104
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS TERRITÓRIO DA CIDADANIA DO MÉDIO ALTO URUGUAI - RS MELHORIA NA MATRIZ PRODUTIVA AGRÍCOLA REGIONAL 2ª edição Apoio: Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA Secretaria do Desenvolvimento Territorial/SDT

Médio Alto Uruguai - RS

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Médio Alto Uruguai - RS

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS

TERRITÓRIO DA CIDADANIA DO MÉDIO ALTO URUGUAI - RS

MELHORIA NA MATRIZ PRODUTIVA AGRÍCOLA REGIONAL

2ª edição

Apoio:

Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA Secretaria do Desenvolvimento Territorial/SDT

Page 2: Médio Alto Uruguai - RS

3

Universidade Regional Integrada do Alto

Uruguai e das Missões Reitor Luiz Mario Silveira Spinelli Pró-Reitora de Ensino Rosane Vontobel Rodrigues Pró-Reitor de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação Giovani Palma Bastos Pró-Reitor de Administração Clóvis Quadros Hempel Campus de Frederico Westphalen Diretor Geral César Luís Pinheiro Diretora Acadêmica Silvia Regina Canan Diretor Administrativo Nestor Henrique De Cesaro Campus de Erechim Diretor Geral Paulo José Sponchiado Diretor Acadêmico Elisabete Maria Zanin Diretor Administrativo Paulo Roberto Giollo Campus de Santo Ângelo Diretor Geral Maurílio Miguel Tiecker Diretora Acadêmica Neusa Maria John Scheid Diretora Administrativa Gilberto Pacheco Campus de Santiago Diretor Geral Francisco de Assis Górski Diretora Acadêmica Michele Noal Beltrão Diretor Administrativo Jorge Padilha Santos Campus de São Luiz Gonzaga Diretora Geral Sonia Regina Bressan Vieira Campus de Cerro Largo Diretora Geral Edson Bolzan

CONSELHO EDITORIAL DA URI Presidente

Denise Almeida Silva (URI)

Conselho Editorial

Adriana Rotoli (URI)

Alexandre Marino da Costa (UFSC)

Alfredo Zenén Dominguez González (UMCC, Cuba)

Breno Antonio Sponchiado (URI)

Carmen Lucia Barreto Matzenauer (UCPel)

Claudir Miguel Zuchi (URI)

Dieter Rugard Siedenberg (UNISC)

Edite Maria Sudbrack (URI)

Gelson Pelegrini (URI)

José Alberto Correa (Universidade doPorto, Portugal)

Leonor Scliar-Cabral ProfessorEmeritus (UFSC )

Liliana Locatelli (URI)

Luis Pedro Hillesheim (URI)

Márcia Lopes Duarte (UNISINOS)

Maria Arleth Pereira (UFSM)

Marilia dos Santos Lima (PUC-RS)

Nestor Henrique De Césaro (URI)

Patrícia Rodrigues Fortes (URI)

Capa/arte: André Forte Projeto gráfico e impressão: Revisão Linguística: Denise A. Silva, Wilson Cadoná Revisão Metodológica: Franciele da S. Nascimento

Page 3: Médio Alto Uruguai - RS

4

Antonio Joreci Flores Rosi Maria Prestes (Orgs)

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS

TERRITÓRIO DA CIDADANIA DO MÉDIO ALTO URUGUAI - RS

MELHORIA NA MATRIZ PRODUTIVA AGRÍCOLA REGIONAL

2ª edição

Apoio:

Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA Secretaria do Desenvolvimento Territorial/SDT

Frederico Westphalen - RS – 2010

Page 4: Médio Alto Uruguai - RS

5

© 2010 by Antonio Joreci Flores; Rosi Maria Prestes

Catalogação na fonte: Bibliotecária Lucia Giacomoni CRB 10/1726

Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

Colaboradores da URI: Antonio Moreira, Claudia Cristina Wesendonck, Eloisa Duarte, Fatima Terezinha Marangon Gelson Pelegrini, Germano José Hartmann, Luis Pedro Hilleschein, Marcos Antonio Ritterbuch, Tiago Galli

Editora: URI FREDERICO WESTPH

URI – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Prédio 8, Sala 108 Campus de Frederico Westphalen:

Rua Assis Brasil, 709 – CEP 98400-000 Tel.: 55 3744 9223 – Fax: 55 3744-9265

E-mail: [email protected]

Impresso no Brasil Printed in Brazil

Ficha catalográfica ISBN-

Page 5: Médio Alto Uruguai - RS

6

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Luiz Inácio Lula da Silva

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA

Miguel Soldatelli Rossetto

Ministro do Estado do Desenvolvimento Agrário – MDA

José Humberto Oliveira

Secretário de Desenvolvimento Territorial – SDT

Nilton de Bem

Delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA no RS

Ruben Wiest

Consultor Estadual da Secretaria do Desenvolvimento Territorial - SDT

Loitamar de Almeida

Consultor Estadual da Secretaria do Desenvolvimento Territorial - SDT

Jamir Centenaro

Assessor do Território da Cidadania Médio Alto Uruguai-RS

Page 6: Médio Alto Uruguai - RS

7

ENTIDADES COMPONENTES DO CODETER (COLEGIADO DO

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL)

TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO URUGUAI/RS

MUNICIPIO ENTIDADE TITULAR SUPLENTE Palmitinho APROLPAL José Salvador Nunes Josimar dos Santos Seberi ARCAFAR Valdir Jorge Stival Elisandra Manfio Zonta Frederico Westphalen Associação Apoio

Regional Cristiane Botezini Albarello

Roque Koch

Fred Westphalen ASTRMAU/FETAG Célio de Pellegrin João Kovoski Seberi ATS e MPA Adelcio Schaferdecker Jéferson Luiz Prestes Nonoai CERAC Ari da Silva Osório Valdemar Martins da

Silva Ametista do Sul COGAMAI Antonio Sganzerla Vitorino Teles Fred Westphalen Comitê de

Gerenciamento de Bacia Hidrográfica do Rio da Várzea

Lucas Simm

Marcia Faccin

Novo Xingu Conselho Agropecuário Maria Klann Wahlbrinck

Vicente Dutra Conselho da Educação Daiane Tomasi Gilséia M. Rigon CâmaraTaquaruçu do Sul Conselho Meio

Ambiente Geraldino Camargo Tânia Andreola

Rodeio Bonito Consórcio Intermunicipal do Alto Uruguai

Moacir Enio Tomasi Osório Valduga

Liberato Salzano COOCAMPO Luiz de Carli Luiz Carlos Servini Constantina COOPAC Adir Antonio Lazzaretti Ivor Vicentini Planalto COOPAGRISERVI Luis Henrique Henz

Moresco Neuri Nardi

Trindade do Sul COOPATRIN Senair Jose Modesti Etelvino Luiz Previatti Constantina COOPERAC Cedemir Ludke Idalino Conteratto Erval Seco COOPERBIORGA Balduro Julio Dieckow André Wasem Jaboticaba COOPERJAB LTDA Irramir Jose Rubin

Piccin Paulo Rossato Piovesan

Nonoai COPEN-FAC Joarez Paulo Czechowski

Oseias da Silva Foretes

Seberi CORAC Carlinhos Bertin Valdir Jorge Stival Liberato Salzano CREHNOR João José Klein Valdir A. Zotti Pinhal CRELUZ Paulo Antônio Enderle Adilson A. Batista Constantina CRESOL Claudinei Tomazelli Valdir Lazzaretti Fred Westphalen DIOCESE Claudir Miguel Zuchi Chapecó SC FETRAF - SUL Vilson Alba Olivar Lazaretti Fred Westphalen Fórum Regional das

Águas e Pedras Preciosa Alberto Fréo Sergio

Rodeio bonito FUNAI Arnoldo Pedro Pinto Marijara Dazi São José das Missões Igreja Assembléia de Alceu Vilante Dias Gilmar Soares

Page 7: Médio Alto Uruguai - RS

8

Deus Ametista do Sul MPA André Luiz Capra Nelson Ceratti Fred Westphalen Mulheres

ASTRMAU/FETAG Janes Ciprandi Neides Perini Ferigolo

Constantina Mulheres da Agricultura Familiar (Coletivo de Mulheres)

Cleusa Rabaioli Tomazelli

Gloria Barbosa Zanatta

Frederico Westphalen Programa Redes de Cooperação

Adilson José Fabris Andrea Zamin Saad

Boa Vista Missões RECOSOL Jose Carlos Chierentin João Maria Galvão de Bem

Frederico Westphalen Universidade Regional Integrada URI

Antonio Joreci Flores Rosi Maria Prestes

CODEMAU Marcia Faccin Edemar Girardi Gramado dos Loureiros Sergio Tozzi Roberto Machado Ametista do Sul COOGAMAI Antonio Sganzerla Vibrino Teles Nonoai COPENFAC Joarez Paulo

Czechowski Oseias da Silva Foretes

Nonoai CERAC Ari da Silva Osório Valdemar Martins da Silva

AMZOP Flávio Smaniotto Carlos Bueno Conselhos Munic. Ass. Social

Luciana Alves Roberta Morlin

Caiçara Entidades – STR e Assoc. de Pequenos Agric.

Lucidio Luiz Ceolin Ibanês Roggia

Trindade do Sul Conilixo Valdomiro José Boza Odair Adílio Pelicioli Associação dos

Hospitais Décio Favareto Nelson Scolari

Frederico Westphalen APROLFRED Vanderlei Zonta Rodrigo Marion Conselhos de Saúde Sinara Maroso de

Oliveira da Silva Joelci Machado Danette

MPA Marcelo Leal Telles da Silva

Odair Luis Bortoline

Via Campesina Plínio Simas Marcelo Leal Telles da Silva

Palmeira da Missões COOPERBIO Romário Rossetto Marcos Joni de Oliveira Liberato Salzano COOCAMPO Luiz de Carli Luiz Carlos Ceruini Território Médio Alto Uruguai

Núcleo de Mulheres Neides Ferigollo Debora Waleska Sasdelli Varoli

Frederico Westphalen ACVERMAU Melchior Ficagna Sandro M. Pereira Graff Caixa Econômica

Federal Eloi José Reichert Jacir Jose Luza

Passo Fundo Caixa Ruben valter Grams Paulo César de Lima Passo Fundo EMATER Cláudio Jose De Leon Leonir Bonavigo Passo Fundo EMBRAPA Jorge Cerbaro Osvaldo V. Vieira Frederico Westphalen Prefeitura Edson Antonio Borba Nilton Campos Engenho Velho Prefeitura Alan Foschiera Vicente Dutra Prefeitura Luis Salvador Augusto da Silva

Page 8: Médio Alto Uruguai - RS

9

Erval Seco Prefeitura Gilmar Leschewitz Maria Clélia de C. Castro Boa Vista Missões Prefeitura Daltro Lavrati Zanon Juliano Corteze Ametista do Sul Prefeitura Adriano José

Mezzaroba Antonio Moacir Tonet

Planalto Prefeitura Cirilo fronza Enio Pedro Legramante Rodeio Bonito Prefeitura Nilso Luis Dal Cortivo Emtromar Bortolini Vista Alegre Prefeitura Cleber Alcindo

Albarello Josemar Stona

Taquaruçu do Sul Prefeitura Gelson Pelegrini Graciela Pazuch Pessotto Pinhal Prefeitura Edmilson Pedro Pelizari Marilei Beltramin Novo Tiradentes Prefeitura Adenilson Della

Paschoa Romeu Aníbal Nicolini

São José Missões Prefeitura Remi Koch Sperling Everaldo Garzão de Lara Constantina Prefeitura Valdir Grison Gerri Sawaris Três Palmeiras Prefeitura Clovis Antônio Fontana Rafael Mottim Novo Xingu Prefeitura Gelcio Martinelli Jaime Edson Martini Novo Xingu Prefeitura Gelcio Martinelli Jaine Edson Martini Dois Irmãos Prefeitura Ézio Barzotto Adelar Teixeira Seberi Prefeitura Elton Cocco Martins Marcio Luiz Ceretta Sagrada Família Prefeitura Celso Manoel de

Almeida Barbosa

Lajeado Bugre Prefeitura José Alves da Silva Vilmar Santos da Silva Jaboticaba Prefeitura Joelso Faço Tarone Paulo Sérgio Chagas

Magalhães Caiçara Prefeitura Zílio Roggia Elizeu Luiz Liberalesso Trindade do Sul Prefeitura Antonio Redondo Alcir Francisco Muza Cristal do Sul Prefeitura Paulo Pedro Serafini Rafael Pereira Pinto Irai Prefeitura Mário Antônio Coelho

da Silva Luis Paulo Gonçalves

Cerro Grande Prefeitura Alcides Signor Paulo Lair Siqueira Rodrigues

Page 9: Médio Alto Uruguai - RS

10

COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO DIRIGENTE

Rosi Maria Prestes - URI

Luis Alberto Cadoná e Douglas Muller - CAFW

Romário Rossetto - MPA

Vilson Alba - FETRAF

Célio Pellegrini - FETAG

Adir Lazaretti - COOPAC

Senair Modesti – COOPATRIN

Marcia Faccin – CODEMAU

Gilmar Leschewitz – Prefeituras

COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO TÉCNICO

Douglas Muller/Volmar Trevisol – CAFW

Antonio Joreci Flores - URI

Cláudio de Leon - EMATER

Marcelo Leal - COOPERBIO

Davi Gabineski – Movimentos Sociais e Associações

Gelson Pelegrini – Prefeituras

DIREÇÃO DO CODETER

Gilmar Leschewitz – Coordenador Geral

Gelson Pelegrini – Coordenador do Núcleo Técnico

Adir Lazaretti – Coordenador do Núcleo Dirigente

Jamir Centenaro – Assessor do Território da Cidadania Médio Alto Uruguai/RS

Page 10: Médio Alto Uruguai - RS

11

SUMÁRIO PREFÁCIO ............................................................................................................................. 12

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 14

1 ASPECTOS METODOLÓGICOS DO PLANEJAMENTO ........................................... 21

1.1 Concepção de desenvolvimento sustentável ...................................................................... 21

1.2 Condicionantes para o desenvolvimento sustentável do território ..................................... 26

1.3 Metodologia ........................................................................................................................ 27

1.4 Visão de futuro ................................................................................................................... 28

1.5 Gestão e controle social ...................................................................................................... 28

2 PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO ............................................................... 30

2.1 Objetivos ............................................................................................................................. 30

2.2 Eixos aglutinadores ............................................................................................................ 31

2.2.1 Autogestão Territorial e Organização Social................................................................... 31

2.2.2 Melhorias na Matriz Produtiva ........................................................................................ 31

2.2.3 Associativismo e Cooperativismo ................................................................................... 32

2.2.4 Agroindustrialização da produção da Agricultura Familiar ............................................ 34

2.2.5 Organização da cadeia produtiva do leite ........................................................................ 35

2.2.6 Organização da cadeia da fruticultura ............................................................................. 37

2.2.7 Bioenergias ...................................................................................................................... 38

2.2.8 Apicultura ........................................................................................................................ 40

2.2.9 Assistência Técnica e Extensão Rural/ATER ................................................................. 41

2.2.10 Gênero ........................................................................................................................... 42

2.2.11 Economia Solidária ....................................................................................................... 43

2.2.12 Indígenas ........................................................................................................................ 44

2.2.13 Educação do Campo ...................................................................................................... 46

2.2.14 Agroecologia ................................................................................................................. 51

2.2.15 Gestão Ambiental .......................................................................................................... 52

2.2.16 Crédito para a Agricultura Familiar............................................................................... 54

2.2.17 Questões tecnológicas de apoio às ações de produção do território .............................. 56

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 58

ANEXO .................................................................................................................................... 59

IDENTIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO

URUGUAI/RS ......................................................................................................................... 59

Page 11: Médio Alto Uruguai - RS

PREFÁCIO

Como Universidade identificada com a sociedade regional e suas demandas entende-

se a velocidade e as modificações que estão ocorrendo no conjunto da sociedade nesta etapa

da contemporaneidade em que tudo, ou quase tudo, é feito com muita agilidade e, geralmente,

em disputas pela sobrevivência que pouco considera as questões mais humanas no processo

de desenvolvimento de um país e seus territórios.

