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Seção 1 Preparando-se para o novo ambiente Capítulo 1 Organização geral do laboratório e procedimentos 19 Capítulo 2 Configuração e equipamentos do laboratório 37 Capítulo 3 Início e manutenção da organização 43

Cap_01 (1) Na bancada- ocr.pdf

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  • Seo 1Preparando-se para

    o novo ambiente

    Captulo 1

    Organizao geral do laboratrio e procedimentos 19

    Captulo 2

    Configurao e equipamentos do laboratrio 37

    Captulo 3

    Incio e manuteno da organizao 43

  • 1Organizao geral do

    laboratrio e procedimentos

    Bem-vindo a um dos mais excitantes e agradveis lugares de trabalho que j foi desenvolvido, o laboratrio de pesquisas biomdicas.Uma coisa surpreendente acontece aqui: voc recebe pagamento ou crditos escolares para fazer experimentos, o que uma maneira to agradvel de trabalhar que beira ao escandaloso. O trabalho vale o tempo investido. A vestimenta de trabalho informal. As horas de trabalho so geralmente autodeterminadas e baseadas nas necessidades do experimento. O laboratrio ou departamento cheio de pessoas brilhantes e interessantes, com as quais voc pode discutir a concentrao necessria de sal para uma reao com quinases ou as implicaes da ltima lei aprovada no Congresso. Alm disso, ainda pode ter todo o conforto psicolgico de um lar.

    Como qualquer organizao social complexa, os laboratrios de pesquisa tm suas prprias regras e costumes. A dificuldade que as regras no so mencionadas. Espera-se que voc decifre as vrias pistas obscuras e se torne um membro que respeite as leis de uma sociedade em que o individualismo altamente recompensado. Embora no se espere que algum lhe mostre como trabalhar com o equipamento, supe- se que voc saiba trabalhar com ele. Apesar de ser uma profisso em que a comunicao de dados o objetivo e a recompensa da pesquisa, nem todas as pessoas vo se comunicar com voc de maneira clara e satisfatria. No se preocupe, voc vai superar isso! Num curto espao de tempo, o prazer de trabalhar junto com colegas em projetos interessantes e singulares vai suplantar qualquer sentimento inicial de mal-estar. Mas para ter o seu trabalho bem-feito, voc deve antes navegar entre alguns sinais s vezes vagos e confusos e aprender como o seu laboratrio pulsa e vibra.

    PANORAMA GERAL 20O PESSOAL DO LABORATRIO 21ROTINAS DO LABORATRIO 23

    Horrios 23Vestimenta 24Tarefas, trabalhos e atribuies no laboratrio 25 Reunies do laboratrio 25

    O QUE ESPERAR DA PRIMEIRA SEMANA 26O QUE FAZER NA PRIMEIRA SEMANA 27O QUE NO FAZER NA PRIMEIRA SEMANA 29COMO SOBREVIVER POR MEIO DO BOM SENSO E DA CORTESIA 30

    Regras bsicas de sobrevivncia: atitudes 31Regras bsicas de sobrevivncia: cortesia na bancada 31

    REGRAS DE SEGURANA NO-NEGOCIVEIS 33FONTES DE CONSULTA 35

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    PANORAMA GERAL

    Um laboratrio definido por vrios termos que se sobrepem, dependendo para quem ele est sendo descrito: pode ser descrito em termos de sua rea bsica, como imunologia, fisiologia ou biofsica. Isso mais uma definio administrativa do que funcional. O modelo experimental, o organismo utilizado para desenvolver as pesquisas, muitas vezes empregado para ampliar a descrio da rea de investigao. Por exemplo, algum pode ser membro de um laboratrio de ecologia microbiana ou de gentica de fungos ou de neuroanatomia humana.

    A rea de investigao uma maneira mais prtica para descrever um laboratrio, pois aponta o que realmente ele faz: pode-se dizer que o laboratrio de ciclo celular ou de transduo de sinais. Ele provavelmente tem um foco, a questo que agrega todos os seus membros. O laboratrio inteiro pode estar trabalhando com as protenas envolvidas na secreo neuronal ou tentando entender por que e como uma protena especfica de transcrio est relacionada ao desenvolvimento. E cada membro tem sua prpria pergunta, um problema especfico que est tentando resolver experimentalmente.

    Outra maneira pela qual os laboratrios tm sido definidos se eles esto engajados em cincia bsica ou aplicada. A cincia bsica considerada como cincia pura, aquela feita em funo do conhecimento, enquanto que a cincia aplicada procura usar a cincia bsica para o desenvolvimento de um produto, como um antibitico. A cincia bsica considerada como sendo o fruto da pesquisa acadmica, financiada por verbas obtidas de agncias de fomento. A cincia aplicada aquela desenvolvida por empresas e financiada por vultosas verbas, que pagam os salrios dos pesquisadores e todas as despesas. Essas diferenas no so vlidas. Cincia bsica e cincia aplicada so feitas em universidades e em companhias farmacuticas, e as pesquisas em instituies acadmicas e em empresas podem ser financiadas tanto por verbas de agncias de fomento como de investimentos. Para aqueles que trabalham em laboratrios, as semelhanas prticas so mais aparentes do que as diferenas.

    Alguns laboratrios realizam pesquisa clnica, na qual seres humanos ou clulas de pacientes so utilizados para investigar uma doena ou uma sndrome, e boa parte do trabalho feita por mdicos em vez de Ph.Ds. Tais laboratrios so geralmente encontrados somente em faculdades de medicina ou em instituies afiliadas a um hospital onde existe acesso para pacientes.

