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Nº 80 - AGOSTO/2015 - ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - ADUFLA SEÇÃO SINDICAL - LAVRAS - MG Jornal da ADUFLA INFORME ESPECIAL DE GREVE IMPRESSO Intensificar a luta para avançar nas negociações A greve dos docentes das Instituições Federais de Ensino completou 60 dias no dia 28 de julho. Nesse período de dois meses e duas semanas, o movimento tem esbarrado na negativa sistemática do governo em nego- ciar efetivamente a pauta específica da cate- goria. Até aqui, as únicas propostas concretas foram aquelas referentes ao percentual de reajuste para o conjunto dos servidores, divi- dido em quatro parcelas, além da proposta de reajuste dos valores de auxílios (alimenta- ção, saúde, creche) dos servidores do Execu- tivo. O Ministro da Educação permanece em sua atitude de omissão diante da greve e não recebeu o Comando Nacional de Greve em nenhum momento, delegando ao Secre- tário de Ensino Superior o recebimento dos representantes do CNG e a participação na mesa setorial com as entidades da área da Educação e o MPOG. E, após reuniões em 22/05 e 23/06, além da participação dos representantes da SESU e da Sentec na mesa setorial com o MPOG em 22/07, nenhuma resposta concreta foi apresentada à pauta de reivindicações construída no último Congres- so do Sindicato Nacional e sistematizada em cinco eixos, quando reapresentada ao MEC no início da greve. Diante desse quadro e dos resultados da última rodada de assembleias gerais, o Comando Nacional de Greve discutiu a necessidade de ampliar a pressão sobre o MEC para que este apresente respostas con- cretas a nossa pauta. A campanha “#Dialo- gaJanine”, a Caravana Nacional pela Educa- ção, a Marcha Unificada dos Servidores Públicos Federais e os atos nas IFE para cobrar das reitorias a explicitação dos impac- tos dos cortes orçamentários fazem parte desse esforço. Além disso, acreditamos que é necessá- rio constranger o governo a sair de sua posi- ção de intransigência evasiva e transferência de responsabilidades para as reitori- as/instituições administrarem as conseqüên- cias da política de austeridade seletiva. Uma política que corta recursos do ensino público, procura empurrar as instituições públicas para a captação de recursos pela via privada e garante as transferências do fundo público para o setor privado. Além disso, no contexto da greve, há uma avaliação do CNG de que o governo vem apresentando uma série de novas ame- aças ao caráter público das instituições e às condições de trabalho e ensino, tais como: a ampliação dos cortes orçamentários; as afir- mações de que o governo prioriza a tramita- ção de projetos de lei que “flexibilizam” o financiamento público das instituições (como o PL 2177/2011, agora PLC 77/2015 – Códi- go Nacional de Ciência Tecnologia e Inova- ção), entendendo como “autonomia” das Universidades pela via da privatização; a forma vaga como se afirma que continuarão acontecendo os concursos públicos pelo RJU sem negar efetivamente que pretenda con- tratação via OS. O CNG considera fundamental exigir do governo respostas efetivas às questões obje- tivas de nossa pauta específica e encaminha para avaliação das assembleias gerais a siste- matização dessas questões. Por certo, sem- pre que for pertinente, tais questões serão trabalhadas em conjunto com as representa- ções do Sinasefe e da Fasubra. (ANDES/SN)

Jornal da ADUFLA - agosto 2015

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Nº 80 - AGOSTO/2015 - ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS - ADUFLA SEÇÃO SINDICAL - LAVRAS - MG

Jornal da ADUFLAINFORME ESPECIAL DE GREVE

IMPRESSO

Intensificar a luta para avançar nas negociaçõesA greve dos docentes das Instituições

Federais de Ensino completou 60 dias no dia 28 de julho. Nesse período de dois meses e duas semanas, o movimento tem esbarrado na negativa sistemática do governo em nego-ciar efetivamente a pauta específica da cate-goria. Até aqui, as únicas propostas concretas foram aquelas referentes ao percentual de reajuste para o conjunto dos servidores, divi-dido em quatro parcelas, além da proposta de reajuste dos valores de auxílios (alimenta-ção, saúde, creche) dos servidores do Execu-tivo.

