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Santa Catarina • Outubro 2009 Escola Pública Canto, dança, música, natação e línguas estrangeiras já fazem parte do cotidiano de 60 mil estudantes Beatriz Menezes dos Santos e Carmelo Cañas Nas escolas públicas de Santa Catarina, está superada a visão tradicio- nal de apenas construir mais salas para atender a oferta de classes nas áreas de grande demanda. Para enriquecer a relação espaço/aprendizagem, é impor- tante a criação de programas inovado- res que ampliem os horizontes das ações educativas. O desafio atual dos gestores da Educação está em fazer com que a escola deixe de ser apenas o lugar que ensina conteúdos curriculares e passe a ser uma organização estratégica de aprendizado, um centro de formação continuada, indispensável para que se propor- cione aos jovens maior qualidade no processo de desenvolvimento pessoal e social. Com esta proposta, a Secretaria de Estado da Educação implantou o "Pro- grama de Atividades Curriculares Com- plementares", beneficiando cerca de 60 mil alunos das séries finais do ensi- no fundamental e do ensino médio. O objetivo é possibilitar que os estudan- tes permaneçam mais tempo na esco- la, atendendo aos anseios da comuni- dade escolar. Esta iniciativa oferece 11 disciplinas optativas, que incluem aulas de inglês, alemão, italiano, espanhol e francês, além de dança, teatro, natação, canto coral, música e fanfarra. Das 1.324 escolas da rede estadual, 592 já estão participando do programa, com atividades oferecidas no contra-tur- no das aulas regulares e ministradas por professores efetivos. Nas instituições onde não há educadores concursados foram contratados profissionais admiti- dos em caráter temporário (ACTs). A ideia é que algumas escolas se tornem centros culturais, para que num mesmo município seja disponibilizado dança e em outro música, diversificando assim as opções. Neste semestre, o investi- mento para atender esta demanda será de R$ 206.500,00 mensais. A exemplo de países desenvolvidos, onde o tempo de permanência das crianças nas escolas não é inferior a seis horas diárias, em Santa Catarina os estu- dantes têm a oportunidade de desenvol- ver suas habilidades em diferentes áreas culturais, esportivas e em línguas estran- geiras, esta uma necessidade cada vez maior num mundo globalizado. Cleo Fante fala sobre o bulliyng e a educação para a paz Página 5 Blogs são utilizados como ferramentas de aprendizado Página 3 Caçador ganha novo prédio da Escola Paulo Schieffler Página 9 Projeto Lego prepara para torneio nacional de robótica Páginas 6 e 7 Mariana Pivatto E.E.B. Paulo Schieffler, de Caçador

Jornal Escola Aberta - Outubro 2009

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Edição de Outubro de 2009 do Jornal Escola Aberta, da Secretaria De estado da Educação de SC

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Page 1: Jornal Escola Aberta - Outubro 2009

Santa Catarina • Outubro 2009

Escola PúblicaCanto, dança, música, natação e línguas estrangeiras

já fazem parte do cotidiano de 60 mil estudantesBeatriz Menezes dos Santos e Carmelo Cañas

Nas escolas públicas de SantaCatarina, está superada a visão tradicio-nal de apenas construir mais salas paraatender a oferta de classes nas áreasde grande demanda. Para enriquecer arelação espaço/aprendizagem, é impor-tante a criação de programas inovado-res que ampliem os horizontes dasações educativas.

O desafio atual dos gestores daEducação está em fazer com que aescola deixe de ser apenas o lugarque ensina conteúdos curricularese passe a se r uma organ i zaçãoes t ra tég ica de aprend izado, umcentro de formação cont inuada ,indispensável para que se propor-cione aos jovens maior qualidade

no processo de desenvolvimentopessoal e social.

Com esta proposta, a Secretaria deEstado da Educação implantou o "Pro-grama de Atividades Curriculares Com-plementares", beneficiando cerca de60 mil alunos das séries finais do ensi-no fundamental e do ensino médio. Oobjetivo é possibilitar que os estudan-tes permaneçam mais tempo na esco-la, atendendo aos anseios da comuni-dade escolar. Esta iniciativa oferece 11disciplinas optativas, que incluem aulasde inglês, alemão, italiano, espanhol efrancês, além de dança, teatro, natação,canto coral, música e fanfarra.

Das 1.324 escolas da rede estadual,592 já estão participando do programa,com atividades oferecidas no contra-tur-no das aulas regulares e ministradas por

professores efetivos. Nas instituiçõesonde não há educadores concursadosforam contratados profissionais admiti-dos em caráter temporário (ACTs). Aideia é que algumas escolas se tornemcentros culturais, para que num mesmomunicípio seja disponibilizado dança eem outro música, diversificando assimas opções. Neste semestre, o investi-mento para atender esta demanda seráde R$ 206.500,00 mensais.

A exemplo de países desenvolvidos,onde o tempo de permanência dascrianças nas escolas não é inferior a seishoras diárias, em Santa Catarina os estu-dantes têm a oportunidade de desenvol-ver suas habilidades em diferentes áreasculturais, esportivas e em línguas estran-geiras, esta uma necessidade cada vezmaior num mundo globalizado.

Cleo Fante falasobre o bulliynge a educaçãopara a pazPágina 5

Blogs sãoutilizados comoferramentas deaprendizadoPágina 3

Caçador ganhanovo prédio daEscola PauloSchiefflerPágina 9

Projeto Legoprepara paratorneio nacionalde robóticaPáginas 6 e 7

Mariana Pivatto

E.E.B. Paulo Schieffler, de Caçador

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Jornalistas: Beatriz Menezes dos Santos 01572 JPMariana Pivatto SC 0002916Suely de Aguiar SC 00416 JPLeticia Povoas SC 02219

Editora Responsável:Beatriz Menezes dos Santos/01572 JP

Fotografia:Osvaldo NocettiJames Tavares Mariana Pivatto Thiago AndradeTatiana de Souza

Diagramação: Girardi JuniorEditora Ltda.

Revisão: Antônio Carlos Pereira

Colaboração: Carmelo Cañas – SED Tatiana de Souza- SDR Joinville Thiago Andrade – SDR Itajaí

2 - Editorial Santa Catarina • Setembro 2009

Educação, a consolidação da dignidadeA educação é um direito universal,

não somente por ser garantida pordocumentos internacionais e pela pró-pria Constituição brasileira, mas tam-bém por configurar um elemento fun-damental para a qualidade de vidahumana e a garantia da dignidade.Mas, para assegurar sua qualidade, épreciso que os professores tenhamatendidas suas necessidades básicas,proporcionando tranquilidade no exer-cício profissional. A Secretaria de Esta-do da Educação tem garantido em leidiversos benefícios que reforçam aconvicção da importância do educadorna formação dos futuros cidadãos.

Com este entendimento, foi san-cionada no mês de agosto Lei Comple-mentar nº 015/09, que altera dispositi-vos do Estatuto do Magistério Estadual(Lei nº 6.844/86) e da Lei de Cargose Salários (nº 1.139/92). Dentre asmodificações contidas nessas leisestão a incorporação, na tabela salarial,do abono de R$ 100, pago em agosto,e previsto para fevereiro, maio e agostode 2010. Também foi confirmada a ins-tituição do Piso Nacional do Magisté-

rio, a ser implementado este ano, emtrês parcelas e retroativo a janeiro, e agratificação de 30% aos Assistentes deEducação ou a quem estiver desempe-nhando a função.

