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O CONFECCIONISTA - ANO VI - Nº 34 - JAN/FEV -2015 WWW.OCONFECCIONISTA.COM.BR ANO VI - Nº 34 - JAN/FEV 2015 confeccionista impressão editora TRICÔ ganha as vitrines neste inverno VERÃO 15/16 O que se vê lá fora PRODUTIVIDADE Motivação alavanca resultados 2015 cenário é incerto mas empresários estão otimistas INOVAÇÃO É possível chegar lá

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WWW.OCONFECCIONISTA.COM.BRoANO VI - Nº 34 - JAN/FEV 2015confeccionista

VERÃO 16•Denims diferenciados•Moda praia•Cores e Estampas

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CHAMADAS DE CAPA

TRICÔganha as vitrines neste inverno

VERÃO 15/16O que se vê lá fora

PRODUTIVIDADEMotivação alavanca

resultados

2015cenário é incerto mas empresários

estão otimistas

INOVAÇÃOÉ possível chegar lá

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4 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Depois das eleições, achei que as coisas iriam piorar ainda mais, porém, com as recentes medidas do governo acredito que entramos no caminho que já deveríamos estar há muito tempo.Agora, quem começa a ficar preocupado são aquelas empresas que trouxeram grandes quantidades de produtos importados e que fizeram parcerias com fornecedores, principalmente asiáticos. O mercado nacional tem espaço para todo mundo só que, antes, as condições estavam pesando apenas para um lado da balança.Não tenho dúvidas de que o dólar em um curto espaço de tempo chegará a R$ 3,20 e, se os EUA aumentarem os juros, a R$ 3,50. É lógico que para a indústria de confecção isso seria muito bom, pois colocaria o produto nacional em condições de competir com o importado. Mas não é só isso que vem atrapalhando. O medo de uma recessão, a falta de ânimo para investir em novos equipamentos e tecnologias, o crédito mais caro e noticias desanimadoras na mídia fazem com que você, meu caro leitor, possa acreditar que mais um ano perdido está a caminho.Nada disso! Se eu pudesse lhe dar um conselho, diria para você acordar todos os dias e procurar por boas noticias, por fatos positivos, por pessoas que possam acrescentar alguma coisa boa no seu dia, com atitudes, com ações, com pensamento positivo e parceria. Vou começar dando uma boa noticia: você é um empreendedor - o sonho de quase todo brasileiro -, só precisa passar por mais esta onda que está chegando, pois acredito que agora estamos no caminho certo; vejo uma luz no fim do túnel e não é a do trem que vem em sentido contrário.

Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios!.Um abraço

Júlio César MelloDiretor-executivoRevista O [email protected]

CARTA AO LEITOR

O dólar subiu, e agora?

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5O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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6 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Nem bem o ano começou, todos já estavam a postos, na expectativa em relação às medidas econômicas do Governo. Como bem disse o presidente da Abit e entrevistado do mês – Rafael Cervone – agora é a hora; ou vai...ou vai..”porque a indústria não aguenta mais responder por boa parte da arrecadação de tributos no País (1/3 do total) e ter seu desempenho e participação no PIB caindo a cada ano” (leia a entrevista e a matéria sobre o Balanço de 2014 do setor têxtil e de confecções). Sem dúvida, como falou Cervone, o Governo precisa dar um mínimo de previsibilidade quanto aos rumos do País e o que acontecerá com os impostos, o dólar, a inflação, etc, a fim de que as empresas possam se planejar para o médio e longo prazo, crescer – e continuar acreditando no Brasil.Em Jacutinga, a ‘capital das malhas’, as centenas de confecções lá localizadas já iniciaram a temporada de vendas para o inverno, investem em qualidade e em diferenciais que agreguem valor aos produtos e crescem ao ritmo de dois dígitos ao ano, segundo o presidente da associação comercial local.Inovar – seja em produto ou na gestão – e saber identificar oportunidades é também obrigação de empresários que desejam ser bem sucedidos. A reportagem ‘Oportunidade Lucrativa’ traz um belo exemplo disso.Damos também nesta edição uma pincelada sobre como serão as coleções de inverno dos lojistas do Megapolo Moda, em São Paulo – maior centro atacadista de moda da América Latina. Apresentamos ainda as confirmações do Verão 15/16 feitas pelo Senac Moda Infomação, e os temas para Lingerie, entre outras reportagens. Boa leitura

Vera [email protected]

Diretor-Geral - Júlio César Mello [email protected] de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@@oconfeccionista.com.brEditora - Vera Campos (MTb 12.003)[email protected] de Arte - Marisa Ana [email protected] nesta edição: Camila Guesa, Dario de Limas e Marcio Eugênio

Internet - Mulisha - [email protected] Financeiro - Mauro Gonçalvesfinanceiro@@oconfeccionista.com.brPublicidade comercial@@oconfeccionista.com.br

Impressão - Indústria Gráfica Itu Ltda Tiragem - 14.000 exemplares.

Distribuição NacionalO Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos

empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.Impressão editora e publicidade Rua Alcides de Almeida, 184, Centro, S.Bernardo do Campo,SP. CEP: 09715-265 - Fone: (11) 2769-0399

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EDITORIAL

Linha DiretaREDAÇÃO O [email protected]

(11) 2769.0399www.oconfeccionista.com.br

confeccionista

É preciso acreditar – mas brigar pelo o que se acredita

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7O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

EDITORIAL

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SUMÁRIO

confeccionistaAno VI - Número 34- janeiro/fevereiro 2015

CAPA

O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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oANO VI - Nº 34 - JAN/FEV 2015oconfeccionistaVERÃO 16•Denims diferenciados•Moda praia•Cores e Estampas

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CHAMADAS DE CAPA

TRICÔganha as vitrines neste inverno

VERÃO 15/16O que se vê lá fora

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2015cenário é incerto mas empresários estão otimistas

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INVERNOTricô de Jacutinga (MG) se aprimora

RECURSOS HUMANOS Motivação alavanca resultados

INOVAÇÃOSistema moovexx* - de Minas para o mundo

VERÃO 15/16As confirmações pelo Senac Moda Informação

34 38

50

56

12 EM DIA

DICA DO ESPECIALISTA 28 Produção42 RH48 Marketing

22 RODADA DE NEGÓCIOSModa pernambucana conquista espaço

24 GESTÂOComo economizar água na indústria

30 PALAVRA DO PRESIDENTERafael Cervone, presidente da Abit 44 INVERNO 15Coleções desfilam no Megapolo Moda

54 VERÃO 15/16Inspirações para Lingerie

FOTO DE CAPA PORTAL TRICOT – .TOC

Seções

FOTO

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MUNDO TÊXTIL62 DENIM - Canatiba tenta retomar exportações64 INVERNO 16 - Preview do couro66 NOTAS EQUIPAMENTOS

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9O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

SUMÁRIO

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10 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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11O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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EM DIA

O cerco apertaA Medida Provisória nº 669, editada no final de fevereiro, eleva as alíquotas de contribuição previdenciária das empresas sobre receita bruta e cria a opção de retornar ao regime anterior, em que a contribuição patronal era de 20% sobre a folha de pagamento. Para Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, setor que representa a indústria de confecções e roupas em São Paulo, “o pior já chegou e quase nada resta à sobrevivência dos empregos e das empresas do setor de vestuário”. Pela Medida Provisória, o vestuário, assim como outros segmentos econômicos que recolhiam 1% sobre o faturamento a título de contribuição previdenciária na folha de pagamentos, passam a recolher 2,5% a partir de junho.Para Masijah, o setor de vestuário é um exemplo da deterioração da indústria de transformação. Com produção em queda, crescente concorrência dos importados, aumento de tributos e perspectiva de retração do PIB neste ano, “só se pode prever mais desemprego e fechamento de confecções em todo o País”, diz.

DE OLHO NA SONEGAÇÃOO Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vai apertar a fiscalização contra a informalidade e a sonegação dos valores devidos ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). As medidas foram anunciadas em fevereiro pelo ministro Manoel Dias e devem elevar as receitas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do FGTS e da Previdência Social em R$ 5,2 bilhões até o final deste ano. No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade é estimada pelo Ministério em 20,9%. O estado é o segundo com o menor indicador de informalidade entre as unidades da federação, ficando atrás de Santa Catarina. O dado consta do Censo do IBGE. O Estado conta com 472 agentes de fiscalização do Ministério. Até o final de março, o MTE pretende implementar medidas que incrementem a arrecadação em mais de R$ 10 bilhões, coibindo fraudes e sonegações, com foco em empresas que mantenham funcionários sem a carteira assinada.

BEM MAIS SIMPLESDesde 26 de fevereiro, todo o processo de encerramento de empresa poderá ser feito pelo Portal Empresa Simples (www.empresasimples.gov.br) ou na Junta Comercial dos estados. A baixa é mais um avanço das alterações do Simples Nacional, que se tornou possível após a sanção da Lei 147/14. As novas regras preveem a dispensa de certidões de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas para as operações de baixa de CNPJ. Também estão dispensadas certidões para as operações de extinção, redução de capital, cisão total ou parcial, incorporação, fusão, transformação, transferência do controle de cotas e desmembramento. A iniciativa é da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) do Governo Federal. O Programa Bem Mais Simples Brasil, que tem como objetivo simplificar o dia a dia dos cidadãos e das empresas de todo o País, se apoia em cinco pontos: eliminar exigências que se tornaram obsoletas com a tecnologia; unificar o cadastro e identificação do cidadão; dar acesso aos serviços públicos em um só lugar; guardar informações do cidadão para consultas; além de resgatar a fé na palavra do cidadão, substituindo documentos por declarações pessoais.

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13O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

EM DIA

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14 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

OO Brasil é um dos poucos países que ainda não tem uma Norma que regulamente o uso de produtos quími-cos danosos em produtos têxteis. Para mudar essa situa-ção, foi criado o Grupo de Estudo de Produtos Danosos, coordenado pela Associação Brasileira de Normas Téc-nicas (ABNT), com o apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O Grupo se reúne para criar uma Norma voluntária sobre o uso de produtos químicos tóxicos em artigos têxteis. Vale lem-brar que já existem dois comitês (CB–10/ química e CB-17/ têxteis) que trabalham com esse assunto.

Dentre a lista de substâncias danosas ao meio am-biente e à saúde que serão monitoradas pela Norma estão: Polifluorcarbonos 8C (PFC'S) PFOS e PFOAS, aminas aromáticas/corantes azo listados, alquil fenóis e nonil fenol, corantes dispersos alergênicos, metais pesados (chumbo, cádmio, mercúrio, cromo e níquel), ftalatos, formaldeído, pesticidas, compostos organo es-tanosos e fenóis (pentaclorofenol e tetraclorofenol).

EM DIA

DE OLHO NOS QUÍMICOSBrasil terá Norma que regulamenta o uso, em produtos têxteis, de quimicos danosos ao meio ambiente e às pessoas

Estabecendo limitesLourival Flor, diretor de Sustentabilidade do Sindi-

têxtil-SP e um dos coordenadores do Grupo de Estudo, explica que muitos países já têm regras e leis em rela-ção à toxicidade em produtos têxteis. “As importações na União Européia, por exemplo, são muito controladas e certificados são exigidos dos exportadores. Quando a Norma voluntária for aprovada e colocada em prática no Brasil, o principal beneficiado será o consumidor brasileiro”.

A Norma ABNT é voluntária, mas caso o INMETRO publique alguma Resolução ou Nota Técnica citando essa norma, ela passará a ser fiscalizada e os produtos que não estiverem de acordo poderão sofrer sanções e penalidades descritas pelo INMETRO ou ANVISA, de-pendendo do órgão responsável. A Norma brasileira não pretende banir nenhuma substância, apenas estipular limites para o seu uso na indústria têxtil e de confecção.

Caso a Norma seja implantada, tanto os produtos têxteis fabricados no Brasil como os importados terão um prazo para se adequar aos limites das substâncias químicas citadas pela norma.

Normas pelo mundoMuitas empresas - principalmente os grandes vare-

jistas - já estão adaptadas às normas e regulamentações internacionais, em especial, ao ZDHC (ZERO DIS-CHARGE OF HAZARDOUS CHEMICALS), que é um programa internacional que visa banir algumas subs-tâncias consideradas nocivas ao meio ambiente.

EUA, Japão e Europa já controlam a utilização de substâncias nocivas em têxteis. Nos EUA, por exem-plo, é adotada a norma CPSIA (The Consumer Product Safety Improvement Act (CPSIA) – 2008, que fiscaliza dentre outros aspectos: aparência após a lavagem, soli-dez à fricção, flamabilidade, PH, pontas afiadas e partes pequenas das roupas que podem se soltar.

Já na Europa, existe o REACH – 2008 (Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemical substances), que tem como principal objetivo garantir uma elevação do nível de proteção da saúde humana e do ambiente. Para isso, introduz a obrigação de realizar um registro de todas as substâncias químicas comercializadas den-tro do território da União Europeia.

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EM DIA

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FÓRUM TECNOTÊXTIL DE INFORMAÇÃO Sustentabilidade é o foco da segunda edição do Fórum de Informação, que acontece durante a Tecnotêxtil com palestras e debates organizados em uma programação que contará com a presença de profissionais considerados referências em moda, mercado e processos industriais. Serão apresentados temas que envolvem desde a matéria-prima, processos de transformação, produção, passando pelo comportamento de consumo, tendo como base a sustentabilidade.

