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SIG BERGAMIN
ESpAçoS lINdINS pARA dAR uMA dE ANfItRIão coM EStIlo
BAlAdA coM B - de BRASIl Boate tradicional de SP, a Disco foi redesenhada - o projeto
é de Guto Requena e Mauricio Arruda e o tema é o nosso país
O arquiteto pop e muito do criativo
que odeia tendência é o perfil desta edição
EDIÇ
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O mORAR BRASIlEIRO PARA BEm VIVER
E REcEBER
A GENtE GoStAÉ dE GENtE!
Um banqUinho, Uma rede, Um violão Uma casa no coração do cerrado dá boas-vindas a qUem qUiser entrar
fASHIoN IN HoME Camila Weirich conta pra gente quais estilistas estão com um
pezinho e todas as mãos no décor
a premiada arqUiteta cristiane liogi dá dicas de como abrasileirar a casa - do piso ao teto
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A revista ConstruARCH é uma publicação bimestral da DFP Editora Ltda.Rua Manoel Ribas, 2477 - Centro - Cascavel - PR - CEP 85801-230
www.editoradfp.com.brInscrita no ISSN sob o número 2317-403X
cOlABORADORESCamila Weirich, Clarissa Donda, Fúlvio N. Feiber, Marcele Antonio, Ricardo Gaioso
mARKETING E cOmUNIcAÇÃO
DIRETORESDouglas Popenga [email protected]
Felipe Pedroso [email protected] Santos [email protected]
Julie Fank [email protected]
Diretor Administrativo Douglas PopengaDiretor Executivo Felipe Pedroso
Diretora de Redação Julie FankJornalista Responsável Giovana Danquieli
Jornalistas Marcele Antonio e Tátila PereiraDiretor de Arte Juliano Santos
Executivos de Negócios Renato do Prado Assis Assessora Executiva Karina Guedes
Fotógrafo Rodrigo VieiraEstagiária de Publicidade e Propaganda Carolina Maffei Mincarone
Estagiário de Jornalismo Ricardo Pohl
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Í N dIcE
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WARM-up
NoVoS EMpREENdIMENtoS
EDIFÍCIO ARMANDO REZENDE
GARIMpo cIdAdElA
TATIANE MARIOTTO E FRANCIElE lOvATEl
gARIMpAM MIMOs COM CARA DE BRAsIl
It
REDUNDÂNCIA...
Uma Poltrona Rede simplesmente original
EStANtE
ONDE IR, O QUE lER E O QUE AssIsTIR
GAdGEt
AlTA CÚpUlA DA pREgUIÇA
Tudo para evitar a fadiga!
cRIAtIVIdAdE VERdE
TRIlHA vERDE
Uma ode ao paisagismo cada vez mais presente
uRBANIdAdES
EsCUlpINDO IDEIAs
Futuros arquitetos apresentam alternativas ao MUBE
no segundo concurso da plataforma Projetar
REcoRtE ABRAplAc
COMpENsADO COMpENsA
Explicamos para você porque o compensado é
superior
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GARImPO19As TRês COREs QUE sãO
ORgUlHO NACIONAl
HAsTEADAs EM TRês
págINAs
cENÁRIOREcORTE
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JUNTA A gAlERA!
Cantinhos ou grandes espaços da casa que
nasceram em nome da recepção calorosa
BRAsIlEIRICE DOs pÉs À CABEÇA
Na capital federal, uma casa com tudo que o
brasileiro gosta
AG OSTO / SE T E M B RO 2 0 1 3
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PUlO-DO-GATONOssO BOsQUEs
TêM MAIs vIDA
Cristiani Liogi
seleciona materiais
com a riqueza da
“pátria amada”
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doSSIÊ
QUEBRA DA INÉRCIA
Arquitetos do escritório Meza projetam edifício
Modigliani, inspirados no que há de melhor mundo
afora
cENÁRIo
vAMOs CONvERsAR?!
Bastian e Lora traz para Cascavel um novo conceito na
hora do papo com o cliente
sAUDOsIsTA sEM vIvER DO pAssADO
club disco ganha repaginada sem perder a essência
poR AÍ tolEdo
CONJUNTO TOlEDENsE DE TENDêNCIAs
A arquiteta Fabi Campos fez um tour com a equipe
Construarch e mostrou o que é que Toledo tem
fASHIoN IN HoME
A MODA COM UM pÉ NA pAssARElA E OUTRO NA
CAsA DOs ANTENADOs
Camila Weirich mostra o movimento todo tupiniquim
que está tomando conta do décor
BANHO DE lOJA (E BOM gOsTO) NA sUA CAsA
Peças assinadas por quem sabe muita bem o que é
tendência
ofIcINA
O QUE A ARTE UNIU...
Casal de designers – que não é mais um casal – cria
mobiliário cheio de estilo
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ESpElHo
ABAIXO A CHATICE!
O dia em que Sig Bergamin passou por Cascavel – e
só deixou mais claro porque é chamado de arquiteto
pop
BucKEt lISt
vOCê sAI DO BRAsIl, MAs O BRAsIl NãO sAI DE
vOCê
Clarissa Donda mostra que o contagiante estilo bra-
sileiro não se restringe às nossas fronteiras
SKEtcH MAp
CINCO EsCRITÓRIOs DE DEsIgN E ARQUITETURA
pARA FICAR DE OlHO
Ricardo Gaioso aponta os conterrâneos que estão
bombando por aí
lIfEStYlE
NOvA sAFRA!
Pesquisa revela o perfil dos arquitetos que estão
construindo o Brasil
QUEM É, O QUE COME, COMO vIvE... O pOvO
BRAZUCA!
Um texto para você entender que brasileiro sabe viver
bem
oNdE ENcoNtRAR
COMO, QUANDO, ONDE?
colABoRAdoRES
QUEM DEpOsITOU O sEU TAlENTO pOR AQUI
BAtE-pApo
ARQUITETURA
Fúlvio Feiber explica o movimento da arquitetura
contemporânea
Í N dIcE
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WAR M - u p
NOSSO BOROGODó é DO BAlAcOBAcO, já dizia Rita Lee. E mesmo assim, nossa autoestima nos faz achar a
grama do vizinho mais verde. E a grama do vizinho talvez seja mais verde mesmo, mais bem cuidada ou, pelo
menos, mais vistosa. Só o solo é que não é mais fértil, diz a economia brasileira. E talvez a grama nem seja mais
vistosa, considerando que, quando se trata de chamar atenção, o brasileiro tem gabarito.
E por falar em Brasil, é ele o protagonista desta edição. Nesse contexto, o brasileiro não é um mero detalhe,
mas matéria-prima para este país aí que a gente viu nas ruas. E tá aí o pulo-do-gato do brasileiro. Se quer um
novo resultado, é na criatividade verde e amarela que ele encontra o que precisa para conferir bossa a qualquer
canto. A prova disso é o projeto de Guto Requena e Mauricio Arruda, que, ao serem desafiados a dar um novo
ar à boate Disco em São Paulo, abusaram de materiais de raiz: madeira, cerâmica, além de cores e formas que
nos lembram quem somos. Outro arquiteto que figura aqui com toda a pompa que lhe é peculiar é Sig Bergamin,
que, apesar da fama na gringa, adora se sentir em casa. Ele defende que o bom do Brasil é que sempre há um
plano B, é no improviso que o brasileiro inventa e é na falta de matéria-prima que ele a adapta ou cria. Mais ou
menos como aconteceu com a poltrona-rede, peça design destaque desta edição: Mauricio Arruda adaptou a
nossa queridinha e a trouxe para o chão. Como ninguém tinha pensado nisso antes? Fabiano Sobreira, outro
arquiteto tarimbado, foi quem desenhou e transformou em realidade, lá para as bandas do planalto central, uma
casa para ficar descalço, deitar na rede (desta vez a tradicional) ou puxar um violão, chamar os amigos e dizer
sim à simplicidade. O segredo é adaptação. A casa se ajustou ao terreno para evidenciar o verde. E o verde, em
agradecimento, evidenciou a casa. Mas o verde é só um detalhe desta revista, que tem uma pitada de amarelo
e azul em objetos selecionados pelo nosso colaborador Ricardo Pohl. São dele outras seleções também, sem-
pre cuidadosas. As nossas jornalistas Tátila Pereira e Marcele Antonio também garimparam, dessa vez no cam-
po léxico, palavras que contassem, com um jeitinho todo brasileiro, tudo o que resolvemos contar para você.
É da Tátila a imperdível entrevista com o arquiteto pop Sig Bergamin, entre outras matérias e da Marcele a de-
talhada matéria que desenha o novo perfil do arquiteto brasileiro, a partir de pesquisa divulgada em julho pelo
CAU-BR, entre outras histórias também. São eles os responsáveis por esse colorido que permeia uma edição
que quer evidenciar o Brasil. Enquanto eles estão aqui todos os dias, descobrindo e redescobrindo o design e a
arquitetura para trazer novidades cada vez mais classudas para você, outros figuras deram o ar da graça e das
palavras por aqui: o professor Fúlvio Feiber, um apaixonado pela arquitetura brasileira; Ricardo Gaioso, um cria-
tivo nato; Clarissa Donda, uma travel-writer talentosíssima, Camila Weirich, uma jornalista de moda com um
pezinho viajante. Mas sabe o que une essa galera toda muito além da nacionalidade? Um cosmopolitismo muito
próprio do brasileiro, uma criatividade muito própria do latino-americano: a grama do vizinho pode até ser mais
verde, mas a nossa grama agrega outros tons e é nessa variedade toda que o vizinho também se reconhece e,
quando vem pra cá, se apaixona e pede pra ficar – no conforto do sofá ou da rede. E será sempre bem-vindo,
porque a gente gosta é de gente – mas tem que ter borogodó.
Julie FankDiretora de Redaçã[email protected]
NoSSo BoRoGodÓÉ do BAlAcoBAco
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NoVoS E M p R E E N dI M E N toS
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EdIfÍcIo ARMANdo REZENdE
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. . . c h a m a r u m a P e ç a q u e e x P r e ssa a b r asi l i da d e d e o r i g i N a l !
Po r R i ca rd o Po h l fo to T h i ago m a ng i a l a rd o
REDUNDâNcIA é...
I t
A POlTRONA REDE é a união entre a criatividade e uma gran-
de síntese cultural. É, além de arquiteto e designer, Maurício
Arruda poderia ser também antropólogo.
A escolha da rede como representante da brasilidade não
poderia ser mais feliz. E conceber uma estrutura que a tor-
nasse “onipresente” ao mesmo tempo em que preservasse
– através de suas formas prolongadas – o conforto da mes-
ma, revelam a competência do designer.
O gancho, uma esfera de madeira, ornamenta na medida o
móvel, concedendo-o certa elegância. Digna de elogios, não
somente pela ergonomia que oferece, mas principalmente
por cumprir com o complexo objetivo de representar um país
tão diversificado, a Poltrona de Maurício se resume numa
armação metálica que fornece sustentação a qualquer rede
que você comprar por aí. Assim, simples.
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E StAN t E
A ARtE dE pRojEtAR EM ARquItEtuRA – ERNSt NEufERt
O manual de Ernst Neufert, nome de destaque da
Bauhaus, não poderia ser mais completo: traz fun-
damentos, normas e prescrições sobre edifica-
ções, exigências de programa e relações espaciais,
dimensões de edifícios, locais, estâncias, locais,
instalações e utensílios. Na sua 18ª edição, além da
revisão dos capítulos, o livro vem com temas atuali-
zados para o contexto da atual construção.
ENcoNtRoS E dESENcoNtRoS
Neste filme de Sofia Coppola, Bill Murray – prelúdio de coisa boa – vive
o ator decadente Bob Harris, que está em Tóquio para gravar um co-
mercial de uísque. Nessa estadia, acaba conhecendo Charlotte que está
junto com seu marido, um fotografo que não se importa com ela. Com a
convivência, Bob e Charlotte tornam-se grandes amigos que tem suas
aventuras ilustradas pela arquitetura japonesa.
GREENBuIldING BRASIl – coNfERÊNcIA INtER-NAcIoNAl E EXpo 2013
O Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional
e Expo, um dos mais importantes eventos sobre
construção sustentável no Brasil, acontecerá de 27
a 29 de agosto na cidade de São Paulo. Nesta quarta
edição, o evento busca evidenciar o destaque que
conscientização ambiental, deve ter nesse no ramo.
Estão previstos 7 mil e 400 visitantes/comprado-
res e mil e 600 congressistas.
Mais informações em: www.expogbcbrasil.org.br
PAR
A A
SSIS
TIR
PAR
A IR
PAR
A l
ER
27
pRojEtANdo ESpAçoS – dESIGN dE INtERIoRES – MIRIAM GuRGEl
Miriam Gurgel expõe de maneira clara atra-
vés deste manual, conceitos e princípios
básicos do design ao mesmo tempo em que
apresenta informações técnicas e teorias
com o objetivo de oferecer resultados dis-
tintos e criativos na área. Indispensável para
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o pAlHAço
A comédia, em que, além de dirigir, Sel-
ton Mello atua, mostra o cotidiano de
um palhaço que já está cansado do que
faz. Benjamin, vivido por Selton Mello,
passa por uma crise de identidade – até
física, representada por seu RG – mis-
turada com o estresse da responsabili-
dade de cuidar do circo em que trabalha.
Em síntese, O Palhaço é uma homena-
gem, feita com maestria, ao humor bra-
sileiro.
HouSE & GIft fAIR
Acontecerá de 17 a 20 de agosto na
cidade de São Paulo, a maior feira de
artigos para a casa e decoração da
América Latina: a House & Gift Fair.
A proposta do evento é reunir todos
os profissionais do setor, fomen-
tando os negócios entre 1 mil e 300
empresas expositoras e 51 países
participantes.
Mais informações em: www.grafite-
feiras.com.br
...por Andreia calderariArquiteta e Artista plástica
lIVRo
UmA lIÇÃO INESqUEcÍVEl – lAURA ScHROFF E
AlEx TRESNIOwSKI
“Me apaixonei. O livro conta uma história real, na qual uma executiva de Nova York gasta 10 minutos pra comprar um almoço à uma criança de rua. Esses mi-nutos mudaram a vida dos dois, e criou uma amizade que une dois mundos diferentes”.
SÉRIE
lIFE“Conta a historia do policial Charles Crews (Damian Lewis), que ficou preso 12 anos por um crime que não cometeu, quando solto recebe uma enorme indeniza-ção e volta a sua carreira policial. Durante o tempo em que ficou preso, o detetive estudou a doutrina zen, o que o faz ter posturas excêntricas perante os fatos de sua vida”.
EVENto
A cASAFOZ DESIGN
“Será inaugurada no dia 25 de setembro e funcionará
até o dia 27 de outubro. Ocorrerão paralelamente à ex-
posição principal eventos técnicos e culturais. O Espa-
ço servirá também como educativo e didático, levando
em consideração as 3 diretrizes do evento: sustenta-
bilidade, tecnologia e inovação”.
cURSO DE INTRODUÇÃO AO mUNDO DO VINHO - mR. GOURmET“O curso ensina desde o princípio da historia, a um momento em que você analisa seus sentidos; paladar e olfato, com intuito de saborear ainda mais esta bebi-da. Depois do curso, o vinho entrou na minha lista de paixões.”
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Beber uma cerveja “largado” no sofá de casa, ou na frente de uma piscina não combina nem um pouco com esforço. Talvez, pensando nisso criaram o Rccoler, um cooler que
funciona por controle remoto, permitindo a sua acessibilidade para sua “cerja” de qual-quer lugar que você esteja, sem precisar se levantar.
