a confecção de bolsas ecológicas

A Candangas nasceu da Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos de Planaltina,DF, (COAESTP), fundada em 1998, com o objetivo de gerar trabalho e renda para as mulheres da comunidade de Arapoanga. Atualmente treze pessoas fazem parte da cooperativa, que produz bolsas e acessórios a partir de banners reutilizados, além de realizar projetos sociais e de capacitação de profissionais artesãos. Acreditam que a educação é o que molda a humanidade e que tudo precisa ser feito com paixão para que possa gerar frutos.

Gessiron Alves Franco, mais conhecido como Siron Franco, é um artista plástico goiano, cuja obra é reconhecida mundialmente. Entre outras coisas, em 1988 criou o monumento à paz mundial em Goiânia, uma ampulheta com as palavras: “A Terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos”

A partir da esquerda: Gabriely Somaly (Comunidade Bahá’í), Maria da Páscoa, Mary Aune (Comunidade Bahá’í) e Elisângela Araújo (artesã da Candangas)

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Primeiros templos nacionais e locais estão em andamento

Em 2012 a Casa Universal de Justiça anunciou planos para a construção dos dois primeiros templos nacio-

nais na República Democrática do Congo e na Papua Nova Guiné. Além de Casas de Adoração locais em Battambang (Cam-boja); Bihar Sharif (Índia); Matunda Soy (Quênia); Norte del Cauca (Colômbia); e Tanna (Vanuatu). Conforme concebidas por Bahá'u'lláh, cada templo proporciona um centro espiritual em torno do qual se estabelecem unidades de serviço social, humanitário e educacional para a popula-ção daquela região, unindo a adoração e o serviço, aspectos essenciais e insepará-veis da vida bahá’í.

Um templo traz consigo uma série im-plicações para a comunidade na qual está inserido e promove um forte reflexo no pro-cesso coletivo de transformação de cada localidade, por isso a construção de Casas de Adoração é designada para lugares que estejam num estágio avançado de desen-volvimento dentro de plano de cinco anos, cumprindo os objetivos de expanção e consolidação, de ação social e de partici-pação nos discursos da sociedade, onde o crescimento das atividades bahá'ís é exponencial, com mecanismos consultivos fortes e instituições preparadas para lidar com os desafios das comunidades.

No dia 1º de agosto deste ano, a Casa Universal de Justiça destacou a evolução desses projetos em carta (vide pg. 14) des-tinada aos bahá'ís do mundo. De acordo com o documento as Assembleias Espiri-tuais Nacionais da República Democrática do Congo e Papua Nova Guiné, bem como as do Camboja, da Colômbia, da Índia, do Quênia e de Vanuatu, prontamente se mo-bilizaram para os preparativos iniciais, com o apoio do Escritório de Templos e Cen-tros, criado no Centro Mundial Bahá’í em 2012.

Em cada país foi formado um comitê para identificar, em conjunto com institui-ções e agências locais, meios para promo-ver a ampla participação social. Para auxi-liar o gerenciamento de questões técnicas,

financeiras e legais está sendo estabeleci-do um escritório de construção para cada projeto. Outro passo prático foi a escolha de terrenos adequados com localização estratégica e de fácil acesso, quatro das sete propriedades já foram adquiridas.

Cinco países se encontram no está-gio de preparação do projeto arquitetônico para o edifício do Templo: Camboja, Índia, Quênia, Colômbia e Vanuatu. Esse proces-so compreende a seleção de potenciais ar-quitetos e a formulação de um sumário que definia os requisitos para a estrutura, o que irá resultar num contrato para o projeto de-finitivo. Os arquitetos precisam desenhar

edifícios que se harmonizem naturalmente com a cultura local primando pela beleza, funcionalidade e economia, além de esta-rem familiarizados com a área onde o edi-fício será construído.

A carta ressalta também o andamento da construção da Casa de Adoração con-tinental para a América do Sul, em fase de finalização no Chile. A armação em aço da superestrutura foi quase inteiramente ins-talada, a colocação dos painéis de pedra translúcida do interior está em andamento e o paisagismo e a construção de instala-ções auxiliares avança de acordo com o cronograma. A comunidade de Santiago, apoiada por voluntários das Américas, se esforça para preparar a população circun-vizinha para o surgimento da Casa de Ado-ração; um número crescente de pessoas participa das atividades de construção de comunidade, e uma grande quantidade de visitantes está sendo recepcionada no local do Templo para oração e discussão sobre as dimensões prática e espiritual do empreendimento. O Templo será inaugura-do em 2016.

