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_______________________________________________________________ Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Julio Julinho Marcondes de Moura” CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL GABRIEL LUNARDELI CONDE THALES AUGUSTO CARDOSO DOS SANTOS DOMÓTICA E INTERNET DAS COISAS GARÇA 2017

CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL … · 1 Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial FATEC - Garça 2 Docente da FATEC ... conceitos e técnicas de sistemas

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_______________________________________________________________

Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Julio Julinho Marcondes de

Moura”

CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

GABRIEL LUNARDELI CONDE

THALES AUGUSTO CARDOSO DOS SANTOS

DOMÓTICA E INTERNET DAS COISAS

GARÇA

2017

2

_______________________________________________________________

Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Julio Julinho Marcondes de

Moura”

GABRIEL LUNARDELI CONDE

THALES AUGUSTO CARDOSO DOS SANTOS

DOMÓTICA E INTERNET DAS COISAS

Artigo Científico apresentado à Faculdade

de Tecnologia de Garça – FATEC, como

requisito para conclusão do Curso de

Tecnologia em Mecatrônica Industrial,

examinado pela seguinte comissão de

professores.

Data da Aprovação: ___/___/___

___________________________________

Prof. Ms. Ildeberto de Genova Bugatti

FATEC - Garça

___________________________________

Prof. Dr. Ulysses de Barros Fernandes

FATEC - Garça

___________________________________

Prof. Edson Laerte Nunes

FATEC - Garça

GARÇA

2017

3

DOMÓTICA E INTERNET DAS COISAS

Gabriel Lunardeli Conde¹1 [email protected]

Thales Augusto Cardoso dos Santos¹ [email protected]

Ildeberto de Genova Bugatti2² [email protected]

Resumo - O termo domótica nasceu da união das palavras “Domus” que com a palavra “Robótica” que sugere automação residencial. A rápida evolução tecnológica propiciou grandes avanços que contribuíram de forma significativa para gerar conforto e eficiência para o homem dentro de sua moradia. A domótica acontece de forma eficiente quando utiliza-se de forma integrada conceitos e técnicas de Mecatrônica com conceitos e técnicas de Internet das Coisas. A Internet das Coisas é um conceito tecnológico em que qualquer tipo de objeto está conectado à internet pode obter informações do ambiente e podem se comunicar com outras pessoas ou objetos. O objetivo do projeto é desenvolver um sistema para controlar, monitorar, e gerenciar as atividades essenciais de uma casa, utilizando um sistema microcontrolado que permite acesso remoto através de um dispositivo móvel com sistema operacional Android. O aplicativo desenvolvido utiliza técnicas de programação multiplataforma e aplicação de conceitos de internet das coisas. O sistema proposto propicia: conforto, economia energética, segurança e qualidade de vida aos seus usuários através da automação residencial e internet das coisas. O sistema domótico proposto automatiza atividades cotidianas e diárias de uma residência simplificando afazeres e eliminando funções e controles manuais repetitivos que demandam tempo e dedicação. O sistema automatizado proposto viabiliza também acessibilidade e imprescindíveis funções que são de difícil acesso ou execução para pessoas que apresentam alguma deficiência física. Para validar o projeto, foi construída uma maquete de um imóvel residencial com a inserção de sensores e atuadores com características para monitorar e controlar as mais diversas atividades de uma casa. Os resultados obtidos foram extremamente satisfatórios, alcançando os objetivos estabelecidos.

Palavras-chave - Domótica, Internet das Coisas, Microcontrolador e Aplicativo Android, Mecatrônica.

Abstract - The term domotic was born from the union of the words "Domus" which means house in Latin, with the word "Robotics" that suggests the automation of something and involves the use of mechatronics, it can even increase the lives of people new concepts of communication and technology

1 Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial FATEC - Garça

2 Docente da FATEC - Garça

2

The Internet of Things is a technological concept in which any type of object is connected to the internet and can obtain information from the environment and can communicate with other people or objects. The goal of the project is to develop a system to control, monitor, and manage the essential activities of a home using a micro-controlled system that allows remote access through a mobile device with Android operating system. The application developed uses multiplatform programming techniques and application of internet of things concepts. The proposed system provides comfort, energy saving, safety and quality of life to its users through residential automation and internet of things concepts. The proposed home automation system automates daily and daily household activities by simplifying tasks and eliminating repetitive manual functions and controls that require time and dedication. The proposed automated system also provides accessibility and essential functions that are difficult to access or execute for people with a physical disability. A model of a residential building was constructed with the insertion of sensors and actuators with characteristics to monitor and control the most diverse activities routinely developed in a house. The results obtained were extremely satisfactory as they reached the established objectives.

