12
Beatriz Menezes dos Santos Com o desafio de unir os gestores escolares num programa que represente efetivamente os anseios, as expectativas e os sonhos dos diversos segmentos da escola, a Secretaria de Estado da Educação lança o Programa Educação: Construindo Qualidade, com a meta de consolidar até 2010 o planejamento estratégi- co da instituição que será executado em três anos. A definição de caminhos buscando erradicar o analfabetismo, o combate à evasão escolar, o acesso à tecnologia, investimentos na formação dos professores, criação de mais vagas para o ensino médio são algu- mas medidas, entre outras, que irão beneficiar, em cur- to prazo, cerca de 850 mil estudantes catarinenses. No encontro com este objetivo estão reunidos nos dias 5 e 6 de maio, no Centro de Eventos do Par- que Beto Carrero World no município de Penha, 1.500 dirigentes educacionais que irão desencadear a execu- ção do programa nas 1.323 escolas públicas da rede estadual. Como mediadores das relações entre o pro- fessorado, a comunidade e os órgãos normativos, os diretores são os responsáveis pela execução das ações nas escolas, assim como os legitimadores dessa políti- ca frente às instâncias superiores da educação. A iniciativa de elaborar um Programa de Gestão Educacional que influencie intencionalmente o coti- diano escolar, não apenas determina uma nova pos- tura da instituição como também estabelece que os novos parâmetros de gerenciamento estarão volta- dos para a formação dos professores, com ênfase no trabalho coletivo, na importância de se conhecer a realidade em que a escola está inserida, quem são os alunos, os professores, o que se deve ensinar e quais suas dificuldades e necessidades. Além dis- so, aborda a questão da avaliação do Plano e de seu impacto na aprendizagem dos alunos, na equi- pe administrativa e nos professores. A formulação do programa prevê três etapas presenciais e atividades a distância, que terão início este ano com a discussão sobre as Perspectivas e Desafios da Gestão 2008. Por meio de uma pesqui- sa, a Secretaria vai identificar as principais necessi- dades da estrutura organizacional e administrativa, além de medir o nível de satisfação do diretor de escola em relação à instituição. A avaliação institu- cional é uma ferramenta diagnóstica que vai gerar uma base de dados para a tomada de decisões da Gestão de pessoas e de equipes. Na segunda etapa, que acontecerá em 2009, será abordado o tema Gestão Curricular — fios que tecem o ensino e a aprendizagem — ali- cerçadas na gestão de pessoas e em planos de ação. As medidas terão continuidade em 2010, com a discussão sobre a relação Educação e Tra- balho. O artigo na página 3 aprofunda os concei- tos sobre o assunto. Confira. Perspectivas e Desafios da Gestão Escolar 2008-2010 Santa Catarina • Junho 2008 Osvaldo Nocetti Educação: Construindo Qualidade

Jornal Escola Aberta - Junho 2008

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Edição de Junho de 2008 do Jornal Escola Aberta, da Secretaria De estado da Educação de SC

Citation preview

Page 1: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Beatriz Menezes dos Santos

Com o desafio de unir os gestores escolares numprograma que represente efetivamente os anseios, asexpectativas e os sonhos dos diversos segmentos daescola, a Secretaria de Estado da Educação lança oPrograma Educação: Construindo Qualidade, com ameta de consolidar até 2010 o planejamento estratégi-co da instituição que será executado em três anos.

A definição de caminhos buscando erradicar oanalfabetismo, o combate à evasão escolar, o acesso àtecnologia, investimentos na formação dos professores,criação de mais vagas para o ensino médio são algu-mas medidas, entre outras, que irão beneficiar, em cur-to prazo, cerca de 850 mil estudantes catarinenses.

No encontro com este objetivo estão reunidosnos dias 5 e 6 de maio, no Centro de Eventos do Par-que Beto Carrero World no município de Penha, 1.500dirigentes educacionais que irão desencadear a execu-

ção do programa nas 1.323 escolas públicas da redeestadual. Como mediadores das relações entre o pro-fessorado, a comunidade e os órgãos normativos, osdiretores são os responsáveis pela execução das açõesnas escolas, assim como os legitimadores dessa políti-ca frente às instâncias superiores da educação.

A iniciativa de elaborar um Programa de GestãoEducacional que influencie intencionalmente o coti-diano escolar, não apenas determina uma nova pos-tura da instituição como também estabelece que osnovos parâmetros de gerenciamento estarão volta-dos para a formação dos professores, com ênfaseno trabalho coletivo, na importância de se conhecera realidade em que a escola está inserida, quemsão os alunos, os professores, o que se deve ensinare quais suas dificuldades e necessidades. Além dis-so, aborda a questão da avaliação do Plano e deseu impacto na aprendizagem dos alunos, na equi-pe administrativa e nos professores.

A formulação do programa prevê três etapaspresenciais e atividades a distância, que terão inícioeste ano com a discussão sobre as Perspectivas eDesafios da Gestão 2008. Por meio de uma pesqui-sa, a Secretaria vai identificar as principais necessi-dades da estrutura organizacional e administrativa,além de medir o nível de satisfação do diretor deescola em relação à instituição. A avaliação institu-cional é uma ferramenta diagnóstica que vai geraruma base de dados para a tomada de decisões daGestão de pessoas e de equipes.

Na segunda etapa, que acontecerá em2009, será abordado o tema Gestão Curricular —fios que tecem o ensino e a aprendizagem — ali-cerçadas na gestão de pessoas e em planos deação. As medidas terão continuidade em 2010,com a discussão sobre a relação Educação e Tra-balho. O artigo na página 3 aprofunda os concei-tos sobre o assunto. Confira.

Perspectivas e Desafios da Gestão Escolar 2008-2010

Santa Catarina • Junho 2008

Osvald

o Nocetti

Educação: Construindo Qualidade

Page 2: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Jornalistas:

Beatriz Menezes dos San-

tos/01572-JP

Suely de Aguiar/00416-JP

Ester Zanette Barp/ 2241-JP

Editora Responsável:

Beatriz Menezes dos Santos

Fotografia:

Osvaldo Nocetti

Revisão:

Antônio Carlos Pereira

Diagramação:

Ivan Girardi Junior

EDITORIAL

NOVOS RUMOS PARA SUPERAR

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃOPolítica pública eficiente se faz com planejamento estratégico e ações continuadas

Lançado em 2007 com ointuito de diminuir a distânciaentre a Secretaria de Estado daEducação e as escolas da redepública estadual, no que se refereà informação e avaliação das políti-cas educacionais, o jornal EscolaAberta chega agora a sua quintaedição com o lançamento do Pro-grama Educação: ConstruindoQualidade - Perspectivas e Desa-fios da Gestão Escolar.

Pioneira no país a lançar oprograma como política públicaestadual, a Secretaria de Estadoda Educação vai "atacar" pontosconsiderados fundamentais para oavanço da qualidade na educa-ção, consolidando as conquistasanunciadas pelos instrumentos deavaliação do ensino.

Por meio de um gerencia-mento eficaz da aprendizagem,nos últimos anos, ampliou-se noEstado o acesso e a permanênciados alunos do ensino fundamentale reduziu-se os números da eva-são escolar, cuja queda se mos-trou notável com os índices dedesistência ao final da 4ª serie,declinando de 3,85% para 0,62%em uma década.

Santa Catarina é o terceiro esta-do mais alfabetizado do Brasil, apre-sentando o percentual de 94,8%,ficando atrás do Distrito Federalcom 95,3%, e do Rio de Janeirocom 95,2%, segundo dados doIBGE. Aqui também está localiza-do o município de São João doOeste que possui o maior númerode pessoas alfabetizadas do país,exibindo a taxa de 99, 44%.

