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8/8/2019 LajesAcetato
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Lajes Betão Armado II
1. Introdução
1.1 Generalidades
Uma laje é uma estrutura limitada por dois planos paralelos, com
afastamento h (altura ou espessura da laje), em que h é pequeno
comparado com as outras dimensões, e em que as cargas actuam
perpendicularmente ao plano médio.
acções actuam perpendicularmente
ao plano médio
Figura 1 - Laje
Acções actuam paralelamente ao
plano médio
Figura 2 - Placa
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1.2 Tipos e Classificações
As lajes podem ser classificadas da seguinte forma:
a) Quanto ao tipo de apoio
Lajes vigadas (apoiadas em vigas – figura 3)
Lajes fungiformes (apoiadas em pilares – figura 4 e 5)
Lajes em meio elástico (apoiadas em superfície deformável -
- ensoleiramento geral – figura 6)
Figura 3 - Laje vigada
Figura 4 - Laje fungiforme semcapiteis
Figura 5 - Laje fungiforme comcapiteis
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Figura 6 - Laje em meio elástico
b) Quanto à sua Constituição
Monolíticas (só em betão armado)
o Lajes maciças
o Lajes aligeiradas
o Lajes nervuradas
Mistas (constituídas por betão armado e outro material)
o Vigotas pré-esforçadas
o Perfis metálicos
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c) Modulo de Flexão Dominante
lajes armadas numa direcção (comportamento predominantemente
unidimensional – figura 8)
lajes armadas em duas direcções (comportamento bidimensional –
figura 9)
Figura 7 - Laje armada numadirecção
Figura 8 - Laje armada emduas direcções
d) Modo de Fabrico
Betonadas in-situ
Pré-fabricação total (lajes alveoladas)
Pré-fabricação parcial (lajes aligeiras pré-esforçadas)
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Alguns tipos de lajes devem ser referidas por mais que um termo:
Lajes fungiformes maciças
Lajes fungiformes aligeiradas
Laje vigada maciça armada numa direcção
1.3 Princípios Gerais de Dimensionamento
1.3.1 Modelos de Dimensionamento
Teoria da Elasticidade (com ou sem redistribuição de esforços)
Teoria da Plasticidade – Teoremas estáticos ou cinemáticos
1.3.2 Verificação da Segurança
1.3.2.1 Estados Limites Últimos
a) Flexão
Numa laje as armaduras de flexão são calculadas por metro de
largura, ou seja, considerando uma secção com 1m de base, e
altura igual à altura da laje.
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b) Esforço transverso
Em lajes simplesmente apoiadas não é usual a utilização de
armaduras transversais. Devido ao efeito de arco devem dispor-se
armaduras de tracção suficientes para garantir o atirantamento
(devem ser mantida até ao apoio pelo menos ½ da armadura
longitudinal do vão).
Figura 9 - Efeito de arco Figura 10 - Disposição deArmadura
De acordo com o REBAP, no caso de lajes sem armadura
específica de esforço transverso a verificação da segurança deve
ser feita de acordo com a seguinte expressão:
d d V V V cd Rd Sd ⋅⋅⋅−==≤ 16,0)6,1( τ
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1.3.2.2 Estados Limites de Utilização
De acordo com o REBAP a verificação da segurança pode ser feita
de uma forma indirecta ou directa:
Estados Limites de Fendilhação
Verificação directa – cálculo da abertura característica de fendas e
comparar com valores admissíveis admk ww ≤ ;
Verificação indirecta – Imposição de um limite para o afastamento dos
varões.
Estados Limites de Deformação
Verificação directa – cálculo da flecha a longo prazo e comparar com
valores admissíveis a ;adma≤∞
Verificação indirecta - garantir que a relação entre o vão e altura não
ultrapassa determinado limite (artigo 102).
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1.3.3 Condições de Apoio e Convenção de Esforços
Figura 11 - Condições de apoio e representação de cálculo
Figura 12 - Convenção deesforços numa laje
Figura 13 - Distribuição detensões
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1.3.4 Análise qualitativa do Comportamento Elástico de Lajes
Numa laje as cargas são transmitidas aos apoios segundo duas
direcções.
a) Laje apoiada numa direcção e bordos livres na outra
Uma laje nestas condições de apoio fica sujeita a uma estado de
flexão cilíndrica semelhante sendo o seu comportamento
semelhante ao de uma viga.
