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Santa Catarina • Julho 2009 EDUCAÇÃO E TRABALHO Formação técnica de qualidade promove a inserção social de jovens e adultos que procuram os Centros de Educação Profissional de Santa Catarina Beatriz Menezes dos Santos No Brasil, alguns consensos em relação à formação profissional de nível médio estão se ampliando. Nas últimas décadas, junto com a ciência e a tecno- logia, a educação técnico-profissional foi incluída na pauta das políticas de Estado, considerada como importante fator para atender aos novos padrões de desenvolvimento do mundo moder- no. De acordo com os educadores, essas políticas devem ser condizentes com a sociedade da informação e do conhecimento, onde a aquisição e o domínio da tecnologia, mais as habilida- des de selecionar e apreender as inova- ções recebidas são condições indispen- sáveis para que o indivíduo possa ampliar suas oportunidades de inserção social. Associado a isso, a internacionali- zação de valores éticos, morais e de competência, vem acentuando o perfil de um novo profissional. Em Santa Catarina, os cursos téc- nicos garantem o ingresso e a perma- nência de jovens e adultos no mercado de trabalho. Nos Centros de Educação Profissional (CEDUPs), vinculados à Secretaria de Estado da Educação, os investimentos no ensino técnico-profis- sional são pautados pela modernização tecnológica das escolas, melhorias na infraestrutura e capacitação de profes- sores. Dos 16 Centros, onze voltados às áreas da Indústria, Gestão e Comér- cio e Prestação de Serviço, desenvol- vem parcerias com o setor privado assegurando 100% de empregabilida- de. Distribuídos em todas as regiões do Estado, os CEDUPs de Tubarão, Cri- ciúma, Lages (2), Florianópolis, Chape- có, Timbó, Mafra, Blumenau, Joinville e Rio do Sul qualificam os estudantes nas principais atividades econômicas dos respectivos municípios. No entanto, as atividades voltadas às áreas industriais não são o único foco dos cursos técnicos oferecidos pelo órgão Central da Educação. Com o objetivo de fortalecer o desenvolvimen- to regional e a agricultura familiar, os jovens das pequenas propriedades rurais também podem buscar formação e qualificação nos cinco CEDUPs agro- pecuários das regiões de Água Doce, São Miguel do Oeste, Canoinhas, Cam- po Erê e São José do Cerrito. Confira na página Central a estru- tura e o funcionamento dos Centros de Educação Profissional de Blumenau e Joinville, considerados referência na formação de técnicos especializados na área da indústria. Estudante de Araranguá ganha bolsa de estudos depois do “Soletrando” Página 4 Reitor da UFSC aconselha cautela na mudanças previstas para o Enem Página 5 Acervo fotográfico conta um pouco da história de Palhoça Página 8 A formação técnica se impõe como um desafio do sistema produtivo, mas deve ser regida pela internacionalização de valores éticos, morais e de competência Osvaldo Nocetti

Jornal Escola Aberta - Junho 2009

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Edição de Junho de 2009 do Jornal Escola Aberta, da Secretaria De estado da Educação de SC

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Santa Catarina • Julho 2009

EDUCAÇÃO E TRABALHOFormação técnica de qualidade promove a inserção social de jovens e adultos que procuram os Centros de Educação Profissional de Santa Catarina

Beatriz Menezes dos Santos

No Brasil, alguns consensos emrelação à formação profissional de nívelmédio estão se ampliando. Nas últimasdécadas, junto com a ciência e a tecno-logia, a educação técnico-profissionalfoi incluída na pauta das políticas deEstado, considerada como importantefator para atender aos novos padrõesde desenvolvimento do mundo moder-no. De acordo com os educadores,essas políticas devem ser condizentescom a sociedade da informação e doconhecimento, onde a aquisição e odomínio da tecnologia, mais as habilida-

des de selecionar e apreender as inova-ções recebidas são condições indispen-sáveis para que o indivíduo possaampliar suas oportunidades de inserçãosocial. Associado a isso, a internacionali-zação de valores éticos, morais e decompetência, vem acentuando o perfilde um novo profissional.

Em Santa Catarina, os cursos téc-nicos garantem o ingresso e a perma-nência de jovens e adultos no mercadode trabalho. Nos Centros de EducaçãoProfissional (CEDUPs), vinculados àSecretaria de Estado da Educação, osinvestimentos no ensino técnico-profis-sional são pautados pela modernização

tecnológica das escolas, melhorias nainfraestrutura e capacitação de profes-sores. Dos 16 Centros, onze voltadosàs áreas da Indústria, Gestão e Comér-cio e Prestação de Serviço, desenvol-vem parcerias com o setor privadoassegurando 100% de empregabilida-de. Distribuídos em todas as regiõesdo Estado, os CEDUPs de Tubarão, Cri-ciúma, Lages (2), Florianópolis, Chape-có, Timbó, Mafra, Blumenau, Joinville eRio do Sul qualificam os estudantesnas principais atividades econômicasdos respectivos municípios.

No entanto, as atividades voltadasàs áreas industriais não são o único

foco dos cursos técnicos oferecidospelo órgão Central da Educação. Com oobjetivo de fortalecer o desenvolvimen-to regional e a agricultura familiar, osjovens das pequenas propriedadesrurais também podem buscar formaçãoe qualificação nos cinco CEDUPs agro-pecuários das regiões de Água Doce,São Miguel do Oeste, Canoinhas, Cam-po Erê e São José do Cerrito.

Confira na página Central a estru-tura e o funcionamento dos Centros deEducação Profissional de Blumenau eJoinville, considerados referência naformação de técnicos especializadosna área da indústria.

Estudante de Araranguáganha bolsa de estudosdepois do “Soletrando”Página 4

Reitor da UFSC aconselhacautela na mudançasprevistas para o EnemPágina 5

Acervo fotográfico conta um pouco dahistória de PalhoçaPágina 8

A formação técnicase impõe como umdesafio do sistema

produtivo, mas deveser regida pela

internacionalizaçãode valores éticos,

morais e decompetência

Osvaldo Nocetti

EDITORIAL

O jornal Escola Aberta traz, nesta edi-ção, os resultados do encontro "Educação:Construindo Qualidade", que reuniu no iní-cio de junho, em Joinville, cerca de 1.800gestores educacionais. A construção deum programa que una os educadores embusca da qualidade no ensino e que reflitaas expectativas dos diversos segmentos daescola, terá continuidade em 2010, com aúltima das três etapas programadas pelaSecretaria de Estado da Educação.

Conferencistas reconhecidos nacional-mente apresentaram palestras contextuali-zando os conflitos no espaço escolar. Hou-ve ainda a troca de experiências a partir daapresentação de projetos desenvolvidos nasala de aula, com a participação de alunos,professores e comunidade escolar.

No encerramento, o secretário deEstado da Educação, Paulo Bauer, fezuma série de anúncios aos educadorespresentes. Os gestores educacionais, quetêm a tarefa de diminuir a distância entrea Secretaria da Educação e as escolas darede estadual, levaram a todas as regiõesdo Estado, o aprimoramento pedagógicoe as informações sobre as principaisações previstas para o segundo semestrede 2009 e início do próximo ano letivo.

Dentre os anúncios do secretário, estáa publicação do edital, referente aos servi-ços de limpeza das escolas da rede esta-dual. A partir da concretização desta ação,as Associações de Pais e Professores(APPs) não serão mais responsáveis pelopagamento destes profissionais. PauloBauer ressalta que até onde for possível, oscontratos dos atuais funcionários serãomantidos.

Quanto à terceirização da merendaescolar, graças à decisão judicial proferidarecentemente, a Comissão de Licitaçãoda Secretaria poderá adjudicar as empre-sas participantes do certame, que iniciaráno 2º Semestre deste ano. O processo delicitação será implantado gradativamentea partir de 2009 e concluído em 2011.Para isso, o Estado foi dividido em quatroregiões, de responsabilidade das quatroempresas classificadas na licitação. "Aideia é alcançarmos 25% do total de uni-dades escolares, ainda em 2009", asse-gura o secretário.