Durante o anúncio feito na webcon-ferência, realizada no Centro Administra-tivo, na Capital, para as 36 GerênciasRegionais de Educação, o secretário daEducação, Paulo Bauer, destacou que

nenhum professor da rede estadual vaiganhar menos do que o piso nacionaldo magistério. Os educadores catarinen-ses passaram a receber, no mínimo, R$1.020,00, retroativo ao mês de janeiro.

Além dessas medidas, foi conce-dido o prêmio assiduidade aos pro-fessores, também estendido aosAssistentes de Educação e aos Assis-tentes Técnicos Pedagógicos. Outra

novidade é a permissão da venda delicenças-prêmio não usufruídas, bemcomo a concessão do progresso fun-cional vertical, incluído a partir daaquisição do direito, na data do ani-versário do servidor.

Junto a essas medidas importantespara a valorização do Magistério, foramassinados convênios com as Instituiçõesde Ensino Superior de Santa Catarina,possibilitando aos professores a freqüên-cia em cursos de pós–graduação, regula-mentados pelo artigo 171, da Constitui-ção Estadual. Da mesma forma, foigarantida a parceria com as mesmas ins-tituições, para cursos do Programa deDesenvolvimento Regional (Proesd). Outraboa notícia divulgada foi a assinatura deum decreto que permitirá que 13.456servidores próximos da aposentadoriavendam licenças-prêmio acumuladas.

São esforços como estes quedemonstram o comprometimento doÓrgão Central da Educação com amelhoria da qualidade do ensino. Leianesta edição mais informações sobreprojetos de alunos e professores darede estadual.

Escola de Educação Básica Jerônimo Coelho,de Laguna, com as aulas de dança,dá exemplo de uma das atividades complementares que são oferecidas aos estudantes

Arquivo Osvaldo Nocetti

Divulgação

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Blogs: um espaço de criação coletiva na escola

*Suênia Izabel Lino Molin

Poucas inovações tecnológicasprovocaram tantas mudanças emtão pouco tempo na sociedadecomo as tecnologias de informaçãoe comunicação. Intensificadas nasúltimas décadas com o uso de com-putadores interligados em rede,essas tecnologias invadem o cotidia-no e estão presentes em forma desuporte e cultura, alterando as for-mas de pensar e apren-der. Os computadoresinterligados em redeinauguraram umanova ágora, uma praçapública, e democrática,para troca de idéias econstrução coletiva doconhecimento. Essapraça virtual - Internet,oferece ferramentas defácil utilização e quepossibilitam amplas for-mas de expressão,comunicação e intera-ção, bem como o enri-quecimento das práti-cas pedagógicas.

O blog é provavel-mente a ferramentamais conhecida e utili-zada em contexto edu-cativo dado o potencialpedagógico que esteinstrumento apresenta.É a "febre" da Internet.Trata-se de uma páginada web que, pressu-põe-se, é atual izadacom grande frequênciaatravés de postagens,que são mensagensconstituídas por ima-gens e textos, denomi-nadas de post. Tornou-se muito popular pornão demandar conheci-mentos de especialistaem informática parasua criação e utilização,por serem rápidos deproduzir e de seremoperados. É uma espé-cie de diário virtual uti-lizado para tornar aces-sível à rede de computadores opi-niões, comentários, fatos, noticiasetc., acerca de diversos assuntos.

Os blogs são páginas editadaspor uma pessoa, eventualmente porgrupos, e utilizam textos de peque-nas dimensões (muitas vezes incluin-do links para sites de interesse doautor) que são contextualizados e

interpretados por comentár ios ,seguindo uma ordem de postagemorganizada cronologicamente (comoum diário). Também divulgam vozes,dão visibilidade a trabalhos construí-dos na escola.

A possibilidade da criação coleti-va e a aproximação de alunos e pro-fessores são destacadas como aprincipal contribuição que o blog

pode trazer para o pro-cesso de ensino-apren-dizagem. Dentre as pos-s íveis apl icações naeducação, destacamosa apresentação dasvárias etapas de umprojeto educativo, traba-lhos que são realizadospor alunos ou professo-res nas diversas discipli-nas, reflexões em tornode temas educativos,criação de jornal esco-lar on-line. Pode aindaser utilizado como com-plemento ao ensino pre-sencial, visto que nosblogues podem constaravisos, indicações detrabalhos a real izar,dicas para pesquisa,ligações para conteúdosde complemento eapoio às aulas, entreoutros.

Seja como for, dis-ponibil izar o recursodos blogs na escolapode representar umsalto qual i tat ivo nacapacidade de comuni-cação e divulgação dascriações realizadas pelacomunidade escolar,além de permitir partici-pação ativa na novaágora e incentivar aautonomia e a criativi-dade, uma vez quehoje a real idade daescola e da sa la deaula é diferente de tem-pos atrás. Hoje, o públi-co é di ferente , as

necessidade são outras, por isso éimportante que a escola atenda àsaspirações deste novo aluno, quemaneja habilmente as novas ferra-mentas tecnológicas.

*Pedagoga - Mestre em Educação – UNIVALI - Especialização em Tecnologias da Informação e da Comunicação naPromoção da Aprendizagem.

,,A possibilidadeda criaçãocoletiva e aaproximaçãode alunos eprofessores são destacadascomo aprincipalcontribuiçãoque o blogpode trazerpara oprocesso de ensino-aprendizagem

"Blogs podem proporcionar uma ricaexperiência no ensino-aprendizagemdos mais diversos níveis. As mídias

sociais aproximam professores e alunos,e dinamizam as trocas dentro e fora da

sala de aula. Aliás, é justamente alémdos limites da escola que blogs e

demais ferramentas ampliam a presençados professores junto aos alunos."

Rogério Christofoletti, doutor em

Ciências da Comunicação e professor do

Departamento de Jornalismo (UFSC).

Opinião

“A comunidade escolar se beneficiamuito do recurso dos blogs, pois estaferramenta proporciona uma grandeevolução no relacionamento entreprofessores e alunos. Na Secretariada Educação, utilizamos o bloghttp://www.culturanateia.blogspot.com para realizar interação entreeducadores de diversas regionais e estudantes”

Dayna Maria Bortoluzzi, Gerente de Tecnologias

Educacionais e Infraestrtura

"Para além de umaferramenta de interação entreprofessores e alunos, hoje oblog é uma espécie deextensão da memória, sendoum importante mecanismode registro das relações quese estabelecem no meioeducacional"

Juliane Regina Martins deAlmeida Guedes, professora de

Informática Educacional, Escola

Sinergia - Camboriú.

"Blogs podem ser umaferramenta para queprofessores e alunos

acrescentem interatividade econteúdo multimídia à vida

escolar, além de facilitarem aorganização e a pesquisa por

material didático."

Rogério Mosimann, Msc,

jornalista e professor de Mídia

Digital - Estácio de Sá/SC

Santa Catarina • Setembro 2009 3Artigo

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Destaques4 Santa Catarina • Setembro 2009

Escolas trabalham conceito de cidadaniaVereadores mirins defendem os interesses de suas comunidades na Câmara Municipal

Texto: Thiago Andrade,

da Assessoria de Imprensa da

Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Regional – Itajaí

Estudar pela manhã e trabalhar àtarde se tornou rotina para um jovemde 16 anos, morador da Barra, em Bal-neário Camboriú. Incomum mesmo éa atividade extra que Jéferson TiagoAlecrim desenvolve uma vez por mês.Estudante do 2º ano do ensino médioda Escola de Educação Básica Francis-ca Alves Gevaerd, ele representa osjovens do bairro na Câmara Municipalde Vereadores. Na comunidade esco-lar já é reconhecido como autoridade.Ele e outros nove adolescentes sãovereadores mirins e têm voz ativa nasdecisões tomadas em benefício dacidade, que atualmente possui cercade 120 mil habitantes.

