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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL PASTORAL DA EUCARISTIA - SUBSÍDIOS - (PARTE I) Documento Aprovado pela Comissão Episcopal de Pastoral 3 de setembro de 1974 APRESENTAÇÃO A Comissão Episcopal de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entrega o presente Documento às Dioceses brasileiras como contribuição para ajudar a celebração do Ano Eucarístico, cuja abertura será solenemente proclamada no próximo dia 24 de novembro durante a assembléia Geral do Episcopado, e aberto em todas as igrejas do Brasil no dia 1º de dezembro, 1º Domingo do Advento. O texto, de lenta elaboração, poderá ainda vir a ter sua autoridade robustecida pela aprovação do Episcopado Nacional. Logo que a XII Assembléia Geral deliberou sobre a realização, em 1975, de um Ano Eucarístico, preocupou-se a Comissão Nacional de Liturgia em trazer à celebração do mesmo sua colaboração específica. Durante o ano de 1972 foi preparado um ante- projeto, mais tarde estudado e reelaborado durante um Encontro de reflexão, em dezembro do mesmo ano. O projeto foi a seguir impresso com o título de “Orientações pastorais sobre a Eucaristia” e amplamente distribuído para receber emendas e sugestões. Todas as emendas que chegaram à Comissão Nacional de Liturgia foram colocadas em fichas, e cuidadosamente ponderadas uma a uma. Especial atenção mereceram as emendas enviadas pelos Srs. Bispos. Desta revisão saiu o trabalho original bastante modificado e melhorado. A Comissão Episcopal de Pastoral, então, o examinou, considerando também especialmente as emendas dos Srs. Bispos, estudadas uma a uma, e, dando-lhe sua aprovação, mandou que fosse publicado como documento da Comissão e sob sua responsabilidade. Considerando, porém, que um Documento desta natureza ganharia em autoridade se viesse a merecer a aprovação de todo o Episcopado, em Assembléia Geral, a Comissão Representativa, no dia 2 de setembro corrente, houve por bem fosse o Documento publicado sob a responsabilidade da Comissão Episcopal de Pastoral – visto ser indispensável a publicação imediata para que não perca a oportunidade em face da data de abertura do Ano Eucarístico – incluindo-o no entanto na pauta de assuntos da assembléia Geral. No caso de aprovação pela Assembléia Geral, será publicado em segunda edição, com a autoridade do Episcopado, com inclusão das emendas eventualmente introduzidas. Caso a próxima Assembléia Geral aprove o Documento, já preparado, sobre Pastoral da Confirmação, a segunda edição da “Pastoral da Eucaristia” sairia com este e com o Documento já aprovado sobre Pastoral do Batismo. Teríamos assim, num único

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

PASTORAL DA EUCARISTIA - SUBSÍDIOS - (PARTE I)

Documento Aprovado pela Comissão Episcopal de Pastoral

3 de setembro de 1974 APRESENTAÇÃO A Comissão Episcopal de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entrega o presente Documento às Dioceses brasileiras como contribuição para ajudar a celebração do Ano Eucarístico, cuja abertura será solenemente proclamada no próximo dia 24 de novembro durante a assembléia Geral do Episcopado, e aberto em todas as igrejas do Brasil no dia 1º de dezembro, 1º Domingo do Advento. O texto, de lenta elaboração, poderá ainda vir a ter sua autoridade robustecida pela aprovação do Episcopado Nacional. Logo que a XII Assembléia Geral deliberou sobre a realização, em 1975, de um Ano Eucarístico, preocupou-se a Comissão Nacional de Liturgia em trazer à celebração do mesmo sua colaboração específica. Durante o ano de 1972 foi preparado um ante-projeto, mais tarde estudado e reelaborado durante um Encontro de reflexão, em dezembro do mesmo ano. O projeto foi a seguir impresso com o título de “Orientações pastorais sobre a Eucaristia” e amplamente distribuído para receber emendas e sugestões. Todas as emendas que chegaram à Comissão Nacional de Liturgia foram colocadas em fichas, e cuidadosamente ponderadas uma a uma. Especial atenção mereceram as emendas enviadas pelos Srs. Bispos. Desta revisão saiu o trabalho original bastante modificado e melhorado. A Comissão Episcopal de Pastoral, então, o examinou, considerando também especialmente as emendas dos Srs. Bispos, estudadas uma a uma, e, dando-lhe sua aprovação, mandou que fosse publicado como documento da Comissão e sob sua responsabilidade. Considerando, porém, que um Documento desta natureza ganharia em autoridade se viesse a merecer a aprovação de todo o Episcopado, em Assembléia Geral, a Comissão Representativa, no dia 2 de setembro corrente, houve por bem fosse o Documento publicado sob a responsabilidade da Comissão Episcopal de Pastoral – visto ser indispensável a publicação imediata para que não perca a oportunidade em face da data de abertura do Ano Eucarístico – incluindo-o no entanto na pauta de assuntos da assembléia Geral. No caso de aprovação pela Assembléia Geral, será publicado em segunda edição, com a autoridade do Episcopado, com inclusão das emendas eventualmente introduzidas. Caso a próxima Assembléia Geral aprove o Documento, já preparado, sobre Pastoral da Confirmação, a segunda edição da “Pastoral da Eucaristia” sairia com este e com o Documento já aprovado sobre Pastoral do Batismo. Teríamos assim, num único

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volume, três importantes documentos sobre a Pastoral dos Sacramentos da Iniciação Cristã. Este pequeno livro, preparado com muito amor pelos que nele colaboraram, é oferecido aos Agentes da Pastoral como precioso instrumento para aprofundamento da vivência eucarística em nossa terra. Espera-se também que exerça benéfica influência saneadora nos ambientes em que, por falta de compreensão da Liturgia, impera uma rotina que dificulta a participação desejada pela Santa Igreja, ou surgem desvios que, além de quebrar a comunhão eclesial, atentam contra as estruturas da própria Liturgia. Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1974 Festa de São Gregório Magno CLEMENTE JOSÉ CARLOS ISNARD OBS Presidente da Comissão Nacional de Liturgia CAPÍTULO I: CONSTITUIÇÃO DA ASSEMBLÉIA EUCARÍSTICA 1.1. Povo de Deus, vivendo no Espírito Santo “De toda e qualquer nação, são agradáveis a Deus aqueles que o respeitam e praticam o que é justo” (At 10,35). No entanto, um povo foi constituído e historicamente educado para que servisse ao Senhor em santidade. Para isso o próprio Deus se manifestou e foi reconhecido através dos acontecimentos da história, até chegar o tempo da plenitude, em que o pacto de amizade estreita entre Deus e os homens se efetivou no Filho que veio, como homem, para reconquistar os filhos dos homens e reconduzi-los para o Pai (cf. LG 9)1. Jesus de Nazaré, “entregue por nossos pecados e tornado Senhor para nossa salvação” (Rm 4,25), é constituído Cabeça do povo messiânico. Este povo, habitado e movido pelo Espírito Santo, tem a missão de difundir o anúncio do Reino de Deus e, vivendo no mesmo Espírito, é chamado a concretizar já aqui na terra a comunhão de vida, na caridade, na verdade e na justiça, tornando-se assim sinal e instrumento da salvação universal do mundo (cf. LG 9)2. O Senhor Jesus bem conhece a condição peregrina da Igreja que avança em direção à cidade futura e permanente (Hb 13,14)3; por isso envia o seu Espírito Educador das consciências e a cumula de meios aptos para que realize esta união visível e social, convocando e constituindo todos os seus seguidores como Povo, Igreja, Sacramento da unidade salvífica (cf. S. Cipriano, Epíst. 69,6 – PL 31, 142). Entre os maravilhosos meios de crescimento na unidade com que Cristo dotou sua Igreja, destacamos a Eucaristia sacramento de sua ação salvífica, presença do Cristo glorificado que continua convocando seu povo pela Palavra e alimentando-o na caminhada com seu Corpo e seu Sangue, oferecidos pela redenção de todos que se unem à sua paixão e morte (Rm 8,1; Cl 1,2; 2Tm 2,11-12; 1Pd 4,3)4. É neste sentido que deve ser entendido o sinal do pão e do vinho: “Eu recebi do Senhor, o que também vos transmiti: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e tendo agradecido a Deus, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isso em minha memória. Toda vez que comerdes deste pão e

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beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha’” (1Cor 11,23-26)5. É preciso pois que, ao celebrar a Eucaristia, a comunidade reconheça nos SINAIS o anúncio da morte e proclame a Ressurreição, para que esta seja feita em memória do Senhor. 1.2. Assembléia, reunião dos convocados 1.2.1. Nos escritos da Antiga Aliança o termo EKKLESIA, corrente na literatura grega, designa a assembléia do povo, convocada regularmente pela autoridade competente, a fim de tomar decisões ou ratificar as propostas feitas pela autoridade. O judeu sabia que sua assembléia, convocada pela palavra de Javé, devia tornar-se fonte de união, e que a salvação um dia se manifestaria sob a forma de um vasto assembleamento do povo. 1.2.2. Só uma evangelização que anuncie a Palavra e faça com que os cristãos descubram nela a razão de se reunirem, poderá fundamentar a assembléia eclesial e distingui-la das demais reuniões com os mais variados objetivos. 1.2.3. O Vaticano II reafirma que “aprouve a Deus santificar e salvar os homens não isoladamente, com exclusão de toda relação mútua, mas em povo que o reconhece na verdade para servi-lo santamente” (GS 32; cf. LG 9)6. Os profetas (Jr 10, 21; Ez 34, 5-6)7 reprovam os que reúnem o povo e que, ao invés de lograrem mais união, fomentem a dispersão e separação ou o iludem com ritos vazios. 1.2.4. Deus revelou suficientemente seu desígnio de salvar todos os homens para que a assembléia não se reduza a uma reunião de perfeitos (Ez 34, 13; 20, 34-38.41)8. No entanto um ponto permanece essencial: sem iniciação à fé, a assembléia – mesmo sendo reunião cultual – fica reduzida ao nível das Assembléias humanas; mais divide e ilude do que constrói. Somente à luz destes princípios a assembléia local se reunirá no Espírito e poderá se tornar, ao nível do sinal, anúncio e preparação da assembléia universal. Nem fechamento em elites perfeitas, nem multidão inconsciente em sua fé realiza uma assembléia congregada em nome do Senhor. 1.3. Diversificação de Assembléias 1.3.1. O fato pastoral Na atual situação da Igreja, verificam-se vários tipos de Assembléias, dos mais diferentes níveis de consciência cristã conforme as circunstâncias que os levam a se reunirem. A Eucaristia, como sacramento da unidade, não terá pois significação se não houver um real esforço e atenção para a constituição da assembléia. Não podemos considerar que a carência de iniciação justifique uma atitude drástica como seria a de fechar as portas às pessoas não iniciadas. Faltar-nos-iam, aliás, critérios suficientes para tanto. Mas sabemos também que o sacramento da Eucaristia tem exigências quanto à constituição da assembléia; exigências essas que estão a urgir uma pedagogia inspirada no amor e na misericórdia, capaz de conduzir à

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conversão e maior possibilidade de penetração nos sinais que, à luz da fé, são entendidos pela Igreja como atualização do mistério do Cristo morto-ressuscitado. Para que uma assembléia tenha condições de realizar os sinais do mistério, entender na fé a significação dos mesmos e compromissar-se com suas exigências, é necessário que se distingam os diferentes tipos de assembléia, com suas características peculiares. 1.3.2. Caracterização das Assembléias 1.3.2.1. As assembléias de freqüentadores assíduos das missas dominicais devem ser mais claramente convocadas pela Palavra, isto é, que sua fé, purificada na evangelização, seja o motivo de sua presença na comunidade dos irmãos, para que se tornem capazes de perceber a significação dos ritos comuns. Com efeito, nas nossas assembléias dominicais, há pessoas que, levadas por motivação evangélica, participam comunitariamente da Eucaristia e são comprometidas na comunidade. Há, porém, pessoas que estão presentes por sentimentos religiosos estranhos à fé evangélica (sincretismo religioso) ou que assistem à celebração eucarística como mero ato de piedade individual. Essas pessoas, ao invés de se sentirem chamadas a maior vivência do mistério pascal que os sinais tornam presente, emprestam-lhes um significado que não corresponde ao que a Igreja entende e pretende ao fazê-los. Assistem e até realizam a mesma cerimônia, dando-lhe porém, uma interpretação que não se fundamenta no ensinamento de Jesus de Nazaré e da Igreja. Há também os que são trazidos à celebração por motivos os mais variados, como sejam costume, dever familiar, social... pressão moral do preceito (medo) e similares. Estes manifestam mais uma atitude de espectadores do que real desejo de participação. Apesar de certa assiduidade, nunca chegam a se comprometerem com a comunidade cristã e não se esclarecem nem aprofundam a própria fé. Neste caso, um tanto ambíguo com relação à Eucaristia, o presidente é liturgo com os primeiros; deve, porém, fazer-se catequista (mistagogo) para os segundos e missionário para os últimos, corre assim o risco de não atender a ninguém. Cabe, pois, ao celebrante e à equipe de celebração identificar a assembléia, distinguir as diferentes necessidades e procurar celebrar de tal forma, que cada qual se sinta atingido e motivado a participar de modo mais consciente. O testemunho da equipe de celebração, especialmente do presidente, é que exercerá real influência educadora sobre a comunidade, sem com isto dispensar outras iniciativas. A Eucaristia, mistério da fé, supõe normalmente uma ekklesia, reunião de iniciados, capazes de se congregarem explicitamente para a celebração do sacramento da Unidade, porque guiados pela Palavra que revela o desígnio de Deus aos que se reúnem para ouvi-la. 1.3.2.2. Nas reuniões de assembléias ocasionais (missas de defuntos, casamentos, festas patronais etc.) a liturgia da palavra seja realçada e tome cunho nitidamente missionário. Deve-se ter em vista mover à integração numa comunidade que persevere na instrução da fé, a fim de possibilitar iniciação adequada e oportuna conversão evangélica. N.B. Devido às características próprias de tais reuniões não se pode simplesmente tomar o formulário próprio do dia proposto para os que freqüentam habitualmente a

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assembléia. É urgente que se providenciem subsídios catequéticos, e mesmo FORMULÁRIOS PARA CELEBRAÇÕES mais adequados ao nível cultural e de iniciação dos participantes, não raro a maioria deles é de pessoas que só têm contato com a Igreja nestas ocasiões especiais. Reconhecendo que em situações semelhantes a Igreja é procurada mais para atender a uma necessidade religiosa ou por causa do relacionamento social, do que pelo desejo de participar regularmente na vida da comunidade cristã, será preciso ter presente que o efeito da celebração depende de: – um contato e um acolhimento humanos que façam as pessoas perceberem que a Igreja está alerta e atenta a todos os feitos e acontecimentos da vida do homem. Evite-se, pois, toda aparência de rigor e exigências que mais afastam do que atraem; – um cuidado especial na preparação da celebração a fim de que se sintam à vontade, possam captar a mensagem oportuna à ocasião e assim conservem boa lembrança deste contato com a Igreja; – uma participação ativa, solicitando-se para isso a colaboração na própria celebração (por ex.: confiando-lhes as leituras, preces, orientando as atitudes a serem tomadas durante a celebração etc.). 1.4. Pedagogia e ação pastoral A história nos ensina pistas para o restabelecimento de uma assembléia em que a Eucaristia retome sua plena significação de “Manifestação da Igreja”, de “Sinal de Unidade”, de “sacramento para iniciados”. Para isto não será suficiente inovar ritos (retocar, inventar ou seguir livros novos), será necessária uma autêntica renovação aculturada, para que os ritos sejam redescobertos em sua significação profunda. É pastoralmente urgente superar a situação de uma Eucaristia colocada para pessoas que se “reúnem dispersamente” com suposta iniciação, que a fraca participação “ativa, consciente e frutuosa” (SC) na ação litúrgica vem contradizer. 1.4.1. Com efeito, as comunidades eclesiais que estão se formando por um processo mais apurado de iniciação evangelizadora em grupos de base, se constituem em assembléias onde a coesão da fraternidade oferece melhores condições de uma liturgia viva, capaz de unir rito e vida, sinal e realidade de união. A unanimidade na fé e no amor, fundada no mútuo conhecimento e na recíproca ajuda, faz perceber que a reunião foi convocada pela Palavra. O progresso da conversão permite uma assembléia em oração, com participação mais frutuosa graças ao engajamento vivencial e ao crescimento na Fé evangélica que provoca. É evidente que tais assembléias darão nova vida aos ritos conforme suas necessidades culturais e seu nível de crescimento na fé. Para que os acontecimentos da vida cotidiana possam ocupar lugar explícito nas celebrações, sente-se a necessidade de criar algo que expresse melhor a integração vital no mistério de Cristo; chega-se não raro à conclusão de que é necessário adaptar os ritos propostos que se mostram insuficientes. Diante de iniciativas neste terreno, mera atitude de repressão poderá conduzir tais grupos a agirem à margem da disciplina vigente, com conseqüente prejuízo para a unidade eclesial; por outro lado, a falta de fundamentação histórico-teológica de certos dirigentes (presbíteros ou outros) faz com que algumas celebrações da Eucaristia se afastem não apenas das formas oficiais elaboradas para grande público, mas também da unidade eclesial da liturgia.

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Diante destes fatos, é urgente que se dê especial atenção pastoral às celebrações que correspondam às necessidades de tais grupos e lhes permitam uma expressão autêntica da fé, no estágio em que se encontram e com modalidades adaptadas à cultura e formação dos mesmos. Para isso deve-se procurar manter a unidade da liturgia da Igreja com a diversificação das formas, em consonância com o espírito de criatividade que tradicionalmente constitui a riqueza da liturgia e tão sabiamente preconizado pelos documentos conciliares e subseqüentes. N.B. cf. Instrução sobre missas para grupos particulares, Doc. 19 Prot. 77/69; Encontro dos Presidentes e Secretários das CNL dos países Latino-americanos – CELAM, Departamento de Liturgia, Medellín, 1972; Documento dos Presbíteros, CNBB 1969, p.213, proposição 1.7 que obteve maciça votação: “Que se promova uma corajosa aculturação litúrgica”, Diretório das missas com crianças, S. Congr. para o culto divino, 1º de novembro de 1973, instrução actio pastoralis de 15 de maio de 1969 da S. Congr. para o culto divino. Estes documentos são aplicação prática dos números 37-40 da Constituição “Sacrosanctum Concilium”. 1.4.2. Celebrações com grupos e comunidades paroquiais O reexame das dimensões da Eucaristia das Basílicas ou Matrizes, ainda hoje em vigor, e suas influências sobre o ritual do culto, levar-nos-ia a uma nítida revalorização das celebrações em pequenas comunidades, sem com isso negligenciar a significação das Assembléias mais representativas da universalidade da Igreja, nem ceder à tentação de fazer eucaristias para público socialmente reunido, mas não congregado em nome do Senhor (cf. EM 25-27)9. A história nos ensina que foi essa passagem da Eucaristia comunitária (simplicidade doméstica – em dimensões familiares e fraternas) para as celebrações diante de um povo convertido em massa e sem a devida iniciação que levou, pouco a pouco, entre outros motivos culturais, a substituir o altar (uma verdadeira mesa de refeições onde todos tomavam parte) pelo trono que distancia o sacerdote do povo, adotando uma série de etiquetas inspiradas nos protocolos da corte imperial (genuflexões, inclinações, gestos, vestimentas etc.). A conseqüência foi a progressiva falta de participação do povo nas celebrações litúrgicas, apesar de estarem assistindo às cerimônias. Essa situação chegou a ponto de fazer com que o Concílio do Latrão IV, na Idade Média (1215), impusesse a obrigação de comungar ao menos uma vez por ano, pela Páscoa da Ressurreição. Para que haja progressiva integração entre as celebrações em pequenos grupos e maior autenticidade nas celebrações em ambientes mais abertos a público numeroso (igrejas paroquiais etc.), é necessário que se aprofundem os princípios gerais para a catequese sobre o mistério Eucarístico e as normas sobre a celebração do Memorial do Senhor conforme a Instrução sobre o culto Eucarístico (EM ,n.5-30)10. 1.4.2.1. As Assembléias de CENTROS URBANOS, bem como as celebrações de lugares de convergência turística, exigem especial atenção pastoral por constituírem um fenômeno típico da era das comunicações. De fato, a facilidade de locomoção e o teor de vida das grandes cidades aumentam as dificuldades de reunir-se de modo assíduo num mesmo local e até mesmo de se constituírem comunidades estáveis de pessoas. A mobilidade produz o fenômeno dos TRANSEUNTES em nossas Assembléias de centros urbanos e faz com que as Assembléias reúnam pessoas sem grande relacionamento humano, máxime nos locais de turismo (hotéis de veraneio, balneários, cidades turísticas ...).

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Diante deste fato, é necessário que a pastoral prepare a comunidade e a faça tomar consciência do dever cristão da hospitalidade aos irmãos na fé que vêm se unir a ela na celebração. O acolhimento e a integração dos transeuntes, a disponibilidade destes para se comunicarem com os membros da comunidade local, são condições indispensáveis para uma autêntica liturgia comunitária. Não se pode supor “comunidade” e começar a celebração sem levar em conta esta realidade. Iniciativas neste sentido devem ser tomadas para que a assembléia seja realmente sinal de unidade e não apenas uma reunião de pessoas justapostas e isoladas. 1.4.2.2. Quanto à celebração com grupos de famílias, pessoas de relacionamento ambiental ou comunidades de base, a experiência tem mostrado sua eficácia. No entanto, o perigo de se constituírem em “guetos” ou igrejinhas isoladas, perdendo assim o contato com o povo de Deus, também é real. Por outro lado, o Concílio tem insistido sobre a significação da assembléia paroquial (SC, 42)11 e sua força de expressividade representativa da Igreja. A encíclica “Eucharisticum mysterium” já fala da celebração com tais grupos, especialmente durante a semana (EM 17; cf. Diretório das missas com crianças, n.20)12. Portanto, fiéis ao pensamento da Igreja, é preciso que os grupos tomem consciência de sua missão em vista da renovação litúrgica nas assembléias paroquiais e fundamentem seu “não fechamento grupista”, na significação eclesial das Assembléias mais representativas das diferentes categorias de que a Igreja se compõe na realidade. A presença, nas grandes Assembléias, de grupos que tiveram a oportunidade de fazer experiências de liturgia mais viva e comunicativa, sua identificação como grupo e a solicitação para servirem a comunidade, será um testemunho de verdadeira fé que torna os cristãos conscientes, ativos no serviço de acolhimento e animação dos demais irmãos. Apesar de numerosa, a assembléia evitará o perigo – aliás muito comum – de ser uma massa anônima, graças ao relacionamento pessoal no interior dos grupos e ao entrosamento dos grupos na constituição de uma assembléia comunitária. 1.4.3. Celebração doméstica da Eucaristia A consciência do caráter tipicamente doméstico que a Eucaristia conservou desde a Ceia no Cenáculo até a metade do século III (quando as casas cedidas para a “Ecclesia” dos irmãos começaram a se tornar propriedade da comunidade que se encarregou de administrá-las e ampliá-las conforme suas necessidades) deveria fazer com que se desse particular atenção pastoral a tais celebrações. O aprofundamento do mistério eucarístico e sua exigência essencial de comunidade, hierarquicamente ordenada, levará a uma pastoral que vise prioritariamente à constituição da Igreja em níveis diversos de realização (Igreja doméstica, grupos de evangelização, diaconias, paróquias e finalmente diocesana presidida pelo bispo) com os ministérios respectivos para que cresça uma efetiva unidade que se origina do mesmo pão partido entre os irmãos.

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O costume de celebrar cotidianamente só na matriz priva da participação eucarística muitas pessoas que se acham impedidas porque os horários não se ajustam aos seus compromissos. Razões pastorais estão a exigir que se reconsidere o atendimento quase exclusivo dos templos e se revejam os horários, atendendo a complexidade da vida moderna, para que se vê ao encontro dos fiéis, a fim de evangelizá-los e com eles celebrar a fé. Neste sentido, os documentos da Sé Romana encorajam as celebrações eucarísticas com grupos, em suas próprias casas, em dias e horários que mais favoreçam a participação dos membros das famílias. N.B. cf. EM 1713; De Sacra Communione et de cultu mysterii eucharistici extra missom n. 16 e 18; Diretório das missas com crianças, n.2514. Encontro dos presidentes e secretários das CNL, Medellin, 1972. Procure-se, no entanto, evitar que as celebrações domésticas se reduzam ao simples transplante da missa do templo para as casas. O ambiente familiar favorece maior espontaneidade e possibilita a criatividade (Medellín – 1972, documento 3; n.7)15. Os sacerdotes terão o cuidado de não passarem do atendimento a multidões anônimas para “capelães de guetos”. Essas ocasiões são preciosas para maior contato com as famílias, na perspectiva de uma presença evangelizadora em ambiente mais natural, mas não podem perder as dimensões eclesiais do mistério É neste contexto que se recoloca o desafio das vocações ministeriais capazes de dar atendimento às novas necessidades da Igreja. É evidente que não se trata de conceder privilégios por motivos estranhos à fé (como sejam posição social, egoísmo de alguma família, número de um programa festivo da família), mas fazer maior número de pessoas terem experiência de uma celebração eucarística em clima de íntima fraternidade e educar os fiéis para o sentido comunitário da vida eclesial. 1.4.4. Celebração com grupos de jovens Sociologicamente os jovens se constituem hoje em grupos caracterizados por exigências próprias. Do ponto de vista religioso, nota-se forte movimento de busca de Cristo no mundo juvenil. Atendendo às necessidades específicas desta faixa da população, tem-se procurado promover celebrações que possibilitem à juventude a expressão de sua fé de modo mais adaptado às suas características. Tenha-se presente que o objetivo destas celebrações não pode reduzir-se à mera atração e ponto de encontro motivados pela apresentação de “shows”, variedades musicais, clima de euforia, sob pena de se tornarem alienantes, mais do que participação no mistério de Cristo e da vida eclesial.

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A finalidade é alcançar maior autenticidade na expressão da fé. Para isso a Eucaristia terá que voltá-los para a vida, para o mundo juvenil e para a sociedade em concreto, integrando-os na comunidade e comprometendo-os em tarefas concretas. Cuide-se para que essas assembléias de jovens não aumentem a tensão entre as gerações, nem venham a cair no “grupismo”, com prejuízo para a unidade eclesial na sua totalidade. A fim de evitar o fechamento destes grupos sobre si mesmos, promovam-se, em certas solenidades e ocasiões (por ex.: Natal, Páscoa, Pentecostes, Padroeiro, Dia dos Pais etc.), assembléias mais representativas de fraternidade universal que reúnam adultos, jovens e crianças numa única celebração. É importante que se dê especial atenção à formação “equipes de Liturgia” de jovens que assumam o preparo do ritual e comentários para suas celebrações, bem como ajudem a assembléia a celebrar com maior consciência. O canto e instrumentos usados sejam escolhidos de modo que evidenciem claramente a mensagem e favoreçam o clima de oração. N.B. a) Fatores psicológicos e o respeito pelos direitos autorais não permitem, por ex., que se façam adaptações superficiais de textos de músicas compostas para outras situações e não condigam com o momento da oração. b) Lembramos que a mensagem evangélica faz parte da expressão da fé e não se pode ignorá-la na escolha dos cantos. c) Uma boa evangelização proporcionará à exuberância dos jovens maiores possibilidades de criar músicas cujo ritmo corresponda às suas justas exigências e cujos textos transmitam a palavra e expressem a fé. 1.4.5. Celebrações com a participação de crianças (cf. Diretório das missas com crianças) 1.4.5.1. Faz parte da iniciação cristã das crianças a participação na liturgia (Dir. n.8)16 que, graças à sua inata eficácia pedagógica, exerce uma influência ímpar no desenvolvimento da fé e faz descobrir as dimensões e valores próprios da Igreja, desenvolvendo o espírito comunitário (Dir., n.2)17. É, pois, indispensável que as crianças se sintam dentro de um grupo que celebra sua fé e sejam envolvidas por todo aquele clima de fraternidade que a comunidade cristã deve cultivar, máxime quando se reúne na comunhão com e em Cristo (Dir., n.8)18 . A presença de adultos, portanto, é sumamente desejável (Dir., n.24)19, de modo particular a dos familiares e educadores das crianças (Dir., n.10 e 16)20. No caso de os pais não terem vida sacramental, sugerem-se vários tipos de celebrações não eucarísticas, em que pais e crianças sejam educados para aqueles valores humanos que servem de base à vida familiar, criam condições para uma melhor integração social e, oportunamente, eclesial (cf. Dir. n.10)21. Tais celebrações oferecem para isto maior liberdade de recursos e meios pedagógicos mais adequados ao nível próprio de iniciação de cada grupo. Tendo essas reuniões objetivo de educar na fé, deve-se evitar um cunho demasiado didático, pois se trata de levar as crianças a perceberem a significação própria da liturgia em seus variados elementos e não apenas de “ensinar”.

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A palavra, celebrada com assiduidade, máxime no advento e quaresma, despertará, desde cedo, estima e veneração para com a Sagrada Escritura (Dir. n.13)22 e educará as crianças para uma vida de autêntica fé evangélica, mais do que para práticas religiosas. 1.4.5.2. A celebração eucarística paroquial reúne os adultos, principalmente nos domingos e dias festivos, para a participação no mistério central da fé cristã (Dir n. 16)23. O valioso testemunho da experiência comunitária não basta para educar as crianças, se essas se sentirem deixadas de lado durante a própria ação litúrgica (Dir n.17)24. Por isso é necessário que se façam as adaptações oportunas, a fim de atender às crianças conforme as necessidades específicas de cada assembléia (cf. Sac. Conc. 38; Dir. n. 3)25 e evitar que a rotina das cerimônias e a falta de adaptação à mentalidade infantil venham a enfastiar a imaginação viva das crianças, causando possível dano no seu relacionamento com a Igreja (Dir. n.2)26. É urgente que se dê especial atenção pastoral para que a liturgia corresponda às exigências próprias das crianças, tomando em conta a percepção e a vivacidade do seu mundo específico (Dir. n.12 e 35)27. A presença de adultos como companheiros de oração e não como “vigias” (Dir. n.21 e 24)28, é o modo mais completo de iniciar a vida em comunidade, mas é educativo que se celebre, às vezes, com grupos menores, só com crianças, especialmente durante a semana (Dir. n.20, 27 e 28)29. A fim de que possam se expressar mais espontaneamente, leve-se em conta a formação, mais do que a idade. 1.4.5.3. Eis as principais adaptações que o Diretório prevê: – Quanto ao local de celebração: – Mesmo que o templo seja o local normal das celebrações, procure-se reunir as crianças num espaço que favoreça o recolhimento e as mantenha unidas, evitando o perigo de distração ou dispersão. Caso isto seja difícil, celebre-se em qualquer lugar digno, mesmo fora do recinto do templo (Dir. n.17)30. – Quanto aos ministérios: – Que se distribuam as leituras, comentários, preces dos fiéis, cantos, preparação do altar, transporte das oferendas para o altar entre adultos e crianças, de tal modo que se sintam solicitados ao serviço direto na própria cerimônia (Dir. 18, 29, 24, 47, 32, 48, 34, 22)31. – Quanto aos instrumentos musicais e ao canto: – O canto corresponde melhor ao estilo infantil (Dir. n.30)32 e a melodia ajuda a pronunciar e memorizar mais facilmente do que se recitam, sobretudo as aclamações da oração eucarística e demais textos do ordinário. Para isto é possível usar traduções adaptadas desde que aprovadas pela autoridade competente (cf. Dir. n. 31)33. O uso de instrumentos musicais, sobretudo se tocados pelas crianças, é vivamente recomendado e o critério fundamental será o sentido pastoral, isto é, que conduzam a uma liturgia “festiva, fraterna e recolhida” (cf. Dir. n.32)34. – Os gestos: A natureza própria da liturgia exige que o homem se expresse com todo o seu ser, portanto, é também ação do corpo. Tratando-se de crianças, cuja característica é a manifestação corporal mais do que intelectual, deve-se dar a máxima importância aos gestos, não só do sacerdote, mas à participação efetiva da assembléia.

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Embora o texto do Diretório enfatize as procissões, neste campo é urgente que se recorra à ajuda psicopedagógica de educadores especializados a fim de que a liturgia com crianças possa corresponder às exigências próprias de tais Assembléias (SC 38; Dir. 33-34)35. É importante que, entre os gestos, se dê particular ênfase à atitude de silêncio, para que não se caia em movimentação externa com prejuízo da participação (cf. Dir. 36). – Recursos visuais: Só o uso de elementos visuais e sonoros, juntamente com gestos significativos, poderá corresponder às crianças e fugir ao risco de fazer da liturgia um momento árido e fatigante. Além do relevo com que se deve utilizar os símbolos próprios da liturgia (círio, cores, cruz, objetos significativos), é sumamente necessário que se traduza em formas plásticas o conteúdo da Palavra ouvida e do mistério celebrado. Também aqui os métodos audiovisuais tornam-se subsídio indispensável à participação das crianças na Liturgia (cf. Dir. 35)36. 1.4.5.4. Além das várias modalidades e iniciativas, o Diretório afirma que é possível à CNBB propor à Sé Romana outras adaptações que se fizerem pastoralmente úteis e oportunas (Dir. n.5)37. Fiel à estrutura geral da celebração, isto é, à Palavra e Sacramento, que constituem um único culto e os ritos de abertura e encerramento (cf. IGMR n.8)38, o Diretório prevê, como necessárias, adaptações no modo de conduzir e realizar a Eucaristia com crianças. Recomenda-se, no entanto, que as “aclamações, respostas comuns e o Pai-nosso” sejam conservados intactos para que sejam possíveis celebrações integradas com toda a comunidade eclesial (cf. Dir. n.38-39)39. N.B. a) Para a liturgia eucarística, todos os que já podem participar do sacramento voltem normalmente a se reunir em única assembléia, significando a força de unidade deste mistério celebrado. b) Não seria de se desejar que as crianças que ainda não fizeram a Primeira Eucaristia, fossem às vezes atendidas por mães (ou outras pessoas e às vezes pelo próprio presbítero) em celebrações e/ou atividades recreativas e educativas? 1.4.6. Eucaristia junto aos enfermos e inválidos N.B. Para uma visão mais completa a respeito da pastoral dos enfermos, é indispensável que se medite o “Rito da unção dos enfermos e sua assistência pastoral”. Trata-se, com efeito, mais de um manual de orientações do que de um simples rito de celebração. Que os agentes pastorais proporcionem aos enfermos e inválidos, freqüentes ocasiões de acesso à Eucaristia, certos de que é o meio mais eficaz para concretizar a aspiração de que os cristãos se reúnam e vivam comunitariamente. Dê-se a máxima importância e valor à participação na Eucaristia, mesmo por parte daqueles que se acham legitimamente impedidos de se reunirem no mesmo lugar e hora da assembléia, mas

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que, quando possível, fazem parte da Eucaristia. Assim, organizem-se com eficiência a distribuição da Eucaristia e a celebração a domicílio para enfermos e inválidos e para os que deles cuidam, ficando impossibilitados de tomarem parte na assembléia. A missa domiciliar possibilita a comunhão sob as duas espécies, como prevê o ritual, e concretiza a legítima disposição de, quanto possível, comungar na própria celebração da eucaristia (cf. Rito da unção... n.26)40. É sumamente desejável que a caridade cristã preveja a ajuda de irmãos na fé para a oportuna substituição dos familiares de enfermos e inválidos, a fim de que os mesmos irmãos que prestam tal assistência não sejam privados da assembléia por tempo demasiado longo, com conseqüente prejuízo para o crescimento na doutrina dos apóstolos e na convivência com os irmãos que se reúnem no Senhor (cf. Rito de unção n.42-43)41. É evidente que tanto a celebração junto aos enfermos e inválidos quanto a distribuição da comunhão, fazem parte de toda uma perspectiva muito ampla da pastoral dos enfermos; a comunhão é que deve assumir a missão de envolver os irmãos que sofrem, num clima de fé e caridade, capaz de sustentá-los em momentos tão importantes e dolorosos, na esperança que ilumina o mistério da dor e da morte com a luz da Ressurreição (cf. Rito da unção n.1-4)42. Note-se que essa tarefa de solicitude para com os enfermos e pessoas idosas é tão importante que já Hipólito de Roma qualifica o diácono como sendo o “ministro dos doentes e dos pobres” (cf. Trad. Apostólica n.39 e 34). Recentemente a Igreja, ao revitalizar a função do acólito, volta a insistir sobre o cuidado que este deve ter na distribuição da Eucaristia aos enfermos (cf. Ministeria quaedam, § VI). 1.4.7. Missas exequiais e orientações pastorais A liturgia das exéquias coloca os pastores diante de uma perplexidade: as missas encomendadas por ocasião de morte, 7ºe 30º dias não passam, muitas vezes, de puro ato social a que não se pode recusar; por outro lado, tais situações oferecem excelente ocasião de contato com pessoas que raramente procuram a Igreja. Resta, no entanto, uma perplexidade se os pastores confrontam as exigências do Sacramento com as disposições concretas. 1.4.7.1. É indispensável que os presbíteros despertem para uma maior sensibilidade, a fim de não serem os únicos a não se comoverem com o fato que abala toda a assembléia reunida. Se quem preside não participa dos sentimentos da assembléia, sua celebração, e principalmente a homilia, será desencarnada, pois, não fala de um fato vivido. 1.4.7.2. Para que a celebração do mistério de Cristo por ocasião da morte de um membro da Igreja se torne vivencial, é necessário colher alguns dados sobre a vida da pessoa falecida e travar previamente um mínimo de relação com a família enlutada. 1.4.7.3. Há diferença entre uma celebração feita por um freqüentador assíduo da assembléia eucarística e uma pessoa desligada da Igreja. No entanto, a reunião poderá ser ponto de partida para uma evangelização, sobretudo se a liturgia for celebrada de

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tal modo que manifeste o esforço da atualização da Igreja num clima humano de acolhimento e solidariedade. 1.4.7.4. Neste particular, a comunidade eucarística dos assíduos à Igreja tem especial oportunidade de dar testemunho de disponibilidade, serviço e atenção às pessoas que ocasionalmente estão presentes a uma celebração, levadas por circunstancias mais do que por motivação de fé evangélica. N.B. É necessário superar todo aspecto de comércio, tão explorado, infelizmente, até por empresas funerárias, e fazer a comunidade paroquial cooperar no serviço às pessoas que se reúnem nestas ocasiões. 1.4.7.5. Uma boa equipe paroquial dedicada à assistência das famílias enlutadas, poderá ajudar na superação da mentalidade matemática (exatamente o 7º e 30º dias) e criar um clima mais eclesial. Por exemplo, se a paróquia oferece uma missa pelos mortos em determinado dia da semana, com a presença desta equipe que procurou tomar contato com as famílias visitadas pela morte. Nesta celebração a comunidade paroquial poderá cantar, fazer as leituras, acolher as famílias dos recém-falecidos, dando especial destaque a essas intenções no decorrer de toda a celebração. 1.4.8. Celebrações oficiais 1.4.8.1. O sentido da celebração do Memorial do Senhor comunidade dos fiéis colocará em profundo questionamento celebrações chamadas “oficiais” dentro de uma sociedade pluralista. De fato, tais celebrações oficiais podem não oferecer bases sólidas para classificarmos de “assembléias convocadas e congregadas pela palavra”, visto serem atos públicos, mas não comunitários no sentido eclesial, pela ausência de fé comum. Tais eucaristias se tornariam mais um ato sem sentido do que sinal de Unidade na fé, na consciência da presença do Senhor. 1.4.8.2. Pastoralmente é necessário que se verifique cada caso e que a autoridade diocesana os controle pessoalmente para evitar celebrações que não reúnam as condições mínimas que justifiquem a Eucaristia. Há outros tipos de celebrações que podem ser mais oportunas conforme as circunstâncias. 1.4.8.3. O mesmo se diga das promoções de caráter prevalecentemente social, como formaturas, bênçãos de estabelecimentos e outras em que a celebração eucarística poderia ser mais um número da programação do que uma autêntica celebração eclesial. 1.4.9. Liturgia de televisão e rádio Outro fato pastoral é o alcance dos Meios de Comunicação Social (MCS) e sua influência na formação da mentalidade litúrgica no meio da população. 1.4.9.1. Apesar do escasso uso que a Igreja faz dos MCS, as missas são freqüentemente transmitidas e a quantidade de pessoas que sintonizam tal programa não é indiferente. Esse fato repercute de modo decisivo na renovação litúrgica.

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1.4.9.2. Sabendo que a participação está condicionada à transmissão, é de suma importância que se explorem todas as possibilidades tanto do ponto de vista técnico como litúrgico. Neste sentido, a preparação técnica de liturgos, como a iniciação litúrgica de técnicos, se faz indispensável. 1.4.9.3. Não é suficiente televisionar ou irradiar uma missa. Os MCS têm exigências tão decisivas, que só uma liturgia preparada adequadamente poderá atingir os objetivos a que se propõe um esforço neste campo da ação pastoral. A liturgia não pode ignorar as chances que os MCS lhe oferecem, mas as exigências próprias deste mundo técnico não deve obscurecer o autêntico sentido da liturgia. 1.4.9.4. Embora haja muita discussão em torno do valor desta “missa de televisão”, é bom lembrar que há diferentes graus de participação na oração da Igreja e que, indubitavelmente, essa ação pastoral tem grande poder educativo. N.B. Para maiores detalhes, reenviamos aos documentos / conclusões do I Encontro Nacional de Liturgia de Rádio e TV, do projeto 2.16 do plano de atividades da CNBB, Apucarana, julho de 1972; Igualmente o 1º Encontro Latino-americano sobre o mesmo assunto, Celam – CNBB Apucarana, julho de 1974. CAPÍTULO II: SIGNIFICAÇÃO TEOLÓGICA DE CADA PARTE DA LITURGIA EUCARÍSTICA CELEBRADA COM O POVO E POSSIBILIDADES PASTORAIS 2.1. Introdução É de suma importância que o presidente da assembléia saiba que celebra com o povo e com toda a equipe de celebração e não apenas diante do povo. É preciso que ensine aos fiéis a “exprimir em suas vidas e aos outros a manifestar o mistério de Cristo e a genuína natureza da Igreja” (SC 2)43. Não há, porém, esperança alguma de que tal possa ocorrer, se os próprios pastores não estiverem antes profundamente imbuídos do espírito e da força da liturgia (SC 14)44. Por isso, antes de qualquer modificação ritual, cada pastor tome consciência pessoal do sentido verdadeiro e da dimensão eclesial da celebração a que preside, a fim de que “todos sejam levados àquela plena, cônscia e ativa participação nas celebrações litúrgicas, que a própria natureza da liturgia exige” (cf. SC 14)45. Na liturgia o essencial de nossa obediência ao mandamento de Cristo não consiste em executarmos gestos exatos e pronunciar bem as fórmulas, anterior à rubrica, há uma realidade vivida a ser celebrada pelo povo. Por isso a celebração eucarística possui um dinamismo interno que arrasta para dentro de si a vida a presença de toda a assembléia sacerdotal. É da máxima importância que se insista sobre a presença dos fiéis desde o início, a fim de que percebam a presença especial do Cristo, o Senhor: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome...” (Mt 18, 20). 2.2. Abertura da celebração

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Em clima muito humano de festa pelo reencontro com os irmãos, o rito de abertura visa a fazer a unidade da assembléia para que possa receber a palavra em espírito de oração e disponibilidade para a conversão. Esta união deverá ir crescendo no decorrer da celebração, até atingir certa plenitude na comunhão dos irmãos no Corpo e Sangue do Cristo. Então se constituirá o Corpo do Senhor, então nascerá a Igreja. O presbítero, colocado à frente da assembléia, não foi constituído para “presidir na caridade” (santo Inácio de Antioquia)? Primeiro dever, pois, é suscitar um clima de mútuo acolhimento no amor, para que se possa falar em comunidade reunida. Uma equipe de acolhimento é imprescindível, se se quiser criar este clima de fraternidade. 2.2.1. O Canto de Entrada É a primeira expressão de alegria dos irmãos que se reencontram. A liturgia é celebrada por um povo, o povo de Deus cada um e todos participam à medida que desempenham sua função. Compete ao povo manifestar alegria pelo canto de entrada. O coral poderá ajudar a sustentar o canto do povo. Há grande liberdade na escolha do canto de entrada, mas é importante que procure unir os critérios fundamentais. a) canto que facilite a participação de todo o povo promova sua união; b) escolha de um texto que introduza no mistério da liturgia do tempo e da festa; c) canto que manifeste a alegria de se encontrar o povo reunido para celebrar o Senhor. É de toda conveniência que se faça uma verdadeira procissão de aproximação do altar, ao menos por parte do presidente e demais ministros (cf. IGMR 25, 26, 17b, 83)46. Isto evocará as caminhadas do dia-a-dia na vida concreta, passando pelas ruas, fábricas, hospitais, lazeres... e lembrará uma humanidade em seguimento do Cristo, a “caminho da casa do Pai”. 2.2.2. Saudação Depois de venerar o altar – o Cristo, verdadeiro altar do sacrifício e centro da reunião (ara Christus est) – o sacerdote vai à cadeira presidencial, pois é em nome do Senhor que irá dirigir a assembléia em oração. Feito o sinal da cruz, o presidente saúda a assembléia com uma das fórmulas propostas, tiradas das cartas paulinas. Com esta saudação o povo é despertado para o sentido eclesial do mistério da reunião. Nessa saudação de cunho bíblico, o presidente toma contato mais pessoal de acolhimento do povo, introduzindo-o na liturgia do dia e tornando explícita a ligação entre a celebração que se inicia e a vida (cf. Ordo missae 28 e 86). A característica desta introdução não é a de uma pequena homilia sobre o tema do dia. Deve, antes, criar uma expectativa da mensagem que será proclamada na Palavra. A forma interrogativa e questionadora, adaptada à assembléia presente, poderá manter a atenção dos participantes, e abri-los para a mensagem que será anunciada na liturgia da Palavra. 2.2.3. Ato penitencial

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É para tornar a assembléia atenta ao apelo de Jesus que diz: “convertei-vos e crede na Boa Nova” (Mc 1,15)47 e para obedecer à ordem de reconciliar os irmãos antes de apresentar a oferenda (Mt 5, 24)48, que a Igreja celebra a penitência ao iniciar sua celebração. Procure o presidente despertar o sentido pessoal e comunitário da penitência, dando ênfase ao louvor da misericórdia e fazendo um apelo à conversão da Igreja para Cristo. A gratuidade do perdão é que nos faz “aproximar-nos confiantes do trono da graça” apesar de nos reconhecermos pecadores. Evite-se, pois, todo aspecto moralizante individualista e cuide-se para que o ato penitencial não se reduza a um mero “Rito”. É de suma importância que se dê lugar aos momentos de silêncio que o próprio ritual prevê como fazendo parte do ato penitencial (cf. IGMR nº 23)49. Este ato pode tomar formas variadas, como sejam: a de uma confissão geral dos pecados, oração dialogada, súplica à misericórdia ou mesmo a forma de ritualização em memória do Batismo, por exemplo, aspersão com a água benta (cf. Missal Romano, apêndice). Após o ato penitencial canta-se, ou recita-se, a tradicional aclamação Kyrie eleison – Senhor, tende piedade de nós – a não ser que se tenha escolhido o 3º esquema do ritual, que inclui a mencionada invocação. Com efeito, Kyrie eleison é a antiga fórmula em que se proclama que o Filho se fez um do povo (eleison) mas se tornou Senhor (Kyrie), vencendo o pecado do mundo (cf. IGMR nº 30)50. Trata-se de uma bela ladainha da comunidade, de uso muito comum na Igreja antiga e até hoje, em certos ritos orientais, assumida na missa. Termina-se sempre a confissão geral dos fieis pela absolvição do presidente da assembléia (cf. IGMR nº 29)51. N.B. Esta absolvição do rito penitencial na celebração eucarística não pode ser considerada como “sacramento” na vigente disciplina litúrgica (cf. Princípios e orientações para a renovação pastoral da penitência, CNBB 1972 item B, III). 2.2.4. Glória Quando for prescrito (cf. IGMR nº 31)52, canta-se ou se recita o GLÓRIA, também chamado “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor” que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiquíssimo, pelo qual a Igreja reunida no Espírito Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador. Ornado de preciosos títulos referentes ao Pai e ao Filho inicia com um texto bíblico (Lc 2,14)53 que coloca como tema da louvação a mensagem do anúncio e da alegria por ocasião do nascimento do Salvador.

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Não foi composto para a celebração eucarística, mas faz parte do conjunto de “salmos não bíblicos”, fruto da inspiração poética das comunidades cristãs primitivas, muito usado nas vigílias festivas como canto de ação de graças. Note-se que é um canto tipicamente do povo e não presidencial ou dos ministros. O coral pode ter função importante no tom solene que deve tomar este hino de louvor. 2.2.5. Coleta É preciso que se faça um real esforço para que a ORAÇÃO seja de fato uma coleta (de colligere – recolher, sintetizar, reunir). Os termos oferecidos pela formulação do missal focalizam o mistério do dia, mas o presidente poderá escolher o formulário que melhor convier à vivência de sua comunidade. É a comunidade com sua experiência de vida que está reunida para entrar em comunhão com o seu Deus através da oração comum e pública (cf. IGMR 323)54. Às vezes, porém, a liberdade de escolha não é suficiente para responder à expressão da vida da comunidade e à sua experiência religiosa (cf. Concilium ad exequendam Constitutionem de Sacra liturgia, Notitiae 5, 1969, p. 7). Por isso nada impede que os textos das orações presidenciais, conservando sua inspiração temática original, sejam adaptados à assembléia, principalmente em se tratando de missa com a participação de crianças (Aplicação do princípio de SC 38, Diretório das missas com crianças n.51)55. Cuide-se, no entanto, para não cair em formulações ideológicas ou apologéticas, mas se conserve o gênero literário próprio às eucologias. Isso exigirá especial preparação por parte do celebrante, para que não se façam improvisações nem no que diz respeito ao conteúdo nem quanto à linguagem que deve ser adaptada sem ser banal. Ao convite do celebrante segue-se um momento de silêncio (IGMR, 23)56 para que cada um apresente seu coração em prece; em seguida o celebrante fala em nome da Igreja reunida. 2.3. Liturgia da Palavra A liturgia da Palavra não pode se reduzir ao simples escutar de algumas leituras com a respectiva explicação. Isso não superaria a dimensão de uma aula de catequese, de exegese ou de teologia. Vejamos, pois, às verdadeiras dimensões desta parte da liturgia. 2.3.1. A Palavra proclamada não só instrui e revela o mistério da redenção e salvação realizado através da História (cf. SC 33)57 mas torna o Senhor realmente presente no meio do seu povo (SC n.7)58. O livro da Palavra é o sinal visível de que não se trata de palavra humana, mas daquela Palavra que a Igreja recebeu e conserva como escrita com especial assistência do Espírito Santo. Daí a importância que se deve dar a um trato digno deste sinal para que possa despertar a atenção da assembléia com relação à palavra proclamada (cf. IGMR n.35)59.

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N.B. Não parece corresponder ao respeito devido à Palavra de Deus, o manuseio de folhetos ou de vários livros-textos. A mesa da Palavra ou “ambão” é o lugar próprio para se colocar o Livro da Palavra e para onde se dirigem os ministros a fim de proclamar a mensagem para o povo de Deus reunido. No caso de se usar um folheto para a ação litúrgica cuide-se de apresentá-lo dentro de um livro ou capa dignos da Palavra de Deus. Na liturgia da Palavra é Deus quem fala a seu povo pela mediação dos ministros. Deve-se compreender claramente que o ofício de “proclamar” não é presidencial, e sim de outros ministros leitores, diáconos e só excepcionalmente o presidente – (cf. IMGR, n.34)60. A homilia, pelo contrário, é própria do Bispo ou do presbítero que preside a celebração e, mesmo que outros intervenham com testemunhos, diálogos, reflexões, a responsabilidade de adaptar a mensagem à vida da comunidade é do presidente. (Diretório das missas com crianças nº 48)61. – Que os fiéis sejam educados na consciência de que é Deus quem fala a seu povo, revelando-se a si mesmo como aquele que chama à salvação e a realiza efetivamente. A presença de Deus na Palavra dispõe a assembléia à escuta atenta e a provoca ao diálogo com ele. O Cristo, presente no meio dos fiéis, fala pelo seu Evangelho: é o ponto culminante da liturgia da Palavra. A Palavra de Deus proclamada na liturgia é mais do que uma instrução que leva ao conteúdo do texto. Deve-se conduzir a assembléia a uma verdadeira comunicação orante com a pessoa de Cristo. Eis porque a própria estrutura da liturgia da Palavra inclui leituras, salmo responsorial, silêncio, aclamação, Evangelho, homilia, profissão de fé e oração universal para as necessidades de toda a Igreja e do mundo inteiro. – Que o povo acolha a palavra numa atitude de fé e seja iniciado a dar sua resposta à mensagem ouvida recitando ou cantando o salmo responsorial. A retomada de um REFRÃO simples intercalado com o canto feito pelo salmista, ajuda o aprofundamento do clima de oração de toda a assembléia participante da Palavra (cf. IGMR 33 – 39)62. 2.3.2. Salmo Responsorial e Aclamação 2.3.2.1. Parte integrante da liturgia da Palavra, o salmo responsorial pertence ao povo que, por meio do canto, expressa sua atitude de meditação, atenção à revelação de Deus e oração como resposta à proclamação. O salmo responsorial, ao mesmo tempo resposta da Igreja e proclamação da Palavra, tomou importância na reforma litúrgica. Pastoralmente, porém, ainda não é suficientemente revalorizado. Trata-se do texto colocado após a primeira leitura bíblica e retirado da própria Sagrada Escritura, isto é um salmo. Para que cumpra sua função litúrgica, não pode ser reduzido a simples leitura. É parte constitutiva da liturgia da Palavra e tem exigências musicais, litúrgicas e pastorais. De cunho lírico, deve normalmente ser cantado, pelo menos o refrão, que neste caso é intercalado com a leitura calma e meditativa do salmo de modo a permitir a assimilação e contemplação do texto.

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2.3.2.2. Aclamação ao Evangelho Distinta do salmo responsorial é a ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO. É conveniente que um breve silêncio seja feito após o salmo, enquanto o diácono (ou o presbítero) se prepara para anunciar o Evangelho. A seguir, todos se colocam de pé, em sinal de disponibilidade para o seguimento da mensagem de vida, e cantem o “ALELUIA e a aclamação” que se caracteriza por ser um canto processional. 2.3.3. A Homilia A homilia (etimologicamente: continuação da conversa sobre o mesmo assunto) tem a função específica de cultivar a fé dos iniciados na participação na Eucaristia. – Que a homilia (comentário vivencial da mensagem) não se assemelhe a um sermão explicativo, mas tenha a função de fazer o confronto da vida cotidiana da comunidade com os apelos da Palavra. – Cada homilia deve visar à conversão comunitária: que a comunidade como tal se veja questionada pela Palavra e chamada a tomar atitudes mais evangélicas. A proposta de tarefas para uma revisão leal e um esforço comum será evidentemente um meio pedagógico muito eficaz. Isso permitirá a comunidade dar um testemunho visível de que a liturgia da Palavra opera o crescimento e a transformação pascal. – Nos grupos, o conhecimento maior que o presbítero tem da vida dos participantes e o diálogo orientado pelo presidente facilitará a tarefa de concretizar a aplicação da Palavra à vida, bem como a escolha de tarefas que canalizem os esforços dos fiéis (Diretório das missas com crianças nº 48, comparar com a “Terceira Instrução” de 5 de setembro de 1970 e as “considerações” sobre a mesma “instrução” – CNL – CNBB)63. – Nas assembléias mais numerosas, o diálogo torna-se mais difícil, mas a solicitação de testemunhos por parte dos participantes, a conversa em grupos após a missa (ou mesmo durante) para que o povo se expresse sobre as conseqüências que a Palavra ouvida teria para a vida cristã da comunidade poderia abrir caminhos para efeitos reais e comunitários da Palavra (Diretório das missas com crianças, nº 24)64. – A preparação da homilia nos grupos de evangelização, a retomada do mesmo assunto nas reuniões destes grupos, poderá oferecer dimensões vivenciais à palavra da liturgia dominical. O que não nos pode satisfazer é a simples leitura e comentário da Palavra, feitos no correr da celebração eucarística, sem mais, como aliás se tem feito constantemente. Esse hábito tornou-se causa do pouco efeito de conversão eclesial verificado após tantos anos de participação assídua à assembléia dominical (cf. IGMR, 41-42)65. – Seria desejável que o núcleo da mensagem do dia fosse sintetizado numa espécie de “slogan”, que, por ser de fácil memorização, permanecesse nos lábios e no coração dos participantes durante toda a semana. 2.3.4. “Creio” 2.3.4.1. O Creio, proclamação da fé eclesial, expressa atitude assumida pela comunidade diante da Palavra anunciada e refletida.

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É feito em forma de “símbolo”, prescrito para certos dias. O “símbolo” tem um valor de tradição, acrescido de uma autêntica manifestação da unidade da Igreja na mesma fé. Por isso, nos dias em que o “Creio” é prescrito (cf. IGMR, 43-44)66, devemos assumir uma das fórmulas propostas pelo missal, na convicção de que esta é a fé proclamada pela Igreja, em todas as partes do mundo em que ela se reúne. Só uma verdadeira catequese dará suficiente motivação para não substituírmos as fórmulas oficiais por outras, alheias à fé católica. 2.3.4.2. Poder-se-á, no entanto, principalmente para o canto “adaptar versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não esteja de acordo com o texto litúrgico” (cf. Diretório das missas com crianças nº 31; ver também “Instrução Musicam Sacram”, n.55)67. 2.3.4.3. Nos dias em que a recitação do Credo não for prescrita, poder-se-á fazer eco à mensagem proclamada com expressões mais livremente compostas e que manifestem a fé da comunidade. Deve-se, contudo, ter o cuidado de não fazer uso de fórmulas totalmente alheias à fé, ou que manifestem uma “fé” de cunho exclusivamente humano. A proposta da mensagem e a concretização da mesma na vida da comunidade, feitas na homilia, culminam de modo muito lógico, se o final da homilia faz apelo à afirmação da fé por parte da comunidade. 2.3.5. Oração dos fiéis Parte integrante da liturgia da Palavra, deverá sempre estar presente nas celebrações. Às vezes poderá tomar um tom mais solene, através do canto recitativo; normalmente, porém, este será o momento da espontaneidade na oração pública da Igreja. O conteúdo das orações dos fiéis são um autêntico termômetro do nível de consciência dos mesmos. Não se deve, pois, escamotear a verdade, impedindo que se manifeste esse despreparo no tocante à educação da comunidade para a oração litúrgico-eclesial. Não basta ler, num folheto ou no missal, algumas intenções bem formuladas. É preciso educar os fiéis para as preces da comunidade, a fim de que a espontaneidade de uma assembléia expresse os verdadeiros interesses e necessidades da Igreja, da humanidade e da comunidade local, conforme as circunstâncias (IGMR 46, 99). É o exercício do sacerdócio batismal que se expressa nesta forma de participação na oração litúrgica (cf. IGMR 45)68. Lembremo-nos de que Deus normalmente age através das causas segundas, que somos nós mesmos. Portanto, suplicar uma “graça” supõe comprometimento de colaboração para que a necessidade seja satisfeita em conformidade com a vontade do Pai. Responder “AMÉM” à oração pública implica numa atitude de fé/fidelidade à própria vocação enquanto chamado a dar uma resposta realista e confiante ao dom da fé que se apresenta em forma de missão a ser realizada. 2.4. Liturgia Eucarística A Introdução geral do Missal Romano apresenta a distinção entre “Liturgia da Palavra e Liturgia eucarística”. Na realidade, a “Liturgia da Palavra” também é eucarística porque a Palavra é sacramental e o sacramento da comensalidade (refeição, ceia) também é

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querigmático, anamnético, latrêutico... Palavra e refeição, toda a missa, portanto, é eminentemente Eucarística, constituindo único ato de culto (IGMR 8)69. É de suma urgência que se faça perceber, através de uma catequese adequada, a unidade da liturgia eucarística. A apresentação das ofertas, a oração de ação de graças sacrifical e a comunhão no Corpo e Sangue do Senhor são três momentos de uma ação dinâmica e globalizadora. Não raro, porém, a comunidade toma uma atitude de espera, até que passem os dois primeiros momentos, a fim de voltar a participar da ação litúrgica pela comunhão. Isso tem como conseqüência uma certa concepção de “receber a comunhão” e não de celebrar o sacrifício, de “FAZER COMUNHÃO” no sentido forte e pleno de Eucaristia como COMUM – UNIÃO no Corpo e no Sangue do Cristo, sacramento da reunificação fraterna dos homens entre si e destes como Pai por Cristo, mediador e pontífice. 2.4.1. Preparação das oferenda Expressão da “koinonia” – comunhão de pessoas capazes de efetivamente colocar em comum o que são e o que possuem para distribuir conforme as necessidades dos irmãos e para atender às necessidades da própria comunidade (Rm 12,1-2)70. A apresentação das oferendas não pode ser reduzida a um transporte (simples ou mais solene) do pão, do vinho e da água para a mesa do altar (cf. IGMR 49)71. De quando em quando deve-se dar largas à criatividade para significar liturgicamente a partilha entre os irmãos, lembrando a advertência de Paulo: “Mal vos pondes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição e enquanto uns têm fome, outros se fartam ...” (1Cor 11,20). Tão-somente o recolher a “coleta” não educa os fiéis para a dimensão sacrifical da vida na sua totalidade e deste gesto em particular. Promover a entrega de gêneros em benefício dos necessitados e da Igreja poderá ser uma forma de despertar a generosidade dos fiéis para com os irmãos e educar para uma consciência eclesial (cf. IGMR 49)72. Parte integrante da Eucaristia, a oferta tem um sentido profundamente evangélico de ação de graças pelos dons, de generosidade na partilha, de fé confiante na providência, de fraternidade pela atenção às necessidades alheias. Com efeito a destinação dos bens em benefício das necessidades da comunidade é condição para que a assembléia tenha significação cristã (cf. Ef 4, 28)73. Por isso a prestação de contas sobre a aplicação das rendas da “coleta” é um dever para com a comunidade. Se quisermos que os cristãos compreendam o valor de sua colaboração, uma catequese mistagógica (iniciação à significação dos gestos e ritos) deste momento da celebração se faz necessária. É sobre estas oferendas, expressão da vida fraterna e de fé, que se faz a “oração sobre as oferendas”. O canto processional justifica-se quando as oferendas não se encontram sobre o altar desde o início da celebração. Aliás, isto não deve acontecer, sob pena de esvaziar o rito de apresentação das mesmas (IGMR 50)74. N.B. É preciso que se reveja o conteúdo dos cantos para evitar que se refiram exclusivamente ao pão e ao vinho e passem a evidenciar o sentido da “coleta” de bens para serem distribuídos entre os irmãos e atender às necessidades do culto.

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2.4.2. Ação Eucarística 2.4.2.1. É pedagogicamente importante que se dê o sentido da “mesa do Corpo e Sangue” do Cristo, como participação no sacrifício sacramental. Não basta assistir à “oração eucarística” para presenciar ou admirar e até adorar o sacramento. Eucaristia é ceia sacrifical, refeição-sacramental e “Felizes os convidados para a ceia do Senhor” (Missal). A insistência a participação na comunhão deve sempre ser motivada pelo sentido eclesial do sacramento que significa e realiza a Igreja, mistério e sinal de unidade. O hábito de assistir sem comungar, participando apenas externamente pelos cantos e diálogos, não satisfaz à exigência fundamental da intenção do Senhor, que é de se entregar como comida e bebida para que tenhamos a vida e a vida eterna (cf. Jo 6,49s; 1Cor 11,23s; cf. IGMR 56)75. 2.4.2.2. Nada impede que se convide os que vão participar da comunhão a se reunirem em torno da mesa do altar a partir do diálogo que precede o prefácio. Esse gesto manifesta a eficácia unificadora do Corpo e do Sangue para os que se alimentam de Cristo e corrige a mentalidade de estar presente “assistindo à missa”, mas sem participação sacramental. Neste caso, é preciso que se prepare a comunidade através de adequada catequese e se tenha o cuidado para não impedir a visão dos demais fiéis. 2.4.2.3. O fato de as crianças serem admitidas na assembléia antes de poderem participar da Eucaristia (por não terem feito ainda a “primeira comunhão”), exerce uma influência no sentido de conceberem a “Eucaristia participada sem comungar”. Pastoralmente, respeitando as normas canônicas, é preciso encontrar também outros modos de levar as criancinhas à igreja sem colocá-las na assembléia eucarística da qual não podem ou não querem participar (Diretório das missas com crianças n. 16)76. Mesmo sabendo o efeito positivo do exemplo dos adultos sobretudo se as crianças não se sentirem preteridas é recomendável que se lhes dê assistência distinta e adaptada. Caso sejam atendidas por catequistas ou outras pessoas fora do recinto da celebração eucarística, é bom que sejam apresentadas à comunidade para receberem juntamente com esta, a bênção final, fomentando-se assim o espírito cristão da família eclesial (cf. Diretório das missas com crianças n.16 e 17)77. 2.4.3. Prefácio O prefácio faz parte integrante da Oração Eucarística desde o diálogo inicial, que constitui um solene apelo diaconal à assembléia para que se coloque em atitude reverente e faça verdadeiramente sua ação. Até tipograficamente o prefácio está unido ao restante do Cânon. N.B. Em certas liturgias orientais o “abraço de paz” precede esse diálogo com uma advertência de que todos devem estar preparados para a ação que está se desenrolando. O prefácio é tipicamente louvação e ação de graças a Deus por toda a obra da Salvação que vai se tornar presente na “ação eucarística”, destacando-se os aspectos particulares conforme as variáveis do dia, festa ou tempo litúrgico.

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Graças à variedade de textos novos de prefácios, já não se pode defender a rigidez e a invariabilidade das formulações propostas. Inclusive as quatro orações eucarísticas atuais não são tidas como exaustivas ou ponto final. A criatividade relativa e a variabilidade, ordenadamente promovidas, corresponde à mentalidade do pós-Vaticano II e a mais sã tradição litúrgica. Tratando-se da oração em que a Igreja proclama, de modo o mais solene, sua fé, é preciso que haja uma séria preparação de tais textos e que o conteúdo seria examinado e aprovado pelo magistério que rege a comunidade pelos autênticos caminhos da fé apostólica (cf. Instrução sobre as preces eucarísticas; Diretório das missas com crianças n.52)78. N.B. É bom lembrar que a “oração eucarística” era muito mais um “canon actionis” do que a formulação completa de um texto. Temos o testemunho claro de Hipólito (Tradição Apostólica, n.28) e de Justino (Apologia 1, nº 67), bem como da história da liturgia até o século IV (cf. Jungmann, Missarum sollemnia, passim). Seria desejável que se pudesse explicitar, além dos motivos próprios do tempo litúrgico que reúne a comunidade em ação de graças, o motivo específico de algumas celebrações que ocasionam tal assembleamento concreto. Isso fará com que a ação de graças se ligue à experiência de salvação vivida por aquela comunidade (cf. IGMR n. 55a; mais claro em “Diretório das missas com crianças” n. 22, em que se fala de inserir as motivações para a ação de graças antes do diálogo do prefácio). 2.4.4. Aclamações O SANTO é a grande aclamação da missa e pode dizer-se que é o primeiro canto em ordem de importância (juntamente com o salmo responsorial). Quanto possível deve ser solene e cantado, pois assim ganhará mais autenticamente sua dimensão de aclamação. É de toda conveniência que também se dê particular destaque às aclamações após a consagração. A fim de intensificar a participação de toda a assembléia na solene oração eucarística é de toda conveniência que se prevejam fórmulas de aclamação que oportunamente façam o povo mais ativo na oração memorial, sem com isso reduzirmos o Canon a um simples diálogo, à semelhança de um coro falado. Exatamente neste Espírito é que se justifica, e mesmo se faz necessário, propor à Sé Romana as adaptações que se julgarem pastoralmente úteis (cf. SC 40; Diretório das missas com crianças n. 5; veja-se também Dir. n.30)79, e até mesmo textos de orações eucarísticas para situações e circunstâncias que pedem formulários adaptados ao bem da comunidade (por exemplo, aprovação de anáforas para Congresso Eucarístico e preparação de textos para missas com crianças, cf. Diretório n.52)80. 2.4.5. Textos presidenciais A Eucaristia, memorial do sacrifício pascal e Ceia do Senhor, tem sua culminância na grande oração de ação de graças e de santificação. Toda a comunidade congregada se associa ao Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oferenda de sacrifício, sob a presidência do bispo (ou do sacerdote), que faz memória dos grandes

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acontecimentos do mistério da salvação, enquanto o povo intervém com aclamações, respostas e participação ativa. A oração eucarística é tipicamente presidencial. Não se trata de uma fórmula feita que a assembléia possa recitar juntamente com o presidente, pois isso a faria perder sua característica de “memória” (evocação de algo conhecido, mas que se escuta com renovada reverência, pois se torna presente eficazmente). Até o século II esta oração não era escrita e constituía a originalidade de cada celebração. Santo Hipólito de Roma é quem fixa o primeiro esquema dos elementos essenciais de que deve constar a oração eucarística. N.B. Antes de se pleitear a espontaneidade do presidente na formulação da oração consagratória, temos imenso campo para a imaginação criadora em outras partes da celebração litúrgica (cf. IGMR 54, 55, 322. – Indicações a respeito do sentido, dinâmica e escolha das orações eucarísticas)81. Compete, pois, exclusivamente ao presidente pronunciar em nome da Igreja e da assembléia: a epiclesis (invocação do poder do Espírito sobre os dons dos homens, para que se tornem salvíficos), a narração da instituição (repetição de gestos e palavras com que Cristo instituiu o sacramento que perpetua seu mistério na Igreja de modo visível), a anamnesis (Memorial do mistério pascal, tornando presente a pessoa do Cristo-Senhor, em todos os fatos salvíficos da sua vida principalmente em sua paixão, morte, ressurreição e ascensão; a Igreja, com efeito, recebeu do Senhor, através dos apóstolos, o mandato de realizar sua ceia ao longo da história), a oblação (em que a Igreja atual realiza a oferta não só do Cristo presente, mas de si própria na pessoa dos fiéis que se oferecem juntamente com seu Redentor e Senhor, ao Pai no Espírito Santo – IGMR 56)82. N.B. Isso significa que o presidente deve proclamar, em forma recitativa e com voz clara, do início do Canon até o “Lembrai-vos”. As intervenções do povo são oportunas e se manifestam através de aclamações. 2.4.6. Preces de intercessão É preciso não confundir as “preces de intercessão” que fazem parte da “Memória” com as “preces universais” que seguem a homilia e a profissão de fé. As “preces de intercessão” incluídas na própria oração eucarística revelam que a Igreja celebra o memorial do Senhor comunhão com todos os seus membros vivos e defuntos chamados a participar da salvação adquirida pelo Corpo e Sangue do Cristo. Não se trata de uma exposição de necessidades da comunidade humana terrestre, mas de uma lembrança da Igreja na universalidade de seus membros, no dizer de Policarpo de Smirna que, em voz alta, rezou “por toda a Igreja católica, espalhada por todo o orbe” (cf. Martyrium Policarpi c.8,1; 5,1). N.B.: Na liturgia comparada e na história do Canon nem sempre as intercessões fizeram parte da oração eucarística. Hoje fazem parte da oração presidencial, mas em sentido menos estrito que as citamos no item precedente. Com efeito, a memória de nomes nas preces de intercessão era feita pelo próprio presidente ou por outro ministro (cf. Jungmann, Missarum sollemnia, passim). 2.4.7. Doxologia

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Reconhecendo em Cristo o único sacerdote e mediador, é muito importante e oportuno que se dê especial destaque a esse momento litúrgico, conclusivo da grande oração eucarística. Aqui é que se faz a elevação propriamente dita do Corpo e do Sangue do Senhor, por quem sobe ao Pai todo louvor que a humanidade lhe rende. N.B.: É claro que a elevação continua até que se tenha respondido o AMÉM. A solenidade desta aclamação cristológica pede que evitemos qualquer pressa de passar adiante. Embora teologicamente nada impedisse que toda a assembléia proclamasse ou cantasse, chamamos a atenção para a real valorização do AMÉM, que neste momento toma uma visão ampla de ratificação, por parte da assembléia, de toda a memória feita pelo presidente, em voz claramente audível. Como está, aliás, a doxologia é mais uma formulação presidencial que pede resposta da assembléia; isso devido à estrutura mesma do Canon, onde as intervenções da assembléia são as aclamações (IGMR 55h)83. N.B. Sabe-se no entanto que é difícil obter uma resposta comunitária e solene, quando o curto AMÉM é colocado depois de uma longa oração presidencial. É preciso, pois, que se dê maior solenidade e corpo a este AMÉM, envolvendo-o em autênticas aclamações com formulações bíblicas cantáveis (por exemplo, inspiradas em 2Cor 1,20; Ap 3,14; 7,10s). 2.5. Ritos de comunhão É importante que a pastoral litúrgica, por meio da catequese e da própria celebração, leve os fiéis a perceberem o sentido unitário dos ritos que precedem e acompanham a recepção sacramental do Corpo e Sangue de Cristo. Esse conjunto é que torna vivo o aspecto de refeição pascal. A verdade é que o “sacrifício, como a paixão de Cristo, é oferecido por todos, mas não produz seu efeito senão naqueles que se unem à paixão de Cristo pela fé e caridade” (Euc. Myst. 12; Sto. Tomás de Aquino III q. 79 a 7 ad 2 )84. As práticas de piedade com que os fiéis foram acostumados a se prepararem para a comunhão e que ainda hoje, não raro, se costuma fazer privada ou coletivamente, não podem comparar-se à riqueza que os próprios ritos encerram. Destacam-se: 2.5.1. O Pai-nosso com seu embolismo, que de certo modo sintetizam e expressam sentimentos semelhantes ao da Oração eucarística. 2.5.2. A paz pedida a Cristo, Senhor da paz, oferecida e recebida entre irmãos, desde que este gesto não venha a ser apenas mais um rito, mas se enriqueça de seu conteúdo profundamente humano e evangélico. Tal gesto deve comprometer os que o fazem a se tornarem artesãos da paz na comunidade humana. 2.5.3. A fração do pão soleniza o gesto de repartir o alimento que é destinado a todos que crêem no dom do Senhor e não recusam recebê-lo. A mistura do fragmento simboliza que a unidade da Igreja Universal se realiza e recebe novo impulso na celebração da única Eucaristia na comunhão de fé e na fraternidade que reanima e

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consolida o Corpo do Senhor pela força do Espírito. Esse gesto ritual é acompanhado pelo canto ou recitação do “Cordeiro de Deus” por parte dos fiéis. O comer e o beber do sacramento, alimento espiritual dos cristãos, manifesta que estamos dispostos a partilhar com os irmãos o alimento que recebemos do Pai. O fato de assentar-nos à sua mesa não significa apenas o desejo de nos alimentar, o cristão, pela comunhão com Cristo, assume com ele a missão de alimentar outros e, portanto, assume o dever de partilhar com os outros a sua fé e seus bens. 2.5.4. Mesmo certos da plena validade da comunhão sob qualquer uma das duas espécies, conforme doutrina do Concílio de Trento (sess. 21 – Denz. 1725-1729), não deixemos de patentear aos fiéis que a comunhão tem muito mais sentido de sinal quando é administrada conforme a vontade do Senhor que selou a aliança nova e eterna no seu Corpo e no seu Sangue dados sob as espécies de pão e de vinho, onde se vê mais claramente a relação da Ceia eucarística com o banquete escatológico do Reino. É desejável que se admita de preferência esta forma de comunhão, sempre que razões pastorais sérias não venham a dificultá-la. À luz deste princípio, podemos admitir que, mesmo regulamentando a prática, a lista de ocasiões enumeradas não seja exaustiva; com efeito, a própria Sé Romana já tem mais vezes alargado tal costume graças aos frutos verificados e para atender à justa aspiração dos fiéis (cf. IGMR, 241-252 e 76; Euch. Myst., 32)85. N.B. Quanto à comunhão mais de uma vez por dia, a Sé Romana vem ampliando as faculdades concedidas, a fim de não privar da comunhão eucarística os fiéis que, por circunstâncias especiais, participam de mais de uma celebração. Não se trata de facilitar a piedade individualista de pessoas que gostariam de comungar várias vezes no mesmo dia. O critério fundamental é que se dá possibilidade de participar sacramentalmente do mistério Eucarístico àquelas pessoas que, integrando grupos diferentes, viessem a celebrar a Eucaristia como coroamento de sua vivência, mais de uma vez no mesmo dia (cf. “Immensae caritatis” de 29/3/73). 2.5.5. É bom lembrar que a matéria da Celebração Eucarística deve, na medida do possível, ter o aspecto de pão (IGMR 282-283)86. Com urgência é preciso providenciar a fabricação de partículas mais espessas, embora sem fermento conforme o costume introduzido na Igreja latina. Isso é exigido, diz o Missal Romano (n.283), em razão do sinal. A fração deveria permitir a distribuição de pedaços do mesmo pão, ao menos, a alguns participantes da Eucaristia, manifestando assim a força e a importância da unidade da Igreja num único pão. N.B. Quanto ao modo de distribuir a comunhão e ao tratamento a ser dado aos fragmentos na purificação (cf. De sacra comm. et de cultu euch. extra missam 2-22). 2.5.6. O silêncio faz parte da celebração eucarística (IGMR 23) porque se faz Palavra e fonte de palavra quando é profunda comunhão sem ruído nem vazio. É do silêncio que se produzem as palavras de sabedoria, bem como as palavras produzem o silêncio da meditação. O silêncio se faz indispensável para que a oração presidencial brote do coração, a palavra de Deus se torne eficaz, a Eucaristia seja assumida como

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crescimento de comunicação (cf. Diretório das missas com crianças n. 22 e 37; EM 38). O silêncio é que dará maior sentido e profundidade à oração presidencial do pós-comunhão. 2.6. Ritos de conclusão A bênção final, felizmente enriquecida com a oração sobre o povo, e bênçãos solenes em certas festas, dão maior determinação às palavras empregadas normalmente. Estas formulações foram adotadas pelo novo missal e retomadas das contribuições vindas dos séculos VI ao X, na liturgia romana. 2.6.1. Diante da bondade e beleza das realidades criadas, sobretudo daquelas que são feitas à imagem e semelhança do Criador (Gn 1)87, o cristão bendiz, glorifica e exalta o Senhor do universo. Bênção que evoca a necessidade de proclamar as maravilhas do Senhor. 2.6.2. Há também a bênção descendente, em que Deus confere poder e santidade aos seus servidores – por exemplo, os patriarcas que abençoam seus descendentes, Cristo que abençoa os apóstolos, a Igreja que reserva objetos para o uso do serviço do Senhor. É a oração petitória dos homens em forma de liturgia. 2.6.3. É este o momento precioso para um contato bem humano e cordial; mas ao mesmo tempo comprometedor para a vivência durante a semana. Os fiéis devem concluir a assembléia com algo bem concreto a realizar no seu dia-a-dia, sinal da unidade da assembléia que se dispersa, mas, permanece unida na construção do Reino. N.B. Antes da despedida e bênção final é que se devem dar oportunamente os AVISOS. Nunca e de modo algum antes, durante ou depois da homilia, nem antes do pós-comunhão. Era este o momento em que os irmãos determinavam o local da próxima reunião e em que se entendiam sobre o que fazer em conseqüência da assembléia eucarística e da palavra ouvida, fonte de um chamado a um maior compromisso com o “mundo melhor”. 2.7. Dimensões do mistério Eucarístico 2.7.1. Vivendo do sacramento dado, para a vida do mundo, o cristão deve colocar-se a serviço do homem para completar a obra de Cristo, construindo um mundo novo fundado na justiça, na verdade e no amor (cf. Jo 6,51; Oct Adv. An. 36, 43, 45; Medellin 11,18; 10,11)88. 2.7.2. Sacramento da libertação do homem, a Eucaristia denuncia os egoísmos e privilégios; ela engaja o cristão a lutar contra as injustiças e desigualdades para que cessem os ódios e as divisões (cf. Evang. Testificatio 18; Oct. Adv. An. 15, 47, 48; Medellin 9, 14)89. 2.7.3. Sacramento da unidade do mundo, compromete quem dela participa a lutar pela justiça e pela paz e aviva a solidariedade com todos os que trabalham para o desenvolvimento do homem e na criação de um mundo mais fraterno (cf. Evang. Test. 18, 19; Oct. Adv. An. 7; Euch. Myst. 6, 7, 18; Medellin 9, 12)90.

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Na medida em que nos engajamos a viver deste modo o mistério da Eucaristia, nossas celebrações encontram seu sentido e testemunham nossa consagração aos homens e ao Cristo (cf. Oct. Adv. An. 46; Nostra Aet. 5; Medellin 10,12; 8,10; 9,3.7)91. 2.7.4. O amor do Cristo e a celebração da Eucaristia reúnem os cristãos em comunidades vivas onde todos se amam verdadeiramente. Disponíveis aos apelos do Espírito e atentos às necessidades dos homens, as comunidades que se reúnem para a Eucaristia tornam-se sinal e fermento da unidade que o mundo de hoje, disperso e atormentado pela solidão, procura (cf. Evang. Test. 38, 39; Euch, Myst. 18; Medellin 6, 9, 13; 9, 3; 15, 6)92. 2.7.5. Desse modo os cristãos devem tomar consciência de que as assembléias e a própria vida do dia-a-dia não podem ser plenamente Eucaristia, se não forem consagradas aos homens, procurando servir às pessoas e não às estruturas (cf. Gaudium et Spes 25)93. 2.7.6. Além disso, a exemplo do Cristo com quem comungamos pelo sacramento, devemos partilhar a vida dos homens e viver na verdade a dimensão humana do Evangelho. No entanto, isto não será possível se a comunidade não se reunir freqüentemente numa real co-participação nas aspirações e recursos, num sincero questionamento de sua influência na realização do pleno desenvolvimento das pessoas e da sociedade. 2.7.7. Pode-se dizer que a Eucaristia tem uma exigência fundamental de transformação do homem, pois, “anunciamos a morte do Senhor até que Ele venha” (1Cor 11,26). Tanto o seu coração egoísta e pecaminoso, quanto as estruturas opressoras e exploradoras devem ser transformadas pela Eucaristia (Medellin 1,2; 2,16; 4,3; 10,2.15,1; 1,3.14; 7,19)94 a fim de que apareça o testemunho e que a liturgia deve levar a Igreja e cada cristão (Medellin 9, 3 .7)95. CAPÍTULO III: A DISTRIBUIÇÃO DA EUCARISTIA 3.1. A Eucaristia, deixada pelo Senhor como penhor da esperança e viático para esta caminhada na comunhão fraterna, é o alimento que faz a Igreja viver o dinamismo pascalizante e transformador (cf. 1Cor 11,20s)96. 3.1.1. É importante que na pastoral se supere a idéia de “alimento para a piedade individual” mas se dê ênfase às dimensões de compromisso comunitário e social deste sacramento, que insere os que dele participam, no corpo de Cristo visivelmente presente no mundo (cf. Presb. Ord. 5; De Sacra Comm. nº 15)97. 3.1.2. Em vista destes objetivos, é necessário que se reveja a pastoral da celebração e distribuição da Eucaristia, evitando-se uma espécie de rotina para uns poucos privilegiados e privando outros do necessário alimento. Uma distribuição melhor da Eucaristia, que possibilite o maior número de pessoas celebrar e comungar, manifestará mais evidentemente a união eclesial e dinamizará a fraternidade pela freqüente participação sacramental eucarística.

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3.1.3. O magistério tem sempre incentivado a comunhão freqüente, e sabemos como a regular e assídua participação no sacramento eucarístico contribui para o crescimento na fé e compromete com uma ação comunitária (De Sacra Comm., n.14). N.B. Para facilitar a participação freqüente na Eucaristia, deve-se atender às necessidades legítimas dos fiéis, máxime daqueles que estão impedidos de se unir fisicamente à assembléia que se reúne em determinada lugar e hora. Portanto, além de atendimento aos enfermos e idosos, pode-se distribuir a comunhão fora da missa aos que pedirem por estarem legitimamente impedidos no momento da celebração. Cuide-se, no entanto, de educar essas pessoas para o sentido da íntima ligação que existe entre o “Sacramento conservado” e a “ação litúrgica”, de modo que sempre comunguem em união com o sacrifício pascal do Cristo e com o seu Corpo, que é a comunidade eclesial (cf. Euch. Myst. n.3a; De Sacra Comm ... n.15)98. Evitem-se os exageros de desligar “comunhão e ação eucarística” mas também a rigidez de negar a participação no sacramento da unidade às pessoas legitimamente impedidas de se reunirem mas que vivem na comunhão eclesial. 3.1.4. A união com Cristo pela Eucaristia ajudará o cristão a colocar toda a sua vida sob a moção do Espírito Santo e lhe ensinará a viver dia-a-dia em ação de graças, produzindo muitos frutos no amor (cf. De Sacra Comm. ..., n.25). 3.2. Conseqüências práticas 3.2.1. É necessário que, através da catequese, se faça perceber que a Eucaristia, sacramento da unidade, não se limita à posse do Corpo do Cristo em benefício do indivíduo que crê na sua presença; a comunhão pessoal com Cristo Eucarístico é raiz e centro da comunidade cristã e educadora do Espírito comunitário que significa e realiza a unidade da Igreja (cf. AG 9; PO 6; ver nota 31; CD 30/2; LG 3; Medellin 6, 9.13; 9, 3; 15,6; De Sacra Comm. 3)99. 3.2.2. Cuide-se para que com freqüência, os grupos que se reúnem no Senhor para meditar o Evangelho e questionar sua vida à luz do exemplo de Jesus de Nazaré, tenham facilidade de se alimentarem com a comunhão eucarística, fonte e ápice da vida cristã e de toda a evangelização (cf. LG 11, PO 5)100. O mesmo é de se desejar que aconteça nas famílias, quando estas se reúnem por algum motivo particular (festas, datas, acontecimentos) e à luz da fé manifestam uma autêntica dimensão de Igreja doméstica (LG 11)101. A celebração doméstica da Eucaristia é uma redescoberta preciosa da pastoral e fonte de muitos benefícios, desde que não se torne privilégio de relação amigável e seja autêntica concretização da Igreja no lar. Essa atitude de santificar tais reuniões familiares com a participação sacramental da Eucaristia, do Cristo, é apta a manifestar a materna solicitude com que a Igreja se alegra, sofre e vive presente onde seus filhos oferecem o sacrifício espiritual, agradável ao Senhor. 3.2.3. É evidente que em nossas extensas paróquias rurais, onde os fiéis são privados da celebração eucarística por diferentes motivos, nem por isso devem ser abandonados à dispersão, mas convocá-los a se reunirem para o crescimento na

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evangelização e para o louvor público do Pai, quer na capela que tiverem logrado construir, quer em outro lugar apto a acolher os irmãos. Nestes casos, a atenção pastoral deve estar particularmente voltada para essas comunidades cristãs que, embora ainda privadas da presença do ministério presbiteral, não podem ser deixadas sem o alimento que contém todo o bem espiritual da Igreja, alimenta a caridade para com Deus e para com os homens, é a fonte de todo apostolado e que fará a Igreja criar raízes, a ponto de fornecer os ministros de que tem necessidade (cf. PO 5, 14; AG 39, 19, 15, 16)102. 3.2.4. Igual atenção pastoral deve-se dar aos nossos irmãos que sofrem nos cárceres inocentemente, por causa do Evangelho, ou em reparação dos seus pecados. A Eucaristia deverá ser a força libertadora, sobretudo nestes tempos em que se acham tolhidos também da liberdade social por que anseiam. Além da visita dos irmãos na fé os confortar e alimentar, a Eucaristia será força purificadora e testemunho de união. 3.2.5. É justamente em vista dessas necessidades que se torna urgente a preparação de ministros da palavra e acólitos (ou ministros extraordinários da comunhão eucarística) para que o pão partido seja de fato levado aos membros da comunidade, onde quer que se encontrem realizando sua missão como Corpo de Cristo. N.B. De Sacra Comm., n.24 recomenda especial atenção para com os enfermos, idosos e pessoas que destes se ocupam. Essa tarefa urgente e indispensável de colocar a Eucaristia ao alcance de todos os cristãos, evangelizando-os para que integrem o Corpo de Cristo que é a comunidade e se alimentem com o sacramento do Corpo e do Sangue do mesmo Cristo, constitui o núcleo central do ministério presbiteral e é nisso que o mesmo se consuma, pois toda missão apostólica, bem como todos os sacramentos se ligam à Eucaristia e a ela se ordenam (cf. PO 2,5)103. 3.2.6. Os acólitos são de fato, constituídos como ministros extraordinários, para responderem às necessidades dos fiéis e a Igreja prevê que os ordinários podem estender essa faculdade de distribuir a Eucaristia, a outros fiéis, desde que isso venha a ser útil à comunidade (cf. Immensae caritatis de 29.01.1973, n.1,I e II; Ministeria quaedam n.31; De Sacra Comm., n.17)104. N.B. a) Convém chamar a atenção para o perigo de constituir ministros extraordinários da Comunhão Eucarística sem real necessidade pastoral, apenas para facilitação dos serviços nos centros já servidos por outros ministros. Cairíamos na tentação de enriquecer os que já possuem e continuar deixando no abandono os pobres, desprovidos da necessária assistência por parte da Igreja (cf. Immensae caritatis). b) É evidente que a distribuição da Eucaristia deve sempre inserir-se num contexto de vivência e de proclamação da fé que reúne a comunidade. Por isso, salvo impossibilidade real, a celebração da palavra é indispensável ao se distribuir o sacramento (cf. Ritual para a distribuição da comunhão fora da missa. De Sacra Comm. n.26-53). c) Veja-se a respeito do incentivo à “comunhão freqüente” e à facilitação para a mesma, a Instrução “Immensae caritatis”; De Sacra Comm. passim. CAPÍTULO IV: CULTO EUCARÍSTICO

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4.1. Sentido do Culto Eucarístico Se quisermos que a Eucaristia se torne o “coração da vida cristã” (AG 9; PO 6; CD 30)105, é preciso que compreendamos sempre mais profundamente o sentido da própria celebração e, à sua luz, tomemos consciência de todos os aspectos da vida sacramental da Igreja. Para vivermos plenamente este mistério e revelarmos sua significação, é necessário que procuremos compreender toda a realidade humana à luz do mistério da Páscoa, de que a Eucaristia é Memorial. Com efeito, os sinais sacramentais manifestam de maneira única e privilegiada a presença do Cristo pascal à sua Igreja, difundindo sua vida em nós, pelo dom do Espírito Santo (cf. Evang Test. 48; Euch. Myst. 50; De Sacra Comm., n.80)106. É justamente por isso que o magistério e a fé da comunidade eclesial, desde há muitos séculos, destacam o valor da oração, tanto particular como pública, feita perante as sagradas espécies que são conservadas para alimento dos irmãos ausentes quando da reunião da assembléia (cf. De Sacra Comm., n.3, 4 e 79; EM, n.58)107. A participação na celebração litúrgica deverá influenciar toda a vida do comungante e conduzi-lo a uma vida de autêntica oração (cf. De Sacra Comm. 81), sob pena de se tornar um comportamento alienante (cf. PO 6; GS 41, 43; Euch. Myst. 13; Medellin 9, 3-4)108. O culto à presença do Senhor sob as espécies consagradas está bem em harmonia com as afirmações da SC nn. 9-12 em que se afirma que as ações litúrgicas não esgotam toda a ação da Igreja. Portanto: 4.1.1. Incentivar os fiéis a orarem diante do Sacramento a fim de que percebam melhor as exigências da Eucaristia (pastoralmente muito frutuoso e liturgicamente válido (cf. Euch. Myst. 50; Evang. Test. 35)109; 4.1.2. Atrair a atenção da comunidade para os sinais eucarísticos, colocando-os em evidência (por ex. pela exposição ou outro meio que responda à sensibilidade cultural de determinado povo ou meio social) para evocar o memorial de sacrifício do Senhor, favorece a comunhão com o Cristo, na fé e na caridade, e urge o compromisso de “'testemunharem com o próprio comportamento e com toda a sua vida aquilo que receberam pela fé e pelo sacramento” (Euch. Myst.13; cf. Euch. Myst 60)110. 4.1.3. Nos templos ou capelas em que se conserva a Santíssima Eucaristia, deve-se promover oportunamente o culto público da oração diante do santíssimo Sacramento, para incentivar a comunidade local à meditação deste mistério que celebra (cf. De Sacra Comm., n.86). 4.2. Condições para o Culto Eucarístico 4.2.1. É necessário que se cuide muito da formação para a oração, a fim de que tais práticas não venham a se tornar apenas atos exteriores, vazios de ligação com a Eucaristia, favorecendo o sentimentalismo, e mais tendentes à solenidade do que à profundidade que ajuda a assimilar o conteúdo próprio do Sacramento. Mais importante do que qualquer preocupação com pompas e aparatos externos é criar um clima de recolhida oração em torno das espécies.

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N.B. a) Embora uma digna solenidade corresponda à realeza de Cristo glorificado, presente na Eucaristia, convém insistir mais sobre o conteúdo e o clima de oração. É importante que se conserve uma real hierarquia de valores, para que a exposição não seja mais destacada do que a própria celebração do sacramento da Eucaristia (cf. De Sacra Comm. n.85, onde se fala a respeito do uso das velas para a exposição)111. b) É bom lembrar que a genuflexão com os dois joelhos (prostração), introduzida num contexto histórico para testemunhar publicamente a fé na presença, hoje volta à sua expressão tradicional, isto é, à genuflexão simples, com um só joelho mesmo diante do Ssmo. Sacramento exposto (cf. De Sacra Comm., n.84). 4.2.2. Não sendo um ato absolutamente desligado e independente, deve manter a relação com a celebração e a comunhão eucarísticas, a elas se subordinar e delas depender, sob pena de perder sua realidade e significação (De Sacra Comm., n.80). 4.2.3. No silêncio e na paz da oração, torna-se mais fácil compreender toda a realidade humana à luz da Eucaristia que nos oferece uma maravilhosa síntese da revelação e do plano de Deus (cf. PP 13)112. 4.2.4. Como o grão de mostarda que não cessa de crescer, assim a Igreja progride no conhecimento das realidades e das palavras que lhe foram transmitidas, máxime da significação do mistério da Eucaristia. Provocar tal aprofundamento pela promoção do culto da Eucaristia, julgamos sumamente proveitoso à consciência da própria Igreja (De Sacra Comm., n.81; EM, n.13)113. 4.3. Formas do culto A exemplo do Cristo Jesus, que “veio para fazer a vontade do Pai” e viveu seu mistério pascal como uma contínua oração, também nós descobriremos na celebração da Eucaristia uma exigência de oração como meio para interiorizar o engajamento que nos impele ao serviço dos irmãos num espírito de amor (cf. Jo 13, 19; PC 5; Ecl. Sanct. 21)114. 4.3.1. A visita ao Sacramento, conservado no sacrário ou exposto de modo mais visível, tem como escopo cimentar essa união com o Cristo, fazendo-nos pensar na ação sacrifical da celebração de ontem e de amanhã e nas disposições para o sacrifício, comprometendo-se mais profundamente na promoção da unidade. Seria, pois, de toda conveniência que os cristãos pudessem encontrar um momento para voltar ao silêncio da meditação, mesmo durante a jornada ou na calada da noite, para deixar que a união eucarística se aprofunde e se enraíze. Assim, o prolongamento da ação de graças levaria os que participam da comunhão eucarística a assumir as conseqüências deste ato comunitário. Essa ação de graças, que já na própria celebração tem seu lugar, não se esgota nos curtos momentos de uma ação comunitária; por isso é conveniente que na VISITA ao Santíssimo, também chamada “adoração ao Santíssimo” se tome calmamente o tempo que for necessário para vivenciar as exigências da celebração litúrgica (Euch. Myst.,13)115. Cuidem, pois, os pastores para que os templos e capelas em que se conserva a Santíssima Eucaristia, fiquem abertos certo número de horas por dia a fim de facilitar e favorecer a prática da visita para rezar diante do Sacramento (cf. De Sacra Comm., n.8).

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4.3.2. Assim, a benção com o Sacramento, desde que não seja uma concorrência com a própria ação eucarística (por exemplo, colocada imediatamente antes ou depois), poderá tornar-se um momento precioso para reviver as dimensões da própria assembléia. Enfeixada numa celebração da palavra, reúne a comunidade em autêntica contemplação, se for precedida de conveniente catequese e celebrada com espírito pastoral (cf. Mediator Dei, AAS 39-1947, p.566)116. É bom notar que não tem sentido expor o Santíssimo Sacramento apenas para dar a bênção com as sagradas espécies. Mesmo que não haja possibilidade de prolongar muito a exposição, é necessário que se preveja um tempo suficiente para uma celebração com hinos, cânticos, preces, leituras da Palavra de Deus e meditação do mistério. Em seguida encerra-se com a Bênção (cf. De Sacra Comm. n.89). 4.3.3. As procissões correspondem a uma especial sensibilidade popular. A pastoral não poderá facilmente inocentar-se de uma falta de respeito ao povo, suprimindo essa forma de devoção. Deve-se, no entanto, distinguir as procissões de cunho popular, tão amplamente freqüentadas, e a procissão eucarística cujo significado específico supõe uma vivência deste mistério. 4.3.3.1. Lembramos apenas a oportunidade que as procissões populares podem oferecer de uma ação evangelizadora, se forem bem preparadas e, por meio de adequados aparelhos sonoros, se puser ao alcance de tantas pessoas a Palavra de Deus, hinos, cânticos, preces... entremeados de breves reflexões evangélicas aplicadas à caminhada da vida cotidiana para a casa do Pai. 4.3.3.2. A procissão com o Santíssimo Sacramento tem um sentido muito próprio, isto é, o de demonstrar publicamente a fé e a união de muitas comunidades que celebram e crêem no mesmo sacramento, força de unidade de toda a Igreja. É benéfico fazer pequenas comunidades e/ou as paróquias de uma mesma diocese convergirem para um lugar onde, sob a presidência do Bispo, os fiéis proclamam sua unidade a partir da Eucaristia. N.B. Parece não atender à finalidade do solene rito de levar a Eucaristia pelas ruas (“per vias”) a fim de dar testemunho público da fé e piedade da comunidade cristã para com o Santíssimo Sacramento, as procissões feitas no interior de um campo (cf. De Sacra Comm., n.101 e 107). 4.3.3.3. No entanto, as dificuldades são reais e, não raro, corre-se o risco de promover mais um aglomerado de pessoas do que constituir uma assembléia. Neste caso, a Eucaristia se tornaria um testemunho equívoco, pois, ao invés de reunir pessoas que descobriram o sacramento como vínculo de unidade, estaria sendo espetáculo para todos os sentimentos estranhos à fé autenticamente cristã. Cremos que só se poderá evitar um movimento estranho à profunda intimidade do sacramento se, além do emprego de técnicas de comunicação, procurarmos salvaguardar o sentido autêntico do sinal de uma convocação que congrega cristãos de diferentes localidades, mas sem perder a dimensão comunitária da reunião. A grande “massa humana” que costuma comparecer não poderá ser tratada como uma multidão informe, mas deverá manter autêntica estrutura de grande grupo organizado, em subgrupos onde a fraternidade seria experimentada e manifestada, testemunhando as dimensões de fé comunitária exigida pela Eucaristia.