De acordo com os gestores

estaduais, a expressiva melhorianestes índices se deve, especial-mente, ao compromisso político doGoverno para com a educaçãopública, configurados em investi-mentos na infra-estrutura das esco-las, na distribuição de uniformes ematerial escolar para aproximada-mente 400 mil alunos do ensinofundamental, além dos recursosdestinados à tecnologia da aprendi-zagem e formação dos professores.

Para os educadores, porém, oavanço da educação ainda estárelacionado ao perfil sócio - cultu-ral das famílias catarinenses, quevalorizam o envolvimento dascomunidades nos programas deensino e ao comprometimentodos professores com uma educa-ção de qualidade.

Como resultado de todasessas melhorias no acesso e per-manência à escola, os dados divul-gados em abril pelo InstitutoNacional de Pesquisas Educacio-nais Anísio Teixeira (INEP), em par-ceria com o MEC, demonstramque no ENEM os estudantes cata-rinenses alcançaram, no rankingnacional, o terceiro lugar (54,13)depois do Distrito Federal (56,84)e do Rio Grande do Sul (56,21).

Em outros instrumentos deavaliação, como a Prova Brasil, quedefine o desempenho das escolase alunos do ensino fundamental,Santa Catarina também conquis-tou o terceiro lugar. No levanta-mento do IDEB (Índice de Desen-volvimento da Educação Básica)de 5ª a 8ª séries, alcançamos osegundo lugar nas disciplinas deMatemática e Ciências e o quinto

lugar nas séries iniciais, de 1ª a 5ª. Os resultados do PISA

(sigla em inglês do ProgramaInternacional de Avaliação Com-parada), aplicado em 57 paísespela OCEDE — Organização paraa Cooperação e Desenvolvimen-to Econômico, indicam que oBrasil ocupa as últimas posiçõesno ranking internacional. Noentanto, os estudantes catarinen-ses, na faixa etária dos 15 anos,com a 6ª série concluída, são osmais preparados do país, nosquesitos redação e matemática.

Se de um lado as estatísticasnacionais e internacionais permi-tem que a administração públicarealize intervenções presentes oufuturas nas políticas educacionais,de outro, os professores sabem quemedir os resultados dos alunos sófaz sentido se forem avaliados osfatores que levam ao aprendizado eque dizem aonde se quer chegar.

Contribuindo com os debatessobre as perspectivas da educa-ção catarinense, o Escola Abertatraz matérias das áreas de ensino,infra-estrutura e tecnologia e ofere-ce aos leitores a entrevista com oescritor e professor Alcides Buss,

sobre o projeto de incentivo à lei-tura que prevê a doação de livrosaos alunos do ensino médio. Napágina 3, o artigo da pedagogaAmândia Maria de Borba antecipaas discussões que acontecerão noencontro com os diretores deescola. Confira ainda, na páginaCentral, o entusiasmo dos alunos

de Blumenau durante visita à fábri-ca que confeccionou os unifor-mes escolares e o deslumbramen-to dos estudantes ao conheceramo LEGO Zoom, uma inovadora fer-ramenta tecnológica que será dis-tribuída às escolas da rede esta-dual em todas as regiões do Esta-do. Boa Leitura!

2 Santa Catarina • Junho 2008

Educação ambiental é lei nas escolas públicas de Santa Catarina (Lei 13.558/05)

CH

AR

GE

A escola é o lugar pri-vilegiado de formação

da consciênciaambiental para que osestudantes se consti-tuam como cidadãoem defesa da vida eda ética nas relações

com a natureza. Ochargista Matheus

dos Santos Camargotraduz na charge ao

lado a importância deunir a educação com

o respeito ao meioambiente

Números da Educação em SC

Índices de desistência aofim da 4ª série (Resultadosobtidos após 10 anos) 0 , 6 2%

54 , 1 3Alunos de SC estão em 3º lugar noranking do Enem com a média de

400 mil alunos do ensino fundamental receberamuniformes e material escolar

Maior índice de alfabetização dopaís: São João do Oeste (SC) 99 , 44%

Somos o 3º estado mais alfabetizado do Brasil

Índice de alfabetização de SC9 4 , 8%

3 ,85%

Page 3: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Para uma gestão de qualidade aescola deve traçar planos estratégicosrespeitando suas peculiaridades, sua

missão e valores de sua comunidade.O conjunto destas ações deve ser

pensado no presente, mas projetadosno futuro, levando em conta as

constantes transformações eadequações que devem ser feitas no

decorrer do processo.

Prof. Mário César Camargo Araújo,Diretor Geral EEB Getúlio Vargas,

Pós-graduado em desportos coletivos/UDESC

A avaliação institucional deve ser vistapor todos - governo, secretários de

educação, diretores, professores,funcionários, pais e alunos - não comomais uma regra buracrática, mas comoo melhor meio de buscar a qualidadenos serviços prestados à comunidade,

ou seja, a verdadeira gestão.

Neide Bittencourt, professora da UFSC e Coordenadora da Sala

Ambiente Planejamento e Prática de Gestão doPrograma Escola de Gestores.

Doutora em Didática/USP

Caminhos que podem ser trilhadosA QUALIDADE NAGESTÃO ESCOLAR

Por Amândia Maria de Borba*

Ao se abordar a gestão nocampo educacional, é importanteconsiderar a abrangência e a com-plexidade da área em questão paraque o conjunto de ações empreen-didas — sejam operacionais ouestratégicas — possa dar conta demelhorar os processos em todos osníveis da organização escolar. E tudoisso sem fórmulas mágicas.

A gestão na área da educaçãovai além da busca pela eficiênciana relação custo/benefício ou dofuncionamento dos recursos dispo-níveis para o alcancedas metas estabele-cidas. A gestão esco-lar precisa sobrepujaro cumprimento denormas prescritaspela ordem superiore as rotinas pré-esta-belecidas para inves-tir na função educati-va do cargo.

Pautada nisso, agestão no campoeducacional precisaser sinônimo de qua-lidade, pois não seconstrói qualidadesem uma gestãoatenta ao planeja-mento amparado nasdimensões ética, polí-tica e técnica dasrelações que setecem nos meandrosdo ensino. Da mes-ma forma, é necessá-rio depreender queum planejamentonão terá sentido —nem qualidade — senão atender àsexpectativas e àsnecessidades do con-texto em que estáinserido.

Buscar a gestãode qualidade é, assim,observar a qualidade sempre comoprocesso, como olhar atento para acompreensão, a interpretação, oacompanhamento e a intervençãono meio a fim de encontrar alternati-vas para a resolução de problemas —o que se efetiva à medida que o ges-tor se presta à observação intensivado cenário em que atua e ao seudiagnóstico instrumentado por dadoscomo matrícula, evasão, reprovaçãoe freqüência, entre outros.

Afinal, gerir a organização esco-lar é contemplar a compreensão dasatitudes e dos comportamentos dosfuncionários, professores e alunos,

além de interagir com os seus fami-liares. E essa condição é fundamen-tal para a regulação do processo e aconsolidação dos objetivos traçados.Isso porque a gestão é parte do pro-cesso educativo, e a comunicaçãoestabelecida pelos gestores da Esco-la com seus alunos deve correspon-der às atitudes pedagógicas noambiente de ensino.

Como se vê, não há receitasinfalíveis. A complexidade das rela-ções sociais, políticas e ideológicasda instituição de ensino não permite

reduzir a gestão esco-lar a um conjunto deatribuições. No entan-to, alguns desafios seapresentam ao gestorque almeja imple-mentar uma gestãode qualidade, o quecompreende acom-panhar e fazer asdevidas intervenções:na organização docurrículo, nas rela-ções entre famílias,lideranças e Escola(diálogo), na infra-estrutura para o PPP(nível de participação,trabalho coletivo,organização do espa-ço e tempo da apren-dizagem), no ambien-te físico, na formaçãocontinuada dos pro-fissionais envolvidos,no acompanhamentodo processo de ensi-no-aprendizagem enas políticas de inclu-são — atento às satis-fações pessoais eprofissionais.