    Cada laboratrio , geralmente, parte de uma unidade maior, como um departa- mento ou uma diviso, e compartilha recursos com todos os membros do departamento. Grandes equipamentos como ultracentrfugas e freezers -70C so geralmente do departamento, mesmo que eles estejam instalados no laboratrio de algum. Cmaras frias e quentes, salas escuras e equipamento de revelao de filmes, autoclaves e lavadores de vidrarias tambm podem ser compartilhados, a menos que eles pertenam a um laboratrio muito grande e bem-financiado. Muitos departamentos tm uma biblioteca, onde se encontram peridicos cientficos relevantes e recentes. Essa biblioteca muitas vezes funciona como sala para lanches e seminrios. Praticamente todos os departamentos tm um grande quadro de avisos, perto da secretaria, da bi-

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    blioteca ou do escritrio principal, onde so afixados os horrios e os locais de seminrios, as listas de tarefas, os avisos de reunies e os eventos do departamento.

    Use o departamento e no se esconda no laboratrio. O departamento uma fonte que pode prov-lo de idias, de equipamentos e de conexes. Seu relacionamento com os membros do departamento pode influenciar muito a felicidade e a produtividade de sua vida no laboratrio.

    O PESSOAL DO LABORATRIO

    Os grupos de laboratrio tm uma dinmica que nitidamente nica, na qual as pessoas trabalham de maneira mais independente do que em outros grupos, e a estrutura organizacional tende a ser preferencialmente horizontal. Praticamente, isso significa que todos so iguais e que no tarefa de algum mostrar a voc como fazer as coisas. No pense que s porque uma pessoa tem um status "mais baixo" do que o seu, voc pode ordenar indiscriminadamente que ela faa uma soluo-tampo. Voc at pode conseguir o tampo, mas tambm vai gerar muita agresso passiva. Antagoni- zar uma pessoa pode significar que ningum vai conseguir um espao no freezer para voc, tirar os seus tubos da lavadora quando voc os tiver esquecido ou ajud-lo com clculos, at que voc tenha mudado a sua atitude.

    Os laboratrios tm uma grande variedade de pessoal trabalhando neles, com diferentes nveis de comprometimento e vrias razes para estar ali. O elenco de personagens comumente inclui:

    O pesquisador principal. Essa pessoa pode tambm ser conhecida como o coordenador do laboratrio, o chefe, o orientador. Ela provavelmente passa mais tempo realizando tarefas administrativas, como a redao de projetos ou relatrios de pesquisa, do que fazendo o trabalho de laboratrio, mas o guia intelectual por trs da maioria dos projetos. Direta ou indiretamente, responsvel pelo financiamento da pesquisa do laboratrio. Toda a atmosfera de trabalho - amizade e camaradagem ou competitividade feroz - depender da personalidade e da liderana do pesquisador principal.

    O ps-doc. Esta a abreviatura para "ps-doutorando", que pode ser um pesquisador associado, assistente ou "residente" (os termos dependem das instituies), uma pessoa que j recebeu o seu Ph.D. ou, mais raramente, M.D., e est fazendo um treinamento de dois a cinco anos antes de tentar um cargo como pesquisador principal em uma universidade ou em uma indstria. Um ps-doc geralmente trabalha de maneira bem independente no seu prprio projeto, embora colabore com outros membros do laboratrio em algum aspecto particular do projeto.

    O tcnico ou assistente de pesquisa. Um tcnico pode ser um estudante de graduao que pretende ganhar mais experincia no laboratrio antes de entrar num curso de doutorado ou um profissional habilitado e pago. Em instituies acadmi-

    Trate todos os membros do laboratrio com o mesmo respeito que voc tem pelo chefe do laboratrio.

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    cas, geralmente um aluno de ps-graduao que ficar no cargo por apenas dois anos. Na indstria ou em alguns centros mdicos, existem colocaes de longa durao (com mais dinheiro e prestgio). Os tcnicos realizam vrias tarefas, incluindo a encomenda de materiais, o preparo de meios e o cuidado de linhagens de clulas, o auxlio na pesquisa de um membro especfico do laboratrio e o projeto e a realizao de seus prprios experimentos.

    O estudante de ps-graduao. Os estudantes de ps-graduao frequentam o laboratrio para realizar a parte experimental de suas dissertaes de mestrado ou teses de doutorado. Geralmente trabalham por longas horas e investem uma grande quantidade de tempo e de emoo em seus projetos. Assim como os ps-docs, os estudantes de ps-graduao tm seus prprios projetos e gradativamente tornam-se independentes durante o seu perodo no laboratrio.

    O estagirio. Muitos programas de ps-graduao exigem que seu estudantes trabalhem em vrios laboratrios antes que eles decidam em qual vo realizar o trabalho de sua tese. Essas breves semanas de trabalho so conhecidas como estgio. O estagirio fica no laboratrio de seis semanas a seis meses, geralmente num projeto de curta durao. Ele pode ser solicitado a fazer rodzio, pode querer aprender novas tcnicas numa rea nova ou pode estar observando o campo antes de assumir um compromisso maior.

    O estudante em frias. Esse estudante , geralmente, aluno de graduao, s vezes at aluno de escolas secundrias. Um aluno que j tenha trabalhado no laboratrio pode realizar seu prprio pequeno projeto, enquanto que um novo estudante pode fazer solues-tampo para todo o laboratrio ou ser designado para ajudar uma pessoa em particular.

