4
 Página web: http://www.madeira-edu.pt/ceha  • Email: [email protected] 1   12    d   e   z   e   m    b   r   o    2    0    1    1 COORDENAÇÃO: Odeta Pereira Editorial Alberto Vieira (Presidente CEHA) Partidas e chegadas A Madeira foi sempre um cais de chegadas e partidas. Á ilha aportaram os primeiros navegadores e aventureiros que no rochedo desenharam um espaço para a agricultura e morada. Dela, depois, partiram muitos lhos, sedentos de aventuras de descoberta de no- vos mundos ou em busca do pão para a boca. Improvisou-se, por séculos, um cais de par- tidas e chegadas. Fez-se do mar a principal via e só muito tardiamente no século XX se abriram outras vias. Mas, o mar, que tanto aproxima como afasta, foi quem abriu aos madeirenses as por tas do mundo. Tam- bém serviu de morada a muitos destes que nunca alcançaram o seu destino. Na verdade, apenas se tinha certeza da partida, pois as condições muitas vezes não permitiam ante- ver a chegada e os regressos. Foi desta forma que o madeirense se esp- alhou pelo mundo, como descobridor de novas terras, divulgador de novas culturas e técnicas cultivares, ou apenas como o infeliz substituto do escravo nas plantações açuca- reiras doutras ilhas. A sedução doutros paraísos insulares e da riqueza levou-os a múltiplas partidas. Nem sempre o sucesso lhe bateu à porta. O paraíso prometido deu, muitas vezes, lugar ao inferno das condições adversas do clima ou da exploração dos novos senhorios. Felizmente que nem tudo isto foi em vão e condenado ao fracasso. Muitos conseguiram singrar nos locais de destino de diversas formas. A sorte bateu-lhes à porta. A partida era sempre o momento anunciado, mas o regresso tardava muitas vezes em acontecer. Apenas, e quase só o sucesso ditou o retorno, que cou imortalizado na imagem do “demerarista”, brasileiro e venezuelano. Ontem e hoje ninguém quer regressar de mãos a abanar. Ninguém quer passar pela humilhação vicinal do insucesso. T odavia o século XX trouxe-nos inúmeros regressos nesta ultima condição e a ilha transformou- SUMÁRIO A Emigração na História da Madeira ............ ................... ................... ................... ....... 2 “O Emigrante ” de João França. ................... ......................................................... .............4 Figurações da emigração madeirense. ................... ................... ................... ................8 A Emigração na História da Madeira – o caso do Hawaii .....................................13 La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII................16 Uma viagem de redescoberta das raízes e da identidade ................... ...............19 Manny de Freitas ...................................... ................... .......................................................22 Empurrões do destino............................... ................... ...................................... ..............24 Madeirenses: Patrimônio da Humanidade..... ...........................................................26 Nós, Portugueses na Venezuela ................ ................... ................... ................... ...........30 Carta de Londres ........................................................................... ................... ..................32 Uma trinidadiana em Portugal. ............................................. ................... ................... ..33 Entre o mar e a saudade [notas de alguns poetas] ........ ...................................... ..34 A emigração na canção popular madeirense ..........................................................36 Deportação – a migração forçada (General Sousa Dias) ................. ................... ..38 Breves apontamentos sobre mobilidade humana.................. ................... ............40 Nota de leitura....................... ................... ......................................................... ..................45 Página 2

La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Javier Luis Álvarez Santos

Citation preview

5/12/2018 La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/la-emigracion-madeirense-a-las-islas-canarias-siglos-xv-xvi-y-xvii 1/4

 

Página web: http://www.madeira-edu.pt/ceha • Email: [email protected]

1    

12   d  e  z  e  m   b  r  o   2   0   1   1

COORDENAÇÃO: Odeta Pereira

Editorial

Alberto Vieira (Presidente CEHA)

Partidas e chegadas

A Madeira oi sempre um cais de chegadase partidas. Á ilha aportaram os primeirosnavegadores e aventureiros que no rochedo

desenharam um espaço para a agricultura emorada. Dela, depois, partiram muitos flhos,sedentos de aventuras de descoberta de no-vos mundos ou em busca do pão para a boca.