Tendo consciência desta problemática e sabendo que podemos e devemos continuar

contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, ética e humana, e como URI,

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Universidade Comunitária

Campus de Frederico Westphalen,RS, espaço de excelência no saber, dedicamos nossos

esforços e contribuição para que este plano fosse construído.

Destacamos que o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável-PTDRS,

na sua segunda edição, foi construído com envolvimento e contribuições diretas de um

grande número de movimentos sociais, municípios, entidades representativas da região e,

principalmente, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA, através da

Secretaria de Desenvolvimento Territorial/SDT, que vem dedicando uma atenção especial a

essa política territorial, da qual esta região é componente.

O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável representa para o

território um grande instrumento de apoio ao desenvolvimento, principalmente, da atividade

primária, onde a agricultura familiar é muito representativa, pois a maioria da população

reside neste espaço e constrói sua vida nesta atividade e, em termos de renda, é desta

agricultura que a maior parte da renda regional é originária.

As propostas e projetos constantes no PTDRS são objetos em construção e podem

ser aperfeiçoados a cada momento. Mas é importante destacar que sua publicação, nesta nova

edição, representa o enriquecimento dos conhecimentos acumulados sobre a agricultura

familiar da região e em muito poderá contribuir com o desenvolvimento deste importante

setor da economia regional. Ainda, pode-se afirmar que sua publicação será de grande

Page 12: Médio Alto Uruguai - RS

13

utilidade para os municípios e segmentos sociais, pois representará um instrumento orientador

de políticas públicas e ações que merecem ser implementadas e aperfeiçoadas no território.

Neste sentido, como responsável pela execução deste importante documento, para

todos nós, a URI, como entidade executora, na parceria estabelecida com a Associação Apoio

Regional e sua equipe, agradece a importante contribuição que recebeu de pessoas e entidades

para elaborar este plano, bem como a referência recebida do Ministério do Desenvolvimento

Agrário, através da Secretaria do Desenvolvimento Territorial, em ter sido convidada a

executar tão importante tarefa para a sociedade regional.

Por isso, entendemos que esta etapa está vencida, todos os envolvidos nesta missão

estão de parabéns e esperamos que este trabalho, feito por várias pessoas e entidades, sirva de

apoio para o desenvolvimento Territorial que tanto buscamos e almejamos.

Para a Associação Apoio Regional, foi uma grande satisfação poder ter sido parte na

construção do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável-PTDRS e esperamos e

queremos continuar sendo parte nesta construção que todos estão realizando em benefício da

agricultura familiar regional.

É importante agradecer a cada pessoa envolvida nesta construção, por sua

colaboração e vontade de participar na elaboração deste instrumento de muita importância

para este território. Também agradecemos a toda a equipe de profissionais vinculados ao

Ministério do Desenvolvimento Agrário/MDA através de sua Secretária do Desenvolvimento

Territorial/SDT e todas as entidades e movimentos sociais do território, por suas

imprescindíveis contribuições nesta caminhada.

Pelo exposto, espera-se que sirva este Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável, nesta edição aperfeiçoada e revisada, como um despertar das potencialidades

existentes no Território e que todos percebam a necessidade de organização e capacitação

para melhorar as atividades existentes e ampliar com outras que sejam adaptáveis à região.

Frederico Wetphalen, RS, Novembro de 2010

URI – Campus de Frederico Westphalen, RS e Associação Apoio Regional

Page 13: Médio Alto Uruguai - RS

APRESENTAÇÃO

Nesta segunda edição, o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, do

Território da Cidadania do Médio Alto Uruguai, no Estado do Rio Grande do Sul, além de

manter as proposições e construções sociais da sua primeira etapa, buscou ajustes nas

proposições construídas e, além disso, oportunizou que novas temáticas fossem incluídas na

sua composição.

Este território apresenta fortes características do seu meio rural, o que representa

grande influência de suas ações para as demais atividades deste espaço geográfico,

significando que a agricultura familiar é o alicerce no desenvolvimento do território. Por isso,

é destacada, e as proposições deste plano estão demonstrando essa caracterização. Destaca-se

que em 2008 o Governo Federal lançou, o Programa Territórios da Cidadania. Esses

territórios têm como objetivos promover o desenvolvimento econômico e universalizar

programas básicos de cidadania por meio de uma estratégia de desenvolvimento territorial

sustentável. A participação social e a integração de ações entre Governo Federal, estados e

municípios são fundamentais para a construção dessa estratégia. Mesmo como atividade

predominante no território, a agricultura familiar enfrenta grandes dificuldades para melhor se

desenvolver de maneira sustentável.

O desenvolvimento da agricultura em geral e do setor rural em particular, na América

Latina e Caribe (ALC) enfrenta, na atualidade, novos desafios e oportunidades, como

resultado da crescente globalização de suas economias e da abertura comercial global.

Durante décadas, a ALC vem lutando por diminuir os contingentes de sua população pobre,

que ainda persiste no setor urbano e nas áreas rurais. Apesar disso, os resultados não foram os

esperados, boa parte, devido à excessiva centralização das decisões políticas e ao reduzido

número de centros urbanos de tamanho médio e grande, ocorrida em algumas regiões do

território nacional. Dessa forma, as políticas de estabilização econômica implementadas pela

maioria dos países, a partir da década de oitenta, reduziram drasticamente o investimento

público dirigido àquelas instituições que prestam serviços à população rural. Ambos os

fenômenos geraram impactos sociais, traduzindo-se em maiores níveis de pobreza, em todos

Page 14: Médio Alto Uruguai - RS

15

os setores da economia, e transformando-se em possíveis fatores desestabilizadores dos

sistemas socais nacionais (SEPÚLVEDA, 2005).

Ainda, Sepúlveda (2005) salienta que em todos os países apareceu, nos últimos anos,

uma nova tendência que impulsiona a descentralização das funções públicas e uma maior

participação das comunidades nos governos locais ou desenvolvimento que responda às

demandas da clientela e que tem como base operativa a participação cidadã, com a

perspectiva de que este processo aumente a eficiência no uso dos recursos públicos e garanta

uma distribuição mais equitativa entre as diferentes categorias sociais, assim como também

entre as diversas regiões de cada território nacional. Neste contexto, um dos principais

desafios que têm os países da América Latina e Caribe é promover os desenvolvimentos

sustentáveis de suas economias, cuja base seja a competitividade da agricultura com níveis

crescentes de equidade social, espacial e ecológica. O redirecionamento político-

administrativo do processo de tomada de decisões para as municipalidades revela um

conjunto de novas necessidades operativas e funcionais dos próprios governos locais. Entre

esses, pode-se mencionar os instrumentos que orientam a canalização eficiente de recursos

financeiros para prioridades de investimentos tecnicamente definidos e o desenvolvimento de

recursos humanos apropriados, para facilitar a sinergia pró-ativa como capital social das

localidades.

As políticas propostas, neste Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

Sustentável, para o território do Médio Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, na sua segunda

versão, objetivam proporcionar um melhor entendimento da caminhada histórica da

agricultura brasileira, estadual e regional, como fundamentação para um bom

desenvolvimento das propostas de melhorias na agricultura familiar do território. Neste

sentido, entende-se de grande importância a contribuição histórica descrita por Brum &

Trennepohl (2004) comentando que, nas duas últimas décadas do século XX, ocorreram

amplas e profundas mudanças no mundo. A década de 1970 havia sido marcada

principalmente pelas crises do petróleo (1973 e 1979). Essa mudança provocou em todos os

países, sobretudo naqueles dependentes de petróleo importado, uma forte reestruturação da

economia, das políticas econômicas (adoção de políticas recessivas) e de preços de todos os

bens, produtos e serviços. Além disso, desencadeou uma acentuada concentração de capitais,

com um imenso volume de dinheiro – os “petrodólares” – mudando de mãos, o fortalecimento

do setor financeiro e elevado endividamento dos países dependentes, particularmente da

América Latina.

Page 15: Médio Alto Uruguai - RS

16

Além disso, a década de 1980 foi assinalada pela crise da dívida externa dos países

emergentes e dos subdesenvolvidos. Diante do forte endividamento da maioria desses países e

do processo recessivo generalizado, os grandes bancos internacionais, que antes emprestavam

dinheiro com facilidade e refinanciavam o principal e os juros, suspenderam o crédito,

elevaram as taxas e passaram a exigir os pagamentos das parcelas vincendas da dívida e

também dos juros, o que pos os países endividados, entre eles o Brasil, numa situação de

sufoco. Os países desenvolvidos (ricos), por sua vez, para fazer frente à crise do petróleo mais

caro, adotaram, inicialmente, políticas econômicas recessivas, e, a seguir, forçaram a

reestruturação da economia e das empresas, cada vez mais tecnificadas/robotizadas,

investiram pesadamente em desenvolvimento científico e tecnológico e aceleraram o avanço

do processo de mundialização, ou globalização, da economia, sob a liderança do setor

financeiro, instrumentalizado principalmente pelo avanço das redes de comunicação –

especialmente a capacidade de comunicação instantânea, que permite fechar negócios e

transferir fortunas, vinte e quatro horas por dia, para qualquer parte do mundo, através de

simples apertar de botões (BRUM, TRENNEPOHL 2004).

Neste contexto cada vez mais globalizada, tanto a economia brasileira em seu todo

como a agricultura em particular, atravessaram cerca de duas décadas de dificuldades,

caracterizadas por aperto financeiro e de crédito e necessidade de reestruturação para ter

competitividade. Depois de outras tentativas, que se revelaram insuficientes, finalmente, na

virada do século, chegou-se a uma convergência de interesses, entre governos, agricultores,

movimentos sociais e cooperativas agropecuárias, que possibilitou o início da superação da

crise, com cautelosa participação do Estado.

A agricultura é atividade fundamental na vida de um país. Ela fornece a base da

alimentação da população e matéria-prima para as indústrias. Nos padrões que é praticada

hoje, e, ainda, tendo em vista suas interrelações com outros setores da economia, a atividade

agrícola cresce em importância. A agricultura foi, tradicionalmente, até 1970, a principal

fonte geradora de divisas do país (açúcar, café...). Se, de um lado, o produto agrícola, como

matéria prima, geralmente tem preço mais baixo no mercado, tanto interno como externo, de

um outro lado, é também verdade que a agricultura ocupa o centro de um conjunto de

atividades que vêm tendo expressão na economia do país. Essas atividades refletem até certo

ponto os altos e baixos da produção agrícola, esta ainda fortemente influenciada pelas

condições climáticas, pela incidência de doenças e pragas e pela flutuação dos preços. A

expansão da produção agrícola, por exemplo, impulsiona a indústria de bens de produção

Page 16: Médio Alto Uruguai - RS

17

(tratores, colheitadeiras etc.), bem como a agroindústria, que agrega valor à produção

primária, além de dinamizar a comercialização, o transporte e outras atividades.

Considerando todo o chamado complexo agroindustrial, ou agronegócio, isto é, a

agricultura propriamente dita mais as atividades a ela relacionadas: a montante, ou antes da

porteira da unidade de produção, a indústria de máquinas, implementos, equipamentos,

fertilizantes, inseticidas, herbicidas, fungicidas e outros insumos, e, à jusante, ou depois da

porteira, a armazenagem, indústria de transformação e beneficiamento, comercialização etc.,

sua expressão econômica é bem maior. Hoje, a agricultura familiar, o complexo agroindustrial

ou agronegócio são os setores mais dinâmicos da economia brasileira. Também é grande sua

participação como setor superavitário da nossa balança comercial com o Exterior, tendo

gerado constantes saldos positivos (BRUM, TRENNEPOHL, 2004).

Além desses componentes da agricultura brasileira e sua representatividade na

economia nacional, é importante destacar as questões regionais. Segundo Frantz & Neto,

(2005) na análise da formação dos Sistemas Agrários do Rio Grande do Sul, foi possível

perceber que as suas características diferenciais decorrem menos de fatores de natureza

geográfica e mais em função das características históricas da ocupação e das modalidades de

valorização das terras. Foi assim que se pôde entender o processo de formação de dois

grandes sistemas agrários dominantes no estado, um período predominantemente pastoril,

com incidência mais acentuada na metade Sul e o outro preponderantemente agrícola e com

maior presença na metade Norte. As características diferenciadas de solo, clima, formas de

ocupação e apropriação da terra deram origem a diversas combinações produtivas, permitindo

elaborar uma regionalização do estado para efeitos de identificação e análise dos principais

tipos de sistemas produtivos aí praticados.

Com o objetivo de propor um melhor desenvolvimento da agricultura familiar do

país, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, através da Secretaria de Desenvolvimento

Territorial, objetiva contribuir para o desenvolvimento harmônico de regiões onde

predominam agricultores familiares e beneficiários da reforma agrária e do reordenamento

agrário, colaborando para a ampliação das capacidades humanas, institucionais e da

autogestão dos territórios rurais.

