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Articulação A articulação consiste em uma estrutura formada pela junção de dois ossos, revestida por cartilagem para a diminuição do atrito entre os ossos, protegida por uma cápsula articular e estabilizada pela ação conjunta de músculos, de tendões, de ligamentos e, alguns casos, de meniscos. A cartilagem não dói, pois não possui nervos. Se você tem dor em alguma articulação, é possível que ela seja decorrente de um defeito mais profundo. As dores articulares geralmente acontecem quando este defeito ou falha atinge o osso que sustenta a cartilagem, chamado de osso sub-condral (nome do osso abaixo da cartilagem). Esse osso tem muitos nervos e dói muito. Outras estruturas da articulação podem estar afetadas e causar dores, como os ligamentos. Lesões no Ombro O Ombro é uma articulação complexa formada pela cabeça do úmero, cavidade glenóide da escápula e a articulação acrômio-clavicular. É ela a articulação de maior eixo de movimento, podendo executar movimentos simples ou conjugados. São considerados os movimento simples e normais do ombro: 1. Abdução 2. Adução 3. Rotação interna 4. Rotação externa Sendo os movimentos conjugados: 1. Adução com rotação interna 2. Abdução com rotação externa 3. Circundução Para que todos estes movimentos ocorram de uma maneira normal é indispensável a integridade muscular, óssea, tendínea e articular. Dentre os músculos que participam ativamente da movimentação do ombro, devemos citar como principais o Deltóide, o Supra espinhoso, o Infra-espinhoso e o 1

LESÕES DO OMBRO

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Articulação

A articulação consiste em uma estrutura formada pela junção de dois ossos, revestida por cartilagem para a diminuição do atrito entre os ossos, protegida por uma cápsula articular e estabilizada pela ação conjunta de músculos, de tendões, de ligamentos e, alguns casos, de meniscos.A cartilagem não dói, pois não possui nervos. Se você tem dor em alguma articulação, é possível que ela seja decorrente de um defeito mais profundo. As dores articulares geralmente acontecem quando este defeito ou falha atinge o osso que sustenta a cartilagem, chamado de osso sub-condral (nome do osso abaixo da cartilagem). Esse osso tem muitos nervos e dói muito. Outras estruturas da articulação podem estar afetadas e causar dores, como os ligamentos.

Lesões no Ombro

O Ombro é uma articulação complexa formada pela cabeça do úmero, cavidade glenóide da escápula e a articulação acrômio-clavicular. É ela a articulação de maior eixo de movimento, podendo executar movimentos simples ou conjugados. São considerados os movimento simples e normais do ombro:

1. Abdução 2. Adução 3. Rotação interna 4. Rotação externa

Sendo os movimentos conjugados: 1. Adução com rotação interna 2. Abdução com rotação externa 3. Circundução

Para que todos estes movimentos ocorram de uma maneira normal é indispensável a integridade muscular, óssea, tendínea e articular.Dentre os músculos que participam ativamente da movimentação do ombro, devemos citar como principais o Deltóide, o Supra espinhoso, o Infra-espinhoso e o Subescapular. Outros músculos também estão envolvidos na movimentação, porém, de uma maneira menos importante.

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Síndrome do impacto

O processo de abdução normal do braço, ocorre nos primeiros 30 graus, às custas, basicamente, da musculatura deltoidiana, continuando após, pelo esforço exercido por quatro músculos (supra espinhoso, infra espinhoso, sub escapular e redondo menor) que se unem recebendo uma denominação única; tendão do manguito do rotator.

Ao atingir aproximadamente 60 graus de abdução, o úmero encontra resistência na articulação acrômio clavicular, obrigando que a escápula participe do movimento, deslizando. Caso isto não ocorra, por oposição de uma força contrária, as estruturas interpostas entre a cabeça do úmero e a articulação acrômio clavicular (bolsa sinovial e tendão do manguito dos rotatores) sofrem um traumatismo por esmagamento cuja magnitude é variável, sendo que o mesmo processo pode ocorrer em movimentos de circundução contra resistência.

Quando nos referimos à Síndrome do Impacto, estamos falando do impacto compressivo sofrido por estas estruturas, cuja magnitude poderá determinar desde pequenas tendinites do manguito dos rotatores até mesmo a ruptura de alguns dos seus tendões.

Diversas atividades cotidianas, bem como atividades esportivas e de recreação são responsáveis por esta doença que é encontrada, com certa freqüência, em nadadores de borboleta, tenistas, jogadores de volley, praticantes de musculação, praticantes de ginástica localizada, donas de casa e mesmo executivos.