Projeto do edifício central do Templo da Colômbia, que foi apresentado em setembro desse ano para uma platéia de cerca de 500 pessoas

Cinco países se encontram no estágio de preparação do projeto arquitetônico para o edifício do Templo: Camboja, Índia, Quênia, Colômbia e Vanuatu

Internacional

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As Casas de Adoração Bahá’ís são edifícios abertos a todos os povos, onde os visitantes podem orar, meditar, ou ouvir a leitura das Escrituras Sagradas da Fé Bahá'í e de outras religiões mundiais. Os estilos arquitetônicos diferem entre si, mas todas possuem nove lados e um domo central que simbolizam a diversidade da raça humana e sua unidade essencial. A mais antiga Casa de Adoração Continental foi construída em Askhabad, no Turqistão em 1908 e demolida pelo governo soviético em 1962.

Templos pelo mundo

no Chile

| Sydney| Austrália

| Nova Delhi| Índia

| Frankfurt | Alemanha

| Kampala | Uganda

| Wilmette | EUA

| Cidade do Panamá | Panamá

| Santiago | Chile

| Apia| Samoa Ocidental

Casas de Adoração Continentais

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10 Nº 38 | julho - setembro de 2014

Destruição de cemitério no Irã repercute no Brasil

Residente no Brasil há seis meses, o médico descendente de irania-nos Saman Reyhani (33) lamenta

a destruição do cemitério em Shiráz, onde seu avô paterno está enterrado. “O que fica em nós é um sentimento de resigna-ção e de impotência diante de tamanho desrespeito pela família e pela memória. Não temos raiva, mas ficamos muito tris-tes em ver esse tipo de coisa acontecendo. Estão violando a memória dos nossos an-tepassados”, afirma Saman.

O avô de Saman, Aziz’u’llah Reyhani, faleceu em agosto de 1973, vítima de cân-cer. Por ser bahá’í, foi enterrado no cemité-rio de Shiráz - o mesmo que abriga muitos dos primeiros seguidores da religião, que surgiu naquela cidade em 1844. Por este motivo, o local tem uma relevância históri-ca muito grande para a Fé Bahá’í e para a humanidade.

A destruição do cemitério histórico começou em maio desse ano com as es-cavações lideradas pela Guarda Revolu-cionária do Irã para liberar a área para a construção de um novo complexo cultural e esportivo no local. Depois de sofrer críti-cas por autoridades de diversas partes do mundo, as escavações foram interrompi-das por alguns meses e reiniciadas no iní-cio deste mês. Informações vindas do Irã indicam que até agora a Guarda removeu os restos mortais de cerca de 50 dos 950 túmulos e jogou num canal aberto. O local abriga, entre outros bahá’ís, dez mulheres cruelmente enforcadas em 1983, e passou a simbolizar a perseguição e os crimes de morte do governo contra os bahá’ís.

A família Reyhani ainda não sabe o que foi feito com o túmulo do patriarca. Eles não tem mais parentes no Irã e as in-formações que recebem chegam por meio da mídia. Apesar nunca ter pisado no Irã, Saman acompanha as notícias e acredita que “estão tentado apagar os bahá’ís da memória do Irã”.

Os pais de Saman fugiram do Irã por

Com parentes enterrados na cidade iraniana de Shiráz, Saman Reyhani lamenta política oficial de intolerância contra minorias religiosas

causa da perseguição religiosa. Ele nas-ceu na Alemanha e ainda muito pequeno foi para o Paraguai, onde foi naturalizado. A casa de seus avós, que foram pionei-ros em Shiráz, foi queimada e saqueada. Contudo, Saman e seus familiares não

guardam rancor e acreditam que a situa-ção tende a melhorar. “Em algum momen-to, essa história vai mudar. Quanto mais pessoas souberem das injustiças que es-tão cometendo contra os bahá’ís no irã, maior será a pressão contra o governo. Os bahá’ís não fazem nada de errado lá, até

porque o principio da Fé Bahá’í é o amor e a unidade. Não sei do que eles tem tan-to medo. Os sentimentos de amor, paz e unidade um dia vão prevalecer. Por isso, cada vez mais pessoas e religiões vêm se pronunciando contra esse tipo de injusti-ça”, completa.

Em pronunciamento oficial proferido no dia 11 de junho, o deputado federal Luiz Couto (PB) prestou sua solidariedade aos bahá’ís de todo o mundo pela destruição do cemitério. “Reitero a minha preocupa-ção e, uma vez mais, solicito ao presidente iraniano uma posição imediata perante es-sas injustiças cometidas contra a Comuni-dade Baháí”, afirmou Couto.

A propriedade onde o cemitério está localizado pertence e é utilizada pelos bahá’ís de Shiráz desde o início da década de 1920. O local foi confiscado pelo gover-no em 1983, quando as lápides foram des-truídas e os principais edifícios derruba-dos. Três anos atrás, o escritório provincial da Guarda Revolucionária anunciou que havia tomado o local.