Figura 14 - Laje Figura 15 - Viga
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Ao contrário do que sucede nas vigas, em que a deformação
transversal não esta impedida (figura 16), nas lajes cada banda
impede a banda adjacente de se deformar (figura 17).
Figura 16 - Deformação transversal de uma viga sujeita a um momento flector positivo
Figura 17 - Efeito dos esforço na direcção principal na direcção transversal
0=− b
t
a
t ε ε ⇔ 0=−⋅− E
t l
σ ε ν ⇔ l t σ ν σ ⋅=
l t σ ν σ ⋅= → x y M M ⋅=ν → x y A A ≈
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b) Laje apoiada nos quatro bordos com l x y l >>
Figura 18 - Laje apoiada no contorno com ly>>lx
c) Laje apoiada nos quatro bordos com x y l l ≈
Figura 19 - Analogia do comportamento de uma laje com uma grelha
CD AB δ δ = para l → y x l < CD AB M M >
=
r EI M
1
Nota: numa laje apoiada nos 4 bordos os maiores esforços surgem
na direcção do menor vão.
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1.3.5 Resultados de Ensaios em Lajes
Figura 20 - Comportamento de uma laje até à rotura
a) Fase elástica – Estado I – o modelo elástico linear;
b) Fase fendilhada – Estado II - o modelo elástico linear é válido
mas não exacto. Ter em conta a fendilhação;
c) Fase da plastificação – concentração de fendas em bandas
(linhas de rotura). O modelo elástico linear já não é válido;
d)Fase da Rotura – Teoria da plasticidade - deformação por
rotação em torno das linhas de rotura e esmagamento do betão.
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2. Modelo Elástico Linear das Lajes Finas
2.1 Hipóteses Simplificativas
H1 laje de pequena espessura (h<1/10 do vão) constituída por material
homogéneo, isotrópico e de comportamento elástico linear.
H2 É válida a hipótese dos pequenos deslocamentos – os
deslocamentos w são pequenos quando comparados com a espessura
e as inclinações do plano médio ( x
w
∂∂
e ) y
w
∂∂
são pequenas quando
comparadas com a unidade.
Figura 21 - Deformação de um elemento de laje
H3 Hipótese de Kirchoff
a) deformações do plano médio da laje são nulas;
b) as fibras perpendiculares ao plano médio (CO) permanecem
rectas e perpendiculares a este após a deformação.
H4 As tensões normais perpendiculares ao plano médio são pequenas
e desprezáveis quando comparadas com as tensões de flexão ( 03 =σ )
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2.2 Formulação
Campo de deslocamentos → campo de deformações → campo detensões → relação momentos e as tensões normais → relações
entre momentos e as deformações associadas.
∂∂
⋅+∂∂
⋅−=2
2
2
2
y
w
x
w Dm x ν - momento flector na direcção x
∂∂
⋅+∂∂
⋅−=2
2
2
2
y
ww
x
w Dm y - momento flector na direcção y
( )
∂⋅∂
∂⋅−⋅−=
y x
w Dm xy
4
1 ν - momento torçor
)(2
2
2
2
y x x Dv x ∂
∂+
∂∂
⋅∂∂
⋅−=ω ω
- esforço transverso na direcção x
)(2
2
2
2
y x y Dv y ∂
∂+
∂∂
⋅∂∂
⋅−=ω ω
- esforço transverso na direcção y
em que
( )2
3
112 ν −⋅⋅
=h E
D - rigidez de flexão das lajes
ν – módulo de poisson; h – altura da laje
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2.2.1 Equação de Equilíbrio
Figura 22 - Equilíbrio de um elemento de laje
00 =+∂
∂+
∂∂
⇔=∑ q y
v
x
v F
y x z
00 =−∂
∂+∂∂⇔=∑ y
xy y
x v x
m
y
mM
00 =−∂∂
+∂
∂⇔=∑ y
x yx
y v x
m
y
mM
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Substituindo as equações dos momentos e esforços transversos
nas equação anteriores, resulta a seguinte equação diferencial:
q y
m
y x
m
x
m y xy x −=∂
∂+
∂⋅∂
∂⋅+
∂∂
2
2
2
2
2
2.2.2 Equação de Lagrange das Lajes (1811)
D
q
y y x x−=
∂∂
+∂⋅∂
∂⋅+
∂∂
=∇4
4
22
4
4
44 2
ω ω ω ω
A determinação dos esforços resume-se à resolução da equação
diferencial de Lagrange (determinação da função w(x,y)) e
atendendo às condições de fronteira da laje.
