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Centro Universitário Hermínio Ometto
UNIARARAS
RODOLFO ALVES CORRÊA
ESTUDO DA OCLUSÃO E SUA RELAÇÃO COM AS DISFUNÇÕES
TÊMPORO-MANDIBULARES (DTM).
ARARAS/SP
FEVEREIRO/2007
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1
Centro Universitário Hermínio Ometto
UNIARARAS
RODOLFO ALVES CORRÊA [email protected]
ESTUDO DA OCLUSÃO E SUA RELAÇÃO COM AS DISFUNÇÕES
TÊMPORO-MANDIBULARES (DTM).
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto –
UNIARARAS, para obtenção do Título
de Mestre em Odontologia, Área de
Concentração em Ortodontia.
Orientador: Prof a. Dra. Heloisa C.
Valdrighi
e-mail: [email protected]
Co-Orientador: Prof. Dr. Mário
Vedovello Filho
e-mail: [email protected]
ARARAS/SP
FEVEREIRO/2007
2
Campus Universitário “Duse Rüegger Ometo”.
UNIARARAS
CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO
FOLHA DE APROVAÇÃO A Dissertação intitulada: “ Estudo da oclusão e sua relação com as disfunções
têmporo-mandibulares (DTM) ” , apresentada a UNIARARAS – Centro Universitário
Hermínio Ometto, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia área de
concentração em Ortodontia em 12 de março de 2007, à Comissão
Examinadora abaixo nominada, foi aprovada após liberação pela orientadora.
Profa. Dra. Heloisa Cristina Valdrighi – Presidente (Orientadora) Prof. Dr. Mário Vedovello Filho – 1º Membro Prof. Dr. Luiz Valdrighi – 2º Membro
3
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Salete Aparecida
Secco Corrêa e Saulo Alves Corrêa,
que nunca deixaram de me incentivar a
realizar mais um sonho em minha vida.
Obrigado.
4
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário Hermínio Ometto; à Magnífica Reitora Prof. Dra. Miriam
de Magalhães Oliveira Levada; e ao Magnífico Pró-Reitor de Pós-Graduação e
Pesquisa Prof. Dr. Marcelo Augusto Marretto Esquisatto, a minha admiração.
Ao Prof. Dr. Ricardo de Oliveira Bozzo, Coordenador do Curso de Odontologia,
pelo estímulo aqueles que se dedicam ao aprimoramento dos conhecimentos
científicos.
Ao Coordenador do Programa de Mestrado, Prof. Dr. Mário Vedovello Filho,
pela presteza, senso de responsabilidade e espírito de liderança na condução
do Curso de Pós Graduação em Ortodontia.
À minha orientadora, Profa. Dra. Heloísa Cristina Valdrighi, pela ajuda,
incentivo e solicitude sempre que foi necessário.
Aos demais professores, do Programa de Pós-Graduação do Centro
Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, pelos conhecimentos
transmitidos.
Aos colegas do curso de Mestrado em Ortodontia, pelo convívio e amizade.
À equipe de funcionários de Centro Universitário Hermínio Ometto, pela ajuda e
atenção.
Aos pacientes, pela oportunidade de adquirir mais conhecimentos técnicos e
científicos.
5
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi, através de uma revisão de literatura e sua
análise crítica, verificar se a oclusão em indivíduos tratados ou não
ortodonticamente tem influência na disfunção têmporo-mandibular.
Nesse sentido foram focalizados os seguintes aspectos: se a quantidade de
indivíduos tratados ortodonticamente é ou não significante; se até que ponto os
ruídos articulares; em indivíduos tratados ou não ortodonticamente, são ou não
significante; se o tratamento ortodôntico pode devolver a normalidade aos
indivíduos com DTM; se o exame clínico pode permitir adotar medidas de
prevenção às causa de DTM em indivíduos tratados ortodonticamente.
Desta análise foi possível tirar as seguintes conclusões: o número de
indivíduos tratados ortodonticamente é significante; a prevalência de ruídos
articulares, independentemente de tratados ou não ortodonticamente é
significante; o tratamento ortodôntico não altera os riscos para DTM e nem
piora sinais e sintomas do pré-tratamento; o exame clínico por si só não
identifica todos os defeitos estruturais, não permitindo medidas de prevenção
de possíveis disfunções em indivíduos tratados ortodonticamente, portanto não
dispensando os exames complementares.
Palavras-chaves: Articulação Temporomandibular / Ortodontia / Má oclusão. .
6
ABSTRACT
The goal of this work was, through a revision of the literature and her
critical analysis, verifies if the occlusion in people treated or not orthodontically
have influence in the disfunction temporomandibular. In this way was focused
the next aspects: if the quantity of people treated orthodontically is or is not
significant; if wither the articulars noises in people treated or not orthodontically
are or are not significant; if the orthodontic treatment can develop the normality
to the people with DTM; if the clinic exam cam allow adopting preventions
measures to the causes of DTM in people treated orthodontically. From this
analysis was possible take the next conclusions: the number of people treated
orthodonticallyis is significant, the permanency of articulars noises apart of
treated or not orthodontically is significant, the orthodontic treatment do not
change the risks for DTM and neither worsen signals and prognostics of pre-
treatment, the clinic exam by it self do not identifies all the structurals defects,
do not allow preventions measures of possible disfunctions in people treated
orthodontically, therefore do not dispensig the complementary exam.
Key words: temporomandibular joint / orthodontics / malocclusion
7
LISTA DE ABREVIATURAS
DTM ..................................................................... disfunção têmporo-mandibular
ATM.................................................................... articulação têmporo-mandibular
EVA ................................................................................. exame visual analógico
RC ............................................................................................... relação cêntrica
MIH...................................................................máxima intercuspidação Habitual
DCM ........................................................................disfunção crânio mandimular
8
SUMÁRIO
Resumo............................................................................................................ 05
Abstract ............................................................................................................ 06
Lista de Abreviaturas........................................................................................ 07
Introdução ........................................................................................................ 09
Objetivos .......................................................................................................... 10
Revisão da Literatura ....................................................................................... 11
Discussão......................................................................................................... 26
Conclusão ........................................................................................................ 30
Referências Bibliográficas................................................................................ 31
9
INTRODUÇÃO
As disfunções do sistema estomatognático, por causa de sua alta
prevalência, vêm sendo muito estudadas em Odontologia. Um problema dos
mais complexos é o controle das desordens têmporo-mandibulares,
sintomáticas ou assintomáticas, no sistema mastigatório e a sua possível
relação com a Ortodontia. No entanto, apenar dos significativos progressos na
capacidade de diagnóstico, por meio de técnicas avançadas como: ressonância
magnética, tomografia computadorizada 3D da ATM e a aplicação de
procedimentos clínicos mais sofisticados, existe muita controvésia a respeito
dessa suposta relação.