Os sentimentos de amor, paz e unidade um dia vão prevalecer. Por isso, cada vez mais pessoas e religiões vêm se pronunciando contra esse tipo de injustiça

Saman Reyhani

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11Nº 38 | julho - setembro de 2014

A notícia da demolição do cemitério surgiu no início de maio, depois que a Co-munidade Internacional Bahá’í soube que no final de abril a Guarda Revolucionária escavou uma área de cerca de 200 metros quadrados e enfileirou cerca de 50 cami-nhões para continuar a escavação. No lo-cal estão sepultados cerca de 950 bahá’ís, entre eles dez mulheres cruelmente enfor-cadas em 18 junho de 1983, no auge da campanha do governo para promover a execução de bahá’ís. Entre 1979 e 1988, mais de 200 bahá’ís foram executados no Irã.

As dez mulheres, cujas idades varia-vam entre 17 a 57 anos, foram condena-das por serem “sionistas” e ensinarem as crianças (o equivalente à “catequese” no ocidente). Essas execuções injustas atra-íram a atenção do mundo inteiro. Logo após o anúncio da condenação das mulhe-res, o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, fez um apelo por clemência para elas e para outros 12 bahá’ís que haviam sido sentenciados à morte. Dessa forma, o cemitério passou a simbolizar a persegui-ção e os crimes de morte do governo do Irã contra os bahá’ís.

A propriedade onde o cemitério está localizado pertence e é utilizada pelos bahá’ís de Shiraz desde o início da década

de 1920. O local foi confiscado pelo go-verno em 1983, quando as lápides foram destruídas e os principais edifícios derru-bados. Três anos atrás, o escritório provin-cial da Guarda Revolucionária anunciou que havia tomado o local. Ataques a cemi-térios bahá’ís tem sido uma característica comum da perseguição aos bahá’ís no Irã nos últimos anos. Entre 2005 e 2012, pelo menos 42 deles foram atacados de manei-ras diversas.

Esses ataques, muitas vezes realiza-dos com consentimento implícito, se não direto, do governo, incluem ataques incen-diários contra edifícios mortuários, derru-bada de lápides, arrancada de arbustos pela raiz, uso de escavadeiras, pichações de frases anti-bahá’ís nos muros, e a exu-mação de corpos.

Outro dado importante a se destacar é o fato de que a perseguição contra os bahá’ís no Irã, não se trata de uma política de governo, mas uma política de Estado que vem sendo implementada desde o início da Fé Bahá’í. Ou seja, essa perse-guição não é uma ação do governo atual ou do anterior, não se trata da posição do governante, é uma perseguição que se baseia em uma política de Estado, que foi intensificada com a Revolução Islâmica em 1979, quando foram definidas as linhas de ação para a supressão da Comunidade Bahá’í Iraniana.

Histórico da destruição do cemitério

O local foi confiscado pelo governo em 1983, quando as lápides foram destruídas e os principais edifícios derrubados

Situação do cemitério em Shiraz

Caminhões levam o material retirado do cemitério

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12 Nº 38 | julho - setembro de 2014

Autor: Samy AdghirniColeção: Povos e CivilizaçõesIdioma: PortuguêsEditora: ContextoAssunto: História GeralISBN: 8572448640Edição: 1ªAno de Lançamento: 2014Número de páginas: 224Preço: R$ 39,90

Muitos iranianos acreditam que sua civilização entrou em decadência a partir da invasão islâmica do século VII, que impôs a cultura árabe em detrimento da cultura persa. Revelações como essa mostram facetas surpreendentes de uma nação muito contestada e pouco conhecida no Ocidente. Na antiga Pérsia convivem tradição e modernidade, burocracia e mudanças aceleradas, mulheres com túnicas negras e calças jeans. Trata-se de uma nação que no século XX conheceu forte influência ocidental - nos tempos do xá Reza Pahlavi - e uma revolução islâmica, liderada pelos aiatolás. Neste livro, o jornalista Samy Adghirni, correspondente em Teerã, percorre todos esses contrastes e muitos outros - da política à geografia, da gastronomia ao esporte, da cultura à economia - para revelar ao leitor brasileiro quem realmente são os iranianos.

Samy Adghirni

Bahá’í Brasil | Durante o período em que você permaneceu no Irã, como você re-sume a situação dos bahá’ís no país?Samy Adghirni | Os bahá’ís são, de longe, a minoria mais perseguida e discriminada no Irã. Apesar da quantidade enorme de bahá’ís no país, cerca de 350 mil, é mui-to difícil encontrar ou falar com alguém a respeito. A Fé Bahá’í é assunto proibido. Muitos assuntos são delicados no Irã, mas mesmo assim, em algum momento, são discutidos. No entanto, a Fé Bahá’í é o grande tabu. Ninguém fala, ninguém vê, ninguém sabe de nada sobre o assunto. Os bahá’í ficam literalmente acuados e com medo o tempo inteiro. Eles sabem que a qualquer momento podem ser alvo de algum tipo de violência ou discrimina-ção. Com frequência casas são invadidas e destruídas sem nenhum motivo aparente e muitos bahá’ís são privados de educa-ção e do serviço público, além de serem vítimas de prisões arbitrárias. Dói ver o que aquelas pessoas passam. É realmen-te uma situação muito triste e complicada.