Somada a essas medidas, está ahomologação da compra de 2.500 kitscom 92 mapas geográficos, botânicos,anatômicos, zoológicos, ecológicos e histó-ricos, totalizando dois milhões e setenta mil

mapas, acompanhado de um CD multimí-dia. O material, que está previsto para serentregue até o final do ano, é mais umrecurso pedagógico à disposição dos pro-fessores e segundo o secretário, desde1991, as unidades escolares não recebemmapas atualizados.

Outra novidade anunciada noencontro, é que no próximo ano letivoas escolas poderão contratar professo-res para ministrar aulas de dança, músi-ca, teatro e natação. No segundosemestre, a Diretoria de Educação Bási-ca definirá os critérios para a contrata-ção. Mas, em princípio, a medida seráimplantada nas escolas de tempo inte-gral. "A ideia é que algumas unidadesse tornem Centros de Atividades de for-ma que num mesmo município possater uma escola oferecendo dança eoutra, música, possibilitando aos estu-dantes diversas opções", afirma Bauer.

Dentre as iniciativas, a Secretariada Educação está adquirindo, paraserem entregues em 2010, equipamen-tos tecnológicos para mais 300 esco-las; outras 300 unidades receberãodatashow, outras 300, TVs LCD; emais 300, receberão equipamentos desonorização. Tudo isso dentro do proje-to de melhoria da estrutura tecnológi-ca da escola pública.

Por fim, a aquisição de equipamen-tos de informática destinados às secreta-rias das escolas, e a alteração do geren-ciamentos dos CEDUPS com a criaçãode Fundações de Ensino e normas deorçamento para pequenos reparos, serãofeitos sob a responsabilidade dos direto-res. Com todas essas medidas, a Educa-ção catarinense permanecerá como refe-rência nas avaliações nacionais e na apli-cação de recursos públicos voltados àqualidade do ensino.

Jornalistas:

Beatriz Menezes dos

Santos SC 01572 JP

Leneza P. Della

SC 02388 JP

Marli Jardim

RJ18201

Nina Velho

SP 01 043

Suely de Aguiar

SC 00416 JP

Editora Responsável:

Beatriz Menezes dos

Santos/01572 JP

Fotografia:

Osvaldo Nocetti

Alessandro Bonassoli

Diagramação:

Girardi Junior Editora Ltda.

Revisão:

Antônio Carlos Pereira

Colaboração:

Carmelo Cañas e Gabriela Wolff

CHARGE

2 Santa Catarina • Julho 2009

A construção de umapolítica pública que

demonstre, de fato, asoportunidades de acessoao Ensino Superior tem

norteado as ações daSecretaria da Educação.

Exemplo disso é aparceria com a UFSC que

oferece cursos pré-vestibular gratuitos

para estudantes dasescolas da rede estadual.

Agenda da educaçãoA Secretaria de Educação promove a troca deexperiências entre os gestores escolares e anunciaas principais ações para o segundo semestre

Mat

heus

dos

San

tos

Cam

argo

Alessandro Bonassoli

Alunas da EEB Alcides Carlos Bonet, de Santa Cecília (SDR Curitibanos), já têm aula de dança,iniciativa que será implementada na rede estadual em 2010

Diretrizes curriculares parao ensino fundamental

Por Isaac Ferreira *

Em Santa Catarina, desde mea-dos de 2005, a Secretaria de Estadoda Educação (SED) vem promovendoum intenso debate sobre o EnsinoFundamental de 09 anos (EF9) juntoà rede pública estadual, em parceriacom os sistemas municipais . Emdecorrência disso, em 2006 foramrealizados oito Encontros e Seminá-rios nas Mesorregionais, Encontros deComitês Temáticos Regionais e duasvídeo - conferências.

Em 2007, seguindoo Decreto Governamen-tal nº 4.804, de 25 deoutubro de 2006, acon-teceu a implantação doEF9 nas escolas da redepública estadual, comingresso de crianças na1a série, aos seis anosde idade completos até1o de março do anoletivo em curso. Ratifi-cando este decreto, aPortaria nº 22/SED, de20 de novembro de2006, apresentou osprocedimentos a seremseguidos pelas escolasda rede estadual.

Ao longo de 2007,as Gerências Regionaisde Educação promove-ram ref lexão sobremomentos iniciais daimplementação de umsistema (oito anos) e daextinção de outro (noveanos) com os professo-res. A partir de 2008,intensificou-se o proces-so de discussão envol-vendo a Diretor ia deEducação Básica e Pro-fissional, as 36 Regio-nais e o Instituto Esta-dual de Educação, comvistas a orientações eaos ajustes na imple-mentação do EF9 e àprodução de um "Docu-mento nor teador daação pedagógica em Sala de Aulanos Anos Iniciais e Finais". Consolida-se, assim, um trabalho de parceria ede afinamento entre os envolvidos ese ratifica a compreensão de que oprocesso de alfabetização com letra-mento não está circunscrito à 1ªsérie do EF, conforme crença recor-rente na cultura escolar.

A discussão ancorou-se na baseconceptual da Proposta Curricular/SC,através dos pressupostos teórico-meto-dológicos, orientadores dos aspectospedagógicos e na compreensão dabase legal da Lei de Diretrizes e Bases(LDB) 9394/1996 alterada pelas Leis

nº 11.114/2005 e n° 11.274/2006 enas demais resoluções, pareceres,decretos e portarias subseqüentesemanadas do MEC, CNE, SED e CEE.

Este estudo permitiu concebertrês momentos para o EF9: a) crian-ças com 06, 07 e 08 anos de idade(1ª 2ª e 3ª séries): momento inicialda aprendizagem da leitura e da escri-ta; foco na alfabetização com letra-mento em Língua Materna/Portugue-sa e Matemática, não como discipli-

nas curr iculares , mascomo linguagens atravésdas quais a cr iançaacessa às habilidades deleitura (sentido lato) e deprodução textual oral eescrita; b) crianças com09 e 10 anos de idade(4 .e 5ª séries): momen-to intermediário de com-plexificação das habili-dades de ler e deescrever através de tex-tos das demais áreas doconhecimento e c)crianças e adolescentesentre 11 e 14 anos (6a.à 9a. série): momentode verticalização (apro-fundamento) das habili-dades de ler e escrevernas diferentes áreas deconhecimento da MatrizCurricular do EF9.

Destarte, o foco dadiscussão apontou paraa unidade na implemen-tação das ações admi-nistrativas e pedagógi-cas relativas a implanta-ção e implementaçãodo EF9 e, como priori-dade, a produção dodocumento citado ante-r iormente, referênciaestadual dos conteúdosconcei tua is/factuais ,procedimentais e atitu-dinais, considerando arealidade social e peda-gógica das diferentes

regiões do Estado. Em 2009 es tão prev is tas a

implementação e ajustes pedagógi-cos deste documento referência; aprodução de um documento para osAnos Finais; a continuidade da dis-cussão sobre o funcionamento legale pedagógico do EF9 e, para o anode 2010, a publicação oficial da pro-dução escrita realizada e a consoli-dação do EF9 conforme preconiza alegislação.

* Gerente de Ensino Fundamental daSecretaria da Educação (doutor emEducação)

,,A Secretaria

da Educação

promove o

debate sobre

o Ensino

Fundametal

para

estabelecer

uma unidade

curricular

em parceria

com sistemas

municipais

É auxiliar na organização dosconteúdos. É preciso

construir significância paraesses conteúdos. Bem comocolocá-los em relação com aexperiência social e histórica

de cada espaço educativo.

Teresinha Galon Professora da EEB Irene

Stonoga, de Chapecó

Opinião dos educadores

A diretriz corresponde à linha reguladora da propostacurricular e indica a orientaçãoa ser seguida. Assim, aoestabelecer uma diretriz para o Ensino Fundamental de 9 anos a Secretaria deEducação oportuniza o redimensionamento docurrículo à ação pedagógica.