Muitos autores que analisaram a oclusão funcional citaram as
interferências oclusais (DAWSON, 1973; HENRIKSSON; EKBERG; NILNER,
1997; MOLIN et al. 1976; NILNER, 1983): o número de contatos em máxima
intercuspidação habitual (MIH) (GOSS, 1974; SOLBERG; FLINT; BRANTNER,
1972) os tipos de guia de desoclusão e principalmente a discrepância entre as
posições de relação cêntrica (RC) e MHI (HENRIKSSON; EKBERG; NILNER,
1997; MCNEILL, 1990; MOLIN, 1976; OKESON, 1992; SOLBERG; WOO;
HOUSTON, 1979) como causa dos sinais e sintomas das DTM. Relaciona-se,
ainda, às DTM com ajuste oclusal (FORSSELL; KIRVESKARI; KANGASNIEMI,
1986; JANSON; MARTINS, 1990) e aos diferentes níveis de ansiedade,
considerados como estresse (GOSS, 1974; WIGDOROWICZ-MAKOWEROWA
et al. 1979).
As interferências oclusais, aliadas à fatores emocionais de estresse, são
fatores considerados por diversos autores como causas de DTM.
Diante das disparidades de resultados pertinentes nos trabalhos da
literatura específica, propôs-se a avaliar a influência da oclusão nas DTM em
indivíduos tratados e não-tratados ortodonticamente.
10
OBJETIVOS
O propósito deste trabalho foi revisar na literatura as questões abaixo
relacionadas:
1) A quantidade dos indivíduos tratados ortodonticamente com DTM é ou
não significante.
2) Até que ponto os ruídos articulares, em indivíduos tratados ou não
ortodonticamente, são ou não significante.
3) Se o tratamento ortodôntico pode devolver a normalidade aos indivíduos
com DTM.
4) Se o exame clínico pode permitir a adotar medidas de prevenção às
causa de DTM em indivíduos tratados ortodonticamente.
11
REVISÃO DA LITERATURA
AGERBERG; CARLSSON, em 1972, estudaram a freqüência das
desordens funcionais do sistema mastigatório, através de um questionário,
enviado por correspondência, na Suécia. Nessa pesquisa foram avaliadas
1.106 pessoas que colaboraram em responder, com média de idade de 35
anos. Dores faciais e de cabeça foram relatadas em 24 % dos indivíduos,
enquanto que a restrição do movimento mandibular foi constatada em 7%,
sendo mais freqüente em mulheres, assim como ruídos articulares, presentes
em 39% dos voluntários. A conclusão foi que as desordens articulares eram
bastantes preocupantes devido ao alto índice apresentado, o que foi uma
surpresa na época para a classe odontológica, que não se preocupava muito
com esse diagnóstico e muito menos em propor um possível tratamento para
tal.
Os mesmos autores AGERBERG; CARLSSON, no ano seguinte (1973),
formularam um índice baseado nas respostas do trabalho inicial. Tal índice
apontava valores maiores para as mulheres, porém as diferenças foram
numericamente pequenas. A presença de um único sintoma de disfunção foi
encontrado em 57% dos casos e a combinação de dois ou mais fatores foram
encontrados em 30% da amostra. Concluíram que sintomas de disfunção
mastigatória são mais comuns em etiologias heterogêneas.
MOLIN et al. em 1976, observaram que pacientes em Gotemburgo,
Suécia, com sinais clínicos de disfunção tinham maior freqüência de dores
musculares, ruídos na ATM e distúrbios oclusais do que aqueles sem
sintomatologia. Concluíram, então, que o excesso de contato oclusal no lado
de balanceio foi o único achado significante, correlacionado com DTM, devido
à dor durante o movimento mandibular e sensibilidade à palpação.
WIGDOROWICZ-MAKOWEROWA et al. em 1979, estudaram, na
Polônia, cinco populações de diferentes idades e ocupações receberam exame
clínico e análise psicológica subjetiva, sobre um fator epidemiológico: a
prevalência e etiologia dos distúrbios do sistema mastigatório. O aumento da
tensão psicoemocional, má oclusão e fatores iatrogênicos foram avaliados
como fatores etiológicos. Com esses estudos, os autores não apenas
12
concluíram que tais distúrbios são causados por fatores locais, que interferem
na oclusão normal e causam aumento da tensão psicoemocional, como ainda
afirmaram que fatores traumáticos como bruxismo e má oclusão aumentam a
freqüência de disfunção da ATM, independente da idade ou ambiente; que os
fatores ambientais e condições de vida exercem importante papel na
freqüência dos distúrbios, relatando que o estresse mental e a
responsabilidade no trabalho são importantes.
Também neste mesmo ano, HAHN (1979) na Alemanha, propôs uma
pesquisa em diversos países para observar a influência de fatores psicológicos
na disfunção temporomandibular, utilizando-se de dois questionários para
pacientes jovens e adultos até 30 anos de idade. Concluiu que apesar da
influência de causas dentárias, como encurtamento dos arcos, mordida
profunda e interferências oclusais, o elemento psicossomático se sobrepõe em
muitos casos.
SADOWSKY; BEGOLE (1980), com o intuito de estudar a função da
ATM e a oclusão funcional, avaliaram 75 pacientes com idade de 25 até 55
anos, que receberam tratamento ortodôntico na adolescência, em New York. A
avaliação foi realizada por meio de questionário e exame clínico. Os resultados
foram comparados a um grupo de controle de adultos com má oclusão, não
tratados ortodonticamente, anteriormente, porém com a presença de sinais e
sintomas de DTM. Concluíram que os contatos oclusais foram similares entre
os dois grupos. A prevalência de deslocamento mandibular entre RC e MIH foi
evidente em ambos os grupos e significantemente maior no grupo controle.
INGERVALL; CARLSSON (1982), em Gotemburgo, Suécia, avaliaram a
atividade muscular, mas o estudo não demonstrou influência das interferências
oclusais nos músculos analisados, e estes não representaram um obstáculo ao
funcionamento normal dos músculos mastigatórios. Então, concluíram que o
sistema mastigatório apresenta uma capacidade adaptativa.
