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    Sumrio

    26EntrevistaEngenheiro agrnomo e consultor, MarcosJank afirma que, com a safra recorde de

    milho, o apago logstico vai continuar.

    32LogsticaProdutores e cerealistas gachos exportam soja acondicionada emcontineres. Dependendo da ocasio, sai mais barato do que a granel.

    36FitossanidadeDetectadas inicialmente em plantaes demilho, as lagartas do gnero Helicoverpaatacam lavouras de algodo na Bahia.

    40ManejoPesquisadores da Fundao MT estudam a H. armigera, praga atrecentemente desconhecida por produtores e tcnicos no Brasil.

    44AgrishowA feira bate recordes de pblico emovimentao financeira. Conhea asprincipais novidades apresentadas.

    54TecnologiaTcnicos e pesquisadores desenvolvem fertilizantes minerais capazesde nutrir as plantas de forma gradativa, lenta e controlada.

    18

    Matriade capa

    Expedio Estradeiromobiliza sociedade

    para a reabertura dorio Paraguai para anavegao comercial em

    comboios. O objetivo diminuir o frete comtransporte de gros e

    reduzir o caos logsticonos perodos de safra.

    SeesDo leitor ............................................................ 4

    Notcias da terra ...........................................10

    Marketing da terra .......................................50

    Poltica ..............................................................52

    Anlise de mercado ....................................58

    Novidades no campo .................................60

    Biblioteca da terra ........................................62

    Agenda.............................................................64

    Artigos 9 - Daniel Glatanalisa, na seo Ponto de Vista, a Farm Bill2013.

    24 - Glauber Silveirapergunta: Onde vamos armazenar tanto milho?

    30 - Rogrio Arioliquestiona setores que travam investimentos em logstica

    34 - Dcio Gazzoniv oportunidades na troca do petrleo por biomassa

    42 - Hlio Casalecritica o no aproveitamento da palha de caf

    66 - Fbio Lamonicadiscute a reduo da garantia nos contratos

    junho 2013 Agro DBO|

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    Do Leitor

    ALAGOAS

    A matria de capa da edio de abril Safra difcil demonstra muito bem ascontradies do Brasil. Pelo esforo dosprodutores, o pas obtm uma superssa-fra, que esbarra na falta de infraestru-tura e logstica adequada. As matriasdeste nmero so muito importantespela atualidade e relevncia dos temasabordados. o caso da fitossanidade naslavouras de milho, do plantio direto nahorticultura e da ILPS, entre outras.

    Carlos Jos Pedrosa Macei

    BAHIA

    A Agro DBO d uma boa viso dosacontecimentos agrcolas e ensina, comgrande responsabilidade, sobre temasda agricultura. Percebe-se a preocupa-o da revista pelo crescimento agrcolabrasileiro.

    Elvis Scheibe MeiraVitria da Conquista

    Gostaria de ler mais sobre fruticul-tura na revista, especialmente sobre fru-ticultura no vale do rio So Francisco.

    Sirando Lima SeidoJuazeiro

    CEAR

    Como biloga, acho a revista muitointeressante.

    ngela avares LeitoCrato

    ESPRITO SANTO

    A revista muito objetiva. Abrangediversas reas do agronegcio, nos dei-xando sempre muito bem informadossobre novidades e tendncias.

    Tiago de Lima NascimentoNova Venecia

    GOIS

    Excelente. Veio complementar tudoaquilo que ns precisamos na nossa ati-

    vidade, que a agricultura.Fontaine Ribeiro Irineu

    Mineiros

    Muito interessante, de fcil leitura,aborda assuntos que esto em discussono momento. Transmite muito bem asmensagens para o produtor rural.

    Murilo Guimares FariaGoinia

    MARANHO

    uma tima revista, que traz umvasto contedo de informaes.

    Hellen Cristina A. dos SantosSo Luis

    Um amigo indicou a revista, eu achei muito interessante e gostaria dereceb-la. Uma dose de conhecimentomensal sobre a agricultura do pas sem-pre bom.

    Marcelo Marinho Viana.So Luis

    MATO GROSSO

    Excelente. Traz informaes impor-tantes para a cadeia agrcola.

    Rodrigo MattiaPrimavera do Leste

    MATO GROSSO DO SULtima. Assuntos ou temas atualiza-

    dos e de qualidade. A aparncia (visual)bonita desperta ateno de quem per-tence ao agronegcio.

    Jos Luis BadaniNavira

    MINAS GERAIS

    A Agro DBO um banco de infor-maes sobre a atualidade da agriculturano Brasil.

    Guilherme NascimentoUberlndia

    Sempre trazendo novidades e infor-maes de grande importncia para oprodutor rural e/ou responsvel tcnicopela propriedade.

    Jefferson de Oliveira GomesArax

    Sou tcnico agrcola, trabalho numaempresa que presta servios de consulto-ria. Gostei muito do contedo da revista.Sinto que ir me ajudar nos trabalhos.

    Danilo Rodrigues de AlmeidaUberlndia

    PAR

    Quando vi a revista pela primeiravez no pensei duas vezes em fazer a assinatura. Tem todas as informaes queo agricultor precisa.

    Renato Alves de Santana

    Rondon do Par

    PARAIBA

    Revista muito boa, com inovaetecnolgicas e informaes atualizadas.

    obias da Silva PintoPitimbu

    Fao Cincias Agrrias e trabalho naEmater (PB). Gostaria de continuar recebendo a revista para aprimorar meusconhecimentos.

    Suenia Oliveira da SilvaPassagem

    PARAN

    Excelente. Como consultor na reade agronegcios, aproveito muitos dosartigos publicados.

    Alexandre Nunes Leite RosasPonta Grossa

    Muito boa, bons textos, boas repor-tagens e atualizada.

    Agenor Ferreira JuniorAltnia

    Vocs so uma referencia no merca

    do da agricultura. Continuem assim.Adriano de Lara Lucinda

    Londrina

    Sou tcnico agrcola e trabalho comvenda de adjuvantes. Gostaria de recebea revista para ficar mais atualizado.

    Rafael G. B. PadilhaNova Esperana

    Uma revista de tima qualidade, queabrange aspectos tcnicos importantes ed um panorama amplo da agriculturabrasileira. Tive acesso a uma edio e j

    estou assinando, para receb-la sempre. Mateus Bedin Pato Branco

    Temas atualizados e com discussotcnica tratada por especialistas.

    Marcos Antnio Dalla orre Maring

    PERNAMBUCO

    Acho que uma mdia muito completa, de linguagem fcil. Muito boa.

    Anizio Honorato Godoy NetoGaranhun

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    RIO GRANDE DO SUL

    Achei a revista interessante. Ela nosauxiliar na conduo da lavoura.

    Claudio I.C. de CastroMontenegro

    Ol, amigos, continuem assim. Arevista uma tremenda fonte de infor-maes, ferramenta indispensvel paraos profissionais do ramo.

    Celso artariSananduva.

    RIO DE JANEIRO

    Muito interessante, com informa-es teis para aprimorar o conheci-mento.

    lvaro Alexandre Leite da CostaRio de Janeiro

    SO PAULOGostaria de parabenizar Dcio Luiz

    Gazzoni pelo artigo sobre desperdciode alimentos. Quando estudei Agrone-gcios ouvia de professores e alunos aurgncia em aumentar a produo dealimentos... sempre contestei. A flora e

    AgroDBOse reserva o direitode editar/resumiras mensagens

    recebidas devido falta de espao.

    fauna de nosso pas vm sendo dizima-das h mais de 500 anos em nome daproduo de alimentos. Alimento existeem abundncia. Premente conscienti-zar no somente toda a cadeia produtivadas perdas que ocorrem, mas, principal-

    mente, cada indivduo que deixa restosde comida irem para o lixo diariamente.Sugiro que o assunto seja mais detalha-damente abordado.

    Maristela NicolellisItapetininga

    NR: A leitora se refere ao artigo publi-cado na edio de maio por nosso colunis-ta, o engenheiro agrnomo e pesquisadorda Embrapa Soja. Obrigado pela sugesto,

    Maristela.

    Revista bem completa, atendendo

    muito bem o agricultor e seu negcio.Tiago Sanches Ferrari

    So Jos do rio Preto

    Sou professor de Gesto no InstitutoFederal de Educao, Cincia e Tecnolo-

    junho 2013 Agro DBO| 5

    gia de So Paulo, com campus na cidadede de Avar. Gostaria muito de recebera revista para poder gerar debates comos alunos em sala de aula, sobre os temaspublicados.

    Paulo Csar Chagas Rodrigues

    Avar

    A revista muito interessante. Gos-taria de utiliz-la nas visitas a meusclientes.

    Orlandino de Abreu JuniorMogi Guau

    NR: o leitor engenheiro agrnomo.

    Sou leitor voraz de assuntos relacio-nados ao meio rural. A sua revista aten-de meus interesses.

    Gilberto Beinotti

    Araras

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    Carta ao leitor

    AAgro DBOcoloca em debate a pro-blemtica da logstica brasileira dearmazenar e transportar uma safra recorde

    de gros. A constatao pura e simples a

    que se pode chegar de que no h nada

    que esteja to ruim que o ser humano noconsiga piorar. O antigo aforismo confir-

    ma-se e aplica-se aos problemas de logs-

    tica enfrentados pelos produtores rurais na

    safra de vero recm-finda e ir repetir-se

    na 2 safra a partir de julho prximo.

    Ou seja, tivemos um apago logsti-

    co de propores assustadoras na 1 safra, mas no foi suficiente, no

    resolvemos esses problemas, e teremos outro apago na 2 safra, com

    reflexos ainda mais profundos. Provavelmente provocar prejuzos que

    se tornaro dramticos, a ponto de expor o Brasil ao ridculo ante os

    nossos compradores.

    Tudo porque a 2 safra, predominantemente de milho, vai encontrar

    silos e armazns cheios de soja, e ter de ser transportada s pressas. Ou

    apodrecer no campo, a cu aberto.

    A iniciativa privada, empresas e produtores rurais, arriscam pro-

    postas saneadoras, algumas paliativas, outras definitivas, mas a verdade

    que o Governo Federal e a sociedade precisam dar respostas e solu-

    es consistentes ao atual status quo logstico, seja na armazenagem,

    seja no transporte da safra, pois a situao tende a se agravar no futuro

    breve ante o aumento da demanda por gros.

    H caminhos, que registramos nesta edio, em formato de reporta-

    gem, de entrevista e de artigos, mas precisa-se de vontade poltica para

    tanto. Tanto quanto a vontade poltica, precisamos de instrumentos re-

    gulatrios, que incentivem e possibilitem os investimentos da iniciativa

    privada. Todavia, em paralelo, e to importante quanto isso, temos a

    imperiosa necessidade de se fazer cair na real o poderio ambientalista

    na capacidade de travar a construo de uma hidrovia, por exemplo.

    Os ambientalistas brasileiros e as ONGs estrangeiras que por aqui gor-

    jeiam crticas dirias na mdia so os nicos seres do planeta contrrios

    navegao fluvial. Com tantas restries histrinicas impostas pelos

    ambientalistas, acompanhadas por liminares jurdicas de procuradores

    estaduais e federais, e aplaudidas pela grande mdia, teremos um cami-

    nho difcil a percorrer para dar fim aos apages logsticos.

    Apesar de tudo, no podemos nos esquecer da Helicoverpa, ela

    tambm veio para ficar, e volta cena nas pginas desta edio, suge-

    rindo aos produtores de que todo cuidado pouco.

    Aos que desejarem manifestar suas opinies sugerimos enviar e-mail

    para [email protected]

    Richard Jakubaszko

    uma publicao mensal da

    DBO Editores Associados Ltda.