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4.3.3.4. Acrescem a estas dificuldades a realidade urbana de muitas de nossas paróquias. Além do aglomerado de pessoas atraídas pela necessidade de movimento, sem contudo terem a convocação da fé, o trânsito, nas grandes cidades mesmo com as precauções oficiais, sofre tamanho transtorno, que provoca uma conseqüente irritação contrária ao louvor do Cristo sacramentado. Também esse fator deverá ser levado em conta, juntamente com o pluralismo religioso, para se decidir sobre a conveniência de se promover ou não a procissão pelas ruas de determinada cidade. 4.3.3.5. No caso de não se poder realizar uma digna procissão, devido às dificuldades locais, máxime nos grandes centros urbanos onde os inconvenientes são mais acentuados, é de grande significado pastoral que se promovam concentrações de comunidades paroquiais para uma concelebração na catedral ou outras formas públicas de celebração em que a Igreja particular reze unida na grande solenidade do Sacramento da unidade (cf. De Sacra Comm., n.102). 4.3.4. Apêndice: Uma experiência renovadora Apresentamos uma experiência, cujos efeitos benéficos poderiam ajudar a reflexão: – Um pároco resolveu com seus paroquianos e demais sacerdotes da cidade manifestar o significado de unidade eclesial da Eucaristia. No dia da festa, celebrou-se uma única Eucaristia na paróquia. A fim de preparar esta celebração, equipes organizadas percorreram todas as capelas da paróquia. De cada capela viria à celebração da matriz uma Comissão representativa. À hora acertada, estavam na matriz para a concelebração todos os sacerdotes da cidade, o povo da paróquia e os representantes das capelas em que se havia feito a preparação. O pároco fez a homilia e entregou-a por escrito a seus paroquianos. Após a comunhão dos presentes, cada ministro recebeu das mãos do pároco o Sacramento e, acompanhados pelos fiéis de cada respectiva comunidade (ou capela rural), partiram rumo às suas igrejas. Ao chegar no lugar previamente convencionado, a comunidade estava reunida. Daí partia a procissão, tendo à frente o ministro da Eucaristia com o Santíssimo Sacramento, seguido de todo o povo que rezava e cantava. Chegados ao lugar em que a comunidade se reúne normalmente, fez-se uma celebração, leu-se a homilia do pároco e distribuiu-se a comunhão. 4.3.4.1. O mesmo processo é viável em âmbito diocesano, se o bispo preside a Eucaristia com representações de todas as paróquias, caso a diocese tenha dimensões geográficas que o permitam fazer. 4.3.4.2. Para que isso tenha realmente efeito de testemunho e sinal, é preciso que se criem nestas ocasiões assembléias diocesanas e/ou paroquiais mesmo que para isso se tenha de suprimir outras celebrações da Eucaristia naquele dia.

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4.3.4.3. Caso não seja possível esse método, é de toda conveniência que à celebração eucarística compareçam representantes das paróquias, constituídos em grupos comunitários. Que estes recebam das mãos do bispo a comunhão sacramental. Em seguida, que o fiéis acompanhem o bispo com o Santíssimo Sacramento até o local em que se guardará a Eucaristia (de preferência a catedral). Poder-se-á dar ali a bênção com as sagradas espécies, mas ficará fora de propósito celebrar uma segunda vez a Eucaristia, simplesmente para se redistribuir a comunhão, dando a impressão de que a consagração é feita para “distribuir a Eucaristia”. 4.3.4.4. É importante que se cuide mais da preparação dos fiéis que acompanham a procissão do que da propaganda em vista de avolumar o número dos participantes. 4.3.5. Congressos eucarísticos (diocesanos, nacionais e/ou internacionais) O que se disse a respeito da procissão eucarística vale, em parte, com relação aos congressos, a fim de que não se tornem simples motivo de um turismo ocasionado por uma promoção religioso-eucarística. O mais importante é que a movimentação se torne oportunidade de evangelização coletiva, capaz de canalizar os esforços. Os congressos podem ser motivo de uma polarização evangelizadora, como o tem demonstrado a Campanha da Fraternidade, desde que mereçam especial atenção pastoral e assessoramento com oportunos subsídios teológico-catequéticos e não se tornem quase exclusivamente uma atividade de companhias de turismo. 4.3.6. Com efeito, os Congressos Eucarísticos são manifestações por meio das quais uma Igreja particular convida outras Igrejas (de determinada região, país ou até de todos os continentes) para viverem juntas o mistério da unidade e aprofundá-lo sob um aspecto particular. Por isso, para que um Congresso seja realmente Eucarístico, é necessário que cada Igreja particular participe intensamente da preparação e se una às outras delegações representativas, no mesmo vínculo de fé e caridade (cf. De Sacra Comm,. n.109). 4.3.7. Pastoral da adoração do Santíssimo É preciso que os assim chamados “Santuários da Adoração” criem melhores condições de educar para uma autêntica vida de oração. Não devem tornar-se um lugar sacralizado, mas inserido na pastoral da diocese, sejam verdadeiros centros de culto e promovam em todas as paróquias e capelas o espírito de adoração ao Santíssimo Sacramento, onde quer que seja conservado. Os Santuários devem se tornar mais centros de incentivo e coordenação do culto Eucarístico, do que o único local de adoração. Para que isso aconteça é indispensável que haja um atendimento solícito aos grupos que os freqüentam a fim de irradiar o espírito que aí se cultiva. Faz-se, pois, necessário, repensar a função dos santuários na pastoral. As condições de meios de comunicação (trânsito) e os horários de intensa participação num mundo de trabalho não permitem mais a concretização de um ideal simplista neste sentido, mas exigem um planejamento realista.

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Não seria mais eficiente o deslocamento de equipes especializadas para a promoção da educação eucarística nas comunidades paroquiais e aí organizar o culto comunitário, do que atrair pessoas para um “lugar de exposição perpétua”, tirando-as das comunidades eclesiais em que vivem e celebram a Eucaristia? Não seria esta pelo menos uma meta que os santuários devem ajudar a descobrir? 4.3.8. Em todos os templos e capelas em que a Eucaristia é conservada, deve-se dar real destaque a esta dimensão do Sacramento (cf. De Sacra Comm., n.86), por exemplo, promovendo horas coletivas de oração diante do Sacramento, no sentido de fazer reviver as dimensões próprias da celebração e de despertar a atenção dos fiéis para o caráter de permanência da presença sacramental de Cristo em sua Igreja. Sobretudo, os grupos que se reúnem para tardes ou dias de oração e aprofundamento na fé sejam incentivados a orar diante do Sacramento. Essa preocupação pastoral terá como resultado centrar a vida cristã no Sacramento da Unidade N.B. Aliás, outros santuários não especificamente Eucarísticos também devem orientar sua pastoral para levar os peregrinos à descoberta do sacramento da Eucaristia como centro, raiz e fonte de toda a evangelização e vida cristã. CAPÍTULO V: A PREPARAÇÃO DE PRESIDENTES E DEMAIS MINISTROS DA ASSEMBLÉIA LITÚRGICA O princípio da natureza eclesial da liturgia faz, por um lado, que ela se ligue aos ministros competentes – em última instância ao bispo que lhe dá cunho apostólico – e ao mesmo tempo, sendo sinal e expressão sincera da fé dos cristãos, deve-se admitir “variações e adaptações legítimas aos diversos grupos, regiões e povos” (SC 37)117. A autêntica natureza da própria celebração não pode vincular-se a uma rígida uniformidade ritual contanto que se salve a “unidade substancial” no que respeita à fé e ao bem de toda a comunidade (SC 37 e 38)118. Mesmo reservando algumas questões à Sede Romana, a “Instrução Geral sobre o Missal Romano” (passim) determina expressamente que possíveis adaptações nos diferentes rituais, inclusive da Eucaristia, dependem das Conferências Episcopais e do bispo, moderador dos sacramentos (SC 41; LG 26)119. A comunidade concreta, dirigida pelo presbítero, também goza de uma margem de adaptabilidade que lhe permita tornar mais viva a celebração. A fim de melhor atender às necessidades de cada grupo ou comunidade e ao mesmo tempo manter-se a unidade eclesial da liturgia, as modificações mais profundas, mesmo as não revistas nos livros litúrgicos, podem e devem ser levadas à Conferência Episcopal, que por sua vez proporá à Sede Romana sua petição em vista do bem da Igreja (cf. SC 40, 63, 65, 77, 79)120. N.B. Este trabalho ainda está por ser começado, embora seja da máxima urgência. A pastoral litúrgica no Brasil ressente-se da necessidade de organismos de reflexão litúrgica e de formação de pessoas com mentalidade e capacitação para promover a renovação preconizada pelo Concílio. De modo geral, a renovação está consistindo na simples adoção de novos ritos e missal, sem uma formação conveniente da consciência do novo enfoque que a liturgia recebeu a partir do tratamento teológico dado ao assunto nos documentos conciliares. 5.1. A arte de presidir a celebração

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É a partir de uma eclesiologia eucarística que podemos atribuir a presidência normal da Eucaristia ao bispo. (cf. Justino, I Apol. 65 e 67; Concilium 71, 1972/1, p.18-27). De fato, santo Inácio de Antioquia enfatiza essa função do bispo, dizendo: “Toda celebração eucarística realiza-se, em regra geral, sob a presidência do Bispo ou daquele que o substitua” (in Smyrn 8,1, cf. Cartas de Santo Inácio de Antioquia – Ed. Vozes)121. Sob muitos aspectos, o pároco de uma comunidade pode ser equiparado ao bispo, pois de fato exerce em concreto a função de “quasi-episcopus”. O importante é que o sacerdote que preside a assembléia, fazendo as vezes de Cristo (IGMR nº 60)122, tenha realmente consciência de sua função específica que é a de manter a comunidade congregada num autêntico dinamismo vivencial e libertador, coordenar na unidade as demais funções que os diferentes ministros exercem, explicitando a ministerialidade da Igreja não individualmente, mas em colegiado. É o que deparamos de modo explícito em Paulo quando fala de “bispos” (no plural) e diáconos chefiando a comunidade local. Os múnus de presidente (de bispo) pode, pois teologicamente, ser exercido colegialmente e cada um dos concelebrantes age “in persona Christi” e como “Cabeça” da Igreja reunida. A qualquer um deles, e a todos colegialmente, compete pronunciar a Oração Eucarística sobre o pão e o vinho, tal como, na última Ceia, Cristo pronunciou o hino de ação de graças, instituindo a Nova Aliança no seu sangue. A concelebração mostra publicamente a unidade do ministério eclesial. N.B. Isso também era aplicado à concelebração, na qual teria sido impossível que o presbítero recitasse em comum a Oração Eucarística, já que até o século IV a Igreja não possuía nenhum formulário fixado por escrito. Temos o valioso testemunho de São Justino que escreve: “O presidente da assembléia dos irmãos” faz a oração eucarística “da maneira como cada qual puder fazê-la” (I Apol. cap. 67; cf. Didaqué, cap.10)123. Aliás, mesmo nas orações a serem recitadas em comum por todos os concelebrantes, a voz do presidente deve aparecer DISTINTAMENTE e os demais concelebrantes apenas acompanham com voz submissa, quando o ritual o prevê (IGMR, n.170)124. A margem de liberdade deixada aos presidentes não deve prejudicar o bem da comunidade nem lesar a unidade eclesial. Compete pois ao pároco, com sua equipe de ministros e em comunhão com o bispo, verificar a oportunidade de uma concelebração, a forma de distribuição da comunhão etc. No entanto, leve-se em conta que as assembléias são diversificadas e isso condiciona notavelmente a função do presidente. Não se pode agir do mesmo modo com uma assembléia das 7 da manhã e outras com prevalente participação de crianças ou de jovens. Animador da comunidade reunida, o sacerdote deve comunicar-se e fazer com que os gestos, ritos e palavras comuniquem e expressem a fé vivenciada por um povo que participa, isto é, que toma parte no mistério do Cristo – primeiramente por sua vida comprometida evangelicamente e em seguida na celebração desta vida de comunhão em Cristo. A preocupação do presidente da assembléia litúrgica deve ser antes a de servir à comunidade do que a de ser exatamente fiel às rubricas, sobretudo quando estas deixam margem à espontânea criatividade que provém de uma vivência da fé, comunicada e expressa publicamente, superando o mero esteticismo.

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A fim de que a celebração não se torne um monopólio do sacerdote, é necessário que a comunidade possa assumir sua função. A liturgia deve voltar a redescobrir a arte que lhe é própria se quiser que a leitura transmita verdadeiramente uma mensagem, que o salmo seja uma autêntica resposta à leitura, que as atitudes corporais expressem algo, pessoal e comunitário, que (os movimentos se revistam de significação, que os ritos se tornem celebração da fé! Não basta executar a seqüência de rubricas preestabelecidas. A “institutio” tenta levar-nos à descoberta do espírito e da tônica artística da celebração. N.B. Habituado a celebrar para um povo silenciosamente atento, mas inativo, o clero tem muita dificuldade para se tornar animador de uma assembléia em festa. Faz-se urgente uma reeducação e até mesmo um treinamento de expressões corporais. Ao presidente compete 5.1.1. Introduzir a assembléia num clima de oração e conservá-la ou reconduzi-la a esta atitude fundamental, por meio de intervenções simples e oportunas. 5.1.2. Concluir as diversas partes da celebração com uma oração presidencial (Rito de entrada – COLETA; Celebração da Palavra INTRODUZIR e CONCLUIR – A ORAÇÃO DOS FIÉIS, Apresentação das ofertas – ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS, Rito de Comunhão – PÓS-COMUNHÃO). 5.1.3. a) O prefácio, homilia poética de ação de graças, formal, pública e solene, começa em forma de diálogo, prolonga-se em solene recitação do presidente e conclui pela aclamação hínica, CANTADA por toda a assembléia. b) Oração eucarística, memória entrecortada pelas aclamações. N.B. Em certas orações eucarísticas mais longas, seria muito oportuno que se pensasse em novas aclamações para favorecer a participação do povo. A monotonia em que pode cair leva muitos sacerdotes a convidar erroneamente a assembléia a tomar parte na recitação da Memória, que é típica e exclusivamente presidencial. O tom de voz deve colocar em relevo o caráter peculiar de cada texto, sendo que os momentos mais importantes (relato da instituição e doxologia) podem ser ressaltados com o canto . 5.2. Os ministérios na celebração A liturgia é o momento em que “se expressa”, em ação essencialmente simbólica, a realidade vital do mistério da Igreja, Corpo de Cristo, em que cada membro tem funções e o todo realiza a missão a ela confiada (cf. 1Cor, 12,27; Ef 1,22-23; Cl 1,18-24)125. 5.2.1. A função da assembléia Durante os últimos séculos, o povo na liturgia romana não tinha papel específico; simplesmente assistia à celebração, substituído pelo coro eventualmente ou, de modo ordinário, pelo acólito. Atualmente é explícito na liturgia que o povo “aclama, responde, canta...” Há, no entanto, o perigo de reduzir a participação do povo a uma movimentação exterior e à

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execução de cantos em certos momentos de celebração, enquanto que a própria liturgia é feita só por ministros especializados. Em virtude do sacerdócio batismal, a assembléia tem funções que lhe são próprias: a) Cantos fundamentais na ação litúrgica são o “Santo”, Salmo responsorial, respostas e aclamações diversas, canto de entrada e de comunhão, eventualmente o “Senhor, tende piedade”, o “Cordeiro de Deus”, o “Glória”, o “Credo”, o “Pai-nosso”. Essas partes são a liturgia cantada pelo povo. b) Momentos oportunos para a participação em palavras e gestos vemos na espontaneidade da Oração dos fiéis, na apresentação viva de ofertas em benefício da comunidade, recepção do sacramento e eventualmente na partilha da palavra de Deus, através de reflexões, perguntas e testemunhos da própria experiência. c) Respondendo, recitando, tomando atitudes corporais e meditando no silêncio oportunamente provocado pela profundidade da palavra ouvida ou pelo gesto feito. d)Criando um ambiente espontâneo e fraterno, no acolhimento das imagens que chegam ou que se despedem da assembléia semanal. N.B. É de suma importância que se promova a recepção dos membros de modo simples e cordial, em cada assembléia, procurando identificá-los. Isso pode ser feito através de um grupo de recepcionistas inicialmente, até que os irmãos despertem para o dever de cada irmão saudar e acolher os outros, sobretudo os que passam eventualmente para participar da Eucaristia numa comunidade que não é a sua habitualmente. 5.2.2. O diácono N.B. A respeito do diaconato, pode-se ver “Sacrum diaconatus ordinem” de 18 de junho de 1967; “Ministeria quaedam”, de 15 de agosto de 1972. Intimamente ligado ao bispo e aos presbíteros, o diácono é ministro da palavra, na proclamação do Evangelho e na homilia, nas monições e avisos oportunamente; é também aquele que prepara as oferendas para o sacrifício, ajuda na distribuição do sacramento, purifica os vasos sagrados, retirando-os do altar após seu uso, e administra o Batismo. Igualmente adverte, ajuda, exorta e solicita a assembléia em todos os momentos em que for necessário. É chefe global: da igreja – DIACONIA. 5.2.3. O Acólito 5.2.3.1. A função específica dos acólitos é a de assumir com o diácono os serviços nos atos litúrgicos, distribuir a Eucaristia e, oportunamente, fazer a exposição do Santíssimo Sacramento para a adoração dos fiéis bem como repô-lo no sacrário, sem porém dar a bênção. Os acólitos devem cultivar de modo especial o estudo da liturgia, para que possam compreender melhor o significado das suas funções e exercê-las com dignidade e fervor (cf. “Ministeria quaedam”, VI).

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5.2.3.2. Os ministros extraordinários da comunhão eucarística, são chamados a colaborar na administração do sacramento, levando a Eucaristia às suas próprias comunidades, ainda desprovidas de presbítero, ou a membros da comunidade que, por motivos diversos (já mencionados) estão ausentes da assembléia. Podem ser assimilados aos acólitos, mas não têm função permanente. É de toda conveniência que recebam as sagradas espécies consagradas numa celebração de que participam e diante de todos os irmãos, quanto possível. Esse gesto faz a comunidade reunida pensar com carinho nos seus irmãos ausentes e por outro lado dá ao ministro maior consciência de que serve como enviado pela Igreja. Mantendo o princípio de que foi constituído ministro em favor de uma comunidade ou de ausentes, nada impede que auxilie o sacerdote, na Igreja-mãe, quer ajudando-o a distribuir a Eucaristia nos dias de maior afluência, quer purificando os vasos utilizados na celebração, quer reconduzindo a reserva bem como repartindo oportunamente o pão conservado no sacrário a pessoas que, não tendo participado da assembléia por motivo justo, venham a solicitá-lo em outros momentos do dia (cf. Immensae caritatis). Cuide-se, porém, para que haja sempre o testemunho de mútua comunhão entre os ministros que exercem diferentes funções na Igreja, em favor da comunidade, evitando-se a monopolização por parte de uma “elite” que, ao invés de servir, faz da função uma honra pessoal. 5.2.4. O Leitor 5.2.4.1. Sua função se exerce num rito determinado – liturgia da Palavra. Deve ser cônscio do sentido de seu ministério e procurar exercê-lo de modo tecnicamente especializado. É o ator da comunicação da Palavra pela dignidade na apresentação, pelo tom de voz, pela clareza na dicção, pela humildade e convicção de estar a serviço de Deus da proclamação à Palavra. Pastoralmente não basta indicar um leitor e mostrar-lhe o texto a ser lido. É preciso que se faça uma formação específica que o torne apto a assumir tal tarefa como função litúrgica. Para isso, é importante que o leitor participe da assembléia e se aproxime do livro com fé, a fim de exercer um anúncio para seus irmãos e não execute apenas uma atividade de pessoa que sabe ler. 5.2.4.2. Liturgicamente convém que para cada leitura haja um leitor distinto, pois o ritmo diversificado favorece o movimento próprio, conforme o gênero literário do texto. A grande novidade neste sentido, é a faculdade concedida para dramatizar umas leituras, cujo estilo favoreça este modo de torná-la mais viva, a exemplo do que já se faz há muito tempo na leitura da paixão durante a semana santa (cf. Diretório das missas com crianças n.47)126. 5 2.4.3. Além da proclamação da Palavra na liturgia, compete ao leitor apresentar as intenções das preces dos fiéis, na falta do diácono ou cantor, dirigir o canto e orientar a assembléia na participação da ação litúrgica. É também próprio do seu ofício, iniciar os membros da comunidade à recepção dos sacramentos e preparar outras pessoas para substitui-lo na leitura da Palavra, em caso de necessidade (cf. Minist. Quaedam, n.V).

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N.B. Um autêntico ato de fé na Palavra exige que os aparelhos de som sejam tecnicamente aptos à acústica de cada ambiente a fim de possibilitar a clara audição da Palavra de Deus. 5.2.4.4. Na proclamação da Palavra compete ao leitor: a) Introduzir brevemente o assunto do texto a ser proclamado, situando-o no contexto donde é tirado para facilitar a percepção da mensagem e prender a atenção da assembléia. b) Ler claramente, sem demasiada lentidão ou pressa, e com tom de voz adequado ao ambiente e ao estilo da leitura. c) Concluir a leitura de tal modo que solicite uma resposta de aclamação por parte da comunidade. 5.2 4.5. Na proclamação da Palavra compete ao salmista (ou cantor) auxiliar o leitor na proclamação da palavra: a) cantando ou recitando: – os versículos do salmo responsorial após a primeira leitura; – a aclamação antes do Evangelho; – as intenções da prece dos fiéis; b) entoando os cânticos durante as celebrações litúrgicas. N.B. É preciso que o salmista não improvise sua melodia, pois, dada a profundidade do momento, qualquer indecisão prejudica gravemente o clima de meditação. Convém que o próprio salmista faça uma senha (gesto de mão, por exemplo) à assembléia, para que esta esteja certa do momento de entrar com sua participação. CAPÍTULO VI: INICIAÇÃO À VIDA DA COMUNIDADE CRISTÃ POR OCASIÃO DA PRIMEIRA EUCARISTIA É um fato incontestável que um grande número das crianças que fazem a primeira comunhão, não perseveram por muito tempo na freqüência aos sacramentos durante a adolescência e a pós-adolescência. Além de outros fatores, parece ter influência primordial a ambigüidade existente na própria pastoral da primeira comunhão, que em geral visa mais a uma doutrinação e ao dia da cerimônia da primeira comunhão do que a uma autêntica iniciação na vida da comunidade cristã. Sem entrar aqui na questão do conteúdo da catequese eucarística, queremos sugerir algumas diretrizes de ordem pastoral: 6.1. É necessário que a preocupação doutrinal ceda o primeiro lugar à autêntica iniciação, isto é, à introdução na vida comunitária, de fraternidade cristã e de participação na missão eclesial. De fato, sem especial cuidado com a constituição de comunidades eucarísticas mais definidas sociologicamente e pela explicitação da fé, será impossível iniciar novos membros (cf. Diretório das missas com crianças n.12)127.

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6.2. Faz-se mister que se dê prioridade à perseverante fidelidade daqueles que já participaram da primeira Eucaristia, integrando-os na assembléia eucarística regular, como entrada mais profunda no povo de Deus, que se congrega unanimemente na caridade E que é assíduo às orações públicas para um real crescimento na fé. 6.3. Também se torna indispensável que se verifiquem as bases familiares dessa perseverança. Neste sentido, o grande trabalho da iniciação deve ser feito junto à família das crianças, mais do que com a própria criança. É bom lembrar que só haverá uma eficaz iniciação quando a família assumir a tarefa de integrar, pelo testemunho vivencial, seus filhos na vida eclesial assim como os pais responsáveis se preocupam em integrá-los na vida familiar. Somente as famílias assíduas às celebrações poderão iniciar de modo conveniente e eficaz. catequistas e escola, neste caso, serão uma ajuda de complementação ao trabalho dos pais. Jamais poderão substitui-los. 6.4. Por isso, os pais habituados a se reunirem em assembléia e comprometidos com a comunidade, facilmente integrarão seus filhos no ambiente eclesial (comunidade) que freqüentam com perseverança. Neste caso, a iniciação poderá limitar-se a uma catequese a respeito do significado e do rito da celebração como tal, pois os filhos já percebem a importância e o valor da Eucaristia pelo testemunho da própria família. 6.4.1. Na explicação da dinâmica própria da celebração, catequistas e/ou escola poderão prestar relevante serviço, graças aos meios pedagógicos de que dispõem e mesmo devido à preparação teológica. 6.4.2. Para que a iniciação seja percebida pelas crianças como integração eclesial, deverá ser feita na comunidade que os pais freqüentam regularmente. Há um problema que se coloca quanto às primeiras comunhões em colégios e capelas ou santuários, caso estes não sejam o lugar que reúne regularmente os pais para a Eucaristia semanal. Esse tipo de festa no colégio, distante da comunidade regular dos pais, seria mais um ato de solenidade social do colégio, do que a culminância de uma iniciação à assembléia eucarística e a conseqüente integração na vida comunitária. Os pais aí compareceriam como espectadores e não como integrantes de uma real comunidade a que pertencem e freqüentam. Embora o colégio tenha aspectos de comunidade para a criança e não esteja dispensado de dar sua contribuição na catequese da iniciação, esta comunidade é não raro, tão passageira, que não oferece condições para mantê-la na perseverança eucarística. Por isso, o colégio e capelas ou santuários deverão acolher as crianças e dar humildemente sua parte na iniciação eucarística, a menos que criem condições de dar continuidade à assídua freqüência desta assembléia. Aliás, não seria o caso de se pensar pastoralmente em assumir de modo regular a continuidade desses laços comunitários que as famílias criam com o colégio de seus filhos, os santuários ou capelas que freqüentam? O perigo que se deve evitar é o de dar uma atenção passageira sem criar compromisso com a comunidade. 6.4.3. Tratando-se de tais famílias assíduas à reunião dos irmãos, as crianças ainda dependentes e ligadas a seus pais devido à idade, não voltarão ao colégio, aos domingos, para a Eucaristia, mas tendem a acompanhá-los à comunidade com a qual os mesmos pais se acham comprometidos. 6.4.4. Neste caso, não importa muito quanto tempo deve durar a preparação. Importa, sim, que a criança receba os rudimentos de compreensão da celebração e já possa ser

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tranqüilamente admitida à participação eucarística, na certeza de que continuará a aprofundar sua fé, cultivada na Igreja doméstica e na assiduidade à assembléia. N.B. É necessário pensar mais se a criança está ou não iniciada na vida da comunidade, do que na data da primeira comunhão da paróquia. 6.4.5. Note-se que a preparação das crianças se fará de modo mais eficaz através de ritualizações à altura da sua percepção infantil, do que por longas e completas doutrinações (cf. Diretório das missas com crianças, n.13)128. 6.4.6. Para as crianças que vêm com seus pais e ainda não comungam, providenciem-se celebrações da palavra adequadas à sua etapa de iniciação eclesial e psicológica. Estas celebrações podem ser presididas por catequistas ou por mães que se dispusessem a atender as crianças durante o tempo em que outros pais participam da celebração do sacrifício Eucarístico. No caso de as crianças terem uma celebração à parte, pode-se introduzi-las na assembléia dos adultos para receberem a bênção final, a fim de que aumentem sua aspiração de participar de toda a Eucaristia (cf. Diret. das missas com crianças, n.16)129. N.B. É indispensável, porém, que às vezes o próprio presbítero presida a fim de criar laços comunitários eclesiais desses candidatos com a assembléia eucarística. 6.5. As crianças de famílias não iniciadas e cujos pais são descomprometidos oferecem dificuldade bem específica. Com efeito, como iniciar as crianças se estas dependem e convivem com pessoas para as quais a Eucaristia é de somenos importância? As aulas de catequese serão insuficientes para fazê-las perceber o valor da participação eucarística. Aliás, os próprios pais, nestes casos, buscam para seus filhos mais o cumprimento de um ato de promoção e satisfação social do que uma verdadeira participação eclesial. Nenhuma doutrinação, por mais completa que seja, suprirá o testemunho do meio social e sobretudo das pessoas das quais a criança depende afetiva e psicologicamente. Neste caso, os pais devem ao menos comprometerem-se a dar uma educação para os valores humanos, participando de reuniões não eucarísticas com seus filhos (cf. Dir. missas com crianças, n.10)130. 6.5.1. O trabalho principal será, pois, a iniciação dos pais ou pelo menos de alguns dos responsáveis pela criança sem abandonar o cultivo da fé da própria criança. O trabalho com a iniciação da família, em vista de sua integração eclesial faz-se absolutamente necessário; caso contrário, a criança fará a primeira comunhão de modo incongruente, pois não chega a ingressar de modo pessoal na comunidade eclesial a não ser que os padrinhos possam dar o testemunho e completar a iniciação do neocomungante (cf. Rito de inic. cristã de adultos... n.43)131. 6.5.2. Seria o caso, portanto, de adiar a primeira Eucaristia, até que se possa ter um mínimo de base sólida e responsável no sentido de que esta não se reduza a um ato passageiro, mas tenha condições de ser o início de uma perseverança na assembléia regular dos cristãos. Isso só se dará quando os pais se comprometerem eles próprios com a comunidade.

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6.5.3. A iniciação não se verifica pelo grau de conhecimentos doutrinários que a criança possui, nem tampouco se pode prever um tempo determinado para a iniciação. A própria dificuldade causada pela família dará ocasião para mostrar às crianças que não é possível tomar parte no banquete sem ter decidido pertencer à família eclesial que se reúne para celebrar. 6.5.4. Aqui se evidencia o caráter complementário dos catequistas, isto é, de membros da comunidade que assumem as crianças cujos pais trazem para a reunião dos cristãos, iniciando-as na celebração. Não se deve confundir essa ajuda aos pais com um trabalho feito exclusivamente com as crianças independentemente dos pais. N.B. Aliás, esse mal não se verifica apenas na catequese, mas se estende à escola que, ao invés de complementar a educação familiar, não raro exime ou dá a impressão de eximir os pais da tarefa educacional que lhes é própria inalienável. 6.5.5. Torna-se mais irrefutável a ineficiência da iniciação de crianças sem um trabalho correspondente com as famílias, quando outros filhos maiores, que participaram da primeira Eucaristia já não perseverem no compromisso comunitário à medida de suas possibilidades. Nesta situação, dever-se-á radicalizar ainda mais as exigências com relação à admissão dos filhos menores, sob pena de falta de responsabilidade. 6.5.6. Poder-se-ia perguntar: “como dar continuidade se a paróquia é desprovida de clubes de grupos jovens, capazes de acolher as crianças?” Iniciar à Eucaristia, sem iniciar a comunidades concretas, é simplesmente dar a comunhão e deixar na dispersão da própria boa vontade do comungante que por ser criança, não é suficiente. Faz-se pois necessário que as paróquias ofereçam grupos de jovens e comunidades de adultos capazes de receber os novos iniciados e ajudá-los a perseverar na assiduidade à vida eclesial bem como de reintegrar os que já estão caminhando para a dispersão. 6.6. A iniciação de criança cujos pais são freqüentadores ocasionais exige especial atenção para integrar os pais numa comunidade eclesial de base, capaz de reavivar a fé e levá-los a comprometer-se mais explicitamente com a vida comunitária que é exigência básica da fé, recebida no Batismo, e que somente se desenvolve mediante a evangelização. Em geral, o que falta a tais famílias (ou pessoas) é perceberem claramente as implicações missionárias da fé que professam de modo ocasional e individualista. 6.7. Os adultos que ainda não fizeram a primeira comunhão oferecem especial ocasião à comunidade para iniciá-los de modo mais consciente. Não se tenha pressa em admitir à comunhão mas se cuide com muito carinho de sua inserção e comprometimento comunitário. 6.7.1. O adulto não deve apenas ser conduzido à participação sacramental da Eucaristia, mas a assumir a missão de dar testemunho que daí decorre. Por isso, não basta que o adulto saiba que a Eucaristia é a presença do Sacrifício do Senhor, mas se comprometa com a comunidade eucarística. 6.7.2. É importante que, ao participar da Eucaristia, o adulto seja solicitado a participar também da missão da Igreja, compromissando-se com algum trabalho apostólico ou ministério litúrgico, conforme suas aptidões. 6.8. A celebração da Primeira Eucaristia

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6.8.1. Tal celebração deve revestir-se de caráter festivo, seja na sua forma litúrgica como no ambiente social. No entanto, trata-se mais de uma festa da família eclesial do que de uma comemoração dirigida à criança, distraindo-a do sentido e do motivo da festa. 6.8.2. Dê-se autenticamente à Primeira Eucaristia o caráter de festa da comunidade paroquial, alegre por receber novos membros-irmãos como participantes de sua mesa. Que também a parte social seja feita de tal modo que a criança perceba que sua Igreja doméstica se insere na família eclesial e festeja o acontecimento de seu ingresso na assembléia eucarística. 6.8.3. Evite-se qualquer distinção de família para família, em vista de classes sociais, pois isto destruiria o clima comunitário e colocaria em relevo, não a fraternidade e cristã e sim os privilégios de que a criança participa socialmente. A Eucaristia deve ser integradora das pessoas na unidade dos irmãos. 6.8.4. Qualquer aspecto de luxo e pompa puramente exterior contradiz o espírito de simplicidade e de alegria evangélica que deve permear a comunidade da Igreja, reunião de “pobres”. 6.8.5. Todos os membros da comunidade são convidados a tomar parte na alegria de ver a assembléia eucarística acrescida de novos irmãos. É uma ocasião muito oportuna para se fazer uma refeição comunitária, incentivando assim o Espírito de comunhão entre os irmãos, e renová-los no Espírito Eucarístico. 6.8.6. Estes momentos de convivência em “ágape fraterno” deveriam multiplicar-se, não só por ocasião da primeira Eucaristia, mas para consolidar a fraternidade dos cristãos e tirá-los do individualismo, conforme freqüente recomendação dos padres da Igreja e costume que remonta aos tempos apostólicos. CAPÍTULO VII: EXPRESSÕES CORPORAIS E GESTOS NA CELEBRAÇÃO 7.1. Situação histórica 7.1.1. A partir do séc. XIII, a liturgia romana foi-se restringindo às formulações dogmáticas, sintéticas e fixas, conservadas até nossos dias. Progressivamente se intelectualizou. 7.1.2. O ritualismo da “era rubricista” reduziu a formação, litúrgica a uma mera “casuística” de “como fazer”, ao invés de estudar a significação dos gestos e palavras. Os inícios do Movimento Litúrgico foram decisivos para uma volta à espiritualidade litúrgica. 7.1.3. Os gestos e atitudes corporais foram sendo reservados ao “celebrante” menos como expressão do que como “observância”. Os celebrantes, devido ao tipo de formação recebida, já não presidem uma assembléia em celebração, mas “celebram para uma assembléia”; os celebrantes executam os ritos e o povo é convidado a “unir-se intimamente” a ele. Uma participação apenas intencional e mental não satisfaz às exigências antropológicas de participação. As devoções neste sentido fazem concorrência à própria liturgia. 7.1.4. A participação corporal do povo está reduzida quase exclusivamente a movimentos por exemplo, sentar-se, ficar de joelhos, ficar de pé.

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7.1.5. Estas e outras situações semelhantes, sobejamente conhecidas e ainda não de todo superadas, transformaram a celebração numa liturgia intelectualizada e livresca, permitindo uma participação interior, mas não favoreceu a “expressão da comunhão na fé eclesial, visível”, já que o corpo – expressões corporais e gestos humanos – fora privado de celebrar. N.B. É claro que estas anotações são apenas para motivar uma revisão concreta do que se passa em cada localidade e circunstância reais. 7.2. A liturgia, oração da pessoa total 7.2.1. Fiéis à unidade do ser humano, o corpo não pode ser dissociado da mente em oração. A liturgia não pode reduzir-se a uma pura meditação interior, sob pena de perder sua sacramentalidade e eclesialidade. Por isso, o louvor que reside no coração do homem torna-se celebração quando é proclamado pelos lábios, gestos e atitudes corporais capazes de comunicar a fé, manifestar a comunhão na mesma fé de modo sacramental. A linguagem dos gestos, por sua vez, não apenas comunica e intensifica a atitude interior, mas é apta a provocá-la, dando um caráter comunitário e um valor social à liturgia. 7.2.2. A passagem da época de Gutemberg para a era das comunicações em som e imagem deve suscitar uma pesquisa séria e profunda, no sentido de redescobrir os gestos humanos como linguagem própria da liturgia, não se limitando a uma comunicação gráfica e oral, mas visual. Por outro lado, a revalorização do caráter comunitário da liturgia está a exigir uma renovação que faça da celebração uma autêntica comunicação humana e terrestre do dom divino da fé. 7.2.3. É preciso que pouco a pouco se vença a mentalidade de “executar os ritos como prescrição disciplinar” e se dê dimensão simbólica aos gestos humanos que se fizeram na celebração. Para isso, a busca de sinais expressivos torna-se uma tarefa da reflexão litúrgica, se se pretende que a assembléia possa expressar sua fé, comunicar-se em linguagem atual e adequada a sua cultura. Temos, neste sentido, a solicitação dos novos ritos que devem ser “adaptados à índole dos povos” conforme exigência do Vaticano II (SC 38, 40, 44)132. 7.3. Caminhos para chegar a uma nova maneira de celebrar 7.3.1. Na atual celebração, já se podem desenvolver atitudes corporais que signifiquem “penitência, alegria, caminhada, paz, reunião em torno da mesa do altar em determinadas circunstâncias, saudação aos irmãos no início e na despedida da celebração”. Esses momentos devem superar a simples execução de um rito para se tornarem sinceras e espontâneas manifestações humanas do conteúdo salvífico que encerram. Para que isso aconteça, far-se-á necessária a catequese e também um pouco de imaginação criadora por parte dos que dirigem a celebração, além de uma revisão da

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linguagem empregada nos textos (por exemplo, traduções mais adaptadas à diversidade das regiões e tipos de assembléias...). N.B. Neste sentido, é evidente que jovens e crianças – sem excluir adultos que tenham maior percepção antropológica – se acharão mais à vontade do que aqueles educados numa rigidez silenciosa durante a liturgia. O clero precisa ser ajudado de modo particular, para que não se passe da rigidez rubrical às inovações descabidas. 7.3.2. Mais delicada é a tarefa de encontrar meios de uma participação corporal da assembléia na oração eucarística. Os presidentes já acompanham com gestos as palavra que proclamam, por exemplo, a narração da instituição. No entanto, há certa monotonia nestes gestos demasiado pobres em movimentos, sobretudo em se tratando das orações eucarísticas um pouco mais longas. Quanto ao povo, poder-se-á desenvolver de modo adequado o canto das aclamações, não só as atuais, mas outras oportunamente introduzidas pela competente autoridade em matéria litúrgica; experiências já estão sendo realizadas., mostrando que é possível tirar os fiéis da imobilidade. N.B. É preciso que se evite fazer o povo simplesmente reproduzir gestos estereotipados; importa também se encontrem expressões de verdadeira comunicação. 7.3.3. A valorização da celebração em sua dimensão de “arte da ciência” está pedindo que se providencie com urgência um treinamento dos presidentes e demais ministros das assembléias (educação das equipes de celebração). Neste sentido, há toda uma reeducação a ser feita, para que se chegue ao uso oportuno de maior liberdade da linguagem corporal, da comunicação vocal... como meios de solenizar a liturgia comunitária. N.B. É preciso que as “comissões litúrgicas de arte” ultrapassem o campo de “montagem do palco” (arquitetura, ornamentação, vestes etc.) e descubram a “ARTE CÊNICA” como campo prioritário na renovação litúrgica. 7.3.4. É difícil dar sugestões concretas dentro de um documento de orientações pastorais, mas a colaboração de pessoas especializadas, como educadores em comunicação, possibilitaria uma renovação eficaz da racionalidade em que caiu a liturgia, máxime a ocidental. N.B. No domínio da música, os esforços feitos são consideráveis; no campo, porém, da arte cênica especificamente, quase nada se criou até o momento. A urgência é máxima devido à influência exercida pelos Meios de Comunicação audiovisuais na própria psicologia das pessoas. 7.3.5. Convém chamar a atenção para as adaptações feitas nas igrejas e capelas quanto à localização dos altares e o modo de distribuir as cadeiras ou bancos para os participantes. 7.3.5.1. Parece que já é tempo de providenciar a fixação do altar da celebração, com critérios mais ou menos justos, desde que se consultem pessoas competentes em arte e em liturgia, por ex., as comissões especializadas. 7.3.5.2. Quanto à distribuição dos lugares para os participantes, no espaço dos templos, ainda se vêem poucas iniciativas, devido ao custo que poderia representar a

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substituição dos bancos. No entanto, é preciso que se dê especial atenção à distribuição do espaço ocupado pela assembléia, a fim de atender às exigências de mútua comunicação. 7.3.6. Convém chamar a atenção dos ministros, sobre a importância de as vestes corresponderem ao decoro devido à ação litúrgica. Não raro se nota um espetáculo lamentável pela falta total de estética, quando não até de limpeza. O uso da TÚNICA e ESTOLA em substituição dos demais paramentos, além de compor muito bem, quando feitas sob medida, oferecem facilidade de conservação e limpeza (cf. XII assembléia Geral da CNBB, com as respostas da S. Congr. Para o culto divino). CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL PASTORAL DOS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ - (Parte II) Documentos Aprovados pela Assembléia Geral da CNBB - 1974 APRESENTAÇÃO A 14ª Assembléia Geral da CNBB, aprovando os documentos sobre Pastoral da Confirmação e Pastoral da Eucaristia, completou o trabalho iniciado por ocasião da 13ª Assembléia, quando foi aprovado o documento sobre Pastoral do Batismo. Temos agora, no Brasil, no campo da Pastoral Litúrgica, uma orientação oficial do Episcopado sobre a Pastoral dos sacramentos da Iniciação Cristã, desenvolvendo e adaptando à realidade de nossa pátria as preciosas orientações pastorais contidas nos novos livros litúrgicos, reformados por ordem do Concílio Vaticano II. Ponderando o valor dos sacramentos da Iniciação Cristã em si mesmo e em seus efeitos para quem os recebe, vemos que os Bispos do Brasil dotaram nossas dioceses com um instrumento de trabalho de primeira ordem para o aprofundamento da vida cristã. O ser do cristão, a irradiação comunitária do cristão, a plenitude de vivência do cristão, alicerçados de modo vital no Batismo, na Confirmação e na Eucaristia, são cultivados por estas orientações pastorais ora publicadas. E quem os aplicar devidamente, colherá sem falta os frutos de seu esforço. O método seguido para a elaboração destes textos e sua eficiente revisão pela própria Assembléia Geral (quanto ao Batismo e à Confirmação) ou pela Comissão Episcopal de Pastoral (quanto à Eucaristia) fazem com que sejam verdadeiramente fruto de um trabalho comunitário. O leitor encontrará neste livro, pois, não o pensamento de um autor ou de um grupo, mas uma expressão da consciência pastoral comum na Igreja do Brasil. A função da Comissão Nacional de Liturgia foi apenas a de auscultar, colher dados e opiniões, e sistematizar; foi servir, mais que orientar. Quando se chega a uma publicação deste gênero, após anos de preparação e elaboração, pode se ter a impressão de ter atingido a meta. Mas agora que o livro está publicado é que se vai iniciar o trabalho, pois uma obra como esta não é para os

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arquivos e as bibliotecas, nem mesmo para as salas de aulas ou de conferências, mas deve ser companhia permanente de todos os Agentes Pastorais, sempre ao alcance da mão para consulta, e sempre levado ao campo concreto da ação pastoral, Nova Friburgo, 1º de janeiro de 1975 † CLEMENTE JOSÉ CARLOS ISNARD, OSB Presidente da Comissão Nacional de Liturgia PASTORAL DO BATISMO Orientações do Episcopado Nacional, aprovadas na XIII Assembléia Geral dos Bispos do Brasil INTRODUÇÃO Reunidos na XIII Assembléia Geral, pareceu nos oportuno a nós, Bispos do Brasil, dirigir a todos os nossos colaboradores no sagrado ministério uma palavra orientada sobre a Pastoral do Batismo. Importantes razões nos levam a isso, principalmente o desejo duma renovação da pastoral batismal e o intuito de esclarecer problemas práticos, decorrentes da situação atual da Igreja no Brasil. Se nos limitamos a refletir sobre o sacramento do Batismo, não o fazemos para isolar um setor da pastoral de todo o conjunto da ação da Igreja, mas para apontar questões específicas que são próprias deste sacramento. Tratando-se de orientações práticas, omitimos propositadamente longas dissertações teóricas, embora as diretrizes propostas se baseiem nas verdades da fé e numa sã teologia. 1. O FATO PASTORAL 1.1. A população do Brasil é uma população, na sua quase totalidade, de batizados. Quais as razões que levaram o povo brasileiro a ser um povo de batizados? 1.2. Entre outras razões possíveis, agrupamos algumas que nos parecem mais comuns: 1.2.1. Razões com conotações de natureza teológica mais acentuada, como, por exemplo: – necessidade do Batismo para a salvação, – necessidade do Batismo para apagar o pecado original, – meio para se tornar filho de Deus, – meio para se tornar cristão, – meio para ser membro da Igreja. 1.2.2. Razões supersticiosas, como, por exemplo: – crendices a respeito de doença e saúde, – exigências impostas por outras religiões ou culturas populares;

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1.2.3. Razões de cunho social: – tradição familiar e social, – busca de vantagens futuras, como por ocasião do casamento religioso. 1.2.4. Razão de ordem econômica: – apresentada por alguns fiéis, para que o afilhado tenha amparo material por parte do padrinho. 1.3. Evidentemente, entre as razões apontadas acima, há razões válidas para o Batismo e há razões falsas. Deixando de lado as razões falsas, é importante notar, quanto às razões válidas, que o sacramento do Batismo é tão rico, que nenhuma razão tomada com exclusividade lhe esgotará os muitos aspectos. É normal, portanto, que na história da Igreja os acentos recaíssem com mais ênfase ora sobre um ora sobre outro aspecto. Há dimensões, porém, tão essenciais ao sacramento do Batismo, que sempre devem estar presentes, sob pena de desvio num trabalho pastoral que as esquecesse. 2. ASPECTOS ESSENCIAIS DO SACRAMENTO DO BATISMO 2.1. Na consideração dos aspectos essenciais do sacramento do Batismo, deve-se levar em conta, na perspectiva da fé, a iniciativa de Deus, a resposta do homem e a inserção do batizado no povo da Aliança. É o que aparece na tríplice dimensão do sacramento. 2.1.1. Dimensão de realidade nova na pessoa do batizado O Batismo atinge a pessoa no íntimo do seu ser. É o que a Igreja vem admitindo desde os primeiros séculos, ao considerar válido o Batismo de crianças. Isto explica a insistência da Igreja em batizar as crianças em perigo de morte. A Sagrada Escritura refere a isto, quando fala de “nova criatura” (2 Cor 5,17)133, do “homem novo” (Rm 6,6)134, de “renascimento” (Jo 3,5)135, de “passagem das trevas à luz” (1Pd 2,9)136, do “pecado à graça” (Rm 6,1-4)137, de “filiação divina” (Jo 3,1-2)138. 2.1.2. Dimensão de relacionamento pessoal com Deus O sacramento do Batismo é um momento de suma expressividade do relacionamento pessoal entre Deus e o homem em vista da Aliança. Concretiza, na linguagem perceptível dos sacramentos, a proposta de Deus e a resposta do homem. É no contexto desta dimensão pessoal dialogal que se coloca a opção fundamental do cristão, como um comprometimento profundo entre o homem e Deus em Jesus Cristo. 2.1.3. Dimensão comunitária O Batismo é o sacramento da inserção no corpo de Cristo, que é a Igreja, sacramento da salvação. Numa estrutura sacramental de salvação, o amor de Deus atinge o homem de maneira sacramental. Não há mais uma comunicação de Deus ao homem que prescinda da

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mediação de Cristo. Ele é o sacramento primordial. E sua visibilidade continua através da sacramentalidade da Igreja, pela qual a salvação é dada à humanidade (cf. LG 9)139. Por isso, não se pode desvincular Batismo e comunidade. O Batismo incorpora o homem à comunidade da Igreja para fazê-lo explicitamente participante desta salvação e, pela sua vida em comunhão eclesial, ser sinal e instrumento de salvação no, meio dos homens (Ef 2,22; 1 Pd 2,9; LG 9 início, GS 32; Conclusões de Medellín, 1968, 6,II,5)140. 2.2. Toda relação existente entre Batismo e pecado, Batismo e fé, Batismo e salvação, deve ser considerada nesta tríplice dimensão. 2.3. Note-se que, no roteiro da vida cristã, o sacramento do Batismo é uma etapa normalmente precedida pelas etapas de iniciação do catecumenato. Desta forma o catecúmeno chega ao sacramento, depois de percorrer os caminhos da conversão e da fé. Quando se batiza uma criança, antes do uso da razão, o sacramento precede mas não substitui as etapas da iniciação. Neste caso, admite-se a inversão da ordem, mas não a destruição do processo, através do qual o cristão responde pessoalmente ao dom de Deus e assume sua responsabilidade como membro da Igreja. 3. APRECIAÇÃO DO FATO PASTORAL BRASILEIRO O mal não é haver muita gente batizada. Isto seria um bem. O mal é que muitos são batizados sem a consciência, própria ou por parte dos pais, da tríplice dimensão do Batismo que acabamos de analisar. Existem deformações nos motivos pelos quais muitas pessoas procuram o Batismo: 3.1. Deformações provindas de um entendimento errôneo acerca do efeito interior produzido na pessoa batizada, especialmente uma intelecção inadequada do “ex opere operato” à semelhança de ritos mágicos; 3.2. deformações decorrentes da falta de consciência do sentido dialogal das relações entre o homem e Deus, na perspectiva da Aliança e da revelação cristã; 3.3. deformações oriundas da deficiente formação e iniciação à vida cristã em comunidade de fé, esperança e caridade. Aqui se poderia enumerar todas as formas de individualismo religioso. 4. AS ATITUDES DOS PASTORES Verifica entre os pastores, bispos e presbíteros, diversidade de linhas de ação no que se refere à administração do sacramento do Batismo. 4.1. Há os que continuam a batizar, sem fazer as exigências que se requerem, particularmente em nossos tempos, para que o sacramento do Batismo não seja desvinculado do processo de iniciação à vida cristã. As razões de natureza teológica, que são apresentadas para justificar esta atitude (perdão do pecado original, necessidade para a salvação, infusão da graça de Deus), não podem ser aceitas, se isoladas das outras dimensões acima referidas. Se o sacramento do Batismo deve ser administrado prontamente às crianças em perigo de

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morte, é em vista da ação interior da graça no íntimo do seu ser e da impossibilidade evidente de desenvolver a dimensão comunitária e de relacionamento pessoal com Deus. Tanto isto é verdade, que a um adulto capaz, em perigo de morte, não se pode conceder o Batismo sem levá-lo a assumir também essa dimensão dialogal e comunitária do sacramento. 4.2. Há os que negam o Batismo à criança, por diferentes razões 4.2.1. Alguns indebitamente ignoram ou negam a ação transformadora de Deus no íntimo da pessoa através do Batismo. Estes se colocam à margem da fé recebida e tradicionalmente proclamada pela Igreja. 4.2.2. Outros não encontram, no ambiente em que a criança a ser batizada vai desabrochar para a vida, condições favoráveis para o despertar da fé. É louvável, sem dúvida, a preocupação dos pastores com esta situação. O melhor caminho será criar um contexto pastoral para o Batismo que ajude os pais da criança para a opção consciente. Quando o sacerdote precipita a decisão, concedendo ou negando o sacramento, sem outras exigências, ele substitui indevidamente a opção que deve ser feita pelos responsáveis mais diretos da criança. Portanto, não se deveria negar o sacramento direto mas só concedê-lo depois de aceitas e cumpridas pelos pais ou responsáveis as exigências apresentadas de acordo com a pastoral diocesana. 4.3. Há os que exigem uma séria preparação Neste caso, quando o candidato ao Batismo é adulto, a preparação refere a ele próprio e tem exigências mais radicais de fé, com o respectivo comprometimento pessoal e comunitário. Quando se trata de crianças, a preparação refere-se especialmente aos pais e padrinhos. Esta preparação deve consistir, não somente numa transmissão de doutrina mas será, antes, oportunidade privilegiada de colocar os pais da criança em contato com cristãos que se esforçam para viver o Evangelho e assim testemunhar a fé. O objetivo principal da preparação não é tanto aumentar nos pais da criança o conhecimento teórico do cristianismo, mas acender ou reanimar ou intensificar a chama da fé. Para isso, é importante que os encontros sirvam para criar laços dos participantes com grupos de cristãos que se reúnem em torno da Palavra de Deus para alimentar a fé e celebram na igreja os sacramentos pascais. A fim de que esta preparação não tome um caráter de mera formalidade (como: freqüentar tantas palestras, conseguir um diploma etc.), convém distinguir entre os pais já iniciados na fé e integrados na vida da comunidade, e os outros que, por razões diferentes mas com boa vontade, vêm procurar o Batismo para seus filhos. Para os primeiros, a preparação poderá estar bastante inspirada na própria celebração do sacramento e seus ritos. Para os demais, o fundamental é ajuda-los a descobrir a Igreja em suas comunidades, sua missão e recursos para alimentar a vida de seus membros. Em vista do objetivo de criar laços entre os pais da criança e os cristãos iniciados na fé, seria desejável que, além das reuniões preparatórias em locais pertencentes à Igreja, se promovessem visitas às famílias dos batizandos.

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N.B.1: Como a preparação ao Batismo exige certo espaço de tempo e como em algumas regiões do Brasil a mortalidade infantil é elevada, chegando a 50 e até 60%, é preciso que todos os membros das comunidades “aprendam a maneira correta de batizar em caso de necessidade” (Rito para o Batismo de Crianças. Observações preliminares gerais, n. 17). N.B. 2: Para que os pais e padrinhos não sejam tomados de surpresa, toda a comunidade seja informada a tempo de que, antes do Batismo, se fará uma preparação correspondente. Sobretudo nos cursos de noivos convém lembrar esta preparação. Nada impede que ela seja iniciada antes mesmo do nascimento da criança. N.B.3: No cumprimento das exigências da Pastoral do Batismo lembrem-se os responsáveis de favorecer modos de preparação adequada aos casos excepcionais, à luz de uma reta visão da Igreja. N.B.4: Para escolha dos padrinhos leve-se em conta sua função de representantes da comunidade eclesial e de co-responsáveis com os pais pela iniciação cristã do afilhado. 4.4. Alguns discutem a validade da preparação dos pais para o Batismo, ou porque a julgam insuficiente e formalista, ou porque falta uma disciplina comum de exigências para o Batismo. Na verdade, é preciso que se considere a preparação para o Batismo inserido num conjunto pastoral mais amplo, onde está em questão não apenas o sacramento do Batismo ou algum outro detalhe pastoral, mas a própria realização concreta da Igreja com sua missão. Nesta perspectiva, todo o esforço que se faz na pastoral do Batismo deve ser considerado como mais um passo dado e não como a totalidade da solução. Assim se pode compreender que os objetivos da pastoral do Batismo numa comunidade não coincidem exclusivamente com os objetivos do próprio sacramento, mas se abrem para os objetivos de toda a vida pastoral da Igreja local. (Leiam-se, quanto a isso, as atas do Encontro Nacional sobre Estruturas Eclesiais e Diversificação de Ministérios em: Comunicado Mensal, 219, dezembro de 1970. p.13ss). Não resta dúvida de que o progresso da pastoral assim entendida, depende de orientações dadas e assumidas nos diversos níveis de realização da Igreja: local, diocesana, regional, nacional. É evidente que a execução dum sério programa de pastoral do Batismo supõe a participação tanto dos sacerdotes como principalmente de agentes pastorais leigos, e, entre estes, sobretudo de casais. Seria impossível o desenvolvimento da pastoral do Batismo, sem a crescente participação de agentes leigos, participação esta que na Igreja de hoje se vai constituindo num verdadeiro ministério. 5. CASOS ESPECIAIS DE BATISMO DE CRIANÇAS Há casos de Batismo de crianças que apresentam problemas especiais, devido principalmente à situação religiosa dos pais. Lembramos entre outros os seguintes casos: 5.1. Batismo de crianças cujos pais não têm fé

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Aqui não nos referimos a pais que, depois de batizados, nunca foram iniciados à vida de fé. A eles se aplica o que se dizia acima, sob os n.4.2.2 e 4.3. Falamos de pais que positivamente negam valores da fé e, não obstante, pedem o Batismo para seus filhos. Neste caso, requer-se um exame sério das verdadeiras motivações que levam os pais a pedir o Batismo dos filhos. Além disso, dificilmente haverá condições favoráveis para que a criança possa ser iniciada e amparada na fé, depois de atingir o uso da razão. Impõe-se, portanto, grande reserva em admitir tal criança ao Batismo. Somente se houvesse, na pessoa do padrinho ou outros membros da comunidade, a real possibilidade de garantir a educação cristã da criança, se poderia conceder-lhe o Batismo. Caso apenas o pai ou a mãe não tenha fé, é possível que o outro possa oferecer condições favoráveis ao Batismo do filho. Todavia se deve considerar cada caso em particular. 5.2. Batismo de crianças cujos pais têm vida irregular Com a expressão “vida irregular” queremos caracterizar a situação dos pais que, no seu casamento, não cumpriram as exigências canônicas. Entre estes haverá o caso de mães solteiras e certamente de muitos que, de resto, levam vida familiar e cristã nada inferior à de casais regularmente constituídos. É preciso, pois acolher estes pais com caridade compreensiva, oferecer quando possível, oportunidade para normalizar sua situação e examinar quais os valores cristãos cultivados em sua vida familiar. Uma diligente preparação poderá resultar em condições favoráveis para se batizar a criança. É impossível neste ponto uma norma rígida. Cada caso deve ser examinado em sua singularidade. Todavia nunca a posição social ou econômica deverá ser critério para discriminação. 5.3. Batismo de crianças cujos pais não têm a mesma religião O problema intrínseco, inerente a todo casamento misto (cf. Motu Proprio de Paulo VI, de 31 de março de 1970, AAS 62, 1970, p. 257), aparece agudamente quando se trata do Batismo e educação religiosa dos filhos. Estes não terão, no futuro, o testemunho homogêneo dos pais, ao menos quanto à plenitude da fé cristã. E, quanto mais autênticos forem os pais, mais se agrava o conflito de suas consciências. Cada um se julgará obrigado a batizar e a educar os filhos na sua própria religião. Para se poder batizar na Igreja católica um filho de tais famílias, é indispensável que a parte católica, mais do que nunca apoiada pela comunidade, ofereça garantias reais de educação católica da criança. Também aqui a situação concreta de cada caso é que deve ser julgada, cabendo ao ministro responsável pelo sacramento o julgamento específico. 5.4. Batismo de criança cujos pais têm filhos maiores não iniciados A pastoral enfrenta um problema especial, quando os pais pedem o Batismo para um filho, mas não cuidaram de iniciar na fé outros filhos maiores. Isso pode ocorrer por várias razões: ou porque, ao se batizarem os outros filhos, não se insistiu na necessidade de educá-los cristãmente; ou porque os pais não levaram a sério a insistência dos pastores; ou porque não têm instrução religiosa suficiente para cumprirem essa exigência.

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No primeiro caso, os pastores devem assumir a responsabilidade da omissão e tratar de iniciar na fé os filhos batizados. No segundo caso, há um fato novo: os pais não cumpriram a promessa feita por ocasião do Batismo dos outros filhos. Há motivo para não acreditar na promessa que fazem agora. Quaisquer que tenham sido os motivos do não cumprimento com relação à iniciação dos filhos maiores, é necessário que os pais finalmente assumam sua responsabilidade e decidam dar educação cristã a todos os seus filhos, sem exceção. Pastoralmente será útil que os agentes pastorais da comunidade efetuem a iniciação dos filhos maiores ao mesmo tempo que se preparam os pais e padrinhos para o novo batizado. Assim os pais são ajudados e dão provas da seriedade do seu propósito. 5.5. Compete ao Bispo determinar as normas que disciplinam, na diocese, os casos especiais de Batismo de crianças. 6. A CELEBRAÇÃO DO BATISMO 6.1. A maneira de celebrar o Batismo Solicitamos aos órgãos competentes a preparação de orientações práticas sobre a maneira de celebrar o Batismo, bem como a tarefa de promover a adaptação do rito à cultura e índole do nosso povo (cf. SC 37-40)141. Em todo caso, a celebração deverá sempre harmonizar com a visão teológica e as normas pastorais acima expostas. Cuidem especialmente os que administram o sacramento do Batismo para que a celebração litúrgica do mesmo não seja, pelo seu modo descurado, uma deformação do sentido do sacramento, inculcado durante a preparação. 6.2. O local da celebração Visto que o Batismo é o sacramento da agregação ao povo de Deus (Rito para Batismo de Crianças, Observações preliminares n.10)142 e este se organiza em “comunidades de fiéis, entre as quais sobressaem as paróquias” (SC 42),143 o local ordinário da celebração do Batismo é a igreja paroquial ou um dos seus oratórios públicos (Rito para Batismo de Crianças, ibid. n.10 e 11)144. Por essa razão, devem aconselhar os fiéis a não batizar os filhos em maternidades, santuários, em casas particulares ou quaisquer outros lugares que não seja a comunidade em que se desenvolve sua vida eclesial. 7. APELO Em conclusão dirigimos a todos os nossos cooperadores no ministério sagrado um apelo para que meditem atentamente e assumam, em espírito de zelo e de co-responsabilidade pelo bem do Povo de Deus, as normas e orientações pastorais apresentadas neste documento. A Igreja de Cristo em nosso país, renovada como que em seu berço que é o batismo, conhecerá então, com a graça de Deus, um auspicioso reflorescimento em sua vida e ação evangélicas São Paulo, 15 de fevereiro de 1973

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PASTORAL DA CONFIRMAÇÃO INTRODUÇÃO Nós, Bispos do Brasil, reunidos em Assembléia Geral, considerando a necessidade de orientar a pastoral do sacramento da Confirmação à luz do novo ritual promulgado pela Santa Sé, e desejosos de fomentar sempre mais a recepção consciente e frutuosa dos sacramentos, aprovamos o presente Documento sobre a Pastoral da Confirmação. Recomendamos a todos os Presbíteros, a outros Agentes de Pastoral e a todas as Comunidades que, atentos à voz de seus Pastores, o ponham em prática para o aprofundamento de sua vida no Espírito Santo. Capítulo I: CARACTERIZAÇÃO DO FATO PASTORAL 1.1. Realidade popular e esforço de renovação 1.1.1. É com alegria que se constata no povo brasileiro: uma tradicional devoção ao Espírito Santo, especialmente nas camadas mais simples da população; um esforço de vivência do espírito cristão manifestado por atos de doação, coragem e vida de sacrifício. Verifica-se também o aparecimento de movimentos de renovação carismática. Tenha-se, no entanto, em consideração que a seriedade brasileira também se caracteriza, cada vez mais, por um pluralismo religioso, que exige de cada fiel adesão pessoal e consciente a Cristo. A Confirmação seria o momento privilegiado da graça para o exercício, de uma opção, máxima quando recebida numa idade em que a pessoa humana se abre aos valores comunitários. 1.1.2. Sob o impulso da renovação conciliar especialmente em matéria de liturgia, pastores e agentes pastorais fazem um grande esforço no sentido de aprimorar a celebração deste sacramento, através da preparação das comunidades e dos candidatos. 1.1.3. Entretanto, pode-se constatar uma grande diversidade nas orientações pastorais seguidas com referência à administração da Confirmação, por exemplo, quanto à idade exigida, às condições requeridas dos candidatos, das famílias, dos padrinhos e da comunidade cristã. Mesmo que a diversidade seja uma riqueza a ser incentivada na Igreja, em matéria de orientações básicas isso não acontece sem prejuízo de uma pastoral de conjunto. 1.2. Motivações 1.2.1. A falta de aprofundamento teológico e de ampla catequese popular a respeito do significado da Confirmação na vida cristã tem contribuído para não se dar o devido valor a este sacramento. Há inclusive agente de pastoral que não foram despertados para o sentido e valor da Crisma em vista de sua missão apostólica e até mesmo alguns nem sequer foram confirmados. 1.2.2. Embora haja, por parte de muitos cristãos, motivação verdadeira e sincera na busca do sacramento, há também os que procuram a Confirmação sem às suficientes motivações. Assim, alguns pedem este sacramento apenas para ter mais um padrinho ou para ser padrinho de alguém imediatamente após; alguns o recebem como mero

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cumprimento da exigência para o casamento ou por vários outros motivos, alheios ao verdadeiro sentido da Crisma. 1.3. Acolhimento e integração na comunidade Outro problema, não menos relevante, é a falta de acolhimento do confirmado numa comunidade cristã. No entanto, a Confirmação, como sacramento da Iniciação cristã, é um passo de integração da pessoa na vida eclesial de uma comunidade (cf. Rito da Iniciação Cristã dos Adultos, n.27, 34, 41). Se em alguns casos a preparação para a Crisma tem servido para criar laços entre os confirmandos e uma determinada comunidade, de modo geral isto não acontece. 1.4. Preparação e participação 1.4.1. O próprio rito do sacramento à Confirmação é celebrado das maneiras mais diversas. Há celebrações para as quais os crismandos são preparados bem como suas famílias e padrinhos; a própria comunidade cristã, convidada, delas participa. Outras vezes, toda a preparação se reduz à inscrição dos candidatos e ao preenchimento de fichas, com grave prejuízo da participação na ação litúrgica. 1.4.2. Nem sempre a celebração do sacramento valoriza as riquezas religiosas e a intimidade com Deus existentes em nosso povo e tampouco educa a devoção autêntica ao Espírito Santo. Capítulo II: ELEMENTOS TEOLÓGICOS DO SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO 2.1. Lugar universal e celebração dos sacramentos O grande cenário da proclamação do louvor de Deus e da irradiação de sua glória é a vida, a história (cf. GS, n.11, 38, 39)145. Mas esta liturgia do universo está como que encoberta por um véu que precisa ser levantado. Jesus Cristo é a manifestação (epifania) plena e clara desta presença da graça no mundo; é aquele que fez de toda sua vida um grande ato de culto ao Pai, e nos ensinou a fazer o mesmo. Cristo Jesus, revelador e liturgo por excelência, quis que a Igreja continuasse a ser sempre sinal desta realidade salvífica, que a manifestasse por sua vida na fé e que, através dos sacramentos, celebrasse a maravilhosa obra de amor de nosso Deus. Por isso, todos os sacramentos devem ser vistos na perspectiva de Igreja que se origina em Cristo, sacramento primordial. 2.2. Confirmação e vocação humana 2.2.1. A Confirmação, como todo sacramento, é celebração da vida humana enquanto atingida pela graça de Cristo, e por isso mesmo, celebração da vocação do homem para viver em comunhão. Na verdade, atrás de tantas dificuldades e fraquezas da família humana, nota-se um profundo anseio de união. Não se trata só de um fenômeno circunstancial e secundário; é o próprio Deus - comunhão trinitária - que chama a humanidade a um contínuo crescimento na unidade. Esta é a grande mensagem de Cristo e a síntese de sua presença salvadora. 2.2.2. Ora, a salvação trazida por Cristo atinge a família humana e a cada pessoa em particular, de maneira íntima e profunda e não apenas de modo exterior. E para que toda realidade humana possa ser salva pelo amor, nos é dado o Espírito Santo, que é

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Comunhão do Pai e do Filho. Assim como Jesus foi ungido pelo Espírito para o desempenho de sua missão messiânica, também o cristão, santificado pelo mistério da redenção (cf. Jo 17,19)146, é crismado, isto é, ungido para exercer a sua missão no mundo (cf. Mc 1,10; Jo 1,32; Lc 4,17-21)147. 2.3. Batismo, Confirmação e Eucaristia 2.3.1. A Confirmação é um dos sete sacramentos e passo integrante da Iniciação cristã “No Batismo, os neófitos recebem o perdão dos pecados, a adoção de filhos de Deus e o caráter de Cristo, pelo qual são agregados à Igreja e começam a participar do sacerdócio de seu Salvador (1 Pd 2,5 e 9)”148 (Paulo VI, Constituição apostólica “Divinae consortium naturae”). A Confirmação completa a obra iniciada no Batismo (cf. At 8,15-17; 19,5ss)149, levando quem a recebe à plenitude e maturidade espirituais (Ef 4,13)150 por uma comunicação especial do Espírito Santo que consagra o homem para o testemunho cristão. Por isso o Rito da Confirmação dá tanto relevo aos dons do Espírito Santo. Em vista do Testemunho que o cristão é chamado a dar em sua vida (cf. At 1,8; Lc 12,12; Jo 15,15-26; 16,1-15).151

“Pelo sacramento da Confirmação, aqueles que renasceram no Batismo recebem o Dom inefável, o próprio Espírito Santo. São enriquecidos por ele com uma força especial (cf. LG, n.11)152 e, marcados pelo caráter deste sacramento, ficam mais perfeitamente unidos à Igreja e mais estreitamente obrigados a difundir e defender a fé por palavras e atos, como verdadeiras testemunhas de Cristo (cf. AG, n.11)153. Finalmente, a Confirmação está de tal modo ligada à sagrada Eucaristia que os fiéis, já marcados com o sinal do Batismo e da Confirmação, são inseridos plenamente no Corpo de Cristo pela participação na Eucaristia (cf. PO, n.5)154, (Paulo VI, Constituição apostólica “Divinae consortium naturae”). 2.3.2. Com o passar do tempo e em face de situações históricas, Batismo e Confirmação foram sendo celebrados cada vez mais separadamente na Igreja latina. Reafirmando a validade e fisionomia própria da Confirmação, é preciso que não se perca de vista que este sacramento faz parte da única iniciação cristã, que leva o homem da conversão primeira até à plenitude da participação no mistério da Ceia do Senhor (cf. Rito da iniciação Cristã dos Adultos, n.27)155. Esta unidade é tal que, para adultos, Batismo, Confirmação e Eucaristia devem constituir, normalmente uma única celebração (cf. Ibid., n.11). No entanto, em qualquer hipótese, quer se celebrem separadamente o Batismo e a Confirmação, quer sejam administrados na mesma circunstância, uma só é a natureza e a significação teológica do sacramento da Confirmação. 2.4. Sinais sacramentais e teológicos 2.4.1. A urgente tarefa de aprofundar teologicamente a riqueza deste sacramento não tem sido das mais fáceis. Um passo importante foi dado com a nova valorização da teologia sacramental-litúrgica, que dá o devido realce à expressividade dos sinais litúrgicos e explicita sua significação no ministério pascal de Cristo, tornado presente nestes mesmos sinais. 2.4.2. Pela sua expressividade simbólica, os ritos da Confirmação (imposição das mãos, unção e signação), enquanto distintos do rito da água sempre visaram a manifestar a comunicação do Espírito Santo por parte de Cristo glorificado e assim

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tiveram uma referência primordial ao acontecimento salvífico de Pentecostes que, de certo modo, é perpetuado hoje para cada crismando. Este sacramento dá ao cristão, além da santificação pessoal, a missão e capacidade de proclamar a sua fé bem como de atuar em sua comunidade eclesial de acordo com as exigências históricas da mesma e com a diversidade de ministérios e carismas (cf. Constituição Apostólica sobre o Sacramento da Confirmação; Rito da Confirmação n.1 e 22). 2.5. Sacramento da comunicação do Espírito 2.5.1. A teologia da Confirmação sempre afirmou a referência especial deste sacramento ao Espírito Santo. No entanto, enfoques parciais têm não raro, levado à compreensão apenas parcial da significação profunda desta doação do mesmo Espírito. 2.5.2. Considerar o dom do Espírito Santo a partir de um só dos seus aspectos (militância, força, testemunho, alegria) é sempre empobrecer a sua compreensão global. O que, teologicamente, está em foco é o Dom que é o Espírito na sua totalidade, como o expressa adequadamente a forma sacramental: N., recebe, por este sinal, o Dom do Espírito Santo. Na linha bíblica, é a partir do Espírito Santo como Dom que podemos falar de diversos dons e frutos do mesmo Espírito, que enriquece a unidade do todo com a multiplicidade dos carismas (cf. 1Cor 12,1-31)156. 2.5.3. Não se pode deixar de sublinhar que o aprofundamento da teologia do Espírito é tarefa urgente para nós. Um estudo pormenorizado do Rito da Confirmação nos mostrará o imenso leque de dimensões complementares que se abre, quando se afirma que a Igreja é a comunidade que vive no Espírito Santo. Daí o cuidado que é preciso ter, na teologia e na pastoral, para não acentuar uma só dimensão, com prejuízo desta globalidade: no Espírito Santo, com efeito, o testemunho é também alegria, e ao mesmo tempo força, esta é também conselho, e assim por diante. 2.6. Confirmação e comunidade eclesial 2.6.1. O sacramento da Confirmação aparece, como o sacramento da Igreja que inicia o candidato na plenitude da vida no Espírito. 2.6.2. Como sucessor dos apóstolos e aquele que preside aos diversos carismas dos membros de sua comunidade, o Bispo é o ministro originário da Confirmação (cf. LG n.26; Rito da Confirmação, n.7)157. Os oportunos casos de delegação não devem fazer-nos esquecer a importância que, sobretudo no Ocidente, a Igreja sempre deu à comunhão com o Bispo, na celebração deste sacramento. Com efeito, é o Bispo que chama os batizados a viverem comunitariamente no Espírito e envia os crismandos para a missão que Jesus Cristo lhes destinou no mundo. Bispo e Presbitério formando uma unidade hierárquica, são responsáveis por uma Pastoral da Confirmação que leve os crismandos ao desempenho concreto da missão em suas respectivas comunidades. 2.6.3. Inserido na plenitude de comunhão eclesial que se realiza no Espírito, o confirmado é chamado a compartilhar das solicitudes pastorais de toda a Igreja, na fidelidade do mesmo Espírito do Senhor. O Sacramento da Confirmação, ao ser recebido diretamente das mãos dos Bispos ou de um delegado especial, indica a dimensão diocesana que transcende os limites da comunidade local e é essencial à caracterização da Igreja Particular. Por isso, ao celebrar a Confirmação, toda esta

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comunidade local é chamada a renovar também, numa ardente oração, a sua abertura ao Espírito Santo, que lhe é sempre comunicado e nela atua. Com efeito, todo dom e carisma, provindo do Espírito, são em proveito do bem comum (cf. 1Cor 12,7)158. 2.7. Eleição e admissão dos candidatos 2.7.1. Compreende-se assim a importância que pode ter na vida eclesial o sacramento do Espírito Santo, intimamente ligado ao sacramento do Batismo e a obrigação que pesa sobre os pastores de cuidar para que todos os batizados cheguem um dia à Confirmação (cf. Rito da Confirmação, n.3). Mas compreende-se também que respeito por uma autêntica celebração deste momento decisivo levará a comunidade, pelo menos através de seus membros mais responsáveis, a discernir quais os candidatos aptos à plenitude da vida no Espírito. É neste contexto que se deve valorizar o papel dos padrinhos, que podem ser os próprios pais ou os mesmos do Batismo ou outros membros da comunidade capazes de dar o exemplo de uma vida verdadeiramente cristã. 2.7.2. Compete aos padrinhos não apenas conduzir os afilhados ao sacramento, mas criar uma verdadeira ligação eclesial e ajudar os crismandos a cumprir os compromissos decorrentes do sacramento (cf. Rito da Confirmação, n.5). O padrinho escolhido seja espiritualmente idôneo, tenha maturidade suficiente para esta função, tenha sido iniciado à vida da Igreja e tenha recebido os sacramentos do Batismo, Confirmação e Eucaristia. Excluem-se os que estão proibidos de ser padrinhos pelas normas da Igreja (cf. Ibid. n. 6). Capítulo II: ORIENTAÇÕES PASTORAIS 3.1. Meta da ação pastoral Diante das variadas situações elencadas no capítulo I e para melhor apreciar ou avaliar as mesmas, julgamos oportuno relembrar que a meta fundamental de toda ação pastoral é formar Igreja, isto é, comunidades onde os cristãos possam viver sua fé e o compromisso dela decorrente, na fraternidade e no amor (cf. SC n.42)159. À luz deste ideal e na direção desta meta devem estar orientados todos os nossos esforços para melhor preparar, celebrar e viver o sacramento da Confirmação, para que este não apareça como algo separado, mas inserido e realmente integrado na Iniciação cristã à vida eclesial. 3.2. Catecumenato 3.2.1. Seja na praxe pastoral que se vai difundindo nas paróquias e nas dioceses do Brasil, seja no documento de introdução do Rito da Confirmação, é patente a necessidade de uma séria preparação para o sacramento do Espírito (cf. Rito da Confirmação, Introdução, n. 3). Excetuam-se os casos de crianças e adultos em perigos de morte (Ibid. nn.11 e 12). Esta preparação, que compete a todo o Povo de Deus, será momento privilegiado para a evangelização de tantos irmãos que foram batizados na infância, mas não devidamente iniciados no Dom de Deus. Para isso a Iniciação dos confirmandos, mais

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que preparação para o rito, deverá constituir-se numa nova etapa da Iniciação na vida cristã, numa genuína caminhada de fé. 3.2.2. Fala assim em catecumenato. Neste sentido, o Rito da Iniciação Cristã dos Adultos nos dá preciosas pistas para que se faça da preparação para a Confirmação uma verdadeira obra de evangelização e um meio privilegiado da plena integração dos batizados na vida da comunidade cristã (Rito da Iniciação Cristã dos Adultos, Introdução, n.9-20)160. 3.2.3. Este trabalho catecumenal exige que se preparem agentes aptos a assumirem esta tarefa específica da pastoral; os grupos, sobretudo de jovens, no, quais os crismandos são inseridos para a vivência comunitária, têm especial co-responsabilidade nesta missão. 3.3. Objetivo e etapas do catecumenato Ficam aqui indicados alguns objetivos e etapas desta preparação para a Confirmação, sem contudo, se ter a pretensão de esgotar o assunto do catecumenato dentro da Iniciação Cristã. 3.3.1. Catequese de Iniciação que leve a uma redescoberta consciente e adulta da fé, da Boa Nova de Jesus Cristo e ao discernimento da presença atuante do Espírito no mundo, na Igreja e na própria vida do crismando. Sem prejuízo da doutrina esta catequese deverá situar numa linha vivencial que conduza o crismando ao compromisso de fé, que faz a comunidade experimentar a vida no Espírito. Numa comunidade concreta, cada vez mais inserida no mistério pascal de Cristo, o crismando, conduzido pelo Espírito, se tornará testemunha do Evangelho por palavras e ações no ambiente de família, de escola e de trabalho, bem como em sua comunidade e na sociedade civil. O mesmo Espírito move o crismando a interpretar os sinais dos tempos e a atuar como profeta na libertação e transformação do mundo, segundo os desígnios ele Deus (cf. At 15,8-9)161. Isto se poderá constituir como um apelo para seguir uma vocação determinada dentro da comunidade: ministério hierárquico, vida religiosa, apostolado leigo ou outras formas de servir. 3.3.2. Inserção e vivência do crismando em uma comunidade cristã, no meio concreto em que vive: seja a comunidade eclesial de base, seja o grupo cristão de jovens dentro do amplo quadro paroquial. 3.3.3. Preparação à celebração consciente do rito, mediante explicação do próprio ritual, que possibilite a participação ativa e frutuosa. 3.3.4. A implantação do catecumenato será alcançada por etapas, conforme as situações concretas de cada diocese. A orientação, porém, deve ser a de ultrapassar seja a fase da administração indiscriminada da Crisma, seja a fase do cursinho puramente doutrinal. Neste sentido, o novo Rito da Iniciação Crista dos Adultos deve servir de paradigma para orientar a evolução da preparação ao sacramento em cada diocese. 3.4. A idade para a Confirmação 3.4.1. Mais do que com o número de anos, o Pastor deve preocupar com a maturidade na fé e com a inserção numa comunidade viva.

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3.4.2. Embora o Rito da Confirmação não exclua, de modo formal, a Crisma de crianças pequenas, no entanto, todo o teor do mesmo supõe que tenham a idade da razão. Ainda mais, permite expressamente que, por motivos pastorais, as Conferências Episcopais determinem uma idade mais avançada para a recepção deste sacramento (cf. Rito da Confirmação, Introdução, n.11). 3.4.3 Mesmo não determinando qual seja esta idade mais madura cronologicamente, constata que a maioria das dioceses do Brasil já exige uma idade média entre 12 e 16 anos. No entanto, só satisfaz pastoralmente a indicação de uma idade que torne o crismando capaz de obedecer mais perfeitamente ao Cristo Senhor e dele dar firme testemunho pessoal (Ibid., n.11). Assim se pode estabelecer um processo que acompanhe a criança desde antes da Primeira Eucaristia, dando continuidade à preparação para a Confirmação, que seria dada quando o jovem estivesse inserido no grupo de adolescentes ou jovens, conforme sua idade. 3.4.4. Desta forma, a Confirmação será quase sempre posterior à Primeira Eucaristia. Mesmo assim, o neoconfirmado participará doravante da Eucaristia como membro plenamente iniciado na comunidade, vivendo no Espírito, para com ela anunciar a morte do Senhor até que ele venha (cf. Rito Iniciação Cristã dos Adultos, Introdução, n.27)162. 3.5. A Igreja celebra a Confirmação 3.5.1 Imagem da Igreja A imagem que a Igreja dá de si mesma, ao celebrar o sacramento, repercutirá profundamente no íntimo dos confirmandos, graças à disponibilidade em que se acham nesta circunstância especial, máxime se houver cuidadosa preparação (cf. Rito da Confirmação, Introdução, n.3). Será, pois, de suma importância que aqueles que preparam a celebração se questionem acerca da imagem da Igreja que vai ser apresentada aos participantes. Daí o caráter festivo, solene e acolhedor que a comunidade local deverá imprimir à celebração (Ibid. n.4), evitando a constituição de uma assembléia exclusivamente de confirmandos e padrinhos. Por ocasião da Confirmação de alguns membros da comunidade, é o Povo de Deus que se reúne na alegria. No entanto, a imagem que a Igreja deve oferecer de si mesma é a de uma comunidade realmente engajada no serviço do Evangelho e do mundo. 3.5.2. A comunidade participa da celebração É pelo amadurecimento na fé que a comunidade se prepara para participar da celebração. Com efeito, sem este amadurecimento é impossível o despertar da consciência da missão, que cabe à comunidade e da qual o crismado vai participar. A comunidade deve, pois, tomar parte no catecumenato e na celebração, por exemplo, assumindo sua responsabilidade nas reflexões e decisões sobre a pastoral da Confirmação, participando da preparação dos candidatos, acolhendo com amor fraterno, cantando o que lhe é próprio na celebração, respondendo ou aclamando, e orando em silêncio para que o dom invocado sobre os confirmandos possa robustecê-los e configurá-los ao Cristo, Filho de Deus. É significativo o que dispõe o novo Rito da Iniciação Cristã dos Adultos, tanto no caso de adultos não batizados, como no de batizados que não receberam catequese e agora

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se preparam para a Primeira Eucaristia e a Confirmação: a comunidade deve atestar a idoneidade dos candidatos por ocasião da eleição (cf. Introdução n. 41,3; Rito nn. 135-137; 298). Note a importância da rubrica: “Após o convite à oração do Bispo e a imposição das mão, a comunidade reza em silêncio (Rito da Confirmação n.24). Com efeito, a comunidade orante, presidida pelo Bispo, pede a comunicação do Espírito enviado por Cristo como Dom à Igreja e àqueles membros convidados para fazer parte mais plenamente do Povo de Deus. 3.5.3. Celebração como acontecimento Para que uma celebração se torne acontecimento em que o povo tenha participação ativa, é de suma importância que se supere a simples execução do ritual e se tenha em especial conta a sensibilidade popular em relação ao Espírito Santo; sensibilidade essa, sobejamente manifestada na devoção ao Divino, em cantos difusamente cantados pelo povo, novenas e orações. O sentido de vida no Espírito, manifestado na docilidade, na abertura, na sede de ouvir e na disponibilidade para dar conselhos, é um fato constatável no meio popular. A necessidade de purificar às concepções a respeito do Espírito Santo não dispensa, pelo contrário, exige que se assumam algumas das expressões populares, integrando na própria celebração do sacramento. 3.5.4. Ação do Espírito na vida É quase impossível uma celebração autêntica do sacramento do Espírito, se a comunidade não tiver suficiente consciência da ação do Espírito Santo na sua vida. Isso não significa recomendação de novas tarefas, mas consciência de que o amor dos irmãos, a solidariedade no trabalho, a coragem nas lutas, a paciência e a doação são obras do Espírito na vida dos cristãos. 3.5.5. Assembléia eclesial e Confirmação Tudo isto se tornará mais fácil, se a Confirmação for conferida a grupos menores e homogêneos inseridos na comunidade eclesial, para juntos celebrarem o Dom do Espírito. Com isso não se exclui a possibilidade de reunir grupos, devidamente preparados, numa grande celebração. É de toda conveniência que este sacramento seja administrado na missa crismal, possibilitando a comunhão sob as duas espécies dos crismandos, padrinhos, familiares e catequistas (cf. Rito da Confirmação, nn.13,32). 3.5.6. Expressividade e adaptação dos ritos “Em cada caso e considerando-se as condições dos confirmandos, o ministro poderá introduzir no rito algumas exortações e adaptar as já existentes, fazendo por exemplo, em estilo de conversa, principalmente com crianças” (Rito da Confirmação, Introdução, n.19). Quanto aos gestos, é necessário valorizá-los devidamente, tanto na imposição das mãos como na unção. Faça-se pois, a imposição das mãos com vagar e solenidade e a unção com bastante óleo, que deixe a marca na testa do confirmando A expressividade dos gestos acaba de ser salientada no Diretório das Missas com Crianças (cf. nn.33-36)163.

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3.5.7 Confirmação e Igreja diocesana A Igreja particular de que o crismando faz parte é a Diocese, à qual se liga a comunidade concreta de que é membro. Por isso, a plena inserção na Igreja pela Confirmação é normalmente presidida pelo Bispo, Pastor da Diocese do crismando, que poderá associar a si outros membros do presbitério, dando prioridade ao pároco (cf. Rito da Confirmação, Introdução, n.7-8). No caso do Bispo estar ausente, dever-se-á tornar explícita a ligação com a sua pessoa. A concelebração de presbíteros com o Bispo ou, no caso de delegação, de outros membros do presbitério com o delegado, manifestará a dimensão diocesana da inserção eclesial pela Confirmação. CONCLUSÃO Esperamos que estas orientações, colocadas em práticas, contribuam para o crescimento na comunhão eclesial e na ação pastoral conjunta. Assim, a celebração mais consciente do sacramento da Confirmação nos fará atentos e dóceis à voz do Espírito Santo e, deixando o mesmo Espírito orar em nós, diremos com atitude mais fiel: Abba, Pai (Rm 8,15)164. Itaici, SP, 26 de novembro de 1974 PASTORAL DA EUCARISTIA Capítulo I: CONSTITUIÇÃO DA ASSEMBLÉIA EUCARÍSTICA 1.1. Povo de Deus, vivendo no Espírito Santo “De toda e qualquer nação, são agradáveis a Deus aqueles que o respeitam e praticam o que é justo” (At 10,35). No entanto, um povo foi constituído e historicamente educado para que servisse ao Senhor em santidade. Para isso o próprio Deus se manifestou e foi reconhecido através dos acontecimentos da história, até chegar o tempo da plenitude, em que o pacto de amizade estreita entre Deus e os homens se efetivou no Filho que veio, como homem, para reconquistar os filhos dos homens e reconduzi-los para o Pai (cf. LG 9)165. Jesus de Nazaré, “entregue por nossos pecados e tornado Senhor para nossa salvação” (Rm 4,25), é constituído Cabeça do povo messiânico. Este povo, habitado e movido pelo Espírito Santo, tem a missão de difundir o anúncio do Reino de Deus e, vivendo no mesmo Espírito, é chamado a concretizar já aqui na terra a comunhão de vida, na caridade, na verdade e na justiça, tornando-se assim sinal e instrumento da salvação universal do mundo (cf. LG 9)166. O Senhor Jesus bem conhece a condição peregrina da Igreja que avança em direção à cidade futura e permanente (cf. Hb 13,14)167; por isso envia o seu Espírito Educador das consciências e a cumula de meios aptos para que realize esta união visível e social, convocando e constituindo todos os seus seguidores como Povo, Igreja, Sacramento da unidade salvífica (cf. S. Cipriano, Epíst. 69,6 – PL 3,1.142).

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Entre os maravilhosos meios de crescimento na unidade com que Cristo dotou sua Igreja, destacamos a Eucaristia sacramento de sua ação salvífica, presença do Cristo glorificado que continua convocando seu povo pela Palavra e alimentando-o na caminhada com seu Corpo e seu Sangue, oferecidos pela redenção de todos que se unem à sua paixão e morte (Rm 8,1; Cl 1,2; 2Tm 2,11-12; 1Pd 4,3)168. É neste sentido que deve ser entendido o sinal do pão e do vinho: “Eu recebi do Senhor, o que também vos transmiti: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e tendo agradecido a Deus, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isso em minha memória. Toda vez que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha” (1Cor 11,23-26). É preciso pois que, ao celebrar a Eucaristia, a comunidade reconheça nos SINAIS o anúncio da morte e proclame a Ressurreição, para que esta seja feita em memória do Senhor. 1.2. Assembléia, reunião dos convocados 1.2.1. Nos escritos da Antiga Aliança o termo EKKLESIA, corrente na literatura grega, designa a assembléia do povo, convocada regularmente pela autoridade competente, a fim de tomar decisões ou ratificar as propostas feitas pela autoridade. O judeu sabia que sua assembléia, convocada pela palavra de Javé, devia tornar-se fonte de união, e que a salvação um dia se manifestaria sob a forma de um vasto assembleamento do povo. 1.2.2. Só uma evangelização que anuncie a Palavra e faça com que os cristãos descubram nela a razão de se reunirem, poderá fundamentar a assembléia eclesial e distingui-la das demais reuniões com os mais variados objetivos. 1.2.3. O Vaticano II reafirma que “aprouve a Deus santificar e salvar os homens não isoladamente, com exclusão de toda relação mútua, mas em povo que o reconhece na verdade para servi-lo santamente” (GS 32, cf. LG 9)169. Os profetas (Jr 10,21; Ez 34, 5-6)170 reprovam os que reúnem o povo e que, ao invés de lograrem mais união, fomentem a dispersão e separação ou o iludem com ritos vazios. 1.2.4. Deus revelou suficientemente seu desígnio de salvar todos os homens para que a assembléia não se reduza a uma reunião de perfeitos (Ez 34, 13; 20, 34-38.41)171. No entanto um ponto permanece essencial: sem iniciação à fé, a assembléia – mesmo sendo reunião cultual – fica reduzida ao nível das assembléias humanas; mais divide e ilude do que constrói. Somente à luz destes princípios a assembléia local se reunirá no Espírito e poderá se tornar, ao nível do sinal, anúncio e preparação da assembléia universal. Nem fechamento em elites perfeitas, nem multidão inconsciente em sua fé realiza uma assembléia congregada em nome do Senhor. 1.3. Diversificação de Assembléias 1.3.1. O fato pastoral

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Na atual situação da Igreja, verificam-se vários tipos de assembléias, dos mais diferentes níveis de consciência cristã conforme as circunstancias que os levam a se reunirem. A Eucaristia, como sacramento da unidade, não terá pois significação se não houver um real esforço e atenção para a constituição da assembléia. Não podemos considerar que a carência de iniciação justifique uma atitude drástica como seria a de fechar as portas às pessoas não iniciadas. Faltar-nos-iam, aliás, critérios suficientes para tanto. Mas sabemos também que o sacramento da Eucaristia tem exigências quanto à constituição da assembléia; exigências essas que estão a urgir uma pedagogia inspirada no amor e na misericórdia, capaz de conduzir à conversão e maior possibilidade de penetração nos sinais que, à luz da fé, são entendidos pela Igreja como atualização do mistério do Cristo morto-ressuscitado. Para que uma assembléia tenha condições de realizar os sinais do mistério, entender na fé a significação dos mesmos e compromissar-se com suas exigências, é necessário que se distingam os diferentes tipos de assembléia, com suas características peculiares. 1.3.2. Caracterização das assembléias 1.3.2.1. As assembléias de freqüentadores assíduos das missas dominicais devem ser mais claramente convocadas pela Palavra, isto é, que sua fé, purificada na evangelização, seja o motivo de sua presença na comunidade dos irmãos, para que se tornem capazes de perceber a significação dos ritos comuns. Com efeito, nas nossas assembléias dominicais, há pessoas que, levadas por motivação evangélica, participam comunitariamente da Eucaristia e são comprometidas na comunidade. Há, porém, pessoas que estão presentes por sentimentos religiosos estranhos à fé evangélica (sincretismo religioso) ou que assistem à celebração eucarística como mero ato de piedade individual. Essas pessoas, ao invés de se sentirem chamadas a maior vivência do mistério pascal que os sinais tornam presente, emprestam-lhes um significado que não corresponde ao que a Igreja entende e pretende ao fazê-los. Assistem e até realizam a mesma cerimônia, dando-lhe porém, uma interpretação que não se fundamenta no ensinamento de Jesus de Nazaré e da Igreja. Há também os que são trazidos à celebração por motivos os mais variados, como sejam costume, dever familiar, social... pressão moral do preceito (medo) e similares. Estes manifestam mais uma atitude de espectadores do que real desejo de participação. Apesar de certa assiduidade, nunca chegam a se comprometerem com a comunidade cristã e não se esclarecem nem aprofundam a própria fé. Neste caso, um tanto ambíguo com relação à Eucaristia, o presidente é liturgo com os primeiros; deve, porém, fazer-se catequista (mistagogo) para os segundos e missionário para os últimos, corre assim o risco de não atender a ninguém. Cabe, pois, ao celebrante e à equipe de celebração identificar a assembléia, distinguir as diferentes necessidades e procurar celebrar de tal forma, que cada qual se sinta atingido e motivado a participar de modo mais consciente. O testemunho da equipe de celebração, especialmente do presidente, é que exercerá real influência educadora sobre a comunidade, sem com isto dispensar outras iniciativas. A Eucaristia, mistério da fé, supõe normalmente uma ekklesia, reunião de iniciados, capazes de se congregarem explicitamente para a celebração do sacramento da

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Unidade, porque guiados pela Palavra que revela o desígnio de Deus aos que se reúnem para ouvi-la. 1.3.2.2. Nas reuniões de assembléias ocasionais (missas de defuntos, casamentos, festas patronais etc.) a liturgia da palavra seja realçada e tome cunho nitidamente missionário. Deve-se ter em vista mover à integração numa comunidade que persevere na instrução da fé, a fim de possibilitar iniciação adequada e oportuna conversão evangélica. N.B. Devido às características próprias de tais reuniões não se pode simplesmente tomar o formulário próprio do dia proposto para os que freqüentam habitualmente a assembléia. É urgente que se providenciem subsídios catequéticos, e mesmo FORMULÁRIOS PARA CELEBRAÇÕES mais adequados ao nível cultural e de iniciação dos participantes, não raro a maioria deles é de pessoas que só têm contato com a Igreja nestas ocasiões especiais. Reconhecendo que em situações semelhantes a Igreja é procurada mais para atender a uma necessidade religiosa ou por causa do relacionamento social, do que pelo desejo de participar regularmente na vida da comunidade cristã, será preciso ter presente que o efeito da celebração depende de: – um contato e um acolhimento humanos que façam as pessoas perceberem que a Igreja está alerta e atenta a todos os feitos e acontecimentos da vida do homem. Evite-se, pois, toda aparência de rigor e exigências que mais afastam do que atraem; – um cuidado especial na preparação da celebração a fim de que se sintam à vontade, possam captar a mensagem oportuna à ocasião e assim conservem boa lembrança deste contacto com a Igreja; – uma participação ativa, solicitando-se para isso a colaboração na própria celebração (por ex.: confiando-lhes as leituras, preces, orientando as atitudes a serem tomadas durante a celebração etc.). 1.4. Pedagogia e ação pastoral A história nos ensina pistas para o restabelecimento de uma assembléia em que a Eucaristia retome sua plena significação de “Manifestação da Igreja”, de “Sinal de Unidade”, de “sacramento para iniciados”. Para isto não será suficiente inovar ritos (retocar, inventar ou seguir livros novos), será necessária uma autêntica renovação aculturada, para que os ritos sejam redescobertos em sua significação profunda. É pastoralmente urgente superar a situação de uma Eucaristia colocada para pessoas que se “reúnem dispersamente” com suposta iniciação, que a fraca participação “ativa, consciente e frutuosa” (SC) na ação litúrgica vem contradizer. 1.4.1. Com efeito, as comunidades eclesiais que estão se formando por um processo mais apurado de iniciação evangelizadora em grupos de base, se constituem em assembléias onde a coesão da fraternidade oferece melhores condições de uma liturgia viva, capaz de unir rito e vida, sinal e realidade de união. A unanimidade na fé e no amor, fundada no mútuo conhecimento e na recíproca ajuda, faz perceber que a reunião foi convocada pela Palavra. O progresso da conversão permite uma assembléia em oração, com participação mais frutuosa graças ao engajamento vivencial e ao crescimento na Fé evangélica que provoca.