Já em 1983, NILNER realizou uma pesquisa com jovens de sete a
quatorze anos, na Suécia, relacionando a presença de hábitos parafuncionais
e distúrbios funcionais do sistema estomatognático. A autora não observou
diferença entre pacientes tratados ortodonticamente e os que não receberam
tratamento. Concluiu que existe relação entre dores de cabeça, sensibilidade à
13
palpação da ATM e músculos circundantes, e, também, relação entre hábitos
parafuncionais e interferência na posição cêntrica.
WILLIANSON (1983) nos Estados Unidos relatou a importância de se
realizar um exame clínico criterioso de sinais e sintomas de DTM, antes de se
iniciar o tratamento ortodôntico, para que o paciente seja alertado quando da
presença desses sinais e/ou sintomas. Nos casos em que se detecta a
presença de estalidos, deve-se tentar recapturar o disco antes de iniciar o
tratamento, e quando o paciente já se encontra com travamento de abertura
bucal, indica se o tratamento para estabilizar a oclusão e aliviar a dor, antes de
procedimentos irreversíveis.
MAGNUSSON; ENBON (1984), na Suécia, avaliaram a reação de
interferências no lado de balanceio em relação a Disfunção Têmporo-
mandibular, em um estudo tipo duplo-cego com um grupo de doze jovens, do
gênero feminino. Concluíram que não existe uma simples relação entre
interferência oclusal e a DTM, e que a reação individual aos fatores locais para
se criar a disfunção é mais importante, sendo que a DTM poderá se
desenvolver sem a existência de interferências oclusais.
Também em 1984, DROUKAS; LINDÉE; CARLOSSON avaliaram em
Gotemburgo, Suécia, o relacionamento entre os sinais e sintomas das
disfunções mandibulares e os fatores oclusais. Para esta avaliação 48
estudantes foram submetidos a exame clínico e responderam um questionário.
Com isso, os autores concluíram que a freqüência dos sinais e sintomas,
embora sempre de uma forma moderada, foi significante e que as condições
oclusais apresentaram-se extremamente variadas e não mostraram qualquer
relação com os sinais e sintomas de Disfunção Têmporo-mandibular.
Em 1984, DROUKAS; LINDÉE; CARLOSSON analisaram, no mesmo
local anterior, 50 pacientes com idade de 16 a 60 anos, que apresentavam
dentição natural e prótese fixa. Os pacientes foram examinados clinicamente
em relação à severidade dos sintomas e à condição oclusal (contato na
posição cêntrica, atrição dentária e interferencias oclusais). Concluíram, então,
que a oclusão apresentou uma grande variação nos pacientes analisados,
porém não mostrou relações significantes com os sinais e sintomas da DTM,
assumindo que a função ainda permanece obscura.
14
BELSER; HANNAM (1985) na França examinaram 12 de seus pacientes
com o objetivo de avaliar a influência da função em grupo, desoclusão pelo
canino, interferência no lado de trabalho e interferências no lado de não-
trabalho, na atividade eletromiográfica dos músculos elevadores da mandíbula.
A introdução de interferência do lado de não-trabalho alterou a atividade do
músculo temporal numa condição de apertamento lateral. Como conclusão do
trabalho, os autores sugeriam que uma condição de desoclusão pelo canino
não altera a atividade muscular em atividades funcionais, porém, reduzem-na
durante apertamento parafuncional.
LIEBERMAN et al. (1985), em Israel, relacionando certas características
morfológicas da má oclusão e a presença de três sinais cardinais de Disfunção
Temporomandibular (sons articulares, sensibilidade da ATM à palpação e
sensibilidade muscular) analisaram 369 pacientes. Os autores concluíram que
o desgaste oclusal e a sobremordida excessiva foram os únicos fatores que
aumentaram significativamente a presença de disfunção.
Ao estudarem a correlação dos sons da articulação têmporo-mandibular
com a morfologia da ATM, ERIKSSON; WESTESSON; ROHLIN na Dinamarca,
em 1985, afirmaram que os sons podem ser vistos como sinais de diferentes
tipos de patologias. No entanto, o estalido e a crepitação não indicam que é
uma articulação com morfologia anormal. O estalido (clicking) duplo, na
abertura e fechamento mandibular, caracteriza-se por deslocamento de disco
articular com redução, e a articulação silenciosa assintomática e limitação na
abertura indicam deslocamento de disco articular sem redução. A crepitação
freqüentemente indica uma artrose. Concluíram que o grau de deformação e
deslocamento articular não podem ser analisados através dos sons.
Entretanto, a ausência de sons não deve ser aceita como indicação de ATM
normal.
FORSSEL; KIRVESKARI; KANGASNIEMI (1986) avaliaram 96
pacientes com dor de cabeça e com outros sinais e sintomas de DTM divididos
em dois grupos. Em um grupo foi realizado ajuste oclusal e outro foi feito
tratamento placebo. Depois de uma reavaliacão, no primeiro grupo após oito
meses e no segundo grupo, após quatro meses e repetindo novamente em
quatro meses seguintes, concluíram que houve melhora nos dois tratamentos,
15
mas no primeiro, realizado ajuste oclusal, ocorreu uma melhor diminuição de
sinais de Disfunção Crânio Mandibular (DCM).
Em 1987, EGERMARK; CARLSSON; MAGNUSSON realizaram um
estudo longitudinal em jovens de sete, 11 e 15 anos de idade, verificando a
influência de fatores oclusais nas disfunções mandibulares. Com os resultados,
os autores demonstraram que os sinais e sintomas aumentaram levemente em
frequência e severidade e que os sons articulares apresentaram-se
relacionados ao deslize de posição de RC para a de MIH. Portanto, puderam
concluir que não houve forte correlação entre as interferências oclusais e os
sintomas, confirmando a natureza heterogênea e multifatorial dos distúrbios do
aparelho mastigatório.
Também em 1987, em um estudo transversal, RIOLO; BRANDT;
TENHAVE analisaram em 1.342 jovens a associação entre as características
oclusais e os sinais e sintomas de disfunção da ATM. Foram avaliados quanto
à prevalência de (1) tipos específicos de oclusão e (2) sintomas subjetivos e
sinais clínicos de disfunção da ATM. Os indivíduos mais velhos com mordida
cruzada apresentaram maior prevalência de sons articulares. Quanto à oclusão
e aos sintomas subjetivos, indicaram que a relação de molar Classe II estava
associada aos ruídos articulares nos grupos de 6 a 8 anos e 15 a 17 anos .