R$ 189 (aproximadamente) www.hammacher.com
O motorized Ice cream cone te livra de um trabalhão – na verdade é um trabalhinho, né? – pois ele consiste num suporte que gira suas bolas de sorvete, fazendo com que sua participação seja limitada a apenas deixar a língua para fora... E não! Ainda não inventaram uma língua postiça que sinta o gosto por você.
R$ 22 (aproximadamente) www.chalet.net.au
G Ad G E t
AcESSIBIlIDADE DA PREGUIÇA
PEGUE-mE SE FOR AcORDADO!
lAmBA SEm câImBRAS
BASTA DE PlANTIcÍDIOS!
ALTA CúPULA dA pREGuIçA
cR IAt IVI dAdE VE R dE
q u e r t e r a N at u r e z a , a l i , co m o Pa r c e i r a N o d i a a d i a i N t h e c i t y ? a e sP e c i a -l ista e m Pa isag ism o K ya r a f r a N ç a t e e N si N a o Pass o a Pass o
tRIlHA VERdEPo r Tá t i l a Pe re i ra fo to s D i v u l ga çã o
OS PERGOlADOS SÃO um investimento
certeiro. Podem servir como suporte para
trepadeiras ou abrigar as tão antigas e tão
atuais samambaias. A estrutura cria um
espaço charmoso, agradável e convidativo.
31
O cAmINHO INVERSO é o último grito da moda. Vale para
roupa, para calçado, para música e para o paisagismo tam-
bém. Se a debandada do campo para as cidades foi um fenô-
meno do século passado, hoje, o sonho é ter um clima cada
vez mais bucólico dentro e fora de casa – e as plantinhas são
as protagonistas para tornar essa realidade possível.
E sabe o que é melhor disso tudo?! Nem só a estética é
vista como fator principal: a parceria com o meio ambiente
também está afinada. “O paisagismo em jardins internos e
externos tem utilizado algumas alternativas para diminuir
os efeitos da poluição e do calor excessivo, apostando
num estilo de vida ecologicamente correto”, a designer
especialista em paisagismo Kyara França.
Dentro de casa, os jardins verticais, plantas sem flores,
paredes e quadros vivos criam a atmosfera verde. qualquer
que seja a planta escolhida, os cuidados para mantê-la
bonita precisam ser observados. “A adubação pode ser feita
em intervalos de 15 dias a um mês, dependendo do tipo.
Cada planta precisa de uma irrigação específica, e o local
onde ela fica faz toda a diferença. Exposição direta ao vento
e sol aumenta a necessidade de água. Cactos e suculentas
acumulam água, não precisam de muita rega: o ideal é irrigá-
las a cada 10 dias no verão e 20 dias no inverno”, pontua
Kyara.
Fora de casa, para acompanhar os mais diversos tipos de
plantas, os pergolados e as tendas ainda atuam com força.
Os materiais são variados: madeira, eucalipto, bambu,
ferro, alumínio. Para sentar, colocar o bule do chá ou apoiar
a tábua de aperitivos no lado externo da casa, móveis de
fibra sintética são os mais indicados. Também não estão
descartados metais, como o ferro. O importante é que o
POR FAlAR Em inversão,
por que a grama precisa
ser no chão?! Os telhados
com grama não só uma
opçãozinha bonita, não!
Eles também oferecem
conforto térmico para a
residência, garantindo
temperaturas agradáveis sem
o acionamento de aparelho
de ar-condicionado ou
aquecedor elétrico.
material seja impermeável e resistente. “As peças feitas em
madeira, palha e bambu são ótimas, mas não podem pegar
sol nem chuva. É importante tomar cuidado ainda ao adquirir
móveis para jardim feitos de plástico, pois eles tendem a ser
mais frágeis”, complementa.
Nessa brincadeira toda de tornar a casa um cenário com
a participação especial da natureza, a consciência de
que todos são parte integrante do meio pulsa. “Temos a
responsabilidade de zelar e usufruir da melhor maneira
desses espaços, aumentando o nível de qualidade de vida”.
DENTRO DE cASA, planta já é requisito para um décor bacana. A versatilidade é a
principal aposta, já que a moda do tudo-pode está em alta.
EM VEZ dE criar algo, que tal propor uma solução nova para o
que já existe?!. E não se trata de um lugar qualquer, mas sim,
do MuBE - Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo, obra
de um dos grandes nomes da arquitetura moderna brasileira,
Paulo Mendes da Rocha. Provocados por esse chamamento,
mais de uma centena de estudantes de arquitetura de 7
países de 3 continentes afiaram a cuca criativa e correram
atrás do primeiro lugar em mais um concurso da plataforma
Projetar.org.
A competição consistiu em projetar uma nova ala para o
MuBE. Entre os projetos vencedores, uma ideia predominou:
a união de dois vizinhos. O MuBE “mora” ao lado do MIS –
Museu da Imagem e do Som –, e o novo espaço proposto
quase sempre teve o intuito de ser um ponto de ligação entre
os dois Museus.
Esse é o segundo concurso do portal PROJETAR.ORG,
ferramenta idealizada pelo arquiteto Caio Smoralek, a
publicitária Laila Rotter Schmidt e o administrador Rafael
Reolon. O grupo percebeu a carência de concurso para os
arquitetos em formação e, por isso, criou esse meio de
interconexão de estudantes universitários, com disputas nos
mesmos moldes de concursos profissionais de arquitetura.
O concurso 003 da Projetar.org já está com as inscrições
abertas e traz novamente um ousado desafio de criar algo a
partir de um marco da arquitetura brasileira. A proposta é que
os estudantes de arquitetura projetem a sede de uma escola
de artes performativas - Teatro, Dança e Música - no centro
do Rio de Janeiro, ao lado do Theatro Municipal.
u R BAN I dAdE S
5 3 g r u P os s e P r o P u se r a m a “ m e x e r ” e m u m d os í co N e s da a r q u i t e t u r a N ac i o N a l . o s e g u N d o co N c u r s o da P l ata fo r m a P r oj e ta r . o r g P e d i u e e l e s o b e d e c e r a m : c r i a r a m u m e s Paço N ovo Pa r a o m u se u b r asi l e i r o da e s c u l -t u r a ( m u b e )
Po r Tá t i l a Pe re i ra
Mateus Alves Ladeira - UFRJ - Rio de Janeiro/RJ
Beatriz Temtemples de Carvalho - UFRJ - Rio de Janeiro/RJ
Bruno Spinardi Silva - FAUUSP - São Paulo/SP
Annkristin Meyhoff - FAUUSP - São Paulo/SP
Daniel Fleming Collaço - FAUUSP - São Paulo/SP
Luis Fernando Villaça Meyer - FAUUSP - São Paulo/SP
Rodolfo Mesquita Macedo - FAUUSP - São Paulo/SP
ESCULPINDO IdEIAS
33
Martin Pronczuk - PFC - Montevideo/UY
Santiago Saettone - PFC - Montevideo/UY
Thyago Ramon Pereira da Silva - UFPB - João Pessoa/PB
Mayara Maria Silva de Oliveira - UFPB - João Pessoa/PB
Rafael Wanderley de Albuquerque Melo - UFPB - Campina Grande/PB
Freed Rennan Vieira Gomes - UFPB - Catolé do Rocha/PB
Pedro Paulino Batista Neto - UFPB - João Pessoa/PB
Luiz Cláudio Lopes Veneziano - UNIRP - São José do Rio Preto/SP
Gabriel França dos Santos - UNIRP - São José do Rio Preto /SP
Jafelt Lourenço Júnior - UNIRP - São José do Rio Preto/SP
34
p u lo - d o - G At o
“tENHo MEuS MoMENtoS nude, mas amo cor”, dizia
ela olhando e justificando o adesivo psicodélico que re-
veste boa parte do escritório. Cristiane Liogi é assim: uma
arquiteta carregada de vivacidade, partindo do próprio
ambiente de trabalho e reverberando o estilo nos projetos
arquitetônicos. Formada pela UEL (Universidade Estadual
de Londrina), a arquiteta é pratica: curte se especializar
em cursos rápidos, que possam ter o aprendizado apli-
cado já no dia seguinte. Exerceu boa parte da carreira na
cidade sede da universidade, mas se fixou como casca-
velense de corpo e alma há 18 anos. Entre as característi-
cas mais evidentes da profissional, está o cuidado do en-
volvimento com o cliente: o gosto, as opções, o histórico
familiar e todo o contexto de vida de uma pessoa são as
matérias-primas para um projeto dela. Para uma edição
que evidencia a brasilidade, não poderíamos ter uma par-
ticipação melhor do que a de uma arquiteta apaixonada
pelos elementos naturais e doidinha para executar um
projeto todo trabalhado em bambu! A seguir, os materiais
e cores mais brasileirinhos escolhidos a dedo para quem
quer aproveitar a riqueza da “pátria amada” para decorar.
N í t i da N ão s ó N o h i N o N ac i o N a l , a r i q u e z a N at u -r a l d o b r asi l e r e f e r ê N c i a c l a r a Pa r a m u i tos a r q u i t e tos . e P o u cos Pa ís e s são assi m : c h e i os d e u m a N at u r e z a tão e x u b e r a N t e . N a o N da d e r e a -P r ov e i ta m e N to , va lo r i z aç ão d o e co ló g i co , N os -s o s o lo se to r N o u N o m e fo rt e q ua N d o o ass u N to é a r q u i t e t u r a s u st e N táv e l . N e ssa P e g a da , N a da m a is j u sto d o q u e u m a se l e ç ão d e t e N d ê N c i as b e m b r asi l e i r as , f e i ta P o r u m a a r q u i t e ta a m a N -t e da co r e d os e l e m e N tos N at u r a is !
NOSSOS BOSqUES tÊM MAIS VIdA!
Po r m a rce l e An to n i o fo to s Ro d r i go Vi e i ra
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7
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cristiane liogi Arquiteta e Urbanista
35
ABUNDâNcIA Em OURO E PRATA
Papel de parede todo “chiquetê” da marca Carli Robinson. Forma
& conforto. R$ 852/ m2.
RUSTIcIDADE PARA cORTINAS
Persiana natural de bambu da Luxaflex. Forma & conforto. Preço
sob consulta.
mADEIRA DE VERDADE
Revestimento de madeira prensada da Stockholm Ash. Prisma
Revestimentos. 19,3x138. R$ 93,80 m2.
mISTUREBA
Pastilha Bosche: um mosaico de mármore da marca Color Mix.
30x30. R$ 127, 05 a peça. Prisma Revestimentos
PAREDE mAIS NATURAl
Papel de parede de mineral prensado daOrlean. Forma &
conforto. RS 70 m2.
PEDRAS POR TODO cANTO
Seixo telado da Palimanan. Prisma Revestimentos. 30x30. R$
283,50 m2.
lANÇAmENTO
Persiana Luxaflex Vignette, linha Hunter Douglas. Forma &
conforto. Preço sob consulta.
AmARElO BANDEIRA
Cobogó (elemento vazado) Reto Xis Amarelo – Cerâmica Martins.
Prisma Revestimentos. 19x19/7. R$ 21,67/ a peça.
mAIS cOR
Mármore colorido Silestone. marmoraria capanema. R$ 1300 m2.
PEDRA NATURAl
Tijolo inglês Autumn da Palimanan. Prisma Revestimentos.
22,5x7,5. R$ 219 m2.
PARA DESTAcAR
Linho estampado Artefarma. Forma & conforto. R$ 188 m2.
TEcIDO VAZADO
Linho Artefarma. Forma & conforto. R$ 86 m2.
REDONDINHOS
Retalho de mármore redondo Cannon Imperial da Color Mix.
Prisma Revestimentos. 30x30. R$ 136,99/ a peça.
lADRIlHO
Cerâmica Florentina 2 Celeste da Color Mix. Prisma
Revestimentos. 20x20. R$ 19,48/ a peça.
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O cHURRAScO é patrimônio nacional, por isso, é
preciso que o local para prepará-lo seja especial, uma
espécie de santuário da carne. Inspirado na figura do
gaúcho, este lugar celebra o costume de reunir as
pessoas queridas para um bom churrasco, tchê! A
madeira aquece e deixa o espaço mais aconchegante
e os detalhes em vidro garantem um espaço ainda
mais contemporâneo e antenado às novidades.
- Cíntia Aguiar/ Casa Cor Rio Grande do Sul 2013
R E coRt E
a fa m a d e r e c e P t i vo já e stá co N s o l i da da e m to d o o g lo b o t e r r e s -t r e . to d o m u N d o q u e b ota os P é s N o b r asi l já e s P e r a u m b e m - v i N -d o s o r r i d e N t e d e a lg u é m N ato aq u i . e se s o m os assi m co m N oss o Pa ís , co m se u s m a is d e 8 m i l h õ e s d e K m 2 , i m ag i N e s ó e N t r e as Pa r e -d e s da N ossa c asa ! Pa r a co N t i N ua r b at e N d o N o P e i to o r g u l h os os da r e P u taç ão d e aco l h e d o r e s , b r asi l e i r a da , u N i - vos ! i NsP i r e - se N os e sPaços d e co N v i v ê N c i a a se g u i r Pa r a ag lo m e r a r co m g osto .
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s D i v u l ga çã o
JUNTA A GAlERA!
ESTE lUGAR é PARA quem gosta de recep-
cionar mesmo. Tudo o que acolhe grita “pre-
sente” por aqui. A inspiração veio da mata tro-
pical brasileira e as peças do mobiliário foram
produzidas na Amazônia, com madeiras de
queimadas da década de 70 e 80. A iluminação
toda em Led é o ápice do ambiente. Mesmo do
lado de fora, aquecedores e lareiras ecológicas
garantem que, nas temperaturas mais baixas,
o local também possa ser usado.
Fabiana Farias, Renata Lagranha e Luciana De
Conto/ Casa Cor Rio Grande do Sul 2013
39
O cANTINHO PARA receber
os amigos é uma ótima des-
culpa para colocar para fora
toda sua personalidade. Por
isso, por mais que o local seja
externo – caso do Jardim
das Passarelas –, peças que
traduzam seus gostos são a
cereja do bolo. As escolhas
desta decoração foram as
esculturas egípcias, todas
feitas em fibra de vidro. O
aconchego das poltronas e o
verde bem dosado comple-
taram o visual.
- Rosângela Buitoni e Flávia
Roberta Beppler/ Casa Cor
Santa Catarina 2013
NÃO é DAqUElES ambientes restritos a
apenas uma época do ano. O espaço versátil
conta tanto com o calor de uma lareira quanto
com o refresco de uma piscina. A decoração
descolada e sofisticada vem dos acabamen-
tos em couro, vidro, pedra e inox. A atmosfera
sóbria e refinada surgiu com a escolha de tons
neutros e peças de design como a poltrona e
obras de arte de artistas renomados. Dá para
jogar papo pro ar, virar a noite com um carte-
ado ou apenas tomar uns bons drinques.
- Rafael Kroth/ Casa Cor Rio Grande do Sul
2013
PODERIA SER APENAS um ponto de passa-
gem na casa, no entanto, este lounge evoca
um grito de quero-ficar-para-sempre-aqui! O
espaço, útil e harmônico, exibe um paisagismo
com plantas adultas em imensos vasos. O la-
ranja dos detalhes deu um choque de boniteza
ao se encontrar com o verde. Com linguagem
contemporânea, os tons de cinza e preto garan-
tiram a sofisticação que o lado de fora da casa
também merece.
- Karen Fanti e Juliana Pacheco/ Casa Cor Rio
Grande do Sul 2013
Um mIx HARmôNIcO. O lounge despojado ganhou um espaço para experiências gastronômicas. Ser anfitrião fica fácil com essas seis mesas comunitárias,
além de várias ilhas para os chefs de cozinha. Com janelas e portas abertas, o ambiente dispensa ar condicionado. Isso é possível graças à ventilação cruzada.