Improvisou-se, por séculos, um cais de par-tidas e chegadas. Fez-se do mar a principalvia e só muito tardiamente no século XX seabriram outras vias. Mas, o mar, que tantoaproxima como aasta, oi quem abriu aosmadeirenses as portas do mundo. Tam-bém serviu de morada a muitos destes quenunca alcançaram o seu destino. Na verdade,apenas se tinha certeza da partida, pois ascondições muitas vezes não permitiam ante-ver a chegada e os regressos.

Foi desta orma que o madeirense se esp-alhou pelo mundo, como descobridor denovas terras, divulgador de novas culturas etécnicas cultivares, ou apenas como o inelizsubstituto do escravo nas plantações açuca-reiras doutras ilhas.

A sedução doutros paraísos insulares e dariqueza levou-os a múltiplas partidas. Nemsempre o sucesso lhe bateu à porta. O paraísoprometido deu, muitas vezes, lugar ao inerno

das condições adversas do clima ou daexploração dos novos senhorios. Felizmenteque nem tudo isto oi em vão e condenadoao racasso. Muitos conseguiram singrar noslocais de destino de diversas ormas. A sortebateu-lhes à porta.

A partida era sempre o momento anunciado,mas o regresso tardava muitas vezes emacontecer. Apenas, e quase só o sucesso ditouo retorno, que fcou imortalizado na imagemdo “demerarista”, brasileiro e venezuelano.Ontem e hoje ninguém quer regressar demãos a abanar. Ninguém quer passar pelahumilhação vicinal do insucesso. Todavia oséculo XX trouxe-nos inúmeros regressosnesta ultima condição e a ilha transormou-

sumário• A Emigração na História da Madeira ............................................................................2

• “O Emigrante” de João França. .........................................................................................4

• Figurações da emigração madeirense. .........................................................................8

• A Emigração na História da Madeira – o caso do Hawaii .....................................13

• La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII................16• Uma viagem de redescoberta das raízes e da identidade ..................................19

• Manny de Freitas ................................................................................................................22

• Empurrões do destino ......................................................................................................24

• Madeirenses: Patrimônio da Humanidade................................................................26

• Nós, Portugueses na Venezuela ....................................................................................30

• Carta de Londres ................................................................................................................32

• Uma trinidadiana em Portugal. .....................................................................................33

• Entre o mar e a saudade [notas de alguns poetas] ................................................34

• A emigração na canção popular madeirense ..........................................................36

• Deportação – a migração orçada (General Sousa Dias) ......................................38• Breves apontamentos sobre mobilidade humana .................................................40

• Nota de leitura .....................................................................................................................45

Página 2

5/12/2018 La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/la-emigracion-madeirense-a-las-islas-canarias-siglos-xv-xvi-y-xvii 2/4

 

Página web: http://www.madeira-edu.pt/ceha • Email: [email protected]

1   6  

“La providencia, que había destinado aquel

siglo para dar una portentosa extensión a los

límites del mundo conocido, acababa de descu-

brir a los hombres, por medio de los portugue-

ses, en 8 de julio de 1420, la frondosa isla de la

Madera; y considerándola desde luego Maciot

como un lugar de refugio en sus tribulaciones,

determinó pasarse a ella con la esperanza de

tener parte entre los que empezaban a poblarla

con permiso del grande infante don Enrique,

hijo de don Juan I de Portugal, que había culti-

vado su razón con el estudio de la geografía y

matemáticas, para ser el monstruo de su siglo”.