Bordo encastrado 0=ω ; 0=∂∂ x
ω
Bordo simplesmente apoiado 0=ω ; 0)(2
2
2
2
=∂∂
+∂∂
⋅−= y x
Dm x
ω ν
ω
Bordo livre 0= xm ; 0=∂
∂
− y
m
vxy
x
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É possível obter soluções aproximadas da equação de Lagrange a
partir do desenvolvimento em série dupla de Fourier.
Para uma laje apoiada no seu contorno e submetida a uma carga
uniforme pode obter-se a função w(x,y) a partir da seguinte
expressão:
Figura 23 - Laje simplesmente apoiada no seu contorno
( ) ∑∑∞
=
∞
=
+⋅⋅
⋅⋅⋅
⋅⋅
⋅⋅⋅
=..5,3,1
2
2
2
2..5,3,1
6
16,
mm
b
n
a
mnm
b
xm sen
a
xm sen
D
q y x
π π
π ω
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2.2.3 Reacções de Apoio
As reacções num bordo de laje são dadas pelas seguintes
expressões:
y
mvr
xy
x x ∂
∂+=.
x
m
vr xy
y y ∂
∂+=.
Figura 24 - Representação do efeito do momento torçor
Figura 25 - Forças de canto equivalentes à acção do momento torçor
xym R ⋅= 20
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2.2.4 Influência do Coeficiente de Poisson ( µ )
O coeficiente de Poisson varia consoante o material:
Betão armado – segundo o REBAP µ varia entre 0,2 (fase não
fendilhada e 0 (fase fendilhada). Em aplicações correntes tomar o valor
µ=0,2. Nas tabelas de Barés considerar um valor de µ=0,15.
Aço –µ varia entre 0,25 a 0,30.
Deslocamentos transversais (w)
Estes são inversamente proporcionais a( )2
3
112 ν −⋅⋅
=h E
D . Para µ=0 vem
D=0,083.E.h3 e para µ=0,15 vem D=0,085.E.h3. Esta diferença é
inferior a 3%.
Momentos flectores e momentos torsores (mx,my e mxy)
Se calcularmos o momento flector no centro da laje, em que
, cometemos um erro da ordem de 15% (do lado
da insegurança) considerando µ=0. Ao aumentarmos µ a laje torna-se
mais rígida → diminuição de w e aumento dos momentos flectores.
Para os momentos torsores o erro é da ordem 15% para qualquer
ponto.
2222 // yw xw ∂∂=∂∂
Esforços transversos e reacções (v e R)
Os esforços transversos não dependem significativamente de µ.
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2.3 Comparação entre o Modelo de Viga e de Laje
Valores Laje (h=ct) Viga (bxh)carga Carga repartida q(x,y) Carga repartida q(x)
coordenadas
deformada w (x,y) w (x)
equaçãodiferencial D
q
y y x x−=
∂∂
+∂⋅∂
∂⋅+
∂∂
4
4
22
4
4
4
2ω ω ω
EI
q
x−=
∂∂
4
4ω
rigidez de flexão ( )2
3
112 ν −⋅⋅
=h E
D EI,12
3hb I
⋅=
momentos deflexão
∂∂
⋅+∂∂
⋅−=2
2
2
2
y
w
x
w Dm x ν
∂∂
⋅+∂∂
⋅−=2
2
2
2
x
w
y
w Dm y ν
∂∂
⋅−=2
2
x
w EI m y
0≅ ym
momento torçor ( )
∂⋅∂
∂
⋅−⋅−= y x
w
Dm xy
4
1 ν 0≅ xym (carga centrada)
esforçostransversos
)(2
2
2
2
y x x Dv x ∂
∂+
∂∂
⋅∂∂
⋅−=ω ω
)(2
2
2
2
y x y Dv y ∂
∂+
∂∂
⋅∂∂
⋅−=ω ω
∂∂
⋅−=3
3
x EI v x
ω
0≅ yv
v e m
y
m
x
mv
xy x x ∂
∂+
∂∂
=
x
m
y
mv
xy y
y ∂∂+
∂∂=
dx
dmv x
x =
0≅ yv
v e q 0=+∂
∂+
∂
∂q
y
v
x
v y x 0=+∂∂
q x
v x
m e q q y
m
y x
m
x
m y xy x −=∂
∂+
∂⋅∂
∂⋅+
∂
∂2
2
2
2
2 q x
m x −=∂∂
2
2
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3. Teoria da Plasticidade em Lajes
A Teoria da Plasticidade engloba dois métodos: o Estático e o
Cinemático.