FÓRUM TECNOTÊXTIL DIGITAL BY USEFASHIONAinda durante o evento ocorrerá o Fórum Tecnotêxtil Digital, um espaço onde serão apresentadas ao público informações sobre as tendências por meio da reprodução de conteúdo multimídia produzido pela Usefashion, grupo atuante no serviço de pesquisas e informações para negócios de moda. Além do conteúdo, serão apresentados materiais e matérias-primas direcionados aos diversos profissionais da moda e design, envolvendo toda a cadeia têxtil.

SEMINÁRIO TECNOLÓGICO ABTTOutra opção para o visitante da Tecnotêxtil é o Seminário Tecnológico ABTT. Com palestras abordando temas relevantes para o setor como planejamento de produção, tratamento de efluentes e sustentabilidade, serão destaque em uma programação detalhadamente elaborada em parceria com a ABTT – Associação Brasileira de Técnicos Têxteis.

EM DIA

São Paulo recebe em abril a Tecnotêxtil-Feira de Tecnologia para Indústria Têxtil, Seritex Feira de Serigrafia e Tecidos para a Indústria Têxtil e a nova ENT Brasil - Exposição de Equipamentos e Insumos para a Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos

ANOTE NA AGENDA

A Tecnotêxtil Brasil 2015 – Feira de Tecnologia para Indústria Têxtil, tem sua terceira edição entre os dias 07 e 10 de abril em São Paulo, no ExpoCenter Norte. Durante o evento, os confeccionistas poderão ver de perto o que há de mais moderno em termos de equipamentos e sistemas para o desenvolvimento e produção na fábrica. Além de expositores nacionais, o evento tem a participação de empresas vindas da Alemanha, Argentina, China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Itália, Índia, Japão, Paquistão, Portugal, Taiwan e Turquia, entre outros países. “São Paulo é a principal porta de entrada para as empresas internacionais interessadas em atuar no mercado brasileiro. O resultado será uma maior gama de opções de fornecedores globais de tecnologia, equipamentos e matéria-prima”, diz Hélvio Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente da FCEM Feiras,

Congressos e Empreendimentos, empresa promotora do evento. E completa: “E esses expositores internacionais estarão presentes também na Maquintex 2015, que acontece em Fortaleza, no mês de agosto”. No mesmo local, em paralelo à Tecnotêxtil Brasil 2015, ocorrem a Seritex – Feira de Serigrafia e Tecidos para a Indústria Têxtil e a estreante ENT Brasil - Exposição de Equipamentos e Insumos para a Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos. Os eventos apresentam os principais lançamentos tecnológicos para os diversos elos da cadeia têxtil – de fibras e filamentos, máquinas de corte, costura, bordadeiras, teares, matéria-prima, automação industrial, acabamento, aviamentos, fios, etiquetas até máquinas e equipamentos para estampagem, estufas, gravadoras, impressoras têxteis digitais e suprimentos.

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EM DIA

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18 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

O

EM DIA BALANÇO 2014/2015

O ano de 2014 foi de resultados negativos para a indústria de transformação no Brasil, com a produção física despencando la-deira abaixo. No setor têxtil e de confecções não foi diferente. To-dos os indicadores – emprego, produção, exportação, investimento e faturamento - registraram queda, exceção feita à importação, que cresceu 4,8% em valores, superando o índice de 2,4% computado em 2013 (veja quadro). A balança comercial pesou novamente para as compras feitas no exterior (que somaram US$ 7.081 milhões) ante US$ 1.176 milhões das exportações, o que resultou num déficit de US$ 5,9 bilhões. Os dados foram divulgados em 22 de janeiro pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit), Rafael Cervone, durante coletiva de imprensa na sede da entidade. ➤

Após mais um ano com fraco desempenho,

indústria espera que em 2015 governo acene com uma política econômica

e fiscal que aqueça a produção e as vendas

nacionais e internacionais

Cenárioincerto

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EM DIA BALANÇO 2014/2015

incerto

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20 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

EM DIA BALANÇO 2014/2015

Consumo cresceA discrepância, segundo a Abit, fica evidente ao se comparar a

performance do varejo em relação à produção nacional. O consu-mo aparente (resultado da soma da produção com as importações, menos as exportações) cresce ano a ano desde 2009, enquanto a fabricação de produtos têxteis e a confecção de artigos do vestuário e acessórios desde 2010 vêm em escalada descendente.

Em 2014, a produção de vestuário foi de 6 bilhões de peças, 2% a menos que de 2013. Já a de têxteis atingiu 2,1 milhões de tonela-das, volume esse 5% inferior ao do período anterior. Juntas, essas empresas faturaram US$ 55,4 bilhões em 2014. Em dólar, esse valor foi 4,8% menor que o de 2013; mas em Reais (R$ 130,2 bilhões) foi 3,6% superior.

Para complicar, a produtividade da indústria do vestuário (pro-dução em dólar dividido pelo número de trabalhadores), item essencial para a competitividade, vem despencando desde 2011, enquanto os salários, depois de oscilarem para baixo entre 2011 e 2012, retomaram a curva ascendente.

2015: cautela2015 começa com inquietação em relação ao futuro da econo-

mia no País e, consequentemente, com cautela por parte dos em-presários. Estimativas de mercado indicam que o PIB não crescerá em 2015. Embora isso possa acontecer, a Abit estima, numa visão otimista, que a produção têxtil crescerá 0,3%, a das confecções e acessórios 0,7% e o varejo de vestuário 0,4%. O faturamento, no en-tanto, poderá despencar para US$ 51,5 bilhões e o saldo da balança comercial deverá ser ainda pior que o registrado em 2014: déficit de US$ 6,13 bilhões.

Os cenários traçados pela Abit para o ano se baseiam em fatos como: desaceleração da economia (que resulta em menor consumo, inflação em queda, mas impacta negativamente a produção e o em-prego), desvalorização do Real frente ao dólar, ajuste fiscal (risco de cortes nas desonerações, de aumento da carga tributária e potencial aumento da confiança de investidores), alta na taxa de juros/revisão das linhas do BNDES (como resultado, encarecimento do investi-mento e maior redução da atividade econômica) e crise da água e de energia (que podem acarretar aumento de custos, possibilidade de paralisação da produção e aumento dos preços dos produtos e insumos).

“O Governo precisa definir qual o papel da indústria no atual ce-nário”, frisou o presidente da Abit Rafael Cervone. Para ele, são as condições internas, e não crises internacionais, que atravancam o

Fonte: RC Consultores e Bacen Elaboração: Abit

Com base nisso, estimamos para 2015:

Produção Confecção 0,7%

Produção Têxtil 0,3%

Varejo de Vestuário 0,4%

Faturamento do Setor Têxtil e de Confecção US$ 51,5 bi

Geração de Empregos Perda de 4 mil postos

Exportação +2,7% (US$ 1,21 bi)

Importação +3,6% (US$ 7,34 bi)

Saldo da Balança Comercial Déficit

US$ 6,13 bi

PERSPECTIVAS

Estimativas do mercado indicam que, em 2015,

o PIB não crescerá.

Fonte: MTE e IBGE Elaboração: Abit

135,17

199,70

239,55

256,02

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

400,00

450,00

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Produtividade Têxtil Produtividade Vestuário Salário Têxtil Salário Vestuário

100,00

382,67

348,51

212,75

207,33

Produtividade: Produção (em US$) / nº de trabalhadores Câmbio utilizado = câmbio médio de cada ano

PRODUTIVIDADE E SALÁRIOS Número Índice

RESULTADOS 2014

Var.% em relação ao mesmo período do ano anterior

2013 2014* Perfil 2014*

Emprego +7.273 -20.000 1,6 milhão

Produção Vestuário -1,3% -2,0% 6 bilhões peças

Produção Têxtil +0,2% -5,0% 2,1 milhões de toneladas

Exportação -1,5% -6,7% US$ 1.176 mi

Importação +2,4% +4,8% US$ 7.081 mi

Investimento -27,3% -30,0% US$ 1,1 bilhão

Faturamento -0,34% -4,8% US$ 55,4 bilhões R$ 130,2 bilhões (+3,6% sobre 2013)**

Inflação (IPP - Confecção) 1,5% 5,9% -

Fonte: MTE, IBGE, ALICEWEB, BNDES e IEMI – * Projeção (exceto exportação e importação) ** – Dólar médio de 2014 = 2,35 Elaboração: Abit

Fonte: IBGE e RTCC Elaboração: Abit

PRODUÇÃO X VAREJO

109,91

107,89 108,30

110,20 106,81

99,37

103,61

87,08 83,02 83,22

79,06

100,00 102,63 97,98

94,07 98,86

103,91

97,38

104,70 100,78

92,02 91,53 89,70

103,95

110,08 112,65

123,97

131,34 126,88

140,40

145,71

150,60

156,00 155,31

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Produção - Fabricação de Produtos Têxteis Produção - Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios Varejo Têxtil e Confecção

Consumo Aparente de Vestuário 2014 (P) : 1,4 mi de toneladas 2025 (P) : 2,1 mi de toneladas

Início da crise internacional

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21O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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22 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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RODADA DE NEGÓCIOS

pernambucanaEvento em Caruaru reuniu 120 expositores da confecção

de vestuário e promoveu R$ 15 milhões em vendas

Cerca de 4 mil pedidos, 8 mil peças vendidas e R$15 milhões em negócios. Esse foi o saldo da 19ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, que aconteceu em Caruaru entre 4 e 6 de fevereiro. Durante o evento, 120 expositores do estado de Per-nambuco colocaram à disposição dos compradores mais de 4,5 mil itens dos segmentos de moda masculina, feminina, infantil, jeanswear, bebê, íntima, surf, streetwear e praia & fitness.

Centro produtor de moda, Pernambuco tem mais de 15 mil indústrias ligadas ao setor do vestuário. “Precisamos apresentar esse potencial produtor a todo o Brasil. Esperamos incentivar o desenvolvimento econômico de toda a região do Polo da Moda do Agreste de Pernambuco e de todo o estado por meio da Roda-da de Negócios da Moda Pernambucana”, declara o presidente da ACIC (Associação Comercial e Empresarial de Caruaru) Osí-ris Lins Caldas Neto.

Os maiores compradores desta edição foram os lojistas do Mato

Moda

Grosso, responsáveis por negócios de quase R$4 milhões; em se-guida, vieram os varejistas de Roraima, Bahia, Goiás, Minas Ge-rais, Amazonas, Pará, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Pernam-buco. Entre os segmentos mais procurados, o jeanswear reinou, respondendo por cerca de 1/3 do valor dos negócios efetuados.

A 19ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana faz parte de uma série de ações da ACIC Caruaru, Sebrae Caruaru e Sebrae de Recife que visam a incentivar a formalização e o aprimoramen-to da gestão das confecções como forma de estimular resultados. “Em Caruaru e região mais de 35% das empresas estão formali-zadas e atuando no mercado nacional e países de fronteira com o Brasil de maneira série e continua. Esse é um cenário bastante positivo e que repercute para o mercado inteiro. As empresas am-pliaram seu mix de produtos, tem departamentos de estilismo e a região oferece uma série de cursos em suas faculdades estaduais e federais instaladas em Caruaru”, assinala o presidente da ACIC.

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23O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

pernambucana

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24 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

GESTÃO

Procedimentos simples podem resultar em resultados positivos e significativos, sem comprometimento da produção

Uso

da água

A situação crítica dos reservatórios de água de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo impõe a adoção de medidas de contingência por todos os segmentos da sociedade. Tal situação pode comprometer também a atividade produ-

tiva; portanto, o setor industrial deve se manter alerta e preparado. Atenta a essa possibilidade, as áreas de Meio Ambiente da Federa-ção das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) apresentam uma série de sugestões que podem ser implantadas no curto prazo, conforme as características de cada indústria e sua localização. ➤

inteligente

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25O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Uso

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26 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

REDUÇÕES MÉDIAS

A tabela a seguir indica valores de redução média que podem ser alcançados com a adoção de algumas ações para economizar água

Aplicações por projeto por planta

Toaletes, chuveiros e torneiras 40%

Circuito fechado 90%

Circuito fechado com trata/o 60%

Limpeza na planta (CIP) 60%

Reuso de água de lavatórios 50%

Enxágues contracorrentes 40%

Desperdícios 30%

Spray/Jet upgrades 20%

Fechamento automático 15%

Redução da pressão Variável

Fonte: Departamento de Meio Ambiente da FIESP e CIESP

GESTÃO

Principais dicasA primeira medida é conhecer todos os usos da água na empre-

sa, bem como as fontes de abastecimento, medindo cada ponto para então poder implementar medidas para a redução. Procedi-mentos simples como uso racional da água nos toaletes, torneiras e na limpeza, entre outros, podem trazer resultados significativos (veja quadro). • Desligue o fornecimento de água quando não estiver em uso• Evite jatos intensos e elimine vazamentos• Utilize redutores de pressão/fluxo e dispositivos de fechamento automático• Providencie treinamento e instruções claras para os operadores e colaboradores• Evite limpeza desnecessária• Troque o uso de mangueiras por varreduras onde for possível• Considere o reuso e a reciclagem de água de lavatórios ou enxágues• Utilize alternativas para refrigeração onde for apropriado• Considere a utilização de água servida do processo industrial como água de refrigeração• Instale medidores para medir o consumo e verifique frequente-mente os vazamentos• Faça o mapeamento do sistema de água e esgoto de sua fábrica• Campanhas educativas e treinamentos com vistas à redução do consumo e do desperdício de água são ações que visam ampliar a conscientização dos colaboradores.