"Quando me candidatei, meu pen-samento era fazer algo pelo meu bairro,pela população que mora aqui", relem-bra. Para a diretora da escola, MariaIsabel da Silva, Jéferson sempre foi umaluno exemplar e dedicado. "Comomembro do grêmio estudantil atuouativamente nas atividades promovidaspelo grupo. Com isso ganhou a con-fiança dos colegas", diz. Conquistou omaior número de votos, escolhido por292, dos cerca de 600 alunos da uni-dade em que estuda. A votação lhedeu direito de presidir o plenário no dia

da posse dos jovens vereadores. "Estaresponsabilidade pesa bastante", alertaaos futuros candidatos.

O legislativo local organiza ses-sões muito similares às que ocorremno plenário adulto. Em junho, o verea-dor mirim encaminhou indicação paraque o executivo faça obras de sanea-mento em seis ruas. "Esta é a principalpreocupação da comunidade, pois Bal-neário Camboriú vive do turismo e ocomércio da região é beneficiado", jus-tifica. A iniciativa foi aprovada por una-nimidade pelos jovens legisladores,aceita pelos vereadores adultos eencaminhada à prefeitura.

No decorrer da gestão, Jéfersonapresentou ainda mais duas pautaspara votação. A criação de um postopolicial no bairro e a implantação deuma casa lotérica para facilitar a vidados moradores, que atualmente tem dese deslocar até o centro da cidade parautilizar os serviços. Segundo ele, as pro-postas são geradas das próprias reivin-dicações da população. "As pessoasaté me param na rua para cobrarmudanças", conta o estudante que pen-sa em seguir a carreira política.

Executado desde 2005, o projetoVereador Mirim é uma iniciativa daCâmara de Vereadores, em parceria comas escolas estaduais, municipais e parti-culares do município. Todo ano são elei-tos dez alunos entre 12 e 16 anos, quecumprem mandato durante o ano letivo.

Tatiana de Souza, da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional – Joinville

O legal de ser homenageado não estáem receber o tal reconhecimento, mas simno fato de merecê-lo. Que o digam os 103alunos das escolas públicas estaduais deJoinville, que foram homenageados no mêsde agosto, em Joinville, pelo empenho ededicação aos estudos e também pelosrelevantes serviços prestados à sociedade.

A solenidade, realizada pela GerênciaRegional de Educação, aconteceu naSociedade Glória e contou com a presençade, aproximadamente, 300 pessoas. Oponto alto do evento se deu quando os alu-nos homenageados recebem do público asalva de palmas, que, para eles, significoua materialização por tudo que fizeram. .

Todas as escolas estaduais tiveram aoportunidade de escolher um representan-te das séries iniciais, um do ensino funda-mental e outro do ensino médio parareceber a homenagem. Segundo a geren-te Regional da Educação, Clarice Portellade Lima, "o prêmio é a forma que oGoverno Estadual encontrou para parabe-nizar os alunos e fazer com que estes

sejam destaques para os colegas nasescolas estaduais", afirmou.

O aluno do 3º ano do ensinomédio da Escola Estadual RudolfoMeyer, Thiago Schroder da Silva, falouem nome dos colegas e agradeceu adedicação dos professores. "Sem a cola-boração dos nossos professores não

teríamos o suporte necessário paraingressarmos em uma faculdade ealcançar nossos sonhos", garante.

Para ser reconhecido como alunodestaque da escola, é verificado os con-ceitos obtidos em todo o semestre letivo,a participação em atividades extracurri-culares em programas desenvolvidos

pela unidade escolar e emtrabalhos voluntários foradela. O objetivo é o reconhe-cimento dos estudantes quese destacam na rede públicaestadual de Santa Catarina, eum incentivo para que oexemplo seja seguido pelosdemais alunos. Cada escolada rede estadual pode esco-

lher três representantes, sendo um dasséries iniciais, um do ensino fundamentale outro do ensino médio.

Conforme a gerente de Educação daSDR-Joinville, Clarice Portella de Lima,entre os quesitos do prêmio é observadaa pontualidade, assiduidade, conduta quedemonstre respeito e solidariedade huma-na. "Durante o semestre, o aluno deve tersido aprovado com nota mínima oito",garante Clarice.

O secretário de Estado de Desenvol-vimento Regional – Joinville, ManoelMendonça, comenta que essa é uma ini-ciativa muito boa. "O troféu que os alu-nos recebem serve como incentivo paraque continuem estudando e se desta-cando em sala de aula e na comunida-de", afirma.

Homenagens por desempenho destacam 103 jovens de Joinville

Fotos: Divulgação – Câmara Mirim de Balneário Camboriú

Solenidade contou com mais de 300 pessoas.No destaque, Thiago Schroder da Silva representou seus colegas

Tatiana de Souza / SDR-Joinville

Responsonsabilidade preocupa no começo, mas a vontade de participar é maior

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Palavra de MestreSanta Catarina • Setembro 2009 5

Cleo Fante “A comunidade escolardeve participar do trabalho preventivo”

Escola Aberta - O que é o bullying?Cleo Fante - Bullying é um termo que seemprega para designar a violência entrepares. Na prática ocorre quando um estu-dante é alvo de reiteradas ações agressivassem motivos que as justifiquem e contra asquais não consegue se defender ou motivarcolegas para que o defenda. São ações mar-cadas por preconceito e intolerância, pormeio de apelidos vexatórios, ameaças, cons-trangimentos, perseguições, difamações eoutras formas de abusos que podem ocorrerno mundo real como no virtual, conhecidocomo ciberbullying.

EA - Quando este fenômeno começou aser estudado? No Brasil existem pesqui-sas sobre este assunto? CF - O fenômeno começou a ser estudadona década de 70 na Suécia e Dinamarca ena década de 80 na Noruega, onde o pes-quisador da Universidade de Bergen, DanOlweus, fez uma pesquisa em nível nacionalidentificando o envolvimento de 15% numtotal de 100 mil estudantes. O resultadopreocupou não somente os pais e educa-

dores como a sociedade de modo geral,o que fez com que o pesquisador

desenvolvesse um programa decombate ao bullying, resultando

na redução de 50% a 80% doscasos. Os índices mundiaisapontam o envolvimentoentre 6% e 40% dos estu-dantes. No Brasil, o temacomeçou a ser estuda-do por mim no ano de2000, onde fiz pes-quisa pioneira naregião de SãoJosé do Rio Pre-to, interior pau-

lista, num grupo de dois mil estudantes,mostrando o envolvimento de 49%. Diantedos dados, desenvolvi um programa antibullying denominado "Educar para aPaz", onde após dois anos da implantação obullying foi reduzido a 4%, em uma escolaonde foi identificado o índice de 66% deenvolvidos. Em nosso país não temos umapesquisa nacional, porém, dados do Centrode Estudos do Bullying Escolar (Cemeobes)mostram que o envolvimento chega a 45%.

