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Escola Estadual de Educação Profissional - EEEP Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Curso Técnico em Secretariado Desenvolvimento de Projeto

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Escola Estadual deEducação Profissional - EEEPEnsino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Secretariado

Desenvolvimento de Projeto

Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

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SUMÁRIO

Capítulo 01 Leitura e Documentação.................................................................................. 02

Capítulo 02Modalidades e Metodologias de Pesquisa Científica......................................................... 15

Capítulo 03Métodos Científicos ................................................................................................................... 18 Capítulo 04As etapas da pesquisa............................................................................................................... 20

Capítulo 05Escolha do tema......................................................................................................................... 25

Capítulo 06Elaboração do plano de trabalho.............................................................................................. 26

Capítulo 07Como formular um problema de pesquisa.............................................................................. 28

Capítulo 08Como redigir o projeto de pesquisa.......................................................................................... 34

Capítulo 09Normas técnicas.......................................................................................................................... 41

Atividades..................................................................................................................................... 60

Referências bibliográficas.......................................................................................................... 64

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1 – Leitura e Documentação

1.1 – Diretrizes

Certamente, os textos de ciência e de filosofia apresentam obstáculos específicos, mas nem por isso, insuperáveis. É claro que não se pode contar com os mesmos recursos disponíveis no estudo dos textos literários, cuja leitura revela uma sequência de raciocínios e o enredo é apresentado dentro de quadros referenciais fornecidos pela imaginação, onde se compreende o desenvolvimento da ação descrita e percebe-se logo o encadeamento da história. Por isso, a leitura está sempre situada, tornando-se possível entender, sem maiores problemas, a mensagem transmitida pelo autor.

No caso de textos de pesquisa positiva, acompanha-se o raciocínio já mais rigoroso seguindo a apresentação dos dados objetivos sobre os quais tais textos estão fundados. Os dados e fatos levantados pela pesquisa e organizados conforme técnicas específicas às várias ciências permitem ao leitor, devidamente iniciado, acompanhar o encadeamento lógico destes fatos.

Diante de exposições teóricas, como em geral são as encontradas em textos filosóficos e em textos científicos relativos a pesquisas teóricas, em que o raciocínio é quase sempre dedutivo, a imaginação e a experiência objetiva não são de muita valia. Nestes casos, conta-se apenas com as possibilidades da razão reflexiva, o que exige muita disciplina intelectual para que a mensagem possa ser compreendida com o devido proveito e para que a leitura se torne menos insípida.

Na realidade, mesmo tratando-se de assuntos abstratos, para o leitor em condições de seguir um raciocínio correto, a leitura torna-se fácil e clara. Por isso é preciso criar condições de abordagem e de praticidade do texto, aplicando alguns recursos que, apesar de não substituírem a capacidade de intuição do leitor na apreensão da forma lógica dos raciocínios em jogo, ajudam muito na análise e interpretação dos textos.

Antes de abordar as diretrizes para a leitura e análise de textos, recomenda-se atentar para a função dos mesmos em termos de uma teoria geral da comunicação, estabelecendo-se assim algumas justificativas psicológicas e epistemológicas fundamentais para a adoção destas normas metodológicas e técnicas, tanto para a leitura como para a redação de textos.

Embora sem aprofundar a questão do significado e função do texto neste nível, que ultrapassaria os objetivos deste trabalho, serão apresentadas aqui algumas considerações para encaminhar a compreensão dos vários momentos o trabalho científico e monografias.

Pode-se partir da consideração de que a comunicação se dá quando da transmissão de uma mensagem entre um emissor e um receptor. O emissor transmite uma mensagem para outra consciência que transmite uma mensagem para outra consciência que é o receptor. Portanto, a mensagem será elaborada por uma consciência e será igualmente assimilada por outra consciência. Deve ser, antes de mais nada, pensada e depois transmitida. Para ser transmitida, porém, deve ser antes mediatizada, já que a comunicação entre as consciências não pode ser feita diretamente; ela pressupõe sempre a mediatização de sinais simbólicos. Tal é, com efeito, a função da linguagem.

Assim sendo, o texto – linguagem significa, antes de tudo, o meio intermediário pelo qual duas consciências se comunicam. Ele é o código que cifra a mensagem.

Ao escrever um texto, portanto, o autor (o emissor) codifica sua mensagem que, por sua vez, já tinha sido pensada, e o leitor (o receptor), ao ler um texto, decodifica a mensagem do autor, para então pensá-la, assimilá-la e personalizá-la, compreendendo-a: assim se completa a comunicação.

Em todas as fases desse processo, o homem, dada sua condição existencial de empiricidade e liberdade, sofre uma série de interferências pessoais e culturais que põem em risco a objetividade da comunicação. É por isso que se fazem necessárias certos cuidados que garantam uma maior Secretariado – Desenvolvimento de Projeto 2

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objetividade na interpretação dessa comunicação.

Tal a justificação fundamental para a formulação de diretrizes para o trabalho científico em geral e para a leitura e composição de textos em particular.

O processo de realização do trabalho científico pode ser visualizado no fluxograma acima.

As diretrizes metodológicas que são apresentadas a seguir têm apenas objetivos práticos. Esta seção visa fornecer elementos para uma melhor abordagem de textos de natureza teórica, possibilitando uma leitura mais rica e mais proveitosa. Destaca-se ainda que tais recursos metodológicos não podem prescindir de certa preparação geral relativa à área em que o texto se situa e ao domínio da língua em que é escrito.

1.a. – Delimitação

A primeira medida a ser tomada pelo leitor é o estabelecimento de uma unidade de leitura. Unidade é um setor de texto que forma uma totalidade do sentido. Assim, pode-se considerar um capítulo, uma seção ou qualquer outra subdivisão. Toma-se uma parte que forme certa unidade de sentido para que se possa trabalhar sobre ela. Dessa maneira, determinam-se os limites no interior dos quais se processará a disciplina do trabalho de leitura e estudo em busca da compreensão da mensagem.

De acordo com esta orientação, a leitura de um texto, quando feita para fins de estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, apenas terminada a análise de uma unidade é que se passará à seguinte. Terminando o processo, o leitor se verá em condições de refazer o raciocínio global do livro,

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ConceitosJuízos

Raciocínio

TermosProposiçãoArgumentaç

ãoInterferências pessoais e

culturais

Interferências pessoais e

culturais

ConceitosJuízos

Raciocínio

Autor Código Leitor

Pensamento

Texto

Mensagem Mensagem

Pensamento

Elaboração do trabalho

Leitura do texto

Emissor

Mensagem Receptor

MensagemMeio

concepção

codificação decodificação

compreensão

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reduzindo a uma forma sintética.

A extensão da unidade será determinada proporcionalmente à acessibilidade do texto, a ser definida por sua natureza, assim como pela familiaridade do leitor com o assunto tratado.

O estudo da unidade deve ser feito de maneira contínua, evitando-se intervalos de tempo muito grandes entre as várias etapas da análise.

1.b. – A Análise Textual

A análise textual: primeira abordagem do texto com vistas à preparação da leitura.

Determinada a unidade de leitura, o estudante-leitor deve proceder a uma série de atividades ainda preparatórias para a análise aprofundada do texto.

Procede-se inicialmente a uma leitura seguida e completa da unidade do texto em estudo. Trata-se de uma leitura atenta, mas ainda corrida, sem buscar esgotar toda a compreensão do texto. A finalidade da primeira leitura é uma tomada de contato com toda a unidade, buscando-se uma visão panorâmica, uma visão de conjunto do raciocínio do autor. Além disso, o contato geral permite ao leitor sentir o estilo e método do texto.

Durante o primeiro contato deverá ainda o leitor fazer o levantamento de todos aqueles elementos básicos para a devida compreensão do texto. Isso quer dizer que é preciso assinalar todos os pontos passíveis de dúvida e que exijam esclarecimentos que condicionam a compreensão da mensagem do autor.

O primeiro esclarecimento a ser buscado são os dados a respeito do autor do texto. Uma pesquisa atenta sobre a vida, a obra e o pensamento do autor da unidade fornecerá elementos úteis para a elucidação das ideias expostas na unidade. Observe-se, porém, que esses esclarecimentos devem ser assumidos com certa reserva, a fim de que as interpretações dos comentadores não venham prejudicar a compreensão objetiva das ideias expostas na unidade estudada.

Deve-se assinalar, a seguir, o vocabulário: trata-se de fazer um levantamento dos conceitos e dos termos que sejam fundamentais para a compreensão do texto ou que sejam desconhecidos do leitor. Em toda unidade de leitura há sempre alguns conceitos básicos que dão sentido à mensagem e, muitas vezes, seu significado não é muito claro ao leitor numa primeira abordagem. É preciso eliminar todas as ambiguidades desses conceitos para que se possa entender sem equívocos o que se está lendo.

Por outro lado, o texto pode fazer referências a fatos históricos, a outros autores e especialmente a outras doutrinas, cujo sentido no texto é pressuposto pelo autor mas nem sempre conhecido do leitor.

Todos esses elementos devem ser durante a primeira abordagem, transcritos para uma folha à parte. Percorrida a unidade e levantados todos os elementos carentes de maiores esclarecimentos, interrompe-se a leitura do texto e procede-se a uma pesquisa prévia no sentido de se buscar esses informes.

Esses esclarecimentos são encontrados em: dicionários, textos de história, manuais didáticos ou monografias especializadas, enfim, em obras de referência das várias especialidades. Pode-se também recorrer a outros estudiosos e especialistas da área.

Note-se que a busca de esclarecimentos tem tríplice vantagem: em primeiro lugar, diversificando as atividades no estudo, torna-o menos monótono e cansativo; em segundo lugar, propicia uma série de informações e conhecimentos que passariam despercebidos numa leitura assistemática; em terceiro lugar, tornando o texto mais claro, sua leitura ficará mais agradável e muito mais enriquecedora.

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A análise textual pode ser encerrada com uma esquematização do texto cuja finalidade é apresentar uma visão de conjunto da unidade. O esquema organiza a estrutura redacional do texto que serve de suporte material ao raciocínio.

Muitos confundem essa esquematização com o resumo do texto. De fato, a apresentação das ideias mais relevantes do texto não deixa de ser uma síntese material da unidade, mas ainda não realiza todas as exigências para um resumo lógico do pensamento expresso no texto, que é atingido pela análise temática, como se verá no item seguinte.

A utilidade do esquema está no fato de permitir uma visualização global do texto. A melhor maneira de se proceder é dividir inicialmente a unidade nos três momentos redacionais: introdução, desenvolvimento e conclusão. Toda unidade completa comporta necessariamente esses três momentos. Depois são feitas as divisões exigidas pela própria redação, no interior de cada uma dessas etapas.

Tratando-se de unidades maiores, retiradas de livros ou revistas, cada subdivisão é referida ao número da página em que se situa; tratando-se de textos não paginados, deve-se numerar previamente os parágrafos para que se possa fazer as devidas referências.

1.c. – A análise temática

De posse dos instrumentos de expressão usados pelo autor, do sentido unívoco de todos os conceitos e conhecedor de todas as referências e alusões utilizadas por ele, o leitor passará, numa segunda abordagem, à etapa da compreensão da mensagem global veiculada na unidade.

A análise temática procura ouvir o autor, apreender, sem intervir nele, o conteúdo de sua mensagem. Praticamente, trata-se de fazer ao texto uma série de perguntas cujas respostas fornecem o conteúdo da mensagem.

Em primeiro lugar busca-se saber do que fala o texto. A resposta a esta questão revela o tema ou assunto da unidade. Embora aparentemente simples de ser resolvida, essa questão ilude muitas vezes. Nem sempre o título da unidade dá uma ideia equivalente ao tema. Às vezes apenas o insinua por associação ou analogia; outras vezes não condiz com o tema. Em geral, o tema tem determinada estrutura: o autor está falando não de um objeto, de um fato determinado, mas de relações variadas entre vários elementos; além dessa possível estruturação, é preciso captar a perspectiva de abordagem do autor: tal perspectiva define o âmbito dentro do qual o tema é tratado, restringindo-o a limites determinados.

Avançando um pouco mais na tentativa da apreensão da mensagem do autor, capta-se a problematização do tema, porque não se pode falar coisa alguma a respeito de um tema se ele não se apresentar como um problema para aquele que discorre sobre ele. A apreensão da problemática, que por assim dizer “provocou” o autor, é condição básica para se entender devidamente um texto, sobretudo em se tratando de textos filosóficos.

Pergunta-se, pois, ao texto em estudo: como o assunto está problematizado? Qual dificuldade deve ser resolvida? Qual o problema a ser solucionado? A formulação do problema nem sempre é clara e precisa no texto, em geral é implícita, cabendo ao leitor explicitá-la.

Diagnosticado o problema, a terceira questão surge espontaneamente: o que o autor fala sobre o tema, ou seja, como responde à dificuldade, ao problema levantado? Que posição assume, que ideia defende, o que quer demonstrar? A resposta a esta questão revela a ideia central, proposição fundamental ou tese: trata-se sempre da ideia mestra, da ideia principal defendida pelo autor naquela unidade. Em geral, nos textos logicamente estruturados, cada unidade tem sempre uma única ideia central, todas as demais ideias estão vinculadas a ela ou são apenas paralelas ou complementares. Daí a percepção de que ela representa o núcleo essencial da mensagem do autor

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e a sua apreensão torna o texto inteligível. Normalmente, a tese deveria ter formulação expressa na introdução da unidade, mas isto não ocorre sempre, estando, às vezes, difusa no corpo da unidade.

Na explicação da tese sempre deve ser usada uma proposição, uma oração, um juízo completo e nunca apenas uma expressão, como ocorre no caso do tema.

A ideia central pode ser considerada inicialmente como uma hipótese geral da unidade, pois que é justamente essa ideia que cabe à unidade demonstrar mediante o raciocínio. Por isso, a quarta questão a se responder é: como o autor demonstra sua tese, como comprova sua posição básica? Qual foi o seu raciocínio, a sua argumentação?

É através do raciocínio que o autor expõe, passo a passo, seu pensamento e transmite sua mensagem. O raciocínio, a argumentação, é o conjunto de ideias e proposições logicamente encadeadas, mediante as quais o autor demonstra sua posição ou tese. Estabelecer o raciocínio de uma unidade de leitura é o mesmo que reconstruir o processo lógico, segundo o qual o texto deve ter sido estruturado: com efeito, o raciocínio é a estrutura lógica do texto.

A esta altura, o que o autor quis dizer de essencial já foi apreendido. Ocorre, contudo, que os autores geralmente tocam em outros temas paralelos ao tema central, assumindo outras posições secundárias no decorrer da unidade. Essas ideias são como que intercaladas e não são indispensáveis ao raciocínio, tanto que poderiam ser até eliminadas sem truncar a sequência lógica do texto. Associadas às ideias secundárias, de conteúdo próprio e independente, complementam o pensamento do autor: são subtemas e subteses.

Para levantar tais ideias, basta ler o texto perguntando se a unidade ainda é questão de outros assuntos.

Note-se que é esta análise temática que serve de base para o resumo ou síntese de um texto. Quando se pede o resumo de um texto, o que se tem em vista é a síntese das ideias do raciocínio e não a simples redução de parágrafos. Daí poder o resumo ser escrito com outras palavras, desde que as ideias sejam as mesmas do texto.

É também esta análise que fornece as condições para se construir tecnicamente um roteiro de leitura como, por exemplo, o resumo orientador para seminários e estudo dirigido.

Finalmente, é com base na análise temática que se pode construir o organograma lógico de uma unidade: a representação geometrizada de um raciocínio.

1.d. – A análise interpretativa

A análise interpretativa é a terceira abordagem do texto com vistas à sua interpretação, mediante a situação das ideias do autor.