Evite desperdíciosO principal vilão do desperdício de água é o vazamento des-

conhecido. Vale a pena criar rotinas para monitorar e evitar a ocorrência de vazamentos nos sistemas hidráulicos.Entre as principais ações para evitar desperdícios estão:• Torneiras: colocar dispositivos para regular a vazão• Chuveiros: colocar regulador de vazão (tipo restritor ou redutor)• Bacias sanitárias: substituir os vasos sanitários por bacias que utilizem volume de descarga reduzido•Hidrômetros: criar rotina de manutenção, leitura e troca de hidrômetros antigos (5 anos), caso necessário; setorizar o consumo interno, o que possibilitará verificar e controlar os desperdícios e, ainda, estabelecer responsabilidades e benefí-cios por redução e atingir metas estabelecidas para cada setor.

Garantindo o abastecimento• Aumentar a capacidade de armazenamento de água: otimizar

as instalações existentes, ampliar o armazenamento de água bruta, água de chuva ou tratada utilizando reservatórios temporários e/ou modulares na empresa ou até mesmo fora dela

• Estudo de mananciais para nova captação superficial: conside-rando que algumas plantas têm localização estratégica por estarem situadas próximas a mais de um corpo d’água superficial, as empre-sas podem avaliar a possibilidade de implantar nova captação, me-diante autorização dos órgãos responsáveis.

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27O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015 e-mail: [email protected]

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28 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

DICA DO ESPECIALISTA PRODUÇÃO

Aprimorar a gestão, pesquisar as necessidades do mercado e fazer o bom uso da tecnologia são alguns dos caminhos para o desenvolvimento das confecções no APL do Agreste Pernambucano

DARIO DE LIMAS é Consultor e Professor, Engenheiro de Vestuário, Técnico em Estudos de Tempos e Movimentos, Técnico em MTM (Methods-Time Measuremet) e tem 50 anos de experiência em confecção

Ver o crescimento da atividade confeccionista na re-gião Nordeste do nosso país nos remete de imediato a alguns pontos conflitantes e carentes que impedem o seu pleno desenvolvimento. É, sim, uma região com amplas possibilidades de apresentar bons resultados, o que já acontece com um limitado número de empresas fornecedoras de produtos confeccionados para a rede varejista ou mesmo com um eficiente e bem delineado processo de comercialização sadio de seus artigos.

É marcante a presença de um ciclo vicioso que im-pede a melhoria dos procedimentos comerciais, pois pouco se tem investido na modernização das atividades gerenciais e nos conhecimentos tecnológicos. Produzir qualquer coisa na esperança de que alguém comprará é a tônica das ações aplicadas em elevado número nos empreendimentos locais. São procedimentos adotados e fruto da falta de planejamentos estratégicos de médio alcance, e que deixam de viabilizar um bom número de nossas empresas. Investir na mudança cultural, prefe-rencialmente das novas gerações, tem nos parecido a alternativa na mudança de procedimentos gerenciais e na solidificação da atividade, que aqui encontra ainda, um bom número de pessoas sem emprego formal e in-teressadas na qualificação profissional de costureira ou mesmo de costureiro.

E o que nos impede então, de atingirmos este pata-mar que só beneficiaria a região? Certamente a falta de um conjunto de ações coordenadas e com fins especí-ficos capaz de suprir as reais deficiências tecnológicas e gerenciais, tão flagrantes em nosso meio. Ações têm sido aplicadas, mas com resultados duvidosos, frutos de interesses de autopromoção de entidades e de pouco ou nenhum conhecimento sobre os assuntos desen-volvidos. Vemos ações governamentais incentivando a solidificação e ampliação da atividade na região, em sua grande maioria, sem planejamentos e atividades com-petentes e a procura de resultados imediatistas.

Tentar qualificar operadores sem avaliar as reais

Ações essenciais

potencialidades dos mesmos, adquirir qualquer tipo de equipamento, produzir artigos para atendimento apenas a classes de baixa renda, não pesquisar as ne-cessidades e tendências do mercado mais amplamen-te, produzindo artigos comuns e sem valor agregado, de modelagem duvidosa e fora dos padrões estabele-cidos, sem a definição dos custos próprios do produto para o estabelecimento de preços de comercialização e antes, a possibilidade da avaliação da viabilidade de seu lançamento, são ações amplamente empregadas na região. Possuímos produtos desenvolvidos e ma-nufaturados que podem orgulhar a indústria local em especial em jeans, praia e aeróbica.

Elevado número de empresários já sente a necessi-dade da instalação de programas gerenciais integra-dos e executados por informática, programas estes que muitas vezes engessam a empresa, pois exigem mudanças em seus procedimentos nem sempre com-patíveis, pois já se encontram formatados e não res-peitam peculiaridades da empresa.

A adaptação e implantação de mapas e relatórios gerenciais com as posições do andamento do proces-so produtivo, dos resultados alcançados em períodos estabelecidos e outros procedimentos correlatos for-necerão os índices e números capazes de indicar o grau de saúde financeira da empresa, possibilitando a aplicação das ações sadias de gerenciamento.

Pela ótica da tecnologia e suas aplicações, vemos boas ações incrementadas por empresas fornecedo-ras que tentam a venda de sistemas e equipamentos, mas pouco tem sido desenvolvido na rotina operacio-nal, na aplicação de métodos racionais de produção, de guias, aparelhos e suportes e no próprio posicio-namento dos operadores.

Avançar e cobrir estas lacunas continuarão sendo os grandes desafios a nos motivar rumo ao encontro de tornar a região a grande supridora de artigos con-feccionados para todo o nosso país.

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29O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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DICA DO ESPECIALISTA PRODUÇÃO

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30 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

A PALAVRA DOPRESIDENTE

Mal os novos Ministros da Repúbli-ca foram empossados, Rafael Cervone e membros da diretoria da Abit já se sen-tavam com representantes das pastas de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, da Fazenda e da Micro e Pequena Empre-sa para apresentar um leque de propostas para aumentar a competitividade do se-tor, além de discutir alguns dos principais pontos que travam o bom desempenho, como o custo Brasil, o teto do Simples e a necessidade da reforma tributária, entre outras demandas. Apesar desses esforços e da ciência dos ministros em relação ao papel da indústria no crescimento do País, o Governo insiste em aumentar a carga tributária como forma de ampliar sua arrecadação, prejudicando ainda mais o desempenho industrial no País.

À frente de uma associação que representa um setor que congrega ao redor de 80 mil empresas, Cervone diz que a indústria brasileira chegou ao seu limite e que este é o momento de pressionar o Governo para solucionar velhos problemas que afetam a produtividade e a competitividade, para assim voltar a crescer

A hora é agora!

No final de fevereiro, o Governo publicou a Medida Provisória nº 669, que eleva as alíquotas de contribuição previdenciária das empresas sobre receita bruta e cria a opção para retornar ao regime anterior, em que a contribuição patronal era de 20% sobre a folha de pagamento. Assim, a partir de junho, o setor têxtil e de confecção passará a recolher 2,5% e não mais 1% sobre a receita bruta, mantidas as deduções vinculadas às vendas canceladas e descontos incondicionais. Como recebeu a medida?

A Abit considera a MP extremamente prejudicial à competitividade industrial e lutará contra esta medida que não levou em conta as diferenças seto-riais vinculadas à existência ou não de concorrência internacional direta, como é o caso da indústria de transformação e, em particular, a situação da indús-tria têxtil e de confecção, pioneira na implementação

Rafael Cervone, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria

Têxtil e de Confecção (Abit)

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31O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

desse regime, intensiva em mão obra e que emprega mais de 1,6 milhão de trabalhadores diretamente. As alterações propostas aprofundarão as perdas da pro-dução e emprego do setor industrial.

A produção de têxteis e de artigos de vestuário e acessórios vem caindo desde 2010. Só em 2014, cerca de 20 mil empregos deixaram de ser criados pelo setor. Os investimentos, que são um dos caminhos para a modernização e aumento da competitividade, vêm despencando desde 2013 a índices entre 27% e 30%. Já o consumo aparente (o que se vende no varejo) continua em ascensão, o que indica aumento do peso dos importados nas vendas. Estamos perdendo mercado?

No Brasil, diferentemente do resto do mundo, te-mos potencial de consumo, um varejo que cresce, so-mos um dos poucos países que detêm know how de todos os elos da cadeia e temos potencial exportador. Está tudo na mão. Falta um governo que dê condições para o país e a indústria crescerem. Não se pode colo-car tudo nas costas da indústria. Veja a indústria como uma ferramenta de crescimento e a deixe crescer.

Há risco de desindustrialização? O que isso pode significar?

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) tem um estudo muito bom sobre isso e que foi entregue nas mãos da Presidenta Dilma há cerca de um ano e meio. O estudo mostra que paí-ses que dobraram o PIB per capta/ano de US$ 10 mil para US$ 20 mil em até 15 anos só o fizeram com a indústria respondendo por, no mínimo, 25% do PIB do País. A indústria brasileira já chegou a ter esse peso, mas hoje sua participação no PIB é metade dis-so, 12,6%. A conclusão a que o estudo chegou é que o País não cresce sem a indústria.

O mercado – e a Abit – prevêem crescimento zero ou até negativo do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, as taxas de juros e a inflação estão subindo... o cenário é desanimador?

Ano de crescimento zero é uma grande oportuni-dade para resolver os problemas históricos do país. Ou o Brasil entende que é preciso este ano resolver seus problemas e atacá-los de uma vez por todas ou

vai quebrar se continuar desse jeito. Precisamos da reforma política, da reforma tributária, da reforma trabalhista, previdenciária.

Estamos, mais uma vez, mostrando para a Presi-denta que a indústria está tão estrangulada que não suporta mais esse modelo nem representar 12,6% do PIB e 1/3 da arrecadação total de tributos no País. Se a indústria não for tão importante para o atual go-verno, que ele tire então das nossas costas a respon-sabilidade de pagar 1/3 da arrecadação fiscal do País.

Qual sua expectativa em relação ao novo Governo?

Este novo velho governo parece que finalmente entendeu que o País não cresce sem a indústria. A própria Presidenta Dilma já percebeu que o modelo econômico adotado em seu primeiro mandato não foi vencedor; pelo contrário. Este ano queremos re-colocar o Brasil nos trilhos. Para isso - e eu já falei com vários ministros a respeito - precisamos de pre-visibilidade. Mas como as empresas podem planejar vendas, avaliar seus custos diante da perspectiva in-certa de um apagão, de falta d’água? Que custo vamos ter de computar? Teremos ou não o Reintegra? Se sim, qual sua alíquota? São coisas básicas. O país não cresce sem uma visão de longo prazo. E não temos visão nem de um dia, quanto mais de dez anos! Preci-samos de uma visão de 20 anos. O que falta no Brasil é o papel de um estadista. Não é plano de poder nem de governo, e sim um plano de País de longo prazo porque sem isso ninguém governa.

Não dá mais para atribuir o mau desempenho da economia à crises internacionais?

Acho que a causa de 80% dos problemas que o Bra-sil enfrenta são de ordem interna e não consequência de um contexto externo. É uma lição de casa que há 20 anos não se faz no Brasil. Os problemas vão sur-gindo, se acumulando, não são resolvidos e a pilha deles só aumenta, enquanto o restante do mundo é mais rápido nas decisões. Ficamos discutindo proble-mas que não se resolvem, como por exemplo a falta de competitividade do pais e a baixa produtividade da indústria. Não fazemos acordos internacionais com ninguém, o governo não consegue resolver pro-blemas como o da energia elétrica e quer que pague-mos a conta. A verdade é que os gastos do governo crescem o dobro do que a arrecadação. ➤

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32 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

A PALAVRA DOPRESIDENTE

A maior parte das confecções brasileiras é de micro e pequeno porte. Esse empresário está preocupado com produtividade ou com preço?

De que forma o microempresário vai buscar pro-dutividade se ele gasta 150% do seu tempo para apa-gar incêndios, entender a questão tributária, tentar pagar os juros do banco? Como é possível sobrevi-ver a juros do cheque especial nas alturas, de mais de 200% numa inflação de 6%? Ele tem de passar metade do seu tempo negociando dívida com banco. Não dá...

O sr. não está tirando a responsabilidade do empresário de administrar bem o seu negócio e colocando toda a culpa no Governo?

O empresário tem de fazer sua parte – e faz. Ele já entendeu que precisa agregar valor, trabalhar a inovação. Nós, da Abit, estamos dando bastante fer-ramentas a ele. Estamos com comissão de inovação. O investimento do setor, no entanto, despencou 30% no ano passado e isso é sintomático. Se você não en-xerga o amanhã, como investir?

O que mais restringe o crescimento das confecções?