Wilmar ConteGerente Regional de Educação deSão Lourenço do Oeste.

A prática de alfabetizar e letrara partir dos seis anos jáacontecia em nossa escola ea regulamentação do EnsinoFundamental de nove anos,deu amparo legal e permitiu aalocação de recursospedagógicos e financeirospara as crianças de 6 anos.

Maristela Vieira Martins PegoraroDiretora da EEB Frei Bruno, de Joaçaba

Santa Catarina tem históriae construção no que diz

respeito à PropostaCurricular. Sendo assim, no

cenário atual, faz-senecessário a mobilização

dos professores visando areorganização curricular no

Ensino Fundamental de 9 anos.

Simone MalheirosGerente Regional de

Educação de Blumenau

Santa Catarina • Julho 2009 3Artigo

Texto e fotos: Leneza P. Della - daSecretaria de Desenvolvimento deAraranguá

A estudante da 8ª série daEscola de Educação Básica AbelEsteves de Aguiar, do município dePraia Grande, Josiane Laurindo deMorais, foi uma das semifinalistasdo quadro Soletrando do ProgramaCaldeirão do Huck. A representantede Santa Catarina venceu diversasetapas, mas acabou sendo elimina-da no dia 23 de maio na semifinal.

Para acompanhar a participaçãoda estudante no programa televisivo,um telão foi colocado na Praça SãoSebastião, no centro de Praia Grande,que mobilizou grande parte da peque-na cidade. A estudante marcou pre-sença na comemoração de cada eta-pa que vencia com a família, a profes-sora de Língua Portuguesa, Silvana deFreitas Paganin, a Diretora da Escola,Vanderléia Salla Scheffer e a gerentede educação da secretaria regional deAraranguá Rosa Nagel.

Mesmo não tendo chegado afinal do programa, Josiane já estácolhendo os frutos pelo seu esforço.

No dia 14 de maio, durante uma reu-nião do Conselho de DesenvolvimentoRegional de Araranguá, o reitor daUNESC (Universidade do Extremo SulCatarinense), Antônio Milioli Filho,entregou para a estudante uma bolsade estudos de graduação integral.Josiane não escondia a alegria emreceber o ‘presentão’. Questionada emrelação a qual curso irá escolher, elaainda tem dúvidas. "Medicina ou algu-ma Engenharia", disse a meninahumilde, que sempre estudou emescola pública. No próximo ano, atécompletar o ensino médio, ela fre-quentará o curso de Técnico em Agro-pecuária no Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia Catarinen-se – Campus Sombrio.

Josi conta que por onde passa,é reconhecida. Mas este reconheci-mento hoje conquistado não é emvão. A aluna de 14 anos sempre foimuito dedicada aos estudos – umafreqüentadora assídua da Bibliotecada escola. "Amo ler. Adoro as obrasde Machado de Assis, além deoutros autores que encontro noacervo da biblioteca", conta, lem-brando que Língua Por tuguesa

sempre foi sua disciplina predileta.Os pais da garota, Ivair de Morais

e Elizane Laurindo de Morais, quetem outras duas filhas, Josiane é maisque um orgulho. "Ela é uma ótimafilha e sempre foi muito estudiosa,além de determinada".

Para a gerente de educação daregional de Araranguá, Rosa Nagel,Josiane é um exemplo para todos osestudantes. "Ficamos orgulhosos determos uma aluna da nossa regiãorepresentando o estado neste quadro,sinal de muito estudo, esforço e dedi-cação", concluiu.

Na semifinal do dia 23, devidoao alto padrão dos candidatos, aprodução do quadro precisou criarum novo nível de palavras, as "super-dificieis", o que acabou confundido agarota. Josiane soletrou a palavraEXFOLIAÇÃO com S, o que nãoestá errado, pois a palavra tem duplagrafia. Seu erro foi não ter pedido osignificado da palavra ou a aplicaçãona frase, que segundo a explicaçãodo professor que assessora o qua-dro, Sérgio Nogueira, é o únicomodo de saber qual das duas grafiasdeve ser soletrada.

Destaques4 Santa Catarina • Julho 2009

Estudante deAraranguá participa do

Os pais, Ivaire Elizane,ficaramorgulhososcom odesempenhoda filha

Vencedores da III Feira de Ciências e Tecnologia representarão SC em evento nacional

Suely de Aguiar

Seis estudantes da redepública estadual destaques da IIIFeira de Ciências e Tecnologia,realizada pela Secretaria de Esta-do da Educação, de 22 a 24 deabril, em Blumenau, vão represen-tar Santa Catarina no mês de

outubro, em Brasília, na Semanade Ciência e Tecnologia. O eventointegra o Programa Nacional deEducação Básica, promovido peloMinistério da Educação. Andressados Santos, Jaqueline Cruz, Leo-nardo Fernandes Schmegel, Lua-na Monique, Maurício da SilvaVicente e Nathan Bitencort Perei-ra também foram premiados com"Bolsa de Iniciação CientíficaJúnior" no valor de R$ 1.800,00,cada, da Fundação de Amparo àPesquisa Científica e Tecnológicado Estado de Santa Catarina.

Na categoria "Ensino Funda-mental", orientadas pela professo-ra Rosane Favretto, Andressa eJaqueline venceram com o proje-

to "Vir tudes Antigas SempreAtuais". As meninas estudam naEscola de Educação Básica Vitó-rio Roman, pertencente à Gerên-cia Regional de Joaçaba. Leonar-do e Luana, alunos do EnsinoMédio da EEB Dr. Frederico Rolla,de Ituporanga, orientados peloprofessor Diego Fabiano Marcon,foram premiados com o trabalho"Análise Comparativa dos AdubosOrgânico e Inorgânico Através doLolium Multiflorum (AZEVÉM)".

Na categoria "Ensino Profis-sionalizante", Maurício eNathan, alunos do Centro deEducação Profissional DiomícioFreitas, de Tubarão, elaboraramo projeto "Leito Hospitalar Auto-

matizado e Cômoda Acessória".Também vencedores, os doiscontaram com a orientação doprofessor Willian Peixoto Ribeiroe representarão o Estado, juntoscom os premiados na categoria"Ensino Médio" na Mostra Inter-nacional de Ciência e Tecnolo-gia, de 26 a 31 de outubro, emNovo Hamburgo (RS).

Mais de 200 pessoas liga-das à rede estadual de ensino,entre os quais 90 estudantes e75 professores da educaçãobásica, além de representantesdas Gerências Regionais deEducação, par ticiparam, noColégio Agrícola de Camboriú,da III Feira Estadual de Ciências

e Tecnologia. O objetivo, deacordo com o secretário PauloBauer, é "valorizar e divulgar asiniciativas de pesquisa científicadas escolas da rede públicacatarinense".

Para o diretor de EducaçãoBásica da Secretaria, AntônioElízio Pazeto, "as feiras esta-duais sobressaem-se pelassuas características no entendi-mento das pesquisas atuais,pela relação com as ciênciashumanas, exatas e naturais,envolvendo as etapas regio-nais, estadual e nacional, cujoprincipal objetivo é contribuirpara a produção científica epara as práticas pedagógicas".

O esforço rendeu a Josiane uma bolsa de estudos da Unesc

Prejotos incentivam a produçãocientífica nasescolas

S O L E T R A N D O

Palavra de MestreSanta Catarina • Julho 2009 5

Escola Aberta - Neste primeiro anode alterações na forma de ingressoao ensino superior, como a UFSCpretende articular o vestibular 2009?Álvaro Prata - A UFSC prepara o vesti-bular com mais de um ano de antece-dência e o vestibular de 2009 já estádefinido. Desta forma não podemosintroduzir alterações na forma de ingres-so para este ano. Entendemos, no entan-to, que a iniciativa de aprimorar o vesti-bular é louvável e queremos participar econtribuir com este processo.