    DIRETORRESPONSVELDemtrio Costa

    EDITOREXECUTIVORichard Jakubaszko

    EDITORJos Augusto Bezerra

    CONSELHOEDITORIALDcio Gazzoni, Demtrio Costa,

    Evaristo Eduardo de Miranda,Hlio Casale,

    Jos Augusto Bezerrae Richard Jakubaszko

    REDAO/COLABORADORESAriosto Mesquita, Ceclia Czepak,

    Crbio J. vila, Daniel Glat, Dcio Luiz GazzonFbio Lamonica, Franco Borsari,

    Glauber Silveira, Glauco Menegheti,Hlio Casale, Karina C. Albernaz, Lcia Vivan

    Marianna Peres e Rogrio Arioli Silva.

    Arte

    EDITOREdgar Pera

    EDITORAOEdson Alves e Clia Rosa

    COORDENAOGRFICAWalter Simes

    MarketingGerente: Rosana Minante

    DEPARTAMENTOCOMERCIALNaira Barelli, Andrea Canal,

    Marlene Orlovas e Vanda Motta

    CIRCULAOGerente: Edna Aguiar

    IMPRESSOLog&Print Grfica e Logstica S.A.

    Capa:Foto Arlindo RodriguesJnior/Instituto Gnesis

    DBO Editores Associados Ltda

    Diretores: Daniel Bilk Costa,Odemar Costa e Demtrio Costa

    Rua Dona Germaine Burchard, 229Perdizes, So Paulo, SP

    05002-900 - Tel. (11) [email protected]

    Receba a revista Agro DBO em casaCadastre-se no sitewww.agrodbo.com.br.Basta clicar no link Como receber e preencher os

    espaos em branco com todas as informaes solicitadas. Se necessrio, solicite o e-mail de algumconhecido ou faa isso na cooperativa ou revenda de sua cidade.

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    VENHA APLAUDIR, COM ENERGIA.Participe da cerimnia de entrega do Prmio TOP Etanol,reconhecido como um dos principais estmulos do Pas disseminao do conhecimento sobre agroenergiasrenovveis.

    Iniciativa do Projeto AGORA, que integra entidades eempresas da cadeia produtiva da cana-de-acar, o TOPEtanol premia os autores de contribuies significativas parao desenvolvimento sustentvel do setor sucroenergtico. Emsua 4 edio, o TOP Etanol estabeleceu um novo recorde,atingindo o total de 375 trabalhos inscritos.

    4 PRMIO TOP ETANOL

    s 19 horasGrand Hyatt Hotel, So Paulo

    www.projetoagora.com.br/premiotopetanol/

    JORNALISMO . TRABALHOS ACADMICOS . FOTOGRAFIA . INOVAO TECNOLGICA

    Prmio TOP Etanol: para quem acredita que a questoambiental tem de ser tratada com energia.

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    junho 2013 Agro DBO|

    de 30 milhes de americanos ca-rentes, e como o nosso bolsa-fam-lia, garantem milhes de votos parao governo. Para os programas deapoio agricultura e pecuria, seromais de US$ 20 bilhes de dlares/ano, no estando incluindo aqui osfinanciamentos de custeios, caso

    algum queira comparar esse valorcom nossos planos safras. Esse va-lor para ser gasto principalmenteem trs grandes reas de suporte atividade agrcola:

    1 Seguro Agrcola. Por voltade US$ 7 bilhes por ano, subsi-diando mais de 60% do preo doseguro aos produtores, oferecendo

    proteo de produo e de renda,dando suporte s seguradoras eproporcionando liquidez e fluidezao sistema;

    2 Conservao de solos,aguas, proteo de fauna nativa emeio ambiente. So mais de 20 pro-gramas, com oramento de U$ 5,5bilhes/ ano, para pagamento aosprodutores que conservam e prote-gem reservas nativas e mananciais eusam prticas conservacionistas napropriedade. Aqui no Brasil, comosabemos, todas essas despesas re-caem nos ombros dos produtores,sem nenhum tipo de apoio gover-namental; e no existe nenhumreconhecimento s nossas muitasprticas conservacionistas.

    3 Programas de Commodi-ties. Conjunto de programas foca-do na proteo e incentivo aos pro-dutores, que consome uns US$ 6

    Oltimo Farm Billfoi o de2008. que expirou em2012 e foi esticado, porfalta de votao, at se-

    tembro de 2013. O deste ano valerpara o perodo 2013/18, com muitasprovises alocadas at 2022. Desdeo inicio do sculo passado, os EUA

    tm leis fortes que protegem os seusprodutores rurais das flutuaes depreos e dos extremos climticos.Em meados da dcada de 1970, pa-ra poder garantir os votos necess-rios no Congresso, a bancada ru-ral americana conseguiu incluir namesma lei os benefcios e subsdios atividade agropecuria e todos os

    programas de suporte alimentar populao carente do pas, ganhan-do assim e imediato apoio das ban-cadas urbanas e sociais.

    Esse prximo Farm Bill, seguin-do a linha base dos cinco anos ante-riores e assumindo as redues quedevem ser votadas no Congresso,aponta para algo em torno de US$950 bilhes de dlares para os pr-ximos 10 anos (isso mesmo, quaseum trilho de dlares!) ou aproxi-madamente US$100 bilhes porano! Verdade seja dita, por voltade 80% desse total sero destinadosaos programas de apoio alimen-tar aos necessitados, conhecidosanteriormente como Food Stamps(selos para alimentao), hoje cha-mado de Snap(Programa de Acessoa Suplementao Nutricional, emtraduo livre). Esses programas su-plementam a alimentao de mais

    Um trilho de dlares em jogoOs EUA comeam a discutir oFarm Bill2013, o poderoso conjunto

    de leis que define o suporte atividade agropecuria naquele pas.Daniel Glat *

    * O autor

    engenheiroagrnomo, consultor

    e produtor ruralem Tocantins.

    A fora politica do setor rural a maior das

    vantagens competitivas da agricultura americana

    bilhes por ano. O maior, mais dicutido e controvertido desses programas, por se tratar de subsiddireto e escancarado, o famoDirect Payments(Pagamentos Dirtos), onde uma expressiva percentagem de produtores americanrecebe anualmente um pagamen

    adicional por saco produzido, dacordo com tamanho da propriedde, produtividade e renda familiaEsse programa, que um escndlo, deve ser extinto nesse Farm Bimas boa parte desse fundo devservir para fortalecer ainda mais Seguro Agrcola; o subsidio s vmudar de endereo...

    Alm dessas trs grandes reaa parte agrcola do Farm Bill tealocaes especificas para cade

    do leite, do algodo, bioenergihorticultura e agricultura orgnicdesenvolvimento rural, florestaacesso a mercados, alm de umsrie de incentivos a agricultoriniciantes (!), veteranos de guerrdesenvolvimento de mercados lcais, etc. Com o dficit gigantescdo USA, o oramento do Farm Bdever ser de alguma forma reduzido esse ano nas votaes do congresso, mas no nos animemos: que estar em debate so redude US$ 20 a US$40 bilhes em 1anos, ou seja, reduo de 2 a 4% dtotal, no mximo.

    A fora politica do setor ruramericano, construda por dcada fio no Congresso, com importanapoio das fortssimas associaes dprodutores, e as leis que conseguepassar a favor da agricultura e dprodutores rurais, a maior dvantagens competitiva da agricultra americana sobre a brasileira.

    Ponto de vista

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    Notcias da Terra

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    Safra II

    Recorde confirmado

    Aproduo nacional de gros re-lativa safra 2012/13 deve al-canar 184,15 milhes de tonela-das, 10,8% acima da safra passada(166,17 milhes), de acordo com o8 levantamento da Conab, divulga-do em maio. al nmero representa,portanto, incremento de 17,98 mi-lhes de toneladas e deve ser credi-tado principalmente s culturas da

    soja e do milho, cujas reas planta-das cresceram 10,7 e 15,6%, respec-tivamente.

    A produo de soja aumentou22,8% e deve fechar em 81,53 mi-lhes de toneladas, segundo proje-es da companhia. O milho 2 sa-fra teve bom desempenho, com au-mento de 10,4% sobre a safra passa-da. Deve chegar a 43,19 milhes de

    toneladas, superando a produo domilho 1 safra, estimada em 34,81milhes de toneladas. As projeesindicam colheita recorde de 78 mi-lhes de toneladas de milho (1 e 2safras) este ano, 6,9% maior do que ado ano passado. A rea total de plan-tio de gros cresceu 4,1% em relao safra passada (50,89 milhes/ ha) edeve chegar a 52,98 milhes/ha.

    Safra I

    Projees crescentes

    A

    quarta estimativa do IBGE dasafra nacional de cereais, legu-

    minosas e oleaginosas (caroo dealgodo, amendoim, arroz, feijo,mamona, milho, soja, aveia, cen-teio, cevada, girassol, sorgo, trigoe triticale) indica produo de 185milhes de toneladas, 14,2% acimado obtido em 2012 (161,9 milhesde toneladas) e 2% acima da previ-so anterior.

    As trs principais culturas (ar-roz, milho e soja que, somadas, re-presentam 92,4% da produo de

    cereais, leguminosas e oleagino-sas) respondem por 86,1% da reaa ser colhida. Em relao a 2012, osacrscimos de rea so de 0,9% parao arroz, 9,1% para o milho e 10,6%para a soja. A produo dever au-mentar 5,1% no caso do arroz, 9,1%no milho e 23,3% na soja, compa-rativamente a 2012. Os dados com-

    pletos da pesquisa do IBGE podemser conferidos na pgina eletrnica

    www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa .

    Considerando as regies em queo pas se divide, a produo de cere-ais, leguminosas e oleaginosas apre-senta a seguinte distribuio: Sul,73,3 milhes de toneladas (t); Cen-tro-Oeste, 74,5; Sudeste, 19,5; Nor-deste, 13,1 e Norte, 4,5. Em rela-o safra passada, a produo de-ve crescer 1,2% no Sudeste, 5,2% noCentro-Oeste, 32,8% no Sul e 10,4%

    no Nordeste. Para a regio Norte,o IBGE aponta decrscimo de 4%.O estado do Mato Grosso segue naponta do ranking nacional da pro-duo com participao de 23,2%, frente do Paran (20,8%) e do RioGrande do Sul (15,4%). Os trs es-tados, somados, representam 59,4%do total nacional.

    VBP

    R$ 271 bilhes

    OVBP Valor Bruto da

    Produo das principaislavouras brasileiras em 2013foi reajustado para R$ 271 bi-lhes, 10,2 % superior ao de2012, segundo estimativas daAssessoria de Gesto Estrat-gica do Mapa. o maior desdeo incio desta srie, iniciada em1989. Os maiores aumentos es-perados do valor bruto devemocorrer no tomate (76,2%),na batata-inglesa (29,3 %),

    na laranja (28,8%), no trigo(18,9%), na soja (18,3%), nofumo (15,6%), no feijo (14,5%) e no milho (11,9 %). Abai-xo destes, mas ainda com re-sultados positivos, esto o ar-roz, a banana, a cana de acare a mandioca.

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    Notcias da Terra

    junho 2013 Agro DBO|

    Safra IV

    Recorde perdido

    Os nmeros de maio do Dpartamento de Agricultudos Estados Unidos (USDA, da sgla em ingls) para a safra 2013/1apontam produo mundial d285,5 milhes de toneladas de soja, 7% a mais do que na temporda passada. Os EUA devero reasumir a liderana no ranking mundial com 92,26 milhes de toneldas, 8% acima do obtido no cicanterior. Para o Brasil, o USDprev 85 milhes de toneladas para a Argentina, 54,5. Com tan

    soja na praa, o USDA prev quda nos preos na safra 2013/14, etimados entre US$ 20,94 a US25,35 por saca contra os atuais US31,52 por saca.

    Em relao safra 2012/1a instituio reajustou um pouco sua projeo anterior: a produo mundial de soja deve alcanar 269,11 milhes de toneladacontra os 269,63 previstos anteOs EUA vo colher 82,06 milh

    de toneladas; o Brasil, 83,5 (aindmanter a liderana em produoexportao de soja nesta safra); eArgentina, 51.