Contudo os autores concluíram que existem associações estatísticas entre
certas características da oclusão e sinais e sintomas da ATM que são maiores
nos grupos mais velhos.
Com o objetivo de avaliar a presença de interferências oclusais em
adultos jovens, AGERBERG; SANDSTROM (1988) examinaram, na Suécia,
dois grupos distintos de pessoas com idades entre 15 e 22 anos e observaram
o deslize de RC para MIH e a presença de contatos no lado de balanceio. Os
resultados mostraram que aproximadamente 75% dos indivíduos de ambos os
grupos apresentaram interferências oclusais na posição retruída. Em relação
ao movimento lateral, a freqüência de interferências aumentou com a
amplitude do movimento. Os autores concluíram que devido ao alto índice de
interferências em pessoas com o sistema mastigatório normal, tal fato não
apresenta grande importância na etiologia da Disfunção Temporomandibular.
PULLINGER; SELIGMAN; SOLBERG em 1988 examinaram 222
estudantes de Los Angeles com idade média entre 23 a 29 anos e associaram
16
os fatores oclusais à sensibilidade na ATM e à disfunção. Com isso os autores
concluíram que é vaga a influência da oclusão no desenvolvimento das
disfunções da ATM e parece que a diferença entre RC e MIH demonstra uma
função protetora para o sistema.
KIRVESKARI; ALANEN; JAMSA em 1989 avaliando a influência de
interferências oclusais em pacientes finlandeses, nos sinais de Disfunções
Têmporo-mandibulares, os autores concluíram que é necessário analisar e
definir cuidadosamente o conceito de interferência para que se tornem viáveis
novas pesquisas, a fim de discuti-las como agentes etiológicos das DCM, pois
um programa de estudo inadequado resulta em resultados falsos-negativos.
WESTESSON; ERIKSSON; KURITA (1989) nos Estados Unidos,
examinaram 40 pacientes assintomáticos através de exames de artrografia e
radiografia, com ATM clinicamente normal, para verificarem o grau de
confiabilidade do exame clínico. Os resultados mostraram (85%) das
articulações normais e (15%) destes pacientes assintomáticos tinham alguma
forma de deslocamento, o que pode sugerir que exame clínico negativo das
articulações pode envolver um risco de 15% de falso negativo. Conclui-se que
não existe diferença clinicamente considerável entre um disco deslocado e um
disco normal.
Em 1990, EGERMARK et al. examinaram um grupo de crianças e
adolescentes em Gotemburgo, com idades de 7, 11, 15 anos verificando a má
oclusão morfológica e os sinais e sintomas de DTM. Verificaram que as más
oclusões como mordida aberta anterior, mordida cruzada, oclusão em classe II
e classe III de Angle, podem ser consideradas fatores de risco para o
desenvolvimento de DTM. Alguns pacientes foram tratados e, quando
comparados aos não tratados, não apresentaram diferenças de sinais e
sintomas de DTM.
SIDELSKY; CLAYTON (1990) investigaram a presença dos sons da
ATM, em pacientes americanos. Concluíram que os sons da articulação
têmporo-mandibular não representam um problema, quando em pacientes
assintomáticos, e os ruídos na fase de abertura constituem-se em uma
característica clínica questionável, quando não estão acompanhados de outros
sintomas.
17
Já em 1991, PULLINGER; SELIGMAN estudando alguns pacientes de
Los Angeles, divideram-se em grupos para estudarem o trespasse vertical e
horizontal, como variáveis em relação a grupos portadores de Disfunção
Temporomandibular. Esses grupos foram separados em: grupo controle (sem
sinais e sintomas de DTM), grupo com deslocamento de disco sem redução,
grupo com deslocamento com redução, grupo com osteoartrose articular sem
história de degeneração da ATM, grupo com osteartrose e história
degenerativa e um grupo apenas com mialgia. O trespasse vertical não foi
comum em nenhum dos grupos e o trespasse horizontal foi observado com
maior freqüência no grupo com osteartrose, mas não se caracterizou como um
grupo determinante no diagnóstico de DTM. Portanto, com base nos
resultados, os autores puderam concluir que a mordida aberta está associada
à osteoartrose e que o trespasse vertical, o trespasse horizontal e mesmo a
mordida aberta não podem ser considerados isoladamente como causa da
DTM.
Em 1992, OKESON afirmou, em Massachsetts, que o tratamento das
patologias oclusais associadas a dores faciais representam um problema
complexo. O autor relatou ainda que o mais importante pré-requisito para a
escolha do tratamento é o conhecimento da etiologia do problema, afirmando
que a precisa determinação da atividade parafuncional, para cada paciente,
depende de mais pesquisas nesta área.
KREMNAK et al. (1992) realizaram um estudo longitudinal avaliando 109
pacientes americanos, antes e em intervalos durante e após o tratamento
ortodôntico. Os autores concluíram que, segundo a metodologia utilizada, o
tratamento ortodôntico não representa um importante fator etiológico da
Disfunção Temporomandibular.
Reexaminando um grupo de adolescentes com sintomas e sinais de
Disfunção Temporomandibular, EGERMARK; THILANDER em 1992, avaliaram
as diferenças entre os pacientes de Gotemburgo, que receberam e os que não
receberam tratamento ortodôntico. Os pacientes foram examinados
clinicamente e responderam a um questionário. Contudo, os autores
concluíram que os pacientes tratados ortodonticamente apresentaram menos
prevalência de sintomas e menor índice clínico de disfunção.
18
HANS et al. (1992) tinha como finalidade identificar pacientes
ortodônticos com Disfunção Temporomandibular; para isso realizaram um
estudo em 51 pacientes utilizando-se de exame clinico, ressonância magnética
e aplicação de um questionário. Os autores concluíram que a história e o
exame clínico são os testes diagnósticos de escolha para pacientes
ortodônticos porque, juntos, eles representam um teste sensitivo para todas as
formas de disfunções têmporo-mandibulares. A imagem por ressonância
magnética, enquanto específica para desordens de interferência de disco da
ATM, não identifica pacientes com DTM em potencial resultantes de outras
causas.