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É evidente que tais assembléias darão nova vida aos ritos conforme suas necessidades culturais e seu nível de crescimento na fé. Para que os acontecimentos da vida cotidiana possam ocupar lugar explícito nas celebrações, sente-se a necessidade de criar algo que expresse melhor a integração vital no mistério de Cristo; chega-se não raro à conclusão de que é necessário adaptar os ritos propostos que se mostram insuficientes. Diante de iniciativas neste terreno, mera atitude de repressão poderá conduzir tais grupos a agirem à margem da disciplina vigente, com conseqüente prejuízo para a unidade eclesial; por outro lado, a falta de fundamentação histórico-teológica de certos dirigentes (presbíteros ou outros) faz com que algumas celebrações da Eucaristia se afastem não apenas das formas oficiais elaboradas para grande público, mas também da unidade eclesial da liturgia. Diante destes fatos, é urgente que se dê especial atenção pastoral às celebrações que correspondam às necessidades de tais grupos e lhes permitam uma expressão autêntica da fé, no estágio em que se encontram e com modalidades adaptadas à cultura e formação dos mesmos. Para isso deve-se procurar manter a unidade da liturgia da Igreja com a diversificação das formas, em consonância com o espírito de criatividade que tradicionalmente constitui a riqueza da liturgia e tão sabiamente preconizado pelos documentos conciliares e subseqüentes. N.B. cf. Instrução sobre missas para grupos particulares, Doc. 19 Prot. 77/69; Encontro dos Presidentes e Secretários das CNL dos países Latino-americanos – CELAM, Departamento de Liturgia, Medellín, 1972; Documento dos Presbíteros, CNBB 1969, p.213, proposição 1.7 que obteve maciça votação: “Que se promova uma corajosa aculturação litúrgica”, Diretório das missas com crianças, S. Congr. para o culto divino, 1º de novembro de 1973, instrução actio pastoralis de 15 de maio de 1969 da S. Congr. para o culto divino. Estes documentos são aplicação prática dos números 37-40 da Constituição “Sacrosanctum Concilium”. 1.4.2. Celebrações com grupos e comunidades paroquiais O reexame das dimensões da Eucaristia das Basílicas ou Matrizes, ainda hoje em vigor, e suas influências sobre o ritual do culto, levar-nos-ia a uma nítida revalorização das celebrações em pequenas comunidades, sem com isso negligenciar a significação das assembléias mais representativas da universalidade da Igreja, nem ceder à tentação de fazer eucaristias para público socialmente reunido, mas não congregado em nome do Senhor (cf. EM 25-27)172. A História nos ensina que foi essa passagem da Eucaristia comunitária (simplicidade doméstica – em dimensões familiares e fraternas) para as celebrações diante de um povo convertido em massa e sem a devida iniciação que levou, pouco a pouco, entre outros motivos culturais, a substituir o altar (uma verdadeira mesa de refeições onde todos tomavam parte) pelo trono que distancia o sacerdote do povo, adotando uma série de etiquetas inspiradas nos protocolos da corte imperial (genuflexões, inclinações, gestos, vestimentas etc.). A conseqüência foi a progressiva falta de participação do povo nas celebrações litúrgicas, apesar de estarem assistindo às cerimônias. Essa situação chegou a ponto de fazer com que o Concílio do Latrão IV, na Idade Média (1215), impusesse a obrigação de comungar ao menos uma vez por ano, pela Páscoa da Ressurreição. Para que haja progressiva integração entre as celebrações em pequenos grupos e maior autenticidade nas celebrações em ambientes mais abertos a público numeroso (igrejas paroquiais etc.), é necessário que se aprofundem os princípios gerais para a

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catequese sobre o mistério Eucarístico e as normas sobre a celebração do Memorial do Senhor conforme a Instrução sobre o culto Eucarístico (EM n.5-30)173. 1.4.2.1 As assembléias de CENTROS URBANOS, bem como as celebrações de lugares de convergência turística, exigem especial atenção pastoral por constituírem um fenômeno típico da era das comunicações. De fato, a facilidade de locomoção e o teor de vida das grandes cidades aumentam as dificuldades de reunir-se de modo assíduo num mesmo local e até mesmo de se constituírem comunidades estáveis de pessoas. A mobilidade produz o fenômeno dos TRANSEUNTES em nossas assembléias de centros urbanos e faz com que as assembléias reúnam pessoas sem grande relacionamento humano, máxime nos locais de turismo (hotéis de veraneio, balneários, cidades turísticas...). Diante deste fato, é necessário que a pastoral prepare a comunidade e a faça tomar consciência do dever cristão da hospitalidade aos irmãos na fé que vêm se unir a ela na celebração. O acolhimento e a integração dos transeuntes, a disponibilidade destes para se comunicarem com os membros da comunidade local, são condições indispensáveis para uma autêntica liturgia comunitária. Não se pode supor comunidade” e começar a celebração sem levar em conta esta realidade. Iniciativas neste sentido devem ser tomadas para que a assembléia seja realmente sinal de unidade e não apenas uma reunião de pessoas justapostas e isoladas. 1.4.2.2. Quanto à celebração com grupos de famílias, pessoas de relacionamento ambiental ou comunidades de base, a experiência tem mostrado sua eficácia. No entanto, o perigo de se constituírem em “guetos” ou igrejinhas isoladas, perdendo assim o contato com o Povo de Deus, também é real. Por outro lado, o Concílio tem insistido sobre a significação da assembléia paroquial (SC n.42)174 e sua força de expressividade representativa da Igreja. A encíclica “Eucharisticum mystérium” já fala da celebração com tais grupos, especialmente durante a semana (EM 17; cf. Diretório das missas com crianças n.20)175. Portanto, fiéis ao pensamento da Igreja, é preciso que os grupos tomem consciência de sua missão em vista da renovação litúrgica nas assembléias paroquiais e fundamentem seu não fechamento grupista”, na significação eclesial das assembléias mais representativas das diferentes categorias de que a Igreja se compõe na realidade. A presença, nas grandes assembléias, de grupos que tiveram a oportunidade de fazer experiências de liturgia mais viva e comunicativa, sua identificação como grupo e a solicitação para servirem a comunidade, será um testemunho de verdadeira fé que torna os cristãos conscientes, ativos no serviço de acolhimento e animação dos demais irmãos. Apesar de numerosa, a assembléia evitará o perigo – aliás muito comum – de ser uma massa anônima, graças ao relacionamento pessoal no interior dos grupos e ao entrosamento dos grupos na constituição de uma assembléia comunitária. 1.4.3 Celebração doméstica da Eucaristia

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A consciência do caráter tipicamente doméstico que a Eucaristia conservou desde a Ceia no Cenáculo até a metade do século III (quando as casas cedidas para a “Ecclesia” dos irmãos começaram a se tornar propriedade da comunidade que se encarregou de administrá-las e ampliá-las conforme suas necessidades) deveria fazer com que se desse particular atenção pastoral a tais celebrações. O aprofundamento do mistério Eucarístico e sua exigência essencial de comunidade, hierarquicamente ordenada, levará a uma pastoral que vise prioritariamente à constituição da Igreja em níveis diversos de realização (Igreja doméstica, grupos de evangelização, diaconias, paróquias e finalmente diocesana presidida pelo bispo) com os ministérios respectivos para que cresça uma efetiva unidade que se origina do mesmo pão partido entre os irmãos. O costume de celebrar quotidianamente só na matriz priva da participação eucarística muitas pessoas que se acham impedidas porque os horários não se ajustam aos seus compromissos. Razões pastorais estão a exigir que se reconsidere o atendimento quase exclusivo dos templos e se revejam os horários, atendendo a complexidade da vida moderna, para que se vê ao encontro dos fiéis, a fim de evangelizá-los e com eles celebrar a fé. Neste sentido os documentos da Sé Romana encorajam as celebrações eucarísticas com grupos, em suas próprias casas, em dias e horários que mais favoreçam a participação dos membros das famílias. N.B. cf. EM 17; De Sacra Communione et de cultu mysterii eucharistici extramissam n.16 e 18; Diretório das missas com crianças n.25. Encontro dos presidentes e secretários das CNL, Medellín 1972. Procure-se, no entanto, evitar que as celebrações domésticas se reduzam ao simples transplante da missa do templo para as casas. O ambiente familiar favorece maior espontaneidade e possibilita a criatividade (Medellín – 1972, documento n.5d). Os sacerdotes terão o cuidado de não passarem do atendimento a multidões anônimas para “capelães de guetos”. Essas ocasiões são preciosas para maior contacto com as famílias, na perspectiva de uma presença evangelizadora em ambiente mais natural, mas não podem perder as dimensões eclesiais do mistério. É neste contexto que se recoloca o desafio das vocações ministeriais capazes de dar atendimento às novas necessidades da Igreja. É evidente que não se trata de conceder privilégios por motivos estranhos à fé (como sejam posição social, egoísmo de alguma família, número de um programa festivo da família), mas fazer maior número de pessoas terem experiência de uma celebração eucarística em clima de íntima fraternidade e educar os fiéis para o sentido comunitário da vida eclesial. 1.4.4. Celebração com grupos de jovens Sociologicamente os jovens se constituem hoje em grupos caracterizados por exigências próprias. Do ponto de vista religioso, nota-se forte movimento de busca de Cristo no mundo juvenil.

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Atendendo às necessidades específicas desta faixa da população, tem-se procurado promover celebrações que possibilitem à juventude a expressão de sua fé de modo mais adaptado às suas características. Tenha-se presente que o objetivo destas celebrações não pode reduzir-se à mera atração e ponto de encontro motivados pela apresentação de “shows”, variedades musicais, clima de euforia, sob pena de se tornarem alienantes, mais do que participação no mistério de Cristo e da vida eclesial. A finalidade é alcançar maior autenticidade na expressão da fé. Para isso a Eucaristia terá que voltá-los para a vida, para o mundo juvenil e para a sociedade em concreto, integrando-os na comunidade e comprometendo-os em tarefas concretas. Cuide-se para que essas assembléias de jovens não aumentem a tensão entre as gerações, nem venham a cair no “grupismo”, com prejuízo para a unidade eclesial na sua totalidade. A fim de evitar o fechamento destes grupos sobre si mesmos, promovam-se, em certas solenidades e ocasiões (por ex.: Natal, Páscoa, Pentecostes, padroeiro, dias dos pais etc.), assembléias mais representativas de fraternidade universal reúnam adultos, jovens e crianças numa única celebração. É importante que se dê especial atenção à formação “equipes de Liturgia” de jovens que assumam o preparo do ritual e comentários para suas celebrações, bem como ajudem a assembléia a celebrar com maior consciência. O canto e instrumentos usados sejam escolhidos de modo que evidenciem claramente a mensagem e favoreçam o clima de oração. N.B. a) Fatores psicológicos e o respeito pelos direitos autorais não permitem, por ex., que se façam adaptações superficiais de textos de músicas compostas para outras situações e não condigam com o momento da oração. b) Lembramos que a mensagem evangélica faz parte da expressão da fé e não se pode ignorá-la na escolha dos cantos. c) Uma boa evangelização proporcionará à exuberância dos jovens maiores possibilidades de criar músicas cujo ritmo corresponda às suas justas exigências e cujos textos transmitam a palavra e expressem a fé. 1.4.5. Celebrações com a participação de crianças (cf. Diretório das missas com crianças). 1.4.5.1 Faz parte da Iniciação cristã das crianças a participação na liturgia (Dir. n.8)176 que, graças à sua inata eficácia pedagógica, exerce uma influência ímpar no desenvolvimento da fé e faz descobrir as dimensões e valores próprios da Igreja, desenvolvendo o espírito comunitário (n.2)177. É, pois, indispensável que as crianças se sintam dentro de um grupo que celebra sua fé e sejam envolvidas por todo aquele clima de fraternidade que a comunidade cristã deve cultivar, máxime quando se reúne na comunhão com e em Cristo (Dir. n.8)178. A presença de adultos, portanto, é sumamente desejável (Dir. n.24)179, de modo particular a dos familiares e educadores das crianças (Dir. n.10 e 16)180. No caso de os pais não terem vida sacramental, sugerem-se vários tipos de celebrações não eucarísticas, em que pais e crianças sejam

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educados Para aqueles valores humanos que servem de base para a vida familiar, criam condições para uma melhor integração social e, oportunamente, eclesial (cf. Dir. n.10)181. Tais celebrações oferecem para isto maior liberdade de recursos e meios pedagógicos mais adequados ao nível próprio de iniciação de cada grupo. Tendo essas reuniões objetivo de educar na fé, deve-se evitar um cunho demasiado didático, pois se trata de levar as crianças a perceberem a significação própria da liturgia em seus variados elementos e não apenas de “ensinar”. A palavra, celebrada com assiduidade, máxime no advento e quaresma, despertará, desde cedo, estima e veneração para com a Sagrada Escritura (Dir. n.13)182 e educará as crianças para uma vida de autêntica fé evangélica, mais do que para práticas religiosas. 1.4.5.2 A celebração eucarística paroquial reúne os adultos, principalmente nos domingos e dias festivos, para a participação no mistério central da fé cristã (Dir n.16)183. O valioso testemunho da experiência comunitária não basta para educar as crianças, se essas se sentirem deixadas de lado durante a própria ação litúrgica (Dir n.17)184. Por isso é necessário que se façam as adaptações oportunas, a fim de atender às crianças conforme as necessidades específicas de cada assembléia (cf. SC 38; Dir. n.3)185 e evitar que a rotina das cerimônias e a falta de adaptação à mentalidade infantil, venham a enfastiar a imaginação viva das crianças, causando possível dano no seu relacionamento com a Igreja (Dir. n.2)186. É urgente que se dê especial atenção pastoral para que a liturgia corresponda às exigências próprias das crianças, tomando em conta a percepção e a vivacidade do seu mundo específico (Dir. n.12 e 35)187. A presença de adultos como companheiros de oração e não como “vigias” (Dir. n.21 e 24)188, é o modo mais completo de iniciar à vida em comunidades, mas é educativo que se celebre, às vezes, com grupos menores, só com crianças, especialmente durante a semana (Dir. n.20, 27 e 28)189. A fim de que possam se expressar mais espontaneamente, leve-se em conta a formação, mais do que a idade. 1.4.5.3. Eis as principais adaptações que o Diretório prevê: – Quanto ao local de celebração: – Mesmo que o templo seja o local normal das celebrações, procure-se reunir as crianças num espaço que favoreça o recolhimento e as mantenha unidas, evitando o perigo de distração ou dispersão. Caso isto seja difícil, celebre-se em qualquer lugar digno, mesmo fora do recinto do templo (Dir. n.17)190. – Quanto aos ministérios: – Que se distribuam as leituras, comentários, preces dos fiéis, cantos, preparação do altar, transporte das oferendas para o altar entre adultos e crianças, de tal modo que se sintam solicitados ao serviço direto na própria cerimônia (Dir. 18, 29, 24, 47, 32, 48, 34, 22)191. – Quanto aos instrumentos musicais e ao canto:

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– O canto corresponde melhor ao estilo infantil (Dir. n.30)192 e a melodia ajuda a pronunciar e memorizar mais facilmente do que se recitam, sobretudo as aclamações da oração eucarística e demais textos do ordinário. Para isto é possível usar traduções adaptadas desde que aprovadas pela autoridade competente (cf. Dir. n.31)193. O uso de instrumentos musicais, sobretudo se tocados pelas crianças, é vivamente recomendado e o critério fundamental será o sentido pastoral, isto é, que conduzam a uma liturgia “festiva, fraterna e recolhida” (cf. Dir. n.32)194. – Os Gestos A natureza própria da liturgia exige que o homem se expresse com todo o seu ser, portanto, é também ação do corpo. Tratando-se de crianças, cuja característica é a manifestação corporal mais do que intelectual, deve-se dar a máxima importância aos gestos, não só do sacerdote, mas à participação efetiva da assembléia. Embora o texto do Diretório enfatize as procissões, neste campo é urgente que se recorra à ajuda psicopedagógica de educadores especializados a fim de que a liturgia com crianças possa corresponder às exigências próprias de tais assembléias (SC 38; Dir. 33-34)195. É importante que, entre os gestos, se dê particular ênfase à atitude de silêncio, para que não se caia em movimentação externa com prejuízo da participação (cf. Dir. 36)196. – Recursos visuais Só o uso de elementos visuais, e sonoros, juntamente com gestos significativos, poderá corresponder às crianças e fugir ao risco de fazer da liturgia um momento árido e fatigante. Além do relevo com que se deve utilizar os símbolos próprios da liturgia (círio, cores, cruz, objetos significativos), é sumamente necessário que se traduza em formas plásticas o conteúdo da Palavra ouvida e do mistério celebrado. Também aqui os métodos audiovisuais tornam-se subsídio indispensável à participação das crianças na Liturgia (cf. Dir. 35)197. 1.4.5.3. Além das várias modalidades e iniciativas, o Diretório afirma que é possível à CNBB propor à Sé Romana outras adaptações que se fizerem pastoralmente úteis e oportunas (Dir. n.5)198. Fiel à estrutura geral da celebração, isto é, à Palavra e Sacramento, que constituem um único culto e os ritos de abertura e encerramento (cf. IGMR n.8)199, o Diretório prevê, como necessárias, adaptações no modo de conduzir e realizar a Eucaristia com crianças. Recomenda-se, no entanto, que as “aclamações, respostas comuns e o Pai-nosso” sejam conservados intactos para que sejam possíveis celebrações integradas com toda a comunidade eclesial (cf. Dir., n.38-39)200.

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N.B. a) Para a liturgia eucarística, todos os que já podem participar do sacramento voltem normalmente a se reunir em única assembléia, significando a força de unidade deste mistério celebrado. b) Não seria de se desejar que as crianças que ainda não fizeram a 1ª Eucaristia, fossem às vezes atendidas por mães (ou outras pessoas e às vezes pelo próprio presbítero) em celebrações e/ou atividades recreativas e educativas? 1.4.6. Eucaristia junto aos enfermos e inválidos N.B. Para uma visão mais completa a respeito da pastoral dos enfermos, é indispensável que se medite o “Rito da unção dos enfermos e sua assistência pastoral”. Trata-se, com efeito, mais de um manual de orientações do que de um simples rito de celebração. Que os agentes pastorais proporcionem aos enfermos e inválidos, freqüentes ocasiões de acesso à Eucaristia, certos de que é o meio mais eficaz para concretizar a aspiração de que os cristãos se reúnam e vivam comunitariamente. Dê-se a máxima importância e valor à participação na Eucaristia, mesmo por parte daqueles que se acham legitimamente impedidos de se reunirem no mesmo lugar e hora da assembléia, mas que, quando possível, fazem parte da Eucaristia. Assim, organizem-se com eficiência a distribuição da Eucaristia e a celebração a domicílio para enfermos e inválidos e para os que deles cuidam, ficando impossibilitados de tomarem parte na assembléia. A missa domiciliar possibilita a comunhão sob as duas espécies, como prevê o ritual, e concretiza a legítima disposição de, quanto possível, comungar na própria celebração da Eucaristia (cf. Rito da unção, n.26)201. É sumamente desejável que a caridade cristã preveja a ajuda de irmãos na fé para a oportuna substituição dos familiares de enfermos e inválidos, a fim de que os mesmos irmãos que prestam tal assistência não sejam privados da assembléia por tempo demasiado longo, com conseqüente prejuízo para o crescimento na doutrina dos apóstolos e na convivência com os irmãos que se reúnem no Senhor (cf. Rito de unção, n.42-43)202. É evidente que tanto a celebração junto aos enfermos e inválidos quanto a distribuição da comunhão, fazem parte de toda uma perspectiva muito ampla da pastoral dos enfermos; a comunhão é que deve assumir a missão de envolver os irmãos que sofrem, num clima de fé e caridade, capaz de sustentá-los em momentos tão importantes e dolorosos, na esperança que ilumina o mistério da dor e da morte com a luz da Ressurreição (cf. Rito da unção, n.1-4)203. Note-se que essa tarefa de solicitude para com os enfermos e pessoas idosas é tão importante que já Hipólito de Roma qualifica o diácono como sendo o “ministro dos doentes e dos pobres” (cf. Trad. Apostólica, n.39 e 34). Recentemente a Igreja, ao revitalizar a função do acólito, volta a insistir sobre o cuidado que este deve ter na distribuição da Eucaristia aos enfermos (cf. Ministeria quaedam, § VI). 1.4.7. Missas exequiais e orientações pastorais

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A liturgia das exéquias coloca os pastores diante de uma perplexidade: as missas encomendadas por ocasião de morte, 7ºe 30º dias não passam, muitas vezes, de puro ato social a que não se pode recusar; por outro lado, tais situações oferecem excelente ocasião de contato com pessoas que raramente procuram a Igreja. Resta, no entanto, uma perplexidade se os pastores confrontam as exigências do Sacramento com as disposições concretas. 1.4.7.1. É indispensável que os presbíteros despertem para uma maior sensibilidade, a fim de não serem os únicos a não se comoverem com o fato que abala toda a assembléia reunida. Se quem preside não participa dos sentimentos da assembléia, sua celebração, e principalmente a homilia, será desencarnada, pois, não fala de um fato vivido. 1.4.7.2. Para que a celebração do mistério de Cristo por ocasião da morte de um membro da Igreja se torne vivencial, é necessário colher alguns dados sobre a vida da pessoa falecida e travar previamente um mínimo de relação com a família enlutada. 1.4.7.3. Há diferença entre uma celebração feita por um freqüentador assíduo da assembléia eucarística e uma pessoa desligada da Igreja. No entanto, a reunião poderá ser ponto de partida para uma evangelização, sobretudo se a liturgia for celebrada de tal modo que manifeste o esforço da atualização da Igreja num clima humano de acolhimento e solidariedade. 1.4.7.4. Neste particular, a comunidade eucarística dos assíduos à Igreja tem especial oportunidade de dar testemunho de disponibilidade, serviço e atenção às pessoas que ocasionalmente estão presentes a uma celebração, levadas por circunstancias mais do que por motivação de fé evangélica. N.B. É necessário superar todo aspecto de comércio, tão explorado, infelizmente, até por empresas funerárias e fazer a comunidade paroquial cooperar no serviço às pessoas que se reúnem nestas ocasiões. 1.4.7.5 Uma boa equipe paroquial dedicada à assistência das famílias enlutadas, poderá ajudar na superação da mentalidade matemática (exatamente o 7º e 30º dias) e criar um clima mais eclesial. Por exemplo, se a paróquia oferece uma missa pelos mortos em determinado dia da semana, com a presença desta equipe que procurou tomar contato com as famílias visitadas pela morte. Nesta celebração a comunidade paroquial poderá cantar, fazer as leituras, acolher as famílias dos recém-falecidos, dando especial destaque a essas intenções no decorrer de toda a celebração. N.B. Para outras indicações concretas, veja-se o “Presbiterial das exéquias”, “Orientação Pastoral da Comissão Nacional de Liturgia”. 1.4.8. Celebrações oficiais 1.4.8.1. O sentido da celebração do Memorial do Senhor comunidade dos fiéis colocará em profundo questionamento celebrações chamadas “oficiais” dentro de uma sociedade pluralista. De fato, tais celebrações oficiais podem não oferecer bases sólidas para classificarmos de “assembléias convocadas e congregadas pela palavra”,

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visto serem atos públicos, mas não comunitários no sentido eclesial, pela ausência de fé comum. Tais eucaristias se tornariam mais um ato sem sentido do que sinal de Unidade na fé, na consciência da presença do Senhor. 1.4.8.2. Pastoralmente é necessário que se verifique cada caso e que a autoridade diocesana os controle pessoalmente para evitar celebrações que não reúnam as condições mínimas que justifiquem a Eucaristia. Há outros tipos de celebrações que podem ser mais oportunas conforme as circunstâncias. 1.4.8.3. O mesmo se diga das promoções de caráter prevalentemente social, como formaturas, bênçãos de estabelecimentos e outras em que a celebração eucarística poderia ser mais um número da programação do que uma autêntica celebração eclesial. 1.4.9. Liturgia de televisão e rádio Outro fato pastoral é o alcance dos Meios de Comunicação Social (MCS) e sua influência na formação da mentalidade litúrgica no meio da população. 1.4.9.1. Apesar do escasso uso que a Igreja faz dos MCS, as missas são freqüentemente transmitidas e a quantidade de pessoas que sintonizam tal programa não é indiferente. Esse fato repercute de modo decisivo na renovação litúrgica. 1.4.9.2. Sabendo que a participação está condicionada à transmissão, é de suma importância que se explorem todas as possibilidades tanto do ponto de vista técnico como litúrgico. Neste sentido, a preparação técnica de liturgos, como a iniciação litúrgica de técnicos, se faz indispensável. 1.4.9.3. Não é suficiente televisionar ou irradiar uma missa. Os MCS têm exigências tão decisivas, que só uma liturgia preparada adequadamente poderá atingir os objetivos a que se propõe um esforço neste campo da ação pastoral. A liturgia não pode ignorar as chances que os MCS lhe oferecem, mas as exigências próprias deste mundo técnico não deve obscurecer o autêntico sentido da liturgia. 1.4.9.4. Embora haja muita discussão em torno do valor desta missa de televisão”, é bom lembrar que há diferentes graus de participação na oração da Igreja e que, indubitavelmente, essa ação pastoral tem grande poder educativo. N.B. Para maiores detalhes, reenviamos aos documentos-conclusões do 1º Encontro Nacional de Liturgia de Rádio e TV, do projeto 2.16 do plano de atividades da CNBB, Apucarana, julho de 1972; Igualmente o 1ºEncontro latino-americano sobre o mesmo assunto, Celam – CNBB Apucarana, julho de 1974. Capítulo II: SIGNIFICAÇÃO TEOLÓGICA DE CADA PARTE DA LITURGIA EUCARÍSTICA CELEBRADA COM O POVO E POSSIBILIDADES PASTORAIS 2.1. Introdução

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É de suma importância que o presidente da assembléia saiba que celebra com o povo e com toda a equipe de celebração e não apenas diante do povo. É preciso que ensine aos fiéis a exprimir em suas vidas e aos outros a manifestar o mistério de Cristo e a genuína natureza da Igreja” (SC 2)204. Não há, porém, esperança alguma de que tal possa ocorrer, se os próprios pastores não estiverem antes profundamente imbuídos do espírito e da força da liturgia (SC 14)205. Por isso, antes de qualquer modificação ritual, cada pastor tome consciência pessoal do sentido verdadeiro e da dimensão eclesial da celebração a que preside, a fim de que “todos sejam levados àquela plena, cônscia e ativa participação nas celebrações litúrgicas, que a própria natureza da liturgia exige” (cf. SC 14)206. Na liturgia o essencial de nossa obediência ao mandamento de Cristo não consiste em executarmos gestos exatos e pronunciar bem as fórmulas, anterior à rubrica, há uma realidade vivida a ser celebrada pelo povo. Por isso a celebração eucarística possui um dinamismo interno que arrasta para dentro de si a vida a presença de toda a assembléia sacerdotal. É da máxima importância que se insista sobre a presença dos fiéis desde o início, a fim de que percebam a presença especial do Cristo-Senhor: “Onde dois ou três estiverem reunidos meu nome...” (Mt 18,20). 2.2. Abertura da celebração Em clima muito humano de festa pelo reencontro com os irmãos, o rito de abertura visa a fazer a unidade da assembléia para que possa receber a palavra em espírito de oração e disponibilidade para a conversão. Esta união deverá ir crescendo no decorrer da celebração, até atingir uma certa plenitude na comunhão dos irmãos no Corpo e Sangue do Cristo. Então se constituirá o Corpo do Senhor, então nascerá a Igreja. O presbítero, colocado à frente da assembléia, não foi constituído para “presidir na caridade” (Santo Inácio de Antioquia)? Primeiro dever, pois, é suscitar um clima de mútuo acolhimento no amor, para que se possa falar em comunidade reunida. Uma equipe de acolhimento é imprescindível, se se quiser criar este clima de fraternidade. 2.2.1. O Canto de Entrada É a primeira expressão de alegria dos irmãos que se reencontram. A liturgia é celebrada por um povo, o Povo de Deus cada um e todos participam à medida que desempenham sua função. Compete ao povo manifestar alegria pelo canto de entrada. O coral poderá ajudar a sustentar o canto do povo. Há grande liberdade na escolha do canto de entrada, mas é importante que procure unir os critérios fundamentais: a) canto que facilite a participação de todo o povo promova sua união; b) escolha de um texto que introduza no mistério da liturgia do tempo e da festa; c) canto que manifeste a alegria de se encontrar o povo reunido para celebrar o Senhor. É de toda conveniência que se faça uma verdadeira procissão de aproximação do altar, ao menos por parte do presidente e demais ministros (cf. IGMR 25, 26, 17b, 83)207. Isto evocará as caminhadas do dia-a-dia na vida concreta, passando pelas ruas, fábricas, hospitais, lazeres... e lembrará uma humanidade em seguimento do Cristo, a “caminho da casa do Pai”.

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2.2.2. Saudação Depois de venerar o altar – o Cristo, verdadeiro altar do sacrifício e centro da reunião (ara Christus est) – o sacerdote vai à cadeira presidencial, pois é em nome do Senhor que irá dirigir a assembléia em oração. Feito o sinal da cruz, o presidente saúda a assembléia com uma das fórmulas propostas, tiradas das cartas paulinas. Com esta saudação o povo é despertado para o sentido eclesial do mistério da reunião. Nessa saudação de cunho bíblico, o presidente toma contato mais pessoal de acolhimento do povo, introduzindo-o na liturgia do dia e tornando explícita a ligação entre a celebração que se inicia e a vida (cf. Ordo missae 28 e 86). A característica desta introdução não é a de uma pequena homilia sobre o tema do dia. Deve, antes, criar uma expectativa da mensagem que será proclamada na Palavra. A forma interrogativa e questionadora, adaptada à assembléia presente, poderá manter a atenção dos participantes, e abri-los para a mensagem que será anunciada na liturgia da Palavra. 2.2.3. Ato penitencial É para tornar a assembléia atenta ao apelo de Jesus que diz: “convertei-vos e crede na Boa-nova” (Mc 1,15) e para obedecer à ordem de reconciliar os irmãos antes de apresentar a oferenda (Mt 5,24)208, que a Igreja celebra a penitência ao iniciar sua celebração. Procure o presidente despertar o sentido pessoal e comunitário da penitência, dando ênfase ao louvor da misericórdia e fazendo um apelo à conversão da Igreja para Cristo. N.B: cf. “Princípios e orientações para renovação pastoral da penitência”- CNBB, 1972). A gratuidade do perdão é que nos faz “aproximar-nos confiantes do trono da graça” apesar de nos reconhecermos pecadores. Evite-se, pois, todo aspecto moralizante individualista e cuide-se para que o ato penitencial não se reduza a um mero Rito”. É de suma importância que se dê lugar aos momentos de silêncio que o próprio ritual prevê como fazendo parte do ato penitencial (cf. IGMR n. 23)209. Este ato pode tomar formas variadas, como sejam: a de uma confissão geral dos pecados, oração dialogada, súplica à misericórdia ou mesmo a forma de ritualização em memória do Batismo, por exemplo, aspersão com a água benta (cf. Missal Romano, apêndice). Após o ato penitencial canta-se, ou recita-se, a tradicional aclamação Kyrie eleison – Senhor, tende piedade de nós – a não ser que se tenha escolhido o 3º esquema do ritual, que inclui a mencionada invocação. Com efeito, Kyrie eleison é a antiga fórmula em que se proclama que o Filho se fez um do povo (eleison), mas se tornou Senhor (Kyrie), vencendo o pecado do mundo (cf. IGMR n.30)210.

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Trata-se de uma bela ladainha da comunidade, de uso muito comum na Igreja antiga e até hoje, em certos ritos orientais, assumida na missa. Termina-se sempre a confissão geral dos fieis pela absolvição do presidente da assembléia (cf. IGMR n. 29)211. N.B. Esta absolvição do rito penitencial na celebração eucarística não pode ser considerada como “sacramento” na vigente disciplina litúrgica (cf. Princípios e orientações para a renovação pastoral da penitência, CNBB 1972 item B, III ). 2.2.4. Glória Quando for prescrito (cf. IGMR n.31)212, canta-se ou se recita o GLÓRIA, também chamado “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor” que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiquíssimo, pelo qual a Igreja reunida no Espírito Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador. Ornado de preciosos títulos referentes ao Pai e ao Filho inicia com um texto bíblico (Lc 2,14)213 que coloca como tema da louvação a mensagem do anúncio e da alegria por ocasião do nascimento do Salvador. Não foi composto para a celebração eucarística, mas faz parte do conjunto de “salmos não bíblicos”, fruto da inspiração poética das comunidades cristãs primitivas, muito usado nas vigílias festivas como canto de ação de graças. Note-se que é um canto tipicamente do povo e não presidencial ou dos ministros. O coral pode ter função importante no tom solene que deve tomar este hino de louvor. 2.2.5. Coleta É preciso que se faça um real esforço para que a ORAÇÃO seja de fato uma coleta (de colligere – recolher, sintetizar, reunir). Os termos oferecidos pela formulação do missal focalizam o mistério do dia, mas o presidente poderá escolher o formulário que melhor convier à vivência de sua comunidade. É a comunidade com sua experiência de vida que está reunida para entrar em comunhão com o seu Deus através da oração comum e pública (cf. IGMR 323)214. Às vezes, porém, a liberdade de escolha não é suficiente para responder à expressão da vida da comunidade e à sua experiência religiosa (cf. Concilium ad exequendam Constitutionem de Sacra liturgia, Notitiae 5 [1969] p. 7). Por isso nada impede que os textos das orações presidenciais, conservando sua inspiração temática original, sejam adaptados à assembléia, principalmente em se tratando de missa com a participação de crianças (Aplicação do princípio de SC 38; Diretório das missas com crianças n.51)215. Cuide-se, no entanto, para não se cair em formulações ideológicas ou apologéticas, mas se conserve o gênero literário próprio às eucologias. Isso exigirá especial preparação por parte do celebrante, para que não se façam improvisações nem no que diz respeito ao conteúdo nem quanto à linguagem que deve ser adaptada sem ser banal.

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Ao convite do celebrante segue-se um momento de silêncio (IGMR, 23)216 para que cada um apresente seu coração em prece; em seguida o celebrante fala em nome da Igreja reunida. 2.3. Liturgia da Palavra A liturgia da Palavra não pode reduzir-se ao simples escutar de algumas leituras com a respectiva explicação. Isso não superaria a dimensão de uma aula de catequese, de exegese ou de teologia. Vejamos, pois, as verdadeiras dimensões desta parte da liturgia. 2.3.1 A Palavra proclamada não só instrui e revela o mistério da redenção e salvação realizado através da história (cf. SC 33)217 mas torna o Senhor realmente presente no meio do seu povo (SC n.7)218. O livro da Palavra é o sinal visível de que não se trata de palavra humana, mas daquela Palavra que a Igreja recebeu e conserva como escrita com especial assistência do Espírito Santo. Daí a importância que se deve dar a um trato digno deste sinal para que possa despertar a atenção da assembléia com relação à palavra proclamada (cf. IGMR n. 35)219. N.B. Não parece corresponder ao respeito devido à Palavra de Deus, o manuseio de folhetos ou de vários livros-textos. A mesa da Palavra ou “ambão” é o lugar próprio para se colocar o Livro da Palavra e para onde se dirigem os ministros a fim de proclamar a mensagem para o Povo de Deus reunido. No caso de se usar um folheto para a ação litúrgica cuide-se de apresentá-lo dentro de um livro ou capa dignos da Palavra de Deus. Na liturgia da Palavra é Deus quem fala a seu povo pela mediação dos ministros. Deve-se compreender claramente que o ofício de “proclamar não é presidencial, e sim de outros ministros leitores, diáconos e só excepcionalmente o presidente – (cf. IMGR n. 34)220. A homilia pelo contrário, é própria do Bispo ou do presbítero que preside a celebração e, mesmo que outros intervenham com testemunhos, diálogos, reflexões, a responsabilidade de adaptar a mensagem à vida da comunidade é do presidente. (Diretório das missas com crianças n.48; cf. “3ª instrução”, com nota interpretativa da CNL, CNBB 1970). – Que os fiéis sejam educados na consciência de que é Deus quem fala a seu povo, revelando-se a si mesmo como aquele que chama à salvação e a realiza efetivamente. A presença de Deus na Palavra dispõe a assembléia à escuta atenta e a provoca ao diálogo com ele. O Cristo, presente no meio dos fiéis, fala pelo seu Evangelho: é o ponto culminante da liturgia da Palavra. A Palavra de Deus proclamada na liturgia é mais do que uma instrução que leva ao conteúdo do texto. Deve-se conduzir a assembléia a uma verdadeira comunicação orante com a pessoa de Cristo. Eis porque a própria estrutura da liturgia da Palavra inclui leituras, salmo responsorial, silêncio, aclamação, Evangelho, homilia, profissão de fé e oração universal para as necessidades de toda a Igreja e do mundo inteiro.

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– Que o povo acolha a palavra numa atitude de fé e seja iniciado a dar sua resposta à mensagem ouvida recitando ou cantando o salmo responsorial. A retomada de um REFRÃO simples intercalado com o canto feito pelo salmista, ajuda o aprofundamento do clima de oração de toda a assembléia participante da Palavra (cf. IGMR 33-39)221. 2.3.2. Salmo Responsorial e Aclamação 2.3.2.1. Parte integrante da liturgia da Palavra, o salmo responsorial pertence ao povo que, por meio do canto, expressa sua atitude de meditação, atenção à revelação de Deus e oração como resposta à proclamação. O salmo responsorial, ao mesmo tempo resposta da Igreja e proclamação da palavra, tomou importância na reforma litúrgica. Pastoralmente, porém, ainda não é suficientemente revalorizado. Trata-se do texto colocado após a primeira leitura bíblica e retirado da própria Sagrada Escritura, isto é um salmo. Para que cumpra sua função litúrgica, não pode ser reduzido a simples leitura. É parte constitutiva da liturgia da Palavra e tem exigências musicais, litúrgicas e pastorais. De cunho lírico, deve normalmente ser cantado, pelo menos o refrão, que neste caso é intercalado com a leitura calma e meditativa do salmo de modo a permitir a assimilação e contemplação do texto. 2.3.2.2. Aclamação ao Evangelho Distinta do salmo responsorial é a ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO. É conveniente que um breve silêncio seja feito após o salmo, enquanto o diácono (ou o presbítero) se prepara para anunciar o Evangelho. A seguir, todos se colocam de pé, em sinal de disponibilidade para o seguimento da mensagem de vida, e cantem o “ALELUIA e a aclamação” que se caracteriza por ser um canto processional. 2.3.3. A Homilia A homilia (etimologicamente: continuação da conversa sobre o mesmo assunto) tem a função específica de cultivar a fé dos iniciados na participação na Eucaristia. – Que a homilia (comentário vivencial da mensagem) não se assemelhe a um sermão explicativo, mas tenha a função de fazer o confronto da vida cotidiana da comunidade com os apelos da Palavra. – Cada homilia deve visar à conversão comunitária: que a comunidade como tal se veja questionada pela Palavra e chamada a tomar atitudes mais evangélicas. – A proposta de tarefas para uma revisão leal e um esforço comum será evidentemente um meio pedagógico muito eficaz. Isso permitirá a comunidade dar um testemunho visível de que a liturgia da Palavra opera o crescimento e a transformação pascal. – Nos grupos, o conhecimento maior que o presbítero tem da vida dos participantes e o diálogo orientado pelo presidente facilitará a tarefa de concretizar a aplicação da Palavra à vida, bem como a escolha de tarefas que canalizem os esforços dos fiéis (Diretório das missas com crianças n. 48, comparar com a “Terceira Instrução” de 5 de setembro de 1970 e as “considerações” sobre a mesma “instrução” – CNL – CNBB).

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– Nas assembléias mais numerosas, o diálogo torna-se mais difícil, mas a solicitação de testemunhos por parte dos participantes, a conversa em grupos após a missa (ou mesmo durante) para que o povo se expresse sobre as conseqüências que a Palavra ouvida teria para a vida cristã da comunidade poderia abrir caminhos para efeitos reais e comunitários da Palavra (Diretório, das missas com crianças n. 24). – A preparação da homilia nos grupos de evangelização, a retomada do mesmo assunto nas reuniões destes grupos, poderá oferecer dimensões vivenciais à palavra da liturgia dominical. O que não nos pode satisfazer é a simples leitura e comentário da Palavra, feitos no correr da celebração eucarística, sem mais, como aliás se tem feito constantemente. Esse hábito tornou-se causa do pouco efeito de conversão eclesial verificado após tantos anos de participação assídua à assembléia dominical (cf. IGMR, 41-42). – Seria desejável que o núcleo da mensagem do dia fosse sintetizado numa espécie de “slogan”, que, por ser de fácil memorização, permanecesse nos lábios e no coração dos participantes durante toda a semana. 2.3.4. “Creio” 2.3.4.1. O Creio, proclamação da fé eclesial, expressa atitude assumida pela comunidade diante da Palavra anunciada e refletida. É feito em forma de “símbolo”, prescrito para certos dias. O “símbolo” tem um valor de tradição, acrescido de uma autêntica manifestação da unidade da Igreja na mesma fé. Por isso, nos dias em que o “Creio” é prescrito (cf. IGMR, 43-44)222, vemos assumir uma das fórmulas propostas pelo missal, na convicção de que esta é a fé proclamada pela Igreja, em todas as partes do mundo em que ela se reúne. Só uma verdadeira catequese dará suficiente motivação para não substituirmos as fórmulas oficiais por outras, alheias à fé católica. 2.3.4.2. Poder-se-á, no entanto, principalmente para o canto adaptar versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não esteja de acordo com o texto litúrgico” (cf. Diretório das missas com crianças, n.31; ver também “Instrução Musicam sacram”, n.55)223. 2.3.4.3. Nos dias em que a recitação do Credo não for prescrita, poder-se-á fazer eco à mensagem proclamada com expressões mais livremente compostas e que manifestem a fé da comunidade. Deve-se, contudo, ter e cuidado de não fazer uso de fórmulas totalmente alheias à fé, ou que manifestem uma “fé” de cunho exclusivamente humano. A proposta da mensagem e a concretização da mesma na vida da comunidade, feitas na homilia culminam de modo muito lógico, se o final da homilia faz apelo à afirmação da fé por parte da comunidade. 2.3.5. Oração dos fiéis Parte integrante da liturgia da Palavra, deverá sempre estar presente nas celebrações. As vezes poderá tomar um tom mais solene, através do canto recitativo; normalmente, porém, este será o momento da espontaneidade na oração pública da Igreja.

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O conteúdo das orações dos fiéis são um autêntico termômetro do nível de consciência dos mesmos. Não se deve, pois, escamotear a verdade, impedindo que se manifeste esse despreparo no tocante à educação da comunidade para a oração litúrgico-eclesial. Não basta ler, num folheto ou no missal, algumas intenções bem formuladas. É preciso educar os fiéis para as preces da comunidade, a fim de que a espontaneidade de uma assembléia expresse os verdadeiros interesses e necessidades da Igreja, da humanidade e da comunidade local, conforme as circunstâncias (IGMR 46, 99)224. É o exercício do sacerdócio batismal que se expressa nesta forma de participação na oração litúrgica (cf. IGMR 45)225. Lembremo-nos de que Deus normalmente age através das causas segundas, que somos nós mesmos. Portanto suplicar uma “graça” supõe comprometimento de colaboração para que a necessidade seja satisfeita em conformidade com a vontade do Pai. Responder “AMÉM” à oração pública implica numa atitude de fé-fidelidade à própria vocação enquanto chamado a dar uma resposta realista e confiante ao dom da fé que se apresenta em forma de missão a ser realizada. 2.4. Liturgia Eucarística A Introdução geral do Missal Romano apresenta a distinção entre “Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística”. Na realidade, a “Liturgia da Palavra” também é Eucarística porque a palavra é sacramental e o sacramento da comensalidade (refeição, ceia) também é querigmático, anamnético, latrêutico... Palavra e refeição, toda a missa, portanto, é eminentemente Eucarística”, constituindo único ato de culto (IGMR 8)226. É de suma urgência que se faça perceber, através de uma catequese adequada, a unidade da liturgia eucarística. A apresentação das ofertas, a oração de ação de graças sacrifical e a comunhão no Corpo e Sangue do Senhor são três momentos de uma ação dinâmica e globalizadora. Não raro, porém, a comunidade toma uma atitude de espera, até que passem os dois primeiros momentos, a fim de voltar a participar da ação litúrgica pela comunhão. Isso tem como conseqüência uma certa concepção de “receber a comunhão” e não de celebrar o sacrifício, de “FAZER COMUNHÃO” no sentido forte e pleno de Eucaristia como COMUM-UNIÃO no Corpo e no Sangue do Cristo, sacramento da reunificação fraterna dos homens entre si e destes como Pai por Cristo, mediador e pontífice. 2.4.1. Preparação das oferendas Expressão da “koinonia” comunhão de pessoas capazes de efetivamente colocar em comum a que são e o que possuem para distribuir conforme as necessidades dos irmãos e para atender às necessidades da própria comunidade (Rm 12,1-2)227 a apresentação das oferendas não pode ser reduzida a um transporte (simples ou mais solene) do pão, do vinho e da água para a mesa do altar (cf. IGMR 49)228. De quando em quando deve-se dar largas à criatividade para significar liturgicamente a para entre os irmãos, lembrando a advertência de Paulo: “Mal vos pondes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição e enquanto uns têm fome, outros se fartam...” (1Cor 11,20). Tão-somente o recolher a “coleta” não educa os fiéis para a dimensão sacrifical da vida na sua totalidade e deste gesto em particular. Promover a entrega de gêneros em

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benefício dos necessitados e da igreja poderá ser uma forma de despertar a generosidade dos fiéis para com os irmãos e educar para uma consciência eclesial (cf. IGMR 49)229. Parte integrante da Eucaristia, a oferta tem um sentido profundamente evangélico de ação de graças pelos dons, de generosidade na partilha, de fé confiante na providência, de fraternidade pela atenção às necessidades alheias. Com efeito a destinação dos bens em benefício das necessidades da comunidade é condição para que a assembléia tenha significação cristã (cf. Ef 4,28)230. Por isso a prestação de contas sobre a aplicação das rendas “da coleta” é um dever para com a comunidade. Se quisermos que os cristãos compreendam o valor de sua colaboração, uma catequese mistagógica (iniciação à significação dos gestos e ritos) deste momento da celebração se faz necessária. É sobre estas oferendas, expressão da vida fraterna e de fé, que se faz a “oração sobre as oferendas”. O canto processional justifica-se quando as oferendas não se encontram sobre o altar desde o início da celebração. Aliás, isto não deve acontecer, sob pena de esvaziar o rito de apresentação das mesmas (IGMR 50)231. N.B. É preciso que se reveja o conteúdo dos cantos para evitar que se refiram exclusivamente ao pão e ao vinho e passem a evidenciar o sentido da “coleta” de bens para serem distribuídos entre os irmãos e atender às necessidades do culto. 2.4.2. Ação Eucarística 2.4.2.1. É pedagogicamente importante que se dê o sentido da “mesa do Corpo e Sangue” do Cristo, como participação no sacrifício sacramental. Não basta assistir à “oração eucarística para presenciar ou admirar e até adorar o sacramento. Eucaristia é ceia sacrifical, refeição-sacramental e “felizes os convidados para a ceia do Senhor” (Missal). A insistência a participação na comunhão deve sempre ser moda pelo sentido eclesial do sacramento que significa e realiza a Igreja, mistério e sinal de unidade. O hábito de assistir sem comungar, participando apenas externamente pelos cantos e diálogos, não satisfaz à exigência fundamental da intenção do Senhor, que é de se entregar como comida e bebida para que tenhamos a vida e a vida eterna (cf. Jo 6,49s; 1Cor 11,23s; cf. IGMR 56)232. 2.4.2.2. Nada impede que se convide os que vão participar da comunhão a se reunirem em torno da mesa do altar a partir do diálogo que precede o prefácio. Esse gesto manifesta a eficácia unificadora do Corpo e do Sangue para os que se alimentam de Cristo e corrige a mentalidade de estar presente assistindo à Missa”, mas sem participação sacramental. Neste caso, é preciso que se prepare a comunidade através de adequada catequese e se tenha o cuidado para não impedir a visão dos demais fiéis. 2.4.2.3. O fato de as crianças serem admitidas na assembléia antes de poderem participar da Eucaristia (por não terem feito ainda a “primeira comunhão”), exerce uma influência no sentido de conceberem a “Eucaristia participada sem comungar”. Pastoralmente, respeitando as normas canônicas, é preciso encontrar também outros modos de levar as criancinhas à igreja sem colocá-las na assembléia eucarística da

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qual não podem ou não querem participar (Diretório das missas com crianças, n.16)233. Mesmo sabendo o efeito positivo do exemplo dos adultos sobretudo se as crianças não se sentirem preteridas é recomendável que se lhes dê assistência distinta e adaptada. Caso sejam atendidas por catequistas ou outras pessoas fora do recinto da celebração eucarística, é bom que sejam apresentadas à comunidade para receberem juntamente com esta, a bênção final, fomentando-se assim o espírito cristão da família eclesial (cf. Diretório das missas com crianças, n.16 e 17)234. 2.4.3. Prefácio O prefácio faz parte integrante da Oração Eucarística desde o diálogo inicial, que constitui um solene apelo diaconal à assembléia para que se coloque em atitude reverente e faça verdadeiramente sua ação. Até tipograficamente o prefácio está unido ao restante do Cânon. N.B. Em certas liturgias orientais o “abraço de paz” precede esse diálogo com uma advertência de que todos devem estar preparados para a ação que está se desenrolando. O prefácio é tipicamente louvação e ação de graças a Deus por toda a obra da Salvação que vai se tornar presente na “ação eucarística”, destacando-se os aspectos particulares conforme as variáveis do dia, festa ou tempo litúrgico. Graças à variedade de textos novos de prefácios, já não se pode defender a rigidez e a invariabilidade das formulações propostas. Inclusive as quatro orações eucarísticas atuais não são tidas como exaustivas ou ponto final. A criatividade relativa e a variabilidade, ordenadamente promovidas, corresponde à mentalidade do pós-Vaticano II e à mais sã tradição litúrgica. Tratando-se da oração em que a Igreja proclama, de modo o mais solene, sua fé, é preciso que haja uma séria preparação de tais textos e que o conteúdo seria examinado e aprovado pelo magistério que rege a comunidade pelos autênticos caminhos da fé apostólica (cf. Instrução sobre as preces eucarísticas; Diretório das missas com crianças, n.52)235. N.B. É bom lembrar que a “oração eucarística” era muito mais um “canon actionis” do que a formulação completa de um texto. Temos o testemunho claro de Hipólito (Tradição Apostólica n. 28) e de Justino (Apologia I, n. 67)236, bem como da história da liturgia até o século IV (cf. Jungmann, Missarum sollemnia, passim). Seria desejável que se pudesse explicitar, além dos motivos próprios do tempo litúrgico que reúne a comunidade em ação de graças, o motivo específico de algumas celebrações que ocasionam tal assembleamento concreto. Isso fará com que a ação de graças se ligue à experiência de salvação vivida por aquela comunidade (cf. IGMR n. 55a mais claro em “Diretório das missas com crianças” n. 22, em que se fala de inserir as motivações para a ação de graças antes do diálogo do prefácio). 2.4.4. Aclamações

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O SANTO e a grande aclamação da missa e pode dizer-se que é o primeiro canto em ordem de importância (juntamente com o salmo responsorial). Quanto possível deve ser solene e cantado, pois assim ganhará mais autenticamente sua dimensão de aclamação. É de toda conveniência que também se dê particular destaque às aclamações após a consagração. A fim de intensificar a participação de toda a assembléia na solene oração eucarística é de toda conveniência que se prevejam fórmulas de aclamação que oportunamente façam o povo mais ativo na oração memorial, sem com isso reduzirmos o Canon a um simples diálogo, à semelhança de um coro falado. Exatamente neste espírito é que se justifica, e mesmo se faz necessário, propor à Sé Romana as adaptações que se julgarem pastoralmente úteis (cf. SC 40; Diretório das missas com crianças n. 5; veja-se também ibd. n.30)237, e até mesmo textos de orações eucarísticas para situações e circunstâncias que pedem formulários adaptados ao bem da comunidade (por exemplo, aprovação de anáforas para Congresso Eucarístico e preparação de textos para missas com crianças, cf. Diretório n. 52). 2.4.5. Textos presidenciais A Eucaristia, memorial do sacrifício pascal e Ceia do Senhor, tem sua culminância na grande oração de ação de graças e de santificação. Toda a comunidade congregada se associa ao Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oferenda de sacrifício, sob a presidência do bispo (ou do sacerdote), que faz memória dos grandes acontecimentos do mistério da salvação, enquanto o povo intervém com aclamações, respostas e participação ativa. A oração eucarística é tipicamente presidencial. Não se trata de uma fórmula feita que a assembléia possa recitar juntamente com o presidente, pois isso a faria perder sua característica de “memória” (evocação de algo conhecido, mas que se escuta com renovada reverência, pois se torna presente eficazmente). Até o século II esta oração não era escrita e constituía a originalidade de cada celebração. Santo Hipólito de Roma é quem fixa o primeiro esquema dos elementos essenciais de que deve constar a oração eucarística. N.B. Antes de se pleitear a espontaneidade do presidente na formulação da oração consagratória, temos imenso campo para a imaginação criadora em outras partes da celebração litúrgica (cf. IGMR 54, 55, 322. – Indicações a respeito do sentido, dinâmica e escolha das orações eucarísticas)238. Compete, pois, exclusivamente ao presidente pronunciar em nome da Igreja e da assembléia: a epiclesis (invocação do poder do Espírito sobre os dons dos homens, para que se tornem salvíficos), a narração da instituição (repetição de gestos e palavras com que Cristo instituiu c sacramento que perpetua seu mistério na Igreja de modo visível), a anamnesis (Memorial do mistério pascal, tornando presente a pessoa do Cristo-Senhor, em todos os fatos salvíficos da sua vida principalmente em sua paixão, morte, ressurreição e ascensão; a Igreja, com efeito, recebeu do Senhor, através dos apóstolos, o mandato de realizar sua ceia ao longo da história), a oblação (em que a Igreja atual realiza a oferta não só do Cristo presente, mas de si própria na

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pessoa dos fiéis que se oferecem juntamente com seu Redentor e Senhor, ao Pai no Espírito Santo – IGMR 56)239. N.B. Isso significa que o presidente deve proclamar, em forma recitativa e com voz clara, do início do Cânon até o “Lembrai-vos”. As intervenções do povo são oportunas e se manifestam através de aclamações. 2.4.6. Preces de intercessão É preciso não confundir as “preces de intercessão” que fazem parte da “Memória” com as “preces universais que seguem a homilia e a profissão de fé. As “preces de intercessão” incluídas na própria oração eucarística revelam que a Igreja celebra o Memorial do Senhor comunhão com todos os seus membros vivos e defuntos chamados a participar da salvação adquirida pelo Corpo e Sangue do Cristo. Não se trata de uma exposição de necessidades da comunidade humana terrestre, mas de uma lembrança da Igreja na universalidade de seus membros, no dizer de Policarpo de Esmirna que, em voz alta, rezou “por toda a Igreja Católica, espalhada por todo o orbe” (cf. Martyrium Policarpi c.8,1; 5,1). N.B. Na liturgia comparada e na história do Cânon nem sempre as intercessões fizeram parte da oração eucarística. Hoje fazem parte da oração presidencial, mas em sentido menos estrito que as citamos no item precedente. Com efeito, a memória de nomes nas preces de intercessão era feita pelo próprio presidente ou por outro ministro (cf. Jungmann, Missarum sollemnia, passim). 2.4.7. Doxologia Reconhecendo em Cristo o único sacerdote e mediador, é muito importante e oportuno que se dê especial destaque a esse momento litúrgico, conclusivo da grande oração eucarística. Aqui é que se faz a elevação propriamente dita do Corpo e do Sangue do Senhor, por quem sobe ao Pai todo louvor que a humanidade lhe rende. N.B. É claro que a elevação continua até que se tenha respondido o AMÉM. A solenidade desta aclamação cristológica pede que evitemos qualquer pressa de passar adiante. Embora teologicamente nada impedisse que toda a assembléia a proclamasse ou cantasse, chamamos a atenção para a real valorização do AMÉM, que neste momento toma uma visão ampla de ratificação, por parte da assembléia, de toda a memória feita pelo presidente, em voz claramente audível. Como está, aliás, a doxologia é mais uma formulação presidencial que pede resposta da assembléia; isso devido à estrutura mesma do Canon, onde as intervenções da assembléia são as aclamações ( IGMR 55h)240. N.B. Sabe-se no entanto que é difícil obter uma resposta comunitária e solene, quando o curto AMÉM é colocado depois de uma longa oração presidencial. É preciso, pois, que se dê maior solenidade e corpo a este AMÉM, envolvendo-o em autênticas aclamações com formulações bíblicas cantáveis (por exemplo, inspiradas em 2Cor 1,20; Ap 3,14; 7,10s). 2.5. Ritos de comunhão

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É importante que a pastoral litúrgica, por meio da catequese e da própria celebração, leve os fiéis a perceberem o sentido unitário dos ritos que precedem e acompanham a recepção sacramental do Corpo e Sangue de Cristo. Esse conjunto é que torna vivo o aspecto de refeição pascal. A verdade é que o “ sacrifício, como a paixão de Cristo, é oferecido por todos, mas não produz seu efeito senão naqueles que se unem à paixão de Cristo pela fé e caridade” (EM. 12; Sto. Tomás III q. 79 a 7 ad 2)241. As práticas de piedade com que os fiéis foram acostumados a se prepararem para a comunhão e que ainda hoje, não raro, se costuma fazer privada ou coletivamente, não podem comparar-se à riqueza que os próprios ritos encerram. Destacam-se: 2.5.1. – O Pai-nosso com seu embolismo, que de certo modo sintetizam e expressam sentimentos semelhantes ao da Oração eucarística. 2.5.2. – A paz pedida a Cristo, Senhor da paz, oferecida e recebida entre irmãos, desde que este gesto não venha a ser apenas mais um rito, mas se enriqueça de seu conteúdo profundamente humano e evangélico. Tal gesto deve comprometer os que o fazem a se tornaram artesãos da paz na comunidade humana. 2.5.3. – A fração do pão soleniza o gesto de repartir o alimento que é destinado a todos que crêem no dom do Senhor e não recusam recebê-lo. A mistura do fragmento simboliza que a unidade da Igreja Universal se realiza e recebe novo impulso na celebração da única Eucaristia na comunhão de fé e na fraternidade que reanima e consolida o Corpo do Senhor pela força do Espírito. Esse gesto ritual é acompanhado pelo canto ou recitação do “Cordeiro de Deus” por parte dos fiéis. O comer e o beber do sacramento, alimento espiritual dos cristãos, manifesta que estamos dispostos a partilhar com os irmãos o alimento que recebemos do Pai. O fato de assentar-nos à sua mesa não significa apenas o desejo de nos alimentar, o cristão, pela comunhão com Cristo, assume com ele a missão de alimentar outros e, portanto, assume o dever de partilhar com os outros a sua fé e seus bens. 2.5.4. – Mesmo certos da plena validade da comunhão sob qualquer uma das duas espécies, conforme doutrina do Concílio de Trento (sess. 21 – Denz. 1725-1729), não deixemos de patentear aos fiéis que a comunhão tem muito mais sentido de sinal quando é administrada conforme a vontade do Senhor que selou a aliança nova e eterna no seu Corpo e no seu Sangue dados sob as espécies de pão e de vinho, onde se vê mais claramente a relação da Ceia eucarística com o banquete escatológico do Reino. É desejável que se admita de preferência esta forma de comunhão, sempre que razões pastorais sérias não venham a dificultá-la. À luz deste princípio, podemos admitir que, mesmo regulamentando a prática, a lista de ocasiões enumeradas não seja exaustiva; com efeito, a própria Sé Romana já tem mais vezes alargado tal costume graças aos frutos verificados e para atender à justa aspiração dos fiéis (cf. IGMR, 241-252 e 76; EM., 32)242.

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N.B. Quanto à comunhão mais de uma vez por dia, a Sé Romana vem ampliando as faculdades concedidas, a fim de não privar da comunhão eucarística os fiéis que, por circunstâncias especiais, participam de mais de uma celebração. Não se trata de facilitar a piedade individualista de pessoas que gostariam de comungar várias vezes no mesmo dia. O critério fundamental é que se dá possibilidade de participar sacramentalmente do mistério eucarístico àquelas pessoas que, integrando grupos diferentes, viessem a celebrar a Eucaristia como coroamento de sua vivência, mais de uma vez no mesmo dia (cf. “Immensae caritatis” de 29/3/73). 2.5.5. É bom lembrar que a matéria da Celebração Eucarística deve, na medida do possível, ter o aspecto de pão (IGMR 282-283)243. Com urgência é preciso providenciar a fabricação de partículas mais espessas, embora sem fermento conforme o costume introduzido na Igreja latina. Isso é exigido, diz o Missal Romano (n. 283), em razão do sinal. A fração deveria permitir a distribuição de pedaços do mesmo pão, ao menos, a alguns participantes da Eucaristia, manifestando assim a força e a importância da unidade da Igreja num único pão. N.B. Quanto ao modo de distribuir a comunhão e ao tratamento a ser dado aos fragmentos na purificação, cf. De sacra comm. et de cultu euch. extra missam 2-22. 2.5.6. O silêncio faz parte da celebração eucarística (IGMR 23)244 porque se faz Palavra e fonte de palavra quando é profunda comunhão sem ruído nem vazio. É do silêncio que se produzem as palavras de sabedoria, bem como as palavras produzem o silêncio da meditação. O silêncio se faz indispensável para que a oração presidencial brote do coração, a Palavra de Deus se torne eficaz, a Eucaristia seja assumida como crescimento de comunicação (cf. Diretório das missas com crianças n. 22 e 37; EM 38)245. O silêncio é que dará maior sentido e profundidade à oração presidencial do pós-comunhão. 2.6. Ritos de conclusão A bênção final, felizmente enriquecida com a oração sobre o povo, e bênçãos solenes em certas festas, dão maior determinação às palavras empregadas normalmente. Estas formulações foram adotadas pelo novo missal e retomadas das contribuições vindas dos séculos VI ao X, na liturgia Romana. 2.6.1. Diante da bondade e beleza das realidades criadas, sobretudo daquelas que são feitas à imagem e semelhança do Criador (Gn 1)246, o cristão bendiz, glorifica e exalta o Senhor do universo. Bênção que evoca a necessidade de proclamar as maravilhas do Senhor. 2.6.2. Há também a bênção descendente, em que Deus confere poder e santidade aos seus servidores – por exemplo, os patriarcas que abençoam seus descendentes, Cristo que abençoa os apóstolos, a Igreja que reserva objetos para o uso do serviço do Senhor. É a oração petitória dos homens em forma de liturgia. 2.6.3. É este o momento precioso para um contacto bem humano e cordial; mas ao mesmo tempo comprometedor para a vivência durante a semana. Os fiéis devem concluir a assembléia com algo bem concreto a realizar no seu dia-a-dia, sinal da

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unidade da assembléia que se dispersa, mas, permanece unida na construção do Reino. N.B. Antes da despedida e bênção final é que se devem dar oportunamente os AVISOS. Nunca e de modo algum antes, durante ou depois da homilia, nem antes do pós-comunhão. Era este o momento em que os irmãos determinavam o local da próxima reunião e em que se entendiam sobre o que fazer em conseqüência da assembléia eucarística e da palavra ouvida, fonte de um chamado a um maior compromisso com o “mundo melhor”. 2.7. Dimensões do mistério Eucarístico 2.7.1. Vivendo do sacramento dado, para a vida do mundo, o cristão deve colocar-se a serviço do homem para completar a obra de Cristo, construindo um mundo novo fundado na justiça, na verdade e no amor (cf. Jo 6,51; Oct Adv. An. 36, 43, 45; Medellín 11,18; 10,11)247. 2.7.2. Sacramento da libertação do homem, a Eucaristia denuncia os egoísmos e privilégios; ela engaja o cristão a lutar contra as injustiças e desigualdades para que cessem os ódios e as divisões (cf. Evang. Testificatio 18; Oct. Adv. An. 15, 47, 48; Medellín 9, 14)248. 2.7.3. Sacramento da unidade do mundo, compromete quem dela participa a lutar pela justiça e pela paz e aviva a solidariedade com todos os que trabalham para o desenvolvimento do homem e na criação de um mundo mais fraterno (cf. ET 18, 19; Oct. Adv. An. 7; Euch. Myst. 6, 7, 18; Medellín 9, 12)249. Na medida em que nos engajamos a viver deste modo o mistério da Eucaristia, nossas celebrações encontram seu sentido e testemunham nossa consagração aos homens e ao Cristo (cf. Oct. Adv. An. 46; NA 5; Medellín 10, 12; 8, 10; 9, 3.7)250. 2.7.4 O amor do Cristo e a celebração da Eucaristia reúnem os cristãos em comunidades vivas onde todos se amam verdadeiramente. Disponíveis aos apelos do Espírito e atentos às necessidades dos homens, as comunidades que se reúnem para a Eucaristia tornam-se um sinal e fermento da unidade que o mundo de hoje, disperso e atormentado pela solidão procura (cf. ET 38, 39; EM 18; Medellín 6, 9. 13; 9, 3; 15, 6)251. 2.7.5. Desse modo os cristãos devem tomar consciência de que as assembléias e a própria vida do dia-a-dia não podem ser plenamente Eucaristia, se não forem consagradas aos homens, procurando servir às pessoas e não às estruturas (cf. GS 25)252. 2.7.6. Além disso, a exemplo do Cristo com quem comungamos pelo sacramento, devemos partilhar a vida dos homens e viver na verdade a dimensão humana do Evangelho. No entanto, isto não será possível se a comunidade não se reunir freqüentemente numa real co-participação nas aspirações e recursos, num sincero questionamento de sua influência na realização do pleno desenvolvimento das pessoas e da sociedade.

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2.7.7. Pode-se dizer que a Eucaristia tem uma exigência fundamental de transformação do homem, pois, “anunciamos a morte do Senhor até que ele venha” (1Cor 11,26). Tanto o seu coração egoísta e pecaminoso, quanto as estruturas opressoras e exploradoras devem ser transformadas pela Eucaristia (Medellín 1,2; 2,16; 4,3; 10,2.15,1; 1,3.14; 7,19)253 a fim de que apareça o testemunho a que a liturgia deve levar a Igreja e cada cristão (Medellín 9, 3 .7)254. Capítulo III: A DISTRIBUIÇÃO DA EUCARISTIA 3.1. A Eucaristia, deixada pelo Senhor como penhor da esperança e viático para esta caminhada na comunhão fraterna, é o alimento que faz a Igreja viver o dinamismo pascalizante e transformador (cf. 1Cor 11,20s)255. 3.1.1. É importante que na pastoral se supere a idéia de alimento para a piedade individual” mas se dê ênfase às dimensões de compromisso comunitário e social deste sacramento, que insere os que dele participam, no corpo de Cristo visivelmente presente no mundo (cf. PO 5; De Sacra Comm. n.15)256. 3.1.2 Em vista destes objetivos, é necessário que se reveja a pastoral da celebração e distribuição da Eucaristia, evitando-se uma espécie de rotina para uns poucos privilegiados e privando outros do necessário alimento. Uma distribuição melhor da Eucaristia, que possibilite o maior número de pessoas celebrar e comungar, manifestará mais evidentemente a união eclesial e dinamizará a fraternidade pela freqüente participação sacramental eucarística. 3.1.3. O magistério tem sempre incentivado a comunhão freqüente, e sabemos como a regular e assídua participação no sacramento eucarístico contribui para o crescimento na fé e compromete com uma ação comunitária (De Sacra Comm. n.14). N.B. Para facilitar a participação freqüente na Eucaristia, deve-se atender às necessidades legítimas dos fiéis, máxime daqueles que estão impedidos de se unir fisicamente à assembléia que se reúne em determinada lugar e hora. Portanto, além de atendimento aos enfermos e idosos, pode-se distribuir a comunhão fora da missa aos que pedirem por estarem legitimamente impedidos no momento da celebração. Cuide-se, no entanto, de educar essas pessoas para o sentido da íntima ligação que existe entre o “Sacramento conservado” e a “ação litúrgica”, de modo que sempre comunguem em união com o sacrifício pascal do Cristo e com o seu Corpo, que é a comunidade eclesial (cf. Euch. Myst. N. 3a; De Sacra Comm... n.15). Evitem-se os exageros de desligar “comunhão e ação eucarística” mas também a rigidez de negar a participação no sacramento da unidade às pessoas legitimamente impedidas de se reunirem mas que vivem na comunhão eclesial. 3.1.4. A união com Cristo pela Eucaristia ajudará o cristão a colocar toda a sua vida sob a moção do Espírito Santo e lhe ensinará a viver dia a dia em ação de graças, produzindo muitos frutos no amor (cf. De Sacra Comm... n. 25). 3.2. Conseqüências práticas

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3.2.1 É necessário que, através da catequese, se faça perceber que a Eucaristia, sacramento da unidade, não se limita à posse do Corpo do Cristo em benefício do indivíduo que crê na sua presença; a comunhão pessoal com Cristo eucarístico é raiz e centro da comunidade cristã e educadora do espírito comunitário que significa e realiza a unidade da Igreja (cf. AG 9; PO 6; ver nota 31; CD 30/2; LG 3; Medellín 6, 9.13; 9, 3; 15,6; De Sacra Comm. 3)257. 3.2.2 Cuide-se para que com freqüência, os grupos que se reúnem no Senhor para meditar o Evangelho e questionar sua vida à luz do exemplo de Jesus de Nazaré, tenham facilidade de se alimentarem com a comunhão eucarística, fonte e ápice da vida cristã e de toda a evangelização (cf. LG 11; PO 5)258. O mesmo é de se desejar que aconteça nas famílias, quando estas se reúnem por algum motivo particular (festas, datas, acontecimentos) e à luz da fé manifestam uma autêntica dimensão de Igreja doméstica (LG 11)259. A celebração doméstica da Eucaristia é uma redescoberta preciosa da pastoral e fonte de muitos benefícios, desde que não se torne privilégio de relação amigável e seja autêntica concretização da Igreja no lar. Essa atitude de santificar tais reuniões familiares com a participação sacramental da Eucaristia, do Cristo, é apta a manifestar a materna solicitude com que a Igreja se alegra, sofre e vive presente onde seus filhos oferecem o sacrifício espiritual, agradável ao Senhor. 3.2.3. É evidente que em nossas extensas paróquias rurais, onde os fiéis são privados da celebração eucarística por diferentes motivos, nem por isso devem ser abandonados à dispersão, mas convocados a se reunirem para o crescimento na evangelização e para o louvor público do Pai, quer na capela que tiverem logrado construir, quer em outro lugar apto a acolher os irmãos. Nestes casos, a atenção pastoral deve estar particularmente voltada para essas comunidades cristãs que, embora ainda privadas da presença do ministério presbiteral, não podem ser deixadas sem o alimento que contém todo o bem espiritual da Igreja, alimenta a caridade para com Deus e para com os homens, é a fonte de todo apostolado e que fará a Igreja criar raízes, a ponto de fornecer os ministros de que tem necessidade (cf. PO 5, 14; AG 39, 19, 15, 16)260. 3.2.4. Igual atenção pastoral deve-se dar aos nossos irmãos que sofrem nos cárceres inocentemente, por causa do Evangelho, ou em reparação dos seus pecados. A Eucaristia deverá ser a força libertadora, sobretudo nestes tempos em que se acham tolhidos também da liberdade social por que anseiam. Além de a visita dos irmãos na fé os confortar e alimentar, a Eucaristia será força purificadora e testemunho de união. 3.2.5. É justamente em vista dessas necessidades que se torna urgente a preparação de ministros da palavra e acólitos (ou ministros extraordinários da comunhão eucarística) para que o pão partido seja de fato levado aos membros da comunidade, onde quer que se encontrem realizando sua missão como Corpo de Cristo. N.B. De Sacra Comm. n.24 recomenda especial atenção para com os enfermos, idosos e pessoas que destes se ocupam. Essa tarefa urgente e indispensável de colocar a Eucaristia ao alcance de todos os cristãos, evangelizando-os para que integrem o Corpo de Cristo que é a comunidade e se alimentem com o sacramento do Corpo e do Sangue do mesmo Cristo, constitui o

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núcleo central do ministério presbiteral e é nisso que o mesmo se consuma, já que toda missão apostólica, bem como todos os sacramento, se ligam à Eucaristia e a ela se ordenam (cf. PO 2,5)261 . 3.2.6. Os acólitos são de fato, constituídos como ministros extraordinários, para responderem às necessidades dos fiéis e a Igreja prevê que os ordinários podem estender essa faculdade de distribuir a Eucaristia, a outros fiéis, desde que isso venha a ser útil à comunidade (cf. Immensae caritatis de 29.01.1973, n. 1,I e II; Ministeria quaedam n. 31; De Sacra Comm... n. 17)262. N.B. a) Convém chamar a atenção para o perigo de constituir ministros extraordinários da Comunhão Eucarística sem real necessidade pastoral, apenas para facilitação dos serviços nos centros já servidos por outros ministros. Cairíamos na tentação de enriquecer os que já possuem e continuar deixando no abandono os pobres, desprovidos da necessária assistência por parte da Igreja (cf. Immensae caritatis). b) É evidente que a distribuição da Eucaristia deve sempre inserir-se num contexto de vivência e de proclamação da fé que reúne a comunidade. Por isso, salvo impossibilidade real, a celebração da palavra é indispensável ao se distribuir o sacramento (cf. Ritual para a distribuição da comunhão fora da missa. De Sacra Comm. n. 26-53) c) Veja-se a respeito do incentivo à “comunhão freqüente” e à facilitação para a mesma, a Instrução “ Immensae caritatis “; De Sacra Comm. passim. Capítulo IV: CULTO EUCARÍSTICO 4.1. Sentido do culto eucarístico Se quisermos que a Eucaristia se torne o “coração da vida cristã” (AG 9; PO 6; CD 30)263, é preciso que compreendamos sempre mais profundamente o sentido da própria celebração e, à sua luz, tomemos consciência de todos os aspectos da vida sacramental da Igreja. Para vivermos plenamente este mistério e revelarmos sua significação, é necessário que procuremos compreender toda a realidade humana à luz do mistério da Páscoa, de que a Eucaristia é Memorial. Com efeito, os sinais sacramentais manifestam de maneira única e privilegiada a presença do Cristo pascal à sua Igreja, difundindo sua vida em nós, pelo dom do Espírito Santo (cf. ET 48; EM 50; De Sacra Comm. n. 80)264. É justamente por isso que o magistério e a fé da comunidade eclesial, desde há muitos séculos, destacam o valor da oração, tanto particular como pública, feita perante as sagradas espécies que são conservadas para alimento dos irmãos ausentes quando da reunião da assembléia (cf. De Sacra Comm. n. 3, 4 e 79; EM n. 58)265. A participação na celebração litúrgica deverá influenciar toda a vida do comungante e conduzi-lo a uma vida de autêntica oração (cf. De Sacra Comm. 81), sob pena de se tornar um comportamento alienante (cf. PO 6; GS 41, 43; EM 13; Medellín 9, 3-4)266. O culto à presença do Senhor sob as espécies consagradas está bem em harmonia com as afirmações da SC n.9-12 em que se afirma que as ações litúrgicas não esgotam toda a ação da Igreja. Portanto:

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4.1.1. Incentivar os fiéis a orarem diante do Sacramento a fim de que percebam melhor as exigências da Eucaristia (pastoralmente muito frutuoso e liturgicamente válido (cf. EM 50; ET 35)267. 4.1.2 Atrair a atenção da comunidade para os sinais eucarísticos, colocando-os em evidência (por ex. pela exposição ou outro meio que responda à sensibilidade cultural de determinado povo ou meio social) para evocar o memorial de sacrifício do Senhor, favorece a comunhão com o Cristo, na fé e na caridade, e urge o compromisso de ''testemunharem com o próprio comportamento e com toda a sua vida aquilo que receberam pela fé e pelo sacramento” (EM 13; cf. EM 60)268. 4.1.3. Nos templos ou capelas em que se conserva a Santíssima Eucaristia, deve-se promover oportunamente o culto público da oração diante do Santíssimo. Sacramento, para incentivar a comunidade local à meditação deste mistério que celebra (cf. De Sacra Comm., n.86). 4.2. Condições para o culto eucarístico 4.2.1. É necessário que se cuide muito da formação para a oração, a fim de que tais práticas não venham a se tornar apenas atos exteriores, vazios de ligação com a Eucaristia, favorecendo o sentimentalismo, e mais tendentes à solenidade do que à profundidade que ajuda a assimilar o conteúdo próprio do Sacramento. Mais importante do que qualquer preocupação com pompas e aparatos externos é criar um clima de recolhida oração em torno das espécies. N.B. a) Embora uma digna solenidade corresponda à realeza de Cristo glorificado, presente na Eucaristia, convém insistir mais sobre o conteúdo e o clima de oração. É importante que se conserve uma real hierarquia de valores, para que a exposição não seja mais destacada do que a própria celebração do sacramento da Eucaristia (cf. De Sacra Comm. n. 85, onde se fala a respeito do uso das velas para a exposição). b) É bom lembrar que a genuflexão com os dois joelhos (prostração), introduzida num contexto histórico para testemunhar publicamente a fé na presença, hoje volta à sua expressão tradicional, isto é, à genuflexão simples, com um só joelho mesmo diante do Santíssimo. Sacramento exposto (cf. De Sacra Comm. n. 84). 4.2.2. Não sendo um ato absolutamente desligado e independente, deve manter a relação com a celebração e a comunhão eucarísticas, a elas se subordinar e delas depender, sob pena de perder sua realidade e significação (De Sacra Comm. n. 80). 4.2.3. No silêncio e na paz da oração, torna-se mais fácil compreender toda a realidade humana à luz da Eucaristia que nos oferece uma maravilhosa síntese da revelação e do plano de Deus (cf. PP 13)269. 4.2.4. Como o grão de mostarda que não cessa de crescer, assim a Igreja progride no conhecimento das realidades e das palavras que lhe foram transmitidas, máxime da significação do mistério da Eucaristia. Provocar tal aprofundamento pela promoção do culto da Eucaristia, julgamos sumamente proveitoso à consciência da própria Igreja (De Sacra Comm., n. 81; EM n. 13)270. 4.3. Formas do culto

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A exemplo do Cristo Jesus, que “veio para fazer a vontade do Pai” e viveu seu mistério pascal como uma contínua oração, também nós descobriremos na celebração da Eucaristia uma exigência de oração como meio para interiorizar o engajamento que nos impele ao serviço dos irmãos num espírito de amor (cf. Jo 13, 19; PC 5; ES 21)271. 4.3.1 A visita ao Sacramento, conservado no sacrário ou exposto de modo mais visível, tem como escopo cimentar essa união com o Cristo, fazendo-nos pensar na ação sacrifical da celebração de ontem e de amanhã e nas disposições para o sacrifício, comprometendo-se mais profundamente na promoção da unidade. Seria, pois, de toda conveniência que os cristãos pudessem encontrar um momento para voltar ao silêncio da meditação, mesmo durante a jornada ou na calada da noite, para deixar que a união eucarística se aprofunde e se enraíze. Assim, o prolongamento da ação de graças levaria os que participam da comunhão eucarística a assumir as conseqüências deste ato comunitário. Essa ação de graças, que já na própria celebração tem seu lugar, não se esgota nos curtos momentos de uma ação comunitária; por isso é conveniente que na VISITA ao Santíssimo, também chamada “adoração ao Santíssimo” se tome calmamente o tempo que for necessário para vivenciar as exigências da celebração litúrgica (EM 13)272. Cuidem, pois, os pastores para que os templos e capelas em que se conserva a Santíssima Eucaristia, fiquem abertos certo número de horas por dia a fim de facilitar e favorecer a prática da visita para rezar diante do Sacramento (cf. De Sacra Comm., n. 8) 4.3.2. Assim, a bênção com o Sacramento, desde que não seja uma concorrência com a própria ação eucarística (por exemplo, colocada imediatamente antes ou depois), poderá tornar-se um momento precioso para reviver as dimensões da própria assembléia. Enfeixada numa celebração da palavra, reúne a comunidade em autêntica contemplação, se for precedida de conveniente catequese e celebrada com espírito pastoral (cf. Mediator Dei, AAS 39-1947, p. 566). É bom notar que não tem sentido expor o Santíssimo Sacramento apenas para dar a bênção com as sagradas espécies. Mesmo que não haja possibilidade de prolongar muito a exposição, é necessário que se preveja um tempo suficiente para uma celebração com hinos, cânticos, preces, leituras da Palavra de Deus e meditação do mistério. Em seguida encerra-se com a Bênção (cf. De Sacra Comm. n.89). 4.3.3. As procissões correspondem a uma especial sensibilidade popular. A pastoral não poderá facilmente inocentar-se de uma falta de respeito ao povo, suprimindo essa forma de devoção. Deve-se, no entanto, distinguir as procissões de cunho popular, tão amplamente freqüentadas, e a procissão eucarística cujo significado específico supõe uma vivência deste mistério. 4.3.3.1. Lembramos apenas a oportunidade que as procissões populares podem oferecer de uma ação evangelizadora, se forem bem preparadas e, por meio de adequados aparelhos sonoros, se puser ao alcance de tantas pessoas a Palavra de Deus, hinos, cânticos, preces... entremeados de breves reflexões evangélicas aplicadas à caminhada da vida cotidiana para a casa do Pai.

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4.3.3.2. A procissão com o Santíssimo Sacramento tem um sentido muito próprio, isto é, o de demonstrar publicamente a fé e a união de muitas comunidades que celebram e crêem no mesmo sacramento, força de unidade de toda a Igreja. É benéfico fazer pequenas comunidades e/ou as paróquias de uma mesma diocese convergirem para um lugar onde, sob a presidência do Bispo, os fiéis proclamam sua unidade a partir da Eucaristia. N.B. Parece não atender à finalidade do solene rito de levar a Eucaristia pelas ruas (“per vias”) a fim de dar testemunho público da fé e piedade da comunidade cristã para com o Santíssimo Sacramento, as procissões feitas no interior de um campo (cf. De Sacra Comm. n.101 e 107). 4.3.3.3. No entanto, as dificuldades são reais e, não raro, corre-se o risco de promover mais um aglomerado de pessoas do que constituir uma assembléia. Neste caso, a Eucaristia se tornaria um testemunho equívoco, pois, ao invés de reunir pessoas que descobriram o sacramento como vínculo de unidade, estaria sendo espetáculo para todos os sentimentos estranhos à fé autenticamente cristã. Cremos que só se poderá evitar um movimento estranho à profunda intimidade do sacramento se, além do emprego de técnicas de comunicação, procurarmos salvaguardar o sentido autêntico do sinal de uma convocação que congrega cristãos de diferentes localidades, mas sem perder a dimensão comunitária da reunião. A grande “massa humana” que costuma comparecer não poderá ser tratada como uma multidão informe, mas deverá manter autêntica estrutura de grande grupo organizado, em subgrupos onde a fraternidade seria experimentada e manifestada, testemunhando as dimensões de fé comunitária exigida pela Eucaristia. 4.3.3.4. Acrescem a estas dificuldades a realidade urbana de muitas de nossas paróquias. Além do aglomerado de pessoas atraídas pela necessidade de movimento, sem contudo terem a convocação da fé, o trânsito, nas grandes cidades mesmo com as precauções oficiais, sofre tamanho transtorno, que provoca uma conseqüente irritação contrária ao louvor do Cristo sacramentado. Também esse fator deverá ser levado em conta, juntamente com o pluralismo religioso, para se decidir sobre a conveniência de se promover ou não a procissão pelas ruas de determinada cidade. 4.3.3.5. No caso de não se poder realizar uma digna procissão, devido às dificuldades locais, máxime nos grandes centros urbanos onde os inconvenientes são mais acentuados, é de grande significado pastoral que se promovam concentrações de comunidades paroquiais para uma concelebração na catedral ou outras formas públicas de celebração em que a Igreja particular reze unida na grande solenidade do Sacramento da unidade (cf. De Sacra Comm. n. 102). 4.3.4. Apêndice: Uma experiência renovadora Apresentamos uma experiência, cujos efeitos benéficos poderiam ajudar a reflexão: – Um pároco resolveu com seus paroquianos e demais sacerdotes da cidade manifestar o significado de unidade eclesial da Eucaristia. No dia da festa, celebrou-se uma única Eucaristia na paróquia. A fim de preparar esta celebração, equipes organizadas percorreram todas as capelas da paróquia. De cada capela viria à celebração da matriz uma Comissão representativa.

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A hora acertada, estavam na matriz para a concelebração todos os sacerdotes da cidade, o povo da paróquia e os representantes das capelas em que se havia feito a preparação. O pároco fez a homilia e entregou-a por escrito a seus paroquianos. Após a comunhão dos presentes, cada ministro recebeu das mãos do pároco o Sacramento e, acompanhados pelos fiéis de cada respectiva comunidade (ou capela rural), partiram rumo às suas igrejas. Ao chegar no lugar previamente convencionado, a comunidade estava reunida. Daí partia a procissão, tendo à frente o ministro da Eucaristia com o Santíssimo Sacramento, seguido de todo o povo que rezava e cantava. Chegados ao lugar em que a comunidade se reúne normalmente, fez-se uma celebração, foi lida a homilia do pároco e distribuiu-se a comunhão. 4.3.4.1. O mesmo processo é viável em âmbito diocesano, se o bispo preside a Eucaristia com representações de todas as paróquias, caso a diocese tenha dimensões geográficas que o permitam fazer. 4.3.4.2. Para que isso tenha realmente efeito de testemunho e sinal, é preciso que se criem nestas ocasiões assembléias diocesanas e/ou paroquiais mesmo que para isso se tenha de suprimir outras celebrações da Eucaristia naquele dia. 4.3.4.3. Caso não seja possível esse método, é de toda conveniência que à celebração eucarística compareçam representantes das paróquias, constituídos em grupos comunitários. Que estes recebam das mãos do bispo a comunhão sacramental. Em seguida, que os fiéis acompanhem o bispo com o Santíssimo Sacramento até o local em que se guardará a Eucaristia (de preferência a catedral). Poder-se-á dar ali a bênção com as sagradas espécies, mas ficará fora de propósito celebrar uma segunda vez a Eucaristia, simplesmente para se redistribuir a comunhão, dando a impressão de que a consagração é feita para “distribuir a Eucaristia”. 4.3.4.4. É importante que se cuide mais da preparação dos fiéis que acompanham a procissão do que da propaganda em vista de avolumar o número dos participantes. 4.3.5. Congressos eucarísticos (diocesanos, nacionais e/ou internacionais). O que se disse a respeito da procissão eucarística vale, em parte, com relação aos congressos, a fim de que não se tornem simples motivo de um turismo ocasionado por uma promoção religioso-eucarística. O mais importante é que a movimentação se torne oportunidade de evangelização coletiva, capaz de canalizar os esforços. Os congressos podem ser motivo de uma polarização evangelizadora, como o tem demonstrado a Campanha da Fraternidade, desde que mereçam especial atenção pastoral e assessoramento com oportunos subsídios teológico-catequéticos e não se tornem quase exclusivamente uma atividade de companhias de turismo. 4.3.6. Com efeito, os Congressos Eucarísticos são manifestações por meio das quais uma Igreja particular convida outras Igrejas (de determinada região, país ou até de todos os continentes) para viverem juntas o mistério da unidade e aprofundá-lo sob um aspecto particular.

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Por isso, para que um Congresso seja realmente Eucarístico, é necessário que cada Igreja particular participe intensamente da preparação e se una às outras delegações representativas, no mesmo vínculo de fé e caridade (cf. De Sacra Comm. n.109). 4.3.7. Pastoral da adoração do Santíssimo É preciso que os assim chamados “Santuários da Adoração criem melhores condições de educar para uma autêntica vida de oração. Não devem tornar-se um lugar sacralizado, mas inserido na pastoral da diocese, sejam verdadeiros centros de culto e promovam em todas as paróquias e capelas o espírito de adoração ao Santíssimo Sacramento, onde quer que seja conservado. Os Santuários devem se tornar mais centros de incentivo e coordenação do culto Eucarístico, do que o único local de adoração. Para que isso aconteça é indispensável que haja um atendimento solícito aos grupos que os freqüentam a fim de irradiar o espírito que aí se cultiva. Faz-se, pois, necessário, repensar a função dos santuários na pastoral. As condições de meios de comunicação (transito) e os horários de intensa participação num mundo de trabalho não permitem mais a concretização de um ideal simplista neste sentido, mas exigem um planejamento realista. Não seria mais eficiente o deslocamento de equipes especializadas para a promoção da educação eucarística nas comunidades paroquiais e aí organizar o culto comunitário, do que atrair pessoas para um “lugar de exposição perpétua”, tirando-as das comunidades eclesiais em que vivem e celebram a Eucaristia? Não seria esta pelo menos uma meta que os santuários devem ajudar a descobrir? 4.3.8. Em todos os templos e capelas em que a Eucaristia é conservada, deve-se dar real destaque a esta dimensão do Sacramento (cf. De Sacra Comm., n.86), por exemplo, promovendo horas coletivas de oração diante do Sacramento, no sentido de fazer reviver as dimensões próprias da celebração e de despertar a atenção dos fiéis para o caráter de permanência da presença sacramental de Cristo em sua Igreja. Sobretudo, os grupos que se reúnem para tardes ou dias de oração e aprofundamento na fé sejam incentivados a orar diante do Sacramento. Essa preocupação pastoral terá como resultado centrar a vida cristã no Sacramento da Unidade. N.B. Aliás, outros santuários não especificamente eucarísticos também devem orientar sua pastoral para levar os peregrinos à descoberta do sacramento da Eucaristia como centro, raiz e fonte de toda a evangelização e vida cristã. Capítulo V: A PREPARAÇÃO DE PRESIDENTES E DEMAIS MINISTROS DA ASSEMBLÉIA LITÚRGICA O princípio da natureza eclesial da liturgia faz, por um lado, que ela se ligue aos ministros competentes – em última instância ao bispo que lhe dá cunho apostólico – e ao mesmo tempo, sendo sinal e expressão sincera dá fé dos cristãos, deve-se admitir “variações e adaptações legítimas aos diversos grupos, regiões e povos” (SC 37)273. A autêntica natureza da própria celebração não pode vincular-se a uma rígida uniformidade ritual contanto que se salve a “unidade substancial” no que respeita à fé e ao bem de toda a comunidade (SC 37 e 38)274.

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Mesmo reservando algumas questões à Sede Romana, a “Instrução Geral sobre o Missal Romano” (passim) determina expressamente que possíveis adaptações nos diferentes rituais, inclusive da Eucaristia, dependem das Conferências Episcopais e do bispo, moderador dos sacramentos (SC 41; LG 26)275. A comunidade concreta, dirigida pelo presbítero, também goza de uma margem de adaptabilidade que lhe permita tornar mais viva a celebração. A fim de melhor atender às necessidades de cada grupo ou comunidade e ao mesmo tempo manter-se a unidade eclesial da liturgia, as modificações mais profundas, mesmo as não revistas nos livros litúrgicos, podem e devem ser levadas à Conferência Episcopal, que por sua vez proporá à Sede Romana sua petição em vista do bem da Igreja (cf. SC 40, 63, 65, 77, 78, 79)276. N.B. Este trabalho ainda está por ser começado, embora seja da máxima urgência. A pastoral litúrgica no Brasil ressente-se da necessidade de organismos de reflexão litúrgica e de formação de pessoas com mentalidade e capacitação para promover a renovação preconizada pelo Concílio. De modo geral, a renovação está consistindo na simples adoção de novos ritos e missal, sem uma formação conveniente da consciência do novo enfoque que a liturgia recebeu a partir do tratamento teológico dado ao assunto nos documentos conciliares. 5.1. A arte de presidir a celebração É a partir de uma eclesiologia eucarística que podemos atribuir a presidência normal da Eucaristia ao bispo. (Cf. Justino, I Apol. 65 e 67; Concilium 71 [1972/1] pp. 18-27). De fato, Santo Inácio de Antioquia enfatiza essa função do bispo, dizendo: “Toda celebração eucarística realiza-se, em regra geral, sob a presidência do Bispo ou daquele que o substitua” (in Smyrn 8,1, cf Carta de Santo Inácio de Antioquia). Sob muitos aspectos, o pároco de uma comunidade pode ser equiparado ao bispo, pois de fato exerce em concreto a função de “quasi-episcopus”. O importante é que o sacerdote que preside a assembléia, fazendo as vezes de Cristo (IGMR n.60)277, tenha realmente consciência de sua função específica que é a de manter a comunidade congregada num autêntico dinamismo vivencial e libertador, coordenar na unidade as demais funções que os diferentes ministros exercem, explicitando a ministerialidade da Igreja não individualmente, mas em colegiado. É o que deparamos de modo explícito em Paulo quando fala de “Bispos” (no plural) e diáconos chefiando a comunidade local. Os múnus de presidente (de bispo) pode, pois teologicamente, ser exercido colegialmente e cada um dos concelebrantes age “in persona Christi” e como “Cabeça” da Igreja reunida. A qualquer um deles, e a todos colegialmente, compete pronunciar a Oração Eucarística sobre o pão e o vinho, tal como, na última Ceia, Cristo pronunciou o hino de ação de graças, instituindo a Nova Aliança no seu sangue. A concelebração mostra publicamente a unidade do ministério eclesial. N.B. Isso também era aplicado à concelebração, na qual teria sido impossível que o presbítero recitasse em comum a Oração Eucarística, já que até o século IV a Igreja não possuía nenhum formulário fixado por escrito. Temos o valioso testemunho de São Justino que escreve: “O presidente da assembléia dos irmãos” faz a oração eucarística “da maneira como cada qual puder fazê-la” (I Apol. cap. 67; cf. Didaqué, cap.10)278. Aliás, mesmo nas orações a serem recitadas em comum por todos os concelebrantes, a voz do presidente deve aparecer DISTINTAMENTE e os demais concelebrantes apenas acompanham com voz submissa, quando o ritual o prevê (IGMR n.170)279.

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A margem de liberdade deixada aos presidentes não deve prejudicar o bem da comunidade nem lesar a unidade eclesial. Compete pois ao pároco, com sua equipe de ministros e em comunhão com o bispo, verificar a oportunidade de uma concelebração, a forma de distribuição da comunhão etc. No entanto, leve-se em conta que as assembléias são diversificadas e isso condiciona notavelmente a função do presidente. Não se pode agir do mesmo modo com uma assembléia das 7 da manhã e outras com prevalente participação de crianças ou de jovens. Animador da comunidade reunida, o sacerdote deve comunicar-se e fazer com que os gestos, ritos e palavras comuniquem e expressem a fé vivenciada por um povo que participa, isto é, que toma parte no mistério do Cristo –primeiramente por sua vida comprometida evangelicamente– e em seguida na celebração desta vida de comunhão em Cristo. A preocupação do presidente da assembléia litúrgica deve ser antes a de servir à comunidade do que a de ser exatamente fiel às rubricas, sobretudo quando estas deixam margem à espontânea criatividade que provém de uma vivência da fé, comunicada e expressa publicamente, superando o mero esteticismo. A fim de que a celebração não se torne um monopólio do sacerdote, é necessário que a comunidade possa assumir sua função. A liturgia deve voltar a redescobrir a arte que lhe é própria se quiser que a leitura transmita verdadeiramente uma mensagem, que o salmo seja uma autêntica resposta à leitura, que as atitudes corporais expressem algo, pessoal e comunitário, que (os movimentos se revistam de significação, que os ritos se tornem celebração da fé! Não basta executar a seqüência de rubricas preestabelecidas. A “institutio” tenta levar-nos à descoberta do espírito e da tônica artística da celebração. N.B. Habituado a celebrar para um povo silenciosamente atento, mas inativo, o clero tem muita dificuldade para se tornar animador de uma assembléia em festa. Faz-se urgente uma reeducação e até mesmo um treinamento de expressões corporais. Ao presidente compete 5.1.1. Introduzir a assembléia num clima de oração e conservá-la ou reconduzi-la a esta atitude fundamental, por meio de intervenções simples e oportunas. 5.1.2. Concluir as diversas partes da celebração com uma oração presidencial (Rito de entrada – COLETA; Celebração da Palavra INTRODUZIR e CONCLUIR – A ORAÇÃO DOS FIÉIS, Apresentação das ofertas ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS, Rito de Comunhão – PÓS-COMUNHÃO). 5.1.3. a) O prefácio, homilia poética de ação de graças, formal, pública e solene, começa em forma de diálogo, prolonga-se em solene recitação do presidente e conclui pela aclamação hínica, CANTADA por toda a assembléia. b) Oração eucarística, memória entrecortada pelas aclamações. N.B. Em certas orações eucarísticas mais longas, seria muito oportuno que se pensasse em novas aclamações para favorecer a participação do povo. A monotonia em que pode cair leva muitos sacerdotes a convidar erroneamente a assembléia a tomar parte na recitação da Memória, que é típica e exclusivamente presidencial.

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O tom de voz deve colocar em relevo o caráter peculiar de cada texto, sendo que os momentos mais importantes (relato da instituição e doxologia) podem ser ressaltados com o canto. 5.2. Os ministérios na celebração A liturgia é o momento em que “se expressa”, em ação essencialmente simbólica, a realidade vital do mistério da Igreja, Corpo de Cristo, em que cada membro tem funções e o todo realiza a missão a ela confiada (cf. 1Cor, 12,27; Ef 1,22-23; Cl 1,18-24)280. 5.2.1. A função da assembléia Durante os últimos séculos, o povo na liturgia romana não tinha papel específico; simplesmente assistia à celebração, substituído pelo coro eventualmente ou, de modo ordinário, pelo acólito. Atualmente é explícito na liturgia que o povo “aclama, responde, canta...” Há, no entanto, o perigo de reduzir a participação do povo a uma movimentação exterior e à execução de cantos em certos momentos de celebração, enquanto que a própria liturgia é feita só por ministros especializados. Em virtude do sacerdócio batismal, a assembléia tem funções que lhe são próprias: a) Cantos fundamentais na ação litúrgica são o “Santo”, Salmo responsorial, respostas e aclamações diversas, canto de entrada e de comunhão, eventualmente o “Senhor, tende piedade”, o “Cordeiro de Deus”, o “Glória”, o “Credo”, o “Pai-nosso”. Essas partes são a liturgia cantada pelo povo. b) Momentos oportunos para a participação em palavras e gestos vemos na espontaneidade da Oração dos fiéis, na apresentação viva de ofertas em benefício da comunidade, recepção do sacramento e eventualmente na partilha da palavra de Deus, através de reflexões, perguntas e testemunhos da própria experiência. c) Respondendo, recitando, tomando atitudes corporais e meditando no silêncio oportunamente provocado pela profundidade da palavra ouvida ou pelo gesto feito. d) Criando um ambiente espontâneo e fraterno, no acolhimento dos irmãos que chegam ou que se despedem da assembléia semanal. N.B. É de suma importância que se promova a recepção dos membros de modo simples e cordial, em cada assembléia, procurando identificá-los. Isso pode ser feito através de um grupo de recepcionistas inicialmente, até que os irmãos despertem para o dever de cada irmão saudar e acolher os outros, sobretudo os que passam eventualmente para participar da Eucaristia numa comunidade que não é a sua habitualmente. 5.2.2. O diácono N.B. A respeito do diaconato, pode-se ver “Sacrum diaconatus ordinem” de 18 de junho de 1967; “Ministeria quaedam”, de 15 de agosto de 1972.

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Intimamente ligado ao bispo e aos presbíteros, o diácono é ministro da palavra, na proclamação do Evangelho e na homilia, nas monições e avisos oportunamente; é também aquele que prepara as oferendas para o sacrifício, ajuda na distribuição do sacramento, purifica os vasos sagrados, retirando-os do altar após seu uso, e administra o Batismo. Igualmente adverte, ajuda, exorta e solicita a assembléia em todos os momentos em que for necessário. É chefe global: da igreja – DIACONIA. 5.2.3. O Acólito 5.2.3.1. A função específica dos acólitos é a de assumir com o diácono, os serviços nos atos litúrgicos, distribuir a Eucaristia e, oportunamente, fazer a exposição do Santíssimo Sacramento para a adoração dos fiéis bem como repô-lo no sacrário, sem porém dar a bênção. Os acólitos devem cultivar de modo especial o estudo da liturgia, para que possam compreender melhor o significado das suas funções exercê-las com dignidade e fervor (cf. “Ministeria quaedam”, VI). 5.2.3.2. Os ministros extraordinários da comunhão eucarística, são chamados a colaborar na administração do sacramento, levando a Eucaristia às suas próprias comunidades, ainda desprovidas de presbítero, ou a membros da comunidade que, por motivos diversos (já mencionados) estão ausentes da assembléia. Podem ser assimilados aos acólitos, mas não têm função permanente. É de toda conveniência que recebam as sagradas espécies consagradas numa celebração de que participam e diante de todos os irmãos, quanto possível. Esse gesto faz a comunidade reunida pensar com carinho nos seus irmãos ausentes e por outro lado dá ao ministro maior consciência de que serve como enviado pela Igreja. Mantendo o princípio de que foi constituído ministro em favor de uma comunidade ou de ausentes, nada impede que auxilie o sacerdote, na Igreja-mãe, quer ajudando-o a distribuir a Eucaristia nos dias de maior afluência, quer purificando os vasos utilizados na celebração, quer reconduzindo a reserva bem como repartindo oportunamente o pão conservado no sacrário a pessoas que, não tendo participado da assembléia por motivo justo, venham a solicitá-lo em outros momentos do dia (cf. Immensae caritatis). Cuide-se, porém, para que haja sempre o testemunho de mútua comunhão entre os ministros que exercem diferentes funções na Igreja, em favor da comunidade, evitando-se a monopolização por parte de uma “elite” que, ao invés de servir, faz da função uma honra pessoal. 5.2.4. O Leitor (cf. Minist. quaedam item V). 5.2.4.1. Sua função se exerce num rito determinado – liturgia da Palavra. Deve ser cônscio do sentido de seu ministério e procurar exercê-lo de modo tecnicamente especializado. É o ator da comunicação da Palavra pela dignidade na apresentação, pelo tom de voz, pela clareza na dicção, pela humildade e convicção de estar a serviço de Deus da proclamação a Palavra. Pastoralmente não basta indicar um leitor e mostrar-lhe o texto a ser lido. É preciso que se faça uma formação específica que o torne apto a assumir tal tarefa como

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função litúrgica. Para isso, é importante que o leitor participe da assembléia e se aproxime do livro com fé, a fim de exercer um anúncio para seus irmãos e não execute apenas uma atividade de pessoa que sabe ler. 5.2.4.2 Liturgicamente convém que para cada leitura haja um leitor distinto, pois o ritmo diversificado favorece o movimento próprio, conforme o gênero literário do texto. A grande novidade neste sentido, é a faculdade concedida para dramatizar umas leituras, cujo estilo favoreça este modo de torná-la mais viva, a exemplo do que já se faz há muito tempo na leitura da paixão durante a semana santa (cf. Diretório das missas com crianças n.47)281. 5.2.4.3 Além da proclamação da Palavra na liturgia, compete ao leitor apresentar as intenções das preces dos fiéis, na falta do diácono ou cantor, dirigir o canto e orientar a assembléia na participação da ação litúrgica. É também próprio do seu ofício, iniciar os membros da comunidade à recepção dos sacramentos e preparar outras pessoas para substituí-lo na leitura da Palavra, em caso de necessidade (cf. Minist. quaedam n. V). NB. Um autêntico ato de fé na Palavra exige que os aparelhos de som sejam tecnicamente aptos à acústica de cada ambiente a fim de possibilitar a clara audição da Palavra de Deus. 5.2.4.4. Na proclamação da Palavra compete ao leitor: a) Introduzir brevemente o assunto do texto a ser proclamado, situando-o no contexto donde é tirado para facilitar a percepção da mensagem e prender a atenção da assembléia. b) Ler claramente, sem demasiada lentidão ou pressa, e com tom de voz adequado ao ambiente e ao estilo da leitura. c) Concluir a leitura de tal modo que solicite uma resposta de aclamação por parte da comunidade. 5.2.4.5. Na proclamação da Palavra compete ao salmista (ou cantor) auxiliar o leitor na proclamação da palavra: a) cantando ou recitando: – os versículos do salmo responsorial após a 1ª leitura; – a aclamação antes do Evangelho; – as intenções da prece dos fiéis; b) entoando os cânticos durante as celebrações litúrgicas. N.B.É preciso que o salmista não improvise sua melodia, pois, dada a profundidade do momento, qualquer indecisão prejudica gravemente o clima de meditação. Convém que o próprio salmista faça uma senha (gesto de mão, por exemplo) à assembléia, para que esta esteja certa do momento de entrar com sua participação.