Key-Words - Home Automation, Internet of Things, Microcontroller and Android Application.

1 INTRODUÇÃO

O projeto desenvolvido abordou a integração da mecatrônica com a

tecnologia da informação aplicados a área de domótica. Foram utilizados

conceitos e técnicas de sistemas microcontrolados e internet das coisas (IoT)

para gerar um sistema de automação residencial robusto e eficiente. Robusto

por abranger de forma ampla a automação de uma diversidade de atividades

passíveis de serem automatizadas em uma residência. Eficiente por propiciar

agilidade em tomadas de decisões e também contribuir para economia de

recursos hídricos e eletricidade.

Segundo SISLITE, o termo domótica surgiu da união das palavras

“Domus” que significa casa em latim, com a palavra “Robótica” que sugere a

automação de sistemas envolvendo o uso da mecatrônica.

A domótica pode ainda incrementar a vidas das pessoas novos

conceitos de comunicação e tecnologia, tendo em vista aumentar a qualidade

de vida por meio de projetos automatizados criados especificamente para

satisfazer as necessidades de forma individualizada de alguns de seus

usuários.

3

Segundo CODE IOT (2017), a Internet das Coisas (IoT) é um conceito

tecnológico em que qualquer tipo de objeto está conectado à internet e pode

obter informações do ambiente e/ou podem se comunicar com outras pessoas

ou objetos.

O conceito de automação está inserido na ideia de realizar funções,

serviços e processos de maneira automática, facilitando a vida dos usuários na

utilização de recursos, fornecendo além de conforto, segurança e eficiência,

contribui para diminuir esforços repetitivos.

Segundo UFSC (2016), “A mecatrônica é a união da Engenharia

Mecânica, Eletrônica, Computação e Controle, ou seja, é uma máquina ou

sistema que possui partes mecânicas, partes elétricas e sensores que captam

informações e as repassam para as partes mecânicas capazes de nos fornecer

produtos, sistemas e processos melhorados”.

Enquanto a eletrônica é a ciência que possibilita o desenvolvimento dos

circuitos semicondutores e consequentemente os computadores digitais, a

mecânica é a área da física que estuda os movimentos dos corpos e do

equilíbrio das forças, já a informática, trata da informação através do

computador.

A domótica propicia o controle automatizado de sistemas elétricos,

hidráulicos e mecânicos existentes em uma casa. A iluminação residencial, um

dos pontos mais abordados nos sistemas domóticos existentes, pode ser

controlada com auxílio do uso de sensores, temporizadores e

microcontroladores que propiciam inclusive o controle à distância por meio de

celulares via bluetooth, ou via rede internet para controlar o conjunto de

iluminação de forma eficiente e com relevante economia de energia. De forma

similar, sistemas hidráulicos e mecânicos também podem ser controlados

eficientemente propiciando economia de água e aumentando o ciclo de vida

dos equipamentos. Evitando fatores humanos que geram desperdício de

recursos, tais como: esquecer lâmpadas acesas em ambientes não utilizados;

deixar torneiras abertas; além de controlar abertura e fechamento de portas,

portões janelas visando segurança e iluminação natural de ambientes.

4

Com o avanço da tecnologia, ou seja, o surgimento de vários tipos de

microcontroladores como o ATMEGA, PIC entre outros, a domótica se tornou

muito acessível, visto que interage com muita facilidade com celulares, tablets,

notebooks entre outros, assim o usuário possui a possibilidade de controlar

automaticamente sua residência através da utilização harmônica e integrada de

várias tecnologias.

Devido à grande dificuldade de realização de certas atividades rotineiras

por pessoas que possuem dificuldades de locomoção, falta de tempo ou

disposição, torna-se imprescindível a aplicação dos conceitos e da integração

entre domótica e IoT.

O presente trabalho visa o desenvolvimento da automatização da

iluminação, portão eletrônico, climatização, ventilação, proporcionando maior

segurança, além de conhecimento.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Utilizar os conceitos e técnicas de domótica para gerar um sistema

automatizado que possibilite o controle eficiente de todos os recursos utilizados

e sistemas residenciais, propiciando conforto, segurança e economia de

recursos naturais.

2.2 Objetivos Específicos

- Estudar, dominar e aplicar conceitos de mecânica, eletrônica,

computação e sistemas de informação para gerar sistemas domóticos

amplos e eficientes;

- Estudar, gerar e inserir comandos de voz, para controlar e monitorar

ambientes e equipamentos residenciais a distância via internet e sistema

Android;

- Aplicar e desenvolver técnicas de programação utilizando o ESP8266.