Particularmente nas donas de casa, os hábitos de estender roupas em varais altos, pegar objetos em armários altos ou mesmo pegar suas bolsas deixadas no banco de trás do carro, obrigam a um movimento de alavanca contra resistência, fazendo com que ocorra um atrito entre o tendão do grupo muscular denominado manguito dos rotadores e a articulação acrômio clavicular, causando micro ou macro traumatismo. Como conseqüência desta lesão, ocorrerá um processo inflamatório que, no caso do tendão envolvido, será definido como tendinite do supra espinhoso, tendinite do sub escapular, tendinite do infra espinhoso, bursite subacromial - deltoidiana etc . De todas as estruturas do ombro, é o tendão do supra espinhoso o mais comumente acometido. Nos indivíduos mais idosos esta alteração é mais comum, em virtude de um processo degenerativo tissular da própria idade, acrescido de menor grau de elasticidade do tendão. Uma vez confirmado o diagnóstico desta alteração, a correção do movimento errado associado ao uso de antiinflamatórios e às infiltrações com ácido hialurônico de baixo peso molecular, produzem excelentes resultados.

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Síndrome do Impacto

Tendinite do bíceps

Na face anterior do braço encontramos o músculo bíceps braquial, que é formado por duas porções (uma curta e uma longa). Como regra, as patologias do bíceps acometem a porção longa do mesmo, que é aquela onde o esforço de alavanca é mais intenso.

O bíceps braquial é o principal músculo envolvido na flexão do cotovelo, funcionando ainda como músculo acessório na flexão do ombro. Participa de atividades musculares do dia a dia, já que a flexão do braço é primordial.

Além da patologia inflamatória do bíceps por micro traumatismos de repetição ou excesso de carga, por vezes, pode ocorrer a sua ruptura, quando a alavanca de esforço é superior ao limite de resistência do tendão ou do músculo. Dentre os esportistas mais sujeitos aos processos inflamatórios e às

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rupturas do bíceps, encontramos os praticantes de musculação e ginástica localizada, onde o uso excessivo de peso, séries de repetição prolongadas ou mesmo o mau uso dos aparelhos causam ou uma isquemia destas estruturas ou um esforço anormal do eixo de tração, o que vem a acarretar o processo.

Capsulite retrátil

Conhecida também com a denominação de Ombro Congelado, é esta doença um processo inflamatório da cápsula articular que, em virtude da não movimentação do ombro por alguma das doenças já abordadas, vai sofrendo, paulatinamente, um processo de retração, sendo esta uma evolução normal das doenças anteriores, quando não tratadas de maneira conveniente. Para o tratamento desta afecção, torna-se indispensável o reconhecimento do fator causal primário e a sua regularização, sendo que, sem estes, qualquer abordagem terapêutica utilizada não terá o efeito desejado.

Uma vez tratado o fator causal primário, a instituição de um programa de reabilitação bem elaborado associado a medidas analgésicas, antiinflamatórias e, por vezes, a dilatação da cápsula articular por injeção de substâncias expansivas, será de grande valia no processo de recuperação funcional.

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Lesões do Cotovelo

A tendinite de cotovelo (processo inflamatório do tendão que se insere na região do cotovelo, responsável pela extensão do punho e dos dedos) possui em esportes como o tênis, o golfe, o beisebol, o squash e o boliche, seu publico alvo. TENIS ELBOW - conhecida também como epicondilite de tenista ou epicondilite lateral, via de regra, é resultante de movimentação errada. No tênis, ocorre quando do backhand ou revés errado (movimento travado), podendo ainda ocorrer por encordoamento inadequado da raquete, mal empunhadura da mesma ou calibre errado do cabo (grip).

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Anatomia do Cotovelo

Por se manifestar como uma alteração inflamatória que envolve o tendão da musculatura extensora comum dos dedos e do punho, em sua fase aguda é ela bastante incapacitante, visto que, esta musculatura, participa de praticamente todos os movimentos de MMSS (membros superiores) durante o dia a dia. Atividades simples tais como escovar os dentes, pegar uma xícara de café, carregar uma pasta, abrir uma maçaneta de porta, escrever, pentear os cabelos, utilizam estes grupos musculares.Esta mesma patologia acomete outros grupos como os jogadores de boliche, as donas de casa que têm por hábito torcer roupas pesadas, jogadores de pebollin, eletricistas, mecânicos etc.:Por ser uma patologia secundária à um esforço anormal, seu tratamento se apóia, primeiramente, no repouso dos grupos musculares acometidos, seguido de métodos antiinflamatórios e de uma faixa de descarga cuja finalidade é diminuir a alavanca na origem dos tendões acometidos