EA - A UFSC já definiu de que formavai utilizar o Enem neste ano e nospróximos? No caso de ser uma dasetapas do vestibular, todos os alunosque pretendem ingressar na universi-dade serão obrigados a fazer o Enem?AP - Já temos discutido há algum tempo apossibilidade de utilizar o ENEM no nossoprocesso seletivo e agora com as alteraçõespropostas o ENEM amplia sua possibilidadede avaliação dos alunos. Pretendemos entãopermitir, para o vestibular que ocorrerá emdezembro, que os alunos possam optar porusar o ENEM na sua nota final. O percen-

tual que foi proposto pela Câmara de Gra-duação foi de 20%. O uso desse percentualserá uma opção do candidato. A UFSC rea-lizará três concursos agora no meio do ano(Vestibular Suplementar, Vestibular paraBacharelado e Licenciatura em Libras e Ves-tibular para cursos a distância), mas a possi-bilidade de agregar a nota do Enem à pon-tuação final do concurso só entrará emvigor no final do ano, no vestibular para osalunos que ingressarão em 2010. Iremosmontar uma comissão que analisará possí-veis mudanças no vestibular a serem intro-duzidas a partir do próximo ano.

EA - Esse formato vai repercutir nauniversal ização do acesso? Vaiaumentar o número de vagas nasuniversidades?AP - O novo formato poderá repercutirna universalização do acesso. A formacomo isto ocorrerá, só poderá ser medi-da após a realização de vários processosseletivos. O número de vagas nas univer-sidades tem aumentado em função dapolítica de reestruturação e expansão doensino superior e não por causa dasmudanças na forma de acesso.

EA - É conhecido que o vestibular égrande fonte de recursos das univer-sidades federais . Estima-se queentram cerca de R$ 200 milhões porano, segundo os reitores de todas asfederais. Quais as implicações distoa curto prazo?AP - Não tenho conhecimento destedado. Na UFSC o vestibular não é plane-jado para dar lucro.

EA - A Secretaria da Educação e aUFSC têm mantido parcerias como objetivo de ampliar o acessodos estudantes ao ensino supe-rior por meio de cursos pré-vesti-bular. Com as alterações , comoas duas inst i tu ições poderãocontinuar agindo na formulaçãode novas políticas para o ingressonas universidades?AP - Estamos muito entusiasmadoscom esta parceria e nossa intenção éque ela se fortaleça cada vez mais.Em um primeiro momento nada sealtera em relação ao curso pré-vesti-bular que estamos oferecendo emconjunto.

EA - Por fim, existe mais algumamudança prevista ou definição a sertomada pela UFSC?AP - A UFSC é uma instituição de gran-de tradição e muito respeitada. Quere-mos introduzir mudanças que aperfei-çoem nossos processos de ingresso masqueremos fazer isto com muita cautela,analisando com cuidado todas as variá-reis envolvidas. As novas mudançasserão propostas pela comissão que estásendo formada e na sequência serãoanalisadas pelas instâncias deliberativasda instituição.

Texto: Gabriela Wolff

As recentes mudanças propostas pelo Ministério da Edu-cação para reformulação do Exame Nacional do EnsinoMédio (Enem) e sua utilização como porta de entrada nasuniversidades federais, têm gerado muitas dúvidas entre osestudantes. Um novo exame está sendo planejado, privile-giando a capacidade de interdisciplinaridade e a compreen-são de conteúdos e não mais a memorização de datas e fór-mulas descontextualizadas. Segundo o MEC, estas mudan-ças dão início a uma reforma curricular no Ensino Médio.

Em Santa Catarina, aqueles que irão tentar uma das 4.571vagas na UFSC, já podem se preparar. A universidade definiuque vai considerar 20% da nota do Enem no vestibular, mas é oaluno que vai escolher por utilizar ou não a nota do exame noprocesso seletivo. Caso o estudante opte por não fazer o Enem,o desempenho do vestibular valerá 100%. Em entrevista aoEscola Aberta, o reitor Álvaro Prata, alertou que as mudançasdevem ser feitas com cautela e ainda há muito para se discutir.

ENTREVISTA ÁLVARO PRATA

Álvaro Prata"As mudançasdevem ser feitascom cautela"

O candidato terá a opção de usar 20% da nota do Enem

Divulgação

Neste primeiro ano de alterações,as universidades terão autonomiapara optar entre quatro possibilida-des de utilização do Enem. 1) comofase única, ou seja, o único critériode acesso à instituição. Neste caso,o aluno fará parte de um cadastronacional de vagas. 2) Como primei-ra fase. 3) Combinado com o vesti-bular da instituição. 4) Como faseúnica para as vagas remanescentesdo vestibular. Das 55 instituiçõesfederais do país, até o dia 16/06, 45haviam sinalizado que pretendemutilizar o exame de alguma forma.

VESTIBULAR 2009

6 Santa Catarina • Julho 2009Especial

No CEDUP Dário GeraldoSalles, de Joinville, a formaçãoindustrial é compatível com acidade, o maior parque indus-trial do Estado, com um PIB(Produto Interno Bruto) deR$ 4,3 bilhões. Sozinho, omunicípio é responsável porcerca de 20% das exportaçõescatarinenses, concentrandosuas atividades econômicas naindústria, comércio, serviços etecnologia. Os segmentos quese destacam são o metalmecâ-nico, têxtil, plástico, metalúrgi-co, químico e farmacêutico.

Com 1.600 alunos, o Cen-tro de Educação Profissionaloferece o ensino técnico há 31anos. Atende os estudantesem salas de aulas amplas, are-jadas e bem iluminadas nostrês turnos. No período damanhã tem 21 turmas, a tarde15 e à noite 32 turmas, comum total de 120 funcionários,dos quais, 75 são professores.Os cursos são rápidos, de umano e meio, para acompanharas exigências do mundomoderno.

O diretor, Oscar Antônio doAmaral Maia, conhece a ativi-dade como ninguém. Come-çou a lecionar nesta unidadeum ano após a sua criação ejá exerceu a função de diretorpor 10 anos. Vê a educaçãocomo alavanca para o desen-volvimento sustentável do País,atendendo a demanda domundo do trabalho. "Nóstemos tecnologia de pontaque muitas empresas nãotêm", informa, orgulhoso. Suapreocupação, entretanto, ultra-passa a área industrial. "

"Temos tecnologia deponta que algumasempresas não têm”No Cedup, Maia acompanha os resultados

e cita o exemplo de alunos que se tornaramempresários de sucesso. Para manter a qualida-de do ensino profissional, o Cedup em Joinvilleinvestiu pesado na compra de equipamentos eformação de modernos laboratórios, um totalde 14, que cobrem as áreas de mecânica, ele-tromecânica, eletrotécnica e eletrônica, alémdos laboratórios na área de Gestão, voltadospara os curso de Administração da Produção,Contabilidade e Administração Comercial.

No curso de Mecânica, cerca de 450 alu-nos vão se formar este semestre. O Coordena-dor de Estágio de eletromecânica, Sérgio Cam-pos, auxilia os alunos na produção das peças eexplica a diferença das máquinas convencio-nais, não automatizadas, para as máquinas decontrole numérico (alta precisão). Sobre anecessidade dos dois tipos de equipamentos,o professor Rui Polidoro Pinto esclarece queassim também acontece no mercado. “NaTupy os funcionários iniciam nas máquinas nãoautomatizadas e depois fazem a progressão namáquina de CNC (Controle Numérico Compu-tadorizado). Os alunos dessas áreas demons-tram entusiasmo com o que escolheram.”