As estratégias de apoio ao desenvolvimento sustentável dos territórios rurais têm como

diretrizes para a sua implementação, segundo o ministério:

Adotar a abordagem territorial como referência conceitual para a promoção do

Desenvolvimento Rural Sustentável;

Page 17: Médio Alto Uruguai - RS

18

Compreender o território como espaço socialmente construído, lugar de manifestação

de diversidades culturais e ambientais que expressam limites e potenciais para a promoção do

desenvolvimento rural sustentável;

Entender o desenvolvimento sustentável dos territórios rurais como um processo que

articula, de maneira integrada, as dimensões socioculturais, político-institucionais,

econômicas e ambientais;

Valorizar ações que estimulem a participação da diversidade de atores sociais nos

processos de elaboração, planejamento, implementação e gestão do desenvolvimento

sustentável dos territórios rurais, considerando as dimensões de gênero, etnia, geração e raça;

Adotar metodologias participativas e mecanismos de planejamento ascendente como

estratégias de fortalecimento dos processos de descentralização de políticas públicas,

estimulando a autogestão dos territórios;

Estimular a construção de alianças buscando fortalecer o protagonismo dos

agricultores familiares nos processos de gestão social das políticas públicas; atuar em sintonia

e sinergia com os vários níveis de governo, com as entidades da sociedade civil e

organizações dos movimentos sociais representativos dos diversos segmentos comprometidos

com o desenvolvimento rural sustentável centrado na agricultura familiar e na reforma

agrária;

Estimular a articulação entre as demandas sociais e as ofertas das políticas públicas,

promovendo instâncias plurais e participativas, que viabilizem espaços para discussão,

negociação, concentração e compartilhamento do poder decisório, no processo de gestão

social;

Priorizar a redução das desigualdades econômicas e sociais, atuando preferencialmente

em espaços de elevada concentração de agricultores familiares, assentados da reforma agrária

e acampados;

Incentivar processos de fortalecimento da participação dos diversos atores nas

instâncias colegiadas consultivas e deliberativas dos territórios, qualificando os mecanismos

de representação e participação direta para a gestão social de políticas públicas;

Incentivar o desenvolvimento sustentável considerando a importância da dinamização

econômica nos territórios rurais, com ênfase na agricultura familiar e na reforma agrária.

As áreas de resultados são objetos da construção da proposta de desenvolvimento

sustentável de territórios rurais por meio do acúmulo de experiências, análises e iniciativas

existentes Brasil e no exterior. O objetivo é inovar alguns aspectos da gestão pública,

Page 18: Médio Alto Uruguai - RS

19

apoiando iniciativas de desenvolvimento autógeno de populações que se identificam como

pertencentes a um mesmo território, neste caso, território “rural”.

Estes elementos precursores de coesão social e territorial são apropriados por um

processo de planejamento que procura organizar problemas e soluções, convocando os

poderes locais e a sociedade a assumirem papéis de protagonistas responsáveis pelas

iniciativas acordadas.

A abordagem territorial pode ser aplicada para diversos fins e em diversos ambientes

ou cenários. Busca sintetizar certo número de conceitos, convertidos em critérios, o que

configura uma “estratégia”, no nosso caso de “desenvolvimento rural sustentável”.

Para o ministério, o alcance do desenvolvimento territorial depende, além de fatores

externos ao controle das ações e iniciativas da SDT e seus parceiros diretos, de um conjunto

de atividades que incidem sobre eixos centrais de intervenção, por intermédio elaboração,

implementação e gestão do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável-PTDRS,

e da implantação do conjunto de projetos a ele vinculados.

Esses eixos centrais definidos pelo Programa e aqui denominados áreas de resultados

são:

a) Fortalecimento da Gestão Social

b) Fortalecimento das Redes Sociais de Cooperação

c) Dinamização Econômica nos Territórios Rurais

d) Articulação de Políticas Públicas.

Em apoio às políticas propostas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e na

clareza de sua identidade, responsabilidade com a socedade regional, principalmente a

agricultura familiar, e na certeza de que, de fato, a região passa a ter um instrumento

orientador de sua maior base econômica e social, que é o meio rural, a URI - Universidade

Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, URI, Campus de Frederico Westphalen,

RS, está determinada a compor com as demais entidades e segmentos sociais da região, um

grupo de apoio permanente à agricultura familiar regional. Por isso um de seus atos imediatos

foi aceitar sua indicação, pelas entidades e movimentos sociais, a formular convênio com o

Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através da Secretaria de Desenvolvimento

Territorial (SDT), para construir a segunda versão do PTDRS (Plano Territorial de

Desenvolvimento Rural Sustentável), em parceria com a Associação Apoio Regional,

entidade esta, identificada com as proposições de desenvolvimento territorial. O referido

plano deverá contribuir para a plena integração da população, a partir do resgate cultural e

recuperação econômica, bem como ser instrumento auxiliar na gestão social que permita aos

Page 19: Médio Alto Uruguai - RS

20

atores sociais e ao Estado negociar técnica e politicamente com todas as instâncias a

viabilização das ações projetadas.

Page 20: Médio Alto Uruguai - RS

1 ASPECTOS METODOLÓGICOS DO PLANEJAMENTO

1.1 Concepção de desenvolvimento sustentável

O termo território provém do latim territorium significando “pedaço de terra

apropriado”. Originalmente, há a associação de três ideias à palavra: a de dominação

(expressão de força e/ou poder dos indivíduos ou grupos sociais), de área dominada (recorte

espacial onde se projeta a dominação) e de limites (materiais ou imateriais).

Para Adib (2005), Território é um espaço geográfico caracterizado por aspectos

comuns de cultura, solo, clima, rios, organização social e coesões sociais, marcadas pelo

sentimento de pertencimento dos habitantes. Um espaço físico, geograficamente definido,

geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos caracterizados por critérios

multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as

instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam

interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais

elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial. As comunidades de

cada local possuem características específicas; portanto, buscam se apoiar naquilo em que são

boas, em relação às outras para definir suas estratégias, criar seus fatores de competitividade,

construir seu projeto de futuro. Portanto, os territórios (regiões) se organizam para definir suas

estratégias.

Segundo Becker (1996), “o modelo de desenvolvimento da agricultura moderna”,

instalado desde a década de 1940, tem se baseado em altas taxas de produtividade

proporcionadas pelo uso de máquinas agrícolas, fertilizantes químicos, sementes híbridas,

venenos químicos e, mais recentemente, a biotecnologia. Somente nos últimos anos vem se

reconhecendo o impacto ambiental deste tipo de desenvolvimento: destruição dos solos e

florestas, contaminação do ar, rios e mares. Somam-se ainda os problemas de saúde

provocados pela intoxicação dos trabalhadores agrícolas devido ao uso de agrotóxicos. No

espaço mundial, o desenvolvimento agrícola enfrenta o maior desafio da história da

humanidade. A produção de alimentos precisa deixar de agredir o meio ambiente, sem perder

a sua eficácia. Trata-se de entender a agricultura como uma totalidade que implica considerar

Page 21: Médio Alto Uruguai - RS

22

as diversas relações de interdependência entre produção, consumo de energia, fauna, solos,

florestas e os seres humanos.

Para Veiga, (1996), a maior parte das definições e interpretações sobre o

desenvolvimento sustentável coincidem nos seguintes elementos: manutenção de longo prazo

dos recursos naturais e da produtividade agrícola; minimização dos impactos adversos ao

meio ambiente; retorno econômico adequado aos produtores; otimização da produção com

um mínimo de insumos externos; satisfação das necessidades humanas de alimentos, renda e

atendimento das necessidades sociais das famílias e das comunidades rurais.

A ideia de desenvolvimento atual não está associada àquela dos anos 60 e 70, hoje

denominada de crescimento econômico. A experiência do Brasil e de outros países deixa

claro, ao longo dos últimos 50 anos, que desenvolvimento, entendido como melhoria de

qualidade de vida, é muito mais do que crescimento econômico. Portanto, debater diversos

aspectos ligados ao desenvolvimento regional se justifica na medida em que queremos superar

os círculos viciosos que dão origem à pobreza, permitindo alcançar uma melhor qualidade de

vida nas regiões enfocadas nas nossas análises. Desta forma, busca-se a melhoria da qualidade

de vida para população do meio rural, ou seja, desenvolvimento rural. A ação extensionista

orientada ao desenvolvimento sustentável deverá ser desviada de sua história a concepção

difusionista (baseada no “ensino”) e para dar lugar a uma prática social baseada na

“aprendizagem”, isto é, na construção de saberes adequados para impulsionar estilos de

agricultura e de manejo dos recursos naturais capazes de estabelecer patamares crescentes de

sustentabilidade (ETGES, 2001).

Estes autores ainda salientam que isso quer dizer que, mais do que dispor de um preciso

conceito de desenvolvimento sustentável, é necessário trabalhar na identificação e construção

de saberes ecológicos, agronômicos, econômicos e sociais que permitam, de forma

participativa, desenvolver processos toleráveis de exploração da natureza e compatíveis com

as exigências de reprodução social da agricultura familiar em seus diferentes extratos ou

segmentos. Sendo assim, é preciso estar sempre atento para as noções de sustentabilidade,

produtividade, estabilidade, equidade e qualidade de vida. A sustentabilidade não é algo

estático ou fechado em si mesmo, mas faz parte de um processo de busca permanente de

estratégias de desenvolvimento que qualifiquem a ação e a interação humana nos

ecossistemas. Este processo deve estar orientado por certas condições que, no seu conjunto,

permitam a construção e a conformação de um contexto de sustentabilidade crescente no

curto, médio e longo prazo.

Page 22: Médio Alto Uruguai - RS

23

A sustentabilidade pode ser entendida como algo muito dificil de acontecer uqase

uma útopia pois envolve mudança cultural, de comportamento, cujos efeitos refletem em toda

a sociedade, pois está diretamente associado ao modo de vida das pessoas, como se trabalha,

produz e ao modo com que os países e instituições conduzem suas políticas. Mas as pressões

de consumidores e organizações sobre as cadeias produtivas, e dos indivíduos sobre os

governos e instituições vêm gerando modelos de desenvolvimento e sistemas de gestão que

buscam compatibilizar o desenvolvimento econômico, o social e o meio ambiente. Os

interesses econômicos não podem ser esquecidos, mas podem e devem ser equilibrados com

as questões ambientais e sociais. propriedades se orientasse mais por fatores externos, como

as exigências postas pelas agroindústrias, do que por critérios de manutenção dos recursos

disponíveis em cada propriedade (PRESTES; BERTO; ROVER, 2010).

Segundo Becker, (1996), o desenvolvimento sustentável deverá garantir a igualdade

social através de mecanismos políticos, os quais deverão incentivar a substituição de capital

por mão de obra, reduzir os níveis de mecanização e o tamanho das propriedades, diversificar

a produção agrícola e dar ênfase à participação dos produtores no processo de

desenvolvimento. A transformação ou substituição de um modelo de desenvolvimento para

outro supõe um processo de transição que algumas vezes caminha a passo lento e, em outros

momentos pode trazer mudanças bruscas e qualitativamente diferenciadas. Esse processo de

transição significa a conversão de uma agricultura desequilibrada ou tradicional (produção

familiar voltada para o autoconsumo e com uso limitado de insumos externos à propriedade)

para uma agricultura ecológica e socialmente equilibrada. Esse processo de transição é lento,

mas o importante é que o mesmo está em curso.

A noção de desenvolvimento sustentável vem sendo utilizada como portadora de um

novo projeto para a sociedade, capaz de garantir, no presente e no futuro, a sobrevivência dos

grupos sociais e da natureza. Transforma-se, gradativamente, em uma categoria-chave,

amplamente divulgada, inaugurando uma via alternativa onde transitam diferentes grupos

sociais e de interesse como, por exemplo, políticos, profissionais dos setores público e

privado, ecologistas, economistas, agências financeiras multilaterais, grandes empresas, etc.

A noção de desenvolvimento sustentável tem como uma de suas premissas fundamentais

o reconhecimento da “insustentabilidade” ou inadequação econômica, social e ambiental do

padrão de desenvolvimento das sociedades contemporâneas. Esta noção nasce da

compreensão da finitude dos recursos naturais e das injustiças sociais provocadas pelo modelo

de desenvolvimento vigente na maioria dos países (ALMEIDA, 1997).

Page 23: Médio Alto Uruguai - RS

24

Para Kraemer (2005), diversas organizações estão cada vez mais preocupadas em

atingir e demonstrar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente. Neste

sentido, a gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades

relacionadas com qualquer empreendimento. Além dessa ferramenta, a questão envolve

também o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente, por intermédio de

sistemas de gestão, da busca pelo desenvolvimento sustentável, da análise do ciclo de vida

dos produtos e da questão dos passivos ambientais. A gestão ambiental é consequência natural

da evolução do pensamento da humanidade em relação à utilização dos recursos naturais de

um modo mais sábio, onde se deve retirar apenas o que pode ser reposto ou, caso isto não seja

possível, deve-se, no mínimo, recuperar a degradação causada. A mesma visa ordenar as

atividades humanas para que estas originem o menor impacto possível sobre o meio. Esta

organização vai desde a escolha das melhores técnicas até o cumprimento da legislação e a

alocação correta de recursos humanos e financeiros. A questão referida é um aspecto

funcional da gestão de um empreendimento, que desenvolve e implanta as políticas e

estratégias ambientais.

O caminho ideal a ser seguido é aquele em que as necessidades dos grupos sociais

possam ser atendidas a partir da gestão democrática da diversidade, nunca perdendo de vista o

conjunto da sociedade. A direção do desenvolvimento sustentável deixa de ser aquele linear,

que assumiu o desenvolvimento dominante até os dias de hoje; não mais, a marcha de todos

em uma só direção, mas o reconhecimento e a articulação de diferentes formas de organização

e demandas como base, sustentáculo a uma verdadeira sustentabilidade. O “modelo” de

desenvolvimento buscado seria, então, um modelo rico em alternativas, capaz de enfrentar

com novas soluções a crise social e ambiental. É preciso conceber um desenvolvimento que

tenha nas prioridades sociais sua razão-primeira, transformando, via participação política,

excluídos e marginalizados em cidadãos. Esta parece ser uma verdadeira chance para

reorganização consequente da sociedade, visando à sustentação da vida e à manutenção de sua

diversidade plena (ALMEIDA, 1997).

Nesse sentido, é importante o entendimento do envolvimento dos cidadãos na

participação política , no conjunto das definições de proposições, principalmente nos aspectos

que envolvem suas atividades produtivas e aspectos culturais.

Segundo Lima apud Etges (2001), os processos participativos são demorados, num

fenômeno marcado pela profundidade, não pela acumulação apressada, pois mexe com

questões qualitativas, com a dignidade das pessoas, com ideologias e crenças. Assim, é

possível perceber que este processo aos poucos vai criando espaço dentro da sociedade, e,

Page 24: Médio Alto Uruguai - RS

25

pelo caráter de mudança de consciência, de visão do mundo, irá se desenvolver, de acordo

com o próprio amadurecimento da sociedade em se colocar como cidadã atuante, que quer

mudar a sua realidade dentro de um novo paradigma. Não é fácil a realização deste processo,

antes pelo contrário, as transformações necessárias para que isto aconteça são inúmeras, e

maiores ainda os desafios. Em uma cultura que prima pelo individualismo, a cooperação e a

ajuda mútua, são duras conquistas, as transformações de objetos para sujeitos, de realmente

nos tornarmos cidadãos, são processos demorados, que envolvem mudanças culturais.