- Possibilitar monitoramento e otimização dos recursos controlados pelo

sistema domótico.

5

Para a consolidação e validação das técnicas de controle utilizadas no

sistema de controle residencial, foi construído um protótipo constituído de uma

maquete de uma residência, equipada com uma diversidade de sensores e

atuadores devidamente instalados em locais estratégicos. Os sinais gerados

pelos sensores são enviados para um microcontrolador que recebe, interpreta

e utiliza algoritmos que tomam decisões e que controlam os atuadores para

obter os resultados desejados. Além disso, o controle também pode ser

realizado a distância via celulares, pelo aplicativo gerado em ambiente Android.

Essas duas formas implementadas para controlar o sistema domótico do

protótipo construído foi gerado através da integração entre várias tecnologias e

diferente equipamentos, tais como: tablets, smartphones, microcontroladores. A

integração realizada foi obtida através de geração de programas e aplicativos

utilizando recursos das linguagens de programação C++ e Java. A troca de

informações entre os sistemas e o sistema de armazenamento de informações

geradas e utilizadas para monitorar todo o sistema, motivou a utilização de

Internet das Coisas.

3 DESENVOLVIMENTO

Conforme explanado, para validar o projeto, foi construído um protótipo,

constituído por uma maquete residencial com sensores e atuadores

devidamente instalados em locais estratégicos, onde são controlados por um

algoritmo criado no microcontrolador.

O trabalho está embasado em ampla pesquisa bibliográfica documentos

redigidos por pesquisadores com qualificação em assuntos específicos para

cada componente.

3.1 Chip ESP8266EX

Atualmente a conectividade e mobilidade é uma marca registrada. Cada

dia que passa vemos diversas objetos conectados à internet. Recentemente

surgiram diversos módulos para se explorar a Internet das Coisas (IoT) que é

6

um mercado de forte expansão do futuro, e um desses módulos que mais se

destaca é o ESP8266 que foi desenvolvido pela empresa chinesa Espressif

Systems cujo seu primeiro lançamento para o mercado foi feito em agosto de

2014.

O que vale ressaltar nesse módulo é que seu preço e tamanho são bem

reduzidos, o que a maioria dos programadores procuram no mercado, além da

facilidade de integração a outras soluções, como um exemplo, utilizando uma

comunicação Universal Asynchronous Receiver/Transmitter (UART).

Há uma grande gama de variedade de modelos do ESP8266, até hoje

oficialmente existem dos módulos ESP01 até ESP-16, mudando

consideravelmente a quantidade de INPUTS/OUTPUTS (IO’s) disponíveis para

o acesso externo e o tamanho do módulo em si.

De acordo com EMBARCADOS (2015), o ESP8266 possui 32 pinos

(QFN32 – 5x5mm) mais o terra (GND) central, com uma CPU de 32 bits, 16

pinos de propósitos gerais, chamados de “General Purpose Input/Output”

(GPIO), modulação por largura de pulso chamado de “Pulse Width Modulation”

(PWM), conversor analógico/digital chamado de “Analog Digital Converter”

(ADC) de 10 bits, interface periférica serial ou “Serial Peripheral Interface”

(SPI), “Inter-Integrated Circuit” (I2C), “Secure Digital Input/Output” (SDIO),

“Inter-IC Sound” (I2S) e pino para controle remoto infra-vermelho ou “Infra Red

Remote Control” (IR), A MCU (Micro Controller Unit) utilizada no ESP8266EX é

a Tensilica L106 de 32 bits e clock de 80 Mega Hertz (MHz), podendo chegar a

160MHz. A memória RAM é de aproximadamente 50 Kilo Bytes (KB). A

alimentação do CHIP é de 3.3 volts (3.3V), com um limite inferior de 3.0V e

superior de 3,6V. A temperatura de operação pode variar de -40°C até 125°C.

Possui Wifi integrado. A programação pode ser feita utilizando a linguagem de

programação Lua, C, C++ ou Assembly.

No gerenciamento de energia, o ESP possui 5 estados: DEEP_SLEEP

onde só o Real Time Clock (RTC) está ativado, o OFF onde RTC está

desabilitado e o pino CH_PD está no GND, o ON onde o cristal de alta

velocidade está ativo, o WAKEUP onde o cristal está ativo e o chip em

operação normal e o SLEEP onde o cristal está desabilitado e o RTC está

ativo, mas a qualquer eventual momento de WAKEUP o chip fica ativo.

7

De acordo com EMBARCADOS (2015),

GPIO, ou General Purpose Input/Output é uma interface/porta dos

microcontroladores e microprocessadores para a interação com os

periféricos externos. As GPIO’s podem ser definidas como entrada ou

saída de sinais digitais, com sinal alto (1) ou baixo (0).