A partir da compreensão objetiva da mensagem comunicada pelo texto, o que tem em vista é a síntese das ideias do raciocínio e a compreensão profunda do texto não traria grandes benefícios. Interpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição própria a respeito das ideias enunciadas, é superar a estrita mensagem do texto, é ler nas entrelinhas, é forçar o autor a um diálogo, é explorar toda a fecundidade das ideias expostas, é cotejá-las com outras, enfim, é dialogar com o autor. Bem se vê que esta última etapa da leitura analítica é a mais difícil e delicada, uma vez que os riscos de interferência da subjetividade do leitor são maiores, além de pressupor outros instrumentos culturais e formação específica.

A primeira etapa de interpretação consiste em situar o pensamento desenvolvido na unidade na esfera mais ampla do pensamento geral do autor, e em verificar como as ideias expostas na unidade se relacionam com as posições gerais do pensamento teórico do autor, tal como é conhecido por outras fontes.

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A seguir, o pensamento apresentado na unidade permite situar o autor no contexto mais amplo da cultura filosófica em geral, situá-lo por suas posições aí assumidas, nas várias orientações filosóficas existentes, mostrando-se o sentido de sua própria perspectiva e destacando-se tanto os pontos comuns como os originais.

Nas duas primeiras etapas, busca-se ao mesmo tempo o relacionamento lógico-estático das ideias do autor no conjunto da cultura daquela área, assim como o relacionamento lógico-dinâmico de suas ideias com as posições de outros autores que eventualmente o influenciaram ou que foram por ele influenciados. Em ambos os casos, trata-se de uma abordagem genérica.

Depois disso, já de um ponto de vista estrutural, busca-se uma compreensão interpretativa do pensamento exposto e explicitam-se os pressupostos que o texto implica. Tais pressupostos são ideias nem sempre claramente expressas no texto, são princípios que justificam, muitas vezes, a posição assumida pelo autor, tornando-a mais coerente dentro de uma estrutura rigorosa.

Em outro momento, estabelece-se uma aproximação e uma associação das ideias expostas no texto com outras ideias semelhantes que eventualmente tenham recebido outra abordagem, independentemente de qualquer tipo de influência. Faz-se uma comparação com ideias temáticas afins, sugeridas pelos vários enfoques e colocações do autor. Uma leitura é tanto mais proveitosa quanto mais sugere temas para a reflexão do leitor.

O próximo passo da interpretação é a crítica. Não se trata aqui do trabalho metodológico da critica externa e interna, adotado na pesquisa científica. O que se visa, durante a leitura analítica, é a formulação de um juízo crítico, de uma tomada de posição, enfim, de uma avaliação cujos critérios devem ser delimitados pela própria natureza do texto lido.

Tal avaliação tem duas perspectivas: de um lado, o texto pode ser julgado levando-se em conta sua coerência interna; de outro lado, pode ser julgado levando-se em conta sua originalidade, alcance, validade e a contribuição que dá à discussão do problema.

Do primeiro ponto de vista, busca-se determinar até que ponto o autor conseguiu atingir, de modo lógico, os objetivos que se propusera alcançar; pergunta-se até que ponto o raciocínio foi eficaz na demonstração da tese proposta e até que ponto a conclusão a que chegou está realmente fundada numa argumentação sólida e sem falhas, coerente com as suas premissas e com várias etapas percorridas.

A partir do segundo ponto de vista, formula-se um juízo crítico sobre o raciocínio em questão: até que ponto o autor consegue uma colocação original, própria, pessoal, superando a pura retomada de textos de outros autores, até que ponto o tratamento dispensado por ele ao tema é profundo e não superficial e meramente erudito; trata-se de se saber ainda qual o alcance, ou seja, a relevância e a contribuição específica do texto para o estudo do tema abordado.

Resta aludir aqui a uma possível crítica pessoal às posições defendidas no texto. Porque exige maturidade intelectual, essa é a fase mais delicada da interpretação de um texto; é viável desde o momento em que a vivência pessoal do problema tenha alcançado níveis que permitam o debate da questão tratada. Observa-se ainda que o objetivo último da formação filosófica é o amadurecimento da reflexão pessoal para o tratamento autônomo dessas questões. A atividade filosófica começa no momento em que se explica a própria experiência. Para alcançar tal objetivo esbarra-se na abordagem dos textos deixados pelos autores. É por isso que a leitura analítica metodologicamente realizada é instrumento adequado e eficaz para o amadurecimento intelectual do estudante.1.e. – A problematização

A problematização é a quarta abordagem da unidade com vistas ao levantamento dos problemas para a discussão, sobretudo quando o estudo é feito em grupo. Retoma-se todo o texto, tendo em vista o levantamento de problemas relevantes para a reflexão pessoal e principalmente para a discussão em grupo.

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Os problemas podem situar-se no nível das três abordagens anteriores; desde problemas textuais, os mais objetivos e concretos, até os mais difíceis problemas de interpretação, todos constituem elementos válidos para a reflexão individual ou em grupo. O debate e a reflexão são essenciais à própria atividade filosófica e científica.

Cumpre observar a distinção a ser feita entre a tarefa de determinação do problema da unidade, segunda etapa da análise temática, e a problematização geral do texto, última etapa da análise de textos científicos. No primeiro caso, o que se pede é o desvelamento da situação de conflito que provocou o autor para a busca de uma solução. No presente momento, problematização é tomada em sentido amplo e visa levantar, para a discussão e a reflexão, as questões explicitas ou implícitas no texto.

1.f. – A síntese pessoal

A discussão da problemática levantada pelo texto, bem como a reflexão a que ele conduz, devem levar o leitor a uma fase de elaboração pessoal ou de síntese. Trata-se de uma etapa ligada antes à construção lógica de uma redação do que à leitura como tal. De qualquer modo, a leitura bem feita deve possibilitar ao estudioso progredir no desenvolvimento das ideias do autor, bem como daqueles elementos relacionados com elas. Ademais, o trabalho de síntese pessoal é sempre exigido no contexto das atividades didáticas, quer como tarefa específica, quer como parte de relatórios ou de roteiros de seminários. Significa também valioso exercício de raciocínio – garantia de amadurecimento intelectual.

Como a problematização, esta etapa se apóia na retomada de pontos abordados em todas as etapas anteriores.

CONCLUSÃO A leitura analítica desenvolve no estudante-leitor uma série de posturas lógicas que constituem a via mais adequada para sua própria formação, tanto na sua área especifica de estudo quanto na sua formação filosófica em geral.

Com o objetivo de fornecer uma representação global da leitura analítica, assim como permitir uma recapitulação de todo o processo, são apresentados a seguir um esquema pormenorizado com suas várias atividades e um fluxograma com suas principais etapas.

ESQUEMA Recapitulando: a leitura analítica é um método de estudo que tem como objetivos:

a. Favorecer a compreensão global do significado do texto;b. Treinar para a compreensão e interpretação critica dos textos;c. Auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico;d. Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual desenvolvido nos seminários, no estudo

dirigido, no estudo pessoal e em grupos, n confecção de resumos, resenhas, relatórios etc.

Seus processos básicos são os seguintes:

a. Análise textual: preparação do texto;Trabalhar sobre unidades delimitadas (um capítulo, uma seção, uma parte etc., sempre um trecho com um pensamento completo); fazer uma leitura rápida e atenta da unidade para se adquirir uma visão de conjunto da mesma, levantar esclarecimentos relativos ao autor, ao vocabulário especifico, aos fatos, doutrinas e autores citados, que sejam importantes para a compreensão da mensagem; esquematizar o texto, evidenciando sua estrutura redacional.

b. Análise temática: compreensão do texto;

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Determinar o tema-problema, a ideia central e as ideias secundárias da unidade;

Refazer a linha de raciocínio do autor, ou seja, reconstruir o processo lógico do pensamento do autor;

Evidenciar a estrutura lógica do texto, esquematizando a sequência das ideias.

c. Análise interpretativa: interpretação do texto;

Situar o texto no contexto da vida e da obra do autor, assim como no contexto da cultura de sua especialidade, tanto do ponto de vista histórico como do ponto de vista teórico;

Explicitar os pressupostos filosóficos do autor que justifiquem suas posturas teóricas;

Aproximar e associar ideias do autor expressas na unidade com outras ideias relacionadas à mesma temática;

Exercer uma atitude crítica diante das posições do autor em termos de:

• Coerência interna de argumentação;• Validade dos argumentos empregados;• Originalidade do tratamento dado ao problema;• Profundidade de análise ao tema;• Alcance de suas conclusões e consequências;• Apreciação e juízo pessoal das ideias defendidas.

d. Problematização: discussão do texto;

Levantar e debater questões explicitas ou implícitadas no texto; debater questões afins sugeridas pelo leitor;

e. Síntese pessoal: reelaboração pessoal da mensagem;

Desenvolver a mensagem mediante retomada pessoal do texto e raciocínio personalizado;

Elaborar um novo texto, com redação própria, com discussão e reflexão pessoais.

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Análise textual

Preparação do textoVisão de conjuntoBusca de esclarecimentoVocabulárioDoutrinasFatosAutoresEsquematização do texto

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1.2. – A documentação como método de estudo pessoal

Daí a grande dificuldade encontrada pelos estudantes, cada dia mais confrontados com uma cultura que não cessa de complexificar-se e se utilizar de acanhados métodos de estudo que não acompanham, no mesmo ritmo, a evolução global da cultura e da ciência. Alguns acreditam que é possível encontrar na própria tecnologia os recursos que possibilitem superar tais dificuldades da aprendizagem. Os recursos milagrosos da tecnologia, no entanto, estão ainda para ser criados e testados; os métodos acadêmicos tradicionais, baseados na assimilação, passiva, já não for-necem nenhum resultado eficaz.

O estudante tem de se convencer de que sua aprendizagem é uma tarefa eminentemente pessoal; tem de se transformar num estudioso que encontra no ensino escolar não um ponto de chegada, mas um limiar a partir do qual constitui toda uma atividade de estudo e de pesquisa, que lhe proporciona instrumentos de trabalho criativo em sua área. É inútil retorquir que isto já é óbvio para qualquer estudante. De fato, nunca se agregou tanto como hoje a importância da criatividade nos vários momentos da vida escolar. Mas o fato é que os hábitos correspondentes não fo-ram instaurados e, na prática de ensino, os resultados continuam insatisfatórios.

2.a. A prática da documentação

As considerações finais que seguem visam tão somente sugerir formas concretas para o estudo pessoal, sem se preocupar em delinear uma teoria e uma técnica muito sofisticada de documentação. Ressaltar a importância Secretariado – Desenvolvimento de Projeto 10

b. Análise temática

c. Análise interpretativa

d. Problematização

e. Síntese

Compreensão de mensagem do autorTemaProblemaTeseRaciocínioIdeias secundárias

Interpretação da mensagem do autorSituação filosófica e influênciasPressupostosAssociação de ideiasCríticas

Levantamento e discussões de problemas relacionados com a mensagem do autor

Reelaboração da mensagem com base na reflexão pessoal

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da técnica da documentação como forma de estudo (talvez já conhecida e praticada por muitos, mas nem sempre com a devida correção) é o único objetivo aqui visado.

O saber constitui-se pela capacidade de reflexão no interior de determinada área do conhecimento. A refle-xão, no entanto, exige o domínio de uma série de informações. O ato de filosofar, por exemplo, reclama um pensar por conta própria que é atingido mediante o pensamento de outras pessoas. A formação filosófica pressupõe, dialética e não mecanicamente a informação filosófica. Do mesmo modo alguém se torna grande poeta ou escritor e, como tal, altera com seu gênio sua língua e sua cultura. Antes, porém, de aí chegar será influenciado Por essa cultura e se co-municará através da língua que aprendeu submissamente. Afinal, o homem é um ser culturalmente situado.

Assim sendo, a posse de informação completa de sua área de especialização é razoável nas áreas afins, as-sim como certa cultura geral é uma exigência para qualquer estudante universitário cujos objetivos signifiquem algo mais que um diploma.

Essa informação só se pode adquirir através da documentação realizada criteriosamente. O didatismo tem criado uma série de vícios que se arraigaram na vida escolar dos estudantes desde a escola primária, esterilizando os resultados do ensino.

Não traz resultados positivos para o estudo ouvir aulas, por mais brilhantes que sejam, nem adianta ler livros clássicos e célebres. Isso só tem algum valor à medida que se traduzir em documentação pessoal, ou seja, à medida que esses elementos puderem estar à disposição do estudante, a qualquer momento de sua vida intelectual.

A prática da documentação pessoal deve, pois, tornar-se uma constante na vida do estudante: é preciso con-vencer-se de sua necessidade e utilidade, colocá-la como integrante do processo de estudo e criar um conjunto de técnicas para organizá-la.

A documentação de tudo o que for julgado importante e útil em função dos estudos e do trabalho profissional deve ser feita em fichas. Tomar notas em cadernos é um hábito desaconselhável devido à sua pouca funcionalidade.

2.b. A documentação temática

A documentação temática visa coletar elementos relevantes para o estudo em geral ou para a realização de um trabalho em particular, sempre dentro de determinada área, na documentação temática, esses elementos são deter-minados em função da própria estrutura do conteúdo da área estudada ou do trabalho em realização.

Destina-se ao registro dos elementos cujos conteúdos precisam ser apreendidos para o estudo em geral e para trabalhos específicos em particular. Esses elementos podem ser conceitos, ideias, teorias, fatos, reflexões pessoais, dados sobre autores, informes históricos etc.

Tal documentação é feita, portanto, seguindo-se um plano sistemático, constituído pelos temas e subtemas da área ou do trabalho em questão. A esses temas e subtemas correspondem os títulos e subtítulos que encabeçam as fichas, e formam um conjunto geral de fichas ou fichário.

Os elementos a serem transcritos nas fichas de documentação temática não são tirados apenas das leituras parti-culares, mas também das aulas, das conferências e dos seminários. As ideias pessoais importantes para qualquer projeto futuro também devem ser transcritas nas fichas, para não se perderem com o passar do tempo.

Quando se transcreve na ficha uma citação literal, essa citação virá entre aspas, terminando com a indicação abre-viada da fonte; quando a transcrição contiver apenas uma síntese das ideias da passagem citada, dispensam-se as aspas, mantendo-se a indicação da fonte; quando são transcritas ideias pessoais, não é necessário usar nem aspas nem indicações de fonte, nem sinais indicativos, pois a ausência de qualquer referência revela que são ideias elabora-das pelo próprio autor.

O fichário é constituído primeiramente pelas Fichas de Documentação Temática. Baseia-se nos conceitos funda-mentais que estruturam determinada área de saber. Cada estudante pode formar seu fichário de documentação te-mática relacionado ao curso que está seguindo, a partir da estrutura curricular do mesmo. Nesse caso, cada disciplina

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corresponderia a um setor do fichário e suas partes essenciais determinariam os títulos das fichas, enquanto os con-ceitos e elementos fundamentais dessas partes corresponderiam aos subtítulos das fichas.

Corretamente, no que diz respeito às aulas, os estudantes, ao reverem seus apontamentos de classe, nos cader-nos de rascunho, passariam os tópicos mais importantes para as fichas, sistematizando as ideias a serem retidas. Também assim deveriam ser estudadas as apostilas – enquanto durarem: far-se-ia uma documentação temática dos principais conceitos da matéria em pauta. Mesmo procedimento a ser adotado em relação ao livros cujo conteúdo tem interesse direto ou complementar para o curso. Igualmente, todas as leituras complementares devem traduzir-se em documentação, assim como todas as demais atividades escolares.

2.c. A documentação bibliográfica

A documentação bibliográfica destina-se ao registro dos dados de forma e conteúdo de um documento escrito: li-vro, artigo, capítulo, resenha etc. Ela constitui uma espécie de certidão de identidade desse documento...

É por isso que a documentação temática se completa pela documentação bibliográfica: as fichas de Documenta-ção Bibliográfica organizam-se de acordo com um critério de natureza temática. Assim, o livro é fichado tendo em vista a área geral e específica dentro da qual se situa.