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Capítulo VI: INICIAÇÃO À VIDA DA COMUNIDADE CRISTÃ POR OCASIÃO DA PRIMEIRA EUCARISTIA É um fato incontestável que um grande número das crianças que fazem a primeira comunhão, não perseveram por muito tempo na freqüência aos sacramentos durante a adolescência e a pós-adolescência. Além de outros fatores, parece ter influência primordial a ambigüidade existente na própria pastoral da primeira comunhão, que em geral visa mais a uma doutrinação e ao dia da cerimônia da primeira comunhão do que a uma autêntica iniciação na vida da comunidade cristã. Sem entrar aqui na questão do conteúdo da catequese eucarística, queremos sugerir algumas diretrizes de ordem pastoral: 6.1. É necessário que a preocupação doutrinal ceda o primeiro lugar à autêntica iniciação, isto é, à introdução na vida comunitária, de fraternidade cristã e de participação na missão eclesial. De fato, sem especial cuidado com a constituição de comunidades eucarísticas mais definidas sociologicamente e pela explicitação da fé, será impossível iniciar novos membros (cf. Diretório das missas com crianças, n. 12)282. 6.2. Faz-se mister que se dê prioridade à perseverante fidelidade daqueles que já participaram da primeira Eucaristia, integrando-os na assembléia eucarística regular, como entrada mais profunda no Povo de Deus, que se congrega unanimemente na caridade E que é assíduo às orações públicas para um real crescimento na fé. 6.3. Também se torna indispensável que se verifiquem as bases familiares dessa perseverança. Neste sentido, o grande trabalho da iniciação deve ser feito junto à família das crianças, mais do que com a própria criança. É bom lembrar que só haverá uma eficaz iniciação quando a família assumir a tarefa de integrar, pelo testemunho vivencial, seus filhos na vida eclesial assim como os pais responsáveis se preocupam em integrá-los na vida familiar. Somente as famílias assíduas às celebrações poderão iniciar de modo conveniente e eficaz. Catequistas e escola, neste caso, serão uma ajuda de complementação ao trabalho dos pais. Jamais poderão substituí-los. 6.4. Por isso, os pais habituados a se reunirem em assembléia e comprometidos com a comunidade, facilmente integrarão seus filhos no ambiente eclesial (comunidade) que freqüentam com perseverança. Neste caso, a iniciação poderá limitar-se a uma catequese a respeito do significado e do rito da celebração como tal, pois os filhos já percebem a importância e o, valor da Eucaristia pelo testemunho da própria família. 6.4.1. Na explicação da dinâmica própria da celebração, catequistas e/ou escola poderão prestar relevante serviço, graças aos meios pedagógicos de que dispõem e mesmo devido à preparação teológica. 6.4.2. Para que a iniciação seja percebida pelas crianças como integração eclesial, deverá ser feita na comunidade que os pais freqüentam regularmente. Há um problema que se coloca quanto às primeiras comunhões em colégios e capelas ou santuários, caso estes não sejam o lugar que reúne regularmente os pais para a Eucaristia semanal. Esse tipo de festa no colégio, distante da comunidade regular dos pais, seria mais um ato de solenidade social do colégio, do que a culminância de uma iniciação à assembléia eucarística e a conseqüente integração na vida comunitária. Os

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pais aí compareceriam como espectadores e não como integrantes de uma real comunidade a que pertencem e freqüentam. Embora o colégio tenha aspectos de comunidade para a criança e não esteja dispensado de dar sua contribuição na catequese da iniciação, esta comunidade é não raro, tão passageira, que não oferece condições para mantê-la na perseverança eucarística. Por isso, o colégio e capelas ou santuários deverão acolher as crianças e dar humildemente sua parte na iniciação eucarística, a menos que criem condições de dar continuidade à assídua freqüência desta assembléia. Aliás, não seria o caso de se pensar pastoralmente em assumir de modo regular a continuidade desses laços comunitários que as famílias criam com o colégio de seus filhos, os santuários ou capelas que freqüentam? O perigo que se deve evitar é o de dar uma atenção passageira sem criar compromisso com a comunidade. 6.4.3. Tratando-se de tais famílias assíduas à reunião dos irmãos, as crianças ainda dependentes e ligadas a seus pais devido à idade, não voltarão ao colégio, aos domingos, para a Eucaristia, mas tendem a acompanhá-los à comunidade com a qual os mesmos pais se acham comprometidos. 6.4.4. Neste caso, não importa muito quanto tempo deve durar a preparação. Importa, sim, que a criança receba os rudimentos de compreensão da celebração e já possa ser tranqüilamente admitida à participação eucarística, na certeza de que continuará a aprofundar sua fé, cultivada na Igreja doméstica e na assiduidade à assembléia. N.B. É necessário pensar mais se a criança está ou não iniciada na vida da comunidade, do que na data da primeira comunhão da paróquia. 6.4.5. Note-se que a preparação das crianças se fará de modo mais eficaz através de ritualizações à altura da sua percepção infantil, do que por longas e completas doutrinações (cf. Diretório das missas com crianças, n.13)283. 6.4.6. Para as crianças que vêm com seus pais e ainda não comungam, providenciem-se celebrações da palavra adequadas à sua etapa de iniciação eclesial e psicológica. Estas celebrações podem ser presididas por catequistas ou por mães que se dispusessem a atender as crianças durante e tempo em que outros pais participam da celebração do sacrifício Eucarístico. No caso das crianças terem uma celebração à parte, pode-se introduzi-las na assembléia dos adultos para receberem a bênção final, a fim de que aumentem sua aspiração de participar de toda a Eucaristia (cf. Dir. das missas com crianças, n.16)284. N.B. É indispensável, porém, que às vezes o próprio presbítero presida, a fim de criar laços comunitários eclesiais desses candidatos com a assembléia eucarística. 6.5. As crianças de famílias não iniciadas e cujos pais são descomprometidos oferecem dificuldade bem específica. Com efeito, como iniciar as crianças se estas dependem e convivem com pessoas para as quais a Eucaristia é de somenos importância? As aulas de catequese serão insuficientes para fazê-las perceber o valor da participação eucarística. Aliás, os próprios pais, nestes casos, buscam para seus filhos mais o cumprimento de um ato de promoção e satisfação social do que uma verdadeira participação eclesial. Nenhuma doutrinação, por mais completa que seja,

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suprirá o testemunho do meio social e sobretudo das pessoas das quais a criança depende afetiva e psicologicamente. Neste caso, os pais devem ao menos comprometerem-se a dar uma educação para os valores humanos, participando de reuniões não eucarísticas com seus filhos (cf. Dir. das missas com crianças n.10)285. 6.5.1. O trabalho principal será, pois, a iniciação dos pais ou pelo menos de alguns dos responsáveis pela criança sem abandonar o cultivo da fé da própria criança. O trabalho com a iniciação da família, em vista de sua integração eclesial faz-se absolutamente necessário; caso contrário, a criança fará a primeira comunhão de modo incongruente, pois não chega a ingressar de modo pessoal na comunidade eclesial a não ser que os padrinhos possam dar o testemunho e completar a iniciação do neocomungante (cf. Rito de inic. cristã de adultos... n. 43)286. 6.5.2. Seria o caso, portanto, de adiar a primeira Eucaristia até que se possa ter um mínimo de base sólida e responsável no sentido de que esta não se reduza a um ato passageiro, mas tenha condições de ser o início de uma perseverança na assembléia regular dos cristãos. Isso só se dará quando os pais se comprometerem eles próprios com a comunidade. 6.5.3. A iniciação não se verifica pelo grau de conhecimentos doutrinários que a criança possui, nem tão-pouco se pode prever um tempo determinado para a iniciação. A própria dificuldade causada pela família dará ocasião para mostrar às crianças que não é possível tomar parte no banquete sem ter decidido pertencer à família eclesial que se reúne para celebrar. 6.5.4. Aqui se evidencia o caráter complementário dos catequistas, isto é, de membros da comunidade que assumem as crianças cujos pais trazem para a reunião dos cristãos, iniciando-as na celebração. Não se deve confundir essa ajuda aos pais com um trabalho feito exclusivamente com as crianças independentemente dos pais. N.B. Aliás, esse mal não se verifica apenas na catequese, mas se estende à escola que, em vez de completar a educação familiar, não raro exime ou dá a impressão de eximir os pais da tarefa educacional que lhes é própria e inalienável. 6.5.5. Torna-se mais irrefutável a ineficiência da iniciação de crianças sem um trabalho correspondente com as famílias quando outros filhos maiores, que participaram da primeira Eucaristia já não perseverem no compromisso comunitário à medida de suas possibilidades. Nesta situação, dever-se-á radicalizar ainda mais as exigências com relação à admissão dos filhos menores, sob pena de falta de responsabilidade. 6.5.6. Poder-se-ia perguntar: “como dar continuidade se a paróquia é desprovida de clubes de grupos jovens, capazes de acolher as crianças”? Iniciar à Eucaristia, sem iniciar a comunidades concretas, é simplesmente dar a comunhão e deixar na dispersão da própria boa vontade do comungante que por ser criança, não é suficiente. Faz-se pois necessário que as paróquias ofereçam grupos de jovens e comunidades de adultos capazes de receber os novos iniciados e ajudá-los a perseverar na assiduidade à vida eclesial bem como de reintegrar os que já estão caminhando para a dispersão. 6.6. A iniciação de criança cujos pais são freqüentadores ocasionais exige especial atenção para integrar os pais numa comunidade eclesial de base, capaz de reavivar a fé e levá-los a comprometer-se mais explicitamente com a vida comunitária que é

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exigência básica da fé, recebida no Batismo, e que somente se desenvolve mediante a evangelização. Em geral, o que falta a tais famílias (ou pessoas) é perceberem claramente as implicações missionárias da fé que professam de modo ocasional e individualista. 6.7. Os adultos que ainda não fizeram a primeira comunhão oferecem especial ocasião à comunidade para iniciá-los de modo mais consciente. Não se tenha pressa em admitir à comunhão mas se cuide com muito carinho de sua inserção e comprometimento comunitário. 6.7.1. O adulto não deve apenas ser conduzido à participação sacramental da Eucaristia, mas a assumir a missão de dar testemunho que daí decorre. Por isso, não basta que o adulto saiba que a Eucaristia é a presença do Sacrifício do Senhor, mas se comprometa com a comunidade eucarística. 6.7.2. É importante que, ao participar da Eucaristia, o adulto seja solicitado a participar também da missão da Igreja, compromissando-se com algum trabalho apostólico ou ministério litúrgico, conforme suas aptidões. 6.8. A celebração da primeira Eucaristia 6.8.1. Tal celebração deve revestir-se de caráter festivo, seja na sua forma litúrgica como no ambiente social. No entanto, trata-se mais de uma festa da família eclesial do que de uma comemoração dirigida à criança, distraindo-a do sentido e do motivo da festa. 6.8.2. Dê-se autenticamente à primeira Eucaristia o caráter de festa da comunidade paroquial, alegre por receber novos membros-irmãos como participantes de sua mesa. Que também a parte social seja feita de tal modo que a criança perceba que sua Igreja doméstica se insere na família eclesial e festeja o acontecimento de seu ingresso na assembléia eucarística. 6.8.3. Evite-se qualquer distinção de família para família, em vista de classes sociais, pois isto destruiria o clima comunitário e colocaria em relevo, não a fraternidade e cristã e sim os privilégios de que a criança participa socialmente. A Eucaristia deve ser integradora das pessoas na unidade dos irmãos. 6.8.4. Qualquer aspecto de luxo e pompa puramente exterior contradiz o espírito de simplicidade e de alegria evangélica que deve permear a comunidade da Igreja, reunião de “pobres”. 6.8.5. Todos os membros da comunidade são convidados a tomar parte na alegria de ver a assembléia eucarística acrescida de novos irmãos. É uma ocasião muito oportuna para se fazer uma refeição comunitária, incentivando assim o espírito de comunhão entre os irmãos, e renová-los no espírito eucarístico. 6.8.6. Estes momentos de convivência em “ágape fraterno” deveriam multiplicar-se, não só por ocasião da primeira Eucaristia, mas para consolidar a fraternidade dos cristãos e tirá-los do individualismo, conforme freqüente recomendação dos Padres da Igreja e costume que remonta aos tempos apostólicos. Capítulo VII: EXPRESSÕES CORPORAIS E GESTOS NA CELEBRAÇÃO

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7.1. Situação histórica 7.1.1. A partir do séc. XIII, a liturgia romana foi-se restringindo às formulações dogmáticas, sintéticas e fixas, conservadas até nossos dias. Progressivamente se intelectualizou. 7.1.2. O ritualismo da “era rubricista reduziu a formação, litúrgica a uma mera “casuística” de “como fazer”, ao invés de estudar a significação dos gestos e palavras. Os inícios do Movimento Litúrgico foram decisivos para uma volta à espiritualidade litúrgica. 7.1.3. Os gestos e atitudes corporais foram sendo reservados ao “celebrante” menos como expressão do que como “observância”. Os celebrantes, devido ao tipo de formação recebida, já não presidem uma Assembléia em celebração, mas “celebram para uma assembléia”; os celebrantes executam os ritos e o povo é convidado a “unir-se intimamente” a ele. Uma participação apenas intencional e mental não satisfaz às exigências antropológicas de participação. As devoções neste sentido fazem concorrência à própria liturgia. 7.1.4. A participação corporal do povo está reduzida quase exclusivamente a movimentos por exemplo, sentar-se, ficar de joelhos, ficar de pé... 7.1.5. Estas e outras situações semelhantes, sobejamente conhecidas e ainda não de todo superadas, transformaram a celebração numa liturgia intelectualizada e livresca, permitindo uma participação interior, mas não favoreceu a “expressão da comunhão na fé eclesial, visível”, já que o corpo – expressões corporais e gestos humanos – fora privado de celebrar. N.B. É claro que estas anotações são apenas para motivar uma revisão concreta do que se passa em cada localidade e circunstância reais. 7.2. A liturgia, oração da pessoa total 7.2.1. Fiéis à unidade do ser humano, o corpo não pode ser dissociado da mente em oração. A liturgia não pode reduzir-se a uma pura meditação interior, sob pena de perder sua sacramentalidade e eclesialidade. Por isso, o louvor que reside no coração do homem torna-se celebração quando é proclamado pelos lábios, gestos e atitudes corporais capazes de comunicar a fé, manifestar a comunhão na mesma fé de modo sacramental. A linguagem dos gestos, por sua vez, não apenas comunica e intensifica a atitude interior, mas é apta a provocá-la, dando um caráter comunitário e um valor social à liturgia. 7.2.2. A passagem da época de Gutemberg para a era das comunicações em som e imagem deve suscitar uma pesquisa séria e profunda, no sentido de redescobrir os gestos humanos como linguagem própria da liturgia, não se limitando a uma comunicação gráfica e oral, mas visual. Por outro lado, a revalorização do caráter comunitário da liturgia está a exigir uma renovação que faça da celebração uma autêntica comunicação humana e terrestre do dom divino da fé.

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7.2.3. É preciso que pouco a pouco se vença a mentalidade de “executar os ritos como prescrição disciplinar” e se dê dimensão simbólica aos gestos humanos que se fizeram na celebração. Para isso, a busca de sinais expressivos torna-se uma tarefa da reflexão litúrgica, se se pretende que a assembléia possa expressar sua fé, comunicar-se em linguagem atual e adequada a sua cultura. Temos, neste sentido, a solicitação dos novos ritos que devem ser “adaptados à índole dos povos” conforme exigência do Vaticano II (SC 38, 40, 44)287. 7.3. Caminhos para chegar a uma nova maneira de celebrar 7.3.1. Na atual celebração, já se podem desenvolver atitudes corporais que signifiquem penitência, alegria, caminhada, paz, reunião em torno da mesa do altar em determinadas circunstâncias, saudação aos irmãos no início e na despedida da celebração. Esses momentos devem superar a simples execução de um rito para se tornarem sinceras e espontâneas manifestações humanas do conteúdo salvífico que encerram. Para que isso aconteça, far-se-á necessária a catequese e também um pouco de imaginação criadora por parte dos que dirigem a celebração, além de uma revisão da linguagem empregada nos textos (por exemplo, traduções mais adaptadas à diversidade das regiões e tipos de assembléias...). N.B. Neste sentido, é evidente que jovens e crianças – sem excluir adultos que tenham maior percepção antropológica – se acharão mais à vontade do que aqueles educados numa rigidez silenciosa durante a liturgia. O clero precisa ser ajudado de modo particular, para que não se passe da rigidez rubrical às inovações descabidas. 7.3.2. Mais delicada é a tarefa de encontrar meios de uma participação corporal da assembléia na oração eucarística. Os presidentes já acompanham com gestos as palavra que proclamam, por exemplo, a narração da instituição. No entanto, há certa monotonia nestes gestos demasiado pobres em movimentos, sobretudo em se tratando das orações eucarísticas um pouco mais longas. Quanto ao povo, poder-se-á desenvolver de modo adequado o canto das aclamações, não só as atuais, mas outras oportunamente introduzidas pela competente autoridade em matéria litúrgica; experiências já estão sendo realizadas, mostrando que é possível tirar os fiéis da imobilidade. N.B. É preciso que se evite fazer o povo simplesmente reproduzir gestos estereotipados; importa também se encontrem expressões de verdadeira comunicação. 7.3.3. A valorização da celebração em sua dimensão de arte da ciência está pedindo que se providencie com urgência um treinamento dos presidentes e demais ministros das assembléias (educação das equipes de celebração). Neste sentido, há toda uma reeducação a ser feita, para que se chegue ao uso oportuno de maior liberdade da linguagem corporal, da comunicação vocal... como meios de solenizar a liturgia comunitária. N.B. É preciso que as comissões litúrgicas de arte ultrapassem o campo de montagem do palco (arquitetura, ornamentação, vestes etc.) e descubram a ARTE CÊNICA como campo prioritário na renovação litúrgica.

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7.3.4. É difícil dar sugestões concretas dentro de um documento de orientações pastorais, mas a colaboração de pessoas especializadas, como educadores em comunicação, possibilitaria uma renovação eficaz da racionalidade em que caiu a liturgia, máxime a ocidental. N.B. No domínio da música, os esforços feitos são consideráveis; no campo, porém, da arte cênica especificamente, quase nada se criou até o momento. A urgência é máxima devido à influência exercida pelos Meios de Comunicação audiovisuais na própria psicologia das pessoas. 7.3.5. Convém chamar a atenção para as adaptações feitas nas igrejas e capelas quanto à localização dos altares e o modo de distribuir as cadeiras ou bancos para os participantes. 7.3.5.1. Parece que já é tempo de providenciar a fixação do altar da celebração, com critérios mais ou menos justos, desde que se consultem pessoas competentes em arte e em liturgia, por ex., as comissões especializadas. 7.3.5.2. Quanto à distribuição dos lugares para os participantes, no espaço dos templos, ainda se vêem poucas iniciativas, devido ao custo que poderia representar a substituição dos bancos. No entanto, é preciso que se dê especial atenção à distribuição do espaço ocupado pela assembléia, a fim de atender às exigências de mútua comunicação. 7.3.6. Convém chamar à atenção dos ministros, sobre a importância de as vestes corresponderem ao decoro devido à ação litúrgica. Não raro se nota um espetáculo lamentável pela falta total de estética, quando não até de limpeza. O uso da TÚNICA e ESTOLA em substituição dos demais paramentos, além de compor muito bem, quando feitas sob medida, oferecem facilidade de conservação e limpeza (cf. XII Assembléia Geral da CNBB, com as respostas da S. Congr. para o culto divino). Apêndice I: A COMUNHÃO NA MÃO Os Bispos presentes à XIV Assembléia Geral da CNBB reunida em Itaici, SP, de 19 a 27 de novembro de 1974, aprovaram por mais de duas terças partes dos votos, que se pedisse à Santa Sé licença para que os mesmos Bispos, em suas respectivas Dioceses, pudessem autorizar a distribuição da comunhão na mão. A Sagrada Congregação para o Culto Divino, por Decreto de 5 de março do corrente, concedeu a autorização solicitada, de acordo com as normas da Instrução “De modo Sanctam Communionem ministrandi”, de 29 de maio de 1969, e a carta anexa à mesma, dirigida aos Presidentes das Conferências Episcopais (A.A.S. 61– 1969; p. 541-547). É, pois, concedida a todos os Ordinários de Lugar do Brasil a licença de autorizar em suas respectivas circunscrições eclesiásticas a distribuição da comunhão na mão dos fiéis, mas tão somente dentro das condições estabelecidas nos documentos supracitados, a saber:

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1. Cada Bispo deve decidir se autoriza ou não em sua Diocese a introdução do novo rito, e isso com a condição de que haja preparação adequada dos fiéis e que se afaste todo perigo de irreverência. 2. A nova maneira de comungar não deve ser imposta, mas cada fiel conserve o direito de receber a comunhão na boca, sempre que preferir. 3. Convêm que o novo rito seja introduzido aos poucos, começando por pequenos grupos, e precedido por uma adequada catequese. Esta visará a que não diminua a fé na presença eucarística, e que se evite qualquer perigo de profanação. 4. A nova maneira de comungar não deve levar o fiel a menosprezar a comunhão, mas a valorizar o sentido de sua dignidade de membro do Corpo Místico de Cristo. 5. A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que a levará à boca antes de se movimentar para voltar ao lugar. Ou então, embora por várias razões isso nos pareça menos aconselhável, o fiel apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo ministro que distribui a comunhão, e que assinala seu ministério dizendo a cada um a fórmula: “O corpo de Cristo”. É, pois, reprovado o costume de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fiéis retirem do mesmo a hóstia, sem apresentação por parte do ministro. É também inconveniente que os fiéis tomem a hóstia com os dedos em pinça e, andando, a coloquem na boca. 6. E mister tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e instruir o povo a seu respeito. É preciso, também recomendar aos fiéis que tenham as mãos limpas. 7. Nunca é permitido colocar na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice. 8. Os Bispos que introduzirem o novo rito em suas Dioceses deverão apresentar, dentro de seis meses, um relatório à Sagrada Congregação para o Culto Divino sobre os resultados colhidos. Só mediante o respeito destas sábias condições, poderemos aguardar os frutos, que todos desejam desta medida. A experiência da distribuição da comunhão na mão, em vários pontos do país, revelou pontos negativos, que deverão ser cuidadosamente eliminados. Assim, alguns ministros deram na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice, enquanto outros, para ganhar tempo, colocaram na própria mão várias hóstias, fazendo escorregar rapidamente, uma a uma nas mãos dos fiéis, como quem distribui balas às crianças. Ao que ficou exposto acima, acrescentamos que urge, em primeiro lugar, fazer a preparação dos ministros que distribuem a Eucaristia, Presbíteros ou Leigos, pois desta preparação dependerá decisivamente a dos fiéis. Fazendo votos para que o novo modo de distribuir a comunhão venha trazer benefícios em nossas Dioceses, nos subscrevemos † ALOÍSIO LORSCHEIDER Presidente da CNBB † CLEMENTE JOSÉ CARLOS ISNARD

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Presidente da Comissão Nacional de Liturgia Apêndice II: DIRETÓRIO DAS MISSAS COM CRIANÇAS INTRODUÇÃO 1. A Igreja deve, de modo especial, cuidar das crianças batizadas, cuja iniciação deve ainda ser completada pelos sacramentos da Confirmação e da Eucaristia, bem como das recém-admitidas na Sagrada Comunhão. Hoje, as circunstâncias em que se desenvolvem as crianças, pouco favorecem ao seu progresso espiritual288. Além disso, os pais, com freqüência, deixam de cumprir as obrigações da educação cristã, contraídas no Batismo de seus filhos. 2. Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo fato, de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas não poderem exercer nelas sua força pedagógica inata289. Embora já seja lícito, na Missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade elas crianças. Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam290. 3. A Igreja, seguindo o seu Mestre, que, “abraçando... abençoava os pequeninos (Mc 10,16), não pode abandonar as crianças nesta situação entregues a si mesmas. Por este motivo, imediatamente após o Concílio Vaticano II, que já na Constituição sobre a Sagrada Liturgia falara sobre a necessidade de uma adaptação da liturgia para os diversos grupos291, sobretudo no primeiro Sínodo dos Bispos, realizados em Roma no ano de 1967, começou a considerar, com maior empenho, como as crianças poderiam participar mais facilmente da liturgia. Naquela ocasião, o presidente do Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, usando de palavras bem claras, disse que não se tratava, na verdade de “elaborar um rito inteiramente especial, mas de consertar, abreviar ou omitir alguns elementos, ou de selecionar alguns textos mais adequados292. 4. Depois que a Instrução Geral do Missal Romano restaurado, publicada em 1969, tudo resolveu para a celebração eucarística com o povo, esta Congregação, após considerar os freqüentes pedidos provenientes de todo o orbe católico, começou a preparar uma Diretório próprio para as Missas com crianças como suplemento desta Instrução, com a colaboração de homens e mulheres peritos de quase todas as nações. 5. Este Diretório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular293. As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à Missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Diretório geral.

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6. O Diretório visa as crianças que ainda não atingiram a idade chamada de pré-adolescência. De per si, não se refere às crianças com impedimentos físicos ou mentais, posto que para elas se requer geralmente uma adaptação mais profunda294; contudo, as normas seguintes se podem aplicar também a elas, com as devidas acomodações. 7. No primeiro capítulo do Diretório (números 8 a 15) estabelece como que o fundamento, onde se discorre sobre o variado encaminhamento das crianças para a liturgia eucarística; o outro capítulo trata brevemente do caso de missas com adultos (números 16 e 17) das quais as crianças também participam; finalmente o terceiro capítulo (números 20 a 54) versa mais pormenorizadamente sobre as Missas para crianças, das quais somente participam uns poucos adultos. Capítulo I: EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS PARA A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA 8. Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas ações litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade295. A Igreja, ao batizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os batizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal e penhor é a participação da mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento. 9. Portanto, os que têm a seu cargo a educação das crianças, devem envidar todos os esforços para conseguirem tal empenho, a fim de que elas, embora já conscientes de um certo sentido de Deus e das coisas divinas, experimentem, segundo a idade e o progresso pessoal, os valores humanos inseridos na celebração eucarística, tais como: ação comunitária, acolhimento, capacidade de ouvir, bem como a de pedir e dar perdão, ação de graça, percepção das ações simbólicas, da convivência fraterna e da celebração festiva296. É próprio da catequese eucarística, conforme o n.12, atualizar tais valores humanos de tal modo que as crianças gradativamente abram e espírito, segundo sua idade, condições psicológicas e sociais, para perceber os valores cristãos e celebrar o mistério do Cristo297. 10. A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos298, Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no Batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos299. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças

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dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças. 11. Ademais, as comunidades cristãs, a que pertence cada uma das famílias ou em que vivem as crianças, têm um dever a cumprir para com as crianças batizadas na Igreja. A comunidade cristã, apresentando o testemunho do Evangelho, vivendo a caridade fraterna, celebrando ativamente os mistérios do Cristo, é ótima escola de instrução cristã e litúrgica para as crianças que nela vivem. No seio da comunidade cristã, os padrinhos ou qualquer pessoa zelosa que colabora na educação cristã, movida pelo ardor apostólico, pode proporcionar às famílias um grande auxílio para catequizar devidamente as crianças. Particularmente os jardins de infância, as escolas católicas, bem como vários outros grupos de crianças se prestam para estes mesmos fins. 12. Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento300, a catequese da Missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial301, conduzindo a uma participação ativa, consciente e genuína302. Esta catequese, “bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da Missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja”303; isto se refere, principalmente, aos textos da própria Prece Eucarística e às aclamações, por meio das quais as crianças dela participam. Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a Eucaristia, mas também como poderão nela participar ativamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no Corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade. 13. Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didática. 14. A Palavra de Deus deve ocupar cada vez mais um lugar ele destaque nestas celebrações, sempre adaptadas à capacidade das crianças. E ainda mais, segundo a capacidade espiritual, mais freqüentemente façam-se com elas as sagradas celebrações propriamente ditas da Palavra de Deus, principalmente no tempo do Advento e da Quaresma304. Estas celebrações, junto às crianças, podem favorecer em grande escala o interesse pela Palavra de Deus. 15. Toda formação litúrgica eucarística, feitas as devidas ressalvas, deve ser sempre orientada para que a vida das crianças corresponda cada vez mais ao Evangelho. Capítulo II: MISSAS DE ADULTOS, DAS QUAIS TAMBÉM AS CRIANÇAS PARTICIPAM

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16. Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias ele festa, celebram Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado. 17. Entretanto, nas Missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve, pois, em consideração a sua presença por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstâncias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra. 18. Pode ser de grande utilidade confiar às crianças alguns ofícios nestas Missas, como, por exemplo, levar as oferendas, executar um ou dois cantos da Missa. 19. Algumas vezes, se são muitas as crianças que participam destas Missas, convirá organizá-la de forma mais adequada a elas. Neste caso a homilia será dirigida a elas, porém em forma que seja também proveitosa para os adultos. Além das adaptações previstas no Ordinário da Missa, podem também introduzir nas Missas para adultos, com a participação também das crianças, algumas das que se indicarão no capítulo seguinte, se o Bispo permitir. Capítulo III: MISSAS DE CRIANÇAS, DAS QUAIS SOMENTE ALGUNS ADULTOS PARTICIPAM 20. Além das Missas em que tomam parte as crianças junto com seus pais e alguns familiares, e que nem sempre e nem em qualquer lugar podem ser realizadas, recomendam-se sobretudo durante a semana, celebrações de Missas somente para crianças com a participação apenas de alguns adultos. Desde o início da restauração litúrgica305, viu a necessidade de adaptações especiais para estas Missas, de que se falará logo abaixo e de forma geral (n. 38-54) 21. Deve ter sempre diante dos olhos que tais celebrações eucarísticas devem encaminhar as crianças para as Missas de adultos, principalmente para a Missa Dominical, que reúne toda a comunidade cristã306. Portanto, afora as adaptações necessárias por causa da idade dos participantes, não se pode chegar a ritos completamente especiais que demasiadamente difiram do Ordinário da Missa celebrada com o povo307. A finalidade de cada um dos elementos deve corresponder ao que se

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determina sobre eles na Instrução Geral do Missal Romano, ainda que alguma vez, por razões pastorais, não se possa conservar sua igualdade absoluta. Ofícios e ministérios da celebração 22. Os princípios da participação ativa e consciente valem, de certa maneira, “a fortiori”, se as Missas são celebradas com crianças. Portanto, tudo se faça para fomentar e tornar mais viva e profunda esta participação. Para este fim, confiem ao maior número de crianças ofícios especiais na celebração, tais como: preparar o lugar e o altar (cf. n. 29), assumir o ofício de cantor (cf. n.24), cantar no coral, tocar algum instrumento musical (cf. n.32), proclamar as leituras (cf. n.24 e 47) , responder durante a homilia (cf. n.48), recitar as intenções da prece dos fiéis, levar as oferendas para o altar, e outras ações semelhantes segundo os costumes dos diversos povos (cf. n. 34). Certas adições podem favorecer, algumas vezes, a participação, como por exemplo: explicar as motivações para a ação de graças antes que o sacerdote inicie o diálogo do Prefácio. Em tudo isto leve se em conta que as ações externas podem tornar infrutuosas, e até chegar a ser nocivas, se não favorecerem a participação interna das crianças. Por isso o sagrado silêncio também tem sua importância nas Missas para crianças (cf. n. 37). Atenda-se, com grande cuidado, que as crianças não se esqueçam de que todas estas formas de participação têm seu ponto mais alto da Comunhão Eucarística, na qual o Corpo e o Sangue de Cristo são recebidos como alimento espiritual308. 23. O sacerdote que celebra a Missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e meditativa309; pois, mais que nas missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal, e mesmo de sua forma de atuar e de falar. Sobretudo atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará expressar de tal maneira que o entendam facilmente, evitando porém, expressões demasiadamente pueris. As monições facultativas310 hão de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornem explicações meramente didáticas. Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar suas palavras nas monições, por exemplo, do ato penitencial antes das orações sobre as oferendas, ao Pai nosso, ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão. 24. Como a Eucaristia sempre é uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve fomentar a diversidade de ministério, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária311. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes se evitará também a monotonia.

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Lugar e tempo da celebração 25. A igreja é o lugar principal para a celebração eucarística com as crianças, porém escolha-se nela um lugar à parte, se for possível, no qual as crianças, segundo o seu número, possam atuar com liberdade, de acordo com as exigências de uma liturgia viva e adequada à sua idade. Se a igreja não corresponde a estas exigências, será preferível celebrar a Eucaristia com as crianças em outro lugar que seja digno e apto para a celebração312. 26. Para as Missas com as crianças, escolha o dia e a hora mais conveniente, segundo as circunstâncias em que vivem, de modo que estejam nas melhores condições para escutar a Palavra de Deus e para celebrar a Eucaristia. 27. Durante a semana, as crianças podem participar com maior fruto e menor risco de aborrecimento na celebração da Missa, se não se celebra todos os dias (por exemplo, nos internatos): além disso, havendo mais tempo entre uma celebração e outra, pode-se preparar melhor. Nos demais dias, é preferível uma oração em comum, em que as crianças podem participar com mais espontaneidade, ou uma meditação comunitária, ou uma celebração da Palavra de Deus que prolongue as celebrações eucarísticas anteriores e prepare a celebrar mais profundamente as seguintes. 28. Quando é muito grande o número das crianças que celebram a Eucaristia, torna mais difícil uma participação atenta e consciente. Por isso, podem-se estabelecer vários grupos, não estritamente segundo o idade, mas levando-se em conta seu nível de formação religiosa e sua preparação catequética. Durante a semana, será oportuno convidar os diversos grupos, em dias distintos, para a celebração do sacrifício da Missa. Preparação da celebração 29. Toda celebração eucarística com crianças, principalmente no que se refere às orações, cantos, leituras e intenção da prece dos fiéis, deve ser preparada a tempo e com diligência, em diálogo com os adultos e com as crianças que vão exercer algum ministério na celebração. Convém dar às crianças uma participação direta na preparação e ornamentação, tanto do lugar da celebração como dos objetos necessários, tais como o cálice, a patena, as galhetas etc. Tudo isto contribui, ademais, para fomentar o sentido comunitário da celebração, sem contudo dispensar uma justa participação interna. Música e canto 30. O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-a mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto deve-se fomentá-lo de toda forma313, levando-se conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes.

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Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas. 31. Para facilitar a participação das crianças no canto do “Glória”, “Creio”, “Santo” e “Cordeiro de Deus”, é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico314. 32. Também nas Missas para crianças, “os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade”315, principalmente se tocados pelas próprias crianças, Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus. Sempre se deve tomar cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a Missa. Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas Missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Bispos. Os gestos 33. É necessário, nas Missas para crianças, fomentar com diligência sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da Liturgia, como ação de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote316, senão também, e mais ainda, a forma de se comportar todo o grupo de crianças. Se a Conferência dos Bispos adapta à índole de cada povo, segundo a norma da Instrução Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa317, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas. 34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo. A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece318; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças. Elementos visuais 35. A própria liturgia da Missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da Apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas.

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Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção, e sustentem visualmente sua oração. Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual. 36. Por esta mesma razão, pode ser útil o emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças, como, por exemplo, para ilustrar a homilia, as intenções da prece dos fiéis ou para inspirar a meditação. O silêncio 37. Também nas Missas para crianças “o silêncio, como parte da celebração, há de ser guardado a seu tempo”319, para que não se atribua parte excessiva à atividade externa; pois as crianças também, a seu modo, são realmente capazes de fazer meditação. Contudo, necessitam ser guiadas convenientemente a fim de que aprendam, de acordo com os diversos momentos (por exemplo, depois da comunhão320 e depois da homilia), a concentrar-se em si mesmas, meditar brevemente, ou a louvar e rezar a Deus em seu coração321. Além disso, deve-se procurar – precisamente com mais cuidado que nas missas com adultos – que os textos litúrgicos sejam proclamados sem precipitação, em forma clara e com as devidas pausas. As partes da missa 38. Respeitando sempre a estrutura geral da Missa, que “consta de certa maneira de duas partes, a saber: liturgia da Palavra e liturgia Eucarística, e também de alguns ritos que iniciam e concluem a celebração”322, dentro das diversas partes da celebração parecem necessárias as seguintes adaptações para que as crianças realmente, por meio dos ritos e das orações”, segundo as leis da psicologia da infância, experimentem, à sua maneira, “o mistério da fé”323. 39. A fim de que a Missa para crianças não seja demasiadamente diferente da Missa com adultos324, alguns ritos e textos nunca devem ser adaptados às crianças, como “as aclamações e respostas dos fiéis às saudações do sacerdote325, o Pai-nosso, a fórmula trinitária na bênção final com que o sacerdote conclui a Missa. Recomenda que paulatinamente as crianças vão se acostumando ao Símbolo Niceno-Constantinopolitano, além do uso do Símbolo dos Apóstolos (vide n. 49). a) Ritos iniciais 40. Uma vez que o rito inicial da Missa tem por finalidade “que os fiéis reunidos constituam uma comunidade e se disponham a ouvir atentamente a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a Eucaristia326, deve-se procurar suscitar estas disposições nas crianças, evitando a dispersão na multiplicidade dos ritos propostos. Por isso, é perfeitamente permitido omitir um ou outro elemento do rito inicial, ou talvez desenvolver mais um deles. Porém sempre haja pelo menos um elemento introdutório que seja concluído pela coleta. Na escolha, cuide-se que cada elemento apareça a seu tempo e nenhum seja sempre desprezado.

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b) Proclamação e explicação da Palavra de Deus 41. Como as leituras da Sagrada Escritura constituem “a parte principal da liturgia da Palavra327, nunca pode faltar a leitura da Bíblia mesmo nas Missas para crianças. 42. Com relação ao número das leituras para os domingos e dias de festa, devem ser observadas as normas dadas pelas Conferências Episcopais. Se as três ou as duas leituras previstas para os domingos ou dias da semana não podem, senão com dificuldade, ser compreendidas pelas crianças, convém ler somente duas ou uma delas; entretanto, nunca falte a leitura do Evangelho. 43. Se todas as leituras determinadas para o dia não forem adequadas à compreensão das crianças, é permitido escolher as leituras ou a leitura seja do Lecionário do Missal Romano, seja diretamente da Bíblia, mas levando-se em conta os diversos tempos litúrgicos. Recomenda-se porém, às Conferências Episcopais que elaborem lecionários próprios para as Missas com crianças. Se, por causa da capacidade das crianças, parecer necessário omitir um ou outro versículo da leitura bíblica, fazer-se-á com cautela e de tal maneira que “não se mutile o sentido do texto ou a mente e o estilo da Escritura”328. 44. Entre os critérios de seleção dos textos bíblicos, há que se pensar mais na qualidade que na quantidade. Uma leitura breve nem sempre é por si mesma a mais adequada à capacidade das crianças que uma leitura mais prolongada. Tudo depende da utilidade espiritual que a leitura lhes pode proporcionar. 45. Evitem-se as paráfrases da Sagrada Escritura uma vez que no próprio texto bíblico “Deus fala a seu povo... e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis”329. Recomenda-se, entretanto, o uso de versões talvez existentes para a catequese das crianças e que tenham sido aprovadas pela autoridade competente. 46. Entre uma leitura e outra devem cantar alguns versículos de salmos escolhidos cuidadosamente para a melhor compreensão das crianças, ou um canto ao estilo dos salmos, ou o “Aleluia” com um verso simples. Porém as crianças sempre devem tomar parte nestes cantos. Nada impede que um silêncio meditativo substitua o canto. Se for escolhida somente uma única leitura, o canto poderá ser executado depois da homilia. 47. Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus. Entre estes elementos estão as monições que precedem às leituras330 e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a Missa é do Santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas. Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da Paixão do Senhor na Semana Santa.

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48. Em todas as Missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio. 49. Quando ao final da liturgia da palavra tem que se dizer o credo, pode empregar com as crianças o Símbolo dos Apóstolos, posto que faz parte de sua formação catequética. c) Orações presidenciais 50. Para que as crianças possam realmente associar ao celebrante nas orações presidenciais, o sacerdote pode escolher os textos mais aptos do Missal Romano, levando em conta, entretanto, o tempo litúrgico. 51. Algumas vezes não basta esta livre escolha, para que as crianças possam considerar as orações como expressão de sua própria vida e de sua experiência religiosa331, pois as orações foram feitas para os fiéis adultos. Neste caso nada impede que se adapte o texto do Missal Romano às necessidades das crianças, respeitando-se, entretanto, sua finalidade e, de certa maneira, sua substância, e evitando-se tudo o que é estranho ao gênero literário de uma oração presidencial, como, por exemplo, exortações moralizantes e formas de falar demasiado pueris. 52. Na Eucaristia celebrada com as crianças, o mais importante deve ser a oração eucarística que é o ponto alto de toda a celebração332. Muito depende da maneira como o sacerdote recita esta Oração333 e da forma como as crianças dela participam, escutando em silêncio e por meio de aclamações. A própria disposição de ânimo, que este ponto central da celebração requer, a tranqüilidade e reverência com que tudo se executa, devem levar as crianças a manter o máximo de atenção na presença real de Cristo no altar sob as espécies de pão e vinho, no seu oferecimento, na ação de graças por ele, com ele e nele, e na oblação da Igreja que então se realiza e pela qual os fiéis se oferecem a si mesmos e sua vida inteira com Cristo ao Pai Eterno na unidade do Espírito Santo. Por enquanto, se empregarão somente as quatro Preces Eucarísticas aprovadas pela autoridade suprema para as missas com adultos e introduzidas no uso litúrgico, enquanto a Sé Apostólica não dispuser outra coisa para as Missas com crianças. d) Ritos antes da Comunhão 53. Terminada a Prece eucarística, segue sempre o Pai-nosso, a fração do pão e o convite para a Comunhão334, pois estes elementos são de grande importância na estrutura desta parte da Missa, e) A Comunhão e os ritos seguintes 54. Tudo deve desenrolar-se de tal maneira que as crianças já admitidas na Eucaristia, devidamente dispostas, com tranqüilidade e recolhimento se acerquem da sagrada mesa e participem plenamente do mistério eucarístico. Se for possível, entoa-se um canto adequado às crianças durante a procissão da comunhão335.

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A monição que precede a bênção final336 é muito importante nas Missas com crianças, porque elas necessitam que, antes de despedir-se lhes dê, em breves palavras, certa repetição e aplicação do que ouviram. É sobretudo neste momento que convém fazê-las compreender o nexo entre a liturgia e a vida. Pelo menos algumas vezes, por ocasião dos tempos litúrgicos e em certos momentos da vida das crianças, o sacerdote utilizará as formas mais ricas de bênção, porém conservando sempre a fórmula trinitária com o sinal da cruz no fim337. 55. Tudo o que contém este Diretório visa a que as crianças, celebrando a Eucaristia, sem dificuldade e com alegria possam ir unidas ao encontro do Cristo e estar com ele diante do Pai338. E assim formadas pela participação consciente e ativa no sacrifício e no banquete eucarístico, aprendam cada vez mais a anunciar o Cristo dentro e fora de sua casa, entre seus familiares e companheiros, vivendo a fé que opera pela caridade” (Gl 5,6). Este Diretório, preparado pela Sagrada Congregação para o Culto Divino, foi aprovado e confirmado no dia 22 de outubro de 1973 pelo Sumo Pontífice Paulo VI que ordenou sua publicação. Da sede da Sagrada Congregação para o Culto Divino, 1º de novembro de 1973, solenidade de Todos os Santos. Por especial mandato do Sumo Pontífice JEAN CARDEAL VILLOT Secretário de Estado † A. BUGNINI Arcebispo de Diocleciana Secretário da S. C. para o Culto Divino ____________________________________________ Nota:1 cf. LG, 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10,35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se-lhe revelando sua vontade através da história e o santificando para si. Tudo isso, porém, era preparação e prenúncio da nova aliança, perfeita, a ser realizada em Cristo, Revelação plena, que seria selada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Virão os dias, diz o Senhor, que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança... Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo... Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão (Jr 31,31-34). Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11,25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o povo de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1,23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3,5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2,9-10). Cristo é a cabeça desse povo messiânico. Foi entregue à morte pelos nossos pecados, mas ressuscitou, para nos tornar justos (cf. Rm 4,25). Seu nome reina agora gloriosamente no céu, acima de todo nome. A condição desse povo messiânico é a da dignidade e da liberdade dos filhos de Deus, em cujo coração habita, como num templo, o Espírito Santo. Sua lei é o mandamento novo: amar assim como Cristo nos amou (cf. Jo 13,34). Seu objetivo, o reino de Deus iniciado na terra pelo próprio Deus e destinado a crescer até o fim

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dos séculos. Deus então o consumará com a vinda de Cristo, nossa vida (cf. Cl 3,4) e a libertação da criatura da escravidão da corrupção, para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus (Rm 8,21)”. Nota:2 cf. LG, 9: “Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11,25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o povo de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1,23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3,5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2,9-10). Cristo é a cabeça desse povo messiânico. Foi entregue à morte pelos nossos pecados, mas ressuscitou, para nos tornar justos (cf. Rm 4,25). Seu nome reina agora gloriosamente no céu, acima de todo nome. A condição desse povo messiânico é a da dignidade e da liberdade dos filhos de Deus, em cujo coração habita, como num templo, o Espírito Santo. Sua lei é o mandamento novo: amar assim como Cristo nos amou (cf. Jo 13,34). Seu objetivo, o reino de Deus iniciado na terra pelo próprio Deus e destinado a crescer até o fim dos séculos. Deus então o consumará com a vinda de Cristo, nossa vida (cf. Cl 3,4) e a libertação da criatura da escravidão da corrupção, para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus (Rm 8,21)”. Nota:3 Hb 13,14: “Pois nós não temos aqui a nossa pátria definitiva, mas buscamos a pátria futura”. Nota:4 Rm 8,1: “Agora, porém, já não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo”. Cl 1,2: “aos cristãos de Colossas, fiéis irmãos em Cristo. Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, estejam com vocês”. 2Tm 2,11-12: “Estas palavras são certas: Se com ele morremos, com ele viveremos; se com ele sofremos, com ele reinaremos. Se nós o renegamos, também ele nos renegará”. 1Pd 4,3: “Vocês passaram muito tempo vivendo conforme o estilo pagão, entregues a uma vida de dissolução, cobiça, embriaguez, comilanças, bebedeiras e idolatrias abomináveis”. Nota:5 1Cor 11,23-26: “De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim. Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha”. Nota:6 GS, 32: “Deus não criou os seres humanos para viver isolados, mas para formar uma comunidade social. Da mesma forma quis santificá-los e salvá-los, não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas como povo, que o reconhecesse na verdade e o servisse, na santidade. Desde o início da história da salvação, Deus encara os seres humanos como membros de uma comunidade e não apenas individualmente. Chamou seu povo (Ex 3,7-12) e com ele fez a aliança no Sinai, para manifestar esse seu desígnio”. cf. LG, 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10,35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se-lhe revelando sua vontade através da história e o santificando para si”. Nota:7 Jr 10, 21: “Os pastores perderam o bom-senso e deixaram de procurar Javé; por isso não tiveram sucesso, e o rebanho que eles conduziam se espalhou”. Ez 34, 5-6: “Por falta de pastor, minhas ovelhas se espalharam e se tornaram pasto de feras selvagens. Minhas ovelhas se espalharam e vagaram sem rumo pelos montes e morros. Minhas ovelhas se espalharam por toda a terra, e ninguém as procura para cuidar delas”. Nota:8 Ez 34,13: “Eu as retirarei do meio dos povos e as reunirei de todas as regiões, e as trarei de volta para a sua própria terra. Aí, eu próprio cuidarei delas como pastor, nos montes de Israel, nos vales e baixadas do país”. Ez 20, 34-38.41: “Pois eu vou tirá-los dentre os povos, vou reunir vocês do meio dos países por onde estão espalhados, com mão forte e braço estendido, ou derramando a minha ira. Depois eu os levarei para o deserto da Síria, onde acertarei contas com vocês, frente a frente. Da mesma forma como acertei contas com os antepassados de vocês no deserto do Egito, assim agora acertarei contas com vocês oráculo do Senhor Javé. Farei vocês passarem debaixo do cajado e entrar, um a um, pelo aro da aliança. Excluirei os rebeldes que se revoltam contra mim. Farei que eles saiam do país onde estão exilados, mas não entrarão na terra de Israel. Então vocês ficarão sabendo que eu sou Javé. Aceitarei vocês como perfume agradável, depois que eu os retirar do meio das nações e os reunir do meio dos países por onde foram espalhados e, diante das nações, mostrar em vocês que eu sou santo”. Nota:9 EM, 25-27: “Cada vez que a comunidade se reúne para a celebração eucarística, anuncia a morte e ressurreição do Senhor, na esperança de sua vinda gloriosa. Isso, todavia, é posto em evidência na reunião

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dominical, a saber, naquele dia da semana em que o Senhor ressuscitou dos mortos e o mistério pascal, por tradição apostólica, é celebrado na Eucaristia , de maneira particular. Ora, para que os fiéis observem, com convicção, o preceito da santificação desse dia festivo, e compreendam por que razão a Igreja os convoca para a celebração Eucarística em cada domingo, desde o início da sua formação religiosa, o domingo lhes deve ser lembrado e inculcado como o dia de festa primordial em que devem reunir-se para ouvir a Palavra de Deus e participar do mistério pascal. Ainda mais, favoreça-se a iniciativa de fazer do domingo um dia de alegria e de descanso do trabalho. 26. Convém fomentar o espírito de comunidade eclesial que, de modo particular, na celebração comum da Missa no domingo encontra alimento e expressão, seja em torno do bispo, principalmente na catedral, seja na assembléia paroquial, cujo pastor faz as vezes do bispo. É bom promover, com empenho, a participação ativa de todo o povo, na celebração dominical que, tem a sua expressão no canto; até é bom dar preferência, enquanto for possível, à forma da Missa cantada. As celebrações, que se realizam em outras igrejas e oratórios, devem ser combinadas, especialmente nos domingos e festas, com as funções da igreja paroquial, de forma que ajudem a ação pastoral. Até seria bom que pequenas comunidades religiosas não clericais e outras semelhantes, especialmente as que prestam serviço na paróquia, participem da Missa, naqueles dias, na igreja paroquial. A respeito do horário e do número de Missas a serem celebradas nas paróquias, deve ser tomada em consideração a utilidade da comunidade paroquial: não se multiplique demais o número de Missas, para não prejudicar a eficiência verdadeira da ação pastoral. Isso aconteceria, por exemplo, se, em conseqüência do número excessivo de Missas, só se reunissem pequenas comunidades de fiéis para cada Missa, nas igrejas em que poderiam caber muito mais: ou se, pela mesma razão, os sacerdotes viessem a ficar tão sobrecarregados de trabalho que somente com muita dificuldade pudessem desempenhar o seu ministério. 27. A fim de que a unidade da comunidade paroquial, nos domingos e dias festivos, floresça na Eucaristia, sejam as Missas para grupos particulares, como por exemplo, de associações, celebradas de preferência, enquanto for possível, nos dias feriais. Se não puderem ser transferidas para dias durante a semana, tome-se o cuidado de conservar a unidade da comunidade paroquial, colocando os grupos particulares nas celebrações paroquiais”. Nota:10 EM, n.5-30: “Para que o Mistério Eucarístico penetre, pouco a pouco, na espiritualidade e na vida dos fiéis, é necessária uma adequada catequese. Os Pastores, porém, para que possam administrá-la devidamente, devem, antes de tudo, não somente ter presente o conjunto da doutrina da fé que se encontra nos documentos do Magistério, mas devem também penetrar sempre mais profundamente com o coração e com a vida, no espírito da Igreja neste assunto. Só então eles poderão descobrir facilmente o que, entre todos os aspectos deste Mistério, mais convém aos fiéis, em cada caso. Tendo, porém, presente o que foi dito no n.3, deve-se dirigir particularmente a atenção, entre outros, para os seguintes pontos. 6. A catequese sobre o mistério eucarístico deve ter em mira gravar no espírito dos fiéis que a celebração da Eucaristia é verdadeiramente o centro de toda a vida cristã, tanto para a igreja universal como para as comunidades locais dessa mesma Igreja. Pois os demais sacramentos, como aliás todos os mistérios eclesiais e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa e pão vivo, dando vida aos homens, através de sua carne vivificada e vivificante pelo Espírito Santo. Desta forma são os homens convidados e levados a oferecer a si próprios, seus trabalhos e todas as coisas criadas, junto com ele. A comunhão da vida divina e a unidade do povo de Deus, que formam o fundamento da Igreja, são adequadamente simbolizadas e maravilhosamente produzidas pela Eucaristia. Nela se encontra o remate da ação com que Deus santifica o mundo em Cristo e do culto que os homens prestam a Cristo e, por meio dele, ao pai no Espírito Santo; e a sua celebração contribui do modo mais excelente para que os fiéis exprimam em suas vidas e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja. 7. Pela Eucaristia, a Igreja vive e cresce continuamente. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, que, unidas com seus Pastores, são também elas, no Novo Testamento, chamadas Igrejas. Estas são, em seu lugar, o povo novo chamado por Deus, no Espírito Santo e em grande plenitude (cf. 1Ts 1,5). Nelas se reúnem os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo. Nelas se celebra o mistério da Ceia do Senhor, a fim de que, comendo e bebendo o Corpo e o Sangue do Senhor, os irmãos se unam intimamente. Em comunidade de altar, unida para o sacrifício, sob o ministério sagrado do bispo ou do sacerdote que faz as vezes de bispo, manifesta-se o símbolo daquela caridade e unidade do corpo místico, sem a qual não pode haver salvação. Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou vivendo na dispersão, está presente Cristo, por cuja virtude se consorcia a Igreja, una, santa, católica e apostólica. Pois a participação do Corpo e Sangue de Cristo não faz outra coisa senão transformar-nos naquilo que tomamos. 8. Além daquilo que respeita à comunidade eclesial e a cada fiel, os Pastores dirijam a sua atenção, com desvelo, também para aquela parte da doutrina em que a Igreja ensina que o Memorial do Senhor, celebrado conforme a sua própria vontade, significa e produz a unidade de todos os que nele crêem. De acordo com o Decreto sobre o Ecumenismo do Concílio Vaticano II, os fiéis devem ser conduzidos para a justa estima dos bens que são conservados na tradição eucarística, segundo a qual os irmãos de outras confissões cristãs costumam celebrar a Ceia do Senhor. Ora, quando na Santa Ceia fazem a memória da

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morte e da ressurreição do Senhor, elas confessam ser significada a vida na comunhão de Cristo e esperam seu glorioso advento. Mas os que conservaram o sacramento da Ordem, na celebração da Eucaristia unidos ao bispo tem acesso a Deus Pai mediante o Filho, o Verbo encarnado, morto e glorificado, na efusão do Espírito Santo, e entram em comunhão com Santíssima Trindade, feitos participantes da natureza divina (2Pd 1,4). Por isso, pela celebração da Eucaristia do Senhor, em cada uma dessas Igrejas, a Igreja de Deus é edificada e cresce, e pela celebração se manifesta a comunhão entre elas. Sobretudo na celebração do mistério da unidade, convém que todos os cristãos sintam pesar pelas divisões que os separam. Dirijam, portanto, orações a Deus para que todos os discípulos de Cristo compreendam, cada dia mais profundamente, o Mistério da Eucaristia, em seu verdadeiro sentido, e que o celebrem de tal maneira que, tornados participantes do Corpo de Cristo, constituam um só corpo (cf. 1Cor 10,17) unido pelos mesmos laços, como ele mesmo quis que fosse formado. 9. A fim de que os fiéis possam conseguir uma compreensão mais completa do mistério eucarístico, sejam eles esclarecidos também a respeito dos principais modos pelos quais o próprio Cristo está presente à sua Igreja, nas celebrações litúrgicas. Ele está sempre presente na assembléia em que os fiéis estão reunidos em seu nome (cf. Mt 18,20). Ainda ele está presente na sua palavra, porque ele mesmo fala quando se lêem as Sagradas Escrituras, na Igreja. No Sacrifício Eucarístico, ele está presente seja na pessoa do ministro, pois quem agora oferece por meio do ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz, seja e isso em grau eminente debaixo das espécies eucarísticas. Pois, naquele sacramento, de modo singular, está Cristo todo e inteiro, Deus e homem, substancial e ininterruptamente. Esta presença de Cristo debaixo das espécies é chamada real, não por exclusão, como se as outras não fossem reais, mas por excelência. 10. Os Pastores, portanto, instruam diligentemente os fiéis para que participem de toda a Missa, ilustrando a íntima relação que existe entre a Liturgia da Palavra e a celebração da Ceia do Senhor, de maneira que percebam claramente que as duas formam um único ato de culto. Efetivamente, a pregação da palavra faz-se necessária para o próprio ministério dos sacramentos, uma vez que são sacramentos da fé, e esta nasce e se alimenta da Palavra. Isto deve-se afirmar, antes de tudo, a respeito da celebração da Missa, na qual o escopo da Liturgia da Palavra é estreitar, de modo especial, o íntimo vínculo que existe entre o anúncio e a audição da Palavra de Deus e o mistério eucarístico. Os fiéis, com efeito, ao ouvirem a palavra de Deus compreendem que as suas maravilhas anunciadas atingem o seu ápice no ministério pascal cujo memorial é celebrado, sacramentalmente, na Missa. Deste modo, os fiéis, recebendo a palavra de Deus e nutridos pela mesma, são conduzidos na ação de graças, para uma participação frutuosa dos mistérios da salvação. Assim, a Igreja se alimenta do pão da vida, quer à mesa da palavra de Deus quer à do Corpo de Cristo. 11. Na verdade, a participação ativa e própria da comunidade tornar-se-á tanto mais consciente e fecunda quanto mais claramente os fiéis conhecerem o lugar que lhes compete na assembléia litúrgica e o papel que devem executar na ação litúrgica. Portanto, explique-se, na catequese, a doutrina a respeito do sacerdócio real pelo qual os fiéis, em virtude de regeneração e da unção pelo Espírito Santo, são consagrados. Sejam ainda postos em evidência que a função do sacerdócio ministerial na celebração Eucarística, o qual se distingue do sacerdócio comum em sua essência e não somente pelo grau, quer o papel que é efetuado por outros que executam uma determinada função. 12. Explique-se, pois, que todos os que se reúnem para a Eucaristia formam aquele povo santo que toma parte na sagrada ação, junto com os ministros. Com efeito, somente o sacerdote, enquanto representa a pessoa de Cristo, consagra o pão e o vinho. Contudo a ação dos fiéis na Eucaristia consiste em dar graças a Deus, recordando a sagrada paixão, a ressurreição e a glória do Senhor, e em oferecer a imaculada hóstia, não somente pelas mãos do sacerdote, mas também junto com ele. Diga-se, também, que, pela recepção do Corpo do Senhor realiza-se a sua união com Deus e entre si, que a participação na Missa deve levar. Pois a participação na Missa torna-se mais perfeita quando eles, com devida disposição, recebem, durante a Missa, o Corpo do Senhor sacramentalmente, obedecendo às suas palavras, quando diz: Tomai e comei. Este Sacrifício, porém, assim como a própria Paixão de Cristo, embora oferecido por todos, não tem efeito a não ser naqueles que se unem à Paixão de Cristo pela fé e pela caridade... A estes, todavia, traz maior ou menor fruto, de acordo com o grau de devoção. Tudo isso deve ser explicado aos fiéis, de tal modo que participem na Missa ativamente, tanto no íntimo de seus corações como também nos ritos exteriores, conforme os princípios estabelecidos na Constituição sobre a Sagrada Liturgia, mais amplamente determinados pela Instrução Inter Oecumenici, do dia 26 de setembro de 1964, pela Instrução Musicam Sacram, de 5 de março de 1967, e pela Instrução Tres Abhinc Annos de 4 de maio de 1967. 13. Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário. 14. Os que cuidam da formação religiosa das crianças, especialmente os pais, o pároco e os professores tenham cuidado de dar a devida importância à catequese sobre a Missa, quando as introduzem

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gradativamente no conhecimento do mistério da salvação. É óbvio que a catequese sobre a Eucaristia, adaptada à idade e índole das crianças, deve transmitir, por meio dos principais ritos e orações, o significado da Missa, mesmo no tocante à participação na vida da Igreja. Tudo isso se deve ter presente, de modo particular, quando se trata da preparação de crianças à primeira Eucaristia, de tal forma que esta realmente apareça como perfeita inserção do Corpo de Cristo. 15. O Concílio Ecumênico de Trento prescreve aos Pastores que, freqüentemente, exponham, seja pessoalmente seja por outros, textos da Missa, e que, entre outras coisas, expliquem um ou outro aspecto do mistério deste santíssimo Sacrifício. Os Pastores, portanto, conduzam os fiéis, por uma conveniente catequese, à completa compreensão deste mistério da fé, partindo dos mistérios do ano litúrgico e dos ritos e orações que coincidem com a celebração, de forma que ilustrem o seu sentido e, especialmente, o da grande oração eucarística, e levem à profunda compreensão do mistério que os ritos e as preces significam e realizam. 16. Dado que, em virtude do Batismo, não há judeu nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher, mas todos são um em Cristo Jesus (cf. Gl 3,28), a assembléia que mais perfeitamente manifesta a natureza da Igreja na Eucaristia é aquela que coaduna entre si os fiéis de qualquer raça, idade e condição. Todavia, a unidade desta comunidade que toma origem de um só pão do qual todos participam (cf. 1Cor 10,17) é hierarquicamente organizada e, por essa razão, exige que cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar a sua função, faça tudo e só aquilo que, pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas, lhe compete. O exemplo por excelência desta unidade encontra-se na plena e ativa participação de todo o povo santo de Deus... na mesma Eucaristia, numa única oração, junto a um só altar, presidido pelo bispo, cercado de seu presbitério e ministros. 17. Nas celebrações litúrgicas, evite-se a divisão da comunidade e a desatenção para diversas coisas. Por isso, cuide-se para que não haja, na mesma igreja, duas celebrações litúrgicas ao mesmo tempo, que atraem a atenção do povo para diversas coisas. Isso vale, antes de tudo, para a celebração da Eucaristia. Por isso, aquela dispersão que costuma originar-se da celebração de diversas Missas, ao mesmo tempo e na mesma igreja, deve-se evitar, com todo o cuidado, quando aos domingos e festas de guarda, é celebrada a Missa para o povo. A mesma coisa deve-se observar também nos outros dias, quando for possível. A melhor maneira para se conseguir isso é, conforme a norma de direito, a concelebração dos sacerdotes que desejam celebrar a santa Missa na mesma hora. Da mesma forma, deve-se evitar, que na mesma igreja e ao mesmo tempo, haja celebração do Ofício divino no coro ou em comum, pregação, batizado, casamento e celebração da santa Missa para o povo, conforme o horário oficial da igreja. 18. Na celebração da Eucaristia, fomente-se o espírito de comunidade de tal forma que cada um sinta-se unido com os irmãos na comunhão da Igreja, seja local seja universal, e até, de certo modo, com todos os homens. Pois, Cristo se oferece no sacrifício da Missa, pela salvação de todo o mundo; a assembléia dos fiéis é figura e sinal da união do gênero humano em Cristo, sua cabeça. 19. Os fiéis, que fora de sua paróquia, tomam parte na celebração da Eucaristia, devem associar-se à ação sagrada da mesma forma que está em uso na comunidade daquele lugar. Os Pastores tenham a solicitude de ajudar, com meios oportunos, os fiéis que vêem de outras religiões, para que consigam adaptar-se à assembléia local. Isto sobretudo nas igrejas das grandes cidades ou nos lugares onde, por causa das férias, muitos fiéis se reúnem. Nos lugares, porém, onde se encontram em grande número forasteiros de outro idioma ou exilados, os Pastores tenham o cuidado de lhes oferecer, pelo menos uma ou outra vez, a ocasião de participar na Missa que é celebrada conforme os seus costumes. Todavia, providencie-se que os fiéis possam juntamente rezar ou cantar, também em língua latina, as partes do Ordinário que lhes compete. 20. Para estimular a boa organização da sagrada celebração e a participação ativa dos fiéis, torna-se necessário que os ministros não somente exerçam bem a sua função, de acordo com as leis litúrgicas, mas que eles, por sua atitude, façam sentir o significado das coisas sagradas. O povo tem o direito de ser alimentado, na Missa, pelo anúncio e pela explicação da Palavra de Deus. Por conseguinte, os sacerdotes não só façam a homilia todas as vezes que é prescrita ou conveniente, mas ainda cuidem que tudo o que eles ou os ministros, em sua respectiva função, disserem, pronunciem ou cantem tão distintamente que os fiéis os entendam com clareza e compreendam o seu sentido, e sejam espontaneamente movidos para a resposta e para a participação. Os ministros sejam preparados para isso, por exercícios próprios, especialmente nos seminários e casas religiosas. 21. a) Nas Missas com o povo, mesmo sem concelebração, o celebrante pode dizer o Cânon em voz inteligível, se for conveniente. Nas Missas cantadas, porém, é-lhe permitido cantar aquelas partes do Cânon que se pode cantar, conforme o Rito da Missa concelebrada, segundo a Instrução Tres Abhinc Annos, de 4 de maio de 1967, no.10. b) Para a impressão das palavras da Consagração, seja observada a praxe tradicional de imprimi-las em caracteres diferentes do restante do texto, para que apareçam com maior evidência. 22. Onde, segundo o espírito do art. 20 da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, a Missa for transmitida por meio de instrumentos radiofônicos ou de televisão, cuidem os Ordinários do lugar que a oração e a participação dos fiéis presentes não sejam perturbadas por isso, e a celebração seja executada com tanta

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discrição e decoro que se torne modelo da celebração do sagrado mistério, conforme as leis da reforma litúrgica. 23. Com todo o cuidado deve-se impedir que o costume de tirar fotografias perturbe as funções litúrgicas, particularmente as Missas. Onde, porém, houver um motivo razoável, faça-se tudo com discrição e de acordo com as prescrições do Ordinário do lugar. 24. A casa de oração na qual se celebra e guarda a santíssima Eucaristia, onde se congregam os cristãos e é venerada, para auxílio e consolação dos fiéis, a presença do filho de Deus, nosso Salvador, oferecido por nós na ara sacrificial deve mostrar-se luzente e apta para a oração e as celebrações religiosas. Saibam, pois, os Pastores que a própria disposição conveniente do lugar sagrado contribui muito para a exata celebração e a participação ativa dos fiéis. Por essa razão, sejam observadas as regras e normas das Instruções Inter Oecumenici (Art. 90-99): construção de igrejas e sua adaptação à reforma litúrgica, construção e ornamentação dos altares, escolha acertada do lugar para as cadeiras do celebrante e dos ministros, marcação do lugar apropriado para a leitura dos textos sagrados, disposição dos lugares reservados para os fiéis e para os cantores. Em primeiro lugar, o altar-mor deve ser colocado e construído de maneira que apareça sempre como sinal do próprio Cristo, lugar onde se realizam os mistérios da salvação, e como centro da assembléia dos fiéis ao qual se deve o máximo respeito. Evite-se, com cuidado, a dilapidação dos tesouros de arte religiosa, na adaptação das igrejas. Se, porém, se julgar necessário remover os tesouros dos lugares onde no momento se encontram, por causa da reforma litúrgica, a juízo do Ordinário do lugar, depois de consultar as opinião de peritos e se for o caso com o consentimento de quem é de direito, então se faça isso com prudência e de tal forma que sejam colocados, nos novos lugares, de uma maneira digna e correspondente às obras. Lembrem-se também os Pastores de que o material e o feitio das vestes sagradas, que visam antes a nobre beleza que a mera suntuosidade, contribuem muito para as celebrações litúrgicas. 25. Cada vez que a comunidade se reúne para a celebração eucarística, anuncia a morte e ressurreição do Senhor, na esperança de sua vinda gloriosa. Isso, todavia, é posto em evidência na reunião dominical, a saber, naquele dia da semana em que o Senhor ressuscitou dos mortos e o mistério pascal, por tradição apostólica, é celebrado na Eucaristia , de maneira particular. Ora, para que os fiéis observem, com convicção, o preceito da santificação desse dia festivo, e compreendam por que razão a Igreja os convoca para a celebração Eucarística em cada domingo, desde o início da sua formação religiosa, o domingo lhes deve ser lembrado e inculcado como o dia de festa primordial em que devem reunir-se para ouvir a Palavra de Deus e participar do mistério pascal. Ainda mais, favoreça-se a iniciativa de fazer do domingo um dia de alegria e de descanso do trabalho. 26. Convém fomentar o espírito de comunidade eclesial que, de modo particular, na celebração comum da Missa no domingo encontra alimento e expressão, seja em torno do bispo, principalmente na catedral, seja na assembléia paroquial, cujo pastor faz as vezes do bispo. É bom promover, com empenho, a participação ativa de todo o povo, na celebração dominical que, tem a sua expressão no canto; até é bom dar preferência, enquanto for possível, à forma da Missa cantada. As celebrações, que se realizam em outras igrejas e oratórios, devem ser combinadas, especialmente nos domingos e festas, com as funções da igreja paroquial, de forma que ajudem a ação pastoral. Até seria bom que pequenas comunidades religiosas não clericais e outras semelhantes, especialmente as que prestam serviço na paróquia, participem da Missa, naqueles dias, na igreja paroquial. A respeito do horário e do número de Missas a serem celebradas nas paróquias, deve ser tomada em consideração a utilidade da comunidade paroquial: não se multiplique demais o número de Missas, para não prejudicar a eficiência verdadeira da ação pastoral. Isso aconteceria, por exemplo, se, em conseqüência do número excessivo de Missas, só se reunissem pequenas comunidades de fiéis para cada Missa, nas igrejas em que poderiam caber muito mais: ou se, pela mesma razão, os sacerdotes viessem a ficar tão sobrecarregados de trabalho que somente com muita dificuldade pudessem desempenhar o seu ministério. 27. A fim de que a unidade da comunidade paroquial, nos domingos e dias festivos, floresça na Eucaristia, sejam as Missas para grupos particulares, como por exemplo, de associações, celebradas de preferência, enquanto for possível, nos dias feriais. Se não puderem ser transferidas para dias durante a semana, tome-se o cuidado de conservar a unidade da comunidade paroquial, colocando os grupos particulares nas celebrações paroquiais. 28. Onde for permitido, em virtude de uma concessão da Sé Apostólica, que se possa satisfazer ao preceito de participar da Missa dominical na tarde do sábado antecedente, os Pastores instruam os fiéis, com desvelo, a respeito do significado desta concessão e cuidem que o sentido do domingo, de forma alguma, se torne obscuro. Com efeito, essa concessão visa facilitar aos fiéis, nas circunstâncias atuais, a celebração do dia da Ressurreição do Senhor. Não obstante concessões ou costumes contrários, esta Missa só pode ser celebrada na tarde do sábado, nas horas estabelecidas pelo Ordinário do lugar. Nesses casos, celebre-se a Missa como está marcada no calendário para o domingo, sem se omitirem, de modo algum, a homilia e a oração dos fiéis. A mesma coisa se diga também a respeito da Missa que, pelas mesma razão, em qualquer lugar for permitido antecipar na véspera de uma festa de preceito. A Missa antecipada do Domingo de Pentecostes é a atual Missa da Vigília com Credo. Igualmente, a Missa vespertina na véspera do Natal do Senhor, é a Missa da Vigília, celebrada de modo festivo, com paramentos

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brancos, com Aleluia e prefácio de Natal. A Missa vespertina antecipada do Domingo da Ressurreição, porém, não é permitido começar antes do crepúsculo ou, certamente, antes do por do sol. Esta Missa é sempre a da Vigília pascal que, em virtude de seu especial significado no ano litúrgico como também em toda a vida cristã, deve ser celebrada com a liturgia da santa noite, conforme o rito desta Vigília. Os fiéis que, do modo acima, começam a celebrar o domingo ou a festa de preceito na véspera do respectivo dia, podem receber a sagrada Comunhão mesmo se, pela manhã, já comungaram. Quem tiver comungado na Missa da Vigília Pascal e na Missa de meia-noite do Natal do Senhor, poderá receber a comunhão de novo, na outra Missa da Páscoa e numa das Missas do dia de Natal. Também os fiéis que na Quinta-feira Santa comungarem na Missa de Crisma, poderão outra vez aproximar-se da mesa da comunhão na Missa vespertina do mesmo dia, segundo a Instrução Tres Abhinc Annos, de 4 de maio de 1967, no.14. 29. Os fiéis sejam convidados a participar da santa Missa muitas vezes, ou mesmo diariamente. Recomenda-se isso, especialmente, nos dias feriais que devem ser celebrados com particular desvelo, como na Quaresma e no Advento, nas festas do Senhor, de importância secundária, em certas festas de Nossa Senhora ou de Santos que gozam de uma veneração especial, na Igreja universal ou particular. 30. Convém muito organizar reuniões ou encontros para fins de vida espiritual, ou de apostolado ou de estudos religiosos, como também retiros, etc., de tal forma que tenham o seu ponto culminante na celebração eucarística”. Nota:11 SC, 42: “Mas o bispo não pode estar sempre presente à sua igreja, nem presidir o rebanho em toda parte. É preciso, por isso que se constituam comunidades de fiéis. Entre essas, têm especial relevo as paróquias locais, organizadas em torno de um pastor que faz as vezes de bispo. São elas que, de certa forma, representam a Igreja visível existente no mundo. A vida litúrgica paroquial deve manter no espírito e na prática, estreita relação com o bispo, tanto por parte dos fiéis como pelo clero. A celebração da missa dominical é a principal expressão e o sustento do espírito paroquial comunitário”. Nota:12 EM, 17: “Nas celebrações litúrgicas, evite-se a divisão da comunidade e a desatenção para diversas coisas. Por isso, cuide-se para que não haja, na mesma igreja, duas celebrações litúrgicas ao mesmo tempo, que atraem a atenção do povo para diversas coisas. Isso vale, antes de tudo, para a celebração da Eucaristia. Por isso, aquela dispersão que costuma originar-se da celebração de diversas Missas, ao mesmo tempo e na mesma igreja, deve-se evitar, com todo o cuidado, quando aos domingos e festas de guarda, é celebrada a Missa para o povo. A mesma coisa deve-se observar também nos outros dias, quando for possível. A melhor maneira para se conseguir isso é, conforme a norma de direito, a concelebração dos sacerdotes que desejam celebrar a santa Missa na mesma hora. Da mesma forma, deve-se evitar, que na mesma igreja e ao mesmo tempo, haja celebração do Ofício divino no coro ou em comum, pregação, batizado, casamento e celebração da santa Missa para o povo, conforme o horário oficial da igreja”. cf. Diretório das missas com crianças, n.20: “Além das Missas em que tomam parte as crianças junto com seus pais e alguns familiares, e que nem sempre e nem em qualquer lugar podem ser realizadas, recomendam-se, sobretudo durante a semana, celebrações de Missas somente para crianças, com a participação apenas de alguns adultos. Desde o início da restauração litúrgica, viu-se a necessidade de adaptações especiais para estas Missas, de que se falará logo abaixo e de forma geral (n. 38-54)”. Nota:13 cf. EM, 17: “Nas celebrações litúrgicas, evite-se a divisão da comunidade e a desatenção para diversas coisas. Por isso, cuide-se para que não haja, na mesma igreja, duas celebrações litúrgicas ao mesmo tempo, que atraem a atenção do povo para diversas coisas. Isso vale, antes de tudo, para a celebração da Eucaristia. Por isso, aquela dispersão que costuma originar-se da celebração de diversas Missas, ao mesmo tempo e na mesma igreja, deve-se evitar, com todo o cuidado, quando aos domingos e festas de guarda, é celebrada a Missa para o povo. A mesma coisa deve-se observar também nos outros dias, quando for possível. A melhor maneira para se conseguir isso é, conforme a norma de direito, a concelebração dos sacerdotes que desejam celebrar a santa Missa na mesma hora. Da mesma forma, deve-se evitar, que na mesma igreja e ao mesmo tempo, haja celebração do Ofício divino no coro ou em comum, pregação, batizado, casamento e celebração da santa Missa para o povo, conforme o horário oficial da igreja”. Nota:14 Diretório das missas com crianças, n.25: “A igreja é o lugar principal para a celebração eucarística com as crianças, porém, escolha-se nela um lugar à parte, se for possível, no qual as crianças, segundo o seu número, possam atuar com liberdade, de acordo com as exigências de uma liturgia viva e adequada à sua idade. Se a igreja não corresponde a estas exigências, será preferível celebrar a eucaristia com as crianças em outro lugar que seja digno e adapto para a celebração”. Nota:15 Conferência de Medellín, 3,7: “A família é a primeira escola das virtudes sociais necessárias às demais sociedades [...]. É ai que os filhos fazem a primeira experiência de uma sã sociedade humana[...]. É por

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meio dela que os filhos vão sendo introduzidos gradativamente na sociedade civil dos homens e no Povo de Deus. Além disso, a família é a escola do mais rico humanismo, e o humanismo completo é o desenvolvimento integral. Na família convivem diversas gerações que se ajudam mutuamente para adquirir uma sabedoria mais completa e estabelecer os direitos das pessoas com as demais exigências da vida social, sabemos que ela constitui o fundamento da sociedade. Nela, os filhos, num clima de amor, aprendem, juntos, com maior facilidade a reta hierarquia dos valores, ao mesmo tempo em que se imprime, de modo natural, na alma dos adolescentes, à medida que vão crescendo, formas aprovadas de cultura. Aos pais cabe preparar, no seio da família, os filhos para conhecerem o amor de Deus para com todos os homens; ensinar-lhes, gradativamente, sobretudo pelo exemplo, a solicitude pelas necessidades materiais e espirituais do próximo, e assim a família cumprirá sua missão se promove a justiça e demais boas obras a serviço de todos os irmãos que padecem necessidade. Por isso, o bem-estar da pessoa e da sociedade humana está ligado estreitamente a uma situação favorável da comunidade conjugal e familiar, pois ela é um fator importantíssimo no desenvolvimento. Por isso todos os que têm influência nas comunidades e grupos sociais devem trabalhar eficazmente para a promoção do matrimônio e da família”. Nota:16 Dir., n.8: “Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas ações litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade. A Igreja, ao batizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os batizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal e penhor é a participação da mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular-se de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento”. Nota:17 Dir., n.2: “Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo fato de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas, não poderem exercer nelas sua força pedagógica inata. Embora já seja lícito, na Missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade das crianças. Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam”. Nota:18 Dir., n.8: “Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas ações litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade. A Igreja, ao batizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os batizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal e penhor é a participação da mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular-se de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento”. Nota:19 Dir., n.24: “Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia”. Nota:20 Dir., n.10: “A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada

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a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças”. Dir., n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:21 cf. Dir., n.10: “A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças”. Nota:22 Dir., n.13: “Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide-se, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didática”. Nota:23 Dir., n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:24 Dir.,n.17: “Entretanto, nas Missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra”. Nota:25 cf. SC, 38: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”. Dir., n.3: “A Igreja, seguindo o seu Mestre, que, “abraçando... abençoava” os pequeninos (Mc 10,16), não pode abandonar as crianças nesta situação, entregues a si mesmas. Por este motivo, imediatamente após o Concílio Vaticano II, que já na Constituição sobre a Sagrada Liturgia falara sobre a necessidade de uma adaptação da liturgia para os diversos grupos, sobretudo no primeiro Sínodo dos Bispos, realizado em Roma no ano de 1967, começou a considerar, com maior empenho, como as crianças poderiam participar mais facilmente da liturgia. Naquela ocasião, o presidente do Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, usando de palavras bem claras, disse que não se tratava, na verdade, de “elaborar um rito inteiramente especial, mas de consertar, abreviar ou omitir alguns elementos, ou de selecionar alguns textos mais adequados”. Nota:26 Dir., n.2: “Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo fato de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas, não poderem exercer nelas sua força pedagógica

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inata. Embora já seja lícito, na Missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade das crianças. Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam”. Nota:27 Dir., n.12 e 35: “Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento, a catequese da Missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial, conduzindo-as a uma participação ativa, consciente e genuína. Esta catequese, “bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da Missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja''; isto se refere, principalmente, aos textos da própria Prece Eucarística e às aclamações, por meio das quais as crianças dela participam. Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a eucaristia, mas também como poderão nela participar ativamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade. 35. A própria liturgia da Missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas. Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente sua oração. Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual”. Nota:28 Dir., n.21 e 24: “Deve-se ter sempre diante dos olhos que tais celebrações eucarísticas devem encaminhar as crianças para as Missas de adultos, principalmente para a Missa Dominical, que reúne toda a comunidade cristã. Portanto, afora as adaptações necessárias por causa da idade dos participantes, não se pode chegar a ritos completamente especiais que demasiadamente difiram do Ordinário da Missa celebrada com o povo. A finalidade de cada um dos elementos deve corresponder ao que se determina sobre eles na Instrução Geral do Missal Romano, ainda que alguma vez, por razões pastorais, não se possa conservar sua igualdade absoluta. 24. Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia”. Nota:29 Dir., n.20, 27 e 28: “Além das Missas em que tomam parte as crianças junto com seus pais e alguns familiares, e que nem sempre e nem em qualquer lugar podem ser realizadas, recomendam-se, sobretudo durante a semana, celebrações de Missas somente para crianças, com a participação apenas de alguns adultos. Desde o início da restauração litúrgica, viu-se a necessidade de adaptações especiais para estas Missas, de que se falará logo abaixo e de forma geral (n. 38-54). 27. Durante a semana, as crianças podem participar com maior fruto e menor risco de aborrecimento na celebração da Missa, se não se celebra todos os dias (por exemplo, nos internatos); além disso, havendo mais tempo entre uma celebração e outra, pode-se preparar melhor. Nos demais dias, é preferível uma oração em comum, em que as crianças podem participar com mais espontaneidade, ou uma meditação comunitária, ou uma celebração da Palavra de Deus que prolongue as celebrações eucarísticas anteriores e prepare a celebrar mais profundamente as seguintes. 28. Quando é muito grande o número das crianças que celebram a eucaristia, torna-se mais difícil uma participação atenta e consciente. Por isso, podem-se estabelecer vários grupos, não estritamente segundo a idade, mas levando-se em conta seu nível de formação religiosa e sua preparação catequética. Durante a semana, será oportuno convidar os diversos grupos, em dias distintos, para a celebração do sacrifício da Missa”. Nota:30

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Dir., n.17: “Entretanto, nas missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra”. Nota:31 Dir., 18, 29, 24, 47, 32, 48, 34, 22: “18. Pode ser de grande utilidade confiar às crianças alguns ofícios nestas Missas, como, por exemplo, levar as oferendas, executar um ou dois cantos da Missa. 29. Toda celebração eucarística com crianças, principalmente no que se refere às orações, cantos, leituras e intenção da prece dos fiéis, deve ser preparada a tempo e com diligência, em diálogo com os adultos e com as crianças que vão exercer algum ministério na celebração. Convém dar às crianças uma participação direta na preparação e ornamentação, tanto do lugar da celebração como dos objetos necessários, tais como o cálice, a patena, as galhetas etc. Tudo isto contribui, ademais, para fomentar o sentido comunitário da celebração, sem, contudo, dispensar uma justa participação interna. 24. Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia. 47. Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus. Entre estes elementos estão as monições que precedem as leituras e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a Missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode-se narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas. Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa. 32. Também nas Missas para crianças, “os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade” principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus. Sempre se deve tomar cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a Missa. Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas Missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Bispos. 48. Em todas as Missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio. 34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo. A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las, sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças. 22. Os princípios da participação ativa e consciente valem, de certa maneira, “a fortiori”, se as Missas são celebradas com crianças. Portanto, tudo se faça para fomentar e tornar mais viva e profunda esta participação. Para este fim, confiem-se ao maior número de crianças, ofícios especiais na celebração, tais como: preparar o lugar e o altar (cf. n.29), assumir o ofício de cantor (cf. n.24), cantar no coral, tocar algum instrumento musical (cf. n.32), proclamar as leituras (cf. n.24 e 47), responder durante a homilia (cf. n.48), recitar as intenções da prece dos fiéis, levar as oferendas para o altar, e outras ações semelhantes segundo os costumes dos diversos povos (cf. n.34). Certas adições podem favorecer, algumas vezes, a participação, como por exemplo: explicar as motivações para a ação de graças antes que o sacerdote inicie o diálogo do Prefácio. Em tudo isto leve-se em conta que as ações externas podem tornar-se infrutuosas e até chegar a ser nocivas, se não favorecerem a participação interna das crianças. Por isso o sagrado silêncio também tem sua importância nas Missas para

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crianças (cf. n.37). Atenda-se, com grande cuidado, que as crianças não se esqueçam de que todas estas formas de participação têm seu ponto mais alto na comunhão eucarística, na qual o corpo e o sangue de Cristo são recebidos como alimento espiritual”. Nota:32 Dir., n.30: “O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes. Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas”. Nota:33 Dir., n.31: “Para facilitar a participação das crianças no canto do “Glória”, “Creio”, “Santo” e “Cordeiro de Deus”, é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico”. Nota:34 Dir., n.32: “Também nas Missas para crianças, “os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade” principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus. Sempre se deve tomar cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a Missa. Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas Missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Bispos”. Nota:35 SC, 38: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas.” Dir., 33-34: “É necessário, nas Missas para crianças, fomentar com diligência sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da liturgia, como ação de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote, senão também, e mais ainda, a forma de se comportar de todo o grupo de crianças. Se a Conferência dos Bispos adapta à índole de cada povo, segundo a norma da Instituição Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas. 34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo. A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las, sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças”. Nota:36 Dir., 35: “A própria liturgia da Missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas. Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente sua oração. Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual”. Nota:37 Dir., n.5: “Este Diretório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular. As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à Missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Diretório geral”. Nota:38 IGMR, n.8: “A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração”. Nota:39 cf. Dir., n.38-39: “38. Respeitando sempre a estrutura geral da Missa, que “consta de certa maneira de duas partes, a saber: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, e também de alguns ritos que iniciam e

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concluem a celebração”, dentro das diversas partes da celebração parecem necessárias as seguintes adaptações para que as crianças realmente, “por meio dos ritos e das orações”, segundo as leis da psicologia da infância, experimentem, à sua maneira, “o mistério da fé”. 39. A fim de que a Missa para crianças não seja demasiadamente diferente da Missa com adultos, alguns ritos e textos nunca devem ser adaptados às crianças, como “as aclamações e respostas dos fiéis as saudações do sacerdote”, o Pai nosso, a fórmula trinitária na bênção final com que o sacerdote conclui a missa. Recomenda-se que paulatinamente as crianças vão se acostumando ao Símbolo Niceno-Constantinopolitano, além do uso do Símbolo dos Apóstolos”. Nota:40 cf. Rito da unção..., n.26: “Ao passar desta vida o fiel, confortado pelo viático do corpo e sangue de Cristo, recebe o penhor da vida eterna, segundo a Palavra do Senhor: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue possui a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6,54). Se for possível, seja o viático recebido na própria missa, que em tais circunstâncias pode ser celebrada em casa, de modo que o enfermo possa comungar sob as duas espécies, e também porque a comunhão recebida sob a forma de viático é considerada um sinal especialíssimo da participação no mistério que é celebrado no sacrifício da missa, isto é, a morte do Senhor e a sua passagem para o Pai”. Nota:41 cf. Rito de unção, n.42-43: “Todos os fiéis, de acordo com a sua condição, participando da solicitude e da caridade do Cristo e da Igreja para com os enfermos, cuidem dos mesmos com todo carinho, visitando-os e confortando-os no Senhor, e socorrendo-os fraternalmente em suas necessidades. 43. Sobretudo os párocos e os que se ocupam normalmente dos enfermos transmitam-lhes as palavras da fé, pelas quais compreendam o sentido da enfermidade no ministério da salvação; exortem-nos principalmente, iluminados pela fé, a saberem unir-se ao Cristo padecente, como também a santificar sua doença pela oração, na qual encontrem forças para suportar os sofrimentos. Esforcem-se por levar pouco a pouco os doentes à participação digna e freqüente da penitência e da Eucaristia, segundo as suas possibilidades, e sobretudo à recepção, no momento oportuno, da unção e do viático”. Nota:42 cf. Rito da unção, n.1-4: “1. As dores e enfermidades sempre foram consideradas como os maiores problemas que afligem a consciência dos homens. Porém os que professam a fé cristã, mesmo padecendo e experimentando tais sofrimentos, são ajudados, pela luz da mesma fé, a compreender de modo mais profundo o mistério da dor e a suportá-la com maior coragem. Não só conhecem, pela Palavra do Cristo, o valor e o sentido da doença, tanto para a sua salvação como para a do mundo, como também não ignoram o amor do Cristo pelos doentes, que tantas vezes visitou e curou ao longo de sua vida. 2. A doença, ainda que intimamente ligada à condição do homem pecador, quase nunca poderá ser considerada como um castigo que lhe seja infligido por seus próprios pecados (cf. Jo 9,3). Não só o próprio Cristo, que é sem pecado, cumprindo o que estava escrito no profeta Isaías, suportou as chagas da sua paixão e participou das dores de todos os homens (cf. Is 53,4-5) como continua ainda a padecer e sofrer em seus membros, mais configurados a ele quando atingidos pelas provações, que no entanto nos parecem efêmeras até mesmo leves, comparadas ao quinhão de glória eterna que para nós preparam (cf. 2Cor 4,17). 3. Por disposição da divina providência o homem deve lutar ardentemente contra toda doença e procurar com empenho o tesouro da saúde, para que possa desempenhar o seu papel na sociedade e na Igreja, contanto que esteja sempre preparado para completar o que falta aos sofrimentos do Cristo pela salvação do mundo, esperando a libertação da criatura na glória dos filhos de Deus (cf. Cl 1,24; Rm 8,19-21). É também papel dos enfermos na Igreja, pelo seu testemunho, não só levar aos outros homens a não esquecerem as realidades essenciais e mais altas, como mostrar que nossa vida mortal deve ser redimida pelo mistério da morte e ressurreição do Cristo. 4. Não compete apenas ao doente, lutar contra a enfermidade. Também os médicos e todos aqueles que se ocupam dos enfermos, de qualquer modo que seja, lembrem-se de que devem fazer tentar ou experimentar tudo aquilo que pareça proveitoso à alma e ao corpo dos doentes; procedendo deste modo, realizam a Palavra do Cristo que nos manda visitar os enfermos como se nos confiasse o homem todo, para ser auxiliado fisicamente e espiritualmente confortado”. Nota:43 SC, 2: “A liturgia, em que a obra de nossa redenção se realiza, especialmente pelo divino sacrifício da eucaristia, contribui decisivamente para que os fiéis expressem em sua vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a natureza genuína da verdadeira Igreja. Ela é, ao mesmo tempo, humana e divina, visível, mas dotada de bens invisíveis, presente ao mundo, mas peregrina, de tal forma que o que nela é humano está subordinado ao que é divino, o visível ao invisível, a ação à contemplação e o presente à futura comunhão que todos buscamos. Dia após dia, a liturgia vai nos transformando interiormente em templos santos do Senhor e morada espiritual de Deus, até a plenitude de Cristo, de tal forma que nos dá a força necessária para pregar Cristo e mostrar ao mundo o que é a Igreja, como a reunião de todos os filhos de Deus ainda dispersos, até que se tornem um só rebanho, sob um único pastor”. Nota:44 SC, 14: “A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa, de acordo com as exigências da própria liturgia e por direito e dever do povo cristão, em virtude do batismo, como raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (1Pd 2,9; cf. 2,4-5)”.

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Nota:45 SC, 14: “A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa, de acordo com as exigências da própria liturgia e por direito e dever do povo cristão, em virtude do batismo, como raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (1Pd 2,9; cf. 2,4-5)”. Nota:46 cf. IGMR 25, 26, 17b, 83: “25. Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. 26. O canto é executado alternadamente pela escola dos cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo povo ou só pela escola. Pode-se usar ou a antífona com seu salmo, do Gradual Romano ou do Gradual Simples, ou então outro cântico condizente com a ação sagrada e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência Episcopal. Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, após a saudação. 17b. Algumas, porém, acompanham um rito, tais como o canto de entrada, do ofertório, da fração do pão (Agnus Dei) e da Comunhão. 83. Enquanto se faz a procissão para o altar, canta-se o cântico de entrada (cf. n.25-26)”. Nota:47 Mc 1,15: “O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia”. Nota:48 Mt 5,24: “deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta”. Nota:49 cf. IGMR, n. 23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:50 cf. IGMR, n.30: “Depois do ato penitencial inicia-se o Kyrie, eleison, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, participando dele o povo e a escola ou o cantor. Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo porém, por causa da índole das diversas línguas ou da música e das circunstâncias, um número maior de repetições ou a intercalação de um breve tropo. Se o Kyrie não for cantado, seja recitado”. Nota:51 cf. IGMR, n.29: “Após a saudação do povo, o sacerdote ou um outro ministro idôneo poderá, com breves palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia. Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, realizado então por toda a comunidade por uma confissão geral, sendo concluído com a absolvição dada pelo sacerdote”. Nota:52 cf. IGMR, n.31: “O Glória, hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro, é cantado ou pela assembléia dos fiéis ou pelo povo que alterna com a escola, ou pela própria escola. Se não for cantado, deve ser recitado por todos, juntos ou alternadamente. É cantado ou recitado aos Domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes”. Nota:53 Lc 2,14: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”. Nota:54 cf. IGMR, n. 323: “Em cada Missa, a não ser que se indique outra coisa, dizem-se as orações que lhe são próprias. Contudo, nas Missas de memórias, diz-se a coleta própria ou a do Comum. As orações sobre as oferendas e depois da Comunhão, não sendo próprias, podem ser tomadas do Comum ou das férias do tempo corrente. Nas férias do tempo comum, porém, além das orações do domingo precedente, podem tomar-se as orações de outro domingo do tempo comum ou uma das orações para diversas circunstâncias, consignadas no Missal. Mas será sempre lícito tomar apenas a coleta das mesmas Missas. Desta maneira se oferece maior abundância de textos que não apenas possibilitam uma contínua renovação das preces de súplica da assembléia litúrgica, mas também uma melhor adaptação às necessidades dos fiéis, da Igreja e do mundo. Nos tempos mais importantes do ano, essa adaptação é feita pelas orações que lhes são próprias, contidas no Missal para cada féria”. Nota:55 Aplicação do princípio de SC 38, Diretório das missas com crianças n.51. SC, 38: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”.