Um dos grandes problemas da confecção é o teto do Simples, que há séculos não sai de RS 3,6 mi-lhões/ano. Estamos lutando para aumentar esse li-mite para R$ 14 milhões. Isso vai ajudar e muito. Das 78 mil confecções acima de um funcionário, 70.200 estão no Simples, 7000 fazem suas declarações pelo Lucro Presumido e 800 pelo Lucro Real. Precisa-mos de um projeto estruturante, que possibilite às empresas crescerem, se estruturarem. Há dois anos apresentamos ao Governo a proposta do Regime Tributário Competitivo para a Confecção (RTCC), que consiste em reduzir a tributação média bruta da confecção de 18,1% para 5%, sem teto. Na ocasião, o ministério de Desenvolvimento Indústria e Comér-cio apoiou o projeto, deu seu Ok, mas a Fazenda não aprovou. Apresentei o projeto ao novo Ministro do Desenvolvimento e ao do Planejamento e o reapre-sentamos na Fazenda. O Governo precisa ser mais veloz em suas ações.

Quais os resultados da adoção do RTCC?Esse é um projeto vencedor, que se paga em menos

de três anos e pode contribuir para, até 2025, aumen-tar a produção da confecção em 126% e gerar 1, 1 mi-lhão de postos de trabalho. Com isso, no médio pra-zo, a arrecadação do Governo aumentará. O estudo foi feito pela Abit em parceria com a LC Consultores, de Paulo Rabello de Castro, não tem nada de chute. Mostra ainda que conforme o porte das empresas cresce, os salários tendem a melhorar. Isso gera um ciclo positivo na economia e reduz a informalidade, que é um outro problema, pois representa uma com-petição desleal dentro do próprio País.

E com relação à questão trabalhista...O governo morre de medo de discutir com as cen-

trais sindicais. Houve recentemente uma reunião e foi uma saia justíssima. Os sindicatos dos trabalha-dores estão preocupados com esse assunto e, muitas vezes, quando as centrais vão discutir com o gover-no, elas batem e o governo recua. Mas se as indús-trias quebrarem aí não tem emprego nem centrais sindicais. O que fica muito claro é que o aumento dos salários reais não foi acompanhado, na mesma proporção, do aumento da produtividade da mão de obra no Brasil.

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33O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

A quem cabe a responsabilidade pela produtividade, não é ao próprio empresário?

Sim, mas nos últimos dez anos os investimentos de US$ 2 bilhões/ano em equipamentos e máquinas não compensaram o aumento dos custos da mão de obra, em especial na confecção..

A Abit tem alguma proposta em relação aos custos da mão de obra?

Sim, a modernização das leis trabalhistas. Estamos num modelo da era Getúlio Vargas, em que tudo vai sendo incluído na Constituição e acaba engessando cada vez mais a legislação.

O que acha da atual política de valorização do salário mínimo?

Acho que política de salário mínimo é uma coisa e ganhos reais de salário é outra. Concordo que o tra-balhador tem de ser respeitado e deve ter um poder aquisitivo cada vez maior. Mas isso, de alguma forma, tem de estar atrelado à produtividade. E aí que está o problema. Os trabalhadores estão tendo cada vez mais direitos e menos obrigações. Isso está fazendo com que nossa mão de obra seja cada vez mais descompro-missada com a produtividade e com o trabalho.

Diante desse cenário, que recomendações o sr. daria para o empresário do setor?

Eu diria que o ano é de pressão brutal nos gover-nos para resolver esses problemas que nos afligem há tanto tempo. Momento melhor não há para bater de frente e encarar os problemas. É o momento também de nos prepararmos para o crescimento. O Brasil não aguenta mais um ano ruim e sem solução. Cai o go-verno se isso acontecer. Partindo do princípio de que o governo vai ter de solucionar esses problemas – e a

sociedade vai pressionar demais e essa pressão tem de aumentar - é um ano de preparar a volta do cres-cimento. O setor têxtil e de vestuário tem um poder de recuperação rápido. É um setor que sempre quan-do tem problemas se recupera antes dos outros. Nós aqui da Abit vamos pressionar o governo e fazer uma plataforma de crescimento para o setor.

Que ações a Abit desenvolve para ajudar a confecção a crescer de forma sustentável e até conquistar o mercado externo?

Temos alguns projetos muito relevantes, como o da Confecção do Futuro.Vamos estudar e tentar per-ceber como será a confecção do futuro, qual será a influência da automatização dos processos na con-fecção? Qual será o modelo da mão de obra e como será essa capacitação? Ela realizará outras atividades além de costurar, será uma colaboradora com co-nhecimento mais abrangente, visão de cadeia mais ampla, visão mais ampla do processo produtivo? Os resultados desse estudo irão mostrar como os em-presários devem se preparar no futuro, se planejar. Outro estudo importante é a inserção do setor nas ca-deias globais de valor. Ver como a confecção e todos os elos da cadeia de conectam as oportunidades das redes globais de valor.

É uma visão para o futuro mesmo...A ‘Confecção do Futuro’ se amarra ao Plano Pros-

pectivo Setorial para 2025 e há todo um projeto es-truturante para a gente chegar nisso. É um plano de visão de futuro, para saber como se estruturar para isso. Com todos esses projetos estamos construindo um novo modelo, uma plataforma bem estruturada de crescimento para o Brasil .

E em relação às exportações?Desde 2000 a Abit mantém o Texbrasil – Progra-

ma de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, em parceria com a Apex Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mentos. Para o período 2015/2016 temos mais de 700 ações aprovadas. Hoje, mais de 70%% das confecções que participam do programa são micro e pequenas empresas. Mas há muita lição de casa para fazer, sem duvida. É por isso que é importante que se dê condi-ções para as empresas crescerem.

Há muito o que fazer, mas estamos buscando condições para o setor voltar a crescer"

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34 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

CAPA

Tricô em altaColeção Outono e Inverno das malharias de Jacutinga (MG) promete alavancar vendas em ano de mercado desaquecido

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Portal Tricot

Portal Tricot

O tricô continua em evidência e neste ano não poderia ser di-ferente. A coleção Outono-Inverno 2015 de malhas retilíneas pro-duzidas em Jacutinga, no sul de Minas, já está à disposição dos compradores nos showroom e vitrines da pacata cidade conhecida como “a capital das malhas”. Referência nacional e até internacio-nal no segmento, lá estão concentrados mais de 1.200 fábricas de micro, pequeno e médio porte e quase 750 lojas que atendem o ata-cado e o varejo. De 29 de maio a 14 de junho acontece e a 38ª. Fest Malhas, evento tradicional em que os fabricantes aproveitam para escoar seus estoques. E a torcida é para que o frio venha e seja in-tenso, pois assim o produto importado não dará conta de abastecer o mercado e o fabricante nacional poderá ampliar vendas. FO

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35O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

“A estratégia de competição dos empresários locais está focada, de forma intensa, no fast fashion e no conceito de agregar cada vez mais qualidade e design aos produtos, como forma de se diferenciar do artigo asiático”, assegura o presidente da Associação Comer-cial de Jacutinga (ACIJA) Dennys Bandeira. Ou seja, as coleções hoje buscam seguir tendências da moda e não competir apenas com preços baixos. E essa estra-tégia vem dando certo. Em 2014, auxiliadas também pela valorização do dólar frente ao real e pelas baixas temperaturas, as vendas foram 20% maiores que no ano anterior, conta Bandeira. Para 2015 as expectati-vas são ainda melhores. “A elevação do dólar e a possí-vel falta de matérias-primas (lã, no caso) no mercado estão fazendo os grandes magazines anteciparem os pedidos e, se o frio ajudar, as vendas podem crescer entre 25% e 30%”, avalia o presidente da ACIJA.

Público seletoUm bom exemplo dessa estratégia é a Portal Tri-

cot. Fundada em 1982, a empresa produzia, de início, para o segmento infantil, mas logo optou pela linha feminina. “Percebemos que quanto mais elaborada a

peça melhor eram o lucro e o resultado das vendas”, conta a proprietária Elza Docema. O público-alvo da empresa passou então a ser a jovem senhora e, para atendê-la, a Portal Tricot começou a produzir peças mais enfeitadas, rebuscadas, porém de bom gosto. “Utilizamos um fio diferenciado, sintético, porém de alta qualidade e mais durável que os demais”, salienta Elza. As coleções são desenvolvidas com base no que se vê nas vitrines de França e Itália e, em seguida, as tendências são adaptadas para o clima e o gosto brasileiros.

Como as peças são mais elaboradas, com borda-dos e/ou apliques, o volume produzido não é grande. Assim, a Portal Tricot optou por não fornecer para grandes magazines e sim para lojistas de menor porte. “Os magazines costumam trabalhar com roupas mais básicas e com quantidade, o que não é o nosso caso”, explica Elza. Outra forma de atingir os compradores é por meio da participação em showrooms que acon-tecem no primeiro semestre do ano no Paraná, San-ta Catarina e Rio Grande do Sul, estados onde o frio tradicionalmente é mais intenso. Outro estado em que seus produtos são bem aceitos é Minas Gerais. ➤

Portal Tricot

Portal Tricot

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36 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Para o inverno deste ano, a coleção da Portal Tricot destaca casacos mais despojados, abertos, jogados, com bicos na frente ou nas laterais. Entram aí também bla-zers e spencer trabalhados com pedrarias e bordados à mão, o que agrega valor. As primeiras vendas, no entan-to, indicam que o mercado não está aquecido. “Esperá-vamos negócios superiores ao do ano passado, mas até agora (fevereiro) só conseguimos empatar em vendas”, diz Elza. No entanto, ela acredita que 2016 será melhor. “Toda a crise tem um limite, não dá para o mercado fi-car estagnado durante muito tempo, isso é prejudicial para o País”, assegura.

CAPA

O tricô está em grande evidência na estação, marca presença em diversos desfiles e, neste inverno, as coleções deverão ser caracterizadas tanto pela elegância como pelo despojamento. É o que afirma a fashion design Samanta Marinho.Fios felpudos e metalizados serão os grandes protagonistas. Se misturando nas coleções com fios mesclados e com características rústicas, darão a harmonia exata entre luxo e despojamento. De acordo com Samanta, o Inverno 2015 traz a releitura de movimentos como a art decó e inspirações voltadas para o boho em etnias inspiradas no Oriente e também em artes gráficas da África e geometrias indígenas. “Na art decó temos

cod. 300 cod. 050cod. 020

cod. 15100 (M - G - GG)

diversos motivos decorativos como inspiração para jacquards e estampados, como vitrais com geometrias e arabescos estonteantes e cores voltadas para os tons terrosos, os dourados e gamas de vinhos e uvas,” explica.A modelagem chama a atenção para os vestidos e capas. Segundo a fashion design, a tendência está voltada para os contos de fadas que trazem um toque de fantasia à estação, deixando os tons e a estética mais sombria em grande evidência. “Para balancear, vemos a grande presença de diversos tons rosados como o nude e o rose delineando uma tendência mais feminina e confortável com texturas aconchegantes e cores claras,” finaliza.

Tendências Inverno 2015

Menos sofisticaçãoJá a marca Alex Tricot optou por produzir peças mais

básicas para mulheres da classe C. “É o público que dá mais retorno, as peças saem mais rápido e o resultado das vendas é melhor”, avalia o proprietário Alex Apare-cido Rodrigues. A linha é ampla, composta desde blusas básicas, cacharréis até casacos. Os tamanhos vão até o plus size. Cerca de 2% da produção é destinada ao pú-blico masculino.

Na coleção Outono Inverno o destaque fica por con-ta do trabalho ‘rendado’, seguido pelo jacquard, e em cores neutras. Entre os fios, as apostas recaem sobre o mousse, o poliéster e os brilhos.

Rodrigues procura competir com preços baixos, po-rém oferecendo itens de qualidade. Seus compradores são lojistas de shopping centers e outros, sobretudo da região sul. Além da produção em sua fábrica, a Alex Tri-cot conta com o reforço de oito malharias locais. Os de-safios, no entanto, não são poucos. “Esse mercado está muito disputado, o lucro já não é o mesmo e isso aca-ba pedindo redução de custos e de mão-de-obra”, diz. Além da concorrência com os produtos asiáticos, que considera desleal, ele cita como complicador o aumen-to de preços da matéria-prima. “o preço do quilo da lã, pago á vista, passou de R$ 16, R$17 para R$ 26. Com 1 kg de lã se produz duas peças. Ou seja, com esse aumento, o preço por peça subiu mais que R$ 5”, comenta.

Apesar desses entraves, Rodrigues prevê que 2015 será um ano bom, mas que é preciso agir com pé no chão. “As vendas tendem a ser melhores porque tem menos gente produzindo em função da inadimplência ou da falta de capital”, justifica.

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EMotivar e envolver os funcionários com os

objetivos da empresa pode fazer a diferença no resultado final Por Camila Guesa

Empresas se fazem, essencialmente, de produtos/serviços a serem oferecidos para um determinado mercado. Mas, de nada valeria a excelência do que é oferecido se não houvesse funcionários para fazer acontecer tudo o que o cliente quer.