O fichário de documentação bibliográfica constitui um acervo de informações sobre livros, artigos e demais traba-lhos que existem sobre determinados assuntos, dentro de uma área do saber. Sistematicamente feito, proporciona ao estudante rica informação para seus estudos.

A documentação bibliográfica deve ser realizada paulatinamente, à medida que o estudante toma contato com os livros ou com os informes sobre os mesmos. Assim, todo livro que cair em suas mãos será imediatamente fichado. Igualmente, todos os informes sobre algum livro pertinente à sua área possibilitam a abertura de uma ficha. Os infor-mes sobre os livros são encontrados principalmente nas revistas especializadas, nas resenhas, nos catálogos etc.

As informações transcritas na Ficha de Documentação Bibliográfica são compostas em níveis cada vez mais apro-fundados. Primeiramente, apresenta-se uma visão de conjunto, um apanhado amplo, o que pode ser feito após um primeiro e superficial contato com o livro, lendo-se apenas o sumário, as orelhas, o prefácio e a introdução. Depois, mediante leituras mais aprofundadas, são feitos apontamentos mais rigorosos. A melhor informação para esse tipo de ficha seria aquela que sintetizasse a própria análise temática do texto.

Observe-se que os diversos níveis não precisam ser feitos de uma só vez. À medida que os contatos com os tex-tos forem repetindo-se e aprofundando-se, em cada oportunidade serão lançados novos elementos.

Tal documentação pode ser feita também a respeito de artigos, resenhas, capítulos isolados etc. as várias informa-ções devem ser seguidas pela indicação, entre parênteses, das páginas a que se referem.

Do ponto de vista técnico, colocar-se-á no alto, à esquerda, a citação bibliográfica completa do texto fichado; no alto, à direita, ficarão o título e os eventuais subtítulos.

Não há um tamanho padronizado para essas fichas de documentação, ficando a critério de cada um o seu forma-to. Tanto mais que agora elas podem ser digitadas em micro, formando documentos/arquivos, diretórios e pastas. Quando precisar de cópia, o estudante as imprime em folhas comuns de tamanho A4 ou Letter.2.d. A documentação geral

A documentação geral é aquela que organiza e guarda documentos úteis retirados de fontes perecíveis. Trata-se de passar as pastas, sistematicamente organizadas, documentos cuja conservação seja julgada importante. Assim re-cortes de jornais, Xerox de revistas, apostilas, entre outros, são fontes que nem sempre são encontradas disponíveis fora da época de sua publicação.

Tais documentos são arquivados sob títulos classificatórios de seu conteúdo, formando um conjunto de textos rela-cionados com a área de interesse do estudante.

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Quando, eventualmente, vierem a ser estudados em razão de algum trabalho, esses documentos podem servir de base para a documentação temática ou mesmo bibliográfica, em se tratando de um texto de maior valor científico.

A documentação geral é técnica de identificação, coleta, organização e conservação de documentos, no caso des-te, de documentos impressos. Mas como técnica de pesquisa, a documentação é ainda mais abrangente.

É como forma de documentação geral que os estudantes deveriam guardar, de maneira sistemática e organizada, as apostilas, os textos roteiros dos seminários, os trabalhos didáticos, os textos de conferência, e demais documentos.

Para esse tipo de documentação são utilizadas as folhas tamanho ofício, sobre as quais são colados os recortes, deixando-se margens suficientes para os títulos e demais referências bibliográficas, como o nome do jornal ou revista de onde foram tirados, a data e a página.

2.e. Documentação em folhas de diversos tamanhos

Apesar de a documentação temática e bibliográfica utilize as fichas de cartolina acima citadas, podem ser usadas igualmente as folhas comuns de papel sulfite, de diversos tamanhos, ou ainda as folhas pautadas, feitas para classifi-cadores escolares.

Embora dificulte a manipulação, a grande vantagem desse tipo de ficha é permitir a substituição do fichário tipo cai-xa por pastas arquivos, classificadores, que facilitam o transporte. Há ainda a vantagem de facilitar o trabalho de datilo-grafia, quando se prefere fazer a documentação à máquina. A opção entre os vários tipos de fichas fica a critério do aluno, que levará em conta sua maior adaptação a esses vários modelos.

Adotando-se as folhas, deve-se proceder de acordo com o mesmo esquema: no alto, à direita, uma chamada ge-ral, com um título mais amplo que indique o tema principal, seguido, logo abaixo, por uma chamada secundária, com um título mais específico que indique o subtema abordado, a perspectiva, o enfoque sob o qual o tema é tratado ou o critério sob o qual o assunto está sendo documentado.

O universitário pode seguir como estrutura geral de seu fichário a própria estrutura curricular de seu curso. Para cada disciplina, abrirá uma pasta, um classificador. Cada seção será determinada pelos vários tópicos principais da re-ferida disciplina e cada ficha trará, sistematicamente, o tema e o subtema das várias unidades que estão sendo anota-dos e documentados e que devem ser estudados. O procedimento técnico de anotação é o mesmo utilizado para o outro tipo de ficha. No entanto, vale ressaltar, que neste caso o verso da folha não deve ser utilizado.

Da mesma forma é possível fazer o mesmo tipo de fichário bibliográfico. A classificação dos livros pode acompa-nhar também a estruturação curricular do seu curso.

Todo este trabalho de documentação deve ser feito à medida que o estudante desenvolve seus estudos. Como se viu no segundo capítulo, ao fazer a revisão da aula anterior, os elementos selecionados entre o material visto em clas-se são transcritos para as fichas. O mesmo será feito com eventuais elementos colhidos de pesquisas complementa-res ou paralelas referentes aos temas estudados. O procedimento deverá ser o mesmo com os livros: começando com os indicados pelo próprio curso e com aqueles assinalados como bibliografia complementar. Para os demais li-vros de interesse para seus estudos, inclusive informações colhidas de informes de revistas, repertórios, catálogos, ele abrirá uma Ficha de Documentação Bibliográfica, que não só fornecerá informação sobre a existência de textos inte-ressantes, como também aguardará a oportunidade de um estudo mais aprofundado do mesmo, ocasião em que os resultados do estudo serão progressivamente transcritos numa ficha.

Tratando-se de autores cujo pensamento é relevante para o estudo da área de especialização, deve-se abrir igual-mente uma Ficha de Documentação Biográfica só para o autor. Nessa ficha são anotados sucessivamente, cada vez que se tornarem disponíveis, os dados biobibliográficos do autor, bem como os pontos mais importantes de seu pen-samento.

2.f. Vocabulário técnico linguístico

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No contexto da documentação temática, recomenda-se que os estudantes elaborem igualmente um glossário dos principais conceitos e categorias que devem necessariamente dominar para levar à frente seus estudos em geral, as-sim como suas pesquisas em particular. Assim, o seu fichário de documentação temática conteria um vocabulário téc-nico linguístico, com um conjunto personalizado de termos suja compreensão é necessária tanto para a leitura como para a redação. Nestas fichas, esses termos são sistematicamente transcritos e explicitados.

Este fichário poderia incluir também a Ficha de Documentação Biográfica, armazenando dados e informações bio-gráficas sobre pensadores que constituem referências diretas para os campos de formação dos estudantes. Estes in-formes precisam ser periodicamente atualizados.

1.3 – A estrutura lógica do texto

Todo trabalho científico, a ser escrito ou a ser lido e estudado, tem a forma de um discurso textual, ou seja, trata-se de um texto que é portador de uma mensagem codificada pelo seu autor e a ser decodificada pelo seu leitor.

Mas tanto a codificação como a decodificação da mensagem integrante do conteúdo desse discurso, além das re-gras linguísticas e gramaticais, pressupõem outras tantas regras lógicas. Elas expressam alguns pré-requisitos lógicos de toda atividade intelectual.

O trabalho científico em geral, do ponto de vista lógico, é um discurso completo. Tal discurso, em suas grandes li-nhas, pode ser narrativo, descritivo ou dissertativo. No sentindo em que é tratado neste texto, o trabalho científico as-sume a forma dissertativa, pois seu objetivo é de mostrar, mediante argumentos, uma tese, que é uma solução pro-posta para um problema, relativo a determinado tema.

A demonstração baseia-se num processo de reflexão por argumentação, ou seja, baseia-se na articulação de idei-as e fatos, portadores de razões que comprovem aquilo que se quer demonstrar. Essa articulação é conseguida me-diante a apresentação de argumentos. Esses argumentos fundam-se nas conclusões dos raciocínios e nas con-clusões dos processos de levantamento caracterização dos fatos.

O raciocínio é um processo de pensamento pelo qual conhecimentos são logicamente encadeados de maneira a produzirem novos conhecimentos. Tal processo lógico pode ser dedutivo ou indutivo. Dedução e indução, são, pois, processos lógicos de raciocínio.

O levantamento e a caracterização de fatos são realizados mediante o processo de pesquisa, sobretudo da pes-quisa experimental, de acordo com técnicas específicas.

2 – Modalidades e Metodologias de Pesquisa Científica

A ciência se constitui aplicando técnicas, seguindo um método e apoiando-se em fundamentos epistemológicos. Tem assim elementos gerais que são comuns a todos os processos de conhecimento que pretenda realizar, marcan-do toda atividade de pesquisa. Mas, além da possível divisão entre Ciências Naturais e Ciências Humanas, ocorrem diferenças significativas no modo de se praticar a investigação científica, em decorrência da diversidade de perspecti-vas epistemológicas que se podem adotar e de enfoques diferenciados que se podem assumir no trato com os obje-tos pesquisados e eventuais aspectos que se queira destacar.

Por essa razão, várias são as modalidades de pesquisa que se podem praticar, o que implica coerência epistemo-lógica, metodológica e técnica, para o seu adequado desenvolvimento.

As formas clássicas de classificação serão apresentadas a seguir:

Do ponto de vista da sua natureza, pode ser:

• Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

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• Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas es-pecíficos. Envolve verdades e interesses locais.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser: • Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opini-

ões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (per-centagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

• Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um víncu-lo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados induti-vamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Do ponto de vista de seus objetivos (Gil, 1991) pode ser:

• Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em ge-ral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.

• Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabe-lecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questio-nário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

• Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenôme-

nos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o “porquê” das coisas. Quando realiza-da nas ciências naturais, requer o uso do método experimental, e nas ciências sociais requer o uso do méto-do observacional. Assume, em geral, a formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Expost-facto.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos (Gil, 1991), pode ser:

• Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.

• Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico.

• Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

• Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.

• Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

• Pesquisa Expost-Facto: quando o “experimento” se realiza depois dos fatos.

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• Pesquisa Ação: quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

• Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situa-ções investigadas.

O PLANEJAMENTO DA PESQUISA

Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exigências científicas. Para que seu estu-do seja considerado científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. É desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes requisitos:

a) a existência de uma pergunta que se deseja responder;b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta;c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida.

O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases:

• Fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema de pesquisa;

• Fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita;

• Fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização

das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do relatório final. A apresentação do relatório de pes-quisa deverá obedecer às formalidades requeridas pela Academia.

Resumindo:

Pesquisa científica seria, portanto, a realização concreta de uma investigação planejada e desenvolvida de acordo com as normas consagradas pela metodologia científica. Metodologia Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dis-sertação científica entendida como um conjunto de etapas ordenadamente dispostas que você deve vencer na inves-tigação de um fenômeno. Inclui a escolha do tema, o planejamento da investigação, o desenvolvimento metodológico, a coleta e a tabulação de dados, a análise dos resultados, a elaboração das conclusões e a divulgação de resultados.

Os tipos de pesquisa apresentados nas diversas classificações não são estanques. Uma mesma pesquisa pode estar, ao mesmo tempo, enquadrada em várias classificações, desde que obedeça aos requisitos inerentes a cada tipo.

Realizar uma pesquisa com rigor científico pressupõe que você escolha um tema e defina um problema para ser investigado, elabore um plano de trabalho e, após a execução operacional desse plano, escreva um relatório final e este seja apresentado de forma planejada, ordenada, lógica e conclusiva.

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3 - Métodos Científicos

A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos” (Gil, 1999, p.26) para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos científicos.

Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).

De forma breve veja a seguir em que bases lógicas estão pautados tais métodos.

MÉTODO DEDUTIVO

Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermé-dio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma conclu-são. Usa o silogismo, 26 UFSC/PPGEP/LED construção lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo:

Exemplo: Todo homem é mortal. ...........................................(premissa maior) Pedro é homem. .....................................................(premissa menor) Logo, Pedro é mortal. .............................................(conclusão)

MÉTODO INDUTIVO

Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamenta-do na experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particula-res levam à elaboração de generalizações (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico exemplo de raciocínio indutivo:

Exemplo: Antônio é mortal. João é mortal. Paulo é mortal. ... Carlos é mortal. Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens. Logo, (todos) os homens são mortais.

MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO

Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: “quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar expli-car a dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, dedu-zem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências dedu-zidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipóteti-co-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la” (GIL, 1999, p.30).

MÉTODO DIALÉTICO

Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Con-

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sidera que os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993).

MÉTODO FENOMENOLÓGICO

Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o inter-pretado, o comunicado. Então, a realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações e comu-nicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (GIL, 1999; TRIVIÑOS, 1992). Empregado em pesquisa qualitativa.

Resumindo:

Na era do caos, do indeterminismo e da incerteza, os métodos científicos andam com seu prestígio abalado. Ape-sar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, se percebe 28 UFSC/PPGEP/LED que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível. Portanto, não há apenas uma maneira de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria você empregar métodos, e não um método em particular, que ampliem as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa.

Para maior aprofundamento desta matéria consulte a bibliografia indicada nas fontes ao final desta publicação

(FEYERABEND, 1989; POPPER, 1993).

4 - As Etapas da Pesquisa

A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para problemas ainda não solucionados.

O planejamento e a execução de uma pesquisa fazem parte de um processo sistematizado que compreende eta-pas que podem ser detalhadas da seguinte forma:

1) escolha do tema; 2) revisão de literatura; 3) justificativa; 4) formulação do problema; 5) determinação de objetivos; 6) metodologia; 7) coleta de dados; 8) tabulação de dados; 9) análise e discussão dos resultados; 10) conclusão da análise dos resultados; 11) redação e apresentação do trabalho científico (dissertação ou tese).

AS ETAPAS DA PESQUISA

1) Escolha do Tema Nesta etapa você deverá responder à pergunta: “O que pretendo abordar?” O tema é um aspecto ou uma área de

interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimi-tada de um assunto, estabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa pretendida.

A definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da li-teratura especializada (BARROS; LEHFELD, 1999).

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A escolha do tema de uma pesquisa, em um Curso de PósGraduação, está relacionada à linha de pesquisa à qual você está vinculado ou à linha de seu orientador.

Você deverá levar em conta, para a escolha do tema, sua atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido.

Definido isso, você irá levantar e analisar a literatura já publicada sobre o tema.

2) Revisão de Literatura

Nesta fase você deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o as-sunto, que aspectos já foram abordados, quais as lacunas existentes na literatura. Pode objetivar determinar o “estado da arte”, ser uma revisão teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma revisão histórica.

A revisão de literatura é fundamental, porque fornecerá elementos para você evitar a duplicação de pesquisas so-bre o mesmo enfoque do tema. Favorecerá a definição de contornos mais precisos do problema a ser estudado.

3) Justificativa

Nesta etapa você irá refletir sobre “o porquê” da realização da pesquisa procurando identificar as razões da prefe-rência pelo tema escolhido e sua importância em relação a outros temas.

Pergunte a você mesmo: o tema é relevante e, se é, por quê?

Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios você pres-supõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá convencer quem for ler o projeto, com relação à impor-tância e à relevância da pesquisa proposta.