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Diretório das missas com crianças, n.51: “Algumas vezes não basta esta livre escolha, para que as crianças possam considerar as orações como expressão de sua própria vida e de sua experiência religiosa, pois as orações foram feitas para os fiéis adultos. Neste caso nada impede que se adapte o texto do Missal Romano às necessidades das crianças, respeitando-se, entretanto, sua finalidade e, de certa maneira, sua substância, e evitando-se tudo o que é estranho ao gênero literário de uma oração presidencial, como, por exemplo, exortações moralizantes e formas de falar demasiado pueris”. Nota:56 IGMR, 23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:57 SC, 33: “Formando o povo de Deus, os leigos constituem um só corpo de Cristo, que é a cabeça. Por vontade do criador e pela graça recebida do Redentor, todos, como membros vivos, são chamados a contribuir com o melhor de suas forças para o crescimento e contínua santificação da Igreja. Apostolado dos leigos é participação na missão salvadora da Igreja. Todos estão qualificados pelo Senhor ao exercício desse apostolado, através do batismo e da confirmação. A alma desse apostolado é a caridade para com Deus e para com os homens, alimentada e comunicada pelos sacramentos, especialmente pela eucaristia. Os leigos são especialmente chamados a tornar a Igreja presente e ativa nos lugares e nas circunstâncias onde somente por eles pode atuar o sal da terra. Através dos dons recebidos, todo leigo é, ao mesmo tempo, testemunha e instrumento da própria missão da Igreja, segundo a medida do dom de Cristo (Ef 4,7). Além desse apostolado, comum a todos os fiéis, os leigos podem ainda ser chamados de diversos modos, a cooperar de maneira mais imediata com o apostolado da hierarquia, a exemplo dos homens e mulheres que, trabalhando muito no Senhor, ajudaram o apóstolo Paulo na evangelização (cf. Fl 4,3; Rm 16,3ss). Podem ser chamados, finalmente, pela hierarquia, a assumir certas funções eclesiásticas, que visam diretamente a fins espirituais. Numa palavra, os leigos devem colaborar na grande obra de fazer chegar a todos os homens, de todos os tempos e latitudes, o conhecimento do desígnio salvador de Deus. Deve-se pois abrir caminho para que participem com afinco, segundo sua capacidade e de acordo com as exigências das circunstâncias, da tarefa salvadora da Igreja”. Nota:58 SC, 7: “Para realizar tal obra, Cristo está sempre presente à sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Presente ao sacrifício da missa, na pessoa do ministro, pois quem o oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que então se ofereceu na cruz, mas, especialmente presente sob as espécies eucarísticas. Presente, com sua força, nos sacramentos, pois, quando alguém batiza é o próprio Cristo que batiza. Presente por sua palavra, pois é ele quem fala quando se lê a Escritura na Igreja. Presente, enfim, na oração e no canto da Igreja, como prometeu estar no meio dos dois ou três que se reunissem em seu nome (Mt 18,20). Cristo age sempre e tão intimamente unido à Igreja, sua esposa amada, que esta glorifica perfeitamente a Deus e santifica os homens, ao invocar seu Senhor e, por seu intermédio, prestar culto ao eterno Pai. Com razão se considera a liturgia o exercício do sacerdócio de Cristo, em que se manifesta por sinais e se realiza a seu modo a santificação dos seres humanos, ao mesmo tempo que o corpo místico de Cristo presta culto público perfeito à sua cabeça. Toda celebração litúrgica, pois, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo, a Igreja, é ação sagrada num sentido único, não igualado em eficácia nem grau por nenhuma outra ação da Igreja”. Nota:59 cf. IGMR, n.35: “Deve-se manifestar a maior veneração por ocasião da leitura do Evangelho. A própria Liturgia o ensina, uma vez que a cerca, mais do que as outras, de honra especial: tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela benção ou oração, como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura. Realçam-no ainda os sinais de veneração prestados ao livro dos Evangelhos”. Nota:60 cf. IMGR, n.34: “Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia. Como por tradição o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial, convém que via de regra o diácono, ou na falta dele outro sacerdote, leia o Evangelho; o leitor faça as demais leituras. Mas na falta do diácono ou de um outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho”. Nota:61 Diretório das missas com crianças, n.48: “Em todas as Missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio”. Nota:62 cf. IGMR, 33–39: “A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cânticos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o

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mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelos cânticos, o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ele adere pela profissão de fé. Alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro. 34. Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia. Como por tradição o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial, convém que via de regra o diácono, ou na falta dele outro sacerdote, leia o Evangelho; o leitor faça as demais leituras. Mas na falta do diácono ou de um outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho. 35. Deve-se manifestar a maior veneração por ocasião da leitura do Evangelho. A própria Liturgia o ensina, uma vez que a cerca, mais do que as outras, de honra especial: tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela benção ou oração, como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura. Realçam-no ainda os sinais de veneração prestados ao livro dos Evangelhos. 36. À primeira leitura segue-se o salmo responsorial ou gradual, que é parte integrante da Liturgia da Palavra. O salmo normalmente é tirado do lecionário, pois cada um de seus textos se acha diretamente ligado à respectiva leitura; assim a escolha do salmo depende das leituras. Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o refrão salmódico, foram escolhidos alguns textos de responsórios e de salmos para os diversos tempos do ano e as várias categorias de Santos, que poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura, sempre que o salmo é cantado. O salmista ou cantor do salmo, na estante ou outro lugar adequado, profere os versículos do salmo perante toda a assembléia que o escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo direto, isto é, sem refrão. Quando se canta, pode-se usar, além do salmo marcado no Lecionário, um gradual do Gradual Romano ou um salmo responsorial ou aleluiático do Gradual Simples, como se encontram nesses livros. 37. Após a segunda leitura vem o Aleluia ou outro canto de acordo com o tempo litúrgico: a) o Aleluia é cantado em todos os tempos, exceto a Quaresma, sendo iniciado por todos ou pela escola ou cantor, podendo ser repetido; os versículos são tirados do Lecionário ou do Gradual; b) o outro canto consiste num versículo antes do Evangelho ou num segundo salmo ou trato, como se encontram no lecionário ou no Gradual. 38. Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho: a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo, ou então apenas um salmo ou o Aleluia; b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo ou um versículo antes do Evangelho. 39. O salmo que ocorre após a leitura, se não for cantado, seja recitado. Mas o Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos, quando não são cantados”. Nota:63 Diretório das missas com crianças, n. 48, comparar com a “Terceira Instrução” de 5 de setembro de 1970 e as “considerações” sobre a mesma “instrução” – CNL – CNBB: “Em todas as Missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio”. Nota:64 Diretório das missas com crianças, n.24: “Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia”. Nota:65 cf. IGMR, 41-42: “A homilia é uma parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã. Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de um outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, levando em conta tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes. 42. Aos domingos e festas de preceito haja homilia em todas as Missas celebradas com participação do povo; também é recomendada nos outros dias, sobretudo nas férias do Advento, Quaresma e Tempo Pascal, como ainda em outras festas e ocasiões em que o povo acorre à Igreja em maior número. Via de regra é o próprio sacerdote celebrante quem profere a homilia”. Nota:66 cf. IGMR, 43-44: “O símbolo ou profissão de fé, na celebração da Missa, tem por objetivo levar o povo a dar seu assentimento e resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a regra da fé antes de iniciar a celebração da Eucaristia.

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44. O símbolo deve ser dito pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se também dizê-lo em celebrações especiais de caráter mais solene. Quando cantado, deve sê-lo por todo o povo, seja por inteiro, seja alternadamente”. Nota:67 cf. Diretório das missas com crianças, n.31; ver também “Instrução Musicam Sacram” n.55: “Para facilitar a participação das crianças no canto do “Glória”, “Creio”, “Santo” e “Cordeiro de Deus”, é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico”. Nota:68 cf. IGMR, 45: “Na oração universal ou oração dos fiéis, exercendo a sua função sacerdotal, o povo suplica por todos os homens. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze: pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os homens e pela salvação de todo o mundo”. Nota:69 cf. IGMR, 8: “Hoje, pelo contrário, aquela norma dos Santos Padres seguida pelos que corrigiram o Missal de São Pio V, foi enriquecida por inúmeros trabalhos de eruditos. Depois do Sacramentário Gregoriano, editado pela primeira vez em 1571, os antigos Sacramentários Romanos e Ambrosianos foram publicados em numerosas edições críticas assim como os antigos livros litúrgicos Espanhóis e Galicanos, trazendo assim à luz muitas preces de grande valor espiritual até então ignoradas. Igualmente as tradições dos primeiros séculos, anteriores à formação dos ritos do Oriente e do Ocidente, são agora melhor conhecidas, depois que se descobriram tantos documentos litúrgicos. Além disso, o progresso dos estudos patrísticos lançou sobre a teologia do mistério eucarístico a luz da doutrina dos Padres mais eminentes da antigüidade cristã, como Santo Irineu, Santo Ambrósio, São Cirilo de Jerusalém e São João Crisóstomo”. Nota:70 Rm 12,1-2: “Irmãos, pela misericórdia de Deus, peço que vocês ofereçam os próprios corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esse é o culto autêntico de vocês. Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito”. Nota:71 cf. IGMR, 49: “No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo. Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare na credência. A seguir trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar conveniente e depõem sobre o altar, proferindo as fórmulas estabelecidas. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual. Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto da mesma; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística”. Nota:72 cf. IGMR, 49: “No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo. Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare na credência. A seguir trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar conveniente e depõem sobre o altar, proferindo as fórmulas estabelecidas. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual. Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto da mesma; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística”. Nota:73 cf. Ef 4,28: “Quem roubava, não roube mais; ao contrário, ocupe-se trabalhando com as próprias mãos em algo útil, e tenha assim o que repartir com os pobres”. Nota:74 IGMR, 50: “O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (no.26). Omite-se a antífona do ofertório, quando não for cantada”. Nota:75 Cf. Jo 6,49-50: “Os pais de vocês comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desceu do céu: quem dele comer nunca morrerá”. 1Cor 11,23-14: “De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim”.

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cf. IGMR, 56: “Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão: a) a oração do Senhor: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos o pão eucarístico e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o celebrante, e ele acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta; b) segue-se o rito da paz no qual os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana, e exprimem mutuamente a caridade, antes de participar do mesmo pão; quanto ao próprio rito da paz, seja estabelecido pelas Conferências Episcopais de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo; c) o gesto de partir o pão, realizado por Cristo na última Ceia, deu nome a toda a ação eucarística na época apostólica; este rito possui não apenas uma razão prática, mas significa que nós, sendo muitos, pela comunhão do único Pão da vida, que é o Cristo, formamos um único corpo (1Cor 10,17); d) a mistura do pão com o vinho: o sacerdote coloca no cálice uma partícula da hóstia; e) o Agnus Dei: durante a fração do pão e sua mistura com o vinho, a escola ou o cantor canta a invocação Agnus Dei, à qual o povo responde; se não for cantada, seja dita em voz alta. Para acompanhar o rito da fração do pão, pode-se repetir essa invocação quantas vezes for necessário, terminando-se sempre com as palavras dai-nos a paz; f) a preparação particular do sacerdote: rezando em voz baixa o sacerdote se prepara para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio; g) a seguir o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que será recebido na Comunhão e convida-os à ceia de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz uma ato de humildade, usando as palavras do Evangelho; h) é muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação do Sacrifício celebrado; i) enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Havendo porém um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão. Pode-se empregar a antífona do Gradual Romano, com o salmo ou sem salmo, ou a antífona com o salmo do Gradual Simples, ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência Episcopal. O canto é executado só pela escola, ou pela escola ou cantor junto com o povo. Não havendo canto, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns dentre eles, ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis; j) terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um hino, ou outro canto de louvor; k) na oração depois da comunhão, o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela aclamação Amém, faz sua a oração”. Nota:76 Diretório das missas com crianças, n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:77 Diretório das missas com crianças, n.16-17: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado. 17. Entretanto, nas Missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na

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celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra”. Nota:78 Diretório das missas com crianças, n.52: “Na eucaristia celebrada com as crianças, o mais importante deve ser a Oração Eucarística que é o ponto alto de toda a celebração. Muito depende da maneira como o sacerdote recita esta Oração e da forma como as crianças dela participam, escutando em silêncio e por meio de aclamações. A própria disposição de ânimo que este ponto central da celebração requer, a tranqüilidade e reverência com que tudo se executa, devem levar as crianças a manter o máximo de atenção na presença real de Cristo no altar sob as espécies de pão e vinho, no seu oferecimento, na ação de graças por ele, com ele e nele, e na oblação da Igreja que então se realiza e pela qual os fiéis se oferecem a si mesmos e sua vida inteira com Cristo ao Pai Eterno na unidade do Espírito Santo. Por enquanto, empregar-se-ão somente as quatro Preces Eucarísticas aprovadas pela autoridade suprema para as Missas com adultos e introduzidas no uso litúrgico, enquanto a Sé Apostólica não dispuser outra coisa para as Missas com crianças”. cf. Instrução sobre as preces eucarísticas. Nota:79 cf. SC, 40: “Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência. 3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto”. Diretório das missas com crianças, n.5: ““Este Diretório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular. As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à Missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Diretório geral”. Veja-se também Dir., n.30: “O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes. Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas”. Nota:80 Dir., n.52: “Na eucaristia celebrada com as crianças, o mais importante deve ser a Oração Eucarística que é o ponto alto de toda a celebração. Muito depende da maneira como o sacerdote recita esta Oração e da forma como as crianças dela participam, escutando em silêncio e por meio de aclamações. A própria disposição de ânimo que este ponto central da celebração requer, a tranqüilidade e reverência com que tudo se executa, devem levar as crianças a manter o máximo de atenção na presença real de Cristo no altar sob as espécies de pão e vinho, no seu oferecimento, na ação de graças por ele, com ele e nele, e na oblação da Igreja que então se realiza e pela qual os fiéis se oferecem a si mesmos e sua vida inteira com Cristo ao Pai Eterno na unidade do Espírito Santo. Por enquanto, empregar-se-ão somente as quatro Preces Eucarísticas aprovadas pela autoridade suprema para as Missas com adultos e introduzidas no uso litúrgico, enquanto a Sé Apostólica não dispuser outra coisa para as Missas com crianças”. Nota:81 cf. IGMR, 54, 55, 322: “Inicia-se agora a Oração Eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se uma com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a Oração Eucarística; a) A ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festa ou o tempo;

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b) a aclamação, pela qual toda assembléia, unindo-se aos espíritos celestes, canta ou recita o Sanctus; esta aclamação, parte da própria Oração Eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote; c) a epíclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais o poder divino, para que os dons oferecidos pelos homens sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e Sangue de Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em comunhão; d) a narrativa da instituição e consagração, quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinho, e entregá-los aos Apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério; e) a anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos apóstolos, a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a Ascensão aos céus; f) a oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios, e se aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos; g) as intercessões, pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e mortos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo; h) a doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação do povo. Exige a Oração Eucarística que todos a escutem com reverência e em silêncio, dela participando pelas aclamações previstas no próprio rito. 322. A escolha entre as várias Orações Eucarísticas segue as seguintes normas: a) A Oração Eucarística I, ou Cânon Romano, que sempre pode ser usada, será mais oportuna nos dias de Em comunhão e Recebei, ó Pai, próprios, como também nas festas dos Apóstolos e Santos mencionados na mesma Oração; também nos domingos, a não ser que, por motivos pastorais, se prefira outra Oração Eucarística. b) A Oração Eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais. Embora tenha prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que de maneira sucinta apresentem o mistério da salvação; por exemplo, os prefácios dos domingos do tempo comum ou os prefácios comuns. Quando se celebra a Missa por um morto, pode-se usar a fórmula própria proposta no respectivo lugar, a saber, antes do Lembrai-vos também. c) A oração Eucarística III pode ser dita com qualquer prefácio, dando-se preferência a ela nos domingos e festas. Nesta oração pode-se inserir a fórmula especial para um morto, no devido lugar, ou seja, após as palavras: Reuni em vós, Pai de misericórdia, todos os vossos filhos dispersos pelo mundo inteiro. d) A Oração Eucarística IV tem um prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da salvação. Pode ser usada quando a Missa não possui prefácio próprio. Não se pode inserir nesta Oração, devido à sua estrutura, uma fórmula especial por um morto. e) A Oração Eucarística dotada de prefácio próprio pode ser usada, conservado o seu prefácio, mesmo quando na Missa se devesse tomar o prefácio do tempo”. Nota:82 IGMR, 56: “Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão; a) a oração do Senhor: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos o pão eucarístico e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o celebrante, e ele acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta; b) segue-se o rito da paz no qual os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana, e exprimem mutuamente a caridade, antes de participar do mesmo pão; quanto ao próprio rito da paz, seja estabelecido pelas Conferências Episcopais de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo; c) o gesto de partir o pão, realizado por Cristo na última Ceia, deu nome a toda a ação eucarística na época apostólica; este rito possui não apenas uma razão prática, mas significa que nós, sendo muitos, pela comunhão do único Pão da vida, que é o Cristo, formamos um único corpo (1Cor 10,17); d) a mistura do pão com o vinho; o sacerdote coloca no cálice uma partícula da hóstia; e) o Agnus Dei: durante a fração do pão e sua mistura com o vinho, a escola ou o cantor canta a invocação Agnus Dei, à qual o povo responde; se não for cantada, seja dita em voz alta. Para acompanhar o rito da fração do pão, pode-se repetir essa invocação quantas vezes for necessário, terminando-se sempre com as palavras daí-nos a paz;

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f) a preparação particular do sacerdote: rezando em voz baixa o sacerdote se prepara para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio; g) a seguir o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que será recebido na Comunhão e convida-os à ceia de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras do Evangelho; h) é muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação do Sacrifício celebrado; i) enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Havendo porém um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão. Pode-se empregar a antífona do Gradual Romano, com o salmo ou sem salmo, ou a antífona com o salmo do Gradual Simples, ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência Episcopal. O canto é executado só pela escola, ou pela escola ou cantor junto com o povo. Não havendo canto, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns dentre eles, ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis; j) terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um hino, ou outro canto de louvor; k) na oração depois da comunhão, o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela aclamação Amém, faz sua a oração”. Nota:83 IGMR, 55h: “A doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação do povo. Exige a Oração Eucarística que todos a escutem com reverência e em silêncio, dela participando pelas aclamações previstas no próprio rito”. Nota:84 Euc. Myst., 12: “Explique-se, pois, que todos os que se reúnem para a Eucaristia formam aquele povo santo que toma parte na sagrada ação, junto com os ministros. Com efeito, somente o sacerdote, enquanto representa a pessoa de Cristo, consagra o pão e o vinho. Contudo a ação dos fiéis na Eucaristia consiste em dar graças a Deus, recordando a sagrada paixão, a ressurreição e a glória do Senhor, e em oferecer a imaculada hóstia, não somente pelas mãos do sacerdote, mas também junto com ele. Diga-se, também, que, pela recepção do Corpo do Senhor realiza-se a sua união com Deus e entre si, que a participação na Missa deve levar. Pois a participação na Missa torna-se mais perfeita quando eles, com devida disposição, recebem, durante a Missa, o Corpo do Senhor sacramentalmente, obedecendo às suas palavras, quando diz: Tomai e comei. Este Sacrifício, porém, assim como a própria Paixão de Cristo, embora oferecido por todos, não tem efeito a não ser naqueles que se unem à Paixão de Cristo pela fé e pela caridade... A estes, todavia, traz maior ou menor fruto, de acordo com o grau de devoção. Tudo isso deve ser explicado aos fiéis, de tal modo que participem na Missa ativamente, tanto no íntimo de seus corações como também nos ritos exteriores, conforme os princípios estabelecidos na Constituição sobre a Sagrada Liturgia, mais amplamente determinados pela Instrução Inter Oecumenici, do dia 26 de setembro de 1964, pela Instrução Musicam Sacram, de 5 de março de 1967, e pela Instrução Tres Abhinc Annos de 4 de maio de 1967.” Sto. Tomás de Aquino III q. 79 a 7 ad 2. Nota:85 cf. IGMR, 241-252 e 76: “Cuidem os pastores de lembrarem, da melhor forma possível, aos fiéis que participam do rito ou a ele assistem, a doutrina católica a respeito da forma da Sagrada Comunhão, segundo o Concílio Tridentino. Antes de tudo advirtam os fiéis de que a fé católica ensina que, também sob uma só espécie se recebe Cristo todo e inteiro, assim como o verdadeiro sacramento; por isso, no que concerne aos frutos da comunhão, aqueles que recebem uma só espécie não ficam privados de nenhuma graça necessária à salvação. Ensinem ainda que a Igreja, na administração dos sacramentos, tem o poder de determinar e mudar, salva a sua substância, o que julgar conveniente à utilidade dos que os recebem e à veneração dos mesmos sacramentos, em razão da diversidade das coisas, dos tempos e dos lugares. Ao mesmo tempo exortem os fiéis a desejarem participar mais intensamente do rito sagrado, pelo qual se manifesta do modo mais perfeito o sinal do banquete eucarístico. 242. A juízo do Ordinário e após uma conveniente catequese, permite-se a Comunhão do cálice nos seguintes casos. 1) aos neófitos adultos, na Missa que se segue ao Batismo; aos confirmados adultos, na Missa da Confirmação; aos batizados que são recebidos na Comunhão da Igreja; 2) aos esposos, na Missa de seu Matrimônio; 3) aos diáconos, na Missa de sua ordenação; 4) à abadessa, na Missa de sua benção; às virgens, na Missa de sua consagração; aos professos e seus pais, parentes e co-irmãos, na Missa da primeira profissão religiosa ou da renovação da profissão, ou da profissão religiosa perpétua, contanto que emitam ou renovem os votos durante a Missa;

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5) aos que receberam algum ministério, na Missa da sua instituição; aos auxiliares leigos das missões, na Missa em que recebem uma missão eclesiástica; 6) na administração do Viático, ao enfermo e a todos os presentes, quando a Missa for celebrada na casa do enfermo, conforme a norma do direito; 7) ao diácono e ministros, quando desempenham a sua função na Missa; 8) havendo concelebração; a) a todos, que desempenham na própria concelebração um verdadeiro ministério litúrgico, assim como a todos os seminaristas de que dela participam; b) em suas igrejas e oratórios, a todos os membros dos Institutos que professam os conselhos evangélicos e das outras Sociedades nas quais se consagram a Deus por votos religiosos, oblação ou promessa, e ainda a todos os que residem dia e noite na casa dos membros dos mencionados Institutos e Sociedades; 9) aos sacerdotes que assistem a grandes celebrações e não podem celebrar ou concelebrar; 10) a todos os que fazem exercícios espirituais, na Missa que, durante os mesmos, é celebrada especialmente para eles com a sua participação ativa; a todos os que participam de alguma reunião pastoral, na Missa que celebram em comum; 11) àqueles de que falam os ns. 2 e 4, na Missa dos respectivos jubileus; 12) ao padrinho, à madrinha, aos pais, ao cônjuge e também aos catequistas leigos do batizado adulto, na Missa de sua iniciação; 13) aos pais, aos familiares e também aos benfeitores insignes que participam da Missa do neo-sacerdote; 14) aos membros das comunidades, na Missa conventual ou da Comunidade, conforme o n.76 desta instrução. Além disto, as Conferências Episcopais podem determinar em que forma e sob quais princípios e condições os Ordinários podem conceder a Comunhão sob as duas espécies em outros casos que tenham grande importância na vida pastoral de alguma comunidade ou assembléia de fiéis. Dentro destes limites, os Ordinários podem estabelecer casos particulares, contanto que a faculdade não seja concedida indiscriminadamente, que as celebrações fiquem bem definidas e que se indique o que há de se evitar; não sejam incluídas ocasiões em que há grande número de comungantes. Afinal, as assembléias às quais se concede a faculdade, sejam bem definidas, ordenadas e da mesma natureza. 243. Para distribuir a Comunhão sob as duas espécies, preparem-se: a) Se a Comunhão do cálice se faz com cânulas: cânulas de prata para o celebrante e para cada comungante, um vaso com água para purificar as cânulas e uma bandeja para recebê-las. b) Se o sangue é ministrado com colher: uma colher. c) Se a Comunhão sob as duas espécies é distribuída por intinção, cuide-se de que as hóstias não sejam demasiado finas nem pequenas, mas um pouco mais espessas que de costume, para que possam ser distribuídas comodamente depois de molhadas parcialmente no Sangue. 244. Se houver diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito: a) O sacerdote celebrante comunga, como de costume, o Corpo e o Sangue do Senhor, cuidando que fique bastante do precioso Sangue para os que irão comungar; e enxuga com o sanguinho a parte externa do cálice. b) O celebrante, entregando ao ministro o cálice com o sanguinho, toma a patena ou o cibório com as partículas; ambos colocam-se onde mais comodamente possam dar a Comunhão aos fiéis. c) Os comungantes se aproximam um a um, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote. Este, mostrando a hóstia, diz: O Corpo de Cristo; o comungante responde: Amém e recebe do sacerdote o Corpo do Senhor. d) Em seguida o comungante dirige-se ao ministro do cálice e fica de pé diante deste. O ministro diz: O Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém; o ministro estende-lhe o sanguinho e o cálice, que o próprio comungante, se for necessário, aproxima dos lábios com as mãos. O comungante, mantendo com a mão esquerda o sanguinho sob os lábios, e cuidando que nada se derrame do precioso Sangue, bebe um pouco do cálice e em seguida se afasta; o ministro enxuga com o sanguinho a parte externa do cálice. e) Havendo outros comungantes para receber o Sacramento apenas sob uma espécie, depois que tiverem bebido do cálice todos os que deviam comungar sob as duas, o ministro depõe o cálice sobre o altar. O sacerdote dá a Comunhão aos fiéis e volta ao altar. Ele mesmo, ou o ministro, consome o que houver restado do precioso Sangue e faz como de costume as purificações. 245. Se não houver diácono nem outro sacerdote assistente ou acólito: a) O sacerdote celebrante comunga, como de costume, o Corpo e o Sangue do Senhor, cuidando que ainda fique bastante do precioso Sangue para os que irão comungar; e enxuga com o sanguinho a parte externa do cálice. b) A seguir coloca-se onde mais comodamente possa dar a Comunhão e distribui o Corpo do Senhor, como de costume, a cada um dos que se aproximam para comungar sob as duas espécies. Estes se aproximam, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote; recebido o Corpo do Senhor, afastam-se um pouco. c) Depois de todos terem recebido o Corpo do Senhor, o sacerdote depõe o cibório no altar e toma nas mãos o cálice com o sanguinho. Os que vão partilhar do cálice aproximam-se de novo do sacerdote e ficam de pé diante deste. O sacerdote diz: O Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém; e o sacerdote lhe estende o cálice e o sanguinho. O comungante segura com a mão esquerda o sanguinho sob os lábios e,

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prestando atenção para que nada se derrame do precioso Sangue, bebe um pouco do cálice. O sacerdote enxuga com o sanguinho a parte externa do cálice. d) Terminada a Comunhão do cálice, o sacerdote coloca-o no altar. Havendo ainda outros para comungar sob uma espécie apenas, o sacerdote dá a Comunhão como de costume e volta ao altar. Consome o que houver restado do preciosos Sangue e faz as purificações habituais. 246. Se houver diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito: a) O sacerdote celebrante, entregando-lhe o cálice com o sanguinho, toma a patena ou o cibório com as hóstias. Ambos colocam-se onde mais comodamente possam distribuir a Comunhão. b) Os comungantes aproxima-se um a um, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote, segurando a patena sob a boca. O sacerdote mergulha parcialmente a hóstia no cálice e diz, mostrando-a: O Corpo e o Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém, recebe a Comunhão e se retira. c) Em seguida dá-se a Comunhão aos que comungam sob uma espécie apenas, consome-se o precioso Sangue que restar e fazem-se as purificações como se disse acima. 247. Se não houver diácono nem outro sacerdote assistente ou acólito: a) Depois de haver comungado o Sangue do Senhor, o sacerdote toma o cibório ou a patena com as hóstias entre o indicador e o médio da mão esquerda, e o cálice entre o polegar e o indicador da mesma mão, e coloca-se onde mais comodamente possa distribuir a Comunhão. b) Um a um, os comungantes se aproximam, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote, segurando a patena sob a boca. O sacerdote mergulha parcialmente a hóstia no cálice e diz, mostrando-a: O Corpo e o Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém, recebe a Comunhão e se afasta. c) Pode-se também colocar em lugar conveniente uma mesinha com toalha e corporal, sobre a qual o celebrante colocará o cálice ou o cibório, a fim de facilitar a distribuição da Comunhão. d) Em seguida dá-se a Comunhão aos que comungam sob uma espécie apenas, consome-se o precioso Sangue que restar e fazem-se as purificações de costume. 248. Também o sacerdote celebrante usa uma cânula para tomar o Sangue do Senhor. 249. Se houver diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito: a) Para distribuir a Comunhão do Corpo do Senhor, procede-se como o no n.244 b e c. b) A seguir o comungante aproxima-se do ministro do cálice e fica de pé diante dele. O ministro diz: O Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém; recebe do ministro a cânula, coloca-a dentro do cálice e sorve um pouco do Sangue. Retira a cânula, cuidando que não se derrame nada do precioso Sangue, e mergulha-a no recipiente com água apresentado por um ministro, aspirando um pouco dágua para purificá-la e a coloca na bandeja apresentada pelo mesmo ministro. 250. Se não houver diácono nem outro sacerdote assistente ou acólito, o próprio sacerdote celebrante oferece o cálice aos que vão comungar, na ordem descrita no n.245 para a Comunhão do cálice. Junto dele um ministro apresenta o recipiente com água para a purificação da cânula. 251. O diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito segura o cálice com a mão esquerda e com a colher distribui o Sangue do Senhor a todos os comungantes, dizendo-lhes: O Sangue de Cristo, cuidando em não tocar com a colher os lábios ou a língua dos comungantes que sustentam a patena sob a boca. 252. Se não houver diácono nem sacerdote assistente ou acólito, o próprio sacerdote celebrante distribui a cada um o Sangue do Senhor, depois que houverem recebido o Corpo do Senhor todos os que comungam sob as duas espécies. 76. Entre as Missas celebradas por certas comunidades, possui dignidade particular a Missa conventual, que faz parte do Ofício cotidiano, ou a Missa chamada da Comunidade. Embora estas Missas nada tenha de especial em sua celebração, é de suma conveniência que sejam celebradas com canto, e sobretudo com a plena participação de todos os membros da comunidade, religiosos ou cônegos. Nessas Missas, cada um exerça o seu múnus segundo a ordem ou o ministério que recebeu. Convém ainda que todos os sacerdotes não obrigados a celebrar individualmente por motivo pastoral, concelebrem na medida do possível. Além disso, todos os membros da comunidade, isto é, os sacerdotes obrigados a celebrar individualmente para o bem pastoral dos fiéis, podem também concelebrar a Missa conventual ou da Comunidade no mesmo dia”. Euch. Myst., n.32: “A comunhão, enquanto sinal, adquire uma forma mais perfeita quando é administrada sob ambas as espécies. Realmente, sob esta forma (permanecendo firmes os princípios estabelecidos pelo Concílio de Trento, segundo os quais se recebe Cristo todo e inteiro como verdadeiro sacramento sob qualquer uma das duas espécies) resplandece com maior perfeição o sinal do banquete eucarístico e exprime-se com maior clareza a vontade pela qual a nova e eterna Aliança é ratificada no sangue do Senhor, como também a relação entre o banquete eucarístico e o escatológico no reino do Pai (cf. Mt 26,27-29). Portanto, doravante, a juízo dos bispos e após a devida catequese, é permitida a comunhão no cálice nos casos seguintes que em parte são concedidos pelo direito anterior, em parte por força desta Instrução: 1) aos neófitos adultos na Missa que segue ao Batismo, aos adultos crismados na Missa de sua confirmação, aos batizados que são recebidos na comunhão com a Igreja; 2) aos noivos na Missa de seu casamento; 3) aos ordenados na Missa da ordenação; 4) à abadessa na Missa de sua benção; às virgens na Missa de sua consagração; aos professos na Missa de sua primeira profissão e de sua renovação, contanto que façam a profissão e a renovação dentro da Missa; 5) aos coadjutores missionários leigos na Missa de sua missão pública, como também a outros que, durante a Missa, recebem uma missão na Igreja;

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6) na administração do Viático, ao enfermo e a todos os presentes, quando a Missa é celebrada na casa do doente conforme o Direito; 7) ao diácono, subdiácono e outros ministros que prestam seu serviço na Missa pontifical ou solene; 8) quando há concelebração: a) a todos os que exercem, na mesma concelebração, uma função de fato litúrgica, mesmo aos leigos, como também a todos os seminaristas que assistem; b) em sua igreja, também a todos os membros de institutos que professam os conselhos evangélicos e aos membros de outras sociedades que se oferecem a Deus por votos religiosos, oblação ou promessa; e ainda a todos os que residem dia e noite na casa dos membros desses institutos e sociedades; 9) aos sacerdotes que assistem às grandes solenidades e não podem celebrar ou concelebrar; 10) a todos os que fazem exercícios espirituais, na Missa que durante esse retiro é celebrada de modo particular para esse grupo que participa ativamente; a todos os que tomam parte na reunião de uma comissão pastoral, na Missa que celebram em comum; 11) na Missa de seu jubileu, os enumerados em 2 e 4; 12) ao padrinho, madrinha, pais e cônjuge como aos catequistas leigos do batizado adulto, na Missa de sua iniciação; 13) aos pais, familiares e benfeitores eminentes que participam da Missa do neo-sacerdote”. Nota:86 IGMR, 282-283: “O pão para a celebração da Eucaristia deve ser de trigo, conforme a tradição de toda a Igreja; e ázimo, conforme a tradição da Igreja Latina. 283. A verdade do sinal exige que a matéria da celebração eucarística pareça realmente um alimento. Convém, portanto, que, embora ázimo e com a forma tradicional, seja o pão eucarístico de tal modo preparado, que o sacerdote, na Missa com o povo, possa de fato partir a hóstia em diversas partes e distribuí-las ao menos a alguns dos fiéis. Não se excluem, porém, as hóstias pequenas, quando assim o exigirem o número dos comungantes e outras razões pastorais. O gesto, porém, da fração do pão, que por si só designava a Eucaristia nos tempos apostólicos, manifestará mais claramente o valor e a importância do sinal da unidade de todos num só pão, e da caridade fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos”. Nota:87 Gn 1: “No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Deus disse: ‘‘Que exista a luz!’’ E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou ‘‘dia’’, e às trevas chamou ‘‘noite’’. Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia. Deus disse: ‘‘Que exista um firmamento no meio das águas para separar águas de águas!’’ Deus fez o firmamento para separar as águas que estão acima do firmamento das águas que estão abaixo do firmamento. E assim se fez. E Deus chamou ao firmamento ‘‘céu’’. Houve uma tarde e uma manhã: foi o segundo dia. Deus disse: ‘‘Que as águas que estão debaixo do céu se ajuntem num só lugar, e apareça o chão seco’’. E assim se fez. E Deus chamou ao chão seco ‘‘terra’’, e ao conjunto das águas ‘‘mar’’. E Deus viu que era bom. Deus disse: ‘‘Que a terra produza relva, ervas que produzam semente, e árvores que dêem frutos sobre a terra, frutos que contenham semente, cada uma segundo a sua espécie’’. E assim se fez. E a terra produziu relva, ervas que produzem semente, cada uma segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto com a semente, cada uma segundo a sua espécie. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o terceiro dia. Deus disse: ‘‘Que existam luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite e para marcar festas, dias e anos; e sirvam de luzeiros no firmamento do céu para iluminar a terra’’. E assim se fez. E Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para regular o dia, o luzeiro menor para regular a noite, e as estrelas. Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra, para regular o dia e a noite e para separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o quarto dia. Deus disse: ‘‘Que as águas fiquem cheias de seres vivos e os pássaros voem sobre a terra, sob o firmamento do céu’’. E Deus criou as baleias e os seres vivos que deslizam e vivem na água, conforme a espécie de cada um, e as aves de asas conforme a espécie de cada uma. E Deus viu que era bom. E Deus os abençoou e disse: ‘‘Sejam fecundos, multipliquem-se e encham as águas do mar; e que as aves se multipliquem sobre a terra’’. Houve uma tarde e uma manhã: foi o quinto dia. Deus disse: ‘‘Que a terra produza seres vivos conforme a espécie de cada um: animais domésticos, répteis e feras, cada um conforme a sua espécie’’. E assim se fez. E Deus fez as feras da terra, cada uma conforme a sua espécie; os animais domésticos, cada um conforme a sua espécie; e os répteis do solo, cada um conforme a sua espécie. E Deus viu que era bom. Então Deus disse: ‘‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra’’. E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher. E Deus os abençoou e lhes disse: ‘‘Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra’’. E Deus disse: ‘‘Vejam! Eu entrego a vocês todas as ervas que produzem semente e estão sobre toda a terra, e todas as árvores em que há frutos que dão semente: tudo isso será alimento para vocês. E para todas as feras, para todas as

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aves do céu e para todos os seres que rastejam sobre a terra e nos quais há respiração de vida, eu dou a relva como alimento’’. E assim se fez. E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o sexto dia”. Nota:88 cf. Jo 6,51: “E Jesus continuou: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida”. Oct Adv. An., 36, 43, 45: “36. Nesta estimativa renovada das ideologias, o cristão haurirá nas fontes da sua fé e no ensino da Igreja os princípios e os critérios oportunos, para evitar de deixar-se fascinar e depois aprisionar num sistema, cujas limitações e cujo totalitarismo ele se arriscará a ver só quando é já demasiado tarde, se não se apercebe deles nas suas raízes. Contornando, pois, todo e qualquer sistema, sem por outro lado deixar de se comprometer concretamente, ao serviço dos seus irmãos, o cristão deve procurar afirmar, no âmago mesmo das suas opções, aquilo que é específico da contribuição cristã, para uma transformação positiva da sociedade. 43. Tem de ser instaurada uma maior justiça pelo que se refere à repartição dos bens, tanto no interior das comunidades nacionais, como no plano internacional. Nas transações mundiais é necessário superar as relações de forças, para se chegar a pactos favoráveis, em vista do bem de todos. As relações de força jamais estabeleceram de fato a justiça de maneira duradoura e verdadeira, se bem que, muitas vezes, o alternar-se das posições permite encontrar condições mais fáceis de diálogo. O uso da força, de resto, suscita da outra parte o pôr em prática forças adversas, donde um clima de lutas que dá azo a situações extremas de violências e a abusos. Mas, conforme já o temos afirmado muitas vezes, o dever mais importante de justiça é o de permitir a cada país promover o seu próprio desenvolvimento, no sistema de uma cooperação isenta de todo o espírito de domínio, econômico e político. Certamente que a complexidade dos problemas levantadas é grande no emaranhado atual das interdependências. Impõe-se também ter a coragem necessária para empreender uma revisão das relações entre as nações, quer se trate de repartição internacional da produção, de estrutura das permutas, de verificação dos lucros, de sistema monetário – sem esquecer as ações de solidariedade humanitária – de pôr em questão os modelos de crescimento das nações ricas, para transformar as mentalidades abrindo-as no sentido da prioridade do dever internacional e para renovar os organismos internacionais, em vias de uma maior eficácia. 45. Hoje em dia, os homens aspiram a libertar-se da necessidade e da dependência. Mas uma semelhante libertação começa pela liberdade interior que eles devem saber encontrar defronte aos seus bens e aos seus poderes; eles não chegarão todavia a isso senão mediante um amor transcendente para com o homem e uma disponibilidade efetiva de serviço. De outro modo, está bem claro, as ideologias mais revolucionárias não tem como resultado senão uma mudança de patrões; instalados por sua vez no poder, estes novos patrões rodeiam-se de privilégios, limitam as liberdades e instauram novas formas de injustiça. Além disso, muitos chegam hoje a pôr-se o problema do modelo mesmo de sociedade. A ambição de várias nações, na competição que as opõe e as arrasta, é a de chegar a atingir o poderio tecnológico, econômico e militar; tal ambição opõe-se, portanto, à criação de estruturas, em que o ritmo do progresso seria regulado em função de uma maior justiça, em vez de acentuar as diferenças e de criar um clima de desconfiança e de luta que continuamente compromete a paz”. Medellín 11,18; 10,11: “O mundo latino-americano encontra-se empenhado em um gigantesco esforço para acelerar o processo de desenvolvimento no continente. Nesta tarefa cabe ao sacerdote um papel específico e indispensável. Ele não é meramente um promotor do progresso humano. Descobrindo o sentido dos valores temporais, deverá procurar conseguir, unindo os esforços humanos, domésticos, profissionais, científicos e técnicos, uma síntese vital com os valores religiosos, sob cuja soberana direção todas as coisas são coordenadas para a glória de Deus. Para isso, no entanto, deve esforçar-se, pela palavra e pela ação apostólica não só sua, mas também da comunidade eclesial, para que todo o trabalho temporal adquira seu pleno sentido de liturgia espiritual, incorporando-a de maneira vital na celebração da Eucaristia. 10,11.: Pois bem, como a fé exige ser compartilhada e por isso mesmo implica uma exigência de comunicação ou de proclamação, compreende-se a vocação apostólica dos leigos dentro, e não fora, de seu próprio compromisso temporal. Mais ainda: ao ser assumido esse compromisso no dinamismo da fé e da caridade, ele adquire em si mesmo um valor de testemunho e se confunde com o testemunho cristão. A evangelização do leigo, nessa perspectiva, nada mais é que a explicação ou a proclamação do sentido transcendente desse testemunho. Vivendo nas ocupações e condições ordinárias de vida familiar e social, pelas quais sua existência é como tecida, os leigos são chamados por Deus ali mesmo para que, desempenhando sua própria profissão e guiados pelo espírito evangélico, contribuam para a santificação do mundo, penetrando-o como fermento[...]. A eles, pois, corresponde iluminar e ordenar as realidades temporais, às quais estão estreitamente vinculados”. Nota:89 cf. Evang. Testificatio, 18: “E então, como é que este “clamor dos pobres” vai encontrar eco na vossa existência? Ele deve, antes de mais nada, impedir-vos aquilo que pudesse ser um compromisso com qualquer forma de injustiça social. Ele obriga-vos, por outro lado, a despertar as consciências para o drama da miséria e para as exigências de justiça social do Evangelho e da Igreja. Ele leva alguns de entre vós a

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aproximar-se dos pobres na sua condição e a compartilhar as suas ansiedades pungentes. Convida, ainda, não poucos dos vossos institutos a reverter em favor dos mesmos pobres algumas das suas obras, o que, aliás, muitos já fizeram, generosamente. Ele impõe-vos, enfim, um uso dos bens limitado àquilo que se requer, para o desempenho daquelas funções a que sois chamados. É preciso que mostreis, na vossa vida de cada dia, as provas, também externas, da autêntica pobreza”. Oct. Adv. An., 15, 47, 48: “15. Em poucas palavras: alguns progressos foram já feitos, no sentido de introduzir, no âmago das relações da produção econômica, mais justiça e mais participação nas responsabilidades. O egoísmo e a dominação são tentações permanentes entre os homens. Por isso, um discernimento cada vez mais apurado torna-se necessário para captar, na sua origem, as situações nascentes de injustiça e instaurar progressivamente uma justiça menos imperfeita. Na mutação industrial, que exige uma adaptação rápida e constante, aqueles que virão a encontrar-se lesados tornar-se-ão mais numerosos e mais desfavorecidos para fazerem ouvir a própria voz. A atenção da Igreja volta-se para estes novos pobres – impedidos (por toda a espécie de handicaps) e inadaptados, velhos e marginais de origem diversa para os aceitar, para os ajudar e para defender o seu lugar e a sua dignidade numa sociedade endurecida pela competição e pela fascinação do êxito. 47. A passagem à dimensão política exprime também um requisito atual do homem: uma maior participação nas responsabilidades e nas decisões. 48. Tal esperança provem-lhe igualmente do fato dele saber que outros homens estão também a operar no sentido de se empreenderem ações convergentes de justiça e de paz; existe, de fato, por detrás de uma aparência de indiferença, no coração de cada homem, uma vontade de vida fraterna e uma sede de justiça e de paz, que importa simplesmente despertar”. Medellín, 9, 14: “Incremente-se as sagradas celebrações da Palavra, conservando sua relação com os sacramentos nos quais ela alcança sua máxima eficácia e particularmente com a Eucaristia. Promovam-se as celebrações ecumênicas da Palavra, segundo o teor do Decreto sobre o Ecumenismo n. 8, e seguindo as normas do Diretório n. 33-35”. Nota:90 cf. Evang. Test., 18, 19: “18. E então, como é que este “clamor dos pobres” vai encontrar eco na vossa existência? Ele deve, antes de mais nada, impedir-vos aquilo que pudesse ser um compromisso com qualquer forma de injustiça social. Ele obriga-vos, por outro lado, a despertar as consciências para o drama da miséria e para as exigências de justiça social do Evangelho e da Igreja. Ele leva alguns de entre vós a aproximar-se dos pobres na sua condição e a compartilhar as suas ansiedades pungentes. Convida, ainda, não poucos dos vossos institutos a reverter em favor dos mesmos pobres algumas das suas obras, o que, aliás, muitos já fizeram, generosamente. Ele impõe-vos, enfim, um uso dos bens limitado àquilo que se requer, para o desempenho daquelas funções a que sois chamados. É preciso que mostreis, na vossa vida de cada dia, as provas, também externas, da autêntica pobreza. 19. Numa civilização e num mundo marcados por um prodigioso movimento de crescimento material, quase indefinido, que espécie de testemunho poderia dar um religioso que se deixasse arrastar por uma busca desenfreada das próprias comodidades e achasse normal conceder-se, sem discernimento nem moderação, tudo aquilo que lhe é proposto? Enquanto que para muitos aumentou o perigo de se deixarem engodar pela sedutora segurança do possuir, do saber e do poder, o apelo de Deus coloca-vos no vértice da consciência humana; isto é: recordar aos homens que o seu verdadeiro e pleno progresso consiste em responderem à sua vocação de ‘participar, como filhos, na vida de Deus vivo, Pai de todos os homens’”. Oct. Adv., 7: “Ao fazer isto, a nossa finalidade sem esquecer, por outro lado, os problemas permanentes já tratados pelos nossos Predecessores é chamar a atenção para algumas questões que, pela sua urgência, pela sua amplitude, pela sua complexidade, devem estar no centro das preocupações dos cristãos, para os anos que vão seguir-se, a fim de que, juntamente com os outros homens, eles se apliquem a resolver as novas dificuldades que põem em causa o próprio futuro do homem. Importa saber equacionar os problemas sociais, postos pela economia moderna condições humanas de produção, equidade nas permutas dos bens e na repartição das riquezas, significado das crescentes necessidades de consumo e compartilha das responsabilidades num contexto mais amplo, de civilização nova”. Euch. Myst., 6, 7, 18: “A catequese sobre o mistério eucarístico deve ter em mira gravar no espírito dos fiéis que a celebração da Eucaristia é verdadeiramente o centro de toda a vida cristã, tanto para a igreja universal como para as comunidades locais dessa mesma Igreja. Pois os demais sacramentos, como aliás todos os mistérios eclesiais e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa e pão vivo, dando vida aos homens, através de sua carne vivificada e vivificante pelo Espírito Santo. 7. Pela Eucaristia, a Igreja vive e cresce continuamente. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, que, unidas com seus Pastores, são também elas, no Novo Testamento, chamadas Igrejas. Estas são, em seu lugar, o povo novo chamado por Deus, no Espírito Santo e em grande plenitude (cf. 1Ts 1,5). Nelas se reúnem os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo. Nelas se celebra o mistério da Ceia do Senhor, a fim de que, comendo e bebendo o Corpo e o Sangue do Senhor, os irmãos se unam intimamente. Em comunidade de altar, unida para o sacrifício, sob o ministério sagrado do bispo ou do sacerdote que faz as vezes de bispo, manifesta-se o símbolo daquela caridade e unidade do corpo místico, sem a qual não pode haver salvação. Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou vivendo na dispersão, está presente Cristo, por cuja virtude se

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consorcia a Igreja, una, santa, católica e apostólica. Pois a participação do Corpo e Sangue de Cristo não faz outra coisa senão transformar-nos naquilo que tomamos. 18. Na celebração da Eucaristia, fomente-se o espírito de comunidade de tal forma que cada um sinta-se unido com os irmãos na comunhão da Igreja, seja local seja universal, e até, de certo modo, com todos os homens. Pois, Cristo se oferece no sacrifício da Missa, pela salvação de todo o mundo; a assembléia dos fiéis é figura e sinal da união do gênero humano em Cristo, sua cabeça”. Medellín 9, 12: “O apostolado leigo terá maior transparência de sinal e maior densidade eclesial quando apóia seu testemunho em equipes ou comunidades de fé, nas quais o Cristo prometeu especialmente estar presente. Deste modo, os leigos cumprirão mais cabalmente sua missão de fazer com que a Igreja aconteça no mundo, na tarefa humana e na história”. Nota:91 cf. Oct. Adv., 46: “Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, esforçar-se-ão os cristãos solicitados a entrarem na ação política por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho e, dentro de um legítimo pluralismo, por dar um testemunho, pessoal e coletivo, da seriedade da sua fé, mediante um serviço eficaz e desinteressado para com os homens”. Nostra Aet., 5: “Não podemos invocar a Deus como Pai de todos se não consideramos irmãos os seres humanos criados à imagem de Deus. As relações com Deus Pai e com os seres humanos, como irmãos, são inseparáveis, a ponto de a Escritura reconhecer que “quem não ama não conhece Deus” (1Jo 4, 8). Toda teoria ou prática, pois, que sustenta qualquer diferença radical entre as pessoas ou grupos humanos, quanto à dignidade pessoal e aos direitos dela provenientes, é absolutamente destituída de qualquer fundamento. A Igreja rejeita como contrária ao pensamento de Cristo toda discriminação ou perseguição por causa das diferenças de raça, cor, condição ou religião. Seguindo o exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo, o Concílio pede que “nossas relações humanas sejam sempre as melhores” (1Pd 2, 12), vivendo a paz com todos os seres humanos, como verdadeiros filhos do Pai que está nos céus. Tudo o que se estabeleceu nesta declaração foi aprovado pelos padres conciliares. Nós, em virtude do poder apostólico que nos foi confiado por Cristo e em conjunto com todos os veneráveis padres conciliares, no Espírito Santo, aprovamos, decidimos e estatuímos, ordenando que sejam promulgadas essas normas conciliares para a glória de Deus”. Medellín, 10, 12; 8, 10; 9,3.7: “O apostolado leigo terá maior transparência de sinal e maior densidade eclesial quando apóia seu testemunho em equipes ou comunidades de fé, nas quais o Cristo prometeu especialmente estar presente. Deste modo, os leigos cumprirão mais cabalmente sua missão de fazer com que a Igreja aconteça no mundo, na tarefa humana e na história. 8,10: Para os cristãos, tem particular importância a forma comunitária de vida, como testemunho de amor e de unidade. Não pode, portanto, a catequese limitar-se às dimensões individuais da vida. As comunidades cristãs de base, abertas ao mundo e inseridas nele, têm de ser o fruto da evangelização, assim como sinal que confirma com fatos a Mensagem de Salvação. Nessa catequese comunitária deve-se ter em conta a família, como primeiro ambiente natural onde se desenvolve o cristão. Ela deve ser objeto da ação catequética, para que seja dignificada e se torne capaz de cumprir sua missão. E, ao mesmo tempo, a família, igreja doméstica, se converte em agente eficaz da renovação catequética. 9, 3.7: A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 7. Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses objetivos, necessário se faz: a) Uma catequese prévia sobre o mistério cristão e sua expressão litúrgica; b) Adaptar-se ao gênio das diversas culturas e encarnar-se nele; c) Acolher, portanto, positivamente a pluralidade na unidade, evitando erigir, a priori, a uniformidade como princípio; d) Manter-se numa situação dinâmica que acompanhe tudo o que houver de são no processo de evolução da humanidade; e) Conduzir a uma experiência vital da união entre a fé, a liturgia e a vida cotidiana, em virtude da qual chegue o cristão ao testemunho de Cristo. Não obstante, a liturgia, que interpela o homem, não pode reduzir-se a mera expressão de uma realidade humana freqüentemente unilateral ou marcada pelo pecado; pelo contrário, ela a considera, conduzindo-a a seu pleno sentido cristão”. Nota:92

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cf. Evang. Test., 38, 39: “38. Impõe-se, por conseqüência, a necessidade, tanto para as comunidades como para as pessoas que as constituem, de passarem do estado psíquico para o estado que seja verdadeiramente espiritual. O homem novo de que fala S. Paulo, não é, acaso, como que a plenitude eclesial de Cristo e, ao mesmo tempo, a participação de cada um dos cristãos nessa plenitude? Esta orientação fará vossas famílias religiosas o ambiente vital, que desenvolverá o germe de vida divina, enxertado pelo Batismo em cada um de vós, e ao qual a vossa consagração, vivida integralmente, permitirá produzir os seus frutos com a maior abundância. 39. Ainda que imperfeitos, como todo o cristão, vós intentais, todavia, criar um ambiente apto para favorecer o progresso espiritual de cada um dos seus membros. Como se poderá alcançar este resultado, senão aprofundando no Senhor as vossas relações, mesmo as mais ordinárias, com os vossos irmãos? A caridade não o esqueçamos nunca deve ser uma esperança ativa daquilo que os outros podem vir a ser com a ajuda do nosso amparo fraterno. A marca da sua autenticidade encontra-se naquela simplicidade alegre, com que todos se esforçam por compreender aquilo por que cada um anela. Se alguns religiosos dão a impressão de ter-se deixado apagar pela sua vida de comunidade, a qual deveria pelo contrário ter contribuído para os fazer desabrochar, não será, talvez, falta de aí encontrar aquela simpatia compreensiva que alimenta a esperança? É indubitável que o espírito de grupo, as relações de amizade, a colaboração fraterna num mesmo apostolado, bem como o amparo mútuo proporcionado por uma vida de comunidade, escolhida para servir melhor a Cristo, são outros tantos coajuvantes preciosos nesta caminhada cotidiana”. Euch, Myst., 18: “Na celebração da Eucaristia, fomente-se o espírito de comunidade de tal forma que cada um sinta-se unido com os irmãos na comunhão da Igreja, seja local seja universal, e até, de certo modo, com todos os homens. Pois, Cristo se oferece no sacrifício da Missa, pela salvação de todo o mundo; a assembléia dos fiéis é figura e sinal da união do gênero humano em Cristo, sua cabeça.” Medellín, 6, 9, 13; 9, 3; 15, 6: “9.Segundo a vontade de Deus, os homens devem santificar-se e salvar-se não individualmente, mas constituídos em comunidade. Esta comunidade é convocada e congregada em primeiro lugar pelo anúncio da Palavra de Deus vivo. Entretanto, não se edifica nenhuma comunidade cristã se ela não tiver como raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia, mediante a qual a Igreja continuamente vive e cresce. 13. Procurar a formação do maior número de comunidades eclesiais nas paróquias, especialmente nas zonas rurais ou entre os marginalizados urbanos. Comunidades que se devem basear na Palavra de Deus e realizar-se, o quanto for possível, na celebração eucarística, sempre em comunhão e sob a dependência do bispo. A comunidade se formará na medida em que seus membros adquiram um sentido de pertença (de nós) que os leve a ser solidários numa missão comum, numa participação ativa, consciente e frutuosa, na vida litúrgica e na convivência comunitária. Para tanto, é necessário fazê-los viver como comunidade, inculcando-lhes um objetivo comum: alcançar a salvação mediante a vivência da fé e do amor. 9, 3: A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 15,6: Com efeito, a Igreja antes de tudo é um mistério de comunhão católica, pois no seio de sua comunidade visível, pela vocação da Palavra de Deus e pela graça de seus sacramentos, particularmente a Eucaristia, todos os homens podem participar fraternalmente da comum dignidade de filhos de Deus, e todos também, compartilhar a responsabilidade e o trabalho para realizar a missão comum de dar testemunho do Deus que os salvou e os fez irmãos em Cristo”. Nota:93 cf. Gaudium et Spes, 25: “Dada a natureza social do homem vê-se que o crescimento da pessoa e o desenvolvimento da sociedade dependem um do outro. O princípio, sujeito e fim de todas as instituições sociais é e deve ser a pessoa, que, entretanto, necessita da vida social para se realizar. Como a vida social não é um aspecto acidental ao ser humano, a relação com os outros, os deveres mútuos de uns para com os outros e o entendimento fraterno fazem-no crescer sob todos os aspectos e correspondem profundamente à realização efetiva de sua vocação. Dentre os laços sociais indispensáveis ao desenvolvimento humano contam, particularmente, a família e a comunidade política, que decorrem diretamente de sua própria natureza humana. Os demais laços dependem da vontade humana. Hoje em dia, pelas causas mais diversas, multiplicam-se a interdependência e a necessidade que os seres humanos têm uns dos outros pelas mais diversas causas. Surgiram inúmeras instituições de direito público e privado. É o fenômeno que recebe o nome de socialização. Apesar dos riscos que pode representar, contribui para confirmar e aumentar a capacidade humana, assegurando a cada um maior respeito a seus direitos.

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Embora, no cumprimento de sua vocação, inclusive religiosa, as pessoas sejam as mais grandemente beneficiadas pela vida social, não se pode desconhecer que, muitas vezes, as circunstâncias sociais em que se vive desde a infância constituem obstáculo real à prática do bem e incentivo ao mal. As freqüentes perturbações da ordem social provêm em geral das tensões econômicas, políticas e sociais existentes. Sua fonte é, em última análise, a soberba e o egoísmo, que afetam diretamente a esfera social. Em virtude do pecado, o ser humano, que nasce inclinado para o mal, encontra na vida social novos motivos de pecar, impossíveis de serem superados sem o auxílio da graça”. Nota:94 Medellín 1,2; 2,16; 4,3; 10,2.15,1; 1,3.14; 7,19: “A falta de integração socio-cultural, na maioria de nossos países, deu origem à superposição de culturas. No campo econômico implantaram-se sistemas que encaram só as possibilidades dos setores com alto poder aquisitivo. Esta falta de adaptação ao que é próprio e às possibilidades de nossa população origina, por sua vez, uma freqüente instabilidade política e a consolidação de instituições puramente formais. A tudo isso deve-se acrescentar a falta de solidariedade, que provoca, no campo individual e social, a cometer verdadeiros pecados, cuja cristalização aparece evidente nas estruturas injustas que caracterizam a situação da América Latina. 2,16: Se o cristão acredita na fecundidade da paz como meio de chegar à justiça, acredita também que a justiça é uma condição imprescindível para a paz. Não deixa de ver que a América Latina se acha, em muitas partes, em face de uma situação de injustiça que pode ser chamada de violência institucionalizada quando por defeito das estruturas da empresa industrial e agrícola, da economia nacional e internacional, da vida cultural e política populações inteiras, desprovidas do necessário, vivem numa dependência que lhes corta toda iniciativa e responsabilidade, e também toda a possibilidade de promoção cultural e da participação na vida social e política, violando-se assim direitos fundamentais. Esta situação exige transformações globais, audaciosas, urgentes e profundamente renovadoras. Não é de estranhar, portanto, que nasça na América Latina a tentação da violência. Não se deve abusar da paciência de um povo que suporta durante anos uma condição que dificilmente aceitaria os que têm maior consciência dos direitos humanos. Em face de uma situação que atenta tão gravemente contra a dignidade do homem e, portanto, contra a paz, dirigimo-nos, como pastores, a todos os membros do povo cristão, para que assumam sua grave responsabilidade na promoção da paz na América Latina. 4, 3: Existe, em primeiro lugar, o vasto setor dos homens marginalizados da cultura, os analfabetos e especialmente os analfabetos indígenas, privados por vezes até do benefício elementar da comunicação por meio de uma língua comum. Sua ignorância é uma escravidão inumana. Sua libertação, uma responsabilidade de todos os homens latino-americanos. Devem ser libertados de seus preconceitos e superstições, de seus complexos e inibições, de seus fanatismos, de sua tendência fatalista, de sua incompreensão temerosa do mundo em que vivem, de sua desconfiança e de sua passividade. A tarefa de educação destes irmãos nossos não consiste propriamente em incorporá-los nas estruturas culturais que existem em torno deles, e que podem ser também opressoras, mas em algo muito mais profundo. Consiste em capacitá-los para que, eles próprios, como autores de seu próprio progresso, desenvolvam, de uma maneira criativa e original, um mundo cultural em acordo com sua própria riqueza e que seja fruto de seus próprios esforços, especialmente no caso dos indígenas devem-se respeitar os valores próprios de sua cultura, sem excluir o diálogo criador com outras culturas. 10, 2: Recordemos, mais uma vez, que o momento histórico atual de nossos povos se caracteriza, na ordem social e do ponto de vista objetivo, por uma situação de subdesenvolvimento, revelada por fenômenos maciços de marginalidade, alienação e pobreza, e condicionada, em última instância, por estruturas de dependência econômica, política e cultural em relação às metrópoles industrializadas, que detêm o monopólio da tecnologia e da ciência (neocolonialismo). Do ponto de vista subjetivo, pela tomada de consciência dessa situação, que provoca em amplos setores dos povos latino-americanos atitudes de protesto e aspirações à libertação, ao desenvolvimento e à justiça social. Essa complexa realidade, historicamente, coloca os leigos latino-americanos ante o desafio de um compromisso libertador e humanizador. 15, 1: Em nosso continente, milhões de homens se encontram marginalizados da sociedade e impedidos de alcançar a plena dimensão de seu destino, ou em virtude da existência de estruturas inadequadas e injustas, ou por outros fatores, como o egoísmo e a insensibilidade das classes dirigentes; de outro lado, nossos povos estão tomando consciência da necessidade de desencadear um processo de integração em todos os níveis: desde a integração dos marginalizados nos benefícios da vida social, até a integração econômica e cultural de nossos países. 1, 3. 14: A Igreja Latino-americana tem uma mensagem para todos os homens que neste continente têm fome e sede de justiça. O mesmo Deus que cria o homem à sua imagem e semelhança, cria a terra e tudo o que nela existe para uso de todos os homens e de todos os povos, de modo que os bens criados possam bastar a todos de maneira mais justa, e lhe dá poder para que solidariamente transforme e aperfeiçoe o mundo. É o mesmo Deus que, na plenitude dos tempos envia seu Filho para que feito carne, venha libertar todos os homens, de todas as escravidões a que o pecado os sujeita: a fome, a miséria, a opressão e a ignorância, numa palavra, a injustiça e o ódio que têm sua origem no egoísmo humano. Por isso, para nossa verdadeira libertação, todos os homens necessitam de profunda conversão para que chegue a nós o Reino de justiça, de amor e de paz. A origem de todo desprezo ao homem, de toda injustiça, deve ser procurada no desequilíbrio interior da liberdade humana, que necessita sempre, na história, de um

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permanente esforço de retificação. A originalidade da mensagem cristã não consiste tanto na afirmação da necessidade de uma mudança de estruturas, quanto na insistência que devemos pôr na conversão do homem, que exige imediatamente esta mudança. Não teremos um continente novo, sem novas e renovadas estruturas, mas sobretudo, não haverá continente novo sem homens novos, que à luz do Evangelho saibam ser verdadeiramente livres e responsáveis. 14. A II Conferência Episcopal não quer deixar de expressar sua preocupação pastoral pelo amplo setor camponês, que embora compreendido implicitamente em tudo o que foi dito, requer, por suas características especiais, uma atenção imediata. Conquanto se deva considerar a diversidade de situações e recursos nos diferentes países, não há dúvida de que existe um denominador comum em todas elas: a necessidade de uma promoção humana para as populações camponesas e indígenas. Essa promoção não será viável se não for realizada uma autêntica e urgente reforma das estruturas e da política agrárias. Essa transformação estrutural e suas políticas correspondentes não podem limitar-se a uma simples distribuição de terras. É indispensável fazer uma adjudicação das mesmas sob determinadas condições que legitimam sua ocupação e assegurem seu rendimento, tanto para as famílias camponesas como para sua contribuição à economia do pais. Isso exigirá, além dos aspectos jurídicos e técnicos, cuja responsabilidade não é de nossa competência, a organização dos camponeses em estruturas intermediárias eficazes, principalmente em forma de cooperativas, e estímulo para a criação de centros urbanos nos meios rurais, que permitam o acesso da população camponesa aos bens da cultura, da saúde, do lazer, do desenvolvimento espiritual e de sua participação nas decisões locais e naquelas que incidam sobre a economia e a política nacional. Esta elevação do meio rural contribuirá para o processo necessário de industrialização e para a participação das vantagens de uma civilização urbana. 7, 19: a) Levando-se em conta o importante papel que os artistas e homens de letras estão chamados a desempenhar em nosso continente, especialmente em relação a sua autonomia cultural, como intérpretes naturais de suas angústias e de suas esperanças, como promotores de valores autóctones que configuram a imagem nacional, esta II Conferência Episcopal considera particularmente importante a presença da Igreja nestes ambientes. b) Esta presença deverá revestir-se de um caráter de diálogo, longe de toda preocupação moralizante ou confessional, em atitude de profundo respeito à liberdade criadora, sem detrimento da responsabilidade moral. c) A Igreja latino-americana deve dar ao homem de letras e aos artistas o seu devido lugar, requerendo sua ajuda para a expressão estética de sua palavra litúrgica, de sua música sacra e de seus lugares de culto”. Nota:95 Medellín 9, 3 .7: “3. A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 7. Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses objetivos, necessário se faz: a) Uma catequese prévia sobre o mistério cristão e sua expressão litúrgica; b) Adaptar-se ao gênio das diversas culturas e encarnar-se nele; c) Acolher, portanto, positivamente a pluralidade na unidade, evitando erigir, a priori, a uniformidade como princípio; d) Manter-se numa situação dinâmica que acompanhe tudo o que houver de são no processo de evolução da humanidade; e) Conduzir a uma experiência vital da união entre a fé, a liturgia e a vida cotidiana, em virtude da qual chegue o cristão ao testemunho de Cristo. Não obstante, a liturgia, que interpela o homem, não pode reduzir-se a mera expressão de uma realidade humana freqüentemente unilateral ou marcada pelo pecado; pelo contrário, ela a considera, conduzindo-a a seu pleno sentido cristão”. Nota:96 cf. 1Cor 11,20-21: “De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado”. Nota:97 cf. Presb. Ord., 5: “Deus, que somente é santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o

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sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra Santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à eucaristia formando um só todo. Na eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso, a eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-nos igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a santíssima eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. cf. De Sacra Comm., n. 15. Nota:98 cf. Euch. Myst., n.3a: “O Filho de Deus, na natureza humana unida a si, vencendo a morte por sua morte e ressurreição, remiu e transformou o homem numa nova criatura (cf. Gl 6,15; 2Cor 5,17). Ao comunicar o seu Espírito, fez de seus irmãos, chamados de todos os povos, misticamente os componentes de seu próprio Corpo. Nesse Corpo difunde-se a vida de Cristo nos crentes que, pelos sacramentos, de modo misterioso e real, são unidos a Cristo morto e glorificado. Por isso, na última Ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue. Por ele perpetua pelos séculos, até que volte, o Sacrifício da Cruz, confiando destarte à Igreja, sua dileta Esposa, o memorial de sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que Cristo nos é comunicado em alimento, o espírito é repleto de graça e nos é dado o penhor da futura glória. Portanto, a Missa, ou a Ceia do Senhor, é, ao mesmo tempo e inseparavelmente: - sacrifício pelo qual é perpetuado o Sacrifício da Cruz; - memorial da morte e da ressurreição do Senhor que diz: Fazei isto em memória de mim (Lc 22,19); - um sagrado banquete no qual, pela comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor, o povo de Deus participa dos bens do Sacrifício Pascal, renova a Nova Aliança, feita uma vez para sempre no Sangue de Cristo entre Deus e os homens, e na fé e na esperança, prefigura e antecipa o banquete escatológico no reino do Pai, anunciando a morte do Senhor até que venha”. cf. De Sacra Comm., n.15. Nota:99 cf. AG, 9: “A atividade missionária se situa entre a primeira e a segunda vinda do Senhor, quando a Igreja será reunida no reino de Deus como uma colheita, vindo dos quatro cantos da terra. Antes pois que venha o Senhor é preciso pregar o Evangelho a todos os povos. A atividade missionária é nada mais nada menos do que a manifestação ou epifania do desígnio de Deus e seu cumprimento no mundo, na história, em que Deus, por intermédio da missão, realiza a história da salvação. Cristo, autor da salvação, torna-se presente por intermédio da pregação da palavra e pela celebração dos sacramentos, cujo centro e cume é a santíssima eucaristia. Toda verdade e graça já existentes entre os povos, fruto de uma secreta presença divina, a ação missionária liberta do contágio com o maligno, restitui a Cristo, seu autor, destruindo o império do diabo e expulsando para longe a malícia de muitos crimes. Tudo, porém, que haja de bom no coração e no espírito dos seres humanos, na cultura e nos ritos dos povos, não há de perecer, mas, uma vez curado, será elevado e se tornará perfeito para a glória de Deus, confusão do demônio e felicidade de todos os seres humanos. Dessa forma, a atividade missionária tende para a plenitude escatológica: por seu intermédio, até o momento em que o Pai determinou o povo de Deus cresce e se desenvolve, segundo a palavra do profeta: “Aumente o espaço da sua tenda, ligeira estende a lona, estique a corda, não se detenha” (Is 54, 2). Cresce assim o corpo místico até que chegue à

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plenitude de Cristo, templo espiritual em que Deus é adorado em espírito e verdade, constituído e desenvolvido a partir do “fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus”. PO, 6: “Como participantes da função de Cristo, cabeça e pastor, os padres, em nome do bispo, reúnem a família de Deus numa única fraternidade em torno de Deus Pai, no Espírito. Para o cumprimento desta missão e exercício de todas as outras funções, o padre recebe um poder espiritual de edificação da Igreja, que o dispõe a tratar a todos com a maior humanidade, a exemplo do Senhor. Não no sentido de querer sempre agradar a todos, mas levando a admoestá-los como a filhos caríssimos de acordo com as exigências da doutrina e da vida cristã , segundo o que diz o apóstolo: Insiste, oportuna e inoportunamente, argumenta e corrige, com toda paciência e doutrina. Como educadores na fé, os sacerdotes, pessoalmente ou por meio de outros, cuidem de cada fiel em particular, para que sigam sua vocação própria, segundo o Evangelho. Ensine-os a agir segundo o Espírito Santo, na caridade e na liberdade pela qual Cristo nos libertou. Pouco adiantam as belas cerimônias ou as associações cheias de vida, se não contribuem para o amadurecimento cristão das pessoas. Em vista desse objetivo, será de grande valia para os sacerdotes analisarem os acontecimentos, grandes e pequenos, em que se manifesta a vontade de Deus. Ensinem os fiéis a não viverem exclusivamente em função de si mesmos. Com as graças que recebeu, cada um deve-se colocar a serviço dos outros e cumprir cristãmente seus deveres na sociedade, de acordo com as exigências da caridade. Embora estejam a serviço de todos, os sacerdotes devem se dedicar de modo especial aos pobres e aos mais fracos, com que o Senhor se mostra mais intimamente unido e cuja evangelização é sinal da obra messiânica. Cuidem igualmente dos jovens. Também dos casais e dos pais, promovendo grupos de amizade e de ajuda mútua na vida cristã, que muito contribuem para enfrentar com maior facilidade os duros problemas do dia a dia. Saibam os padres que os religiosos, homens e mulheres, são o que há de mais nobre na casa do Senhor, com direito a toda atenção, em vista de seu proveito espiritual, para o bem de toda a Igreja. Acima de tudo, assistam os doentes e agonizantes, visitando-os e confortando-os. A função pastoral não se limita aos fiéis na sua individualidade, mas visa à formação da comunidade propriamente dita. O espírito comunitário deve ser alimentado tanto na igreja local como em relação à Igreja universal. A comunidade local não guarde para si os seus fiéis, mas estimule seu espírito missionário, para que se empenhem em abrir para todos os homens o caminho de Cristo. Recomenda-se especial cuidado com os catecúmenos e neófitos que devem ser progressivamente levados a conhecer melhor e a praticar a vida cristã. A comunidade cristã se edifica a partir da eucaristia, em que fixa suas raízes e apóia sua estrutura. É a base de todo trabalho pedagógico. A celebração eucarística quando autêntica e plena, leva à prática de todas as obras de caridade, à ação missionária, ao auxílio às missões e a todas as múltiplas formas de testemunho cristão. Sejam verdadeiras mães da comunidade eclesial pela caridade, oração, exemplo e obras de penitência, levando as almas a Cristo. É a forma mais eficaz de preparar o caminho de Cristo e da Igreja, mostrando-o aos que ainda não crêem, de estimular os fiéis e de prepará-los para os combates espirituais. Na edificação da comunidade cristã, os sacerdotes não estejam a serviço de nenhuma ideologia ou partido humanos. Como arautos do Evangelho e pastores da Igreja, trabalhem sempre para o crescimento espiritual do corpo de Cristo”. CD, 30/2: “O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes. Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas”. LG, 3: “Veio o Filho, enviado pelo Pai que, através dele, nos escolheu desde antes da criação e nos predestinou à adoção filial, pois havia decidido nele ordenar tudo a si (cf. Ef 1, 4-5, 10). Cristo cumpriu a vontade do Pai, inaugurou na terra o reino dos céus, revelou-nos o seu mistério pessoal e realizou a redenção pela obediência. A Igreja, reino de Cristo, desde já misteriosamente presente no mundo, cresce pela força de Deus. Sua origem e desenvolvimento são simbolizados pelo sangue e pela água que jorraram do lado aberto de Jesus crucificado (cf. Jo 19, 34), como foi predito pela palavra do Senhor a respeito de sua morte na cruz: Levantado da terra, atrairei a mim todas as coisas (Jo 12, 32). Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, em que se imola Cristo, nossa Páscoa (1Cor 5, 7), realiza-se a obra da redenção. Representa-se ao mesmo tempo, e se realiza, pelo sacramento do pão eucarístico, a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cf. 1Cor 10, 17). Todos os homens, aliás, são chamados a esta união com Cristo, que é a luz do mundo, de quem procedemos, por quem vivemos e para quem tendemos”. Medellín 6, 9.13; 9,3; 15,6: “9. Segundo a vontade de Deus, os homens devem santificar-se e salvar-se não individualmente, mas constituídos em comunidade. Esta comunidade é convocada e congregada em primeiro lugar pelo anúncio da Palavra de Deus vivo. Entretanto, não se edifica nenhuma comunidade cristã

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se ela não tiver como raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia, mediante a qual a Igreja continuamente vive e cresce. 13. Procurar a formação do maior número de comunidades eclesiais nas paróquias, especialmente nas zonas rurais ou entre os marginalizados urbanos. Comunidades que se devem basear na Palavra de Deus e realizar-se, o quanto for possível, na celebração eucarística, sempre em comunhão e sob a dependência do bispo. A comunidade se formará na medida em que seus membros adquiram um sentido de pertença (de nós) que os leve a ser solidários numa missão comum, numa participação ativa, consciente e frutuosa, na vida litúrgica e na convivência comunitária. Para tanto, é necessário fazê-los viver como comunidade, inculcando-lhes um objetivo comum: alcançar a salvação mediante a vivência da fé e do amor. 9, 3: A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 15,6: Com efeito, a Igreja antes de tudo é um mistério de comunhão católica, pois no seio de sua comunidade visível, pela vocação da Palavra de Deus e pela graça de seus sacramentos, particularmente a Eucaristia, todos os homens podem participar fraternalmente da comum dignidade de filhos de Deus, e todos também, compartilhar a responsabilidade e o trabalho para realizar a missão comum de dar testemunho do Deus que os salvou e os fez irmãos em Cristo”. cf. De Sacra Comm., n.3. Nota:100 cf. LG, 11: “A índole sagrada e a constituição orgânica da comunidade sacerdotal se efetivam nos sacramentos e na prática cristã. Incorporados à Igreja pelo batismo, os fiéis recebem o caráter que os qualifica para o culto. Por outro lado, renascidos como filhos de Deus, devem professar a fé que receberam de Deus, por intermédio da Igreja. O sacramento da confirmação os vincula ainda mais intimamente à Igreja e lhes confere de modo especial a força do Espírito Santo. Daí a obrigação maior de difundir e defender a fé, pela palavra e pelas obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo. Participando do sacrifício eucarístico, fonte e ápice de toda a vida cristã, os fiéis oferecem a Deus a vítima divina e se oferecem com ela. Juntamente com os ministros, cada um a seu modo, têm todos um papel específico a desempenhar na ação litúrgica, tanto na oblação como na comunhão. Alimentando-se todos com o corpo de Cristo, demonstram de maneira concreta a unidade do povo de Deus, proclamada e realizada pelo sacramento da eucaristia. Os fiéis que procuram o sacramento da penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que lhe fizeram. Ao mesmo tempo, se reconciliam-se com a Igreja, que ofenderam ao pecar e que contribui para sua conversão pelo amor, pelo exemplo e pelas orações. Pela sagrada unção dos enfermos e pela oração dos sacerdotes, a Igreja inteira recomenda os doentes ao Senhor, para seu alívio e salvação (cf. Tg 5, 14). Exorta-os a se unirem livremente à paixão e à morte de Cristo (cf. Rm 8, 17; Cl 1, 24; 2Tm 2, 11-12; 1Pd 4, 13), dando assim sua contribuição para o bem do povo de Deus. Os fiéis marcados pelo sacramento da ordem são igualmente constituídos, em nome de Cristo, para conduzir a Igreja pela palavra e pela graça de Deus. Finalmente os fiéis se dão o sacramento do matrimônio, manifestação e participação da unidade e do amor fecundo entre Cristo e sua Igreja (cf. Ef 5,32). Ajudam-se mutuamente a se santificar na vida conjugal, no acolhimento e na educação dos filhos. Contam, por isso, com um dom específico e um lugar próprio ao seu estado de vida, no povo de Deus. A família procede dessa união. Nela nascem os novos membros da sociedade humana que, batizados, se tornarão filhos de Deus pela graça do Espírito Santo e perpetuarão o povo de Deus através dos séculos. A família é uma espécie de igreja doméstica. Os pais são os primeiros anunciadores da fé e devem cuidar da vocação própria de cada um dos filhos, especialmente da vocação sagrada. Todos os fiéis, de qualquer estado ou condição, de acordo com o caminho que lhes é próprio, são chamados pelo Senhor à perfeição da santidade, que é a própria perfeição de Deus e, por isso, dispõem de tais e de tantos meios”. PO, 5: “Deus, que somente é santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o

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sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à eucaristia formando um só todo. Na eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso, a eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-nos igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a santíssima eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. Nota:101 LG, 11: “A índole sagrada e a constituição orgânica da comunidade sacerdotal se efetivam nos sacramentos e na prática cristã. Incorporados à Igreja pelo batismo, os fiéis recebem o caráter que os qualifica para o culto. Por outro lado, renascidos como filhos de Deus, devem professar a fé que receberam de Deus, por intermédio da Igreja. O sacramento da confirmação os vincula ainda mais intimamente à Igreja e lhes confere de modo especial a força do Espírito Santo. Daí a obrigação maior de difundir e defender a fé, pela palavra e pelas obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo. Participando do sacrifício eucarístico, fonte e ápice de toda a vida cristã, os fiéis oferecem a Deus a vítima divina e se oferecem com ela. Juntamente com os ministros, cada um a seu modo, têm todos um papel específico a desempenhar na ação litúrgica, tanto na oblação como na comunhão. Alimentando-se todos com o corpo de Cristo, demonstram de maneira concreta a unidade do povo de Deus, proclamada e realizada pelo sacramento da eucaristia. Os fiéis que procuram o sacramento da penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que lhe fizeram. Ao mesmo tempo, se reconciliam-se com a Igreja, que ofenderam ao pecar e que contribui para sua conversão pelo amor, pelo exemplo e pelas orações. Pela sagrada unção dos enfermos e pela oração dos sacerdotes, a Igreja inteira recomenda os doentes ao Senhor, para seu alívio e salvação (cf. Tg 5, 14). Exorta-os a se unirem livremente à paixão e à morte de Cristo (cf. Rm 8, 17; Cl 1, 24; 2Tm 2, 11-12; 1Pd 4, 13), dando assim sua contribuição para o bem do povo de Deus. Os fiéis marcados pelo sacramento da ordem são igualmente constituídos, em nome de Cristo, para conduzir a Igreja pela palavra e pela graça de Deus. Finalmente os fiéis se dão o sacramento do matrimônio, manifestação e participação da unidade e do amor fecundo entre Cristo e sua Igreja (cf. Ef 5, 32). Ajudam-se mutuamente a se santificar na vida conjugal, no acolhimento e na educação dos filhos. Contam, por isso, com um dom específico e um lugar próprio ao seu estado de vida, no povo de Deus. A família procede dessa união. Nela nascem os novos membros da sociedade humana que, batizados, se tornarão filhos de Deus pela graça do Espírito Santo e perpetuarão o povo de Deus através dos séculos. A família é uma espécie de igreja doméstica. Os pais são os primeiros anunciadores da fé e devem cuidar da vocação própria de cada um dos filhos, especialmente da vocação sagrada. Todos os fiéis, de qualquer estado ou condição, de acordo com o caminho que lhes é próprio, são chamados pelo Senhor à perfeição da santidade, que é a própria perfeição de Deus e, por isso, dispõem de tais e de tantos meios”. Nota:102 cf. PO 5, 14: “Deus, que somente é santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por meio do

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ministério dos bispos, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no Povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à eucaristia formando um só todo. Na eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso, a eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo Pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-nos igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Ef 5,19-20). Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a santíssima eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. AG 39, 19, 15, 16: “Os padres representam a pessoa de Cristo e são cooperadores dos bispos na tríplice missão da Igreja. Saibam pois que sua vida é dedicada inteiramente à missão. Seu ministério, especialmente na eucaristia, que confere perfeição à Igreja, os coloca em comunhão com Cristo cabeça e leva as pessoas a participarem dessa mesma comunhão. Não podem pois deixar de se dar conta de quanto falta ainda para se chegar à plenitude do corpo e, por conseguinte, de quanto se deve ainda fazer nesse sentido. Seu trabalho pastoral deve ser pensado de forma que seja útil à dilatação do Evangelho entre os não-cristãos. No trabalho pastoral os sacerdotes procurarão despertar e alimentar nos fiéis o zelo pela evangelização do mundo. Na catequese e na pregação os devem instruir a respeito do missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os povos. Esclareçam as famílias do que significa ter vocações missionárias entre seus próprios filhos e filhas. Alimentem o ardor missionário entre os jovens estudantes e participantes de outros movimentos de juventude, para que muitos deles abracem com entusiasmo o anúncio do Evangelho. Ensinem os fiéis a rezarem pelas missões e a não se envergonharem de pedir esmolas para as missões, a exemplo de Cristo, que se fez mendigo, em vista da salvação das almas (cf. Pio XI, rerum Ecclesiae, AAS, 1926, 72). Nos seminários e nas universidades os professores mostrem aos alunos a verdadeira situação do mundo e da Igreja e a necessidade imperiosa da evangelização dos não-cristãos, para lhes alimentar o zelo. No ensino das disciplinas dogmáticas, bíblicas, morais e históricas, evidenciem os aspectos missionários, para ir formando, desde então, sua consciência missionária. AG, 19: A implantação da Igreja num determinado grupo humano alcança uma primeira etapa quando a comunidade dos fiéis, já minimamente entrosada com a vida social local, começa a desfrutar de uma certa estabilidade e de maior firmeza. Contando com sacerdotes, religiosos e leigos provenientes deste mesmo grupo humano, ainda que não em número suficiente, mostra-se capaz de desempenhar os ministérios e de dar continuidade às instituições indispensáveis à vida e ao crescimento do povo de Deus, sob a direção do bispo. Nessas novas igrejas a vida do povo de Deus deve ir amadurecendo sob todos os aspectos, na linha da renovação proposta pelo concílio. Ao tomar consciência de sua fé, os grupos de fiéis, se tornam verdadeiras comunidades de fé e de culto, no amor fraterno. Os leigos, por sua atividade civil e apostólica, empenham-se, na sociedade, em favor da justiça e da prática da caridade. Os meios de comunicação passam a ser devidamente utilizados. A vida familiar, inspirada pelo Evangelho, torna-se foco de apostolado leigo e sementeira de vocações sacerdotais e religiosas. A prática da catequese educa a fé. A liturgia, celebrada de

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acordo com a maneira de sentir do povo e de acordo com a norma canônica, leva a se constituírem tradições e costumes locais. Juntamente com seu presbitério, em comunhão com a Igreja universal, procurem os bispos desenvolver cada vez mais o espírito de Cristo e da Igreja. As novas igrejas, unindo-se ao resto da Igreja, contribuam para enriquecê-la e fazê-la crescer, proporcionando-lhe elementos de sua própria tradição e cultura que passam a fazer parte da corrente de vida que anima o corpo místico. Daí que é preciso valorizar os elementos teológicos, psicológicos e humanos que favoreçam e fortaleçam os vínculos com a Igreja universal. Tais igrejas, situadas freqüentemente nas regiões mais pobres da terra, sofrem muito com a falta de sacerdotes e com a escassez de recursos materiais. Precisam pois de uma constante ação missionária da Igreja universal para poderem amadurecer mais rápido. Ação que se faz igualmente necessária junto a igrejas mais antigas, que se encontram em estado de regressão ou de grande debilidade. No entanto estas igrejas devem organizar uma pastoral adequada para que as vocações tanto sacerdotais como religiosas aumentem em número e em qualidade e sejam melhor cultivadas de tal sorte que vão-se tornando auto-suficientes e capazes de ajudar a outras igrejas. AG, 15: Por intermédio das sementes da Palavra e pela pregação do Evangelho, o Espírito Santo chama a Cristo todos os seres humanos, desperta-lhes no coração a atitude de fé, gera nas fontes batismais, para uma nova vida, os que crêem em Cristo, reúne-os em um só povo de Deus como “raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus” (1Pd 2, 9). Como cooperadores de Deus os missionários devem suscitar grupos de fiéis que caminhem de maneira digna da vocação a que foram chamados e exerçam os papéis sacerdotal, profético e régio, que lhes foram atribuídos por Deus (cf. Ef 4,1). Dessa forma a comunidade cristã se torna sinal da presença de Deus no mundo. No sacrifício eucarístico, está em contato incessante com o Pai, por intermédio de Cristo. Alimentada constantemente pela palavra de Deus, dá testemunho de Cristo e caminha na caridade e no ardor apostólico, segundo o Espírito. Desde o início a comunidade eclesial deve ser formada de tal maneira que possa suprir às suas próprias necessidades. A comunidade dos fiéis, dotada com a riqueza cultural do povo a que pertence, deve estar profundamente radicada nesse povo. As famílias devem ser portadoras do espírito evangélico; as escolas, mantidas por pessoas capazes; estabeleçam-se associações e grupos por intermédio dos quais os leigos possam imbuir do espírito evangélico toda a sociedade; que reine finalmente um espírito de caridade entre os católicos de ritos diversos. Cultive-se o espírito ecumênico entre os neófitos. Que encarem como irmãos em Cristo todos os discípulos de Cristo, regenerados pelo batismo e participantes dos muitos bens do povo de Deus. Na medida em que as circunstâncias religiosas o permitam, promovam-se atividades ecumênicas em comum, excluindo-se toda espécie de indiferença, confusão ou falsa emulação. Cooperando uns com os outros na ação social, nas áreas técnicas, culturais e religiosas, dá-se a todos testemunho da fé em Deus e em Jesus Cristo. A colaboração dos católicos obedeça às normas ditadas no decreto sobre o ecumenismo. Tenha-se em vista, antes de tudo, a Cristo, Nosso Senhor. Que seu nome nos reuna a todos! Não se trata de uma colaboração entre indivíduos apenas, mas deve se chegar, sob orientação do bispo, a uma colaboração entre igrejas e entre comunidades eclesiais, e as suas obras. Ao se reunirem na Igreja, “os fiéis não se diferenciam das outras pessoas nem pelo governo a que estão sujeitos, nem pela língua, nem pelas instituições políticas”. Vivem por isso para Deus e para Cristo, segundo as maneiras de ser e os costumes honestos de seu próprio povo. Como bons cidadãos, cultivam o amor da pátria, verdadeiro e eficaz, mas evitam absolutamente o nacionalismo exacerbado e o desprezo de outras raças, empenhados que estão na promoção do amor universal para com todos os seres humanos. Na obtenção de tais objetivos, desempenham papel primordial os leigos, isto é, os fiéis que, tendo sido incorporados a Cristo pelo batismo, vivem contudo no mundo. Imbuídos do Espírito de Cristo, compete-lhes especificamente, como o fermento na massa, animar por dentro as realidades temporais e ordená-las de tal forma que se desenrolem sempre segundo o pensamento e a vontade de Cristo. Não basta, porém, que a comunidade cristã esteja presente e seja organizada num determinado povo, como também não basta o apostolado do exemplo. Está presente e se organiza para anunciar Cristo aos concidadãos não-cristãos, pela palavra e pela ação, tudo fazendo para que o recebam da melhor forma possível. A implantação e o crescimento da Igreja requerem grande diversidade de ministérios. A ação divina os suscita na comunidade, mas devem ser reconhecidos e cultivados com diligência. Dentre estes, contam-se o sacerdócio e o diaconato, o ministério dos catequistas e a ação católica. Também os religiosos e religiosas são chamados a trabalhar para o enraizamento e conseqüente desenvolvimento, nas almas, do reino de Cristo, tanto pela oração como pela ação e demais obras indispensáveis. AG, 16: Cheia de alegria, a Igreja agradece a Deus o dom inestimável da vocação sacerdotal concedido a inúmeros jovens, de populações recentemente convertidas a Cristo. A Igreja está tanto melhor implantada em qualquer comunidade humana quanto os ministros da salvação, bispos, padres, diáconos e irmãos coadjuvantes provêm dessa mesma comunidade e na medida em que a estrutura diocesana vai podendo se desenvolver, com o aumento do clero local. Observe-se tudo quanto o concílio determinou a respeito da vocação e da formação sacerdotais. nas Igrejas recentemente implantadas ou por implantar. Acima de tudo é importante levar em conta o que concerne à

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estreita relação existente entre a formação espiritual, doutrinária e pastoral e a vida, inspirada no Evangelho, acima de toda consideração de ordem material ou familiar, favorecendo o desenvolvimento da percepção cada vez mais profunda do mistério da Igreja. Convençam-se os formandos de que devem-se consagrar inteiramente ao serviço do corpo de Cristo e do Evangelho, unidos aos respectivos bispos, como seus fiéis cooperadores e mantendo um relacionamento fraterno com todos os demais confrades. É o objetivo a que visa, em última análise, toda a formação, feita à luz do mistério da salvação, tal como está consignado nas Escrituras. Presente na liturgia, o mistério de Cristo e da salvação humana deve também estar presente na vida. As exigências comuns, pastorais e práticas da formação sacerdotal, de acordo com as determinações do concílio devem se articular com a maneira de pensar e de agir de cada povo. Sejam os alunos preparados para considerar sem preconceitos, conhecer com precisão e julgar criteriosamente a cultura do povo em que atuam. O estudo da filosofia e da teologia deve levar a compreender melhor as relações das tradições e religiões pátrias com a religião cristã. A formação sacerdotal deve focalizar as necessidades pastorais de cada religião. Deve-se estudar a história, os objetivos e os métodos missionários da Igreja e a situação social, econômica e cultural do povo. Toda formação deve ser feita numa perspectiva ecumênica e os alunos devem ser preparados para o diálogo fraterno com os não-cristãos. Tudo isso requer que os estudos de preparação para o sacerdócio sejam feitos em cada país, no seio de cada povo. Contudo também não se descure da formação para a administração tanto eclesiástica como econômica. Que alguns sacerdotes, depois de um certo tirocínio pastoral, sejam escolhidos para continuar os estudos superiores em universidades estrangeiras, principalmente em Roma, ou em outros institutos especializados. Com isso as igrejas recém-implantadas irão se preparando aos poucos para o desempenho das tarefas eclesiásticas mais árduas, podendo contar quanto antes com especialistas devidamente formados. Onde for oportuno, de acordo com o parecer da conferência episcopal, restaure-se o diaconato como estado permanente de vida, segundo as normas da Constituição Conciliar sobre a Igreja. A exemplo dos apóstolos, convém impor as mãos e ordenar os homens que já exercem um ministério de caráter diaconal: pregam a palavra de Deus, como catequistas ou como dirigentes, em nome do pároco e do bispo, de comunidades disseminadas por regiões mais distantes ou que ainda praticam o ministério da caridade por intermédio de obras sociais e de beneficência. Dessa forma ficarão vinculados mais estreitamente ao altar e poderão usufruir da graça do diaconato, para o exercício mais eficaz de seu ministério”. Nota:103 cf. PO 2,5: “O Senhor Jesus, que o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10, 36) tornou todo o seu corpo místico participante da unção do Espírito com que foi ungido: assim, unidos a ele, todos os fiéis formam um único sacerdócio régio e santo, oferecem hóstias espirituais a Deus, por Jesus Cristo, e proclamam aquele que os chamou das trevas para sua extraordinária luz (cf. 1Pd 2,5.9). Não há nenhum membro que não participe da missão do corpo: todos devem santificar Jesus em seu coração, e dar testemunho dele, em espírito de profecia. Para que os fiéis se reunam num corpo único, cujos membros não têm todos a mesma função (Rm 12, 4) o mesmo Senhor estabeleceu, na sociedade formada pelos fiéis, alguns ministros, dotados do poder de ordem, isto é, capazes de oferecer sacrifício e perdoar pecados, desempenhando publicamente o ofício sacerdotal, em favor do homens e em nome de Cristo. Tendo enviado os apóstolos, como ele mesmo fora enviado pelo Pai, Cristo, através dos apóstolos, estabeleceu os bispos, sucessores de sua consagração e de sua missão. Estes, por sua vez, atribuíram uma participação subordinada de seu ministério aos padres, os quais, pela ordenação, tornam-se cooperadores dos bispos no cumprimento da missão a eles confiada pelos apóstolos. A função dos padres, em união com a ordem episcopal, os torna, pois, participantes da autoridade com que Jesus Cristo constitui seu corpo, santifica-o e o governa. Por isso, o sacerdócio dos padres, ou presbiterato, supõe os sacramentos da iniciação cristã, e é conferido por um sacramento específico. Ao receber a unção do Espírito Santo, os presbíteros são marcados com um caráter especial, que os configura a Cristo sacerdote e os faculta agir em lugar de Cristo cabeça. Aos padres, como participantes da missão dos apóstolos, servidores do Evangelho, é dada por Deus a graça de serem ministros de Cristo Jesus junto a todos os povos, para que o culto prestado a Deus por todos seja aceito e santificado pelo Espírito Santo. Pelo anúncio apostólico do Evangelho o povo de Deus é convocado e reunido, de tal maneira que todos os que pertencem a esse povo, santificados pelo Espírito Santo, ofereçam-se como hóstias vivas, santas e agradáveis a Deus (Rm 12, 1). Pelo ministério sacerdotal, o sacrifício espiritual dos fiéis se realiza em união com o sacrifício de Cristo, mediador único, que pela mão dos sacerdotes, em nome de toda a Igreja, é oferecido incruenta e sacramentalmente na eucaristia, até que o Senhor venha. Para tanto tende e nisto se completa o ministério dos padres: começa com o anúncio do Evangelho, tira toda sua força e vigor do sacrifício de Cristo, e visa a que todos os que foram salvos, isto é, a comunhão e a sociedade dos santos, ofereça a Deus um sacrifício universal, pelo sumo sacerdote, no qual ele se dá por nós na paixão, a fim de que nos tornemos corpo de tão eminente cabeça.

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O objetivo do ministério e da vida dos padres é a promoção da glória de Deus em Cristo, a qual consiste em que os seres humanos acolham consciente e livremente, com gratidão, a obra de Deus realizada em Cristo, e a manifestem em toda a sua vida. Os padres contribuem para a glória de Deus e para a promoção da vida divina entre os seres humanos, quando se dedicam à oração e à adoração, quando pregam, quando oferecem o sacrifício ou administram os sacramentos ou, ainda, quando exercem qualquer ministério em favor do povo. Tudo promana de Cristo, em seu mistério pascal, e se orienta para sua vinda gloriosa, quando entregará o reino a Deus, o Pai. 5. Deus, que somente é santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. - Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. - Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à eucaristia formando um só todo. Na eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. - Por isso a eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. - A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. - No espírito de Cristo pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). - Habituem-nos igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Ef 5,19-20). - Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. - Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a santíssima eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. - Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo (PO 5)”. Nota:104 cf. Immensae caritatis, 29.01.1973, n.1, I e II: “O testemunho de caridade infinita, que Cristo Senhor deixou à Igreja sua Esposa, constituído pela Eucaristia, dom inefável e o maior de todos os seus dons, exige que tão grande mistério seja cada dia mais profundamente conhecido e que se participe da sua virtude salvífica, cada vez com maior intensidade. Nesse sentido, a Igreja, movida pela sua solicitude pastoral, repetidas vezes teve o cuidado e o zelo de promulgar normas adequadas e documentos oportunos, com o intuito de fomentar a piedade para com a santíssima Eucaristia, ponto culminante e centro do culto cristão”. Ministeria quaedam, n.31; De Sacra Comm., n.17. Nota:105 AG, 9: “A atividade missionária é nada mais nada menos do que a manifestação ou epifania do desígnio de Deus e seu cumprimento no mundo, na história, em que Deus, por intermédio da missão, realiza a história da salvação. Cristo, autor da salvação, torna-se presente por intermédio da pregação da palavra e pela celebração dos sacramentos, cujo centro e cume é a santíssima eucaristia. Toda verdade e graça já existentes entre os povos. fruto de uma secreta presença divina. a ação missionária liberta do contágio com o maligno, restitui a Cristo, seu autor, destruindo o império do diabo e expulsando para longe a malícia de muitos crimes. Tudo, porém, que haja de bom no coração e no espírito dos seres humanos, na cultura e nos ritos dos povos, não há de perecer, mas, uma vez curado, será elevado e se tornará perfeito para a glória de Deus, confusão do demônio e felicidade de todos os seres humanos. Dessa forma, a atividade missionária tende para a plenitude escatológica: por seu intermédio, até o momento em que o Pai determinou o povo de Deus cresce e se desenvolve, segundo a palavra do profeta: “Aumente o espaço da sua tenda, ligeira estende a lona, estique a corda, não se detenha” (Is 54, 2). Cresce assim o corpo místico até que chegue à plenitude de Cristo, templo espiritual em que Deus é adorado em espírito e verdade, constituído e

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desenvolvido a partir do “fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus”. PO, 6: “A comunidade cristã se edifica a partir da eucaristia, em que fixa suas raízes e apóia sua estrutura. É a base de todo trabalho pedagógico. A celebração eucarística quando autêntica e plena, leva à prática de todas as obras de caridade, à ação missionária, ao auxílio às missões e a todas as múltiplas formas de testemunho cristão. Sejam verdadeiras mães da comunidade eclesial pela caridade, oração, exemplo e obras de penitência, levando as almas a Cristo. É a forma mais eficaz de preparar o caminho de Cristo e da Igreja, mostrando-o aos que ainda não crêem, de estimular os fiéis e de prepará-los para os combates espirituais”. CD, 30: “O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes. Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas”. Nota:106 cf. Evang Test., 48: “Reunidos em nome do Senhor as vossas comunidades têm, de per si, como centro a Eucaristia, sacramento de amor, sinal de unidade e vínculo de caridade. É normal, pois, que elas se achem congregadas visivelmente em torno de um oratório, onde a presença da Sagrada Eucaristia exprime e ao mesmo tempo realiza aquilo que deve ser a principal missão de toda e qualquer família religiosa, como aliás de toda e qualquer assembléia cristã. A Eucaristia, pela qual não cessamos de anunciar a morte e a ressurreição do Senhor e de preparar-nos para a sua nova vinda gloriosa, faz-vos vir constantemente à lembrança os sofrimentos físicos e morais, pelos quais Cristo oprimido e que no entanto tinha aceitado livremente, até à agonia e à morte na Cruz. Que as provações que ides encontrar sejam para vós a ocasião de levar, juntamente com o Senhor, e oferecer ao Pai, tantas desgraças e sofrimentos injustos, que atingem os nossos irmãos e às quais só o sacrifício de Cristo pode dar, na fé, um significado”. Euch. Myst., 50: “Lembrem-se os fiéis, quando veneram o Cristo presente no Sacramento, de que esta presença deriva do Sacrifício e leva à comunhão a um tempo sacramental espiritual. A devoção que leva os fiéis a se prostrarem perante a santíssima Eucaristia convida-os a participar plenamente do mistério pascal e a corresponder com gratidão ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde continuamente a vida divina nos membros de seu Corpo. Permanecendo junto de Cristo Senhor, eles gozam de íntima familiaridade com ele, abrem seu coração perante ele, e rezam por si mesmos e por todos os seus, pela paz e salvação do mundo. Oferecendo junto com Cristo toda a sua vida ao Pai no Espírito Santo, conseguem desta admirável permuta aumento de fé, de esperança e de caridade. Assim, alimentam aquelas retas disposições para celebrar, com a conveniente devoção, o memorial do Senhor e para receber freqüentemente este Pão que nos é dado pelo Pai. Procurem, pois, os fiéis venerar a Cristo Senhor no sacramento, conforme o estado de sua vida. Os Pastores, porém, os conduzam para isso com seu exemplo e os exortem com palavras”. De Sacra Comm., n.80. Nota:107 EM, n. 58: “A Igreja recomenda, com carinho, a devoção ao Santíssimo Sacramento do altar, tanto privada como pública, também fora da Missa, segundo as normas estabelecidas pela autoridade legítima e esta Instrução, visto que o Sacrifício Eucarístico é a fonte e o cume de toda a vida cristã. Na disposição de tais piedosos e sagrados exercícios, devem ser tomadas em consideração as normas que o Concílio Vaticano II estabeleceu sobre a relação entre a Liturgia e outras ações sagradas que não pertencem à mesma. De modo peculiar, seja observada a norma que determinou: considerando os tempos litúrgicos, estes exercícios devem ser organizados de tal maneira que condigam com a sagrada Liturgia, dela de alguma forma derivem, para ela encaminhem o povo, pois que ela, por sua natureza, em muito os supera”. cf. De Sacra Comm., n.3, 4 e 79. Nota:108 cf. PO, 6: “Como educadores na fé, os sacerdotes, pessoalmente ou por meio de outros, cuidem de cada fiel em particular, para que sigam sua vocação própria, segundo o Evangelho. Ensine-os a agir segundo o Espírito Santo, na caridade e na liberdade pela qual Cristo nos libertou. Pouco adiantam as belas cerimônias ou as associações cheias de vida, se não contribuem para o amadurecimento cristão das pessoas. Em vista desse objetivo, será de grande valia para os sacerdotes analisarem os acontecimentos, grandes e pequenos, em que se manifesta a vontade de Deus. Ensinem os fiéis a não viverem exclusivamente em função de si mesmos. Com as graças que recebeu, cada um deve-se colocar a serviço dos outros e cumprir cristãmente seus deveres na sociedade, de acordo com as exigências da caridade. Embora estejam a serviço de todos, os sacerdotes devem se dedicar de modo especial aos pobres e aos mais fracos, com que o Senhor se mostra mais intimamente unido e cuja evangelização é sinal da obra messiânica. Cuidem igualmente dos jovens. Também dos casais e dos pais, promovendo grupos de amizade e de ajuda mútua na vida cristã, que muito contribuem para enfrentar com maior facilidade os duros problemas do dia a dia.