A restauração dos tacos de madeira, janelas e portas metálicas formaram o pano de fundo do ambiente.
- Gustavo Calazans/ Casa Cor São Paulo 2013
R E coRt E
e da m os vá r i os m ot i vos Pa r a vo c ê sa b e r o P o r q u ê
coMpENSAdo coMpENSA
OS cOmPENSADOS
combinam mesmo em
ambientes alternativos.
42
qUEm USA cOmPENSADO usa porque pensa, e pensando sabe
que o compensado é o que compensa. Complicado? Calma,
a gente descomplica para você, e explica direitinho porque
o nosso amigo compensado é superior. Vamos começar do
começo, ou melhor, de dentro. As diferenças já começam
internamente. O compensado é revestido por fatias de ma-
deira (ma-dei-ra, entendeu?)que são prensadas e coladas
para formar chapas (de ma-dei-ra) de 4 a 40 milímetros de
espessura. Já o compensado sarrafiado, também disponível
na Abraplac, é mais “casca grossa” ainda. Seus sarrafos (de
ma-dei-ra) e a chapa externa são colados em sentido con-
trário. No caso do MDF, o processo é outro. A sigla de Me-
diumDensityFiberboard é basicamente uma chapa de média
R E coRt E
densidade (quanto menor a densidade, menor será a resis-
tência) formada por fibras de madeira que são grudadas por
resinas sintéticas. Resumindo, a parte interna do compensa-
do laminado ou sarrafiado é formada por lâminas ou sarra-
fos (de você sabe o quê) enquanto o do MDF, por exemplo,
é um “recheio” de serragem.Internamente, você já deve ter
concluído qual material é mais vantajoso. Agora, no que diz
respeito à parte externa, vejamos os revestimentos das op-
ções.
O MDF é geralmente revestido com melamina, uma subs-
tância muito (tóxica) utilizada na fabricação de produtos
antichamas. Nesse caso, o MDF ganha um pontono quesito
segurança, pois o seu guarda roupas não virará uma fogueira
SÃO A DIFERENÇA entre você ter
um estabelecimento “normal”e
um autêntico
43
DEVEm SER UTIlIZADOS
em todo mobiliário. Neste
ambiente, dão a sensação de
aconchego e conforto que
apenas materiais de madeira
têm a oferecer.
ESTETIcAmENTE, os
compensados também são
a melhor opção.
44
R E coRt E
A DEcORAÇÃO clEAN é uma
das características mais fortes da
madeira compensada.
45
coMpENSAdoMdf
peso
mAIOR DURABIlIDADEmENOR DURABIlIDADE
peso
- É criado a partir da mistura de fibras de madeira
com resinas sintéticas.
- Pode substituir a madeira quando a rigidez não se
faz necessária.
- Suas substâncias diminuem a propagação do
fogo e aceita bem a textura da tinta. Porém, não
é resistente a pressão, a umidade e empena
facilmente.
- Produzida a partir de peças de madeira, que são
unidas a partir de cola, calor e pressão.
- Substitui facilmente a madeira em si, pois é forma-
da por camadas ou sarrafos da mesma.
- É leve, suporta grandes pesos, resiste à umidade e
sua resistência é superior ao mesmo tempo em que
apresenta certa dilatação. Seu custo é mais alto que
outros materiais.
TIPOS
Chapas cruas: opção sem o acabamento.
Chapas com revestimento: são encapadas (ou
dois, ou penas um dos lados) com laminas através
de pressão e temperatura.
Chapas finish foil: são produzidas por adição de
uma película de fotografia.
TIPOS
Laminado revestido: feito a partir de diversas ca-
madas de madeira unidas, além de uma forração de
uma folha de madeira diferenciada.
Sarrafeado revestido: é constituído por vários sar-
rafos de madeira unidos e revestido por uma folha
de outro tipo de madeira que não os sarrafos.
UTIlIZAÇÃO
Usado principalmente em componentes de
móveis que não exigem muita resistência.
UTIlIZAÇÃO
Empregado na fabricação total de qualquer móvel. É também utilizado pela construção civil e na produção de
ambientes externos e internos, na área da indústria naval.
46
de São João caso aconteça algum acidente –, mas você não
escapará do envenenamento causado pelas toxinas libera-
das. Por acreditarmos que você não fuma dentro do quarto,
a nosso ver, essa exigência se torna irrelevante. Os compen-
sados da Abraplac são revestidos por madeira de lei certifi-
cadas nos mais altos padrões de qualidade.
É fato que ao oferecer todas essas qualidades, a madeira
compensada tem um custo mais alto. Ela parece mais cara.
Mas só parece, pois como diria aquele ditado “o barato sai
caro”, ao retomar todos os fatores citados, o compensado
não só se torna mais vantajoso, como mais valioso.Só um
móvel feito com madeira de qualidade, suportará não só
todas as adversidades do tempo (desmontagens e monta-
gens, umidade, pressão etc.) como também a pior delas: o
próprio tempo.
É, o móvel feito de compensado, seja de qual tipo for, vai en-
trar para a história da sua família. Sabe o móvel que dura, que
faz parte da família? É ele que vai contar a sua história. Optar
por uma madeira compensada como matéria-prima não só
compensa, mas recompensa.
R E coRt E
48
49
d u P l a d e a r q u i t e tos t r a -va u m d i á lo g o cosm o P o l i ta e d e se N vo lv e P r oj e to co m c a r a , N o m e e i N sP i r aç ão d e a rt ista
quEBRA dA INÉRcIA
d oSSI Ê
quEM São ElES?
Guilherme Marcon e Ney zillmer adoram a massa
cinzenta, termo que pode ser usado em dois sentidos:
gostam do cimento, um dos instrumentos-base
da arquitetura, mas também de ficar, horas, dias,
meses matutando em busca das melhores soluções
construtivas. Não faz nem dois anos que os dois se
juntaram para a criação do escritório MEzA – soma
das inicias dos sobrenomes Marcon + E + zillmer +
Arquitetura – e, desde então, se dedicam a projetos
residenciais, mas afirmam que não querem se
restringir a essa área. Pretendem também lidar com
intervenções na cidade, urbanização. Guilherme foi
veterano de Ney na Faculdade Assis Gurgacz e, já
na graduação, eles trocavam figurinhas a respeito
do estilo próprio, autoral, que pretendiam ter como
marcas na carreira. A expressão think outside the
box (pensar fora da caixa) tornou-se um mantra.
O pensamento parecido foi o ponto de partida.
Guilherme se formou em Arquitetura e Urbanismo
em 2007, é pós-graduado em Projeto e Concepção
do Espaço, fez estágio no Atelier Christian de
Portzamparc em Paris, França e hoje é professor da
mesma faculdade em que se formou. Ney pegou o
diploma de arquiteto um ano depois, em 2008 e
também é pós-graduado em Projeto e Concepção
do Espaço.
50
d oSSI Ê
51
uMA olHAdElA para cima já lhe permite perceber o quan-
to Cascavel está mudando. A cidade está mais vertical, ten-
dência que só deve ser ampliada. Mesmo com a limitação
de altura (874 metros de altitude), prevista em lei, o skyline
cascavelense toma novos contornos, seja com construções
tradicionais ou outras nem tanto assim. Um projeto, mesmo
antes de começar a sair do chão, já tem chacoalhado as es-
truturas arquitetônicas por aqui – e em um ótimo sentido.
modigliani é o nome da criação dos arquitetos Guilherme
marcon e Ney Zillmer, um prédio com nome de gênio da arte
e que também tem seus traços de obra-prima.
A primeira fuga do óbvio foi verticalizar o que já era vertical.
Explica-se: o comum na escala residencial de prédios é a
planta horizontal, três quartos de 80 a 120 metros, variando
entre uma ou duas suítes, cozinha e sala integradas, uma
sacada e área íntima. No Modigliani, o apartamento é duplex,
tipologia mais comum em sobrados: uma área térrea, com
área social, cozinha, área de serviço e, em cima, a área
íntima. “Assim, usamos melhor o terreno e ainda levamos a
impressão de que a pessoa está morando em um sobrado,
com as vantagens do edifício, como segurança e lazer, por
exemplo”, pontua Ney.
O prédio é a parte concreta de tudo que a dupla pensa. A
regra número um do escritório Meza é que só a ideia madura
deve ganhar forma na prática. “No Brasil, há uma cultura de
passarmos um mês no projeto e três anos na obra. Lá fora,
passam-se três anos no projeto e um ano na obra. Então
todos os erros você já anteviu no projeto e perde bem menos
dinheiro”, constata Guilherme. A observação de referências
estrangeiras não se limita à otimização do trabalho. Tem
aquela coisa de inspiração também. “Ney acrescenta que os
dois sentem-se como filhos bastardos da arquitetura
brasileira”. E não se trata de desmerecimento do que
é produzido aqui, é questão de gosto mesmo. Eles se
interessam pelo que está acontecendo na Europa, nos
Estados Unidos, países aqui da América do Sul e adaptam
isso ao trabalho.
Na verdade, não há uma Escola para qual os arquitetos
batam continência. Eles se inspiram aqui e acolá, mas não se
definem como seguidores de um só conceito. O que os guia
é o diferente, o inusitado, o pouco-feito ou o nunca-feito.
Traços parecidíssimos ao artista homenageado com o nome
do prédio.
A qUEBRA cOm o efeito de
repetição deu “movimento” à
fachada. A alternância das janelas
e a base “flutuante” deram o
aspecto inovador da obra.
d oSSI Ê
NO HAll, a madeira do piso ao teto faz aquele convite de
“chega mais”. Um conforto só, potencializado pela iluminação
intimista concedida pelos spots sobre o sofá.
O AÇO cORTEN é Um dos componentes-chave do projeto e
já pode ser vista logo na entrada. A ampla vegetação será a
moldura do prédio.
52
d oSSI Ê
OS ESPAÇOS DO living proporcionam integração e liberdade. Os apartamentos das pontas, leste e oeste, serão menores e os centrais, maiores.
53
Além DE TODO o espaço, as cobertu-
ras oferecem uma vista incrível da cidade.
Diferentemente dos demais andares do
prédio em que há seis apartamentos por
andar, na cobertura, serão quatro. Nes-
se ponto, são as opções laterais que têm
dimensões maiores: a leste tem 315 m2
a mais e a oeste, 300 m2. Essas contam
com quatro suítes. As centrais avançam
um pouco mais com a varanda, no entan-
to, têm três suítes. As coberturas contarão
com um pouco mais de 470 m2.
Ambos tem 3 suítes e varanda com pé direito duplo, mas as laterais são mais estreitas. Os imóveis centrais contam ainda com um banheiro de serviço. Os late-
rais possuem 150 m2, enquanto os centrais têm 180m2. Os dois terão duas vagas de garagem.
54
d oSSI Ê
A ÁREA SOcIAl tem pé direito duplo. Aqui,
o morador terá acesso à academia, sauna,
piscinas interna e externa, terraço, sala de
jogos e salão de festas.
Modigliani não se encaixava em nenhum segmento. Ele
concebeu sua arte em meio a diversas culturas e sua
obra foi classificada como detentora de um estilo próprio
e autônomo. Mesmo com as semelhanças, a escolha do
nome não aconteceu de forma proposital. Porém, se não foi
previamente pensado, posteriormente, o nome já possibilita
uma autoanálise sobre o trabalho que ambos desenvolvem
na breve carreira. “Preferimos olhar a arquitetura como um
processo artesanal, em vez de industrial. Não é repetindo o
que os outros fazem que vamos nos diferenciar no mercado”,
defende Guilherme.
As condições do entorno também deram a cara para o
projeto. O terreno é relativamente estreito, comprido e meio
de quadra. Pesou muito o fator de que a testada maior do local
é face norte, o que contribuiu para iluminação e ventilação
agradáveis e uma vista bacana. Os arquitetos optaram por
um edifício-lâmina, em que toda organização espacial se
dá lado a lado. Isso, aliado ao conceito de duplex, quebrou a
monotonia que poderia dominar a fachada. Rompeu-se com
a ideia de repetição, uma janelinha em cima da outra. Como
cada andar tem uma necessidade, isso também se reflete
para quem vê de fora.
O aspecto rústico in the city veio de materiais básicos da
construção: madeira e tijolo. O tijolo visível, além de conferir
a aparência mais “bruta”, planejada pela dupla, ainda deu o
colorido que o difere de outros prédios. ”O bege e o marrom
não as únicas opções”, lembra Guilherme. “queríamos
dar aquela ideia dos arranha-céus de Nova Iorque, com o
tijolo à vista. Algo mais pós-industrial”, argumenta Ney.
Ainda no visual da fachada, existe uma “soltura” no prédio.
quando a volumetria da construção foi planejada, ficou
definido que o edifício não chegaria direto na base. A área
de lazer desempenhou a função separatista, o que dá a
impressão que o prédio está flutuando. O auxílio para essa
sensação veio dos pilotis, popularizados na década de 60 na
arquitetura brasileira.
Tentando caminhar por onde poucos passaram, Guilherme
e Ney se apresentam ao competitivo mercado com uma
proposta de ousadia e, antes de tudo, planejamento,
planejamento e planejamento. Passaram um ano inteiro
encucados na concepção do Modigliani e, agora, mesmo que
os primeiros pilares ainda não estejam levantados, já são
cortejados com elogios. Às vezes – muitas vezes ou todas
as vezes – as melhores respostas para um problema estão
em pensar em novas soluções. “Não adianta você fazer tudo
sempre da mesma maneira e esperar resultados diferentes”,
conclui em uníssono a dupla.
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q ua N d o as l i m i taçõ e s d e u m a sa l a co m e r c i a l d e i x a m d e e x ist i r , u m l e -q u e se a b r e . N a da daq u e l a m e sa q u e i m P õ e : e m P r e sa aq u i , c l i e N t e l á . N ão ! Pa r a e N t e N d e r as N e c e ss i da d e s d e q u e m e stá e m b u s c a d o l a r d o c e l a r , a m e l h o r o P ç ão e N co N t r a da P e l a co N st r u to r a c as c av e l e N se b ast i a N e lo r a fo i e s q u e c e r o e s c r i tó r i o e N g e ssa d o e a P osta r N u m e s Paço q u e P r i -v i l e g i a b e m m a is co N v í v i o o co m o c l i e N t e . a c e N t r a l d e v e N das , já m a is d isse m i N a da e m o u t r as c i da d e s , Passa a se r o j e i to m a is e f i c i e N t e e co N -fo rtáv e l d e N e g o c i a r , o u m e l h o r , co N v e r sa r s o b r e i m óv e is ta m b é m aq u i e m c as c av e l !
VAMOS coNVERSAR?
Po r m a rce l e An to n i o fo to s Ro d r i go Vi e i ra
cE NÁR Io
57
BAStA pISAR NA central de vendas para entender que a in-
tenção do lugar não é meramente a mesma de um escritório.
Bem diferente disso: sem escrivaninhas enfileiradas, nada de
computadores e telefones por todo canto. No lugar de toda
essa mobília padrão, um espaço com sofás, poltronas e a
mesinha de centro que dá um “que” de “tô na sala de casa”.
E a recepção faz mesmo você se sentir assim: tão à vonta-
de como num cômodo do apartamento. O lugar convidati-
vo é o reflexo do pensamento jovem e antenado dos sócios
Willian Bastian e Ricardo Lora. O administrador e o engenhei-
ro materializaram aquilo que, para eles, é o modelo ideal de
negócios. “quando decidimos empreender, nos propomos a
trabalhar com os melhores do mercado: aqui nós primamos
pela qualidade e elegemos os nomes mais conceituados,
desde os nossos projetistas até os nossos fornecedores.