No atual momento, em que pequenas variáveis podem ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso

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Quando afaz a força

união

de um negócio, garantir a satisfação e a motivação do quadro de funcionários deve ser tão importante para o empresário quanto a qualidade do produto e/ou serviço que ele oferece. Portanto, seus esforços também devem estar concentrados em mantê-los envolvidos para com os objetivos da empresa. Estu-dos do Hay Group Insight comprovam isto: segun-

RECURSOS HUMANOS

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do a empresa de pesquisa, colaboradores altamente comprometidos têm capacidade para melhorar até 30% o seu desempenho e os funcionários totalmente comprometidos têm 2,5 vezes mais possibilidades de ultrapassar as expectativas de desempenho do que os seus colegas “descomprometidos”

Portanto, quando os colaboradores são convida-dos a participar e contribuir na gestão, a empresa ganha por eles entenderem os desafios do negócio, surgem ideias e propostas de melhoria, se reduz o nível de ruído e conflitos, se acelera a implementa-ção dos projetos e há ganhos na motivação, produti-vidade e engajamento das pessoas.

“Empresas mais fechadas, centralizadoras e pouco participativas não percebem que o mundo empresa-rial mudou com a chegada das novas gerações, aber-tas para pensar, questionar e se comunicar. Com isso, desperdiçam o talento humano, convivem com o bai-xo desempenho e se conformam com pouca produ-tividade e alta rotatividade. Dificilmente conseguem atrair e reter talentos, pois estes têm poder de escolha e preferem as empresas abertas aonde podem con-tribuir, aprender e realizar para valer”, afirma o di-retor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional), Luiz Edmundo Rosa.

AVALIANDO O ENVOLVIMENTOPara avaliar o nível de envolvimento do colabora-

dor com a empresa e sua satisfação, o primeiro pas-so é entender que envolvimento provém de pessoas que sabem o que se espera delas, que têm oportuni-dade de opinar e contribuir, que podem errar na bus-ca de fazer o que for melhor e que finalmente serão reconhecidas pelos seus méritos, sem favoritismos.

“As pessoas podem trabalhar em um emprego entediante por muitos anos simplesmente pelo sa-lário, benefícios ou segurança. Por outro lado, fun-cionários comprometidos com a missão da institui-ção executam suas tarefas com entusiasmo e estão sempre dispostos a ajudar seus colegas de trabalho e clientes”, lembra o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Pau-lo de São Paulo (Sebrae/SP), Júlio Alencar.

“A avaliação da situação na empresa pode ser feita por meio de entrevistas, pesquisa, grupos focais etc., assim como, pelas ideias colocadas em prática, pela qualidade dos produtos e serviços e a satisfação dos clientes”, pontua Luiz Rosa.

De acordo Júlio Alencar, a baixa taxa de rotativi-dade e poucos problemas com faltas podem ser bons indicadores de que os empregados valorizam seus trabalhos. Por outro lado, a falta de cumprimento de

Quando afaz a força

união

horário é um avaliador negativo, pois pode ocasio-nar dispersão por parte dos colaboradores, interfe-rindo diretamente na concentração e foco.

Outro avaliador da desmotivação é a falta de comprometimento com prazos, horários, partici-pação em reuniões, silêncio e ausência de ideias. “Geralmente as pessoas com sinais de desmotiva-ção apresentam alteração no humor e em alguns casos, tornam-se propensos a criar conflitos e a se excluírem da equipe. Outro indicador é a queda no desempenho”, lembra o consultor do Sebrae/SP. Quem não está feliz no trabalho não conseguirá atingir ou superar suas metas, pois não faz mais do que o necessário, isso quando consegue, se tornan-do, a cada novo dia, um opositor a qualquer novo processo de mudança que apareça.

CHAVE DA MOTIVAÇÃOO ambiente de trabalho, a falta de perspectivas

de carreira ou de conhecimentos apropriados à sua função, processos mal estruturados, a falta de reco-nhecimento, problemas de relacionamento com o superior ou colegas são apenas alguns dos fatores para a baixa da motivação de um funcionário.

Motivação é conseqüência, e não causa. Para mantê-la ou resgatá-la, é preciso que o empregador ou o líder dedique-se a profundamente à sua equi-pe, pois cada individuo tem suas razões e é neces-sário inspira-los a darem o melhor de si, a assumir riscos, a pensar de forma empreendedora e a liber-tar o potencial que possuem.

E, apesar de importante, nem sempre o salário é a principal variável para a motivação de uma equipe, pois ela está intimamente ligada aos significados e valores pessoais dos indivíduos. A motivação é um processo, não um evento isolado. Entender as razo-es de sua falta, saná-las e evitar que esse problema volte e se dissemine para os outros funcionários pode parecer complicado, mas é o melhor caminho para garantir a produtividade da sua empresa.

MUDANDO ESSE QUADROSegundo o diretor da ABRH-Nacional, a relação

líder-liderado é importantíssima para manter al-guém engajado, produtivo e feliz. “Para conquistar o melhor do potencial de participação e engaja-mento de sua equipe, a empresa precisa preparar bem seus líderes para uma gestão moderna de pes-soas. Líderes que saibam inspirar, educar e mobi-lizar para conseguir os melhores resultados, com elevado grau de satisfação das pessoas”, sugere.

Oferecer bonificação em dinheiro ou prêmios _ ➤

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como viagens, almoços, livros, – aos que atingirem metas preestabelecidas influencia positivamente no trabalho e nas atitudes dos colaboradores. As boni-ficações também podem ser oferecidas aos que su-gerirem inovações capazes de diminuir custos e au-mentar a produtividade. “Remuneração e prêmios precisam fazer parte de um ambiente saudável, éti-co, respeitoso, estimulante e produtivo. Precisam ser acima de tudo justos e adequados. Quando isto ocor-re, motivam muito além do valor pago”, avalia Luiz Edmundo Rosa. Por isso, os empresários devem ficar atentos para não incentivar demais a competição en-tre os funcionários, já que o ideal é que trabalhem como uma equipe.

Proporcionar treinamentos ou subsidiar, inteira-mente ou em parte, os estudos é uma das formas de investir nos colaboradores, aumentando o potencial do quadro de pessoal.

“A criação de planos claros de carreira é outra óti-ma fonte de motivação. Conversar com os profissio-nais sobre os resultados esperados e os alcançados, além das possíveis formas de melhoria, é uma atitude que reforça a importância do trabalho individual para o crescimento coletivo”, indica Júlio de Alencar.

As pessoas são diferentes, bem como suas neces-sidades. Para algumas delas, alimentação e moradia são mais importantes que a realização pessoal. Para aqueles que já atingiram o patamar das necessidades básicas, o trabalho tem que trazer satisfação pessoal, tem que realmente gostar do que fazem.

Analisando o envolvimento dos funcionários• Faça uma pesquisa de satisfação: ela irá mostrar que a empresa está interessada na opinião dos funcionários e dará uma visão à gerência sobre possíveis obstáculos para a satisfação no trabalho dos funcionários.• Observe os funcionários no trabalho. Caminhe ao redor do local de trabalho. Observe a linguagem corporal dos envolvidos. Procure por sorrisos e funcionários que fazem contato visual quando você se aproxima. Será que eles caminham lentamente ou em passos rápidos? Denotam postura decidida? Funcionários engajados são animados, amigáveis e acessíveis. Não sentem insegurança quando colegas lhes solicitam ajuda. Estão sempre dispostos a prestar auxílio.• Preste atenção no relógio de ponto. Se os funcionários ficam em volta do relógio de ponto à espera do horário de saída, isso demonstra que o trabalho tem menor importância quanto seu próprio tempo. Gerentes que saem mais cedo ou demoram no retorno do almoço dão um mau exemplo para o resto da equipe. Por outro lado, os gerentes que trabalham em conjunto com suas equipes, sem levar em conta o relógio, ou seus estômagos na hora de cumprir um prazo dão um bom exemplo. • Analise a participação nas reuniões. Reuniões que consistem em uma pessoa falando o tempo todo, enquanto o resto boceja, olha para o relógio ou verifica secretamente o e-mail por debaixo da mesa, indicam que as pessoas estão entediadas e desinteressadas. Uma medida do envolvimento dos funcionários é se eles acreditam que a sua opinião é valorizada em discussões e decisões, se é bem-vinda e considerada. Pouca ou nenhuma discussão e relutância em desafiar ou fazer perguntas são sinais de desinteresse do empregado.• Procure referências. Empregados satisfeitos indicam a empresa para seus amigos virem trabalhar. Eles querem compartilhar o ambiente de trabalho positivo que eles têm. Eles gostam da ideia de ter seus amigos como colegas em um trabalho divertido e desafiador. Eles também constroem relações de trabalho positivas que podem se transformar em amizades, tornando o trabalho ainda mais agradável. Eles têm um chefe que valoriza seus talentos e opiniões e está disposto a dar feedback positivo e negativo, a fim de ajudá-los a crescer e ter sucesso.Fonte: Sebrae/SP

Como motivar sem gastar dinheiro• Parabenize o profissional diante dos colegas – ter o trabalho reconhecido pelo chefe aumenta a autoestima.• Permita que os funcionários trabalhem em nível de igualdade, assim, eles irão dedicar-se juntos para obter melhores resultados.• Peça sugestões sobre como chegar a um resultado – para eles, é importante saber que podem contribuir com projetos e sugestões. • Ressalte os pontos fortes de cada um – elogios incentivam o comprometimento com uma boa atuação.• Realize atividades em grupo durante o ano – isso cria laços entre os colaboradores. • Proporcione contato com novas experiências, através de cursos extras, por exemplo, propondo trocas temporárias de setor. Fonte: Sociedade Brasileira de Coaching

RECURSOS HUMANOS

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DICA DO ESPECIALISTA RH

RICARDO BARBOSA é diretor executivo da Innovia Training e Consulting

Pessoas que não têm habilidade para criar relacionamentos e manter ‘etiqueta’ no convívio têm menores chances de sucesso nas empresas

Etiquetaempresarial

É comum as pessoas encararem com estranheza o ter-mo ‘etiqueta empresarial’ por não terem a real noção da sua importância. Mas adotar um conjunto de ceri-mônias regidas pela boa educação, bom comportamen-to, convenções sociais, ética profissional e prescrições oficiais ajuda a reduzir conflitos, preconceitos, atritos, dúvidas, suspeitas e mal entendidos, criando um clima de conhecimento, compreensão, confiança, cooperação e parceria entre as partes que se relacionam. Um estudo da universidade americana de Harvard que mostra que dois terços das demissões nas empre-sas são causadas por dificuldades de relacionamento com os colegas. Isso explica, em parte, porque pessoas altamente profissionais e competentes acabam sendo demitidas enquanto outras – nem tão competentes as-sim - permanecem, atingindo promoções e melhores oportunidades de carreira. Logo, podemos concluir que competência técnica não é tudo e que aquelas pessoas que não têm uma boa habilidade para criar re-lacionamentos, ou seja, etiqueta no convívio, acabam tendo menores chances de sucesso.Etiqueta empresarial, portanto, se resume à capa-cidade de escolher o comportamento correto para o convívio social dentro de uma empresa, para que se alcance o sucesso nas relações de negócios e para que se estabeleçam relações sólidas entre os clientes e co-laboradores. Essa preocupação deve abranger todo o contexto da empresa, desde o office-boy até o presi-dente: todos devem ter uma imagem coesa de etiqueta empresarial.

Algumas dicas de etiqueta empresarial: 1. Pontualidade deve ser ponto de honra no ambiente empresarial. Assumindo um compromisso, este se tor-na sua responsabilidade, principalmente o horário. Or-ganize-se para chegar na hora todos os dias e para cum-prir com os prazos propostos. Caso perceba que não será possível cumprir com o compromisso no horário, ligue ou peça para ligarem informando sobre o atraso.2. A vestimenta diz muito para as outras pessoas as-sim é recomendável roupas discretas, sem modismos. Decotes e cores berrantes, dentre outros erros devem ser evitados, sob pena de perder com a seriedade. Tome cuidados com higiene pessoal.3. O ditado a primeira impressão é a que fica deve ser levado a sério; assim, sempre seja cordial e presta-tivo já em um primeiro contato, saiba ouvir e falar na hora certa.4. Ao entrar em um local sempre peça licença, bus-que cumprimentar todas as pessoas que ali estiverem, mas só estenda a mão se o interlocutor o fizer primei-ro, e só se sente se for convidado por ele.5. Comunique-se corretamente com as pessoas, bus-que olhar nos olhos, demonstre atenção no que estão falando, não se distraia durante a conversa e busque estabelecer um diálogo.6. Mantenha uma postura correta, não cruze os bra-ços, evite se sentar de qualquer jeito, jogando o cor-po na cadeira, como também não se sente na beirada da cadeira. É importante uma boa acomodação, mas mantendo a postura ereta e de forma adequada.