Ainda em 1992, SADOWSKY revisando a literatura em Chicago,
concluiu que adolescentes não apresentam risco para a DTM, pois sua
etiologia é multifatorial e que a mecanoterapia ortodôntica produz mudanças
graduais em um ambiente que é, em geral, totalmente adaptativo.
RENDELL; NORTON; GAY (1992) tinham como objetivo determinar a
incidência de dor e disfunção em pacientes ortodônticos, na Inglaterra. Para
isso, avaliaram 451 pacientes sem sinais e sintomas de Disfunção
Temporomandibular no início do tratamento e 11 com sintomas. Os autores
puderam concluir que aqueles que não apresentaram sintomas, no início, não
a desenvolveram no decorrer do tratamento e os outros 11 com disfunção não
apresentaram alterações consistentes neste período. Também afirmaram que,
baseados nesses resultados, não foi possível estabelecer uma relação entre
disfunção e o tratamento ortodôntico.
Em 1993, WADHWA; UTREJA; TEWARI avaliaram 102 jovens indianos
de acordo com os princípios de HELKIMO (1974), com o objetivo de comparar
os sinais e sintomas de DTM. Esses jovens foram divididos em três grupos: 30
com oclusão normal, 41 com má oclusão não tratada e 31 pacientes tratados
ortodonticamente. Os autores concluíram, então, que ausências de diferenças
substanciais entre os três grupos indicam que o papel do tratamento
ortodôntico, como preventivo ou precipitador das DTM, continua questionável,
necessitando de maior atenção para o fator estresse.
Em 1994, MAGNUSSON; EGERMARK; CARLSSON realizaram um
estudo longitudinal dos sinais e sintomas de disfunções mandibulares em 135
adolescentes, analisados aos 15 e posteriormente aos, 20 anos de idade. Os
19
autores obtiveram como resultado um aumento na ocorrência dos sintomas
subjetivos, porém o índice de disfunção clínico não se mostrou alterado com o
aumento da idade na amostra. Relataram ainda, que em ambas as épocas, os
ruídos articulares foram os achados mais freqüentemente.
Já em 1994, KEELING et al. avaliaram o relacionamento entre os sons
articulares e as características esqueléticas e dentárias em 3.428 estudantes
da Flórida, sem história de tratamento ortodôntico. Nas amostras os
examinadores observaram sons articulares em 10% e também não
encontraram associação entre a prevalência dos sons articulares com a idade,
sexo, raça e relação molar. Concluíram que pacientes com grande abertura
bucal, apinhamento anterior e sobremordida profunda têm um risco aumentado
de apresentarem estalido ou crepitação na ATM.
Ao estudarem os sons da ATM com a morfologia da articulação,
ROHLIN; WESTWSON; ERIKSSON (1995) na Filadélfia observaram que 58%
das articulações eram silenciosas, 20% apresentavam estalidos e um
deslocamento anterior de disco. Outros 22% apresentavam crepitação e
exibiam, em sua maioria, artrose das superfícies articulares e perfuração dos
discos. Estes resultados confirmam que estalidos e crepitações podem estar
correlacionados como sinais de morfologia anormal das articulações. Mas a
ausência de som não deve ser fator indicativo de articulação normal.
Ao estudarem os sons da ATM com a morfologia da articulação,
ROHLIN; WESTESSON; ERIKSSON, nos Estados Unidos, em 1995,
observaram que 58% das articulações eram silenciosas, 20% apresentavam
estalidos e um deslocamento anterior de disco. Outros 22% apresentavam
crepitação e exibiam, em sua maioria, artrose das superfícies articulares e
perfuração dos discos. Estes resultados confirmam que estalidos e crepitações
podem estar correlacionados como sinais de morfologia anormal das
articulações. Mas a ausência de som não deve ser fator indicativo de
articulação normal.
EGERMARK; RONNERMAN (1995) utilizando-se de questionário e
exame clínico antes, durante e após o tratamento, os autores examinaram um
grupo de 50 pacientes em Gotemburgo, tratados Ortodonticamente e
analisaram sinais e sintomas de DTM, como: presença de dor de cabeça,
bruxismo, e interferenciais oclusais. Os autores puderam concluir que não
20
existe diferença entre sinais e sintomas de DTM, dores de cabeça, bruxismo,
interferências oclusais nos pacientes tratados ortodonticamente com e sem
extrações. Os pacientes apresentaram menos sinais e sintomas de DTM
durante, do que antes do tratamento.
Examinando a presença e a ausência de guia canino, comparando-as
com sons articulares da ATM, em 46 pacientes americanos, com Disfunção
Temporomandibular e 46 como grupos controle sem sinais e sintomas de
disfunção, DONEGAN; CHRISTENSEN; MC KAY em 1996, puderam observar,
nos Estados Unidos, uma prevalência baixa de guia em ambos os grupos e
não encontraram relação entre a presença de sons articulares e o guia canino.
Concluíram, então, que não é possível distinguir o potencial de pacientes ou
não pacientes de DTM, com base no guia canino.
CONTI et al. em 1996, estudaram a incidência e a necessidade de
tratamento de DTM em estudantes de cursos pré-universitários nas cidades
Bauru-SP. Avaliaram 310 alunos com questionário anamnésico, exame oral,
palpação muscular e das ATMs. A análise estatística mostrou uma relação
entre a presença e o grau de DTM e os aspectos oclusais. Foi constatado que
as mulheres apresentaram maior prevalência do que os homens, que não
houve diferença significativa entre os grupos estudados e a oclusão não
apresentou participação na severidade da DTM.
Ao estudarem a prevalência de desarranjos internos da articulação
têmporo-mandibular em pacientes sintomáticos e assintomáticos, KATZBERG
et al. (1996) na Filadélfia, utilizaram imagens de ressonância magnética antes
do tratamento ortodôntico. Os resultados da pesquisa demonstraram haver
deslocamento do disco articular em 33% dos pacientes assintomáticos e em
77% dos pacientes sintomáticos, com diferença significativa.
TASAKI et al. (1996) foi desenvolver um sistema de classificação e
prevalência do deslocamento de disco articular, em pacientes americanos,
sintomáticos e assintomáticos, baseado em imagens de ressonância
magnética. Foram observados diferentes tipos de deslocamento do disco,
unilateral ou bilateralmente em 82% dos pacientes sintomáticos e em 30% dos
pacientes assintomáticos. Apesar da alta prevalência de deslocamento de
disco em pacientes sintomáticos demonstrar estar associada à dor e disfunção
21
têmporo-mandibular, sugere, também, que deslocamento de disco foi
considerado comum em pacientes assintomáticos.