Depois de quase três anos no Irã, o jornalista e corresponden-te da Folha de S.Paulo, Samy Adghirni, lança o livro “Os Ira-nianos”. Na obra, o autor mer-gulha na vida política e social dos iranianos e traz para o leitor brasileiro uma visão diferente sobre a realidade do país. Samy fez diversos lançamentos do livro pelo Brasil e no dia 30 de julho foi a vez de Brasília. Em entrevista realizada durante o evento na livraria Cultura, Samy falou um pouco sobre como é a situação dos bahá’ís no Irã, vista de perto.

No lançamento do livro “Os Iranianos”, em Brasília

um brasileiro no Irã

B.B. | Você conheceu ou conviveu com algum bahai?S.A. | Não. Como eu havia dito, é muito difícil encontrar alguém que se declare abertamente bahá’í. Você não vê bahá’ís na rua ou em reuniões de grupos. Eles fa-zem seus encontros às escondidas. Além disso, mesmo os que a gente sabe que são bahá’ís não conversam sobre o assun-to com qualquer um. Eles não se abrem com facilidade, até por uma questão de segurança. B.B. | Você estava no Irã durante as úl-timas eleições para a presidência em 2013. O vencedor e atual presidente, Hassan Rohani, é considerado um “clé-rigo moderado”, e se opõe aos extre-mistas. Como essa mudança pode be-neficiar a comunidade bahá’í no país?S.A. | Todos sabemos que a intolerância religiosa no Irã, principalmente contra os bahá’ís, é uma política de Estado, não de governo. Ou seja, não é uma atitude es-pecífica de um ou outro presidente. O Irã é um Estado Teocrático, então, mesmo o

Rohani sendo de uma linha mais branda, a situação dessas pessoas não vai mudar muito. O governo e a Guarda Revolucioná-ria talvez sejam um pouco menos incisivas, mas é como se esse preconceito já esti-vesse enraizado na sociedade islâmica. Claro que não são todos que agem dessa maneira, mas a Fé Bahá’í é considerada uma facção política criada pelo ocidente para dividir e enfraquecer a comunidade muçulmana. E esse pensamento é anterior à República Islâmica. Essa perseguição existe desde que a Fé Bahá’í foi fundada. O governo apenas oficializou isso depois da Revolução Islâmica, em 1979. No en-tanto, é bom ver que muitas autoridades e civis muçulmanos têm se pronunciado em favor da liberdade religiosa, inclusive da comunidade bahá’í, como o presente oferecido pelo aiatolá Tehrani à Comunida-de, como símbolo de coexistência pacífica. Isso é muito positivo, por que o Irã é um país lindo e de uma cultura riquíssima e esse tipo de coisa tem que acabar.

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As Convenções Regionais são mo-mentos únicos em que a comuni-dade compartilha de um espaço de

consulta, que têm envolvido um número cada vez maior de bahá'ís nos processos decisórios e administrativos da comunida-de bahá'í por todo o país. Nelas são eleitos os delegados e delegadas que irão repre-sentar a respectiva região na 55ª Conven-ção Nacional dos Bahá’ís do Brasil.

Marcadas para novembro desse ano, as Convenções Regionaisão são uma eta-pa preparatória para a Convenção Nacio-nal. Elas acontecem no âmbito das regiões bahá’ís (vide mapa) e se assemelham a uma reunião de reflexão, onde as ações são avaliadas para, a partir daí, planejar os próximos passos.

Dessa forma, o objetivo das Conven-ções Regionais vai muito além da elei-ção dos delegados. É preciso pensar ne-las como um espaço de reflexão que vai para além do agrupamento e reflete em toda a região. É uma possibilidade de se encontrar com pessoas com característi-cas afins, trocar experiências, consultar e acompanhar o que acontece na regiao.

A quantidade de delegados a serem eleitos depende de cada região, atualmen-te variando de um a onze, num total de 76 pessoas para todo o Brasil, conforme determinado pela Casa Universal de Jus-tiça.. Diferentes das eleições nacionais, as eleições bahá'ís são realizadas sem qualquer partidarismo: não há campanhas em prol ou contra qualquer indivíduo, e a votação secreta ocorre em espírito de ora-ção e serviço à comunidade. Votar é tanto um direito administrativo quanto um dever espiritual de cada bahá'í. Os quesitos prin-cipais considerados para a eleição incluem a promoção da diversidade, o equilíbrio, a experiência em assuntos comunitários e a maturidade espiritual dos indivíduos. Cada participante de uma convenção deve vo-tar no número de delegados determinado para a sua região. Por isso, o voto deve ser ponderado com consciência, levando-se em consideração as guias do amado Guardião.