Mais que seenquadrar ao este-reótipo de um ges-tor, o de um líderhierarquicamente

superior, caberia ao Diretor Escolaratuar como um ouvinte atento àsnecessidades do grupo, comunica-tivo na análise das situações e par-ticipativo na tomada de decisões, ogestor de qualidade é aquele queconsegue se servir de todos essespapéis, administrando conflitos pes-soais, os seus e de seus pares, e,sobretudo, tendo discernimentopara motivar a sua equipe na reali-zação de sonhos e projetos.

* Pedagoga, Doutora em Educação e Pró-Reitora de Ensino da Univali

,,A gestãoescolar deveabranger oplanejamentonas dimensõesética, políticae técnica dasrelações quese tecem nosmeandros do ensino"

Para a efetivação do ProgramaEducação: Construindo Qualidade, oinvestimento na gestão escolar éprimordial. Nele são construídos osprocessos de melhoria no ensino. Por isso, um movimento que temcomo objetivo melhorar a qualidadeda educação requer ocomprometimento ativo de todos osagentes envolvidos.

Marlene de Oliveira, Consultora Educacional, Especialista em Assuntos Educacionais e Coordenadora Estadualdo Programa Nacional Escola de Gestores

Uma gestão escolar de sucesso se faz composicionamentos estratégicos eoperacionais eficazes, aliados àcapacidade de liderança, comanálise e proposições frente aosdesafios da sociedade.

Maria Letícia Borssoi Baldin,Gerente Regional de Educação de ChapecóPós-Graduada em Língua Portuguesa/UniChapecó

Santa Catarina • Junho 2008 3

Page 4: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Fotos Osvaldo Nocetti

Suely de Aguiar

Segundo o levantamento denominadoÍndice de Percepção de Corrupção entreautoridades públicas e políticos, o Brasilaparece entre os 163 países que convi-vem com o problema. Em 2007, o nossopaís caiu oito posições em relação a esseano e está no 70º lugar no ranking mun-dial e em 14º entre os países da AméricaLatina. No entanto, a corrupção não selimita a esses setores. Qualquer cidadãocomum pode estar cometendo um atocorrupto ao desrespeitar uma fila (de ôni-bus, supermercado, banco etc) ou aojogar lixo na rua. Para ajudar a combatertal prática, o Centro de Apoio da Infânciae da Juventude do Ministério Público, emparceria com a Secretaria da Educação,lançou, em 2007, a Campanha "O quevocê tem a ver com a Corrupção?". Maisde cinco mil estudantes participaram deum concurso sobre o tema e os três pri-meiros classificados nas categorias dese-nho, redação e teatro foram premiados,durante solenidade realizada, no dia 10 demarço, no auditório da Secretaria. A Cam-panha foi idealizada pelo promotor de Jus-tiça Affonso Guizzo Neto.

Com o mesmo título da campanha, "O que você tem a vercom a corrupção?" uma equipe de alunos do ensinomédio, da EEB Manoel Henrique de Assis, de Itajaí, ficouem primeiro lugar, sendo premiada em abril, com umaexcursão cultural a Florianópolis. São eles: Cleiton StrackeSudan, Diana Bittencourt Vicenti, Fernanda Klegler, Filipede Quadra, Frank Silva de Oliveira, Jaqueline Coelho, Joa-cir Vieira dos Santos, Karen Luana Livinalli e Nikole Fiche-

ter Bayer. Em idades entre 18 e 16 anos, os jovens cria-ram e encenaram uma peça teatral com o intuito deenvolver as crianças e mostrar que a corrupção podecomeçar quando se fura uma fila, se pega algo sem auto-rização, falsifica-se uma nota de prova escolar ou mesmoquando se mente para os pais. Na peça, dois personagensse destacam: Gato Atitude, que representa honestidade,em contraponto à Dona Corrupção.

Na categoria séries finais (5ª a8ª), Fabiane Toniazzo, estudanteda 8ª série da EEB ProfessorZelindo Carbonera, de Xanxerê,foi a vencedora. Autora do traba-lho "O que transforma a naçãobrasileira num simples país Bra-sil", ganhou um computador. Notrabalho, a jovem de 14 anosdeixa claro que "a corrupção émais do que roubar, é agir nega-tivamente. São ações que cau-sam danos, não só materiais,como morais". Entre os exem-plos de corrupção cita a infra-ção de regras escolares comodeixar de usar o uniforme (sefor obrigatório); discriminar e jul-gar pessoas; falsificar assinatu-ras, entre outros. Para a estudan-te, o fim da corrupção nãodepende de um ou outro, masde todos. "Não como uma famí-lia, mas uma Nação, à qualdevemos agir com o coração,razão e emoção", salienta.

Das séries iniciais (1ª a 4ª), o vencedor foi Cleiton Fornari, nove anos, com o desenho"Cuidado, não venda seu voto". Aluno da 3ª série do ensino fundamental da Escolade Educação Básica Dom Felício Cesar da Cunha Vasconcelos, de Concórdia, recebeuda Secretaria um aparelho de TV. Cleiton desenhou uma nota de R$ 50,00 sendoapanhada por uma mão, ao lado a letra X e dentro da nota figura de uma jovem. Aci-ma do desenho escreveu: período de eleições. O desenho por si só diz tudo.

CONCURSO CONTRA A CORRUPÇÃO PREMIA

MELHORES IDÉIAS DOS ESTUDANTES DE SCIniciativa foi bem sucedida e agora está sendo levada a escolas de todo o país

Alunos do ensino

médiocontra a

corrupção

Fabiane Toniazzo da EEB ProfessorZelindo Carbonera, de Xanxerê

Cleiton Fornari, da EEB Dom Felício Cesar daCunha Vasconcelos, de Concórdia

4 Santa Catarina • Junho 2008

Page 5: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

JEA - A Secretaria deEstado da Educaçãoestá desenvolvendo oProjeto de Incentivo àLeitura e está encami-nhando às escolas darede pública estaduallivros de literatura paraserem doados aosestudantes do ensinomédio. Três obras jáforam escolhidas eenviadas às unidadesescolares: Dom Cas-murro, Senhora e OCortiço. Uma quartaobra também estácotada: Broquéis eFaróis. Qual a sua opinião sobre oProjeto?AB - Imagino a alegria desses rapazes emoças ao poderem levar para suascasas um livro de José de Alencar oude Machado de Assis, e dizer em altavoz: -"Ganhei um livro. Este livro é meu!"Pela primeira vez, em muitos desteslares, estará entrando um livro. A famíliaterá acesso a ele. Um grande escritorbrasileiro fará parte da casa. Já nadaserá a mesma coisa. Isto é maravilhoso.De alguma forma, mesmo que não hajaesta pretensão, estará nascendo emcada lar uma pequena biblioteca.

JEA- As obras citadas, todas deautores mortos (Machado de Assis,José de Alencar, Aluisio de Azevedoe Cruz e Sousa) continuam sendoabordadas nos vestibulares. O fato

de que o aluno tenhaacesso a elas, já no 1ºano do ensino médio elevar o livro para casa,pode tornar a leituramais atraente, já que setratam de obras densas? AB - Os livros que foramcitados são textos funda-mentais da literatura brasi-leira. É preciso que o estu-dante os conheça, paradepois avançar sobreoutras obras, inclusive deautores contemporâneos.O fato de poder ter oslivros em casa permitiráque estabeleça com eles

um contato mais descontraído, livre depressões. O ato de ler deve ser uma coi-sa prazerosa. Ler por obrigação, sim-plesmente, não dá prazer e não constróileitores. Somente o envolvimento afetivocom as páginas de um romance tornaesta experiência uma coisa inesquecí-vel, com gosto de "quero mais". Cabe àescola, através de seus professores ebibliotecários, dar as pistas necessáriaspara o aprendizado da leitura.