Faixa de Descarga

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EPITROCLEITE - conhecida também como tendinite de golfista; é a inflamação do tendão do músculo palmar longo, acomete a face interna do cotovelo (epitróclea). É ela resultante de esforços como o de segurar o taco com muita força, movimento anormal de swing, impacto quando o taco atinge ao mesmo tempo a bola e o solo ou da repetição excessiva de jogadas para sair de um "stand trap". O tendão que está acometido nesta alteração é o da musculatura flexora dos dedos e do punho na sua inserção no cotovelo

Esta mesma doença acomete também jogadores de baiseball, sendo que neste caso resulta ela de movimentos travados e executados fora do eixo completo. Seu tratamento é idêntico ao anterior, sendo importante para a não recidiva da doença a correção do movimento e fortalecimento dos tendões dos músculos envolvidos.

Patologias do Punho e Mãos

As tendinites e tenossinovites de mão e punho podem ter diversas etiologas. Doenças reumatológias, distúrbios metabólicos, tumores, doenças infecciosas e traumas são os responsáveis por estas alterações. Quando resultantes de micro traumatismos de repetição ou macro traumas, são elas enquadradas como LER (lesões por esforços repetitivos) que, uma vez identificadas como sendo secundários a esforços realizados no trabalho, são diagnosticadas como DORT (doença osteo articular relacionada ao trabalho).

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Entre as queixas mais recorrentes estão dores, sensações de peso e cansaço, formigamento.

Tendinite ou tenossinovite do polegar

Também chamada de tendinite de DE QUERVAIN, consiste ela de um processo inflamatório que acomete os tendões do abdutor longo e extensor curto do polegar que, ao passar por um túnel formado pela epífise do radio em sua parte inferior, pela apófise da estilóide radial e pelo ligamento posterior do carpo sofre, um processo inflamatório. Geralmente é resultante de um excesso de movimento com o punho em situação não fisiológica, com um desvio ulnar, radial ou em flexão. Das alterações que acometem o punho, é ela a mais freqüente em esportistas podendo, no entanto, ocorrer em patologias sistêmicas, na gravidez ou ainda, secundariamente a esforços repetitivos. Dentre os esportes que causam esta lesão, podemos citar o tênis de mesa, o esgrima, o pebollin, a musculação e os exercícios localizados com peso como os principais causadores desta afecção.

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Tendinite ou tenossinovite digital estenosante

Também chamada de dedo em gatilho, é uma doença inflamatória bastante comum em donas de casa. Observamos nesta doença uma nodosidade que resulta de uma fibrose tendínea na primeira polia anelar, próxima da articulação metacarpo falangeana. Via de regra secundária à macro trauma localizado, é comum em donas de casa que possuem o hábito de carregar sacolas de super mercado onde o excesso de peso forma uma zona de pressão localizada.Dentre os locais acometidos, é mais comumente encontrada no tendão flexor do 4º e 3º dedo. O nome dedo em gatilho vem do fato de no movimento de extensão do dedo, o espessamento ou nódulo tendíneo dificultar a passagem do tendão pela sua polia correspondente, causando um sobre salto. Quando isto ocorre assemelhando-se ao disparo do gatilho do revólver.

Tendinites dos extensores e flexores dos dedos e punhos

Bastante comum em atividades esportivas que utilizam raquetes e bastões, resultam, quase sempre, de um excesso de solicitação da musculatura envolvida no movimento. Encontrada também em donas de casa que executam suas tarefas habituais, possui como seu grande mito a profissão de digitadores como sendo os indivíduos mais acometidos. São as tendinites destes grupos musculares também secundárias a patologias sistêmicas, alterações hormonais, processos infecciosos e mesmo, estados fisiológicos como a gravidez. O encontro do fator desencadeante é de primordial importância no tratamento desta lesão que, por regra, responde bem ao repouso e uso de medicamentos e métodos antiinflamatórios.

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Lesões na pelve e quadril

As lesões no quadril, pelve e região inguinal são freqüentes no esporte, e acredita-se que a incidência dessas lesões seja superior à que é relatada na literatura. O diagnóstico é difícil, pois os sinais e sintomas clínicos são frequentemente incaracterísticos, além deste requerer um grande conhecimento da anatomia local e de suas patologias. As lesões mais comuns nessa região são as contusões, lesões musculotendinosas (principalmente de adutores e ileopsoas), lesões na articulação sacro-ilíaca, bursites e osteíte púbica (conhecida também como pubalgia). Outras lesões que podem ocorrer no atleta, porém menos comuns, são lesão do lábio do acetábulo (quadril) e fraturas por estresse ou por avulsão.