EA - Como o bullying se reflete nas escolas? CF - O bullying contamina o ambiente esco-lar, em especial as relações sociais. Os estu-dantes que são alvos se retraem, se esqui-vam das amizades e passam com o tempoa não confiar nos colegas e em si mesmos,o que resulta em queda da autoestima, inse-gurança e dificuldade de socialização. Quan-to aos estudos, o bullying reflete na dificulda-de de concentração e de aprendizagem, nadesmotivação, no absenteísmo, na desmoti-vação, reprovação e evasão escolar. Na saú-de, pode desencadear sintomas psicossomá-ticos, como dores de cabeça e de estôma-go, diarréia, febre, vômito, insônia, perda ouaumento de sono e apetite, alergias, estres-se, depressão e até ideias suicidas.

EA - Que ações a escola pode desenvol-ver para minimizar este problema? Acomunidade escolar pode ajudar? CF - O mínimo que a escola pode fazer édiscutir o tema com a comunidade escolar eencontrar soluções conjuntas. O ideal é queas ações de prevenção do bullying façamparte do Projeto Político Pedagógico, que secrie regras antibullying e que estejam previs-tas no regimento interno escolar, bem comose trabalhe o ECA, conscientizando sobre osdireitos das crianças e adolescentes e, sobre-tudo, dos deveres e dos atos infracionais esuas implicações. A comunidade escolardeve participar do trabalho preventivo, bemcomo, o estabelecimento de parcerias cominstituições como o Conselho Tutelar, oMinistério Público a Polícia Militar, por meiodo Proerd, etc.

EA - Qual a diferença entre atos de vio-lência e atos de indisciplina? CF - Os atos de indisciplina são contrários àsnormas da escola, em especial do regimentoescolar. A violência é a violação de direitos enesse aspecto o bullying viola o direito àeducação, à segurança, à integridade física,psicológica, moral e à sobrevivência de mui-tos estudantes.

Beatriz Menezes dos Santos

O problema da violência na escola vem desafiando especialistas em educação no apontamento das suas causas e consequências. Muitas vezes, ocomportamento agressivo dos estudantes não se resume apenas às relações com os colegas, mas também à violência contra educadores e atécontra a própria instituição escolar. Este problema é definido, por alguns autores, como bullying, merecendo atenção especial devido a sua comple-xidade, pois nem sempre ele se apresenta de forma explícita. Para falar sobre o assunto, o Escola Aberta entrevistou a professora Cleo Fante, douto-ra em Educação e autora do livro "O Fenômeno Bullying”. Também é a idealizadora do "Programa Educar para a Paz", que vem sendo implantadoem inúmeras escolas de todo o País e prevê um conjunto de ações em conjunto com a comunidade escolar

FOTO: DIVULGAÇÃO

“O mínimo que aescola pode fazer édiscutir o tema coma comunidadeescolar e encontrarsoluções conjuntas.”

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6 Santa Catarina • Setembro 2009Especial

Conteúdo:Meiosde transporteExperimento: Trem lata.Pesquisa sobre a história daroda e a história da ferrovia,representaram a evolução dosmeios de transportes, uniramas informações à literatura,música, poesia e pintura. Professoras – Mariani da Silava,Maria Helena Lazarim eMorgana Andróso Gross.

Conteúdo: PlantasExperimento: PlantasCarnívoras. Os alunos colheram informações nafloricultura da cidade, pesquisaram onome científico da planta ("DionéiaDroseraseai") e verificaram como adigestão é feita pelo suco digestivo".Professoras: Adriana Perdoná`Pazettoe Ana Paula Alves.

Conteúdo: Pirâmide Alimentar Experimento: Máquina paraconstruir marmitas. Estudaram as fases da pirâmidealimentar e relacionaram com afalta de tempo, hoje, para cozi-nhar em casa. Professora: MarleneLarroid Warming e Jucinéia Nunes

Conteúdo: TempoExperimento: RelógioPesquisa sobre as horas, em matemática ena História, a evolução do relógio - visitaram uma feira no SESC – conheceramo relógio do fogo e o relógio do Sol queainda é usado. Estudaram a latitude deSiderópolis e a criação do relógio de pulso.

Texto: Beatriz Menezes dos SantosFotos; Osvaldo Nocetti

O LEGO ZOOM de educação tec-nológica consiste em inúmeras peçasque podem ser montadas com basenos conteúdos das áreas de Ciências,Matemática, Português, História, Geo-grafia e Artes. Formam um conjuntode 11.070 kits, que compreendemmáquinas do tempo, montanhas russa,guindastes, atividades de montar, car-ros, tudo isso para vencer os desafiospropostos pelos professores.

As maletas tecnológicas vêmacompanhadas de material didáticocom 96 fascículos, direcionado àsséries iniciais e 24 aos estudantes de5ª a 9ª séries do ensino fundamental.As revistas trazem orientações sobre asdiversas combinações e utilização dosequipamentos, além dos manuais dirigi-dos aos professores de cada série. Aequipe da Diretoria de Educação Básica

estima que este material vai beneficiarcerca de 50 mil alunos, considerandoque cada kit poderá ser utilizado poraté quatro estudantes, em salas comaproximadamente 30 alunos, nos doisturnos.

Levando em conta as característi-cas didáticas do LEGO, foram adotadosalguns critérios de distribuição. A priori-dade serão as escolas que têm maisalunos, unidades com cursos de Magis-tério, ou escolas que têm salas de Tec-nologia e Informática. Além dessas,recebem os kits a Fundação Catarinen-se de Educação Especial (FCEE) e oInstituto Estadual de Educação (IEE).Durante a implantação do projeto ostécnicos do programa receberam capa-citação. Os professores de 1a a 4aséries participaram de 16 horas deacompanhamento presencial e os de5a a 9a receberam 24 horas. Além dis-so, os educadores participam de 36horas a distância.

Feira Cultural na Escola Tullo CavallazziA EEB. Dr. Tullo Cavallazzi, de Side-

rópolis, localizada ao Sul de Santa Cata-rina, atende cerca de 200 alunos de1ª a 8ª séries, em período integral.Desta escola se pode observar a ferro-via "Dona Maria Tereza Cristina", queescola a produção de carvão do muni-cípio até o porto de Imbituba.

Esta unidade de ensino é umexemplo de como a tecnologia podeenvolver alunos e professores numaconstrução coletiva e multidisciplinar,amparada na tecnologia, na pesquisae no uso da internet. Com o LegoEducacional, a unidade de ensinoencontrou novos métodos para ofere-cer aos estudantes um aprendizadomais envolvente e criativo.

Nos trabalhos com o Lego osalunos têm mais possibilidade de"viajar" por dimensões até então des-conhecidas. Aos poucos, os antigosconteúdos curriculares vão criando"asas" e saindo do didático, propor-cionando à aprendizagem o sabor dadescoberta e da conquista. Essecenário de desafios, certamente, oslevará à aquisição de novas habilida-des e competências, compatíveis

com o mundo da tecnologia da infor-mação e da comunicação.