Nosso objetivo é dar opção e satisfazer o cliente. A central
de vendas é resultado disso: ela tem um intuito bem social. É
um show room que permite muito mais do que só uma nego-
ciação formal”, detalha Willian.
A central de vendas é uma ideia simples, já perpetuada em
outras cidades, mas não muito comum em Cascavel: os ide-
alizadores da Bastian e Lora há pouco mais de um mês deram
início a um jeito mais confortável de vender e comprar imó-
veis. O que eles fizeram foi transformar em estrutura física,
uma das coisas mais nítidas e importantes do ramo imobili-
ário – a ideia de que a casa da gente é o nosso melhor canto
e que escolher um lugar para morar é mais do que negociar.
“Com pouco tempo, já conseguimos ter um retorno surpre-
endente: percebemos uma aceitação bem positiva de quem
nos visita”, ressalta Ricardo, acrescentando que a central de
vendas é ainda mais ampla: oferece outros serviços.
E depois desse lugar idealizado para a primeira troca de
ideias entre empresa e cliente, são só mais alguns passos
para você já pisar no apartamento que pretende comprar. Ali
mesmo, é possível conhecer o apê tal qual o do futuro edifí-
cio: estrategicamente idealizado para facilitar a vida de quem
busca uma nova moradia. “Nosso primeiro empreendimen-
to foi assim: com apartamento decorado dentro da obra do
edifício. Claro, assim é possível ter uma dimensão do que é
o local, mas traz transtornos para o cliente fazer uma visita-
ção num prédio ainda em construção. Já com apartamento
decorado num espaço separado, ele tem mais conforto para
visualizar os detalhes do ambiente e se sente mais acolhido
para negociação”, justifica Ricardo.
WIllIAM E RIcARdo se conhecem desde a infância. Tinham amigos em
comum, mas pouco conviviam. Trombaram mais tarde nas aulas de mú-
sica e já foram parceiros numa banda. Depois, mais experientes, desco-
briram que a dupla poderia dar mais certo no mercado imobiliário do que
no mundo musical. Já graduados, administrador e engenheiro decidiram
se unir na busca pelo diferente. Entenderam que as filosofias e as ideias
de mercado seguiam a mesma linha e que dariam certo trabalhando em
conjunto. Empreenderam e se especializaram e já somam uma experi-
ência de 3 anos com a construtora bastian e lora.
58
cE NÁR Io
O empreendimento da vez é o edificio Bellatrix: são 28 apar-
tamentos que já têm uma amostra decorada na central de
vendas. Os responsáveis por projetar tudo são os arquitetos
Lori Crizel e Flavio Uren, convidados da Bastian e Lora para
planejar toda a arquitetura tanto dos apartamentos, quanto
da própria central de vendas. Inspirados no jeito “jovem que
sou” dos “meninos” da construtora, os profissionais proje-
taram um plantão de vendas que privilegia a versatilidade, e
tenta, ao máximo, não impor uma atmosfera muito adminis-
trativa. “A central de vendas é a vitrine do prédio. Por isso ela
precisa ser bem visível e convidativa. Ela toda já foi pensada
para ser bem percebida: tem estacionamento próprio, a fa-
chada foi colocada no lado em que o sentido da rua permite
maior visibilidade”, explica Flávio. A decoração da central e
do apê ainda tem um up: as obras da arquiteta e artista plás-
tica, Andreia Calderari e um projeto de paisagismo elaborado
pelo cascavelense Ronaldo Santos, da Espaço Brasil.
Totalmente transformável, a estrutura foi pensada, ironica-
mente, para ser derrubada. “Esse é um espaço efêmero, que
pode ser colocado abaixo quando outros empreendimentos
virarem foco. Por isso temos que privilegiar a mobilidade,
pensando que é um local com uma vida útil curta. Mas ao
mesmo tempo, isso não é algo engessado: a central de ven-
das daqui pode se expandir, virar a vitrine para apartamen-
tos decorados de novos empreendimentos. Temos espaço
para transformar alguns cantos em salas e para mudar tudo
por aqui”, complementa Lori.
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A pARcERIA ENtRE os dois arquitetos já começou de forma cria-
tiva. Lori convidou Flávio para visitar uma sala, sem denunciar que
aquele ali seria o espaço do futuro escritório arquitetônico. “que
tal uma fachada assim: Crizel e Uren Arquitetura?”. Os sobreno-
mes se tornaram a marca! E as intenções de trabalho se somaram:
os dois já atuam juntos há 7 anos. São eles os responsáveis por
projetar a central de vendas e o apartamento decorado do mais
novo empreendimento da bastian e lora.
E toda essa capacidade de mudança segue da central de
vendas para o interior dos apartamentos: a ideia de sem-
pre dar opção para o cliente também diz respeito a como ele
quer moldar a nova moradia. “Temos aqui um perfil de jovens,
mas ao mesmo tempo temos um público família. Por isso
deixamos em aberto para escolha de cômodos: a sala pode
ser mais ampla, mas pode se converter em mais um dormi-
tório; a cozinha é separada da sala, mas podemos transfor-
mar tudo num espaço gourmet: só depende da vontade e
necessidade do cliente”, reforça Ricardo, deixando claro que,
por aqui, a conversa é a alma do negócio. E é aí, nesse ponto,
que tudo se explica e se resume: para os arquitetos que li-
dam diretamente com a dupla idealizadora da Bastian e Lora,
o empreendimento dá certo porque vai além do tradicional.
“O que faz toda a diferença é jovialidade dos meninos. Eles
são empreendedores: querem fazer diferente, se arriscam e
são abertos as mudanças”, elogia e finaliza Lori.
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c asa N o P l a N a lto c e N t r a l fa z u m a r e v e r ê N c i a a t u d o o q u e é b r as i l e i r o e s e a d e q ua ao c l i m a e à v e g e taç ão d o c e N t r o - o e st e d o Pa ís
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s : J o a n a Fra n ça
BRASILEIRICEdoS pÉS à cABEçA
cE NÁR Io
61
62
cE NÁR Io
podE ENtRAR. Não precisa nem tirar o calçado ou, se
preferir, calce seu chinelo. Balance na rede e sinta a brisa
(ou a falta dela) no Planalto Central. Você pode se sentir à
vontade, porque, bem ali, onde fica a sede administrativa
da nação verde e amarela, uma casa quer ser orgulho na-
cional, de um jeito escrachado. Muito espaço e valorização
daquilo que marca o território tupiniquim são as cartadas
do arquiteto Fabiano Sobreira, do escritório Macedo, Go-
mes & Sobreira.
Morar em um país de dimensões continentais tem lá suas
vantagens. Apesar da mistureba climática, é interessante
chegar em cada região e ter lá um sotaque, uma tempera-
tura, uma vegetação específicos. No centro-oeste brasi-
leiro, o calorão é característico e a vegetação é do cerrado.
E esses foram os dois pontos de partida para a concep-
ção da Casa Copaíba: o clima quente pediu uma residência
mais ampla, com muita ventilação; e uma árvore do cerra-
do foi determinante para o desenho da casa e até o nome
da obra – a tal da Copaíba.
TÁ AÍ A RAZÃO de tudo. A partir da Copaíba e do restante da
vegetação típica do cerrado, os arquitetos projetaram a casa. E o
resultado está aí.
mUSIcAlIDADE E TRANqUIlIDADE enquadradas. Tudo que o
brasileiro gosta, tudo que o brasileiro quer. O clima de Brasília
suplica que os espaços sejam abertos e que sejam adotadas so-
luções passivas, dispensando a necessidade de ar-condiciona-
do. Missão dada é missão cumprida. Ventilação para lá e para cá.
mADEIRA. Praticamente
só madeira. E o que no
projeto era simples tor-
nou-se luxo de tão bem
dosado que foi. O GUARDA-cORPO foi concebido
também como uma estante para
a biblioteca. Assim, os livros ficam
visualmente presentes no cotidiano
da família.
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64
O mOSAIcO de azulejos da garagem e espaço
multiuso foi concebido com a participação das
crianças da família, em homenagem a Athos
Bulcão e à cultura popular pernambucana.
cE NÁR Io
No térreo, a casa é definida por um bloco em “L”, no qual a
cozinha, a sala e os quartos se conectam com o cerrado
através de uma varanda que se estende ao longo de todos
os espaços. Isso cria uma relação entre o espaço interno e
o externo e, ao mesmo tempo, protege os espaços do sol e
da chuva.
Mas nem só de Copaíba vive esta casa: outras árvores são
cultuadas por aqui e deram o tom ao piso, forro e esquadrias,
todos feitos de madeiras nativas, como ipê, cumaru, cedri-
nho e jequitibá. Para decorar, artesanatos tradicionais nas
feirinhas país afora: tapetes de fibra, trançado feito à mão.
Toda a simplicidade com luxo made in brazil.
65
O TúNEl qUE é a marca registrada da
Disco agora ganhou um ar cibercultural
com a intervenção de Kleber Matheus.
cE NÁR Io
a d is co , c asa N ot u r N a Pau l ista N a , g a N h o u u m a r e Pag i N a da se m e s q u e c e r os v e l h os t e m P os
SAUDOSISTA SEMVIVER do pASSAdo
Po r R i ca rd o Po h l fo to s : Fra n Pa re n te
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A cluB dISco dE São pAulo impõe respeito. Há 12 anos
– muito tempo de existência para uma casa noturna em São
Paulo –, prova que seu entretenimento não tem dada de va-
lidade.
Há mais de uma década, o estabelecimento vem contrarian-
do a “natureza”. A começar pelo seu posicionamento, o point
ocupa o subterrâneo do Birmann 29, um edifício de caráter
corporativo. A continuidade da discoteca faz com que seja
tratada como exceção. Enquanto suas rivais de noites pau-
listanas (Love. e a B.A.S.E.) foram perdendo fôlego e virando
passado, a Disco continua estável e se renovando, num nicho
de mercado que a vida curta dos estabelecimentos é parte
dos “ossos do ofício”.
Mesmo com uma clientela assídua, a casa precisava de uma
cara nova. E o que você faz quando o ambiente original da
casa foi projetado por Isay Weinfeld e os irmãos Campana?
Você chama outros dois grandes nomes do design/arquite-
tura. Maurício Arruda e Guto Requena foram os responsáveis
pela reforma da balada. Foi deles a ideia de, mesmo com ma-
teriais tendenciosamente brasileiros, como a madeira, trazer
uma pegada robótica e tecnológica, presente em materiais
como o LED, usado sem restrições – algo que eles definem
como “Daft Punk de férias no campo”.
cERâmIcAS E lâmPADAS nos fazem lembrar um ambien-
te muito familiar, o próprio banheiro de nossas casas.
cE NÁR Io
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NADA DE vida reservada: dutos, instalações
elétricas e hidráulicas, e vigas totalmente
expostas.
AS POlTRONAS tipo “sala de estar” com
design dos anos 70 são responsáveis pelo ar
vintage.
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O aspecto underground fica por conta do ambiente, proposi-
talmente cru. A atmosfera industrial está exposta nos dutos,
encanamentos, vigas e instalações elétricas escancarados.
A madeira em tábuas verticais, que tem grande participação
no revestimento, contribui para o contraste até bucólico. O
paradoxo se instaura quando, ao lado de todos esses predi-
cados aparece todo o tipo de tecnologia de ponta. Aliás, se
o cenário chama a atenção é porque conta com uma ilumi-
nação que impressiona. Os 250 metros lineares de eletroca-
lhas metálicas de perfil “U” com fita LED endereçável acom-
panham com harmonia as batidas secas reproduzidas pelos
equipamentos de som Funktion One, e que são potencializa-
das pelo projeto de acústica, materializado em pano de lã de
rocha, espuma de celulose e madeira. Tudo para possibilitar
infinitas programações e mistura de cores, além de reprodu-
zir com excelência a house music, gênero classicão da casa.
O SOFTwARE mADRIx é o responsável por combinar os efeitos e
cores dos LEDs com a música e a animação da galera.
cE NÁR Io
Guto Requena ressalta que a atmosfera de brasilidade con-
ferida ao clube deve-se à utilização de materiais, cores e for-
mas que fazem parte da nossa memória e expressam nossa
contemporaneidade. Exemplo disso é o mobiliário, que “tem
um pé nos anos 70” do design brasileiro, a exemplo das pol-
tronas vintage em couro preto. As cerâmicas, que revestem
os banheiros, ajudam a construir essa essência brasileira.
Para completar o desenho da casa, o corredor de entrada
que sempre foi o maior signo da boate pedia uma cara nova.
Guto e Maurício tiveram consciência ao transformá-lo, a in-
tervenção do artista Kleber Matheus mais parece uma pas-
sagem para outra dimensão. O projeto deixa as marcas do
túnel antigo explícitas, em homenagem a uma entrada que
já fez parte dos embalos de sábado à noite de muita gente.
O escritório Eduardo Paranhos faz parte de uma geração disposta a inovar e fugir do convencional. A agilidade, modernidade e economia que você procura aliadas à nossa experiência - tudo para materializar o seu sonho.
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p oR AÍ
CONJUNTO TOLEDENSE dE tENdÊNcIAS
Po r m a rce l e An to n i o fo to s Ro d r i go Vi e i ra
q ua N d o c h e g a o m o m e N to m a is d e l i c a d o d e u m a o b r a , t e r o l h a r a P u r a d o é f u N da m e N ta l Pa r a co Nse g u i r u N i r os d e ta l h e s , s o m a r m at e r i a is e N ão P e c a r N a j u N ç ão d e P e ç as . co m P o r o i N t e r i o r d e u m a c asa é e l e g e r . e e ssa é u m a se l e ç ão q u e d e m a N da t e m P o e Pac i ê N c i a : é o “ f i N a l m e N t e ” q u e N ão P o d e se r f e i to daq u i P r a a l i . m as a g e N t e fac i l i ta : a co N st r ua r c h fo i at é to l e d o g a r i m Pa r , co m a o P i N i ão c e rt e i r a da a r q u i t e ta fa b i c a m P os , os to -q u e s f i N a is q u e u m a c asa P r e c isa t e r .
o NoME dElA É Fabiana Campos, mas o
apelido combina mais com o jeitinho da ar-
quiteta. Toda descontraída e receptiva, Fabi
é a profissional que parece tem um envolvi-
mento ímpar com o cliente antes, durante
e após qualquer projeto. Fica fácil perceber
isso percorrendo a cidade de Toledo com
ela do lado: em qualquer loja por onde pas-
sa, Fabi é recebida com um cumprimento
empolgado e até um chimarrãozinho extra
para acompanhar a visita. Foi uma maratona
de bom gosto, guiada por quem sabe onde
estão as melhores peças de decoração do
mercado toledense.
Gaúcha de sotaque bem característico, Fabi
tem um estilo bem marcante: os cabelos
vermelhos, a risada contagiante e o amor
assumido pelas cores vibrantes denunciam
o gosto por tudo que foge do comum. Mas as
particularidades dela não são exigências dos
projetos: a arquiteta e designer sabe como
perceber a alma do cliente para projetar de
acordo com as vontades dele. Fabi Campos,
com 10 anos bem vividos de arquitetura, é a
nossa convidada para dar os pitacos trend
dessa edição!