    Safra III

    Quase um bilho de toneladas

    O

    USDA prev produo mundial de 965,94 milhes de toneladas de milho no ciclo2013/14. Os EUA vo colher 359,17 milhes de toneladas; o Brasil, 72; e a Argentina, 27.

    Segundo a instituio norte-americana, a safra chinesa chegar a 212 milhes de toneladas.Na presente temporada, as estimativas indicam produo mundial de 857,12 milhes de to-neladas. Os EUA colhero 273,83; o Brasil, 76; e a Argentina, 26,5.

    Milho I

    Parceria global

    As principais associaes de pro-dutores de milho dos EstadosUnidos, Brasil e Argentina anun-

    ciaram no ms passado em Bue-nos Aires, Argentina, a criao daMaizall Te International Mai-ze Alliance, para estimular a pro-duo e a produtividade e organi-zar o comrcio mundial. Respon-sveis por 50% da produo e 70%das exportaes mundiais do cere-al, os trs pases enfrentam as mes-

    mas barreiras para a venda de mi-lho e de seus subprodutos.

    O foco da Maizall Alliance a

    colaborao global em questes re-lativas segurana alimentar, bio-tecnologia, liderana, comrcio eimagem dos produtores. A presi-dncia da aliana ser rotativa. Nes-te primeiro momento, os EUA ocu-paro a presidncia, o Brasil, a pri-meira vice-presidncia, e a Argenti-na, a segunda vice-presidncia.

    Milho II

    Safra histricaOestado de Minas Gerais de-ve colher 560,7 mil tonela-das de milho segunda safra, segun-do projees da Seapa Secretariade Agricultura, Pecuria e Abaste-cimento. Se tal nmero for confir-mado, ser a maior de sua hist-ria o equivalente a 7,6% do totalde gros colhidos este ano no es-tado. H cinco anos, Minas Geraisproduzia 176 mil toneladas de mi-

    lho segunda safra, o que represen-ta crescimento de 219% de l pa-ra c. Entre os municpios, o maiorprodutor Paracatu, na regio no-roeste, com estimativa de colhei-ta de 88,2 mil toneladas, seguidopor Coromandel (Alto Paranaba),com 79,8 mil; Una (Noroeste),com 72 mil; Boa Esperana (Sul),com 40,5 mil; e Buritis (Noroeste),com 33,6 mil toneladas.

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    Notcias da Terra

    12 |Agro DBO junho 2013

    Exportaes I

    Saldo deUS$ 83,07 bilhes

    Dados da Secretaria de RelaesInternacionais do Mapa mos-tram que, de maio de 2012 a maiode 2013, as exportaes brasileirasdo agronegcio atingiram resultadorecorde de US$ 99,59 bilhes, 4,2%acima do obtido anteriormente nomesmo perodo. O setor importouo equivalente a US$ 16,52 bilhes,resultando em um saldo positivo re-corde de US$ 83,07 bilhes.

    O principal segmento, em ter-

    mos de valor exportado, foi ocomplexo soja, com US$ 26,57 bi-lhes, representando elevao de2,1% em relao ao perodo an-terior. O setor sucroalcooleiro foio segundo, alcanando US$ 16,49bilhes. A China foi o principaldestino das exportaes brasilei-ras, somando US$ 19,14 bilhes.As vendas para os Estados Uni-dos, segundo principal destino,aumentaram US$ 796,09 milhes.

    A Coreia do Sul foi o pas que maiscontribuiu para o crescimento dasvendas externas, com expanso deUS$ 1,15 bilho (71,4%).

    Exportaes IV

    Sementeiros brasileiros na China

    Adiretoria da Abrass Asso-ciao Brasileira dos Pro-dutores de Sementes de Soja de-fendeu em maio, durante visita aPequim e Xangai, a liberao deeventos biotecnolgicos por par-te da China. Segundo a entidade,a demora do governo chins naaprovao de tecnologias espec-ficas para a soja e o milho tem re-sultado em perda de competitivi-

    dade para as cadeias dessas cultu-ras no Brasil.

    No ano passado, a China gas-tou US$ 12 bilhes em comprasno Brasil, principalmente degros e leo de soja. Atualmente,existem 19 solicitaes de regis-tros de novos eventos biotecnol-gicos na China, dois dos quais doBrasil e os demais da Unio Euro-peia e dos Estados Unidos.

    Exportaes IISantos lidera

    Amovimentao no porto deSantos (SP) no primeiro tri-mestre de 2013 foi a maior j re-gistrada at hoje. De acordo coma Codesp Companhia Docas doEstado de So Paulo, passaram peloporto 24,87 milhes de toneladas,quantidade 12,8% superior regis-trada no mesmo perodo de 2012.No acumulado do ano, a commo-dity mais exportada foi a soja, com4,07 milhes de toneladas. Propor-cionalmente, porm, a que cresceumais foi o milho, cujo transportenas docas aumentou 678,9%, emrelao ao ano passado.

    Exportaes III

    Faturamento sobe 6%

    Conforme levantamento do Ce-pea Centro de Estudos Avan-ados em Economia Aplicada, daEsalq/USP, o faturamento em d-lar das exportaes do agroneg-cio brasileiro cresceu 6% no pri-meiro trimestre deste ano, compa-rativamente ao mesmo perodo doano passado. Segundo pesquisado-

    res da entidade, esse resultado sno foi maior por causa da redu-

    o de 8% dos preos externos (emdlar). A perda, no caso, foi com-pensada pelo aumento de 19% novolume embarcado, principalmente de produtos do complexo sucro-alcooleiro e de milho, caf, suco delaranja e carne bovina.

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    junho 2013 Agro DBO|

    Soja IV

    Safra maior em 2014

    AAgroconsult prev aumen-to de 4,3% na rea de soja natemporada 2013/14 , em relao 2012/13, com possibilidade deo Brasil ocupar quase 30 milhesde hectares, recorde absoluto emtermos de plantio. omando porbase a produtividade mdia atu-

    al (de 2.957 toneladas por hectre, de acordo com a Conab) e projeo de rea da Agroconsuo Brasil poder colher 86 milhde toneladas em 2014, superanda safra deste ano, oficialmente etimada em cerca de 82 milhes dtoneladas.

    Soja I

    Desafio atraente

    Os organizadores do DesafioNacional de Mxima Produ-tividade de Soja, promovido pe-lo Cesb Comit Estratgico So-ja Brasil, registraram aumentosexpressivos de inscries em to-das as categorias em que se divi-de o concurso. Entre 80 e 110 sa-cas/ha, por exemplo, o nmero delotes inscritos at abril aumentou35%; entre 90 a 99,5 sacas, 80%; ede 100 sacas para cima, o cresci-mento de lotes com tal produtivi-dade foi de 67%. Nessa edio do

    Desafio, concorrem 1.198 lotes de300 municpios.

    O produtor e o consultor tc-nico campees de cada regio(Sul, Sudeste, Centro-Oeste eNorte/Nordeste) sero premiadoscom uma viagem de sete dias paraos EUA, onde tero a oportunida-de de conhecer produtores de sojae centros avanados de tecnologia.Os municpios com cinco ou maisinscries tero campees locais.

    Cada um deles receber diplomaindividual de reconhecimento edivulgao do resultado em jor-nais, revistas, publicaes ou sitesde cooperativas e sindicatos e nosite do Cesb.

    Soja II

    Prejuzo bilionrio

    Aferrugem asitica j causouprejuzos de US$ 25 bilhesaos produtores de soja desde a sa-fra 2003/04, conforme levanta-mento da CNA. Em audincia p-blica na Comisso de Agricultu-ra e Reforma Agrria do Senado,o representante da entidade, Sil-vsio de Oliveira, apresentou da-

    dos que apontam perdas da ordede US$ 1 bilho na safra passadapenas em Mato Grosso, principprodutor do pas. Dependendo dvariedade da semente e do manjo empregado, a quebra de prodtividade provocada pela praga pode comprometer at 30% da rentbilidade do agricultor.

    Soja III

    Plantio antecipado

    As chamadas Vrzeas ropicaisdo ocantins, uma rea con-tnua com mais de um milho dehectares nos municpios de Lagoada Confuso, Cristalndia, Duer,Pium, Formoso do Araguaia e San-ta Rita do ocantins, vem atrain-do produtores de soja por duas ca-ractersticas especficas. Primeiro,porque oferece uma janela de plan-

    tio de primeiro a 31 de maio, embora o cultivo deva ser apenas papesquisa ou produo de sementeDepois, porque permite duas sfras. De acordo com o balano pacial da Adapec Agncia de DefeAgropecuria, at o dia 20 de maforam plantados mais de 6 mil hetares de soja, o que equivale a 15da rea produtiva.

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    14 |Agro DBO junho 2013

    Caf I

    Alta em ano de baixa

    O

    Brasil vai colher 48,59 milhesde sacas de 60 quilos de caf

    (arbica e conilon) na safra 2013, amaior de ciclo de baixa bienalidadej produzida no pas. Ou seja, 2,23milhes de sacas a menos (reduode 4,4%) em relao tempora-da 2012 ano de bienalidade alta.Embora a produo seja expressi-va, contribuindo, obviamente, pa-ra a reduo nas cotaes mdias,a queda, em termos de volume, sedeve, justamente, ao ciclo de baixabienalidade na maioria das reas

    de caf arbica. Os produtores dearbica vo colher 1,94 milho de

    sacas a menos (reduo de 5,1%)e os de conilon, 298 mil sacas (re-duo de 2,4%). Com isto, a pro-duo do arbica chegar a 36,407milhes de sacas, o que represen-ta 74,9% do volume produzido nopas, e de conilon, 12,184 milhesde sacas, ou 25,1% do total nacio-nal. A rea plantada com as esp-cies arbica e conilon totaliza 2,341milhes de hectares, 0,54% maiordo que a da safra anterior.

    Caf II

    Valor defasado

    Onovo preo mnimo do caf ar-bica (R$ R$ 307,00 pela saca de60 kg, muito aqum do que os ca-feicultores pleiteavam), foi publica-do no Dirio Oficial da Unio em 20de maio. Vlido de maio de 2013 atmaro de 2014, refere-se ao caf ar-bica tipo 6, bebida dura para melhor,com at 86 defeitos, peneira 13 aci-ma, admitido at 10% de vazamentoe teor de umidade de at 12,5%.

    O valor pretendido pelo setorera de R$ 340, o suficiente, pelo me-nos, para cobrir os custos mdios deproduo no pas, de R$ 336, con-

    forme clculos da prpria Conab.O mnimo agora em vigor apresen-ta uma defasagem de 9,71% em re-lao ao solicitado pela cafeiculturanacional para contornar a crise queo setor atravessa.

    O preo do conilon foi manti-do em R$ 156,57 a saca de 60 qui-los, tipo 7, com at 150 defeitos, pe-neira 13 acima e teor de umidadeat 12,5%. De acordo com estudosrealizados pela Conab, os custos deproduo no apontaram necessi-dade de reajuste, segundo justifica-tiva do governo.

    Caf III

    Oferta global maior

    A

    produo mundial de caf noano-safra 2012/13 deve che-

    gar a 144,7 milhes de sacas de 60kg, de acordo com o relatrio demaio da OIC Organizao Inter-nacional do Caf. Em abril, a ins-tituio previra 144,6 milhes desacas. A inexpressividade do cres-cimento deve-se, entre outras ra-zes, aos estragos provocados pelofungo roya (ferrugem da folha)na Amrica Central, regio res-ponsvel por 10% do suprimentomundial de caf. L, segundo cl-

    culos da organizao, a praga devereduzir a safra em cerca de 2,3 mi-lhes de sacas, com grande impacto econmico e social. O consumomundial para este ano foi estima-do em 142 milhes de sacas, au-mento de 2,2%.