De acordo com a diretora, AdrianaFeltrin Zanellatto, a abordagem do pro-jeto é baseada em situações–problema,por meio das quais os alunos apren-dem a trabalhar em equipe, a fim deencontrar soluções criativas e novasidéias para os problemas propostos. Odesafio teve a resposta esperada. Ascoordenadoras do Lego Educacional,Rosângela Rossa de Souza e AndréiaCesa Alécio, com a colaboração deCristian Goulart Florentino, da Sala deTecnologia e Informática edemais professores organi-zaram uma Feira Cultural,expondo os trabalhos dosalunos. Dentre os benefí-cios, as coordenadoras des-tacam a atenção, memória,concentração. A partir dasorientações expostas nasrevistas LEGOZOOM, alunose professores escolheram omelhor jeito de usar essatecnologia. Veja como oLEGO pode ser associadoaos conteúdos curriculares.

Lego

4ªSérie A

3ªSérie B

1ªSérie B

2ªSérie A

Conteúdo: Aquecimento Global Experimento: Ventilador.Pesquisa sobre a poluição e adegradação do meio ambiente.Professores: Elisete Bento da Silva e Carla Fabiano Martins

4ªSérie BConteúdo: História da tecnologiaExperimento: Réplica da Catapulta. Professoras: Tatiana Cristina Rufino e Armi Gava.

3ªSérie A

3ª e 4ª sériepeças com motor

1ªe 2ª seriespeças sem motores

O projeto LEGO "Aprender Fazendo", desenvolvido em 195escolas da rede estadual, é mais uma ferramenta pedagógicacolocada à disposição dos educadores com o objetivointensificar o acesso dos alunos ao conhecimento tecnológico.

As aventuras com o

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Santa Catarina • Setembro 2009 7

Torneio de Robótica incentiva o estudo da Ciência e da

Tecnologia nas escolas públicas

Estudantes da rede pública estadual que utili-zam o Lego Educacional vão participar do VI Cam-peonato Nacional de Robótica desenvolvido emsintonia com o maior torneio mundial de robótica -o FLL (First Lego League). A First garantiu as inscri-ção das escolas estaduais e a Secretaria de Estadoda Educação, com a Edacom/Lego, promovem otorneio em Santa Catarina. As informações sobre oregulamento já foram enviadas às unidades deensino e também estão disponíveis no portal daSecretaria de Estado da Educação, que promove oacesso à tecnologia na aprendizagem. As equipesrepresentantes das escolas se inscrevem direta-mente no site da First (www.brfirst.org).

A competição envolve alunos de escolas públi-cas e privadas de todo o País, com o objetivo deincentivar o estudo da ciência e da tecnologiaassociado aos conteúdos curriculares. No Estado,participam do campeonato somente as escolas darede estadual. Vânia Ribeiro, coordenadora do pro-grama, informa que com o recurso pedagógico dis-ponibilizado pela revista LEGO ZOOM os alunosescolhem o tema e formam equipes sob a orienta-ção dos professores. "Estas equipes terão o desa-fio de utilizar a robótica para solucionarem proble-mas do cotidiano, combinando imaginação e criati-vidade com o estudo das Ciências tradicionais",ressalta. Os trabalhos que se destacarem nas uni-dades de ensino serão apresentados nas feirasregionais previstas para outubro. De cada GerênciaRegional de Educação será selecionada uma esco-la para participar do torneio estadual. Para incorpo-rar as novas ferramentas de educação tecnológicano ensino a Secretaria da Educação investiu aproxi-madamente R$ 10 milhões.

Mais Informações:

First (for inspiration and recognitionof tecnology and science) - incentivoa programas em ciência e tecnologia Site: www.brfirst.org

Datas do torneio regional SC • São Miguel do Oeste - 06/10• Chapecó – 08/10• Videira - 14/10• Lages - 16/10• Criciúma - 19/10• Blumenau - 21/10• Itajaí - 23/10• Etapa Estadual – previsto

para o final de Outubro.

8ªSérie

7ªSérie

6ªSérie

5ªSérie

Conteúdo:Pêndulo SimplesExperimentos: barca Viking, montanha russa, e turbo drop (big tower)

O Pêndulo representa o movimento oscilatório –mostraram sua evolução, desde a barca viking e

sua importância hoje para o funcionamento de brinquedos,esportes radicais e parques temáticos. Utilizaram os conceitosda física sobre o pêndulo simples para verificar a longitude,indagar sobre a massa e a amplitude e através de fórmulas,chegar à conclusão que o que muda o período é a longitude.Além das réplicas com o Lego, produziram um vídeo, alémda programação no computador .

Conteúdo: Visão e seu funcionamento. Experimentos: O corpo humano e a Circulação do sangue.Professoras: Andréia Cesa Alécio, Rosângela Rossa de Souza e Silvana Leão.

Conteúdo: Os Seres VivosExperimento 1: GalinhaMaluca, que anda paratodos os ladosExperimento 2: Robô "Contador de Ovos". Pesquisa em livros para saber a

classificação científica dasgalinhas. Professoras:Rosângela Rossa de Souza,Andréia CesaAlécio.

Conteúdo: O movimento os astrosExperimento: Sistema solar. Professora: Fabíola Caetano Bez

5ª a 8ª – RobóticaCom o programa "robolab", fizeram as programaçõestransmitidas através de uma torre para o "RCX", queprograma a peça e faz o experimento funcionar.

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Projetos8 Santa Catarina • Setembro 2009

Texto: Leticia Povoas - Secretariade Desenvolvimento Regional deBlumenau

A Escola de Educação BásicaComendador Arno Zadrozny, estáinstalada num pequeno morro dobairro Garcia, em Blumenau. Noespaço compreendido entre seusmuros, sonhos estão sendo redes-cobertos. Com o objetivo de opor-tunizar o desenvolvimento dascompetências comunicativas, dis-cursivas e interpretativas, a escolaimplantou em 2006 o projeto:"Em defesa da vida – Redescobrin-do os Sonhos na Escola".

E o que é sonho? Na busca deuma resposta para esta pergunta, osalunos encontraram o belo e pormeio dele, a poesia. De lá pra cá,sonharam muito e realizaram, funda-ram uma Academia de Letras eArtes (ALAEAZ) - a primeira abertaem uma escola catarinense - produ-ziram inicialmente cerca de 300poesias e agora buscam parcerias

para a publicação do primeiro livro.Enquanto esta parte do sonho nãose realiza, os alunos vêm contribuin-do com suas produções, nas dife-rentes linguagens, dentro de cadaevento promovido pela ALAEAZ.

"No início, era apenas um tra-balho da grade curricular de umaescola que participa do programa"Período Integral", do Governo doEstado. Em pouco tempo, o projetocresceu, ultrapassando as barreirasda sala de aula. Chegou a Florianó-polis, pela troca de e-mails compoetas e literários de lá. Foi da capi-

tal do Estado que vieram os escrito-res, que visitaram o colégio, ajuda-ram a desenvolver o projeto e doa-ram mais de 400 livros", informou osecretário de estado da secretariade desenvolvimento regional de Blu-menau, Paulo França.

O poeta e escritor Augustode Abreu foi o primeiro a visitar oeducandário. Membro das acade-mias São José e desterrense deLetras, Associação dos Cronistas,Poetas e Contistas Catarinenses,trouxe mais quatro parceiros: Pau-lo Berri, Artêmio Zanon, Vilca

Marlene Merízio, Izabel HesneMarun. Os cinco juntaram mate-riais e ideias que contribuíssempara a construção do estatuto daAcademia de Letras da EscolaArno Zadrozny e ajudaram aosquase 330 estudantes e 20 pro-fessores a fundarem a Academia.