JosédeVierayClavijo,Noticias de la Historia

General de las Islas Canarias(1772)

E sindudablequealolargodelaHistorialosarchipié-lagosdeMadeirayCanariashanmantenidounasre-

lacionesmuyestrechas,tantocomercialescomopersona-les.Quizáshoy,coneldesarrollodelosnuevosmediosdetrasporteydecomunicación,sehaperdidoestarealidaddecercanía,dehermanosmásquevecinosapesardeperte-neceradierentesmetrópolis.Noenvano,ambosespaciosinsularesconvivenen lamisma realidad, enel inmensoAtlántico,perotambiéncompartenunmismoimaginario,

eldelasIslasAortunadas.

Esteinterésporconocerlaevolucióndeestoscontactoshansidotemasconstantesdentrodelahistoriograíainsu-lar,tantocanariacomomadeirense.Existeunalargatradi-cióndehistoriadoresclásicosinsulares-GasparFrutuoso,AbreuGalindooVierayClavijo-quehicieronelesuerzodecomponerunaHistoriaGeneraldelasislasacordesconsu tiempo. Esta preocupación por comprender quiénes,cómoyporquésedesarrollaronestosvínculoshallegadohastaanuestrosenormatodeinvestigacionescientífcas

realizadaspordestacadoshistoriadores–AlbertoVieira,LoboCabrera,TorresSantana,etc.-ybajoelamparodeimportantesinstitucionescomolasdosuniversidadesca-nariasyelCEHA.

La emigración madeirense

a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII

Javier Luis Álvarez Santos

UniversidaddeLaLaguna,Tenerie

¿Perodedóndesurgenestoslazos?Lacercaníageográfca entre Madeira y Canarias avoreció laemigración entre ambos archipiélagos desde elprimer momento de sus respectivas conquistas yocupaciones,surgiendolanecesidaddeunrápido

poblamientodelasislas.PocasdécadasdespuésdelcomienzodelacolonizacióndeMadeira,amediadosdelsigloXV,sematerializanestoscontactos.ElinanteD.Henrique,dentrodesudeseodeexpansiónenelAtlántico,pretendióeldominiodelasIslasCanarias.DeesteinterésseaprovechóMaciotdeBethencourt,sobrinoysucesordelprimerconquistadorJeandeBethencourt–aélaludeVierayClavijoalprincipiodeestetexto-,quienvendiósusderechosalInante.Además, señala el historiador Abreu Galindo en1632que:

“AcordóirseaviviralaisladelaMade-ra; y allí se heredó y avecindó casandounahijaúnicaqueteníaDoñaMaríadeBetancor,quenotuvootrohijolegítimoconRuyGonzálezDacamaracapitándelaisladeS.Miguel,hijodeD.JuanGonzá-lezDacamara,primeroCapitándelaisladelaMadera.YestaseñoraDoñaMaríadeBetancurnotuvohijosyheredaronsu

hacienda EnriquedeBetancor y Gasparde Betancor sobrinos de Mosen MaciotdeBetancorcuyosherederosposeenhoysuhaciendayconservanenaquellaislaelapellidodeBetancor”.

Estos primeros contactos canario-madeirensesinuyeronenlaconstruccióndeunosestrechosla-zosentrelosdosarchipiélagosqueperdurarándu-rante varios siglos. Numerosos esclavos canarios

comenzarána llegaraMadeira,dedicándosesobretodoaltrabajodelacañadeazúcaryalaslaboresdepastoreo.Perotambiénserequiriólaayudadelaislaportuguesaparalaconsolidacióndelaconquistade

5/12/2018 La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/la-emigracion-madeirense-a-las-islas-canarias-siglos-xv-xvi-y-xvii 3/4

 

Página web: http://www.madeira-edu.pt/ceha • Email: [email protected]

1  7  

Canarias.Porejemplo,JuandeVera,gobernadordeGranCanaria,mandótraerdeMadeiraárbolesrutales,parrasycañasparalapuestaencultivodelaisla.Deestaorma,co-mienzalainuenciamadeirenseenlaagriculturacanaria.