    Caf IVRecuperao lenta

    Em abril, o Brasil exportou2.694.183 sacas de caf, 34,4% amais em relao a abril de 2012. Areceita, porm, caiu 1,5% na mes-ma base comparativa, fechandoem US$ 480,561 milhes, segun-do o balano divulgado em maiopelo CeCaf Conselho dos Ex-portadores de Caf do Brasil.

    Na avaliao do diretor-gerada entidade, Guilherme Braga, oaumento no volume exportado sedeve, em grande parte, recupe-rao dos nveis de comercializao, prejudicados no ano passado por chuvas nas principais re-gies produtoras. Agora, essecaf est sendo escoado, grada-tivamente. Alm disso, a receitatambm vem apresentando me-lhoras paulatinas, ficando ape-nas um pouco abaixo da registra-da no ano passado por conta dasoscilaes sofridas no preo m-dio do produto.

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    junho 2013 Agro DBO|

    Seguro rural

    Cobertura ampliada

    O

    governo do Paran decidiuampliar o programa de segu-

    ro rural com subveno do estado,passando de trs para 29 as cultu-ras que podem ser seguradas a par-tir da safra 2013/14. At 2011, asubveno amparava apenas o mi-lho segunda safra, o trigo nas mo-dalidades sequeiro e irrigado e ocaf. As 26 culturas agregadas aoprograma so: abacaxi, algodo,alho, arroz, batata, cebola, cevada,feijo de primeira e segunda safra,tomate, ameixa, caqui, figo, goia-

    ba, kiwi, laranja, ma, melancia,morango, nectarina, pera, pssego,tangerina, uva e floresta cultivada,alm da pecuria.

    As regras variam de acordocom a cultura. O governo estadu-al subvenciona 50% do que cabeao produtor. No caso do milho se-gunda safra, trigo e demais gros,

    o governo federal paga at 70% dovalor do prmio, o estadual, 15%,

    cabendo ao produtor pagar os res-tantes 15%. No caf, 40% e 30%,respectivamente, restando ao pro-dutor pagar 30%. Na frutas, 60%,20% e 20%. Segundo anncio ofi-cial, o programa govenamental es-tar pronto para operar j nesteano, com estimativa para operar apartir de setembro.

    Estiagem

    Recursos contra a seca

    Ogoverno federal autorizou o pa-gamento de auxlio extraordi-nrio aos produtores independen-tes de cana-de-acar e de etanol doNordeste, prejudicados pela estia-gem que assolou a regio no ano-sa-

    fra 2011/12. Os recursos sero con-cedidos diretamente ou por inter-mdio de cooperativas. Conformetexto publicado no Dirio Oficialda Unio, o auxlio de R$ 12 portonelada de cana-de-acar, limita-

    do a dez mil toneladas por produtor.O pagamento ser feito em 2013 e2014, referente produo da safra2011/2012 efetivamente entregue apartir de 1 de agosto de 2011, co-mo consta do texto legal.

    ILPS

    Integrao regulamentada

    Apresidente Dilma Roussef san-cionou a lei que institui a Polti-ca Nacional de Integrao Lavoura--Pecuria-Silvicultura, estabelecen-do novas atribuies para o poderpblico. Entre elas esto: definirplanos de ao regional e nacio-nal para a expanso e o aperfei-oamento dos sistemas de iLPS,com a participao das comuni-

    dades locais e estimular a ado-o da certificao dos produtospecurios, agrcolas e florestaisoriundos de sistemas integrados.A lei representa grande impulso Rede de Fomento iLPS, uma ini-ciativa coordenada pela Embra-pa, em parceria com a Coopera-tiva Cocamar e as empresas JohnDeere e Syngenta.

    Homenagem

    Quatro dcadasde plantio direto

    AFederao Brasileira de PlantDireto e Irrigao comemoroem 30/4, em Londrina (PR), os 4anos de plantio direto no Brasil. Fundao Agrisus, nica entidadprivada que destina recursos prprios em apoio a projetos voltad melhoria e conservao do solrecebeu trofu por sua contribuo ao desenvolvimento do pas alongo de 12 anos de atividade.

    Fundada por iniciativa da fam

    lia do engenheiro agrnomo Fenando Penteado Cardoso, a Agrisufoi representada por seu presidentAntnio Roque Dechen, e seu scretrio executivo, Ondino Cleante Bataglia. Na ocasio, o pioneina implantao do sistema no Brsil, Herbert Arnold Bartz, recebeo ttulo de Doutor Honoris Cauda Universidade Estadual de Londrina., pelas mos da reitora Ndna Moreno.

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    16 |Agro DBO junho 2013

    Propostas

    Necessidade de unio do setor

    Com o tema Juntos, Refleti-mos Valor, mais de 280 pro-dutores rurais, que respondem poruma rea de 3,7 milhes de hecta-res de soja e 1,8 milho de hecta-res de gros, participaram da 3edio do Clube da Soja promovi-do pela FMC. O evento foi realiza-do em maio, no municpios paulis-ta do Guaruj. Os principais entra-

    ves da cadeia produtiva de grosforam apresentados por especialis-tas e associaes renomadas do se-tor. O evento contou com o apoioda Case IH e Aprosoja.

    Valores como Sustentabilida-de, Pessoas, Conhecimento e Pro-dutividade foram abordados pe-lo presidente da FMC CorporationAmrica Latina, Antnio CarlosZem. Os nossos valores refletemem nossos clientes e todos que es-to aqui tm uma histria de gran-des resultados a compartilhar. Euno falo apenas do financeiro, massim de quem deixou um legado aofuturo. Para os nossos clientes, osresultados so: mais toneladas porhectare colhido e a contribuiopara o agronegcio nacional e nsinvestindo em novas tecnologiaspara atuarmos juntos nesse desa-fio, disse Zem.

    O Diretor de Negcios Brasilda FMC, Walter Costa, abordou O

    Valor da Marca FMC comentan-do sobre o crescimento da compa-nhia no mercado. Crescemos 21%nos ltimos 10 anos, quase o dobrodo mercado, destacou.

    J o presidente da Aproso-ja Brasil, Glauber Silveira, pales-trou sobre O Valor da Unio, re-forando a importncia da alianados produtores e de todos os elos

    da cadeia em prol de melhorias nosetor. O maior desafio das asso-ciaes de classe unir o produtorrural. emos em mos o alimento,mas no sabemos o tamanho dessepoder. Unidos aprovaramos qual-quer questo de nosso interesse,disse Silveira.

    Logstica: O valor da cadeia deabastecimento foi abordado peloespecialista em finanas pblicas,Raul Velloso, e teve como debate-dores o deputado Federal, ArnaldoJardim e o presidente da Aproso-ja-M, Carlos Fvaro. Houve con-senso de que necessrio que o Pa-s tenha percepo adequada daimportncia da agricultura parahaver investimentos.

    No ltimo painel do dia, o co-ordenador do Centro de Agrone-gcios da Fundao Getlio Var-gas, Roberto Rodrigues apresen-tou O Valor do Setor, que propsa criao de um documento reivin-

    dicando os interesses prioritriosdo setor a ser entregue ao Congres-so Brasileiro, atravs das entidadesde classe dos produtores rurais.

    O scio diretor da Agroconsult,Andr Pessoa, comentou sobre OValor da Informao citando oscenrios, logsticas e tendncias daagricultura corporativa.

    No painel Iniciativas para oManejo da Helicoverpa, foi pa-lestrante o pesquisador e entomo-logista (UFG/MS), Paulo Eduar-do Degrande e os debatedores fo-ram Csam de Carvalho Couti-nho, o diretor do Departamento deSanidade Vegetal (DSV/DAS) Da-niel Ricardo Sosa-Gomez, pesqui-sador e entomologista da EmbrapaSoja e Nery Ribas, diretor tcnicoda Aprosoja-M. Foram aborda-dos os prejuzos ocasionados pelaHelicoverpa nas lavouras do Brasile orientaes aos produtores para omelhor manejo.

    Royalties

    Justia americana decide em favor da Monsanto

    Em uma deciso unnime profe-rida em maio ltimo, a Supre-ma Corte dos EUA afirmou seuapoio para proteger as inovaesque so essenciais para atender screscentes necessidades do mun-do. rata-se do caso Bowman ver-sus Monsanto, centrado na prote-o da propriedade intelectual. Adeciso da Corte dos EUA garan-

    te que os princpios de longo pra-zo da lei de patentes se apliquem

    s tecnologias avanadas do scu-lo 21 que so fundamentais paraatender s crescentes demandas denosso planeta e da populao, dis-se David F. Snively, diretor jurdicoda Monsanto. A deciso tambmd garantias a todos os inventores,nos setores pblico e privado, de

    que eles podem e devem continuara investir na inovao que alimen-

    ta as pessoas, melhora vidas e geraempregos, completou.

    Para ter mais informaes sobreo caso, seu histrico e os pareceresdas partes e de dezenas de Amicuscuriae que apresentaram seus pare-ceres Suprema Corte basta clicarem: www.innovationatstake.com.

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    junho 2013 Agro DBO|

    Nim

    Controle biolgico e fertilizao orgnica

    Produtos derivados da rvore de

    origem indiana ganham merca-do como alternativas ao uso de de-fensivos e adubos qumicos. O au-mento das exigncias na agricultu-ra e pecuria por processos e pro-dutos amigveis ao meio ambienteimpulsiona o mercado de soluesde controle biolgico de pragas efertilizao orgnica.

    Neste cenrio, produtos deri-vados da rvore de origem indiananim nome cientfico neem Aza-dirachtina indica

    - ganham desta-que como eficientes, seguros e eco-nmicos, em alternativa ao uso dedefensivos e adubos qumicos nas la-vouras. Na ndia, as propriedades donim so utilizadas na medicina, cos-mtica, agricultura, entre outros se-

    tores, h mais de 4.000 anos. Pro-

    duzidos a partir do princpio ativoextrado das folhas, frutos, cascas,sementes e madeira da rvore in-diana, defensivos, antiparasitriose repelentes base de nim comba-tem, sem dano ambiental, os maisvariados insetos e parasitas, como,por exemplo, nematoides, carrapa-tos, lagartas, besouros, percevejos eoutros.

    Instituies como Embrapa,Unicamp e UFPR j atestaram a

    confiabilidade do nim, indicandoque ele pode combater mais de 400tipos de pragas agrcolas. Atual-mente, segundo a Embrapa, o Bra-sil tem aproximadamente seis mi-lhes de rvores de nim, com po-tencial para ultrapassar a ndia o

    maior produtor em poucos anos.

    Romina Lindemann, diretorada Preserva Mundi (www.preser-vamundi.com.br), empresa espe-cializada no cultivo e fabricao deprodutos derivados da planta, ex-plica que o defensivo feito a partirdo nim age somente no organismoque se pretende destruir, incluindoovos e larvas, sem incidir sobre ou-tros seres benficos manutenocorreta dos ecossistemas.

    Como fertilizante, o nim re-

    comendado como fonte de nitro-gnio, fsforo, clcio, magnsio epotssio para diversas culturas.

    Os produtos derivados do nimso atxicos ao homem e animais,bem como biodegradveis, explicaLindemann.

    Agroqumicos

    Aprosoja faz denncias contra a Anvisa

    AFPA Frente Parlamentar deAgricultura recebeu no dia 21de maio, o presidente da Aproso-ja BR, Associao Brasileira dosProdutores de Soja, Glauber Sil-veira, para relatar a situao vivi-da pelos sojicultores. Em seu pro-nunciamento, Glauber fez umadenncia contra o presidente daAnvisa Agncia Nacional deVigilncia Sanitria, Dirceu Brs

    Aparecido Barbano, afirmandoque o mesmo tem dificultado a li-berao de produtos para comba-ter as doenas que atacam a soja,especialmente aqueles que tratama ferrugem asitica. Este umato irresponsvel, porque o Bra-sil acaba em desvantagem quan-do comparado a pases como oUruguai, o Paraguai e a Argenti-na, que tm esse tipo de produtos

    liberados. importante ressaltarainda que a soja desses pases uti-liza produtos proibidos pela Anvi-sa no Brasil, e comercializada li-vremente aqui, alertou. De acor-do com dados da Aprosoja-Brasil,somente em 2012 os produtoresrurais brasileiros tiveram preju-zos de R$ 1 bi em decorrncia deperdas de produtividade causadaspelo fungo.