Implantada em abril de 2007,a Academia de Letras e Artes pos-sui hoje 14 cadeiras e nove cargosexecutivos. Os patronos são ospróprios professores que temcomo papel incentivá-los. Paraentrar na Academia o aluno é elei-

to por sua produção literária eartística, como em concursos depoesias, artes e recitais. O patronoda Academia é o poeta blume-nauense Lindolf Bell, e o presiden-te de honra, Augusto de Abreu.

Entre 2007 e 2008, com a aju-da do presidente de honra, o projetoganhou dimensões e participou deum concurso de lusofonia, de paí-ses que falam a Língua Portuguesaficando muito bem classificado aolado de grandes nomes.

"O projeto surgiu com a per-cepção da dificuldade de algunsalunos com a escrita, a interpreta-ção e a leitura. A poesia vem sanaresta questão", comenta a professoraMariza Líder, uma das coordenado-ras do projeto juntamente com aprofessora Vânia Rafaela Marchiori.A academia conta ainda com a par-ticipação da coordenação pedagógi-ca por meio da professora CíntiaLopes Luciani, da secretária SabrinaVenturini e da diretora Anna TarcíziaZago Fleiming.

Texto: Suely de Aguiar

Com computador, umacâmera digital, um microfone evalendo-se de muita criatividade,estudantes da 4ª série do ensinofundamental da Escola JúliaLopes de Blumenau, produziramo Telejornal da Escola. Idealizadopela professora Tatiana BiancaRebelo Basso, o projeto conquis-tou o segundo lugar na categoria"Inovação e Colaboração" no 4ºPrêmio Microsoft Educadores2009, cuja premiação aconteceuem julho, em São Paulo. Somadaa outras três modalidades, o pro-jeto ficou entre os doze finalistasde 702 trabalhos educacionaisavaliados em todo o País.

Em sua primeira edição, otelejornal envolveu alunos de 1ªa 8ª séries do ensino fundamen-tal, sendo que a apresentaçãoficou por conta dos que estudamnas 4ª séries. Foram eles, tam-bém, que entrevistaram meren-deiras, professores, alunos e dire-ção da unidade escolar. Comduração de 20 minutos e exibidono pátio da escola, o programareuniu os conhecimentos obtidosem sala de aula, trabalhos deestudantes, os eventos e o histó-rico da escola.

Segundo a professora,foram os próprios alunos queelaboraram as pautas, os roteiros

de entrevistas, pesquisa de cam-po e o trabalho no Word. Tam-bém filmaram e editaram asmatérias no Movie Maker (soft-ware de produção de vídeos). Otelejornal exibiu uma matériaespecial sobre a "Semana doMeio Ambiente", entre 1º e 5 dejunho, abordando a importânciadas atitudes para preservaçãoambiental. O telejornal está dis-ponível na internet, no blog tele-jornaldaescola.blogspot.com eem uma comunidade do Orkut.

A próxima edição está pro-gramada para setembro. "É umprojeto contínuo e que interagecom a comunidade escolar.Queremos ampliar por meio deintercâmbio com toda a escola,proporcionando espaço destina-do a leitura de textos e crônicasde alunos", planeja a autora doprojeto. Outra meta é selecionarestudantes de outras séries doensino fundamental para a pro-dução, edição e apresentaçãodo programa. O programa transmite os conteúdos escolares e está disponível em blogs e Orkut

Telejornal na Sala de Aula Projeto conquistou o 2º lugar no 4º prêmio MIcrosoft Educadores/2009

CapacitaçãoO projeto "Telejornal da Escola",

reconhecido pela mídia como "jornalde gente grande", é resultado da for-ça de vontade da educadora TatianaBianca Rebelo Basso, que atua naEscola de Educação Básica JúliaLopes. Professora da 4ª série e semespecialização na área de Tecnologia,ela soube aproveitar o que lhe foi ofe-recido: um curso de capacitação (deuma semana) sobre o software moviemaker, oferecido pela Secretaria deEstado da Educação.

Foi a partir do curso, que Tatia-na aprendeu a fazer montagem eroteiro de peças teatrais, a filmar eeditar, utilizando equipamentos tec-nológicos, começando pelo compu-tador. Segundo a professora, os alu-nos souberam usar com inteligênciae criatividade a sala de tecnologiada escola. “Os estudantes aprende-ram a digitar, a usar a câmera e edi-tar textos e imagens. Foi a disposi-ção e o entusiasmo deles que nosajudou a trazer a tecnologia para aescola", declara Tatiana.

Escola Comendador Arno Zadrozny funda a Academia de Letras e Arte - ALAEAZ

Além da escrita, o projeto desenvolve a sensibilidade, a emoção e a criatividade e serve de exemplo para outras escolas públicas

Fotos Divulgação

Fotos Divulgação

Page 9: Jornal Escola Aberta - Outubro 2009

ObrasSanta Catarina • Setembro 2009 9

Texto Mariana Pivatto - Secretaria de DesenvolvimentoRegional de Caçador

A Escola de Educação BásicaPaulo Schieffler faz parte da históriado município Caçador. O modernocomplexo educacional reinauguradodia 21 de agosto de 2009, contaagora com um novo prédio, umcentro poliesportivo e um centrocultural para atender cerca de1.200 alunos. O custo total deconstrução e projeto de paisagismofoi de quase R$ 4 milhões, maiorinvestimento em obras no setor daeducação em 2009.

A E.E.B. Paulo Schieffler éuma das mais antigas e importan-tes escolas de toda a região domeio-oeste catarinense. Foi funda-da em 1934, mesmo ano deemancipação do município deCaçador. O edifício onde o edu-candário estava instalado tinha 66anos de idade e estava sem condi-ções de uso. A nova instalaçãopossui três andares, 20 salas deaula, biblioteca, laboratórios,banheiros em todos os andares epátio coberto.

Para o Secretário de Educa-ção Paulo Bauer, o investimento naampliação e construção de novasunidades escolares é fundamentalpara um Estado que deseja sem-pre elevar o nível da Educação. "Amelhoria da infraestrutura serve demotivação para que educadores ealunos desenvolvam o máximo desua capacidade em um ambienteque propicie todos os recursosnecessários para a prática educa-cional", afirma.

GINÁSIO POLIESPORTIVO

O ginásio poliesportivo temquadra oficial, arquibancada naslaterais e fundos com capacidadepara 1.628 pessoas sentadas, pal-co, camarins, cabine de imprensa,vestiários, placar eletrônico ebanheiros. Também foi desenvolvi-do um plano de paisagismo, queinclui uma quadra aberta, espaçospara lazer entre outras melhorias.

Um ant igo pavi lhão fo imantido e transformado emcentro cultural, para atender ademanda da comunidade quepedia pela preservação históri-ca. Assim como o Ipê Amareloque fica em frente à escola, portratar-se de um símbolo destainstituição de ensino.

Embora fosse uma edifi-cação antiga, fora dos crité-rios de funcionalidade, emprocesso de deterioração esem o espaço necessáriopara acolher todos os alu-nos, a confirmação que oantigo prédio da Escola deEducação Básica PauloSchief fler seria demolidocausou cer ta comoçãopopular. Muitas pessoasmanifestaram sua tristezaao imaginar que parte desua história seria destruída.