Sinembargo,elperiodoálgidodeestasrelacionescoin-cideconlaUniónIbérica.Así,en1582elreyFelipeIIenvióaD.AgustíndeHerrera,condedeLanzarote,aapaciguarlaisladeMadeiraconunostrescientoshombres.Durantesuestancia,elcondeaprovechóparaenlazarconunadelasamiliasmásprósperasdelaIslacasandoaunadesushijas,DoñaJuanadeHerrera,conD.FranciscoAchiolideVasconcelos,hijodeCenobioCleacijoAchioli,deorigenorentino.Esta relaciónentrelas islascontinuaráyaqueañosdespués,estosdescendientesdeAgustíndeHerreramarcharánaLanzarotereclamandopartedesuherencia.

Delmismomodo,afnalesdelsigloXVIDoñaMaríadeMoxica,señoradelaisladeFuerteventura,enlazóasuhijaConstanzadeSarmientoenMadeiraconD.GonzalodeFreitas,comendadordeMachico.

Portanto,vemoscómosevanconsolidandoestasre-lacionesentreCanariasyMadeirasegún avanceel Seis-cientosatravésdelacreacióndelazosamiliaresenambosterritorios.Conexionesnosólodelasprincipalesamilias,sinotambiénseráexportablealrestodelasociedad.Peropara proundizar en estos vínculos debemos conocer el

contextoenelque sedesarrolla.Escierto que laUniónIbéricaavoreció sudesarrollo,peroconanterioridadlasislasatlánticasorientalesseconvirtieronenplataormaes-tratégicadeloseuropeos–especialmentedeportuguesesycastellanos-paralosinteresesdeéstosenÁricayenelNuevoMundo,comobasedeaprovisionamientoyparaeldespachodemercancías.

Delaimportanciadeestetráfcointerinsularsurgirálaleyendadequeunpilotodenavíoandaluz,AlonsoSán-chez,queconsuembarcaciónhacíalarutacomercialentreGranCanariayMadeira,yqueenunuertetemporalllega-

ríahastaAmérica.ÉstehabríasidoquienhubiesedescritoaColóncómollegaralasIndias.

Lapermanenciadeestarutaatlánticaaceleróunaseriedecambiosenlaactividadmercantildelasislas.Éstasde-dicaronbuenapartedesusrecursosagrícolasala expor-tación,porloqueerarecuenteepisodiosdegravenecesi-daddealimentos.EstacircunstanciaderivóenunmodelodesubsistenciapropioentreMadeira,AzoresyCanariascaracterizadoporlacomplementariedadentreellas.Así,deMadeirallegabanaCanariasrutosypaños;mientras

quedeAzoressuministrabacerealesalosotrosdosarchi-piélagos.Porsuparte,loscanariosseespecializaronenelcomerciodevinos,sinembargoalgunasislas–primeroTenerie,yluegoLanzaroteyFuerteventura-tambiénse

dedicaronaproveerdegranosaMadeira.Asísuce-dióenelaño1588cuando,enelnombredelobispo,elcanónigodelacatedraldeCanariasyvicarioenTenerie,vendióaFranciscodeMedina,vecinodeMadeira, cierta cantidad de trigo y cebadaproce-dentesdeLanzaroteyFuerteventuraquepertenecí-analasrentasdelobispado.Tambiénerarecuentequenavegantesmadeirensesparticipasenenlosin-tercambiosdentrodelpropioarchipiélagocanario,generalmente transportando alimentos desde lasislasdeLanzaroteyFuerteventuraaGranCanaria,TenerieyLaPalma.