    O residente. Os residentes so geralmente encontrados em laboratrios de pesquisa de centros mdicos, investigando um aspecto de doenas de seres humanos. Eles podem permanecer de algumas semanas a vrios meses numa rea associada com a sua especialidade, normalmente em projetos de longa durao. Um residente pode ser denominado fellow em algumas instituies.

    O pesquisador visitante. Durante um perodo sabtico, um membro de alguma faculdade pode ir para outro laboratrio, onde pode aprender uma nova tcnica, experimentar uma nova rea de conhecimento ou colaborar numa srie de experimentos.

    O tcnico profissional muitas vezes a pessoa mais experiente e informada num laboratrio.

    A secretria ou assistente administrativa. A secretria pode estar encarregada de encomendar os suprimentos para o laboratrio, pode ajudar os membros do laboratrio com os pedidos de verbas para projetos, pode organizar os seminrios e os clubes de revista do laboratrio ou pode trabalhar exclusivamente para o pesquisador principal. Tenha muita considerao com a secretria, que uma das pessoas mais importantes e necessrias, mas subvalorizada e rudemente tratada em muitos laboratrios.

    O ajudante de laboratrio. Algumas tarefas em um departamento ou laboratrio so feitas por um ajudante, que contratado para realizar um conjunto especfico

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    de tarefas. Essa pessoa geralmente no treinada para ser um cientista, mas ajuda muito, realizando tarefas tediosas e que consomem muito tempo. Exemplos de ajudantes de laboratrio so os preparadores de meios e lavadores de vidraria. O preparador de meios prepara e distribui os meios de cultura de clulas e de bactrias nas placas. Um lavador de vidraria - aquele que lava a vidraria suja, as pipetas e, s vezes, entrega o material lavado e autoclavado - um luxo que pequenos laboratrios no podem ter. Esse posto geralmente do departamento, com vrios laboratrios sendo atendidos pela mesma pessoa.

    Supervisor do laboratrio. O dia-a-dia do funcionamento do laboratrio pode ser realizado por um supervisor. As responsabilidades do supervisor podem ir desde a manuteno dos estoques e a organizao de seminrios at a sugesto de abordagens experimentais. Qualquer que seja o caso, no deixe que a presena de um supervisor o impea de interagir com o pesquisador principal.

    Responsvel pela segurana do laboratrio. Um membro do laboratrio, geralmente uma pessoa que j est l por alguns anos, o responsvel por ser o contato entre o laboratrio e o departamento de Sade Ambiental e Segurana. Se voc tem dvidas a respeito de sade, de segurana ou de convenincia dos protocolos de laboratrio, fale com o responsvel pela segurana. Geralmente um cargo departamental.

    ROTINAS DO LABORATRIO

    Embora os laboratrios tenham pessoas circulando durante todas as horas do dia, certas rotinas e costumes se mantm firmes no caos aparente. Iro se passar algumas semanas at que o ritmo do laboratrio fique claro e voc possa se posicionar nesse ambiente. Inicialmente, tente se encaixar nas rotinas do trabalho desde que isso no o comprometa.

    Conhecer a posio das pessoas no laboratrio pode aju- d-lo a entender por que elas fazem algumas coisas que podem lhe parecer inexplicveis. Isso pode indicar qual a melhor pessoa a ser consultada sobre um problema cientfico ou pessoal. Mas no defina algum somente pelo seu ttulo, pois poder subestimar uma fonte potencial de informaes ou ficar impressionado quando no deveria!

    HorriosComo os experimentos nunca se ajustam em um horrio comercial, quem trabalha em um laboratrio sempre tem horrios longos, imprevisveis e bastante excntricos. Permite-se que a maioria das pessoas regule o seu prprio horrio, com a confiana maior geralmente associada aos departamentos acadmicos. Mas, mesmo que o la-

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    boralrio seja acadmico e que nenhuma palavra seja dita a respeito de horrios, provavelmente existe um horrio-padro que se espera que seja cumprido. Departamentos de companhias e hospitais tendem a ter horrios mais tradicionais, enquanto que departamentos acadmicos aparentam ser mais livres, com mais ao noite a dentro. Mas em ambos os casos, trabalhar menos horas do que o esperado - e, algumas vezes, o quanto se espera no dito claramente - pode estigmatizar um novo membro do laboratrio. Descubra quantas horas de trabalho so presumidas e tente manter-se conforme o esperado. Se a maioria das pessoas tende a chegar tarde pela manh e trabalhar at a noite, tente fazer o mesmo. Trabalhar em horrios diferentes dos outros dificulta conhecer as pessoas e conseguir a ajuda que voc necessita delas.

    O cargo influencia o horrio. Basicamente, como as pessoas dependem deles, os tcnicos e as secretrias trabalham em horrios mais regulares e predizveis. Mas, se esperado que voc fique at terminar os experimentos ou projetos, justo que voc possa ter mais liberdade de escolha dos seus horrios.

    situao pessoal pode no permitir que voc trabalhe nos horrios do laboratrio. Filhos, aulas, transporte publico e parceiros de trabalho so alguns dos fatores que tambm podem influenciar em seu horrio de trabalho. Tente, o quanto puder, sobrepor o seu horrio com o dos outros membros do laboratrio. Mantenha sempre o seu horrio de acordo, porque certamente voc no vai querer estar numa situao na qual precise se esgueirar e agir de maneira estranha, tal como manter as luzes acesas e os equipamentos ligados s para dar a impresso de que est no laboratrio. Espera-se que o seu trabalho fale por si mesmo.