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DEcORADORA DEcAmPOS
Rua Rui Barbosa, 1444
Toledo – PR
(45) 3055-2142
www.decoradoradecampos.com.br
75
dÁ pARA SE perder nas opções da tradicional loja toledense. Das paredes ao chão: aqui tem sempre aquele arremate final que
faz toda a diferença. Vai dizer que uma das fases mais gostosas da decoração de uma casa não é a da escolha das cortinas e
tapetes?! Tão essenciais e tão transformadores: esses são os elementos que vão fazer a casa ser mais aconchegante. E me-
lhor do que mil opções de cores, material e modelo é ter com quem contar na hora da compra: na Decoradora de Campos, que
caminha para os 40 anos de mercado, a Ana Paula Campos é nossa guia junto com a arquiteta: são elas que elegem os produtos
mais “tops”!
DECORADORA dEcAMpoS
pERSIANA duEttE
Ela é a “mais mais” quando o assunto é acústica! A persiana,
da linha Hunter Douglas da marca Luxaflex, é desenvolvida
em formato celular: tem bolsas de ar que dão ao ambiente
um baita conforto acústico. E redondinhas assim elas se tor-
nam mais originais: saem do tradicional formato das persia-
nas e formam um plissado elegantérrimo na sua janela.
pERSIANA SIlHouEttE
Nesse caso, tecido e telas transparentes se unem para uma
entrada de luz impecável. A persiana, que é também uma das
“filhas” da linha Hunter Douglas, da Luxaflex, consegue dei-
xar o ambiente mais suave. As lâminas de tecido suspensas
entre uma tela e outra são o segredo. Ela privilegia o escu-
recimento sem brecar a visibilidade: dá-lhe funcionalidade e
privacidade!
tApEtES AVANtI
Essa é saída ideal para quem já cansou de procurar o tapete
ideal e sempre esbarrar no tamanho: pode ser lindo, mas ra-
ras vezes encaixa no que você quer. Fim de papo para esse
problema aí: os tapetes da Avanti são feitos sob medida.
Lindões assim, com estampas diferentes, cores vibrantes
ou neutras... não importa: qualquer um pode ser moldado de
acordo com o seu espaço!
p oR AÍ
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VIDRAÇARIA ScHIO
Rua Barão do Rio Branco, 1727
Toledo – PR
(45) 3252-2380
É AquI quE você precisa procurar quando começar a escolher partes cruciais da sua obra: as janelas. E é para esse canto que
você deve correr se quiser encher a sua casa de tendência: os vidros estão em alta do piso ao teto! Vale explorar a transparên-
cia em quase tudo! Ainda mais quando se está tão bem servido de opções, como na Vidraçaria Schio. A experiência de 43 anos
no mercado permite a confiabilidade. Pelo mundo transparente, quem nos orienta é o Ícaro Schio.
VIDRAÇARIA ScHIo
ESpElHo GuARdIAN
Eles nunca estiveram tão evidenciados na decoração. Pelo
menos, não com tantas possibilidades diferentes. Os espe-
lhos estão por toda parte: nos locais tradicionais, mas tam-
bém fixados em móveis, espalhados em pequenos pedaços
pelos corredores, cobrindo toda uma parede... A indicação
dessa vez é o Espelho Guardian, um dos preferidos pelos de-
signers de interiores e arquitetos pela qualidade na reflexão
da imagem e por ainda ser ecologicamente correto.
jANElAS WEIKu
Escolher janela é aquela dureza: é melhor optar pela mais
bonita ou pela mais tecnológica?! E se puder ter os dois?! A
dica são as esquadrias de PVC da Weiku: são versáteis por-
que permitem escolher formato e cor e detonam no quesi-
to funcionalidade! O material da janela não deixa os ruídos
externos te atrapalharem, economiza bem mais energia do
que esquadrias metálicas, oferece tela contra insetos e mui-
ta durabilidade.
GuARdA-coRpo dE VIdRo
Dê adeus aquele corrimão convencionalzinho e bote fé no
poder do vidro! Você pode até ficar meio ressabiado com a
segurança: mas relaxa! Uma vidraça como guarda-corpo não
é só estilosa, não! Bem instalada, ela trata de não deixar a
escada desprotegida, principalmente para quem tem crian-
ças em casa: importante é prestar atenção nas ferragens da
instalação! E dá para imaginar muito: o vidro se encaixa em
escadas retas, em L ou arrendondadas! Aposta, vai!
p oR AÍ
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mOlDURAS VAN GOGH
Rua Barão do Rio Branco, 1731
Toledo – PR
(45) 3277-2356
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AquI tRAdIção também é palavra de ordem: os quadros e molduras são a paixão do pessoal da Van Gogh há duas décadas!
E nesse tempo todo, a loja se transformou na parada obrigatória para quem está precisando dar um up em qualquer cômodo.
Seja clássico ou contemporâneo, grande ou pequeno, para sala ou para os quartos: aqui tem quadro e moldura para todo gosto!
De portas-retratos e telas para pinturas até espelhos decorativos e molduras sob medida: extravase a criatividade que a Lur-
des Silveira e toda equipe Van Gogh colocam em prática.
MOLDURAS VAN GoGH
EStAMpA ÉtNIcA
Se você quer mesmo ter uma casa tendência, esqueça
aquela ideia muito “clean” disseminada lá atrás. Nossa ar-
quiteta-guia comentou que agora o negócio é apostar nas
composições, na mistureba de estilos, na junção do velho e
do novo, do trabalhado e do liso. Exemplo bem nítido disso
é este quadro: a estampa étnica é o que há! E como se não
bastasse o luxo dela, o quadro ainda tem molduras sobre-
postas! R$ 703.
clÁSSIco douRAdo
Eles estão assim: ocupando cada cantinho da casa. Os qua-
dros já não têm mais restrição! E o lavabo também está in-
cluído nisso. Este quadro é um clássico curinga: com ele, dá
para acrescentar charme e compor um lavabo todo em dou-
rado! Preço sob consulta.
coloRIdo REtRô
Para quem quer correr do nude e encher a casa de vivaci-
dade, a sugestão é unir as tradicionais molduras trabalhadas
com as cores vivas: amarelão, azul celeste, verde bandeira e
vermelho sangue deixaram de ter aquela conotação “ber-
rante” e passaram a incorporar a decoração mesmo dos
ambientais mais convencionais. Dá para encomendar na cor
que você quiser por R$ 23 o metro linear. O quadro com a
moldura vermelha custa R$ 172.
p oR AÍ
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cADEIRAS ROSA
Av. Maripá, 3320
Toledo – PR
(45) 3252-1907
www.cadeirasrosa.com.br
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dÁ VoNtAdE dE se esparramar em tudo que a gente vê na Cadeiras Rosa! Os estofados convidativos, as poltronas acon-
chegantes: aqui o passeio tinha mais cara de bate-papo de café da tarde! Acompanhados pelos proprietários Ceni e Carlos
Henrique, conhecemos um pouquinho da história e das peças que a família Rosa revende e até fabrica. Se o seu negócio é
compor aquela sala de TV ou jantar poderosa ou ainda cobrir de detalhes lindos a sua edícula e mobiliar seu espaço comercial,
vem que aqui tem!
CADEIRAS RoSA
AMARElo VERSÁtIl
Estas aqui são peças para quem tem bastante ousadia na
personalidade! Os amarelinhos são uma misturinha do novo
e do velho. É uma nítida inspiração nos trabalhos do escultor
zanine Caldas, afirma nossa arquiteta. O conjunto da Pollus
Móveis é um retrô contemporâneo bem funcional: as ban-
quetinhas têm um acento que vira bandeja! R$ 665 a mesa
R$ 380 cada banco.
poltRoNA AZul
Ela é toda trabalhada em curvinhas. É um charme em cor e
em formato! E todo esse toque aveludado deixa a poltrona
mais bonitona ainda. É uma ótima pedida para acompanhar
um estofado preto! Na loja, nessa linha, ainda existem poltro-
nas parecidas e com cores variadas. Esta é a Poltrona Emily,
da linha Jowanel. R$ 856.
jANtAR GlAMouRoSo
Sofisticação poderia ser a palavra para definir este conjunto
de mesas e cadeiras que é cheinho de minúcia! A base é toda
adornada com espelhos. As poltronas são um caso à parte:
de cair o queixo o conforto e qualidade do tecido. A partir de
R$ 1900 o conjunto.
p oR AÍ
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ART, clASS & DESIGN INTERIORES
Rua Santos Dumond, 3059
Toledo – PR
(45) 3378-3033
www.artclassinteriores.com.br
83
o tRABAlHo duRANtE uma década no ramo de móveis planejados forneceu a Ismael Valério, experiência de sobra para
se aventurar numa marca própria. Depois de tantos anos revendendo grandes marcas, o empresário decidiu que o ano de
2013 seria de mudanças. Entendeu quais as necessidades do mercado e percebeu como poderia inovar. A Art Class é o em-
preendimento: a loja é a junção da tecnologia dos móveis modulados com a liberdade de escolha de medidas. “Conseguimos
trabalhar os móveis com modulagens diferentes. Isso permite ao arquiteto mais flexibilidade nos projetos”, comenta Ismael.
Aliada a essa comodidade, ainda está outra preocupação: oferecer a qualidade sem ser excessivo nos preços, como marcas do
gênero têm sido. A ideia é trazer a facilidade do móvel sob medida com valores mais acessíveis. “Busco materiais e tecnologia,
demonstro apreço pelo novo e o inesperado. Móveis feitos para durar, de formas minimalistas e orgânicas, são minha marca
registrada. E a modulagem da Art Class me oferece isso”, ressalta a arquiteta.
ARt clASS MóVEIS PLANEJADOS
p oR AÍ
quando as coisas são
planejadas nos mínimos
detalhes o conforto, a
praticidade e aconchego são
otimizados de uma maneira
que a sua casa passe a ser
realmente um lar.
84
mARTOl mÁRmORES E GRANITOS
Av. Ministro Cirne Lima, 596
Toledo – PR
(45) 3252-3026
MARtolo fRENÉtIco RItMo de trabalho na Marmoaria Martol demonstra a apreciação da empresa em Toledo e região. Sem poupar
investimentos no que há de mais novo e prático na área, ela oferece uma vasta linha de pedras decorativas para revestimento
de piscinas, calçadas, fachadas e pisos. E por lá é assim: um olho na produção e outro no cuidado com o meio ambiente, já que
a empresa utiliza o sistema de reuso de água. Experiência no ramo, eles têm de sobra: são 15 anos embelezando as casas
toledenses e nas linhas a seguir o proprietário do empreendimento, Luiz Mouri Calgaro, expõe para Fabi Campos o crème de
la crème da empresa.
MÁRMoRE RoSSo
A tonalidade avermelhada desta peça consegue tirar o décor
do usual. Fabi Campos fez a escolha pela imensidão de possi-
bilidades: é ideal para revestimento de escadas, pisos, tam-
pos, banheiras, lareiras e no que mais a imaginação do dono
ou do arquiteto permitirem. Também europeu, apresenta va-
riedades da Espanha e da Itália. A facilidade de limpeza e um
dos pontos positivos, podendo ser feita com pano úmido ou
água e sabão neutro.
MÁRMoRE cARRARA
Este é a leveza visual em forma de pedra e vem lá da Itália,
o berço dos mármores belos. O Mármore Carrara remonta
à época da Roma Antiga, quando já era visto como material
imponente. Mesmo depois de tanto tempo, o reconheci-
mento ao requinte dele continua. O banheiro é o ambiente da
casa que mais recebe o Carrara. Porém, ele não se restringe a
esse uso: por sua baixa porosidade é bem versátil.
SIlEStoNE
A beleza pura não existia, aí decidiram inventar a Silesto-
ne by Consentino. A rocha industrializada é uma mistura de
95% de quartzo e 5% de outros minerais, resina de poliéster
e pigmentos. A sua utilização é variada, desde pias de cozi-
nha, bancadas para instalações sanitárias, revestimentos de
paredes, pavimentos etc. A nova febre são as opções com
pontos brilhantes. E já que o brilho no mundo da moda já foi
liberado para o dia a dia, por que não receber a carta de alfor-
ria também na decoração?!
p oR AÍ
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NEO REVESTE AcABAmENTOS PARA cONSTRUÇÃO
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Toledo – PR
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NEo REVEStEquANdo oS IdEAlIZAdoRES da loja pensaram em se especializar em acabamentos para construção, foram a fundo na pro-
posta. Difícil você solicitar algo e não encontrar na Neo Reveste. Em contato com um público exigente, que clama por exclusi-
vidade e qualidade, a empresa trabalha com as mais atuais coleções de diversas marcas. A história que começou em Toledo há
13 anos, já reverberou região afora e levou uma filial da loja para Marechal Cândido Rondon em 2010. O laço de confiança criado
com a receptividade dos colaboradores da loja resulta em uma compra que alia as tendências ao seu desejo. A prioprietária
Maria Dila Dutra Bauermann mostra o caminho das pedras à arquiteta desta edição.
cIMENtÍcIo
O cimentício é outro queridinho da temporada. Foi-se o
tempo em que arquitetos davam às paredes da casa o luxo
de poderem não ter graça. Nesse contexto se encaixam os
revestimentos com acabamento 3D: fabricados para agradar
a um público moderno, eles podem ser aplicados tanto no
interior da residência como em áreas externas, banheiros e
outros ambientes molhados. A Palazzo Revestimentos é ex-
pert nessa seara. Prova disso é a parede aí da foto, revestido
com o modelo Strati da marca.
lAdRIlHoS
Para quem quer mais cor, um ladrilho hidráulico sempre cai
bem. Este tem um “perequetê” a mais – além de ter uma mix
colorido alegre, ainda tem nas opções vidro e cerâmica. Na
linha Noveau da quilla há várias modelos para colocar na co-
zinha, área externa ou ainda dar um toque diferente em cô-
modos mais sérios da casa.
GRANdES foRMAtoS
Tudo grandão é a tendência para revestimentos, principal-
mente para pisos. É a praticidade pedindo passagem, já que
os grandes formatos proporcionam maior limpeza, leve-
za visual para o ambiente, menor necessidade de rejunte e
ampliam o espaço. A Portinari tem vários opções na colecão
Street Slim HD. A linha tem o aspecto artesanal, deixando
um relevo sutil na peça. Os porcelanatos são finos e medem
100cmx100cm.
p oR AÍ
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A ModA coM uM pÉ NA pASSARElA E outRo NA cASA doS ANtENAdoS
dE oNdE VEM esta vontade de vestir-se bem? Por que
você se esforça para não pegar a primeira peça que viu no
armário pela manhã? Imagino que seja desta vontade que
temos de deixar uma marca, mesmo que uma pequena mar-
ca por dia, por onde passamos. Não dá para negar que a rou-
pa é uma porta de nossa personalidade, é como dizer sem
dizer nada “é assim que eu sou e você vai ter que me engo-
lir”. E quem você quer ser todos os dias? Eu penso que queria
ser alguém com quem eu gostaria de encontrar na rua e sair
para tomar um café.
Daí vem que, ao nos vestirmos, preferimos uma marca de
roupa do que outra. Um estilista parece que “entende” mais a
nossa personalidade do que outro e é com ele que andamos
de mãos dadas pelas ruas. O mesmo sentimento vale para a
nossa casa. Lá onde acolhemos as pessoas mais próximas
ou que temos ao menos um pouquinho de confiança para
trazer para este lugar tão íntimo, já que têm poucas coisas
tão reveladoras quanto conhecer a coleção de livros de al-
guém.
Com um olho nessa vontade de expressão, não apenas atra-
vés de nossas roupas, mas também através de nossa casa,
os estilistas mais antenados passaram a desenhar coleções
que saem das passarelas e vão para as lojas de decoração e
afins. E ficamos loucas, querendo comprar tudo.