JEA- Além da disciplina de LínguaPortuguesa, as obras serão utiliza-das em outras disciplinas como His-tória e Geografia e da forma que oprofessor considerar a leitura maisadequada e atraente. Que estraté-gias podem ser adotadas para tor-nar isso possível?AB- Acredito que deva haver uma cum-

plicidade de toda a escola, inclusive dadireção, com os objetivos da leitura. Umbom romance pode ser excelente fontede conhecimentos, em variadas áreas.Um livro de José de Alencar pode expri-mir mais da história do Brasil do quevárias aulas específicas da matéria. Seos professores trabalharem em conjun-to, levarão os estudantes a entender eaceitar o valor das grandes obras, fazen-do disto um valor de vida.

JEA - No Projeto, os estudantes doensino fundamental (1ª a 9ª série)também serão beneficiados comlivros de literatura de autores brasi-leiros e catarinenses. Como incenti-var os alunos das séries iniciais atomarem gosto pela lei-tura?AB- Penso que é bemmais fácil desenvolver ogosto pela leitura nasséries iniciais. As criançasadoram ler. Cabe à escolaorientá-las para que apren-dam a escolher adequada-mente as leituras. Nestaárea há muita coisa de máqualidade. Os professorestêm condições de separaro joio do trigo. É importan-te que atuem também jun-to à biblioteca da escola,primando pela qualidadedo acervo. O trabalho emsala de aula deve privile-giar a liberdade e a criativi-dade das crianças. Após

os estudos em sala, será valioso levar oautor, quando possível, para uma con-versa com os alunos. Deste trabalho, sefor constante e bem feito, surgirá o lei-tor de amanhã e o cidadão preparadopara construir um mundo melhor.

JEA - O Jornal em Sala de Aula éoutro projeto que direta ou indireta-mente está ligado ao primeiro. Oobjetivo é incentivar a leitura utili-zando o jornal como mais um instru-mento pedagógico e dar liberdadeao aluno de escolher o assunto. Oconteúdo dos jornais contribui paraestimular o jovem a ler mais?AB - A garotada lê bem pouco jornal.Ela tem na cabeça a idéia de que jor-

nal é coisa do pai, damãe, de gente de maisidade. Se o jornal forlevado à sala de aula demaneira criativa, essaforma de vê- lo vaimudar. É importante queisto aconteça. Todo mun-do deve ler jornais, revis-tas e livros. O mundo dainformação gira em tor-no deles. Penso por mimpróprio: se não lesse dia-riamente jornais, revistase l ivros , me sent i r iaincompleto, me sentiriaaté um fracassado. Indi-víduos vitor iosos sãoaqueles que sabem ler,iniciando pela escolhade suas leituras.

Suely de Aguiar

Escritor, poeta, professor universitário, incentivador das artes, umartista nato. Perto de completar 60 anos, a expressão no olhar pare-ce ser a mesma do jovem sonhador e revolucionário nascido nomunicípio de Salete (SC), no norte catarinense. Diretor de Comunica-ção da Associação Brasileira de Editoras Universitárias e, desde 1980,professor de Teoria Literária na Universidade Federal de Santa Catari-na, iniciou sua carreira literária com o livro Círculo Quadrado, em1970. Não parou de escrever e publicou mais 19 obras. Uma delastrata de um estudo sobre Cobra Nonato, do modernista Raul Bopp.Durante a década de 70, então diretor de Cultura da Prefeitura Muni-cipal de Joinville (SC), promoveu um projeto de resgate da culturapopular e das artes em geral, ficando conhecido em todo o país. NaUFSC, criou uma das primeiras oficinas literárias do Brasil que, pormuitos anos, promoveram a renovação literária, abrindo espaço paraoutras artes, como o cinema. Ocupou vários cargos expressivos deentidades (estaduais e nacionais) ligadas à Literatura. Intelectual deuma simplicidade própria daqueles que nada têm a provar, realizouuma de suas grandes metas: a formação de uma rede nacional, paradistribuição e comercialização das edições acadêmicas, que contem-plam mais de cem livrarias. Para o leitor do Jornal Escola Aberta, tra-ça comentários sobre o Programa de Incentivo à Leitura, idealizadopela Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. Com apalavra, o Mestre Alcides Buss.

ENTREVISTA ALCIDES BUSS

“O ato de ler deve seruma coisaprazerosa. Lerpor obrigação,simplesmente,não dá prazere não constróileitores”

"Somente oenvolvimentoafetivo com as páginas deum romance torna estaexperiênciauma coisainesquecível,com gosto dequero mais".

Escritor AlcidesBuss

Divulgação

Santa Catarina • Junho 2008 5

Page 6: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Foto: Osvald

o Nocetti

6 Santa Catarina • Junho 2008

Beatriz Menezes dos Santos

Uma gestão educacional centrada noaluno e alicerçada em metas é o pontocentra l do programa lançado pelaSecretaria de Estado da Educação embusca da qualidade da gestão educacio-nal. Com o planejamento estratégicodas ações e a correta destinação dosrecursos estaduais e federais para pro-

gramas e projetos de ensino, a institui-ção busca cumprir seu compromissocom a sociedade. Nesse sentido, pro-move ações que favorecem o desenvol-vimento pleno dos estudantes e propor-ciona melhorias no espaço escolar. Aentrega de kits com materiais didáticos,livros, computadores, equipamentos tec-nológicos de aprendizagem e recursospedagógicos enviados às escolas, unido

aos investimentos aplicados na forma-ção de professores, têm trazido resulta-dos positivos à educação catarinense.Como política de valorização dos estu-dantes, está distribuindo uniformes paraaproximadamente 400 mil alunos doensino fundamental, uma aquisição deR$ 3,6 milhões que vai fortalecer osvínculos entre as unidades de ensino, afamília e a comunidade.

GESTÃO EDUCACIONALVOLTADA AO ESTUDANTE

Alunos, representantes de APPs e os dire-tores de seis escolas públicas de Blumenauacompanharam o secretário de Estado da Edu-cação, Paulo Bauer e a diretora de Apoio aoEstudante, Rogéria Diegoli, às instalações dafábrica de uniformes do Grupo Mercosul. Osvinte alunos que participaram da visita foramconhecer as etapas de produção dos unifor-mes escolares que usarão a partir de junho.São dois conjuntos, um de inverno, compostopor dois pares de meias, um agasalho comple-to, duas camisetas de mangas curtas e um parde tênis. Outro de verão, com uma camiseta,uma bermuda e um par de sandálias tipohavaianas, que será distribuído em setembro.

Na opinião do secretário, a medida aten-de uma antiga solicitação das comunidadesescolares e elimina a roupa como indicadorde diferenças sociais, além da representarsignificativa economia às famílias. Para con-templar a avaliação dos alunos sobre o uni-forme anterior, foram alterados os compo-nentes do tecido, o design e, o tênis de lona,foi substituído por um em nylon, de trêscores, informa Rogéria.

Durante a visita, os diretores da empresaexplicaram aos estudantes todo o processo deprodução, da compra do fio à tecelagem, asfases de tintura, modelagem, corte, costura, ins-peção de qualidade, embalagem, distribuição eentrega. Este ano, o grande diferencial é a entre-

ga personalizada dos uniformes, observa GeraldoLopes, diretor- Superintendente do Grupo. "Cadacriança receberá uma caixa com indicação donome, série, turma e escola. Nossos caminhõesjá estão percorrendo as estradas catarinensespara entregar o uniforme", informa.