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Saibam os padres que os religiosos, homens e mulheres, são o que há de mais nobre na casa do Senhor, com direito a toda atenção, em vista de seu proveito espiritual, para o bem de toda a Igreja. Acima de tudo, assistam os doentes e agonizantes, visitando-os e confortando-os. A função pastoral não se limita aos fiéis na sua individualidade, mas visa à formação da comunidade propriamente dita. O espírito comunitário deve ser alimentado tanto na igreja local como em relação à Igreja universal. A comunidade local não guarde para si os seus fiéis, mas estimule seu espírito missionário, para que se empenhem em abrir para todos os homens o caminho de Cristo. Recomenda-se especial cuidado com os catecúmenos e neófitos que devem ser progressivamente levados a conhecer melhor e a praticar a vida cristã. A comunidade cristã se edifica a partir da eucaristia, em que fixa suas raízes e apóia sua estrutura. É a base de todo trabalho pedagógico. A celebração eucarística quando autêntica e plena, leva à prática de todas as obras de caridade, à ação missionária, ao auxílio às missões e a todas as múltiplas formas de testemunho cristão. Sejam verdadeiras mães da comunidade eclesial pela caridade, oração, exemplo e obras de penitência, levando as almas a Cristo. É a forma mais eficaz de preparar o caminho de Cristo e da Igreja, mostrando-o aos que ainda não crêem, de estimular os fiéis e de prepará-los para os combates espirituais. Na edificação da comunidade cristã, os sacerdotes não estejam a serviço de nenhuma ideologia ou partido humanos. Como arautos do Evangelho e pastores da Igreja, trabalhem sempre para o crescimento espiritual do corpo de Cristo”. GS, 41: “Hoje em dia todos procuram desenvolver plenamente sua pessoa, estabelecer e afirmar claramente seus direitos. Encarregada de manifestar o mistério de Deus, último fim do ser humano, a Igreja o ajuda a esclarecer o sentido da própria existência, e lhe revela sua mais íntima verdade. De fato, a Igreja sabe que somente Deus, a quem serve, satisfaz aos mais profundos desejos do coração humano, que as coisas da terra jamais hão de saciar. Sabe também que, sob ação do Espírito de Deus, o ser humano não será jamais completamente indiferente ao problema religioso, como o demonstra não apenas a experiência dos séculos passados, mas inúmeros testemunhos contemporâneos. Sempre se desejou saber, ainda que de maneira confusa, qual o sentido da vida, da atividade no mundo e da morte. A própria presença da Igreja coloca tais problemas. Só Deus, que fez o ser humano à sua imagem e o resgatou do pecado dá resposta plenamente satisfatória a essas questões, pelo seu Filho feito homem. Quem segue a Cristo, homem perfeito, torna-se cada vez mais humano. A fé permite que a Igreja coloque a dignidade da natureza humana acima de toda discussão entre os que tendem por um lado a exaltar o corpo, e, por outro, a desprezá-lo. Nenhuma lei preserva tão bem a dignidade e a liberdade humanas como o Evangelho de Cristo, confiado à Igreja. O Evangelho anuncia e proclama a liberdade dos filhos de Deus, rejeitando toda servidão decorrente, em última análise, do pecado, leva ao respeito sagrado da consciência e da liberdade, induz a colocar a serviço de Deus e em favor dos outros todos os talentos humanos, recomendando a todos, acima de tudo, o amor. É esta, a lei fundamental da economia cristã. Deus é, ao mesmo tempo, criador e salvador, Senhor da história humana e da história da salvação. A autonomia da criatura, especialmente dos seres humanos, e sua dignidade, não só são preservadas, como restituídas e confirmadas, na esfera própria das coisas divinas. Baseada, pois, no Evangelho que lhe foi confiado, a Igreja proclama os direitos humanos. Reconhece e dá todo valor ao empenho com que eles são hoje promovidos, em todas as partes do mundo. Mas esse movimento precisa estar imbuído do espírito do Evangelho, para não cair numa espécie de falsa autonomia. Há sempre a tentação de considerar que os direitos pessoais só se preservariam sem a lei divina, o que constituiria perigoso desconhecimento da verdadeira dignidade humana. GS, 43: O Concílio exorta os fiéis, cidadãos de uma e de outra cidade a se deixarem conduzir pelo espírito do Evangelho e, ao mesmo tempo, a cumprir fielmente seus deveres terrestres. Afastam-se da verdade todos aqueles que, sabendo que não temos aqui morada permanente, mas buscamos a futura, julgam poder negligenciar suas obrigações temporais, pensando não lhes estar sujeitos por causa da fé, segundo a vocação a que cada um foi chamado. Não é menor o erro daqueles que, pelo contrário, julgam poder mergulhar nos negócios terrenos independentemente das exigências da religião, pensando que esta se limita a determinados atos de culto e ao fiel cumprimento de certos preceitos morais. Esta divisão entre a fé professada e a vida cotidiana de muitos é um dos mais graves erros do nosso tempo. Os profetas, no Antigo Testamento, já o condenavam como um escândalo e Jesus Cristo, no Novo Testamento, o ameaça com pesadas penas. Evite-se a perniciosa oposição entre as atividades profissionais e sociais, de um lado, e as religiosas, de outro. O cristão que não cumpre suas obrigações temporais, falta a seus deveres para com o próximo e para com Deus e põe em risco a sua salvação eterna. Alegrem-se, ao contrário, os cristãos que, seguindo o exemplo de Cristo, que trabalhou como operário, exercem todas as suas atividades unificando os esforços humanos, domésticos, profissionais, científicos e técnicos numa síntese vital com os bens religiosos, sob cuja direção tudo se orienta para a glória de Deus. Competem aos leigos, embora sem exclusividade, os deveres e as atividades seculares. Agindo como cidadãos do mundo, individual ou coletivamente, observarão as normas de cada disciplina e procurarão adquirir verdadeira competência nos setores em que atuam. Trabalharão em cooperação com os demais, na busca dos mesmos objetivos. Imbuídos de fé e lhe reconhecendo claramente as exigências, tomarão e

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procurarão levar a bom termo as iniciativas que se fizerem necessárias. A lei divina se aplica às realidades temporais através dos leigos, agindo de acordo com sua consciência, devidamente formada. Mas os leigos devem contar com as luzes e a força espiritual dos sacerdotes. Não pensem, porém, que seus pastores sejam peritos ou tenham respostas prontas e soluções concretas para todas as questões que possam surgir. Não é esta a sua missão. Seu papel específico é contribuir com as luzes da sabedoria cristã, fiéis à doutrina do magistério. Em geral, as soluções se apresentarão como decorrência da visão cristã em determinadas circunstâncias. Muitas vezes acontece que outros cristãos, igualmente sinceros, pensarem de maneira diversa. Mesmo que a solução proposta por uma das partes decorra, aos olhos da maioria, dos mais autênticos princípios evangélicos, não pode pretender a exclusividade, em nome da autoridade da Igreja. Todos devem se empenhar num diálogo de esclarecimento recíproco, segundo as exigências da caridade e do bem comum. Os leigos que têm responsabilidade na Igreja, estão obrigados a agir, no mundo, de acordo com o espírito cristão, sendo, entre os seres humanos, testemunhas de Cristo. Bispos encarregados de governar a Igreja de Deus e sacerdotes, preguem de tal forma a mensagem de Cristo que todas as atividades temporais dos fiéis sejam iluminadas pelo Evangelho. Os pastores devem estar conscientes de que seu modo de viver o dia a dia é responsável pela imagem que se tem da Igreja e da opinião que se forma a respeito da verdade e da força da mensagem cristã. Pela vida e pela palavra, juntamente com os religiosos e com os fiéis, mostrem que a Igreja, com todos os seus dons, pela sua simples presença, é fonte inexaurível das virtudes de que o mundo de hoje tanto precisa. Dediquem-se aos estudos, para se tornarem capazes de dialogar com pessoas das mais variadas opiniões, tendo no coração o que diz o concílio: A humanidade é hoje cada vez mais una, do ponto de vista civil, econômico e social. É preciso pois que os sacerdotes atuem em conjunto, sob a direção dos bispos e do papa, evitando toda a dispersão de forças, para conduzir a humanidade à unidade da família de Deus. Graças ao Espírito Santo a Igreja se manterá sempre como esposa fiel a seu Senhor e nunca deixará de ser, no mundo, sinal da salvação. Isto não quer dizer que entre os seus membros, não tenha havido muitos, através dos séculos, que foram infiéis ao Espírito de Deus, tanto clérigos como leigos. Ainda hoje a Igreja não ignora a distância que existe entre a mensagem que anuncia e a fraqueza humana daqueles a quem foi confiado o Evangelho. Devemos tomar conhecimento de tudo que a história registra a respeito dessas infidelidades e condená-las vigorosamente, para que não constituam obstáculo à difusão do Evangelho. Mas a Igreja tem consciência de quanto a experiência da história contribui para amadurecer suas relações com o mundo. Conduzida pelo Espírito Santo, a Igreja, como mãe, exorta seus filhos a se purificarem e a se renovarem, para que o sinal de Cristo brilhe cada vez mais na face da Igreja”. Euch. Myst., 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. Medellin 9, 3-4: “3. A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 4. No momento atual de nossa América Latina, como em todos os tempos, a celebração litúrgica comporta e coroa um compromisso com a realidade humana, com o desenvolvimento e com a promoção, precisamente porque toda a criação está envolvida pelo desígnio salvador que abrange a totalidade do homem”. Nota:109 cf. Euch. Myst., 50: “Lembrem-se os fiéis, quando veneram o Cristo presente no Sacramento, de que esta presença deriva do Sacrifício e leva à comunhão a um tempo sacramental espiritual. A devoção que leva os fiéis a se prostrarem perante a santíssima Eucaristia convida-os a participar plenamente do mistério pascal e a corresponder com gratidão ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde continuamente a vida divina nos membros de seu Corpo. Permanecendo junto de Cristo Senhor, eles gozam de íntima familiaridade com ele, abrem seu coração perante ele, e rezam por si mesmos e por todos os seus, pela paz e salvação do mundo. Oferecendo junto com Cristo toda a sua vida ao Pai no Espírito Santo, conseguem desta admirável permuta aumento de fé, de esperança e de caridade. Assim, alimentam aquelas retas disposições para celebrar, com a conveniente devoção, o memorial do Senhor e para receber freqüentemente este Pão que nos é dado pelo Pai.

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Procurem, pois, os fiéis venerar a Cristo Senhor no sacramento, conforme o estado de sua vida. Os Pastores, porém, os conduzam para isso com seu exemplo e os exortem com palavras”. Evang. Test., 35: “Na medida, portanto, em que vós desempenhais funções externas, é necessário que aprendais a fazer a passagem dessas atividades para a vida recolhida, na qual as vossas almas se retemperam. Se realizardes verdadeiramente a obra de Deus, por vós mesmos advertireis a necessidade de tempos de retiro, que, juntamente com os vossos irmãos e as vossas irmãs em religião, transformareis em tempos de plenitude. Dadas as excessivas ocupações e tensões da vida moderna, convém dar uma particular importância, para além do ritmo cotidiano da oração, a esses momentos mais prolongados de intimidade com Deus, que devem estar diversamente distribuídos pelos vários períodos, segundo as possibilidades e a natureza das vossas vocações. Depois, se de acordo com as vossas constituições, as casas a que pertenceis praticam a hospitalidade fraterna, em ampla escala, tocará a vós regular-lhe a freqüência e o estilo, de modo a evitar qualquer vã agitação e a facilitar aos vossos hóspedes a união íntima com Deus”. Nota:110 Euch. Myst., 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. cf. Euch. Myst., 60: “A exposição da santíssima Eucaristia, quer com a âmbula quer com o ostensório, conduz a mente dos fiéis a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convida à comunhão espiritual com ele. Por isso, alimenta excelentemente o culto devido a Cristo em espírito e verdade. É preciso prestar atenção a que, em tais exposições, apareça com clareza, por meio de sinais, o culto do Santíssimo Sacramento em sua relação com a Missa. Portanto, quando se trata de uma exposição mais solene e prolongada, convém que se faça no fim da Missa na qual se consagra a hóstia que deve ser exposta. Esta Missa termina com Bendigamos ao Senhor e sem benção. No adorno da exposição, evite-se cuidadosamente tudo o que possa ofuscar o desejo de Cristo, que instituiu a Santíssima Eucaristia principalmente para estar à nossa disposição como alimento, remédio e alívio”. Nota:111 cf. De Sacra Comm., n.85, onde se fala a respeito do uso das velas para a exposição Nota:112 cf. PP, 13: “Mas, de futuro, as iniciativas locais e individuais não bastam. A situação presente do mundo exige uma ação de conjunto a partir de uma visão clara de todos os aspectos econômicos, sociais, culturais. Conhecedora da humanidade, a Igreja, sem pretender de modo algum imiscuir-se na política dos Estados, ‘tem apenas um fim em vista: continuar, sob o impulso do Espírito consolador, a obra própria de Cristo vindo ao mundo para dar testemunho da verdade, para salvar, não para condenar, para servir, não para ser servido’ (cf. Jo 3,17; 18,37; Mt 20,28; Mc 10,45). Fundada para estabelecer já neste mundo o reino do céu e não para conquistar um poder terrestre, a Igreja afirma claramente que os dois domínios são distintos, como são soberanos os dois poderes, eclesiástico e civil, cada um na sua ordem. Porém, vivendo na história deve estar atenta aos sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho. Comungando nas melhores aspirações dos homens e sofrendo de os ver insatisfeitos, deseja ajudá-los a alcançar o pleno desenvolvimento e, por isso, propõe-lhes o que possui como próprio: uma visão global do homem e da humanidade”. Nota:113 EM, n. 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. cf. De Sacra Comm., n.81. Nota:114 cf. Jo 13, 19: “Digo isso agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, vocês acreditem que Eu Sou”. PC, 5: “Lembrem-se os religiosos, em primeiro lugar, que corresponderam à vocação divina pela profissão dos conselhos evangélicos. Além de mortos para o pecado (cf. Rm 6, 11), renunciaram ao mundo a fim de viver exclusivamente para Deus. Consagram toda sua vida ao seu serviço por uma consagração especial, radicada na consagração batismal, de que é expressão plena. Por ter a Igreja acolhido sua consagração, estão igualmente a serviço da Igreja. O serviço divino constitui, para eles, estímulo e exigência para crescer na prática das virtudes, especialmente da humildade, da obediência, da força e da castidade, por intermédio das quais participam da humilhação de Cristo (cf. Fl 2, 7-8) e, ao mesmo tempo, de sua vida no Espírito (cf. Rm 8, 1-13).

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Fiéis, pois, à sua profissão, os religiosos deixam tudo por causa de Cristo (cf. Mc 10, 28), seguem-no (cf. Mt 19, 21) como único necessário (cf. Lc 10, 42) e lhe ouvem as palavras (cf. Lc 10, 39), preocupando-se somente com o que é dele (cf. 1Cor 7, 32). Buscando, pois antes de tudo a Deus, os religiosos devem-se consagrar à contemplação, que os faz aderir a Deus com amor apostólico, com a mente e com o coração, associando-se à obra da redenção e se esforçando por dilatar o reino de Deus”. Ecl. Sanct., n. 21: “§ 1. Cumpre fazer todo o empenho para que, segundo melhor convier conforme as circunstâncias, sejam divididas ou desmembradas aquelas paróquias nas quais, em razão do excessivo número de fiéis ou da demasiada extensão territorial ou por outras causas, só dificilmente ou de maneira defeituosa se pode exercer a atividade apostólica. Deve-se igualmente unificar as paróquias demasiado pequenas, nas medida em que isto for possível e segundo o permitam as circunstâncias. § 2. Não se unam mais de pleno direto paróquias a Cabidos. As que houver nessas condições, ouvido o parecer tanto do Cabido como do Conselho Presbiteral, sejam separadas e providas de pároco – escolhido entre os Capitulares ou fora deles –, o qual gozará de todas as faculdades que por determinação do direito competem aos párocos. § 3. Pode o Bispo diocesano por sua própria autoridade, ouvido o parecer do Conselho Presbiteral, criar ou suprir paróquias ou de qualquer modo reformá-las, mas de maneira que, se houver alguma convenção entre a sé Apostólica e o Governo civil, ou direitos adquiridos por outras pessoas físicas ou morais, logre a Autoridade competente um acordo com os interessados”. Nota:115 Euch. Myst., 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. Nota:116 cf. Mediator Dei, AAS 39 (1947), p.566 Nota:117 SC, 37: “A Igreja não pretende impor a uniformidade litúrgica. Mostra-se flexível diante de tudo que não esteja vinculado necessariamente à fé e ao bem de toda a comunidade. Interessa-lhe manter e incentivar as riquezas e os dons das diversas nações e povos. Tudo, pois, que não estiver ligado indissoluvelmente a erros ou superstições deve ser levado em consideração, conservado e até promovido, podendo mesmo, em certos casos, ser assimilado pela liturgia, desde que esteja em harmonia com o modo de ser e o verdadeiro espírito litúrgico”. Nota:118 SC, 37-38: “A Igreja não pretende impor a uniformidade litúrgica. Mostra-se flexível diante de tudo que não esteja vinculado necessariamente à fé e ao bem de toda a comunidade. Interessa-lhe manter e incentivar as riquezas e os dons das diversas nações e povos. Tudo, pois, que não estiver ligado indissoluvelmente a erros ou superstições deve ser levado em consideração, conservado e até promovido, podendo mesmo, em certos casos, ser assimilado pela liturgia, desde que esteja em harmonia com o modo de ser e o verdadeiro espírito litúrgico. 38. Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”. Nota:119 SC, 41: “O bispo seja tido como grande sacerdote, em seu rebanho, de que deriva e, de certa maneira, depende, a vida dos seus fiéis, em Cristo. Todos devem dar a máxima importância à vida litúrgica da diocese, em torno do bispo, nas catedrais. Estejam persuadidos de que a principal manifestação da Igreja é a participação plena e ativa de todo o povo de Deus nessas celebrações litúrgicas, especialmente na mesma eucaristia, na mesma oração e em torno do mesmo altar, sob a presidência do bispo, cercado de seu presbitério e de seus ministros”. LG, 26: “O bispo possui a plenitude do sacramento da ordem. É chamado administrador da graça do sacerdócio supremo especialmente quando oferece ou cuida que seja oferecida a eucaristia, que alimenta e faz crescer continuamente a Igreja. São Igreja de Cristo todas as comunidades legítimas de fiéis, espalhadas por toda a parte, em torno de seus respectivos pastores. No Novo Testamento, merecem o nome de igrejas. Lá onde estão, são, em plenitude, o novo povo chamado por Deus, no Espírito Santo (cf. 1Ts 1, 5). Os fiéis se reúnem em igrejas pela pregação do Evangelho de Cristo e celebram o mistério da ceia do Senhor de maneira que a fraternidade de todos se concretize pela comida e pela bebida do corpo do Senhor. No altar de cada comunidade, reunida pelo santo ministério do bispo, oferece-se o símbolo da caridade e da unidade do corpo místico, sem as quais não pode haver salvação. Tendo consigo a Igreja una, santa, católica e apostólica, Cristo está presente em todas essas comunidades, por pequenas e pobres que sejam, mesmo quando vivem no isolamento, pois a participação no corpo e no sangue de Cristo nos transforma naquilo que tomamos.

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Toda celebração legítima da eucaristia é dirigida pelo bispo, a quem foi confiado o culto da religião cristã, que deve ser prestado a Deus, administrado conforme os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, segundo as determinações do bispo, em sua diocese. Os bispos difundem a plenitude da santidade de Cristo de maneira variada e abundante, quando oram e trabalham para o povo. Comunicam aos fiéis a força de Deus, que salva, pelo ministério da palavra (cf. Rm 1, 16). Santificam os fiéis pelos sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa devem dispor segundo sua autoridade. Devem estabelecer as normas para o batismo, que dá participação no sacerdócio régio de Cristo. São os ministros ordinários da confirmação, os dispensadores das ordens sagradas e os moderadores da disciplina penitencial. Devem exortar e instruir o povo para que participe com fé e respeito da liturgia, especialmente do sagrado sacrifício da missa. Devem finalmente dar exemplo de vida aos que são por ele presididos, afastando-se de todo mal, convertendo-se ao bem, graças ao auxílio do Senhor, para que alcancem a vida eterna, juntamente com seu rebanho”. Nota:120 cf. SC 40, 63, 65, 77, 79: “Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência. 3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto. SC, 63: Na maioria das vezes é importante que o povo entenda o que se diz na administração dos sacramentos e dos sacramentais, devendo-se pois ampliar o uso do vernáculo, de acordo com as seguintes normas: a) Na administração dos sacramentos e dos sacramentais, pode-se empregar o vernáculo, de acordo com o artigo 36 desta constituição; b) prevejam-se ritos particulares, adaptados às necessidades de cada região, inclusive no que diz respeito à língua, numa nova edição do ritual romano, a ser preparada pela autoridade territorial competente, de acordo com o artigo 22§2, desta constituição, aprovada pela sé apostólica e aplicada na região em questão. Nesses novos rituais ou coleções de ritos, constem as instruções do ritual romano referentes aos aspectos pastorais, às rubricas e à importância social de cada rito. SC, 65: Nas regiões de missão, especialmente de tradição cristã, pode-se admitir elementos de iniciação próprios de cada povo, desde que possam se articular com o rito cristão, de acordo com os artigos 37 § 40 desta constituição. SC, 77: O rito do matrimônio atualmente constante no ritual deve ser revisto e enriquecido de maneira a expressar melhor a graça do sacramento e a realçar os deveres dos cônjuges. O concílio deseja vivamente que se mantenham de fato os costumes louváveis de cada lugar na celebração do sacramento do matrimônio. A autoridade territorial competente, de acordo com o artigo 22 § 2 e com o artigo 63 desta constituição tem a faculdade de estabelecer um rito próprio para o matrimônio, em consonância com os usos e costumes locais de cada povo, desde que se mantenha a exigência da presença de um sacerdote, que receba o consentimento dos nubentes. O matrimônio seja habitualmente celebrado na missa, depois da leitura do Evangelho e da homilia, antes da oração dos fiéis. A oração pela esposa pode ser dita em língua vernácula, depois de corrigida no sentido de acentuar o dever recíproco de fidelidade. Quando se celebrar fora da missa, leia-se antes a epístola e o Evangelho da missa pelos esposos e, em todos os casos, seja dada a bênção nupcial. SC, 79: A reforma dos sacramentais obedeça aos princípios gerais de participação fácil, consciente e ativa dos fiéis, atendendo às necessidades próprias do nosso tempo. Na revisão dos rituais, conforme o artigo 63, podem ser introduzidos novos sacramentais, em vista das necessidades atuais. As bênçãos reservadas sejam reduzidas ao mínimo, e sempre em favor dos bispos ou dos que gozam de autoridade, segundo o direito. Sejam previstos sacramentais que, ao menos em circunstâncias especiais, possam ser administrados por leigos, dotados das qualidades indispensáveis para tanto”. Nota:121 Smyrn 8,1. cf. Cartas de Santo Inácio de Antioquia: “Obedecei todos ao bispo como Jesus Cristo obedece ao Pai, e ao colégio dos presbíteros, como os apóstolos: respeitai os diáconos como o mandamento de Deus. Separadamente do bispo, ninguém faça nada do que pertence à Igreja. Considere-se válida a Eucaristia que for celebrada pelo bispo ou por um seu delegado. Onde estiver presente o bispo, lá esteja a multidão dos fiéis, como, onde está Jesus Cristo, está a Igreja Católica. Sem o bispo, não é lícito nem batizar, nem celebrar o ágape; mas tudo aquilo que o bispo tiver aprovado, será agradável a Deus, de modo que tudo o que se fizer, será válido e eficaz”. Nota:122

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IGMR, n.60: “O presbítero, que na sociedade dos fiéis tem o poder sagrado da Ordem para oferecer o sacrifício em nome de Cristo, também está à frente da assembléia reunida, preside à sua oração, anuncia-lhe a mensagem da salvação, associa a si o povo no oferecimento do sacrifício a Deus Pai pelo Cristo no Espírito Santo, dá aos seus irmãos o pão da vida eterna e participa com eles do mesmo alimento. Portanto, quando celebra a Eucaristia, ele deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva do Cristo”. Nota:123 São Justino, I Apol. cap. 67: “Depois dessa primeira iniciação, recordamos constantemente entre nós essas coisas e aqueles de nós que possuem alguma coisa, socorrem todos os necessitados e sempre nos ajudamos mutuamente. Por tudo o que comemos, bendizemos sempre ao Criador de todas as coisas, por meio de seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se lêem, enquanto o tempo o permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo o povo exclama, dizendo: Amém. Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos. Os que possuem alguma coisa e queiram, cada um conforme sua livre vontade, dá o que bem lhe parece, e o que foi recolhido se entrega ao presidente. Ele o distribui a órfãos e viúvas, aos que por necessidade ou outra causa estão necessitados, aos que estão nas prisões, aos forasteiros de passagem, numa palavra, ele se torna o provisor de todos os que se encontram em necessidade. Celebramos essa reunião geral no dia do sol, porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e também o dia em que Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Com efeito, sabe-se que o crucificaram um dia antes do dia de Saturno e no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do Sol, ele apareceu a seus apóstolos e discípulos, e nos ensinou essas mesmas doutrinas que estamos expondo para vosso exame”. cf. Didaqué, cap.10: “Depois de saciados, agradeçam deste modo: Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo Nome, que fizeste habitar em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste por meio do teu servo Jesus. A ti a glória para sempre. Tu, Senhor Todo-poderoso, criaste todas as coisas por causa do teu Nome, e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais, e uma vida eterna por meio do teu servo. Antes de tudo, nós te agradecemos porque és poderoso. A ti a glória para sempre. Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre. Que a tua graça venha, e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Quem é fiel, venha; quem não é fiel, converta-se. Maranatá. Amém. Deixem os profetas agradecer à vontade”. Nota:124 IGMR, n.170: “As partes que são proferidas por todos os concelebrantes, quando forem recitadas, sejam ditas em voz tão baixa de tal modo que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma o povo entenderá mais facilmente os textos”. Nota:125 cf. 1Cor, 12,27: “Ora, vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar”. Ef 1,22-23: “De fato, Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e o colocou acima de todas as coisas, como Cabeça da Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas”. Cl 1,18-24: “Ele é também a Cabeça do corpo, que é a Igreja. Ele é o Princípio, o primeiro daqueles que ressuscitam dos mortos, para em tudo ter a primazia. Porque Deus, a Plenitude total, quis nele habitar, para, por meio dele, reconciliar consigo todas as coisas, tanto as terrestres como as celestes, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz. Antigamente vocês eram estrangeiros e inimigos de Deus, por causa das obras más que praticavam e pensavam. Agora, porém, com a morte que Cristo sofreu em seu corpo mortal, Deus reconciliou vocês, para torná-los santos, sem mancha e sem reprovação diante dele. Isso tudo, sob a condição de que vocês permaneçam alicerçados e firmes na fé, sem se deixarem afastar da esperança no Evangelho que vocês ouviram, e que foi anunciado a toda criatura que vive debaixo do céu. Eu, Paulo, me tornei ministro desse Evangelho. Agora eu me alegro de sofrer por vocês, pois vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja”. Nota:126 cf. Diretório das missas com crianças, n.47: “Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus. Entre estes elementos estão as monições que precedem as leituras e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a Missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode-se narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas. Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa”.

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Nota:127 cf. Diretório das missas com crianças, n.12: “Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento, a catequese da Missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial, conduzindo-as a uma participação ativa, consciente e genuína. Esta catequese, “bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da Missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja''; isto se refere, principalmente, aos textos da própria prece Eucarística e às aclamações, por meio das quais as crianças dela participam. Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a eucaristia, mas também como poderão nela participar ativamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade”. Nota:128 cf. Diretório das missas com crianças, n.13: “Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide-se, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didática”. Nota:129 cf. Diretório das missas com crianças, n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a missa, em lugar separado”. Nota:130 cf. Diretório das missas com crianças, n.10: “A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças”. Nota:131 cf. Rito de inic. cristã de adultos, n. 43: “O padrinho, escolhido pelo catecúmeno por seu exemplo, qualidades e amizades, e delegado pela comunidade cristã local com a aprovação do sacerdote, acompanha o candidato no dia da eleição, na celebração dos sacramentos e no tempo da mistagogia. É seu dever ensinar familiarmente ao catecúmeno como praticar o Evangelho em sua vida particular e social, auxiliá-lo nas dúvidas e inquietações, dar-lhe testemunho cristão e velar pelo progresso de sua vida batismal. Já designado antes da eleição, a partir desse dia exerce publicamente sua função, dando testemunho acerca do candidato diante da comunidade. Sua função é igualmente importante quando o neófito, tendo recebido os sacramentos, precisa de auxílio para manter-se fiel às promessas do Batismo”. Nota:132 SC 38, 40, 44: “38. Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas. 40. Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à sé apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a sé apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência.

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3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto. 44. A autoridade territorial eclesiástica competente, de acordo com o art. 22 § 2, deve constituir uma comissão litúrgica que conte com o auxílio de pessoas qualificadas em ciência litúrgica, música, arte sacra e pastoral. A comissão procurará manter um instituto de pastoral litúrgica, que inclua leigos especialistas nessas matérias. Compete à mesma comissão, sob a autoridade eclesiástica territorial acima mencionada, conduzir a pastoral litúrgica em sua área e promover os estudos e as experiências necessárias, sempre que se tratar de propor adaptações à sé apostólica”. Nota:133 2 Cor 5,17: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu”. Nota:134 Rm 6,6: “Sabemos muito bem que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que o corpo de pecado fosse destruído e assim não sejamos mais escravos do pecado”. Nota:135 Jo 3,5: “Jesus respondeu: Eu garanto a você: ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nasce da água e do Espírito”. Nota:136 1Pdr 2,9: “Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa”. Nota:137 Rm 6,1-4: “Que diremos então? Devemos permanecer no pecado para que haja abundância da graça? De jeito nenhum! Uma vez que já morremos para o pecado, como poderíamos ainda viver no pecado? Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova”. Nota:138 Jo 3,1-2: “Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos. Era um judeu importante. Ele foi encontrar-se de noite com Jesus, e disse: Rabi, sabemos que tu és um Mestre vindo da parte de Deus. Realmente, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele”. Nota:139 cf. LG 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10, 35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se-lhe revelando sua vontade através da história e o santificando para si. Tudo isso, porém, era preparação e prenúncio da nova aliança, perfeita, a ser realizada em Cristo, Revelação plena, que seria selada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Virão os dias, diz o Senhor, que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança... Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo... Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão (Jr 31, 31-34). Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11, 25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o povo de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1, 23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2, 9-10)”. Nota:140 Ef 2,22: “Em Cristo, vocês também são integrados nessa construção, para se tornarem morada de Deus, por meio do Espírito”. 1Pd 2,9: “Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa”. LG 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10, 35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se a si mesmo, revelando sua vontade através da história e o santificando para si. Tudo isso, porém, era preparação e prenúncio da nova aliança, perfeita, a ser realizada em Cristo, Revelação plena, que seria selada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Virão os dias, diz o Senhor, que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança... Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo... Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão (Jr 31, 31-34). Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11, 25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o povo

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de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1, 23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2, 9-10)”. GS 32: “Deus não criou os seres humanos para viver isolados, mas para formar uma comunidade social. Da mesma forma quis santificá-los e salvá-los, não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas como povo, que o reconhecesse na verdade e o servisse, na santidade. Desde o início da história da salvação, Deus encara os seres humanos como membros de uma comunidade e não apenas individualmente. Chamou seu povo (Ex 3, 7-12) e com ele fez a aliança no Sinai, para manifestar esse seu desígnio. A obra de Jesus Cristo veio completar e coroar o aspecto comunitário da salvação. O Verbo encarnado, quis participar do convívio humano. Foi às bodas de Caná, hospedou-se na casa de Zaqueu e comia com publicanos e pecadores. Manifestou o amor do Pai e a sublimidade da vocação humana referindo-se às realidades mais comuns da vida social e recorrendo a imagens e expressões do cotidiano mais simples. Santificou as contingências da vida humana, especialmente da família, que estão na raiz da vida social, e se sujeitou voluntariamente às leis de sua pátria. Levou uma vida de trabalhador, de acordo com a época e os costumes da região em que nasceu. Na sua pregação, exigia explicitamente que os filhos de Deus se tratassem como irmãos. Na sua oração, pediu que todos os seus discípulos fossem um. Ele próprio, até a morte, se ofereceu por todos, como Redentor. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos (Jo 15, 13). Mandou os apóstolos pregar a todos a mensagem evangélica, para que a humanidade se tornasse como uma só família, em Deus, tendo por lei o amor. Primogênito entre muitos irmãos, depois da morte e da ressurreição, estabeleceu uma nova comunhão fraterna com os que o acolhem na fé e no amor, pelo dom do Espírito Santo. Seu corpo é a Igreja, em que todos mutuamente se prestam serviço, sendo membros uns dos outros. Esta solidariedade deve crescer até o dia da consumação final, quando os seres humanos, salvos pela graça, estarão na glória, como uma única família amada por Deus e por Cristo, nosso irmão”. Conclusões de Medellín, 1968, 6,II,5: “5. Uma pastoral popular pode ser baseada nos seguintes critérios teológicos: a fé e, por conseguinte, a Igreja, semeiam-se e crescem na religiosidade culturalmente diversificada dos distintos povos. Fé, que embora imperfeita, pode encontrar-se ainda nos níveis culturais mais inferiores. Pertence precisamente à tarefa evangelizadora da Igreja descobrir nessa religiosidade “a secreta presença de Deus”, “a luz da verdade que ilumina a todos”, a luz do Verbo presente mesmo antes da Encarnação ou da pregação apostólica, e fazer frutificar essa semente. Sem quebrar a cana e sem extinguir a mecha fumegante, a Igreja aceita com alegria e respeito, purifica e incorpora à fé os diversos “elementos religiosos e humanos” que estão presentes nessa religiosidade como “semente oculta do Verbo” e que constituem ou podem constituir uma “preparação evangélica”. Nota:141 cf. SC 37-40: “A Igreja não pretende impor a uniformidade litúrgica. Mostra-se flexível diante de tudo que não esteja vinculado necessariamente à fé e ao bem de toda a comunidade. Interessa-lhe manter e incentivar as riquezas e os dons das diversas nações e povos. Tudo, pois, que não estiver ligado indissoluvelmente a erros ou superstições deve ser levado em consideração, conservado e até promovido, podendo mesmo, em certos casos, ser assimilado pela liturgia, desde que esteja em harmonia com o modo de ser e o verdadeiro espírito litúrgico. 38. Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas. 39. Compete à autoridade eclesiástica territorial, de acordo com o art. 22 § 2, definir essas modificações, dentro dos limites das edições oficiais dos livros litúrgicos, especialmente no que respeita à administração dos sacramentos, aos sacramentais, às procissões, à língua litúrgica, à música e à arte sagradas, segundo as normas fundamentais desta Constituição. 40. Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência. 3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto”. Nota:142 Rito para Batismo de Crianças. Observações preliminares n.10: “Com uma perspectiva assim, a advertência de Jesus no Evangelho de São João quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus- deve ser compreendida como o convite de um amor universal e infinito; são as palavras

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de um Pai que chama todos os seus filhos e quer para eles o sumo bem. Este chamamento irrevogável e premente não pode deixar o homem numa atitude indiferente ou neutra, uma vez que o seu acolhimento é para ele a condição de realizar o seu destino.” Nota:143 SC 42: “Mas o bispo não pode estar sempre presente à sua Igreja, nem presidir o rebanho em toda parte. É preciso, por isso que se constituam comunidades de fiéis. Entre essas, têm especial relevo as paróquias locais, organizadas em torno de um pastor que faz as vezes de bispo. São elas que, de certa forma, representam a Igreja visível existente no mundo. A vida litúrgica paroquial deve manter no espírito e na prática, estreita relação com o bispo, tanto por parte dos fiéis como pelo clero. A celebração da missa dominical é a principal expressão e o sustento do espírito paroquial comunitário”. Nota:144 Rito para Batismo de Crianças, ibid. n.10 e 11: “10. Com uma perspectiva assim, a advertência de Jesus no Evangelho de São João quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus- deve ser compreendida como o convite de um amor universal e infinito; são as palavras de um Pai que chama todos os seus filhos e quer para eles o sumo bem. Este chamamento irrevogável e premente não pode deixar o homem numa atitude indiferente ou neutra, uma vez que o seu acolhimento é para ele a condição de realizar o seu destino. 11. A Igreja tem o dever de corresponder à missão que foi confiada por Cristo aos Apóstolos depois da sua ressurreição, referida pelo Evangelho de São Mateus sob uma forma particularmente solene: Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai todas as gentes, batizando-as, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A transmissão da fé e a administração do batismo, estreitamente ligadas neste mandato do Senhor, fazem parte integrante da missão da Igreja, que é e nunca pode deixar de ser universal.” Nota:145 cf. GS, n.11, 38, 39: “11. Acreditando, com certeza, que é conduzido pelo Espírito do Senhor, que enche o universo, o povo de Deus vê e procura discernir nos acontecimentos, nas exigências e nas aspirações do nosso tempo, de que, aliás, participa, verdadeiros sinais da presença de Deus e de seu desígnio. A fé ilumina com sua luz tudo que existe e manifesta o propósito divino a respeito da plena vocação humana, orientando assim o espírito para as verdadeiras soluções. O Concílio quer, inicialmente, focalizar os valores que se coloca hoje, acima de tudo, referindo-os à sua fonte divina. Enquanto procedem de Deus e são comunicados aos seres humanos, são verdadeiros valores, embora freqüentemente precisem ser purificados por estarem distorcidos pela corrupção do coração humano. O que a Igreja pensa do ser humano? Que deve recomendar para a edificação da sociedade contemporânea? Qual a significação última da atividade humana no mundo? Espera-se resposta a todas essas questões. Buscando essas respostas, o povo de Deus e o gênero humano, em que, aliás, ele está inserido, prestar-se-ão mutuamente serviço e a Igreja cumprirá sua missão religiosa que é, por isso mesmo, profundamente humana. 38. O Verbo de Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas, fez-se homem e veio habitar a terra. Entra assim, na história do mundo, um homem perfeito, que a assume e a recapitula. Revela que Deus é amor (1Jo 4, 8) e ensina que a lei fundamental da perfeição humana e, por conseguinte, da transformação do mundo, é o novo mandamento do amor. Certifica os que acreditam no amor divino de que não é inútil mostrar a todos o caminho do amor e se esforçar para estabelecer uma fraternidade universal. Ensina que o amor não se limita às grandes coisas, mas deve se manifestar principalmente na vida e nas circunstâncias de todo dia. Por amor de nós todos, pecadores, suportou a morte, ensinando-nos pelo exemplo a assumir a cruz que a carne e o mundo impõem aos ombros de todos os que lutam pela paz e pela justiça. Constituído Senhor, pela sua ressurreição, e tendo recebido todo poder no céu e na terra, Cristo atua, pelo Espírito Santo, no coração dos seres humanos, inspirando o desejo da vida futura e, a partir dele, animando, purificando e corroborando a esperança de que a família humana se torne cada vez mais humana, e venha, aos poucos, a colocar toda a terra a serviço do ser humano. São muito diversos os dons do Espírito. Uns são chamados a dar em testemunho manifesto do desejo da pátria celeste, e a conservá-los ardente, no seio da família cristã. Outros, a prestar serviço aos seres humanos, preparando o reino do céu. Todos, entretanto, libertados pela renúncia ao amor próprio, assumem corajosamente a vida humana na perspectiva da vida futura, quando a humanidade se tornará toda ela oblação pura, aceita por Deus. Como penhor dessa esperança e sustento no caminho, o Senhor nos legou o sacramento da fé, em que os elementos naturais, fruto do trabalho humano, se convertem no seu Corpo e Sangue gloriosos, antecipando a festa da comunhão fraterna e a ceia celestial. 39. Não sabemos até quando existirão a terra e a humanidade nem sabemos que transformações hão de sofrer. A figura desse mundo, deformado pelo pecado, haverá de passar, mas o Senhor ensina que haverá uma nova morada para o homem, em que habitará a justiça e cuja felicidade preencherá e superará todos os desejos de paz que o coração humano alimenta.

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Então, vencida a morte, os filhos de Deus ressuscitarão em Cristo. O que foi semeado na fraqueza e na corrupção, vestirá a incorruptibilidade. O amor permanecerá e toda a criatura, feita em vista do ser humano, há de ser também libertada, (cf Rm 8,19-21). Ouvimos que de nada adianta ganhar todo o universo e se perder (cf hr 9,25). A expectativa da nova terra, longe de esvaziar, estimula o desejo de cuidar das coisas terrestres, em meio às quais cresce o corpo da nova família humana, oferecendo desde agora uma tênue imagem do que será no futuro. Embora se deva distinguir o reino de Cristo do progresso humano, não resta dúvida de que, na medida em que se entende por progresso a organização mais perfeita da sociedade esta organização é da maior importância para o reino de Deus. Bens como a dignidade humana, a comunhão fraterna e a liberdade, fruto da natureza e do trabalho humano, depois de difundidos na terra segundo o mandamento do Senhor e no seu Espírito, serão reencontrados depois, purificados de toda mancha, iluminados e transfigurados, quando o Cristo entregar ao Pai o seu reino eterno e universal: reino de verdade e vida, reino de santidade e graça, reino de justiça, de amor e de paz. O Reino, misteriosamente presente na terra, chegará à consumação com a vinda do Senhor”. Nota:146 cf. Jo 17,19: “Consagra-os com a verdade: a verdade é a tua palavra”. Nota:147 cf. Mc 1,10: “Logo que Jesus saiu da água, viu o céu se rasgando, e o Espírito, como pomba, desceu sobre ele”. Jo 1,32: “E João testemunhou: Eu vi o Espírito descer do céu, como uma pomba, e pousar sobre ele”. Lc 4,17-21: “Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor. Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. Então Jesus começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir”. Nota:148 1Pd 2,5 e 9: “Do mesmo modo, vocês também, como pedras vivas, vão entrando na construção do templo espiritual, e formando um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por meio de Jesus Cristo. Vocês, porém, são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa”. Nota:149 cf. At 8,15-17: “Ao chegarem, Pedro e João rezaram pelos samaritanos, a fim de que eles recebessem o Espírito Santo. De fato, o Espírito ainda não viera sobre nenhum deles; e os samaritanos tinham apenas recebido o batismo em nome do Senhor Jesus. Então Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos, e eles receberam o Espírito Santo”. At 19,5-7: “Ao ouvir isso, eles se fizeram batizar em nome do Senhor Jesus. Logo que Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles, e começaram a falar em línguas e a profetizar. Eram, ao todo, doze homens”. Nota:150 Ef 4,13: “A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo”. Nota:151 cf. At 1,8: “Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra”. Lc 12,12: “Pois, nessa hora o Espírito Santo ensinará o que vocês devem dizer”. Jo 15,15-26: “Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros. Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou. Se eu não tivesse vindo e não tivesse falado para eles, eles não seriam culpados de pecado. Mas agora eles não têm nenhuma desculpa do seu próprio pecado. Quem me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu não tivesse feito no meio deles obras como nenhum outro fez, eles não seriam culpados de pecado. Mas eles viram o que eu fiz, e apesar disso odiaram a mim e a meu Pai. Desse modo se realiza o que está escrito na Lei deles: Odiaram-me sem motivo. O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim”.

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Jo 16,1-15: “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse. Eu não lhes disse tudo isso desde o começo, porque eu estava com vocês. Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei. Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado. Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês”. Nota:152 cf. LG n. 11: “A índole sagrada e a constituição orgânica da comunidade sacerdotal se efetivam nos sacramentos e na prática cristã. Incorporados à Igreja pelo Batismo, os fiéis recebem o caráter que os qualifica para o culto. Por outro lado, renascidos como filhos de Deus, devem professar a fé que receberam de Deus, por intermédio da Igreja. O sacramento da confirmação os vincula ainda mais intimamente à Igreja e lhes confere de modo especial a força do Espírito Santo. Daí a obrigação maior de difundir e defender a fé, pela palavra e pelas obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo. Participando do sacrifício eucarístico, fonte e ápice de toda a vida cristã, os fiéis oferecem a Deus a vítima divina e se oferecem com ela. Juntamente com os ministros, cada um a seu modo, têm todos um papel específico a desempenhar na ação litúrgica, tanto na oblação como na comunhão. Alimentando-se todos com o corpo de Cristo, demonstram de maneira concreta a unidade do Povo de Deus, proclamada e realizada pelo sacramento da eucaristia. Os fiéis que procuram o sacramento da penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que lhe fizeram. Ao mesmo tempo, se reconciliam-se com a Igreja, que ofenderam ao pecar e que contribui para sua conversão pelo amor, pelo exemplo e pelas orações. Pela sagrada unção dos enfermos e pela oração dos sacerdotes, a Igreja inteira recomenda os doentes ao Senhor, para seu alívio e salvação (cf. Tg 5, 14). Exorta-os a se unirem livremente à paixão e à morte de Cristo (cf. Rm 8, 17; Cl 1, 24; 2Tm 2, 11-12; 1Pd 4, 13), dando assim sua contribuição para o bem do povo de Deus. Os fiéis marcados pelo sacramento da ordem são igualmente constituídos, em nome de Cristo, para conduzir a Igreja pela palavra e pela graça de Deus. Finalmente os fiéis se dão o sacramento do matrimônio, manifestação e participação da unidade e do amor fecundo entre Cristo e sua Igreja (cf. Ef 5, 32). Ajudam-se mutuamente a se santificar na vida conjugal, no acolhimento e na educação dos filhos. Contam, por isso, com um dom específico e um lugar próprio ao seu estado de vida, no Povo de Deus. A família procede dessa união. Nela nascem os novos membros da sociedade humana que, batizados, se tornarão filhos de Deus pela graça do Espírito Santo e perpetuarão o povo de Deus através dos séculos. A família é uma espécie de Igreja doméstica. Os pais são os primeiros anunciadores da fé e devem cuidar da vocação própria de cada um dos filhos, especialmente da vocação sagrada. Todos os fiéis, de qualquer estado ou condição, de acordo com o caminho que lhes é próprio, são chamados pelo Senhor à perfeição da santidade, que é a própria perfeição de Deus e, por isso, dispõem de tais e de tantos meios”. Nota:153 cf. AG, n. 11: “A Igreja deve estar presente em todos esses grupos humanos por intermédio de seus filhos que aí vêm ou para onde são enviados. Onde quer que vivam, pelo exemplo da vida e pelo testemunho da palavra, todos os fiéis devem manifestar a nova humanidade com que foram vestidos no batismo, e a força do Espírito Santo, que receberam na confirmação. Considerando suas boas obras, os demais se sentirão inclinados a glorificar ao Pai, perceberão melhor o sentido da vida e descobrirão a importância do vínculo de comunhão de que todos os seres humanos são chamados a participar. Para que o testemunho de Cristo seja válido, os cristãos devem valorizar o que têm de próprio os diferentes grupos humanos e neles se integrar com amor, participar integralmente de sua vida social e cultural e relacionar-se com naturalidade uns com os outros, sob todos os aspectos da vida humana de todo dia. Familiarizem-se com suas tradições nacionais e religiosas. Com alegria e respeito, assinalem os traços culturais destes povos que de algum modo têm referência aos valores cristãos e podem ser considerados como que sementes latentes da Palavra. Mas não deixem de assinalar também as profundas transformações por que hão de passar todas as sociedades. Estarão assim contribuindo para evitar que a civilização

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moderna, científica e tecnológica, os venha a afastar das coisas divinas, em lugar de despertar neles, ainda mais vivo, o desejo da verdade e do amor divinamente revelados. Cristo entendeu em profundidade o coração humano. Convivendo humanamente com homens e mulheres, iluminava-os com a luz divina. Assim também o discípulo de Cristo, compenetrado de seu Espírito, deve procurar conhecer as pessoas com quem convive. Num diálogo sincero e paciente, levá-las a perceber o maravilhoso dom de Deus oferecido a todos e a aprofundá-lo à luz do Evangelho, para sua libertação e para que venham a reconhecer o senhorio de Deus Salvador”. Nota:154 cf. PO, n.5: “Deus, que somente é santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do Bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no Povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra Santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à Eucaristia formando um só todo. Na Eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa Páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso, a Eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo Pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: “Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus” (Mt 4, 17). Habituem-se igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf Ef 5,19-20). Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a Santíssima Eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso Salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. Nota:155 cf. Rito da iniciação Cristã dos Adultos, n. 27: “Os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem a última etapa. Os eleitos, tendo recebido o perdão dos pecados, são incorporados ao povo de Deus, tornam-se seus filhos adotivos, são introduzidos pelo Espírito Santo na prometida plenitude dos tempos e ainda, pelo sacrifício e a refeição eucarística, antegozam do reino de Deus”. Nota:156 cf. 1Cor 12,1-31: “Sobre os dons do Espírito, irmãos, não quero que vocês fiquem na ignorância. Vocês sabem que, quando eram pagãos, se sentiam irresistivelmente arrastados para os ídolos mudos. Por isso, eu declaro a vocês que ninguém, falando sob a ação do Espírito de Deus, jamais poderá dizer: Maldito Jesus! E ninguém poderá dizer: Jesus é o Senhor! a não ser sob a ação do Espírito Santo. Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer. De fato, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo. Pois todos fomos batizados

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num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito. O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos. Se o pé diz: Eu não sou mão; logo, não pertenço ao corpo, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido diz: Eu não sou olho; logo, não pertenço ao corpo, nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? Deus é quem dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. Se o conjunto fosse um só membro, onde estaria o corpo? Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: Não preciso de você; e a cabeça não pode dizer aos pés: Não preciso de vocês. Os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; e aqueles membros do corpo que parecem menos dignos de honra são os que cercamos de maior honra; e os nossos membros que são menos decentes, nós os tratamos com maior decência; os que são decentes não precisam desses cuidados. Deus dispôs o corpo de modo a conceder maior honra ao que é menos nobre, a fim de que não haja divisão no corpo, mas os membros tenham igual cuidado uns para com os outros. Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam de sua alegria. Ora, vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar. Aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres... A seguir vêm os dons dos milagres, das curas, da assistência, da direção e o dom de falar em línguas. Por acaso, são todos apóstolos? Todos profetas? Todos mestres? Todos realizam milagres? Têm todos o dom de curar? Todos falam línguas? Todos as interpretam? Aspirem aos dons mais altos. Aliás, vou indicar para vocês um caminho que ultrapassa a todos”. Nota:157 cf. LG n.26: “O Bispo possui a plenitude do sacramento da ordem. É chamado administrador da graça do sacerdócio supremo especialmente quando oferece ou cuida que seja oferecida a eucaristia, que alimenta e faz crescer continuamente a Igreja. São Igreja de Cristo todas as comunidades legítimas de fiéis, espalhadas por toda a parte, em torno de seus respectivos pastores. No Novo Testamento, merecem o nome de Igrejas. Lá onde estão, são, em plenitude, o novo povo chamado por Deus, no Espírito Santo (cf. 1Ts 1, 5). Os fiéis se reúnem em igrejas pela pregação do Evangelho de Cristo e celebram o mistério da Ceia do Senhor de maneira que a fraternidade de todos se concretize pela comida e pela bebida do corpo do Senhor. No altar de cada comunidade, reunida pelo santo ministério do bispo, oferece-se o símbolo da caridade e da unidade do corpo místico, sem as quais não pode haver salvação. Tendo consigo a Igreja una, santa, católica e apostólica, Cristo está presente em todas essas comunidades, por pequenas e pobres que sejam, mesmo quando vivem no isolamento, pois a participação no corpo e no sangue de Cristo nos transforma naquilo que tomamos. Toda celebração legítima da Eucaristia é dirigida pelo bispo, a quem foi confiado o culto da religião cristã, que deve ser prestado a Deus, administrado conforme os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, segundo as determinações do bispo, em sua diocese. Os Bispos difundem a plenitude da santidade de Cristo de maneira variada e abundante, quando oram e trabalham para o povo. Comunicam aos fiéis a força de Deus, que salva, pelo ministério da palavra (cf. Rm 1, 16). Santificam os fiéis pelos sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa devem dispor segundo sua autoridade. Devem estabelecer as normas para o batismo, que dá participação no sacerdócio régio de Cristo. São os ministros ordinários da confirmação, os dispensadores das ordens sagradas e os moderadores da disciplina penitencial. Devem exortar e instruir o povo para que participe com fé e respeito da liturgia, especialmente do sagrado sacrifício da missa. Devem finalmente dar exemplo de vida aos que são por ele presididos, afastando-se de todo mal, convertendo-se ao bem, graças ao auxílio do Senhor, para que alcancem a vida eterna, juntamente com seu rebanho.” Rito da Confirmação, n. 7. Nota:158 cf. 1Cor 12,7: “Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos”. Nota:159 cf. SC n.42: “Mas o Bispo não pode estar sempre presente à sua Igreja, nem presidir o rebanho em toda parte. É preciso, por isso que se constituam comunidades de fiéis. Entre essas, têm especial relevo as paróquias locais, organizadas em torno de um pastor que faz as vezes de Bispo. São elas que, de certa forma, representam a Igreja visível existente no mundo. A vida litúrgica paroquial deve manter no espírito e na prática, estreita relação com o bispo, tanto por parte dos fiéis como pelo clero. A celebração da missa dominical é a principal expressão e o sustento do espírito paroquial comunitário”. Nota:160 Rito da Iniciação Cristã dos Adultos, Introdução, n. 9-20: “9. Embora o Rito de iniciação comece pela admissão ao catecumenato, o tempo anterior ou o pré-catecumenato tem grande importância e habitualmente não deve ser omitido. É o tempo da evangelização em que, com firmeza e confiança, se anuncia o Deus vivo e Jesus Cristo, enviado por ele para a salvação de todos, a fim de que os não cristãos, cujo coração é aberto pelo Espírito Santo, creiam e se convertam livremente ao Senhor, aderindo lealmente àquele que, sendo o caminho, a verdade e a vida, satisfaz e até supera infinitamente a todas as suas expectativas espirituais.

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10. Da evangelização realizada com o auxílio de Deus brotam a fé e a conversão inicial, pelas quais a pessoa se sente chamada do pecado para o mistério do amor de Deus. A essa evangelização é dedicado todo o tempo do pré-catecumenato, para que se amadureça a vontade sincera de seguir o Cristo e pedir o Batismo. 11. Faça-se pois, durante este tempo, por meio dos catequistas, diáconos e sacerdotes ou mesmo leigos, uma conveniente explanação do Evangelho aos candidatos. Sejam ajudados com solicitude a fim de que, cooperando com a graça divina com intenção mais pura e esclarecida, se integrem mais facilmente nas famílias e grupos cristãos. 12. Cabe às Conferências Episcopais, além de providenciar a evangelização própria deste tempo, estabelecer, se for o caso e de acordo com as circunstâncias, o primeiro modo de receber os simpatizantes, isto é, aqueles que, embora ainda não creiam plenamente, demonstram inclinação pela fé cristã. 1) Neste acolhimento, feito como se preferir e sem rito estabelecido, o simpatizante não manifesta ainda sua fé, mas somente sua reta intenção. 2) Realiza-se esse acolhimento segundo as condições e conveniências locais. A certos candidatos deve-se manifestar antes de tudo o espírito que anima os cristãos e que eles se esforçam por conhecer e experimentar; a outros, cujo catecumenato se adia por algum motivo, convém manifestar o acolhimento por algum ato externo de sua parte ou da parte da comunidade. 3) Far-se-á o acolhimento em alguma reunião ou encontro da comunidade local, depois de um tempo suficiente de relacionamento e amizade. Apresentado por um amigo, o simpatizante é saudado e recebido com palavras espontâneas pelo sacerdote ou algum membro designado pela comunidade. 13. Durante o tempo do pré-catecumenato, os pastores devem promover orações especiais pelos simpatizantes. 14. É de suma importância o rito de instituição dos catecúmenos, porque os candidatos, reunindo-se publicamente pela primeira vez, manifestam suas intenções à Igreja enquanto esta, no exercício de seu múnus apostólico, acolhe os que pretendem tornar-se seus membros. Quando, por essa celebração, expõem abertamente seu desejo e a Igreja declara sua admissão e consagração inicial, Deus lhes prodigaliza sua graça. 15. Para esse primeiro passo, requer-se que os candidatos já possuam os rudimentos da vida espiritual e os fundamentos da doutrina cristã, a saber: a fé inicial adquirida no tempo do pré-catecumenato, o princípio de conversão e o desejo de mudar de vida e entrar em relação pessoal com Deus em Cristo; já tenham portanto certa idéia da conversão, o costume de rezar e invocar a Deus, e alguma experiência da comunidade e do espírito dos cristãos. 16. Cabe aos pastores, auxiliados pelos introdutores (cf. n.42), catequistas e diáconos, julgar dos sinais externos dessas disposições. É também dever dos pastores, considerando o valor dos sacramentos já recebidos validamente (cf. Introdução geral no.4), tomarem precauções para impedir que uma pessoa já batizada queira receber de novo o Batismo. 17. Depois da celebração do rito, sejam oportunamente anotados em livro próprio os nomes dos catecúmenos com a indicação do ministro, dos introdutores, e dia e lugar da admissão. 18. Desde então os catecúmenos, cercados pelo amor e a proteção da Mãe Igreja como pertencendo aos seus e unidos a ela, já fazem parte da família de Cristo: são alimentados pela Igreja com a palavra de Deus e incentivados por atos litúrgicos. Tenham a peito, portanto, participar da liturgia da palavra e receber as bençãos e sacramentais. Quando se casam, se o noivo e a noiva forem catecúmenos, ou apenas um deles e a outra parte não for batizada, será usado o rito próprio. Se falecerem durante o catecumenato, realizam-se exéquias cristãs. 19. O catecumenato é um espaço de tempo em que os candidatos recebem formação e exercitam-se praticamente na vida cristã. Desse modo adquirem madureza as disposições que manifestaram pelo ingresso. Chega-se a esse resultado por quatro meios: 1) A catequese, ministrada pelos sacerdotes, diáconos ou catequistas e outros leigos, distribuída por etapas e integralmente transmitida, relacionada com o ano litúrgico e apoiada nas celebrações da palavra, leva os catecúmenos, não só ao conhecimento dos dogmas e preceitos, como a íntima percepção do mistério da salvação de que desejam participar. 2) Familiarizados com a prática da vida cristã, ajudados pelo exemplo e as contribuições dos introdutores e dos padrinhos e mesmo de toda a comunidade dos fiéis, acostumam-se a orar mais facilmente, a dar testemunho da fé, guardar em tudo a esperança de Cristo, seguir na vida as aspirações de Deus e praticar a caridade para com o próximo até a renúncia de si mesmos. Assim formados, os recém-convertidos iniciam o itinerário espiritual pelo qual, já comungando pela fé no mistério da morte e da ressurreição, passam do velho homem para o novo que tem sua perfeição em Cristo. Esta passagem, que acarreta uma progressiva mudança de mentalidade e costumes, com suas conseqüências sociais, deve manifestar-se e desenvolver-se pouco a pouco durante o tempo do catecumenato. Sendo o Senhor, em quem cremos, um sinal de contradição, não é raro que o convertido faça a experiência de rupturas e separações, mas também das alegrias que Deus concede sem medida. 3) Ajudados em sua caminhada pela Mãe Igreja, através dos ritos litúrgicos apropriados, já são por eles gradativamente purificados e protegidos pela benção divina. Promovem-se para eles celebrações da palavra e lhes é mesmo proporcionado o acesso à liturgia da palavra junto com os fiéis, a fim de se prepararem melhor para a futura participação na Eucaristia. Habitualmente, porém, quando comparecerem a reunião dos fiéis, devem ser delicadamente despedidos antes do início da celebração eucarística se isso não acarretar

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grandes dificuldades, pois precisam esperar o Batismo pelo qual serão agregados ao povo sacerdotal e delegados para o novo culto de Cristo. 4) Sendo apostólica a vida da Igreja, aprendam também os catecúmenos, pelo testemunho da vida e a profissão de fé, a cooperar ativamente para a evangelização e edificação da Igreja. 20. A duração do tempo do catecumenato não só depende da graça de Deus como das diversas circunstâncias, isto é, do plano do próprio catecumenato, do número dos catequistas, diáconos e sacerdotes, da colaboração de cada catecúmeno, das possibilidades de freqüentarem a sede do catecumenato, e da ajuda da comunidade local. Nada, portanto, pode ser estabelecido a priori. Compete ao Bispo determinar o tempo e a disciplina do catecumenato. Convém ainda que as Conferências Episcopais, considerando as condições dos povos e regiões, estabeleçam a esse respeito normas mais preciosas”. Nota:161 cf. At 15,8-9: “Ora, Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o Espírito Santo como deu a nós. E não fez nenhuma distinção entre nós e eles, purificando o coração deles mediante a fé”. Nota:162 cf. Rito Iniciação Cristã dos Adultos, Introdução, n. 27: “Os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem a última etapa. Os eleitos, tendo recebido o perdão dos pecados, são incorporados ao povo de Deus, tornam-se seus filhos adotivos, são introduzidos pelo Espírito Santo na prometida plenitude dos tempos e ainda, pelo sacrifício e a refeição eucarística, antegozam do reino de Deus”. Nota:163 Diretório das Missas com Crianças, nn.33-36: “É necessário, nas Missas para crianças, fomentar com diligência sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da Liturgia, como ação de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote, senão também, e mais ainda, a forma de se comportar todo o grupo de crianças. Se a Conferência dos Bispos adapta à índole de cada povo, segundo a norma da Instituição Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas. 34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo. A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças. 35. A própria liturgia da Missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da Apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas. Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção, e sustentem visualmente sua oração. Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual. 36. Por esta mesma razão, pode ser útil o emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças, como, por exemplo, para ilustrar a homilia, as intenções da prece dos fiéis ou para inspirar a meditação”. Nota:164 Rom 8,15: “E vocês não receberam um Espírito de escravos para recair no medo, mas receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abba! Pai!”. Nota:165 cf. LG 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10, 35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se-lhe revelando sua vontade através da história e o santificando para si. Tudo isso, porém, era preparação e prenúncio da nova aliança, perfeita, a ser realizada em Cristo, Revelação plena, que seria selada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Virão os dias, diz o Senhor, que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança... Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo... Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão (Jr 31, 31-34). Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11, 25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o Povo de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1, 23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2, 9-10)”. Nota:166

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cf. LG 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10, 35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se-lhe revelando sua vontade através da história e o santificando para si. Tudo isso, porém, era preparação e prenúncio da nova aliança, perfeita, a ser realizada em Cristo, Revelação plena, que seria selada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Virão os dias, diz o Senhor, que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança... Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo... Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão (Jr 31, 31-34). Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11, 25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o povo de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1, 23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf. Jo 3, 5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2, 9-10)”. Nota:167 cf. Hb 13,14: “Pois nós não temos aqui a nossa pátria definitiva, mas buscamos a pátria futura”. Nota:168 Rm 8,1: “Agora, porém, já não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo”. Cl 1,2: “aos cristãos de Colossas, fiéis irmãos em Cristo. Que a graça e a paz de Deus, nosso Pai, estejam com vocês”. 2Tm 2,11-12: “Estas palavras são certas: Se com ele morremos, com ele viveremos; se com ele sofremos, com ele reinaremos. Se nós o renegamos, também ele nos renegará”. 1Pd 4,3: “Vocês passaram muito tempo vivendo conforme o estilo pagão, entregues a uma vida de dissolução, cobiça, embriaguez, comilanças, bebedeiras e idolatrias abomináveis”. Nota:169 GS 32: “Deus não criou os seres humanos para viver isolados, mas para formar uma comunidade social. Da mesma forma quis santificá-los e salvá-los, não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas como povo, que o reconhecesse na verdade e o servisse, na santidade. Desde o início da história da salvação, Deus encara os seres humanos como membros de uma comunidade e não apenas individualmente. Chamou seu povo (Ex 3, 7-12) e com ele fez a aliança no Sinai, para manifestar esse seu desígnio. A obra de Jesus Cristo veio completar e coroar o aspecto comunitário da salvação. Verbo encarnado, quis participar do convívio humano. Foi às bodas de Caná, hospedou-se na casa de Zaqueu e comia com publicanos e pecadores. Manifestou o amor do Pai e a sublimidade da vocação humana referindo-se às realidades mais comuns da vida social e recorrendo a imagens e expressões do cotidiano mais simples. Santificou as contingências da vida humana, especialmente da família, que estão na raiz da vida social, e se sujeitou voluntariamente às leis de sua pátria. Levou uma vida de trabalhador, de acordo com a época e os costumes da região em que nasceu. Na sua pregação, exigia explicitamente que os filhos de Deus se tratassem como irmãos. Na sua oração, pediu que todos os seus discípulos fossem um. Ele próprio, até a morte, se ofereceu por todos, como Redentor. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos (Jo 15, 13). Mandou os apóstolos pregar a todos a mensagem evangélica, para que a humanidade se tornasse como uma só família, em Deus, tendo por lei o amor. Primogênito entre muitos irmãos, depois da morte e da ressurreição, estabeleceu uma nova comunhão fraterna com os que o acolhem na fé e no amor, pelo dom do Espírito Santo. Seu corpo é a Igreja, em que todos se prestam serviço, sendo membros uns dos outros. Esta solidariedade deve crescer até o dia da consumação final, quando os seres humanos, salvos pela graça, estarão na glória, como uma única família amada por Deus e por Cristo, nosso irmão”. cf. LG 9: “Todo aquele que pratica a justiça é acolhido por Deus (cf. At 10, 35), em qualquer situação, tempo ou lugar. Deus quis entretanto santificar e salvar os homens não como simples pessoas, independentemente dos laços sociais que os unem, mas constituiu um povo para reconhecê-lo na verdade e servi-lo na santidade. Escolheu então o povo judeu, fez com ele uma aliança e o foi instruindo gradativamente. Manifestou-se-lhe revelando sua vontade através da história e o santificando para si. Tudo isso, porém, era preparação e prenúncio da nova aliança, perfeita, a ser realizada em Cristo, Revelação plena, que seria selada pelo próprio Verbo de Deus encarnado. Virão os dias, diz o Senhor, que farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança... Colocarei minha lei em seu peito e a escreverei em seu coração. Serei o Deus deles e eles serão o meu povo... Porque todos, grandes e pequenos, me conhecerão (Jr 31, 31-34). Foi Cristo quem instituiu essa nova aliança, testamento novo, firmado com seu sangue (cf. 1Cor 11, 25), reunindo judeus e pagãos na unidade de um só povo, não segundo a raça, mas segundo o Espírito: o povo de Deus. Os fiéis renascem em Cristo pela palavra de Deus vivo (cf. 1Pd 1, 23), que não está sujeita à corrupção como o está a geração humana. Renascem não da carne, mas pela água e pelo Espírito Santo (cf.

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Jo 3, 5-6). Constituem, assim, uma raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (...) que antes não era povo, mas se tornou povo de Deus (1Pd 2, 9-10)”. Nota:170 Jer 10,21: “Os pastores perderam o bom-senso e deixaram de procurar Javé; por isso não tiveram sucesso, e o rebanho que eles conduziam se espalhou”. Ez 34, 5-6: “Por falta de pastor, minhas ovelhas se espalharam e se tornaram pasto de feras selvagens. Minhas ovelhas se espalharam e vagaram sem rumo pelos montes e morros. Minhas ovelhas se espalharam por toda a terra, e ninguém as procura para cuidar delas”. Nota:171 Ez 34, 13: “Eu as retirarei do meio dos povos e as reunirei de todas as regiões, e as trarei de volta para a sua própria terra. Aí, eu próprio cuidarei delas como pastor, nos montes de Israel, nos vales e baixadas do país”. Ez 20, 34-38.41: “Pois eu vou tirá-los dentre os povos, vou reunir vocês do meio dos países por onde estão espalhados, com mão forte e braço estendido, ou derramando a minha ira. Depois eu os levarei para o deserto da Síria, onde acertarei contas com vocês, frente a frente. Da mesma forma como acertei contas com os antepassados de vocês no deserto do Egito, assim agora acertarei contas com vocês oráculo do Senhor Javé. Farei vocês passarem debaixo do cajado e entrar, um a um, pelo aro da aliança. Excluirei os rebeldes que se revoltam contra mim. Farei que eles saiam do país onde estão exilados, mas não entrarão na terra de Israel. Então vocês ficarão sabendo que eu sou Javé. Aceitarei vocês como perfume agradável, depois que eu os retirar do meio das nações e os reunir do meio dos países por onde foram espalhados e, diante das nações, mostrar em vocês que eu sou santo”. Nota:172 cf. EM 25-27: “Cada vez que a comunidade se reúne para a celebração eucarística, anuncia a morte e ressurreição do Senhor, na esperança de sua vinda gloriosa. Isso, todavia, é posto em evidência na reunião dominical, a saber, naquele dia da semana em que o Senhor ressuscitou dos mortos e o mistério pascal, por tradição apostólica, é celebrado na Eucaristia , de maneira particular. Ora, para que os fiéis observem, com convicção, o preceito da santificação desse dia festivo, e compreendam por que razão a Igreja os convoca para a celebração Eucarística em cada domingo, desde o início da sua formação religiosa, o domingo lhes deve ser lembrado e inculcado como o dia de festa primordial em que devem reunir-se para ouvir a Palavra de Deus e participar do mistério pascal. Ainda mais, favoreça-se a iniciativa de fazer do domingo um dia de alegria e de descanso do trabalho. 26. Convém fomentar o espírito de comunidade eclesial que, de modo particular, na celebração comum da Missa no domingo encontra alimento e expressão, seja em torno do bispo, principalmente na catedral, seja na assembléia paroquial, cujo pastor faz as vezes do bispo. É bom promover, com empenho, a participação ativa de todo o povo, na celebração dominical que, tem a sua expressão no canto; até é bom dar preferência, enquanto for possível, à forma da Missa cantada. As celebrações, que se realizam em outras igrejas e oratórios, devem ser combinadas, especialmente nos domingos e festas, com as funções da igreja paroquial, de forma que ajudem a ação pastoral. Até seria bom que pequenas comunidades religiosas não clericais e outras semelhantes, especialmente as que prestam serviço na paróquia, participem da Missa, naqueles dias, na igreja paroquial. A respeito do horário e do número de Missas a serem celebradas nas paróquias, deve ser tomada em consideração a utilidade da comunidade paroquial: não se multiplique demais o número de Missas, para não prejudicar a eficiência verdadeira da ação pastoral. Isso aconteceria, por exemplo, se, em conseqüência do número excessivo de Missas, só se reunissem pequenas comunidades de fiéis para cada missa, nas igrejas em que poderiam caber muito mais: ou se, pela mesma razão, os sacerdotes viessem a ficar tão sobrecarregados de trabalho que somente com muita dificuldade pudessem desempenhar o seu ministério. 27. A fim de que a unidade da comunidade paroquial, nos domingos e dias festivos, floresça na Eucaristia, sejam as missas para grupos particulares, como por exemplo, de associações, celebradas de preferência, enquanto for possível, nos dias feriais. Se não puderem ser transferidas para dias durante a semana, tome-se o cuidado de conservar a unidade da comunidade paroquial, colocando os grupos particulares nas celebrações paroquiais”. Nota:173 EM n. 5-30: “Para que o mistério eucarístico penetre, pouco a pouco, na espiritualidade e na vida dos fiéis, é necessária uma adequada catequese. Os Pastores, porém, para que possam administrá-la devidamente, devem, antes de tudo, não somente ter presente o conjunto da doutrina da fé que se encontra nos documentos do Magistério, mas devem também penetrar sempre mais profundamente com o coração e com a vida, no espírito da Igreja neste assunto. Só então eles poderão descobrir facilmente o que, entre todos os aspectos deste Mistério, mais convém aos fiéis, em cada caso. Tendo, porém, presente o que foi dito no n. 3, deve-se dirigir particularmente a atenção, entre outros, para os seguintes pontos. 6. A catequese sobre o mistério eucarístico deve ter em mira gravar no espírito dos fiéis que a celebração da Eucaristia é verdadeiramente o centro de toda a vida cristã, tanto para a Igreja universal como para as comunidades locais dessa mesma Igreja. Pois os demais sacramentos, como aliás todos os mistérios eclesiais e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa e pão vivo, dando

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vida aos homens, através de sua carne vivificada e vivificante pelo Espírito Santo. Desta forma são os homens convidados e levados a oferecer a si próprios, seus trabalhos e todas as coisas criadas, junto com ele. A comunhão da vida divina e a unidade do povo de Deus, que formam o fundamento da Igreja, são adequadamente simbolizadas e maravilhosamente produzidas pela Eucaristia. Nela se encontra o remate da ação com que Deus santifica o mundo em Cristo e do culto que os homens prestam a Cristo e, por meio dele, ao Pai no Espírito Santo; e a sua celebração contribui do modo mais excelente para que os fiéis exprimam em suas vidas e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja. 7. Pela Eucaristia, a Igreja vive e cresce continuamente. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, que, unidas com seus Pastores, são também elas, no Novo Testamento, chamadas Igrejas. Estas são, em seu lugar, o povo novo chamado por Deus, no Espírito Santo e em grande plenitude (cf. 1Ts 1,5). Nelas se reúnem os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo. Nelas se celebra o mistério da Ceia do Senhor, a fim de que, comendo e bebendo o Corpo e o Sangue do Senhor, os irmãos se unam intimamente. Em comunidade de altar, unida para o sacrifício, sob o ministério sagrado do bispo ou do sacerdote que faz as vezes de bispo, manifesta-se o símbolo daquela caridade e unidade do corpo místico, sem a qual não pode haver salvação. Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou vivendo na dispersão, está presente Cristo, por cuja virtude se consorcia a Igreja, una, santa, católica e apostólica. Pois a participação do Corpo e Sangue de Cristo não faz outra coisa senão transformar-nos naquilo que tomamos. 8. Além daquilo que respeita à comunidade eclesial e a cada fiel, os Pastores dirijam a sua atenção, com desvelo, também para aquela parte da doutrina em que a Igreja ensina que o Memorial do Senhor, celebrado conforme a sua própria vontade, significa e produz a unidade de todos os que nele crêem. De acordo com o Decreto sobre o Ecumenismo do Concílio Vaticano II, os fiéis devem ser conduzidos para a justa estima dos bens que são conservados na tradição eucarística, segundo a qual os irmãos de outras confissões cristãs costumam celebrar a Ceia do Senhor. Ora, quando na Santa Ceia fazem a memória da morte e da ressurreição do Senhor, elas confessam ser significada a vida na comunhão de Cristo e esperam seu glorioso advento. Mas os que conservaram o sacramento da Ordem, na celebração da Eucaristia unidos ao bispo tem acesso a Deus Pai mediante o Filho, o Verbo encarnado, morto e glorificado, na efusão do Espírito Santo, e entram em comunhão com Santíssima Trindade, feitos participantes da natureza divina (2Pd 1,4). Por isso, pela celebração da Eucaristia do Senhor, em cada uma dessas Igrejas, a Igreja de Deus é edificada e cresce, e pela celebração se manifesta a comunhão entre elas. Sobretudo na celebração do mistério da unidade, convém que todos os cristãos sintam pesar pelas divisões que os separam. Dirijam, portanto, orações a Deus para que todos os discípulos de Cristo compreendam, cada dia mais profundamente, o Mistério da Eucaristia, em seu verdadeiro sentido, e que o celebrem de tal maneira que, tornados participantes do Corpo de Cristo, constituam um só corpo (cf. 1Cor 10,17) unido pelos mesmos laços, como ele mesmo quis que fosse formado. 9. A fim de que os fiéis possam conseguir uma compreensão mais completa do mistério eucarístico, sejam eles esclarecidos também a respeito dos principais modos pelos quais o próprio Cristo está presente à sua Igreja, nas celebrações litúrgicas. Ele está sempre presente na assembléia em que os fiéis estão reunidos em seu nome (cf. Mt 18,20). Ainda ele está presente na sua palavra, porque ele mesmo fala quando se lêem as Sagradas Escrituras, na Igreja. No Sacrifício Eucarístico, ele está presente seja na pessoa do ministro, pois quem agora oferece por meio do ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz, seja e isso em grau eminente debaixo das espécies eucarísticas. Pois, naquele sacramento, de modo singular, está Cristo todo e inteiro, Deus e homem, substancial e ininterruptamente. Esta presença de Cristo debaixo das espécies é chamada real, não por exclusão, como se as outras não fossem reais, mas por excelência. 10. Os Pastores, portanto, instruam diligentemente os fiéis para que participem de toda a Missa, ilustrando a íntima relação que existe entre a Liturgia da Palavra e a celebração da Ceia do Senhor, de maneira que percebam claramente que as duas formam um único ato de culto. Efetivamente, a pregação da palavra faz-se necessária para o próprio ministério dos sacramentos, uma vez que são sacramentos da fé, e esta nasce e se alimenta da Palavra. Isto deve-se afirmar, antes de tudo, a respeito da celebração da Missa, na qual o escopo da Liturgia da Palavra é estreitar, de modo especial, o íntimo vínculo que existe entre o anúncio e a audição da Palavra de Deus e o mistério eucarístico. Os fiéis, com efeito, ao ouvirem a palavra de Deus compreendem que as suas maravilhas anunciadas atingem o seu ápice no ministério pascal cujo memorial é celebrado, sacramentalmente, na Missa. Deste modo, os fiéis, recebendo a palavra de Deus e nutridos pela mesma, são conduzidos na ação de graças, para uma participação frutuosa dos mistérios da salvação. Assim, a Igreja se alimenta do pão da vida, quer à mesa da palavra de Deus quer à do Corpo de Cristo. 11. Na verdade, a participação ativa e própria da comunidade tornar-se-á tanto mais consciente e fecunda quanto mais claramente os fiéis conhecerem o lugar que lhes compete na assembléia litúrgica e o papel que devem executar na ação litúrgica. Portanto, explique-se, na catequese, a doutrina a respeito do sacerdócio real pelo qual os fiéis, em virtude de regeneração e da unção pelo Espírito Santo, são consagrados.

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Sejam ainda postos em evidência que a função do sacerdócio ministerial na celebração Eucarística, o qual se distingue do sacerdócio comum em sua essência e não somente pelo grau, quer o papel que é efetuado por outros que executam uma determinada função. 12. Explique-se, pois, que todos os que se reúnem para a Eucaristia formam aquele povo santo que toma parte na sagrada ação, junto com os ministros. Com efeito, somente o sacerdote, enquanto representa a pessoa de Cristo, consagra o pão e o vinho. Contudo a ação dos fiéis na Eucaristia consiste em dar graças a Deus, recordando a sagrada paixão, a ressurreição e a glória do Senhor, e em oferecer a imaculada hóstia, não somente pelas mãos do sacerdote, mas também junto com ele. Diga-se, também, que, pela recepção do Corpo do Senhor realiza-se a sua união com Deus e entre si, que a participação na Missa deve levar. Pois a participação na Missa torna-se mais perfeita quando eles, com devida disposição, recebem, durante a Missa, o Corpo do Senhor sacramentalmente, obedecendo às suas palavras, quando diz: Tomai e comei. Este Sacrifício, porém, assim como a própria Paixão de Cristo, embora oferecido por todos, não tem efeito a não ser naqueles que se unem à Paixão de Cristo pela fé e pela caridade... A estes, todavia, traz maior ou menor fruto, de acordo com o grau de devoção. Tudo isso deve ser explicado aos fiéis, de tal modo que participem na Missa ativamente, tanto no íntimo de seus corações como também nos ritos exteriores, conforme os princípios estabelecidos na Constituição sobre a Sagrada Liturgia, mais amplamente determinados pela Instrução Inter Oecumenici, do dia 26 de setembro de 1964, pela Instrução Musicam Sacram, de 5 de março de 1967, e pela Instrução Tres Abhinc Annos de 4 de maio de 1967. 13. Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário. 14. Os que cuidam da formação religiosa das crianças, especialmente os pais, o pároco e os professores tenham cuidado de dar a devida importância à catequese sobre a Missa, quando as introduzem gradativamente no conhecimento do mistério da salvação. É óbvio que a catequese sobre a Eucaristia, adaptada à idade e índole das crianças, deve transmitir, por meio dos principais ritos e orações, o significado da Missa, mesmo no tocante à participação na vida da Igreja. Tudo isso se deve ter presente, de modo particular, quando se trata da preparação de crianças à primeira Eucaristia, de tal forma que esta realmente apareça como perfeita inserção do Corpo de Cristo. 15. O Concílio Ecumênico de Trento prescreve aos Pastores que, freqüentemente, exponham, seja pessoalmente seja por outros, textos da Missa, e que, entre outras coisas, expliquem um ou outro aspecto do mistério deste santíssimo Sacrifício. Os Pastores, portanto, conduzam os fiéis, por uma conveniente catequese, à completa compreensão deste mistério da fé, partindo dos mistérios do ano litúrgico e dos ritos e orações que coincidem com a celebração, de forma que ilustrem o seu sentido e, especialmente, o da grande oração eucarística, e levem à profunda compreensão do mistério que os ritos e as preces significam e realizam. 16. Dado que, em virtude do Batismo, não há judeu nem grego, nem escravo, nem livre, nem homem, nem mulher, mas todos são um em Cristo Jesus (cf. Gl 3,28), a assembléia que mais perfeitamente manifesta a natureza da Igreja na Eucaristia é aquela que coaduna entre si os fiéis de qualquer raça, idade e condição. Todavia, a unidade desta comunidade que toma origem de um só pão do qual todos participam (cf. 1Cor 10,17) é hierarquicamente organizada e, por essa razão, exige que cada qual, ministro ou fiel, ao desempenhar a sua função, faça tudo e só aquilo que, pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas, lhe compete. O exemplo por excelência desta unidade encontra-se na plena e ativa participação de todo o povo santo de Deus... na mesma Eucaristia, numa única oração, junto a um só altar, presidido pelo bispo, cercado de seu presbitério e ministros. 17. Nas celebrações litúrgicas, evite-se a divisão da comunidade e a desatenção para diversas coisas. Por isso, cuide-se para que não haja, na mesma igreja, duas celebrações litúrgicas ao mesmo tempo, que atraem a atenção do povo para diversas coisas. Isso vale, antes de tudo, para a celebração da Eucaristia. Por isso, aquela dispersão que costuma originar-se da celebração de diversas Missas, ao mesmo tempo e na mesma igreja, deve-se evitar, com todo o cuidado, quando aos domingos e festas de guarda, é celebrada a Missa para o povo. A mesma coisa deve-se observar também nos outros dias, quando for possível. A melhor maneira para se conseguir isso é, conforme a norma de direito, a concelebração dos sacerdotes que desejam celebrar a santa Missa na mesma hora. Da mesma forma, deve-se evitar, que na mesma igreja e ao mesmo tempo, haja celebração do Ofício divino no coro ou em comum, pregação, batizado, casamento e celebração da santa Missa para o povo, conforme o horário oficial da Igreja. 18. Na celebração da Eucaristia, fomente-se o espírito de comunidade de tal forma que cada um sinta-se unido com os irmãos na comunhão da Igreja, seja local seja universal, e até, de certo modo, com todos os homens. Pois, Cristo se oferece no sacrifício da Missa, pela salvação de todo o mundo; a assembléia dos fiéis é figura e sinal da união do gênero humano em Cristo, sua cabeça.

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19. Os fiéis, que fora de sua paróquia, tomam parte na celebração da Eucaristia, devem associar-se à ação sagrada da mesma forma que está em uso na comunidade daquele lugar. Os Pastores tenham a solicitude de ajudar, com meios oportunos, os fiéis que vêem de outras religiões, para que consigam adaptar-se à assembléia local. Isto sobretudo nas igrejas das grandes cidades ou nos lugares onde, por causa das férias, muitos fiéis se reúnem. Nos lugares, porém, onde se encontram em grande número forasteiros de outro idioma ou exilados, os Pastores tenham o cuidado de lhes oferecer, pelo menos uma ou outra vez, a ocasião de participar na Missa que é celebrada conforme os seus costumes. Todavia, providencie-se que os fiéis possam juntamente rezar ou cantar, também em língua latina, as partes do Ordinário que lhes compete. 20. Para estimular a boa organização da sagrada celebração e a participação ativa dos fiéis, torna-se necessário que os ministros não somente exerçam bem a sua função, de acordo com as leis litúrgicas, mas que eles, por sua atitude, façam sentir o significado das coisas sagradas. O povo tem o direito de ser alimentado, na Missa, pelo anúncio e pela explicação da Palavra de Deus. Por conseguinte, os sacerdotes não só façam a homilia todas as vezes que é prescrita ou conveniente, mas ainda cuidem que tudo o que eles ou os ministros, em sua respectiva função, disserem, pronunciem ou cantem tão distintamente que os fiéis os entendam com clareza e compreendam o seu sentido, e sejam espontaneamente movidos para a resposta e para a participação. Os ministros sejam preparados para isso, por exercícios próprios, especialmente nos seminários e casas religiosas. 21. a) Nas Missas com o povo, mesmo sem concelebração, o celebrante pode dizer o Cânon em voz inteligível, se for conveniente. Nas Missas cantadas, porém, é-lhe permitido cantar aquelas partes do Cânon que se pode cantar, conforme o Rito da Missa concelebrada, segundo a Instrução Tres Abhinc Annos, de 4 de maio de 1967, n.10. b) Para a impressão das palavras da Consagração, seja observada a praxe tradicional de imprimi-las em caracteres diferentes do restante do texto, para que apareçam com maior evidência. 22. Onde, segundo o espírito do art. 20 da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, a Missa for transmitida por meio de instrumentos radiofônicos ou de televisão, cuidem os Ordinários do lugar que a oração e a participação dos fiéis presentes não sejam perturbadas por isso, e a celebração seja executada com tanta discrição e decoro que se torne modelo da celebração do sagrado mistério, conforme as leis da reforma litúrgica. 23. Com todo o cuidado deve-se impedir que o costume de tirar fotografias perturbe as funções litúrgicas, particularmente as Missas. Onde, porém, houver um motivo razoável, faça-se tudo com discrição e de acordo com as prescrições do Ordinário do lugar. 24. A casa de oração na qual se celebra e guarda a Santíssima Eucaristia, onde se congregam os cristãos e é venerada, para auxílio e consolação dos fiéis, a presença do Filho de Deus, nosso Salvador, oferecido por nós na ara sacrificial deve mostrar-se luzente e apta para a oração e as celebrações religiosas. Saibam, pois, os Pastores que a própria disposição conveniente do lugar sagrado contribui muito para a exata celebração e a participação ativa dos fiéis. Por essa razão, sejam observadas as regras e normas das Instruções Inter Oecumenici (Art. 90-99): construção de igrejas e sua adaptação à reforma litúrgica, construção e ornamentação dos altares, escolha acertada do lugar para as cadeiras do celebrante e dos ministros, marcação do lugar apropriado para a leitura dos textos sagrados, disposição dos lugares reservados para os fiéis e para os cantores. Em primeiro lugar, o altar-mor deve ser colocado e construído de maneira que apareça sempre como sinal do próprio Cristo, lugar onde se realizam os mistérios da salvação, e como centro da assembléia dos fiéis ao qual se deve o máximo respeito. Evite-se, com cuidado, a dilapidação dos tesouros de arte religiosa, na adaptação das igrejas. Se, porém, se julgar necessário remover os tesouros dos lugares onde no momento se encontram, por causa da reforma litúrgica, a juízo do Ordinário do lugar, depois de consultar as opinião de peritos e, se for o caso, com o consentimento de quem é de direito, então se faça isso com prudência e de tal forma que sejam colocados, nos novos lugares, de uma maneira digna e correspondente às obras. Lembrem-se também os Pastores de que o material e o feitio das vestes sagradas, que visam antes a nobre beleza que a mera suntuosidade, contribuem muito para as celebrações litúrgicas. 25. Cada vez que a comunidade se reúne para a celebração eucarística, anuncia a morte e ressurreição do Senhor, na esperança de sua vinda gloriosa. Isso, todavia, é posto em evidência na reunião dominical, a saber, naquele dia da semana em que o Senhor ressuscitou dos mortos e o mistério pascal, por tradição apostólica, é celebrado na eucaristia , de maneira particular. Ora, para que os fiéis observem, com convicção, o preceito da santificação desse dia festivo, e compreendam por que razão a Igreja os convoca para a celebração Eucarística em cada domingo, desde o início da sua formação religiosa, o domingo lhes deve ser lembrado e inculcado como o dia de festa primordial em que devem reunir-se para ouvir a Palavra de Deus e participar do mistério pascal. Ainda mais, favoreça-se a iniciativa de fazer do domingo um dia de alegria e de descanso do trabalho. 26. Convém fomentar o espírito de comunidade eclesial que, de modo particular, na celebração comum da Missa no domingo encontra alimento e expressão, seja em torno do bispo, principalmente na catedral, seja na assembléia paroquial, cujo pastor faz as vezes do bispo. É bom promover, com empenho, a participação ativa de todo o povo, na celebração dominical que, tem a sua expressão no canto; até é bom dar preferência, enquanto for possível, à forma da Missa cantada.

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As celebrações, que se realizam em outras igrejas e oratórios, devem ser combinadas, especialmente nos domingos e festas, com as funções da igreja paroquial, de forma que ajudem a ação pastoral. Até seria bom que pequenas comunidades religiosas não clericais e outras semelhantes, especialmente as que prestam serviço na paróquia, participem da Missa, naqueles dias, na igreja paroquial. A respeito do horário e do número de Missas a serem celebradas nas paróquias, deve ser tomada em consideração a utilidade da comunidade paroquial: não se multiplique demais o número de Missas, para não prejudicar a eficiência verdadeira da ação pastoral. Isso aconteceria, por exemplo, se, em consequência do número excessivo de Missas, só se reunissem pequenas comunidades de fiéis para cada Missa, nas igrejas em que poderiam caber muito mais: ou se, pela mesma razão, os sacerdotes viessem a ficar tão sobrecarregados de trabalho que somente com muita dificuldade pudessem desempenhar o seu ministério. 27. A fim de que a unidade da comunidade paroquial, nos domingos e dias festivos, floresça na Eucaristia, sejam as Missas para grupos particulares, como por exemplo, de associações, celebradas de preferência, enquanto for possível, nos dias feriais. Se não puderem ser transferidas para dias durante a semana, tome-se o cuidado de conservar a unidade da comunidade paroquial, colocando os grupos particulares nas celebrações paroquiais. 28. Onde for permitido, em virtude de uma concessão da Sé Apostólica, que se possa satisfazer ao preceito de participar da Missa dominical na tarde do sábado antecedente, os Pastores instruam os fiéis, com desvelo, a respeito do significado desta concessão e cuidem que o sentido do domingo, de forma alguma, se torne obscuro. Com efeito, essa concessão visa facilitar aos fiéis, nas circunstâncias atuais, a celebração do dia da Ressurreição do Senhor. Não obstante concessões ou costumes contrários, esta Missa só pode ser celebrada na tarde do sábado, nas horas estabelecidas pelo Ordinário do lugar. Nesses casos, celebre-se a Missa como está marcada no calendário para o domingo, sem se omitirem, de modo algum, a homilia e a oração dos fiéis. A mesma coisa se diga também a respeito da Missa que, pelas mesma razão, em qualquer lugar for permitido antecipar na véspera de uma festa de preceito. A Missa antecipada do Domingo de Pentecostes é a atual Missa da Vigília com Credo. Igualmente, a Missa vespertina na véspera do Natal do Senhor, é a Missa da Vigília, celebrada de modo festivo, com paramentos brancos, com Aleluia e prefácio de Natal. A Missa vespertina antecipada do Domingo da Ressurreição, porém, não é permitido começar antes do crepúsculo ou, certamente, antes do por do sol. Esta Missa é sempre a da Vigília pascal que, em virtude de seu especial significado no ano litúrgico como também em toda a vida cristã, deve ser celebrada com a liturgia da santa noite, conforme o rito desta Vigília. Os fiéis que, do modo acima, começam a celebrar o domingo ou a festa de preceito na véspera do respectivo dia, podem receber a sagrada Comunhão mesmo se, pela manhã, já comungaram. Quem tiver comungado na Missa da Vigília Pascal e na Missa de meia-noite do Natal do Senhor, poderá receber a comunhão de novo, na outra Missa da Páscoa e numa das Missas do dia de Natal. Também os fiéis que na Quinta-feira Santa comungarem na Missa de Crisma, poderão outra vez aproximar-se da mesa da comunhão na Missa vespertina do mesmo dia, segundo a Instrução Tres Abhinc Annos, de 4 de maio de 1967, no.14. 29. Os fiéis sejam convidados a participar da santa Missa muitas vezes, ou mesmo diariamente. Recomenda-se isso, especialmente, nos dias feriais que devem ser celebrados com particular desvelo, como na Quaresma e no Advento, nas festas do Senhor, de importância secundária, em certas festas de Nossa Senhora ou de Santos que gozam de uma veneração especial, na Igreja universal ou particular. 30. Convém muito organizar reuniões ou encontros para fins de vida espiritual, ou de apostolado ou de estudos religiosos, como também retiros, etc., de tal forma que tenham o seu ponto culminante na celebração eucarística”. Nota:174 SC n.42: “Mas o bispo não pode estar sempre presente à sua Igreja, nem presidir o rebanho em toda parte. É preciso, por isso que se constituam comunidades de fiéis. Entre essas, têm especial relevo as paróquias locais, organizadas em torno de um pastor que faz as vezes de bispo. São elas que, de certa forma, representam a Igreja visível existente no mundo. A vida litúrgica paroquial deve manter no espírito e na prática, estreita relação com o bispo, tanto por parte dos fiéis como pelo clero. A celebração da missa dominical é a principal expressão e o sustento do espírito paroquial comunitário”. Nota:175 EM 17: “Nas celebrações litúrgicas, evite-se a divisão da comunidade e a desatenção para diversas coisas. Por isso, cuide-se para que não haja, na mesma igreja, duas celebrações litúrgicas ao mesmo tempo, que atraem a atenção do povo para diversas coisas. Isso vale, antes de tudo, para a celebração da Eucaristia. Por isso, aquela dispersão que costuma originar-se da celebração de diversas Missas, ao mesmo tempo e na mesma igreja, deve-se evitar, com todo o cuidado, quando aos domingos e festas de guarda, é celebrada a Missa para o povo. A mesma coisa deve-se observar também nos outros dias, quando for possível. A melhor maneira para se conseguir isso é, conforme a norma de direito, a concelebração dos sacerdotes que desejam celebrar a santa Missa na mesma hora. Da mesma forma, deve-se evitar, que na mesma igreja e ao mesmo tempo, haja celebração do Ofício divino no coro ou em comum, pregação, batizado, casamento e celebração da santa Missa para o povo, conforme o horário oficial da igreja.”

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cf. Diretório das missas com crianças, n.20: “Além das Missas em que tomam parte as crianças junto com seus pais e alguns familiares, e que nem sempre e nem em qualquer lugar podem ser realizadas, recomendam-se, sobretudo durante a semana, celebrações de Missas somente para crianças, com a participação apenas de alguns adultos. Desde o início da restauração litúrgica, viu-se a necessidade de adaptações especiais para estas Missas, de que se falará logo abaixo e de forma geral (n. 38-54).” Nota:176 Diretório das missas com crianças, n.8: “Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas ações litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade. A Igreja, ao batizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os batizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal e penhor é a participação da mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular-se de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento”. Nota:177 Diretório das missas com crianças, n.2: “Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo fato de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas, não poderem exercer nelas sua força pedagógica inata. Embora já seja lícito, na Missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade das crianças. Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam”. Nota:178 Diretório das missas com crianças, n.8: “Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas ações litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade. A Igreja, ao batizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os batizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal e penhor é a participação da mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular-se de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento”. Nota:179 Diretório das missas com crianças, n.24: “Como a Eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia”. Nota:180 Diretório das missas com crianças, n.10 e 16: “10. A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças. 16. Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família.