Renato Loch, professor de Metrologia eMecânica acredita que o profissional Técnicoem Mecânica pode trabalhar em várias áreas,na fundição metalúrgica, no setor de polímeros(plásticos), na implantação de equipamentos nosetor de alimentação. "O curso dá este cabedaltodo, mas o aluno deve procurar se aperfei-çoar". Este é o caso de Allan Patrick, que veiode Curitiba, atraído pelo curso e alia o cursoTécnico em Mecânica com o de Engenharia,de nível Superior. "Aqui os cursos são excelen-tes", confirma. É o que também acontece comCésar Dias, que percorre 104 km para vir domunicípio de Rodeio. Conta que um anodepois do ingresso já estava empregado. "Hojedobrei o salário", afirma.

O Professor Stelio Storti, engenheiromecânico, leciona a disciplina de automação evaloriza o investimento da escola e alerta paraa necessidade de convênios que permitam aatualização constante dos equipamentos. "Estelaboratório custa mais ou menos R$ 150 mil".

Curso de Gestãoatrai as mulheres

Enquanto o curso da áreaindustrial atrai significativamenteos homens, nos cursos de Gestãoem Administração, ContabilidadeAdministração Comercial, a gran-de maioria são as mulheres. Noespaço reservado à promoção deeventos , os futuros técnicosdemonstram as "rotinas adminis-trativas", ou seja, a simulação deuma empresa e seus setores:marketing, suprimentos, fornece-dor, recursos humanos, financei-ros e contabilidade. Quanto aocurso de Marketing e ComércioExterior, o CEDUP de Joinville é oúnico que oferece esta modalida-de. É voltado tanto para a indús-tria como para a prestação deserviços. A empregabilidade é naindústria, em grandes empresasque importam e exportam.

Centros de Educação Profissionalimpulsionam a economia catarinenseTexto Beatriz Menezes dos Santos Fotos: Osvaldo Nocetti

Para oferecer o ensino profissionalizante aos jovens e adultos, em Santa Catarina, a Secretaria da Educação buscou recursos junto aoprograma Brasil Profissionalizado, do Ministério da Educação (MEC), que prevê, de 2009 a 2011, a liberação de 130 milhões. Nessemontante estão incluídos a instalação de laboratórios técnicos e de laboratórios científicos, capacitação de professores, recursosaudiovisuais e aquisição de livros. Além disso, os recursos federais serão aplicados em melhorias das escolas de Ensino Médio Integradoà Educação Profissional e compra de laboratórios para as demais unidades desse nível de ensino. Em 2009 serão aplicados R$ 73milhões, dos quais, R$ 3,4 milhões serão destinados a construção do CEDUP de Rio do Sul, previsto para este ano. Ainda como partedo Brasil Profissionalizado, já estão em fase de assinatura os convênios com o MEC para a construção de mais quatro novas unidadesnos municípios de Abdon Batista, Mafra, Curitibanos e Guaramirim, onde serão aplicados, aproximadamente, R$ 20,144 milhões.

JOINVILLEFormação industrial como dever de casa

Cursos preparam profissionais para entrar num mercado competitivo

Capacitação dos estudantes está adequadaao maior polo industrial do Estado

Santa Catarina • Julho 2009 7

O caminho que poderá levar ao aperfeiçoamento técnico

e expandir o atendimento está em uma nova modalidade

de gerenciamento dos Cedups. Os diretores, funcioná-

rios, professores e estudantes discutem com a Secretaria

da Educação, a criação de Fundação de Ensino para o

gerenciamento das unidades de Educação Profissional.

Centros Profissionais gerenciados por Fundações de Ensino

BLUMENAU Os alunos são atraídos pela qualidade doensino e pelos laboratórios de última geração

O Centro de Educação Profis-sional (CEDUP) Hermann Hering,de Blumenau, com 2.500 alunostem história na região. Voltado àeducação profissional, é reconheci-do há 30 anos pela qualidade ecompetência dos docentes, estru-tura e segurança das instalaçõese, principalmente, pelos laborató-rios e tecnologias de última gera-ção que disponibiliza. Grande par-te dos 140 professores tem espe-cialização e mestrado, muitos sãoempresários de diferentes áreas,que por serem ex-alunos valorizama escola e permanecem comoeducadores.

O Hermann Hering oferece14 cursos técnicos, nos eixos daIndústria, Informática, Saúde, Ges-tão e Comércio, todos semestrais,com duração de um ano e meio,além do Ensino Médio Integradoà Educação Profissional, de quatroanos. Possui 25 laboratórios, comcerca de 300 computadores. Acontratação dos professores e fun-cionários fica a cargo da Secreta-ria da Educação e, para suprir

outras necessidades de manuten-ção, alunos e professores adminis-tram a unidade, por meio de umacooperativa, a Cooperhermann.Os investimentos em novas insta-lações e equipamentos para oslaboratórios são realizados comrecursos federais.

Bernardo Campestrini diretore professor do Cedup desde suafundação, diz que a formaçãodos educadores e as parceriascom o setor privado garantem aempregabilidade. "A maioria dosalunos do eixo industrial sãooriundos das próprias empresas",afirma. De acordo com a assis-tente de direção, Ivana Isottom, ademanda é grande e as vagasnão são suficientes.

Considerada como o segun-do polo de desenvolvimento doEstado, Blumenau concentra suasatividades nas áreas metalmecâni-ca, que junto à indústria têxtil,plásticos, informática, comércio eprestação de serviços possuemrepresentatividade em termos deemprego industrial.

O impulso da terceirizaçãoO coordenador do curso

de Mecânica, Osvaldo da SilvaSobrinho, explica a causa dagrande procura pelo curso, quetem cerca de 500 alunos porsemestre e do crescimentoindustrial que abrange os muni-cípios vizinhos. Segundo Sobri-nho, na década de 1990, aregião se viu atingida com aabertura da economia para pro-dutos importados, agravada

pela excessiva concentração nosetor têxtil. A concorrêncialevou essas empresas a um pro-cesso de reestruturação embusca de competitividade,envolvendo estratégias como aterceirização e a automaçãoindustrial. Assim, surgiram redesde pequenas empresas periféri-cas, que passaram a prestar ser-viços, como as de manutenção,segurança, montagens, limpeza,

projetos, instalações. Somentepermaneceram no mercado asindústrias que estavam prepara-das com pessoal qualificado einovações tecnológicas.

De acordo com o coor-denador, a partir daí, o ramometalúrgico cresceu muito enesse contexto os Cedupstambém cresceram e passa-ram a atender a demanda depessoal.

Aulas práticas fazem a complementação dos conteúdos passados em sala Disciplinas oferecem conhecimentos que estão em acordo com o mercadoGestão em Saúde tem alta taxa de empregabilidade

CEDUP Hermann Hering oferece 14 cursos técnicos nos eixos de indústria, informática, saúde, gestão e comércio

As empresas contam com os profissionais dos CEDUPs

No laboratório de Eletrotécnica emBlumenau, os estudantes têm cincoaulas teóricas e cinco práticas por sema-na. Jeferson Ferreira deseja fazer umcurso superior. Há quase 16 anos con-clui o segundo grau e retornou em bus-ca de profissionalização. A partir dosegundo semestre faz o estágio curricu-lar e pretende conciliar o trabalho com anova atividade. O colega, André Schling-mann, quer ter uma noção da atividade

porque pretende cursar faculdade noramo da eletrônica.

Na área da Saúde acontece a mes-ma coisa, informa a coordenadora deestágio do curso de Enfermagem, KatrinAline Osti. "A taxa de empregabilidade éalta. Aproximadamente 80 % a 90% dosTécnicos em Enfermagem saem empre-gados nos três grandes hospitais daregião, o Santa Isabel, Santa Catarina e aFundação Hospitalar Santo Antônio".

Grade curricular é definida emparceria com o CRC e sindicatos

Os Cursos de Gestão em Contabili-dade do CEDUP de Blumenau têmuma grade montada em acordo comas entidades do setor, como o Conse-lho Regional de Contabilidade, o Sindi-cato Empresas de Serviços Contábeis(SESCOM) e o Sindicato dos Contabilis-tas (SINDICOM). "Os professores tam-bém trazem informações atualizadas ecom a Lei 11638 e a MP 479/09, hou-ve mudanças, principalmente nos pro-

cedimentos das demonstrações contá-beis e tributárias, explica. Esaltino Cam-pestrini, Técnico em Contabilidade quea 22 anos trabalha no ramo.