    A poltica de frias tambm varia de laboratrio para laboratrio e geralmente no mencionada. Em vrios locais, as pessoas so desencorajadas a tirar frias, porque sempre parece que o momento errado para deixar um projeto. Se o projeto est indo bem, voc no quer sair durante uma sequncia de bons resultados, ou ento, se o projeto no est indo bem, voc se sente culpado por sair antes de coloc-lo no caminho correto. Tire o tempo que voc merece, mas no abuse do privilgio de decises independentes.

    VestimentaUm dos benefcios mais satisfatrios de trabalhar em um laboratrio a liberdade de vestir aquilo que voc gosta. As pessoas em hospitais e companhias sempre se vestem mais formalmente do que nas instituies acadmicas, pois elas precisam interagir com pacientes e com pessoas que no pertencem ao laboratrio. As pessoas em instituies acadmicas tendem a se ofender com a sugesto de terem o seu vesturio regulado, mesmo pelos costumes. Isto um assunto pessoal, mas mais provvel que voc possa vestir o que quiser e ningum ir question-lo por isso.

    So poucas as regras para a vestimenta de laboratrio:

    No use roupas boas, a menos que voc queira respingar fenol ou alvejante nelas. Os respingos sempre caem na sua roupa favorita ou na mais cara.

    Se voc precisa usar uma gravata, mantenha-a longe do bico de Bunsen.

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    Tarefas, trabalhos e atribuies no laboratrioEm muitos laboratrios, o pessoal deve compartilhar tarefas comuns. Tarefas tpicas incluem fazer litros de um tampo frequentemente usado, buscar gelo seco, trocar os cilindros de C02 das incubadoras ou empacotar os resduos radioativos. Tais trabalhos podem ser permanentes ou feitos em forma de rodzio a intervalos regulares. s vezes, a tarefa um determinado equipamento que fica sob responsabilidade de uma pessoa, que deve mant-lo em ordem e em bom funcionamento.

    Leve as suas atribuies a srio. No deixe que elas venham em segundo lugar, depois dos seus prprios experimentos. Outros membros do laboratrio podem depender do tampo que voc sempre esquece de fazer, e mesmo que voc nunca tenha arrumado o experimento de algum, poder ficar com reputao de mau colega. Tente fazer a sua tarefa com satisfao.

    Reunies do laboratrioOs laboratrios fazem reunies do seu pessoal para discutir as investigaes em andamento, analisar as pesquisas que foram publicadas recentemente (como sempre so discutidos artigos de peridicos, essas reunies so chamadas de clube de revista), bem como os problemas organizacionais. Isso pode ser combinado em uma ou mais reunies, pois os laboratrios menores no tm seus prprios encontros, mas participam dos encontros do departamento. Muitos laboratrios ou departamentos tm um clube de revista semanal e uma reunio de pesquisa semanal.

    Nas reunies de pesquisa, uma ou duas pessoas apresentam seus dados. Em alguns lugares, todos os membros do laboratrio falam brevemente. Tais apresentaes podem ser informais, durante um lanche e com apenas um quadro-negro ou um retropro- jetor, ou podem ser formais o bastante para exigir slides e roupas apropriadas.

    Os clubes de revista so sempre mais informais, embora o costume possa definir se a apresentao do artigo deve ser feita com o uso de fotocpias ou de quadro-negro. Muitas vezes, os artigos a ser apresentados so listados alguns dias antes do encontro, de modo que os participantes podem l-los e ter ao menos uma idia geral do tpico a ser abordado.

    Quem participa das reunies de laboratrio? A base da maioria das reunies de laboratrio so os estudantes e os ps-docs, com a participao de tcnicos, de professores e de estagirios. Certamente, se no foi solicitada a sua participao, mas voc gostaria de estar presente, voc deve perguntar ao coordenador do laboratrio se isso possvel.

    Escutar rdio. Muitos laboratrios tm um rdio ou um CD player na sala principal e o debate sobre a escolha das msicas pode rapidamente se transformar em uma guerra. No entre nessa. Se voc no gosta da msica, compre seus prprios fones de ouvido ou um walkman.

    Participe de todas as reunies. A menos que voc tenha uma necessidade premente e desesperada de trabalhar no seu experimento, arranje tempo para ir a todos os clubes de revista e apresentaes de pesquisa. Alm do contedo (e voc provavelmente vai aprender muito), a sua presena mostra o seu apoio aos seus colegas e isso importante para a coeso do departamento.

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    Se esperado que voc participe, geralmente designado um perodo sem incumbncias, especialmente para os seminrios de pesquisa. comum que, se voc j fez alguma pesquisa prvia, o seu primeiro seminrio seja referente aos seus projetos anteriores. O formato das reunies de laboratrio varia bastante. O Captulo 6 contm mais detalhes sobre a participao e a preparao de reunies de laboratrio.

    Provavelmente, a sua participao ser requerida, mas voc ter um perodo livre, especialmente para os seminrios de pesquisa. O formato dos clubes de revista e das reunies de pesquisa varia bastante. Na sua primeira apresentao, procure seguir o formato usual do laboratrio. O Captulo 6 contm mais detalhes sobre como fazer as suas prprias apresentaes.

    O QUE ESPERAR DA PRIMEIRA SEMANA

    Ser designada para voc uma bancada do laboratrio ou parte de uma. Voc pode receber tambm uma escrivaninha, que pode estar no laboratrio ou na rea comum do escritrio. No se ofenda se o lugar que voc recebeu muito pequeno - espao um prmio na maioria dos laboratrios e, geralmente, quanto mais bem-sucedido o pesquisador principal, tanto mais o laboratrio abarrotado e menos espao dado para as pessoas. Voc pode observar que muitas pessoas tm mais espao, mas no reclame ainda.