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As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:181 Diretório das missas com crianças, n.10: “A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças”. Nota:182 Diretório das missas com crianças, n.13: “Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide-se, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didática”. Nota:183 Diretório das missas com crianças, n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:184 Diretório das missas com crianças, n.17: “Entretanto, nas Missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra”. Nota:185 cf. SC, 38: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”. Diretório das missas com crianças, n.3: “A Igreja, seguindo o seu Mestre, que, “abraçando... abençoava” os pequeninos (Mc 10,16), não pode abandonar as crianças nesta situação, entregues a si mesmas. Por este motivo, imediatamente após o Concílio Vaticano II, que já na Constituição sobre a Sagrada Liturgia falara sobre a necessidade de uma adaptação da liturgia para os diversos grupos, sobretudo no primeiro Sínodo dos Bispos, realizado em Roma no ano de 1967, começou a considerar, com maior empenho, como as crianças poderiam participar mais facilmente da liturgia. Naquela ocasião, o presidente do Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, usando de palavras bem claras, disse que não se tratava, na verdade, de “elaborar um rito inteiramente especial, mas de consertar, abreviar ou omitir alguns elementos, ou de selecionar alguns textos mais adequados”. Nota:186 Diretório das missas com crianças, n.2: “Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo fato de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas, não poderem exercer nelas sua força pedagógica inata. Embora já seja lícito, na Missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade das crianças. Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as

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crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam”. Nota:187 Diretório das missas com crianças, n.12 e 35: “12. Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento, a catequese da Missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial, conduzindo-as a uma participação ativa, consciente e genuína. Esta catequese, “bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da Missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja''; isto se refere, principalmente, aos textos da própria Prece Eucarística e às aclamações, por meio das quais as crianças dela participam. Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a eucaristia, mas também como poderão nela participar ativamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade. 35. A própria liturgia da Missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas. Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente sua oração. Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual”. Nota:188 Diretório das missas com crianças, n.21 e 24: “21. Deve-se ter sempre diante dos olhos que tais celebrações eucarísticas devem encaminhar as crianças para as Missas de adultos, principalmente para a Missa dominical, que reúne toda a comunidade cristã. Portanto, afora as adaptações necessárias por causa da idade dos participantes, não se pode chegar a ritos completamente especiais que demasiadamente difiram do Ordinário da Missa celebrada com o povo. A finalidade de cada um dos elementos deve corresponder ao que se determina sobre eles na Instrução Geral do Missal Romano, ainda que alguma vez, por razões pastorais, não se possa conservar sua igualdade absoluta. 24. Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia”. Nota:189 Diretório das missas com crianças, n.20, 27 e 28: “20. Além das Missas em que tomam parte as crianças junto com seus pais e alguns familiares, e que nem sempre e nem em qualquer lugar podem ser realizadas, recomendam-se, sobretudo durante a semana, celebrações de Missas somente para crianças, com a participação apenas de alguns adultos. Desde o início da restauração litúrgica, viu-se a necessidade de adaptações especiais para estas Missas, de que se falará logo abaixo e de forma geral (n. 38-54). 27. Durante a semana, as crianças podem participar com maior fruto e menor risco de aborrecimento na celebração da Missa, se não se celebra todos os dias (por exemplo, nos internatos); além disso, havendo mais tempo entre uma celebração e outra, pode-se preparar melhor. Nos demais dias, é preferível uma oração em comum, em que as crianças podem participar com mais espontaneidade, ou uma meditação comunitária, ou uma celebração da Palavra de Deus que prolongue as celebrações eucarísticas anteriores e prepare a celebrar mais profundamente as seguintes. 28. Quando é muito grande o número das crianças que celebram a eucaristia, torna-se mais difícil uma participação atenta e consciente. Por isso, podem-se estabelecer vários grupos, não estritamente segundo a idade, mas levando-se em conta seu nível de formação religiosa e sua preparação catequética. Durante a semana, será oportuno convidar os diversos grupos, em dias distintos, para a celebração do sacrifício da Missa”. Nota:190 Diretório das missas com crianças, n.17: “Entretanto, nas Missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não

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distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra”. Nota:191 Diretório das missas com crianças,18, 29, 24, 47, 32, 48, 34, 22: “18. Pode ser de grande utilidade confiar às crianças alguns ofícios nestas Missas, como, por exemplo, levar as oferendas, executar um ou dois cantos da Missa. 29. Toda celebração eucarística com crianças, principalmente no que se refere às orações, cantos, leituras e intenção da prece dos fiéis, deve ser preparada a tempo e com diligência, em diálogo com os adultos e com as crianças que vão exercer algum ministério na celebração. Convém dar às crianças uma participação direta na preparação e ornamentação, tanto do lugar da celebração como dos objetos necessários, tais como o cálice, a patena, as galhetas etc. Tudo isto contribui, ademais, para fomentar o sentido comunitário da celebração, sem, contudo, dispensar uma justa participação interna. 24. Como a eucaristia é sempre uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestar-lhes a ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia. 47. Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus. Entre estes elementos estão as monições que precedem as leituras e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a Missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode-se narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas. Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa. 32. Também nas Missas para crianças, “os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade” principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus. Sempre se deve tomar cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a Missa. Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas Missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Bispos. 48. Em todas as Missas com crianças deve-se dar grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio. 34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo. A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las, sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças. 22. Os princípios da participação ativa e consciente valem, de certa maneira, “a fortiori”, se as Missas são celebradas com crianças. Portanto, tudo se faça para fomentar e tornar mais viva e profunda esta participação. Para este fim, confiem-se ao maior número de crianças, ofícios especiais na celebração, tais como: preparar o lugar e o altar (cf. n. 29), assumir o ofício de cantor (cf. n. 24), cantar no coral, tocar algum instrumento musical (cf. n. 32), proclamar as leituras (cf. n. 24 e 47), responder durante a homilia (cf. n. 48), recitar as intenções da prece dos fiéis, levar as oferendas para o altar, e outras ações semelhantes segundo os costumes dos diversos povos (cf. n. 34). Certas adições podem favorecer, algumas vezes, a participação, como por exemplo: explicar as motivações para a ação de graças antes que o sacerdote inicie o diálogo do Prefácio. Em tudo isto leve-se em conta que as ações externas podem tornar-se infrutuosas e até chegar a ser nocivas, se não favorecerem a participação interna das crianças. Por isso o sagrado silêncio também tem sua importância nas Missas para crianças (cf. n. 37). Atenda-se, com grande cuidado, que as crianças não se esqueçam de que todas estas formas de participação têm seu ponto mais alto na comunhão eucarística, na qual o corpo e o sangue de Cristo são recebidos como alimento espiritual”. Nota:192

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Diretório das missas com crianças, n.30: “O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes. Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas”. Nota:193 cf. Diretório das missas com crianças, n.31: “Para facilitar a participação das crianças no canto do “Glória”, “Creio”, “Santo” e “Cordeiro de Deus”, é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico” Nota:194 cf. Diretório das missas com crianças, n.32: “Também nas Missas para crianças, “os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade” principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus. Sempre se deve tomar cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a Missa. Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas Missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Bispos”. Nota:195 SC, 38: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”. Diretório das missas com crianças, n.33-34: “33. É necessário, nas Missas para crianças, fomentar com diligência sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da liturgia, como ação de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote, senão também, e mais ainda, a forma de se comportar de todo o grupo de crianças. Se a Conferência dos Bispos adapta à índole de cada povo, segundo a norma da Instituição Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas. 34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras ações que implicam na participação do corpo. A entrada processional do sacerdote junto com as crianças pode ser útil para fazê-las, sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra a seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças”. Nota:196 cf. Diretório das missas com crianças, n.36: “Por esta mesma razão, pode ser útil o emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças, como, por exemplo, para ilustrar a homilia, as intenções da prece dos fiéis ou para inspirar a meditação”. Nota:197 cf. Diretório das missas com crianças, n.35: “A própria liturgia da Missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas. Além destes elementos visuais próprios da celebração e de seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente sua oração nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual”. Nota:198 cf. Diretório das missas com crianças, n.5: “Este Diretório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular. As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à Missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Diretório geral”. Nota:199 cf. IGMR, n.8: “A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.” Nota:200

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cf. Dir. n. 38-39: “38. Respeitando sempre a estrutura geral da Missa, que “consta de certa maneira de duas partes, a saber: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, e também de alguns ritos que iniciam e concluem a celebração”, dentro das diversas partes da celebração parecem necessárias as seguintes adaptações para que as crianças realmente, “por meio dos ritos e das orações”, segundo as leis da psicologia da infância, experimentem, à sua maneira, “o mistério da fé”. 39. A fim de que a Missa para crianças não seja demasiadamente diferente da Missa com adultos, alguns ritos e textos nunca devem ser adaptados às crianças, como “as aclamações e respostas dos fiéis as saudações do sacerdote”, o Pai nosso, a fórmula trinitária na bênção final com que o sacerdote conclui a Missa. Recomenda-se que paulatinamente as crianças vão se acostumando ao Símbolo Niceno-Constantinopolitano, além do uso do Símbolo dos Apóstolos”. Nota:201 Rito da unção..., n. 26: “Ao passar desta vida o fiel, confortado pelo viático do corpo e sangue de Cristo, recebe o penhor da vida eterna, segundo a Palavra do Senhor: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue possui a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia(Jo 6,54). Se for possível, seja o viático recebido na própria missa, que em tais circunstâncias pode ser celebrada em casa, de modo que o enfermo possa comungar sob as duas espécies, e também porque a comunhão recebida sob a forma de viático é considerada um sinal especialíssimo da participação no mistério que é celebrado no sacrifício da missa, isto é, a morte do Senhor e a sua passagem para o Pai”. Nota:202 Rito da unção, n. 42-43: “42. Todos os fiéis, de acordo com a sua condição, participando da solicitude e da caridade do Cristo e da Igreja para com os enfermos, cuidem dos mesmos com todo carinho, visitando-os e confortando-os no Senhor, e socorrendo-os fraternalmente em suas necessidades. 43. Sobretudo os párocos e os que se ocupam normalmente dos enfermos transmitam-lhes as palavras da fé, pelas quais compreendam o sentido da enfermidade no ministério da salvação; exortem-nos principalmente, iluminados pela fé, a saberem unir-se ao Cristo padecente, como também a santificar sua doença pela oração, na qual encontrem forças para suportar os sofrimentos. Esforcem-se por levar pouco a pouco os doentes à participação digna e freqüente da penitência e da Eucaristia, segundo as suas possibilidades, e sobretudo à recepção, no momento oportuno, da unção e do viático”. Nota:203 Rito da unção, n.1-4: “1. As dores e enfermidades sempre foram consideradas como os maiores problemas que afligem a consciência dos homens. Porém os que professam a fé cristã, mesmo padecendo e experimentando tais sofrimentos, são ajudados, pela luz da mesma fé, a compreender de modo mais profundo o mistério da dor e a suportá-la com maior coragem. Não só conhecem, pela Palavra do Cristo, o valor e o sentido da doença, tanto para a sua salvação como para a do mundo, como também não ignoram o amor do Cristo pelos doentes, que tantas vezes visitou e curou ao longo de sua vida. 2. A doença, ainda que intimamente ligada à condição do homem pecador, quase nunca poderá ser considerada como um castigo que lhe seja infligido por seus próprios pecados (cf. Jo 9,3). Não só o próprio Cristo, que é sem pecado, cumprindo o que estava escrito no profeta Isaías, suportou as chagas da sua paixão e participou das dores de todos os homens (cf. Is 53,4-5) como continua ainda a padecer e sofrer em seus membros, mais configurados a ele quando atingidos pelas provações, que no entanto nos parecem efêmeras até mesmo leves, comparadas ao quinhão de glória eterna que para nós preparam (cf. 2Cor 4,17). 3. Por disposição da divina providência o homem deve lutar ardentemente contra toda doença e procurar com empenho o tesouro da saúde, para que possa desempenhar o seu papel na sociedade e na Igreja, contanto que esteja sempre preparado para completar o que falta aos sofrimentos do Cristo pela salvação do mundo, esperando a libertação da criatura na glória dos filhos de Deus (cf. Cl 1,24; Rm 8,19-21). É também papel dos enfermos na Igreja, pelo seu testemunho, não só levar aos outros homens a não esquecerem as realidades essenciais e mais altas, como mostrar que nossa vida mortal deve ser redimida pelo mistério da morte e ressurreição do Cristo. 4. Não compete apenas ao doente, lutar contra a enfermidade. Também os médicos e todos aqueles que se ocupam dos enfermos, de qualquer modo que seja, lembrem-se de que devem fazer tentar ou experimentar tudo aquilo que pareça proveitoso à alma e ao corpo dos doentes; procedendo deste modo, realizam a Palavra do Cristo que nos manda visitar os enfermos como se nos confiasse o homem todo, para ser auxiliado fisicamente e espiritualmente confortado”. Nota:204 SC, 2: “liturgia, em que a obra de nossa redenção se realiza, especialmente pelo divino sacrifício da Eucaristia, contribui decisivamente para que os fiéis expressem em sua vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a natureza genuína da verdadeira Igreja. Ela é, ao mesmo tempo, humana e divina, visível, mas dotada de bens invisíveis, presente ao mundo, mas peregrina, de tal forma que o que nela é humano está subordinado ao que é divino, o visível ao invisível, a ação à contemplação e o presente à futura comunhão que todos buscamos. Dia após dia, a liturgia vai nos transformando interiormente em templos santos do Senhor e morada espiritual de Deus, até a plenitude de Cristo, de tal forma que nos dá a força necessária para pregar Cristo e mostrar ao mundo o que é a Igreja, como a reunião de todos os filhos de Deus ainda dispersos, até que se tornem um só rebanho, sob um único pastor”. Nota:205

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SC, 14: “A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa, de acordo com as exigências da própria liturgia e por direito e dever do povo cristão, em virtude do batismo, como raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (1Pd 2, 9; cf. 2, 4-5)”. Nota:206 SC, 14: “A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa, de acordo com as exigências da própria liturgia e por direito e dever do povo cristão, em virtude do batismo, como raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (1Pd 2, 9; cf. 2, 4-5)”. Nota:207 cf. IGMR 25, 26, 17b, 83: “25. Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. 26. O canto é executado alternadamente pela escola dos cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo povo ou só pela escola. Pode-se usar ou a antífona com seu salmo, do Gradual Romano ou do Gradual Simples, ou então outro cântico condizente com a ação sagrada e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência Episcopal. Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, após a saudação. 17b. Algumas, porém, acompanham um rito, tais como o canto de entrada, do ofertório, da fração do pão (Agnus Dei) e da Comunhão. 83. Enquanto se faz a procissão para o altar, canta-se o cântico de entrada (cf.nn.25-26)”. Nota:208 Mt 5,24: “deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta”. Nota:209 cf. IGMR, n.23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:210 cf. IGMR, n.30: “Depois do ato penitencial inicia-se o Kyrie, eleison, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é normalmente executado por todos, participando dele o povo e a escola ou o cantor. Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo porém, por causa da índole das diversas línguas ou da música e das circunstâncias, um número maior de repetições ou a intercalação de um breve tropo. Se o Kyrie não for cantado, seja recitado”. Nota:211 cf. IGMR, n.29: “Após a saudação do povo, o sacerdote ou um outro ministro idôneo poderá, com breves palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia. Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, realizado então por toda a comunidade por uma confissão geral, sendo concluído com a absolvição dada pelo sacerdote”. Nota:212 cf. IGMR, n.31: “O Glória, hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro, é cantado ou pela assembléia dos fiéis ou pelo povo que alterna com a escola, ou pela própria escola. Se não for cantado, deve ser recitado por todos, juntos ou alternadamente. É cantado ou recitado aos Domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes”. Nota:213 Lc 2,14: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”. Nota:214 cf. IGMR, n.323: “Em cada Missa, a não ser que se indique outra coisa, dizem-se as orações que lhe são próprias. Contudo, nas Missas de memórias, diz-se a coleta própria ou a do Comum. As orações sobre as oferendas e depois da Comunhão, não sendo próprias, podem ser tomadas do Comum ou das férias do tempo corrente. Nas férias do tempo comum, porém, além das orações do domingo precedente, podem tomar-se as orações de outro domingo do tempo comum ou uma das orações para diversas circunstâncias, consignadas no Missal. Mas será sempre lícito tomar apenas a coleta das mesmas Missas. Desta maneira se oferece maior abundância de textos que não apenas possibilitam uma contínua renovação das preces de súplica da assembléia litúrgica, mas também uma melhor adaptação às necessidades dos fiéis, da Igreja e do mundo. Nos tempos mais importantes do ano, essa adaptação é feita pelas orações que lhes são próprias, contidas no Missal para cada féria”. Nota:215 Aplicação do princípio de SC 38; Diretório das missas com crianças n.51: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”.

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Diretório das missas com crianças, n.51: “Algumas vezes não basta esta livre escolha, para que as crianças possam considerar as orações como expressão de sua própria vida e de sua experiência religiosa, pois as orações foram feitas para os fiéis adultos. Neste caso nada impede que se adapte o texto do Missal Romano às necessidades das crianças, respeitando-se, entretanto, sua finalidade e, de certa maneira, sua substância, e evitando-se tudo o que é estranho ao gênero literário de uma oração presidencial, como, por exemplo, exortações moralizantes e formas de falar demasiado pueris”. Nota:216 IGMR, 23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:217 cf. LG 33: “Formando o povo de Deus, os leigos constituem um só corpo de Cristo, que é a cabeça. Por vontade do Criador e pela graça recebida do Redentor, todos, como membros vivos, são chamados a contribuir com o melhor de suas forças para o crescimento e contínua santificação da Igreja. O apostolado dos leigos é participação na missão salvadora da Igreja. Todos estão qualificados pelo Senhor ao exercício desse apostolado, através do batismo e da confirmação. A alma desse apostolado é a caridade para com Deus e para com os homens, alimentada e comunicada pelos sacramentos, especialmente pela eucaristia. Os leigos são especialmente chamados a tornar a Igreja presente e ativa nos lugares e nas circunstâncias onde somente por eles pode atuar o sal da terra. Através dos dons recebidos, todo leigo é, ao mesmo tempo, testemunha e instrumento da própria missão da Igreja, segundo a medida do dom de Cristo (Ef 4, 7). Além desse apostolado, comum a todos os fiéis, os leigos podem ainda ser chamados de diversos modos, a cooperar de maneira mais imediata com o apostolado da hierarquia, a exemplo dos homens e mulheres que, trabalhando muito no Senhor, ajudaram o apóstolo Paulo na evangelização (cf. Fl 4, 3; Rm 16, 3ss). Podem ser chamados, finalmente, pela hierarquia, a assumir certas funções eclesiásticas, que visam diretamente a fins espirituais. Numa palavra, os leigos devem colaborar na grande obra de fazer chegar a todos os homens, de todos os tempos e latitudes, o conhecimento do desígnio salvador de Deus. Deve-se pois abrir caminho para que participem com afinco, segundo sua capacidade e de acordo com as exigências das circunstâncias, da tarefa salvadora da Igreja”. Nota:218 cf. SC 7: “Para realizar tal obra, Cristo está sempre presente à sua Igreja, especialmente nas ações litúrgicas. Presente ao sacrifício da missa, na pessoa do ministro, pois quem o oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que então se ofereceu na cruz, mas, especialmente presente sob as espécies eucarísticas. Presente, com sua força, nos sacramentos, pois, quando alguém batiza é o próprio Cristo que batiza. Presente por sua palavra, pois é ele quem fala quando se lê a Escritura na Igreja. Presente, enfim, na oração e no canto da Igreja, como prometeu estar no meio dos dois ou três que se reunissem em seu nome (Mt 18, 20). Cristo age sempre e tão intimamente unido à Igreja, sua esposa amada, que esta glorifica perfeitamente a Deus e santifica os homens, ao invocar seu Senhor e, por seu intermédio, prestar culto ao eterno Pai. Com razão se considera a liturgia o exercício do sacerdócio de Cristo, em que se manifesta por sinais e se realiza a seu modo a santificação dos seres humanos, nela ao mesmo tempo que o corpo místico de Cristo, cabeça e membros presta a Deus o culto público perfeito. Toda celebração litúrgica, pois, como obra de Cristo sacerdote e de seu corpo, a Igreja, é ação sagrada num sentido único, não igualado em eficácia nem grau por nenhuma outra ação da Igreja”. Nota:219 cf. IGMR, n.35: “Deve-se manifestar a maior veneração por ocasião da leitura do Evangelho. A própria Liturgia o ensina, uma vez que a cerca, mais do que as outras, de honra especial: tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela benção ou oração, como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura. Realçam-no ainda os sinais de veneração prestados ao livro dos Evangelhos”. Nota:220 cf. IGMR, n.34: “Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia. Como por tradição o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial, convém que via de regra o diácono, ou na falta dele outro sacerdote, leia o Evangelho; o leitor faça as demais leituras. Mas na falta do diácono ou de um outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho”. Nota:221 IGMR, 33-39: “A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cânticos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelos cânticos, o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ele adere pela profissão de fé. Alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

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34. Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia. Como por tradição o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial, convém que via de regra o diácono, ou na falta dele outro sacerdote, leia o Evangelho; o leitor faça as demais leituras. Mas na falta do diácono ou de um outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho. 35. Deve-se manifestar a maior veneração por ocasião da leitura do Evangelho. A própria Liturgia o ensina, uma vez que a cerca, mais do que as outras, de honra especial: tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela benção ou oração, como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura. Realçam-no ainda os sinais de veneração prestados ao livro dos Evangelhos. 36. À primeira leitura segue-se o salmo responsorial ou gradual, que é parte integrante da Liturgia da Palavra. O salmo normalmente é tirado do lecionário, pois cada um de seus textos se acha diretamente ligado à respectiva leitura; assim a escolha do salmo depende das leituras. Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o refrão salmódico, foram escolhidos alguns textos de responsórios e de salmos para os diversos tempos do ano e as várias categorias de Santos, que poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura, sempre que o salmo é cantado. O salmista ou cantor do salmo, na estante ou outro lugar adequado, profere os versículos do salmo perante toda a assembléia que o escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo direto, isto é, sem refrão. Quando se canta, pode-se usar, além do salmo marcado no Lecionário, um gradual do Gradual Romano ou um salmo responsorial ou aleluiático do Gradual Simples, como se encontram nesses livros. 37. Após a segunda leitura vem o Aleluia ou outro canto de acordo com o tempo litúrgico: a) o Aleluia é cantado em todos os tempos, exceto a Quaresma, sendo iniciado por todos ou pela escola ou cantor, podendo ser repetido; os versículos são tirados do Lecionário ou do Gradual; b) o outro canto consiste num versículo antes do Evangelho ou num segundo salmo ou trato, como se encontram no lecionário ou no Gradual. 38. Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho: a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo, ou então apenas um salmo ou o Aleluia; b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo ou um versículo antes do Evangelho. 39. O salmo que ocorre após a leitura, se não for cantado, seja recitado. Mas o Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos, quando não são cantados”. Nota:222 cf. IGMR, 43-44: “O símbolo ou profissão de fé, na celebração da Missa, tem por objetivo levar o povo a dar seu assentimento e resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a regra da fé antes de iniciar a celebração da Eucaristia. 44. O símbolo deve ser dito pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se também dizê-lo em celebrações especiais de caráter mais solene. Quando cantado, deve sê-lo por todo o povo, seja por inteiro, seja alternadamente”. Nota:223 cf. Diretório das missas com crianças, n.31: “Para facilitar a participação das crianças no canto do “Glória”, “Creio”, “Santo” e “Cordeiro de Deus”, é lícito adotar as composições musicais apropriadas com versões populares aceitas pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico”. Instrução Musicam sacram, n.55: “Cabe a autoridade territorial competente decidir se alguns textos vernáculos musicados, e tradicionais, poderão ainda ser utilizados, mesmo que contenham variantes com relação às traduções litúrgicas oficiais em vigor”. Nota:224 cf. IGMR, 46, 99: “46. Normalmente serão estas as séries de intenções: a) pelas necessidades da Igreja, b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo, c) pelos que sofrem qualquer dificuldade, d) pela comunidade local. No entanto, em algum celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias. 99. Em seguida, com a participação do povo no que lhe cabe, faz-se a oração universal ou dos fiéis, que o sacerdote dirige da cadeira ou da estante (cf. nos. 45-47)”. Nota:225 cf. IGMR, 45: “Na oração universal ou oração dos fiéis, exercendo a sua função sacerdotal, o povo suplica por todos os homens. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze: pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os homens e pela salvação de todo o mundo”. Nota:226 cf. IGMR, 8: “A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber: a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se

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prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração”. Nota:227 Rm 12,1-2: “Irmãos, pela misericórdia de Deus, peço que vocês ofereçam os próprios corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Esse é o culto autêntico de vocês. Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito”. Nota:228 cf. IGMR, 49: “No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo. Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare na credência. A seguir trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar conveniente e depõem sobre o altar, proferindo as fórmulas estabelecidas. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual. Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto da mesma; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística”. Nota:229 cf. IGMR ,49: “No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo. Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o missal, a não ser que se prepare na credência. A seguir trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar conveniente e depõem sobre o altar, proferindo as fórmulas estabelecidas. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual. Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto da mesma; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística”. Nota:230 cf. Ef 4,28: “Quem roubava, não roube mais; ao contrário, ocupe-se trabalhando com as próprias mãos em algo útil, e tenha assim o que repartir com os pobres”. Nota:231 IGMR, 50: “O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (n. 26). Omite-se a antífona do ofertório, quando não for cantada”. Nota:232 cf. Jo 6,49-50: “Os pais de vocês comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desceu do céu: quem dele comer nunca morrerá”. 1Cor 11,23-24: “De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim”. IGMR 56: “Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão: a) a oração do Senhor: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos o pão eucarístico e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o celebrante, e ele acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta; b) segue-se o rito da paz no qual os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana, e exprimem mutuamente a caridade, antes de participar do mesmo pão; quanto ao próprio rito da paz, seja estabelecido pelas Conferências Episcopais de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo; c) o gesto de partir o pão, realizado por Cristo na última Ceia, deu nome a toda a ação eucarística na época apostólica; este rito possui não apenas uma razão prática, mas significa que nós, sendo muitos, pela comunhão do único Pão da vida, que é o Cristo, formamos um único corpo (1Cor 10,17); d) a mistura do pão com o vinho: o sacerdote coloca no cálice uma partícula da hóstia; e) o Agnus Dei: durante a fração do pão e sua mistura com o vinho, a escola ou o cantor canta a invocação Agnus Dei, à qual o povo responde; se não for cantada, seja dita em voz alta. Para acompanhar o rito da fração do pão, pode-se repetir essa invocação quantas vezes for necessário, terminando-se sempre com as palavras dai-nos a paz;

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f) a preparação particular do sacerdote: rezando em voz baixa o sacerdote se prepara para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio; g) a seguir o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que será recebido na Comunhão e convida-os à ceia de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras do Evangelho; h) é muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação do Sacrifício celebrado; i) enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Havendo porém um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão. Pode-se empregar a antífona do Gradual Romano, com o salmo ou sem salmo, ou a antífona com o salmo do Gradual Simples, ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência Episcopal. O canto é executado só pela escola, ou pela escola ou cantor junto com o povo. Não havendo canto, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns dentre eles, ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis; j) terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um hino, ou outro canto de louvor; k) na oração depois da comunhão, o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela aclamação Amém, faz sua a oração”. Nota:233 Diretório das missas com crianças, n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:234 Diretório das missas com crianças, n.16–17: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado. 17. Entretanto, nas Missas deste gênero, deve-se precaver cuidadosamente para que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da Missa, em alguma parte da homilia etc. Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstâncias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra”. Nota:235 Diretório das missas com crianças, n.52: “Na eucaristia celebrada com as crianças, o mais importante deve ser a Oração Eucarística que é o ponto alto de toda a celebração. Muito depende da maneira como o sacerdote recita esta Oração e da forma como as crianças dela participam, escutando em silêncio e por meio de aclamações. A própria disposição de ânimo que este ponto central da celebração requer, a tranqüilidade e reverência com que tudo se executa, devem levar as crianças a manter o máximo de atenção na presença real de Cristo no altar sob as espécies de pão e vinho, no seu oferecimento, na ação de graças por ele, com ele e nele, e na oblação da Igreja que então se realiza e pela qual os fiéis se oferecem a si mesmos e sua vida inteira com Cristo ao Pai Eterno na unidade do Espírito Santo. Por enquanto, empregar-se-ão somente as quatro Preces Eucarísticas aprovadas pela autoridade suprema para as Missas com adultos e introduzidas no uso litúrgico, enquanto a Sé Apostólica não dispuser outra coisa para as Missas com crianças”. Nota:236 Justino, Apologia I, n.67: “Terminadas as orações, damo-nos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se então a quem preside aos irmãos pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e pronuncia uma longa ação de graças em

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razão dos dons que dele nos vêm. Quando o presidente termina as orações e a ação de graças, todo o povo presente aclama dizendo: Amém”. Nota:237 cf. SC 40: “Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência. 3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto”. Diretório das missas com crianças, n.5: “Este Diretório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular. As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à Missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Diretório geral”. Diretório das missas com crianças, n. 30: “O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas Missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo de toda forma, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes. Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Prece Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas”. Nota:238 cf. IGMR 54, 55, 322. – Indicações a respeito do sentido, dinâmica e escolha das orações eucarísticas: “54. Inicia-se agora a Oração Eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se uma com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. 55. Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a Oração Eucarística; a) A ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festa ou o tempo; b) a aclamação, pela qual toda assembléia, unindo-se aos espíritos celestes, canta ou recita o Sanctus; esta aclamação, parte da própria Oração Eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote; c) a epíclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais o poder divino, para que os dons oferecidos pelos homens sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e Sangue de Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em comunhão; d) a narrativa da instituição e consagração, quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinho, e entregá-los aos Apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério; e) a anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos apóstolos, a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a Ascensão aos céus; f) a oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios, e se aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos; g) as intercessões, pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e mortos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo; h) a doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação do povo. Exige a Oração Eucarística que todos a escutem com reverência e em silêncio, dela participando pelas aclamações previstas no próprio rito. 322. A escolha entre as várias Orações Eucarísticas segue as seguintes normas: a) A Oração Eucarística I, ou Cânon Romano, que sempre pode ser usada, será mais oportuna nos dias de Em comunhão e Recebei, ó Pai, próprios, como também nas festas dos Apóstolos e Santos mencionados na mesma Oração; também nos domingos, a não ser que, por motivos pastorais, se prefira outra Oração Eucarística. b) A Oração Eucarística II, por suas características particulares, é mais apropriadamente usada nos dias de semana ou em circunstâncias especiais.

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Embora tenha prefácio próprio, pode igualmente ser usada com outros prefácios, sobretudo aqueles que de maneira sucinta apresentem o mistério da salvação; por exemplo, os prefácios dos domingos do tempo comum ou os prefácios comuns. Quando se celebra a Missa por um morto, pode-se usar a fórmula própria proposta no respectivo lugar, a saber, antes do Lembrai-vos também. c) A oração Eucarística III pode ser dita com qualquer prefácio, dando-se preferência a ela nos domingos e festas. Nesta oração pode-se inserir a fórmula especial para um morto, no devido lugar, ou seja, após as palavras: Reuni em vós, Pai de misericórdia, todos os vossos filhos dispersos pelo mundo inteiro. d) A Oração Eucarística IV tem um prefácio imutável e apresenta um resumo mais completo da história da salvação. Pode ser usada quando a Missa não possui prefácio próprio. Não se pode inserir nesta Oração, devido à sua estrutura, uma fórmula especial por um morto. e) A Oração Eucarística dotada de prefácio próprio pode ser usada, conservado o seu prefácio, mesmo quando na Missa se devesse tomar o prefácio do tempo”. Nota:239 IGMR 56: “Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão: a) A oração do Senhor: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos o pão eucarístico e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o celebrante, e ele acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta; b) Segue-se o rito da paz no qual os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana, e exprimem mutuamente a caridade, antes de participar do mesmo pão; quanto ao próprio rito da paz, seja estabelecido pelas Conferências Episcopais de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo; c) O gesto de partir o pão, realizado por Cristo na última Ceia, deu nome a toda a ação eucarística na época apostólica; este rito possui não apenas uma razão prática, mas significa que nós, sendo muitos, pela comunhão do único Pão da vida, que é o Cristo, formamos um único corpo (1Cor 10,17); d) A mistura do pão com o vinho: o sacerdote coloca no cálice uma partícula da hóstia; e) O Agnus Dei: durante a fração do pão e sua mistura com o vinho, a escola ou o cantor canta a invocação Agnus Dei, à qual o povo responde; se não for cantada, seja dita em voz alta. Para acompanhar o rito da fração do pão, pode-se repetir essa invocação quantas vezes for necessário, terminando-se sempre com as palavras dai-nos a paz; f) A preparação particular do sacerdote: rezando em voz baixa o sacerdote se prepara para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio; g) A seguir o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que será recebido na Comunhão e convida-os à ceia de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz uma ato de humildade, usando as palavras do Evangelho; h) É muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação do Sacrifício celebrado; i) Enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Havendo porém um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão. Pode-se empregar a antífona do Gradual Romano, com o salmo ou sem salmo, ou a antífona com o salmo do Gradual Simples, ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência Episcopal. O canto é executado só pela escola, ou pela escola ou cantor junto com o povo. Não havendo canto, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns dentre eles, ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis; j) Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um hino, ou outro canto de louvor; k) Na oração depois da comunhão, o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela aclamação Amém, faz sua a oração”. Nota:240 IGMR, 55h: “A doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação do povo. Exige a Oração Eucarística que todos a escutem com reverência e em silêncio, dela participando pelas aclamações previstas no próprio rito”. Nota:241 EM, 12: “Explique-se, pois, que todos os que se reúnem para a Eucaristia formam aquele povo santo que toma parte na sagrada ação, junto com os ministros. Com efeito, somente o sacerdote, enquanto representa

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a pessoa de Cristo, consagra o pão e o vinho. Contudo a ação dos fiéis na Eucaristia consiste em dar graças a Deus, recordando a sagrada paixão, a ressurreição e a glória do Senhor, e em oferecer a imaculada hóstia, não somente pelas mãos do sacerdote, mas também junto com ele. Diga-se, também, que, pela recepção do Corpo do Senhor realiza-se a sua união com Deus e entre si, que a participação na Missa deve levar. Pois a participação na Missa torna-se mais perfeita quando eles, com devida disposição, recebem, durante a Missa, o Corpo do Senhor sacramentalmente, obedecendo às suas palavras, quando diz: Tomai e comei. Este Sacrifício, porém, assim como a própria Paixão de Cristo, embora oferecido por todos, não tem efeito a não ser naqueles que se unem à Paixão de Cristo pela fé e pela caridade... A estes, todavia, traz maior ou menor fruto, de acordo com o grau de devoção. Tudo isso deve ser explicado aos fiéis, de tal modo que participem na Missa ativamente, tanto no íntimo de seus corações como também nos ritos exteriores, conforme os princípios estabelecidos na Constituição sobre a Sagrada Liturgia, mais amplamente determinados pela Instrução Inter Oecumenici, do dia 26 de setembro de 1964, pela Instrução Musicam Sacram, de 5 de março de 1967, e pela Instrução Tres Abhinc Annos de 4 de maio de 1967”. Santo. Tomás III q. 79 a 7 ad 2: “Demais. O efeito deste sacramento é fazer-nos alcançar a graça e a glória, é remitir-nos pelo menos a culpa venial. Ora, se este sacramento produzisse efeito para outros, que não quem o recebe, seria possível alcançarmos a graça e a glória e a remissão da culpa, sem ação nem paixão própria nossa e só pelo fato de receber outrem ou oferecer este sacramento.” Nota:242 cf. IGMR, 241-252 e 76: “241. Cuidem os pastores de lembrarem, da melhor forma possível, aos fiéis que participam do rito ou a ele assistem, a doutrina católica a respeito da forma da Sagrada Comunhão, segundo o Concílio Tridentino. Antes de tudo advirtam os fiéis de que a fé católica ensina que, também sob uma só espécie se recebe Cristo todo e inteiro, assim como o verdadeiro sacramento; por isso, no que concerne aos frutos da comunhão, aqueles que recebem uma só espécie não ficam privados de nenhuma graça necessária à salvação. Ensinem ainda que a Igreja, na administração dos sacramentos, tem o poder de determinar e mudar, salva a sua substância, o que julgar conveniente à utilidade dos que os recebem e à veneração dos mesmos sacramentos, em razão da diversidade das coisas, dos tempos e dos lugares. Ao mesmo tempo exortem os fiéis a desejarem participar mais intensamente do rito sagrado, pelo qual se manifesta do modo mais perfeito o sinal do banquete eucarístico. 242. A juízo do Ordinário e após uma conveniente catequese, permite-se a Comunhão do cálice nos seguintes casos: 1) aos neófitos adultos, na Missa que se segue ao Batismo; aos confirmados adultos, na Missa da Confirmação; aos batizados que são recebidos na Comunhão da Igreja; 2) aos esposos, na Missa de seu Matrimônio; 3) aos diáconos, na Missa de sua ordenação; 4) à abadessa, na Missa de sua benção; às virgens, na Missa de sua consagração; aos professos e seus pais, parentes e co-irmãos, na Missa da primeira profissão religiosa ou da renovação da profissão, ou da profissão religiosa perpétua, contanto que emitam ou renovem os votos durante a Missa; 5) aos que receberam algum ministério, na Missa da sua instituição; aos auxiliares leigos das missões, na Missa em que recebem uma missão eclesiástica; 6) na administração do Viático, ao enfermo e a todos os presentes, quando a Missa for celebrada na casa do enfermo, conforme a norma do direito; 7) ao diácono e ministros, quando desempenham a sua função na Missa; 8) havendo concelebração; a) a todos, que desempenham na própria concelebração um verdadeiro ministério litúrgico, assim como a todos os seminaristas de que dela participam; b) em suas igrejas e oratórios, a todos os membros dos Institutos que professam os conselhos evangélicos e das outras Sociedades nas quais se consagram a Deus por votos religiosos, oblação ou promessa, e ainda a todos os que residem dia e noite na casa dos membros dos mencionados Institutos e Sociedades; 9) aos sacerdotes que assistem a grandes celebrações e não podem celebrar ou concelebrar; 10) a todos os que fazem exercícios espirituais, na Missa que, durante os mesmos, é celebrada especialmente para eles com a sua participação ativa; a todos os que participam de alguma reunião pastoral, na Missa que celebram em comum; 11) àqueles de que falam os ns. 2 e 4, na Missa dos respectivos jubileus; 12) ao padrinho, à madrinha, aos pais, ao cônjuge e também aos catequistas leigos do batizado adulto, na Missa de sua iniciação; 13) aos pais, aos familiares e também aos benfeitores insignes que participam da Missa do neo-sacerdote; 14) aos membros das comunidades, na Missa conventual ou da Comunidade, conforme o n. 76 desta instrução. Além disto, as Conferências Episcopais podem determinar em que forma e sob quais princípios e condições os Ordinários podem conceder a Comunhão sob as duas espécies em outros casos que tenham grande importância na vida pastoral de alguma comunidade ou assembléia de fiéis. Dentro destes limites, os Ordinários podem estabelecer casos particulares, contanto que a faculdade não seja concedida indiscriminadamente, que as celebrações fiquem bem definidas e que se indique o que há de se evitar; não sejam incluídas ocasiões em que há grande número de comungantes. Afinal, as assembléias às quais se concede a faculdade, sejam bem definidas, ordenadas e da mesma natureza.

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243. Para distribuir a Comunhão sob as duas espécies, preparem-se: a) Se a Comunhão do cálice se faz com cânulas: cânulas de prata para o celebrante e para cada comungante, um vaso com água para purificar as cânulas e uma bandeja para recebê-las. b) Se o sangue é ministrado com colher: uma colher. c) Se a Comunhão sob as duas espécies é distribuída por intinção, cuide-se de que as hóstias não sejam demasiado finas nem pequenas, mas um pouco mais espessas que de costume, para que possam ser distribuídas comodamente depois de molhadas parcialmente no Sangue. 244. Se houver diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito: a) O sacerdote celebrante comunga, como de costume, o Corpo e o Sangue do Senhor, cuidando que fique bastante do precioso Sangue para os que irão comungar; e enxuga com o sanguíneo a parte externa do cálice. b) O celebrante, entregando ao ministro o cálice com o sanguíneo, toma a patena ou o cibório com as partículas; ambos colocam-se onde mais comodamente possam dar a Comunhão aos fiéis. c) Os comungantes se aproximam um a um, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote. Este, mostrando a hóstia, diz: O Corpo de Cristo; o comungante responde: Amém e recebe do sacerdote o Corpo do Senhor. d) Em seguida o comungante dirige-se ao ministro do cálice e fica de pé diante deste. O ministro diz: O Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém; o ministro estende-lhe o sanguíneo e o cálice, que o próprio comungante, se for necessário, aproxima dos lábios com as mãos. O comungante, mantendo com a mão esquerda o sanguíneo sob os lábios, e cuidando que nada se derrame do precioso Sangue, bebe um pouco do cálice e em seguida se afasta; o ministro enxuga com o sanguíneo a parte externa do cálice. e) Havendo outros comungantes para receber o Sacramento apenas sob uma espécie, depois que tiverem bebido do cálice todos os que deviam comungar sob as duas, o ministro depõe o cálice sobre o altar. O sacerdote dá a Comunhão aos fiéis e volta ao altar. Ele mesmo, ou o ministro, consome o que houver restado do precioso Sangue e faz como de costume as purificações. 245. Se não houver diácono nem outro sacerdote assistente ou acólito: a) O sacerdote celebrante comunga, como de costume, o Corpo e o Sangue do senhor, cuidando que ainda fique bastante do precioso Sangue para os que irão comungar; e enxuga com o sanguíneo a parte externa do cálice. b) A seguir coloca-se onde mais comodamente possa dar a Comunhão e distribui o Corpo do Senhor, como de costume, a cada um dos que se aproximam para comungar sob as duas espécies. Estes se aproximam, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote; recebido o Corpo do Senhor, afastam-se um pouco. c) Depois de todos terem recebido o Corpo do Senhor, o sacerdote depõe o cibório no altar e tomas nas mãos o cálice com o sanguíneo. Os que vão partilhar do cálice aproximam-se de novo do sacerdote e ficam de pé diante deste. O sacerdote diz: O Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém; e o sacerdote lhe estende o cálice e o sanguíneo. O comungante segura com a mão esquerda o sanguíneo sob os lábios e, prestando atenção para que nada se derrame do precioso Sangue, bebe um pouco do cálice. O sacerdote enxuga com o sanguíneo a parte externa do cálice. d) Terminada a Comunhão do cálice, o sacerdote coloca-o no altar. Havendo ainda outros para comungar sob uma espécie apenas, o sacerdote dá a Comunhão como de costume e volta ao altar. Consome o que houver restado do preciosos Sangue e faz as purificações habituais. 246. Se houver diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito: a) O sacerdote celebrante, entregando-lhe o cálice com o sanguíneo, toma a patena ou o cibório com as hóstias. Ambos colocam-se onde mais comodamente possam distribuir a Comunhão. b) Os comungantes aproxima-se um a um, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote, segurando a patena sob a boca. O sacerdote mergulha parcialmente a hóstia no cálice e diz, mostrando-a: O Corpo e o Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém, recebe a Comunhão e se retira. c) Em seguida dá-se a Comunhão aos que comungam sob uma espécie apenas, consome-se o precioso Sangue que restar e fazem-se as purificações como se disse acima. 247. Se não houver diácono nem outro sacerdote assistente ou acólito: a) Depois de haver comungado o Sangue do Senhor, o sacerdote toma o cibório ou a patena com as hóstias entre o indicador e o médio da mão esquerda, e o cálice entre o polegar e o indicador da mesma mão, e coloca-se onde mais comodamente possa distribuir a Comunhão. b) Um a um, os comungantes se aproximam, fazem a devida reverência e ficam de pé diante do sacerdote, segurando a patena sob a boca. O sacerdote mergulha parcialmente a hóstia no cálice e diz, mostrando-a: O Corpo e o Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém, recebe a Comunhão e se afasta. c) Pode-se também colocar em lugar conveniente uma mesinha com toalha e corporal, sobre a qual o celebrante colocará o cálice ou o cibório, a fim de facilitar a distribuição da Comunhão. d) Em seguida dá-se a Comunhão aos que comungam sob uma espécie apenas, consome-se o precioso Sangue que restar e fazem-se as purificações de costume. 248. Também o sacerdote celebrante usa uma cânula para tomar o Sangue do Senhor. 249. Se houver diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito: a) Para distribuir a Comunhão do Corpo do Senhor, procede-se como o no no.244 b e c. b) A seguir o comungante aproxima-se do ministro do cálice e fica de pé diante dele. O ministro diz: O Sangue de Cristo; o comungante responde: Amém; recebe do ministro a cânula, coloca-a dentro do cálice e

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sorve um pouco do Sangue. Retira a cânula, cuidando que não se derrame nada do precioso Sangue, e mergulha-a no recipiente com água apresentado por um ministro, aspirando um pouco d’água para purificá-la e a coloca na bandeja apresentada pelo mesmo ministro. 250. Se não houver diácono nem outro sacerdote assistente ou acólito, o próprio sacerdote celebrante oferece o cálice aos que vão comungar, na ordem descrita no n. 245 para a Comunhão do cálice. Junto dele um ministro apresenta o recipiente com água para a purificação da cânula. 251. O diácono ou outro sacerdote assistente ou acólito segura o cálice com a mão esquerda e com a colher distribui o Sangue do Senhor a todos os comungantes, dizendo-lhes: O Sangue de Cristo, cuidando em não tocar com a colher os lábios ou a língua dos comungantes que sustentam a patena sob a boca. 252. Se não houver diácono nem sacerdote assistente ou acólito, o próprio sacerdote celebrante distribui a cada um o Sangue do Senhor, depois que houverem recebido o Corpo do Senhor todos os que comungam sob as duas espécies. 76. Entre as Missas celebradas por certas comunidades, possui dignidade particular a Missa conventual, que faz parte do Ofício cotidiano, ou a Missa chamada da Comunidade. Embora estas Missas nada tenha de especial em sua celebração, é de suma conveniência que sejam celebradas com canto, e sobretudo com a plena participação de todos os membros da comunidade, religiosos ou cônegos. Nessas Missas, cada um exerça o seu múnus segundo a ordem ou o ministério que recebeu. Convém ainda que todos os sacerdotes não obrigados a celebrar individualmente por motivo pastoral, concelebrem na medida do possível. Além disso, todos os membros da comunidade, isto é, os sacerdotes obrigados a celebrar individualmente para o bem pastoral dos fiéis, podem também concelebrar a Missa conventual ou da Comunidade no mesmo dia”. EM, 32: “A comunhão, enquanto sinal, adquire uma forma mais perfeita quando é administrada sob ambas as espécies. Realmente, sob esta forma (permanecendo firmes os princípios estabelecidos pelo Concílio de Trento, segundo os quais se recebe Cristo todo e inteiro como verdadeiro sacramento sob qualquer uma das duas espécies) resplandece com maior perfeição o sinal do banquete eucarístico e exprime-se com maior clareza a vontade pela qual a nova e eterna Aliança é ratificada no sangue do Senhor, como também a relação entre o banquete eucarístico e o escatológico no Reino do Pai (cf. Mt 26,27-29). Portanto, doravante, a juízo dos bispos e após a devida catequese, é permitida a comunhão no cálice nos casos seguintes que em parte são concedidos pelo direito anterior, em parte por força desta Instrução: 1) aos neófitos adultos na Missa que segue ao Batismo, aos adultos crismados na Missa de sua confirmação, aos batizados que são recebidos na comunhão com a Igreja; 2) aos noivos na Missa de seu casamento; 3) aos ordenados na Missa da ordenação; 4) à abadessa na Missa de sua benção; às virgens na Missa de sua consagração; aos professos na Missa de sua primeira profissão e de sua renovação, contanto que façam a profissão e a renovação dentro da Missa; 5) aos coadjutores missionários leigos na Missa de sua missão pública, como também a outros que, durante a Missa, recebem uma missão na Igreja; 6) na administração do Viático, ao enfermo e a todos os presentes, quando a Missa é celebrada na casa do doente conforme o Direito; 7) ao diácono, subdiácono e outros ministros que prestam seu serviço na Missa pontifical ou solene; 8) quando há concelebração: a) a todos os que exercem, na mesma concelebração, uma função de fato litúrgica, mesmo aos leigos, como também a todos os seminaristas que assistem; b) em sua igreja, também a todos os membros de institutos que professam os conselhos evangélicos e aos membros de outras sociedades que se oferecem a Deus por votos religiosos, oblação ou promessa; e ainda a todos os que residem dia e noite na casa dos membros desses institutos e sociedades; 9) aos sacerdotes que assistem às grandes solenidades e não podem celebrar ou concelebrar; 10) a todos os que fazem exercícios espirituais, na Missa que durante esse retiro é celebrada de modo particular para esse grupo que participa ativamente; a todos os que tomam parte na reunião de uma comissão pastoral, na Missa que celebram em comum; 11) na Missa de seu jubileu, os enumerados em 2 e 4); 12) ao padrinho, madrinha, pais e cônjuge como aos catequistas leigos do batizado adulto, na Missa de sua iniciação; 13) aos pais, familiares e benfeitores eminentes que participam da Missa do neo-sacerdote”. Nota:243 IGMR, 282-283: “O pão para a celebração da Eucaristia deve ser de trigo, conforme a tradição de toda a Igreja; e ázimo, conforme a tradição da Igreja Latina. 283. A verdade do sinal exige que a matéria da celebração eucarística pareça realmente um alimento. Convém, portanto, que, embora ázimo e com a forma tradicional, seja o pão eucarístico de tal modo preparado, que o sacerdote, na Missa com o povo, possa de fato partir a hóstia em diversas partes e distribuí-las ao menos a alguns dos fiéis. Não se excluem, porém, as hóstias pequenas, quando assim o exigirem o número dos comungantes e outras razões pastorais. O gesto, porém, da fração do pão, que por si só designava a Eucaristia nos tempos apostólicos, manifestará mais claramente o valor e a importância do sinal da unidade de todos num só pão, e da caridade fraterna pelo fato de um único pão ser repartido entre os irmãos”. Nota:244

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IGMR, 23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:245 cf. Diretório das missas com crianças, n. 22 e 37: “Os princípios da participação ativa e consciente valem, de certa maneira, “a fortiori”, se as Missas são celebradas com crianças. Portanto, tudo se faça para fomentar e tornar mais viva e profunda esta participação. Para este fim, confiem-se ao maior número de crianças, ofícios especiais na celebração, tais como: preparar o lugar e o altar (cf. n. 29), assumir o ofício de cantor (cf. n. 24), cantar no coral, tocar algum instrumento musical (cf. n. 32), proclamar as leituras (cf. n. 24 e 47), responder durante a homilia (cf. n. 48), recitar as intenções da prece dos fiéis, levar as oferendas para o altar, e outras ações semelhantes segundo os costumes dos diversos povos (cf. n. 34). Certas adições podem favorecer, algumas vezes, a participação, como por exemplo: explicar as motivações para a ação de graças antes que o sacerdote inicie o diálogo do Prefácio. Em tudo isto leve-se em conta que as ações externas podem tornar-se infrutuosas e até chegar a ser nocivas, se não favorecerem a participação interna das crianças. Por isso o sagrado silêncio também tem sua importância nas Missas para crianças (cf. n. 37). Atenda-se, com grande cuidado, que as crianças não se esqueçam de que todas estas formas de participação têm seu ponto mais alto na comunhão eucarística, na qual o corpo e o sangue de Cristo são recebidos como alimento espiritual. 37. Também nas Missas para crianças o silêncio, como parte da celebração, há de ser guardado a seu tempo”, para que não se atribua parte excessiva à atividade externa; pois as crianças também, a seu modo, são realmente capazes de fazer meditação. Contudo, necessitam ser guiadas convenientemente a fim de que aprendam, de acordo com os diversos momentos (por exemplo, depois da comunhão e depois da homilia), a concentrar-se em si mesmas, meditar brevemente, ou a louvar e rezar a Deus em seu coração. Além disso, deve-se procurar precisamente com mais cuidado que nas Missas com adultos que os textos litúrgicos sejam proclamados sem precipitação, em forma clara e com as devidas pausas. EM 38: “Pela participação do Corpo e do Sangue do Senhor derrama-se, com abundância, o dom do divino Espírito Santo como água viva (cf. Jo 7,37-39) sobre cada um, contanto que o recebam sacramentalmente e com a participação da alma, isto é, com fé viva que opera pelo amor. A união com Cristo, porém, a qual o sacramento está ordenado, não deve ser procurada apenas durante a celebração eucarística, antes, deve estender-se sobre toda a vida cristã, de modo que os fiéis contemplem continuamente, pela fé, o dom recebido e passem a vida diária sob o impulso do Espírito Santo, na ação de graças, e produzam frutos mais abundantes de caridade. Para facilitar a perseverança nessa ação de graças, que é prestada a Deus na Missa de modo sublime, recomenda-se a todos os que se confortaram pela sagrada comunhão, permanecer, por algum tempo, em oração”. Nota:246 Gn 1: “No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Deus disse: Que exista a luz! E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou dia, e às trevas chamou noite. Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia. Deus disse: Que exista um firmamento no meio das águas para separar águas de águas! Deus fez o firmamento para separar as águas que estão acima do firmamento das águas que estão abaixo do firmamento. E assim se fez. E Deus chamou ao firmamento céu. Houve uma tarde e uma manhã: foi o segundo dia. Deus disse: Que as águas que estão debaixo do céu se ajuntem num só lugar, e apareça o chão seco. E assim se fez. E Deus chamou ao chão seco terra, e ao conjunto das águas mar. E Deus viu que era bom. Deus disse: Que a terra produza relva, ervas que produzam semente, e árvores que dêem frutos sobre a terra, frutos que contenham semente, cada uma segundo a sua espécie. E assim se fez. E a terra produziu relva, ervas que produzem semente, cada uma segundo a sua espécie, e árvores que dão fruto com a semente, cada uma segundo a sua espécie. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o terceiro dia. Deus disse: Que existam luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite e para marcar festas, dias e anos; e sirvam de luzeiros no firmamento do céu para iluminar a terra. E assim se fez. E Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para regular o dia, o luzeiro menor para regular a noite, e as estrelas. Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra, para regular o dia e a noite e para separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o quarto dia. Deus disse: Que as águas fiquem cheias de seres vivos e os pássaros voem sobre a terra, sob o firmamento do céu. E Deus criou as baleias e os seres vivos que deslizam e vivem na água, conforme a espécie de cada um, e as aves de asas conforme a espécie de cada uma. E Deus viu que era bom. E Deus os abençoou e disse: Sejam fecundos, multipliquem-se e encham as águas do mar; e que as aves se multipliquem sobre a terra. Houve uma tarde e uma manhã: foi o quinto dia. Deus disse: Que a terra produza seres vivos conforme a espécie de cada um: animais domésticos, répteis e feras, cada um conforme a sua espécie. E assim se fez. E Deus fez as feras da terra, cada uma conforme a sua espécie; os animais domésticos, cada um conforme a sua espécie; e os répteis do solo, cada um conforme a sua espécie. E Deus viu que era bom.

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Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra. E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher. E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra. E Deus disse: Vejam! Eu entrego a vocês todas as ervas que produzem semente e estão sobre toda a terra, e todas as árvores em que há frutos que dão semente: tudo isso será alimento para vocês. E para todas as feras, para todas as aves do céu e para todos os seres que rastejam sobre a terra e nos quais há respiração de vida, eu dou a relva como alimento. E assim se fez. E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: foi o sexto dia”. Nota:247 cf. Jo 6,51: “Jesus é o pão que sustenta para sempre E Jesus continuou: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida”. Oct Adv. An., 36, 43, 45: “36. Nesta estimativa renovada das ideologias, o cristão haurirá nas fontes da sua fé e no ensino da Igreja os princípios e os critérios oportunos, para evitar de deixar-se fascinar e depois aprisionar num sistema, cujas limitações e cujo totalitarismo ele se arriscará a ver só quando é já demasiado tarde, se não se apercebe deles nas suas raízes. Contornando, pois, todo e qualquer sistema, sem por outro lado deixar de se comprometer concretamente, ao serviço dos seus irmãos, o cristão deve procurar afirmar, no âmago mesmo das suas opções, aquilo que é específico da contribuição cristã, para uma transformação positiva da sociedade. 43. Tem de ser instaurada uma maior justiça pelo que se refere à repartição dos bens, tanto no interior das comunidades nacionais, como no plano internacional. Nas transações mundiais é necessário superar as relações de forças, para se chegar a pactos favoráveis, em vista do bem de todos. As relações de força jamais estabeleceram de fato a justiça de maneira duradoura e verdadeira, se bem que, muitas vezes, o alternar-se das posições permite encontrar condições mais fáceis de diálogo. 45. Hoje em dia, os homens aspiram a libertar-se da necessidade e da dependência. Mas uma semelhante libertação começa pela liberdade interior que eles devem saber encontrar, defronte aos seus bens e aos seus poderes; eles não chegarão todavia a isso senão mediante um amor transcendente para com o homem e uma disponibilidade efetiva de serviço”. Medellín 11,18; 10,11: “O mundo latino-americano encontra-se empenhado em um gigantesco esforço para acelerar o processo de desenvolvimento no continente. Nesta tarefa cabe ao sacerdote um papel específico e indispensável. Ele não é meramente um promotor do progresso humano. Descobrindo o sentido dos valores temporais, deverá procurar conseguir, unindo os esforços humanos, domésticos, profissionais, científicos e técnicos, uma síntese vital com os valores religiosos, sob cuja soberana direção todas as coisas são coordenadas para a glória de Deus. Para isso, no entanto, deve esforçar-se, pela palavra e pela ação apostólica não só sua, mas também da comunidade eclesial, para que todo o trabalho temporal adquira seu pleno sentido de liturgia espiritual, incorporando-a de maneira vital na celebração da Eucaristia”. Medellin 10,11: “Pois bem, como a fé exige ser compartilhada e por isso mesmo implica uma exigência de comunicação ou de proclamação, compreende-se a vocação apostólica dos leigos dentro, e não fora, de seu próprio compromisso temporal. Mais ainda: ao ser assumido esse compromisso no dinamismo da fé e da caridade, ele adquire em si mesmo um valor de testemunho e se confunde com o testemunho cristão. A evangelização do leigo, nessa perspectiva, nada mais é que a explicação ou a proclamação do sentido transcendente desse testemunho. Vivendo nas ocupações e condições ordinárias de vida familiar e social, pelas quais sua existência é como tecida, os leigos são chamados por Deus ali mesmo para que, desempenhando sua própria profissão e guiados pelo espírito evangélico, contribuam para a santificação do mundo, penetrando-o como fermento[...]. A eles, pois, corresponde iluminar e ordenar as realidades temporais, às quais estão estreitamente vinculados”. Nota:248 cf. ET, 18: “E então, como é que este “clamor dos pobres” vai encontrar eco na vossa existência? Ele deve, antes de mais nada, impedir-vos aquilo que pudesse ser um compromisso com qualquer forma de injustiça social. Ele obriga-vos, por outro lado, a despertar as consciências para o drama da miséria e para as exigências de justiça social do Evangelho e da Igreja. Ele leva alguns de entre vós a aproximar-se dos pobres na sua condição e a compartilhar as suas ansiedades pungentes. Convida, ainda, não poucos dos vossos institutos a reverter em favor dos mesmos pobres algumas das suas obras, o que, aliás, muitos já fizeram, generosamente. Ele impõe-vos, enfim, um uso dos bens limitado àquilo que se requer, para o desempenho daquelas funções a que sois chamados. É preciso que mostreis, na vossa vida de cada dia, as provas, também externas, da autêntica pobreza”. Oct. Adv. An., 15, 47, 48: “15. Em poucas palavras: alguns progressos foram já feitos, no sentido de introduzir, no âmago das relações da produção econômica, mais justiça e mais participação nas responsabilidades... O egoísmo e a dominação são tentações permanentes entre os homens. Por isso, um discernimento cada vez mais apurado torna-se necessário para captar, na sua origem, as situações nascentes de injustiça e

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instaurar progressivamente uma justiça menos imperfeita. Na mutação industrial, que exige uma adaptação rápida e constante, aqueles que virão a encontrar-se lesados tornar-se-ão mais numerosos e mais desfavorecidos para fazerem ouvir a própria voz. A atenção da Igreja volta-se para estes novos “pobres” impedidos (por toda a espécie de “handicaps”) e inadaptados, velhos e marginais de origem diversa para os aceitar, para os ajudar e para defender o seu lugar e a sua dignidade numa sociedade endurecida pela competição e pela fascinação do êxito. 47. A passagem à dimensão política exprime também um requisito atual do homem: uma maior participação nas responsabilidades e nas decisões... 48. ...Tal esperança provem-lhe igualmente do fato dele saber que outros homens estão também a operar no sentido de se empreenderem ações convergentes de justiça e de paz; existe, de fato, por detrás de uma aparência de indiferença, no coração de cada homem, uma vontade de vida fraterna e uma sede de justiça e de paz, que importa simplesmente despertar”. Medellín 9, 14: “Incremente-se as sagradas celebrações da Palavra, conservando sua relação com os sacramentos nos quais ela alcança sua máxima eficácia e particularmente com a Eucaristia. Promovam-se as celebrações ecumênicas da Palavra, segundo o teor do Decreto sobre o Ecumenismo n. 8, e seguindo as normas do Diretório n. 33-35”. Nota:249 cf. ET 18, 19: “18. E então, como é que este “clamor dos pobres” vai encontrar eco na vossa existência? Ele deve, antes de mais nada, impedir-vos aquilo que pudesse ser um compromisso com qualquer forma de injustiça social. Ele obriga-vos, por outro lado, a despertar as consciências para o drama da miséria e para as exigências de justiça social do Evangelho e da Igreja. Ele leva alguns de entre vós a aproximar-se dos pobres na sua condição e a compartilhar as suas ansiedades pungentes. Convida, ainda, não poucos dos vossos institutos a reverter em favor dos mesmos pobres algumas das suas obras, o que, aliás, muitos já fizeram, generosamente. Ele impõe-vos, enfim, um uso dos bens limitado àquilo que se requer, para o desempenho daquelas funções a que sois chamados. É preciso que mostreis, na vossa vida de cada dia, as provas, também externas, da autêntica pobreza. 19. Numa civilização e num mundo marcados por um prodigioso movimento de crescimento material, quase indefinido, que espécie de testemunho poderia dar um religioso que se deixasse arrastar por uma busca desenfreada das próprias comodidades e achasse normal conceder-se, sem discernimento nem moderação, tudo aquilo que lhe é proposto? Enquanto que para muitos aumentou o perigo de se deixarem engodar pela sedutora segurança do possuir, do saber e do poder, o apelo de Deus coloca-vos no vértice da consciência humana; isto é: recordar aos homens que o seu verdadeiro e pleno progresso consiste em responderem à sua vocação de “participar, como filhos, na vida de Deus vivo, Pai de todos os homens”. Oct. Adv. An. 7: “Ao fazer isto, a nossa finalidade, sem esquecer, por outro lado, os problemas permanentes já tratados pelos nossos Predecessores é chamar a atenção para algumas questões que, pela sua urgência, pela sua amplitude, pela sua complexidade, devem estar no centro das preocupações dos cristãos, para os anos que vão seguir-se, a fim de que, juntamente com os outros homens, eles se apliquem a resolver as novas dificuldades que põem em causa o próprio futuro do homem. Importa saber equacionar os problemas sociais, postos pela economia moderna condições humanas de produção, equidade nas permutas dos bens e na repartição das riquezas, significado das crescentes necessidades de consumo e compartilha das responsabilidades num contexto mais amplo, de civilização nova...”. EM 6, 7, 18: “6. A catequese sobre o mistério eucarístico deve ter em mira gravar no espírito dos fiéis que a celebração da Eucaristia é verdadeiramente o centro de toda a vida cristã, tanto para a Igreja universal como para as comunidades locais dessa mesma Igreja. Pois os demais sacramentos, como aliás todos os mistérios eclesiais e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa e pão vivo, dando vida aos homens, através de sua carne vivificada e vivificante pelo Espírito Santo. Desta forma são os homens convidados e levados a oferecer a si próprios, seus trabalhos e todas as coisas criadas, junto com ele. A comunhão da vida divina e a unidade do povo de Deus, que formam o fundamento da Igreja, são adequadamente simbolizadas e maravilhosamente produzidas pela Eucaristia. Nela se encontra o remate da ação com que Deus santifica o mundo em Cristo e do culto que os homens prestam a Cristo e, por meio dele, ao Pai no Espírito Santo; e a sua celebração contribui do modo mais excelente para que os fiéis exprimam em suas vidas e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a genuína natureza da verdadeira Igreja 7. Pela Eucaristia, a Igreja vive e cresce continuamente. Esta Igreja de Cristo está verdadeiramente presente em todas as legítimas comunidades locais de fiéis, que, unidas com seus Pastores, são também elas, no Novo Testamento, chamadas Igrejas. Estas são, em seu lugar, o povo novo chamado por Deus, no Espírito Santo e em grande plenitude (cf. 1Ts 1,5). Nelas se reúnem os fiéis pela pregação do Evangelho de Cristo. Nelas se celebra o mistério da Ceia do Senhor, a fim de que, comendo e bebendo o Corpo e o Sangue do Senhor, os irmãos se unam intimamente. Em comunidade de altar, unida para o sacrifício, sob o ministério sagrado do bispo ou do sacerdote que faz as vezes de bispo, manifesta-se o símbolo daquela caridade e unidade do corpo místico, sem a qual não pode haver salvação. Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou vivendo na dispersão, está presente Cristo, por cuja virtude se consorcia a Igreja, una, santa, católica e apostólica. Pois a participação do Corpo e Sangue de Cristo não faz outra coisa senão transformar-nos naquilo que tomamos.

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18. Na celebração da Eucaristia, fomente-se o espírito de comunidade de tal forma que cada um sinta-se unido com os irmãos na comunhão da Igreja, seja local seja universal, e até, de certo modo, com todos os homens. Pois, Cristo se oferece no sacrifício da Missa, pela salvação de todo o mundo; a assembléia dos fiéis é figura e sinal da união do gênero humano em Cristo, sua cabeça”. Medellín 9, 12: “A celebração da Eucaristia em pequenos grupos e comunidades de base pode ter verdadeira eficácia pastoral; aos bispos cabe permiti-la, tendo em conta as circunstâncias de cada lugar”. Nota:250 cf. Oct. Adv. An. 46: “...Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, esforçar-se-ão os cristãos solicitados a entrarem na ação política por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho e, dentro de um legítimo pluralismo, por dar um testemunho, pessoal e coletivo, da seriedade da sua fé, mediante um serviço eficaz e desinteressado para com os homens”. NA 5: “Não podemos invocar a Deus como Pai de todos se não consideramos irmãos os seres humanos criados à imagem de Deus. As relações com Deus Pai e com os seres humanos, como irmãos, são inseparáveis, a ponto de a Escritura reconhecer que “quem não ama não conhece Deus” (1Jo 4, 8). Toda teoria ou prática, pois, que sustenta qualquer diferença radical entre as pessoas ou grupos humanos, quanto à dignidade pessoal e aos direitos dela provenientes, é absolutamente destituída de qualquer fundamento. A Igreja rejeita como contrária ao pensamento de Cristo toda discriminação ou perseguição por causa das diferenças de raça, cor, condição ou religião. Seguindo o exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo, o Concílio pede que “nossas relações humanas sejam sempre as melhores” (1Pd 2, 12), vivendo a paz com todos os seres humanos, como verdadeiros filhos do Pai que está nos céus”. Medellín 10, 12; 8, 10; 9, 3.7: “O apostolado leigo terá maior transparência de sinal e maior densidade eclesial quando apóia seu testemunho em equipes ou comunidades de fé, nas quais o Cristo prometeu especialmente estar presente. Deste modo, os leigos cumprirão mais cabalmente sua missão de fazer com que a Igreja aconteça no mundo, na tarefa humana e na história Medellín 8, 10: Para os cristãos, tem particular importância a forma comunitária de vida, como testemunho de amor e de unidade. Não pode, portanto, a catequese limitar-se às dimensões individuais da vida. As comunidades cristãs de base, abertas ao mundo e inseridas nele, têm de ser o fruto da evangelização, assim como sinal que confirma com fatos a Mensagem de Salvação. Nessa catequese comunitária deve-se ter em conta a família, como primeiro ambiente natural onde se desenvolve o cristão. Ela deve ser objeto da ação catequética, para que seja dignificada e se torne capaz de cumprir sua missão. E, ao mesmo tempo, a família, igreja doméstica, se converte em agente eficaz da renovação catequética. Medellín 9, 3.7: 3. A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 7. Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses objetivos, necessário se faz: a) Uma catequese prévia sobre o mistério cristão e sua expressão litúrgica; b) Adaptar-se ao gênio das diversas culturas e encarnar-se nele; c) Acolher, portanto, positivamente a pluralidade na unidade, evitando erigir, a priori, a uniformidade como princípio; d) Manter-se numa situação dinâmica que acompanhe tudo o que houver de são no processo de evolução da humanidade; e) Conduzir a uma experiência vital da união entre a fé, a liturgia e a vida cotidiana, em virtude da qual chegue o cristão ao testemunho de Cristo. Não obstante, a liturgia, que interpela o homem, não pode reduzir-se a mera expressão de uma realidade humana freqüentemente unilateral ou marcada pelo pecado; pelo contrário, ela a considera, conduzindo-a a seu pleno sentido cristão”. Nota:251 cf. ET 38, 39: “Impõe-se, por conseqüência, a necessidade, tanto para as comunidades como para as pessoas que as constituem, de passarem do estado psíquico para o estado que seja verdadeiramente espiritual. O homem novo de que fala S. Paulo, não é, acaso, como que a plenitude eclesial de Cristo e, ao mesmo tempo, a participação de cada um dos cristãos nessa plenitude? Esta orientação fará vossas famílias religiosas o ambiente vital, que desenvolverá o germe de vida divina, enxertado pelo Batismo em cada um de vós, e ao qual a vossa consagração, vivida integralmente, permitirá produzir os seus frutos com a maior abundância.

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39. Ainda que imperfeitos, como todo o cristão, vós intentais, todavia, criar um ambiente apto para favorecer o progresso espiritual de cada um dos seus membros. Como se poderá alcançar este resultado, senão aprofundando no Senhor as vossas relações, mesmo as mais ordinárias, com os vossos irmãos? A caridade não o esqueçamos nunca deve ser uma esperança ativa daquilo que os outros podem vir a ser com a ajuda do nosso amparo fraterno. A marca da sua autenticidade encontra-se naquela simplicidade alegre, com que todos se esforçam por compreender aquilo por que cada um anela. Se alguns religiosos dão a impressão de ter-se deixado apagar pela sua vida de comunidade, a qual deveria pelo contrário ter contribuído para os fazer desabrochar, não será, talvez, falta de aí encontrar aquela simpatia compreensiva que alimenta a esperança? É indubitável que o espírito de grupo, as relações de amizade, a colaboração fraterna num mesmo apostolado, bem como o amparo mútuo proporcionado por uma vida de comunidade, escolhida para servir melhor a Cristo, são outros tantos coadjuvantes preciosos nesta caminhada cotidiana”. EM 18: “Na celebração da Eucaristia, fomente-se o espírito de comunidade de tal forma que cada um sinta-se unido com os irmãos na comunhão da Igreja, seja local seja universal, e até, de certo modo, com todos os homens. Pois, Cristo se oferece no sacrifício da Missa, pela salvação de todo o mundo; a assembléia dos fiéis é figura e sinal da união do gênero humano em Cristo, sua cabeça”. Medellín 6, 9. 13; 9, 3; 15, 6: “9. Segundo a vontade de Deus, os homens devem santificar-se e salvar-se não individualmente, mas constituídos em comunidade. Esta comunidade é convocada e congregada em primeiro lugar pelo anúncio da Palavra de Deus vivo. Entretanto, não se edifica nenhuma comunidade cristã se ela não tiver como raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia, mediante a qual a Igreja continuamente vive e cresce. 13. Procurar a formação do maior número de comunidades eclesiais nas paróquias, especialmente nas zonas rurais ou entre os marginalizados urbanos. Comunidades que se devem basear na Palavra de Deus e realizar-se, o quanto for possível, na celebração eucarística, sempre em comunhão e sob a dependência do bispo. A comunidade se formará na medida em que seus membros adquiram um sentido de pertença (de nós) que os leve a ser solidários numa missão comum, numa participação ativa, consciente e frutificante, na vida litúrgica e na convivência comunitária. Para tanto, é necessário fazê-los viver como comunidade, inculcando-lhes um objetivo comum: alcançar a salvação mediante a vivência da fé e do amor. Medellín 9, 3: “A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão”. Medellín 15, 6: “Com efeito, a Igreja antes de tudo é um mistério de comunhão católica, pois no seio de sua comunidade visível, pela vocação da Palavra de Deus e pela graça de seus sacramentos, particularmente a Eucaristia, todos os homens podem participar fraternalmente da comum dignidade de filhos de Deus (LG 32), e todos também, compartilhar a responsabilidade e o trabalho para realizar a missão comum de dar testemunho do Deus que os salvou e os fez irmãos em Cristo (LG 17)”. Nota:252 cf. GS 25: “Dada a natureza social do homem vê-se que o crescimento da pessoa e o desenvolvimento da sociedade dependem um do outro. O princípio, sujeito e fim de todas as instituições sociais é e deve ser a pessoa, que, entretanto, necessita da vida social para se realizar. Como a vida social não é um aspecto acidental ao ser humano, a relação com os outros, os deveres mútuos de uns para com os outros e o entendimento fraterno fazem-no crescer sob todos os aspectos e correspondem profundamente à realização efetiva de sua vocação. Dentre os laços sociais indispensáveis ao desenvolvimento humano contam, particularmente, a família e a comunidade política, que decorrem diretamente de sua própria natureza humana. Os demais laços dependem da vontade humana. Hoje em dia, pelas causas mais diversas, multiplicam-se a interdependência e a necessidade que os seres humanos têm uns dos outros pelas mais diversas causas. Surgiram inúmeras instituições de direito público e privado. É o fenômeno que recebe o nome de socialização. Apesar dos riscos que pode representar, contribui para confirmar e aumentar a capacidade humana, assegurando a cada um maior respeito a seus direitos. Embora, no cumprimento de sua vocação, inclusive religiosa, as pessoas sejam as mais grandemente beneficiadas pela vida social, não se pode desconhecer que, muitas vezes, as circunstâncias sociais em que se vive desde a infância constituem obstáculo real à prática do bem e incentivo ao mal. As freqüentes perturbações da ordem social provêm em geral das tensões econômicas, políticas e sociais existentes. Sua fonte é, em última análise, a soberba e o egoísmo, que afetam diretamente a esfera social. Em virtude do pecado, o ser humano, que nasce inclinado para o mal, encontra na vida social novos motivos de pecar, impossíveis de serem superados sem o auxílio da graça”. Nota:253

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Medellín 1,2; 2,16; 4,3; 10,2.15,1; 1,3.14; 7,19: “A falta de integração sociocultural, na maioria de nossos países, deu origem à superposição de culturas. No campo econômico implantaram-se sistemas que encaram só as possibilidades dos setores com alto poder aquisitivo. Esta falta de adaptação ao que é próprio e às possibilidades de nossa população origina, por sua vez, uma freqüente instabilidade política e a consolidação de instituições puramente formais. A tudo isso deve-se acrescentar a falta de solidariedade, que provoca, no campo individual e social, a cometer verdadeiros pecados, cuja cristalização aparece evidente nas estruturas injustas que caracterizam a situação da América Latina”. Medellín 2,16: “Se o cristão acredita na fecundidade da paz como meio de chegar à justiça, acredita também que a justiça é uma condição imprescindível para a paz. Não deixa de ver que a América Latina se acha, em muitas partes, em face de uma situação de injustiça que pode ser chamada de violência institucionalizada quando por defeito das estruturas da empresa industrial e agrícola, da economia nacional e internacional, da vida cultural e política populações inteiras, desprovidas do necessário, vivem numa dependência que lhes corta toda iniciativa e responsabilidade, e também toda a possibilidade de promoção cultural e da participação na vida social e política, violando-se assim direitos fundamentais. Esta situação exige transformações globais, audaciosas, urgentes e profundamente renovadoras. Não é de estranhar, portanto, que nasça na América Latina a tentação da violência. Não se deve abusar da paciência de um povo que suporta durante anos uma condição que dificilmente aceitaria os que têm maior consciência dos direitos humanos. Em face de uma situação que atenta tão gravemente contra a dignidade do homem e, portanto, contra a paz, dirigimo-nos, como pastores, a todos os membros do povo cristão, para que assumam sua grave responsabilidade na promoção da paz na América Latina”. Medellín 4, 3: “Existe, em primeiro lugar, o vasto setor dos homens “marginalizados” da cultura, os analfabetos e especialmente os analfabetos indígenas, privados por vezes até do benefício elementar da comunicação por meio de uma língua comum. Sua ignorância é uma escravidão inumana. Sua libertação, uma responsabilidade de todos os homens latino-americanos. Devem ser libertados de seus preconceitos e superstições, de seus complexos e inibições, de seus fanatismos, de sua tendência fatalista, de sua incompreensão temerosa do mundo em que vivem, de sua desconfiança e de sua passividade. A tarefa de educação destes irmãos nossos não consiste propriamente em incorporá-los nas estruturas culturais que existem em torno deles, e que podem ser também opressoras, mas em algo muito mais profundo. Consiste em capacitá-los para que, eles próprios, como autores de seu próprio progresso, desenvolvam, de uma maneira criativa e original, um mundo cultural em acordo com sua própria riqueza e que seja fruto de seus próprios esforços, especialmente no caso dos indígenas devem-se respeitar os valores próprios de sua cultura, sem excluir o diálogo criador com outras culturas”. Medellín 10,2. 15, 1: “Recordemos, mais uma vez, que o momento histórico atual de nossos povos se caracteriza, na ordem social e do ponto de vista objetivo, por uma situação de subdesenvolvimento, revelada por fenômenos maciços de marginalidade, alienação e pobreza, e condicionada, em última instância, por estruturas de dependência econômica, política e cultural em relação às metrópoles industrializadas, que detêm o monopólio da tecnologia e da ciência (neocolonialismo). Do ponto de vista subjetivo, pela tomada de consciência dessa situação, que provoca em amplos setores dos povos latino-americanos atitudes de protesto e aspirações à libertação, ao desenvolvimento e à justiça social. Essa complexa realidade, historicamente, coloca os leigos latino-americanos ante o desafio de um compromisso libertador e humanizador. Em nosso continente, milhões de homens se encontram marginalizados da sociedade e impedidos de alcançar a plena dimensão de seu destino, ou em virtude da existência de estruturas inadequadas e injustas, ou por outros fatores, como o egoísmo e a insensibilidade das classes dirigentes; de outro lado, nossos povos estão tomando consciência da necessidade de desencadear um processo de integração em todos os níveis: desde a integração dos marginalizados nos benefícios da vida social, até a integração econômica e cultural de nossos países”. Medellín 1,3. 14: “3. A Igreja Latino-americana tem uma mensagem para todos os homens que neste continente têm “fome e sede de justiça”. O mesmo Deus que cria o homem à sua imagem e semelhança, cria a “terra e tudo o que nela existe para uso de todos os homens e de todos os povos, de modo que os bens criados possam bastar a todos de maneira mais justa” (GS 69), e lhe dá poder para que solidariamente transforme e aperfeiçoe o mundo. É o mesmo Deus que, na plenitude dos tempos envia seu Filho para que feito carne, venha libertar todos os homens, de todas as escravidões a que o pecado os sujeita: a fome, a miséria, a opressão e a ignorância, numa palavra, a injustiça e o ódio que têm sua origem no egoísmo humano. Por isso, para nossa verdadeira libertação, todos os homens necessitam de profunda conversão para que chegue a nós o “Reino de justiça, de amor e de paz”. A origem de todo desprezo ao homem, de toda injustiça, deve ser procurada no desequilíbrio interior da liberdade humana, que necessita sempre, na história, de um permanente esforço de retificação. A originalidade da mensagem cristã não consiste tanto na afirmação da necessidade de uma mudança de estruturas, quanto na insistência que devemos pôr na conversão do homem, que exige imediatamente esta mudança. Não teremos um continente novo, sem novas e renovadas estruturas, mas sobretudo, não haverá continente novo sem homens novos, que à luz do Evangelho saibam ser verdadeiramente livres e responsáveis.

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14. A II Conferência Episcopal não quer deixar de expressar sua preocupação pastoral pelo amplo setor camponês, que embora compreendido implicitamente em tudo o que foi dito, requer, por suas características especiais, uma atenção imediata. Embora se deva considerar a diversidade de situações e recursos nos diferentes países, não há dúvida de que existe um denominador comum em todas elas: a necessidade de uma promoção humana para as populações camponesas e indígenas. Essa promoção não será viável se não for realizada uma autêntica e urgente reforma das estruturas e da política agrárias. Essa transformação estrutural e suas políticas correspondentes não podem limitar-se a uma simples distribuição de terras. É indispensável fazer um estudo profundo das mesmas sob determinadas condições que legitimam sua ocupação e assegurem seu rendimento, tanto para as famílias camponesas como para sua contribuição à economia do pais. Isso exigirá, além dos aspectos jurídicos e técnicos, cuja responsabilidade não é de nossa competência, a organização dos camponeses em estruturas intermediárias eficazes, principalmente em forma de cooperativas, e estímulo para a criação de centros urbanos nos meios rurais, que permitam o acesso da população camponesa aos bens da cultura, da saúde, do lazer, do desenvolvimento espiritual e de sua participação nas decisões locais e naquelas que incidam sobre a economia e a política nacional. Esta elevação do meio rural contribuirá para o processo necessário de industrialização e para a participação das vantagens de uma civilização urbana”. Medellín 7, 19: “a) Levando-se em conta o importante papel que os artistas e homens de letras estão chamados a desempenhar em nosso continente, especialmente em relação a sua autonomia cultural, como intérpretes naturais de suas angústias e de suas esperanças, como promotores de valores autóctones que configuram a imagem nacional, esta II Conferência Episcopal considera particularmente importante a presença da Igreja nestes ambientes. b) Esta presença deverá revestir-se de um caráter de diálogo, longe de toda preocupação moralizante ou confessional, em atitude de profundo respeito à liberdade criadora, sem detrimento da responsabilidade moral. c) A Igreja latino-americana deve dar ao homem de letras e aos artistas o seu devido lugar, requerendo sua ajuda para a expressão estética de sua palavra litúrgica, de sua música sacra e de seus lugares de culto”. Nota:254 Medellín 9, 3 .7: “3. A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 7. Para que a liturgia possa realizar, em plenitude, esses objetivos, necessário se faz: a) Uma catequese prévia sobre o mistério cristão e sua expressão litúrgica; b) Adaptar-se ao gênio das diversas culturas e encarnar-se nele; c) Acolher, portanto, positivamente a pluralidade na unidade, evitando erigir, a priori, a uniformidade como princípio; d) Manter-se numa situação dinâmica que acompanhe tudo o que houver de são no processo de evolução da humanidade; e) Conduzir a uma experiência vital da união entre a fé, a liturgia e a vida cotidiana, em virtude da qual chegue o cristão ao testemunho de Cristo. Não obstante, a liturgia, que interpela o homem, não pode reduzir-se a mera expressão de uma realidade humana freqüentemente unilateral ou marcada pelo pecado; pelo contrário, ela a considera, conduzindo-a a seu pleno sentido cristão”. Nota:255 cf. 1Cor 11,20-21: “De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado”. Nota:256 cf. PO 5: “Deus, que somente é santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no Povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra Santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à Eucaristia formando um só todo. Na Eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa Páscoa. Pão

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vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso, a Eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à Eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da Eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo Pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-nos igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf Ef 5,19-20). Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a Santíssima Eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso Salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. De Sacra Comm., n.15 Nota:257 cf. AG 9: “A atividade missionária se situa entre a primeira e a segunda vinda do Senhor, quando a Igreja será reunida no reino de Deus como uma colheita, vindo dos quatro cantos da terra. Antes pois que venha o Senhor é preciso pregar o Evangelho a todos os povos. A atividade missionária não é outra coisa, nem mais nem menos do que a manifestação ou epifania do desígnio de Deus e seu cumprimento no mundo, na história, em que Deus, por intermédio da missão, realiza a história da salvação. Cristo, autor da salvação, torna-se presente por intermédio da pregação da palavra e pela celebração dos sacramentos, cujo centro e cume é a Santíssima Eucaristia. Toda verdade e graça já existentes entre os povos. fruto de uma secreta presença divina. a ação missionária liberta do contágio com o maligno, restitui a Cristo, seu autor, destruindo o império do diabo e expulsando para longe a malícia de muitos crimes. Tudo, porém, que haja de bom no coração e no espírito dos seres humanos, na cultura e nos ritos dos povos, não há de perecer, mas, uma vez curado, será elevado e se tornará perfeito para a glória de Deus, confusão do demônio e felicidade de todos os seres humanos. Dessa forma, a atividade missionária tende para a plenitude escatológica: por seu intermédio, até o momento em que o Pai determinou o povo de Deus cresce e se desenvolve, segundo a palavra do profeta: “Aumente o espaço da sua tenda, estende a lona, estique a corda, não se detenha” (Is 54, 2). Cresce assim o corpo místico até que chegue à plenitude de Cristo, templo espiritual em que Deus é adorado em espírito e verdade, constituído e desenvolvido a partir do “fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus”. PO 6: “Como participantes da função de Cristo, cabeça e Pastor, os padres, em nome do bispo, reúnem a família de Deus numa única fraternidade em torno de Deus Pai, no Espírito. Para o cumprimento desta missão e exercício de todas as outras funções, o padre recebe um poder espiritual de edificação da Igreja, que o dispõe a tratar a todos com a maior humanidade, a exemplo do Senhor. Não no sentido de querer sempre agradar a todos, mas levando a admoestá-los como a filhos caríssimos de acordo com as exigências da doutrina e da vida cristã, segundo o que diz o apóstolo: Insiste, oportuna e importunamente, argumenta e corrige, com toda paciência e doutrina (2Tm 4,2). Como educadores na fé, os sacerdotes, pessoalmente ou por meio de outros, cuidem de cada fiel em particular, para que sigam sua vocação própria, segundo o Evangelho. Ensine-os a agir segundo o Espírito Santo, na caridade e na liberdade pela qual Cristo nos libertou. Pouco adiantam as belas cerimônias ou as associações cheias de vida, se não contribuem para o amadurecimento cristão das pessoas. Em vista desse objetivo, será de grande valia para os sacerdotes analisarem os acontecimentos, grandes e pequenos, em que se manifesta a vontade de Deus. Ensinem os fiéis a não viverem exclusivamente em função de si mesmos. Com as graças que recebeu, cada um deve-se colocar a serviço dos outros e cumprir cristãmente seus deveres na sociedade, de acordo com as exigências da caridade. Embora estejam a serviço de todos, os sacerdotes devem se dedicar de modo especial aos pobres e aos mais fracos, com que o Senhor se mostra mais intimamente unido e cuja evangelização é sinal da obra messiânica.

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Cuidem igualmente dos jovens. Também dos casais e dos pais, promovendo grupos de amizade e de ajuda mútua na vida cristã, que muito contribuem para enfrentar com maior facilidade os duros problemas do dia-a-dia. Saibam os padres que os religiosos, homens e mulheres, são o que há de mais nobre na casa do Senhor, com direito a toda atenção, em vista de seu proveito espiritual, para o bem de toda a Igreja. Acima de tudo, assistam os doentes e agonizantes, visitando-os e confortando-os. A função pastoral não se limita aos fiéis na sua individualidade, mas visa à formação da comunidade propriamente dita. O espírito comunitário deve ser alimentado tanto na igreja local como em relação à Igreja universal. A comunidade local não guarde para si os seus fiéis, mas estimule seu espírito missionário, para que se empenhem em abrir para todos os homens o caminho de Cristo. Recomenda-se especial cuidado com os catecúmenos e neófitos que devem ser progressivamente levados a conhecer melhor e a praticar a vida cristã. A comunidade cristã se edifica a partir da Eucaristia, em que fixa suas raízes e apóia sua estrutura. É a base de todo trabalho pedagógico. A celebração Eucarística quando autêntica e plena, leva à prática de todas as obras de caridade, à ação missionária, ao auxílio às missões e a todas as múltiplas formas de testemunho cristão. Sejam verdadeiras mães da comunidade eclesial pela caridade, oração, exemplo e obras de penitência, levando as almas a Cristo. É a forma mais eficaz de preparar o caminho de Cristo e da Igreja, mostrando-o aos que ainda não crêem, de estimular os fiéis e de prepará-los para os combates espirituais. Na edificação da comunidade cristã, os sacerdotes não estejam a serviço de nenhuma ideologia ou partido humanos. Como arautos do Evangelho e pastores da Igreja, trabalhem sempre para o crescimento espiritual do corpo de Cristo”. CD 30,1-2: “Os párocos são os principais cooperadores do bispo. Como pastores, têm a responsabilidade da cura das almas num determinado território da diocese colocado sob sua autoridade. 1) Nesse trabalho exerçam com seus auxiliares as funções de ensinar, santificar e governar, de tal maneira que os fiéis e as comunidades paroquiais se sintam membros tanto da diocese como da Igreja universal. Colaborem com os outros párocos e demais sacerdotes que exercem função no mesmo território, como vigários forâneos e decanos, ou de natureza supra-paroquial, procurando manter a unidade e a eficácia do trabalho diocesano. A cura das almas deve ser sempre alimentada pelo espírito missionário e se estender a todos os habitantes da paróquia. Quando o pároco não pode alcançar determinados grupos, recorra ao auxílio de outros, inclusive leigos, para ajudá-lo no apostolado. Para que a cura das almas seja mais eficaz, recomenda-se fortemente aos sacerdotes a vida comunitária, especialmente aos da mesma paróquia, o que não só favorece o trabalho, como dá aos fiéis exemplo de caridade e de unidade. 2) No exercício da função de magistério, o pároco deve pregar a palavra de Deus a todos os fiéis, para que, enraizados na fé, na esperança e na caridade, cresçam em Cristo e dêem o testemunho de caridade recomendado pelo Senhor. Assegurem igualmente a instrução catequética a todos os fiéis, adaptando a cada idade o conhecimento do mistério da salvação na sua plenitude. Para esse trabalho catequético recorram aos religiosos e também aos leigos, fundando a Confraria da Doutrina Cristã. No exercício da função de santificação, os párocos procurem tornar o sacrifício eucarístico centro e ápice de toda a vida da comunidade cristã. Estimulem os fiéis a se aproximar do alimento espiritual, recebendo devota e freqüentemente os sacramentos e participando de maneira consciente e ativa na liturgia. Lembrem-se da importância que tem para a vida cristã o sacramento da penitência, facilitando aos fiéis serem ouvidos em confissão e recorrendo, se necessário, a sacerdotes que falem diversas línguas. No desempenho das funções pastorais, os párocos procurem antes de tudo conhecer o próprio rebanho. Sendo ministros de todos, promovam o crescimento da vida cristã tanto através das associações, especialmente dedicadas ao apostolado, como, diretamente, através da comunidade paroquial no seu conjunto. Visitem as casas e as escolas conforme as necessidades do exercício de suas funções. Estejam presentes entre os adolescentes e os jovens. Sejam paternalmente caridosos para com os pobres e os doentes. Dêem atenção especial aos operários. Procurem, enfim, a colaboração dos fiéis nas obras de apostolado”. LG 3: “Veio o Filho, enviado pelo Pai que, através dele, nos escolheu desde antes da criação e nos predestinou à adoção filial, pois havia decidido nele ordenar tudo a si (cf. Ef 1, 4-5, 10). Cristo cumpriu a vontade do Pai, inaugurou na terra o reino dos céus, revelou-nos o seu mistério pessoal e realizou a redenção pela obediência. A Igreja, reino de Cristo, desde já misteriosamente presente no mundo, cresce pela força de Deus. Sua origem e desenvolvimento são simbolizados pelo sangue e pela água que jorraram do lado aberto de Jesus crucificado (cf. Jo 19, 34), como foi predito pela palavra do Senhor a respeito de sua morte na cruz: Levantado da terra, atrairei a mim todas as coisas (Jo 12, 32). Todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, em que se imola Cristo, nossa Páscoa (1Cor 5, 7), realiza-se a obra da redenção. Representa-se ao mesmo tempo, e se realiza, pelo sacramento do pão eucarístico, a unidade dos fiéis, que constituem um só corpo em Cristo (cf. 1Cor 10, 17). Todos os homens, aliás, são chamados a esta união com Cristo, que é a luz do mundo, de quem procedemos, por quem vivemos e para quem tendemos”.

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Medellín 6, 9. 13; 9, 3; 15,6: “9. Segundo a vontade de Deus, os homens devem santificar-se e salvar-se não individualmente, mas constituídos em comunidade. Esta comunidade é convocada e congregada em primeiro lugar pelo anúncio da Palavra de Deus vivo. Entretanto, não se edifica nenhuma comunidade cristã se ela não tiver como raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia, mediante a qual a Igreja continuamente vive e cresce. 13. Procurar a formação do maior número de comunidades eclesiais nas paróquias, especialmente nas zonas rurais ou entre os marginalizados urbanos. Comunidades que se devem basear na Palavra de Deus e realizar-se, o quanto for possível, na celebração eucarística, sempre em comunhão e sob a dependência do bispo. A comunidade se formará na medida em que seus membros adquiram um sentido de pertença (de nós) que os leve a ser solidários numa missão comum, numa participação ativa, consciente e frutificante, na vida litúrgica e na convivência comunitária. Para tanto, é necessário fazê-los viver como comunidade, inculcando-lhes um objetivo comum: alcançar a salvação mediante a vivência da fé e do amor”. Medellín 9,3: “A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão”. Medellín 15,6: “Com efeito, a Igreja antes de tudo é um mistério de comunhão católica, pois no seio de sua comunidade visível, pela vocação da Palavra de Deus e pela graça de seus sacramentos, particularmente a Eucaristia, todos os homens podem participar fraternalmente da comum dignidade de filhos de Deus, e todos também, compartilhar a responsabilidade e o trabalho para realizar a missão comum de dar testemunho do Deus que os salvou e os fez irmãos em Cristo (LG 17)”. De Sacra Comm., 3. Nota:258 cf. LG 11: “A índole sagrada e a constituição orgânica da comunidade sacerdotal se efetivam nos sacramentos e na prática cristã. Incorporados à Igreja pelo batismo, os fiéis recebem o caráter que os qualifica para o culto. Por outro lado, renascidos como filhos de Deus, devem professar a fé que receberam de Deus, por intermédio da Igreja. O sacramento da confirmação os vincula ainda mais intimamente à Igreja e lhes confere de modo especial a força do Espírito Santo. Daí a obrigação maior de difundir e defender a fé, pela palavra e pelas obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo. Participando do sacrifício eucarístico, fonte e ápice de toda a vida cristã, os fiéis oferecem a Deus a vítima divina e se oferecem com ela. Juntamente com os ministros, cada um a seu modo, têm todos um papel específico a desempenhar na ação litúrgica, tanto na oblação como na comunhão. Alimentando-se todos com o corpo de Cristo, demonstram de maneira concreta a unidade do povo de Deus, proclamada e realizada pelo sacramento da Eucaristia. Os fiéis que procuram o sacramento da penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que lhe fizeram. Ao mesmo tempo, se reconciliam-se com a Igreja, que ofenderam ao pecar e que contribui para sua conversão pelo amor, pelo exemplo e pelas orações. Pela sagrada unção dos enfermos e pela oração dos sacerdotes, a Igreja inteira recomenda os doentes ao Senhor, para seu alívio e salvação (cf. Tg 5, 14). Exorta-os a se unirem livremente à paixão e à morte de Cristo (cf. Rm 8, 17; Cl 1, 24; 2Tm 2, 11-12; 1Pd 4, 13), dando assim sua contribuição para o bem do povo de Deus. Os fiéis marcados pelo sacramento da ordem são igualmente constituídos, em nome de Cristo, para conduzir a Igreja pela palavra e pela graça de Deus. Finalmente os fiéis se dão o sacramento do matrimônio, manifestação e participação da unidade e do amor fecundo entre Cristo e sua Igreja (cf. Ef 5, 32). Ajudam-se mutuamente a se santificar na vida conjugal, no acolhimento e na educação dos filhos. Contam, por isso, com um dom específico e um lugar próprio ao seu estado de vida, no povo de Deus. A família procede dessa união. Nela nascem os novos membros da sociedade humana que, batizados, se tornarão filhos de Deus pela graça do Espírito Santo e perpetuarão o Povo de Deus através dos séculos. A família é uma espécie de igreja doméstica. Os pais são os primeiros anunciadores da fé e devem cuidar da vocação própria de cada um dos filhos, especialmente da vocação sagrada. Todos os fiéis, de qualquer estado ou condição, de acordo com o caminho que lhes é próprio, são chamados pelo Senhor à perfeição da santidade, que é a própria perfeição de Deus e, por isso, dispõem de tais e de tantos meios”. PO 5: “Deus, que somente é Santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como

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participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra Santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à Eucaristia formando um só todo. Na Eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa Páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso a Eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à Eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da Eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo Pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-se igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Ef 5,19-20). Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a Santíssima Eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso Salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. Nota:259 LG 11: “A índole sagrada e a constituição orgânica da comunidade sacerdotal se efetivam nos sacramentos e na prática cristã. Incorporados à Igreja pelo batismo, os fiéis recebem o caráter que os qualifica para o culto. Por outro lado, renascidos como filhos de Deus, devem professar a fé que receberam de Deus, por intermédio da Igreja. O sacramento da confirmação os vincula ainda mais intimamente à Igreja e lhes confere de modo especial a força do Espírito Santo. Daí a obrigação maior de difundir e defender a fé, pela palavra e pelas obras, como verdadeiras testemunhas de Cristo. Participando do sacrifício eucarístico, fonte e ápice de toda a vida cristã, os fiéis oferecem a Deus a vítima divina e se oferecem com ela. Juntamente com os ministros, cada um a seu modo, têm todos um papel específico a desempenhar na ação litúrgica, tanto na oblação como na comunhão. Alimentando-se todos com o corpo de Cristo, demonstram de maneira concreta a unidade do povo de Deus, proclamada e realizada pelo sacramento da Eucaristia. Os fiéis que procuram o sacramento da penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa que lhe fizeram. Ao mesmo tempo, se reconciliam-se com a Igreja, que ofenderam ao pecar e que contribui para sua conversão pelo amor, pelo exemplo e pelas orações. Pela sagrada unção dos enfermos e pela oração dos sacerdotes, a Igreja inteira recomenda os doentes ao Senhor, para seu alívio e salvação (cf. Tg 5, 14). Exorta-os a se unirem livremente à paixão e à morte de Cristo (cf. Rm 8, 17; Cl 1, 24; 2Tm 2, 11-12; 1Pd 4, 13), dando assim sua contribuição para o bem do povo de Deus. Os fiéis marcados pelo sacramento da ordem são igualmente constituídos, em nome de Cristo, para conduzir a Igreja pela palavra e pela graça de Deus. Finalmente os fiéis se dão o sacramento do matrimônio, manifestação e participação da unidade e do amor fecundo entre Cristo e sua Igreja (cf. Ef 5, 32). Ajudam-se mutuamente a se santificar na vida conjugal, no acolhimento e na educação dos filhos. Contam, por isso, com um dom específico e um lugar próprio ao seu estado de vida, no povo de Deus. A família procede dessa união. Nela nascem os novos membros da sociedade humana que, batizados, se tornarão filhos de Deus pela graça do Espírito Santo e perpetuarão o povo de Deus através dos séculos. A família é uma espécie de igreja doméstica. Os pais são os primeiros anunciadores da fé e devem cuidar da vocação própria de cada um dos filhos, especialmente da vocação sagrada.

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Todos os fiéis, de qualquer estado ou condição, de acordo com o caminho que lhes é próprio, são chamados pelo Senhor à perfeição da santidade, que é a própria perfeição de Deus e, por isso, dispõem de tais e de tantos meios”. Nota:260 cf. PO 5, 14: “Deus, que somente é Santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares a serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra Santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à Eucaristia formando um só todo. Na Eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa Páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso a Eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à Eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da Eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo Pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-nos igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Ef 5,19-20). Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a Santíssima Eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso Salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo. 14. No mundo de hoje há tanta coisa a fazer e tantos são os problemas a resolver com rapidez, que ninguém pode se ocupar com tudo sem se atrapalhar. Os padres, no meio das múltiplas obrigações de ofício e tendo que atender a tantas coisas diferentes, tornam-se freqüentemente ansiosos, com dificuldade para levar uma vida interior razoável, no meio de tão diversas atividades, dentro de certa harmonia e unidade. Essa unidade não resulta nem unicamente da organização do ministério, nem tampouco dos simples exercícios de piedade. Só se alcança quando se procura exercer o ministério de acordo com o exemplo do Cristo Senhor que, para cumprir perfeitamente o seu trabalho, tinha como alimento fazer a vontade daquele que o enviou. Na realidade, é através de sua Igreja, pelo trabalho de seus ministros, que Cristo cumpre, no mundo, a vontade do Pai, que é, de fato, a fonte de unidade para a vida sacerdotal. Para alcançar essa unidade de vida, os padres devem se unir a Cristo no reconhecimento da vontade do Pai e na generosidade do dom de si mesmos ao rebanho que lhes é confiado. Dessa forma, agindo como o Bom Pastor, encontram no próprio exercício da caridade pastoral o caminho da perfeição sacerdotal que os leva à unidade entre a vida e a ação. A caridade pastoral provém, principalmente, do sacrifício eucarístico, centro e raiz de toda a vida do padre, que deve procurar viver o que faz no altar. Mas isso só é possível se os sacerdotes penetrarem a fundo no mistério da oração de Cristo. Na prática, os padres devem examinar se cada uma de suas iniciativas é realmente querida por Deus, verificando se correspondem às normas evangélicas da missão da Igreja. Não se pode separar a fidelidade a Cristo da fidelidade à Igreja. A caridade pastoral exige que os padres não trabalhem em vão, mas sempre em comunhão com os bispos e com os demais sacerdotes. Assim fazendo, os padres encontrarão sua unidade de vida na unidade da própria missão da Igreja, unindo-se a seu Senhor e, por ele, ao Pai, no Espírito Santo, para que sejam plenamente confortados, na maior alegria”.