Além da antiga arquitetu-ra da escola, que foi mantidacom a construção do centrocultural, a Secretaria de Esta-do do Desenvolvimento Regio-nal de Caçador, Gerência deEducação e profissionais daescola realizaram uma pesqui-sa para resgatar a história doeducandário através de depoi-mentos, documentos e foto-grafias. Deste trabalho, surgiua idéia de fazer uma cartilhapara registrar e compartilhareste material com a comuni-

dade, além de comemorar ainauguração do novo comple-xo educacional.

Segundo a diretora daE.E.B. Paulo Schieffler, TanhaBraum, o objetivo de todoesse esforço foi contar emanter viva a história destainstituição de ensino. "Assim,os alunos que passaram poraqui podem recordar o seupassado e os estudantes dehoje em dia têm consciênciada importância histórica dolocal onde estudam", explica.

Memória preservada em documentos e fotografias

• 17 salas de aulacom dois turnos– matutino evespertino

• 9 salas de aulanoturnas

• 9 turmas deséries iniciais

• 16 turmas ensinofundamental (5º a 8º série)

• 18 turmas deensino médio

• Equipe diretora epedagógica:2 diretoras1 secretária2 técnicasadmnistrativas2 supervisores2 orientadores2 assistentes tecnico-pedagógico52 prodessores

• 6 funcionários deserviços gerais

QUEM FOI PAULO SCHIEFLER?

NÚMEROS

O professor Paulo Schiefler nasceu

em Brusque (SC) em 1864 e faleceu com

apenas 47 anos, em 1911. Muito provavel-

mente não conheceu a localidade que, 23

anos após sua morte, tornaria-se o municí-

pio de Caçador e onde seria fundada uma

escola pública estadual batizada com o

seu nome. Ele falava e escrevia em cinco

idiomas e lecionou línguas em várias esco-

las, terminando sua carreira acadêmica no

ano de seu falecimento na Antiga Escola

Normal de Florianópolis, da qual também

foi diretor. Em 1934, a nova escola foi

denominada Grupo Escolar Paulo Schief-

fler, em reverência a sua contribuição para

a educação do Estado de Santa Catarina.

Apenas em 2009, ao ser reali-

zado o resgate histórico do

educandário, descobriu-se

que desde a sua fundação,

em 1934, o sobrenome

do professor está

escrito com a gra-

fia errada: Schie-

fler tem apenas

uma letra "F".

Escola conta a história de CaçadorPaulo Schieffler é o maior investimento em obras daEducação

No moderno complexo educacional de Caçador, inaugurado em 21 de agosto, foram invetidos R$ 4 milhões

O ginásio poliesportivo tem capacidade para 1.600 pessoas sentadas, além de camarins, palco e vestiários

Antiga escola fundada em 1934, hoje tem amplas salas de aula e serve de motivação para professores e alunos

Escola de Educação Básica Paulo Schieffler

NÚMERO DE ALUNOS: 1.133

2009

• 3 salas de aula

• 2 turnos

• 5 turmas

• 181 alunos

• 1 diretor

• 5 professores

• 1 servente

Grupo Escolar Paulo Schieffler

1934

Mariana Pivatto

Mariana PivattoMariana Pivatto

James Tavares

James Tavares

Divulgação

Divulgação

Page 10: Jornal Escola Aberta - Outubro 2009

10 Santa Catarina • Setembro 2009

NOTÍCIAS

A Secretaria da Educaçãodistribuiu neste segundo semes-tre uniformes destinados aos2.500 professores de EducaçãoFísica das escolas da rede públi-ca estadual.

Cada professor receberá umconjunto composto por dois aga-salhos, três camisetas, três meiase um par de tênis. Na aquisiçãodos 7.500 pares de meia, 7.500camisetas, 5 mil agasalhos e

2.500 pares de tênis, a Secretariainvestiu R$ 396.450 mil. Nas pró-ximas semanas, a instituição esta-rá providenciando a distribuiçãode guarda-pós para os professoresque atuam em sala de aula. Osprofissionais desta área comemo-ram, dia 1º de setembro, o "Diado Professor de Educação Física",data em que a profissão foi regu-lamentada pela le i federal9.696/98.

Agasalhos para os Professoresde Educação Física

EEB Silva Jardim é a representante catarinenseem premiação nacional

A EEB Silva Jardim, do municípiode Alfredo Wagner, é a representantede Santa Catarina no Prêmio Nacio-nal de Referência em Gestão Escolar.A unidade, pertencente à GerênciaRegional de Ituporanga, venceu a eta-pa estadual realizada em agosto naSecretaria de Estado da Educação.

O Comitê Estadual de Avaliaçãoselecionou o projeto apresentado pelaEEB Silva Jardim como o melhor entreos 30 trabalhos das instituições esco-lares do Estado que se inscreveram napremiação. Além da oportunidade derepresentar Santa Catarina nacional-mente, a escola recebeu uma premia-ção em dinheiro de R$ 2 mil e umacoletânea de vídeos educativos conce-didos pela Fundação Roberto Mari-nho. O Diretor da Instituição foi con-templado o diploma de Liderança emGestão Escolar e uma viagem deintercâmbio no Brasil e/ou no exterior.

O Prêmio Nacional de Referênciaem Gestão Escolar é uma iniciativa doConselho Nacional de Secretários deEstado da Educação (Consed), em par-ceria com a União Nacional de Dirigen-tes Municipais de Educação (Undime),Unesco e Fundação Roberto Marinho.

Conferência Nacional de EducaçãoIdeias para a Educação que devem gerar projetos para aspróximas décadas estão sendo discutidas desde maio atéagosto deste ano pelos 293 municípios de Santa Catarina,reunidos nas 36 Gerências Regionais de Educação. Asconferências, em âmbito municipal, fazem parte daspreparatórias para as regionais e para a ConferênciaNacional de Educação (CONAE) que será realizada, de 15 a19 de abril, de 2010, em Brasília. O cronograma completopor cidade e região está publicado no site da Secretaria deEstado da Educação www.sed.sc.gov.br.

Fanfarra na EscolaA Secretaria da Educação distribui 230 Fanfarras paraunidades escolares da rede pública estadual de 28regionais. Na aquisição dos conjuntos musicais, formadospor oito instrumentos, foram investidos R$ 320 mil. A açãofaz parte do Projeto "Fanfarra na Escola", desenvolvido pelaSecretaria nas 1.323 escolas, e seguiu critérios das 36Gerências Regionais de Educação. Por meio de umlevantamento elas apontaram quais escolas ainda nãopossuíam fanfarras, também indispensáveis aos desfiles de7 de setembro. Implantado nessa gestão, o Projeto"Fanfarra na Escola" tem como objetivo resgatar esseconjunto de instrumentos como patrimônio cultural e cívico,motivando os estudantes no ambiente escolar, promovendoa sensibilidade dos adolescentes por meio da música. Deacordo com a diretora Rogéria Diegoli, o projeto tambémpermite desenvolver o senso crítico, o trabalho coletivo e atomada de decisões conscientes por parte dos estudantes.

Pré-vestibular da UFSC aprova 83alunos nos vestibulares de invernodas Universidades PúblicasO Pré-vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina,em parceria com a Secretaria de Estado da Educação ecom as Escolas Públicas do Estado atingiu 38% deaprovação nos vestibulares de inverno das UniversidadesPúblicas. Já em Curitibanos, na unidade localizada na EEBCasimiro de Abreu, o percentual foi maior: 44% dos alunosdo projeto que prestaram o Vestibular para o Curso deCiências Rurais da UFSC foram aprovados. Na mesmaunidade também tivemos a aprovação em primeiro lugarentre os estudantes de Escolas Públicas, doaluno Marcos Rodolfo Goetten, queconcluiu o Ensino Médio na EEB SolonRosa. Esses resultados comprovam que aparceria: Escola Pública + Pré-vestibular Público oportuniza ainclusão no ensino superior,transformando vidas,promovendo acidadania e asolidariedade. Este éo resultado do Pré-vestibular público quemais aprova no Brasil.