BOER; STEENKS (1997) analisaram 44 crianças holandesas com idade
média de cinco anos, avaliando a relação entre o tratamento ortodôntico
precoce da mordida cruzada unilateral funcional e o funcionamento da ATM.
Foram obtidos modelos de estudo em todas as fases estudadas. Após a
analise dos resultados, os autores puderam concluir que o tratamento precoce
cria condições de crescimento e desenvolvimento normais, contudo, não se
pode afirmar que esse tipo de tratamento é preventivo à Disfunção
Temporomandibular.
Pelas respostas de um questionário anamnésico e exame clínico em
pacientes do gênero feminino na Suécia, com oclusão normal e portadores de
oclusão cl II, em 1997, HENRIKSON; EKBERG; NILNER estudaram a função
mandibular, as dores de cabeça, e os sinais e sintomas da DTM. Concluíram
que sinais e sintomas de DTM foram mais comuns em jovens portadores de
má oclusão e que o grupo de oclusão normal apresentava maior contato
oclusal em MIH e, consequentemente, concluíram que os pacientes com
oclusão normal apresentavam menor possibilidade de apresentarem DTM.
MCNAMARA; TURP revisaram em 1997, nos Estados Unidos, a relação
do tratamento ortodôntico com as DTM e abordaram as seguintes questões: 1)
Tratamento ortodôntico com aparelho fixo ou removível colabora para maior
incidência de DTM? 2) Extrações de pré-molares, como partem de um plano
de tratamento ortodôntico, resultam em maior incidência de DTM? 3)
Tratamento ortodôntico previne ou cura DTM? Baseados em pesquisas,
encontraram 21 publicações, as quais respondiam às questões da
investigação. Tratamento ortodôntico durante a adolescência não aumenta e
nem diminui a chance de desenvolvimento de DTM no futuro. Não existe
evidência de risco para DTM associado a qualquer tipo de mecânica
ortodôntica. Extrações de dentes não aumentam o risco para DTM e não existe
nenhuma evidência de que tratamento ortodôntico previne ou elimina DTM.
Os resultados da pesquisas foram detalhados através de uma extensa
revisão na literatura, em 1997, por MCNAMARA, resumidos do seguinte modo:
1) Sinais e sintomas de DTM podem ocorrer em pessoas saudáveis; 2) sinais e
sintomas aumentam com a idade, particularmente, durante a adolescência, até
22
a menopausa; a DTM que começa durante o tratamento ortodôntico não pode
ser relacionada com o tratamento; 3) não existe risco para DTM associada em
qualquer tipo de mecânica ortodôntica; 4) não existem evidências de que
oclusão estável como meta de tratamento ortodôntico ideal previna sinais e
sintomas de DTM; 5) a extração de dentes, como parte do plano de tratamento
ortodôntico, não aumenta o risco para desenvolvimento de DTM. No entanto,
sua conclusão foi que existe pequena evidência de que tratamento ortodôntico
previna DTM.
LUTHER; MORTH (1998), através da discussão em torno das
alterações no posicionamento mandibular, que poderiam ser desencadeadas
pelo tratamento ortodôntico, fez uma revisão de literatura, nos Estados Unidos,
onde avaliou o relacionamento do tratamento ortodôntico com DTM e
verificaram a relação entre oclusão funcional, maloclusão e DTM. Com isso,
considerou como não evidente a participação do deslocamento mandibular
como causador de danos à ATM e que o tratamento ortodôntico não pode ser
relatado como causa ou cura da DTM.
Em 1999, HENRIKSON; NILMER desenvolveram um estudo prospectivo
e longitudinal com 65 jovens suecos, portadores de maloclusão classe II, com
o intuito de avaliar a relação entre os sinais e sintomas de DTM, antes,
durante, e após o tratamento ortodôntico. Trinta jovens foram tratadas sem
extração e 35 com extrações e todas foram examinadas quanto à presença de
sinais e sintomas de DTM, antes, durante, ao término do tratamento, e ainda
um ano após a terceira avaliação. A presença de ruídos esporádicos na ATM
(no mínimo uma vez por semana), que apresentou uma prevalência de 20%
antes do tratamento, chegou a 15% durante e após o mesmo. Os autores
concluíram que a terapia realizada com e sem extrações não aumentou os
riscos para DTM ou piorou os sinais de DTM existentes antes do tratamento.
Em 1999, FELDMANN; LUNDSTROM; PECK; utilizando uma amostra
de 47 pacientes, em Boston, com trespasse vertical acentuada, portadores de
má oclusão de classe II, sem tratamento ortodôntico, analisaram as alterações
oclusais nelas encontradas, em modelos e telerradiografias. Analisaram e
compararam o relacionamento antero-posterior dos caninos, o trespasse
vertical e horizontal, apinhamento e espaços interdentais em cada arco. Os
23
autores concluíram que pacientes não tratados de classe II, quando crianças,
não sofrerão necessariamente de problemas oclusais ao se tornarem adultos.
KAHN et al. (1999) avaliaram 82 pacientes em New York, considerados
assintomáticos e 263 com Disfunção Temporomandibular com um questionário
anamnésico, exame clínico e radiográfico. Os resultados encontrados
demonstraram que a grande maioria dos pacientes analisados apresentava
uma relação molar Classe I e que os sintomáticos prevaleciam uma relação
molar Classe II. Os autores concluíram que diferenças oclusais e contatos
prematuros, encontrados entre os grupos estudados, não podem ser
consideradas como sendo as responsáveis pela Disfunção
Temporomandibular.
Já em 2000, PULLINGER; SELIGMAN avaliaram um grupo de 381
pacientes do gênero feminino, na Califórnia, para observarem o Potencial com
que as variáveis oclusais, como discrepância entre RC e MIH, mordida cruzada
posterior, overbite e overjet, desvio na linha média podem ser consideradas
para diferenciar pacientes com DTM, de indivíduos normais assintomáticos. Os
autores observaram, então, que a oclusão pode ser um cofator na identificação
de pacientes com DTM e que algumas variações representam uma
conseqüência na disfunção.