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AG 39, 19, 15, 16: “39. Os padres representam a pessoa de Cristo e são cooperadores dos bispos na tríplice missão da Igreja. Saibam pois que sua vida é dedicada inteiramente à missão. Seu ministério, especialmente na Eucaristia, que confere perfeição à Igreja, os coloca em comunhão com Cristo cabeça e leva as pessoas a participarem dessa mesma comunhão. Não podem pois deixar de se dar conta de quanto falta ainda para se chegar à plenitude do corpo e, por conseguinte, de quanto se deve ainda fazer nesse sentido. Seu trabalho pastoral deve ser pensado de forma que seja útil à dilatação do Evangelho entre os não-cristãos. No trabalho pastoral os sacerdotes procurarão despertar e alimentar nos fiéis o zelo pela evangelização do mundo. Na catequese e na pregação os devem instruir a respeito da missão da Igreja de anunciar o Evangelho a todos os povos. Esclareçam as famílias do que significa ter vocações missionárias entre seus próprios filhos e filhas. Alimentem o ardor missionário entre os jovens estudantes e participantes de outros movimentos de juventude, para que muitos deles abracem com entusiasmo o anúncio do Evangelho. Ensinem os fiéis a rezarem pelas missões e a não se envergonharem de pedir esmolas para as missões, a exemplo de Cristo, que se fez mendigo, em vista da salvação das almas. Nos seminários e nas universidades os professores mostrem aos alunos a verdadeira situação do mundo e da Igreja e a necessidade imperiosa da evangelização dos não-cristãos, para lhes alimentar o zelo. No ensino das disciplinas dogmáticas, bíblicas, morais e históricas, evidenciem os aspectos missionários, para ir formando, desde então, sua consciência missionária. 19. A implantação da obra da Igreja num determinado grupo humano alcança uma primeira etapa quando a comunidade dos fiéis, já minimamente entrosada com a vida social local, começa a desfrutar de uma certa estabilidade e de maior firmeza. Contando com sacerdotes, religiosos e leigos provenientes deste mesmo grupo humano, ainda que não em número suficiente, mostra-se capaz de desempenhar os ministérios e de dar continuidade às instituições indispensáveis à vida e ao crescimento do povo de Deus, sob a direção do bispo. Nessas novas igrejas a vida do povo de Deus deve ir amadurecendo sob todos os aspectos, na linha da renovação proposta pelo Concílio. Ao tomar consciência de sua fé, os grupos de fiéis, se tornam verdadeiras comunidades de fé e de culto, no amor fraterno. Os leigos, por sua atividade civil e apostólica, empenham-se, na sociedade, em favor da justiça e da prática da caridade. Os meios de comunicação passam a ser devidamente utilizados. A vida familiar, inspirada pelo Evangelho, torna-se foco de apostolado leigo e sementeira de vocações sacerdotais e religiosas. A prática da catequese educa a fé. A liturgia, celebrada de acordo com a maneira de sentir do povo e de acordo com a norma canônica, leva a se constituírem tradições e costumes locais. Juntamente com seu presbitério, em comunhão com a Igreja universal, procurem os bispos desenvolver cada vez mais o espírito de Cristo e da Igreja. As novas igrejas, unindo-se ao resto da Igreja, contribuam para enriquecê-la e fazê-la crescer, proporcionando-lhe elementos de sua própria tradição e cultura que passam a fazer parte da corrente de vida que anima o corpo místico. Daí que é preciso valorizar os elementos teológicos, psicológicos e humanos que favoreçam e fortaleçam os vínculos com a Igreja universal. Tais igrejas, situadas freqüentemente nas regiões mais pobres da terra, sofrem muito com a falta de sacerdotes e com a escassez de recursos materiais. Precisam pois de uma constante ação missionária da Igreja universal para poderem amadurecer mais rápido. Ação que se faz igualmente necessária junto a igrejas mais antigas, que se encontram em estado de regressão ou de grande debilidade. No entanto, estas igrejas, devem organizar uma pastoral adequada para que as vocações tanto sacerdotais como religiosas aumentem em número e em qualidade e sejam melhor cultivadas de tal sorte que vão-se tornando auto-suficientes e capazes de ajudar a outras igrejas. 15. Por intermédio das sementes da Palavra e pela pregação do Evangelho, o Espírito Santo chama a Cristo todos os seres humanos, desperta-lhes no coração a atitude de fé, gera nas fontes batismais, para uma nova vida, os que crêem em Cristo, reúne-os em um só povo de Deus como “raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus” (1Pd 2, 9). Como cooperadores de Deus os missionários devem suscitar grupos de fiéis que caminhem de maneira digna da vocação a que foram chamados (cf Ef 4,1) e exerçam os papéis sacerdotal, profético e régio, que lhes foram atribuídos por Deus. Dessa forma a comunidade cristã se torna sinal da presença de Deus no mundo. No sacrifício eucarístico, está em contato incessante com o Pai, por intermédio de Cristo. Alimentada constantemente pela palavra de Deus, dá testemunho de Cristo e caminha na caridade e no ardor apostólico, segundo o Espírito. Desde o início a comunidade eclesial deve ser formada de tal maneira que possa suprir às suas próprias necessidades. A comunidade dos fiéis, dotada com a riqueza cultural do povo a que pertence, deve estar profundamente radicada nesse povo. As famílias devem ser portadoras do espírito evangélico; as escolas, mantidas por pessoas capazes; estabeleçam-se associações e grupos por intermédio dos quais os leigos possam imbuir do espírito evangélico toda a sociedade; que reine finalmente um espírito de caridade entre os católicos de ritos diversos. Cultive-se o espírito ecumênico entre os neófitos. Que encarem como irmãos em Cristo todos os discípulos de Cristo, regenerados pelo batismo e participantes dos muitos bens do povo de Deus. Na medida em que as circunstâncias religiosas o permitam, promovam-se atividades ecumênicas em comum, excluindo-se toda espécie de indiferentismo, confusão ou falsa emulação. Cooperando uns com os outros na ação social, nas

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áreas técnicas, culturais e religiosas, dá-se a todos testemunho da fé em Deus e em Jesus Cristo. A colaboração dos católicos obedeça às normas ditadas no decreto sobre o ecumenismo. Tenha-se em vista, antes de tudo, a Cristo, Nosso Senhor. Que seu nome nos reúna a todos! Não se trata de uma colaboração entre indivíduos apenas, mas deve se chegar, sob orientação do bispo, a uma colaboração entre igrejas e entre comunidades eclesiais. Ao se reunirem na Igreja, “os fiéis não se diferenciam das outras pessoas nem pelo governo a que estão sujeitos, nem pela língua, nem pelas instituições políticas”. Vivem por isso para Deus e para Cristo, segundo as maneiras de ser e os costumes honestos de seu próprio povo. Como bons cidadãos, cultivam o amor da pátria, verdadeiro e eficaz, mas evitam absolutamente o nacionalismo exacerbado e o desprezo de outras raças, empenhados que estão na promoção do amor universal para com todos os seres humanos. Na obtenção de tais objetivos, desempenham papel primordial os leigos, isto é, os fiéis que, tendo sido incorporados a Cristo pelo batismo, vivem contudo no mundo. Imbuídos do Espírito de Cristo, compete-lhes especificamente, como o fermento na massa, animar por dentro as realidades temporais e ordená-las de tal forma que se desenrolem sempre segundo o pensamento e a vontade de Cristo. Não basta, porém, que a comunidade cristã esteja presente e seja organizada num determinado povo, como também não basta o apostolado do exemplo. Está presente e se organiza para anunciar Cristo aos concidadãos não-cristãos, pela palavra e pela ação, tudo fazendo para que o recebam da melhor forma possível. A implantação e o crescimento da Igreja requerem grande diversidade de ministérios. A ação divina os suscita na comunidade, mas devem ser reconhecidos e cultivados com diligência. Dentre estes, contam-se o sacerdócio e o diaconato, o ministério dos catequistas e a ação católica. Também os religiosos e religiosas são chamados a trabalhar para o enraizamento e conseqüente desenvolvimento, nas almas, do reino de Cristo, tanto pela oração como pela ação e demais obras indispensáveis. 16. Cheia de alegria, a Igreja agradece a Deus o dom inestimável da vocação sacerdotal concedido a inúmeros jovens, de populações recentemente convertidas a Cristo. A Igreja está tanto melhor implantada em qualquer comunidade humana quanto os ministros da salvação, bispos, padres, diáconos e irmãos coadjuvantes provêm dessa mesma comunidade e na medida em que a estrutura diocesana vai podendo se desenvolver, com o aumento do clero local. Observe-se tudo quanto o Concílio determinou a respeito da vocação e da formação sacerdotais. nas Igrejas recentemente implantadas ou por implantar. Acima de tudo é importante levar em conta o que concerne à estreita relação existente entre a formação espiritual, doutrinária e pastoral e a vida, inspirada no Evangelho, acima de toda consideração de ordem material ou familiar, favorecendo o desenvolvimento da percepção cada vez mais profunda do mistério da Igreja. Convençam-se os formandos de que devem-se consagrar inteiramente ao serviço do corpo de Cristo e do Evangelho, unidos aos respectivos bispos, como seus fiéis cooperadores e mantendo um relacionamento fraterno com todos os demais confrades. É o objetivo a que visa, em última análise, toda a formação, feita à luz do mistério da salvação, tal como está consignado nas Escrituras. Presente na liturgia, o mistério de Cristo e da salvação humana deve também estar presente na vida. As exigências comuns, pastorais e práticas da formação sacerdotal, de acordo com as determinações do Concílio devem se articular com a maneira de pensar e de agir de cada povo. Sejam os alunos preparados para considerar sem preconceitos, conhecer com precisão e julgar criteriosamente a cultura do povo em que atuam. O estudo da filosofia e da teologia deve levar a compreender melhor as relações das tradições e religiões pátrias com a religião cristã. A formação sacerdotal deve focalizar as necessidades pastorais de cada religião. Deve-se estudar a história, os objetivos e os métodos missionários da Igreja e a situação social, econômica e cultural do povo. Toda formação deve ser feita numa perspectiva ecumênica e os alunos devem ser preparados para o diálogo fraterno com os não-cristãos. Tudo isso requer que os estudos de preparação para o sacerdócio sejam feitos em cada país, no seio de cada povo. Contudo também não se descure da formação para a administração tanto eclesiástica como econômica. Que alguns sacerdotes, depois de um certo tirocínio pastoral, sejam escolhidos para continuar os estudos superiores em universidades estrangeiras, principalmente em Roma, ou em outros institutos especializados. Com isso as igrejas recém-implantadas irão se preparando aos poucos para o desempenho das tarefas eclesiásticas mais árduas, podendo contar quanto antes com especialistas devidamente formados. Onde for oportuno, de acordo com o parecer da conferência episcopal, restaure-se o diaconato como estado permanente de vida, segundo as normas da Constituição Conciliar sobre a Igreja. A exemplo dos apóstolos, convém impor as mãos e ordenar os homens que já exercem um ministério de caráter diaconal: pregam a palavra de Deus, como catequistas ou como dirigentes, em nome do pároco e do bispo, de comunidades disseminadas por regiões mais distantes ou que ainda praticam o ministério da caridade por intermédio de obras sociais e de beneficência. Dessa forma ficarão vinculados mais estreitamente ao altar e poderão usufruir da graça do diaconato, para o exercício mais eficaz de seu ministério”. Nota:261 cf. PO 2,5: “2. O Senhor Jesus, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo (Jo 10, 36) tornou todo o seu corpo místico participante da unção com que foi ungido: assim, unidos a ele, todos os fiéis formam um único

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sacerdócio régio e santo, oferecem hóstias espirituais a Deus, por Jesus Cristo, e proclamam aquele que os chamou das trevas para sua extraordinária luz. Não há nenhum membro que não participe da missão do corpo: todos devem santificar Jesus em seu coração, e dar testemunho dele, em espírito de profecia. Para que os fiéis se reunam num corpo único, cujos membros não têm todos a mesma função (Rm 12, 4) o mesmo Senhor estabeleceu, na sociedade formada pelos fiéis, alguns ministros, dotados do poder de ordem, isto é, capazes de oferecer sacrifício e perdoar pecados, desempenhando publicamente o ofício sacerdotal, em favor dos homens e em nome de Cristo. Tendo enviado os apóstolos, como ele mesmo fora enviado pelo Pai, Cristo, através dos apóstolos, estabeleceu os bispos, sucessores de sua consagração e de sua missão. Estes, por sua vez, atribuíram uma participação subordinada de seu ministério aos padres, os quais, pela ordenação, tornam-se cooperadores dos bispos no cumprimento da missão a eles confiada pelos apóstolos. A função dos padres, em união com a ordem episcopal, os torna, pois, participantes da autoridade com que Jesus Cristo constitui seu corpo, santifica-o e o governa. Por isso, o sacerdócio dos padres, ou presbiterato, supõe os sacramentos da iniciação cristã, e é conferido por um sacramento específico. Ao receber a unção do Espírito Santo, os presbíteros são marcados com um caráter especial, que os configura a Cristo sacerdote e os faculta agir em lugar de Cristo cabeça. Aos padres, como participantes da missão dos apóstolos, servidores do Evangelho, é dada por Deus a graça de serem ministros de Cristo Jesus junto a todos os povos, para que o culto prestado a Deus por todos seja aceito e santificado pelo Espírito Santo. Pelo anúncio apostólico do Evangelho o povo de Deus é convocado e reunido, de tal maneira que todos os que pertencem a esse povo, santificados pelo Espírito Santo, ofereçam-se como hóstias vivas, santas e agradáveis a Deus (Rm 12, 1). Pelo ministério sacerdotal, o sacrifício espiritual dos fiéis se realiza em união com o sacrifício de Cristo, mediador único, que pela mão dos sacerdotes, em nome de toda a Igreja, é oferecido incruenta e sacramentalmente na Eucaristia, até que o Senhor venha. Para tanto tende e nisto se completa o ministério dos padres: começa com o anúncio do Evangelho, tira toda sua força e vigor do sacrifício de Cristo, e visa a que todos os que foram salvos, isto é, a comunhão e a sociedade dos santos, ofereça a Deus um sacrifício universal, pelo sumo sacerdote, no qual ele se dá por nós na paixão, a fim de que nos tornemos corpo de tão eminente cabeça. O objetivo do ministério e da vida dos padres é a promoção da glória de Deus em Cristo, a qual consiste em que os seres humanos acolham consciente e livremente, com gratidão, a obra de Deus realizada em Cristo, e a manifestem em toda a sua vida. Os padres contribuem para a glória de Deus e para a promoção da vida divina entre os seres humanos, quando se dedicam à oração e à adoração, quando pregam, quando oferecem o sacrifício ou administram os sacramentos ou, ainda, quando exercem qualquer ministério em favor do povo. Tudo promana de Cristo, em seu mistério pascal, e se orienta para sua vinda gloriosa, quando entregará o reino a Deus, o Pai (cf 1 Cor 15,24). 5. Deus, que somente é Santo e santificador, quis colocar humildes associados e auxiliares serviço da obra de santificação. Nesse sentido, os sacerdotes são consagrados a Deus, por ministério do bispo, como participantes, a título especial, do sacerdócio de Cristo, para que atuem, nas celebrações sagradas, como ministros daquele que exerce incessantemente, por nós, na liturgia, seu papel sacerdotal, no Espírito. Os sacerdotes introduzem os seres humanos, pelo batismo, no povo de Deus. Reconciliam os pecadores pelo sacramento da penitência. Aliviam os doentes com a unção. Oferecem na missa, sacramentalmente, o sacrifício de Cristo. Desde os tempos primitivos, como mostra Santo Inácio, mártir, os padres estão associados ao bispo em todos os sacramentos e o representam de diversas maneiras em cada uma das assembléias de fiéis. Os sacramentos, todos os ministérios eclesiásticos e todas as obras apostólicas estão ordenados à Eucaristia formando um só todo. Na Eucaristia reside todo o bem espiritual da Igreja, que é Cristo, nossa Páscoa. Pão vivo, em sua carne, vivificada e vivificante, no Espírito Santo, é fonte de vida para os homens, convidados a se unirem a ele, com todos os seus sofrimentos e toda a criação, num único oferecimento. Por isso a Eucaristia é fonte e cume de toda a evangelização. Os catecúmenos são progressivamente admitidos à Eucaristia, enquanto os fiéis batizados e confirmados, pela recepção da Eucaristia, se inserem cada vez mais profundamente no corpo de Cristo. A assembléia eucarística, presidida pelo padre, é o centro de todas as reuniões de fiéis. Os sacerdotes ensinam o povo a oferecer a Deus Pai a vítima divina no sacrifício da missa, em união com sua própria vida. No espírito de Cristo Pastor, os sacerdotes procurarão levar os fiéis contritos a submeterem seus pecados ao sacramento da penitência, para melhor se converterem ao Senhor, recordando-se de sua palavra: Façam penitência, aproxima-se o reino dos céus (Mt 4, 17). Habituem-se igualmente a participar da liturgia sagrada, para se iniciarem na oração e se exercitarem a praticar, em toda a vida, de maneira cada vez mais perfeita, o espírito de oração, segundo as graças e necessidades de cada um. Orientem todos a viver segundo as exigências do seu estado, estimulando os mais perfeitos à prática dos conselhos evangélicos. Ensinem os fiéis a cantarem ao Senhor, em seu coração, hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças a Deus Pai por tudo, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (cf Ef 5,19-20).

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Os louvores e ações de graça da celebração eucarística se prolonguem pelas diversas horas do dia através da recitação do ofício divino, que os padres devem dizer em nome da Igreja, do seu povo, e de todos os seres humanos. Para consolo e satisfação dos fiéis a casa de oração, em que se celebra e se guarda a Santíssima Eucaristia, deve ser objeto de respeito e veneração, pois é o lugar da reunião dos fiéis e da presença do Filho de Deus, nosso Salvador, que se oferece no altar por nós. Ela deve estar sempre limpa e ser reservada à oração e às celebrações solenes, pois, nesse lugar, pastores e fiéis são convidados a corresponder ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde incessantemente a vida em seu corpo. Cultivem os sacerdotes a ciência e arte litúrgicas, para que seu ministério junto às comunidades que lhe são confiadas seja cada dia mais perfeito no louvor a Deus Pai, Filho e Espírito Santo”. Nota:262 cf. Immensae caritatis, 29.01.1973, n. 1,I e II: “É dada aos Ordinários dos lugares a faculdade de permitirem que pessoas idôneas, individualmente escolhidas, possam, na qualidade de ministros extraordinários, em circunstâncias singulares (ad actum), ou por um período de tempo determinado, ou ainda de modo permanente, onde se apresentar a necessidade disso, alimentar-se por si próprias com o Pão Eucarístico, distribuí-lo aos demais fiéis e mesmo levá-lo aos doentes que se acham retidos em casa, quando: a) faltem o sacerdote, o diácono ou o acólito, para o fazer; b) os mesmos se achem impedidos de distribuir a Sagrada Comunhão, por motivo de outras ocupações do ministério pastoral, por doença, ou por causa da idade avançada; c) o número dos fiéis que desejam receber a Sagrada Comunhão é tão elevado que obrigaria a prolongar excessivamente o tempo da celebração da Missa, ou o da distribuição da Sagrada Comunhão, fora da Missa. Os mesmos Ordinários dos lugares gozam da faculdade de permitir a cada um dos sacerdotes no exercício do sagrado ministério o poder de delegar uma pessoa idônea, a qual, nos casos de verdadeira necessidade, ad nuctum, distribua a Sagrada Comunhão. Ministeria quaedam, n.31: Carta Apostólica sob a forma de Motu Próprio com a qual é reformada a disciplina da primeira tonsura das ordens menores e do subdiaconato na Igreja Latina, 15 de agosto, 1972, p.12. De Sacra Comm., n.17. Nota:263 AG 9: “A atividade missionária se situa entre a primeira e a segunda vinda do Senhor, quando a Igreja será reunida no reino de Deus como uma colheita, vindo dos quatro cantos da terra. Antes pois que venha o Senhor é preciso pregar o Evangelho a todos os povos. A atividade missionária não é outra coisa, nem mais nem menos do que a manifestação ou epifania do desígnio de Deus e seu cumprimento no mundo, na história, em que Deus, por intermédio da missão, realiza a história da salvação. Cristo, autor da salvação, torna-se presente por intermédio da pregação da palavra e pela celebração dos sacramentos, cujo centro e cume é a Santíssima Eucaristia. Toda verdade e graça já existentes entre os povos. fruto de uma secreta presença divina. a ação missionária liberta do contágio com o maligno, restitui a Cristo, seu autor, destruindo o império do diabo e expulsando para longe a malícia de muitos crimes. Tudo, porém, que haja de bom no coração e no espírito dos seres humanos, na cultura e nos ritos dos povos, não há de perecer, mas, uma vez curado, será elevado e se tornará perfeito para a glória de Deus, confusão do demônio e felicidade de todos os seres humanos. Dessa forma, a atividade missionária tende para a plenitude escatológica: por seu intermédio, até o momento em que o Pai determinou o povo de Deus cresce e se desenvolve, segundo a palavra do profeta: “Aumente o espaço da sua tenda, estende a lona, estique a corda, não se detenha” (Is 54, 2). Cresce assim o corpo místico até que chegue à plenitude de Cristo, templo espiritual em que Deus é adorado em espírito e verdade, constituído e desenvolvido a partir do “fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus”. PO 6: “Como participantes da função de Cristo, cabeça e Pastor, os padres, em nome do bispo, reúnem a família de Deus numa única fraternidade em torno de Deus Pai, no Espírito. Para o cumprimento desta missão e exercício de todas as outras funções, o padre recebe um poder espiritual de edificação da Igreja, que o dispõe a tratar a todos com a maior humanidade, a exemplo do Senhor. Não no sentido de querer sempre agradar a todos, mas levando a admoestá-los como a filhos caríssimos de acordo com as exigências da doutrina e da vida cristã, segundo o que diz o apóstolo: Insiste, oportuna e importunamente, argumenta e corrige, com toda paciência e doutrina (2 Tm 4,2). Como educadores na fé, os sacerdotes, pessoalmente ou por meio de outros, cuidem de cada fiel em particular, para que sigam sua vocação própria, segundo o Evangelho. Ensine-os a agir segundo o Espírito Santo, na caridade e na liberdade pela qual Cristo nos libertou. Pouco adiantam as belas cerimônias ou as associações cheias de vida, se não contribuem para o amadurecimento cristão das pessoas. Em vista desse objetivo, será de grande valia para os sacerdotes analisarem os acontecimentos, grandes e pequenos, em que se manifesta a vontade de Deus. Ensinem os fiéis a não viverem exclusivamente em função de si mesmos. Com as graças que recebeu, cada um deve-se colocar a serviço dos outros e cumprir cristãmente seus deveres na sociedade, de acordo com as exigências da caridade. Embora estejam a serviço de todos, os sacerdotes devem se dedicar de modo especial aos pobres e aos mais fracos, com que o Senhor se mostra mais intimamente unido e cuja evangelização é sinal da obra messiânica.

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Cuidem igualmente dos jovens. Também dos casais e dos pais, promovendo grupos de amizade e de ajuda mútua na vida cristã, que muito contribuem para enfrentar com maior facilidade os duros problemas do dia-a-dia. Saibam os padres que os religiosos, homens e mulheres, são o que há de mais nobre na casa do Senhor, com direito a toda atenção, em vista de seu proveito espiritual, para o bem de toda a Igreja. Acima de tudo, assistam os doentes e agonizantes, visitando-os e confortando-os. A função pastoral não se limita aos fiéis na sua individualidade, mas visa à formação da comunidade propriamente dita. O espírito comunitário deve ser alimentado tanto na igreja local como em relação à Igreja universal. A comunidade local não guarde para si os seus fiéis, mas estimule seu espírito missionário, para que se empenhem em abrir para todos os homens o caminho de Cristo. Recomenda-se especial cuidado com os catecúmenos e neófitos que devem ser progressivamente levados a conhecer melhor e a praticar a vida cristã. A comunidade cristã se edifica a partir da Eucaristia, em que fixa suas raízes e apóia sua estrutura. É a base de todo trabalho pedagógico. A celebração eucarística quando autêntica e plena, leva à prática de todas as obras de caridade, à ação missionária, ao auxílio às missões e a todas as múltiplas formas de testemunho cristão. Sejam verdadeiras mães da comunidade eclesial pela caridade, oração, exemplo e obras de penitência, levando as almas a Cristo. É a forma mais eficaz de preparar o caminho de Cristo e da Igreja, mostrando-o aos que ainda não crêem, de estimular os fiéis e de prepará-los para os combates espirituais. Na edificação da comunidade cristã, os sacerdotes não estejam a serviço de nenhuma ideologia ou partido humanos. Como arautos do Evangelho e pastores da Igreja, trabalhem sempre para o crescimento espiritual do corpo de Cristo”. CD 30: “Os párocos são os principais cooperadores do bispo. Como pastores, têm a responsabilidade da cura das almas num determinado território da diocese colocado sob sua autoridade. 1) Nesse trabalho exerçam com seus auxiliares as funções de ensinar, santificar e governar, de tal maneira que os fiéis e as comunidades paroquiais se sintam membros tanto da diocese como da Igreja universal. Colaborem com os outros párocos e demais sacerdotes que exercem função no mesmo território, como vigários forâneos e decanos, ou de natureza supra-paroquial, procurando manter a unidade e a eficácia do trabalho diocesano. A cura das almas deve ser sempre alimentada pelo espírito missionário e se estender a todos os habitantes da paróquia. Quando o pároco não pode alcançar determinados grupos, recorra ao auxílio de outros, inclusive leigos, para ajudá-lo no apostolado. Para que a cura das almas seja mais eficaz, recomenda-se fortemente aos sacerdotes a vida comunitária, especialmente aos da mesma paróquia, o que não só favorece o trabalho, como dá aos fiéis exemplo de caridade e de unidade. 2) No exercício da função de magistério, o pároco deve pregar a palavra de Deus a todos os fiéis, para que, enraizados na fé, na esperança e na caridade, cresçam em Cristo e dêem o testemunho de caridade recomendado pelo Senhor. Assegurem igualmente a instrução catequética a todos os fiéis, adaptando a cada idade o conhecimento do mistério da salvação na sua plenitude. Para esse trabalho catequético recorram aos religiosos e também aos leigos, fundando a Confraria da Doutrina Cristã. No exercício da função de santificação, os párocos procurem tornar o sacrifício eucarístico centro e ápice de toda a vida da comunidade cristã. Estimulem os fiéis a se aproximar do alimento espiritual, recebendo devota e freqüentemente os sacramentos e participando de maneira consciente e ativa na liturgia. Lembrem-se da importância que tem para a vida cristã o sacramento da penitência, facilitando aos fiéis serem ouvidos em confissão e recorrendo, se necessário, a sacerdotes que falem diversas línguas. No desempenho das funções pastorais, os párocos procurem antes de tudo conhecer o próprio rebanho. Sendo ministros de todos, promovam o crescimento da vida cristã tanto através das associações, especialmente dedicadas ao apostolado, como, diretamente, através da comunidade paroquial no seu conjunto. Visitem as casas e as escolas conforme as necessidades do exercício de suas funções. Estejam presentes entre os adolescentes e os jovens. Sejam paternalmente caridosos para com os pobres e os doentes. Dêem atenção especial aos operários. Procurem, enfim, a colaboração dos fiéis nas obras de apostolado”. Nota:264 cf. ET 48: “Reunidos em nome do Senhor as vossas comunidades têm, de per si, como centro a Eucaristia, sacramento de amor, sinal de unidade e vínculo de caridade. É normal, pois, que elas se achem congregadas visivelmente em torno de um oratório, onde a presença da Sagrada Eucaristia exprime e ao mesmo tempo realiza aquilo que deve ser a principal missão de toda e qualquer família religiosa, como aliás de toda e qualquer assembléia cristã. A Eucaristia, pela qual não cessamos de anunciar a morte e a ressurreição do Senhor e de preparar-nos para a sua nova vinda gloriosa, faz-vos vir constantemente à lembrança os sofrimentos físicos e morais, pelos quais Cristo oprimido e que no entanto tinha aceitado livremente, até à agonia e à morte na Cruz. Que as provações que ides encontrar sejam para vós a ocasião de levar, juntamente com o Senhor, e oferecer ao Pai, tantas desgraças e sofrimentos injustos, que atingem os nossos irmãos e às quais só o sacrifício de Cristo pode dar, na fé, um significado”. EM 50: “Lembrem-se os fiéis, quando veneram o Cristo presente no Sacramento, de que esta presença deriva do Sacrifício e leva à comunhão a um tempo sacramental espiritual.

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A devoção que leva os fiéis a se prostrarem perante a Santíssima Eucaristia convida-os a participar plenamente do mistério pascal e a corresponder com gratidão ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde continuamente a vida divina nos membros de seu Corpo. Permanecendo junto de Cristo Senhor, eles gozam de íntima familiaridade com ele, abrem seu coração perante ele, e rezam por si mesmos e por todos os seus, pela paz e salvação do mundo. Oferecendo junto com Cristo toda a sua vida ao Pai no Espírito Santo, conseguem desta admirável permuta aumento de fé, de esperança e de caridade. Assim, alimentam aquelas retas disposições para celebrar, com a conveniente devoção, o memorial do Senhor e para receber freqüentemente este Pão que nos é dado pelo Pai. Procurem, pois, os fiéis venerar a Cristo Senhor no sacramento, conforme o estado de sua vida. Os Pastores, porém, os conduzam para isso com seu exemplo e os exortem com palavras”. De Sacra Comm., n.80. Nota:265 cf. De Sacra Comm., n. 3, 4 e 79; EM, n.58: “A Igreja recomenda, com carinho, a devoção ao Santíssimo Sacramento do altar, tanto privada como pública, também fora da Missa, segundo as normas estabelecidas pela autoridade legítima e esta Instrução, visto que o Sacrifício Eucarístico é a fonte e o cume de toda a vida cristã. Na disposição de tais piedosos e sagrados exercícios, devem ser tomadas em consideração as normas que o Concílio Vaticano II estabeleceu sobre a relação entre a Liturgia e outras ações sagradas que não pertencem à mesma. De modo peculiar, seja observada a norma que determinou: considerando os tempos litúrgicos, estes exercícios devem ser organizados de tal maneira que condigam com a sagrada Liturgia, dela de alguma forma derivem, para ela encaminhem o povo, pois que ela, por sua natureza, em muito os supera”. Nota:266 cf. PO 6: “Como participantes da função de Cristo, cabeça e Pastor, os padres, em nome do bispo, reúnem a família de Deus numa única fraternidade em torno de Deus Pai, no Espírito. Para o cumprimento desta missão e exercício de todas as outras funções, o padre recebe um poder espiritual de edificação da Igreja, que o dispõe a tratar a todos com a maior humanidade, a exemplo do Senhor. Não no sentido de querer sempre agradar a todos, mas levando a admoestá-los como a filhos caríssimos de acordo com as exigências da doutrina e da vida cristã , segundo o que diz o apóstolo: Insiste, oportuna e inoportunamente, argumenta e corrige, com toda paciência e doutrina (2 Tm 4,2). Como educadores na fé, os sacerdotes, pessoalmente ou por meio de outros, cuidem de cada fiel em particular, para que sigam sua vocação própria, segundo o Evangelho. Ensine-os a agir segundo o Espírito Santo, na caridade e na liberdade pela qual Cristo nos libertou. Pouco adiantam as belas cerimônias ou as associações cheias de vida, se não contribuem para o amadurecimento cristão das pessoas. Em vista desse objetivo, será de grande valia para os sacerdotes analisarem os acontecimentos, grandes e pequenos, em que se manifesta a vontade de Deus. Ensinem os fiéis a não viverem exclusivamente em função de si mesmos. Com as graças que recebeu, cada um deve-se colocar a serviço dos outros e cumprir cristãmente seus deveres na sociedade, de acordo com as exigências da caridade. Embora estejam a serviço de todos, os sacerdotes devem se dedicar de modo especial aos pobres e aos mais fracos, com que o Senhor se mostra mais intimamente unido e cuja evangelização é sinal da obra messiânica. Cuidem igualmente dos jovens. Também dos casais e dos pais, promovendo grupos de amizade e de ajuda mútua na vida cristã, que muito contribuem para enfrentar com maior facilidade os duros problemas do dia a dia. Saibam os padres que os religiosos, homens e mulheres, são o que há de mais nobre na casa do Senhor, com direito a toda atenção, em vista de seu proveito espiritual, para o bem de toda a Igreja. Acima de tudo, assistam os doentes e agonizantes, visitando-os e confortando-os. A função pastoral não se limita aos fiéis na sua individualidade, mas visa à formação da comunidade propriamente dita. O espírito comunitário deve ser alimentado tanto na igreja local como em relação à Igreja universal. A comunidade local não guarde para si os seus fiéis, mas estimule seu espírito missionário, para que se empenhem em abrir para todos os homens o caminho de Cristo. Recomenda-se especial cuidado com os catecúmenos e neófitos que devem ser progressivamente levados a conhecer melhor e a praticar a vida cristã. A comunidade cristã se edifica a partir da Eucaristia, em que fixa suas raízes e apóia sua estrutura. É a base de todo trabalho pedagógico. A celebração eucarística quando autêntica e plena, leva à prática de todas as obras de caridade, à ação missionária, ao auxílio às missões e a todas as múltiplas formas de testemunho cristão. Sejam verdadeiras mães da comunidade eclesial pela caridade, oração, exemplo e obras de penitência, levando as almas a Cristo. É a forma mais eficaz de preparar o caminho de Cristo e da Igreja, mostrando-o aos que ainda não crêem, de estimular os fiéis e de prepará-los para os combates espirituais. Na edificação da comunidade cristã, os sacerdotes não estejam a serviço de nenhuma ideologia ou partido humanos. Como arautos do Evangelho e pastores da Igreja, trabalhem sempre para o crescimento espiritual do corpo de Cristo”. GS 41, 43: “41. Hoje em dia todos procuram desenvolver plenamente sua pessoa, estabelecer e afirmar claramente seus direitos. Encarregada de manifestar o mistério de Deus, último fim do ser humano, a Igreja o ajuda a esclarecer o sentido da própria existência, e lhe revela sua mais íntima verdade.

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De fato, a Igreja sabe que somente Deus, a quem serve, satisfaz aos mais profundos desejos do coração humano, que as coisas da terra jamais hão de saciar. Sabe também que, sob ação do Espírito de Deus, o ser humano não será jamais completamente indiferente ao problema religioso, como o demonstra não apenas a experiência dos séculos passados, mas inúmeros testemunhos contemporâneos. Sempre se desejou saber, ainda que de maneira confusa, qual o sentido da vida, da atividade no mundo e da morte. A própria presença da Igreja coloca tais problemas. Só Deus, que fez o ser humano à sua imagem e o resgatou do pecado dá resposta plenamente satisfatória a essas questões, pelo seu Filho feito homem. Quem segue a Cristo, homem perfeito, torna-se cada vez mais humano. A fé permite que a Igreja coloque a dignidade da natureza humana acima de toda discussão entre os que tendem por um lado a exaltar o corpo, e, por outro, a desprezá-lo. Nenhuma lei preserva tão bem a dignidade e a liberdade humanas como o Evangelho de Cristo, confiado à Igreja. O Evangelho anuncia e proclama a liberdade dos filhos de Deus, rejeitando toda servidão decorrente, em última análise, do pecado, leva ao respeito sagrado da consciência e da liberdade, induz a colocar a serviço de Deus e em favor dos outros todos os talentos humanos, recomendando a todos, acima de tudo, o amor. É esta, a lei fundamental da economia cristã. Deus é, ao mesmo tempo, Criador e Salvador, Senhor da história humana e da história da salvação. A autonomia da criatura, especialmente dos seres humanos, e sua dignidade, não só são preservadas, como restituídas e confirmadas, na esfera própria das coisas divinas. Baseada, pois, no Evangelho que lhe foi confiado, a Igreja proclama os direitos humanos. Reconhece e dá todo valor ao empenho com que eles são hoje promovidos, em todas as partes do mundo. Mas esse movimento precisa estar imbuído do espírito do Evangelho, para não cair numa espécie de falsa autonomia. Há sempre a tentação de considerar que os direitos pessoais só se preservariam sem a lei divina, o que constituiria perigoso desconhecimento da verdadeira dignidade humana. 43. O Concílio exorta os fiéis, cidadãos de uma e de outra cidade a se deixarem conduzir pelo espírito do Evangelho e, ao mesmo tempo, a cumprir fielmente seus deveres terrestres. Afastam-se da verdade todos aqueles que, sabendo que não temos aqui morada permanente, mas buscamos a futura, julgam poder negligenciar suas obrigações temporais, pensando não lhes estar sujeitos por causa da fé, segundo a vocação a que cada um foi chamado. Não é menor o erro daqueles que, pelo contrário, julgam poder mergulhar nos negócios terrenos independentemente das exigências da religião, pensando que esta se limita a determinados atos de culto e ao fiel cumprimento de certos preceitos morais. Esta divisão entre a fé professada e a vida cotidiana de muitos é um dos mais graves erros do nosso tempo. Os profetas, no Antigo Testamento, já o condenavam como um escândalo (cf Is 58,1-12) e Jesus Cristo, no Novo Testamento, o ameaça com pesadas penas (cf Mt 23,3-23; Mc 7,10-13). Evite-se a perniciosa oposição entre as atividades profissionais e sociais, de um lado, e as religiosas, de outro. O cristão que não cumpre suas obrigações temporais, falta a seus deveres para com o próximo e para com Deus e põe em risco a sua salvação eterna. Alegrem-se, ao contrário, os cristãos que, seguindo o exemplo de Cristo, que trabalhou como operário, exercem todas as suas atividades unificando os esforços humanos, domésticos, profissionais, científicos e técnicos numa síntese vital com os bens religiosos, sob cuja direção tudo se orienta para a glória de Deus. Competem aos leigos, embora sem exclusividade, os deveres e as atividades seculares. Agindo como cidadãos do mundo, individual ou coletivamente, observarão as normas de cada disciplina e procurarão adquirir verdadeira competência nos setores em que atuam. Trabalharão em cooperação com os demais, na busca dos mesmos objetivos. Imbuídos de fé e lhe reconhecendo claramente as exigências, tomarão e procurarão levar a bom termo as iniciativas que se fizerem necessárias. A lei divina se aplica às realidades temporais através dos leigos, agindo de acordo com sua consciência, devidamente formada. Mas os leigos devem contar com as luzes e a força espiritual dos sacerdotes. Não pensem, porém, que seus pastores sejam peritos ou tenham respostas prontas e soluções concretas para todas as questões que possam surgir. Não é esta a sua missão. Seu papel específico é contribuir com as luzes da sabedoria cristã, fiéis à doutrina do magistério. Em geral, as soluções se apresentarão como decorrência da visão cristã em determinadas circunstâncias. Muitas vezes acontece que outros cristãos, igualmente sinceros, pensarem de maneira diversa. Mesmo que a solução proposta por uma das partes decorra, aos olhos da maioria, dos mais autênticos princípios evangélicos, não pode pretender a exclusividade, em nome da autoridade da Igreja. Todos devem se empenhar num diálogo de esclarecimento recíproco, segundo as exigências da caridade e do bem comum. Os leigos que têm responsabilidade na Igreja, estão obrigados a agir, no mundo, de acordo com o espírito cristão, sendo, entre os seres humanos, testemunhas de Cristo. Bispos encarregados de governar a Igreja de Deus e sacerdotes, preguem de tal forma a mensagem de Cristo que todas as atividades temporais dos fiéis sejam iluminadas pelo Evangelho. Os pastores devem estar conscientes de que seu modo de viver o dia a dia é responsável pela imagem que se tem da Igreja e da opinião que se forma a respeito da verdade e da força da mensagem cristã. Pela vida e pela palavra, juntamente com os religiosos e com os fiéis, mostrem que a Igreja, com todos os seus dons, pela sua simples presença, é fonte inexaurível das virtudes de que o mundo de hoje tanto precisa. Dediquem-se aos estudos, para se tornarem capazes de dialogar com pessoas das mais variadas opiniões, tendo no coração o que diz o Concílio: A humanidade é hoje cada vez mais una, do ponto de vista civil,

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econômico e social. É preciso pois que os sacerdotes atuem em conjunto, sob a direção dos bispos e do papa, evitando toda a dispersão de forças, para conduzir a humanidade à unidade da família de Deus. Graças ao Espírito Santo a Igreja se manterá sempre como esposa fiel a seu Senhor e nunca deixará de ser, no mundo, sinal da salvação. Isto não quer dizer que entre os seus membros, não tenha havido muitos, através dos séculos, que foram infiéis ao Espírito de Deus, tanto clérigos como leigos. Ainda hoje a Igreja não ignora a distância que existe entre a mensagem que anuncia e a fraqueza humana daqueles a quem foi confiado o Evangelho. Devemos tomar conhecimento de tudo que a história registra a respeito dessas infidelidades e condená-las vigorosamente, para que não constituam obstáculo à difusão do Evangelho. Mas a Igreja tem consciência de quanto a experiência da história contribui para amadurecer suas relações com o mundo. Conduzida pelo Espírito Santo, a Igreja, como mãe, exorta seus filhos a se purificarem e a se renovarem, para que o sinal de Cristo brilhe cada vez mais na face da Igreja”. EM 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. Medellín 9, 3-4: “3. A liturgia, momento em que a Igreja é mais perfeitamente ela mesma, realiza, indissoluvelmente unidas, a comunhão com Deus e entre os homens, e de tal modo que aquela é a razão desta. Busca-se, antes de tudo, o louvor da glória da graça, é consciente, também, que todos os homens precisam da glória de Deus para serem verdadeiramente homens. E por isso mesmo o gesto litúrgico não é autêntico se não implica um compromisso de caridade, um esforço sempre renovado por ter os sentimentos de Cristo Jesus, e para uma contínua conversão. A instituição divina da liturgia jamais pode ser considerada como um adorno contingente da vida eclesial, já que nenhuma comunidade cristã se edifica se não tem sua raiz na celebração da Santíssima Eucaristia, pela qual se inicia toda a educação do espírito da comunidade. Esta celebração, para ser sincera e plena, deve conduzir tanto às várias obras de caridade e mútua ajuda, como à ação missionária e às várias formas de testemunho cristão. 4. No momento atual de nossa América Latina, como em todos os tempos, a celebração litúrgica comporta e coroa um compromisso com a realidade humana, com o desenvolvimento e com a promoção, precisamente porque toda a criação está envolvida pelo desígnio salvador que abrange a totalidade do homem”. Nota:267 cf. EM 50: “Lembrem-se os fiéis, quando veneram o Cristo presente no Sacramento, de que esta presença deriva do Sacrifício e leva à comunhão a um tempo sacramental espiritual. A devoção que leva os fiéis a se prostrarem perante a santíssima Eucaristia convida-os a participar plenamente do mistério pascal e a corresponder com gratidão ao dom daquele que, por sua humanidade, infunde continuamente a vida divina nos membros de seu Corpo. Permanecendo junto de Cristo Senhor, eles gozam de íntima familiaridade com ele, abrem seu coração perante ele, e rezam por si mesmos e por todos os seus, pela paz e salvação do mundo. Oferecendo junto com Cristo toda a sua vida ao Pai no Espírito Santo, conseguem desta admirável permuta aumento de fé, de esperança e de caridade. Assim, alimentam aquelas retas disposições para celebrar, com a conveniente devoção, o memorial do Senhor e para receber freqüentemente este Pão que nos é dado pelo Pai. Procurem, pois, os fiéis venerar a Cristo Senhor no sacramento, conforme o estado de sua vida. Os Pastores, porém, os conduzam para isso com seu exemplo e os exortem com palavras”. ET 35: “Na medida, portanto, em que vós desempenhais funções externas, é necessário que aprendais a fazer a passagem dessas atividades para a vida recolhida, na qual as vossas almas se retemperam. Se realizardes verdadeiramente a obra de Deus, por vós mesmos advertireis a necessidade de tempos de retiro, que, juntamente com os vossos irmãos e as vossas irmãs em religião, transformareis em tempos de plenitude. Dadas as excessivas ocupações e tensões da vida moderna, convém dar uma particular importância, para além do ritmo cotidiano da oração, a esses momentos mais prolongados de intimidade com Deus, que devem estar diversamente distribuídos pelos vários períodos, segundo as possibilidades e a natureza das vossas vocações. Depois, se de acordo com as vossas constituições, as casas a que pertenceis praticam a hospitalidade fraterna, em ampla escala, tocará a vós regular-lhe a freqüência e o estilo, de modo a evitar qualquer vã agitação e a facilitar aos vossos hóspedes a união íntima com Deus”. Nota:268 Euch. Myst., 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”.

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cf. EM 60: “A exposição da Santíssima Eucaristia, quer com a âmbula quer com o ostensório, conduz a mente dos fiéis a reconhecer nela a admirável presença de Cristo e convida à comunhão espiritual com ele. Por isso, alimenta excelentemente o culto devido a Cristo em espírito e verdade. É preciso prestar atenção a que, em tais exposições, apareça com clareza, por meio de sinais, o culto do Santíssimo Sacramento em sua relação com a Missa. Portanto, quando se trata de uma exposição mais solene e prolongada, convém que se faça no fim da Missa na qual se consagra a hóstia que deve ser exposta. Esta Missa termina com Bendigamos ao Senhor e sem benção. No adorno da exposição, evite-se cuidadosamente tudo o que possa ofuscar o desejo de Cristo, que instituiu a Santíssima Eucaristia principalmente para estar à nossa disposição como alimento, remédio e alívio”. Nota:269 cf. PP 13: “Mas, de futuro, as iniciativas locais e individuais não bastam. A situação presente do mundo exige uma ação de conjunto a partir de uma visão clara de todos os aspectos econômicos, sociais, culturais. Conhecedora da humanidade, a Igreja, sem pretender de modo algum imiscuir-se na política dos Estados, tem apenas um fim em vista: continuar, sob o impulso do Espírito consolador, a obra própria de Cristo vindo ao mundo para dar testemunho da verdade, para salvar, não para condenar, para servir, não para ser servido. Fundada para estabelecer já neste mundo o reino do céu e não para conquistar um poder terrestre, a Igreja afirma claramente que os dois domínios são distintos, como são soberanos os dois poderes, eclesiástico e civil, cada um na sua ordem. Porém, vivendo na história deve estar atenta aos sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho. Comungando nas melhores aspirações dos homens e sofrendo de os ver insatisfeitos, deseja ajudá-los a alcançar o pleno desenvolvimento e, por isso, propõe-lhes o que possui como próprio: uma visão global do homem e da humanidade”. Nota:270 De Sacra Comm, n. 81; EM, n. 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. Nota:271 cf. Jo 13, 19: “Digo isso agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, vocês acreditem que Eu Sou”. PC 5: “Lembrem-se os religiosos, em primeiro lugar, que corresponderam à vocação divina pela profissão dos conselhos evangélicos. Além de mortos para o pecado (cf. Rm 6, 11), renunciaram ao mundo a fim de viver exclusivamente para Deus. Consagram toda sua vida ao seu serviço por uma consagração especial, radicada na consagração batismal, de que é expressão plena. Por ter a Igreja acolhido sua consagração, estão igualmente a serviço da Igreja. O serviço divino constitui, para eles, estímulo e exigência para crescer na prática das virtudes, especialmente da humildade, da obediência, da força e da castidade, por intermédio das quais participam da humilhação de Cristo (cf. Fl 2, 7-8) e, ao mesmo tempo, de sua vida no Espírito (cf. Rm 8, 1-13). Fiéis, pois, à sua profissão, os religiosos deixam tudo por causa de Cristo (cf. Mc 10, 28), seguem-no (cf. Mt 19, 21) como único necessário (cf. Lc 10, 42) e lhe ouvem as palavras (cf. Lc 10, 39), preocupando-se somente com o que é dele (cf. 1Cor 7, 32). Buscando, pois antes de tudo a Deus, os religiosos devem-se consagrar à contemplação, que os faz aderir a Deus com amor apostólico, com a mente e com o coração, associando-se à obra da redenção e se esforçando por dilatar o reino de Deus”. ES 21: “ Nota:272 EM 13: “Os fiéis devem conservar, em seus costumes e em sua vida, o que receberam na celebração eucarística pela fé e pelo sacramento. Procurem, pois, passar toda a sua vida, com alegria e, na força do alimento celestial, participando da morte e ressurreição do Senhor. Por isso, depois de participar na Missa, cada um seja solícito em cumprir obras boas e em agradar a Deus e em comportar-se devidamente, dedicando à Igreja, executando o que aprendeu e progredindo na piedade, propondo-se impregnar o mundo de espírito cristão, e ainda de ser testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana. De fato, não se edifica nenhuma comunidade cristã, se ela não tiver por raiz e centro a celebração da Santíssima Eucaristia. Por ela há de iniciar-se, pois, toda a educação do espírito comunitário”. Nota:273 SC 37: “A Igreja não pretende impor a uniformidade litúrgica. Mostra-se flexível diante de tudo que não esteja vinculado necessariamente à fé e ao bem de toda a comunidade. Interessa-lhe manter e incentivar as riquezas e os dons das diversas nações e povos. Tudo, pois, que não estiver ligado indissoluvelmente a erros ou superstições deve ser levado em consideração, conservado e até promovido, podendo mesmo, em certos casos, ser assimilado pela liturgia, desde que esteja em harmonia com o modo de ser e o verdadeiro espírito litúrgico”. Nota:274

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SC 37-38: “37. A Igreja não pretende impor a uniformidade litúrgica. Mostra-se flexível diante de tudo que não esteja vinculado necessariamente à fé e ao bem de toda a comunidade. Interessa-lhe manter e incentivar as riquezas e os dons das diversas nações e povos. Tudo, pois, que não estiver ligado indissoluvelmente a erros ou superstições deve ser levado em consideração, conservado e até promovido, podendo mesmo, em certos casos, ser assimilado pela liturgia, desde que esteja em harmonia com o modo de ser e o verdadeiro espírito litúrgico. 38. Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”. Nota:275 SC 41: “O bispo deve ser considerado como sumo sacerdote, de seu rebanho, em que deriva e, de certa maneira, depende, a vida dos seus fiéis, em Cristo. Todos devem dar a máxima importância à vida litúrgica da diocese, em torno do bispo, nas catedrais. Estejam persuadidos de que a principal manifestação da Igreja é a participação plena e ativa de todo o povo de Deus nessas celebrações litúrgicas, especialmente na mesma Eucaristia, na mesma oração e em torno do mesmo altar, sob a presidência do bispo, cercado de seu presbitério e de seus ministros”. LG 26: “O bispo possui a plenitude do sacramento da ordem. É chamado administrador da graça do sacerdócio supremo especialmente quando oferece ou cuida que seja oferecida a Eucaristia, que alimenta e faz crescer continuamente a Igreja. São Igreja de Cristo todas as comunidades legítimas de fiéis, espalhadas por toda a parte, em torno de seus respectivos pastores. No Novo Testamento, merecem o nome de Igrejas. Lá onde estão, são, em plenitude, o novo povo chamado por Deus, no Espírito Santo (cf. 1Ts 1, 5). Os fiéis se reúnem em igrejas pela pregação do Evangelho de Cristo e celebram o mistério da ceia do Senhor de maneira que a fraternidade de todos se concretize pela comida e pela bebida do corpo do Senhor. No altar de cada comunidade, reunida pelo santo ministério do bispo, oferece-se o símbolo da caridade e da unidade do corpo místico, sem as quais não pode haver salvação. Tendo consigo a Igreja una, santa, católica e apostólica, Cristo está presente em todas essas comunidades, por pequenas e pobres que sejam, mesmo quando vivem no isolamento, pois a participação no corpo e no sangue de Cristo nos transforma naquilo que tomamos. Toda celebração legítima da Eucaristia é dirigida pelo bispo, a quem foi confiado o culto da religião cristã, que deve ser prestado a Deus, administrado conforme os preceitos do Senhor e as leis da Igreja, segundo as determinações do bispo, em sua diocese. Os bispos difundem a plenitude da santidade de Cristo de maneira variada e abundante, quando oram e trabalham para o povo. Comunicam aos fiéis a força de Deus, que salva, pelo ministério da palavra (cf. Rm 1, 16). Santificam os fiéis pelos sacramentos, cuja distribuição regular e frutuosa devem dispor segundo sua autoridade. Devem estabelecer as normas para o batismo, que dá participação no sacerdócio régio de Cristo. São os ministros ordinários da confirmação, os dispensadores das ordens sagradas e os moderadores da disciplina penitencial. Devem exortar e instruir o povo para que participe com fé e respeito da liturgia, especialmente do sagrado sacrifício da missa. Devem finalmente dar exemplo de vida aos que são por ele presididos, afastando-se de todo mal, convertendo-se ao bem, graças ao auxílio do Senhor, para que alcancem a vida eterna, juntamente com seu rebanho”. Nota:276 cf. SC 40, 63, 65, 77, 78, 79: “40. Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência. 3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto. 63. Na maioria das vezes é importante que o povo entenda o que se diz na administração dos sacramentos e dos sacramentais, devendo-se pois ampliar o uso do vernáculo, de acordo com as seguintes normas: a) Na administração dos sacramentos e dos sacramentais, pode-se empregar o vernáculo, de acordo com o artigo 36 desta constituição; b) prevejam-se ritos particulares, adaptados às necessidades de cada região, inclusive no que diz respeito à língua, numa nova edição do ritual romano, a ser preparada pela autoridade territorial competente, de acordo com o artigo 22§2, desta constituição, aprovada pela Sé Apostólica e aplicada na região em questão. Nesses novos rituais ou coleções de ritos, constem as instruções do Ritual Romano referentes aos aspectos pastorais, às rubricas e à importância social de cada rito. 65. Nas regiões de missão, especialmente de tradição cristã, pode-se admitir elementos de iniciação próprios de cada povo, desde que possam se articular com o rito cristão, de acordo com os artigos 37- 40 desta constituição. 77. O rito do matrimônio atualmente constante no ritual deve ser revisto e enriquecido de maneira a expressar melhor a graça do sacramento e a realçar os deveres dos cônjuges.

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O Concílio deseja vivamente que se mantenham de fato os costumes louváveis de cada lugar na celebração do sacramento do matrimônio. A autoridade territorial competente, de acordo com o artigo 22 § 2 e com o artigo 63 desta constituição tem a faculdade de estabelecer um rito próprio para o matrimônio, em consonância com os usos e costumes locais de cada povo, desde que se mantenha a exigência da presença de um sacerdote, que receba o consentimento dos nubentes. 78. O matrimônio seja habitualmente celebrado na missa, depois da leitura do Evangelho e da homilia, antes da oração dos fiéis. A oração pela esposa pode ser dita em língua vernácula, depois de corrigida no sentido de acentuar o dever recíproco de fidelidade. Quando se celebrar fora da missa, leia-se antes a epístola e o Evangelho da missa pelos esposos e, em todos os casos, seja dada a bênção nupcial. 79. A reforma dos sacramentais obedeça aos princípios gerais de participação fácil, consciente e ativa dos fiéis, atendendo às necessidades próprias do nosso tempo. Na revisão dos rituais, conforme o artigo 63, podem ser introduzidos novos sacramentais, em vista das necessidades atuais. As bênçãos reservadas sejam reduzidas ao mínimo, e sempre em favor dos bispos ou dos que gozam de autoridade, segundo o direito. Sejam previstos sacramentais que, ao menos em circunstâncias especiais, possam ser administrados por leigos, dotados das qualidades indispensáveis para tanto”. Nota:277 IGMR, n.60: “O presbítero, que na sociedade dos fiéis tem o poder sagrado da Ordem para oferecer o sacrifício em nome de Cristo, também está à frente da assembléia reunida, preside à sua oração, anuncia-lhe a mensagem da salvação, associa a si o povo no oferecimento do sacrifício a Deus Pai pelo Cristo no Espírito Santo, dá aos seus irmãos o pão da vida eterna e participa com eles do mesmo alimento. Portanto, quando celebra a Eucaristia, ele deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma presença viva do Cristo”. Nota:278 I Apol. cap. 67: “Depois dessa primeira iniciação, recordamos constantemente entre nós essas coisas e aqueles de nós que possuem alguma coisa, socorrem todos os necessitados e sempre nos ajudamos mutuamente. Por tudo o que comemos, bendizemos sempre ao Criador de todas as coisas, por meio de seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo. No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se lêem, enquanto o tempo o permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo o povo exclama, dizendo: Amém. Vem depois a distribuição e participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos. Os que possuem alguma coisa e queiram, cada um conforme a sua livre vontade, dá o que bem lhe parece, e o que foi recolhido se entrega ao presidente. Ele o distribui a órfãos e viúvas, aos que por necessidade ou outra causa estão necessitados, aos que estão nas prisões, aos forasteiros de passagem, numa palavra, ele se torna o provisor de todos os que se encontram em necessidade. Celebramos essa reunião geral no dia do sol, porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e também o dia em que Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos. Com efeito, sabe-se que o crucificaram um dia antes do dia de Saturno e no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do Sol, ele apareceu a seus apóstolos e discípulos, e nos ensinou essas mesmas doutrinas que estamos expondo para vosso exame”. cf. Didaqué, cap.10: “Depois de saciados, agradeçam deste modo: Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo Nome, que fizeste habitar em nossos corações, e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste por meio do teu servo Jesus. A ti a glória para sempre. Tu, Senhor Todo-poderoso, criaste todas as coisas por causa do teu Nome, e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais, e uma vida eterna por meio do teu servo. Antes de tudo, nós te agradecemos porque és poderoso. A ti a glória para sempre. Lembra-te, Senhor, da tua Igreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre. Que a tua graça venha, e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Quem é fiel, venha; quem não é fiel, converta-se. Maranatá. Amém. Deixem os profetas agradecer à vontade”. Nota:279 IGMR, n.170: “As partes que são proferidas por todos os concelebrantes, quando forem recitadas, não sejam ditas em voz tão baixa de tal modo que se ouça claramente a voz do celebrante principal. Dessa forma o povo entenderá mais facilmente os textos”. Nota:280 cf. 1Cor, 12,27: “Ora, vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar”. Ef 1,22-23: “De fato, Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e o colocou acima de todas as coisas, como Cabeça da Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas”.

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Cl 1,18-24: “Ele é também a Cabeça do corpo, que é a Igreja. Ele é o Princípio, o primeiro daqueles que ressuscitam dos mortos, para em tudo ter a primazia. Porque Deus, a Plenitude total, quis nele habitar, para, por meio dele, reconciliar consigo todas as coisas, tanto as terrestres como as celestes, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz. Antigamente vocês eram estrangeiros e inimigos de Deus, por causa das obras más que praticavam e pensavam. Agora, porém, com a morte que Cristo sofreu em seu corpo mortal, Deus reconciliou vocês, para torná-los santos, sem mancha e sem reprovação diante dele. Isso tudo, sob a condição de que vocês permaneçam alicerçados e firmes na fé, sem se deixarem afastar da esperança no Evangelho que vocês ouviram, e que foi anunciado a toda criatura que vive debaixo do céu. Eu, Paulo, me tornei ministro desse Evangelho. Agora eu me alegro de sofrer por vocês, pois vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja”. Nota:281 cf. Diretório das missas com crianças, n.47: “Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus. Entre estes elementos estão as monições que precedem as leituras e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a Missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura pode-se narrar algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas. Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa”. Nota:282 cf. Diretório das missas com crianças, n.12: “Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento, a catequese da Missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial, conduzindo-as a uma participação ativa, consciente e genuína. Esta catequese, “bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam a significação da Missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja''; isto se refere, principalmente, aos textos da própria Prece Eucarística e às aclamações, por meio das quais as crianças dela participam. Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a Eucaristia, mas também como poderão nela participar ativamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade”. Nota:283 cf. Diretório das missas com crianças, n.13: “Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide-se, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didática”. Nota:284 cf. Diretório das missas com crianças, n.16: “Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se Missas paroquiais de que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto a elas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas Missas participam as crianças junto com seus pais e outros parentes, fomenta-se grandemente o espírito cristão da família. As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar da Missa, podem ser apresentadas ao final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois que, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as tenham entretido durante a Missa, em lugar separado”. Nota:285 cf. Diretório das missas com crianças, n.10: “A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças. Pela consciência do dever livremente aceito no batismo de seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradativamente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da Missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico. Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças dos valores humanos acima referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças”. Nota:286

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cf. Rito de inic. cristã de adultos, n. 43: “O padrinho, escolhido pelo catecúmeno por seu exemplo, qualidades e amizades, e delegado pela comunidade cristã local com a aprovação do sacerdote, acompanha o candidato no dia da eleição, na celebração dos sacramentos e no tempo da mistagogia. É seu dever ensinar familiarmente ao catecúmeno como praticar o Evangelho em sua vida particular e social, auxiliá-lo nas dúvidas e inquietações, dar-lhe testemunho cristão e velar pelo progresso de sua vida batismal. Já designado antes da eleição, a partir desse dia exerce publicamente sua função, dando testemunho acerca do candidato diante da comunidade. Sua função é igualmente importante quando o neófito, tendo recebido os sacramentos, precisa de auxílio para manter-se fiel às promessas do Batismo”. Nota:287 SC 38, 40, 44: “38. Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas. 40. Como, porém, em certos lugares ou circunstâncias se requer uma modificação mais profunda da liturgia e, portanto, mais difícil, fica estabelecido que: 1) O assunto seja levado quanto antes à autoridade competente, de acordo com o art. 22 § 2, que decidirá com prontidão e prudência o que se pode e é oportuno admitir no culto divino, em continuidade com as tradições e a índole de cada povo. Peça-se então à Sé Apostólica autorização para introdução das adaptações julgadas úteis e necessárias. 2) Para que a adaptação seja feita com a devida prudência, a Sé Apostólica dará poderes à autoridade territorial competente para que, conforme o caso, permita e oriente sua introdução em determinados grupos julgados aptos, a título de experiência. 3) Como a aplicação das leis litúrgicas sobre as adaptações encontra especiais dificuldades nas missões, deve-se formar, o quanto antes, peritos nesse assunto. 44. A autoridade territorial eclesiástica competente, de acordo com o art. 22 § 2, deve constituir uma comissão litúrgica que conte com o auxílio de pessoas qualificadas em ciência litúrgica, música, arte sacra e pastoral. A comissão procurará manter um instituto de pastoral litúrgica, que inclua leigos especialistas nessas matérias. Compete à mesma comissão, sob a autoridade eclesiástica territorial acima mencionada, conduzir a pastoral litúrgica em sua área e promover os estudos e as experiências necessárias, sempre que se tratar de propor adaptações à Sé Apostólica”. Nota:288 Cf. S. Congregação para o Clero, Diretório Catequético Geral, n. 5: “A civilização chamada científica, técnica, industrial e urbana não raro distrai a atenção dos homens das realidades divinas e lhes torna mais difícil a solicitude interna para a vida religiosa. Para não poucos, Deus parece menos presente, menos necessário, e menos válido para a explicação das realidades da vida pessoal e social. Daqui se origina com facilidade uma crise religiosa (cf. GS, 5, 7). A fé cristã, como também as outras confissões religiosas, sente essa crise em seus seguidores. É, por isso, seu urgente dever mostrar a sua verdadeira natureza, que transcende todo progresso cultural, e manifestar a sua originalidade diante das culturas secularizadas e dessacralizadas. Compete ao ministério da palavra descobrir e purificar de elementos impuros e desenvolver os valores autênticos que se encontram no patrimônio espiritual daquelas culturas humanas nas quais o sentido religioso ainda permanece vivo e operante, impregnando intimamente toda a existência humana. No passado as opiniões errôneas e os erros acerca da fé e da vida cristã atingiam geralmente um número mais reduzido de homens e, mais do que hoje, limitavam-se a grupos intelectuais. Agora, porém, o progresso humano e os instrumentos de comunicação social fazem com que tais opiniões sejam difundidas com maior rapidez e exerçam uma influência cada vez mais ampla sobre os fiéis, principalmente os jovens, sujeitos a graves crimes e que não raro são levados a assumir modos de agir e de pensar contrários à religião. Esta situação está a exigir remédios pastorais adequados”. Nota:289 cf. Conc. Vat. II, Const. sobre a S. Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 33: “Embora vise principalmente ao culto da divina majestade, a liturgia contém muitos elementos de instrução para o povo (cf Concílio de Trento sess. XXII). Na liturgia, Deus fala a seu povo e Cristo anuncia o Evangelho. O povo responde com cânticos e com oração. O sacerdote preside à assembléia em nome de Cristo. As preces que dirige a Deus são feitas em nome do povo e de todos os presentes. Os sinais usados para manifestar as coisas invisíveis foram escolhidos por Cristo e pela Igreja. Todos esses sinais visam à nossa instrução, não apenas quando se lê o que foi escrito (Rm 15, 4), mas também quando a assembléia ora, canta ou age, alimentando a participação dos fiéis e lhes despertando o espírito para Deus, a fim de que lhe prestem um culto consciente e dele recebam todas as riquezas da graça”. Nota:290 S. Congr. para o Clero, Diretório Catequético Geral, n. 78: “Os inícios da vida religiosa e moral já se manifestam desde o princípio da vida humana. Nas famílias que têm fé, os primeiros meses e anos de vida, que são de máxima importância para o equilíbrio do homem futuro, já podem oferecer as condições para uma personalidade cristã. O batismo das crianças assume todo o seu sentido, quando a vida cristã dos pais, principalmente da mãe, mas não só desta, oferece à graça batismal a possibilidade de produzir os seus frutos. Com efeito, a criança assimila, como que por osmose, os modos de agir e de sentir dos seus

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familiares. Assim vai-se acumulando nela uma soma de experiências que constituirá um certo fundamento daquela vida que depois aos poucos se explicitará e manifestará. A disposição de confiança apóia-se inicialmente no relacionamento de amor entre a criança e a mãe, depois entre ela e o pai; alimenta-se com a comunicação de alegria e com a experiência de uma autoridade amorosa. O livre desenvolvimento das virtudes teologais depende em parte dessa disposição inicial, enquanto estas, por sua vez, contribuem para fortalecê-la. Nesta fase começa a afirmação da personalidade, ou seja a autonomia, necessária para a formação das virtudes morais e para a vida em comunidade. Esta exige um equilíbrio entre a firmeza e a tolerância. Depois, surgirá aos poucos a capacidade para agir espontaneamente, sumamente necessária para a vida social e para a iniciativa e a firmeza no serviço de Deus e da Igreja. Este desenvolvimento deve vir acompanhado da educação para a oração. A criança deve aprender a invocar a Deus que nos ama e conserva; a Jesus, filho de Deus e nosso irmão, que nos leva ao Pai; o Espírito Santo, que habita em nossos corações. Deve também aprender a dirigir orações cheias de confiança a Maria, mãe de Jesus e mãe nossa. Quando constatar a ausência destes fundamentos, deve o catequista procurar verificar se há lacunas, quais são, e como podem ser sanadas. Através de uma formação adequada deve-se ajudar os pais cristãos, a fim de que suas intervenções na educação sejam bem orientadas. Tal formação, embora simples e adaptada ao seu nível cultural, deve ser dada por educadores competentes. Este é um dever dos pastores que não deve ser considerado secundário, pois quando se ajuda os pais a cumprir as suas obrigações, está-se edificando a Igreja. Esta é, além disso, uma ótima ocasião para catequizar os adultos”. Nota:291 Conc. Vat. II, Const. da S. Liturgia Sacrosanctum Concilium, n.38: “Mantida a unidade substancial do rito romano, admitem-se, na própria revisão dos livros litúrgicos, legítimas variações e adaptações aos diversos grupos, regiões e povos, principalmente nas missões, devendo-se prever essas variações na estrutura dos ritos e nas rubricas”. cf. também a S. Congr. para o Culto Divino, Instr. da Actio Pastoralis, de 15 de maio de 1969: A.A.S. 61 (1969), págs. 806-811. Nota:292 cf. A Liturgia no primeiro Sínodo dos Bispos: Notitiae 3 (1967), pág. 368. Nota:293 cf. CNBB, A pastoral dos sacramentos da iniciação cristã, Doc. 2a, nn 19, 23 e 33: “19. Algumas vezes, se são muitas as crianças que participam destas Missas, convirá organizá-las de forma mais adequada. Neste caso a homilia será dirigida a elas, porém em forma que seja também proveitosa para os adultos. Além das adaptações previstas no Ordinário da Missa, podem também introduzir nas Missas para adultos, com a participação também das crianças, algumas das que se indicarão no capítulo seguinte, se o Bispo permitir. 23. O sacerdote que celebra a Missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e meditativa; pois, mais que nas Missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal, e mesmo de sua forma de atuar e de falar. Sobretudo atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará se expressar-se de tal maneira que o entendam facilmente, evitando porém, expressões demasiadamente pueris. As monições facultativas hão de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornem explicações meramente didáticas. Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar suas palavras nas monições, por exemplo, do ato penitencial, antes das orações sobre as oferendas, ao Pai-nosso ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão. 33. É necessário, nas Missas para crianças, fomentar com diligência sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da Liturgia, como ação de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote, senão também, e mais ainda, a forma de se comportar todo o grupo de crianças. Se a Conferência dos Bispos adapta à índole de cada povo, segundo a norma da Instrução Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas”. Nota:294 cf. Ordinário da Missa para crianças surdas-mudas da região de língua alemã, do dia 26 de junho de 1970, aprovado ou confirmado por esta Congregação (Prot. n. 1548/70). Nota:295 cf. Conc. Vat. II, Const. da S. Liturgia, Sacrosanctum Concilium, nn 14, 19. “14. A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis participem das celebrações de maneira consciente e ativa, de acordo com as exigências da própria liturgia e por direito e dever do povo cristão, em virtude do batismo, como raça eleita, sacerdócio régio, nação santa e povo adquirido (1Pd 2, 9; cf. 2, 4-5). 19. Também os fiéis devem participar da liturgia, interior e exteriormente, de acordo com sua idade, condição, gênero de vida e grau de cultura religiosa. Os pastores atuem pacientemente nesse sentido,

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sabendo que é um dos principais deveres de quem é chamado a dispensar fielmente os mistérios de Deus. Nesse particular, conduzam o seu rebanho não só com palavras, mas também com o exemplo”. Nota:296 cf. S. Congr. para o Clero, Diretório Catequético Geral, n. 25: “Toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau (SC, 7). Quanto mais adulta for a comunidade cristã na sua fé, tanto mais viverá em espírito e verdade (cf. Jo 4,23) o culto das celebrações litúrgicas, principalmente da Eucaristia. Por isso, a catequese deve promover uma participação ativa, consciente, autêntica na liturgia da Igreja, não só explicando a significação dos ritos, mas também educando o espírito dos fiéis para a oração, para a ação de graças, para a penitência, para a confiança na oração, para o sentido comunitário, para uma compreensão adequada dos símbolos, pois tudo isso é necessário para haver uma verdadeira vida litúrgica. Todavia, a vida espiritual não se limita unicamente à participação da sagrada Liturgia. O cristão, chamado para a oração comunitária, deve também entrar no seu quarto para rezar a sós ao Pai (cf. Mt 6,6); e até, segundo ensina o apóstolo, (cf. 1 Ts 5,17) deve rezar sem cessar (SC 12). Assim, a catequese deve educar os fiéis também para a meditação da palavra de Deus e para a oração particular”. Nota:297 cf. Conc. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum Educationis, n. 2: “Todos os cristãos, tornados novas criaturas pela regeneração da água e do Espírito Santo são chamados filhos de Deus, como realmente o são. Têm, pois, direito, à educação cristã. Além de visar à maturidade das pessoas, a educação cristã tem por principal objetivo fazer com que os batizados sejam progressivamente iniciados no conhecimento do mistério da salvação e se tornem cada dia mais conscientes do dom da fé que receberam. Aprendam, pois, a adorar Deus Pai em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23), principalmente na liturgia, e a levar uma vida conforme ao novo homem, segundo a justiça e a santidade da verdade (cf. Ef 4, 22-24), de maneira a caminhar para o homem perfeito, na plenitude de Cristo (cf. Ef 4, 13) e a contribuir para o crescimento do corpo místico. Além disso, conscientes da esperança que reside em sua vocação (cf. 1Pd 3, 15), da qual são chamados a dar testemunho, colaborem na cristianização do mundo, cujos valores humanos plenamente remidos em Cristo constituem preciosa contribuição ao bem de toda a sociedade. O Concílio lembra aos pastores o gravíssimo dever de tudo organizar de maneira a que os fiéis possam ter sua educação cristã, especialmente os jovens, que são a esperança da Igreja”. Nota:298 cf. Conc. Vat. II, Decl. sobre a educação cristã Gravissimum Educationis, n. 3: “Ao dar vida aos filhos, os pais assumem a obrigação de educá-los. Devem ser reconhecidos como primeiros e principais educadores. A função educativa dos pais é tão importante que, quando falta, dificilmente pode ser suprida. Os pais devem criar um ambiente familiar de amor e piedade para com Deus e para com os outros, favorável à educação integral, pessoal e social dos filhos. A família é a primeira escola das virtudes sociais, de que tanta necessidade têm as sociedades. Especialmente na família cristã, dotada das graças e deveres do sacramento do matrimônio, os filhos, de acordo com a fé recebida no batismo, devem ser iniciados desde os primeiros anos na percepção e no culto de Deus e aprender a amar o próximo. Fazem-se também, na família, as primeiras experiências da vida na sociedade e na Igreja. Por intermédio da família, enfim, os filhos são pouco a pouco introduzidos no convívio civil da sociedade e do povo de Deus. Que os pais se dêem pois conta da importância da família verdadeiramente cristã para a vida e para o crescimento do próprio Povo de Deus. A família, a que compete em primeiro lugar a função educadora, deve ser auxiliada por toda a sociedade. Além dos pais e daqueles a quem confiam o papel educador de seus filhos, a sociedade tem também deveres e direitos em matéria de educação, decorrentes de seu papel de promoção do bem comum. Compete-lhe incentivar de todos os modos a educação da juventude, protegendo os direitos e deveres dos pais e de todos os que se incumbem da educação e proporcionando-lhes os auxílios necessários. De acordo com o princípio de subsidiariedade, apoiar as iniciativas dos pais e dos que se propõem a se ocupar da educação, vindo em suprimento de suas necessidades e até mesmo realizar o trabalho educacional, levando em conta o desejo dos pais, criando inclusive escolas e institutos públicos, quando o bem comum o exigir. Por uma razão toda especial, a Igreja tem também o dever de educar. Deve ser reconhecida como uma sociedade humana, capaz de educar, mas, sobretudo, porque tem a função de anunciar a todos os seres humanos o caminho da salvação, deve comunicar aos fiéis a vida de Cristo e acompanhá-los de perto para que possam alcançar sua plenitude. Como mãe, a Igreja deve educar seus filhos, para imbuí-los, em toda a vida, do Espírito de Cristo, ao mesmo tempo que ajuda todos os povos a promoverem a perfeição integral da pessoa, o bem da cidade terrestre e a construção de um mundo mais humano”. Nota:299 cf. S. Congr. para o Clero, Diretório Catequético Geral, n.78: “Os inícios da vida religiosa e moral já se manifestam desde o princípio da vida humana. Nas famílias que têm fé, os primeiros meses e anos de vida, que são de máxima importância para o equilíbrio do homem futuro, já podem oferecer as condições para uma personalidade cristã. O batismo das crianças assume todo o seu sentido, quando a vida cristã dos pais, principalmente da mãe, mas não só desta, oferece à graça batismal a possibilidade de produzir os seus frutos. Com efeito, a criança assimila, como que por osmose, os modos de agir e de sentir dos seus familiares. Assim vai-se acumulando nela uma soma de experiências que constituirá um certo fundamento daquela vida que depois aos poucos se explicitará e manifestará.

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A disposição de confiança apóia-se inicialmente no relacionamento de amor entre a criança e a mãe, depois entre ela e o pai; alimenta-se com a comunicação de alegria e com a experiência de uma autoridade amorosa. O livre desenvolvimento das virtudes teologais depende em parte dessa disposição inicial, enquanto estas, por sua vez, contribuem para fortalecê-la. Nesta fase começa a afirmação da personalidade, ou seja a autonomia, necessária para a formação das virtudes morais e para a vida em comunidade. Esta exige um equilíbrio entre a firmeza e a tolerância. Depois, surgirá aos poucos a capacidade para agir espontaneamente, sumamente necessária para a vida social e para a iniciativa e a firmeza no serviço de Deus e da Igreja. Este desenvolvimento deve vir acompanhado da educação para a oração. A criança deve aprender a invocar a Deus que nos ama e conserva; a Jesus, filho de Deus e nosso irmão, que nos leva ao Pai; o Espírito Santo, que habita em nossos corações. Deve também aprender a dirigir orações cheias de confiança a Maria, mãe de Jesus e mãe nossa. Quando constatar a ausência destes fundamentos, deve o catequista procurar verificar se há lacunas, quais são, e como podem ser sanadas. Através de uma formação adequada deve-se ajudar os pais cristãos, a fim de que suas intervenções na educação sejam bem orientadas. Tal formação, embora simples e adaptada ao seu nível cultural, deve ser dada por educadores competentes. Este é um dever dos pastores que não deve ser considerado secundário, pois quando se ajuda os pais a cumprir as suas obrigações, está-se edificando a Igreja. Esta é, além disso, uma ótima ocasião para catequizar os adultos”. Nota:300 cf. Conc. Vat. II, Const. da S. Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n.33: “Embora vise principalmente ao culto da divina majestade, a liturgia contém muitos elementos de instrução para o povo. Na liturgia, Deus fala a seu povo e Cristo anuncia o Evangelho. O povo responde com cânticos e com oração. O sacerdote preside à assembléia em nome de Cristo. As preces que dirige a Deus são feitas em nome do povo e de todos os presentes. Os sinais usados para manifestar as coisas invisíveis foram escolhidos por Cristo e pela Igreja. Todos esses sinais visam à nossa instrução, não apenas quando se lê o que foi escrito (Rm 15, 4), mas também quando a assembléia ora, canta ou age, alimentando a participação dos fiéis e lhes despertando o espírito para Deus, a fim de que lhe prestem um culto consciente e dele recebam todas as riquezas da graça”. Nota:301 S. Congr. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, 25 de maio de 1967, n. 14: “Os que cuidam da formação religiosa das crianças, especialmente os pais, o pároco e os professores tenham cuidado de dar a devida importância à catequese sobre a Missa, quando as introduzem gradativamente no conhecimento do mistério da salvação. É óbvio que a catequese sobre a Eucaristia, adaptada à idade e índole das crianças, deve transmitir, por meio dos principais ritos e orações, o significado da Missa, mesmo no tocante à participação na vida da Igreja. Tudo isso se deve ter presente, de modo particular, quando se trata da preparação de crianças à primeira Eucaristia, de tal forma que esta realmente apareça como perfeita inserção do Corpo de Cristo”. Nota:302 cf. S. Congr. para o Clero, Diretório Catequético Geral, n. 25: “Toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote e do seu corpo, que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau (SC, 7). Quanto mais adulta for a comunidade cristã na sua fé, tanto mais viverá em espírito e verdade (cf. Jo 4,23) o culto das celebrações litúrgicas, principalmente da Eucaristia. Por isso, a catequese deve promover uma participação ativa, consciente, autêntica na liturgia da Igreja, não só explicando a significação dos ritos, mas também educando o espírito dos fiéis para a oração, para a ação de graças, para a penitência, para a confiança na oração, para o sentido comunitário, para uma compreensão adequada dos símbolos, pois tudo isso é necessário para haver uma verdadeira vida litúrgica. Todavia, a vida espiritual não se limita unicamente à participação da sagrada Liturgia. O cristão, chamado para a oração comunitária, deve também entrar no seu quarto para rezar a sós ao Pai (cf. Mt 6,6); e até, segundo ensina o apóstolo, (cf. 1 Ts 5,17) deve rezar sem cessar (SC 12). Assim, a catequese deve educar os fiéis também para a meditação da palavra de Deus e para a oração particular”. Nota:303 cf. S. Congr. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, 25 de maio de 1967, n. 14: “Os que cuidam da formação religiosa das crianças, especialmente os pais, o pároco e os professores tenham cuidado de dar a devida importância à catequese sobre a Missa, quando as introduzem gradativamente no conhecimento do mistério da salvação. É óbvio que a catequese sobre a Eucaristia, adaptada à idade e índole das crianças, deve transmitir, por meio dos principais ritos e orações, o significado da Missa, mesmo no tocante à participação na vida da Igreja. Tudo isso se deve ter presente, de modo particular, quando se trata da preparação de crianças à primeira Eucaristia, de tal forma que esta realmente apareça como perfeita inserção do Corpo de Cristo”. cf. S. Congr. para o Clero, Diretório Catequético Geral, n. 57: “O batismo purifica o homem da culpa original e de todos os pecados pessoais, regenera-o para a vida de filho de Deus, incorpora-o à Igreja e santifica-o com os dons do Espírito Santo. Imprimindo-lhe na alma um caráter indelével, torna-o participante, de maneira inicial, da função sacerdotal, profética e régia de Cristo (cf. 1 Pd 2,9; LG, 31). A confirmação vincula o cristão mais estreitamente à Igreja e enriquece-o com uma força especial do Espírito Santo, para que possa viver como testemunha de Cristo no mundo.

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Sendo a vida dos cristãos uma luta neste mundo, está sujeita a tentações e pecados. Por isso abre-se-lhes a via do sacramento da penitência para obterem o perdão de Deus misericordioso e a reconciliação com a Igreja. A ordem configura de modo peculiar alguns membros do povo de Deus a Cristo Mediador, conferindo-lhes o poder sagrado de dirigir a Igreja, de nutrir e santificar os fiéis com a palavra de Deus e sobretudo de, como representantes de Cristo, oferecer o sacrifício da Missa e presidir o banquete eucarístico. Pela santa unção dos enfermos e a oração dos sacerdotes, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, que sofreu e foi glorificado, para que Ele os alivie e salve (LG,11; cf. Tg 5,14-16). Na catequese dos sacramentos deve-se atribuir grande importância à explicação dos sinais. Através dos sinais visíveis a catequese deve levar os fiéis a perceber os invisíveis mistérios salvíficos de Deus”. Nota:304 cf. Conc. Vat. II, Const. da S. Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 35 § 4: “Promovam-se celebrações da palavra de Deus nas vigílias das grandes festas, em certos dias da Quaresma e do Advento, nos domingos e dias santos, principalmente nos lugares em que não há sacerdotes. Nesse caso a celebração pode ser presidida por um diácono ou por outro delegado do bispo”. Nota:305 cf. Diretório missas com crianças, n. 3: “A Igreja, seguindo o seu Mestre, que, “abraçando ... abençoava os pequeninos (Mc 10,16), não pode abandonar as crianças nesta situação entregues a si mesmas. Por este motivo, imediatamente após o Concílio Vaticano II, que já na Constituição sobre a Sagrada Liturgia falara sobre a necessidade de uma adaptação da liturgia para os diversos grupos, sobretudo no primeiro Sínodo dos Bispos, realizados em Roma no ano de 1967, começou a considerar, com maior empenho, como as crianças poderiam participar mais facilmente da liturgia. Naquela ocasião, o presidente do Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, usando de palavras bem claras, disse que não se tratava, na verdade de “elaborar um rito inteiramente especial, mas de consertar, abreviar ou omitir alguns elementos, ou de selecionar alguns textos mais adequados”. Nota:306 cf. Conc. Vat. II, Const. da Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium, nn 42 e 106: “42. Mas o bispo não pode estar sempre presente à sua igreja, nem presidir o rebanho em toda parte. É preciso, por isso que se constituam comunidades de fiéis. Entre essas, têm especial relevo as paróquias locais, organizadas em torno de um pastor que faz as vezes de bispo. São elas que, de certa forma, representam a Igreja visível existente no mundo. A vida litúrgica paroquial deve manter no espírito e na prática, estreita relação com o bispo, tanto por parte dos fiéis como pelo clero. A celebração da missa dominical é a principal expressão e o sustento do espírito paroquial comunitário. 106. Por tradição apostólica, que remonta ao próprio dia da ressurreição do Senhor, a Igreja celebra o mistério Pascal no oitavo dia da semana, que veio a ser convenientemente denominado domingo, isto é, dia do Senhor. Nesse dia, os fiéis devem se reunir para ouvir a palavra de Deus e participar da Eucaristia, dando graças a Deus, que nos fez renascer para uma esperança viva, ressuscitando Jesus Cristo dentre os mortos (1Pd 1, 3). O domingo é o principal dia de festa. Como tal deve ser proposto com convicção aos fiéis, para que se torne um dia de alegria e de descanso. É o fundamento e o cerne do ano litúrgico. Nenhuma outra celebração, a não ser de primeiríssima importância, lhe deve passar à frente”. Nota:307 cf. A Liturgia no primeiro Sínodo dos Bispos: Notitiae 3 (1967), p.368. Nota:308 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 56: “Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão; a) a oração do Senhor: nesta oração pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos o pão eucarístico e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o celebrante, e ele acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta; b) segue-se o rito da paz no qual os fiéis imploram a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana, e exprimem mutuamente a caridade, antes de participar do mesmo pão; quanto ao próprio rito da paz, seja estabelecido pelas Conferências Episcopais de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo; c) o gesto de partir o pão, realizado por Cristo na última Ceia, deu nome a toda a ação eucarística na época apostólica; este rito possui não apenas uma razão prática, mas significa que nós, sendo muitos, pela comunhão do único Pão da vida, que é o Cristo, formamos um único corpo (1Cor 10,17); d) a mistura do pão com o vinho; o sacerdote coloca no cálice uma partícula da hóstia; e) o Agnus Dei: durante a fração do pão e sua mistura com o vinho, a escola ou o cantor canta a invocação Agnus Dei, à qual o povo responde; se não for cantada, seja dita em voz alta. Para acompanhar o rito da fração do pão, pode-se repetir essa invocação quantas vezes for necessário, terminando-se sempre com as palavras dai-nos a paz;

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f) a preparação particular do sacerdote: rezando em voz baixa o sacerdote se prepara para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio; g) a seguir o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico que será recebido na Comunhão e convida-os à ceia de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras do Evangelho; h) é muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação do Sacrifício celebrado; i) enquanto o sacerdote e os fiéis recebem o Sacramento, entoa-se o canto da Comunhão, que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão dos que vão receber o Corpo de Cristo. O canto começa quando o sacerdote comunga, prolongando-se oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Havendo porém um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão. Pode-se empregar a antífona do Gradual Romano, com o salmo ou sem salmo, ou a antífona com o salmo do Gradual Simples, ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência Episcopal. O canto é executado só pela escola, ou pela escola ou cantor junto com o povo. Não havendo canto, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns dentre eles, ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis; j) terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio, podendo a assembléia entoar ainda um hino, ou outro canto de louvor; k) na oração depois da comunhão, o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado, e o povo, pela aclamação Amém, faz sua a oração”. Nota:309 cf. Diretório das missas com crianças, n. 37: Também nas Missas para crianças “o silêncio, como parte da celebração, há de ser guardado a seu tempo”, para que não se atribua parte excessiva à atividade externa; pois as crianças também, a seu modo, são realmente capazes de fazer meditação. Contudo, necessitam ser guiadas convenientemente a fim de que aprendam, de acordo com os diversos momentos (por exemplo, depois da comunhão e depois da homilia), a concentrarem si mesmas, meditar brevemente, ou a louvar e rezar a Deus em seu coração. Além disso, deve procurar-se precisamente com mais cuidado que nas Missas com adultos - que os textos litúrgicos sejam proclamados sem precipitação, em forma clara e com as devidas pausas”. Nota:310 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 11: “Da mesma forma cabe ao sacerdote, no desempenho da função de presidente da assembléia, proferir certas exortações e fórmulas de introdução e conclusão previstas no próprio rito. Por sua natureza, tais exortações não devem, necessariamente, ser proferidas na forma contida no Missal, palavra por palavra; por isto, pelo menos em certos casos, será melhor adaptá-las às verdadeiras condições da comunidade. Cabe ao sacerdote presidente também anunciar a palavra de Deus, e dar a bênção final. Pode, além disso, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, antes de iniciar a celebração; na liturgia da Palavra, antes de proceder às leituras; na Oração Eucarística, antes do prefácio; pode ainda encerrar toda a ação sagrada antes da despedida”. Nota:311 cf. Conc. Vaticano II, Const. da Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 28: “Em todas as celebrações litúrgicas, ministro e fiéis, no desempenho de sua função, façam somente aquilo e tudo aquilo que convém à natureza da ação, de acordo com as normas litúrgicas”. Nota:312 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 253: “Para celebrar a Eucaristia, o povo de Deus se reúne na igreja ou, na falta desta, em outro lugar conveniente, digno de tão grande mistério. As igrejas e os demais lugares devem prestar-se à execução das ações sagradas e à ativa participação dos fiéis. Além disso, os edifícios sagrados e os objetos destinados ao culto sejam realmente dignos e belos, sinais e símbolos das coisas divinas”. Nota:313 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 19: “O Apóstolo aconselha aos fiéis, que se reúnem em assembléia para guardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3,16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração, (cf. At 2,46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: Cantar é próprio de quem ama, e há um provérbio antigo que afirma: Quem canta bem, reza duas vezes. Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto nas celebrações, tendo em vista a índole dos povos e as possibilidades de cada assembléia, porém de tal modo, que não seja necessário cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto. Na escolha das partes que de fato são cantadas, deve-se dar preferência às mais importantes e sobretudo àquelas que o sacerdote ou os ministros cantam com respostas do povo; ou então àquelas que o sacerdote e o povo devem proferir simultaneamente. Uma vez que se realizam sempre mais freqüentemente reuniões internacionais de fiéis, convém que aprendam a cantar juntos em latim ao menos algumas partes do Ordinário da Missa, principalmente o símbolo da fé e a oração do Senhor, empregando-se melodias mais simples”. Nota:314

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cf. S. Congr. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5 de março de 1967, n. 55: “Cabe a autoridade territorial competente decidir se alguns textos vernáculos musicados, e tradicionais, poderão ainda ser utilizados, mesmo que contenham variantes com relação às traduções litúrgicas oficiais em vigor”. Nota:315 cf. S. Congr. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5 de março de 1967, n. 55: “Cabe a autoridade territorial competente decidir se alguns textos vernáculos musicados, e tradicionais, poderão ainda ser utilizados, mesmo que contenham variantes com relação às traduções litúrgicas oficiais em vigor”. Nota:316 cf. S. Congr. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, 5 de março de 1967, n. 23: “O sacerdote que celebra a Missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e meditativa; pois, mais que nas Missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal, e mesmo de sua forma de atuar e de falar. Sobretudo atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará se expressar-se de tal maneira que o entendam facilmente, evitando porém, expressões demasiadamente pueris. As monições facultativas hão de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornem explicações meramente didáticas. Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar suas palavras nas monições, por exemplo, do ato penitencial, antes das orações sobre as oferendas, ao Pai-nosso ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão”. Nota:317 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 21: “Para obter a uniformidade nos gestos e posições do corpo, obedeçam os fiéis aos avisos dados durante a celebração pelo diácono, pelo sacerdote ou por outro ministro. Além disso, em todas as Missas, caso não se disponha de outro modo, os fiéis permaneçam de pé: do início do canto de entrada, ou do momento em que o sacerdote se aproxima do altar até a coleta inclusive; ao canto do Aleluia, antes do Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e da oração sobre as oferendas até o fim da Missa, exceto nas partes citadas em seguida. Sentem-se durante as leituras antes do Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e enquanto se preparam os dons ao ofertório; e se for conveniente, enquanto se observa o silêncio sagrado após a Comunhão. Ajoelhem-se durante a consagração, a não ser que a falta de espaço ou o grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam. Compete, porém, às Conferências Episcopais adaptar à índole dos povos os gestos e posições do corpo descritos no Ordinário da Missa romana. Cuide-se, contudo, que correspondam ao sentido e à índole de cada parte da celebração”. Nota:318 cf. Diretório de missas com crianças, n. 24: “Como a Eucaristia sempre é uma ação de toda a comunidade eclesial, convém que participem da Missa também alguns adultos, não como vigias, senão orando com as crianças e para prestara ajuda que seja necessária. Nada impede que um dos adultos que participam da Missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar à mentalidade das crianças. Sigam neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. Também nas Missas para as crianças deve-se fomentar a diversidade de ministério, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Desta sorte, pela variedade de vozes evitar-se-á também a monotonia”. Nota:319 Instrução Geral do Missal Romano, n. 23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:320 cf. S. Congr. dos Ritos, instrução “Eucharisticum Mysterium”, de 25 de maio de 1967, n. 38: A.A.S. 59 (1967), pág. 562. Nota:321 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 23: “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a Comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração”. Nota:322 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 8: “A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber: a liturgia da Palavra e a Liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração”. Nota:323 Conc. Vat. II, Const. da S. Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 48: “A Igreja procura fazer com que os fiéis estejam presentes a este mistério, não como estranhos ou simples espectadores, mas como participantes conscientes, piedosos e ativos. Devem entender o que se passa, instruir-se com a palavra de

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Deus e alimentar-se da mesa do Corpo do Senhor. Dar graças a Deus, sabendo que a hóstia imaculada, oferecida não só pelas mãos dos sacerdotes, mas também pelos fiéis, representa o oferecimento cotidiano de si mesmos até que se consuma, pela mediação de Cristo, a unidade com Deus e entre si, e Deus venha, enfim, a ser tudo em todos”. Nota:324 cf. Diretório das missas com crianças, n. 21: “Deve-se ter sempre diante dos olhos que tais celebrações eucarísticas devem encaminhar as crianças para as Missas de adultos, principalmente para a Missa Dominical, que reúne toda a comunidade cristã. Portanto, afora as adaptações necessárias por causa da idade dos participantes, não se pode chegar a ritos completamente especiais que demasiadamente difiram do Ordinário da Missa celebrada com o povo. A finalidade de cada um dos elementos deve corresponder ao que se determina sobre eles na Instrução Geral do Missal Romano, ainda que alguma vez, por razões pastorais, não se possa conservar sua igualdade absoluta”. Nota:325 Instrução Geral do Missal Romano, n. 15: “As aclamações e respostas dos fiéis às orações e saudações do sacerdote constituem o grau de participação ativa que os fiéis congregados, em qualquer forma de Missa, devem realizar, para que se promova e exprima claramente a ação de toda a comunidade”. Nota:326 Instrução Geral do Missal Romano, n. 24: “As partes que precedem a Liturgia da Palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kyrie, Glória e coleta, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Esses ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”. Nota:327 Instrução Geral do Missal Romano, n. 38: “Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho: a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo, ou então apenas um salmo ou o Aleluia; b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo ou um versículo antes do Evangelho”. Nota:328 Missal Romano, Lecionário I, De Ordine Lectionum Missae, Introdução Geral, n. 7d. Nota:329 Instrução Geral do Missal Romano, n. 33: “A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cânticos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelos cânticos, o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ele adere pela profissão de fé. Alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro”. Nota:330 Instrução Geral do Missal Romano, n. 11: “Da mesma forma cabe ao sacerdote, no desempenho da função de presidente da assembléia, proferir certas exortações e fórmulas de introdução e conclusão previstas no próprio rito. Por sua natureza, tais exortações não devem, necessariamente, ser proferidas na forma contida no Missal, palavra por palavra; por isto, pelo menos em certos casos, será melhor adaptá-las às verdadeiras condições da comunidade. Cabe ao sacerdote presidente também anunciar a palavra de Deus, e dar a bênção final. Pode, além disso, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, antes de iniciar a celebração; na liturgia da Palavra, antes de proceder às leituras; na Oração Eucarística, antes do prefácio; pode ainda encerrar toda a ação sagrada antes da despedida”. Nota:331 cf. Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, Instrução sobre a tradução dos textos litúrgicos para a celebração com o povo, de 25 de janeiro de 1969, n. 20: Notitiae 5 (1969), pág. 7 Nota:332 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 54: “Inicia-se agora a Oração Eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício”. Nota:333 Diretório das missas com crianças, n. 23 e 37: 23. “O sacerdote que celebra a Missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e meditativa; pois, mais que nas Missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal, e mesmo de sua forma de atuar e de falar. Sobretudo atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará se expressar-se de tal maneira que o entendam facilmente, evitando porém, expressões demasiadamente pueris. As monições facultativas hão de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornem explicações meramente didáticas. Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar suas palavras nas monições, por exemplo, do ato penitencial, antes das orações sobre as oferendas, ao Pai-nosso ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão.

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37. Também nas Missas para crianças “o silêncio, como parte da celebração, há de ser guardado a seu tempo”, para que não se atribua parte excessiva à atividade externa; pois as crianças também, a seu modo, são realmente capazes de fazer meditação. Contudo, necessitam ser guiadas convenientemente a fim de que aprendam, de acordo com os diversos momentos (por exemplo, depois da comunhão e depois da homilia), a concentrarem si mesmas, meditar brevemente, ou a louvar e rezar a Deus em seu coração. Além disso, deve procurar - precisamente com mais cuidado que nas Missas com adultos - que os textos litúrgicos sejam proclamados sem precipitação, em forma clara e com as devidas pausas”. Nota:334 Diretório das missas com crianças, n. 23: “O sacerdote que celebra a Missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e meditativa; pois, mais que nas Missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal, e mesmo de sua forma de atuar e de falar. Sobretudo atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará expressar de tal maneira que o entendam facilmente, evitando porém, expressões demasiadamente pueris. As monições facultativas hão de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornem explicações meramente didáticas. Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar suas palavras nas monições, por exemplo, do ato penitencial, antes das orações sobre as oferendas, ao Pai-nosso ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão”. Nota:335 cf. S. Congr. dos Ritos, Instrução Musicam Sacram, de 5 de março de 1967, n.32. Nota:336 cf. Instrução Geral do Missal Romano, n. 11: “Da mesma forma cabe ao sacerdote, no desempenho da função de presidente da assembléia, proferir certas exortações e fórmulas de introdução e conclusão previstas no próprio rito. Por sua natureza, tais exortações não devem, necessariamente, ser proferidas na forma contida no Missal, palavra por palavra; por isto, pelo menos em certos casos, será melhor adaptá-las às verdadeiras condições da comunidade. Cabe ao sacerdote presidente também anunciar a palavra de Deus, e dar a bênção final. Pode, além disso, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia, antes de iniciar a celebração; na liturgia da Palavra, antes de proceder às leituras; na Oração Eucarística, antes do prefácio; pode ainda encerrar toda a ação sagrada antes da despedida”. Nota:337 Diretório das missas com crianças, n. 39: A fim de que a Missa para crianças não seja demasiadamente diferente da Missa com adultos, alguns ritos e textos nunca devem ser adaptados às crianças, como “as aclamações e respostas dos fiéis às saudações do sacerdote, o Pai-nosso a fórmula trinitária na bênção final com que o sacerdote conclui a Missa. Recomenda que paulatinamente as crianças vão se acostumando ao Símbolo Niceno além do uso do Símbolo dos Apóstolos (vide n. 49)”. Nota:338 cf. Missal Romano, “Prece Eucarística II”.