Segundo Villa-Verde (2004), o Brasil assistiu, a partir dos anos de 1990, ao que se

poderia chamar de uma “redescoberta” do rural enquanto categoria de análise passível de

intervenções e interpretações. O debate sobre o tema reacendeu velhas discussões e trouxe

novos parâmetros para se pensar as antigas e as novas questões do rural. Dentre as análises,

pode-se dizer que a dimensão territorial do rural tomou proporções significativas. Para

entender em que conjuntura ocorreu, volte-se ao rural. Mas por que “redescoberta” do rural?

No Brasil, o rural emerge não de um fato isolado, mas sim de uma conjuntura

economicamente recessiva e do acirramento das lutas sociais. Internacionalmente, a

reordenação jurídica, econômica e social posta em curso para a criação da União Europeia

constituiu um fórum privilegiado de análises e de propostas de desenvolvimento. De um

modo geral, pode-se dizer que o rural ganha visibilidade no contexto de crise do modelo

produtivista.

A reflexão sobre o desenvolvimento, de uma maneira ou de outra, foi permeada pela

questão da escala – global, nacional, regional, local. Esse olhar sobre o desenvolvimento

acabou por mostrar a existência de uma economia de base agrícola dinâmica concomitante à

percepção de uma diversificação nas funções do espaço rural (VILLA-VERDE, 2004).

Participar da gestão é, principalmente, contribuir para o processo de decisão sobre as

questões estratégicas do desenvolvimento, pois é nele que o indivíduo reforça sua auto-

estima, posicionando-se como sujeito, vivenciando uma dimensão essencial da cidadania.

A base pedagógica das estratégias de apoio ao desenvolvimento territorial consiste em

estimular a participação na gestão social, através do CODETER – Colegiado do

Desenvolvimento Territorial, promovendo a superação de processos pelo diálogo, onde

objetivos, produtos e resultados são estabelecidos e compartilhados pela coletividade.

O Território Médio Alto Uruguai/RS necessita de um processo de desenvolvimento que

busque a melhoria da eficiência na alocação dos recursos públicos, o fomento à equidade na

distribuição da riqueza e do emprego e a satisfação das necessidades presentes e futuras da

população, tendo sempre em conta um adequado uso dos recursos naturais e do meio

Page 25: Médio Alto Uruguai - RS

26

ambiente. Procura envolver atores sociais (associações, cooperativas, instituições de ensino...)

na busca pelo desenvolvimento sustentável do território através, principalmente, da

agroindustrialização para comercialização dos produtos.

Neste sentido, o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável poderá

construir uma nova dinâmica na região encaminhando um conjunto de procedimentos

favoráveis que, de fato, terão condições de aplicabilidade. Este plano deve ter como

característica básica as seguintes concepções:

Ser instrumento de gestão participativa, pois contém as diretrizes e estratégias que

nortearão os rumos do desenvolvimento sustentável;

Ser multidimensional para atrair os diversos atores e investimentos;

Ser flexível, permitindo revisões e ajustes periódicos;

Ser orientador para os investimentos econômicos e sociais;

Gerar capital social, competências e empoderar pessoas/instituições. 1.2 Condicionantes para o desenvolvimento sustentável do território

Conforme diagnóstico compatibilizado com informações do território e, principalmente,

relativas à questão da produção agropecuária, identificou-se um conjunto de potencialidades e

dificuldades no território do Médio Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul.

Dentre as potencialidades destacam-se:

Mão de obra familiar;

Entidades organizadas (ONGs, cooperativas, sindicatos);

Agroindústrias em funcionamento e planejadas;

Acesso à comunicação, tecnologia e informações;

Recursos financeiros;

Clima, solo, água, produção;

Existência de instituições de ensino.

As dificuldades ou entraves da região, enquanto produção agrícola, estão assim

identificadas:

Falta de planejamento nas atividades produtivas;

Centralização de políticas públicas;

Divergência política e ideológica;

Desorganização e comodismo;

Assistencialismo;

Page 26: Médio Alto Uruguai - RS

27

Créditos inadequados;

Falta de formação e metodologia;

Burocracia;

Falta de políticas públicas adequadas para um desenvolvimento sustentável territorial;

Individualismo;

Modelo educacional não voltado para realidade regional;

Desorganização econômica;

Falta de conscientização;

Modelo de produção com matriz produtiva equivocada.

Além disso, outro grande entrave é a falta de um planejamento estratégico convergente,

construído com participação dos atores sociais do território. Para tanto, é necessário criar um

fórum de debate permanente envolvendo entidades governamentais e sociedade civil capazes

de mediar conflitos, maximizar resultados. Isso será possível com a organização e

funcionamento do CODETER – Colegiado de Desenvolvimento Territorial como canalizador

das demandas deste segmento da região, a agricultura familiar.

Com as dificuldades identificadas, o que forma o indicativo do pouco desenvolvimento

regional, principalmente do setor primário, busca-se, com deste plano, a partir das

potencialidades existentes na região, propor um conjunto de atitudes e ações que possam

contribuir com a reversão desta problemática. Para tanto, estarão definidos os princípios que

um plano pode contemplar e que terá as condições de encaminhar um novo conjunto de

indicativos e procedimentos em apoio à agricultura regional.

1.3 Metodologia

Elaboração de projetos com indicativos definidos no PTDRS, nas diversas áreas;

Organização de instrumentos para acompanhamento dos projetos implantados;

Organização de atividades apoiadoras das ações do PTDRS;

Execução de oficinas, seminários e cursos para qualificação dos agentes do

desenvolvimento do território;

Desenvolvimento de atividades objetivando avaliação e reordenamento das atividades em

andamento no território.

Atenção com os aspectos tecnológicos: gestão, tecnologia da informação, análise e

certificação da produção.

Page 27: Médio Alto Uruguai - RS

28

Propor instrumentos facilitadores para maior e melhor participação da sociedade

regional, nas ações do Plano e em novos encaminhamentos de demandas:

CODETER como articulador central técnico e político;

Cooperativismo como meio aglutinador;

Rede de Comercialização Solidária - garantindo o processo produtivo.

Tecnologias como garantia de qualidade na produção, transformação e consumo.

1.4 Visão de futuro

Viabilizar a agricultura familiar através de uma nova matriz produtiva, na produção de

alimentos para a subsistência da família e para o mercado, organizando-se em redes de

cooperativas capazes de gerar emprego e renda no campo, proporcionando o acesso à

educação, saúde, lazer e fixando a juventude no espaço rural, com consequente qualidade de

vida. Além disso, contribuir e assumir os aspectos que envolvem a segurança alimentar do

território.

1.5 Gestão e controle social

Gestão Social é entendida como um processo de gerir assuntos públicos, por meio da

descentralização político-administrativa, redefinindo formas de organização e de relações

sociais com sustentabilidade, transparência e efetiva participação da sociedade, o que implica

na ampliação dos níveis das capacidades humanas, sociais e organizacionais do território.

Para Favareto (2005), há dois requisitos necessários para que ocorra um verdadeiro

processo de gestão social. Em primeiro lugar, é preciso um ambiente marcado pela

descentralização política e administrativa, o que permite redefinir formas de organização

social e estabelecer novas relações entre o político, o social e o econômico, numa perspectiva

de sustentabilidade, transparência e efetiva participação da sociedade. Em segundo lugar, é

preciso desenhar ações que conduzam ao empoderamento da sociedade, com a formulação de

compromissos entre o público e o privado, entre agentes já constituídos e plenamente

inseridos nas dinâmicas de desenvolvimento e os agentes marginalizados e com dificuldades

de acesso a arenas decisórias.

O processo de gestão do desenvolvimento territorial proposto está fundamentado

na visão processual, cíclica e dinâmica, perpassando as fases de planejamento, organização,

controle social.

Page 28: Médio Alto Uruguai - RS

29

Planejamento: É o momento de tomada de decisões e estabelecimento das diretrizes e

das estratégicas, a partir das capacidades e dos recursos (materiais, humanos, tecnológicos,

financeiros, etc.) mobilizados e de arranjos institucionais, em função das prioridades de

intervenção discutidas para os territórios. Constitui-se a fase de montagem dos PTDRS. Este

planejamento será de competência, no território, de seu colegiado.

Organização: A organização é de fundamental importância para execução dos

PTDRS com a definição de papéis, atribuições e tarefas articuladas com todas as atividades,

com a criação ou o fortalecimento de institucionalidades representativas formalizadas do

território, e deverá ser instrumentalizada e praticada pelo conjunto de segmentos sociais e

entidades componentes do CODETER.

Controle social: Busca o equilíbrio dinâmico entre o Estado, a Sociedade Civil e o

mercado, estabelecendo o controle de um sobre os outros, a constituir um sistema de

informação com indicadores para o acompanhamento e avaliação. Acompanha-se passo a

passo a execução das ações dentro da gestão, redirecionando-as em intervalos de curto prazo e

avaliam-se os rumos do processo de desenvolvimento e a necessidade de redirecioná-lo.

Nesse aspecto, e como contribuição significativa às ações de controle social, estará sendo

facilitado o surgimento de um bom número de pequenas cooperativas, que formarão uma rede

solidária com espaço democrático para todo o conjunto da sociedade envolvida nas questões

da agricultura familiar o território.

Page 29: Médio Alto Uruguai - RS

2 PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO

2.1 Objetivos 2.1.1 Objetivo geral

Contribuir na construção de um conjunto de atitudes estratégicas e ações dos agentes

e atores do desenvolvimento rural do Território do Médio Alto Uruguai,RS, no sentido de dar

condições para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, através da melhorias

em sua matriz produtiva.

2.1.2 Objetivos específicos

Dinamização do território através da autogestão e revisão de acordos e parcerias;

Contribuir com debate para buscar melhorias na matriz produtiva do território;

Apoiar a dinamização do Associativismo e Cooperativismo no território;

Dedicar apoio à agroindustrialização da produção da agricultura familiar para agregar

valor e contribuir com a segurança alimentar;

Organização e dinamização da cadeia produtiva do leite;

Organização e dinamização da cadeia da fruticultura;

Dinamização da cadeia produtiva das Bioenergias;

Contribuir com a dinamização da produção da apicultura;

Organização de um sistema de monitoramento e avaliação.

Implantar centro de excelência tecnológica,em apoio à gestão, tecnologia da informação,

análise e certificação da produção em todas suas etapas.

Além destes objetivos, que estarão orientando a execução do plano no território, deve-se

observar e praticar as sugestões e definições construídas pelos agentes do território na

caminhada realizada ao longo do tempo da proposição e implantação deste debate na região

do Médio Alto Uruguai, identificados como eixos aglutinadores, a seguir denominados.

Page 30: Médio Alto Uruguai - RS

31

2.2 Eixos aglutinadores 2.2.1 Autogestão Territorial e Organização Social a) Ações

Estruturar o CODETER, com sustentabilidade definida

Elaborar um regimento de funcionamento do colegiado;

Definir a implementação do PTDRS nos municípios;

Buscar a articulação das políticas públicas no território;

Realizar seminários visando à sensibilização da importância da planificação nos

municípios;

Realizar reuniões nos municípios para ampliação da participação de seus atores;

Definir um local com estrutura física qualificada para a funcionalidade do CODETER;

Articular as ações com outras instâncias de desenvolvimento;

b) Projetos

Estruturação do CODETER, com recursos do custeio e/ou investimento do PRONAT;

Elaborar proposições de acompanhamento nos projetos financiados pelo PRNAT;

Definir competências, no CODETER, para apoiar a execução das metas do território.

c) Monitoramento e Avaliação

Número de participantes nas oficinas;

Participação de mulheres, indígenas, negros e jovens;

Articulação com outros conselhos e associações;

Planejamentos realizados nos municípios em função do CODETER;

Evolução de debates para amenizar conflitos entre as entidades;

Resultados sociais e econômicos das ações definidas e apoiadas.

2.2.2 Melhorias na Matriz Produtiva

a) Ações

Realizar um debate com os agricultores e técnicos para qualificação das atividades da

produção;

Identificar sistemáticas de produção com maior dinâmica na geração de renda;

Page 31: Médio Alto Uruguai - RS

32

Contemplar a agricultura familiar com o novo sistema de ATER;

Definir um programa permanente de capacitação de técnicos e agricultores.

b) Projetos

Definir, junto com os agricultores e seus segmentos, as melhores alternativas de

produção;

Melhorar a relação de comercialização institucional e de mercado normal da

agricultura;

Melhorar o uso do sistema de crédito de acordo com as demandas potencializadas

pelos agricultores;

Apoiar com ações constantes as iniciativas de transformação da produção;

Utilizar o sistema creditício como apoio sistêmico para as propriedades rurais.

C. Monitoramento e Avaliação

Potencial da região em novas alternativas de produção;

Potencial dos agricultores na qualificação de suas atividades;

Número representativo de agricultores na atividade rural do território;

Melhorias na geração de renda e emprego com atividades mais dinâmicas no meio

rural;

Melhor produtividade nas atividades da produção animal e vegetal.

2.2.3 Associativismo e Cooperativismo

a) Ações

Difusão do sistema cooperativista;

Promoção da educação cooperativista;

Fomento ao associativismo;

Apoio à criação e organização de pequenas e médias cooperativas;

Organização da rede de comercialização solidária envolvendo as pequenas

Cooperativas e Agroindústrias familiares do território;

Sensibilização do poder público para a importância da compra dos produtos da

agricultura familiar, para creches, merenda escolar, hospitais;

Interação com Políticas Públicas, com o FOME ZERO e outras;

Abastecimento interno do território através de trocas via rede de comercialização.

Page 32: Médio Alto Uruguai - RS

33

b) Projetos

Organizar cursos de formação de lideranças cooperativistas;

Criar, no CODETER, uma estrutura permanente de apoio ao associativismo do território;

Consolidar as redes de organização das associações e cooperativas existentes no território;

Propor parcerias com governos e sociedade civil em apoio ao associativismo;

Definir uma marca regional para a produção local e das redes de cooperativas e

associações;

Apoiar as iniciativas associativistas formadas e em formação.

Elaboração de marcas e selos de origem para a rede de comercialização e preservação das

marcas existentes

Criação de locais de comercialização em cada município;

Levantamento de produtos existentes e sua qualidade;

Captação de recursos para custear uma equipe técnica de apoio à comercialização;

Qualificação das feiras municipais;

Realização de cursos na área de comercialização para os agricultores e técnicos

envolvidos no processo.

c) Monitoramento e Avaliação

Participação de lideranças e associados cooperativistas nas capacitações;

Implementação de ações práticas nas cooperativas existentes; Número de pessoas envolvidas no sistema cooperativista regional;

Adesões de novos segmentos no sistema cooperativista;

Conjunto de práticas associativistas implementadas na região, no período;

Adoção de procedimentos, pela sociedade, que contribuam com o associativismo;

Agricultores familiares da região envolvidas em cooperativa e associações;

Participação dos agricultores na construção e administração das cooperativas e

associações;

Qualidade na gestão participativa dessas entidades;

Resultados econômicos proporcionados pelas redes, cooperativas e associações;

Entendimento dos agricultores familiares e comunidade regional sobre a importância

política, econômica e social das redes, cooperativas e associações para desenvolvimento

do território.