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As disfunções na articulação sacro-ílíaca merecem destaque, por serem comuns nos ciclistas e corredores, e muitas vezes são a causa das dores lombares que acometem esses atletas. Essas disfunções ocorrem devido à alterações biomecânicas, traumas repetitivos indiretos ou trauma direto (como cair em pé sobre uma perna só). Esta articulação é composta pelo sacro e por um dos ossos da pelve, o ilíaco. Quando o corpo está em movimento, ela também está em constante movimento, porém este é bem pequeno, já que esta é uma articulação bem estável. Além da capacidade de absorver o impacto, ela funciona como um suporte estrutural básico durante a postura de pé ou sentada. A dor decorrente da disfunção desta articulação pode ser bem localizada (bem acima dos glúteos, afastada da coluna cerca de 2 a 3 dedos) ou na região lombar. Tipicamente irradia para a região posterior da coxa (podendo ser confundida com a dor ciática), para a região do quadril e da virilha. É comumente confundida também com hérnia\protusão discal, distensão muscular, tendinites e bursites. Muitas vezes, a lesão da sacro-ilíaca pode estar relacionada com algumas destas patologias citadas acima, pois a pelve, o quadril e a coluna lombar são interligados e não podem ser vistas como estruturas separadas, e sim como partes de um todo.

Seguem abaixo algumas situações em que o atleta pode sentir dor:

Durante a atividade, principalmente durante o impacto do pé no chão; Dificuldade de cruzar as pernas – para colocar o tênis, por exemplo; Sensação de ter uma perna mais curta do que a outra; Dor e\ou estalido ao entrar e sair do carro, sentar e levantar da cadeira

O diagnóstico, como já foi dito, é difícil de ser feito. Muitas vezes o atleta já passou por vários médicos, obteve vários diagnósticos diferentes, sem de fato descobrir a origem de sua dor, que pode chegar a ser até incapacitante.Além do Raio-X, Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada, pode ser necessário a injeção de anestésico e antiinflamatório na articulação. Apesar de invasivo, este é o método que apresenta diagnóstico mais preciso. Se após a injeção, os sintomas do atleta diminuírem significativamente ou até desaparecerem, está comprovado que a dor realmente se origina de uma disfunção da sacro-ílíaca.

O tratamento conservador (não-cirúrgico) apresenta ótimos resultados, e consiste principalmente em:

Treinamento da estabilidade da pelve, do quadril e do tronco; Ênfase no fortalecimento da musculatura interna do abdome

(transverso), períneo e glúteo; Correção dos desequilíbrios musculares existentes; Técnicas de mobilização e manipulação articular (que devem ser

realizadas por osteopatas ou terapeutas manuais); Correção (quando possível) das alterações biomecânicas do atleta e da

técnica esportiva.

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Lesões do joelho

O joelho é uma articulação de extrema importância, sendo composto pelos ossos da coxa (fêmur) e da perna (tíbia), além da patela (antigamente chamada de rótula). A junção desses ossos depende de estruturas de suporte, como ligamentos, a cápsula da articulação e os meniscos, que garantem a estabilidade da mesma".

Introdução

Os meniscos são pequenas estruturas em forma de disco, que possuem as funções de absorção de impactos, permitem que os ossos se articulem adequadamente e aumento da estabilidade da articulação. Em cada joelho encontramos dois meniscos. Os ligamentos são estruturas que funcionam também para dar estabilidade à articulação, limitando alguns movimentos e impedindo que os ossos saiam de seu lugar normal. As lesões de joelho são bastante comuns em indivíduos que praticam esportes, e que estão submetidos a exercícios que levam a impacto, importante nessa articulação. O sofrimento crônico da articulação pode levar a dor, desgaste, problemas para andar, entre outros. Por isso, é importante que as pessoas que pretendem praticar exercícios procurem orientação médica/fisioterapêutica antes e durante essa prática, de forma a evitar complicações futuras.