Com um gasto de mais oumenos R$ 30 mil aplicados na reno-vação de máquinas dos 10 laborató-rios, o curso Técnico de Informática,além do cumprimento da grade cur-r icu la r, f i rma parcer ias com asempresas da área.

Texto: Suely de Aguiar Fotos: Osvaldo Nocetti

Parte das mais de 300 fotosantigas de construções arquitetôni-cas que o acervo fotográfico "Palho-ça, uma distância no tempo", daEscola de Educação Básica Gover-nador Ivo Silveira, faz parte de umamostra itinerante que percorreráoutras unidades escolares do muni-cípio. A mostra está prevista paraacontecer nos próximos meses.Além disso, a unidade escolar, emparceria com a Faculdade deDesenvolvimento de Santa Catarina(Fadesc), publicará as fotos em umlivro, que deve sair até final do anoe irá contar com a colaboração dosuniversitários da instituição.

As imagens foram coletadas epesquisadas durante seis meses,pelos professores de Filosofia e deHistória, Haroldo Garcia e MiriamAguiar Wagner, com a ajuda de alu-nos e comunidade local. "Muitas pes-soas manifestaram sua vontade emajudar neste projeto", declara o diretorda escola, Tomaz Silveira dos Santos.

A mostra fotográfica surgiucomo temática histórica apresentadana feira cultural, realizada no final de2008 na própria escola. Os professo-res articuladores e os alunos busca-ram vivenciar momentos históricospor meio da fotografia, destacando aperda parcial ou total dos ambientese cotidianos de Palhoça. "O objetivo

foi desenvolver uma postura críti-ca e de responsabilidade pelaconservação e valorização donosso município", ressalta o dire-tor da "Ivo Silveira". Professores eestudantes da unidade escolarcoletaram material fotográficojunto às famílias palhocenses eoutros acervos particulares.

Também foi destaqueda ExpoPalhoça 2009, rea-lizada em junho, no Lotea-mento Pedra Branca. Paraesse evento foram sele-cionadas 54 imagensde préd ios ant igos ,muitos já demolidos,que compõem amemória arquitetôni-ca do município ."Para a ExpoPa-lhoça foi difícilseparar apenas54 fotos, poistodas as ima-gens sãoriquíssimas",ressaltam osdois professo-res.

Os autores do projeto

Graduado em Licenciatura emFilosofia, habilitação em História epós-graduado em História Econômi-ca, Haroldo Garcia atua como pro-fessor de História e de Filosofia, há

17 anos, na EEB Governador Ivo Sil-veira, da qual também foi estudante.

Miriam Elisa S. Aguiar Wagneré professora com Licenciatura eBacharelado em História e pós-gra-duada em Psicopedagogia. Traba-lha na unidade escolar há 12 anose leciona, principalmente, para oscursos de Magistério e SériesFinais do Ensino Médio.

Secretaria da Educaçãoinveste na revitalização deentidades democráticas

Suely de Aguiar

A Secretaria da Educação está promoven-do em diversas regiões do Estado capacita-ções do Programa "Revitalizando as EntidadesDemocráticas". Para discutir sobre a importân-cia da gestão escolar e o papel do GrêmioEscolar, da Associação de Pais e Professores(APPs) e dos Conselhos Deliberativos, foi cha-mada a comunidade.

Em junho, a experiência catarinense foiapresentada no I Encontro Nacional de Fortale-cimentos dos Conselhos Escolares, realizadoem Brasília, onde despertou o interesse devários estados em conhecer mais detalhada-mente o projeto, informa a gerente de Valoriza-ção ao Educando da Secretaria, Elizete Ouri-ques. "Os encontros têm como meta construirjunto com os pais, alunos e educadores umaplano para revitalizar essas entidades, tãoimportantes no processo democrático dentro daescola", ressalta.

As discussões em torno das entidadesrepresentativas de pais, alunos e professoresnas 1.324 unidades escolares da rede públicaestadual iniciaram, na prática, em outubro de2008. Na ocasião aconteceu, em Itapema, umencontro que reuniu técnicos da Secretaria daEducação, supervisores e integradores de Apoioao Estudante das 36 Gerências Regionais deEducação. A diretora de Apoio ao Estudante daSED, Rogéria Diégoli, destaca que este é umprojeto inovador, pois "busca resgatar o papeldessas entidades, promovendo o desenvolvi-mento da cidadania e do protagonismo juvenilno espaço escolar comunitário".

De acordo com a gerente Elizete Ouri-ques, a estimativa é de que até final do pri-meiro semestre de 2009, todas as Regionaisestejam aptas a implementar e mobilizar asrepresentações democráticas das escolas darede pública estadual. Uma das palestrantesdas capacitações e técnica da Gerência deValorização ao Educando, Ana Merabe, afirma"queremos contribuir, ao máximo, para queisso aconteça em tempo recorde, respaldandoo direito de participação de todos os segmen-tos da comunidade escolar nas decisõeslocais, em Sintonia com a Secretaria Central,Secretaria de Desenvolvimento Regional eGerência Regional de Educação."

Conselho Deliberativo Escolar – Formadopor representantes de todos os segmentosda comunidade escolar é a entidaderesponsável pelas deliberações coletivas naestrutura de gestão do sistema de ensino.

Grêmio Escolar – Constituído porestudantes, apresenta-se como um doscaminhos para a construção e ofortalecimento da cidadania.

Associação de Pais e Professores - Quandoem sintonia com a gestão democrática,descentralizada e inclusiva é suporteimprescindível ao gestor e sua equipepedagógica e administrativa. Integra escola,família e comunidade.

Acervo fotográfico contaa história de PalhoçaEscola Ivo Silveira organiza mostra que será publicada em livro até o fim do ano

Projetos8 Santa Catarina • Julho 2009

Mostra itinerante vai encantar outras escolas do município de Palhoça

ObrasSanta Catarina • Julho 2009 9

Texto: Gabriela WolffFotos: Osvaldo Nocetti

Os cerca de cinco mil alu-nos da maior escola pública deSanta Catarina, o Instituto Esta-dual de Educação (IEE), emFlorianópolis, esperam ansiosospelo término da cobertura dasseis quadras poliesportivas. Aobra é uma reivindicação dacomunidade escolar há maisde 20 anos e irá proporcionarmais qualidade às aulas deeducação física. Nesta iniciati-va, a Secretaria de Estado daEducação está investindo apro-ximadamente R$1,5 milhão.

O IEE já possui um ginásiocoberto, mas sua utilização éprioritária para os projetos extra-classe, como ginástica olímpica,dança, capoeira, entre outros.Como conseqüência, nos diasde chuva a educação física erarealizada nas salas de aula. Oestudante do 2º ano, PatrickAlexandre Gonçalves, conta queno verão era muito quente eque as poças d’água tambémprejudicavam as atividades.

As obras iniciaram emjaneiro e seguem em ritmo ace-lerado, com término previstopara outubro. A diretora do IEE,Gilda Mara Penha, explica que

no início do ano letivo foi reali-zada uma reunião com os pro-fessores de educação física,que readequaram a grade curri-cular, fazendo um revezamentodo ginásio e utilizando recursoscomo vídeos, atividades emsala relacionadas ao raciocínio,como xadrez e dominó.

A professora de educação-física, Carla Wohgemuth, traba-lha há 15 anos na escola, e con-ta que desde que entrou a obraera prometida. "Finalmente esta-mos concretizando isso, e comcerteza, irá melhorar a qualidadedas aulas, com mais espaçopara as práticas esportivas", diz.