Mas o que temos de novo agora? A brasilidade dessas pe-
ças. O britânico expert em tendências, David Shah, em sua
entrevista para a revista Lola, afirma que “estamos nos can-
sando da globalização”, e que agora vamos nos voltar mais
para as nossas raízes. E quer raiz mais linda que a brasileira? E
quer maior glória à nossa própria personalidade do que vol-
tar às nossas origens e expressá-la? Adorei a notícia. E claro
que alguns estilistas brasileiros antenados já sacaram a ten-
dência de voltar os olhos à sua própria cultura e começaram
a fazer peças que louvam o lifestyle brasileiro.
Po r ca m i l a we i r i c h fo to s Fo to s i te
fASH IoN I N HoM E
N ão s ó d e r o u Pa v i v e m os e st i l istas , a v e r sat i l i da d e é q u e m m a N -da ! t e m ta l e N to v e st i N d o N oss o l a r d o c e l a r e e sta m Pa N d o d e sd e s o fás a a l m o fa das
BAcKSTAGE
DO DESFI-
lE de Gloria
Coelho durante
o SPFW - In-
verno 2013.
89
As peças de decór superalegres da Katia Barros, estilista da
Farm, são o melhor exemplo de como trazer o espírito cario-
ca para dentro de casa. Estampas alegres e vivas da marca?
É entrar em casa, colocar o chinelo e se sentir no Rio!
Amir Slama, especialista em moda praia de luxo, mostra que
conhece os balneários mais chiques do Brasil ao trazer para a
nossa casa itens de décor que misturam estampas brasilei-
ríssimas – pense em folhas e bichos com um design clean e
elegante – iguaizinhas às suas peças-desejo de beachwear.
Pronto, conquistou a cliente em casa também.
Mas o Brasil não se resume apenas a estampas animadíssi-
mas por todos os lados, não, senhor. O Brasil não é só praia.
Lembremos de Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço. Eles fize-
ram coleções sóbrias e chiques para a casa das clientes da
Electrolux. Aliás, assistir aos desfiles da Gloria Coelho dentro
da casa Electrolux, no Jardim Europa, nos faz pensar que não
teria melhor locação para o show dela. As modelos desfilam
em perfeita harmonia com o ambiente clean e iluminado que
é a loja conceito da marca. Isso é representar São Paulo nas
coleções. No seu armário, e no caso deles, na sua cozinha.
Chiquérrima, obrigado.
Esses e outros estilistas possuem uma identidade tão forte
que expandiram sua personalidade criativa das roupas para
a casa. E os mais antenados agora escolhem com carinho
não apenas as suas roupas na loja de seu estilista de cora-
ção, mas também as peças de décor para vestir a casa no
maior estilo!
A ESTIlISTA Gloria Coelho durante o backstage
do seu desfile de Inverno 2013.
O ESTIlISTA
beach-chic
Amir Slama.
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8
9
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MARIANA tRABAlHou com marketing por dez anos. Com
diploma e tudo, ela considerava que aquela seria sua profis-
são pro resto da vida. Já o Roberto, não! Ele, desde que co-
locou os pezinhos na faculdade, já havia escolhido o design
como meta de vida: formou-se em Desenho Industrial. Nas
diferenças, encontraram semelhanças, casaram-se e Ro-
berto conseguiu puxar Mariana para a sua seara.
Logo após o casório, Barcelona os recebeu de braços aber-
tos. Roberto queria se aperfeiçoar e Mariana compreender
melhor a arte do design. Fizeram dois mestrados: Design de
mariana Betting e Roberto Hercowitz
of IcI NA
. . . N a da P o d e se Pa r a r ! e ssa é a e ssê N c i a d o ta -l e N to e m d ose d u P l a d os d e si g N e r s m a r i a N a b e t t i N g e r o b e rto h e r cow i t z
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s D i v u l ga çã o
O qUE A ARtE uNIu...
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VOcê PODE OlHAR e pensar: “tá, legal! É um buffet bonitinho,
vermelhinho, mas cadê a tal da inovação?”. Atente-se aos detalhes,
nobre leitor! Olha que charme esta orelhinha formada no cantinho
do móvel. Ele é feito em mdf, com porta em metal e acabamento
em laca.
Móveis e Ecodesign. A formação deu a força para a criação
de um studio com a cara deles, o em2design. Depois de um
tempo, o casamento acabou, no entanto, o que a arte uniu
não foi separado e a sociedade e a parceria continuaram.
A dupla criou um estilo do qual se orgulha em defender.
“Gostamos do desenho inovador, dos traços conceituais
e de personalidade, e também de trabalhar com diferentes
materiais, tecnologias e estilos, variando do retrô ao con-
temporâneo, do lúdico ao funcional. Vemos isso mais como
uma oportunidade de explorar a curiosidade como uma es-
tratégia”, conta Mariana Betting.
Tudo isso só foi possível pela junção do utópico com o real.
Aquela máxima de que os opostos se atraem também vale
no design: cada um a seu modo colocou pitadas da perso-
nalidade. “A Mariana tem uma criatividade mais solta e 'voa'
bastante no processo criativo, o que nos ajuda a desenvolver
peças inovadoras”, define Roberto. “O Roberto é bastante
focado nas possibilidades técnicas dos projetos e, além da
criação, sempre traz soluções criativas para os problemas.
Ele tem os pés mais no chão e nos traz de volta à realidade
quando necessário”, esclarece Mariana.
Mariana e Roberto fazem parte de um movimento interes-
sante e que tem nos irmãos Campana um dos principais
representantes: designers premiados se associam a indús-
trias para ter suas criações – mesmo as mais sofisticadas
– produzidas aos montes. No caso dos irmãos Campana, o
melhor exemplo disso é a cadeira Vermelha, fabricada pela
Edra, que ganhou reedições em diversas cores. Com Ma-
riana e Roberto, a cena se repete em vários produtos, o que
mostra que objetos fabricados em larga escala, e não apenas
itens exclusivos, podem se tornar objetos de desejo.
GAVETEIRO PÍxEl
A inspiração veio dos gaveteiros típicos asiáticos com seus múl-
tiplos nichos e gavetas, que permitem esconder os mais variados
“segredos” em seu interior. Para dar um toque moderninho, foram
aplicados tons diferentes nas gavetas, formando um caleidoscópio
pixelado de cores. UAU!
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lUmINÁRIA cHAN cHAN
Ela é poderosa e capaz de conferir autenticidade a qualquer canto
da casa. Com uma cúpula em madeira de design diferenciado, a
luminária Chan Chan vem com base em inox e possui a versão de
pé e de mesa.
of IcI NA
Com essa nova vertente, o processo criativo muda um pou-
co. “Normalmente, recebemos um briefing com o tema que
será utilizado e também uma descrição das peças que eles
[a indústria] esperam produzir. A partir daí, estudamos e
pesquisamos o tema proposto para obtermos inspiração
no desenvolvimento dos desenhos das peças. Procuramos
conhecer bem o tema, suas características, cultura, história,
estilo para nos ajudar no processo criativo”, explica Mariana.
Depois de feitas as escolhas, a dupla faz o desenho técnico e
acompanha a produção e prototipagem do produto.
A peça de design, geralmente, tem aquele apelo de causar
suspiros por onde passa – ou melhor, onde fica. Com as pe-
ças do em2design, a pegada é a mesma. Eles procuram criar
objetos que tenham como alvo a interação, funcional e afe-
tiva, entre peça e usuário e que prezam pelo uso consciente
dos materiais e pela contribuição à melhoria da qualidade de
vida. “Também não esquecemos de resgatar a tradição, o ar-
tesanato e a identidade cultural brasileira”, lembra Mariana.
O reconhecimento aconteceu de fora para dentro, quer dizer,
o trabalho deles foi visto com outros olhos, primeiramente,
no exterior. Prêmios, destaque em concursos e exposições
trouxeram à dupla um nome, que aí começou a brilhar em
terras tupiniquins. A em2 pratica um Design de mobiliários
sem nada dever a ninguém, daqui ou de fora. Um mobiliário
esperto, contemporâneo, vivo. E, por fim, intrigante nas di-
ferentes propostas. Isso sem contar a versatilidade da dupla,
nas várias categorias de uso do mobiliário - sentar, deitar,
relaxar, guardar... enfim.
POlTRONA FAGO
Acrescentaria ao nome desta peça a letra A, assim ficaria poltrona
Afago, o que pode traduzir o seu conceito. O material? São ripas de
madeir aflexionadas e pregadas entre si e, no assento, uma estam-
pa engraçadinha dá o toque especial. Para criá-la, os designers se-
guiram a tendência de cocooning, ou seja, as pessoas, em tempos
de crise e instabilidade financeira tendem a buscar recolhimento,
aconchego e sensação de conforto, uma acolhida mesmo!
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pAREcIA uM pRESENtE para o ilustre visitante. O pôr-do-
sol alaranjado, bonito que só, deu a primeira impressão de
Cascavel a Sig Bergamin. Após elogiar a vista respeitável que
tinha do ponto mais alto da cidade, a voz rouca do arquiteto e
decorador tentava explicar os motivos que o tornaram uma
referência aqui e fora do país. Em poucos minutos, na suíte
de dois andares do hotel, Sig já adaptava o lugar: ajeitou a
persiana, mudou um vaso de lugar, pediu que acendessem
mais luzes. São cuidados que não se restringem àquela
ocasião. É uma das características do trabalho dele tornar
o ambiente acolhedor e readequá-lo de acordo com a
necessidade do morador – mesmo que, nessa situação, o
morador fosse provisório.
Sig apresenta uma desenvoltura e aparência que levam
a crer que a Europa é seu destino de férias desde os dois
anos de idade e que o requintado Jardins, em São Paulo, é
seu bairro desde que nasceu. Só que a origem do decorador
foi bem diferente. Natural de Marissol, no interior paulista,
onde seus pais eram pequenos sitiantes, ele teve infância e
adolescência simples. Foi para São Paulo estudar arquitetura
e, a partir daí, começou uma transição em sua vida. Com o
sucesso consolidado no Brasil, Sig foi se arriscar no exterior,
mas em um momento diferente do atual. Hoje, o Brasil está
na moda, mas, há quase duas décadas, os estrangeiros
pensavam que Buenos Aires era nossa capital. Mesmo
assim, foi só abrir o escritório em Nova York que as mais tops
revistas de decoração norte-americanas e europeias caíram
de amores por ele. Desde então é assim: ele se divide entre
o Brasil e o resto do mundo e está com mais de 50 projetos
em andamento.
si g b e r g a m i N co Nsi d e r a a c asa o r e f ú g i o d e u m m u N d o c a da v e z m a is c h ato . e m s ua Passag e m P o r c as c av e l , o a r -q u i t e to e d e co r a d o r P o P e x P r e ss o u co m o o d é co r P o d e d e i x a r a v i da m a is a l e g r e e o m u N d o m a is l e g a l
Po r Tá t i l a Pe re i ra fo to s Ro d r i go Vi e i ra
“ S a b e o q u e é ca fo n a ? ! É u m a
ca s a q u e q u a n d o vo cê e n -
t ra te m q u e p e r g u n t a r ‘ q u e m
m o ra a q u i ? ! ’ . Vo cê n ã o s e n te
q u e a p e s s o a é a d o n a d a ca s a .
A ca s a é t ã o d i fe re n te d a p e r -
s o n a l i d a d e d a p e s s o a q u e f i ca
ca fo n a . p re f i ro e n t ra r e m u m a
ca s a q u e te m u m a co r t i n a d e
p l á s t i co d o q u e e n t ra r e m u m a
ca s a q u e a d o n a n ã o s a b e q u e
q u a d ro e s t á n a p a re d e ” .
ABAIXOA cHAtIcE!
E Sp E l Ho
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inteiro em Londres e quis colocar em São Paulo; já desmontei
uma igreja na Bélgica e a trouxe para o Mato Grosso; criei um
lavabo a partir do que antes era confessionário”.
Por mais que passe grande parte do tempo fora de casa
– viagens, trabalhos e eventos o tiram do lar doce lar com
frequência –, Sig faz reverência à moradia. “A casa está
mais valorizada, porque lá fora o mundo é chato: o trânsito
é chato, as pessoas são chatas e infelizes, tem violência,
as pessoas e o mundo é simulado. Então, dentro da sua
casa você está protegido. A casa precisa ser o seu ninho,
tem que te abraçar”. Apesar de ser arquiteto e designer de
interiores, a segunda profissão lhe apetece mais. “Eu não
gosto de fachada. Então, eu faço uma casa para a trepadeira
subir, para que a fachada da casa desapareça. Eu não gosto
de casa que parece uma escultura, que parece um cubo, que
parece uma caixa de vidro, que parece um trem, que parece
um container. É simples: eu gosto de casa com cara de casa”.
E um termo que é figurinha carimbada nos discursos
da maioria dos arquitetos, na boca de Sig ganha sentido
negativo. “Eu odeio a palavra TEN-DÊN-CIA, porque todo
mundo fica igual. A casa não tem que estar na moda, ela não
é uma roupa. Alguns lugares parecem um show room. Uma
casa não tem que ser impessoal. Você precisa ter coisas
com a sua personalidade”. Mas e se a mistura dos gostos
do morador ficar cafona? “Sabe o que é cafona?! É uma
casa que quando você entra tem que perguntar ‘quem mora
aqui?!’. Você não sente que a pessoa é a dona da casa. A casa
é tão diferente da personalidade da pessoa que fica cafona.
Prefiro entrar em uma casa que tem uma cortina de plástico
do que entrar em uma casa que a dona não sabe que quadro
está na parede”.
Assim como aprendeu a ler a cartilha dos países de primeiro
mundo, Sig também acredita que os gringos precisam de
uma dose do jeitinho brasileiro. Ele citou um exemplo de um
apartamento que ele está decorando em Nova York. Um
vazamento no imóvel de cima deixou a suíte alagada. “Parou
toda a obra e criaram uma tempestade. Lá fora é assim:
antes de parar para arrumar, param para processar, depois
tentam arrumar. Já o brasileiro acredita em um plano B ou C,
no improviso. Nós temos aquele pensamento ‘vai dar certo’”.
Não ter um estilo definido é outra bandeira levantada por
Sig Bergamin. Ele gosta de somar o que é bacana de cada
coisa e extravasar nas cores – o azul, sua cor predileta,
principalmente. “Onde você vê uma bagunça é minha
marca!”, exclama orgulhoso da liberdade que tem em grande
parte dos projetos que faz. Só que até mesmo Sig precisa se
confrontar com o gosto do cliente e, como nem sempre vence,
contabiliza excentricidades de sobra. “Gente, tem tanta
coisa louca que eu já fiz a pedido do cliente. Tem coisas que
custaram uma ‘fábula’ e que dava para construir um prédio.
Uma cliente uma vez comprou um teto de um Antiquário
“ lá fo ra é a s s i m : a n te s d e p a ra r
p a ra a r r u m a r , p a ra m p a ra p ro -
ce s s a r , d e p o i s te n t a m a r r u m a r .
j á o b ra s i l e i ro a c re d i t a e m u m
p l a n o B o u c , n o i m p rov i s o . N ó s
te m o s a q u e l e p e n s a m e n to ‘ va i
d a r ce r to ’ ” .
Além DE ARqUITETO e decorador,
Sig Bergamin já escrever três livros:
SIG, Adoro e Adoro Brasil. A mais
recente empreitada do profissional
está na internet. Junto do compa-
nheiro e parceiro de trabalho, Murilo
Lomas, criou o site www.sigin.com.
br, onde posta indicações sobre seu
lifestyle.