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7. A maioria das corporações possui códigos de ética e de conduta a serem seguidos. Procure se informar sobre isso.8. Seja organizado e demonstre isso. Planeje adequa-damente seu tempo e sua mesa, mantenha os papéis e arquivos de computador nos devidos lugares, onde não só você, mas qualquer membro da empresa consi-ga localizar quando necessário.9. Respeite os colegas e o espaço de trabalho. Não precisa ficar mudo durante o expediente, mas evite ao máximo assuntos que exponham o seu lado pessoal ou o de alguma outra pessoa. Fofocas nunca combinaram com o ambiente profissional. Além disso, adeque a al-tura da sua voz ao ambiente.10. Cuidado com a utilização de celulares no traba-lho, evite ligações pessoais e caso estas ocorram, bus-que ir para um local privado. Não fale demasiadamen-te alto e muito menos utilize termos de baixo calão. Cuidado com o toque do celular, o correto é deixá-lo no modo silencioso.11. Além do celular, também é necessário cuidados

com outras ferramentas tecnológicas e principalmen-te com as redes sociais. As empresas antenadas pos-suem políticas para utilização destas, por isso busque saber os limites;12. Amizades no ambiente de trabalho é um tema delicado. É importante diferenciar amigos de colegas de trabalho, principalmente no ambiente da empresa. Esse limite pode ser útil quando for necessário reali-zar uma cobrança ou fazer um feedback.13. Bom humor é uma necessidade nas empresas. Quando estiver tendo um dia difícil, reflita se alguém do trabalho tem a obrigação de compartilhar as dificul-dades com você. Contudo, cuidado com as brincadei-ras. Um ambiente de trabalho descontraído é positivo desde que sejam feitas apenas brincadeiras saudáveis, que promovam um ambiente alegre e equilibrado.14. Busque ter “jogo de cintura” na hora de im-previstos e ouça a opinião dos outros muitas vezes de opiniões divergentes se chega a um ponto em comum correto. É preciso saber argumentar e, tam-bém, ceder.

ETIQUETAS

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OUTONO/INVERNO 15

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Mega Fashion Week reúne nas passarelas 1.400 looks de 350 atacadistas e muitas celebridades para

apresentar as coleções da temporada mais fria do ano

Temporadacomprasde

As coleções outono/inverno de lojistas do Mega Polo Moda, maior shopping atacadista do país, foram apresentadas a va-rejistas durante o Mega Fashion Week, em São Paulo. Em três dias de evento desfilaram coleções de 350 lojas, um total de 1400 looks. Entre os principais destaques da temporada estão as cin-turas altas para as calças, listras, bordados e o couro fake. As co-res bordô, vermelho, marsala, mostarda, azul marinho e o preto são as apostas da estação, além dos tons verdes e dos terrosos. A seleção de peças e a produção do evento seguem as tendências internacionais de moda, em sintonia com novidades e o vocabu-lário fashion das próximas estações. O Mega Fashion Week tem a assinatura da Cia Paulista de Moda e a direção é do consultor de tendências Reginaldo Fonseca.

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O Boho traz para o inverno 2015 uma mistura de diversos estilos. Com inspiração no universo hippie, étnico, folk, vintage e romântico, traz looks despojados. A tendência chega com muitas franjas, tecidos fluídos e um toque artesanal. Para dar um ar mais sofisticado, os fashionistas apostam no boho chic: a combinação de peças despojadas com acessórios e outras peças que inspiram modernidade. ➤

Confira o que vem por aí

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46 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

As estampas continuam firmes. O grafismo é uma delas e se faz presente em uma variedade de peças, principalmente em vestidos e casacos. Inspirado nos anos 70, traz para nova estação estampas geométricas, abstratas e muitas listras. O efeito vazado chega para dar sensualidade ao look básico. Presente principalmente em tecidos como o couro, camurça e veludo, promete ser um dos grandes destaques do inverno 2015 e chega para substituir a renda. O jacquard traz luxo e glamour para diversas peças. Com um ar vintage totalmente repaginado, vem com aparência de bordado. Destaque para os detalhes metalizados. Com sofisticação, o jacquard traz um brilho discreto e moderno em suas estampas.

OUTONO/INVERNO 15

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A calça flare de cintura alta promete ser a queridinha do inverno 2015, principalmente no jeans com lavagens mais escuras. Inspirada nas antigas calças boca de sino, o modelo valoriza a cintura, alonga a silhueta e confere ao look um ar hippie chic.

O couro é destaque em calças, saias, shorts e jaquetas. O couro fake substitui o couro animal. Entre os Acessórios, as botas na altura do joelho, sapatos cheios de fivelas, franjas e amarrações e colares, brincos e pulseiras com muitas pedras com aparência próxima ao natural prometem enriquecer os looks da temporada.

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DICA DO ESPECIALISTA PRODUÇÃO

DICA DO ESPECIALISTA MARKETING

As diversas ferramentas do Marketing Digital servem para promover os produtos e serviços da empresa, atuando em canais eletrônicos que permitem a sua marca chegar a mais consumidores, de forma mais eficiente e rápida

MARCIO EUGÊNIO é especialista em e-commerce e sócio fundador e responsável pela área comercial e marketing da D Loja Virtual, fornecedora de plataformas de loja virtual para micro e pequenas empresas, treinamentos e consultoria

Marketing Digital sem mistérios

O conceito de Marketing Digital inclui todas as ações de comunicação, persuasão e manutenção de clientes de que o Marketing convencional se utiliza, mas aplicadas no meio digital. Ou seja, quando esta-mos falando de Marketing para um e-commerce não significa que precisamos desenvolver um raciocínio completamente novo sobre Marketing ou mesmo esquecer todo o conhecimento acumulado na área nos últimos cem anos, mas sim adaptar essas técnicas para o meio digital, com o intuito de atingir a finali-dade principal de qualquer lojista: vender.

 Ok, constatado esse fato, é hora de definir então as práticas que norteiam as ações de Marketing Digital. Basicamente, três características deverão ser bus-cadas no planejamento: conhecer, confiar, comprar. Conhecer diz respeito a fazer com que a sua marca seja vista no mercado; confiar representa o efeito de produzir segurança no cliente para que ele escolha o seu produto ou serviço; e comprar é a consolidação dos esforços anteriores, resultando na conversão por parte do cliente.

As diversas ferramentas existentes no mundo do Marketing Digital servem para promover os produ-tos e serviços da empresa, atuando em canais ele-trônicos que permitam a sua marca chegar a mais consumidores, de forma mais eficiente e rápida, mas sempre com o foco naquele verbo já citado: vender.

Esteja nas redes sociais

 Uma das principais ferramentas no Marketing Di-gital são as redes sociais. De alguns anos para cá, elas têm desempenhado um papel cada vez mais decisivo nos desenlaces da sociedade moderna. Evidentemen-te, esse impacto se refletiu no comércio, com mui-tas empresas buscando presença digital através das redes sociais. Mas, por que as empresas investiriam tempo e dinheiro em algo que não diz respeito a con-versões diretamente?

 Bem, dados do Ibope revelam que o Brasil ultrapas-sou a quantidade de 100 milhões de internautas, e uma pesquisa recente promovida pela eMarketer, empresa de pesquisas nas esferas de marketing, mídia e comér-cio, apontou que cerca de 80% dos usuários de Internet no país estão presentes nas redes sociais. Muitos estu-diosos citam o Brasil como o futuro das redes sociais, e não precisa ser nenhum teórico para perceber que o grande diferencial neste momento é a quantidade de pessoas para quem falar nesses sites. E isso inclui falar sobre a sua marca e, eventualmente, vender.

  Para isso, é fundamental investir fortemente em conteúdo. O perfil em uma rede social (não importa se Twitter, Instagram, Facebook ou Pinterest) precisa falar de assuntos que vão além da venda do produto. É uma loja de acessórios? Dicas de moda, comportamen-

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DICA DO ESPECIALISTA MARKETING

to e beleza podem ajudar a atrair mais seguidores, que por consequência, conhecedores da sua marca.

Não é preciso estar em todas as redes sociais só porque apareceu uma nova. Você precisa é saber onde seu público está e falar a linguagem deles. O inevitável é: se você não tem, você precisa ter uma  fan page  no Facebook. É lá onde todo mundo está (se esse artigo fosse escrito seis anos atrás, certa-mente seria o Orkut) e onde a maioria das pessoas irá elogiar e criticar (e às vezes muito) sua marca. E você quer ficar sem saber o que eles falam?

Dicas básicas Existem algumas dicas básicas para a publicação

de conteúdo nas redes sociais. Procure postar ao me-nos uma vez por dia. Esse é o mínimo dos mínimos. Se for possível, poste de duas a três vezes, em horários espaçados. É possível programar essas postagens, de forma a otimizar seu tempo. Utilize fotos e links em abundância. Pesquisas mostram que posts contendo fotos e links atraem um engajamento (curtidas, co-mentários e compartilhamentos) muito maior que posts só com frases.

E-mail marketing, o queridinho dos e-lojistas

 Esta ferramenta é uma das que mais geram con-versão de vendas para sua loja. Então não marque bobeira com ele! Se você é criativo nas redes sociais, nos blogs e no seu site, não é no e-mail marketing que você vai relaxar. Mescle conteúdo informativo com os seus produtos no e-mail marketing. Torne este es-paço um e-mail atrativo para o cliente, e não apenas mais um folder de promoções.

  Para que o envio de um e-mail marketing gere conversões, concentre suas forças em um título que seja atrativo ao seu cliente, isso irá valer a pena. Pen-se que seu e-mail será apenas mais um em um monte de outros e-mails na caixa de entrada. Se ele passar por um email com título sem graça e que não chame sua atenção, esqueça: ele não irá abrir a mensagem e lá se vai a chance de conversão de vendas.

  Além disso, você não precisa mandar o mesmo e-mail no mesmo horário paras as mesmas pessoas.

Segmentar os produtos para grupos específicos pode ser vantajoso. Crie grupos diferentes den-tro de cada grupo. Pode ser por gênero, produtos consumidos, idade, preferência musical… você escolhe!

 Aproveite também para realizar “testes de au-diência” com os e-mails enviados. Não sabe qual horário é melhor para enviar o e-mail marketing? Separe dois grupos para realizar o envio em ho-rários separados, e mais tarde analise as taxas de abertura e conversão. Com esses dados você pode ter um envio mais efetivo.

Google AnalyticsEsta ferramenta da Google é uma das mais im-

portantes para mensurar o tráfego de visitantes. É possível verificar a página que possui maior quantidade de cliques, a origem destes cliques (se veio do site de busca, do e-mail marketing ou redes sociais, por exemplo), o navegador que elas utilizaram, entre outras disponibilidades.

 Utilize o Analytics para gerar relatórios e anali-sar os resultados de cada campanha realizada, afi-nal, não dá pra ficar jogando dinheiro e promoções ao vento, não é mesmo? Anunciou que durante uma semana as compras terão frete grátis? Gere um re-latório para observar se houve um aumento de trá-fego ou não! Não sabe de onde seu cliente te olha mais? O Analytics também pode ajudar! 

Existem outras ferramentas de mensuração, como o Bing Analytics e o Facebook Analytics. O primeiro realiza as mesmas funções que o Google Analytics, porém focado no Bing. Sabemos que ele não é o buscador mais popular no país, mas uma ferramenta gratuita nunca é demais, não é mesmo? Já o Facebook Analytics é focado para fanpages criadas na rede social. É possível analisar quan-tidade de clliques, curtidas e abrangência que um determinado post. Além disso, é possível também promover alguma postagem ou anúncio dentro do Facebook. 

Escolhendo as ferramentas certas e sabendo como as utilizar, você colocará seu nome na boca do povo, das redes sociais e dos emails de seus clientes. 

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50 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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OportunidadeComo uma solução simples, porém inovadora, pode ajudar a alavancar uma confecção e ganhar o país e o mundo Por Vera Campos

INOVAÇÃO

lucrativa

A jovem empresária Renata Iwamizu e o moovexx*, inovação que pode conquistar o mundo

Das dificuldades podem surgir oportunidades. E tanto maiores elas serão se em vez de reclamar ou se acomodar o empresário procurar identificar algo que possa ser melhorado em sua con-fecção, pesquise caminhos e parceiros que o ajudem a ampliar conquistas, superar obstáculos e alargar horizontes. Esse é o es-pírito do verdadeiro empreendedor, aquele que não deixa a em-presa parada, à mercê do mercado, que está sempre antenado, em busca de melhorias. Isso tudo exige, é claro, conhecimento, ânimo para enfrentar desafios, acreditar em suas ideias e não ser imediatista em relação a resultados.

Com esse espírito, em 2003, aos 20 anos de idade, a então es-tudante de moda Renata Iwamizu se viu diante da necessidade de ter sua própria marca e abrir uma confecção, após o encerra-mento das atividades da empresa do pai.

A Kanzo começou pequena, em Iturama (MG), direcionada ao público masculino e a lojas multimarcas. “De início, as dificulda-des financeiras para manter a empresa foram muitas”, recorda. Eram apenas cinco funcionários, um gerente e seu pai na área comercial. Para ampliar sua visão do negócio e melhor desem-penhar sua função, a empresária, após terminar a faculdade, em 2005, fez MBA em Administração de Empresas.

Conforto e bem-estarRenata sempre defendeu a necessidade de aliar conforto ao

design, priorizando o se ‘sentir bem’ no uso de uma roupa. E foi por conta dessa preocupação que ela se debruçou, durante al-guns anos, na busca uma solução para melhorar a estética do cós de bermudas e calças que levavam elástico na cintura, suprimin-do o franzido por uma solução que conferisse elegância no vestir, porém sem apertar o abdômen. ➤

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51O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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52 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Para abrir caminhos para o mercado externo, Renata logo inscreveu a moovexx* no Texbra-sil - Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira de-senvolvido pela Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção em parceria com a Apex-Brasil.