Todas as 16 GPIO’s do ESP tem diferentes funcionalidades de

compartilhamento como UART, I2C, I2S, SDIO, SPI, PWM e IR. As GPIO’s

possuem pull-up e pull-down interno e uma GPIO fazendo parte do circuito de

RTC. Os usos das funções compartilhadas não são fixas, assim podem ser

mudadas dependendo do software, pois as GPIO’s são multiplexadas. Todas

elas possuem função de interrupção com exceção da GPIO16. Todas essas

GPIO’s necessitam de técnicas de acoplamento de sinal pois, possuem

tolerância de 5V mas operam em 3.3V. 12 miliampéres (mA) é a corrente

máxima de cada uma das GPIO’s, fazendo uso de transistor caso queira utilizar

uma corrente maior. Algumas dessas GPIO’s possuem limitações e outras

estão conectadas em outros circuitos, portanto não podem ser utilizadas. Para

evitar picos utiliza-se sempre um capacitor de 10 micro Farad (uF) na linha de

alimentação 3.3V e para pull-up e pull-down utiliza-se resistor de 10K em

botões.

As GPIO’s do ESP apresentam as seguintes funcionalidades: 1 x Secure

Digital Input/Output (SDIO), 3 x Serial Peripheral Interface (SPI), 1 x Inter-

Integrated Circuit (I2C), 1 x Inter-IC Sound (I2S), 2 x Universal Asynchronous

Receiver/Transmitter (UART), 4 x Pulse Width Modulation (PWM), 1 x Infra

Red Remote Control (IR), Segundo EMBARCADOS (2015).

O ESP ainda possui um conversor analógico-digital de 10 bits de

resolução, com valores de conversão variando de 0 a 1023. Existem 2 UART

no ESP, UART0 e UART1 onde UART0 exibe informações no momento do

boot e o UART1 apenas TX está disponível na GPIO2 para DEBUG. E há

também uma SPI que pode chegar a 80MHz.

Portanto, o ESP8266 pode ser usado em diversas aplicações, pelo

fato de possuir conectividade Wi-Fi, pequenas dimensões e bom

processamento, podendo ser aplicado a diversas finalidades como: tomadas

8

inteligentes, controle industrial sem Fio, monitoramento remoto, além de

automação residencial e segurança doméstica, comercial e industrial.

3.2 App Inventor

Segundo TECMUNDO (2011), uma grande expectativa para usuários da

tecnologia de smartphones, tablets, entre outros, sempre foi possuir um

aplicativo que seja capaz de fazer tudo o que ele deseja, mas a realidade até

agora tem sido diferente. Muitas vezes o usuário não encontra aquilo que quer,

tendo que se contentar com aplicativos terceirizados e programas limitados a

versões pagas.

O MIT App Inventor que foi proporcionado pelo Google e hoje é mantido

pela universidade Massachusetts Institute of Technology (MIT) cujo criador foi o

professor Harold Abelson do MIT em 2009. O App permite que usuários com

conhecimentos básicos de programação, possam criar aplicativos Android

utilizando navegador Web e um telefone ou emulador conectados. Antes de ir

ao mercado foi testado em vários centros educacionais para testar sua

qualidade. Ele usa uma base de programação visual chamado de “Drag and

Drop”, que significa literalmente “arrastar e puxar”, que possibilita ao

programador gerar um sistema em blocos, o que facilita o trabalho do

programador. Vale lembrar que em agosto de 2011, o código passou a ser de

livre acesso (Open Source), deixando assim, de ser considerado um produto

Google.

Segundo WWWHAT’S NEW (2013), a criação do aplicativo é similar a

montagem de um quebra-cabeça, onde o programador vai juntando peças com

peças até chegar ao objetivo. O aplicativo ainda aparece no telefone durante

todas as etapas para ter o melhor acompanhamento do desenvolvimento do

projeto e layout. Outra grande vantagem é a compatibilidade com vários

modelos de telefones Android e diversos sistemas operacionais como Mac OS

X, Linux e Windows.

Para gerar um projeto é necessário primeiro realizar a configuração do

ambiente, tendo uma conexão Wi-Fi, um computador e um telefone. Não há

necessidade de instalação de softwares adicionais, já no telefone o aplicativo

9

MIT AI2 Companion permite ao programador testar o aplicativo à medida que

se desenvolve. Após a finalização do projeto do aplicativo há necessidade de

criação de um novo projeto no App invetor e fazer a conexão com o seu

telefone, é relevante também a criação de uma conta para guardar todos os

seus projetos.