O Ministro da Educação permanece em sua atitude de omissão diante da greve e não recebeu o Comando Nacional de Greve em nenhum momento, delegando ao Secre-tário de Ensino Superior o recebimento dos representantes do CNG e a participação na mesa setorial com as entidades da área da Educação e o MPOG. E, após reuniões em 22/05 e 23/06, além da participação dos representantes da SESU e da Sentec na mesa setorial com o MPOG em 22/07, nenhuma resposta concreta foi apresentada à pauta de reivindicações construída no último Congres-so do Sindicato Nacional e sistematizada em cinco eixos, quando reapresentada ao MEC no início da greve.

Diante desse quadro e dos resultados da última rodada de assembleias gerais, o

Comando Nacional de Greve discutiu a necessidade de ampliar a pressão sobre o MEC para que este apresente respostas con-cretas a nossa pauta. A campanha “#Dialo-gaJanine”, a Caravana Nacional pela Educa-ção, a Marcha Unificada dos Servidores Públicos Federais e os atos nas IFE para cobrar das reitorias a explicitação dos impac-tos dos cortes orçamentários fazem parte desse esforço.

Além disso, acreditamos que é necessá-rio constranger o governo a sair de sua posi-ção de intransigência evasiva e transferência de responsabilidades para as reitori-

as/instituições administrarem as conseqüên-cias da política de austeridade seletiva. Uma política que corta recursos do ensino público, procura empurrar as instituições públicas para a captação de recursos pela via privada e garante as transferências do fundo público para o setor privado.

Além disso, no contexto da greve, há uma avaliação do CNG de que o governo vem apresentando uma série de novas ame-aças ao caráter público das instituições e às condições de trabalho e ensino, tais como: a ampliação dos cortes orçamentários; as afir-mações de que o governo prioriza a tramita-ção de projetos de lei que “flexibilizam” o financiamento público das instituições (como o PL 2177/2011, agora PLC 77/2015 – Códi-go Nacional de Ciência Tecnologia e Inova-ção), entendendo como “autonomia” das Universidades pela via da privatização; a forma vaga como se afirma que continuarão acontecendo os concursos públicos pelo RJU sem negar efetivamente que pretenda con-tratação via OS.

O CNG considera fundamental exigir do governo respostas efetivas às questões obje-tivas de nossa pauta específica e encaminha para avaliação das assembleias gerais a siste-matização dessas questões. Por certo, sem-pre que for pertinente, tais questões serão trabalhadas em conjunto com as representa-ções do Sinasefe e da Fasubra. (ANDES/SN)

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Contraproposta dos SPF’sComo resultado da reunião do Fórum Naci- sideração a inflação acumulada desde 1º de próprio de contraproposta para avaliação das

onal das Entidades dos Servidores Público Fede- julho de 2010 (data da vigência da última parce- entidades. Este estudo aponta uma contrapro-rais (SPF), no dia 21 de julho, foi destacada uma la do reajuste trienal concedido em 2008 para posta de índice de reajuste linear de 19,7% em comissão de entidades (SINAL, ASSIBGE-SN, algumas categorias) até janeiro de 2015, agre- uma única parcela para 2016. O cálculo feito SINASEFE, CONDSEF e ASFOC-SN) para elaborar gando ainda a projeção de inflação até dezem- levou em consideração a inflação acumulada um estudo de contraproposta para ser avaliado bro de 2016 e ainda 2% de aumento real, em desde 1º de julho de 2010 até junho de 2015 pelas bases das entidades e posteriormente uma parcela única para 2016, descontando o (data do último índice de inflação real), descon-levado para o Fórum dos SPF com a intenção de reajuste de 15,8% concedido no acordo de tando o reajuste de 15,8% concedido no acordo avançar no processo de negociação da Campa- 2012, em três parcelas, para algumas entida- de 2012, em três parcelas, para algumas enti-nha Salarial Unificada com o governo na mesa des. dades dos SPF.estabelecida entre Fórum dos SPF e MPOG. Na mesa de negociação realizada no dia 25 Portanto, o estudo de contraproposta man-