Page 33: Médio Alto Uruguai - RS

34

2.2.4 Agroindustrialização da produção da Agricultura Familiar

a) Ações

Criar um Programa de Agroindústria Territorial, levando em conta as cadeias

produtivas em potencial;

Criar um núcleo de tecnologias nas seguintes áreas: informações, gestão, análise e

certificação da produção;

Ampliar o número de agroindústrias;

Organizar as agroindústrias conforme cadeia;

Criar uma base de apoio técnico para contribuir nas questões de gestão, tributação,

certificação sanitária e ambiental;

Viabilizar novas agroindústrias com comitê regional de análise.

Fortalecer agroindústrias familiares grupais;

Investir na diversificação da cadeia produtiva;

Capacitar os agricultores, técnicos e gestores;

Estimular a criação de pequenas agroindústrias familiares para atender o mercado local

e regional;

Sensibilizar os agricultores para a importância da produção da matéria prima em

quantidade e qualidade, para sua viabilização na agroindústria familiar;

Trabalhar com os produtores interessados, num primeiro momento, como

multiplicadores

Mobilizar o território para maior participação na gestão e definições territoriais;

Realizar um levantamento das infraestruturas em agroindústrias e cooperativas

Organizar debate para integrar a produção de grão/carne e biodiesel

Contribuir com o setor produtivo de grãos, dando com isso maior sustentação para a

agricultura familiar;

Realizar a compra e venda de forma coletiva;

Produzir de forma orgânica e agroecológica;

Preservar os mananciais de água e reflorestamento;

Investir na produção de grãos alternativos como gergelim e amendoim, entre outros;

Incentivar as indústrias de transformação da soja a fim de obter seus derivados como

o farelo para alimentar o gado, o óleo comestível, biodiesel, dando ênfase à cadeia produtiva;

Garantir continuidade do Programa Fome Zero;

Investir em feiras de agricultores familiares;

Page 34: Médio Alto Uruguai - RS

35

Garantir o abastecimento da produção e segurança alimentar;

Industrializar os produtos produzidos;

Buscar Convênios c/ prefeituras e outras estruturas;

Organizar a produção;

Rever a legislação;

Buscar Convênio com a Cesta Básica, através do PAA e outras possibilidades;

Fomentar para que os municípios participem com maior apoio à assistência técnica

para os pequenos produtores;

Desenvolver e melhorar a Logística de Transporte;

Buscar incentivos através de créditos dirigidos;

Capacitar, de maneira permanente, os agentes envolvidos nas atividades;

Incentivar a criação de viveiros de mudas, com qualidade certificada;

Buscar alternativas para diminuir os encargos do custo de produção, para diminuir o

preço dos produtos ao consumidor;

Realizar um estudo sobre os abatedouros existentes em funcionamento da região.

b) Projetos

Organização da produção nas cadeias produtivas;

Gestão das cadeias produtivas;

Suporte às agroindústrias, em gestão, capital e organização;

Identificação e relação com os mercados.

c) Monitoramento e Avaliação

Geração de renda familiar e número de agricultores envolvidos

Fortalecimento das agroindústrias existentes;

Número de empregos gerados;

Percentual de produção da matéria prima;

Percentual de ociosidade das estruturas;

Produtividade obtida nas atividades desenvolvidas.

2.2.5 Organização da cadeia produtiva do leite a) Ações

Organizar a Produção;

Page 35: Médio Alto Uruguai - RS

36

Criar um Fórum territorial sobre o setor leiteiro;

Organizar as unidades de captação de modo colocar a produção na mão das

cooperativas;

Apoiar ou criar cooperativas e associações municipais, com postos de captação

municipais ou microterritoriais;

Realizar processos de capacitação para o setor;

Viabilizar investimentos para equipar a cadeia produtiva;

Buscar unificação das ideias e valorização do cooperativismo;

Dar incentivos diferenciados para as cooperativas de pequenos produtores;

Incentivar a agroindustrialização e a comercialização local do leite e derivados;

Proporcionar condições de acesso à nova ATER, às cooperativas e associações

vinculadas à cadeia produtiva do leite;

Organizar a produção e os produtores em torno do cooperativismo;

Proporcionar informações orientativas na produção e comercialização, como garantia

para o planejamento da produção;

b) Projetos

Desenvolver pesquisa com identificação quantitativa e qualitativa, sobre as

potencialidades da cadeia produtiva do leite no território;

Articular parcerias cooperativistas para viabilizar a industrialização da produção do

leite e seus derivados, no território;

Definir estrutura jurídica territorial para a dinamização das propostas na produção e

transformação da cadeia produtiva do leite;

Propor melhorias na produção e produtividade nas propriedades dos agricultores

participantes nessa cadeia produtiva;

Ampliar as possibilidades de ATER para essa cadeia produtiva;

Organização de estruturas de logística nos municípios, para armazenagem e transporte

da produção;

Organizar estruturas de análise e certificação da produção.

c) Monitoramento e Avaliação

Famílias envolvidas na produção;

Produção destinada às estruturas do território;

Melhorias na produtividade das propriedades dos agricultores;

Page 36: Médio Alto Uruguai - RS

37

Identificação de resultados econômicos e sociais da cadeia do leite;

Número de cooperativas e associações envolvidas com a proposta territorial do leite

2.2.6 Organização da cadeia da fruticultura a) Ações

Organizar a Produção;

Criar um Fórum territorial da fruticultura;

Viabilizar investimentos para equipar a cadeia produtiva;

Buscar unificação das ideias e valorização do cooperativismo;

Dar incentivos diferenciados para as cooperativas de pequenos produtores;

Incentivar a agroindustrialização e a comercialização local da fruticultura;

Proporcionar condições de acesso à nova ATER, às cooperativas e associações

vinculadas à cadeia produtiva da fruticultura;

Organizar a produção e os produtores em torno do cooperativismo;

Proporcionar informações qualificadas na produção e comercialização, como garantia

no planejamento da produção.

Fazer um levantamento dos diferentes tipos de frutas dos municípios que integram o

território, bem como as quantidades de cada tipo de fruta;

Ver a forma como são produzidas (sistema convencional ou sistema orgânico);

Ver como são ofertadas ao mercado (in natura ou processadas), em mercados

convencionais, institucionais e outros;

Tipos de processamento: agroindústrias familiares ou grandes agroindústrias;

Potencializar a agroindustrialização das frutas na região, agregando valor ao produto e

deixando a renda na região;

Adequar as agroindústrias já existentes ao sistema de inspeção;

Prestar assistência técnica qualificada aos produtores e fomentar a implantação de

pomares;

Buscar mercados justos, através de cooperativas de agricultores.

b) Projetos

Desenvolver pesquisa com identificação quantitativa e qualitativa, sobre as

potencialidades da cadeia produtiva da fruticultura no território, bem como identificar o perfil

Page 37: Médio Alto Uruguai - RS

38

das famílias que possuem pomar em suas propriedades, analisando dados econômicos, sociais

e ambientais;

Articular parcerias cooperativistas para viabilizar a industrialização da produção da

fruticultura no território;

Definir estrutura jurídica territorial para a dinamização das propostas na produção e

transformação da cadeia produtiva da fruticultura;

Propor melhorias na produção e produtividade nas propriedades dos agricultores

participantes nessa cadeia produtiva;

Ampliar as possibilidades de ATER para essa cadeia produtiva;

Organização de estruturas de logística nos municípios, para armazenagem,

transformação e transporte da produção;

Ter equipe técnica constituída para atender todo o território (técnicos agrônomos e

outros profissionais);

Dispor de infraestrutura (caminhões, câmeras frias...) adequada para escoamento da

produção;

Criar agroindústrias regionais, com capacidade para processamento das frutas da

região.

c) Monitoramento e Avaliação

Famílias envolvidas na produção;

Produção destinada às estruturas do território;

Melhorias na produtividade das propriedades dos agricultores;

Identificação de resultados econômicos e sociais da cadeia da fruticultura;

Número de cooperativas e associações envolvidas;

Envolvimento dos municípios e suas respectivas secretarias de agricultura, bem como

órgãos de pesquisa e extensão, cooperativas, associações e outras organizações afins;

2.2.7 Bioenergias a) Ações

- Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Social e Ambiental – EVTESA;

- Estudos e Pesquisas na área da Cadeia dos Biocombustíveis;

- Diagnostico Socioeconômico e ambiental da Cadeia Produtiva de Bioóleos;

- Projeto de produção de óleos vegetais;

Page 38: Médio Alto Uruguai - RS

39

- Projeto de Validação Tecnológica da Produção de Álcool, alimentos e serviços ambientais;

- Aproveitamento dos coprodutos da Produção do Álcool;

- Análise energética dos Sistemas Camponeses de Produção de alimentos, energias renováveis

e serviços ambientais;

– Desenvolvimento de sistemas de secagem bi-combustíveis (solar e biomassa) e

armazenagem de grãos oleaginosos e alimentares

– Programa de substituição do Eucalipto;

– Desenvolvimento de sistema de gestão da cadeia produtiva de bioenergias;

– Desenvolvimento de sistema de gestão territorial por meio da ferramenta de Cadastro

Técnico Multifinalitário – CTM;

– Avaliação de cultivos alternativos – sorgo sacarino, mandioca e batata – para produção de

bioenergias;

– Capacitação dos agricultores em produção agroecológica de cultivos alimentares,

energéticos e florestais;

– Capacitação dos agricultores em produção de álcool, cachaça, melado e açúcar mascavo;

– Implantação de agroflorestas alimentares, energéticas e de recuperação dos serviços

ambientais;

– Implantação de Unidades Técnicas Demonstrativas – UTD de produção de agroecológica de

grãos oleaginosos alternativos a soja;

– Recuperação de mata ciliar e topos de morros.

b) Projetos

– Consolidação da cadeia produtiva de bioenergias: inovação tecnológica e integração com outras

cadeias produtivas;

– Aproveitamento dos coprodutos associados a cadeia de bioenergias: rações, blocos

alimentares, fertilizantes orgânicos;

– Produção de insumos orgânicos para a produção agroecológicas: fertilizantes orgânicos,

biofertilizantes, sementes e mudas;

– Ampliação da implantação de agroflorestas e sistemas silvipastoris;

– Programa de recuperação ambiental e dos serviços ecossistêmicos;

– pesquisas na área de cultivos alternativos ao monocultivo da soja;

– Consumo cooperativado regional;

– Avaliação de sustentabilidade dos sistemas produtivos: análise energética e outros;

Page 39: Médio Alto Uruguai - RS

40

– Programa de substituição ao monocultivo da soja: implantação de Unidades Técnicas

Demonstrativas - UTD agroecológicas;

– Assistência técnica e extensão rural/ATER;

– Capacitação dos agricultores e técnicos da cadeia produtiva;

– Fortalecimentos dos sistemas cooperativados de produção de óleos vegetais, biodiesel e

álcool;

– Suporte tecnológico e melhoria do sistema de gestão da cadeia produtiva de bioenergias.

c) Monitoramento e Avaliação

– Análise de sustentabilidade da cadeia produtiva: indicadores sociais, ambientais e

econômicos;

– Vistas a campo e entrevistas junto às famílias camponesas associadas;

– Indicadores técnicos da cadeia produtiva: postos de trabalho gerados, percentagem da

produção de matérias-primas provindas da agricultura camponesa, capacidade de operação

das unidades;

– Diversificação da matriz produtiva das unidades de produção;

– Participação das mulheres e da juventude;

2.2.8 Apicultura

a) Ações

Criar um Fórum de debate sobre o tema ;

Organizar os apicultores;

Produzir dentro dos padrões sanitários e com certificação;

Evitar o envenenamento das colmeias;

Aproveitar programas de incentivo, como o Pró-Floresta;

Buscar estruturas adequadas;

Vender de forma coletiva;

Capacitar apicultores;

Explorar novos subprodutos da atividade;

Construir unidades em locais estratégicos de transformação e comercialização;

Inserir setor na rede de comercialização.

Page 40: Médio Alto Uruguai - RS

41

b) Projetos

- Desenvolver pesquisa com identificação quantitativa e qualitativa, sobre as

potencialidades da cadeia produtiva do mel no território;

Organizar cadeia produtiva da atividade;

Identificar, através de pesquisa, potencial de produção do território;

Definir, com técnicos e agricultores, ações de apoio à atividdade.

c) Monitoramento e Avaliação

Número de agricultores potencializados para a atividade;

Quantidades possíveis de oferta da produção;

Resultados econômico, sociais e ambientais da atividade.