Segundo ANDROIDPRO (2017),

O App Inventor basicamente é composto por duas seções: o App

Inventor Designer e o App Inventor Blocks Editor, cada uma com uma

função específica. O primeiro tem o objetivo de construir a interface

do seu aplicativo e o segundo de adicionar interatividade aos

componentes na tela.

A tela principal do projeto é o App Inventor Designer. Nele o

programador faz todo o Designer de como ele queira que apareça na tela do

smartphone, desde a interface, escolhendo os botões e as imagens, fotos,

droplists, checkboxes e muitos outros componentes disponíveis para deixar o

programa bem mais apresentável para o usuário. O App Inventor Designer é

dividido em 4 colunas, Paleta, Visualizador, Componentes e Propriedades

(ANDROIDPRO, 2017).

Na paleta, primeira coluna, é onde fica todos os componentes utilizáveis

no aplicativo, a divisão em seções facilita a localização dos componentes, dos

básicos que são botões, imagens e textos até outra seção para integração com

ferramentas. Na coluna do Visualizador, você organiza os objetos do jeito que

ele vai aparecer na tela do telefone, simulando a tela de um smartphone com

sistema operacional Android, mostrando como irá aparecer, e quanto de

espaço ainda tem para incluir objetos. Na coluna de componentes, tudo o que

foi adicionado da paleta para o visualizador fica organizado e acessível,

facilitando a seleção de cada objeto. Possibilita também renomear cada item

para o programador se lembrar exatamente qual item está editando. Uma outra

vantagem dessa coluna é poder inserir arquivos de mídia no App Inventor,

sendo eles fotos, sons e vídeos que deseja utilizar no projeto. Quando clicar

em qualquer item da coluna de componentes, aí então é possível editá-los na

quarta coluna chama de Propriedades. Esta última coluna, é a coluna mais

importante, pois é nela que você edita todos os parâmetros como tamanho e

10

conteúdo das caixas de informações e dos textos dos botões assim como

altura e largura dos objetos e tamanho das imagens também. Tudo o que vai

sendo editado é modificado ao mesmo tempo na coluna do Visualizador,

facilitando ainda mais para o programador.

A medida que o Designer vai pegando forma, é hora de começar a

programação dos componentes que estão inseridos, e para isso é necessário ir

para a outra sessão de blocos onde abrirá uma outra tela. O App Inventor

Blocks Editor parece muito com um quebra-cabeça, associa-se funções para

cada ítem do aplicativo através de uma interface simples. Na esquerda tem o

menu que possibilita inserir os comandos “My Blocks” (Meus Blocos) que são

comandos de início e “Built-in”(internos), comandos para execução. Unindo um

ou vários comandos possibilita uma ação, visto que existem comandos que não

são compatíveis uns com os outros, nesse caso o próprio app não realiza a

união destes, apenas une os comandos e funções compatíveis.

O App inventor disponibiliza uma QR Code para o programador consiga

ver o programa sendo editado em tempo real no próprio aparelho de telefone,

tornando mais simples, caso ocorra algum erro de espaço ou algo do tipo, do

programador voltar atrás.

3.3 Tecnologia Wi-Fi

Segundo Techtudo (2015), no final da década de 90 surgiu a internet

sem fio (wireless), quando o mundo dos computadores começou a crescer, no

entanto, atualmente, são muito populares. O Wi-Fi foi desenvolvido com a

intuição de criar redes locais para computadores, smartphones e videogames,

utilizando roteadores.

O termo Wi-Fi que significa “Wireless Fidelity” faz uso de ondas de rádio

comuns para transmissão de dados de internet, assim como a televisão, rádio e

celular. Através de ondas de rádios essas redes conseguem funcionar com

auxílio de adaptadores, roteadores que recebem os sinais, decodifica e manda

por meio de antenas, nesse caso é sempre bom analisar o roteador e a

quantidade de antenas para a melhor acurácia do sinal.

Para um determinado dispositivo tenha acesso ao sinal é necessário que

ele esteja dentro do “hotspot”, ou seja, dentro do raio de ação. O sinal da

internet que é emitido do roteador chega ou por ondas de rádio por exemplo, o

11

“4G”, linha telefônica ou via cabo. Duas frequências são atualizadas pelo

governo, a de 2.4 GHz ou a de 5GHz para a troca de informações, quanto mais

alta a frequência melhor a rapidez da internet.

De acordo com Techtudo (2015),

A comunicação entre os dispositivos conectados na rede Wi-Fi é feita

através do protocolo 802.11, que possibilita a eles reconhecerem as

informações uns dos outros. Esse protocolo apresenta variações, a,

b, g e n.