100
c a N t i N h os c a N a r i N h a d os Pa r a vo c ê N ão e s q u e c e r da Pát r i a – e st e ja o N d e e st i v e r
VOCÊ SAI DO BRASIL,MAS o BRASIl Não SAI dE VocÊ
Po r c l a r i s s a D o n d a fo to s D i v u l ga çã o / Ace r vo p e s s o a l
mIAmI, ESTADOS UNIDOS – a latinidad de Miami é indisfarçada, e nem é preciso co-
nhecer toda a terra de Obama para arriscar que Miami é a cidade mais latina dos Es-
tados Unidos. Mas quem for visitá-la de perto, especialmente na esquina da 5th Street
com a Alton Road, em South Beach, pode sentir-se inexplicavelmente em casa ao en-
contrar duas palmeiras diferentes, coloridíssimas. quase brasileiras, diríamos – e com
razão, já que foram criadas pela aquarela de Romero Britto, ensolarado pernambucano
morador da cidade. As cores e o traço do artista plástico já ganharam o mundo – até
o Mickey e demais personagens Disney se renderam a eles, já que o artista foi o único
do mundo a conquistar o direito de usar os personagens em suas obras –, mas é em
Miami que a irreverência de um colorido quase fofo do artista está resplandecente em
seu melhor: em frente ao Midtown Shops, no Grapeland Water Park, a Hillel Academy e
na própria South Beach. que fique claro, só o endereço é americano. A arte de Romero
Britto é brasileiríssima: impossível não nos reconhecer nas cores vivas, nos desenhos
sorridentes ou, como em seu mais famoso quadro “O Abraço”, nesse nosso jeito cari-
nhoso “chegar chegando” de ser.
SEJA PElA cOmIDA, pela sonoridade do nosso bom português brasileiro ou pela moda colorida e bem humorada, brasileiro se
reconhece fácil, em qualquer lugar do mundo. Por isso, enumeramos aqui alguns endereços no mundo onde o jeitinho brasuca
pode ser encontrado, íntimo que é, das comidas, das cores, do ritmo. Espaçosos, nós? Sim, mas como já dizia Cazuza, faz parte
do nosso show.
qUEENSTOwN, NOVA ZElâNDIA – Não estranhe se essa cidade lhe parecer um pou-
co familiar – você certamente já viu partes dela em algum lugar, provavelmente não
como a pequena cidade da Ilha Sul da Nova zelândia, e sim como um dos condados da
Terra Média em “O Senhor dos Anéis”. E do cinema a intimidade chega até à ponta da
língua: 20% da população da cidade é formada por brasileiros. Português, ali, é quase
idioma oficial ou, pelo menos, trilha sonora: é a nossa animação, em vários sotaques,
que é responsável pela agitada vida noturna da cidade, tão famosa pela Nova zelândia
quanto os esportes radicais praticados na região. A longa distância de casa pode até
fazer bater aquela saudade, num país em que futebol é rugby e mandioca é kiwi, mas
basta um bom papo para viajar pelo Brasil em sotaques diferentes, em menos de uma
hora. Talvez aquela frase que diz que a gente sai do Brasil mas o Brasil não sai da gente
esteja mais certa do que a gente imagina: basta ir de um “oxe” a um “tchê” para o Brasil
ficar mais pertinho.
B ucK E t l ISt
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NOVA yORK, ESTADOS UNIDOS – Pois é, a crise tá feia. Prova disso é que a gente tinha até um
cantinho reservado em Manhattan, chamado carinhosamente de little brazil, ali no quarteirão
da 46. Ali, restaurantes brasucas abriam as portas aos consumidores de todo o mundo, com
direito a farofa de ovo e bandeira verde-amarelo na porta. Mas a crise foi chegando e os brasi-
leiros foram voltando para casa, de modo que são poucos os empreendimentos da terrinha que
restaram no endereço. Mas um prédio, brasileiríssimo, continua lá, ocupando posição de honra
na Grande Maçã: basta ir ao setor leste de Manhattan, onde está o prédio espelhado da Sede
das Nações Unidas. O design, imponente, tem ares de brasilidade e não é à toa: nasceu das li-
nhas de Niemeyer, que junto com o amigo Corbusier, teve o projeto escolhido entre 50 estudos
diferentes, enviados por todos os países membros, no ano de 1947, um pouco depois da guerra.
Para os brasileiros que lá visitarem, as linhas retas do prédio espelhado podem surpreender à
primeira vista quem estava acostumado às sinuosidades das curvas de Niemeyer. Mas a leve-
za da obra é inegável, como o são todas as suas obras. E se é de um mundo mais leve que todos
precisavam em 1947, a Sede da ONU não poderia ter sido melhor representada.
cANDEm mARKET, lONDRES, INGlATERRA – Os famosos ônibus double-deck e as
emblemáticas cabines de telefone vermelhas espalhadas pela cidade já anunciam: são
os ícones londrinos os mais exportados e reconhecidos do mundo. Mas mesmo com
tanta identidade visual, a capital inglesa, já acostumada a um bom blend, deixa um es-
paço generoso para outras culturas e sabores. O espaço mais democrático para isso é
Candem Town, o bairro alternativo da cidade. Uma feira de street food acontece logo
atrás do Stables Market, com barracas de todos os tipos de nacionalidades e sabores.
A experiência é, por si só, mais brasileira impossível: como as nossas feiras livres, é a
chance de experimentar um tipo de comida a cada 5 metros, e sair ao final tendo matado
duplamente: a fome e o tédio. Nossa brasilidade está lá também, muito bem represen-
tada: em meio a yakisobas, nachos e bruschettas, uma barraca decorada com palha e
flores se destaca, denunciando nosso apego à rusticidade. No destaque do menu, um
Guaraná Antartica, verde e brasileiríssimo, dá as geladas boas vindas à nossa terrinha,
que continua presente pelo outro lado do canal de Candem, com coxinhas de galinha e
pão de queijo - tudo no melhor estilo take away britânico, mas servidos junto com dois
dedinhos de prosa e sotaque de beagá. Porque a terra é da Rainha, mas guaraná com
coxinha é coisa nossa. Só nossa.
PlAyA DEl cARmEN , méxIcO – Mesmo vizinhos distantes, há mais em comum entre
nós e nossos hermanos mexicanos do que supõe nossa vã filosofia. Lá é chilli, aqui é
pimenta, mas, fora o nome, a paixão pela rica gastronomia de ambos é a mesma, assim
como o gosto por uma boa (e belíssima) praia, um artesanato vibrante e uma boa mú-
sica. Por isso, talvez, que um passeio pela quinta Avenida de Playa Del Carmen nos faça
lembrar um pouquinho da Rua das Pedras de Búzios. Ou de Porto de Galinhas, talvez.
Ou, ainda, da agitação das praias de Floripa, ao visitar os trechos de praia e festa em
plena areia. O segredo em comum entre todas esses lugares vai além do ritmo tranqui-
lo próprio de uma cidade praiana: está nas ruelas comerciais charmosas que serpen-
teiam para além da rua da praia, com vitrines coloridas de artesanato lado a lado com
restaurantes de mesa confortável, garçom simpático e menu na porta, com o especial
do dia sempre escrito a giz. Tudo acessível sem carro – só movido a Havaianas. E é com
essa descontração toda que Playa del Carmen nos faz sentir em casa e conquista algo
que a vizinha Cancún, moderna e americanizada, fica longe de despertar: intimidade.
Não por acaso, Playa tem nome de mulher, que é quem entende dessas coisas e sou-
be crescer e se desenvolver para atender essa nova demanda de turistas - mas sem
perder a ternura. Jamais.
NUUN
“O estúdio de design capi-
taneado por João Kaarah
abre a temporada de pro-
jetos criativos liderados
por jovens com influência
global. Peças construídas
através de materiais crus
mas súper bem afinados,
com conceito estruturado
e campanhas de relevân-
cia internacional.”
r i c a r d o g a i os o t e m c r i vo a f i a d o , N ão à toa e stá à f r e N t e d o e y e 4 d e si g N , u m P o rta l q u e r e ú N e o c r è m e d e l a c r è m e d o d e si g N e da a r q u i t e t u r a . é e l e q u e m a P o N ta as P r o m e ssas q ua N d o o q u e si to é ta l e N to !
cINco EScRItÓRIoS dEdESIGN E ARquItEtuRA pARA fIcAR dE olHo
fo to s D i v u l ga çã o / Ace r vo p e s s o a l
SK E tcH MAp
HElEN RöDEl
“O caso desta designer é impres-
sionante, pois ela está por trás
da arquitetura dos fios. É através
de estruturas de croquês que ela
conquistou feito inédito para um
brasileiro: desfilou em Reikjavijk a
convite do governo islandês. Pe-
ças como você nunca imaginou
sua avó fazendo.”
FElIPE HESS
“Ele tem assinado pro-
jetos importantes em
São Paulo, além dos de-
senhos residenciais que
têm atraído atenção da
mídia internacional.”
NEUTE cHVAIcER
“Luminárias e objetos de design
que reinterpretam do zero tudo
o que imaginávamos sobre a luz.
Além das peças surpreendentes, o
casal ainda é muito querido.”
GUIlHERmE wENTZ
“O sul continua como reduto de criação no setor moveleiro do
país, exportando talentos que carregam nova energia ao mer-
cado. Fique de olho neste que promete ser um dos cobiçados
profissionais da próxima estação.”
103
Sua empresa bem orientada por quem conhece do assunto
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BL
AN
CO
LIM
A
104
SE TE PEDIRmOS para imaginar o perfil do arquiteto brasilei-
ro, duvido muito que você ainda tenha em mente a imagem
do quarentão engomadinho, atrás de uma prancheta. Não
que os experientes tenham sido minados, mas uma coisa
fica clara mesmo sem porcentagem nenhuma: os arquitetos,
em solo brasileiro, são recém saídos do forno. Gente novi-
nha, que descobre cedo os caminhos da profissão, que ino-
va e empreende. Descrevendo assim, acho que você monta
na cabeça a figura do carinha descolado, meio grunge, meio
vintage, de xadrez, tênis e com aquela armação diferentona
dos óculos de grau. Tá, quase. Mas esse ainda não é o retrato
ideal.
Levando a risca os números apontados pelo CAU (Conselho
de Arquitetura e Urbanismo) e transformando os dados
em imagens, é possível enxergar com bastante nitidez
um profissional que não poderia combinar mais com o
Brasil: o arquiteto brasileiro, na verdade, é uma mulher
jovem e prática. Detalhando mais: é daquelas arquitetas
bem seguras, que trabalha por conta própria, está
constantemente se atualizando e tem uma alma juvenil
que reflete positivamente nos projetos. No banco do carro
estão sempre as revistas mais conceituadas do mundo
da arquitetura, na agenda os seminários e cursos mais
inovadores da área estão registrados em marca texto verde
limão, quase como prioridade.
O censo do CAU, na verdade, revela o contexto de um
mercado que se renovou e se inverteu. A arquitetura no
nosso país está se preenchendo de gente jovem. “Notei
um crescimento significativo na procura pelo curso de
Arquitetura e Urbanismo nos últimos anos. E esses alunos
refletem exatamente o perfil apontado pelo CAU: são em
sua maioria mulheres e jovens. Acredito que esses novos
arquitetos estão trazendo mais dinamismo para a arquitetura,
além de uma preocupação com a sustentabilidade que ficou
esquecida nas décadas anteriores. Isso tende a transformar
radicalmente a arquitetura nos próximos anos”, opina Isadora
Dupont, arquiteta e professora universitária, que também se
encaixa nessa generosa fatia de arquitetas jovens.
E tem mais: a nova safra de profissionais da arquitetura é
composta de gente que quer aprender rápido! Poucos são
os que seguem uma trajetória acadêmica com mestrado
e doutorado; muitos são os que querem os cursos
o c au ( co Nse l h o d e a r q u i t e t u r a e u r b a N ism o ) co l e to u da d os co m 8 3 m i l a r q u i t e tos b r asi l e i r os e co N se g u i u d e l i N e a r o P e r f i l d e s -se P r o f iss i o N a l N o b r asi l . e e l e , N a v e r da d e , é e l a ! a a r q u i t e t u r a é e x e r c i da aq u i m u i to m a is P o r m u l h e r e s , j ov e N s , i N d e P e N d e N t e s e P r át i c as . co N h e ç a a N ossa sa f r a da a r q u i t e t u r a b r asi l e i r a e v e ja s e e ssa co l h e i ta d e v e se r sat isfató r i a !
NoVA SAfRA!
Po r m a rce l e An to n i o
l I f E St Yl E
o p E R f I l B R AS I l E I R I N H o dA A R q u I t E t u R A E M N ú M E R oS
qUEm SÃO?!
61%
MulHERES 39% HoMENS
48%
86%
O qUE ESTUDAm?!
qUE IDADE TEm?!
66% têm apenas a graduação
têm boa fluência em inglês, 33% em espanhol, 9% em francês e 10%
em outras línguas, predominantemente o italiano
dominam softwares de desenho por computador
A maioria está entre 30 E 35 ANoS
ligeiros e o aprendizado prático. Para quem tem anos de
experiência na profissão, essas características delineadas
pela pesquisa têm seus pontos positivos e negativos. A
arquiteta, coordenadora e professora universitária, Solange
Smolarek Dias avalia: “O mundo globalizado pertence aos
jovens, que preferem a agilidade e a rapidez. Dessa forma
os cursos rápidos e as revistas atendem a essa demanda.
No entanto, para evoluirmos na sociedade, precisamos
crescer e desenvolver, o que é papel da academia. Então,
em síntese: ambos os caminhos são necessários. Temos que
dar respostas rápidas às necessidades, mas não podemos
só cuidar do imediato. O papel do arquiteto e urbanista na
sociedade, independentemente de gênero, é de questionar,
transformar e realizar”.
Mas e para onde vai andar esse mercado predominantemente
feminino? quais os reflexos de uma arquitetura feita
majoritariamente por mulheres? A resposta vem preenchida
de orgulho. “As mulheres têm uma sensibilidade maior
quanto à importância da estética na arquitetura e às
necessidades dos clientes. E hoje em dia, as arquitetas
perderam o medo das construções, e estão impondo
respeito e admiração no canteiro de obras”, analisa Isabela.
A experiência mostra que o passo feminino foi grande,
só que ainda falta um pedaço do trajeto. “Nós arquitetas,
ainda temos conquistas a serem alcançadas. Por exemplo:
quantos prêmios Pritzker foram ganhos por arquitetas? E
não se ganha porque somos menos competentes mas, em
minha opinião, porque não participamos na proporção do
número que somos”, acrescenta Solange, considerando
ainda que os arquitetos de modo geral precisam pensar mais
em políticas públicas, principalmente no que diz respeito a
logística urbana.
82%
90%
70%
82%
cOmO SE ATUAlIZAm?!
ONDE TRABAlHAm?!
SÃO FElIZES NA PROFISSÃO?!
Em qUE ÁREA ATUAm?!
vão a cursos, seminários e feiras
leem revistas especializadas
Homens ou mulheres, jovens ou experientes, os arquitetos
brasileiros têm acreditado significativamente na profissão,
com possibilidades de crescimento: 72% creem que os
profissionais podem expandir o campo de atuação. “Vejo
que, felizmente, há espaço para todos no mercado de
trabalho, e essa convivência entre os arquitetos jovens
e os mais ‘experientes’ só trará benefícios às nossas
cidades, através da união de funcionalidade, estética e
sustentabilidade”, detalha Isabela.
qUE RUmO SEGUIR?
É fato: esse é um momento de intensa transformação para
quem trabalha com arquitetura. Ainda mais no Brasil, onde
as questões ambientais estão em evidência e o “boom” dos
protestos pelo país, engloba entre tantos pontos, a questão
do replanejamento urbano. Aí o arquiteto se forma, coloca
tudo isso na balança e endoida: para onde ir? Em que área
devo me especializar? que setor tem mais demanda? Onde
vou ganhar melhor?!