Texto e fotos: Nina Velho, Assessora deComunicação da SDR de São Joaquim

Os 1.100 alunos da Escola deEducação Básica São José, a maiorescola pública do município de SãoJoaquim, na Serra Catarinense, aindaeste ano passarão a estudar em salasde aula arejadas e amplas, em umanova sede com infraestrutura e espaçoadequados. Situação bem diferentedaquela que enfrentam há muitos anosno antigo prédio.

A EEB São José tem uma granderelevância para os joaquinenses, já quepor ela passaram diversas geraçõesdurante seus 43 anos de existência. Fun-dada em março de 1965, com a denomi-nação de Colégio Paroquial São José, aunidade escolar inicialmente era particulare sua criação foi praticamente um impera-tivo para garantir a presença de religiosasem São Joaquim, tal que desde sua fun-dação até o ano de 1992 foi dirigida porIrmãs da Congregação "Franciscanas deSão José". Em 1970, a escola foi estadua-lizada e desde então funciona no mesmoprédio e terreno, pertencentes à MitraDiocesana de Lages, através de um con-trato de locação com o Estado. Atual-mente, a escola atende 1.100 alunos doensino fundamental, ensino médio e edu-

cação profissionalizante (magistério). A infraestrutura precária do prédio

atual, assim como a necessidade de umasede própria para eliminar os custos comaluguel levaram os integrantes das equipesde educação, infraestrutura e planejamentoda Secretaria de Estado de DesenvolvimentoRegional em São Joaquim a pensarem naconstrução de uma nova sede. Em 2003, aidéia começou a ganhar dimensão real coma compra do terreno e, em 2005, os técni-cos iniciam os estudos para a formulaçãodo projeto de engenharia da escola.

Com um investimento do Governo doEstado de R$ 2,3 milhões a nova sedeestá sendo construída em um terreno de11,5 mil m2 e terá uma área de 3.450 m2,com 57 dependências entre salas de aula,refeitório, cozinha, sanitários e área admi-nistrativa, com capacidade para atender2.700 alunos nos três períodos. A geren-te de Educação da SDR, Rita de CássiaJesus afirma que a conclusão das obrasestá prevista para o segundo semestre eque a parte de construção do prédio estána fase dos acabamentos e instalação elé-trica. Segundo ela, pelo fato de dois ria-chos cortarem o terreno da nova escola,existe uma preocupação da SDR em reali-zar um trabalho de paisagismo que embe-leze e ao mesmo tempo preserve o leitodos rios.

A gerente destacou ainda que escolareceberá mobiliário novo, cozinha indus-trial, laboratório de informática, sala demultimídia e seis salas ambiente, commaterial e laboratórios para a realização deaulas práticas de história, geografia, quími-ca, física, matemática e línguas, além deum ginásio de esportes.

O diretor da escola, Nazareno Costadestaca que o prédio atual cumpriu suafunção nos 43 anos de escola, mas pelofato de ter uma estrutura de madeira,não oferece mais condições físicas paraabrigar uma escola após tantos anos deconstrução. "O espaço físico atual tam-bém é limitado, impedindo a instalaçãode laboratórios e salas de multimídia",justifica o diretor da escola. Entre os prin-cipais benefícios da nova sede, ele desta-ca o fator motivacional. "Mudando para anova escola, os alunos vão melhorar aautoestima e estarão mais motivados aestudar, assim como os professores terãomais prazer em ministrar suas aulas, oque vai resultar em uma educação demais qualidade", destacou Nazareno, quehá 23 anos é professor na escola e hojecomo diretor é responsável por conduzir45 educadores. O depoimento das alunasdo terceiro ano do Ensino Médio, AdrieleCosta Martins, Ariane do Canto Oliveira eTalini Borges Waltrick, reforçam as pala-vras do diretor. "A escola vai ser uma dasmelhores em infraestrutura aqui em SãoJoaquim", destacou Adriele. "Poder con-cluir nosso último ano na nova sede nosdará mais ânimo para continuar estudan-do. Estudar em uma escola nova, bonita,ampla e equipada faz toda a diferença",completou Ariane.

Pa ra a sec retá r i a de Es tado deDesenvolvimento Regional, Solange Scor-tegagna Pagani, a instalação da SDR emSão Joaquim foi de suma impor tânciapara a educação, com a descentralizaçãode recursos, principalmente para a partefísica das escolas. "Algumas de nossasescolas esperaram por mais de 20 anose agora recebem reforma e ampliação. Asecretária enfatizou ainda que a novasede vai oferecer qualidade de ensinoaliada a um ambiente agradável de estu-do. "As nossas escolas precisam ser atra-tivas para que o aluno tenha interesseem buscar conhecimento", disse.

Alunos estão motivadosà espera da mudança

Escola de São Joaquim ganha nova sedecom investimentos de R$ 2,3 milhões

Alunos do IEE terão seis novas quadras cobertas

Aulas de educação física serão ministradas com mais qualidade

Com as obras, a EEB São José terá capacidade para atender 2.700 alunos

10 Santa Catarina • Julho 2009

NOTÍCIASPrograma Jovens EmbaixadoresA Secretaria da Educação e o Centro CulturalBrasil/Estados Unidos de Joinville - CCBEU, emparceria com a Embaixada Americana no Brasil, jáelaboraram cronograma de inscrições e provas da6ª edição do Programa Jovens Embaixadores 2010.Após divulgação e recrutamento de candidatos porparte das instituições parceiras, elas terão um prazoentre 13 e 18 de agosto para analisarem adocumentação dos candidatos e selecionaremaqueles que realizarão o exame escrito previsto para26 de agosto, em Florianópolis.

Visita de diretores do Reino UnidoCinco diretores de escolas da Grã-Bretanha estiveramem Santa Catarina, na semana de 31 de maio a cin-co de junho, visitando cinco unidades escolares doEstado. Os ingleses ressaltaram que a maior diferençaentre o ensino nos países é a relação dos professorescom os alunos. A viagem faz parte do projeto "Lide-rança nas Escolas", uma iniciativa do British Councilem parceria com o Conselho Nacional de Secretáriosda Educação (CONSED), que visa estreitar os laçosentre países do Reino Unido e América Latina.

Escolas recebem kits de matéria prima recicladacom ilustrações criadas por estudantes

A Secretaria da Educação estádistribuindo mais de 623 mil kitspara estudantes da rede de ensinocatarinense. O material é compostode mochila cadernos, lápis, borra-chas, lápis de cera, tesoura, cola,régua, apontador, esquadros e trans-feridores para os alunos do ensinofundamental. Para os estudantes doensino médio serão entregues doiscadernos universitários. Nesta açãoforam investidos R$11.948.913,22na aquisição dos kits.

Na produção do material foramempregadas 11 mil garrafas PETpara a confecção de canetas,réguas, esquadros e transferidores.Levando-se em conta que cada gar-rafa PET leva 110 anos para sedegradar, é inegável esta contribui-ção. O empenho em colaborar coma preservação do meio ambientetambém se nota com o uso de748.326 kg de papel reciclado nasfolhas dos cadernos.

Segundo a diretora de apoioao estudante, Rogéria Diegoli,outro diferencial do kit é a partici-pação de alunos da rede públicaestadual na elaboração das ilus-trações para as capas dos cader-nos e para os estojos de lápis.Com o concurso "O Artista SouEu", promovido pela diretoria,

estudantes de todo o Estado pro-duziram desenhos que aborda-vam os temas saúde, direito dascrianças, educação para o trânsi-to e ética. Ao total, são 166.576kits para a lunos de 1ª a 4ªséries, 248.864 para estudantesde 5ª a 8ª séries e 208.165 milpara jovens do ensino médio.

Troca de experiências

Secretaria e OCDE realizam Programa de Desenvolvimento da Educação

Artigo 171

O órgão central da Educação assinou,este ano, chamada pública para os interes-sados em Bolsas de Pós-graduação emnível de especialização, mestrado e douto-rado. No total serão concedidas 129 bol-sas, das quais 90 para especialização novalor de R$ 600,00; 27 para o mestrado,no valor de R$ 1.200,00 e 12 para o dou-torado, R$ 1.800,00.