Lesões de menisco

As lesões de menisco são raras na infância, ocorrendo principalmente no final da adolescência, com pico na terceira e quarta décadas de vida. A principal causa é o trauma ("acidentes agudos") da articulação, porém, após os 50 anos de vida deve-se principalmente a artrite do joelho. O menisco pode apresentar vários tipos de lesão: rupturas parcial, total e complexas. Além disso, a ruptura do menisco pode ocorrer sozinha ou associada à ruptura de ligamento. O indivíduo, geralmente, conta uma história de queda, rotação do joelho ou outro trauma, sente dor no joelho, apresenta-se mancando e a articulação mostra crepitações (barulhos, estalos) e limitação do movimento (o joelho não

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consegue se mover em todas as direções na amplitude normal). Nos casos de lesões leves e em que o paciente não está sentindo nenhum sintoma, não é necessária cirurgia. Já nos casos de dor persistente, pode ser realizado um exame chamado artroscopia. Nesse exame, um aparelho é introduzido na articulação e permite que o médico veja diretamente as lesões presentes. Durante o exame, pode ser feito o tratamento, com retirada da parte rompida do menisco. A recuperação total da função do joelho ocorre em 4-6 semanas. As lesões de algumas partes do menisco não precisam ser retiradas, pois elas recebem bastante sangue da circulação, e isso facilita a cicatrização da ruptura. Já as grandes rupturas exigem o reparo. Em alguns casos, é necessário também a reconstrução de um ligamento do joelho, para ajudar na estabilização da articulação e impedir que o joelho adquira uma movimentação anormal. Sabe-se que a retirada do menisco, em idade precoce, está associada a um risco maior de osteoartrite em idade mais jovem. Uma alternativa, que previne essa complicação, é o transplante de menisco, que leva a bons resultados. No futuro, outros tratamentos poderão permitir a regeneração do menisco.

Lesões de ligamentos

Os ligamentos trabalham em conjunto com os meniscos, e freqüentemente nas lesões agudas, ocorre comprometimento de mais de uma estrutura. Nas lesões de ligamentos, podemos observar estiramento com ou sem instabilidade do joelho ou ruptura completa do mesmo. Essas lesões acontecem muito comumente em atividades esportivas, quando o pé está fortemente apoiado no chão e a perna sofre uma rotação brusca. O indivíduo pode sentir o estiramento/ruptura do ligamento, e é incapaz de continuar a atividade que estava praticando. Alguns ligamentos são lesados mais freqüentemente do que outros, e cada um requer um tipo específico de tratamento. O paciente apresenta forte dor e pode mostrar também espasmos musculares. Em alguns casos, há derramamento de sangue dentro do espaço da articulação, uma situação chamada hemartrose. O médico sempre deve pesquisar uma possível lesão de menisco associada. Existe também a possibilidade de o comprometimento do ligamento ser crônico e o indivíduo conta que o joelho às vezes não completa o movimento. Freqüentemente, nesses casos, esses pacientes não procuram o médico logo que os sintomas iniciam-se, mas quando surgem outros sintomas como fraqueza muscular e piora da capacidade para andar. O tratamento indicado, como já dissemos, vai depender do ligamento lesado e da gravidade da lesão. Pode ser necessária reconstrução cirúrgica, especialmente em atletas. O processo de reabilitação, após a cirurgia, é de extrema importância para garantir a mobilidade completa da articulação. A grande maioria dos casos atinge recuperação completa ou quase completa da movimentação normal do joelho.

Deslocamento de patela

O deslocamento de patela é uma importante causa de hemartrose e deve sempre ser pesquisado nos casos de trauma agudo do joelho. Essa lesão ocorre quando o joelho está dobrado e a perna sofre uma força de "rotação para fora". É mais comum em mulheres, na segunda década de vida. O

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indivíduo relata que a patela deslocou "para fora", ou então pode falar que o restante do joelho deslocou "para dentro". Porém, geralmente, o deslocamento só é visualizado na hora em que ocorre, pois a redução (ou seja, a volta da patela para seu lugar normal) ocorre quando a pessoa estica a perna. Quando o médico examina o joelho, o paciente vai queixar-se de dor e desconforto quando a patela é movimentada ou quando o joelho é dobrado. Existem várias formas de tratamento para essa lesão, incluindo imobilização imediata associada a exercícios para fortalecimento muscular, imobilização com gesso por 6 semanas seguida de reabilitação, cirurgia, etc. É importante que se faça um estudo da presença de possíveis fatores predisponentes. Se o deslocamento ocorrer novamente, é necessário fazer um realinhamento da patela.

Lesões de tendão muscular

A ruptura de tendões dos músculos da coxa e da patela pode resultar de uma contração muscular excêntrica, como ocorre, por exemplo, quando um atleta tropeça e tenta não cair.