4) Formulação do Problema

Nesta etapa você irá refletir sobre o problema que pretende resolver na pesquisa, se é realmente um problema e se vale a pena tentar encontrar uma solução para ele. A pesquisa científica depende da formulação adequada do pro-blema, isto porque objetiva buscar sua solução.

5) Determinação dos Objetivos: Geral e Específicos

Nesta etapa você pensará a respeito de sua intenção ao propor a pesquisa. Deverá sintetizar o que pretende al-cançar com a pesquisa. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto. O objetivo ge-ral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos específicos explicitarão os detalhes e serão um desdo-bramento do objetivo geral.

Os objetivos informarão para que você está propondo a pesquisa, isto é, quais os resultados que pretende alcan-çar ou qual a contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar.

Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação pas-sível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na formulação dos objetivos, podem-se citar para:

• Determinar estágio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;

• Determinar estágio cognitivo de compreensão: os verbos descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e transcrever;

• Determinar estágio cognitivo de aplicação: os verbos aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inven-tariar, manipular, praticar, traçar e usar;

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• Determinar estágio cognitivo de análise: os verbos analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, di-ferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e experimentar;

• Determinar estágio cognitivo de síntese: os verbos articular, compor, constituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar;

• Determinar estágio cognitivo de avaliação: os verbos apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, prefe-rir, selecionar, validar e valorizar.

6) Metodologia

Nesta etapa você irá definir onde e como será realizada a pesquisa. Definirá o tipo de pesquisa, a população (uni-verso da pesquisa), a amostragem, os instrumentos de coleta de dados e a forma como pretende tabular e analisar seus dados.

População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas características defini-das para um determinado estudo. Amostra é parte da população ou do universo, selecionada de acordo com uma re-gra ou plano. A amostra pode ser probabilística e não-probabilística.

Amostras não-probabilísticas podem ser:

• Amostras acidentais: compostas por acaso, com pessoas que vão aparecendo; • Amostras por quotas: diversos elementos constantes da população/universo, na mesma proporção;• Amostras intencionais: escolhidos casos para a amostra que representem o “bom julgamento” da população/

universo.• Amostras probabilísticas são compostas por sorteio e podem ser:

Amostras casuais simples: cada elemento da população tem oportunidade igual de ser incluí-do na amostra;

Amostras casuais estratificadas: cada estrato, definido previamente, estará representado na amostra;

Amostras por agrupamento: reunião de amostras representativas de uma população.

Para definição das amostras recomenda-se a aplicação de técnicas estatísticas. Barbetta (1999) fornece uma abordagem muito didática referente à delimitação de amostras e ao emprego da estatística em pesquisas.

A definição do instrumento de coleta de dados dependerá dos objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado. Os instrumentos de coleta de dados tradicionais são:

• Observação: quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. A observação pode ser:

Observação assistemática: não tem planejamento e controle previamente elaborados; Observação sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas para responder

aos propósitos preestabelecidos; Observação não-participante: o pesquisador presencia o fato, mas não participa; Observação individual: realizada por um pesquisador; Observação em equipe: feita por um grupo de pessoas; Observação na vida real: registro de dados à medida que ocorrem; Observação em laboratório: onde tudo é controlado.

• Entrevista: é a obtenção de informações de um entrevistado, sobre determinado assunto ou problema. A en-

trevista pode ser: Padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido;

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Despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro. Podem-se explorar mais amplamente algumas questões.

• Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções As instruções de-vem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o preenchimento.

As perguntas do questionário podem ser:

Abertas: “Qual é a sua opinião?”; Fechadas: duas escolhas: sim ou não; De múltiplas escolhas: fechadas com uma série de respostas possíveis.

Young e Lundberg (apud Pessoa, 1998) fizeram uma série de recomendações úteis à construção de um questio-nário. Entre elas destacam-se:

Questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem lógica na elabo-

ração das perguntas; A redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao informante. A linguagem

deverá ser acessível ao entendimento da média da população estudada. A formulação das perguntas de-verá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta; Cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo informante; O questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Devem

ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com honestidade.

• Formulário: é uma coleção de questões e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com a outra pessoa (o informante).

O instrumento de coleta de dados escolhido deverá proporcionar uma interação efetiva entre você, o informante e a pesquisa que está sendo realizada. Para facilitar o processo de tabulação de dados por meio de suportes computa-cionais, as questões e suas respostas devem ser previamente codificadas.

A coleta de dados estará relacionada com o problema, a hipótese ou os pressupostos da pesquisa e objetiva ob-ter elementos para que os objetivos propostos na pesquisa possam ser alcançados.

Neste estágio você escolhe também as possíveis formas de tabulação e apresentação de dados e os meios (os métodos estatísticos, os instrumentos manuais ou computacionais) que serão usados para facilitar a interpretação e análise dos dados.

7) Coleta de Dados

Nesta etapa você fará a pesquisa de campo propriamente dita. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a paciência e a persistência.

8) Tabulação e Apresentação dos Dados

Nesta etapa você poderá lançar mão de recursos manuais ou computacionais para organizar os dados obtidos na pesquisa de campo. Atualmente, com o advento da informática, é natural que você escolha os recursos computacio-nais para dar suporte à elaboração de índices e cálculos estatísticos, tabelas, quadros e gráficos.

9) Análise e Discussão dos Resultados

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Nesta etapa você interpretará e analisará os dados que tabulou e organizou na etapa anterior. A análise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e confrontar dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar a(s) hipótese(s) ou os pressupostos da pesquisa.

10) Conclusão da Análise e dos Resultados Obtidos

Nesta etapa você já tem condições de sintetizar os resultados obtidos com a pesquisa. Deverá explicitar se os ob-jetivos foram atingidos, se a(s) hipótese(s) ou os pressupostos foram confirmados ou rejeitados. E, principalmente, de-verá ressaltar a contribuição da sua pesquisa para o meio acadêmico ou para o desenvolvimento da ciência e da tec-nologia.

11) Redação e Apresentação do Trabalho Científico

Nesta etapa o pesquisador deverá redigir seu relatório de pesquisa: dissertação ou tese. Azevedo (1998, p.22) ar-gumenta que o texto deverá ser escrito de modo apurado, isto é, “gramaticalmente correto, fraseologicamente claro, terminologicamente preciso e estilisticamente agradável”. Normas de documentação da Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas (ABNT) deverão ser consultadas visando à padronização das indicações bibliográficas e a apresenta-ção gráfica do texto. Resumindo:

As etapas aqui identificadas e as orientações feitas deverão servir de guia à elaboração de sua pesquisa e não como uma “camisa de força”. Portanto, não devem impedir sua criatividade ou causar entraves à elaboração da pes-quisa. A intenção deste documento é fornecer a você orientações básicas à elaboração de uma investigação científica.

5 - ESCOLHA DO TEMA

O tema é o aspecto do assunto que você deseja abordar, provar ou desenvolver. A escolha do tema da revisão de literatura está vinculada ao objetivo da própria revisão que você pretende fazer. A revisão de literatura deverá elucidar o tema, proporcionar melhor definição do problema de pesquisa e contribuir na análise e discussão dos resultados da pesquisa.

Em função da explosão da informação, você deverá definir para onde ele irá dirigir e concentrar seus esforços na revisão de literatura, porque só assim não ficará perdido no emaranhado das publicações existentes.

Pesquisadores experientes sabem que o risco de perder tempo e o rumo podem ser fatais neste processo. Além de atravancar todo o desenvolvimento das etapas da pesquisa, pode até impedir sua realização.

6 - ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO

Para evitar dispersão e perda de tempo no processo de leitura de textos, é importante levantar os aspectos que se-rão abordados sobre o tema. Para isso você deve elaborar um esquema provisório de sua revisão de literatura, onde listará de forma lógica as abordagens que pretende fazer referentes ao tema ou problema de sua pesquisa. O esque-ma servirá de guia no processo de leitura e na coleta de informações nos textos. Veja o exemplo na pesquisa indicada abaixo:

Exemplo

ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso no setor têxtil. 1998. Dissertação (Mes-trado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.

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Nesta pesquisa a autora escolheu para realização de sua revisão de literatura:

TEMA Pressupostos básicos que permeiam a qualidade de vida no trabalho.

ESTRUTURA (esquema mostrando os tópicos que seriam abordados)

EVOLUÇÃO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS

O ENFOQUE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

A origem e a evolução dos estudos de qualidade de vida no trabalhoOs conceitos de qualidade de vida no trabalhoOs modelos para avaliação da qualidade de vida no trabalho:Modelos de Hackman e Oldham; Modelo de Westley; Modelo de Werther e Davis; Modelo de Walton.

IDENTIFICAÇÃO

Após a definição do que será abordado na revisão de literatura e a elaboração de um esquema com os aspectos a serem abordados que servirá de guia para organização do processo de leitura, você deve identificar o material.

A identificação implica fazer um levantamento bibliográfico para recuperar as informações sobre o que já foi publi-cado sobre o tema e os aspectos que constam no esquema/sumário dos tópicos. Esse processo requer o uso de obras de referência para minimizar esforços e recuperar a maior quantidade de informação possível. Obras de refe-rência, usadas para levantamento bibliográfico, são organizadas especialmente para facilitar a consulta de itens espe-cíficos de informação. Possuem, geralmente, índices de autores e assuntos/palavras-chave que remetem às informa-ções arranjadas em itens numerados para facilitar a recuperação. Bibliografias e Abstracts são publicações disponíveis em papel para consulta. Bases de dados são disponíveis em meio digital, em CD-ROM ou eletrônico via internet.

Outra forma de fazer levantamento bibliográfico é usando as ferramentas de busca da internet, as bibliotecas virtu-ais e os catálogos on-line de bibliotecas disponibilizados na rede.

Também não devem ser desprezadas as indicações bibliográficas feitas em artigos ou livros disponíveis e lidos so-bre o tema da pesquisa.

LOCALIZAÇÃO E COMPILAÇÃO

Realizada a identificação (o levantamento bibliográfico), é necessário que você obtenha os materiais considerados úteis à realização da pesquisa. É preciso, então, localizá-los. Deve-se começar pela Biblioteca que está mais próxima e, se essa não possuir, podem-se consultar outras no País ou no mundo.

Para fazer a compilação, reunião sistemática dos materiais selecionados e localizados, os seguintes recursos: foto-cópias, impressões e a própria aquisição, quando for indispensável.

FICHAMENTO

Os materiais selecionados para leitura serão analisados e fichados. O Fichamento permite que você reúna as in-formações necessárias e úteis à elaboração do texto da revisão. Podem ser elaborados diversos tipos de fichas, como:

Bibliográfica: com dados gerais sobre a obra lida;

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Citações: com a reprodução literal entre aspas e a indicação da página da parte dos textos lidos de interesse específi-co para a redação dos tópicos e itens da revisão; Resumo: com um resumo indicativo do conteúdo do texto; Esboço: apresentando as principais idéias do autor lido de forma esquematizada com a indicação da página do docu-mento lido; Comentário ou analítica: com a interpretação e a crítica pessoal do pesquisador com referência às idéias expressas pelo autor do texto lido.

O Fichamento irá permitir: identificação das obras lidas, análise de seu conteúdo, anotações de citações, elabora-ção de críticas e localização das informações lidas que foram consideradas importantes.

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

De posse dos Fichamentos você fará então, a classificação, a análise, a interpretação e a crítica das informações coletadas.

REDAÇÃO

Na redação do texto final você deve observar os seguintes critérios: objetividade, clareza, precisão, consistência, linguagem impessoal e uso do vocabulário técnico.

Recomendações importantes:

O texto deve ter começo, meio e fim. Faça um texto introdutório explicando o objetivo da revisão de literatura; Revisão de literatura não é fazer colagem de citações bibliográficas; então: Faça uma abertura e um fecho para os tópicos tratados; Preencha as lacunas com considerações próprias; Crie elos entre as citações. Citação, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, é a “Menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte”.

Os tipos de citações que podem ser utilizadas no texto, segundo a NBR 10520:2001, são:

Citação direta: transcrição textual dos conceitos do autor consultado; Citação indireta: transcrição livre do texto do autor consultado; Citação de citação: transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original.

7 – COMO FORMULAR UM PROBLEMA DE PESQUISA

Toda pesquisa se inicia com algum tipo de problem indagação. Todavia, a conceituação adequada de problema de pesquisa constitui tarefa fácil, em virtude das diferentes acepções que envolvem este termo.

O novo Dicionário Aurélio indica os seguintes significados de problema:

• questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento;

• proposta duvidosa que pode ter numerosas soluções;

• qualquer questão que dá margem à hesitação ou perplexidade, por ser difícil de explicar ou resolver;

• questão matemática proposta para que se lhe dê a solução;

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• conflito afetivo que impede ou afeta o equilíbrio psicológico do indivíduo.

A segunda acepção é a que será considerada ao longo deste livro, pois é a que mais apropriadamente caracteriza o problema científico,

Fica claro que nem todo problema é passível de tratamento científico. Isso ifica que para se realizar uma pesquisa é necessário, em primeiro lugar, veridrai se o problema cogitado se enquadra na categoria de científico.

Como fazer isso?

Para um dos mais respeitados autores no campo da metodologia das ciências sociais, a maneira mais prática para entender o que é um problema científico consiste em considerar primeiramente aquilo que não é (Kerlinger, 1980). Sejam Os exemplos:

"Como fazer para melhorar os transportes urbanos?" "O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda?" "Corno aumentar a produtividade no trabalho?"

Nenhum destes constitui rigorosamente um problema científico, pois, sob a forma em que são propostos, não possibilitam a investigação segundo os métodos próprios da ciência.

Estes problemas são designados por Kerlinger corno problemas de "engenharia", pois referem-se a como fazer algo de maneira eficiente. A ciência pode fornecer sugestões e inferência acerca de possíveis respostas, mas não responder diretamente a esses problemas. Eles não indagam corno são as coisas, suas causas e conseqüências, mas indagam acerca de como fazer as coisas.

Também não são científicos estes problemas: "Qual a melhor técnica psicoterápica: "É bom adotar jogos e simulações como técnicas didáticas?" "Os pais devem dar palmadas nos filhos?" São antes problemas de valor, assim como todos aqueles que indagam se uma coisa é boa, má, desejável, indesejável, certa ou errada, ou se é melhor ou pior que outra. São igualmente problemas de valor aqueles que indagam se algo deve ou deveria ser feito.

Embora não se possa afirmar que o cientista nada tenha a ver com esses problemas, o certo é que a pesquisa científica não pode dar respostas a questões de "engenharia" e de valor, porque sua correção ou incorreção não é passível de verificação empírica.

Com base nessas considerações, pode-se dizer que um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas corno testáveis: "Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?" "A desnutrição determina o rebaixamento intelectual?" Todos esses problemas envolvem variáveis suscetíveis de observação ou de manipulação. É perfeitamente possível, por exemplo, verificar a preferência político-partidária de determinado grupo, bem como seu nível de escolaridade, para depois determinar em que medida essas variáveis estão relacionadas entre si.

7.1. POR QUE FORMULAR UM PROBLEMA?

Corno já foi visto no capítulo anterior, o problema de pesquisa pode ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual. Inúmeras razões de ordem prática podem conduzir à formulação de problemas. Pode-se formular um problema cuja resposta seja importante para subsidiar determinada ação. Por exemplo, um candidato a cargo eletivo pode estar interessado em verificar como se distribuem seus potenciais eleitores com vistas a orientar sua campanha. Da mesma forma, uma empresa pode estar interessada em conhecer o perfil do consumidor de seus produtos para decidir acerca da propaganda a ser feita.

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Podem-se formular problemas voltados para a avaliação de certas ações ou programas, como, por exemplo, os efeitos de determinado anúncio pela televisão ou os efeitos de um programa governamental na recuperação de alcoólatras.