Na reunião do Fórum dos SPF do dia 27 de de junho, entre o Fórum dos SPF e MPOG, foi tém a defesa do acordo anual e de reposição julho, a comissão apresentou o resultado do apresentada a contraproposta do governo de das perdas inflacionárias do último período. estudo, em que foi apresentada contraproposta um índice de reajuste de 21,3% parcelado em 4 Cabe ressaltar que os demais pontos da pauta apenas para o ponto da pauta que se refere ao anos, sendo 5,5% em 2016; 5,0% em 2017; unificada dos SPF se mantém na forma como índice de reajuste salarial, tendo em vista que o 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Nesta propo- foi protocolada em fevereiro de 2015.governo somente apresentou proposta para sição, o governo desconsidera as perdas inflaci- Importante destacar que este estudo trata este ponto. Apesar do governo apresentar con- onárias do período anterior à 2016 e aponta da mesa geral de negociação com as entidades traproposta de reajuste dos benefícios (alimen- projeções de inflações futuras, mas sem nenhu- nacionais dos SPF, portanto, não está vinculada tação, auxílio creche e auxílio saúde) a compre- ma reposição dos indicadores de inflação para à pauta específica da greve nacional dos docen-ensão do Fórum é manter a defesa da isonomia os 4 anos seguintes. tes federais. Ainda, em relação à pauta do entre os poderes (executivo, legislativo e judi- Tendo em vista que, na sequência, o gover- ANDES-SN, reafirma-se que qualquer índice de ciário) para os benefícios, conforme a pauta uni- no reafirmou, nas duas mesas de negociação reajuste salarial e impacto orçamentário prove-ficada original da Campanha Salarial Unificada com o Fórum dos SPF, a sua contraproposta e niente poderá ser utilizado, na mesa de negoci-dos SPF. que as mesas setoriais somente avançariam ação setorial, para a restruturação da carreira

A proposta original do Fórum dos SPF, em nas pautas específicas condicionadas à assina- docente conforme nossa concepção de car-relação ao índice linear de 27,3%, levou em con- tura do acordo, o Fórum elaborou um estudo reira.

Pauta específica do movimento docenteValorização salarial de ativos e aposentados

Nos marcos da discussão da pauta unifica-da apresentada pelo Fórum dos Servidores Públicos Federais, compromisso com o reajus- Defesa do caráter públicote em uma única parcela, com vigência a partir da universidadede janeiro de 2016.

O percentual negociado unificadamente Não adoção nas IFE da forma mercantil de deverá ser aplicado à carreira docente, garan- gerenciamento e contratação, através das OS tindo a paridade entre ativos e aposentados, ou formas equivalentes; Reversão dos cortes tendo em vista avançar em relação aos princí- no orçamento, com a garantia dos valores pre-pios e à concepção de reorganização da Car- vistos na Lei Orçamentária de 2015, com reira, na forma acima mencionada. suplementações para garantir a manutenção,

investimentos, a qualidade do trabalho, estu-do e a assistência e permanência estudantil; Garantia da gratuidade, com o apoio do MEC à retirada de pauta ou rejeição da PEC 395/2014 (taxas aos estudantes de cursos de aperfeiçoa-mento e especialização); Retomada de cargos extintos (que passaram a ser terceirizados, como serviços de limpeza, segurança, etc), com calendário de liberação de novos códigos de vagas para estes cargos.

clusão das obras de infraestrutura já iniciadas dramento dos docentes aposentados e insti-e projeção para as novas obras e equipamen- tuidores de pensão, em posição de equivalên-tos necessários diante da expansão das IFE. cia em relação ao topo da estrutura da car-

reira.Garantia de autonomia

Revogação da Lei 9192/95 e do parágrafo único do artigo 56 da Lei 9394/96 (LDB), que ferem os preceitos constitucionais da demo-cracia e da autonomia (composição dos con-selhos superiores e a escolha dos dirigentes); Manifestação por parte do MEC de seu apoio à retirada de pauta ou rejeição do PLC 77/2015; Manutenção dos saldos do exercício financeiro na instituição, para livre execução no exercício seguinte.