O 802.11 b utiliza uma frequência de 2.4GHz e sua velocidade vai até 11

megabits por segundo além de possuir um custo mais baixo. O 802.11a

transmite na faixa de 5GHz com velocidade de 54 megabits por segundo,

portanto apresenta melhores parâmetros que a anterior. A 802.11b é similar a

802.11g, mas com uma frequência menor de 2.4GHz e é o modelo mais

encontrado no mercado atual. O padrão 802.11n é mais novo e com limite de

até 140 megabits por segundo, criado com intuito de aumentar o alcance igual

o sinal de transmissão. Portanto o Wi-Fi foi criado para permitir que

computadores e muitos outros dispositivos se comuniquem sem a necessidade

de fios e cabos, otimizando o ambiente em que ele esteja.

4 DESENVOLVIMENTO

Por meio de pesquisas explorativas, experimentais e bibliográficas

tornou-se possível o embasamento do projeto. O artigo está fundamentado de

acordo com o conhecimento e as habilidades adquiridas em sala de aula, além

de sites e autores confiáveis.

Para início do projeto foi comprada uma maquete de uma casa de três

andares, onde a parte frontal fica visível, assim facilitando a acessibilidade para

colocar os componentes necessários e também para a visualização dos

comandos, como mostra a figura 1.

12

Figura 1 – Maquete da casa.

Fonte: Mercado Livre.

4.1 Hardware ESP8266-12

Após os estudos teóricos necessários para o desenvolvimento do

protótipo, concluiu-se que a placa de desenvolvimento NodeMCU com o

microcontrolador ESP8266 modelo 12 com conversor USB/FTDI CP2102

embarcado seria ideal para a confecção do projeto, devido ao seu custo

benefício, dimensão, assim como grande versatilidade de aplicações ideal a

área de domótica, principalmente de internet das coisas pelo fato de possuir

Wi-Fi embutido em seu microcontrolador.

A programação do microcontrolador ESP8266-12 visou principalmente a

atender as funções básicas de acionamento remoto de uma residência, como

abrir e fechar o portão, ligar e desligar as luzes, ventiladores e televisão que

foram abordados no projeto.

A figura 2 mostra o aspecto físico de uma placa NodeMCU, e no anexo

temos a figura 2 que possui uma imagem com a identificação da funcionalidade

de cada pino, e na figura 3 em anexo, temos a descrição dos pinos do

microcontrolador ESP8266 – 12.

13

Figura 2 – NodeMCU.

Fonte: Mercado Livre

4.2 MIT App Inventor

Para o desenvolvimento do aplicativo Android foi utilizado a plataforma

de desenvolvimento MIT App Inventor que proporcionou uma melhor curva de

aprendizado tanto no Designer como na programação. Inserimos um exemplo

do layout do aplicativo representado na figura 3.

Figura 3 – MIT App Inventor Designer.

Fonte: Dos Autores.

14

No Layout do aplicativo optamos por inserir botões para acionamento e

outros que possibilitam ao usuário renomear conforme suas necessidades,

caixas de texto para inserção do IP reconhecido pelo microcontrolador e outra

para envio de mensagens de texto para ter acesso a algo que não está previsto

nos botões de acionamento, um botão ícone para acesso ao comando de voz

caso o usuário queira ter a confirmação da mensagem enviada ou ainda enviar

comandos para leitura de sensores não previstos nos botões, oito legendas de

identificação dos pinos e uma imagem de plano de fundo para estabelecer um

design mais atrativo para o usuário.

A figura 4 mostra um exemplo do layout final e como renomear um botão

especifico.

15

Figura 4 – Aplicativo Android.

Fonte: Dos Autores

4.3 Funcionamento do protótipo

O funcionamento do projeto consiste em primeiramente estabelecer uma

conexão entre microcontrolador e dispositivo Android para isso é necessário

16

identificar o IP obtido pelo microcontrolador ao ser alimentado, que será

mostrado em um display de cristal líquido (LCD), como mostra a figura 5.

Figura 5 – IP e horário armazenado no ESP.

Fonte: Dos Autores.

Entretanto na primeira utilização não haverá nenhuma rede salva no

microcontrolador, sendo assim necessário configurar uma rede de conexão. O

nodeMCU entrará no modo access point (ponto de acesso), funcionando como

um “roteador” ele irá gerar uma página Web para configuração dos parâmetros,

como mostra a figura 6.

Figura 6 - Redes disponíveis.

Fonte: Dos Autores.