2.2.9 Assistência Técnica e Extensão Rural/ATER

a) Ações

- Buscar entendimento da nova dinâmica de ATER para a Agricultura familiar;

- Identificar, através de pesquisa, as necessidades de ATER, por atividades produtivas;

- Dedicar atenção ao processo de gestão na agricultura familiar.

b) Projetos

- Definir organização de cooperativas e associações como proponentes de ações de ATER;

- Manter cadastramento das cooperativas e associações junto aos Ministérios e Conselhos

Estaduais, como condição para proposições de ATER;

- Definir com os agricultores as demandas de assistência técnica e extensão rural a partir da

realidade social e econômica desses agentes;

- Observar, nas ações de ATER, as questões de gestão e gerenciamento da produção e

propriedades.

c) Monitoramento e Avaliação

- Quantidade de entidades credenciadas para executar as ações de ATER no território;

- Cooperativas e associações organizadas para receberem apoio para esta ação;

- Identificação das demandas dos agricultores sobre o tema;

- Número de famílias atendidas por cadeia produtiva

Page 41: Médio Alto Uruguai - RS

42

2.2.10 Gênero a) Ações

- Promover e fortalecer o empoderamento e a autonomia das mulheres;

- Fortalecer e Consolidar as experiências de organização da economia feminista do Território,

-Fortalecer a economia feminista e solidária que está sendo realizada pelos grupos de

mulheres, no Território;

- Fortalecer a Cidadania através do acesso a direitos sociais;

- Fomentar outras alternativas de produção feminista;

- Incentivar a documentação das mulheres do campo e da cidade;

- Organizar a produção e comercialização dos produtos gerados pela economia feminista;

- Fortalecer as iniciativas de projetos do PAA e Merenda escolar;

- Fortalecer o trabalho com plantas medicinais:

- Viabilizar farmácias alternativas de fitoterápicos;

- Viabilizar o acesso ao saneamento básico;

- Possibilitar formação social e política as mulheres;

- Combater a violência contra a mulher;

- Fortalecer as relações sociais de Gênero;

- Incentivar a criação de Banco de sementes crioulas;

- Garantir ATER às mulheres;

- Garantir o acesso das mulheres do campo e da cidade às políticas públicas;

- Promover a formação de mulheres agricultoras (familiar e camponesa) no âmbito técnico,

político, legislação e trabalho,

- Promover ações de Lazer;

- Apoio à infraestrutura e agroindustrialização para grupos produtivos de mulheres.

b) Projetos

- Realizar curso de Formação de mulheres agricultoras (familiar e camponesa) de cunho

técnico, político, legislativo e de trabalho;

- Capacitação e pratica em temas diversos a serem trabalhados com grupos de mulheres

respeitando a individualidade de cada grupo;

c) Monitoramento e Avaliação

Page 42: Médio Alto Uruguai - RS

43

- Numero de mulheres envolvidas;

- Entidades envolvidas;

2.2.11 Economia Solidária a) Ações

Identificar as ações de Economia Solidária, em curso, no Território;

Estimular Programa de Envolvimento e Desenvolvimento de Economia Solidária do

Território considerando a cadeia produtiva deste espaço geográfico;

Organizar a Economia Solidária em conformidade com a produção existente;

Fortalecer as ações grupais existentes na Economia Solidária;

Desencadear a criação de Feiras Locais e Regionais de Economia Solidária;

Estimular a prática da Gestão Compartilhada nos empreendimentos solidários;

Estimular a participação em Feiras Estaduais e Nacionais;

Sensibilizar os Municípios do Território para a criação de política local voltada para a

Economia Solidária;

Formar Conselhos Municipais de Economia Solidária para desencadear políticas de

atenção aos empreendimentos solidários já existentes;

Mobilizar os empreendimentos solidários do Território para realizar compra e venda de

forma coletiva.

b) Projetos

Pesquisar para identificar as ações de Economia Solidária, em curso, no Território;

Desencadear Programas de Extensão que envolvam e desenvolvam a Economia

Solidária do Território considerando a cadeia produtiva deste espaço geográfico;

Disponibilizar produtos agroecológicos para a feira de comercialização dos agricultores

familiares;

Apoiar projetos de reciclagem para dar destino adequado ao lixo;

Aprimorar e aperfeiçoar a produção dos empreendimentos existentes;

Estimular a criação de Associação Regional do Território em Economia Solidária;

Criar uma base de apoio técnico para contribuir nas questões de formação, informação,

gestão, organização, tributação e comercialização dos produtos da Economia Solidária.

c) Monitoramento e Avaliação

Participação das agroindústrias;

Page 43: Médio Alto Uruguai - RS

44

Qualidade de vida;

Aumento da comercialização dos produtos;

Sustentabilidade dos recursos naturais;

Melhor qualidade na transformação dos produtos;

Maior competitividade no mercado;

Melhor relação de trabalho;

Satisfação dos consumidores;

Geração de ocupação e renda;

2.2.12 Indígenas

a) Ações

• Implementar políticas de acesso e permanência de indígenas no ensino superior

• Promover o empoderamento de mulheres e anciãos

• Formar pesquisadores indígenas para a produção de conhecimento sobre a cultura, a

história e a etno-educação no âmbito das próprias comunidades a que pertencem

• Estimular a produção e o registro de narrativas ficcionais e documentais com temática

indígena

• Dar visibilidade às culturas indígenas na região do Médio e Alto Uruguai

• Promover o reconhecimento e a valorização de detentores de conhecimentos e saberes

tradicionais

• Promover o reconhecimento e a valorização de produtores de bens culturais de caráter

imaterial

• Implementar a educomunicação em territórios indígenas por meio do uso das novas

tecnologias de informação e comunicação (TIC)

• Produzir material didático e paradidático para uso em escolas indígenas e não-

indígenas

• Promover a criação de portais e canais eletrônicos para divulgação da cultura e dos

saberes indígenas

• Estimular o cooperativismo na cadeia produtiva do artesanato indígena

• Criar canais de comércio justo para distribuição e comercialização de artesanato

• Estimular a elaboração de projetos e a captação de recursos

Page 44: Médio Alto Uruguai - RS

45

• Estimular o cultivo agroecológico de sementes crioulas, plantas alimentícias e

medicinais

• Estimular a criação agroecológica de animais destinados à alimentação humana

• Estimular o cultivo agroecológico de plantas destinadas à produção de artesanato

• Promover o consumo de alimentos tradicionais de elevado valor nutritivo na merenda

escolar em território indígena

• Promover a formação de redes de integração social com base em práticas culturais

tradicionais

b) Projetos

• Cursos de extensão para a qualificação de professores, pesquisadores, jovens,

lideranças e facilitadores;

• Resgate da cultura e de saberes tradicionais: contos, lendas, música, religião, plantas

medicinais, alimentos e culinária ancestrais, artesanato, etnomatemática, idioma,

atividades físicas;

• Etno-educação em território indígena: metodologias e saberes tradicionais;

• Cursos para produção e realização de vídeos documentais e/ou ficcionais;

• Piscicultura, Fruticultura, Horticultura agroecológica, bem como, Criação

agroecológica de animais em território indígena para consumo humano.

c) Monitoramento e avaliação

• Número de atividades e encontros realizados;

• Número de escolas indígenas participantes das atividades;

• Número de portais e canais eletrônicos criados para difusão da cultura indígena;

• Participação efetiva de lideranças e educadores indígenas nas capacitações e

manifestações culturais;

• Número de jovens e mulheres indígenas participantes nas capacitações e

manifestações culturais;

• Adoção de procedimentos que contribuam para a formação de redes e para o

associativismo;

• Número de escolas indígenas participantes das atividades;

• Número de áreas de cultivo e criação agroecológicos implantadas.

Page 45: Médio Alto Uruguai - RS

46

2.2.13 Educação do Campo

a) Ações

Eito 1 - Educação com formação permanente

• Formar uma equipe plural de Planejamento Regional na Educação do Campo;

• Incentivar a capacitação e qualificação de educadores através de oficinas, cursos e

seminários contemplando a Educação do Campo;

• Socializar os conhecimentos através de seminários e encontros familiares;

• Incentivar a (re)educação alimentar entre as populações infantis e adultas;

• Socializar os conhecimentos vinculados à Educação do Campo através de seminários,

fóruns, encontros com diversas entidades para socializar os saberes e procurar novas

alternativas de produção que seja viável para o território regional;

• Construir uma educação que possibilite os jovens educandos do campo serem sujeitos

da história.

Eito 2 - Educação Formal

• Incentivar para que haja intercâmbios entre as Universidades regionais e as Escolas de

Educação Básicas, buscando vincular as teorias e as práticas pedagógicas em Educação

do Campo do ensino superior com o fundamental e médio;

• Orientações com acompanhamentos técnico/pedagógicos vinculados à escola do

campo;

• Promover a adequação entre os programas da Educação do Campo dos currículos

escolares com os cursos universitários ligados à formação docente.

• Solicitar à Embrapa o fornecimento de livros que contenham resultados de pesquisas

agropecuárias pra formar uma mini-biblioteca em cada Município;

• Adequar os currículos escolares das Ciências Agrárias em conjunto com as demais

áreas do conhecimento com projetos de vida profissional do jovem rural para a

promoção da organização da propriedade com sustentabilidade ecológica, econômica e

cultural;

• Capacitar professores para construir metodologias compatíveis com a disciplina de

Educação do Campo;

Page 46: Médio Alto Uruguai - RS

47

• Incluir a disciplina de Educação do Campo na Matriz Curricular das escolas da

Educação Básica.

Eito 3 - Cultivo e produção de alimentos

• Realizar encontros de formação nas escolas juntamente com as famílias para pensar e

refletir a educação alimentar (valorizar os produtos coloniais ou da agricultura

camponesa);

• Incentivar o cultivo e a produção de alimentos agroecológicos;

• Realizar seminários para debater a organização da produção e do consumo de

alimentos da roça;

• Incentivar as escolas a comprar produtos da agricultura familiar do território regional;

• Resgatar práticas artesanais voltadas à fabricação e conservação de alimentos da

cultura camponesa;

• Incentivar a realização de festas populares comunitárias comemoradas com refeições

confeccionadas pela comunidade local.

• Oferecer oficinas práticas nas escolas para resgatar a prática do artesanato, em geral,

presente na cultura local e regional, envolvendo pais, professores, alunos e

comunidade.

Eito 4 - Políticas públicas de valorização dos sujeitos do campo

• Sensibilizar os líderes locais, a formar uma equipe regional de planejamento

territorial;

• Organizar todos os segmentos da comunidade para a construção de um planejamento

participativo;

• Realizar com projetos de acordo com a realidade das comunidades rurais, buscando,

desta forma, o desenvolvimento local com sustentabilidade ecológica, econômica,

social, política e cultural;

• Destacar o valor que possui o profissional que atua no meio rural e mostrar para os

jovens o que existe de atrativo no meio rural;

• Incentivar o desenvolvimento de atividades de lazer nas comunidades locais

despertando motivações entre a população do meio rural;

Page 47: Médio Alto Uruguai - RS

48

• Estabelecer critérios para que os profissionais das Secretarias Municipais de

Agricultura conduzam os trabalhos sempre discutindo e pensando a atividade

camponesa;

• Aproveitar as escolas do meio rural que foram fechadas para se tornarem espaços para

desenvolver oficinas, cursos e similares, com o objetivo de introduzir conhecimentos

tecnológicos voltados ao aproveitamento dos produtos oriundos da atividade

agropecuária regional;

• A Educação do Campo pode ser coordenada pela URI, devendo se buscar parcerias

com a Universidade Federal (CESNORS), Colégio Agrícola, EMATER, STR e outras

instituições similares comprometidas com o desenvolvimento rural sustentável;

• Desenvolver ações em conjunto (Educação, EMATER, Agricultura, Sindicatos,

Igrejas) em âmbito municipal;

• Formar uma equipe plural de planejamento territorial, sensibilizando os líderes locais,

organizando todos os segmentos da comunidade para juntos, formar um Programa de

Educação do Campo que una os projetos isolados desenvolvidos por entidades e

órgãos governamentais e não governamentais;

• Ampliar o debate referente à Educação do Campo, para que a população rural quanto a

urbana aprofundem o entendimento do significado da cultura camponesa e da

produção de alimentos.

• Requisitar recursos financeiros, junto às esferas públicas, municipal, estadual e federal

para criar cursos de formação continuada;

• Requerer recursos financeiros, junto às esferas públicas, municipal, estadual e federal

para criar cursos Graduação e de Pós-graduação em Educação do Campo;

• Recuperar as escolas do meio rural com o compromisso de incentivar as comunidades

a pensar o desenvolvimento local com maior qualidade de vida.

b) Projetos

Eito 1 - Educação com formação permanente

• Criar curso de formação em nível superior e de Pós-graduação em Educação do

Campo;

• Confeccionar materiais didático/pedagógicos em Educação do Campo para a

construção de planos de aula;

Page 48: Médio Alto Uruguai - RS

49

• Realizar cursos de capacitação de nutrição e artes culinárias para merendeiras

escolares;

• Criar cursos de capacitação com formação permanente em Educação do Campo;

• Realizar cursos para as famílias do meio rural, promovendo a formação continuada

com resgate dos saberes populares do campo e outros similares à agricultura

camponesa.

Eito 2 - Educação Formal

• Solicitar à Embrapa o fornecimento de livros que contenham resultados de pesquisas

agropecuárias pra formar uma mini-biblioteca em cada Município;

• Adequar os currículos escolares das Ciências Agrárias em conjunto com as demais

áreas do conhecimento com projetos de vida profissional do jovem rural para a

promoção da organização da propriedade com sustentabilidade ecológica, econômica e

cultural;

• Capacitar professores para construir metodologias compatíveis com a disciplina de

Educação do Campo;

• Incluir a disciplina de Educação do Campo na Matriz Curricular das escolas da

Educação Básica.

Eito 3 - Cultivo e produção de alimentos

• Oferecer oficinas práticas nas escolas para resgatar a prática do artesanato, em geral,

presente na cultura local e regional, envolvendo pais, professores, alunos e

comunidade.

Eito 4 - Políticas públicas de valorização dos sujeitos do campo

• Requisitar recursos financeiros, junto às esferas públicas, municipal, estadual e federal

para criar cursos de formação continuada;

• Requerer recursos financeiros, junto às esferas públicas, municipal, estadual e federal

para criar cursos Graduação e de Pós-graduação em Educação do Campo;

• Recuperar as escolas do meio rural com o compromisso de incentivar as comunidades

pensar o desenvolvimento local com maior qualidade de vida.

Page 49: Médio Alto Uruguai - RS

50

c) Monitoramento e Avaliação

O acompanhamento buscando viabilizar o monitoramento e a avaliação das ações e

dos projetos estará a cargo do CODETER (Colegiado do Desenvolvimento do Território da

Cidadania do Médio Alto Uruguai – RS), juntamente com o Fórum Regional em Educação do

Campo, que está se organizando num processo de formação e consolidação. O NAE (Núcleo

de Assessoria Educacional) da URI e Fórum estão articulando a realização de um Curso de

Formação Permanente em Educação do Campo para ser apresentado, avaliado e apreciado

pelo CODETER, visando a implementação desse projeto. As ações e projetos voltados à

Educação do Campo precisam articular o ensino, a pesquisa e a extensão que mediem e

integrem saberes populares presentes na cultura camponesa com o conhecimento técnico

moderno.

Neste sentido, o espaço agrário do território do Alto Uruguai do Rio Grande do Sul

carece de práticas agrárias em que as atividades a serem desenvolvidas auxiliem para: a

recuperação do solo, a superar o uso de agro-químicos, atingir a maior independência dos

agricultores em relação à indústria e ao comércio, superar a subordinação cultural, a fabricar

alimentos humanos e animais, a recuperar os instrumentos de trabalho, a elevar a autoestima

do sujeito do campo, a solidarizar as relações sociais e respeitar as relações da sociedade com

a natureza. Além disso, o Fórum em Educação do Campo pretende desenvolver práticas que

estimulem a aproximação entre as atividades de produção agropecuárias e o consumo de

alimentos no espaço urbano das cidades regionais.

Os itens a seguir apresentarão uma projeção da qualidade e da quantidade de medidas

previstas para o monitoramento e avaliação.

Número de participantes no fórum de educação do campo:

Em torno de 100 (cem) pessoas constantemente.

Número de atividades e encontros realizados no Fórum:

Um encontro do Fórum por mês e demais encontros paralelos com a Coordenação do

Fórum.

Número de atividades e encontros a serem realizadas para além do Fórum:

A meta será realizar 10 (dez) atividades por ano, durante os cinco anos iniciais.

Número de escolas envolvidas:

São 33 municípios, inicialmente uma escola por município com a ampliação para todas as

escolas em cinco anos.

Número de escolas que adequaram o currículo à realidade rural:

No decorrer dos cinco anos pretende-se atingir todas as escolas rurais e 15 (quinze) urbanas.