Condições de trabalhoReestruturação da carreira

Ocupação dos cargos de docente existen-tes e criação de novas vagas (incluindo as uni- Compromisso do Governo em retomar a dades de educação básica), exclusivamente negociação a partir do acordo com a através do RJU e em regime de Dedicação Sesu/MEC em 2014, sobre os pontos concei-Exclusiva, com definição do cronograma para tuais iniciais a serem definidos em Lei para a os concursos; Liberação de verbas para a con- reestruturação da carreira docente; Reenqua-

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Intransigência do governo emperra as negociações

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A expectativa de respostas efetivas por parte do governo durante reunião entre os representantes do MPOG, do MEC e do Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, no dia 20 de julho, não se confirmaram. O governo manteve a proposta de reajuste salarial de 21,3%, parcelado em quatro anos, apresentando como único dado novo o reajuste dos benefícios, ao qual o governo não atendeu integralmente, apresentando uma proposta de reajustes dos auxílios – ali-mentação, saúde (22,8%) e pré-escola (317%) – que não garantem a isonomia com os outros poderes e excluem os aposenta-dos.

As entidades que compõem o Fórum reafirmaram sua rejeição à proposta salarial plurianual e abaixo dos índices inflacionári-os, reiterando a reivindicação de estabeleci-mento de data-base de 1º de maio e a nego-ciação de uma política salarial com reposi-ção das perdas decorrentes da inflação.

A possibilidade de inclusão de uma cláu-sula de revisão do acordo plurianual em 2017, apresentada pelo governo, na verda-de não passa de um engodo. Ao ser questio-nado sobre a garantia legal dessa cláusula, o governo respondeu negativamente, redu-zindo-a à assinatura de um acordo, sem inclusão em lei. O Fórum recusou a proposta apresentada e solicitou uma nova audiência, defendendo a mesa central como único espa-ço para negociação do índice de reajuste salarial, numa referência à tentativa do governo de fragmentar o movimento a par-tir da proposta de negociações setoriais de índices.

Por força de reivindicação do ANDES-SN e SINASEFE, a mesa setorial ocorreu com a presença das duas entidades e, da parte do governo, representantes do MPOG/SRT e do MEC (SESu e SETEC) e de seu braço sindical, o PROIFES. Os representantes do CNG/Andes-SN questionaram a ausência de respostas à pauta específica por parte da SRT/MPOG e

reafirmaram os cinco eixos da pauta especí-fica, reivindicando o cumprimento do acor-do assinado em 2014 sobre a reestruturação da carreira, rompido unilateralmente pelo governo.

A expectativa de que a reunião setorial, realizada no MPOG com a presença do MEC, avançaria na negociação efetiva da pauta específica foi frustrada frente à negativa do MPOG em se posicionar sobre os pontos de pauta, acompanhada pela intervenção do MEC, que só reafirmou os elementos apre-sentados pela SESu na reunião realizada em 23 de junho.

O Secretário de Ensino Superior, Jesual-do Pereira Farias, considerou os cortes orça-mentários inexoráveis, minimizou seus impactos e não reconheceu a crise nas insti-tuições federais de ensino, transferindo a

administração da escassez de recursos para os reitores, no âmbito da “autonomia uni-versitária”. Em relação à realização de con-cursos públicos, reafirmou a existência de nove mil vagas docentes nas universidades, responsabilizando novamente os reitores pelo não preenchimento destas. A reivindi-cação reapresentada pelo CNG/ANDES-SN da planilha com a distribuição destas vagas por universidade foi novamente negada.

Ficou claro que objetivo do governo é, sim, negociar setorialmente o índice de rea-juste, o que, na avaliação do CNG/ANDES, busca fragilizar o movimento unificado e não negociar de fato a pauta específica da categoria. Os momentos finais da reunião, no entanto, foram marcados pela pressão dos representantes do CNG/ANDES-SN e SINASEFE para que uma nova reunião setori-al fosse agendada para tratar efetivamente dos pontos referentes à pauta específica, com destaque para a reestruturação da car-reira e a revisão dos cortes orçamentários na educação, resultando no compromisso por parte do governo de agendar nova reunião.

A construção do Fórum de Entidades Nacionais dos SPF em 2014 e a deflagração da greve docente forçaram o governo abrir negociação. Portanto, enfrentar a postura de seus representantes nesse momento requer a intensificação da greve docente, a manutenção da unidade com os SPF e a defe-sa de um processo que combine o tempo e o conteúdo da negociação geral dos SPF com o processo de negociação setorial.