3.1 Método Estático
O teorema estático garante que a carga distribuída q, associada a
um campo de esforços equilibrado, isto é, que verifique a equação:
q y x
qm
y
qm
x
qm xy y x −=∂⋅∂
∂⋅+
∂
∂+
∂∂ )(2)()(
2
2
2
2
2
e não seja excedida, em nenhum ponto, a capacidade resistente da
laje.
)()( r mqm <
constitui um valor inferior ao da carga última. Nas expressões
anteriores:
m(q) -momento da distribuição equilibrada de esforços devido à carga q
m(r) - momento resistente da laje
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3.1.1 Método das Bandas (ou grelha) (mxy=0)
A carga q é suportada em bandas na direcção x e y:
q y
qm
x
qm y x −=∂
∂+
∂∂
2
2
2
2 )()(equação de equilíbrio para mxy=0
Pode decompor-se a equação anterior em duas equações:
q x
qm x ⋅−=∂
∂α
2
2)(
q y
qm y ⋅−−=∂
∂)1(
)(2
2
α
em que α é um coeficiente de repartição de cargas em cada uma
das direcções e varia entre 0 e 1.
Estas bandas “vigas” suportam em cada direcção uma carga α.q e
(1-α).q respectivamente.
Figura 26 - Modelo de grelha
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O coeficiente de repartição α, pode ser escolhido atendendo às
seguintes situações:
Para iguais condições fronteira nas duas direcções o valor de α a
considerar para a menor direcção deve variar entre 0,5 e 1, para
relações de vãos entre 1 e 2. Para lmaior /lmenor ≥2, trata-se praticamente
de flexão cilíndrica sendo α=1 (direcção do menor vão).
As direcções com condições fronteira mais rígidas absorvem mais
carga (α maior).
Exemplo 1
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Exemplo 2
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Exemplo 3
Exemplo 4
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4. Análise Elástica Seguida de Redistribuição de Esforços
A redistribuição de esforços pode conduzir a uma solução que
permite uma melhor distribuição de armaduras e a um aumento de
ductilidade do elemento.
A redistribuirão de esforços consiste em somar à distribuição de
esforços elásticos um campo de esforços auto-equilibrado,
obtendo-se uma solução que é ainda, equilibrada.
Exemplo: (viga bi-encastrada)
Figura 27 - Redistribuição de esforços numa viga bi-encastrada
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O REBAP art. 50º permite uma redistribuição máxima de 25%.
5. Dimensionamento de Lajes Vigadas
O Dimensionamento de lajes passa pela verificação da segurança
aos estados limites últimos e de utilização
Nas lajes vigadas os Esforços são determinados com base numa
análise elástica ou plástica.
Em sistemas de lajes contínuas para a determinação de esforços
pode recorrer-se a um dos seguintes métodos:
Método exacto: método dos elementos finitos ou das diferenças finitas
Método aproximado: determinação dos esforços elásticos de cada
painel seguida de um equilíbrio daqueles no bordo contínuo e
consequente redistribuição de momentos no vão de cada painel.
Nota: A distribuição elástica de esforços não é exacta: não é tida
em conta a deformabilidade das vigas e o comportamento não
linear do betão.