Page 50: Médio Alto Uruguai - RS

51

Número de pessoas envolvidas na construção do novo ensino, pesquisa e extensão

rural: A meta será 10 (dez) por município com atividades diretas e 70% da população rural, de

forma indireta.

2.2.14 Agroecologia a) Ações

1- Grupo de articulação em agroecologia;

2- Formação em agroecologia junto às famílias camponesas especialmente jovens e

mulheres;

3- Formação de técnicos de nível médio e superior em agroecologia e/ou agropecuária

ecológica;

4- Recuperação do solo e da biodiversidade nativa e uso produtivo;

5- Implantação e recuperação de variedades de milho crioulo e outras espécies;

6- Reorientação do crédito agrícola de forma a incentivar transição agroecológica;

7- Assistência técnica e extensão rural voltada à transição agroecológica;

8- Implantação de agroindústrias que promovam a integração ecológica entre agricultura e

indústria;

9- Produção de insumos orgânicos em escala: sementes e mudas, rações, fertilizantes,

biofertilizantes, energias renováveis, laboratórios de multiplicação de insetos e

microorganismos para controle biológico;

10- Incentivar a comercialização dos produtos agroecológicos;

11- Avaliação ambiental - energética/ciclo de vida - de todos os projetos agroindustriais

aprovados no território;

12- Criar rede de certificação participativa agroecológica;

13- Desenvolver amplo programa de recuperação ambiental e dos serviços ecossistêmicos do

território, por meio da produção e distribuição de mudas nativas, implantação de agroflorestas

e recuperação de áreas de APP's;

14 - Desenvolver programa de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias agroecológicas

para produção agropecuária e florestal, agroindustrial e mecanização;

15- Fazer zoneamento agroecológico - em substituição do zoneamento agroclimático - do

território com vistas a desestimular o financiamento de atividades agressivas e financiar as de

cunho conservacionistas e agroecológicas;

Page 51: Médio Alto Uruguai - RS

52

16 - Incentivar a produção e comercialização de produtos agroecológicos;

17 - Divulgar as ações sobre agroecologia do território;

18 - Trocar informações, conhecimentos sobre técnicas de produção de base ecológica;

19 - Fortalecer os canais de distribuição destes produtos;

20 - Apoiar a reforma agrária ecológica.

b) Projetos

- Elaborar materiais didáticos: livros, cartilhas, filmes sistematizando as experiências em

agroecologia e desenvolvimento sustentável;

- Oferecer uma Pós-graduação em agroecologia;

- Realizar curso de formação em agroecologia;

- Implantar Programa de recuperação ambiental e dos serviços ecossistêmicos do território,

por meio da produção e distribuição de mudas nativas, implantação de agroflorestas e

recuperação de áreas de APP's

- Recuperar o solo e a Biodiversidade nativa e uso produtivo;

- Avaliação dos projetos existentes no território que têm ou tiveram ligação com a

agroecologia;

- Realizar pesquisas sobre agroecologia.

c) Monitoramento e Avaliação

- Participação das agroindústrias;

- Numero de participantes nos cursos;

- Famílias envolvidas na produção;

- Agricultores associados à rede;

- Aumento da comercialização dos produtos;

- Sustentabilidade dos recursos naturais;

2.2.15 Gestão Ambiental

a) Ações

Motivar e capacitar pessoal, através da Educação Ambiental como instrumento da

Gestão Ambiental;

Oferecer destino adequado para o lixo rural da região, através da coleta seletiva do

mesmo e posterior reciclagem;

Page 52: Médio Alto Uruguai - RS

53

Propiciar que as pessoas conheçam, compreendam e participem das atividades de

gestão, assumindo postura pró-ativa em relação à problemática ambiental;

Buscar de forma permanente a melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos

e ambiente de trabalho dos empreendimentos;

Inserir a gestão ambiental no desenvolvimento Regional através da instrumentalização

operacional das agroindústrias do território do Médio Alto Uruguai/RS;

Passar por uma mudança em sua cultura empreendedora, revisando seus paradigmas,

configurando a gestão ambiental em uma das mais importantes atividades relacionadas com

qualquer empreendimento;

Incentivar a recuperação de áreas degradadas;

Planejamento sustentável da propriedade no que se refere ao consumo equilibrado com

a capacidade de produção (observando os aspectos físicos e humanos);

Implantar um sistema de gestão ambiental- SGA, através de uma política ambiental –

espécie de comprometimento da organização para com as questões do ambiente, numa

tentativa de melhoria contínua dos aspectos ambientais;

Definir, estabelecer e manter procedimentos de controle e medida das características

chave dos seus processos que possam ter impacto sobre o ambiente.

b) Projetos

Realizar Pesquisa junto às agroindústrias do território Médio Alto Uruguai/RS para

identificar as dificuldades e as demandas referentes à gestão ambiental;

Identificar as principais dificuldades das agroindústrias do Território para implantar

um sistema de Gestão Ambiental - SGA;

Oferecer curso de capacitação em Gestão Ambiental com enfoque no licenciamento

Ambiental dos empreendimentos através de equipe multidisciplinar;

Buscar programas ambientais para a região;

Investir em pesquisa e desenvolvimento aplicados à área ambiental;

Buscar informações sobre o entendimento dos gestores de agroindústrias sobre gestão

ambiental e seu significado;

Identificar tipos de demandas referentes à gestão ambiental para funcionamento das

agroindústrias;

Oferecer um programa de Educação Ambiental enfocando os Três “R” Reduzir,

reutilizar e reciclar para as entidades do território;

Apoiar a implantação de uma cooperativa de catadores de lixo.

Page 53: Médio Alto Uruguai - RS

54

c) Monitoramento e Avaliação

Participação das agroindústrias;

Qualidade de vida;

Aumento da comercialização dos produtos;

Sustentabilidade dos recursos naturais;

Melhor qualidade na transformação dos produtos;

Maior competitividade no mercado;

Melhor relação de trabalho;

Satisfação dos consumidores;

Geração de ocupação e renda;

2.2.16 Crédito para a Agricultura Familiar

a) Ações

- Incluir a região nas políticas do Plano Safra da Agricultura Familiar 2005/06. Os esforços

serão dirigidos para atingir os seguintes objetivos:

Integrar os instrumentos de políticas públicas de apoio à Agricultura Familar às

iniciativas territoriais de desenvolvimento rural sustentável, através da mobilização e

articulação dos atores sociais locais, para o ordenamento e qualificação das demandas,

aproveitamento das potencialidades e uso adequado dos recursos naturais, buscando viabilizar

a base produtiva de empreendimentos econômicos à segurança alimentar e à geração e

apropriação de renda nos Territórios Rurais

Qualificar as ações do Crédito Rural do Pronaf e do Seguro da Agricultura Familiar,

por meio da busca de disponibilização de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural

adequados às especificidades da agricultura familiar e que oportunizem o acesso ao

conhecimento e às tecnologias apropriadas, maximizando resultados e reduzindo riscos;

Estimular ações de produção e comercialização conjugadas, que abram novas

possibilidades econômicas para os assentados em projetos de reforma agrária e agricultores

familiares, priorizando a produção de alimentos;

Apoiar os assentados em projetos de Reforma Agrária e agricultores familiares para

sua inserção nas cadeias produtivas voltadas à produção de biocombustível, especialmente na

Região Nordeste;

Page 54: Médio Alto Uruguai - RS

55

Ampliar o monitoramento e a fiscalização na utilização do Crédito Rural do Pronaf e

do Seguro da Agricultura Familiar, inclusive quanto à qualidade da assistência técnica e à

observância às recomendações do zoneamento agrícola;

Orientar a aplicação do crédito para projetos produtivos adequados às potencialidades

regionais e às especificidades de cada bioma, de modo a obter maior eficiência e eficácia na

aplicação dos recursos financiados, inclusive com redução do risco nas atividades que têm a

cobertura do Seguro da Agricultura Familiar;

Facilitar a redução da inadimplência nos financiamentos do Pronaf, como resultante

das ações anteriores;

Ampliar a aplicação de financiamentos para os agricultores de menor renda, mediante

instituição do microcrédito rural;

Reduzir as dificuldades de acesso dos agricultores familiares assentados aos

financiamentos em que o risco operacional é dos agentes financeiros, com a implantação de

nova política de financiamento rural para os agricultores familiares assentados em projetos de

Reforma Agrária, em que se busca o resgate dos inadimplentes ao sistema de crédito rural e a

recuperação dos recursos, de sorte a viabilizar um número superior a 100.000 agricultores;

Fortalecer e ampliar o Programa de Garantia de Compra da Agricultura Familiar, em

parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB);

Apoiar o processo de transição agroecológica com base nos princípios da

Agroecologia.

Nesse aspecto, as linhas de crédito para a agricultura familiar do território deverão

contemplar as propriedades de forma sistêmica. O crédito agrícola praticado, mesmo com

todas as suas contribuições, não está sendo condição suficiente para melhora das famílias dos

agricultores nos aspectos da geração de renda e qualidade de vida. O território estará

propondo um sistema de crédito agrícola que envolva toda a propriedade, com projeto

definido pelos agricultores e prazos adequados. Como contribuição a esta proposta, é

necessário que, já no ano de 2006, o território tenha condições de implantar o Plano Safra,

pelas possibilidades que apresenta na reversão da matriz produtiva das propriedades.

b) Projetos

O Plano Safra deverá atuar com as seguintes ações:

Crédito adequado à matriz produtiva da região;

Crédito prioritário para as propriedades e não só para os produtos;

Assistência técnica por demanda dos agricultores;

Page 55: Médio Alto Uruguai - RS

56

Capacitação continuada em produto e processo;

Novo zoneamento agrícola para a região;

Organização dos agricultores familiares como demandantes do crédito rural.

c) Monitoramento e Avaliação

Quantidade de estabelecimentos rurais beneficiados;

Volume de recursos disponibilizados;

Melhoria na orientação técnica;

Participações no processo de capacitação;

Índices de produtividade.

2.2.17 Questões tecnológicas de apoio às ações de produção do território

a) Ações

• Tecnologia de Informação

• Tecnologia de Gestão

• Tecnologia de Analise

• Tecnologia de Certificação

b) Projetos

• Projetos que possibilitem o desenvolvimento de um sistema de informatização das

propriedades rurais como instrumento de informação e formação para as famílias dos

agricultores familiares, como fator de apoio nas suas atividades econômicas e sociais.

• Organizar proposições para a formação e capacitação formal e não formal, para técnicos

e agricultores, através de cursos dos diversos níveis, como instrumento de gestão das

propriedades rurais e das cadeias produtivas.

• Apoiar a construção e dinamização de estruturas que possibilitem a análise da

produção da agricultura familiar, envolvendo todos os aspectos que se relacionam com as

atividades produtivas, observando as exigências dos consumidores.

• Propor a organização de marcas ou marcas geográficas para a produção agrícola e não

agrícola do território, com a criação de selos de qualidade e certificação, com a organização

de estrutura para este fim.

Page 56: Médio Alto Uruguai - RS

57

c) Monitoramento e Avaliação

Quantidade de propriedades informatizadas;

Participação das pessoas no processo de capacitação;

Quantidade de Análise realizada;

Quantidade de marcas ou marcas geográficas organizadas.

Page 57: Médio Alto Uruguai - RS

REFERÊNCIAS ADIB, Renault Alberto. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável: guia para planejamento. Brasília: SDT/MDA, 2005. ALMEIDA, Jalcione. A problemática do desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento Sustentável: necessidade ou possibilidade. BECKER, Dinizar Fermiano (Org). Desenvolvimento sustentável: necessidade e ou possibilidade?. Santa Cruz: Edunisc, 1997. BECKER, Dinizar Fermiano (Org). Desenvolvimento sustentável: necessidade e ou possibilidade?. 2 ed. Santa Cruz: Edunisc, 1999. 238 p. BRASIL. Referências para a Gestão Social de Territórios Rurais. Brasília: SDT/MDA, 2005. (Série Documentos Institucionais - SDT/MDA, n. 3). BRUM, A. J.; TRENNEPOHL, V. L. Agricultura Brasileira: formação, desenvolvimento e perspectivas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. 128 p. ETGES, Vírginia Elisabeta (Org.). Desenvolvimento Rural: potencialidades em questão. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2001. FRANTZ T. R.; NETO, S. Avaliação e caracterização sócio-econômica dos sistemas agrários do Rio Grande do Sul. Ijuí: UNIJUÌ, 2001. IPEA. Atlas de Desenvolvimento Humano. Disponível em: <www.ipea.gov.br> Acesso em: 08 nov. 2005. KRAEMER Elisabeth. Gestão Ambiental: um enfoque no desenvolvimento sustentável. 2005. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br>. Acesso em: 18 maio 2006. PRESTES, Rosi Maria; BERTO, James Luiz; ROVER, Oscar José. Análise da sustentabilidade ambiental da suinocultura com base no balanço de N e P e na percepção dos agricultores no município de Frederico Westphalen/RS. Dissertação (Mestrado) – UNOCHAPECÓ, Chapecó, 2010. SEPÚLVEDA, Sergio. Desenvolvimento Sustentável Microrregional: métodos para planejamneto local. Brasília: IICA, 2005. VILLA-VERDE, Valeria. Território, ruralidade e desenvolvimento. Curitiba/PR: IPARDES, 2004.

Page 58: Médio Alto Uruguai - RS

ANEXO IDENTIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO

URUGUAI – RS 1 TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO URUGUAI – RS

As primeiras experiências de planejamento visando o desenvolvimento local, regional

e nacional foram implementadas pelo governo federal no Brasil em meados da década de

1930, com foco no crescimento econômico. No final de 1950 o governo central criou a

SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, e em 1970 as

Superintendências de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) e da Região Sul

(SUDESUL). Ainda na década de 80 o governo central manifestava interesse na promoção do

planejamento e do desenvolvimento regional, mas viu-se forçado a concentrar seus esforços

em ações e problemas emergentes na época, relacionados à crise econômica e ao ajuste

estrutural enfaticamente sugerido pelos organismos financeiros internacionais

(WESENDONCK, 2009).

A década de 90 foi caracterizada por uma mudança de comportamento na política

governamental consoante ao planejamento do desenvolvimento. Segundo Bresser Pereira a

reforma que o Estado se viu obrigado a

realizar neste período deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento (PEREIRA, 1997, p. 12).

Assim, devido a essa lacuna deixada pelo governo central, os Estados começaram a se

estruturar e articular em prol do desenvolvimento.

O fato de o governo federal passar a compartilhar a questão do planejamento para o

desenvolvimento regional com os governos estaduais através de políticas de descentralização,

também fez com que em algumas regiões, instituições da própria sociedade, começassem a se

articular nesse momento mais democrático visando o desenvolvimento local e regional.