17

Ao pesquisar as redes Wi-Fi disponíveis encontraremos o nome da rede

“Domotica&&IoT” que foi o nome escolhido pelos desenvolvedores, e

conectando-se a ela a página Web será aberta automaticamente para a

configuração, exemplificado na figura 7.

Figura 7 – Página WEB.

Fonte: Dos Autores.

Na página aberta automaticamente no botão “Configure Wi-Fi” é possível

inserir o SSID (Nome da rede) e a password (Senha da rede), ou simplesmente

clicar nas redes encontradas e inserir a senha. As redes serão organizadas de

cima para baixo, a que possuir um sinal mais intenso para a conexão seja

mostrada mais acima, após inserir os dados da rede e salvar o

microcontrolador irá reiniciar e pesquisar a rede em seguida e se conectará

automaticamente caso a rede já esteja disponível, caso não consiga ele irá

gerar a página de configuração novamente até conseguir se conectar a uma

determinada rede e mostrará no display o IP obtido.

O IP deverá ser inserido no aplicativo no campo determinado como

“Insira o IP do dispositivo Slave:”, após o IP estar devidamente em configurado

o aplicativo está pronto para enviar os dados desejados ao microcontrolador,

fazendo o uso do protocolo TCP/IP de maneira invisível ao usuário.

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4.4 Montagem

Na maquete do protótipo serão acionadas 3 lâmpadas, uma em cada

cômodo distinto, 2 ventiladores, 1 televisão, 1 portão e 1 relógio. Algumas

lâmpadas serão representadas por LEDs, os ventiladores por coolers de

computadores de 12V, a televisão por um Raspberry Pi (um microprocessador),

o portão por um drive de DVD e o relógio por um display. O modo de

acionamento de todos os dispositivos serão via relés 5V/10A, ou diretamente

pelo microcontrolador.

4.4.1 Quarto

No quarto como mostra a figura 8 projetamos ventilador (cooler) e

lâmpada (led), ventilador acionado por relé, e a lâmpada acionada diretamente

pelo microcontrolador, vale lembrar que no led foi necessário inserir um resistor

de 1K para limitar a corrente e um transistor para chaveamento.

Figura 8 – Quarto.

Fonte: Dos Autores.

19

4.4.2 Sala

Na sala foram projetados, um ventilador (cooler), uma lâmpada (led) e

uma televisão (Raspberry Pi), o ventilador e a televisão acionados por relé e a

lâmpada acionada diretamente pelo microcontrolador, onde foram necessários

resistor e transistor novamente, exemplificado na figura 9.

Figura 9 – Sala.

Fonte: Dos Autores.

4.4.3 Garagem

Na garagem, figura 10, foram projetados, um relógio (display), uma

lâmpada (led) e o portão (Drive de DVD), o relógio e a lâmpada acionados

diretamente pelo microcontrolador, e o drive de DVD pelos relés.

20

Figura 10 – Garagem.

Fonte: Dos Autores.

Os relés foram alimentados por meio de uma fonte de 5V/3A e o

microcontrolador por um power bank solar que recepta energia solar, converte

em energia elétrica e armazena em uma bateria, e as ligações, todas elas

foram feitas com jumpers, como mostra figura 11.

Figura 11 – Caixa de Componentes.

Fonte: Dos Autores.

21

5 RESULTADOS

O desenvolvimento do projeto envolveu a utilização de conceitos

multidisciplinares e diferentes tecnologias que foram integradas de forma

harmoniosa para obter os resultados esperados. Para validar o sistema

domótico gerado foi construído um protótipo onde foram validadas tanto, as

técnicas de controle utilizadas quanto, as funcionalidades e eficiência dos

algoritmos e programas elaborados.

Foram gerados dois sistemas de controle, um utilizado

microcontroladores e outro utilizado sistemas móveis que foram integrados

validados através de testes reais. Foi implementado vários algoritmos e

programas, incluindo também controle por comandos de voz. A conexão entre

o microcontrolador e o aplicativo gerado foi também realizada e validada

através de técnicas e algoritmos de comunicação que propiciaram eficiente

troca de informações de controle e dados. Todos equipamentos, sensores e

atuadores inseridos no protótipo também foram utilizados e testados.

Além disso, foram gerados testes das técnicas de obtenção do IP em

diversos tipos de redes para obter um projeto adaptável a diversos

equipamentos e usuários. Foi utilizado testes de funcionamento do display para

verificação em tempo real de valores de dados e resultados gerados pelo

sistema domótico construído.