Convenções Regionais promovem consultas sobre temas de interesse da comunidade

1) O eleitor deve ter em mente as seguintes guias do amado Guardião: “...os eleitores devem, com oração e devoção, e depois de meditar e refletir, eleger almas fiéis, sinceras, experientes, capazes e competentes, dignas de serem membros...”;

2) O Voto deverá ser colocado em um envelope e enviado para o endereço indicado, não se esquecendo de colocar como remetente, no envelope externo, seu nome e a comunidade a qual pertence;

3) O eleitor não deverá assinar a cédula para não ser invalidada; 4) Todos podem participar da Convenção! Porém, para votar e ser votado é

necessário ser bahá'í acima de 21 anos;5) Todo bahá'í, maior de 21 anos, homem ou mulher, residente no Brasil, em

plena posse de seus direitos administrativos pode ser eleito, salientando que os Conselheiros Continentais não são elegíveis;

6) É imprescindível que os escrutinadores tenham absoluta certeza do nome da pessoa votada. Portanto o eleitor deve usar letras de forma e maiúsculas, de forma bem legível, colocando o(s) nome (s) completo(s) e a cidade onde reside(m);

7) Deverá ser tomado muito cuidado para não repetir um nome, pois isto invalida a cédula de votação. O mesmo vale para o preenchimento do número exato de nomes, pois votar em mais ou em menos, anulará a cédula;

8) O voto é individual e secreto! Caso não saiba ler ou escrever, peça ajuda de uma pessoa de confiança, até mesmo a um jovem ou criança, para preencher a cédula de votação. Mas a escolha deve ser do votante e não de quem está preenchendo em seu nome.

Orientações Gerais

Para saber mais sobre a Convenção Regional de sua região, fique atento aos comunicados das instituições locais ou escreva para [email protected]

27 unidades de convenções eleitorais total de 76 delegados

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14 Nº 38 | julho - setembro de 2014

A massificação dos meios de comunicação trouxe um gran-de avanço no nosso cotidiano cada vez mais tecnológico e resultou em uso intenso da Internet. As mídias sociais

utilizadas por grande número de usuários, por qualquer razão que seja, são aparatos que nos fornecem diversas informações de variadas naturezas.

Neste cenário, a escassez da informação que era um proble-ma até então, deu lugar ao excesso da informação. Tantas in-formações que não se tem o tempo hábil para ler, sequer refletir de modo adequado para poder se posicionar corretamente. Pe-rante tal situação, os bahá’ís devem lembrar de que as vezes um ato impensado, seja uma simples “curtida” num comentário de alguém, pode ferir a imagem da Fé ou ir ao desencontro dos princípios da Fé. Pois, neste momento, o crente é representante de uma Comunidade Internacional com princípios amplamente di-vulgados e conhecidos por muitos indivíduos que utilizam mídias sociais.

Neste momento e antes de curtir, compartilhar ou comentar algo que circula na Internet, cada bahá’í deve, de certo medo, lembrar esta citação de Exemplo Perfeito da Fé, ‘Abdul’-Bahá:

O dever mais vital, neste dia, é a purificação de vosso caráter, a correção de vossos modos e a me-lhoria de vossa conduta. ... A veracidade, é o fundamento de todas as virtudes humanas. Quando este santo atri-buto for estabelecido no homem, todas as qualidades divinas também serão adquiridas.

Em relação a mensagens com algum cunho preconcei-tuoso ou discriminatório de qualquer natureza, o Amado Mestre salienta:

Jamais faleis de modo depreciativo a respeito de outros, mas louvai-os sem distinção. Não maculeis vossas línguas falando mal dos outros.

Saudai vossos inimigos como amigos, e considerai os que vos desejam mal como aque-les que vos desejam bem.

Não deveis ver o mal como mal e

então comprometer vossa opinião, pois tratar com delicade-za e amabilidade alguém que considerais mal ou inimigo é hipocrisia, e isto não é digno nem admissível.

Deveis considerar vossos inimigos como vossos amigos, ver os que vos querem mal como aqueles que vos querem bem, e tratai-os de acordo.

A Assembleia Espiritual Nacional do Bahá’ís do Brasil, na sua mensagem de Festa de Dezenove Dias, datada de 02 de março de 2012, faz algumas reflexões sobre a lei bahá'í a respeito do não-envolvimento em política partidária.

Há diferentes ações que os amigos bahá'ís, inadvertida-mente, podem realizar que se qualificam como envolvimento em questões político-partidárias – algo que fere o princípio fundamental bahá'í da unidade. A Assembleia Nacional escla-rece que, de acordo com o princípio bahá'í de não-envolvi-mento em política partidária, as seguintes atividades estão entre aquelas que não condizem com a postura:

- afiliar-se a partidos políticos;- candidatar-se a qualquer cargo eleitoral;- atuar como cabo eleitoral de algum candidato;

- trabalhar em campanha política, direta ou indireta-mente;

- circular artigos, com bahá'ís ou não, com notícias, imagens, anedotas ten-

denciosamente políticas;- criticar os governos e discutir

política partidária, abertamente, em sites e blogs; entre outras.