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    Capa

    A estrada do ParaguaiPorto de Santo Antnio das Lendas, em Cceres (MT), alternativa econmica para exportao de gros por hidrovia.

    Capa

    Ele j foi importante via de ligao comercial en-tre o interior do Brasil e a Europa, serviu co-mo palco para o maior conflito blico do conti-nente e nas ltimas dcadas vem perdendo seu

    espao enquanto canal de transporte. No entanto, tu-do indica que pode voltar a ser estratgico para a res-truturao logstica brasileira. Agricultores do MatoGrosso apostam suas fichas no rio Paraguai para aju-dar a escoar parte da safra de gros, fundamentalmen-te de propriedades em municpios do centro-oeste esudoeste do estado.

    Com este objetivo, foi organizada uma expediorodoviria (Estradeiro) que, durante os dias 2 e 4 demaio percorreu 901,4 quilmetros por estradas conso-lidadas e outras ainda em leito natural. Nesta viagem,foram mapeados dois traados com acesso ao futuroporto de Santo Antnio das Lendas, projetado para a

    Ariosto Mesquita

    fazenda do mesmo nome, ao sul do municpio de C-ceres, no pantanal Mato-Grossense.

    O escoamento da produo agropecuria pelo rioParaguai beneficiaria indiretamente o enorme con-tingente populacional que vive s suas margens e, di-retamente, dezenas de municpios com significativaproduo de gros, espremidos entre o mdio nortemato-grossense e o Pantanal que dependem do trans-porte rodovirio e de um percurso de mais de doismil quilmetros para escoar a safra at os portos deSantos (SP) ou Paranagu (PR). At Santo Antniodas Lendas, o percurso rodovirio cairia para algo emtorno de 300 quilmetros em mdia. Dali, a previso de que os gros sigam em barcaas at o rio da Prataentre Argentina e Uruguai, onde, despejados em na-vios graneleiros, faam a viagem final at os mercadocompradores. Os articuladores do movimento esti-

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    mam que a reduo de custos com frete ficaria entre25% e 30%. Alm disso, a via tambm serviria paraque as embarcaes trouxessem rio acima tambmcom frete mais em conta - insumos e combustveis uti-lizados na produo agropecuria.

    A expedio Estradeiro Santo Antonio das Len-das foi organizada pelo Movimento Pr-Logstica,criado em 2009 em Mato Grosso com o objetivo de sereverter uma estagnada infraestrutura de transportedo estado, cada vez mais comprometida diante de umacelerado crescimento da produo agrcola. A mobi-lizao em torno do projeto inclui produtores rurais,representantes da sociedade civil, entidades de classee rgos governamentais

    Foi a primeira expedio feita ao local, que agorase soma a outras quatro alternativas de escoamentoda produo agropecuria mato-grossense: os por-

    tos de Santos (SP) e Paranagu (PR), os portos daregio norte do pas, acessveis via BR-163 ou atravsde Porto Velho (RO), que hoje levam at Santarm,no Par, e pelos portos de Itaqui, em So Luis (MA),via BR 080 (conjugadamente ferrovia Norte-Sul, eBelm (PA), pela BR-158 (com percurso hidrovirioa partir de Tucuru, PA).

    As tentativas de viabilizaes de novas vias de es-coamento de gros tm uma motivao lgica: a dis-parada do aumento do preo do frete a partir de MatoGrosso. De acordo com o diretor executivo do Mo-vimento Pr-Logstica, Edeon Vaz Ferreira, o estadopaga hoje o maior valor entre os produtores de gros.Samos de US$ 62 dlares por tonelada em 2003 parabater em US$ 145/t em 2013 para levar soja de Sorriso(MT) para o porto de Paranagu (PR). Enquanto isso,o frete para a produo do Paran fica em US$ 42/t.

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    Levando em conta o custo de transbordo, as despe-sas porturias e o frete para a sia, pagamos hoje US$190/t para levar nossa soja para a China, US$ 119/t amais do que paga o produtor de Illinois, EUA, explica.O objetivo do Movimento Pr-Logstica , justamen-te, a diminuio do custo final do frete da produoagrcola do Mato Grosso, sobretudo diante das signi-ficativas projees de crescimento das futuras safras.Clculos do Imea - Instituto Mato-Grossense de Eco-nomia Agropecuria e da Conab mostram que apenasa produo de soja e milho do estado deve pular dosatuais 36,7 milhes de toneladas para 66,09 milhes

    de toneladas em 2022, o que significa uma oferta 80%maior em menos de 10 anos.No total, o Mato Grosso exporta anualmente 40

    milhes de toneladas de sua produo agropecuria.Alm da economia com o frete, o novo corredor de-

    Estradasesburacadas,

    mal conservadasou no asfaltadasatrasam as viagense encarecemos custos detransporte.

    Vocao histricaA Bacia do Paraguai foi a principal

    via para a colonizao do Mato Grosso.O povoado de Cceres surgiu em 1778e, no sculo seguinte, transformou-seem grande polo comercial graas fran-quia de comrcio fluvial internacionalpelo rio. Claudionor Duarte Correa, guiade turismo da Secretaria de Turismo deCceres, tambm participante da expe-dio Santo Antonio das Lendas, contaque a prosperidade na regio durou d-cadas. Santo Antonio das Lendas for-ma, com duas outras fazendas Barran-co Vermelho e Descalvados um con-

    junto de propriedades com importantesstios arqueolgicos, conta. Muitas daspeas resgatadas, parte da quais da et-nia Guat, esto hoje no Museu Histri-co de Cceres.

    Nas imediaes das trs fazendasfuncionou entre o final do sculo XIX eas primeiras dcadas do sculo passa-do uma moderna indstria de carneenlatada, extrato de carne e de charque(Indstria Descalvados), cuja produ-o abastecia soldados aliados durantea Primeira Guerra Mundial - as cargasseguiam at o Rio da Prata e de l, em

    navios maiores, at a Europa. Alm dacarne, as embarcaes levavam ipecacu-anha (raiz utilizada para remdio contratosse), borracha, crina e couro de bovi-nos e retornavam com tecidos, cristais,louas, pratarias e outras mercadorias.

    safogaria o fluxo intenso de escoamento de gros porrodovias, sobretudo na BR-163. O Movimento Pr--Logstica estima que quinze barcaas modelo para orio Paraguai conseguem carregar quantidade equiva-lente a 1.500 caminhes bi-trem. A nova rota estariaapta a transportar de 4 a 8 milhes de toneladas/ano.

    Mesmo ainda sem sair do papel, o terminal porturio de Santo Antonio das Lendas j consta do mapaoficial do estado - chamado de Estao de Trans-bordo de Carga (ETC), ser composto por trs uni-dades de embarque, cada uma a um custo de R$ 20milhes, totalizando R$ 60 milhes. H trs anos, oacesso de 73 km entre a cidade de Cceres e a fazenda(prximo fronteira com a Bolvia), foi federalizadoe a localidade passou a ser o km zero da rodovia BR174. Da sede da fazenda at a rea do futuro portoa distncia de aproximadamente quatro quilme-tros, percorridos hoje em lanchas pelo rio Paraguai

    No local apenas um faixa indica que ali dever sererguido o terminal. Estrategicamente, para evitarou minimizar eventuais gargalos ambientais, os de-lineadores do projeto esto focados em denominaro corredor como ecovia do Paraguai. Os cuidadosvo alm disso. A estrutura do terminal est previstapara se sobrepor por toda a vegetao natural do lo-cal, sem a necessidade de restringi-la.

    O leito natural da BR-174 entre Cceres e a fazen-da tambm ter de ser reestruturado e asfaltado parasuportar e dar condies de trafegabilidade aos cami-nhes graneleiros. Estuda-se a possibilidade de limi-

    tao de velocidade para minimizar impactos junto fauna da regio. Outros dois grandes trechos rodovi-rios tero de passar por reforma, ampliao e pavi-mentao asfltica: perto de 140 km entre Porto Es-trela e Cceres, pela MT-347, e os pouco mais de 120

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    km de terra entre Salto do Cu e Tangar da Serra. Aecovia do Paraguai est projetada para uma extenso

    de 3.442 km a partir de Santo Antonio das Lendas ato Rio da Prata entre a Argentina e o Uruguai (Porto deNueva Palmira). Exclusivamente dentro do Brasil so890 km, sendo 485 km em Mato Grosso e 405 km emGrosso do Sul. Alm disso, delimita a fronteira Brasil/Bolvia (48 km), Brasil/Paraguai (332 km), terras pa-raguaias (557 km), fronteira Paraguai/Argentina (375km) e 1240 km apenas em terras argentinas.

    Duas aes civis pblicas em anlise e trami-tao nas esferas judiciais emperram hoje a utilizaoda hidrovia a partir de Cceres para o escoamento daproduo de gros em comboios. Dentre outras coisas,

    estabelecem que o licenciamento ambiental da ecoviadeve ser feito pelo Ibama (e no por rgos estaduais)e que o estudo de impacto ambiental deve ser nico,alm de exigir a recomposio de reas degradadas eprever a coleta de opinies das comunidades ribeiri-nhas. A partir de Cceres est proibida a circulaode comboios de cargas, explica Ferreira. Segundo ele,a hidrovia funciona hoje de forma efetiva a partir deCorumb, no Mato Grosso do Sul. De l escoam anu-almente cerca de cinco milhes de toneladas de min-rio; do Paraguai tambm so embarcados gros.

    De Corumb a Assuno, no Paraguai esto au-

    torizados comboios com capacidade para 20 a 25mil toneladas formados por chatas de at 60 metrosde comprimento por 12 metros de largura e calado(distncia vertical entre superfcie da gua e a partemais baixa da embarcao) mximo de 10 ps du-rante 80% do ano. Estas condies so ampliadas apartir da capital paraguaia. A base da estrutura atualdo Porto de Cceres foi construda entre 1973 e 1975e at meados dos anos 80 operou para o embarque dearroz, milho e madeira e desembarque de derivadosde petrleo e cimento. No incio da dcada passadaprojetava-se o transporte de at trs milhes de tone-ladas de soja em funo do crescimento da oferta degros no Mato Grosso e carncia de outras estruturaslogsticas para tal. No entanto, as medidas judiciaisde carter ambiental travaram este processo.

    VantagensUm dos integrantes da Expedio Estradeiro, o

    agropecuarista Paulo Cesar Donida, com lavourasno municpio de Tangar da Serra (MT), calcula que,com o escoamento de sua produo pelo rio Paraguai,possa receber pelo menos R$ 10,00 a mais pela saca desoja. Na safra 2012/13, ele obteve remunerao mdiade R$ 44,00 a saca. Levando-se em conta que ele culti-

    va anualmente 4,4 mil hectares de soja, e supondo quconsiga produtividade mdia de 40 sacas/ha, recebria, segundo suas contas, R$ 400 a mais por hectarengordando sua remunerao final em mais R$ 1,7milho apenas com a oleaginosa (pressupondo qu

    seu custo de produo j tenha sido pago). Seu ganhadicional tende a ser, com certeza, bem superior, umvez que tambm cultiva milho na mesma rea comsegunda safra em sucesso soja. Dono da FazendJacob, no chapado do Rio Verde, ele mantm 1.50

    Agricultores concluiram que o escoamento da safra por hidroviarepresenta ganho de, no mnimo, R$ 10,00 por saca de soja.

    rea de milhetorecebendo calcrio

    em Diamantino(MT), rea de

    influncia do futuroporto de Santo

    Antnio das Lendas.

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    Capa

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    vacas para cria de bezerros em 2,5 mil hectares de pas-tagens. No entanto, tem outros planos para o futuro.