Uniforme: símbolo de identidade estudantil

É grande a expectativa das famílias comos uniformes. Kátia e Luiz Geremias, residen-tes no município de Palhoça explicam queseus filhos, Luiz Carlos, da 8ª série e Luiz Fer-nando, da 3ª, ambos estudantes da EscolaBenonívio João Martins receberam pela pri-meira vez os uniformes escolares em 2006 eagora já fazem os cálculos da economia desteano. "Considerando que são dois conjuntos,teríamos uma despesa de R$ 200, 00", decla-ra. Na opinião de Kátia, a presença do unifor-me é importante pois além de ser sinônimode igualdade, reforça a segurança de seusfilhos. "Assim é fácil identificar aqueles grupi-nhos que se aproximam dos estudantes cmoutros interesses", acrescenta.

Indústria têxtil atrai empresários

Consolidada como a segunda atividadeindustrial mais importante do Estado, com parti-cipação de 16% no valor da transformação

industrial do país, conforme dados a FIESC, aindústria têxtil catarinense concentra no Vale doItajaí profissionais e empresas de outros estados,com reflexos no comércio e geração de empre-gos na região. Atraído pelas possibilidades deampliar seus investimentos, aliado à reconheci-da qualidade da mão de obra vestuarista, o Gru-po Mercosul instalou-se há seis anos em Blume-nau e hoje é responsável pela geração de 100empregos diretos, além dos cerca 1.500 indire-tos, com a contratação de trabalhadores daárea, em pequenas e médias empresas. "Aqui,passam pelas mãos das funcionárias, os unifor-mes de seus filhos, informa Guilherme Robler,representante da empresa.

Especializada na produção de uniformesescolares, o Grupo é responsável pela confec-ção, embalagem e distribuição de aproximada-mente 400 mil uniformes dos alunos do ensinofundamental. São mais de 980 mil camisetas,400 mil bermudas, além dos agasalhos emeias, observa Geraldo Lopes.

"Estamos ampliando. Até o final do anocontaremos com uma área de aproximada-mente 6 mil m2, com a construção de umanova unidade destinada à tecelagem", explica.Também confecciona os uniformes para diver-sos municípios catarinenses, além de atendera demanda de inúmeras Prefeituras nos esta-dos de São Paulo, Pará, Mato Grosso e RioGrande do Norte.

Alunos conhecem processo de confecção dos uniformes

Um carrinho"esperto" para o

ensino médio Um carrinho com

todos os elementos bási-cos para as aulas práti-cas de ciências, química,física e biologia é outroinvest imento rea l i zadopela Secretaria da Educa-ção, como recurso peda-gógico, buscando atrair aa tenção dos a lunos efacilitando a aprendiza-gem de cerca de 290 miles tudantes do Ens inoMédio. Nos LaboratóriosD idá t i co -Móve i s , quecontêm 256 itens dife-rentes , como microscó-pio, balança digital, áci-dos, bases, pipetas e pro-vetas , foram investidoscerca de R$ 7,5 milhões.São 300 unidades queirão possibilitar a realiza-ção de um número signi-ficativo de experiências,envolvendo disciplinas doEns ino Fundamenta l eMédio. O diferencial doequipamento, segundo osprofessores , é que e lepoderá sair do laborató-rio, ser deslocado para assalas de aula ou até parao pátio da escola. É umcarrinho "esperto", dizemos alunos que já conhe-cem o laboratório.

De acordo com o dire-tor de Educação Básica daSecretaria de Estado daEducação, Antônio ElízioPazeto, "é um recursodidático destinado a expe-rimentos, possibilitandouma maior compreensãodos conceitos envolvidos".Para melhor ut i l i zar orecurso em sala de aula,como suporte às ativida-des de ensino-aprendiza-gem, a Secretar ia estápromovendo cursos deformação continuada aosprofessores de ciências,química, física e biologiaem todo o Estado.

Modelo atual

Modelo anterior

Page 7: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Santa Catarina • Junho 2008 7

Escolas públicas incorporam ferramentas na educação tecnológicaBeatriz Menezes dos Santos

Peças de todas ascores e tamanhos ligadasa terminais de computa-dores sinalizam que otempo da educação tec-nológica já chegou nasescolas públicas e que aaprendizagem agora podese valer dos conceitos darobótica para envolver osestudantes nos conteúdoscurriculares.

O Projeto LEGO "AprenderFazendo" é uma ferramentapedagógica, colocada à dispo-sição dos educadores com oobjetivo intensificar o acessodos alunos ao conhecimentotecnológico. Será implementa-do, inicialmente, em 96 esco-las e vai beneficiar 40 mil alu-nos do ensino fundamental.Consiste em inúmeras peças

que podem ser montadas combase nos conteúdos das áreasde Ciências, Robótica, Mate-mática, Português, História eGeografia. São 1.040 kits, quecompreendem máquinas dotempo, montanhas russa ,bugues, guindastes, atividadesde montar, quadrinhos, carros,tudo isso para vencer os desa-fios propostos pelos professo-res. A solução dos problemascomeça com a programaçãoda atividade no computador,elaborada juntamente com osalunos. Na aquisição do mate-rial, que inclui assessoria ecapacitação dos professores, aSecretaria da Educação estáinvest indo cerca de R$ 5milhões.

As maletas tecnológicasvêm acompanhadas de mate-rial didático com 36 fascículos,direcionado às séries iniciais e24, aos estudantes de 5ª a 9ªsérie. As revistas trazem orien-tações sobre as diversas com-binações e utilização dos equi-

pamentos. Vânia dos SantosRibeiro, da Diretoria de Educa-ção Básica, estima que estematerial envolverá cerca de 40mil alunos, considerando quecada kit poderá ser utilizadopor até quatro estudantes, emsalas com aproximadamente30 alunos, nos dois turnos. Levando em conta as caracte-rísticas didáticas do LEGO,foram adotados alguns crité-rios de distribuição às escolas,priorizando as que oferecemcursos de Magistério, escolascom grande número de alunose as que possuem salas deTecnologia e Informática. Omaterial também será enviadopara 32 Escolas Públicas Inte-gradas de 1ª a 4ª séries epara 34, de 1ª a 9ª séries.Além dessas, recebem os kitsmais 12 escolas de ensino fun-damental, dentre elas a Funda-ção Catarinense de EducaçãoEspecial e outras 18 unidades,que atendem crianças nasséries iniciais.

Áquila Gedehou de Lima, da5ª série da Escola Prof Maria daGlória Pereira de Camboriú, ficouencantado com as peças. Acompa-nhado de alguns coleguinhas, ele eoutros estudantes foram conhecerum pouco do programa de robóticaeducativa, no encontro de capacita-ção dos professores. "O que maisgostei foi do guindaste. Dá parafazer o que quisermos, é só usar aimaginação", diz. Durante o encon-tro, a diretora Andréia Luiza Radloffe a Administradora Escolar, SuzanaMirim Córdoba, foram informadasque os 1.500 alunos de sua escola

seriam beneficiados com o material. O objetivo das capacitações quevão envolver todos as escolas inte-grantes do projeto LEGO ZOOM épreparar os professores para pen-sar o conteúdo de suas disciplinassob uma nova perspectiva. A pri-meira etapa promovida pela Secre-taria da Educação aconteceu de15 a 17 de maio em BalneárioCamboriú reunindo cerca de 120professores de 5ª a 8ª séries de25 escolas, com a participação deSupervisores de Ensino das Gerên-cias Regionais de Educação Acapacitação terá continuidade etambém envolverá os professoresde 1ª a 5ª séries das demais esco-las e de outras regiões do Estado.No total a Secretaria vai promover24 etapas presenciais de capacita-ção continuada, sendo que oencerramento ocorrerá em novem-bro deste ano, via webconferência.