Também é possível formular problemas referentes às conseqüências de várias alternativas possíveis. Por exemplo, uma organização poderia estar interessada em verificar que sistema de avaliação de desempenho seria o mais adequado para seu pessoal.•

Outra categoria de problemas decorrentes de interesses práticos refere-se a. predição de acontecimentos, com vistas a planejar urna ação adequada. Por exemplo, a prefeitura de uma cidade pode estar interessada em verificar em que medida a construção de uma via elevada poderá provocar a deterioração da respectiva área urbana.

É possível, ainda, considerar como interesses práticos, embora mais próximos dos interesses intelectuais, aqueles referentes a muitas pesquisas desenvolvidas no âmbito dos cursos universitários de graduação. É freqüente professores sugerirem aos alunos a formulação de problemas com o objetivo de treiná-los na elaboração - de projetos de .pesquisa.

Também são inúmeras as razões de ordem intelectual que conduzem à formulação de problemas de pesquisa. Pode ocorrer que um pesquisador tenha interesse na exploração de um objeto pouco conhecido. Por exemplo, quando Freud iniciou seus estudos sobre o inconsciente, este constituía urna área praticamente inexplorada.

Um pesquisador pode interessar-se por áreas já exploradas, com o objetivo de determinar com maior especificidade as condições em que certos fenômenos ocorrem ou como podem ser influenciados por outros. Por exemplo, pode-se estar interessado em verificar em que medida fatores não econômicos agem como motivadores no trabalho, Várias pesquisas já foram realizadas sobre o assunto, mas pode haver interesse em verificar variações nesta generalização. Pode-se indagar se fatores culturais não interferem, intensificando ou enfraquecendo as relações entre aqueles dois fatores.

Pode ocorrer que um pesquisador deseje testar uma teoria específica. Como fez, por exemplo, Wardle (1961) com a teoria da carência materna de Bowlby. Este pesquisador estudou crianças que frequentavam uma clínica de orientação infantil e constatou que os que furtavam, ou apresentavam outros comportamentos anti-sociais, provinham, com freqüência significativa, de lares desfeitos, apresentavam incidência mais elevada de separação da mãe e com maior freqüência tinham pais que provinham também de lares desfeitos.

Pode, ainda, um pesquisador, interessar-se apenas pela descrição de determinado fenômeno. Como, por exemplo, verificar as características socioeconômicas de uma população ou traçar o perfil do adepto de determinada religião.

Os interesses pela escolha de problemas de pesquisa são determinados pelos mais diversos fatores. Os mais importantes são: os valores sociais do pesquisador e os incentivos sociais. Um exemplo do primeiro fator está no pesquisador que é contrário à segregação racial e por isso mesmo vê-se inclinado a investigar sobre esse assunto. Um exemplo do segundo está nos incentivos monetários que são conferidos à investigação sobre comunicação de massa, propiciando o desenvolvimento de grande número de pesquisas, assim como a sofisticação das técnicas empregadas.

7.2. COMO FORMULAR UM PROBLEMA

7.2.1 Complexidade da questãoSecretariado – Desenvolvimento de Projeto 26

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Formular um problema científico não constitui tarefa fácil. Para alguns, isso implica mesmo o exercício de certa capacidade que não é muito comum nos seres humanos. Todavia, não há corno deixar de reconhecer que o treinamento desempenha papel fundamental nesse processo.

Por se vincular estreitamente ao processo criativo, a formulação de problemas não se faz mediante a observação de procedimentos rígidos e sistemáticos. No entanto, existem algumas condições que facilitam essa tarefa, tais como: imersão sistemática no objeto, estudo da literatura existente e discussão com pessoas que acumulam muita experiência prática no campo de estudo (Selltiz, 1967).

A experiência acumulada dos pesquisadores possibilita ainda o desenvolvi mento de certas regras práticas para a formulação de problemas científicos, tais como: (a) o problema deve ser formulado como pergunta; (b) o problema deve ser claro e preciso; (c) o problema deve ser empírico; (d) o problema deve ser suscetível de solução; e (e) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável. Essas regras serão detalhadas adiante.

Com muita freqüência, problemas propostos não se ajustam a essas regras. Isso não significa, porém, que o problema deva ser afastado. Muitas vezes, o melhor será proceder a sua reformulação ou esclarecimento, o que poderá mesmo exigir a realização de um estudo exploratório.

7.2.2. O problema deve ser formulado como pergunta

Esta é a maneira mais fácil e direta de formular um problema. Além disso, facilita sua identificação por parte de quem consulta o projeto ou o relatório da pesquisa. Seja o exemplo de uma pesquisa sobre o divórcio. Se alguém disser que vai pesquisar o problema do divórcio, pouco estará dizendo. Mas se propuser: "que fatores provocam o divórcio?" ou "quais as características da pessoa que se divorcia?", estará efetivamente propondo problemas de pesquisa.

Este cuidado é muito importante sobretudo nas pesquisas acadêmicas. De modo geral, o estudante inicia o processo da pesquisa pela escolha de um rema, que por si só não constitui um problema. Ao formular perguntas sobre o tema, provoca-se sua problematização.

7.2.3. O problema deve ser claro e preciso

Um problema não pode ser solucionado se não for apresentado de maneira clara e precisa. Com freqüência são apresentados problemas tão desestruturados e formulados de maneira tão vaga que não é possível imaginar nem mesmo como começar a resolvê-los. Por exemplo, um iniciante em pesquisa poderia indagar: "Como funciona a mente?" etc. Esses problemas não podem ser propostos para pesquisa, porque não está claro a que se referem.

É pouco provável que pessoas com algum conhecimento de metodologia proponham problemas desse tipo. Nessa eventualidade, porém, deve-se reformular o problema de forma a ser respondível. Talvez se possa reformular a pergunta "Como funciona a mente?" para "Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de memorização?" Claro que esta é urna das muitas reformulações que podem ser feitas à pergunta original. Nada garante que corresponda exatamente à intenção de quem a formulou. Essa certeza só poderá ser obtida após alguma discussão.

Pode ocorrer também que algumas formulações apresentem termos definidos de forma não adequada, o que torna o problema carente de clareza. Seja, por exemplo, a pergunta: "Os cavalos possuem inteligência? A resposta a essa questão depende de como se define inteligência.

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Muitos problemas desse tipo não são solucionáveis porque são apresentados numa terminologia retirada da linguagem cotidiana. Muitos termos utilizados no dia-a-dia são bastante ambíguos. Tome-se o exemplo de um problema que envolva o termo organização. Só poderia ser adequadamente colocado depois que aquele termo tivesse sido definido de forma rigorosamente não ambígua.

Um artificio bastante útil consiste em definir operacionalmente o conceito. A definição operacional é aquela que indica como o fenómeno é medido. Nas ciências físicas e biológicas, a definição operacional tende a ser bantante simples, pois geralmente se dispõe de instrumentos precisos de medida. Por exemplo, o termo temperatura pode ser definido como "aquilo que o termômetro mede". Nas ciências humanas, todavia, as definições operacionais nem sempre são satisfatórias. Por exemplo, em algumas pesquisas, define-se como católica a pessoa que se de-clara como tal. Daí poderão surgir intermináveis discussões. Entretanto, não há como negar que tal definição confere precisão ao conceito. Qualquer pessoa que busque informar-se acerca da pesquisa logo saberá qual o significado que é atribuído ao termo. O mesmo não ocorreria se a determinação da religião do pesquisado ficasse por conta de considerações subjetivas do pesquisador.

7.2.4. O problema deve ser empírico

Foi visto que os problemas científicos não devem referir-se a valores. Não será fácil, por exemplo, investigar se "filhos de camponeses são melhores que filhos de operários" ou se "a mulher deve realizar estudos universitários". Estes problemas conduzem inevitavelmente a julgamentos morais e, conseqüentemente, a considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação científica, que tem a objetividade como urna das mais importantes características.

É verdade que as ciências interessam-se também pelo estudo dos valores. Todavia, estes devem ser estudados objetivamente, como fatos, ou como "coisas", segundo a orientação de Durkheim. Por exemplo, a formulação de determinado problema poderá fazer referência a maus professores. Essa expressão indica valor, mas o pesquisador poderá estar interessado em pesquisar professores que seguem práticas autoritárias, não preparam suas aulas ou adotam critérios arbitrários de avaliação. Trata-se, portanto, de transformar as noções iniciais em outras mais úteis, que se refiram diretamente a fatos empíricos e não a percepções pessoais.

7.2.5. O problema deve ser suscetível de solução

Um problema pode ser claro, preciso e referir-se a conceitos empíricos, porém não se tem ideia de como seria possível coletar os dados necessários a sua resolução. Seja o exemplo: "ligando-se o nervo óptico às áreas auditivas do cérebro, as visões serão sentidas auditivamente?" Essa pergunta só poderá ser respondida quando a tecnologia neurofisiológica progredir a ponto de possibilitar a obtenção de dados relevantes.

Para formular adequadamente um problema, é preciso ter o domínio da tecnologia adequada a sua solução. Caso contrário, o melhor será proceder a uma investigação acerca das técnicas de pesquisa necessárias.

7.2.6. O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável

Em muitas pesquisas, sobretudo nas acadêmicas, o problema tende a ser formulado em termos muito amplos, requerendo algum tipo de delimitação. Por exemplo, alguém poderia formular o problema: "em que pensam os jovens?" Seria necessário delimitar a população dos jovens a serem pesquisados mediante a especificação da faixa etária, da localidade abrangida etc. Seria necessário, ainda, delimitar "o que pensam", já que isto envolve múltiplos aspectos, tais como: percepção acerca

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dos preblemas mundiais, atitude em relação à religião etc.

A delimitação do problema guarda estreita relação com os meios disponíveis para investigação. Por exemplo, uni pesquisador poderia ter interesse em pesquisar a atitude dos jovens em relação à religião. Mas não poderá investigar tudo o que todos os jovens pensam acerca de todas as religiões. Talvez sua pesquisa tenha de se restringir à investigação sobre o que os jovens de determinada cidade pensam a respeito de alguns aspectos de urna religião específica.

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LEITURAS RECOMENDADAS

BEAUD, Michel. Arte da tese: como preparar e redigir uma tese de mestrado, uma monografia ou qualquer outro trabalho universitário. Brasil, 1997.

Este livro, elaborado sob a forma de um manual de pesquisa, dedica seus primeiros capítulos a algumas questões entejais para as pessoas envolvidas na elaboração de teses e monografias: como escolher um bom assunto e um bom orientador?

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas, Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

A segunda parte desse livro é dedicada ao trajeto científico que se inicia com a escolha do problema até a formulação das hipóteses. O texto auxilia na escolha de "bons" problemas e "boas" perguntas.

EXERCÍCIOS

01 - Classifique os problemas a seguir segundo: problemas científicos (C) de va lor (V) ou de "engenharia" (E).

a) O que determina o interesse dos psicológicos brasileiros pela orientação psicanalít ica? ( )b) Que fatores estão associados à intenção de voto em candidatos conservadores? ( )c) Qual a melhor técnica psicoterápica? ( )d) Qual o procedimento mais prático parao armazenamento de milho em pequenas

propriedades rurais? ( )e) É lícito fazer experiências com seres humanos?

02 - Verifique se os problemas abaixo estão formulados de acordo com as normas apresentadas no capítulo 07.

a) Qual a preferência político-partidária dos habitantes da cidade de Belo Horizonte?"

b) "Como são os habitantes da Europa?"

c) "As donas-de-casa de classe média baixa preferem fazer suas compras em feiras livres, pois os preços são mais acessíveis."

d) "Como se comportam os ratos após intenso período de privação?"

e) "Como evoluiu o nível de emprego na construção civil nos últimos dez anos?"

03 - Dê exemplos de problemas elaborados para atingir os seguiines propósitos:

a) Predição de acontecimentos.

b) Análise das conseqüências de alternativas diversas.

c) Avaliação de programas.

d) Exploração de um objeto pouco conhecido.

4 - Com base no tema "preconceito racial", formule um problema sociológico, um psicológico e um econômico.

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8 – COMO REDIGIR O PROJETO DE PESQUISA

Como as pesquisas diferem muito entre si, não se pode falar num roteiro rígido para elaboração de projetos de pesquisa. É possível, no entanto, oferecer um modelo relativamente flexível, mas que considere os elementos considerados essenciais e possibilite a inclusão dos itens inerentes à especificidade da pesquisa. Assim, o roteiro que se segue foi elaborado com base em manuais de universidades e de institutos de pesquisa e em observância às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

8.1. ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO

Os itens que compõem o texto de um projeto dependem de suas finalidades, pois este pode referir-se a uma pesquisa acainica ou profissional, pode desti nar-se à qualificação de um candidato a uma dissertação de mestrado ou doutorado e pode destinar-se também à solicitação de financiamento para a pesquisa. Os projetos mais completos são os de teses e dissertações, cujos itens são detalhados a seguir. Note-se, porém, que a ordem desses itens não precisa ser rígida.

8.1.1. Introdução

A primeira seção do projeto é constituída por sua introdução, que define brevemente os objetivos do trabalho, as razões de sua realização, o enfoque dado ao assunto e sua relação com outros estudos. Essa introdução pode ser elaborada de forma corrente ou apresentar subseções, corno as que são apresentadas a seguir:

Justificativa: Trata-se de uma apresentação inicial do projeto que pode incluir:

•Fatores que determinam a escolha do tema, sua relação com a experiência profissional ou acadêmica do autor, assim como sua vinculação à área temática e a uma das linhas de pesquisa do curso;

•Argumentos relativos à importância da pesquisa, do ponto de vista teórico, metodológico ou empírico;

•Referência a sua possível contribuição para o conhecimento de alguma questão teórica ou prática ainda não solucionada.

Definição ou delimitação do problema: Nesse momento deve-se deixar claro o problema que pretende responder com a pesquisa, assim como sua delimitação espacial e temporal. Cabe também esclarecer o significado dos principais termos envolvidos pelo problema, sobretudo quando podem assumir significados diferentes em decorrência do contexto em que são estudados ou do quadro de referência adotado.

Revisão da literatura: Esta parte é dedicada á contextualização teórica do problema e a seu relacionamento com o que tem sido investigado a seu respeito. Deve esclarecer, portanto, os pressupostos teóricos que dão fundamentação à pesquisa e as contribuições proporcionadas por investigações anteriores. Essa revisão não pode ser constituída apenas por referências ou sínteses dos estudos feitos, mas por discussão crítica do “estado atual da questão”. Quando essa parte se mostrar muito extensa, pode ser apresentada como capítulo independente, logo após a introdução.

Objetivos e/ou hipóteses: Procede-se nesta parte a apresentação dos objetivos da pesquisa em termos claros e precisos. Recomenda-se, portanto, que em sua redação sejam utilizados verbos de ação, como identificar, verificar, descrever e analisar. Quando a pesquisa envolve hipóteses, é necessário deixar explicitas as relações previstas entre as varáveis.

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8.1.2. Metodologia

Descrevem-se os procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa. Sua organização varia de acordo com as peculiaridades de cada pesquisa. Requer-se, no entanto, a apresentação de informações acerca de alguns aspectos, como os que são apresentados a seguir:

•Tipo de pesquisa: deve-se esclarecer se a pesquisa é de natureza exploratória, descritiva ou explicativa. Convém, ainda, esclarecer acerca do tipo de delineamento a ser adotado (pesquisa experimental, levantamento, estudo de caso, pesquisa bibliográfica, etc);

•População e Amostra: envolve informações acerca do universo a ser estudado, da extensão da amostra e da maneira como será selecionada;

•Coleta de dados: envolve a descrição das técnicas a serem utilizadas para coleta de dados. Modelos de questionários, testes ou escalas deverão ser incluídos, quando for o caso. Quando a pesquisa envolver técnicas de entrevista ou de observação, deverão ser incluídos nesta parte também os roteiros a serem seguidos.