Lembrando que o teor das Escrituras Sagradas aqui cita-das, bem como a mensagem da AEN, não são somente para serem seguidas e res-peitadas na utilização de recursos da Internet. Toda-via, pela grande repercus-são e pelos mecanismos de

comprovação que as mídias sociais possuem, cabe a cada

indivíduo decidir com sabedoria, baseado nos princípios bahá’ís, o

que fará com a informação circula-da na Internet que está agora em suas

mãos.

Conduta bahá’i nas mídias sociais

Internet

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15Nº 38 | julho - setembro de 2014

Fundos Bahá’ís

A cada dia, novas e cada vez mais belas notícias sobre o avanço da Causa enchem nossos corações de

alegria e certeza de que o Brasil chegará ao Ridván de 2016, não apenas tendo atin-gido suas metas para o cumprimento do Plano Global, mas com uma comunidade enriquecida pelo espírito de consagração ao serviço e aprendizados conquistados conjuntamente pelos três protagonistas do Plano – os indivíduos, a comunidade e as instituições.

Na região Centro-Oeste, em agrupa-mentos que até bem pouco tempo não contavam com nenhuma atividade, rapi-damente reuniram-se dezenas de jovens no Movimento de Juventude, tendo cerca de vinte e oito deles entrado no processo de instituto. Nas regiões dos Conselhos da Amazônia e Nordeste, as atividades nas áreas indígenas estão avançando a passos largos, com encontros de jovens e intensi-vos de instituto sendo organizados pelos próprios indígenas. Na região Sudeste as metas de estabelecer novos programas de crescimento estão sendo, em sua maioria, já conquistadas muito antes do prazo es-tabelecido. De igual modo, diversos ami-gos nas regiões Norte e Sul do país estão oferecendo seu tempo como ano de servi-ço ou atuando em equipes visitantes que apoiamos agrupamentos em seu desenvol-vimento.

Com a confiança que nos une enquanto família bahá’í, a Assembleia Espiritual Na-cional solicita que reflitamos juntos sobre as implicações de tais avanços e a evidente

Fundo Nacional:Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

Fundo Internacional: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 10248-2Fundo Continental: B. Itaú: Agência 0198 conta – c/c: 06611-0Fundo Templo do Chile: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 9229-0Fundo Dotações: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 16709-6Fundo Novos Templos: B. Itaú: Agência: 0198 – c/c: 04214-5

Húquq’lláh.

necessidade de assegurar que todas estas atividades sejam mantidas e fortalecidas pela energia vitalizadora das contribuições aos Fundos.

Na Convenção Nacional, foi anunciada a necessidade de elevar as contribuições ao Fundo Nacional e seus ramos Regionais em um percentual de 34% a fim de que o trabalho da Causa não fosse interrompido. Infelizmente, queridos amigos, não apenas não estamos atingindo esta meta, como estamos vendo um decréscimo de 12% nestes primeiros meses do ano 171! Face tamanha necessidade, a Assembleia Na-cional decidiu, entre outras medidas, não mais imprimir o noticioso nacional, Bahá’í Brasil, o qual terá apenas uma versão ele-trônica. Para conhecimento dos amigos: de uma despesa média mensal de R$ 208.000,00; as contribuições mensais re-cebidas pelo Fundo Nacional são de cerca de R$93.000,00, apresentando um déficit de R$ 115.000,00, dos quais R$90.000,00 é coberto pela ajuda do Centro Mundial.

Nenhuma instituição tem como enfren-tar sozinha tal desafio. Todos nós, juntos, em espírito de unidade, confiança e sacri-fício, precisamos dar a devida atenção ao tema das contribuições ao Fundo Bahá’í e adotar medidas imediatas e permanentes. Além de revermos nossos gastos e com-promissos de contribuição, precisamos nos educar espiritualmente, aprofundar nossa compreensão neste tema e na Lei do Hu-qúqu’lláh. Para isto encontra-se disponível o curso desenvolvido, em colaboração com o Corpo de Fiduciários do Huqúqu’lláh no Brasil, intitulado “Eu te criei rico... Nobre te fiz”. A Assembleia Nacional está confiante que, a expansão da aplicação deste curso ajudará a alcançar tal objetivo. Como força do exemplo, todos os membros das insti-tuições deveriam fazer esforços para es-tudá-lo com um grupo de amigos em suas respectivas comunidades. Que possamos amplamente divulgar notícias de novos grupos de amigos estudando este maravi-lhoso material.

Mensagem da Tesouraria Nacional

“Ao examinar a vasta extensão da criação, perceberás que quanto mais elevado no arco de ascensão está um reino de coisas criadas, mais conspícuos são os sinais e as evidências da verdade de que a coope-ração e a reciprocidade ao nível de uma ordem mais elevada são maiores do que aquelas que existem ao nível de uma or-dem inferior.