Peças criam "vida" com a programaçãoOs professores de Ciências

e Matemática que participaramda capacitação aprenderam amanusear as peças para aplicaros conteúdos curriculares teóri-cos na sala de aula. Eles expli-cam que muitos alunos têmdificuldades de relacionar asfórmulas matemáticas comas situações do cotidiano."Estamos preocupados queesses alunos não sejam ape-

nas usuários de ferramentastecnológicas, mas passem acriar e entender a tecnologia"ressalta Jane Bauer, da Esco-la Coronel Antônio Lehmkuhl,de Águas Mornas.

Professora de Física eMatemática, Jane vai utilizar obugue para explicar noçõesde distância, velocidade, for-ça, ângulos, etc. "O buguenão é um carro de controle

remoto. Para que ele se movi-mente, o aluno deve pensar oconteúdo ministrado", explica.O professor lança o desafio:-quero que ande por quatrosegundos e depois pare. -Aqui se avalia distância, qui-lometragem e tempo. Bastaprogramar um desses itens nocomputador para que os alu-nos obtenham outras variáveisdo problema.

O "coração" Da mesma forma, na Biologia, Kátia

Regina Rickmann, da Escola D. Pedro II deBlumenau, pretende trabalhar o sistema cir-culatório. Na sala de Tecnologia e Informáti-ca da escola, os alunos poderão montar um"coração" com o lego. Em equipe, progra-

mam o funcionamento do principal órgãohumano com diferentes batimentos, simu-lando o sistema cardíaco em repouso oudurante intensa atividade física, cuja veloci-dade de um e outro poderá ser medida eanalisada por toda a classe.

"Dá para fazero que quiser, é só usaraimaginação!"

Áquila Gedehou de Lima

O kit de robótica pedagógica proporciona aos professores e alunosuma programação iconizada para abordar os conteúdos curriculares

Fotos: Osvaldo Nocetti

Page 8: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

8 Santa Catarina • Junho 2008

Suely de Aguiar

Frutas, legumes e verduras, além deserem extremamente nutritivos, podemprevenir muitas doenças, aponta a Organi-zação Mundial da Saúde. Com base nes-sas e outras informações científicas, aSecretaria da Educação implantou, em2006, o Projeto Mais Frutas na Escola,idealizado pela Associação Brasileira deProdutores de Maçã, inspirado em um pro-grama britânico. Nos últimos dois anos, oprojeto funcionou em caráter piloto em cin-co regionais do Estado, beneficiando cercade 130 mil alunos. Agora o Mais Frutas naEscola, que tem como carro chefe a maçã,será ampliado para onze regiões em 2008,e atenderá mais 209.736 estudantes. Decaráter pedagógico, o projeto é inédito noBrasil e iniciou com a maçã em função daexcelente produção catarinense, explica adiretora de Apoio e Valorização do Educan-do da SED, Rogéria Diegoli. Outras frutascomo a banana e a laranja, também estãosendo, gradativamente, inseridas nessaação à medida que os produtores se estru-turarem para atender à rede de ensino.Além disso, as unidades escolares da redepública estadual já recebem uma verbapara a compra de produtos perecíveis,entre eles, frutas.

Com a finalidade de melhorar os hábi-tos alimentares das crianças, dos jovens ecomunidade escolar em geral, o projeto nãose limita a inclusão de frutas nos cardápiosdas escolas. O tema é utilizado de formamultidisciplinar, desenvolvendo ações peda-gógicas planejadas com pesquisas, pales-tras, debates e seminários entre outros. ASecretaria lançou uma campanha incenti-vando o consumo de mais frutas. Paralelo a

campanha, promoveu o concurso “Fruto daVida” entre os alunos do ensino fundamen-tal, com a finalidade de escolher as melho-res frases sobre as propriedades da maçã."É na infância que formamos hábitos ali-mentares que vão acompanhar o cidadãopelo resto da vida", ressalta a gerente de Ali-mentação escolar da SED, Terezinha Lorenzi.

Os vencedores de cada regionalforam premiados com uma viagem deestudos e turismo de dois dias em Fraibur-go, onde conheceram os pomares, a pro-dução, os valores nutricionais e a culináriada maçã. A Secretaria enviou às escolaskits com vídeo, folders e caderno de recei-tas para as merendeiras. O projeto reforçaos investimentos na alimentação escolar eestá apoiando o escoamento da safra damaçã de Santa Catarina, referência nacio-nal de sabor e qualidade, e responsávelpor 75% da produção brasileira.

As regionais pioneiras na execuçãodo Mais Frutas na Escola responderamuma pesquisa de dez itens sobre o proje-to. No que diz respeito à aceitabilidadepelos alunos os resultados apontam aGrande Florianópolis (80%), Criciúma(98%), Joinvile (96%), Chapecó (95%) eLages (98%).

Projeto “Mais Frutas na Escola” destaca amaçã como ingrediente na alimentação

"Maçã cr ocante,escola interessante,dupla prática paraum futur o brilhante" Marcos Agostinho Felizardo, aluno daEEB Samuel Sandrini, de Orleans. Esta éuma das frases vencedoras do Concurso“Fruto da Vida”

Divulgação ABPM

Beatriz Menezes dos Santos

Com o objetivo de promo-ver a autonomia escolar, aSecretaria da Educação estárevital izando os ConselhosDeliberativos e as agremia-ções estudantis nas unidadesde ensino da rede estadual.Para desencadear o processode democratização, os Super-visores de Apoio ao Estudantefarão palestras e discussõesenvolvendo alunos e comuni-dade em todas as regionais.

Com a função de analisar,discutir e aprovar questões refe-rentes ao ensino na unidade esco-lar, os conselhos são formadospor representantes de pais, alu-nos, professores e funcionários,estabelecidos como entidades decaráter político, porém não parti-dário e sem fins lucrativos.

A medida atende às deter-minações da Lei de Diretrizes eBases da Educação, nº9394/96, e da Lei Complemen-tar do Sistema Estadual de Ensi-no, nº 170/98, que abriu a pos-sibilidade legal de organizaçãodos Conselhos DeliberativosEscolares, possibilitando a parti-cipação da comunidade na for-mulação, execução e avaliaçãode políticas educacionais. Comesse entendimento, o Decretonº 3429/98 regulamenta oConselho Deliberativo comoentidade colegiada, para atuarem assuntos pedagógicos ,administrativos e financeiros.

Nesse contexto, está oGrêmio Estudantil como umdos mecanismos para o forta-lecimento da cidadania, crian-do a possibilidade dos estu-dantes participarem ativamentena execução e, até na reelabo-ração dos Projetos Polít ico-Pedagógico das escolas.

Conselhosescolares e grêmiosestudantisdefinem os

rumos da escola

Entidadesrepresentativasparticipam doplanejamento

escolar

“É na infância que formamos hábitos alimentares que vão acompanhar o cidadão pelo resto da vida”

Osvaldo Nocetti

Page 9: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Texto e fotos: Ester Zanette Barp, Assessora de Imprensa da SDR de Araranguá

Pedreiros, carpinteiros, ser-ventes, eletricistas e pintores tra-balham diariamente na conclu-são das obras de construção,reforma e ampliação das Esco-las de Educação Básica JacintoMachado, Apolônio Ireno Cardo-so (Balneário Arroio do Silva) eProfessora Isabel Flores Hübbe(Araranguá). Mais de 2,2 milalunos do pré-escolar, ensinofundamental e médio serãobeneficiados com a melhoria nainfra-estrutura das unidades deensino.

A previsão da Secretaria deDesenvolvimento Regional deAraranguá é que essas obras,que receberam investimento deR$ 3.415.835,59, sejam concluí-das em julho. Na EEB ApolônioIreno Cardoso, o Governo doEstado aplicou R$ 1.245.667,24na construção de um novo blo-co, com 1.078,26 m2, que abri-gará salas de aula e banheiros,e reforma de 1.185,59 m2 dosblocos um e dois.