72 alunos aprovados no Vestibular UFSC 2009 Suplementar:13 - Biblioteconomia 32 - Ciências Rurais04 - Educação do Campo03 - Engenharia da Mobilidade04 - Engenharia Eletrônica 01 - Letras Libras 04 - Fonoaudiologia06 - Química05 - Tecnologia da Informação e Comunicação

10 alunos aprovados no Vestibular Vocacionado UDESC 2009/2:02 - Ciência da Computação02 - Matemática01 - Agronomia02 - Engenharia Florestal01 - Medicina Veterinária02 - Administração Pública

1 aluna aprovada no Vestibular da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria:01 - Kátia Caroline Pertille - Engenharia Ambiental

A Diretoria de Controle e Avalia-ção (Dioc), da Secretaria da Educa-ção confirmou que as Salas de Tec-nologia e Informática das escolas darede pública estadual foram utiliza-das 1.013.185 vezes entre os mesesde abril e junho de 2009. Este dadorevela o interesse dos estudantes

catarinenses no uso da tecnologiacomo ferramenta de aprendizagem.As 1.480 Salas registraram um totalde 54.190 aulas, equivalente a umamédia de 18 alunos por aula. Segun-do o diretor Fábio Alexandrini, ocrescente interesse no uso das ferra-mentas digitais vem acontecendo

graças à decisão de manter profes-sores monitores nas salas durantetodos os períodos. Além de auxiliaros professores das variadas discipli-nas oferecidas nas escolas, estesprofissionais ainda orientam os alu-nos quanto ao uso adequado dainformática e da internet.

Salas de tecnologia da rede pública estadual de ensino são utilizadas mais de um milhão de vezes em três meses

Fotos: Osvald

o Nocetti

Page 11: Jornal Escola Aberta - Outubro 2009

PerfilSanta Catarina • Setembro 2009 11

Texto: Suely de Aguiar

O Jornal Escola Aberta jáabordou o perfil de professores,diretores de escolas, educadoresaposentados, entre outros. Nestenúmero, a protagonista é mãe dealuno e estudante da Educaçãode Jovens Adultos. Dentro desua simplicidade, risonha a pontode não transparecer pelo que jápassou, Verônica Cíntia Ferreira éo perfil dessa edição.

Com uma história que ren-deria um enredo de cinema, nacategoria drama, Verônica CíntiaFerreira, 39 anos, viúva e casa-da pela segunda vez, encontrouna Educação vontade para nãodesistir da vida. Criada em umorfanato até os 18 anos, mãede dois filhos (um falecido há 3anos) e ambos nascidos comhidrocefaléia (doença congênita)e leucemia, decidiu se alfabeti-zar. Isso facilitaria melhor enten-dimento dos textos que, diaria-mente, ia buscar na escola parao filho, Luiz Eduardo, quandoestivesse internado, não perdes-se o conteúdo ministrado emsala de aula.

Os professores davam umapanhado geral das aulas paraajudá-la a repassar ao adolescen-

te. Em 2008, ela foi alfabetizadae cursou a 1ª e a 2ª séries doensino fundamental, na Escolade Educação Básica DonatoOlímpio Campos, do municípiode Biguaçú. Atualmente cursa a3ª e a 4ª série no mesmo colé-gio, no período das 19h15min as21h45min. "Sou muito grata aosprofessores Raquel e Geraldinoque sempre me incentivaram",declara a estudante.

Dona de uma boa retórica,gosta de falar sobre os cadernosque usa, todos encapados commuito capricho. Durante o dia, faz

uma verdadeira maratona pelosórgãos públicos para conseguirajuda na compra de remédiosque o SUS não possui. "Mas, amaioria, o Governo dá e semprepude contar com a ajuda de mui-tas pessoas boas, entre funcioná-rios públicos, políticos, desembar-gadores e os responsáveis pelasinstituições que nunca barraramminha entrada para conseguir asdoações", reconhece.

A cirurgia de transplante demedula a qual Luiz Eduardo sesubmeteu foi realizada nos Esta-dos Unidos e Verônica precisouarrecadar R$ 180 mil. Paracomplementar o total de recur-so arrecadado, foi ao Ministérioda Saúde, em Brasília, acompa-nhada do então reitor da Uni-versidade Federal de SantaCatarina, Lúcio Botelho.

Conseguiu o suficiente paraviajar com o filho e o transplantede medula ocorreu positivamente.Em julho deste ano fez questãode agradecer, pessoalmente, atodos que a ajudaram, incluindodireção e funcionários da Secreta-ria de Estado da Educação. "Gra-ças a Deus e a todos que meestenderam a mão, o transplantefoi um sucesso e Luiz Eduardovoltou à escola", comemora.

Há dois anos afastada

do trabalho, por sofrer do

mal de Parkison, Verônica

Cíntia Ferreira, lidou desde a

gestação com a doença dos

filhos. Luiz Eduardo, 18 anos,

do 2º ano do ensino médio

passou por quatro cirurgias

de transplante de medula,

nove de Hidrocefaleia, duas

do joelho e uma da coluna.

O tratamento continua e ele

só falta as aulas em casos

extremos. Sua última cirurgia

ocorreu no dia 10 de feverei-

ro deste ano.Apesar da doença e de

ser tímido, tem amigos, pro-

cura levar uma vida normal e

não desiste dos estudos. Atri-

bui tudo isso ao fato da mãe,

"uma lutadora", incentivá-lo

muito. "Ela sempre repete a

mesma frase: Educação é

tudo na vida"! Não gosta de

falar do irmão falecido, pois o

sofrimento ainda é muito

latente. Considerando por

tudo que passou e ainda vem

passando, devido a rígidos

tratamentos com muita medi-

cação, Luiz Eduardo só repro-

vou dois anos.Segundo a mãe, ela

entregou 110 cópias de

atestados médicos à unida-

de escolar, mas foram extra-

viados. "Apesar de analfabe-

ta, na época, eu sabia exata-

mente o que estava fazendo

e tinha clareza de que se

uma empresa justifica as fal-

tas com os atestados, por

que não a escola?".

"A Educação é tudo na vida"

Luiz Eduardo,aluno da EEB

Maria da Glória, com a mãe

Na Escola Donato Olímpio Campos, de Biguaçu, a estudante demonstra todo seu entuasiasmo pelo aprender

Verônica Cíntia Ferreira

Um exemplo de superaçãoMãe dedicada aofilho doente eestudante assídua,encontrou nosestudos a forçapara não desistirde tocar a vidaadiante. Ela falacom orgulho desua batalha

Fotos: Osvaldo Nocetti

Criada num orfanato até os 18 anos, aos 9 sofreu maus tratos do pai, analfabeta até os 35anos, sobreviveu, amou e está estudando!

Page 12: Jornal Escola Aberta - Outubro 2009

12 Santa Catarina • Setembro 2009

Estatísticas permitem avaliar aspolíticas públicasna educação