O censo do CAU também ajuda a responder essas perguntas.
Os números mostram que vão se dar melhor aqueles que
tiverem coragem de “sair da casinha”. A atuação profissional
formalzinha, engessada apenas nas áreas mais tradicionais,
vai perdendo espaço para um cenário bem mais diversificado.
O país de hoje pede arquitetos mais técnicos do que os já
existentes. Em específico, alguns setores têm gerado uma
renda acima de cinco salários mínimos. Se a ideia é ampliar
os horizontes e experimentar novas áreas, apostar em
engenharia de segurança no trabalho, geoprocessamento,
ensino, planejamento urbano, sistemas construtivos e
estruturais e tecnologia e resistências dos materiais são
escolhas quase certeiras!
consultam periódicos acadêmicos
procuram livros técnicos
54% são autônomos ou tem escritório próprio
58% se dizem satisfeitos com o status social da arquitetura
34% trabalham com concepção de projetos
15,88% participam regularmente na fase de execução
14, 92% se dedicam ao design de interiores
Outros 64,8% se dividem entre
outras áreas como planejamento
urbano, urbanismo, ensino, etc.
a q u i , a l i o u e m q u a l q u e r l u g a r , a
g e N t e s e r e c o N h e c e ! P o r q u e m e s m o ?
l I f E St Yl E
Po r c l a r i s s a D o n d a
107
Não É MuSEu, nem torre, muito menos comida típica ou igreja: o que eu mais gosto de fazer em uma viagem é o “people watching”. Hobby delicioso, e super fácil de fazer: basta estar numa praça, num café, com os olhos bem abertos e a cabeça idem, com muito tempo e sem preconceito nenhum. Observar tudo: pessoas, animais, crianças, desde a forma como se vestem até o jeito que tomam o café. Porque são nessas simplicidades que a gente vai aprendendo a verdadeira essência do lugar em que estamos.Sempre que posso, faço esse exercício. Reparo, por exemplo, que qualquer norueguês treina algum esporte pelo menos duas vezes ao dia – todo dia. E que come salmão até no café da manhã. Reparo também que, após cada compra numa simples coffee shop, um funcionário inglês se despede com um “have a lovely day”. Acho linda essa cordialidade – pu-dera nós todos termos sempre “lovely days”, todos os dias.Por isso que, entre uma viagem e outra, sempre tem alguém de fora me visitando também, e, quando isso acontece, eu me meto a ser guia. É só pretensão mesmo, porque acabo sendo turista de novo em meu próprio país, porque só aí que me lembro que “people watching” também se faz em casa. E foi pelo olhar dos estrangeiros visitantes que eu aprendi a ver as nossas próprias peculiaridades.Descobri, por exemplo, que é só no Brasil que se inventou o rodízio, o que, segundo os estrangeiros, é a versão gastro-nômica mais próxima do paraíso. Pode ser de crepe ou de pizza, mas o de carne é melhor: porque o Brasil tem um cor-te que só a gente sabe fazer. Acho até que foi a gente que inventou o coração de galinha no espeto e a pizza doce em suas mais variadas definições – secretamente, a preferida mesmo é a de chocolate.Percebi que eu poderia escrever um livro sobre as formas diferentes de se comer ovo, por exemplo. Ingleses gostam de cozido e quebram a pontinha da casca para comer com uma colherzinha. Americanos gostam de mexido, feito com bastante manteiga e de preferência acompanhado de bacon. Nas Filipinas, ele é cozido e comido com o feto quase for-mado e, aqui, é mesmo servido frito, de gema amarelíssima. Melhor ainda se em cima do bife – porque mexido, só se for com farofa.Em gastronomia, aliás, brasileiro não nega as raízes latinas, vindas sabe-se lá de que cantinho da Itália, Portugal ou Es-panha, em que mesa boa é mesa farta, cheia, daquelas que dá para reunir a família toda no almoço de domingo. Assim como esses povos, a gente tem uma relação especial com a comida, que deixa de ser refeição para virar um ritual. Ok, a gente pode até ceder um espaço de vez em quando para o fast-food americano e o takeaway britânico, mas isso de andar enquanto come não é muito nossa praia, não. Prati-cidade para a gente tem que ir para mesa de trabalho e não para a de comida: o que a gente gosta mesmo é de parar, sentar com calma e comer o prato do dia de garfo e faca. E se acompanhado, melhor ainda – seja de um amigo, de um choppinho ou de ambos, que aí o almoço já tem cara de sex-ta-feira.
Essa fácil sociabilidade nossa determina, inclusive, como a gente molda o nosso espaço. Convivência vira palavra de ordem na hora de organizar a casa em que o brasileiro vive. Seja na cozinha integrada à sala para não perder um minuto do papo com os amigos de visita, seja na área da churras-queira e da piscina, pensadas com carinho na época de férias das crianças. E se o espaço é apertado, não tem problema: sala de convivência brasileira passa a ser na rua, no play do prédio, no bar da esquina ou na pracinha. Espaço tem para tudo, até para estar só – mas só quando a gente quer.Também é na forma de construir as casas que a gente per-cebe o jeitinho brasileiro. No Nordeste, por exemplo, os pisos são de cerâmica – já os de São Paulo e Sul do Brasil são qua-se todos de madeira – ou de materiais equivalentes, imitati-vos ou sei lá o quê, cada um combinando melhor com o ter-mômetro de cada cidade. Mas o que todos os apartamentos do Brasil têm em comum é área de serviço, amostra de uma cultura nossa já acostumada a ter empregados, o que é arti-go de luxo no exterior. Mas se a relação entre empregadas e patroas é tão questionada - para o bem e para o mal - é nela também que nascem grandes exemplos de cumplicidade, que transbordam da relação comercial e caem na em ami-zade, carinho e cuidado que só a intimidade com o cotidiano sabe criar. E sabemos que o brasileiro sabe criar intimidade como ninguém.Também dizem que a gente não é nada pontual: que inveja a pontualidade rígida dos trens europeus, mas entende que atraso de meia hora aqui nem é mais atraso, já vai na conta do trânsito mesmo, que está sempre uó. Porém, com datas, brasileiro se garante: sabe que fevereiro é carnaval, junho é São João, novembro tem dois feriados e no sábado a feijoada é sagrada, porque domingo já é dia de futebol.Romeu e Julieta para eles é livro. Para a gente também, mas a versão de queijo e goiabada é mais gostosa. Noitada para europeus termina cedo, mas é o Brasil que sabe fazer festa de verdade, e sabemos que não tem coisa melhor que fes-ta de criança. Francês tem o chique creme brulée, a gente tem o popular brigadeiro, que é de criança, mas adulto ado-ra. Americano sabe fazer filme, a gente faz novela, e não tem Poderoso Chefão que descubra quem matou Odete Roitman. Inglaterra tem uma rainha, a gente tem várias – uma para cada escola de samba. Lá fora eles amam dias em família, sol no parque e animais de estimação – aqui, também. Porque amor é assim mesmo, universal. Assim como os problemas, que brasileiro tem, assim como todo mundo – ou todo o mundo –, e sabemos que a gente tem muito o que aprender lá fora. E vice-versa. Mas é assim que nosso jeitinho brasilei-ro vai amadurecendo, aprendendo a deixar para trás o ranço de “malandragem” que às vezes escapole e vai se tornan-do jogo-de-cintura. E se a gente não tem o hábito cordial do “have a lovely day” aqui todos os dias, temos a irreverência dos “dois dedos de chorinho”, aquele restinho de bebida que o garçom sempre guarda para a gente – junto com o sorriso, que, vale dizer, também não está incluso no preço da bebida, mas ambos fazem parte da simpatia, que, aliás, é outra cor-tesia da casa. Nossa casa.
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109
col ABoR Ad oR E S
P r o f issi o N a is q u e t r o u x e r a m s ua b ossa às N ossas Pág i N as
fo to s D i v u l ga çã o
à ModA dA cASA
c l A R I S SA d o N dA
é graduada em Jorna-
lismo, com MBA em
Marketing e especiali-
zação em Mídias Digi-
tais. Escreve para blogs
e revistas especializa-
dos em viagem. Claris-
sa gosta do Brasil por-
que é ensolarado. Para
ela, Brasil combina com
cor, porque a gente é colorido por natureza, com
música ambiente - que, não importa se é bossa
nova ou MPB, sempre tem uma batucadinha ao
fundo - e com rede pendurada. E como ela cap-
tou muito bem a essência tupiniquim, foi buscar
lugares em outros países onde a alma brasileira
se esconde. Clarissa conta como mora o brasi-
leiro nesta edição.
R I c A R d o G A I oS o é jornalista e diretor
criativo especializado em arte e design. Rea-
lizou uma pesquisa de campo por mais de 30
países e hoje trabalha com ações inspiracio-
nais, pesquisa de tendências e conteúdo. Foi
editor da LACOSTE, desenvolveu conceito
como um dos visionários da ABSOLUT Vo-
dka no Brasil, escreve para L’Officiel Brasil,
Elle Décor Japão e H.O.M.E. alemã. Para ele,
uma legítima casa brasileira é sinônimo de gambiarra. É o charme de
não se levar a sério, e tirar proveito da criatividade para construir a
casa perfeita para se morar. Nesta edição, ele apontou o dedo para
cinco escritórios de arquitetura e design do Brasil que estão dando
ou vão dar o que falar.
f ú lV I o N . f E I B E R é arquiteto e paisagista, mestre em
Gestão Urbana e Doutor em Engenharia de Produção. Atual-
mente é professor e pesquisador do curso
de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade
Assis Gurgacz. Como professor, sabe ao
pé da letra, como se caracteriza uma casa
brasileira: aquela que respeita a linguagem,
os costumes, o clima e a realidade social.
Ao caracterizar a arquitetura verde e ama-
rela, ele considera que o trabalho feito aqui
é verdadeiro, de raiz.
M A R c E l E A N t o N I o é jornalista e
está em um eterno relacionamento sério
com as palavras. E a relação aqui é afina-
da. Ela adora contar histórias e atualmente
tem duas plataformas para isso: além de
colaboradora da ConstruArch, também é
repórter da TV Tarobá em Cascavel. Para
ela, casa para ser brasileira tem que ser
aberta, com muito espaço, janela e uma
ampla varanda – para se esparramar mesmo. No folhear da
revista, esbarre com vontade em palavras inspiradas nessa
paixão palavral e num jeitinho todo brasileiro de morar.
c A M I l A W E I R I c H
é diretora criativa da
Dafiti. Direito foi sua
primeira formação, mas
ela se esgueirou para
o mundo da moda e se
especializou em Dire-
ção de Arte e Jornalis-
mo de Moda na Central
Saint Martins em Lon-
dres, Inglaterra. Além da moda, o coração dela
bate forte também pelo design e a arte, amores
traduzidos em objetos espalhados em sua casa
em São Paulo. Por falar em casa, para ela, uma
moradia tipicamente brasileira é cheia de mis-
turas na decoração. Se for tudo combinado com
um cheirinho de feijão ou bolinho de fubá saindo
do forno, melhor ainda!
110
BAt E - pAp o
r a i z e r e f l e xo co N t e m P o r â N e o
TRAÇAR Um PANORAmA a respeito da Arquitetura Brasileira parece ser uma forma interessante para que se possa
discutir e definir estratégias a serem tomadas para a produção arquitetônica contemporânea. Deixar de lado os cli-
chês tais como tendências ou estilos, tão comuns atualmente, pode indicar o início de uma produção coerente com
seu tempo e espaço. Justifica-se esse pensamento se levadas em conta a riqueza e diversidade das obras produ-
zidas ao longo do tempo no território brasileiro, com destaque para os expoentes da Arquitetura Moderna, capita-
neados pelos preceitos de Lucio Costa. Arquiteto e intelectual sensível à diversidade da história e cultura brasileira,
capacitou seus pares no sentido de agregar e formar um pensamento nacional com expressões regionais. Basta
dizer que uma de suas primeiras ações neste processo de formação foi justamente a preocupação em catalogar
obras do período colonial e que hoje configuram parte significativa do patrimônio arquitetônico brasileiro tombado
e com interesse de preservação.
Num território inicialmente ocupado sem um interesse claro de colonização e onde foi constatada a carência de
jazidas de pedras (principal material utilizado na tradição construtiva dos povos europeus) aliada à adversidade
climática (calor e chuvas intensas), desenvolveu-se uma arquitetura que respondeu em sua forma de adaptação
ao meio somada a uma reinterpretação de padrões ou modos de fazer dos colonizadores conforme os recursos
e mão-de-obra disponíveis. Nos primeiros vilarejos, seguindo a tradição portuguesa de implantação de cidades,
as obras adaptaram-se ao terreno resultando em um traçado em consonância com o sítio de intervenção. Dessa
experiência, uniram-se influências diversas iniciadas pela presença da arquitetura indígena a qual colaborou com a
apreensão da técnica do uso de materiais locais e resultou em obras capazes de proporcionar conforto físico e ge-
rar estruturas magníficas que merecem ser revisitadas. Da necessidade de defesa, a arquitetura militar altamente
pragmática e funcional, sem espaços para adornos ou subterfúgios meramente estéticos; dos bandeirantes, a casa
paulista, prática, austera, majestosa e exuberante em seu interior. Da arquitetura religiosa, o esplendor do barroco e
o espaço reservado para as principais manifestações artísticas, em especial as construídas em Minas Gerais pelos
artistas mulatos. Da rural, com sua rígida organização entre casagrande, senzala, capela e engenho que tão bem
representam as diferenças sociais incubadas num sistema escravocrata. Por fim, as Casas de Câmara e Cadeia com
seus pelourinhos, representando a autoridade e o sistema patriarcal que induz a formação de uma população com
postura passiva e no qual o sistema governante deve prover o sustento e o bem estar do povo.
Compreender essa base de formação histórica e técnico-construtiva sugere um melhor debate quanto à qualidade
dos espaços produzidos atualmente, não apenas pelos arquitetos, mas pela população que financia, usufrui e con-
vive com e nesses espaços. É importante lembrar que a arquitetura é feita para durar, exigindo recursos financeiros,
conhecimento técnico e artístico e ainda cumprimento de determinada função a que foi destinada. Justifica-se aí
o alerta no início do texto quanto aos termos “tendências” ou “estilos”, cabíveis para o design de produtos ou de
caráter efêmeros com um ciclo de vida muito mais curto que o resultante dos espaços oriundos da arquitetura. São
necessários responsabilidade, conhecimento e intenção projetual pautados na base cultural a que se destina e à
qual se deve o respeito diante da sua expressão plástico-formal. A exploração tecnológica, por sua vez, marca a
evolução na história.
Apesar dos riscos oriundos de uma falta de reflexão das referências externas quanto à qualidade dos espaços ar-
quitetônicos, cabe ressaltar que há uma produção em paralelo de excelência. Trata-se de obras que levam em conta
a tradição construtiva e inventividade decorrente da própria engenharia, afinal, entende-se que uma boa obra de
arquitetura é uma boa obra de engenharia. Por fim, o que pode ser observado em comum na arquitetura que perdura
através do tempo é que, assim como as construções devem estar apoiadas em firmes fundações, os caminhos a
serem pensados para o presente e futuro devem estar enraizados no passado sem, no entanto, tornar-se escravos
de suas verdades.
FúlVIO N. FEIBER é Arquiteto e Paisagista, mestre em Gestão Urbana e Doutor em Engenharia de Produção - Ergonomia, atualmente professor pesquisador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz.
Po r Fú l v i o N . Fe i b e r
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