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Jornal da ADUFLAInforme Especial de Greve - Agosto/2015 4

METODOLOGIA DE TRANSIÇÃO DA ATUAL CARREIRA DOCENTE DAS IFES PARA A CARREIRA DE PROFESSOR FEDERAL DO ANDES-SN

Contribuição dos professores Júlio S. de S. Bueno Filho (ADUFLA), José Monserrat Neto (ADUFLA), Marcelo de Carvalho Alves (ADUFLA), Daniel Augusto Pereira (ADUFLA).

Proposta ADUFLA

1. Antecedentes e Justificativa

A pauta do Setor, aprovada no 34º Con-gresso e protocolada no Ministério da Educação (MEC) e Ministério do Planejamento, Orçamen-to e Gestão (MPOG), no início de 2015, solicita-va audiência com o Ministro da Educação, tendo como eixos centrais: defesa do caráter público da educação, condições de trabalho, garantia da autonomia universitária, reestrutu-ração da carreira docente e valorização salarial de ativos e aposentados.

A SESU, em nome do Ministério da Educa-ção, reunira-se com o Andes-SN em 23 de abril de 2014, tendo na mesa o projeto de carreira docente do Andes-SN, e acordara o primeiro patamar de conceitos, nos seguintes termos:

a) Fixar como conceito no texto da Lei: estruturação em degraus constantes desde o iní-cio até o final; percentuais definidos para a valo-rização de cada uma das titulações; relação per-centual constante entre regimes de trabalho, com valorização da dedicação exclusiva; (a com-binação destes três elementos estará integrada, compondo o vencimento de cada professor, segundo sua situação particular quanto ao nível na carreira, articulação e o regime de trabalho).

b) Definir como conceito no texto da Lei: que o piso organizador da malha de vencimen-tos, estruturadaem decorrência do item anteri-or, seja o valor fixado para o nível inicial da car-reira, do graduado em regime de 20 horas.

c) Reconhecer como conceito no texto da Lei: autonomia das Instituições para os critérios de desenvolvimento dos docentes na carreira sejam definidos no âmbito do Plano de Desen-volvimento Institucional, resguardada a supervi-são pelo Ministério da Educação.

Com base nos níveis salariais, é possível comparar as diferentes carreiras docentes, como as doGoverno e do Andes-SN, e com isso auxiliar na organização das nossas reivindica-ções. No entanto, além dos salários, existem vári-os outros aspectos que precarizam a atual carre-ira docente, tais como o regime de aposentado-ria, estrutura da carreira (degraus de todos os níveis da carreira docente, nível inicial de entra-da, etc).

Na atual carreira docente, a partir da Lei 12.772 de 2012, as distorções aumentaram ainda mais, tal como o ingresso na carreira em nível rebaixado, o de Professor Auxiliar I, mesmo quando o ingressante possui mestrado ou dou-torado. Assim, para um doutor ingressante, em 2015, o seu salário é inferior ao de 2012, corrigi-do pela inflação. Esse ingresso rebaixado na car-reira provocou também um atraso na progres-são funcional, pois demora-se 3 anos a mais para chegar ao mesmo nível quando compara-

do com a carreira de antes de 2012. No caso do do DIEESE e de que a carreira tenha níveis e professor Associado, na carreira atual, o seu steps constantes. (Quadro 1)nível salarial também é inferior ao nível de 2012, Existem diversas possibilidades de negociar corrigido pela inflação. Assim, os níveis de Pro- a transição quanto ao número de etapas, os valo-fessor Auxiliar I e Associado I tiveram as maiores res das médias ponderadas, bem como o prazo perdas em relação ao salário de 2012. das etapas. Uma possível alternativa é escolher