A ruptura do tendão do músculo quadríceps (músculo da coxa) ocorre mais freqüentemente após os 40 anos de idade. Geralmente, o tendão apresenta algumas alterações degenerativas, o que reforça a hipótese de que tendões normais não se rompem. Raramente, ocorre nos dois membros inferiores. A principal característica é que o paciente não consegue esticar a perna e, quando isso é tentado, observa-se a formação de um "buraco" logo acima da patela. O tratamento é cirúrgico. A ruptura do tendão da patela ocorre em indivíduos com menos de 40 anos de idade. O paciente não consegue esticar a perna, ativamente. A patela encontra-se deslocada para cima e pode-se sentir um defeito abaixo dela. O tratamento também é cirúrgico.

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Torção de Tornozelo

A torção, ou entorse do tornozelo, é uma lesão muito freqüente, na qual os ligamentos são alongados até se romperem parcial ou totalmente. Ela pode ocorrer quando pisamos em falso num buraco ou degrau, fazendo com que o pé gire para dentro devido ao peso do corpo, comprometendo os ligamentos do lado de fora ou de dentro do tornozelo, em geral os ligamentos de fora são os mais comprometidos.

Sintomas

A parte de fora do tornozelo, abaixo e a frente da ponta do osso (fíbula) apresenta dor e inchaço e, geralmente, fica roxa, e mais quente. Às vezes o inchaço é mais localizado e aparece uma saliência em forma de um ovo. Não se assustar.

O que fazer?

Em caso de torção, as atividades físicas devem ser suspensas e é preciso evitar apoiar o pé no chão. Você pode aplicar gelo por cerca de 20 minutos. Lembre-se de enrolar o gelo ou a bolsa gel gelada em um pano úmido para não queimar a sua pele. Mantenha o pé elevado e, sempre que houver dúvida sobre a gravidade da lesão, consulte um especialista.

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Como se alcança a recuperação?

Um médico pode determinar se há necessidade de se imobilizar o tornozelo por tempo variável. O tratamento com cirurgia é indicado apenas em casos muito graves e em atletas de alto nível. Em geral, apenas a suspensão das atividades e o uso de medicamentos, a critério médico, já resolvem o problema. É fundamental, no entanto, que você se preocupe com a recuperação do movimento, da força e do equilíbrio na região lesionada.

Quando retornar às atividades?

Para voltar às atividades físicas é preciso que seu médico autorize ou que você tenha recuperado todos os movimentos do tornozelo, para todos os lados. É importante que o tornozelo não apresente mais dor nem inchaço após os exercícios. Não force a região se a força muscular e o equilíbrio não estiverem restabelecidos.

Como voltar a pisar firme?

Para proteção do local, você pode usar uma tornozeleira ou enfaixamento quando voltar à prática de esportes, lembrando-se apenas de não apertar muito o tornozelo para não atrapalhar a circulação. No entanto, isso não substitui um bom fortalecimento muscular, às vezes é bom fazer exercícios com uma fisioterapeuta. Nunca volte a jogar direto, mas comece com movimentos mais simples de seu esporte. E, em caso de dúvida, procure um especialista no assunto.

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Exercícios de reabilitação para entorse ou fratura do tornozelo:

Os exercícios a seguir são apenas um guia de tratamento básico, por isso o paciente deve fazer a reabilitação acompanhado de um fisioterapeuta, para que o programa seja personalizado.

A fisioterapia conta com muitas técnicas e aparelhos para atingir objetivos como analgesia, fortalecimento muscular, manutenção ou ganho da amplitude de movimento de uma articulação, etc, e por isso, o tratamento não deve ser feito em casa e sem a supervisão de um profissional.

1 - Alongamento Com a Toalha:

Sentar sobre uma superfície firme, com a perna lesionada estendida à frente do corpo.  Laçar o pé com uma toalha e puxá-la,suavemente, em direção ao corpo, mantendo os joelhos estendidos.  Manter essa posição por 30 segundos e repetir 3 vezes. Para um bom alongamento, é necessário sentir, apenas, um desconforto, não devendo permitir uma dor aguda.  Quando esse alongamento for muito fácil, deve-se iniciar o alongamento da panturrilha em pé.