•Análise dos dados: envolve a descrição dos procedimentos a serem adotados tanto para análise quantitativa (p. ex.: testes de hipótese, testes de correlação) quanto qualitativa (p, ex.: análise de conteúdo, análise de discurso).

8.1.3. Cronograma de execução

Nesta parte, indica-se o tempo necessário para o desenvolvimento de cada uma das etapas da pesquisa

8.1.4. Suprimentos e equipamentos

Nesta parte, indicam-se os suprimentos e equipamentos necessários para a realização da pesquisa. Os itens variam de acordo com o tipo de pesquisa. Entre os mais utilizados, estão:

• questionários;

• impressos para registro;

• manuais de instrução para pesquisadores;

• equipamentos de registro (lápis, canetas etc.)

• pastas;

• câmaras de vídeo;

• material de laboratório,

8.1.5. Custo do projeto

O projeto deve apresentar uma estimativa dos custos da pesquisa. Uma forma prática consiste em reunir os gastos previstos em vários itens, que, por sua vez, podem ser agrupados em duas categorias: gastos com pessoal e gastos com material.

8.2. ESTILO DE TEXTO

Os projetos de pesquisa são elaborados com a finalidade de serem lidos por professores pesquisadores incumbidos de analisar suas qualidades e limitações. Espera-se, portanto, que seu estilo seja adequado a esses propósitos. Embora cada pessoa tenha seu próprio estilo, ao se redigir o projeto, convém atentar para certas qualidades básicas da redação, que são apresentadas a seguir.

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8.2.1. Impessoalidade

O relatório deve ser impessoal. Convém, para tanto que seja redigido na terceira pessoa. Referências pessoais, como "meu projeto”, "meu estudo", e "minha tese", devem ser evitadas. São preferíveis expressões como: "este projeto" "o presente estudo" etc.

8.2.2. Objetividade

O texto deve ser escrito em linguagem direta evitando-se que a seqüência seja desviada com considerações irrelevantes. A argumentação deve apoiar-se em dados e provas e não em considerações e opiniões pessoais.

8.2.3. Clareza

As idéias devem ser apresentadas sem ambigüidade, para não originar interpretações diversas. Deve-se utilizar vocabulário adequado, sem verbosidade, sem expressões com duplo sentido e evitar palavras supérfluas, repetições e detalhes prolixos.

8.2.4. Precisão

Cada palavra ou expressão deve traduzir com exatidão o que se quer transmitir, em especial no que se refere a registros de observações, medições e análises ciências possuem nomenclatura técnica específica que possibilita conferir precisão ao texto. O redator do relatório não pode ignorá-las. Para tanto, deverá recorrer a dicionários especializados e a outras obras que auxiliem na obtenção de precisão conceitual.

Deve-se evitar o uso de adjetivos que não indiquem claramente a proporção dos objetos, tais corno: pequeno, médio e grande, bem como expressões do tipo: quase todos, uma boa parte etc. Também devem ser evitados advérbios que não explicitem exatamente o tempo, o modo e o lugar, como por exemplo: recentemente, antigamente, lentamente e provavelmente. Deve-se preferir s-empre que possível, o uso de termos passíveis de quantificação, já que são estes os que conferem maior precisão ao texto.

8.2.5. Coerência

As ideias devem ser apresentadas numa seqüência lógica e ordenada, Poderão ser utilizados tantos títulos quanto forem necessários para as partes dos capítulos; sua redação, porém, deverá ser uniforme, iniciando-se ou com verbos ou com substantivos.

O texto deve ser elaborado de maneira harmoniosa. Para tanto, deve-se conferir especial atenção à criação de parágrafos. Cada parágrafo deve referir-se a um único assunto e iniciar-se de preferência com uma frase que contenha a idéia-núcleo do parágrafo o tópico frasal. A essa idéia básica associam-se pelo sentido outras idéias secundárias, mediante outras frases. Deve-se também evitar a criação de um texto no qual os parágrafos sucedem-se uns aos outros como compartimentos estanques, sem nenhuma fluência entre si.

8.2.6. Concisão

O texto deve expressar as idéias com poucas palavras. Convém, portanto, que cada período envolva no máximo duas ou três linhas. Períodos longos, abrangendo várias orações subordinadas, dificultam a compreensão e tornam pesada a leitura. Não se deve temer a multiplicação de frases, pois, à medida que isso ocorre o leitor tem condições de entender o texto sem maiores dificuldades.

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Quando os períodos longos forem inevitáveis, convém colocar na primeira metade as palavras essenciais: o sujeito, o verbo e o adjetivo principal. Isso porque as palavras da primeira parte da mensagem são mais facilmente memorizáveis. Quando, porém, são feitas intercalações com muitas palavras separando o sujeito e o verbo principal, o entendimento torna-se mais difícil.

A simplicidade, paradoxalmente, constitui uma das qualidades mais difíceis e serem alcançadas na redação de um relatório ou monografia. É comum as pessoas escreverem mais para impressionar do que para expressar. Também há os que julgam indesejável empregar linguagem familiar num trabalho científico.

Essas posturas são injustificáveis. Devem ser utilizadas apenas as palavras necessárias. O uso de sinônimos pelo simples prazer da variedade deve ser evitado. Também se deve evitar o abuso dos jargões técnicos, que tornam a prosa pomposa, mas aborrecem o leitor. Convém lembrar que o excesso de palavras não confere autoridade a ninguém; muitas vezes constitui artifício para encobrir a mediocridade.

8.3. ASPECTOS GRÁFICOS DO TEXTO

8.3.1. Digitação e paginação

O texto deve ser digitado em papel branco formato A4 (21 x 29,7 cm), utilizando-se apenas um dos lados do papel e observando-se espaço dois ou três entre as linhas. Nas passagens de parágrafos, pode-se ampliar esse espaço.

Nas margens devem ser observados os espaços: 3 cm para a superior e a esquerda e 2 cm para a superior e a direita.

No inicio do parágrafo deixa-se um espaço de 10 toques. Deve-se evitar o estilo americano que alinha todo o texto à esquerda, sem deixar o espaço do parágrafo.

Para cada página deverá ser atribuído um número, mas a numeração deverá ser escrita somente a partir da segunda página do sumário.

8.3.2. Organização das partes e titulação

Cada urna das partes do relatório recebe um número para facilitar sua localização no texto. Para a numeração das seções primárias ou capítulos são utilizados algarismos arábicos, a partir de um. Para a numeração das seções secundárias, utiliza-se o número do capítulo, mais o número de cada parte, separados por ponto e assim sucessivamente. Recomenda-se que não sejam utilizados mais do que três estágios de subdivisão, em virtude da quantidade de dígitos que devem ser utilizados.

Exemplo:1. Seção primária1.1 Seção secundária1.21,31.3.1 Seção terciária1.3.21.3.3

Os títulos das seções primárias devem ser alinhados à esquerda e aparecer em caixa alta (maiúsculas). Nos demais títulos, também alinhados à esquerda, apenas a primeira letra e as iniciais dos nomes próprios é que deverão aparecer com letras maiúsculas.

O texto de cada seção pode incluir vários parágrafos e também utilizar alíneas (representadas por letras minúsculas) para relacionar itens de conteúdo pouco extenso.

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8.3.3. Disposição do texto

A disposição do texto depende da natureza da pesquisa e da quantidade de informações a serem apresentadas. Nos projetos, a disposição mais usual é a que segue:

• Capa: constitui a proteção externa do trabalho, Deve ser confeccionada com material duro e conter o nome do autor, título, local de publicação e ano; • Folha de rosto: contém os elementos essenciais para a identificação do trabalho: nome do autor, título, subtítulo (se houver), instituição à qual o trabalho é submetido e título pretendido, nome do orientador (quando houver) local e ano.• Lista de ilustrações: relação de tabelas, quadros, gráficos etc. constantes da obra, Pode ser subdividida em: lista de tabelas, lista de gráficos etc.• Sumário: enumeração das principais seções do trabalho, feita na ordem em que aparecem no texto.• Introdução: Ver 8.1.1• Revisão bibliográfica preliminar: Ver 8.1.1• Metodologia: Ver 8.1.2• Cronograma: Ver 8.1.3• Suprimentos e equipamentos: Ver 8.1.4• Custos: Ver 8.1.4• Anexos e/ou apêndices Apêndices são documentos cujo conteúdo foi elaborado pelo próprio autor e que podem ser

consultados para melhor compreensão do projeto, como, por exemplo: questionários, roteiros de entrevistas e de observação etc. Anexos são constituídos por tabelas, quadros, mapas e outros documentos que não foram elaborados pelo autor do projeto.

Cada apêndice ou anexo deve ser identificado por letras maiúsculas consecutivas, e seus respectivos títulos.

• Referências bibliográficas: Ver 8.3.7

8.3.4. Citações

As referências a autores ou transcrição de informações retiradas de outras fontes devem ser indicadas no próprio texto, indicando o sobrenome do autor, seguido do ano de publicação entre parênteses.

Exemplos:De acordo com Weber (1978)...Tripodi, Fellin e Meyer (1975) classificam...Almeida et ai. (2000) acentuam...

As citações textuais devem ser indicadas pela inclusão de aspas no inicio e final dos períodos e o número da página entre parênteses no final. Citações curtas, de até três linhas poderão fazer parte do próprio parágrafo em que são inseridas. Já citações mais longas devem ser apresentadas em bloco próprio, afastado da margem esquerda, com espaço simples e em itálico.

Por exemplo:

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Chalmers (1993) ressalta que:

“A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar etc. Opiniões ou preferências pessoais e suposições especulativas não têm lugar na ciência. A ciência é objetiva, O conhecimento científico é conhecimento confiável porque é conhecimento provado objetivamente" (p. 23).

8.3.5. Ilustrações

Ilustrações são constituídas por gráficos, fotografias, mapas, esquemas, desenhos, quadros, fórmulas, tabelas e outros. São sempre numeradas, em seqüência própria, e contêm títulos escritos em letras minúsculas, com exceção da inicial da frase e dos nomes prórpios. Com exceção das tabelas, quadros e gráficos, as demais ilustrações são designadas como figuras.

As tabelas têm o objetivo de apresentar resultados numéricos e valores comparativos e sua elaboração segue as Normas de Apresentação Tabular do IBGE.

Exemplo:

Tabela 1: Utilização das terras em 31-12-1995, segundo as regiões brasileiras.

RegiõesUtilização das terras em 31-12-1995 (ha)

Área Total

(ha)(1)

Lavouraspermanentese temporárias

Pastagens naturais

e plantadas

Matas naturaise plantadas

Lavouras emdescanso eprodutivas nãoutilizadas

Norte 58 358 880 1972 056 24 386 622 25 756 635 4 498 294

Nordeste 78 296 096 10 345 388 32 076 340 19 783 078 12 715 177

Centro-Oeste 108 510 012 6 576 652 6 2 7 6 3 9 1 2 31 316 326 3 2 8 2 2 2 8

Sudeste 64 085 893 10 594 067 37 777 049 10 221 051 2 369 554

Sul 44 360 364 12 306 291 20 696 549 7 216 509 1 804 862

Fonte. !BGE— Censo Agropecuário de 1995- 996. (1) inclusive terras não aproveitadas .

8.3.6. Notas de rodapé

Servem para proporcionar explicações complementares (U fogem à linha, de raciocínio seguida no texto. Devem ser utilizadas apenas qua.,.do indispensáveis, não sendo recomendadas, portanto, para referências bibliográficas.

8.3.7. Referências bibliográficas

Todos os trabalhos citados no texto devem ser referenciados em ordem alfabética, seguindo as normas da NBR 6023:2000, da ABNT. Seguem exemplos de alguns tipos de referências.

Livro

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: prática de fichamentos, resumos e resenhas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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Capítulo de livro

GUBA, Egon G.; LINCOLN, Yvonna S. Paradigmatic controversies, contradictions and emerging confluences. In: DENZIN, Norman K.; LINCOLN, 'Yvonna (Org.). Handbook of qualitative research. 2 ed. Thousand Oaks: Sage, 2000. Cap. 6, p. 163-189.

Artigo de periódico científico

OSTINI, Fátima Magro et al. O uso de drogas vasoativas em terapia intensiva. Medicina-Revista do Hospital das Clinicas e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, v, 31, nº 3, p. 400-411, jul./set. 1998.

Matéria publicada em revista

CAETANO, José Roberto. Vermelho, só Papai Noel. Exame, São Paulo, ano 35, nº 24, p. 40-43, 28 nov. 2001.

Matéria de jornal assinada

VIEIRA, Fabrício. Na última hora, Argentina paga dívida. Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 dez. 2001. Folha Dinheiro, p. 13-1.

Matéria de jornal não assinada

POLICIAIS acusados de tráfico são presos. Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 dez. 2001. Folha Cotidiano, p, C-1.

Tese ou dissertação

CONCEIÇÃO, Jefferson José da. As indústrias do ABC no olho do furação. 2001, 146 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Centro Universitário Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul.

Documento eletrônico

CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA. Reflexão ética sobre a dignidade humana. Lisboa, 5 jan. 1999. Disponível em: <http://www.cnecv.gov.pt/pdfs/dighum.pdf>. Acesso em: 26 set. 2000,

LEITURAS RECOMENDADAS

MEDEIROS, João Bosco; ANDRADE, Maria Margarida de. Manual de elaboração de referências bibliográficas: a nova NBR 6023:2000 da ABNT: exemplos e comentários. São Paulo: Atlas, 2001.

9 – NORMAS TÉCNICAS

9.1. ABNT NBR 14724

NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 14724:2011

Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação

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1. Escopo

Esta Norma especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros), visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou outros).

Esta Norma aplica-se, no que couber, aos trabalhos acadêmicos e similares, intra e extraclasse.

2. Referências normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 6023, Informação e documentação – Referências – Elaboração

ABNT NBR 6024, Informação e documentação – Numeração progressiva das seções de um documento escrito – Apresentação

ABNT NBR 6027, Informação e documentação – Sumário – Apresentação

ABNT NBR 6028, Informação e documentação – Resumo – Procedimento

ABNT NBR 6034, Informação e documentação – Índice – Apresentação

ABNT NBR 10520, Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação

ABNT NBR 12225, Informação e documentação – Lombada – Apresentação

Código de Catalogação Anglo-Americano. 2. Ed. rev. 2002. São Paulo: FEBAB, 2004

IBGE. Normas de apresentação tabular. 3. Ed. Rio de Janeiro, 1993

3. Termos e definições

Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1 abreviatura

Representação de uma palavra por meio de alguma(s) de sua(s) sílaba(s) ou letra(s)

3.2 agradecimento

Texto em que o autor faz agradecimentos dirigidos àqueles que contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho

3.3 anexo

Texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração

3.4 apêndice

Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho

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3.5 autor

Pessoa física responsável pela criação do conteúdo intelectual ou artístico de um trabalho

3.6 capa

Proteção externa do trabalho sobre a qual se imprimem as informações indispensáveis à sua identificação

3.7 citação

Menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte

3.8 Dados internacionais de catalogação na publicação

Registro das informações que identificam a publicação na sua situação atual

3.9 dedicatória

Texto em que o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho

3.10 dissertação

Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando à obtenção do título de mestre

3.11 Elemento pós-textual

Parte que sucede o texto e complementa o trabalho

3.12 Elemento pré-textual

Parte que antecede o texto com informações que ajudam na identificação e utilização do trabalho

3.13 Elemento textual

Parte em que é exposto o conteúdo do trabalho

3.14 Epígrafe

Texto em que o autor apresenta uma citação, seguida de indicação de autoria, relacionada com a matéria tratada no corpo do trabalho

3.15 errata

Lista dos erros ocorridos no texto, seguidos das devidas correções

3.16 Ficha catalográfica ver 3.8

3.17 folha

Papel com formato definido composto de duas faces, anverso e verso

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3.18 Folha de aprovação

Folha que contém os elementos essenciais à aprovação do trabalho

3.19 Folha de rosto

Folha que contém os elementos essenciais à identificação do trabalho

3.20 glossário

Relação de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições

3.21 ilustração

Designação genérica de imagem, que ilustra ou elucida um texto

3.22 índice

Lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado critério, que localiza e remete para as informações contidas no texto

3.23 lombada

Parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas juntas de outra maneira

3.24 página

Cada uma das faces de uma folha

3.25 referência

Conjunto padronizado de elementos descritivos retirados de um documento, que permite sua identificação individual

3.26 Resumo em língua estrangeira

Versão do resumo para idioma de divulgação internacional

3.27 Resumo na língua vernácula

Apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das conclusões do trabalho

3.28 sigla

Conjunto de letras iniciais dos vocábulos e/ou números que representa um determinado nome

3.29 símbolo

Sinal que substitui o nome de uma coisa ou de uma ação

3.30 subtítulo

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Informações apresentadas em seguida ao título, visando esclarecê-lo ou complementá-lo, de acordo com o conteúdo do trabalho

3.31 sumário

Enumeração das divisões, seções e outras partes do trabalho, na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede

3.32 tabela

Forma não discursiva de apresentar informações das quais o dado numérico se destaca como informação central.