É importante ressaltar que o reajuste linear uma etapa (uma média ponderada) em que o dos atuais níveis salariais não corrige as distor- nível salarial seja próximo da contraproposta do ções da carreira docente. Desta forma, é neces- Fórum dos SPF. Por exemplo, caso seja negocia-sário elaborar uma estratégia metodológica de do e acordado com sucesso um índice de reajus-permita uma transição gradual entre a atual car- te linear de 19,7%, para 2016, seria possível reira para a carreira do Andes-SN. empregar a média ponderada de 50% do nível

salarial da carreira atual, mais 50% do nível da 2. Metodologia de Médias Ponderadas carreira do Andes-SN. O reajuste nos níveis sala-

riais, usando esta média ponderada, é bem pró-A proposta metodológica de transição é a ximo do reajuste linear, como se pode verificar

de negociar médias ponderadas ao longo dos na Figura 1, no entanto já começando a corrigir anos, entre os níveis salariais da atual carreira e as distorções da carreira.os níveis da carreira do Andes-SN, para reduzir As etapas seguintes de transição entre as as distorções e convergir gradualmente em dire- carreiras poderão ser discutidas, negociadas e ção à carreira docente que reivindicamos. Pode- realizadas posteriormente, por meio de um pro-mos negociar o número de etapas da transição, jeto de lei, para se convergir gradualmente até à bem como o seu prazo, mas não devemos nego- carreira de Professor Federal do Andes-SN, em ciar o aspecto qualitativo, como a ideia central que a curva da contraproposta atingirá a carreira de que o salário seja indexado ao piso nacional do Andes-SN (Figura 1).

1a etapa) Nível salarial = 90% salário carreira Governo + 10% salário carreira Andes-SN2a etapa) Nível salarial = 80% salário carreira Governo + 20% salário carreira Andes-SN3a etapa) Nível salarial = 70% salário carreira Governo + 30% salário carreira Andes-SN4a etapa) Nível salarial = 60% salário carreira Governo + 40% salário carreira Andes-SN5a etapa) Nível salarial = 50% salário carreira Governo + 50% salário carreira Andes-SN6a etapa) Nível salarial = 40% salário carreira Governo + 60% salário carreira Andes-SN7a etapa) Nível salarial = 30% salário carreira Governo + 70% salário carreira Andes-SN8a etapa) Nível salarial = 20% salário carreira Governo + 80% salário carreira Andes-SN9a etapa) Nível salarial = 10% salário carreira Governo + 90% salário carreira Andes-SN10a etapa) Nível salarial = 0% salário carreira Governo + 100% salário carreira Andes-SN

Greve de 2015

Greve de 2015 Figura 1

Quadro 1

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- Qualidade do serviço público para a população.- Defesa da universidade pública contra o desmanche promovido pelo Governo Federal.- Recomposição de 27,3% referente às perdas salariais dos últimos anos, salva-guardando o direito aos reajustes anuais na data base.- Abertura de concurso público para ampliar e melhorar a qualidade do aten-dimento à população.- Garantia de acesso à Universidade Pública para toda a população.- Garantia da aposentadoria integral, com isonomia entre ativos e aposenta-dos, contra o fator previdenciário e a cobrança da contribuição dos aposenta-dos.- Impedir a precarização de direitos dos trabalhadores e a terceirização.- Acabar com a corrupção.- Garantir 10% do PIB em investimentos em Saúde e 10% em Educação.- Impedir os cortes e os desvios de recur-sos da Educação, Assistência Social, Saúde e Previdência Social.- Impedir a privatização dos serviços de Previdência e Saúde.- Valorizar os profissionais da Saúde e lutar pela reestruturação do SUS.- Garantir o acesso pleno e integral à pen-são por morte, auxílio doença, seguro desemprego e abono salarial.- Garantir o pagamento de insalubridade e periculosidade.

O QUE QUEREMOS?

O movimento grevista em Lavras segue a como objetivo conscientizar a população sobre 28 de julho, os servidores realizaram uma unidade nacional em defesa dos Servidores as razões do movimento, as reivindicações da assembleia conjunta para discutir propostas e Públicos Federais, integrando ações entre os categoria e o descaso do Governo Federal no avaliar o movimento. O “Café com Luta” reuniu docentes e os técnicos-administrativos da Uni- desmonte do serviço público no país. mais uma vez docentes, técnicos-adminis-versidade Federal de Lavras (UFLA) e os servido- Portando faixas, distribuindo panfletos e trativos e servidores do INSS. Na pauta, a pro-res da Previdência Social, sem se esquecer dos falando direto ao público, os servidores toma- posta do governo de um reajuste de 21,5%, divi-técnicos do Centro Federal de Educação Tecno- ram os pontos estratégicos da praça e levaram dido em quatro anos, e também dos benefícios, lógica de Nepomuceno. O ato conjunto realiza- as suas reivindicações. como auxílio alimentação, auxílio Saúde e pré-do no dia 21 de julho, na Praça Dr. Jorge, teve Em outra ação conjunta, na manhã do dia escola.