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5.1 Lajes Vigadas Armadas numa Direcção
Estas lajes têm um comportamento idêntico ao de uma viga.
5.1.1 Painéis Isolados
Nas lajes rectangulares alongadas (lmaior >> lmenor ) toda a zona
central fica sujeita a flexão cilíndrica
Figura 28 - Esforços elásticos com ν=0 de uma laje rectangular com lx=2.ly
Quanto maior a relação lmaior /lmenor menos significativos são os
esforços segundo o maior vão.
Projecto: dimensionar as lajes como armadas numa só direcção
quando se verificar a condição:
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2≥menor vão
vão maior
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transmitindo-se a totalidade da carga na direcção do menor vão.
O dimensionamento da laje é efectuado com base no modelo de
uma viga equivalente de largura unitária, com a orientação do
menor vão, e com as condições de apoio dessa direcção.
Figura 29 - Modelo de cálculo usual para lajes com l y x l .2≥
Para lajes apoiadas apenas na direcção do maior vão, a laje é
dimensionada segundo essa direcção.
Figura 30 - Laje apoiada em dois apoios paralelos
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5.1.2 Sistemas de Painéis Contínuos
Figura 31 - Painel continuo de lajes vigadas
a) Momento máximo positivo em AB
Figura 32 - Painel continuo de lajes vigadas – momento máximo positivo
b) Momento máximo negativo no apoio B
Figura 33 - Painel continuo de lajes vigadas – momento máximo negativo
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5.2 Lajes Vigadas Armadas em duas Direcções
5.2.1 Introdução
As lajes em que se verifique a condição:
2<<vãomenor
maior vão1
são armadas em duas direcções.
A análise elástica de um sistema de lajes contínuas, figura 34,
armadas em duas direcções (ou em cruz), pode realizar-se pelos
seguintes métodos:
Análise do sistema global pelo Método dos Elementos Finitos. Tem
em conta a deformabilidade das vigas.
Análise dos painéis de laje isolados, seguida de uma redistribuição da
diferença entre os esforços em bordos adjacentes.
Utilização de tabelas de origem semi-empírica, em que a continuidade
dos esforços já é considerada directamente.
página 31
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Figura 34 - Lajes contínuas armadas em duas direcções
Para ter em conta a alternância de sobrecargas pode utilizar-se o
denominado “Método de Marcus”, aplicável a sistemas de lajes
sujeitos a cargas uniformemente distribuídas e com vãos
adjacentes semelhantes.
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5.2.2 Momentos Negativos
Para obter o momento máximo negativo a sobrecarga tem que
actuar simultaneamente em dois painéis adjacentes ao bordo da
laje a analisar como ilustrado na figura seguinte.
Figura 35 - Carregamento mais desfavorável para o cálculo do momento máximo
negativo sobre a viga indicada
Admitindo que os vão dos painéis 4 e 5 são semelhantes e que se
encontram ambos carregados, a rotação perpendicular ao bordo é
pequena, podendo considerar-se o bordo encastrado.
Figura 36 - Modelo de cálculo dos momentos negativos admitindo encastramento nobordo de continuidade
página 33
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5.2.3 Momentos Positivos
A distribuição de sobrecargas que produz um momento flector
máximo no painel central é a indicada na figura seguinte. Nesta
situação, a rotação nos bordos interior do painel já é significativa.
Figura 37 - Carregamento mais desfavorável para o cálculo do momento máximopositivo no painel central
Figura 38 - Decomposição da carga, segundo Marcus, para o cálculo do momentomáximo positivo
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De acordo com a figura 38:
No painel a) podemos considerar os bordos encastrados no caso de
haver continuidade.
No painel b) podemos considerar um modelo simplesmente apoiado, já
que os pontos de inflexão se situam aproximadamente sobre o apoio.
Figura 39 - Modelos de cálculo para a determinação dos momentos positivos maisdesfavoráveis de painéis de canto, bordo e interior
Figura 40 - Modelos de cálculo para a determinação do momento positivo maisdesfavoráveis numa laje com bordo livre
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5.3 Equilíbrio entre Painéis Adjacentes
Num bordo de continuidade temos 2 momentos negativos: MA
e MB.