    O coordenador do laboratrio, ou a pessoa responsvel pela sua presena, provavelmente vai sentar com voc para discutir o projeto em que voc vai trabalhar. O bsico do projeto provavelmente j foi delineado antes de voc vir para o laboratrio, mas este o momento para descobrir as especificidades. Se for oferecida a chance de trabalhar junto com outra pessoa (em vez de trabalhar completamente independente), agarre a oportunidade! Voc vai ter muito mais ajuda do que se tiver que reunir as instrues sozinho e poder negociar sua autonomia mais tarde.

    Se puder, leia a literatura relacionada com o projeto no qual voc ir trabalhar, ou sobre o tema do trabalho, antes da conversa. No se preocupe se nem tudo fizer sentido ou se no fizer sentido nenhum - assim que voc fizer alguns experimentos, tudo vai se tomar mais claro - ler sobre o assunto lhe fornecer o vocabulrio com o qual ser possvel manter a conversao.

    Voc ter uma palestra que tem por objetivo fornecer instrues bsicas sobre segurana individual, uso de material radioativo e eliminao de material com risco biolgico. Pode ser um filme ou uma palestra sobre as precaues de segurana geral no laboratrio e, em particular, as regras da instituio. Se necessrio, voc ser ensinado sobre o uso de radioatividade e receber um crach a ser usado para monitorar sua exposio radiao. Se voc trabalha com sangue humano ou clulas humanas, rece-

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    ber vacina contra hepatite B. Outras vacinas ou exames podem ser necessrios quando se trabalha com alguns organismos em particular. Um teste de tireide deve ser feito se algum no laboratrio ou no departamento for trabalhar com iodo radioativo.

    Voc receber as chaves ou um carto para acesso ao laboratrio e uma identificaoinstitucional. As chaves podem no ser somente para o seu laboratrio, mas tambm para as reas compartilhadas por outros laboratrios do departamento. No abuse dessas chaves para bisbilhotar os outros laboratrios fora dos horrios.

    Voc vai receber um espao no refrigerador e nos freezers -20C e -70C. Isso, em teoria. Na prtica, vai levar um longo tempo at que as outras pessoas se reorganizem (pois todos ocupam qualquer espao que estiver vago) e faam espao para voc. Descubra onde voc pode manter algumas poucas coisas enquanto espera pelo seu espao permanente.

    Faa um experimento! No espere at entender o sistema para comear os experimentos - voc no estar pronto para efetivamente aprender at que tenha feito seus primeiros experimentos. Isso mgica, mas a verdade banal n 1 do laboratrio. Isso tambm vai ajud-lo a se sentir e ser considerado como um membro produtivo. O experimento no precisa ser algo fantstico - na verdade, deve ser simples e ser usado para comparar os seus resultados com os de outros em algum ensaio feito com fre- quncia no laboratrio.

    Organize a sua bancada. Encomende, encontre, limpe e organize o que voc precisa para a sua escrivaninha e seu espao pessoal no laboratrio. Pense em termos de fazer um experimento assim que for possvel.

    Apresente-se a todo mundo. O pessoal que trabalha em laboratrio vai e vem, as pessoas so ocupadas, portanto, no se sinta menosprezado se voc no recebe um tratamento com tapete vermelho. Faa com que todos saibam quem voc e em que est trabalhando. Perguntar s pessoas sobre o projeto em que esto trabalhando uma boa maneira de quebrar o gelo. V almoar com os membros do laboratrio pelo menos uma vez durante a semana.

    Tome nota de tudo. Isso no apenas cortesia, mas uma necessidade. Voc receber tantas informaes na primeira semana que impossvel lembrar de todos os detalhes. E os detalhes podem ser de crucial importncia quando voc se descobre sozinho noite e no se lembra onde est o reagente de que precisa.

    O QUE FAZER NA PRIMEIRA SEMANA

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    Familiarize-se com o modo como o laboratrio funciona, onde as coisas so guardadas, quem faz o que e quando. Observe e faa perguntas quando isso no for muito inoportuno; no pergunte sobre a lancheria ou sobre o uso do telefone quando algum estiver no meio de um experimento.

    Pergunte. verdade, voc no quer aborrecer ningum, especialmente sem necessidade. Mas sempre melhor perguntar sobre um procedimento, um reagente, um equipamento, do que perder tempo e dinheiro. Se voc comete um erro, pergunte sempre a um colega se o erro pode ser reparado. Os mesmos erros so sempre repetidos pelos novatos, e sempre h uma sada para muitos experimentos aparentemente arruinados.

    Coisas a descobrir na primeira semanaReagentes. Onde esto os reagentes, como eles esto organizados, onde eles so pesados

    e onde se mede o pH ?Uso de computadores. Voc tem acesso a um computador? Se tem, quando pode usar?

    necessria uma senha ou nmero de acesso? Voc pode fazer busca bibliogrfica? Existe alguma maneira de entrar na Internet? Voc pode enviar e receber e-mail? Como voc consegue um endereo de e-mail?

    Primeiros socorros. Existe um nmero para chamar nas emergncias? Onde esto os estojos de primeiros socorros? Onde o chuveiro de segurana e como ele funciona?

    Vidraria. Onde a vidraria limpa guardada? Onde colocar a vidraria suja? Algum lava toda a vidraria ou cada pessoa deve cuidar da sua?

    Biblioteca. Onde a biblioteca e o que voc precisa para utiliz-la? Como se faz fotocpias na biblioteca? Pode-se acessar a biblioteca por meio do computador do laboratrio?