    Hoje, a agricultura representa 70% dos meus ganhose a pecuria, 30%, mas meu objetivo, com a viabili-zao do terminal em Santo Antonio das Lendas, ode ampliar a produo de gros em 25%, reduzindo acriao de bezerros. Atualmente, sua produo de sojae milho armazenada na prpria fazenda. As tradingscom as quais negocia retiram os gros e os transpor-tam por rodovia/ferrovia, ou to somente por rodoviaat os portos do Santos e/ou Paranagu percorrendoperto de dois mil km at eles. Por isso me pagam sR$ 44,00 por saca, observa. No entanto, a partir doterminal ao sul de Cceres, ele pretende mudar o siste-

    ma. Sero apenas 350 km da minha propriedade at oterminal; eu mesmo vou levar, pois o preo a ser pagol, com certeza, ser bem superior, explica.

    Depois de seguir com a expedio at a fazendaem Santo Antonio das Lendas e descer rio abaixo ata rea projetada para o terminal de cargas, Donida fi-cou ainda mais otimista: As estradas j existem e s

    precisam ser ampliadas e pavimentadas. Alm dissotem muita gente influente envolvida; vai ser difcil no

    sair. Ele tambm no se importa de dar a sua con-tribuio em um eventual consrcio pblico-privadoque venha a ser formado para viabilizar o sistema. Oprodutor tem de colocar a sua parte tambm, salienta

    Emlio Antonio Ferrari Ramos, dono de 1,5 milhectares em Diamantino (MT), onde cultiva sojamilho e girassol, tambm fez as contas, usando comoreferncia o preo cobrado pelo frete de Cceres aoUruguai h dcadas, quando o comricio fluia pelorio Paraguai: Na poca, cobrava-se US$ 100 por to-nelada, o que j no seria um negcio ruim diantedos US$ 145 que pagamos para levar at aos portos

    do sul. No entanto, o perfil de operao previstopara o futuro terminal o faz prever situao aindabem melhor. O valor do frete dever ser bem me-nor; a concesso ser para empresa privada que, porsua vez, abrir a operao de transporte pelo riopara mais de uma empresa, espera. Ramos tem suapropriedade distante 300 km do futuro terminal de

    O Brasil vai produzir 184,1 milhes de toneladas de gros esteano. A capacidade de armazenagem do pas de 143 milhes.

    BR-080

    Beneficia o leste de Mato Grosso, a mais recente fronteira agrcola do estado, facilitandoo transporte da produo de municpios como Gacha do Norte, Nova Xavantina, QuernciaCanarana, Ribeiro Cascalheira, Bom Jesus do Araguaia, gua Boa e Nova Nazar at Alvorada do Tocantins (TO), e de l at o porto de Itaqui em So Luis (MA) pela ferrovia Norte-SulRestam apenas obras de pavimentao em 195 km no MT. Trechos em Gois e Tocantinsesto pavimentados e a ferrovia est em operao.

    BR-158

    Ligao norte-sul do Mato Grosso, atravessando o leste e nordeste do estado, viabilizando o escoamento pelo sul do Par at o lago de Tucuru, e de l, por hidrovia, at o Porto deBelm (PA). Parte da BR-158 est em obras de pavimentao em Mato Grosso. O trecho quepassa pela reserva dos ndios Marawatsede se encontra em reviso. No sul do Par, a rodoviaest em precrias condies de trafegabilidade, com pontos crticos e pontes provisriasmantidas em definitivo.

    BR-163

    a mais sonhada ligao para o mdio-norte de Mato Grosso, a maior regio produtorade gros do estado. Prev a pavimentao de toda a rodovia (e mais 125 km da Transama-znica) at o porto de Santarm (PA) e ao futuro complexo de transbordo de Miritituba,tambm no Par. Est totalmente pavimentada no MT e se encontra em processo de dupli-cao em alguns trechos. Em territrio paraense, 46% esto pavimentados, com previso deconcluso das obras at o final de 2014.

    Outros pleitos de interesse do agronegcio, acompanhados pelo Movimento Pr-Logstica:

    Sadas alternativas

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    Santo Antnio das Lendas e aguarda uma remune-rao superior aos 25% a 30% estimados, em mdia,pelo Movimento Pr-Logstica: Calculo que podereireceber entre 50% a 60% a mais pela soja. Isso, noentanto, vai depender de como ele disponibilizarsua produo. Se o prprio produtor tiver a capa-

    cidade de levar sua produo at ao porto e receberuma bonificao por isso, dever fazer, avalia. Porenquanto, Donida e Ramos e outros milhares deprodutores rurais Brasil afora no tm muitas al-ternativas. Parte do lucro deles fica preso nos silos earmazns, muitas vezes improvisados, ou escoa pelaestrada, embutido no frete.

    Dficit de armazenagem

    No bastasse a deficincia estrutural para o trans-porte, o Brasil tambm no tem onde guardar boaparte de sua produo. Para a atual safra (2012/13), a

    Conab estima um volume de gros da ordem de 184milhes de toneladas, contra 166,1 milhes no cic2011/12. Enquanto isso, a capacidade de armazenageno Brasil de 143 milhes de toneladas, distribuda entre 24 mil unidades privadas e 176 armazns pblico

    O dficit de mais de 40 milhes de tonelad

    equivale a 22% de toda a safra projetada e se reveum problema crnico. No perodo entre 2000 e 201apenas nos anos de 2006 e 2009 a capacidade esttca de armazenamento esteve prxima dos nveis dproduo. Mesmo com o governo federal acenandcom a possibilidade de um plano nacional de armzenagem, a curto e mdio prazos a tendncia esdesnvel aumentar. Segundo projees do Movimento Pro-Logstica, no estado do Mato Grosso, maioprodutor de gros do pas, a capacidade de armaznagem de soja e milho, hoje de 44,1 milhes de tonladas, chegar a 79,3 milhes de toneladas em 2022

    De acordo com o pesquisador cientfico do IEAInstituto de Economia Agrcola rgo da Secretaria dAgricultura de So Paulo, Alfredo Tsunechiro, o problema deve se agravar mais ainda com a colheita dmilho segunda safra: Como muita soja ainda estanos armazns e silos, h o risco de grande volume dmilho a cu aberto, mais at do que no ano passadoEle v como boa alternativa a utilizao emergencide silos bag, uma espcie de bolso de lona plsticque acondiciona determinado volume de gros. Tnho observado que esta sada vem sendo adotada poprodutores em vrias regies do pas, sobretudo eregies de fronteira agrcola.

    Sem armazns

    suficientes, muitosagricultores

    acondicionam osgros em silos-bag.

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    Nesta dcada houve umaquebra de paradigma euma inverso no que sefazia. A 2 safra de mi-

    lho, antes chamada safrinha, su-perou a primeira, e hoje represen-ta mais de 50% da produo docereal. Isto demonstra a capacida-

    de do produtor de aproveitar me-lhor sua propriedade, de ser maiscompetitivo, produzindo mais namesma rea. Isso nos leva a umnovo desafio: precisamos escoar earmazenar todo este milho.

    A capacidade de armazenagemde gros no Centro-Oeste est lon-ge da real necessidade. Temos ca-pacidade para armazenar 75% da

    produo agrcola, a menor en-tre nossos competidores, e passoua ser um problema real no escoa-mento da safra. Como parmetro,os EUA tm capacidade para 130%da sua produo.

    Se considerarmos o critrio daFAO, a capacidade esttica ideal se-ria de 1,2 vezes a produo do pas/ regio. Isso garantiria um bom ge-renciamento da comercializao. Nocaso do Brasil, utilizando os dadosda Conab, para esta safra de 184 mi-lhes de t, ao invs de 143 milhes t,a capacidade de armazenagem deve-ria ser de 221 milhes de t. Ou seja,o dficit de 41 milhes de t, saltariapara 78 milhes e precisaramos au-mentar em 54% a capacidade atual.

    Para que o produtor tenha be-nefcio real, o aumento da capa-

    cidade de armazenagem deveriaocorrer nas propriedades. Lamen-tavelmente, os dados da Conabapontam que apenas 13,6% da sa-fra brasileira armazenada na fa-zenda, enquanto nos EUA so65% e Argentina 40%. Se adotar-mos o nmero dos EUA como

    ideal, significa que o Brasil deve-ria armazenar 100 milhes de t degros na fazenda e no as atuais 25milhes de t.

    O dficit de estocagem geragio tanto na armazenagem de ter-ceiros como no transporte. O pro-dutor fica sem alternativa, seuscustos com armazenagem e trans-porte sobem. A safra, que deveria

    gerar lucro, acaba em prejuzo. Emestudo recente, a Agroconsult de-monstra que em 2007, o gasto comlogstica do milho, que era de 4,8dlares por saca, nesta safra deveser de 7 dlares.

    Houve crescimento nos cus-tos fora da fazenda de 46% emapenas cinco anos. importanteressaltar que hoje o custo para seproduzir milho no MT em m-dia de seis dlares a saca e a lo-gstica custa sete dlares. Comoo milho uma commodity todoesse custo vira rentabilidade ne-gativa, estimado em 200 reais porha plantado.

    Vejam a gravidade disso. Es-ta rentabilidade perdida, mesmoem um ano de preos mais bai-xos, deveria ser positiva em 200

    O que fazer com tanto milho?

    Glauber Silveira *

    * O autor presidente daAprosoja Brasil

    reais se investimentos em armzenagem e logstica de transpore portos, tivessem sido feitos. Oprodutores pagam um custo alpela falta de planejamento do governo e de investimentos adequdos em armazenagem em nvel dpropriedade e modais de tran

    porte mais competitivos.Segundo ainda o estudo, p

    ra atender a necessidade da soja e milho, deveriam ser feitos dimediato investimentos de 9 blhes de reais em armazns e a2023 mais 20 bilhes. O governpretende lanar uma nova linhde armazenagem no Plano SafrMas, liberar recurso no bast preciso implantar polticas pra que o recurso seja aplicado d

    forma eficiente.Enquanto o mundo demandmaiores produes a custos macompetitivos, o Brasil tem uenorme potencial na produo dmilho, produzimos em mdia 8sacas/ha enquanto os EUA produzem 160 sacas/ha. Temos ugigantesco espao para ganhem produtividade, o que muto positivo. Afinal, o Brasil quou no se consolidar como ugrande fornecedor de alimentoao mundo?

    Conclui-se que a eficincia dprodutor brasileiro se voltou contra ele mesmo, pois, se produmais, pressiona os custos de amazenagem e transporte. Com oatuais problemas de logstica, a cda tonelada a mais produzida vremos o quadro se agravar. Por iso, o governo precisa decidir tem ou no um compromisso coo crescimento do pas.

    Artigo

    Temos um novo e enorme desafio: escoare armazenar todo o milho segunda safra.

    O Brasil caminha para colher a maior safra de sua histria, de

    84 milhes de toneladas, o dobro do que produzia h 10 anos.

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    Entrevista

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    O apago logstico

    vai continuarEsse ano ainda vamos ter o caos da safrinha de milhoque ser escoada em julho/agosto e vai ser recorde.

    o que afirma Marcos Jank, paulista de Ribeiro Preto, 50 anos, casado,3 filhos entre 7 e 13 anos, scio-diretor da Plataforma Agro, entidadede consultoria e estudos recm formada por 5 empresas que atuam emanlise de mercados, cenrios, investimentos e logstica para o agronegcio,dentre elas a Agroconsult e o Agroicone. Jank foi presidente da Unica Unio

    da Indstria de Cana-de-Acar, entre 2007 a 2012, e fundador do Icone Instistituto de Estudos do Comrcio e Negociaes Internacionais. Durantequase 20 anos foi professor associado da USP (Esalq e FEA), trabalhou noBID e em universidades europeias e americanas. Integra diversos conselhos eliderou projetos de pesquisa do Banco Mundial, FAO, OCDE e outras organi-zaes internacionais. engenheiro agrnomo pela Esalq, Mestre em PolticaAgrcola em Montpellier, na Frana, Doutor pela FEA-USP e Livre Docentepela Esalq. Sobre uma de suas reas de expertise, a logstica, Jank conversoucom o editor-executivo da Agro DBO, Richard Jakubaszko, a quem admitiuque o apago logstico vai durar no mnimo at agosto prximo.