2 - Alongamento da Panturrilha em Pé:Ficar de pé, com os braços estendidos para frente e as mãos espalmadas e apoiadas em uma parede na altura do peito. A perna do lado lesionado deve estar, aproximadamente, 40 cm atrás da perna do lado são. Manter o lado lesionado estendido, com o calcanhar no chão, e inclinar-se contra a parede. Flexionar o joelho da frente até sentir o alongamento da parte de trás do músculo da panturrilha, do lado lesionado. Manter essa posição de 30 a 60 segundos e repetir 3 vezes.

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3 - Alongamento do Músculo Soleo:

Em pé, de frente para parede com as mãos na altura do peito, com os joelhos levemente dobrados e o pé lesionado para trás, gentilmente apoiar na parede até sentir alongar a parte inferior da panturrilha. Virar o pé lesionado levemente para dentro e manter o calcanhar no chão.

Manter essa posição por 30 segundos e repetir 3 vezes.

4 - Arco do Movimento do Tornozelo:Pode ser feito sentado ou deitado. Com a perna esticada e o joelho apontando para o teto, movimentar o tornozelo para cima e para baixo, para dentro e para fora e em círculos.Não dobrar o joelho enquanto estiver fazendo esse exercício. Repetir 20 vezes para cada direção.

5 - Exercícios Com a Faixa Terapêutica:

A - Resistência a dorsiflexão:

Sentado com a perna lesionada estendida e o pé perto de uma cama, enrolar a faixa ao redor da planta do pé. Prender a outra extremidade da faixa no pé da cama. Puxar os dedos do pé, no sentido do corpo. Lentamente, retornar à posição inicial.

Repetir 10 vezes e fazer 3 séries.

B - Resistência à flexão plantar:

Sentado com a perna lesionada estendida, laçar a planta do pé com o meio da faixa. Segurar as pontas da faixa com ambas as mãos e, suavemente, empurrar o pé para baixo apontando os dedos do pé para frente, tencionando a faixa terapêutica (thera band), como se estivesse acelerando o pedal de um carro.

C - Inversão com resistência:

Sentar com as pernas estendidas, cruzar a perna não lesionada sobre o

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tornozelo lesionado. Enrolar a faixa no pé lesionado e em seguida laçar pé bom, para que a faixa terapêutica (thera band) fique com uma ponta presa. Segurar a outra ponta da faixa terapêutica (thera band) com a mão. Virar o pé lesionado para dentro e para cima.

Retornar à posição inicial. Fazer 3 séries de 10.

D - Eversão com resistência:

Sentado, com ambas as pernas estendidas e a faixa laçada em volta de ambos os pés. Lentamente, virar o pé lesionado para cima e para fora.

Manter essa posição por 5 segundos. Fazer 3 séries de 10.

 6 - Elevação dos Calcanhares:

Segurar em uma cadeira e suspender o corpo sobre os dedos dos pés, tirando os calcanhares do chão. Manter esta posição por 3 segundos e, lentamente, voltar à posição inicial.

Repetir 10 vezes e fazer 5 séries.

À medida que o exercício ficar fácil, levantar, apenas, o lado lesionado.

7 - Elevação Dos Dedos do Pé:

Em pé, tirar os dedos do chão. No início pode-se balançar para trás sobre os calcanhares, de maneira que os dedos dos pés saiam do chão, para facilitar o exercício.

Manter essa posição por 5 segundos e fazer 3 sériesde 10.

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8 - Equilíbrio Sobre Uma Perna:

Ficar em pé, sem apoiar em nada e equilibrar-se

sobre a perna lesionada. Não deixar que o arco do pé aplaine-se, nem que os dedos do pé se dobrem. Começar com os olhos abertos e, posteriormente, tentar fazer o exercício com os olhos fechados.

Manter a posição sobre uma única perna por 30 segundos.

Repetir 3 vezes.

9 - Pular Corda:

Pular corda com as duas pernas, por 1 minuto, depois apenas sobre a perna lesionada, por 1 minuto.

Se ficar fácil, aumentar o tempo.

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10 - Tábua de Equilíbrio:

Esse exercício é importante para restaurar o equilíbrio e a coordenação do tornozelo. Subir em uma tábua de oscilação e equilibrar-se apoiando sobre ambas as pernas e depois, sobre a perna lesionada.

Fazer isso por 2 a 5 minutos, 3 vezes ao dia. Uma cadeira pode ser colocada em frente ao paciente, para ajudar a equilibrar-se.

Fratura de Tornozelo

No tornozelo, existem duas protuberâncias ósseas, chamadas maléolos, que

são as extremidades distais dos dois ossos da perna, a fíbula e a tíbia. Quando

um ou os dois ossos são fraturados, considera-se fratura de tornozelo.