E assim, ao contemplar o mundo huma-no, tu vês este fenômeno maravilhoso bri-lhando resplandecente de todos os lados, com a maior perfeição, porquanto neste grau os atos de cooperação, assistência mútua e reciprocidade não estão confina-dos ao corpo e às coisas que pertencem ao mundo material, mas a todas as condi-ções, sejam elas físicas ou espirituais, tais como aquelas relacionadas às mentes, pensamentos, opiniões, maneiras, costu-mes, atitudes, entendimentos, sentimentos

ou outras susceptibilidades humanas. Agora considera, se entre as pessoas

que são meramente as manifestações do mundo do ser, este assunto significativo é de tanta importância, quanto maior deve ser o espírito de cooperação e assistência mútua entre aqueles que são as essências do mundo da criação, que procuraram a sombra protetora da Árvore celestial e são favorecidos pelas manifestações da graça divina; e como as evidências deste espírito devem, através do seu empenho fervoro-so, seu companheirismo e concórdia, em toda esfera das suas vidas interiores e ex-teriores, tornar-se manifestas no reino do espírito e dos mistérios divinos, e em todas as coisas relacionadas a este mundo e ao próximo. Portanto, não pode haver dúvida de que eles devem estar dispostos até a sacrificarem suas vidas um pelo outro.

Este é o princípio básico sobre o qual

a instituição do Huqúqu'lláh está estabe-lecida, visto que seus proventos são de-dicados à promoção desses fins. Quanto ao mais, o Deus Uno e Verdadeiro sempre foi e sempre será independente de tudo o mais além dEle. Assim como Ele permitiu a todas as coisas criadas partilhar de Sua amorosa bondade e graça ilimitadas, da mesma maneira tem Ele condições para dotar Seus amados de riquezas oriundas dos tesouros do Seu poder. Entretanto, a sabedoria desta ordem é que o ato de dar é aprazível aos olhos de Deus. Considera quão este ato poderoso deve ser aprazível a Seu ver, que Ele o atribuiu a Si próprio. Regozijai-vos, pois, ó povo da generosida-de!”

Excertos dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá

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16 Nº 38 | julho - setembro de 2014

Onde Brilha a LuzEditora Bahá’í

a Fé Bahá’í na América Latina

Autores: Daniel Duhart, Helen Mirkovich e Jairo RoldánIdioma: PortuguêsEditora Bahá’í do BrasilISBN: 978-85320-0279-2Edição: 1ªAno de Lançamento: 2013Número de páginas: 192Preço: R$ 30,00

Com o título do livro se quer indicar não só o intenso e poten-te esplendor da luz solar no trópico latino-americano, que se transforma na magnífica e, às vezes, aterradora exuberância da selva amazônica, como também a luz da espiritualidade que brilha nos corações daqueles que estão conectados com Deus, essa luz que emana de qualquer atividade executada por pessoas de boa vontade que busca o bem comum e, final-mente, a luz que emanará do templo-mãe da América do Sul.

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ISBN: 978-85-320-0279-2

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A Fé Bahá�’í na América Latina

Daniel Duhart ensina na Pon-tifícia Universidade Católica do Chile e na Universidade do Chile. Obteve seu mestrado em estudos sociais e políti-

cos latino-americanos, com enfoque em desenvolvimento social, na Universidade Alberto Hurtado de Santiago do Chile.

Helen Mirkovich-Kohn, médica, graduada na Universidade de Costa Rica. É membro-fun-dadora da associação Núcleo da Universidade Rural e da

Associação para a Ciência e a Educa-ção Moral (ACEM), de Costa Rica, que centram seus trabalhos na comunidade indígena. Atualmente vive em Calgary, Canadá, onde trabalha com a população latina, através da Calgary Catholic Immi-gration Society.

Jairo Roldán é doutor em � lo-so� a da ciência pela Université de Paris I Panthéon-Sorbonne e, possui mestrado em física, na State University of New

York, Stony Brook. É professor titular do Departamento de Física da Universidad del Valle, em Cali, Colômbia, e coautor do livro: La complementariedad: Una � loso� a para El siglo XXI (Universidad del Valle, 2004).

No ano de 2010, a Casa Universal de Jus-tiça, órgão administrativo máximo da Fé Bahá’í, anunciou ao mundo bahá’í que o tempo era propício para entrar na etapa de construção, em Santiago do Chile, do templo-mãe sul-americano, designado como o último templo continental bahá’í. Como resposta, os bahá’ís do mundo se levantaram a colaborar de formas dis-tintas com a comunidade bahá’í chilena nesta grande empreitada da construção do templo. Desta forma, desde o seu início em 2001, três latino-americanos seguidores da Fé Bahá’í, um de origem católica e dois nascidos e educados em famílias bahá’ís, decidiram tomar para si esta iniciativa de tanta transcendên-cia, empreendendo a preparação deste livro, Onde Brilha a Luz: A Fé Bahá’í na América Latina. O que se propuseram foi compartir suas crenças da maneira mais clara possível como resposta ao interesse de muitos chilenos e de pessoas do resto do continente em conhecer diretamente dos bahá’ís – quais suas origens, suas crenças e seus propósitos – a relevância de suas propostas sociais para o momento histórico em que vive a humanidade, e como unir-se a seus esforços. Mostrando qual a maneira de levarem a cabo suas atividades e como se organizam, infor-mando qual é a posição da comunidade bahá’í latino-americana no contexto mundial.