Testes de comando de voz responsivo do aplicativo para treinamento do

sistema de reconhecimento de fala e conversão em texto obtiveram bons

resultados. Para complementar a funcionalidade de todo sistema foram

gerados testes adicionais que validaram temporizações e interrupções que

ocorrem tanto de forma síncrona quanto assíncronas. Testes de reconexão em

caso de falhas e demais testes de acionamento verificando a eficácia do

projeto.

Com todos esses testes devidamente realizados e analisados os

resultados obtidos foram extremamente satisfatórios, pois alcançaram os

objetivos estabelecidos.

A figura 11 mostra o protótipo finalizado.

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Figura 11 – Protótipo concluído.

Fonte: Dos Autores.

6 CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE CONTINUIDADE

Através de muita pesquisa bibliográfica e trabalho exaustivo o projeto foi

concluído e contribuiu de forma efetiva tanto para consolidar conhecimento

adquiridos durante o curso, quanto para complementar de forma abrangente a

formação através do estudo e domínio de conceitos e técnicas não abrangidas

pelo conteúdo programático atual. Algumas dificuldades transpostas a

satisfação da realização do mesmo, tais como, o desenvolvimento de

aplicativos para sistemas móveis utilizando Android, e geração de técnicas de

controle de utilizando comandos de voz, que não faz parte da grade curricular

do curso. Para tanto foi necessário muito estudo e dedicação para o

entendimento, desenvolvimento, domínio e aprimoramento do sistema

domótico desenvolvido.

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Sugestões para continuidade e aprimoramento do projeto ou geração de

futuros novos projetos futuros projetos, estão relacionadas com a previsão de

saídas PWM para controles de ajuste da intensidade luminosa, controles de

velocidade de atuadores como exemplo os ventiladores e portões, controle de

irrigação de um possível jardim e um sistema de controle de reaproveitamento

da água da chuva para economia de água.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o desenvolvimento do projeto, através da execução de todas as

atividades necessárias para gerar e validar o sistema domótico de forma

gradativa e completa foi obtido êxito e muita capacitação, tornando o exaustivo

trabalho e satisfação do grupo de desenvolvedores. Os resultados do projeto

obtidos em todos os testes devidamente executados foram de relevante

importância, para consolidar as tecnologias e conhecimentos abordado na

problemática. Os objetivos e expectativas iniciais foram devidamente e

plenamente alcançados, contribuindo para o desenvolvimento da área de

domótica em nossa Instituição e na região.

REFERÊNCIAS

ANDROIDPRO – Fillipe Cordeiro. App inventor. 2017. Disponível em:

<http://www.androidpro.com.br/app-inventor/>. Acesso em: 18 set. 2017.

CODE IOT. Introdução internet das coisas. 2017. Disponível em:

<http://codeiot.org.br/courses/course-v1:LSI-

TEC+IOT1701+2017_T3/courseware/02e53d48a29747e2bb70889aaeee92a4/b

9ec145528ff496c985a45056220efd5/>. Acesso em: 31 out. 2017.

EMBARCADOS – André Curvello. Apresentando o módulo ESP8266. 2015.

Disponível em: < https://www.embarcados.com.br/modulo-esp8266/>. Acesso

em: 16 abr. 2017.

24

SISLITE - INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS. Domótica iluminação e controlo

soluções audioVisuais. Portugal. Disponível em:

<http://www.sislite.pt/domus.htm>. Acesso em: 26 set. 2016.

TECMUNDO – Alexandre Guiss. Google app inventor. 2011. Disponível em:

<https://www.tecmundo.com.br/google/11458-google-app-inventor-o-criador-de-

apps-para-android-para-quem-nao-sabe-programar.htm>. Acesso em: 20 set.

2017.

TECHTUDO – Juliana Pixinine. Como funciona Wi-Fi? Entenda a tecnologia.

2015. Disponível em:

<http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/02/como-um-wi-fi-funciona-

entenda-tecnologia.html>. Acesso em: 3 out. 2017.

UFSC. Contextualização. Joinville, 2016. Disponível em:

<http://mecatronica.ufsc.br/contextualização/>. Acesso em: 26 set. 2016.

WWWHAT’S NEW – Denise Helena. Novo app inventor, para criar

aplicativos android. 2013. Disponível em: <

https://br.wwwhatsnew.com/2013/12/novo-app-inventor-para-criar-aplicativos-

android/>. Acesso em: 18 set. 2017.

ANEXOS

Figura 1 – Portas do ESP8266.

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Fonte: Datasheet ESP8266 – EX. (2015).

Figura 2 - NodeMCU ESP8266 12E.

Fonte: Kolban’s book on ESP8266. (2016).

Figura 3 – ESP-12.

Fonte: Datasheet ESP8266 – EX. (2015).