Premiações e conquistas

Em 2013, o sistema moovexx* foi vencedor do Prêmio de Destaque inovação do IDEA BRASIL 2013 (versão nacional do IDEA AWARDS

de Chicago, com 53 anos de tradição), bastante representativo no reconhecimento dos talentos do design nacional. Naquele ano, a moovexx* foi convidada também para representar o Brasil no evento BeBrasil em Nova Iorque, ao lado de outras impor-tantes empresas nacionais, como Embraer, Brasken, Melissa, Havaianas e Rhodia.

A fim de tornar os custos do sistema mais competitivos, a equi-pe de Renata desenvolveu um projeto de automação da produ-ção do moovexx*, que até então era manual. A iniciativa rendeu frutos e foi a selecionada, em 2014, pelo Edital de Inovação do Senai, o que rendeu um valor em dinheiro para ajudar a bancar os custos do desenvolvimento do projeto e terá o envolvimento da equipe do Senai Cetiqt (RJ) e do Senai SP.

Mas não é só. Ciente da necessidade de promover a melhoria contínua no produto, bem como desenvolver novas soluções, Renata criou uma terceira empresa, a Texlab Soluções e Comér-cio de Produtos Têxteis Ltda, um laboratório de estudos e testes de produtos.

Para não ter de arcar com recursos próprios para a ampliação dos negócios (leia-se Texlab e Kanzo), a empresária bateu à por-ta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e teve sucesso. No final de 2014, obteve financiamento de R$ 1,17 milhão, liberados no âmbito do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), subprograma Ino-vação e Máquinas e Equipamentos Eficientes. O recurso corres-ponde ao valor total a ser investido no projeto. Os investimentos em propriedade intelectual contemplam o depósito de patente e registro de marca, em vários países, do moovexx*.

“Estamos apenas no começo de um negócio com grande po-tencial. Mas como pretendemos explorar mercados ainda des-conhecidos por nós, precisamos nos preparar para conseguir aproveitar as oportunidades. Para isso, desde 2012 estamos nos estruturando, delineando estratégias, formando equipes, ava-liando possíveis investidores”, conta ela. “É fundamental saber onde queremos chegar e em que velocidade conseguiremos tal feito para, assim, delinear os passos nessa direção”, assegura.

Batizada moovexx*, a inovação foi ‘o pulo do gato’ para que a Kanzo, até então uma mar-ca como tantas outras, agregasse um forte diferencial aos seus produtos e conquistasse maior respeito do mercado. Simples, a solu-ção consiste de um sistema de elástico em-butido nas laterais do cós que, além de evitar que a peça enrugue no abdômen, ajusta-se confortavelmente às diferentes posições e movimentos do corpo, sem prejuízo da es-tética da roupa. Isso, sem dúvida, teve re-flexos positivos nas vendas da Kanzo, que vêm crescendo a índices superiores a 20% ao ano desde 2012, quando a solução foi in-troduzida nas peças. Isso estimulou Renata preparar o lançamento, para este ano ainda, de uma nova marca de roupas que utilizem a solução, porém voltada ao público feminino.

“Qualquer evolução é consequência de uma necessidade. No nosso caso, a necessidade era atender bem um público mascu-lino experiente e seguro, que não consome por impulso e nem quer sofrer para ter estilo. Esse público sinalizava: conforto e qualidade precedem à estética”, coloca a empresária.

Alçando voos Diante da boa aceitação do novo sistema de cós, Renata en-

xergou aí a oportunidade de licenciar o uso do mooveex* para outras marcas no Brasil e no mundo. Já estão na mira Estados Unidos, Japão e União Europeia. Para isso, a empresária logo tratou de requerer patentes nacionais e internacionais para o novo produto. A produção do moovexx* continuará a cargo da Kanzo e será complementada por parceiros terceirizados. Do cós de calças para o desenvolvimento de cintos com o mesmo sistema foi um pulo. E nova patente já foi requerida.

Com a perspectiva de alçar voos para novos mercados, a mooveex* se transformou em uma empresa independente, com equipe dedicada ao desenvolvimento de estratégias, de novos mercados e produtos. Mais que um produto, moovexx* se tornou um conceito que engloba não só o conforto e melhora do estilo ao consumidor final, como também um leque de benefícios às marcas clientes, tais como inteligência em processo produtivo, consultorias e política adequada de entregas e de comunicação institucional sobre a nova tecnologia. Um “pacote” que visa ga-rante o sucesso e a qualidade do produto.

“Uma invenção só pode ser chamada de inovação se for sus-tentável; isto é, consiga se viabilizar econômica e socialmente desde o processo produtivo até o consumidor final, com uma es-tratégia de produção, comercialização e distribuição adequadas a todos os níveis da cadeia”, defende a empresária. Para Renata, mais que o sucesso financeiro do negócio, o que vale é fazer a diferença, ver que seu trabalho está sendo reconhecido. “O su-cesso financeiro é apenas consequência dessa visão”, diz.

INOVAÇÃO

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53O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

11a EDIÇÃO

12-13 Maio 2015Expo Center Norte / Pav. AmareloThe Fashion Textile Show for Latin America

OUTONO INVERNO

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54 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

A

VERÃO 15/16

Confira as tendências de moda íntima apresentadas pela marca LYCRA® para a

temporada mais quente do ano

As várias faces

lingerieA marca LYCRA® reuniu tecelagens,

malharias, confecções, varejo e impren-sa especializada para apresentar as ten-dências de moda em moda íntima para o verão 2015/16, como mais um serviço oferecido aos seus clientes. Desenvolvido há mais de dez anos, esse trabalho é resul-

tado de uma pesquisa global que inspira e norteia a confecção de coleções de lin-geries em todo o mundo, explica Silvana Eva, gerente de Moda Íntima da marca.

Para a temporada, a inspiração vem da obra do pintor Henri de Toulouse Lautrec e resultou nos seguintes temas:

Belle Dame Predominância do luxo minimalista, que ressalta a feminilidade com peças que modelam o corpo da mulher e valorizam as formas Com foco na sensualidade e sofisticação, esta tendência está voltada para mulheres que apreciam cores neutras e clássicas. Tons nude em contraste com o preto evidenciam a delicadeza das peças. Preto com preto também compõe esta inspiração, assim como preto com o branco.“O corte a laser, uma inovação que no segmento de lingerie, reforça as curvas da mulher e valoriza seu corpo”, acrescenta Silvana Eva.

da

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55O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Avant-Garde Estampas florais e cores fortes prevalecem nesta tendência, bem como bordados e rendas sobrepostas e abertas. Amora, roxo, rosa-apagado, azul, verde-esmeralda e creme são tons que estão presentes. É a combinação do clássico e do contemporâneo, ideal para mulheres que não abrem mão de peças que sejam elegantes mas tenham um ar de modernidade.

Je t’aime Lingeries com tecidos leves e sedosos e cores delicadas

em estilo vintage. As alças largas estarão em alta e mais confortáveis. Para reforçar o visual suave e doce, as cores predominantes serão o rosa, coral, verde e azul, todos em tons pasteis. “O romantismo

é um tema constante nas tendências de lingerie, mas

no verão 2015/16 ele virá com inspiração retrô combinadas com

o contemporâneo”, diz Silvana.

Olympique Os Jogos Olímpicos, realizados no Brasil em 2016 vão celebrar o esporte. Por isso, a lingerie se transforma em uma peça funcional e elegante, que une beleza à performance. Aparecem composições de tons fortes de azul, laranja, rosa-chiclete, cores neons, verde e amarelo com peças de laise e renda.

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56 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Leve descontraído

e

Referência na área há 23 anos, o Senac Moda Informação é realizado duas vezes por ano, em edições de verão e inverno. Traz a confirmação de tendências e apresenta informações adaptadas ao mercado nacional a varejistas, estilistas, desig-ners, compradores e profissionais de marketing. O conteúdo exclusivo é fruto da pesquisa de um time de consultores espe-cialistas em seus segmentos, que percorre os principais polos da moda validando o que estará nas vitrines do país nas pró-ximas estações. O evento se trata de uma ótima oportunidade para todos os participantes da cadeia produtiva da moda, que desejam obter mais assertividade no desenvolvimento de suas coleções.

Depois de viajar e pesquisar o que está chegando nas vitrines de Nova Iorque, Londres, Paris, Hong Kong, Berlim, Barcelona e Milão – principais centros de moda do mundo – os consul-tores do Senac Moda Informação segmentaram as tendências para o Verão 16 em quatro grandes temas: Newstalgia 70, Yin Yang, Summer Lady e Playtime.

Ênfase aos anos 1970, romantismo dos 1950, leveza zen e esportes

devem marcar a temporada mais quente do ano

Leve descontraído

e

VERÃO 15/16

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57O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

descontraídoe

SUMMER LADYÉ o tema que invoca os anos 1950, as silhuetas de aparência elegante, femininas e delicadas. O toque de malícia fica por conta da marcação e exposição da cintura em vestidos e na saia lápis em dupla com top cropped. Destaque também para a forma ampulheta, justa em cima e ampla embaixo. Os tecidos são menos fluidos e mais estruturados e têm papel fundamental na construção de peças de corte geométrico simples. Aparecem aqui desenhos em pequenos relevos geométricos. Transparências suaves e ocasionais pontuam os looks, especialmente os da noite.

TecidosSeda; shantung; organza;crepes leves e pesados; cetim com elastano; tricô leve; rendas; laise; sarja acetinada; croco; malhas dubladas; tweed de verão; tecidos bordados; jacquard; chiffon; esmadado 3D.

CoresClaras e suaves, em composição com neutros, luminosas e preto; branco, off-white, nude, rosa, amarelo, cinza, pêssego, azul-claro, verde-água e coral.

EstampasFlorais com contraste entre tons suaves e luminosos; florais bicolores; grandes flores abstratas; vichy; poá; listrado náutico.

Formas e DetalhesSaia com volume amplo; franzidos; alfaiataria; pregas profundas; plissados; saia curta e reta acima do joelho; saia lápis; jaqueta curta; casaquetos e tops em forma de trapézio; corpete curto; cós estreito; manga curta; decote redondo; ombros descobertos; top e camisa cropped; cava americana; decote colarete; tomara que caia; bordado floral; ruffles; vestidinhos soltos ou estruturados;

conjuntos; corpetes. ➤

descontraídoe

NEWSTALGIA 70O tema explora a transformação da moda em diferentes períodos, influenciado pelos anos 1960 nas ruas de Londres, pela ebulição social e geopolítica do início dos anos 1970 e termina no final dessa década com muita festa e brilho. O geometrismo, etnofolk e disco glam são determinantes para a construção dos looks do tema.

TecidosMalhas encorpadas, texturizadas; malhas fluidas com brilho laqueado, lurex, paetês; malha tricô; tecidos sintéticos; transparências; tecidos naturais (linho, índigo, voil); couro, suede; perfurados; tricô; jacquards, veludo; chiffons, georgettes, creponados; sarjas e jeans.

CoresTerrosas, laranjam amarelo, fúcsia, azul, vermelho, verde.

EstampasListrados multicoloridos; geométricos; florais etnofolk; tie-dye; sombreados; patchwork, foulard, pele de cobra e onça; fundo de mar; camuflagens de batalhas e jardins.

Formas e DetalhesLinha A em saias e vestidos curtos, fluidez em vestidos longos, decote V profundo; laçagem cruzada; babados; pontas; fendas; franjas; total look; macacão; camisa; calça flare; batas e túnicas; saião e sainha; saharienne; camisão militar.

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58 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

PLAYTIME Elementos do mundo esportivo continuam causando e inspiram looks jovens impregnados de vibração e humor. Na ocupação de espaços públicos para a prática de esportes radicais ou pura diversão, todos os estilos relacionados a moda, música e arte se misturam num processo contínuo de interinfluências. Regras são quebradas ou renovadas e novos fundamentos surgem a cada instante fazendo rodar, em alta

velocidade, a engrenagem alegre e criativa do estilo jovem.

TecidosMalhas sintéticas; malha tricô leve; rib; neoprene; mesh; arrastão; couro sintético; moletinho; mesclados; malhas

texturizadas; tule; malhas e tecidos tecnológicos; jeans.

CoresVibrantes: pink, azul, amarelo, verde; branco; rosa.

EstampasNúmeros; grafite; escritos; logos; mensagens; estrelas; poás; boquinhas; listras; listrado faixa de solo; bloco de cor;

ilustrações surrealistas; quadricromia; camuflagens.

Formas e DetalhesShort boxer; bermuda ciclista; bermudão; camisetão; team shirt; nadadora; regata; body; camiseta polo; bata polo; t-shirt pull; vestido camiseta; calça jogger; jaquetinha bomber; saia skater; recortes ergométricos; recortes transparentes; recortes vazados; zíper; matelassê; retilíneas; elástico.

YIN YANGA realidade mundial contemporânea expõe suas faces contrastantes em tempo real via internet: guerra e paz; conflito e harmonia; high and low, ou hi-lo; leve e pesado; speed and slow; oriente e ocidente; rígido e flexível. O poder do espírito zen para reequilibra a violência e qualidade de vida. A praticidade do estilo utilitário, com grandes bolsos-bolsas, e o conforto do design despojado se complementam e formam um par perfeito em looks marcadamente urbanos e modernos. Tudo a ver com o reality show da vida. Parcas, coletes e calças cargo fazem dobradinha cool com

pijamas e quimonos. Largos, porém não largados.