    Avental. A instituio fornece os aventais? Se eles so de tecido, a instituio os envia para uma lavanderia?

    Reunies de laboratrio e clubes de revista. Quais os horrios das reunies de laboratrio e dos clubes de revista? Como o formato dos encontros?

    Caderno de laboratrio. Existe uma regra do laboratrio para anotar os resultados de experimentos? Pode-se usar folhas soltas ou devem ser encadernadas? Os cadernos ou as folhas so fornecidos? necessrio fazer uma cpia dos dados obtidos a cada dia?

    Encomenda de suprimentos. Cada um faz os seus prprios pedidos ou existe algum responsvel pelas encomendas de todos? Existe um oramento a ser obedecido? As encomendas podem ser feitas por computador? Quem recebe os suprimentos quando eles chegam?

    Copiadora. necessrio um carto ou senha, ou voc deve manter um registro do nmero de cpias?

    Chamadas telefnicas. Qual o nmero do telefone do laboratrio? Existe uma secretria eletrnica? Se sim, como obter as mensagens? Cada pessoa deve pagar por suas chamadas pessoais?

  • Na Bancada 29

    Descarte do lixo. Quem recolhe o lixo? Onde os materiais com risco biolgico so colocados e quem o responsvel por retir-los? Onde voc descarta agulhas e materiais cortantes? Existe reciclagem de papel?

    Horrio de trabalho. A que horas as pessoas tendem a trabalhar? At que horas os seus colaboradores esto? Qual o melhor horrio para ser o primeiro a usar o equipamento?

    No mencione constantemente, quando estiverem lhe mostrando algo, que ns no fazamos desta maneira na aula/no meu outro laboratrio/no hospital. Isso um insulto implcito que no ser apreciado. Quando voc J estiver no laboratrio por algum tempo e tiver tido a chance para realmente avaliar a maneira como algo em particular feito, voc estar apto a introduzir um aperfeioamento ou tomar suas prprias decises sobre um mtodo. Mas, por enquanto, apenas oua.

    No laboratrio, no leia jornais ou romances, nem execute jogos no computador. Durante todos os dias no laboratrio, especialmente mais cedo, h horas mortas (sem experimentos), mas ler a seo de esportes enquanto outros esto trabalhando duro vai criar uma primeira impresso ruim. No, isso no deveria importar, mas importa. Use o tempo para ler literatura relevante.

    No pergunte ou reclame sobre dinheiro e salrio. J passou o tempo em que, de um cientista srio, esperava-se que ele ficasse absorvido apenas no seu trabalho e o interesse por dinheiro sugeria que a pessoa no estava contente com a beleza da descoberta cientfica. Os cientistas tiveram que se tomar mais prticos, mas ainda hoje permanece o sentimento de que a conversa sobre dinheiro inadequada e no-profissional.Negocie seu salrio e benefcios antes da sua chegada e mantenha um ouvido atento para pistas de injustia, mas no macule o incio do seu trabalho com conversas sobre o que os seus amigos em outros laboratrios esto recebendo de salrio.

    No use excessivamente o telefone ou a copiadora para assuntos pessoais. Na medida do possvel, tente manter as suas atividades no-profissionais longe do laboratrio o quanto puder. Se voc precisa usar o telefone por razes pessoais, faa a ligao o mais breve possvel, especialmente se voc compartilha o telefone com outros membros do laboratrio.

    Na primeira semana, os novatos no laboratrio tendem a fotocopiar dezenas e dezenas de artigos relevantes a sua nova rea de pesquisa. Poucos desses artigos sero lidos e menos ainda sero lembrados. Fotocopiar um artigo no faz com que voc absorva o contedo por osmose! Voc vai realmente aprender dos artigos lendo-os imediatamente e fazendo anotaes sobre as partes importantes.

    O QUE NO FAZER NA PRIMEIRA SEMANA

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    No d a entender que voc est trabalhando no laboratrio por qualquer outra razo que no seja o amor pela pesquisa. Se existe outra razo, guarde-a para si, ou as outras pessoas vo pensar que voc no leva a srio o seu trabalho. Dizendo coisas do tipo "eu estou aqui s para conseguir uma posio melhor", voc rebaixa as razes pelas quais as outras pessoas esto l.

    COMO SOBREVIVER POR MEIO DO BOM SENSO E DA CORTESIA

    Seguir a simples cortesia de laboratrio vital para manter uma relao com os colegas e conseguir fazer o seu trabalho. Esta seo tambm poderia ser chamada de "Sobrevivncia no Laboratrio" ou "Se voc pretende ler qualquer coisa neste livro, leia esta seo".

    Qualquer pessoa num laboratrio geralmente est disposta a ajudar, mas extremamente ocupada e voc deve respeitar isso para que elas lhe ajudem a aprender como descobrir as informaes de que precisa. Essas regras soam rgidas, mas elas so o senso comum num ambiente no qual os objetivos do grupo so funcionalmente secundrios s realizaes e s responsabilidades individuais.