CONTI et al. (2001) avaliaram a precisão de quatro escalas de dor e sua
capacidade em registrar mudanças nos sintomas (sensibilidade) dos pacientes,
com desordens têmporo-mandibulares crônicas, durante um período de seis
meses. Foram incluídos no estudo cinqüenta e nove pacientes com desordens
têmporo-mandibulares crônicas, com dores há mais de quarenta meses na
cidade de Bauru-SP. Os voluntários foram solicitados a responder as seguintes
escalas para a mensuração da dor: visual analógica escala verbal, escala
numérica e escala comportamental, antes, durante e após o tratamento
realizado. Os autores admitiram como escala de maior precisão a escala
numérica, porque registrou alta correlação entre os dois valores iniciais. Todas
as escalas se mostraram sensíveis para detectar a remissão dos sintomas,
aproximadamente 30 a 50% após o tratamento realizado.
Pacientes assintomáticos que procuram tratamento ortodôntico deveriam
ser avaliados e questionados, pelo ortodontista, a respeito de sinais e sintomas
de DTM, antes de iniciar o plano de tratamento. MAO; DUAN, em 2001, após
24
pesquisas para estudar a atitude dos ortodontistas chineses, relacionando
tratamento ortodôntico às DTM, através de um questionário, concluíram que a
maior parte dos ortodontistas pensa que o tratamento ortodôntico inadequado
poderia aumentar o desenvolvimento de DTM e que o tratamento ortodôntico
adequado poderia preveni-lá.
KUTTILA et al. (2002) avaliaram a eficiência da terapia com aparelhos
oclusais em pacientes com otalgia secundária e desordens têmporo-
mandibulares, por meio da escala visual analógica, considerando quatro
aspectos: a intensidade da otalgia secundária, seu impacto no dia-a-dia do
paciente, sua interferência na concentração e no sono. De acordo com a EVA,
houve melhora de 83% nos sintomas apresentados pelos pacientes tratados
com aparelhos oclusais de estabilização. O autor concluiu que a escala visual
analógica proporcionava uma medida simples, eficiente da intensidade da dor.
Ao contrário de outros métodos, a EVA mostrou-se apropriada para estimar a
diferença de porcentagem entre as medidas de amostras independentes, mas
sua maior desvantagem foi considerada por identificar a dor como uma
experiência unidirecional, e a dor refletem muito mais do que apenas
intensidade.
JANSON et al. (2003), em revisão estudaram na literatura a importância
do diagnóstico ortodôntico, em Relação Cêntrica, e também procuraram
esclarecer se em todos os pacientes a obtenção desta é obtida da mesma
maneira. Os pacientes com DTM, na manipulação da mandíbula para se obter
RC, deveriam ser analisados com os modelos montados em articulador e se
submeter ao uso de uma placa interoclusal desprogramadora para se
identificar a verdadeira relação interdentária e maxilo-mandibular, quando os
côndilos estão bem posicionados na fossa articular. Os autores comentaram
que os desvios obtidos com os desprogramadores foram menores do que
0,5mm, não sendo clinicamente significantes. Concluíram que para evitar
surpresas e erros de diagnóstico, o tratamento ortodôntico deveria ser indicado
em pacientes, que tenha sido possível manipular a mandíbula para a posição
de Relação Cêntrica.
DELBONI; ABRÃO (2005), com o objetivo de estudar sinais e sintomas
de disfunção têmporo-mandibular, em pacientes no início, durante e após o
tratamento ortodôntico, na cidade de Maringá-PR, fez uma revisão de literatura
25
com o objetivo de analisar se o tratamento ortodôntico é um fator contribuinte
ou não para o desenvolvimento dessas DTM. Concluiu que este não pode ser
considerado um fator para o desenvolvimento dessas disfunções, pois o
tratamento ortodôntico não aumenta nem diminui o risco de surgimento de tal
desordem.
SANTOS et al. (2006) com o objetivo de avaliar a freqüência dos sinais
e sintomas, dos hábitos para funcionais e das características oclusais de 80
crianças, em 2006, na cidade de Araçatuba, concluíram que os sinais e
sintomas mais freqüentes foram os hábitos de ranger os dentes, dores de
cabeça e ruídos na ATM. A onicofagia e o bruxismo foram os hábitos
parafuncionais mais prevalentes. A freqüência de sinais e sintomas da
disfunção têmporo-mandibular pode ser verificada em crianças por meio da
entrevista e exame clínico.
26
DISCUSSÃO
Um problema complexo na Odontologia é o controle das desordens
têmporo-mandibulares, que podem ser apresentadas como dor orofacial.
O surgimento dessa complexidade está relacionado às várias desordens
que podem ser sintomáticas ou assintomáticas, no sistema mastigatório. A
suposta relação entre a Ortodontia e as disfunções têmporo-mandibulares têm
despertado o interesse da ortodontia nos últimos anos. Apesar dos
significativos progressos na capacidade de diagnóstico por meio de técnicas
avançadas como ressonância magnética, tomografia computadorizada 3D da
ATM e a aplicação de procedimentos clínicos mais sofisticados, esses avanços
não foram, porém, capazes de esclarecer a controvérsia sobre essa possível
relação.
Essa controvérsia se reflete na maneira como o tratamento ortodôntico é
considerado nas diversas publicações. Se para alguns autores, como,
WIGDOROWICZ – MAKOWEROWA et al. (1979), a correção ortodôntica pode
ser a cura das disfunções da ATM, para outros como MCNAMARA; TURP,
(1997), pode não interferir no surgimento de possíveis disfunções articulares
que estes indivíduos podem apresentar. A fim de administrar efetivamente as
desordens têmporo-mandibulares, o ortodontista deve ser capaz de diferenciá-
las de qualquer outra condição de dor orofacial. Uma vez estabelecido o
diagnóstico, o profissional pode, então, escolher a terapia apropriada.
O exame clínico, entre outros fatores, merece maior atenção por parte
dos ortodontistas no diagnóstico e plano de tratamento na Ortodontia. A
importância de se realizar um exame minucioso de sinais e sintomas, antes de
iniciar o tratamento ortodôntico, é para que o paciente seja alertado quando da
presença desses sinais e/ou sintomas (WILLIANSON, 1983). Já para
MCNAMARA (1997) sinais e sintomas de DTM, que eventualmente apareçam
durante o tratamento ortodôntico, podem não se associar diretamente a este, já
que ocorre uma coincidência nas épocas da realização do tratamento e do
surgimento dos mesmos. A duração do tratamento também deve ser
considerada, uma vez que esse tratamento pode se prolongar por muitos anos,
expondo, naturalmente, o paciente ao surgimento desses sintomas.