Peroestos contactoscomerciales surgensimul-táneamentecomoconsecuenciadelasmigracioneshumanas.DesdefnesdelsigloXVIelarchipiélago

españolsesitúaenprimerlugarenlaemigraciónmadeirense.Estaacentuadapresenciaueelresul-tadodelasposibilidadeseconómicasqueCanariasorecía,asícomoporlademandademanodeobraylaposibilidaddepenetraciónmercantilenlacostaaricanayenelcontinenteamericano.Sinningunaduda,eltrabajoagrícolavaaserlaprincipalactivi-dadquedesarrollenlosmadeirensesqueseestable-zcanenCanarias.Suinuenciaradicó,nosóloensuparticipaciónenlapuestaencultivodelacañadeazúcar,sinotambiénenlatransormacióndelnuevopaisajeagrícola afnalesdel sigloXVII conelde-sarrollodelavid.Losmadeirensesconocíanlasre-percusionesdeunacrisisazucareraqueenesosmo-mentosvivíaCanarias,porloqueeranconscientesdelasmedidasquedebíantomarparareestructuraestaeconomíaisleña.

Sinembargo,nosóloueroncampesinos.Tam-biénparticiparonenotrasactividades.Destacanso-breotrosportuguesescomoartesanos,juntoconlosazorianos.Conocidaeraeltrabajodelapielydel

calzadoenMadeira,porloqueeranreconocidoslosmadeirenses enCanarias como buenos zapateros.Incluso,erarecuentequemaestrosartesanosllama-senajóvenesmadeirensesparaqueuesenatrabajarcomoaprendices.TambiénllegaronconrecuenciadeMadeiraaCanariasproesionalesliberalescomomédicosyboticarios,habitualmenterequeridosporlosgobiernosdelasislas.Enmenormedida,tam-biénseasentaronenCanariascomerciantesynave-gantesprocedentesdeMadeira.Estapocapresenciadelosmadeirensesenlasactividadesmercantilessedebeentenderenlamedidadequeelmayorvolu-mendenegociosdelarchipiélagoespañolsedesar-rollabaconAméricayEuropa.Comohemosseñala-

5/12/2018 La emigración madeirense a las Islas Canarias: siglos XV, XVI y XVII - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/la-emigracion-madeirense-a-las-islas-canarias-siglos-xv-xvi-y-xvii 4/4

 

Página web: http://www.madeira-edu.pt/ceha • Email: [email protected]

1   8  

doanteriormente,aunqueintenso,eltratoentreCanariasyMadeiraeradecaráctercomplementario.

Apesardelacercaníaentreambosarchipiélagos,eltra-bajodesarrolladopor losmadeirensesenCanarias,prin-

cipalmente el agrícola, conllevaba la estancia de largastemporadasueradesuhogar.Generalmente,loscontratosagrariosrequeríanlaobligacióndemásdecuatroañosdetrabajoy laactividadartesanal necesitabahabitualmentedeunlargoprocesoormativohastaconseguirelgradodemaestro.Enestacoyunturaseráhabitualqueelcontingen-temadeirensetermineporintegrarseenlanuevasociedad.ComoseñalaAlbertoVieira,laclasemercantildeorigenmadeirenseasentadaenCanariasapartirdelaUniónIbé-ricarenunciaasucondicióndeestanteparaadquirirelde vecinosoresidentes.Sinningunaduda, lacontinuidady

aumentodelasconexionescanario-madeirensesapartirdeesteperiodoacilitarásuintegración.

Este interés porestablecerseenCanarias, quizásmásqueloscontinentales,derivaráenquemuchosdeellossecasenconlosnaturalesyormenunaamilia.Noobstante,probablementeporestacercaníayprolieracióndelasco-nexiones,unnúmerosignifcativodelosmadeirensesue-ronprocesadosporelSantoOfcioporeldelitodebigamia.Ciertamente,enlosestudiosrealizadosaesterespecto,losportuguesesrepresentabanel35%detodoslosencausados

porestedelitohastaantesde1640.Deestos,másdelami-tadprocedíandeMadeirayAzores.