    Mesmo no folclore e na fico, o pesquisador sem considerao causa problemas no laboratrio:

    "A demisso de Vergil nao causou aflio excessiva aos seus empregadores. Nos trs anos que esteve na Genetron, ele cometeu inumerveis quebras da etiqueta do laboratrio. Raramente lavava a vidraria e por duas vezes foi acusado de no limpar os respingos de brometo de etdio - um forte mutagnico - dos balces. Tambm era terrivelmente descuidado com os radionucleotdeos." (Transcrito, com permisso, de Greg Bear 1986, p. 12)

    "A chegada deles foi vista como, no mnimo, uma invaso pelo pessoal do laboratrio de Art Riggs. Riggs tendia a ser meticuloso, cuidadoso e atencioso; por exemplo, quando m m tcnica, Louise Shively, ficou grvida, ele assumiu todas as tarefas envolvendo isto- pos radioativos. Os cientistas de San Francisco eram diferentes. 'Era inacreditvel,' lembra Shively- 'Ficou claro desde o primeiro dia que eles eram caticos e deixavam uma baguna atrs de si em qualquer lugar onde trabalhavam. Eles pareciam um vendaval. 'Rigs ocasionalmente lembrava-os de mostrar melhores maneiras na bancada, mas como Goeddel admite, 'ns estvamos to preocupados com o projeto que no o escutvamos muito.' Para o alvio de todos, eles faziam a maior parte do seu trabalho no pequeno laboratrio do outro lado do corredor." (Hall 1987, p. 219)

    Cortesia nem sempre importa - Vergil morreu, no romance de fico, por causa da sujeira que fazia, mas Goeddel foi realmente um dos que clonaram o gene da insulina - no entanto cortesia certamente ajuda um laboratrio a andar mais eficiente, tranquila e agradavelmente.

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    Regras bsicas de sobrevivncia: atitudes

    1. Pea, no ordene. As outras pessoas no laboratrio so colegas.

    2. No suponha nada. Voc no deve pensar que algum ir parar imediatamente seu prprio experimento para ajud-lo naquilo que estiver precisando, que algum ir ocupar-se do alarme da incubadora. Seja, pelo menos no incio, bem humilde nas suas expectativas. E tambm, no suponha que qualquer outra pessoa esteja sempre certa.

    3. Escreva tudo quando receber instrues de algum. Voc vai receber uma grande quantidade de informaes dadas por vrias pessoas e deve evitar fazer sempre as mesmas perguntas. Anote o nome das pessoas, tempos de incubao e temperaturas, local dos reagentes, instrues de uso da autoclave, e qualquer item que possa evitar mais uma pergunta. Isso tem o benefcio psicolgico de no apenas ajud-lo a lembrar, mas tambm far com que acumule pontos positivos ao tornar bvio para as pessoas que voc est interessado no que eles esto dizendo.

    4. Marque hora ou pea tempo com as pessoas.O tempo sempre apertado quando um experimento est em andamento - mesmo cinco minutos do tempo de uma pessoa (e, no laboratrio, quase nada leva cinco minutos) pode ser impossvel de se conseguir. Pergunte para a pessoa se, no final da manh, ela pode lhe mostrar como usar a balana. No espere at que as suas amostras tenham descongelado e voc tenha um intervalo de dois minutos para, desesperadamente, pedir a ajuda de algum.

    5. No retire peridicos da biblioteca do departamento, exceto para fazer cpia de um artigo. Coloque a revista de volta exatamente onde ela estava na prateleira. Se for permitido comer na biblioteca, limpe todos os farelos e fragmentosantes de sair.

    6. No discuta os resultados de um colega com outras pessoas que no pertencem ao laboratrio. Pode haver aspectos relativos competio entre laboratrios, ou ento os dados no foram repetidos o suficiente para tom-los confiveis.

    No faa perguntas a quem est manipulando ou escrevendo em tubos. Faa a sua presena ser notada e espere at que a pessoa possa lhe atender.

    Se for encontrado um resultado "quente" pela manh num laboratrio em New York, todos na Califrnia iro saber tarde. Normalmente existe bem menos do que seis nveis de separao entre dois membros de laboratrios, ento um resultado delicado deve ser mantido em segredo at que o pesquisador envolvido esteja pronto para falar.

    Regras bsicas de sobrevivncia: cortesia na bancada

    1. Nunca use reagentes ou tampes sem permisso. Os tampes e os reagentes que esto nas bancadas das pessoas so muito preciosos e muito, muito pes

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    soais. Eles podem ser estreis, podem ser livres de RNase, podem ser apenas particulares, e voc no pode pegar um mililitro sequer sem pedir permisso ao proprietrio.

    Eles tambm podem no ser exatamente o que voc pensa que eles so ou no ser o que est no rtulo e o seu uso pode vir a arruinar o seu experimento. Provavelmente existem reagentes que so de uso comum em algum lugar - mas espere at que lhe seja dito explicitamente o que eles so e em que condies voc pode us-los antes de tocar neles.

    2. Se um reagente de uso comum est em pouca quantidade ou acaba, encomende mais. No coloque a garrafa vazia de volta na prateleira. Descubra como encomendar mais para o estoque. uma boa idia deixar um aviso com data na prateleira comunicando que o item foi encomendado.

    3. No ignore um equipamento quebrado ou um alarme de equipamento. Nosseus primeiros dias, talvez voc no esteja apto a tratar de um equipamento com problemas, mas deve notificar outro membro do laboratrio, de maneira que sejam tomadas medidas apropriadas. No use simplesmente outra centrfuga ou forma de gel, deixando o problema para o prximo usurio resolver.

    Aes imediatas devem ser tomadas se voc ouvir um sinal ou um alarme tocando em algum equipamento, pois as consequncias por ignor-los podem ser completamente desastrosas. Em particular, perda de potncia ou de manuteno de temperatura em freezers de baixa temperatura ou em tanques de estoque de nitrognio lquido pode significar a perda de todos os clones, as linhagens de clulas, as protenas purificadas e as bibliotecas de cDNA do departamento. E se isso acontecer por sua culpa, voc poder ter problemas.