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    MT no tem consumo e o frete hoje

    inviabiliza mandar o produto parao Sudeste ou para o Nordeste. O fre-te vai retirar R$ 10-12 por saca noMato Grosso, metade do valor doproduto. Ou seja, vai ficar abaixo dopreo mnimo, vai precisar de umPEP do governo. Vai ter milho so-brando numa regio produtora ques pode ser escoado com subsdio.

    Agro DBO O que deveria tersido feito?

    Marcos Jank Se tivssemosfeito o investimento em infraes-trutura, nos ltimos anos, comcerteza teramos evitado tudo isso.Na verdade so dois desafios: oprimeiro tem a ver com marcos re-gulatrios e segurana jurdica quepermitam investimentos de grandevulto. No adianta nada o gover-no anunciar que vai investir 240bilhes na infraestrutura, quandose sabe que esses projetos esto

    todos atrasados, que a maior partedesse dinheiro tem de vir do setorprivado, mas o setor privado notem confiana nas regras do jogo.Acho que tivemos uma tima not-cia este ms, que foi a aprovao daMP dos Portos pelo Congresso Fe-deral, mas a implementao vai sermuito complicada, h muitos inte-resses conflitantes em jogo, e a coi-sa pode terminar em um processode judicializao. Outra questo a mudana do sistema de licitao,que antes era por outorga e agoravai ser por modicidade tarifria ganha quem oferecer a menor tari-fa. Nesse caso, a dvida que semprefica se quem oferece a menor tari-fa tem realmente condio de tocardireito o projeto. Ao mesmo tem-po, vamos ver se os investimentosem hidrovias e ferrovias desencan-tam, porque na ferrovia tambmtem essa questo da modicidade,separando a empresa que constri

    Agro DBO -Tivemos um apago

    logstico na safra 2012/2013, quefoi sentido no bolso do produtorrural de gros. Qual foi a dimen-so desse apago?Marcos Jank O apago estacontecendo, ainda hoje, 20 de maio,e vai se estender por alguns meses.A verdade que em 12 anos a safradobrou de tamanho, e na logsticapraticamente nada mudou. Estamoscom vrios dos sintomas do apagologstico, sendo o primeiro deles a

    enorme fila de caminhes, e que ago-ra foi disciplinada pelo pas afora.No que a fila no exista mais, elaapenas est mais espalhada, devido falta de estrutura nos portos e fer-rovias, falta de armazns, caminhesparados em postos de combustveletc. Esse ano ainda vamos ter o caosda safrinha de milho que ser esco-ada em julho e vai ser recorde. Doisanos atrs a safrinha de milho foi de22 milhes de t. Nossa estimativa

    que esse ano ela passe de 46 mi-lhes de t, um crescimento incrivel.A confuso no porto vai at agosto,com o cruzamento de exportaesrecordes de soja, acar e milho.

    Agro DBO Tudo isso decorre deuma falta de estrutura em armaze-namento. Poderia ter sido evitado?Marcos Jank Esse um dos pro-blemas, temos uma supersafra emtodas as regies. No Sul e Sudeste oapago menor, porque temos umamalha rodoviria estruturada, ape-sar da alta nos preos dos fretes, re-flexo do caos no Centro-Oeste. Issoocasionou o aumento do custo dofrete, de Sorriso (MT) para Santos(SP) de R$ 173/t em janeiro de 2012para R$ 300/t hoje, e de Londrinapara Paranagu foi de R$ 41,00 paraR$ 70,00 por t. Ou seja, todo mun-do est pagando essa conta. A dife-rena que os estados do Sul pro-duzem e consomem milho, mas no

    a ferrovia daquela que transporta.

    Trata-se de um novo modelo quepode dar certo, mas que ainda temmuitas inconsistncias. O segun-do desafio o acesso pelo Arco doNorte. No tem cabimento, pelasdistncias e pela geografia do pas,exportar 60% dos gros pelos por-tos de Santos e Paranagu. Precisa-mos agilizar as rodovias, ferroviase hidrovias que permitam retiraros produtos pelos portos do nortedo pas. A Ferrovia Norte-Sul tem

    30 anos, no questo desse go-verno ou do anterior, est emper-rada por motivos polticos, econ-micos, ambientais, regionais, umaincompetncia que vem de longadata. Agora, o que importa mes-mo a estabilidade das regras dojogo. A gente tem conversado cominvestidores internacionais que di-zem que s vo investir em reasem que no tenham a caneta fortedo governo.

    Agro DBO - Em termos emer-genciais o que poderia ter sidofeito para minimizar os estragos?Marcos Jank Se tivssemos fei-tos investimentos emergenciais h4 anos talvez hoje a situao fosseoutra. Mas no aconteceu. Ento,nesse momento o que pode serfeito aumentar a capacidade dearmazenagem. Hoje armazenamosapenas 75% da safra, devamosvoltar ao nvel de 2006, quandochegamos a quase 100% da safra,o que amenizaria os problemas doapago. Para isso, precisaramosinvestir 9 bilhes de reais.

    Agro DBO Por que no usamosmais o transporte fluvial, comtanta disponibilidade de rios?Marcos Jank A principal razo que no h investimentos sufi-cientes. As tradings, hoje, domi-nam o transporte fluvial, porque

    No tem cabimento, pelas distncias e pela geografia do pas,exportar 60% dos gros pelos portos de Santos e Paranagu.

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    Entrevista

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    Aps intensos debates centra-dos nas principais questes rela-cionadas com logstica e susten-tabilidade da produo, os pro-dutores presentes na reunio doClube da Soja, apresentam parao Governo Federal, o Congresso

    Nacional e a sociedade brasileira,por meio da Aprosoja Associa-o Brasileira dos Produtores de

    Soja, 10 reivindicaes de polti-cas para o setor.

    Em maio ltimo a FMC doBrasil realizou o 3 Clube da Soja,evento que reuniu no Guaruj(SP) lideranas do agro e mais de200 produtores de soja brasilei-

    ros. Calcula-se que 10% do PIB dasoja esteve presente. Da reunio,aps debater questes de logsti-cas, foi gerado um paperdo Clu-be da Soja da FMC, a ser entre-gue ao governo federal, do qualMarcos Jank foi co-autor, junta-mente com outras lideranas dosetor, como Roberto Rodrigues, oeconomista Rui Velloso, GlauberSilveira e Carlos Fvaro, respecti-vamente presidentes da AprosojaBR e Aprosoja MT. A Carta Abertados Produtores de Soja, repro-duzida a seguir, ainda um ras-cunho, mas sua divulgao pelaAgro DBO foi autorizada pelopresidente da Aprosoja BR, Glau-ber Silveira:

    elas tm carga prpria. Agora, como novo marco regulatrio, aprova-

    do com a MP dos Portos, j no hmais a exigncia da carga prpria,ento empresas dedicadas poderoagora fazer novos investimentos. Oque falta, realmente, um ambientede maior competio entre modaise dentro de cada modal. O proble-ma que no se pode investir aossoluos, no estilo voo da galinha.Precisa de investimentos de mdioe longo prazos. Para manter 100%da safra armazenada, precisamos

    investir 9 bilhes de reais j e ou-tros 20 bilhes at 2023. Em portos,

    precisaremos investir pelo menos30 bilhes de reais.

    Agro DBO Afinal, tudo responsabilidade do GovernoFederal e dos estaduais? Ou osagricultores tm sua responsa-bilidade pela inrcia e omissopoltica? O que os produtorespoderiam ter feito para minimi-zar? Armazns de cooperativas(que no Centro Oeste pratica-

    Os grandes agricultores esto fazendo os investimentos, noapenas em silos, mas tambm em frotas prprias para transporte.

    Carta aberta dos produtores de soja

    Diante da forte expanso dosgastos correntes da Unio nosltimos anos, os investimentos fe-derais em transportes caram de

    mente inexistem). Armaznsprprios? Silos bag?

    Marcos Jank A questo da ar-mazenagem tem tudo a ver com osetor privado. A maior parte esthoje na rea privada, mas o governo precisa dar alguns incentivosque permitam ao setor privadocontinuar investindo. O agricultor o que menos tem responsa-bilidade nisso. Os grandes agri-cultores esto fazendo eles mes-mos os investimentos, no apenasem silos, mas tambm em frotas

    cerca de 1,8% do PIB, nos anos1970, para 0,2% do PIB mais re-centemente, ou seja, uma quedada ordem de nove vezes, quandomedida em termos de porcenta-gem do PIB. Tiveram alguma re-cuperao na primeira fase dos

    governos Lula-Dilma, mas de2010 para c voltaram a cair, fe-chando o ano passado em R$ 10bilhes ou 0,23% do PIB.

    O baixo nvel de investimen-tos levou a um estado de baixaqualidade e densidade das rodo-vias. Segundo estudos da Confe-derao Nacional do Transporte(CNT), no caso das rodovias fe-derais menos de 33%, esto emestado bom ou timo, e no dasestaduais esse nmero cai parameros 10,5%. Quanto malhaadministrada por concesses,que seria a soluo natural paracompensar a falta de investimen-to pblico, 87% classificadacomo boa ou tima, o que de-monstra a sua relevncia. No en-tanto, mesmo tendo havido umvolume expressivo de concessesrodovirias nos anos 1990, esseprocesso comeou a mostrar pro-

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    blemas em sua segunda fase(2007/2008), e, na ltima fase,que ainda no deslanchou.

    1- Infraestrutura de transportes

    Os investimentos em transpor-te da Unio, juntamente com osinvestimentos realizados sob asconcesses aprovadas at o pe-rodo, tero de subir gradual e

    proporcionalmente no prximomandato presidencial, at re-cuperarem a marca de 1,8% doPIB no ltimo ano do mandatoseguinte. Este dever ser o nvelmdio registrado ao menos nosdois mandatos subsequentes.

    2- Ritual das concesses

    Visando implementao deconcesses de infraestrutura detransportes de qualidade satisfa-tria, deve ser exigido, nas con-cesses aprovadas a partir destadata, e na ordem estabelecida aseguir, o seguinte: 1) pr-quali-ficao dos concorrentes (paradiminuir o risco de apareceremconcorrentes oportunistas oudespreparados); 2) plano denegcios, que o conjunto deanlises econmico-financeiras,abrangendo todos os elementosde natureza financeira relativos

    estabelecendo-se um perodofixo de tempo para a realiza-o do processo de licencia-mento. As licenas devero serautomaticamente liberadascaso ultrapassem a data limiteestabelecida.

    5- Investimentos privados nosistema porturio

    Aprovao imediata de um novomarco regulatrio que gere umgrande volume de investimentosprivados no sistema porturiobrasileiro.

    6- Aprovao de Lei das Eclusas

    para a navegabilidade dos riosAprovao de regulamentaoque obrigue que a gerao deenergia em rios navegveisseja compulsoriamente condi-cionada construo de eclu-sas que permitam a sua nave-gabilidade.

    Penalidade: os membros daComisso de Oramento doCongresso Nacional ficaro ine-legveis nos prximos oito anos,caso as metas de taxas de inves-timento acima referidas deixemde ser cumpridas, a partir doprximo mandato presidencial.

    prprias para transporte. J osagricultores de pequena e mdiaescala tm de fazer isso por meiodas suas cooperativas.

    Agro DBO No Centro-Oeste

    quase no existem cooperativas.Marcos Jank Mas agora eles es-to montando essas cooperativas denova gerao, formadas por poucosprodutores e altamente profissiona-lizadas. O que ocorre hoje que ascooperativas tradicionais so fortes,mas o cooperado um produtorpequeno e fraco. O modelo que co-mea a se criar no Centro-Oeste diferente, tem produtores grandes,capitalizados, com muitos ativos,

    que se reunem, por exemplo, parafazer a comercializao, comprarinsumos, investir em armazena-mento ou em portos por meio deuma cooperativa enxuta e gil. um grupo pequeno, que pode apor-

    tar muito dinheiro.