Jornal da ADUFLAInforme Especial de Greve - Agosto/2015 5

UNIDOS PELA LUTA: ADUFLA - SindUFLA - SINTSPREV/MG

No dia 22 de julho, o comando local de vação de contratos com vigilantes.greve (CLG) esteve reunido com o Magnífico Rei- Sobre a Universidade Aberta do Brasil tor da UFLA, José Soares Scolforo. Estiveram pre- (UAB), Scolforo relatou que no ano passado sentes os professores Marcelo de Carvalho houve o primeiro corte e que agora a redução Alves, José Monserrat e Júlia M. Amâncio, do foi ainda maior. Como há 1.470 alunos nesse pro-CLG, a Pró-Reitora Soraya Alvarenga Botelho e a grama, a UFLA deverá manter esta modalidade assessora Ana Carla. até 2018.

Profa. Júlia relatou a preocupação do Em relação ao calendário, o reitor informou ANDES-SN em relação à situação atual dos que a UFLA retomará as atividades somente docentes e sobre os cortes no orçamento, solici- após o movimento grevista, assumindo o com-tando detalhamento do problema, o que põe promisso absoluto da reitoria e da direção exe-em dúvida a qualidade dos serviços prestados à cutiva de que o calendário será retomado após comunidade. o término da greve.

Segundo o Scolforo, crise política atual está A reitoria também se prontificou em man-potencializando a crise econômica e a austerida- ter as atividades que vão de encontro com a de fiscal deve ser aplicada a todos. De acordo pauta do movimento, como por exemplo, os pro-com o reitor, a terceirização consome 60% do cessos de progressão funcional. O reitor mani-custeio e o ajuste fiscal aumenta a crise. Outros festou o apoio à pauta dos docentes, especial-pontos são os altos valores da energia elétrica e mente sobre a carreira, e por fim, deixou claro a necessidade de manutenção permanente. Ele sua preocupação diante dos cortes realizados informou que foram feitos cortes possíveis, pelo MEC, conforme ofício 500/2015/ como a devolução de veículos alugados e reno- GAB/UFLA.

CLG se reúne com o reitor

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A greve dos docentes das IFE completou 70 forçado a reconhecer que a sua estratégia para negociações salariais não resolverão a greve em dias numa semana de intensas atividades em dividir os SPF nas mesas setoriais com o MPOG curso e que precisa haver soluções para as condi-Brasília e nas redes sociais. A realização da cam- não surtiu os efeitos por ele esperado. Após ter a ções de trabalho e de funcionamento das IFE, panha “#DialogaJanine”, com chuva de e-mails, propostas de reajuste de 21,3% parcelado em com reversão dos cortes que estão impostos as ações dos CLG e CLGU no “Abre as contas, Rei- quatro anos e dos índices de revisão dos benefí- pelo ajuste fiscal. tor(a)!” em mais de 40 IFE e a Marcha na Espla- cios rejeitada por unanimidade pelo Fórum dos O Ministro da Educação continua omitindo-nada dos Ministérios no dia 6, dentre outras SPF, o Secretário de Relações de Trabalho do se e, além de não apresentar nenhuma proposta ações, demonstram que os docentes ampliam a MPOG, Sérgio Mendonça, deu início à primeira sobre a pauta específica, não recebeu o CNG, o mobilização e a disposição para a luta. rodada de mesas setoriais, onde insistiu na que demonstra que o mesmo caminho de pres-