3.33 tese

Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor, ou similar

3.34 título

Palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo de um trabalho

3.35 Trabalho de conclusão de curso de graduação, trabalho de graduação interdisciplinar, trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou aperfeiçoamento.

Documento que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso, programa, e outros ministrados. Deve ser feito sob a coordenação de um orientador

3.36 volume

Unidade física do trabalho

4. Estrutura

A estrutura de trabalhos acadêmicos compreende: parte externa e parte interna.

Com a finalidade de orientar os usuários, a disposição de elementos é dada no Esquema 1:

Esquema 1 – Estrutura do trabalho acadêmico

Capa (obrigatório)Parte externa Lombada (opcional)

Folha de rosto (obrigatório)Errata (opcional)Folha de aprovação (obrigatório) Dedicatória (opcional)Agradecimentos (opcional) Epígrafe (opcional)

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Elementos Resumo na língua vernácula (obrigatório) Pré-textuais Resumo em língua estrangeira (obrigatório)

Lista de ilustrações (opcional) Lista de tabelas (opcional)Lista de abreviaturas e siglas (opcional)Lista de símbolos (opcional)Sumário (obrigatório)

Parte interna

Elementos IntroduçãoTextuais Desenvolvimento

Conclusão

Referências (obrigatório)

Elementos Glossário (opcional)Pós-textuais Apêndice (opcional)

Anexo (opcional)Índice (opcional)

4.1 Parte externa

Deve ser apresentada conforme 4.1.1 e 4.1.2.

4.1.1 Capa

Elemento obrigatório. As informações são apresentadas na seguinte ordem:

Nome da instituição (opcional);

Nome do autor;

Título: deve ser claro e preciso, identificando o seu conteúdo e possibilitando a indexação e recuperação da informação;

Subtítulo: se houver, deve ser precedido de dois pontos, evidenciando a sua subordinação ao título;

Número do volume: se houver mais de um, deve constar em cada capa a especificação do respectivo volume;

Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado; g) ano de depósito (da entrega).

4.1.2 Lombada

Elemento opcional. Apresentada conforme a ABNT NBR 12225.

4.2 Parte interna

Deve ser apresentada conforme 4.2.1 a 4.2.3.

4.2.1 Elementos pré-textuais

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A ordem dos elementos pré-textuais deve ser apresentada conforme 4.2.1.1 a 4.2.1.13.

4.2.1.1 Folha de rosto

Elemento obrigatório. Apresentada conforme 4.2.1.1.1 e 4.2.1.1.2.

4.2.1.1.1 Anverso

Os elementos devem ser apresentados na seguinte ordem:

Nome do autor;

Título;

Subtítulo se houver;

Número do volume se houver mais de um, deve constar em cada folha de rosto a especificação do respectivo volume;

Natureza: tipo do trabalho (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso e outros) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é submetido; área de concentração;

Nome do orientador e, se houver do co-orientador;

Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;

Ano de depósito (da entrega).

4.2.1.1.2 Verso

Deve conter os dados de catalogação na publicação, conforme o Código de Catalogação Anglo-Americano vigente.

4.2.1.2 Errata

Elemento opcional. Deve ser inserida logo após a folha de rosto, constituída pela referência do trabalho e pelo texto da errata. Apresentada em papel avulso ou encartado, acrescida ao trabalho depois de impresso.

EXEMPLOERRATA

FERRIGNO, C. R. A. Tratamento de neoplasias ósseas apendiculares com reimplantação de enxerto ósseo autólogo autoclavado associado ao plasma rico em plaquetas: estudo crítico na cirurgia de preservação de membro em cães. 2011. 128 f. Tese (Livre-Docência) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

Folha Linha Onde se lê Leia-se16 10 Autoclavado Autoclavado

4.2.1.3 Folha de aprovação

Elemento obrigatório. Deve ser inserida após a folha de rosto, constituída pelo nome do autor do trabalho, título do trabalho e subtítulo (se houver), natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da Secretariado – Desenvolvimento de Projeto 43

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instituição a que é submetido, área de concentração) data de aprovação, nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e instituições a que pertencem. A data de aprovação e as assinaturas dos membros componentes da banca examinadora devem ser colocadas após a aprovação do trabalho.

4.2.1.4 Dedicatória

Elemento opcional. Deve ser inserida após a folha de aprovação.

4.2.1.5 Agradecimentos

Elemento opcional. Devem ser inseridos após a dedicatória.

4.2.1.6 Epígrafe

Elemento opcional. Elaborada conforme a ABNT NBR 10520. Deve ser inserida após os agradecimentos. Podem também constar epígrafes nas folhas ou páginas de abertura das seções primárias.

4.2.1.7 Resumo na língua vernácula

Elemento obrigatório. Elaborado conforme a ABNT NBR 6028.

4.2.1.8 Resumo em língua estrangeira

Elemento obrigatório. Elaborado conforme a ABNT NBR 6028.

4.2.1.9 Lista de ilustrações

Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, travessão, título e respectivo número da folha ou página. Quando necessário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outras).

EXEMPLO

Quadro 1 – Valores aceitáveis de erro técnico de medição relativo para antropometristas iniciantes e experientes no Estado de São Paulo 5

4.2.1.10 Lista de tabelasElemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da folha ou página.

EXEMPLO

Tabela 1 – Perfil socioeconômico da população entrevistada, no período de julho de 2009 a abril de 2010

4.2.1.11 Lista de abreviaturas e siglas

Elemento opcional. Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo.

EXEMPLO

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ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Fil. Filosofia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

4.2.1.12 Lista de símbolos

Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com o devido significado.

EXEMPLO

dab Distância euclidiana

O(n) Ordem de um algoritmo

4.2.1.13 Sumário

Elemento obrigatório. Elaborado conforme a ABNT NBR 6027.

4.2.2 Elementos textuais

O texto é composto de uma parte introdutória, que apresenta os objetivos do trabalho e as razões de sua elaboração; o desenvolvimento, que detalha a pesquisa ou estudo realizado; e uma parte conclusiva.

4.2.3 Elementos pós-textuais

A ordem dos elementos pós-textuais deve ser apresentada conforme 4.2.3.1 a 4.2.3.5.

4.2.3.1 Referências

Elemento obrigatório. Elaboradas conforme a ABNT NBR 6023.4.2.3.2 Glossário

Elemento opcional. Elaborado em ordem alfabética.

EXEMPLO

Deslocamento: Peso da água deslocada por um navio flutuando em águas tranqüilas.

Duplo Fundo: Robusto fundo interior no fundo da carena.

4.2.3.3 Apêndice

Elemento opcional. Deve ser precedido da palavra APÊNDICE, identificado por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelo respectivo título. Utilizam-se letras maiúsculas dobradas, na identificação dos apêndices, quando esgotadas as letras do alfabeto.

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EXEMPLO

APÊNDICE A – Avaliação numérica de células inflamatórias

4.2.3.4 Anexo

Elemento opcional. Deve ser precedido da palavra ANEXO, identificado por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelo respectivo título. Utilizam-se letras maiúsculas dobradas, na identificação dos anexos, quando esgotadas as letras do alfabeto.

EXEMPLO

ANEXO A – Representação gráfica de contagem de células inflamatórias presentes nas caudas em regeneração - Grupo de controle I (Temperatura...)

4.2.3.5 Índice

Elemento opcional. Elaborado conforme a ABNT NBR 6034.

5. Regras gerais

A apresentação de trabalhos acadêmicos deve ser elaborada conforme 5.1 a 5.9.

5.1 Formato

Os textos devem ser digitados ou datilografados em cor preta, podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado, no formato A4 (21 cm 29,7 cm).

Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso da folha, com exceção dos dados internacionais de catalogação na publicação que devem vir no verso da folha de rosto. Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais sejam digitados ou datilografados no anverso e verso das folhas.As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2 cm.

Recomenda-se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para todo o trabalho, inclusive capa, excetuando-se citações com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, dados internacionais de catalogação na publicação, legendas e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em tamanho menor e uniforme.5.2 Espaçamento

Todo texto deve ser digitado ou datilografado com espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas das ilustrações e das tabelas, natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetido e área de concentração), que devem ser digitados ou datilografados em espaço simples. As referências, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por um espaço simples em branco.

Na folha de rosto e na folha de aprovação, o tipo do trabalho, o objetivo, o nome da instituição e a área de concentração devem ser alinhados do meio da mancha gráfica para a margem direita.

5.2.1 Notas de rodapé

As notas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples de entre as linhas e por filete de 5 cm, a partir da margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas e com fonte menor.

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5.2.2 Indicativos de seção

O indicativo numérico, em algarismo arábico, de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere. Os títulos das seções primárias devem começar em página ímpar (anverso), na parte superior da mancha gráfica e ser separados do texto que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço entre as linhas de 1,5. Títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a partir da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do título.

5.2.3 Títulos sem indicativo numérico

Os títulos, sem indicativo numérico – errata, agradecimentos, lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumos, sumário, referências, glossário, apêndice(s), anexo(s) e índice(s) – devem ser centralizados.

5.2.4 Elementos sem título e sem indicativo numérico

Fazem parte desses elementos a folha de aprovação, a dedicatória e a(s) epígrafe(s).

5.3 Paginação

As folhas ou páginas pré-textuais devem ser contadas, mas não numeradas.

Para trabalhos digitados ou datilografados somente no anverso, todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas sequencialmente, considerando somente o anverso. A numeração deve figurar, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha.

9.2. ABNT NBR 1052

Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação

1. ObjetivoEsta Norma específica as características exigíveis para apresentação de citações em documentos.

2. Referências normativas

As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda Norma está sujeita à revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências – Elaboração

NBR 10522:1998 – Abreviação na descrição bibliográfica - Procedimento

3. Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1. Citações: Menção de uma informação extraída de outra fonte

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3.2. Citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original.

3.3. Citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado.

3.4 Citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado.

3.5. Notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra

onde o assunto foi abordado.

3.6. Notas de rodapé: indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou

editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica.

3.7. Notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não

possam ser incluídos no texto.

4. Localização

As citações podem aparecer:

a)no texto;

b)em notas de rodapé

5. Regras gerais de apresentação

Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição, responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser letras maiúsculas.

Exemplos: A ironia seria assim um forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação proposta por Authier-Reiriz (1982)

"Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia [...]" (DERRIDA, 1967, p. 293).

a. Especificar no texto a(s) páginas, volume(s), tomo(s) ou seção(ões) da fonte consultada, nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data, separado(s) por vírgula e precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de forma abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s) consultada(s) é opcional.

Exemplos: A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia em 1928 (MUMFORD, 1949, p. 513).

Oliveira e Leonardos (1943, p. 446) dizem que a [...] relação da série São Roque com os granitos porfiróides pequenos é muito clara.

Meyer parte de uma passagem da crônica de "14 de maio, de A Semana:" Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou [...] (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).

b. As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação.

Exemplos: Barbour (1971, p. 35) descreve: "O estudo da morfologia dos terrenos [...] ativos [...]"

Ou

"Não se mova, faça de conta que está morta." (CLARAC BONNIN, 1985, p. 72).Secretariado – Desenvolvimento de Projeto 48

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Segundo Sá (1995, p. 27): "[...] por meio da mesma arte de conversação' que abrange tão extensa e significativa parte da nossa existência cotidiana [...]"

c. As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se observar apenas o recuo.

Exemplo: A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade

de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da televisão, telefone, e computador. Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181)

d. Devem ser indicadas as supressões, interpolações, comentários, ênfase ou desta-ques, do seguinte modo:

e. supressões [...]b) interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]

c)ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico.

f. Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal (palestras, debates, comuni-

cações, etc...), indicar, entre parênteses, a expressão informação verbal, mencionan-

do-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.

Exemplos: No texto

O novo medicamento estará disponível até o final deste semestre (informação verbal)1

No rodapé da página.

_________________1 Noticia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001

g. Na citação de trabalho em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato, indicando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.

Exemplos: No texto

Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia do Rio Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração)1.

No rodapé da página.

_________________1 Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS, 2002.

h. Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a chamada da citação, ou grifo do autor caso o destaque já faça parte da obra consultada.

Exemplos: "[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer morais, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade ." (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso).

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"[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que, aparecendo o classicismo como manifestação de passado colonial. [...]" (CÂNDIDO, 1993, v. 2, p. 12, grifo do autor).

i. Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor deve-se incluir, após a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses.

Exemplo:

"Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si mesmo [...] pode julgar-se pecador e identificar-se com seu pecado." (RAHNER, 1962, v. 4, p. 463, tradução nossa).'

6. Sistema de chamada

As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: numérico ou autor-data.

a. Qualquer que seja o método adotado deve ser seguido constantemente ao longo de todo o trabalho, permitindo sua correlação na lista de referências ou em notas de rodapé.

i. Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es), instituição(ões), responsável(eis) estiver(em) incluído(s) na sentença, indica-se a data, entre parênteses, acrescida da(s) página(s), se a citação for direta.

Exemplo: Em Teatro Aberto (1963) relata-se a emergência do teatro do absurdo

Segundo Morais (1955, p. 32) assinala "[...] a presença de concreções de bauxita no Rio Cricon."

ii. Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes: se mesmo assim existir coincidência, colocam-se os prenomes por extenso.

Exemplo: (BARBOSA, C, 1958)(BARBOSA, O, 1959)(BARBOSA, Cássio, 1965)(BARBOSA, Celso, 1965)

iii. As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de referências.

Exemplo: De acordo com Reeside (1972a)

(REESIDE, 1927b)

iv. As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tem as suas datas separadas por vírgula.

Exemplo: (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)Secretariado – Desenvolvimento de Projeto 50

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(CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000)

v.As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados V. simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética.

Exemplo: Ela polariza e encaminha, sob a forma de "demanda coletiva", as necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997).

Diversos autores salientam a importância do "acontecimento desencadeador" no inicio de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991).

b. Sistema numérico

Neste sistema, a indicação da fonte é feita por uma numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referências ao final do trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem em que aparecem no texto. Não se inicia a numeração das citações a cada página.

c. O sistema numérico não deve ser utilizado quando há notas de rodapé.

A indicação da numeração pode ser feita entre parênteses, alinhada ao texto, ou situada pouco aci-

ma da linha do texto em expoente à linha do mesmo, após a pontuação que fecha a citação.

Exemplo: Diz Rui Barbosa: "Tudo é viver, previvendo." (15)

Diz Rui Barbosa: "Tudo é viver, previvendo." 15

d. Sistema autor data

Neste sistema, a indicação da fonte é feita:

a) pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido(s) da data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação direta, separado por vírgula e entre parênteses:

Exemplos: No texto:

A chamada "pandectísta havia sido a forma particular pela qual o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em particular." (LOPES, 2000, p. 225)."