A esco la receberá o i tonovas salas de aula, laboratóriode artes, biblioteca, sala paraprofessores, cozinha, lavanderia,depósitos de alimentos e mate-riais, refeitório, recreio coberto,cantina, sanitários adaptados,rampas, muros e calçadas. Aunidade de ensino atende 950alunos do pré-escolar ao ensinomédio nos períodos matutino,vespertino e noturno e desde2004 desenvolve o projetoAmbial, que tem como objetivopromover atividades educativasna comunidade escolar, visan-do amenizar o problema dafome, considerando a sustenta-bi l idade do meio ambiente.Oferece ainda um conjunto denovas atividades curriculares nocampo da Tecnologia, Cultura,do Esporte, da Arte e Iniciaçãoa Pesquisa Científica.

REFORMA

As obras da EEB ProfessoraIsabel Flores Hübbe receberaminvestimentos de R$ 1.327.911,90,e irão beneficiar 420 alunos dopré-escolar a 8ª série do ensinofundamental. Foram reformados438,11 m2 e construído um blo-co de dois pavimentos , de1.030,77 m2, com salas de aulae dos professores, banheiros,recreio coberto, refeitório, labora-tórios de química e informática,cantina, cozinha, lavanderia,

depósitos, salas para direção eorientador, secretaria e rampa.

A diretora da EEB ProfessoraIsabel Flores Hübbe, Marli Gou-lart Vieira Fontanella, destacaque a obra vai ampliar o espaçofísico e oferecer mais confortoaos alunos e professores. "Tere-mos mais espaço para realizar asatividades escolares, principal-mente as do projeto Ambial queé desenvolvido desde março de2006 na escola", argumenta.Com a reforma e ampliação daEEB Jacinto Machado, a unidadeescolar recebeu mais três salasde aula, sanitários, biblioteca,laboratórios de química, física einformática para 20 computado-res, caixa d’água de 40 mil litros,sanitários adaptados para porta-dores de deficiência física, guari-ta e passarela. Os blocos um,dois e quatro foram reformados,total izando 1.175,64 m2. Acobertura de três blocos foi subs-tituída, as instalações elétricas ehidrosanitárias foram refeitas.

ESCOLA MAIS BONITA

Para o aluno Gabriel Macha-do Daitx, da 4ª série da EEBApolônio Irene Cardoso, a obramelhorou o espaço físico, eassim a escola pode recebermais estudantes. "Agora tambémvamos ter mais salas para parti-ciparmos do projeto Ambial",acrescenta. "Com a reforma, aescola ficou mais bonita. Tam-bém adorei a cor, que lembra abandeira do Estado. Dá até maisvontade de vir estudar", afirmaGuadalupe Gonçalves Réus, estu-dante da 4ª série da EEB Apolô-nio Irene Cardoso. Segundo agerente de Educação, RosaNagel, nos próximos meses maisescolas da região devem recebermelhorias na infra-estrutura.

OBRAS MODERNIZAM A INFRA-ESTRUTURA DAS ESCOLASEspaço escolar carrega símbolos, signos e vestígios das relações sociais constituídas no seu meio

RAMPAS DE ACESSO AOS

ALUNOS ESPECIAIS

A EEB Jacinto Machadotambém foi contempladacom sistema de proteçãoatmosférica (pára-raios) e ins-talação preventiva de incên-dio. Foram aplicados R$842.256,45 na reforma eampliação da unidade deensino, que conta com 950alunos do pré-escolar ao ensi-no médio e magistério, e fun-ciona nos períodos matutino,vespertino e noturno. O secre-tário de DesenvolvimentoRegional, Heriberto Schmidt,diz que essas obras visammelhorar a estrutura física e aacessibilidade dos alunos,principalmente os com defi-ciência física e possibilita acriação de novas vagas.

EEB Apolônio Ireno Cardoso: nova estrutura prevê acessibilidade dos deficientes físicos

EEB Isabel Flores Hübbe: espaço escolarfica mais atrativo para os alunos

Santa Catarina • Junho 2008 9

EEB Jacinto Machado: reforma e ampliação vaibeneficiar alunos do pré-escolar ao ensino médio

Page 10: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

Transporte EscolarCom um incremento de R$10milhões em relação a 2007, aSecretaria da Educação e a Federa-ção Catarinense de Municípios (FECAM) definiram os valores dotransporte escolar dos alunos darede pública estadual para 2008.Pela primeira vez, o convênio incluialém dos estudantes do ensino fun-damental, os do ensino médio. Oacordo prevê o investimento totalde R$ 45 milhões que serão repas-sados em nove parcelas aos muni-cípios conveniados às Secretariasde Desenvolvimento Regional.

Incentivo à LeituraA Secretaria da Educação estáenviando às escolas da rede públi-ca estadual 750 mil livros de litera-tura brasileira destinados aos estu-dantes do ensino médio. São obrasde José de Alencar, Aluísio de Aze-vedo, Machado de Assis e Cruz eSousa que serão doadas aos alu-nos como incentivo à leitura. Emseguida, os estudantes do ensinofundamental receberão kits comple-tos de autores brasileiros destacan-do-se Ziraldo, Ruth Rocha e a cata-rinense Luíza Meyer, em um investi-mento total de mais de R$ 17milhões. Esses livros deverão ficarna unidade escolar para seremlidos, também, pelos professores.

Curso Pré - VestibularA partir de agosto deste ano serãoimplantados nas regiões de Joinvil-le, Chapecó, Blumenau, Lages eCriciúma cursos pré-vestibularespara alunos do 3º ano do ensinomédio. As escolas onde os cursosfuncionarão ainda serão seleciona-das, mas as aulas devem iniciarem agosto. Pioneiro no projeto,que vai para seu segundo ano, oInstituto Estadual de Educação, nacapital, oferece o curso para osestudantes da instituição e unida-des escolares mais próximas.

Convênios com as APAEsA Fundação Catarinense de Educa-ção Especial (FCEE) assinou estemês em São José, convênios comas APAEs da Grande Florianópolise demais Escolas Especializadas.Pelo acordo, o Governo cede pro-fessores efetivos e ACTs para atua-rem nessas instituições. Os convê-nios devem ser assinados, tam-bém, com entidades localizadasnas 36 regiões do Estado. Comple-tando 40 anos de existência(06/05), a FCEE tem sido referên-cia nacional no atendimento depessoas com deficiências.

Tênis JúniorO projeto Tênis Júnior Escolar foi reforça-do este ano com a entrega de mais 203kits para 203 escolas distribuídas emtodo o Estado, envolvendo cerca de 90mil estudantes. Cada kit contém 100bolas de tênis, 40 raquetes e 4 redes desuporte. A Secretaria da Educação, queinvestiu cerca de R$ 700 mil no projeto,vai promover curso de capacitação nosmeses de agosto e setembro para osprofessores de Educação Física. O proje-to será implementado em 116 municí-pios catarinenses e é uma parceria entreSecretaria e o Núcleo de Estudo deTênis de Campo (NETEC) da UFSC.

Material EsportivoOs alunos da rede pública estadualtambém serão beneficiados com a entre-ga de materiais esportivos, um investimen-to de aproximadamente R$ 1,8 milhões.São cordas sisal, colchonetes, bolas deborracha, vôlei, basquete, handebol eredes de diversas modalidades esportivasque serão enviadas às escolas paramelhorar as aulas de educação física.

FanfarrasA Secretaria de Estado da Educação estáadquirindo 450 fanfarras em um investi-mento de R$ 480 mil. Cerca de 430escolas da rede estadual que solicitaramas bandas escolares receberão oito ins-trumentos musicais diferentes, dentrecornetas, jogos de pratos e bumbos.