Em 2010, o mundo bahá�’í anunciou que o tempo era propício para entrar na etapa de construção, em Santiago do Chile, do templo-mãe sul-americano, designado como o último templo continental bahá�’í. Desta forma, três latino-americanos seguidores da Fé Bahá�’í, um de origem católica e dois nascidos e educados em famílias bahá�’ís, de-cidiram tomar para si a iniciativa de empreender a preparação deste livro que se propõe a compartir suas crenças da maneira mais clara possível �– qual suas origens, suas crenças e seus propósitos �– a rele-vância de suas propostas sociais para o momento histórico em que vive a humanidade, e como unir-se a seus esforços. Mostrando qual a maneira de levarem a cabo suas atividades e como se organizam, informando qual é a posição da comunidade bahá�’í latino-americana no contexto mundial. Com o título do livro se quer indicar não só o intenso e po-tente esplendor da luz solar no trópico latino-americano, que se transforma na mag-nífica e, às vezes, aterra-dora exuberância da selva amazônica, como também a luz da espiritualidade que brilha nos corações daqueles que estão conectados com Deus, essa luz que emana de qualquer atividade executada por pessoas de boa vontade que busca o bem comum e, finalmente, a luz que em-anará do templo-mãe da América do Sul.

capa onde brilha luz.indd 1 25/03/13 14:51

Em 2001, na mensagem do Ridván, a Casa Universal de Justiça disse: “Quando da conclusão do Templo

Mãe do Ocidente, o Guardião deu início a um programa de construção de templos continentais. Os primeiros foram os Mashri-qu’l-Adhkars em Kampala, Sydney e Frank-furt que foram construídos em cumprimento as metas do Plano de 10 Anos. A Casa Uni-versal deu continuidade a esse programa com a construção dos Templos nas cidades do Panamá, Ápia e Nova Delhi. Mas esta fase continental tem que ser ainda comple-tada: mais um edifício precisa ser construí-do. É com profunda gratidão e alegria que anunciamos neste momento auspicioso a decisão de continuar com este último pro-jeto. Durante o Plano de 5 Anos terá inicio a construção do Templo Mãe da América do Sul, em Santiago, Chile. Começa e, desta forma, cumprindo um desejo claramente ex-presso por Shoghi Effendi.”

Foi então que Daniel Duhart, Helen Mirkovich e Jairo Roldán (três bahá’ís lati-no-americanos) decidiram preparar o livro “Onde Brilha a Luz”. A motivação foi o ensi-no da Fé impulsionado pela construção do Templo Mãe da América Latina, no Chile.

Eles propuseram compartilhar a Fé de maneira mais clara possível como resposta ao interesse de muitos chilenos e de pes-soas do resto do continente, em conhecer a Fé, nossas origens e nossos propósitos.

“O resultado foi que eles elaboraram um excelente livro! O mais moderno que temos em termos de apresentação da Fé e do funcionamento da Comunidade Bahá’í”, afirma Ceres Araújo, tradutora da obra para

o português.Embora o livro tenha sido motivado pela

construção do Templo, é uma ótima opção de indicação para os amigos, como uma pri-meira leitura dos Escritos da Fé, já que as explanações sobre os temas apresentados são seguidas de citações das Escrituras, que colocam o leitor em contato direto com a fonte.

O livro destaca as propostas sociais da Fé, de construção de uma nova civilização e como cada pessoa pode se unir com os bahá’ís em nos esforços de transformar o mundo em que vivemos.

“Onde Brilha a Luz” é dividido em 4 par-tes, onde são tratados:

1- A questão da justiça e da unidade, o processo de transformação, o papel da reli-gião e a meta da Paz Mundial;

2- Os Ensinamentos espirituais: o sen-tido da vida, a vida da alma, os requisitos para o avanço espiritual e material da civi-lização, e as leis, a natureza das leis espi-rituais;

3- Fonte de Guia: as três Figuras Cen-trais da Fé, o Guardião como o construtor da Nova Ordem e a Casa Universal de Jus-tiça;

4- O Funcionamento da Comunidade Bahá’í atual, os três protagonistas do Pla-no, a Consulta como método de decisões coletivas, a resposta da América Latina à Fé e as Casas de Adorações Bahá’ís.

O último capítulo fala da importância dos Mashriqu’l-Adhkárs (Casas de Adora-ção Bahá’í em Árabe). Eles não somente são lugares de adoração a Deus como tem também função social.