A ADUFLA se faz presente junto ao Coman- manutenção da proposta original de reajuste par- são realizado sobre o MPOG deve ser seguido no do Nacional de Greve através de seus delegados, celado, mas a rejeição a ela se manteve. Já na caso do MEC.participando dos debates e discussões em torno manhã do dia 06 de agosto, em reunião com a A possibilidade de sinalização de outra pro-da pauta dos SPF e do ANDES-SN, nas manifesta- FASUBRA , admitiu “que sua posição não é imu- posta pelo governo sobre a pauta única exige ções na esplanada dos ministérios, pelas redes tável sobre discutir o índice econômico”. Para o manter as ações conjuntas e ampliar as mobiliza-sociais. Os professores Gustavo Costa de Souza Fórum dos SPF, o governo informou que deverá ções para que o MEC efetivamente se coloque à (DAE) , Catarina Dallapicula (DED) e Júlia Moretto analisar o resultado das mesas e dar início a nova mesa de negociação. Nossa força e unidade Amâncio (DAE) vêm se revezando na capital fede- rodada de discussões a partir de 17 de agosto. serão fundamentais para que consigamos rever-ral nas últimas semanas. Nas mesas no MPOG, em julho, o ter os cortes e alcançar nossas reivindicações

Como resultado destas ações o governo foi CNG/ANDES-SN deixou claro que somente as junto ao governo.

01 ADUFAC Universidade Federal do Acre 24 ADUFMAT Universidade Federal do Mato Grosso02 ADUA Universidade Federal do Amazonas 25 ADUFMAT Univ. Fed. do MGrosso/Rondonópolis03 SINDUFAP Universidade Federal do Amapá 26 CAMPUS GOIÁS Universidade Federal de Goiás04 ADUFRA Universidade Federal Rural da Amazônia 27 ADCAJ Universidade Federal de Goiás – Jataí05 ADUFPA Universidade Federal do Pará 28 ADCAC Univ. Federal de Goiás – Catalão06 SINDUNIFESSPA Univ. Fed.l do Sul e Sudeste do Pará 29 ADUFDOURADOS Univ. Federal da Grande Dourados07 SINDUFOPA Universidade Federal do Oeste do Pará 30 ADUFMS Univ. Federal de Mato Grosso do Sul08 ADUNIR Universidade Federal de Rondônia 31 SESDIFMT Instituto Federal do Mato Grosso09 SESDUF-RR Universidade Federal de Roraima 32 ADLESTE Univ. Fed.do MGros. do Sul/Três Lagoas10 SESDUFT Universidade Federal de Tocantins 33 ADUFF Universidade Federal Fluminense11 SINDIFPI Instituto Federal do Piauí 34 ADUFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro12 ADUFERSA Universidade Federal Rural do Semiárido 35 ADUFLA Universidade Federal de Lavras13 ADUFAL Universidade Federal de Alagoas 36 CLG – UFSC Univ. Federal de Santa Catarina14 ADUFS Universidade Federal de Sergipe 37 ADUFOP Universidade Federal de Ouro Preto15 ADUFPB Universidade Federal da Paraíba 38 APESJF Universidade Federal de Juiz de Fora16 SINDUNIVASF Universidade do Vale do São Francisco 39 APESJF Instit. Federal Sudeste Minas Gerais17 APUB Universidade Federal da Bahia 40 ADOM Univ Fed/Jeq./Mucuri/Campus Mucuri18 APUR Universidade do Recôncavo da Bahia 41 ADUFVJM Univ. Fed. Jeq./Mucuri/Diamantina19 ADUFOB Universidade Federal do Oeste da Bahia 42 UFRGS Univ. Federal do Rio Grande do Sul20 APRUMA Universidade Federal do Maranhão 43 CLG – UNILAB Univ. Int.Lusofonia Afro-Brasileira21 ADUFCG Univ. Federal de Campina Grande 44 APUFPR Universidade Federal do Paraná22 ADUFCG-PATOS Univ. Federal de Campina Grande/Patos 45 SINDIF-PB Instituto Federal da Paraíba23 ADUC Univ. Fed. CampinaGrande/Cajazeiras 46 ADUFPI Universidade do Piauí

47 ADUFSJ Universidade Federal de São João del-Rei

Jornal da ADUFLAInforme Especial de Greve - Agosto/2015 6

ADUFLA marca presença nas mobilizações em Brasília

Quadro atual da greve nas IFE

Professoras Catarina Dallapicula e Júlia Amâncio Professora Catarina Professor Gustavo Costa de Souza