    Agro DBO O que se pode rei-vindicar do Governo Federal, attulo de urgncia, pois a prxi-ma safra comear a ser planta-da dentro de 5 meses?Marcos Jank O mais impor-tante a regulamentao da MPdos Portos, a agilizao das ferro-vias e o programa de armazena-gem de gros.

    junho 2013 Agro DBO| 2

    execuo do contrato; 3)meto-dologia de execuo, que contmtodas as informaes tcnicas eoperacionais relativas explora-o da concesso; 4)o leilo emsi. Fica proibida a inverso dasfases acima especificadas, colo-cando-se os leiles, como se temfeito, frente das demais.

    3- Taxas de retorno adequadasO governo fixar taxas de retornorealistas como taxas de refern-cia para os clculos de tetos ta-rifrios e outros parmetros dosprojetos de concesso leiloados apart ir desta data. O governo devecontratar estudos de consultoresinternacionais especializados namatria, visando a identificar asprticas em vigor nos mercadosmundiais, com o apoio de entida-des multilaterais como o BancoMundial e o BID. Esses estudosdevero ser amplamente divul-gados pela Internet e ajudar nafixao de taxas de retorno ade-quadas.

    4- Agilizao do licenciamento

    ambiental

    fundamental uma efetiva agi-lizao no processo de anlise eliberao de licenas ambientais,

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    Na mitologia greco-roma-na, a cornucpia signifi-

    cava a abundncia origi-nria da fertilidade e dariqueza. Era representada por umvaso em forma de chifre, de on-de brotavam flores, frutos e gros.Naquele tempo, as populaes selocalizavam prximas aos grandesrios, valorizando a importnciadas enchentes e vazantes na reno-vao dos ciclos agrcolas e na pro-duo das safras capazes de ofere-cer a garantia alimentar necessria sua sobrevivncia. Assim como afartura assegurava a manutenode reis e imperadores, a escassezos colocava em risco. No forampoucos os imprios a rurem pelaincapacidade de prover alimentosaos seus sditos.

    Passados vrios sculos e do-minadas as tecnologias geradorasde produes cada vez maioresno mesmo espao de terra, osdesafios hoje so outros. Come-am pelo aumento populacional

    geomtrico alertado por Malthus(1798) que segue negligenciado na

    era moderna, impondo uma pres-so irreversvel aos recursos natu-rais do planeta. Ainda que o sig-nificativo incremento da produti-vidade agrcola tenha desmentidoa teoria malthusiana e a falta derenda ainda seja o principal cau-sador da fome mundial, continuainequvoca a atualidade daquelapreocupao

    Um segundo desafio impos-to pela constante busca de maioreficincia produtiva, atualmenterepresentada pela biotecnologia, justamente seu carter exclu-dente no que se refere aos peque-nos produtores. Ainda so muitosos bolses de atraso tecnolgicoonde agricultores familiares nopossuem sequer condies de pro-verem seu prprio sustento digna-mente. Agravadas estas condiespela instabilidade climtica quecausa prejuzos imensurveis comoo acontecido no serto nordestino

    Cornucpia furadaNosso colunista interpela aqueles que, por irresponsabilidade,

    ignorncia ou m f, engessam a infraestrutura logstica no pas.Rogrio Arioli Silva *

    * O autor engenheiroagrnomo e

    produtor ruralem Mato Grosso

    nos ltimos dois anos, onde qubras de safras ameaam a sobrevvncia de centenas de famlias.

    Embora a agricultura brasilera tenha tido capacidade de drespostas positivas nos ltimanos graas ao clima tropical dboa parte do seu territrio, aliad tecnologia moderna e ao empr

    endedorismo rural, no se observigual eficincia no que se refeaos investimentos necessrios patorn-la competitiva. A regio centro-oeste do pas continua credodestes investimentos em logstique emprestariam maior rentabidade s enormes safras produzidnaquela regio. Desbravados os slos, antes considerados improdutivos, o Cerrado produziu mais d60 milhes de toneladas no ano d

    2012, firmando-se como a mairegio produtora do pas.Esta enorme contribui

    aconteceu sem que houvesse umcontrapartida significativa na vibilizao de corredores para escar seus produtos. Ao negligencios investimentos em ferrovias hidrovias e nem mesmo dotar rodovias de maior capacidade dcargas, os governos no foram eficientes em minimizar os prejuzdecorrentes do transporte a longdistncias. A juno da precaridade das estradas e do subdimensionamento dos portos impusram uma vergonha sem precdentes nao que se considefuturo celeiro mundial. Contratode exportao no cumpridos pasaram ao mercado a preocupade que talvez o Brasil no tenhacompetncia necessria para atender a crescente demanda mundide produtos agropecurios.

    Artigo

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    Se por um lado houve eficin-cia na ampliao da safra brasilei-ra em 63% nos ltimos dez anos,passando de 112,4 para 183,5milhes de toneladas de gros,o mesmo no aconteceu com as

    necessrias vias de escoamentodesta riqueza produzida. Pelocontrrio, chegou-se ao cmu-lo de considerar um problemao excesso de gros produzidos,pois a absoluta inrcia governa-mental no foi compatvel comeste fantstico e invejvel cres-cimento. Produtos estocados acu aberto tornaram-se imagensconstantes nas safras do Centro--Oeste. Filas de caminhes nos

    portos e navios ao largo aguar-dando para ancorarem tambmforam notcias corriqueiras nasrevistas e telejornais. No h jus-tifica para este apago logstico,uma vez que o mesmo vem sendo

    anunciado fartamente h vriosanos por inmeras vozes tanto docampo como das cidades.

    A situao vexatria pela qualo pas tem passado numa evidentedemonstrao de incompetncia

    administrativa dos ltimos go-

    vernos tambm deve ser debitadaquelas inmeras organizaesque se especializaram em emper-rar as obras fundamentais para aampliao da infraestrutura logs-tica. Por aqui ainda se questio-

    nam utilizao de hidrovias comfalsos apelos ecolgicos, enquan-to o restante do mundo conside-ra h muito tempo o transportehidrovirio como sendo o maisambientalmente correto. ris-

    vel como algum possa defendera manuteno de mais de mil ca-minhes trafegando nas estradasao invs de apenas dois motoresde rebocadores transportandoalgumas barcaas com o mesmo

    volume de gros atravs dos rios.

    A extenso territorial, o climatropical e a tecnologia agropecu-ria permitem ao Brasil ser por-tador da cornucpia sonhada porinmeras das civilizaes antigas.Mas, se por um lado esta abun-

    dncia parece inesgotvel, tambmparece infinita a irresponsabilida-de daqueles que deveriam evitar aperda destas riquezas nos buracosnegros da falta de logstica e na ca-rncia de infraestrutura.

    No Brasil ainda se questiona a utilizaode hidrovias com falsos apelos ecolgicos

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    Logstica

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    Transporte heterodoxo

    Cerealistas gachos mostram que, nos picos de safra, exportarsoja em contineres pode ser mais barato do que a granel.

    Glauco Menegheti

    primeira vista, pensarnum projeto de exporta-o de soja em contine-res parece sandice. Mas

    no quando se trata do volume co-lossal de contineres vazios de re-torno para a sia, principalmentepara a China, que se avolumam nosportos brasileiros. No porto de RioGrande (RS) no diferente. ra-zer contineres vazios para o mer-cado de origem representa prejuzopara o armador, o dono do navio epara os portos, explica o consultorem comrcio exterior Joo CarlosKopp. Um projeto do econ RioGrande e de cerealistas gachaspara conteinerizao de novas car-gas foi consolidado na primeirasemana de maio de 2013, quando36 contineres de soja antes ex-portada apenas em navios grane-

    leiros seguiram com destino aomercado asitico. O embarque se-guiu em dois lotes, de diferentesexportadores. A primeira opera-o foi de 11 contineres embar-cados no navio Maullin MLL, peloarmador CMA-CGM. O segundo,de 25 contineres, no navio Alian-a Urca, pela Maersk. Duas opespara logstica Inland foram testa-das nestes embarques: uma estu-fando o continer na origem, comutilizao do transporte ferrovi-rio da Brado Logstica at o econRio Grande e a outra, estufando oscontineres na retro-rea, utilizan-do os servios da empresa VanzinServios Aduaneiros Ltda.

    Um verdadeiro antdoto con-tra o estrangulamento dos portosbrasileiros, no transporte mar-timo de contineres no existe o

    custo de demurrage (multa poratraso do navio). Portanto, empicos de safra, quando h grandesesperas dos navios nos terminaisgraneleiros, pode representar umareduo de custo significativa. Odesembolso, comparativamente

    com o sistema a granel, dependemuito do destino da carga, por-que o frete do continer varia deacordo com a distncia. Mas nes-ta poca do ano, de acordo comgerente comercial do econ RioGrande, Rodrigo Dall Orsoletta, adiferena a favor do continer emrelao ao granel pode chegar aUS$ 7,00 por tonelada.

    Entre as vantagens elencadasdesse transporte heterodoxo esto

    a otimizao do fluxo de caixa, umavez que h desembolso apenas pelaquantidade comprada. Embarquesfracionados tambm eliminam anecessidade de formao de gran-des lotes de exportao. O escoa-mento de exportaes de soja emcontineres propicia aos usurios apossibilidade de atingir mercadoscompradores de menores volumesCom o continer possvel chegarcom a soja em qualquer destino domundo, garante o gerente do e-con. Ele tambm destaca a maiorrastreabilidade da carga, facilidadede transbordo e, principalmente, oaproveitamento de fretes competi-tivos de retorno para sia. Existea necessidade dos armadores repo-sicionarem contineres para estedestino, acrescenta.

    De acordo com a engenheirade produo do econ, Ayla Wey-ler, possvel realizar embarquessemanais, pois a utilizao do

    Contineres

    carregados comsoja no porto deRio Grande (RS)

    Fotos

    :Tecon

    Rio

    Grande/Divulgao

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    continer permite um fluxo gile contnuo de expedio para oexportador e de recebimento parao importador. Ambos se benefi-ciam com a reduo da necessida-de de armazenagem do produto,

    salienta Ayla. Orsoletta destacaque ocorre menor ndice de perdade gros no trajeto da origem aoporto se o continer for estufadona origem, bem como reduodo ndice de perda nos portos detransbordo at o destino final.

    A cerealista Multirural, de u-panciret, foi uma das que acre-ditou no projeto de exportar porcontiner. Em maio, embarcoupara a China e o Egito carga de

    soja de mil toneladas. A primeiraoperao rendeu uma vantagemde R$ 3,00 por saca. O diferencialno est no preo do frete, masnos custos porturios, que so su-periores no granel. Essa primeiraexportao foi apenas o incio, deacordo com o consultor da empre-sa cerealista, Joo Carlos Kopp. Ainteno exportar 10 mil tonela-das da oleaginosa em junho, mas opotencial chega a 60 mil toneladas,

    sendo que a meta da Multirural chegar as 100 mil toneladas. Essa uma maneira de a cerealista fazerreceita periodicamente, uma vezpor ms, quebrando a sazonalida-de das exportaes.

    J a cerealista Marasca foi umadas primeiras a realizar a expor-tao em contineres. Graas operao, conforme Vitor Ma-rasca Junior, a empresa est con-seguindo comercializar soja paraCingapura, Malsia e ailndiaem portos sem calado suficiente

    para comportar navios Panamax.A primeira operao, de 300 to-neladas, foi realizada em maio. Aprxima, de 2 mil toneladas, seroperacionalizada em junho. Naavaliao de Marasca, o potencial

    para essa logstica de mil a 2 mtoneladas por ms, o que reprsenta um nicho para