TecidosAlgodão; mistos; texturizados; linho; voal; sarjas; liocell;

seda; nylon paraquedas.

CoresVerde-militar, areia, neutros naturais, branco, off-white, preto,

branco & preto.

EstampasFlorais orientais; camuflagens clássicas e florais; listrados;

listrados geométricos.

Formas e DetalhesFormas amplas e retas em tops e bottoms; linha H; bolsões aplicados; botão redondo de metal; insígnias; patches; assimetrias; fechamento envelope; pantacourt; calças cargo; túnicas; mangas amplas; coletes; camisas e vestido chemisier; transpasse e amarração quimono; parcas.

VERÃO 15/16

DICA DO ESPECIALISTA PRODUÇÃO

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59O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Projeção do Beiral

PD.: 2,90m

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CREDENCIAMENTO

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SAÍDA DEEMERGÊNCIA

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EMERGÊNCIA

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SAÍDA DEEMERGÊNCIASAÍDA DE

EMERGÊNCIA

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68

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RUA C

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5x5 10x5

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3X10

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71A 80A

5x12

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ATUALIZAÇÃO:16.12.2014

REALIZAÇÃO:

FEIRA DE FORNECEDORES DAINDÚSTRIA DE CONFECÇÕES 25 a 27 de Junho de 2015

APOIO

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60 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

FOTO

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O estilo dos anos 70 continuará na ordem do dia no Verão 16, bem como a estética dos anos 90 e o lado romântico e arru-madinho dos anos 50/60, destaca Luciana Parisi, responsável pela pesquisa de Tecidos, Cores e Padronagens para o SENAC Moda Informação. As coleções assumem o caráter comercial e reciclam formas, usam texturas e relevos tanto em tecidos mais fluidos como nos estruturados.

TecidosTecidos sintéticos como poliéster e viscose em inúmeras va-

riações dominam a cena. Os crepes, porém, são soberanos nas formas de estilo hippie ou minimalista. Puxado pelo denim, o algodão retorna como tecido plano em diversas interpretações e também na malharia.

Peças de estilo minimalista ou esportivo são confeccionadas com tecidos e malhas estruturados ou duplos. A influência do japonismo aparece forte.

CoresCores vivas e luminosas, cosméticas e pasteis se sobressaem,

assim como o contraste de preto e branco ou off-white, uma dupla constante nas coleções que já aparecem nas vitrines in-ternacionais.

EstampasAlegre, otimista e divertida, a estação ainda pede florais e

estampas de inspiração boho/étnicas dos anos 1970.

As coleções internacionais estão assumidamente comerciais e reciclam

formas, usam texturas e relevos

Tecidos cores

e padronagens

TOP 10 entre os Tecidos• Crepes• Voal e popeline de viscose• Jacquards• Alfaiatarias• Cestarias e tweeds de verão• Piquês e gorgurão• Malhas jacquard e neoprene• Rendas• Bordado inglês e laise• Telas e redes

TOP 10 entre as Estampas• Étnicas• Florais• Listras• Geométricos e mini geométricos• Barrados• Figurativas• Lenços• Artísticas• Pele de bicho• Xadrezes (Vichy)

VERÃO 15/16

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61O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

cores

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62 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

MUNDO TEXTIL

Um dos maiores fabricantes de denim do País, a Canatiba se prepara para retomar as exportações

o vaportodoA

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63O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

EEmbalada pela valorização do dólar em relação à moeda bra-sileira, a Canatiba, uma das maiores fabricantes de denim e sarja do País, com produção de 10 milhões de metros/mês, se prepara para retomar as exportações e reforçar sua presença no merca-do nacional. As vendas da empresa para o mercado externo já chegaram a representar 15% do volume de produção, mas foram reduzidas para 3% nos últimos anos, em função do baixo valor da moeda norte-americana. Agora, com o câmbio apreciado, o diretor de Marketing Fabio Covolan acredita ser este o momen-to de reconquistar as vendas externas e ampliar presença no mercado nacional. “Mesmo sem saber ao certo se essa valoriza-ção será mantida, pretendemos aproveitar a oportunidade para reconquistar o espaço que os importados ganharam no mercado nacional e ampliar presença no mercado internacional”, disse. Segundo ele, de dois anos para cá a empresa vem desenvolven-do um trabalho mais consistente em países da América do Sul, Europa e nos Estados Unidos. “Já há algum tempo estamos pre-parando equipes para atuar fora do Brasil”, acrescentou.

Apesar das incertezas quanto aos rumos da política econômi-ca e cambial no País, Fabio Covolan acredita que o ano será bom para os negócios. “Teremos de trabalhar muito, pois a concor-rência no mercado de moda é acirrada, mas não vamos deixar de investir em produto, inovação, ou seja, em todos os aspectos que nos tornem mais competitivos”.

Na Canatiba, os investimentos em pesquisas e inovações tecno-

Ticket to anywere – década de 1970. Denim cada vez mais presente em blusas, maxiblazers, túnicas, vestidos camisa, macacões, saias midi, maxi, calça flare, calça wide, boyfriend• Detalhes são fundamentais, estilo militar mais limpo, abotoamentos, tom verde militar, bolsos bem revelados, linhas de pespontos mais largos• Broches, bordados, aplicações e laçadas; pathwork. • Cartela de Cores: tons terrosos, verdes, bronze metalizado com aspecto envelhecido.

Follow the Sun - o Japão como fonte de inspiração, ritmo mais lento. Técnica e tradição são palavras-chaves. Conforto é a prioridade neste tema.• Tingimentos japoneses artesanais,

Direções criativas para o Denim no Verão 15/16 *técnicas de bordados e estamparia• Peças de grandes volumes, envelopes, transparências, bases mais leves para T-shirts e PT. Quimonos, macacões, wrap pant, lounge pant, wide crop com formas amplas, • Cartela de Cores: os azuis são o pano de fundo, aliados a tonalidades suaves e ao metalizado/dourado

Be Happy - o olhar para trás, resgate de coisas de décadas passadas 60’s, 50’s, pinceladas dos 70’s, dos 80’s e menos dos 90’s), porém de forma divertida, funny. Estilo esportivo.• malhas denim, padronagens, listras • saias rodadas, midis, bermudas esportivas com patchs coloridos• Cartela de Cores: alegre, vibrante, amarelo ao fundo

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lógicas são uma constante, mas a empresa não quer ser vista pelo mercado como uma indústria focada no segmento Premium. “Pro-duzimos desde tecidos com alto valor agregado até os mais sim-ples”, afirma a gerente de Marketing Ivna Barreto. Segundo ela, no Brasil, os magazines, que se caracterizam pelas compras volumosas e competem com preços, são clientes da marca. “Eles já perceberam a importância de seguir a moda e oferecer produtos de qualidade”, coloca.

Ao abrir, em São Paulo, o 1° Canatiba Denim Day – um en-contro com parceiros clientes para a apresentação de tendências nacionais e internacionais no mercado de jeanswear, produtos e novidades da empresa – o diretor comercial Darci Covolan se disse otimista em relação a 2015. “Acredito na força da indústria brasileira e nos parceiros da cadeia. Não podemos recuar, temos de avançar porque acredito que no mundo ninguém é mais cria-tivo que o brasileiro. Se nos esforçarmos, certamente teremos um grande ano. Vamos vencer esta parada assim como já ven-cemos tantas outras. Nunca recuamos, sempre andamos para a frente”, enfatizou.

Um dos palestrantes do evento, o diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) Fernando Pimentel ressaltou que o cenário de 2015 ainda é con-turbado, mas as oportunidades da indústria brasileira podem crescer neste contexto, apesar dos desafios. “Acredito que, para nós, o patamar ideal do dólar seja de US$ 2,85”, disse.

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64 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

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MUNDO TEXTIL PREVIEW INVERNO 16

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Um inverno luxuoso, cuja temática gira em torno da ‘ostenta-ção’. Assim pode ser descrita a Preview do Couro – Inverno 2016, apresentada em primeira mão durante o Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Materiais, realizado em janeiro, em São Paulo. Nessa estação, o couro que servirá de matéria-prima para calçados, bolsas e acessórios terá acabamento sofistica-do. O nobre material ganhará contornos mais apurados, além de efeitos como brilho, bordados e finalizações em laser, que o tornarão ainda mais requintado. Destaque também para os tons perolados, as texturas que lembram a madrepérola e o verniz. As palavras-chaves da estação são: ostentação, simplicidade, híbri-do, costurado, aspecto cru, amassado, espatulado, canelado, irregu-lares, facetado, martelado, pespontos, perolizado, verniz, dourado.Para seguir o alinhamento designado para a estação a proposta são de cores com tons iluminados, que procuram as sombras in-vernais para ficarem mais brilhantes e sedutoras, e rosas bipola-res, que acentuam a ambiguidade dos sentidos. No couro vacum

O couro que servirá de matéria-prima para calçados, bolsas e acessórios terá acabamento

sofisticado e efeitos de brilho, bordados e finalizações em laser

Ostentaçãoe simplicidade

são explorados acabamentos inspirados em aspectos metaliza-dos, principalmente o dourado, em efeitos lisos, martelados e com estampas animais, como as de zebra e de cobra. Aspectos perolizados e envernizados ganham força se misturando a es-tampas geométricas. Em contraponto a isso, artigos naturais de acabamento atanado e com efeitos de brilho escovado e caseinado. As peles de peixe e as exóticas cobras python, va-lorizam especialmente a cor dos artigos, com acabamento em tingimento único, de aspecto natural, ou levemente perolizado.O Preview do Couro é um projeto realizado pela Associa-ção Brasileira das Empresas de Componentes para Cou-ro, Calçado e Artefatos (Assintecal), Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Cen-tro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Integram o Núcleo de Design para o Preview do Couro o Coordena-dor do Núcleo de Design da Assintecal Walter Rodrigues e os consultores Ramon Oliveira Soares e Marnei Carminatti.

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65O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

Ostentação

feiras e eventos

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66 O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2015

MUNDO TEXTIL NOTAS

NOVA PRENSA TÉRMICA A Metalnox lança, em março, a prensa térmica EL 900. O equipamento foi desenvolvido para proporcionar o melhor aproveitamento na aplicação de transfers sublimáticos. De acordo com o coordenador do Marketing Alexandre dos Santos, a EL 900 é uma excelente opção para quem busca alto rendimento em um equipamento manual com baixo custo de investimento. “O modelo é capaz de atender altos ritmos produtivos, possibilitando melhor aproveitamento das peças e maior retorno produtivo em uma área útil de 700x1100mm”, acrescenta. A fôrma inferior da prensa tem abertura em gaveta, o que torna o equipamento mais ergonômico e de fácil operação, completa.Disponível nas versões monofásica/bifásica, a EL 900 tem resistência fundida em alumínio e dois controladores digitais de tempo e temperatura, a fim de garantir a uniformidade de temperatura na fôrma, o que garante, segundo a Metalnox, excelente termo transferência às peças. O lançamento oficial ocorrerá na Feira FESPA Brasil 2015, que acontece de 18 a 21 de março em São Paulo, no Expo Center Norte.

DEKKEN, AGORA PARCEIRA DA TAJIMADiversificando a linha de equipamentos com as quais trabalha e visando agregar maior valor ao mercado de produtos relacionados ao bordado, a Tajima do Brasil firmou parceria com a Dekken, empresa especializada em solução dobrável para a indústria têxtil com mais de 45 anos de tradição. Um dos destaques da marca é a T-APPAREL, que dobra e empilha todos os tipos de roupas , como camisetas, polos , coletes , tops, calças , etc. As camisas podem ter mangas curtas ou longas. O equipamento vem com opções de: - sistema de monitoramento de produção; duas máquinas sincronizadas com um transportador de distribuição comum , o que reduz a necessidade de espaço e oferece a possibilidade de direcionar as pilhas diretamente para a máquina de embalagem. Proporciona maior produção com apenas dois operadores; várias estações de empilhador para a classificação automática.

Silmaq assume a Bullmer no BrasilA Silmaq, maior importadora de máquinas e equipamentos têxteis para a América Latina, acaba de fechar contrato de exclusividade para venda e manutenção, no Brasil, dos produtos da marca Bullmer, fabricante de equipamentos para corte automático de tecido. A empresa já vinha trabalhando com a marca, porém agora passa a ter o controle da operação brasileira, oferecendo para os clientes o atendimento, suporte e qualidade em padrão internacional. Antes do contrato de exclusividade, a Silmaq era responsável pela operação chinesa da Bullmer e a Kehl Máquinas, de Novo Hamburgo/RS, respondia pela operação alemã. Agora, a Kehl passa a ser parceira da Silmaq como revenda autorizada para a região do Rio Grande do Sul. Além das marcas já citadas, a Silmaq detém os direitos de distribuição exclusiva de outras dez marcas internacionais, Juki (Japão), Siruba e Racing (Taiwan), Kornit (Israel), M&R (Estados Unidos), DTG (Austrália), SWF e SunStar (Coreia), Seit (Itália) e Veit Kannegiesser (Alemanha).

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