    4. No desloque as coisas ou troque de lugar quaisquer tubos, reagentes ou equipamentos que esto nas reas compartilhadas do laboratrio. Isso no a coisa mais sensata, mas as pessoas encontram seus reagentes mais pela localizao do que pelo rtulo, portanto, coloque-os nos lugares mais prximos possveis da localizao original. Se voc precisa deslocar algo, notifique o proprietrio do material.

    5. No deixe as coisas em qualquer lugar, exceto aquelas que pertencem sua prpria bancada. Isso significa: nenhum frasco na pia, nem uma pipeta no lixo, a menos que esses sejam o seu destino correto.

    6. Se voc fez alguma coisa errada, confesse. Provavelmente todos sabem o que voc fez, portanto, conte a verdade! Isso vai fazer com que voc seja considerado como um membro honesto da comunidade, o que no uma coisa insignificante na profisso de pesquisador. Qualquer um pode cometer erros, mas tentar escond-los deixa uma impresso desagradvel. Oferea-se para consertar o erro, se possvel.

    7. Limpe imediatamente depois (ou melhor ainda, durante) cada parte de um experimento. A limpeza faz parte do experimento, no algo extra a ser feito para mostrar que voc uma boa pessoa. Seja especialmente cuidadoso em manter as reas compartilhadas, tais como pias, capela de cultura de clulas e reas de eletroforese, livres da sua parafernlia e dos escombros do seu experimento. Isso ajudar os outros a acelerar seus prprios experimentos.

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    8. Pea o mnimo de favores. No h problema em pedir para algum parar ou terminar um experimento para voc se realmente precisa sair e isso ir exigir um mnimo de atividade do outro. O pessoal de laboratrio sempre precisa um do outro para esse tipo de ajuda. Mas no apresente para algum uma lista de coisas para fazer porque voc quer ir ao cinema.

    REGRAS DE SEGURANA NO-NEGOCIVEIS

    1. Siga as regras universais de segurana

    No comer, no beber, no fumar no laboratrio.As pessoas frequentemente levam alguma coisa de comer para as suas escrivaninhas, mas essa no uma boa idia; isso no apenas esttica e saudavelmente algo ruim, mas o pessoal da segurana do laboratrio vai ficar bem irritado com voc se lhe pegarem no ato. Deve haver por perto um lugar para comer e beber.

    Na verdade, o laboratrio pode ser fechado se encontrarem o pessoal comendo no recinto. Geralmente uma advertncia dada na primeira infrao.

    Esteja atento para os sinais que avisam para perigos potenciais. Os dois que so encontrados em muitos laboratrios so o sinal amarelo de radioatividade (radioactive), indicando que agentes radioativos so estocados ou usados naquele local, e o sinal laranja de risco biolgico (biohazard), que colocado onde pode haver agentes infecciosos. No use nada que contenha esses sinais, incluindo refrigeradores e incubadoras, at que voc tenha sido autorizado pelo pessoal de segurana do laboratrio.

    Evite sapatos abertos, porque eles podem deixar os seus ps vulnerveis a respingos. Use o avental no laboratrio. Isso no considerado muito chique em vrios

    laboratrios, mas muito fcil se encostar num balco que foi recentemente limpo com um alvejante e deixar uma linda mancha na sua camisa. No use o avental fora da rea do laboratrio. O avental protege voc de subs

    tncias custicas e infecciosas e muita insensatez submeter outras pessoas a essas coisas desagradveis. Se for parte da etiqueta local usar avental nos seminrios ou no almoo, tenha sempre um avental limpo para essas ocasies. No pipete com a boca. Nem mesmo gua esterilizada! Solicite uma pra ou

    pipetador mecnico.

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    2. Saiba como ajudar a si mesmo e a outros membros do laboratrio em casos de emergncia.

    Memorize os nmeros de telefone da segurana. Deve haver um nmero a ser usado em casos de emergncia de qualquer natureza. Deve haver um nmero para o setor de emergncias em sade, bem como um nmero para a Segurana ou Polcia do Campus. No esquea do nmero do Departamento de Polcia e dos Bombeiros.

    Descubra onde esto o estojo de primeiros socorros, os kits para respingos de material radioativo e de reagentes, os lavadores de olhos e os chuveiros de segurana. Esteja familiarizado com as regras de segurana de seu laboratrio.

    3. No faa nada que voc sinta que perigoso. Se voc tem perguntas ou dvidas sobre qualquer procedimento, confira com o pessoal de segurana e de sade do laboratrio.

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    FONTES DE CONSULTA

    Os seguintes livros abordam aspectos tanto profissionais quanto pessoais a respeitoda pesquisa biomdica:

    Angier N. 1988. Natural obsessions. The search for the oncogene. Houghton Mifflin Company, Boston, Massachusetts.

    Bear G. 1986. Blood music. Ace Books, New York, New York.Gornick V. 1990. Women in Science. Simon and Schuster, New York, New York.Hall S.S. 1987. Invisible frontiers. The race to synthesize a human gene. Tempus Books, Redmond,

    Washington.Kornberg A. 1995. The golden helix. Inside biotech ventures. University Science Books, Sausalito,

    California.Lewis S. 1961. Arrowsmith. The New American Library of World Literature, New York, New

    York.Teitelman R. 1989. Gene dreams. Wall Street, academia, and the rise of biotechnology. Basic Books,

    New York, New York.Watson, I.D. 1968. The double helix. The New American Library, New York, New York.