Salas de Tecnologia e Informática para as escolas

Profissionais ganham mais

As novas salas possuem uma tecnologiainovadora, de baixo custo e durabilidade,permitindo maior interação entre os profes-sores e os alunos. Com apenas um compu-tador, conectado a doze monitores, tecladosantivandalismo e mouses embutidos, aestrutura diferenciada permite a navegaçãode milhares de alunos simultaneamente, soba visualização do professor. Por meio de umúnico servidor, ligado aos terminais, são fil-trados os sites educativos e de entreteni-mento e ainda bloqueados os de conteúdosinapropriados ao ambiente escolar. O objeti-vo do investimento de R$15 milhões nestas413 salas, que estão sendo entregues àsescolas, é ampliar o acesso dos estudantesda rede pública à tecnologia digital.

Como medida de valorização dosprofissionais do Magistério, o Governo doEstado criou o Prêmio Educar, uma verbaindenizatória, que proporciona melhoriasna remuneração dos profissionais da Edu-cação. Acrescido a outras vantagens, obenefício representa um acréscimo de110% na remuneração dos professores,considerando o período de 2003 a 2008.

A partir de agosto, já computado opagamento dos R$ 200, 00 do Prêmio,um professor da mesma formação, queatue de 5a a 8a série e no ensino médio,num contrato de 40 horas semanais,estará percebendo uma remuneraçãototal de R$ 1.469,75 no início de carreirae de R$ 2.386, 42, em final de carreira,além de outras vantagens adquiridas porméritos ao longo da atividade profissional.Isso confirma que os professores da rede

pública estadual estão entre os melhoressalários do país, conforme ranking divul-gado nos veículos de comunicação.

Agora, chegou a vez dos aposenta-dos, que serão contemplados com o Prê-mio Jubilar. Para os educadores queatuaram nas salas de aula até a aposen-tadoria e tiveram acesso a todos benefí-cios do Plano de Carreira, receberão apartir de agosto, o mesmo valor de R$200,00, totalizando um vencimento deR$ 2.386,42, descontados apenas oauxílio alimentação. Além dos professo-res, também receberão o Prêmio Educare Jubilar os Especialistas em AssuntosEducacionais (Administrador, Orientadore Supervisor Escolar) e os profissionaisque atuam nos cargos de Assistente Téc-nico Pedagógico e Assistente em Educa-ção, todos no valor de R$ 150,00.

Mutirão da PinturaAs tintas para a 2ª etapa do Mutirão daPintura serão enviadas às Gerências Regio-nais de Educação para serem distribuídaspara as escolas que já prestaram contasda 1ª etapa. Nesta ação, a Secretaria vaiinvestir um total de R$2,9 milhões. Omutirão teve início em março, envolvendo243 escolas, além das 240 atuais.

NOTÍCIAS

10 Santa Catarina • Junho 2008

Salas com estrutura diferenciada

EEB SãoMiguel, de São José

Page 11: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

MÃOS TREINADAS LEVAM COMUNICAÇÃO E

EDUCAÇÃO PARA ALUNOS MUITO ESPECIAIS“A Libras dá o direito da pessoa surda de ser diferente na sua diferença”

Suely de Aguiar

Resgatar o imaginário "mundodo silêncio", e proporcionar aos sur-dos o acesso à Língua Brasileira deSinais (LIBRAS) e ao Portuguêsescrito faz parte da construção umanova história de inclusão em SantaCatarina. Para reforçar essa política,a Secretaria da Educação aposta notrabalho dos educadores. A dedica-ção da professora Silvani de Souza,da Escola de Educação Básica Nos-sa Senhora da Conceição, localiza-da no bairro Roçado em São José,é um exemplo deste processo.

Mãe de dois filhos, a professorapassa boa parte do seu temponaescola. Um dia na semana ela traba-lha exclusivamente em uma turmade 3ª série, como professora bilín-güe. Nos demais dias atua comointérprete de LIBRAS dos professoresde todas as séries e disciplinas.

Pós - graduada em Educaçãode Surdos pelo Cefet de SantaCatarina, Silvani tem 14 anos deprofissão. Já lecionou na FundaçãoCatarinense de Educação Especiale na rede regular de ensino domunicípio de Santo Amaro daImperatriz. Além da escola NossaSenhora da Conceição, é professo-ra intérprete do curso Interativo,com alunos surdos, no períodonoturno.

VOCABULÁRIO ADEQUADO

Na entrevista concedida aoJornal Escola Aberta, demonstroupreocupação com os termos refe-rentes à deficiência visual, nemsempre utilizados de forma corretapela mídia. A própria autora dessareportagem recebeu, educadamen-te, "um puxão de orelhas" quandose referiu aos alunos como surdos-mudos. "Não se usa surdos-mudos,simplesmente mudos", ressaltou.Com a mesma veemência, esclare-ceu que LIBRAS é uma língua enão uma linguagem como já ouvi-mos algumas vezes.

"A LIBRAS é reconhecida porlei e, é através dela, que as pes-soas surdas se comunicam e inte-ragem com o mundo a sua volta etransmitem sua cultura", declara.As aulas dessa educadora dedica-da são ministradas com o recursoda Língua de Sinais e em Portu-guês na modalidade escrita. Paraela, a LIBRAS deve ser reconhecidae usada por todas as pessoasenvolvidas com surdos tanto naescola como nas famílias.

“COMO EU TRABALHO”A professora Silvani de

Souza resume as atividadesque fazem par te do seucotidiano escolar: Quandoatuo como intérprete naturma da sétima série daEscola Nossa Senhora daConceição, trabalho comtodos os professores dasdisciplinas e não planejo asaulas, pois nesse momentominha função é de interpre-tar o conteúdo que estásendo repassado aos alu-nos. Acompanho os estu-dantes surdos em todas asaulas. Quando estou atuan-do na minha turma de ter-ceira série, com criançassurdas, sou professora bilín-güe e faço meu planeja-mento geral com osdemais professores . Nocotidiano, troco experiên-cias com minha colega da4ª série, também bilíngüe,e utilizo recursos visuaispara elaboração conceitual.

Sobre a divulgação daLIBRAS na mídia declara:"Pelo meu trabalho e oempenho da comunidadesurda é muito importanteesse tipo de reportagem,pois temos a oportunidadede levar esse conhecimen-to à população, falar deLIBRAS, do respeito à essaLíngua e a sua cultura.

LÍNGUA DE DE SINAIS TEM ORIGEM FRANCESA

LIBRAS – De origem fran-cesa, as línguas de sinais nãosão as mesmas em todo omundo. Cada país possui asua, com influências da culturanacional. Os sinais se formama partir da combinação da for-ma e do movimento das mãose do ponto do corpo ou noespaço onde esses sinais sãofeitos. Utilizadas para comuni-

cação das pessoas surdas, nãosão simplesmente mímicas ougestos soltos. Elas tambémsão compostas por níveis lin-güísticos como o fonológico, omorfológico, o sintático e osemântico. O que diferenciaessa língua das demais é asua modalidade visual-espa-cial. Aprender Libras é comoaprender outro idioma comoo francês, o inglês, o espa-nhol. Com a Língua de Sinaisas pessoas podem conversarsobre qualquer assunto (filoso-fia, política etc).

Fotos: Osvaldo Nocetti

Professora Silvani deSouza (EEB Nossa Senhora da Conceição)

Débora é professora intérprete e bilingüe

LIBRAS reforça a inclusão educacional

Santa Catarina • Junho 2008 11

Page 12: Jornal Escola Aberta -  Junho 2008

12 Santa Catarina • Junho 2008

PANORAMA DA EDUCAÇÃO CATARINENSE EM NÚMEROS

GRÁFICO ESTATÍSTICA SEDE