Constam dos critérios para se can-didatar às bolsas o aluno ter cursado oensino médio em escola da rede públi-ca ou em instituição privada com bolsaintegral ou supletiva e residir há doisanos no Estado. Os recursos são oriun-dos do Fundo de Manutenção aoDesenvolvimento da Educação Superiorem Santa Catarina (FUMDES), previstono Artigo 171 da Constituição Estadual.A chamada pública estará publicada nosite www.sed.sc.gov.br.

Concurso promove conscientização nas escolascontra a homofobia

Três grupos de estudantes de duasescolas da rede pública estadual de Floria-nópolis foram os vencedores do 1o Con-curso de Cartazes sobre Homofobia, Les-bofobia e Transfobia. A premiação ocorreuna Escola de Educação Básica Lauro Mül-ler, localizada no Centro da Capital, no finalde maio. O Concurso faz parte das ativida-des do Projeto "Papo Sério", desenvolvidopelo Núcleo de Identidades de Gênero eSubjetidades (NIGS) da Universidade Fede-ral de Santa Catarina. É fruto, também, deuma pesquisa realizada nas unidadesescolares da Grande Florianópolis, queregistram outros gêneros, além do heteros-sexual, e onde ficou constatado o precon-ceito com relação à diversidade.

Visando aprimorar a gestão do sistemaeducacional de Santa Catarina, a Secretariada Educação firmou parceria com a Organi-zação para a Cooperação e Desenvolvimen-to Econômico (OCDE). Durante seis meses,será realizado o "Programa de Desenvolvi-mento da Educação", constituído de trêsações. Primeiro, o Estado será avaliadocomo um país no Programa Internacionalde Avaliação de Alunos (PISA). Desta formaé possível obter dados da educação catari-nense como uma região separada deoutras unidades da federação, para compa-rá-la com o Brasil e outros países integran-

tes da OCDE, facilitando na elaboração depolíticas específicas nesta área.

O segundo projeto diz respeito à Avalia-ção da Política de Educação Superior, com ointuito de diagnosticar este nível de ensino,identificando os pontos fortes e os aspectosque precisam ser melhorados. A terceira ação,marcada para o mês de novembro de 2009, éa "Conferência Internacional de Especialistasem Educação sobre a Escola do Futuro Hoje" evai reunir profissionais internacionais e brasilei-ros para discutir os componentes de umasegunda geração de políticas em relação aouso de tecnologias digitais na educação.

Dos 40 Relatos de Experiências apresentados durante o encontro Edu-cação: Construindo Qualidade, oito foram escolhidos como mais significati-vos para Gestão Escolar. O secretário Paulo Bauer fez uma homenagemaos autores dos projetos e entregou um certificado de reconhecimento.

Avaliação como Instrumento no processo de aprendizagem" - EEB PauloBauer - Itajaí. Autora: Isabel Cristina Cardoso Belizario

"Projetos Temáticos de Ensino e Aprendizagem" - EEB Prof. João RomárioMoreira - Jaraguá do Sul - Autora: Liane Lia Reike

"Gestão: Caminho de Possibilidades" - EEB Professora Zélia Scharf - Chapecó.Autora: Dulce Maria Seiffert

"A Avaliação Institucional como Instrumento de Correção das Distorções noEspaço Escolar" - EEB Nossa Senhora de Fátima - Braço do Norte . Autor: JoséAfonso Costa

"Participação e Gestão Escolar" - EEB Irmão Joaquim - Joaçaba. Autora: MariaMari Vidmar

"Escola Diferente, Um futuro Melhor - Acreditar que é possível faz a diferen-ça" - EEB João Frasseto - Criciúma. Autor: Juscelino Cervelin

"Somos Todos Diferentes" - EEB Padre Vicente Pereira Cordeiro - Palhoça.Autora: Wilza Soraya Limaco da Silveira

"Gestor Envolvido na Comunidade Escolar" - EEB Professora Jandira Dávila -Joinville. Autora: Alcinei da Costa Cabral.

Vencedores do concurso “O Artista sou Eu”

Homenagem aos oitoprojetos destacados duranteo encontro Educação:Construindo Qualidade

PerfilSanta Catarina • Julho 2009 11

Texto e fotos: Marli Jardim Assessora de Imprensa de Comunicação da SDR de Timbó

Ladyr Bertram Floriani, 46 anos,destes, 28 de magistério traçou suacarreira em quase 100% na alfabeti-zação de crianças. É enérgica quandotem que ser, mas também carinhosanos elogios. Ela acredita que paraeducar é preciso ter limites bem esta-belecidos em sala de aula.

Atualmente, Ladyr leciona naEscola de Educação Básica PolidoroSantiago, em Timbó para duas turmasde 20 alunos cada, em período inte-gral das 7h30min às 15h45min. Den-tre os alunos está Eduardo Luiz Floria-ni, 6 anos, filho mais novo de Ladyr,que garante não ter preferênciasquando está na sala de aula e tratatodos igualmente. Também alfabeti-zou o filho mais velho Felipe de 13anos, quando tinha 7 anos. "Eduardofez questão de estudar aqui para euser a professora dele, já que eu tinhaalfabetizado o mais velho". Tímido aofalar, Eduardo garante que a mãe éuma excelente professora e senteorgulho ao fazer a afirmação.

A preferência pela alfabetizaçãoé explicada pelo progresso visível atra-vés da escrita. "Quando o aluno con-segue ler e escrever é um momentomágico, tanto para ele quanto paramim, que vejo efetivamente o resulta-do do meu trabalho". Atestando osresultados, a gerente Regional deTimbó, Selma Bertoldi Prada, traba-lhou na mesma escola que Ladyr e

pode observar a dedicação especialcom as crianças. "O carinho que elatem pelos alunos é algo que se perce-be. Ela busca o máximo do alunopara alcançar sucesso na leitura, escri-ta e isso com responsabilidade ededicação, buscando a parceria coma família. Quem ganha é a educaçãode Timbó", afirma.

Ladyr começou a lecionar em1981 como ACT (Admitido em Cará-ter Temporário) e durante algunsmeses, substituindo um professorda quarta série lecionou para oatual prefeito de Timbó LaércioSchuster Júnior. Ela recorda domenino dedicado aos estudos, quehoje alcançou um cargo de grandeimportância na cidade.

Em vias de se aposentar, ela lem-bra que já deu aula para alguns filhosde ex-alunos. Do passado recorda oscuidados especiais, por exemplo, comalunos que fizeram cirurgia e nãopodiam ir para o recreio, então elaficava na sala de aula com eles. Expli-ca que desde o primeiro dia de aulaensina às crianças a necessidade deter responsabilidade. "As criançasaprendem com os limites, com horade brincar e hora de estudar".

Para manter a letra bonita e ensi-nar mais facilmente as maiúsculas eminúsculas, Ladyr adota o cadernoda caligrafia. "Acho que o caderno decaligrafia é um ganho para o futuro,porque os alunos fazem letras maislegíveis. Aprendem mais facilmente otraçado de cada letra e dá a noçãode espaço, que faz toda a diferençano futuro".

Ao pedir uma dica para profes-sores iniciantes ela diz: "Não sou depassar muito a mão na cabeça dosalunos, pois o que tem que ser dito,tem que ser dito e o que tem que serfeito, tem que ser feito", afirma enfáti-ca. Ainda complementa: "o magistérioé para quem realmente gosta e paraestes eu digo vá em frente. Se nãogosta nem começa", ensina.

“Quandoo alunoconsegueler eescreveré ummomentomágico”

"O magistério é para quem realmente gosta epara estes eu digo, vá em frente. Se nãogosta, nem começa"

A missão de ensinar a ler e escrever

Ladyr Bertram Floriani

12 Santa Catarina • Julho 2009

Educação em números

Arte e Gráficos: Diretoria de Administração Financeira - SED