Figura 41 - Momentos num
bordo de continuidade
Figura 42 - Equilíbrio demomentos
O valor de MAB está compreendido entre MA e MB e depende darigidez dos painéis adjacentes.
( ) B A
B B A B AB
K K
K M M M M
+⋅−+= (método de Cross)
B A A B AB M M M ⋅+⋅= η η
B A
A A
K K
K
+=η e
B A
B B
K K
K
+=η
Nota: na prática
⋅
+=
);(8,0
2/)(
B A
B A
ABM M máx
M M máxM
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Figura 43 - Avaliação do momento de cálculo mais desfavorável no vão após equilíbriodo momento no apoio
Se após a distribuição 21 M M M red <∆+ ++ , os esforços de
dimensionamento passam a ser os seguintes:
ABM M =−
2M M =+
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Figura 44 - Verificação do momento mais desfavorável no vão
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5.4 Vãos Adjacentes Diferentes
Figura 45 - Cálculo de lajes com vãos adjacentes diferentes
B A A B AB M M M ⋅+⋅= η η ; B A
A
B A
A A
l l
l
K K
K
/1/1
/1
+≈
+=η ;
B A
B
B A
B B
l l
l
K K
K
/1/1
/1
+≈
+=η
5.5 Momento de Continuidade de uma Consola
Figura 46 - Momento decálculo numa consola
Figura 47 - Cálculo do momentopositivo numa laje com uma
consola adjacente
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6. Verificação da Segurança aos Estados Limites Últimos
A determinação dos esforços de dimensionamento em lajes pode
assim ser efectuada pelos seguintes métodos:
Análise elástica e análise elástica com redistribuição de esforços
(máxima 25%);
Análise plástica – método estático e método cinemático. O
dimensionamento de armaduras de flexão é efectuado de forma a
garantir ductilidade no elemento ( 25,0/ ≤d x )
6.1 Estado Limite Último de Flexão
Sd xySd x Rd x mmm ,,, +≥
Sd xySd y Rd y mmm ,,, +≥
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6.2 Estado Limite Último de Esforço Transverso
A espessura da laje deve ser tal que em situações correntes não
seja necessário o uso de armaduras transversais.
µ τ ⋅⋅⋅⋅−==≤ d d V V V cd Rd Sd 16,0)6,1(
sd sd Sd p L phV ⋅== 2/. - lajes armadas numa direcção (figura 48)
sd Sd phV .= - lajes armadas em duas direcções (figura 49)
Figura 48 - Esforço transverso de cálculo em lajes armadas numa direcção
Figura 49 - Esforço transverso de cálculo em lajes armadas em duas direcções
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6.3 Estado Limite Último de Punçoamento
Nas lajes em que actuem cargas concentradas deve ser feita a
verificação a este estado limite. No caso de lajes sem armadura
especifica, a verificação pode ser feita pela seguinte expressão
(art.º 54 REBAP):
µ τ ⋅⋅⋅−==≤ d d V V V cd Rd Sd 1)6,1(
7. Estados Limites de Utilização
De acordo com o REBAP a verificação da segurança pode ser feita
de uma forma indirecta ou directa:
Estados Limites de Fendilhação
Verificação directa – cálculo da abertura característica de fendas e
comparar com valores admissíveis admk ww ≤ ;
Verificação indirecta – Imposição de um limite para o afastamento dos
varões (quadro 1).
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Quadro 1 - Espaçamento máximo de varões da armadura longitudinal de lajes (cm)
Tipo de açoAmbiente
A235 A400 A500
Pouco agressivo (w=0,3 mm) - 25 20
Moderadamente agressivo(w=0,2 mm)
- 15 10
Muito agressivo (w=0,2 mm)Estimativaobrigatória
Estados Limites de Deformação
Verificação directa – cálculo da flecha a longo prazo e comparar com
valores admissíveis a 400/l aadm =≤∞ ;
Verificação indirecta - garantir que a relação entre o vão e altura não
ultrapassa determinado limite (artigo 102).
η ⋅≤ 30h
l i - em geral
η i
i
l h
l 180≤ - para lajes que afectam paredes divisórias
Nota: em muitas situações estes valores não impedem a
deformação excessiva e a fendilhação dos elementos não
estruturais.