27
Esses sinais e sintomas de DTM podem ser iniciados no período em que
estão sendo submetidos ao tratamento ortodôntico, e que evidentemente os
pacientes jovens possuem um alto limiar de tolerância, justificando a ausência
de sintomatologia na maioria dos pacientes (TASAKI et al. 1996). Mas para
SADOWSKY (1992) estas disfunções podem não se manifestar durante os
anos que o profissional mantém o paciente sob observação. No entanto, alguns
destes jovens pacientes podem ter estes sintomas e nunca mencioná-los ao
ortodontista. Sugere-se que, em grande número de pacientes pré-ortodônticos,
uma condição subclínica de DTM está presente, podendo ser exacerbada com
o tratamento. Por outro lado, pesquisas demonstram que: tratamento
ortodôntico durante a adolescência não aumenta e nem diminui a chance de
desenvolvimento de DTM no futuro, não é específico ou necessário para
melhorar sinais e sintomas (HENRIKSON; NILNER, 1999) e DTM que começa
durante o tratamento não pode ser relacionada com o mesmo (McNAMARA,
1997). Essa conclusão foi obtida baseada em dois fatores: primeiro, existe uma
multiplicidade de condições que podem ser responsáveis por causar ou
exacerbar as DTM; segundo, a mecanoterapia ortodôntica realiza mudanças
graduais em um ambiente com grande capacidade adaptativa.
A maior parte dos ortodontistas pensa que o tratamento ortodôntico
inadequado deveria aumentar o desenvolvimento de DTM e que tratamento
adequado poderia preveni-la (MAO; DUAN, 2001). Mas para McNAMARA
(1997), não existem evidências de que oclusão estável previna sinais e
sintomas de DTM.
Existe um outro aspecto extremamente discutido na literatura que
consiste na presença de estalidos articulares e a Ortodontia. Muitos pacientes
procuram por tratamento ortodôntico com o objetivo da eliminação desses
ruídos. De maneira oposta, o tratamento ortodôntico é considerado
“responsável” pelo surgimento desses ruídos durante ou após o tratamento.
Esses estalidos normalmente estão associados à presença de deslocamento
do disco articular para anterior ou antero-medial (ROHLIN; WESTESSON;
ERIKSSON, 1995; TASAKI et al. 1996). Num passado, não muito distante, este
era um fator considerado indicativo de tratamento (DROUKAS, LINDEE;
CARLOSSON, 1984) atualmente admite-se que só se deve tratá-los quando
associados à presença de dor e/ou disfunção (SIDELSKY; CLAYTON, 1990).
28
Sons como estalos ou crepitação parecem não ser características de
diferentes tipos de patologias, como se pensava antigamente (ERIKSSON;
WESTESSON; ROHLIN, 1985). No entanto a presença de som é,
provavelmente, um bom indicador de anormalidades articulares, mas a
ausência de som não deve ser utilizada como fator indicativo de articulação
normal (ERIKSSON; WESTESSON; ROHLIN, 1985; WESTESSON;
ERIKSSON; KURITA, 1989).
A prevalência de sons originários da ATM ainda é objeto de discussão
(SIDELSKY; CLAYTON, 1990). Esta prevalência em pacientes assintomáticos
está em torno de 15 a 65%, sendo que 85% dos indivíduos normais produzem
algum tipo de som em abertura máxima.
Esse fato corrobora com achados de KATZBERG et al. 1996, que
utilizando ressonância magnética, encontraram uma prevalência de 33% de
deslocamento de disco em pacientes assintomáticos e em 77% dos pacientes
sintomáticos. Não foi possível correlacionar tratamento ortodôntico aos
desarranjos internos da ATM, ou seja, o deslocamento do disco estava
presente indistintamente nos pacientes com DTM e nos pacientes
assintomáticos, tratados ou não ortodonticamente.
Deslocamento de disco foi considerado comum em pacientes
Assintomáticos (TASAKI et al. 1996). Porém, TASAKI et al. 1996, relataram
que apesar da maior freqüência de disco deslocado em pacientes com DTM,
sintomáticos, grande parcela de indivíduos assintomáticos apresenta essa
alteração morfológica, não necessitando de tratamento. Para esses pacientes
adolescentes, processos adaptativos de alteração tecidual de tecidos
retrodiscais são responsáveis pela ausência de dor e disfunção.
Deslocamento de disco pode ser associado com desenvolvimento de
sintomas clínicos de dor craniofacial, uma vez que a capacidade adaptativa é
reduzida quando o crescimento ativo está completo.
Parece uma boa conduta não adotar somente o exame clínico para
concluir o diagnóstico das DTM, principalmente as assintomáticas. Sendo
assim, além do exame clínico, é aconselhável até que utilizemos exames
complementares simples e de custos reduzidos, que nos mantenham mais
seguros do diagnóstico em relação ao nosso paciente (WILLIANSON, 1983).
29
Uma das justificativas para esta conduta, seria a grande prevalência das
disfunções têmporo-mandibulares na população de um modo geral. No entanto,
a disfunção inclui qualquer desarmonia que ocorra nas relações funcionais dos
dentes e suas estruturas de suporte, dos maxilares, das articulações têmporo-
mandibulares, dos músculos do aparelho estomatognático e dos suprimentos
vascular e nervoso destes tecidos. O diagnóstico e tratamento das DTM,
devido à etiologia multifatorial das mesmas, tornam-se mais difíceis. Portanto,
antes de se iniciar o tratamento ortodôntico, o profissional deve diagnosticar e
avaliar muito bem as DTM preexistentes, assim evita-se que um risco
presumido esteja presente durante o tratamento ortodôntico.
30
CONCLUSÕES
Após a avaliação da literatura consultada podem-se chegar as seguintes
conclusões:
1. A quantidade de indivíduos tratados ortodonticamente que apresentam
DTM, é significante.
2. A prevalência de ruídos articulares em indivíduos tratados
ortodonticamente ou não, é significante.
3. O tratamento ortodôntico não aumenta e nem diminui os riscos para
DTM, também, não piora sinais e sintomas do pré-tratamento.
4. Somente o exame clínico não indica todos os defeitos estruturais, não
podendo evitar ou prevenir possíveis disfunções em indivíduos tratados
ortodonticamente, necessitando-se de exames complementares.
31
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