Como ocorre?

A causa mais comum dessa fratura é o passo em falso seguido de torção; mas

existem outras possibilidades de causas, como:

• Quedas;

• Esportes de contato;

• Pancadas fortes;

• Acidentes automobilísticos; entre outras.

Existem diversos tipos de fraturas. Cada um determina a gravidade da lesão e

seu tratamento:

• Fratura Sem Deslocamento: Os pedaços do osso quebrado permanecem

alinhados.

• Fratura Com Deslocamento: Os pedaços do osso quebrado perdem o

alinhamento.

• Fratura Fragmentada: O osso é fraturado em mais de duas partes.

• Fratura Exposta: A pele é rasgada, muitas vezes pelo próprio osso fraturado,

que fica em contato com o ar, o que facilita a entrada de bactérias no corpo,

aumentando o risco de infecção.

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• Fratura Fechada: Não há perfuração da pele pelo osso fraturado.

• Fratura de Impacto: As extremidades do osso fraturado se aproximam.

• Fratura de Avulsão: O músculo ou o ligamento, que se insere no osso,

arranca um pedaço dele, afastando esta porção do restante do osso.

• Fratura Patológica: O osso foi enfraquecido ou destruído por enfermidade

(como osteoporose), facilitando a fratura.

Quais são os sintomas ?

Os sintomas da fratura de tornozelo podem incluir:

• Um estalo na hora da lesão.

• Dor aguda após o trauma.

• Perda da função (dor ao movimentar o tornozelo).

• Edema.

• Deformidade.

• Descoloração da pele ou hematomas, que aparecem horas ou dias após a

lesão.

Como é diagnosticada?

Para diagnosticar uma fratura de tornozelo, o médico verificará os sintomas, o

mecanismo da lesão e examinará a articulação do paciente.

Radiografias devem ser solicitadas. Vários ângulos diferentes podem ser

radiografados, para localizar com precisão o local da fratura.

Como tratar?

O tratamento imediato consiste em imobilização, elevação, compressão e a

aplicação de compressas de gelo. O médico talvez precise colocar o osso do

tornozelo de volta no lugar e engessá-lo, por seis a oito semanas.

A cirurgia é necessária quando o osso do tornozelo não pode ser alinhado com

perfeição antes de ser engessado. Nas primeiras duas ou três semanas após a

lesão, o paciente deve manter o tornozelo elevado sobre um travesseiro. O

gesso não deve ser molhado, e por isso deve ser coberto com um plástico na

hora do banho.

O uso de muletas ou bengala poderá ser indicado pelo médico, neste caso ele

instruirá o paciente o quanto de peso pode ser apoiado sobre a perna.

Não se deve coçar a pele em volta do gesso ou usar objetos (como cabide,

agulha de tricô, etc) para coçar a pele coberta pelo gesso.

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Como se cuidar?

• A alimentação deve ser variada e contar com alimentos nutritivos.

• Descanso.

• Elevação da perna, sempre que possível para evitar o edema.

O médico deverá ser chamado imediatamente se:

• O edema se apresentar acima ou abaixo da fratura.

• As unhas dos dedos dos pés ficarem cinza ou azul, mesmo quando a perna

estiver elevada.

• Houver falta de sensibilidade da pele abaixo da fratura.

• Houver dor prolongada no local da fratura dentro do gesso ou aumento de dor

que não possa ser atenuada com a elevação da perna ou com a ingestão de

analgésicos.

• Houver ardência dentro do gesso.

Quando retornar ao esporte ou à atividade?

O objetivo da reabilitação é que o retorno do paciente ao esporte ou à atividade

aconteça o mais breve e seguramente possível. O retorno precoce poderá

agravar a lesão, o que pode levar a um dano permanente.

Todos se recuperam de lesões em velocidades diferentes e, por isso, para

retornar ao esporte ou à atividade, não existe um tempo exato, mas quanto

antes o médico for consultado, melhor.

O retorno ao esporte acontecerá, seguramente, quando o paciente:

• Possuir total alcance de movimento do tornozelo lesionado, em comparação

ao tornozelo são.

• Possuir total força do tornozelo lesionado, em comparação ao tornozelo são.

• Correr em linha reta, sem sentir dor ou mancar.

• Correr em linha reta, a toda velocidade, sem mancar.

• Fizer viradas bruscas a 45º, inicialmente a meia velocidade e, posteriormente,

a toda velocidade.

• Pular com ambas as pernas e somente com a perna lesionada, sem sentir

dor.

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Referências:

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