Apesardeello,losmadeirenses–juntoconlosazo-rianos-debieronconormarelgrupodeportuguesesquemáspoblaciónaportóaCanarias,asícomolosquemejorseadaptaronaestasociedad.Esteinterésporestablecersesepercibeenelnúmeroelevadodeescriturasnotarialesdemadeirensesqueacuerdandotesyormulantestamentos.Esteestablecimientopermanenteasimismosecompruebaenlasmemoriasdebienesqueredactan,enlasquesecitanosóloamaterialdetrabajo,dineroyropa,sinotambién

acasaspropiasenCanarias.Sinembargo,enalgunasoca-siones,aludenacasasenMadeira,porloqueapesardelaintegraciónen lanuevasociedad,aúnmantienenuerteslazosconsutierradeorigen.Enestesentido,estosmadei-rensesasentadosenCanariasreclamarán,atravésdelospoderesnotariales,bienesyherenciasdeamiliaresensuregióndeprocedencia.

Además,estemodeloemigratorioobedeceaotrapauta.Conrecuencia,losemigrantesportuguesesutilizanlaisladeMadeiracomoescalaantesdellegaraCanarias.Yden-

trodelarchipiélagocanario,arribanprimeroaLanzaroteparaluegopasaralasislasmásprósperasdeTenerie,yGranCanaria.Eectivamente,esta islacanariaamenudouelapuertadeentradaalrestodeCanariasparalosproce-

dentesdePortugal,enespacialparalosmadeirensesyazorianos.Asuvez,esteaccesoserealizabapasan-doporMadeira,dondehabitualmentesehacíaunaescaladevariosaños.

Peroloscambiosquesesucedentraslosaconte-cimientosde1640cambiaránparasiempreestasre-laciones.Así,ungrupoquehastaentonceserabienconsideradoporloscanarioscomenzaráadesapare-cerpaulatinamente.LaRestauraciónparaCanariasueunsucesotrágicodelquetardómuchotiempoenrecuperarseyaqueseperdíagranpartedelosmercadosconsumidoresdelosproductoscanarios.Perotambiénsellorabalapérdidadeunhermanobienavenido.Así,loprimeroquehizoelgobiernodeTenerietrasconocerlossucesosueunaproce-

siónporlapazyasegurarseelavituallamientoporotrosmedios,yaqueeranconscienteslos canariosquelarutaquesuministrabadevíveresprocedentesdelasislasportuguesashabíadesaparecido.Ademásseprocedióalarmamentodelosbaluartesporlasposiblesrepresaliasperotambién,comoseñalaVie-ra yClavijo, entrealgunos sectoresla sociedadsepensóqueporlacercaníaentreMadeirayLanzaroteyporelnúmeroelevadodeportuguesesqueenellaresidían,eraposibleunainvasiónporpartedelaislaportuguesaparaatraerlaasurebelión.Sinembargo,elpropioautordesmienteestasintenciones.Peroloquesíreejaesque:

“...habiendo cortado estas novedades elcursoalcomercioútilyorecientequedeunsigloaaquellapartesecultivabaentreaquellasdosislasvecinas,ocasionaronennuestrosisleñosunosirreparablesatrasos”.

Sinningunaduda,losportuguesesyenparticu-

larlosmadeirenses,ueronlacomunidadextranjeraquemejorsehaadaptadoaCanarias,probablemen-te por la cercanía cultural, lingüística y religiosa.Perotambiénconstruyeronpartedelaidentidaddeloscanarios.Esindiscutiblelalabordeestosmadei-renseseneldesarrolloagrícola,artesanalyeconó-micodeCanarias.Estaconstanciaquedógrabadaeneldíaadíadeloscanarios,enlastécnicasdetrabajo,enelusodeciertosinstrumentos,enlosmodosdeconstruccióny,sobretodo,enelléxico.Numerososportuguesismos reerentes a trabajos y ofcios se

mantienenenelhabladeCanarias.Seguramentelallegadademadeirensesysucapacidaddeintegraci-ónavorecieronsuasimilaciónconnormalidadporpartedeloscanarios.