Na lista de referências:

LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na História. São Paulo: Max Limonad, 2000.

No texto

Bobbio (1995, p.30) com muita propriedade nos lebra, ao comentar esta situação, que os "juristas medievais justificaram formalmente a validade do direito romano ponderando que este era o direito do Império Romano que tinha sido reconstituído por Carlos Magno com o nome de Sacro Império Romano."

Na lista de referências:

BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosofia do Direito. São Paulo, Ícone, 1995.

No texto:Secretariado – Desenvolvimento de Projeto 51

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De fato, semelhante equacionamento do problema conteria o risco de se considerar a literatura meramente como uma fonte a mais de conteúdos já previamente disponíveis, em outros lugares, para a teologia (JOSSUA; METZ 1976, p.3).

Na lista de referências:

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JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura. Concilium, Petrópolis, v. 115, n. 5, p. 2-5, 1976.

No texto:

Merriam e Caffarella (1991) observam que a localização de recursos tem um papel crucial no processo de aprendizagem autodirigida.

Na lista de referências:

MERRIAM, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adul'hood: a comprehensive guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991.

No texto:

"Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer circunstância, sem quaisquer restrições estatais, pelas moedas dos outros Estados-membros." (COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 1992, p. 34).

Na lista de referências:

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. A união européia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Européias, 1992.

No texto:

O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino superior 9BRASIL, 1995).

Na lista de referências:

BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. Plano diretor da reforma do aparelho do Estado. Brasília, DF, 1995.

b) pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso das obras sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação direta, separados por vírgula e entre parênteses;

Exemplos: No texto:

"As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e transparentes de avaliação sistemática das suas atividades, levando em conta seus objetivos institucionais e seus compromissos para com a sociedade." (ANTEPROJETO..., 1987, p. 55).

Na lista de referências:

ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates, Brasília, DF,. N. 13, p. 51-60, jan. 1987.

c) se o título iniciar por artigo (definido ou indefinido), ou monossílabo, este deve ser incluído na indicação da fonte.

Exemplos: No texto:

E eles disseram "globalização", e soubemos que era assim que chamavam a ordem absurda em que dinheiro é a única pátria à qual se serve e as fronteiras se diluem, não pela fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos sem nacionalidade (A FLOR..., 1995, p. 4).

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Na lista de referências:

A FLOR Prometida. Folha de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 21 abr. 1995.

No texto:

Em Nova Londrina (PR), as crianças são levadas às lavouras a partir dos 5 anos." (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 2).

Na lista de referências:

NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro, 16 Jul. 1995. O País, p. 12.

7. Notas de rodapé

Deve-se utilizar o sistema autor data para as citações no texto e o numérico para notas explicativas. As notas de rodapé podem ser conforme 7.1 e 7.2 e devem ser alinhadas a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço entre elas e com fonte menor.

Exemplos

__________________1 Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer (1976).2 Encontramos esse tipo de perspectiva na 2ª parte do verbete referido na nota anterior, em grande parte do estudo de Rahner (1962).

a. Notas de referência

A numeração das notas de referência é feita por algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página.

b. A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa.

Exemplo: No rodapé da página

__________________

8 FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros, 1994.

c. As subsequentes citações da mesma obra podem ser referenciadas de forma abreviada, utilizando as seguintes expressões, abreviadas quando for o caso:

a) Idem – mesmo autor-Id.:

Exemplo:

__________________8 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, p.9.9 Id, 2000, p. 19.

b) Iidem – na mesma obra – Ibid.:

Exemplo:

__________________3 DURKHEIM, 19215, p. 176.

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4 Ibid, p. 190.

c) Opus citatum, opere citato – obra citada – op. cit.:

Exemplo:

__________________8 ADORNO, 1996, p. 389 GARLAND, 1990, p. 42-4310 ADORNO, op. cit., p. 40.

d) Passim – aqui e ali, em diversas passagens – passim:

Exemplo:

__________________5 RIBEIRO, 1997, passim.

e) Loco citado – no lugar citado – loc. cit.:

Exemplo:

__________________4 TOMASELLI: PORTER, 9912, p. 33-46

5 TOMASELLI: PORTER, loc. cit

f) Confira, confronte – cf.:Exemplo:

__________________3 Cf. CALDIERA, 1992

g) Sequentia – seguinte ou que se segue – et seq.:

Exemplo:__________________

6 FOUCALT, 1994, p. 17 et seq.

d. A expressão apud – citado por, conforme segundo – pode, também ser usada no texto.

Exemplos: No texto:

Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser [...]

"[...] o viés organicista da burocracia estatal e antiliberalismo da cultura política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946." (VIANNA, 1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).

No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto, prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.

No rodapé da página:

__________________1 EVANS, 1987 APUD sage, 1992, P. 2-3.

i. As expressões constantes nas alíneas a), b), c) e f) de 7.1.2 só podem ser usadas na mesma página ou folha da citação a que se referem.

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e. Notas explicativas

A numeração das notas explicativas é feita em algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página.

Exemplos: No texto:

O comportamento liminar correspondente à adolescência vem se constituindo numa das conquistasuniversais, como está, por exemplo, expresso no Estatuto da Criança e do Adolescente.

No rodapé da página:

__________________1 Se a tendência à universalização das representações sobre a periodização dos ciclos de vida desrespeita a especificidade dos valores culturais de vários grupos, ela é condição para a constituição de adesões e grupos de pressão integrados à moralização de tais formas de inserção de crianças e de jovens.

No texto:

Os pais estão sempre confrontados diante das duas alternativas: vinculação escolar ou vinculação profissional.4

No rodapé da página:

__________________4 Sobre essa opção dramática, ver também Morice (1996, p. 269-290).

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Atividade Avaliativa de Metodologia Científica

1 – Pesquise em livros de Metodologia e responda:

a) O que é pesquisa?

b) O que é um projeto de pesquisa?

c) Quais os elementos de um projeto de pesquisa? Explique sobre cada um.

d) O que é pesquisa bibliográfica?

e) O que é pesquisa de campo?

f) O que é instrumento de coleta de dados?

LISTA DE EXERCÍCIOS SOBRE NORMAS DA ABNT

1) De acordo com as normas da ABNT, os elementos que se constituem como pré-textuais num trabalho acadêmico são:

2) Os elementos que se constituem como pré-textuais num trabalho acadêmico e que SÃO obrigatórios:

3) Os elementos que se constituem como pré-textuais num trabalho acadêmico, mas NÃO são obrigatórios:

4) As listas de ilustrações, tabelas, quadros, gráficos, figuras, são informações opcionais e devem ser elaboradas de acordo com a ordem apresentada no texto? Essa afirmação é verdadeira?

5) A capa é um elemento pré-textual obrigatório e quanto à paginação NÃO é numerada e nem contada. Essa afirmação é verdadeira?

6) Descreva epígrafe:

7) Os elementos que se constituem como TEXTUAIS num trabalho acadêmico são:

8) Explique porque INTRODUÇÃO NÃO é um elemento pré-textual e porque a CONCLUSÃO NÃO é um elemento pós-textual?

9) Os elementos que se constituem como PÓS-TEXTUAIS num trabalho acadêmico são?

10) Os elementos pós-textuais são contados e numerados. Essa afirmação é verdadeira?

11)Cite os cinco principais itens que devem constar na capa:

12) Descreva:

Formatação do papel:

Cor da folha:

Margens:

Tipo de letra no Word:

Tamanho da letra no Word para digitação de títulos de seções e parágrafos:Técnico em Secretariado 57

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Tamanho da letra no Word para digitação de citações longas, notas de rodapé, tabelas, quadros e ilustrações:

Espacejamento para o texto:

Espacejamento para citações longas (com mais de três linhas), notas de rodapé, legendas das ilustrações e das tabelas, re-ferências, ficha catalográfica, natureza do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetida e área de concentração e referências:

13) Responda (V) para verdadeiro e (F) para falso:

( ) as referências, na estrutura do trabalho, correspondem as partes pós-textuais, sendo um elemento obrigatório e quanto a paginação é contada e numerada.( ) no trabalho, todas as folhas devem ser contadas e numeradas, a partir da folha de rosto.( ) os títulos, os subtítulos e as seções dos capítulos devem ser alinhados à margem direita.( ) a seção secundária deve ter as primeiras letras maiúscula e sem negrito.( ) as tabelas são apresentadas com letra Times New Roman ou Arial, tamanho 10 e entrelinhamento simples.

14) Apresente as principais características:

Citação direta curta:

Citação direta longa:

Citação indireta:

Citação de citação:

15) Considerando o texto abaixo, escrito por MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Responda V ou F, sobre as citações diretas curtas em um trabalho acadêmico:

Texto retirado da página 136: A cultura norte-americana, variante da cultura ocidental européia, por exemplo, dá ênfase à mobilidade e à competição, assim como à felicidade individual, ao passo que a cultura zuñi acentua os valores grupais, preocupando-se menos com a felicidade individual e procurando evitar a competição e, até certo ponto, a realização individual. Esses enfoques, dados pela cultura ge-ral, podem levar o cientista, principalmente na área de ciências sociais, a se preocupar mais com determinado aspecto da so-ciedade, originando hipóteses sobre temas específicos.

a. ( ) “A cultura norte-americana, variante da cultura ocidental européia, por exemplo, dá ênfase à mobilidade e à competição, assim como à felicidade individual.” (MARCONI; LAKATOS, 2007, P. 136).

b. ( ) Segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 136) “A cultura norte-americana, variante da cultura ocidental européia, por exemplo, dá ênfase à mobilidade e à competição, assim como à felicidade individual [...]” “[...] Esses, enfoques, dados pela cultura geral, podem levar o cientista, principalmente na área de ciências sociais [...]”

c. ( ) “[...] ao passo que a cultura zuñi acentua os valores grupais, preocupando-se menos com a felicidade individual e pro-curando evitar a competição e, até certo ponto, a realização individual [...]” (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 136)

d. ( ) Segundo MARCONI e LAKATOS “A cultura norte-americana [...] dá ênfase à mobilidade e à competição [...]”e. ( ) “[...] Ao passo que a cultura zuñi acentua os valores grupais [...]” (Marconi; Lakatos, 2007, p. 136)f. ( ) A cultura norte-americana, variante da cultura ocidental européia, por exemplo, dá Ênfase à mobilidade e à competição,

assim como à felicidade individual [...] (MARCONI e LAKATOS, 2007, P. 136)

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16) Dadas as informações abaixo, componha a referência obedecendo a sequência correta dos elementos:PARA UM LIVRO:

Informações essenciais Título: Como elaborar projetos de pesquisaAno: 2002Autor: Antonio Carlos GilEditora: AtlasLocal: São PauloEdição: 4Volume: ..............................

ARTIGO DE REVISTA:

Informações essenciaisAutor: Hugh LaceyTítulo do artigo: Aspectos cognitivos e soci-

ais das práticas científicasTítulo da revista: Scientae StudiaLocal de publica-ção:

São Paulo

Página (inicial e fi-nal) do artigo:

83 – 96

Volume: v. 6Mês: ........Fascículo / número: n. 1Ano: 2008

17) Assinale com ( x ) a resposta correta. Dadas as alternativas abaixo, qual das referências corresponde à construção das informações na ordem e no formato correto da referência de um LIVRO de acordo com as normas da ABNT?

( ) FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 2003. São Paulo. 44ª Ed. Cortez , 2003.( ) Ciência para quem? Formação científica para que?: a formação do professor conforme desafios regionais. NOGUEI-RA, A. (org). Petrópolis: Vozes, 2000.( ) LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.( ) RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 2003, 31. ed. Vozes: Petrópolis.

18) Assinale com ( x ) a resposta correta. Dadas as alternativas abaixo, qual das referências corresponde à construção das informações na ordem e no formato correto da referência de um ARTIGO DE REVISTA de acordo com as normas da ABNT?

( ) Exclusão socioeconômica e violência urbana. Sociologias. ADORNO, S. Porto Alegre, v. 4, n. 8, p. 84 – 135, jul./dez. 2002( ) BEATO FILHO, C. Determinantes da Criminalidade em Minas Gerais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Pau-lo, v. 13, n. 37, jun. 1998, p. 74 – 89.( ) MINAYO, M. C. de S. A violência social sob a perspectiva da saúde pública. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 07 – 18, jan. 1994.( ) ZALUAR, A. Um debate disperso: Violência e crime no Brasil d redemocratização. São Paulo, São Paulo em Perspecti-va, n. 3, v. 13, p. 3 – 17, 1999, jul./set.

19) Para Marconi e Lakatos (2002) além do conhecimento científico quais são os outros tipos de conhecimentos citados?

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20) Diga qual é o tipo de conhecimento de acordo com suas características:

O conhecimento ____________________________________ tem por característica ser valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível e inexato.O conhecimento ____________________________________ tem por característica ser real, contingente, sistemático, verifi-cável, falível e aproximadamente exato.O conhecimento ____________________________________ tem por característica ser valorativo, racional, sistemático, não verificável, infalível e exato.O conhecimento ____________________________________ tem por característica ser valorativo, inspiracional, sistemáti-co, não verificável, infalível e exato.

21) Diga qual é o tipo de conhecimento que cada afirmativa abaixo corresponde:

Conhecimento __________________________________ “Conhecimento que se apóia em doutrinas que contêm proposi-ções sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural. Parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e in-discutíveis.”Conhecimento ___________________________________ “Conhecimento transmitido de geração em geração por meio da educação informal e baseado na imitação e na experiência pessoal.”Conhecimento ___________________________________ “Conhecimento que procura responder às grandes indagações do espírito humano, buscando até leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência."Conhecimento ____________________________________ “Conhecimento obtido de modo racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar “por que” e “como” os fenômenos ocorrem.”

22) Preencha no espaço ( ) com o número correspondente (1, 2, 3, 4, 5 ou 6), seguindo a orientação:

(1) para a afirmativa que corresponde a TEMA GERAL(2) para a afirmativa que corresponde à DELIMITAÇÃO DO TEMA(3) para a afirmativa que corresponde ao PROBLEMA

(4) para a afirmativa que corresponde à HIPÓTESE(5) para a afirmativa que corresponde aos OBJETIVOS(6) para a afirmativa que corresponde à JUSTIFICATIVA

( ) ser a resposta à pergunta de pesquisa.( ) serem construídos começando com o verbo no infinitivo.( ) especificar de forma detalhada o assunto que se deseja realizar a pesquisa.( ) ser uma resposta básica, suposta e provisória.( ) a tentativa de convencer o leitor que a pesquisa a ser realizada é de suma importância.( ) por geralmente ser expresso em forma de pergunta.( ) pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada pelo pesquisador, ou da sua curiosidade científica, ou de desafios encon-trados na literatura de outros trabalhos ou da própria teoria.( ) por ser uma solução provisória para determinado problema.( ) processo de especificação do tema, dado por concluído quando se faz a limitação geográfica e espacial do mesmo.( ) determinar onde o pesquisador quer chegar com a realização da pesquisa.( ) indicar exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver na pesquisa.( ) exaltar a importância do estudo do tema.( ) ser a mola propulsora para todo o trabalho de pesquisa.( ) ser o assunto genérico e amplo que se deseja provar ou desenvolver.( ) ser sinônimo de metas que o pesquisador deseja alcançar com a pesquisa.( ) a tentativa de convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado.( ) por geralmente ser criado pelo pesquisador e ser relacionado ao tema escolhido.

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10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CERVO, A.L; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fichamento de Metodologia Científica. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1985.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2007.

“ Quando recebemos um ensinamento devemos receber como um valioso presente e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende”

Albert Einstein

Técnico em Secretariado 61

Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!