Page 59: Médio Alto Uruguai - RS

Pode-se citar o caso do Estado do Rio Grande do Sul, onde ao longo das últimas duas

décadas amadureceram diversas experiências de participação popular na política de

desenvolvimento local ou regional e, num certo sentido, fizeram ressaltar sua posição de

vanguarda no cenário nacional, no que diz respeito ao exercício da cidadania e à participação

da sociedade civil nos espaços públicos.

Exemplos concretos são os Conselhos Regionais de Desenvolvimento e os Territórios

da Cidadania. Estes sobrepõem as demais articulações, devido ao seu caráter como

interlocutores das reais demandas da sociedade civil. Para realizar-se uma análise mais a

finco, cita-se o caso do Território da Cidadania do Médio Alto Uruguai, o qual se localiza na

região noroeste do Estado Gaúcho, abrangendo uma população com essência agrícola que por

anos ficou a mercê das políticas públicas da nação e do Estado.

Nos anos 70, a revolução verde espalhou–se por vários países, difundindo os

princípios da agricultura que já se tornavam convencionais no primeiro mundo e as euforias

das primeiras safras. No entanto, logo surgiram preocupações relacionadas tanto aos

problemas socioeconômicos quanto ambientais provocados por esse padrão. Dentre os

problemas ambientais, a destruição das florestas, a erosão e a contaminação dos recursos

naturais e dos alimentos tornaram-se consequências quase inerentes à produção agrícola. Esse

processo repetiu-se também no Brasil, onde foi implantado um amplo parque industrial de

insumos agrícolas, apoiado pelo governo por intermédio da ampliação do crédito. Se, de um

lado, a modernização da agricultura brasileira aumentou a produtividade das culturas

direcionadas ao mercado externo, por outro lado, além de provocar danos ambientais, ampliou

a concentração de terras e de riquezas e aumentou o desemprego e o assalariado sazonal,

provocando intensos processos migratórios para os centros urbanos mais industrializados

(EHLERS apud FLORES, 2002).

Neste contexto, a agricultura brasileira vem desenvolvendo suas atividades buscando

desempenhar, da melhor maneira, sua responsabilidade de, além de gerar excedentes para

exportação, garantir o abastecimento interno do país.

No Rio Grande do Sul, a agricultura não é muito diferente de outras regiões do país. A

falta de políticas mais claras e duradouras tem dificultado um melhor desenvolvimento na

produção e tem dificultado um planejamento mínimo dos produtores para melhor

desempenharem suas atividades. Em muitos casos, o agricultor cultiva aquelas atividades

apoiadas com créditos oficiais, o que não quer dizer que esteja produzindo da maneira mais

adequada, considerando suas características e potencialidades.

A região denominada Médio Alto Uruguai, segundo Bernandes apud Flores (2002), é

Page 60: Médio Alto Uruguai - RS

uma região de ocupação mais recente, onde ainda são nítidas, em alguns trechos, as

características de zona pioneira. Os maiores aumentos de população por municípios,

verificados no Estado, registram-se nesta Zona. No grupamento construído pelos municípios

de Erechim, Marcelinho Ramos, Sarandi, Iraí, Palmeira das Missões, Três Passos e Santa

Rosa, verificou-se, de 1940 para 1950, um acréscimo total da ordem de 201.600 habitantes.

Como as terras são ainda novas, a produção é elevada. Mas nas zonas desbravadas há mais de

uma década já estão surgindo os espaços de vegetação secundária, sinal de que a rotação de

terras dilata, progressivamente, o seu domínio cultural. Uma pequena minoria desses

agricultores é constituída por imigrantes; a maior parte descende de colonos das regiões mais

antigas.

O desenvolvimento desta região, desde a sua origem, vem sendo construído com base na

agricultura familiar, principalmente em função das características fundiárias, onde a pequena

propriedade é predominante. A Média do tamanho da propriedade na atualidade é de 15

hectares, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), citado por Flores

(2002). A agricultura de subsistência é outra característica dominante, pois os agricultores,

seguindo suas origens e costumes, organizam sua produção visando, em primeiro lugar, à

alimentação e subsistência das famílias, animais e comercializam os excedentes.

É uma região que enfrenta as mesmas dificuldades da agricultura do país em função da

opção nacional de maiores incentivos para os produtos exportáveis. Esse fato ocasionou

grandes problemas para a região em função de muitos agricultores direcionarem suas

atividades para áreas e culturas não características da região. As atividades passaram a ser

desenvolvidas em função das políticas oficiais de crédito e assistência técnica, principalmente,

e não a partir da realidade dos agricultores e de suas propriedades.

A região deste plano, no Rio Grande do Sul, está identificada nos territórios tidos

como prioritários nos estudos desenvolvidos pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial

(SDT), do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Na região predomina a atividade agrícola como geradora da economia, representando

58% da renda média dos municípios. É destaque também o grande número de famílias que

ainda residem no meio rural, representando 56% da população. Estes dados identificam com

clareza a problemática da região, considerando-se os grandes problemas que os agricultores

familiares vêm enfrentando, como matriz produtiva inadequada, gerando baixa produtividade,

descapitalização e ainda as dificuldades na extensão rural no apoio aos agricultores (IBGE,

1996).

Page 61: Médio Alto Uruguai - RS

Segundo Flores (2002), “no Rio Grande do Sul, a agricultura não é muito diferente

de outras regiões do País. A falta de políticas mais claras e duradouras tem dificultado um

melhor desenvolvimento na produção e tem dificultado um planejamento mínimo dos

produtores para melhor desempenharem suas atividades. Em muitos casos, o agricultor cultiva

aquelas atividades apoiadas com créditos oficiais, o que não quer dizer que esteja produzindo

da maneira mais adequada, considerando suas características e potencialidades”.

Neste sentido, as organizações da sociedade política e civil da região, em constantes

articulações e tentando contribuir na identificação das problemáticas principais do baixo

desenvolvimento da agricultura regional, elaboram o Plano Territorial de Desenvolvimento

Rural Sustentável, que de fato crie as condições de melhorias na sua atividade principal ,

propondo ações fortes e participativas que possam melhorar a matriz produtiva agrícola

regional, pois entende-se que é nesta matriz que residem os problemas maiores da agricultura

regional, e é a partir dela, com novo enfoque e ações, que a região poderá dinamizar suas

atividades, buscando uma melhor qualidade de vida para a sociedade regional.

FIGURA 01: LOCALIZAÇÃO DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO URUGUAI/RS Fonte: Laboratório de Geoprocessamento URI-Campus de Frederico Westphalen/RS

Page 62: Médio Alto Uruguai - RS

FIGURA 02: COMPOSIÇÃO DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO URUGUAI/RS COM SEUS 34 MUNICÍPIOS INTEGRANTES Fonte: Laboratório de Geoprocessamento URI - Campus de Frederico Westphalen/RS 2 CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS

Segundo dados do Censo Agropecuário (1996) a população do território do Médio Alto

Uruguai estava em torno de 205.535, sendo que, destes, 104.227 eram homens e 101.308

eram mulheres.

Page 63: Médio Alto Uruguai - RS

Atualmente, segundo estimativa da FEE para 2004, a região do Território do Médio Alto

Uruguai tem estimativa da população para 188.772 habitantes; destes, 94.589 são homens e

94.183 são mulheres. Segundo esta estimativa, para 2004, a população de 0 a 14 anos de idade

será de 49.943 habitantes, sendo 25.688 homens e 24.255 mulheres. Já a estimativa para a

faixa de 15 a 24 anos será de 32.618 habitantes, destes 16.609 homens e 16.009 mulheres. A

faixa etária de 25 a 59 anos será de 83.753 habitantes, destes 41.852 homens e 41.901

mulheres. Já a faixa etária acima de 60 anos será de 22.458 habitantes, com 10.443 homens e

12.015 mulheres.

Conforme visualizado anteriormente, a estimativa da população do Rio Grande do Sul

em 2004, segundo a FEE, a estimativa para a população que reside no meio urbano e rural é a

seguinte: para o Rio Grande do Sul, a população é de 10.630.979 habitantes; destes, 1.716.194

residem no meio rural (16,14%) e 8.914.785 residem no meio urbano (83,86%); já no

Território do Médio Alto Uruguai esta estimativa é de que se tenha 188.772 habitantes, sendo

que 98.127 residem no meio rural (51,98%) e 90.645 residem no meio urbano (48,02%). Os

seguintes municípios, Frederico Westphalen, Seberi, Rodeio Bonito, Planalto, Iraí, Nonoai e

Constantina possuem mais de 50% da população vivendo na área urbana. Nos demais

municípios, predomina a ruralidade. A densidade demográfica é 30,66 hab/km2; semelhante

ao Estado: 34,17hab/km2.

QUADRO 01: POPULAÇÃO RURAL E URBANA DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO URUGUAI - RS

Estimativa População rural e urbana - 2008 Municípios Total Rural Urbana %Urbano % Rural

Alpestre 9.265 6.839 2.426 73,82 26,18Ametista do Sul 8.170 4.096 4.074 50,13 49,87Boa Vista das Missões 2.120 1.342 778 63,30 36,70Caiçara 5.283 3.474 1.809 65,76 34,24Cerro Grande 2.689 1.784 905 66,34 33,66Constantina 9.997 3.235 6.762 32,36 67,64Cristal do Sul 2.997 2.069 928 69,04 30,96Dois Irmãos das Missões 2.367 1.223 1.144 51,67 48,33Engenho Velho 1.649 1.044 605 63,31 36,69Erval Seco 8.479 5.008 3.471 59,06 40,94Frederico Westphalen 27.693 5.181 22.512 18,71 81,29Gramado dos Loureiros 2.485 1.918 567 77,18 22,82Irai 8.649 3.771 4.878 43,60 56,40Jaboticaba 4.300 2.734 1.566 63,58 36,42Lajeado do Bugre 2.615 1.911 704 73,08 26,92Liberato Salzano 6.267 4.716 1.551 75,25 24,75

Page 64: Médio Alto Uruguai - RS

Nonoai 12.626 3.005 9.621 23,80 76,20Novo Tiradentes 2.384 1.667 717 69,92 30,08Novo Xingu 1.900 1.388 512 73,05 26,95Palmitinho 6.954 3.880 3.074 55,80 44,20Pinhal 2.375 1.204 1.171 50,69 49,31Pinheirinho do Vale 4.506 3.514 992 77,98 22,02Planalto 10.739 4.656 6.083 43,36 56,64Rio dos Índios 4.322 3.517 805 81,37 18,63Rodeio Bonito 5.685 2.654 3.031 46,68 53,32Sagrada Família 2.697 1.892 805 70,15 29,85São José das Missões 3.000 2.093 907 69,77 30,23São Pedro das Missões 2.011 1.515 496 75,34 24,66Seberi 11.113 4.914 6.199 44,22 55,78Taquaruçu do Sul 2.900 1.754 1.146 60,48 39,52Três Palmeiras 4.479 2.399 2.080 53,56 46,44Trindade do Sul 5.993 3.158 2.835 52,69 47,31Vicente Dutra 5.688 3.174 2.514 55,80 44,20Vista Alegre 2.901 1.703 1.198 58,70 41,30

Total 197.298 98.432 98.866 Fonte: FEE/RS, 2008 QUADRO 02: POPULAÇÃO DO TERRITÓRIO DA CIDADANIA MÉDIO ALTO URUGUAI – RS

Estimativa População - 2010 Municípios Total

Alpestre 8.027 Ametista do Sul 7.318 Boa Vista das Missões 2.114 Caiçara 5.069 Cerro Grande 2.417 Constantina 9.670 Cristal do Sul 2.826 Dois Irmãos das Missões 2.157 Engenho Velho 1.530 Erval Seco 7.873 Frederico Westphalen 28.805 Gramado dos Loureiros 2.269 Irai 8.078 Jaboticaba 4.111 Lajeado do Bugre 2.487 Liberato Salzano 5.780 Nonoai 12.074 Novo Tiradentes 2.274 Novo Xingu 1.731

Page 65: Médio Alto Uruguai - RS

Palmitinho 6.920 Pinhal 2.515 Pinheirinho do Vale 4.503 Planalto 10.522 Rio dos Índios 3.616 Rodeio Bonito 5.743 Sagrada Família 2.593 São José das Missões 2.720 São Pedro das Missões 1.886 Seberi 10.890 Taquaruçu do Sul 2.970 Três Palmeiras 4.381 Trindade do Sul 5.787 Vicente Dutra 5.285 Vista Alegre 2.832

Total 189.773 Fonte: IBGE, 2010.

Conforme quadro 02 dos 34 município que fazem parte do Território da Cidadania

Médio Alto Uruguai apenas 4 destes tiveram acréscimo na população se comparado com o

quadro 01 referente ao ano de 2008, sendo eles: Frederico Westphalen, Pinhal, Rodeio Bonito

e Taquaruçu do Sul. Todos os demais tiveram diminuição em sua população. 3 ESTRUTURA AGRÁRIA

Segundo FEE (2003) há um total de 26.072 (média de 18,7 ha) estabelecimento rurais,

sendo 25.307 familiares (média de 13,46 ha). Salienta-se que entre 1985 e 1995 o número de

estabelecimentos rurais diminuiu 27,6¨%, ou seja, 9.928 propriedades deixaram de existir no

território.

Page 66: Médio Alto Uruguai - RS

FIGURA 03: ESTRUTURA FUNDIÁRIA

GRÁFICO 01: ECONOMIA BASEADA NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA – FEE, 2003

ECONOMIA BASEADA NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA

58,50%

34%

7,50%

Primária Serviços Transformação

Page 67: Médio Alto Uruguai - RS

4 ENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Descrição e análise das instituições e entidades que direta ou indiretamente estão

envolvidas com o cotidiano do território; os planos, programas e projetos governamentais e de

entidades privadas (ONGs, cooperativas, sindicatos, movimentos políticos e religiosos,

organizações empresariais, dentre outros) que atuam no território e quais os benefícios

auferidos, caracterizando as potencialidades e limitações para formação de parcerias.

4.2 Organizações sociais do território

4.2.1 AMZOP

A Associação dos Municípios da Zona da Produção – AMZOP, fundada desde 1993,

tem por objetivo promover ações que visem o desenvolvimento dos 45 municípios associados,

que têm suas bases produtivas alicerçadas na produção primária.

Consciente disso, o atual presidente da Associação, Prefeito Municipal de Liberato

Salzano, Leonir Cardozo, busca atrair investidores na área da agroindustrialização, a fim de

absorver a matéria prima local, agregando valor aos produtos e viabilizando a pequena

propriedade rural. Esse processo, segundo Cardozo, representa também um incremento nas

ações de diversificação, estimulando atividades que possam representar maior ganho

econômico por área, absorvendo a mão de obra familiar, ainda muito farta nos municípios da

AMZOP.

A Associação estimula ainda a adoção de tecnologia de ponta, visando aumento na

produtividade com qualidade, bem como a aquisição de máquinas e equipamentos para a

agricultura familiar, diminuindo o esforço humano nas atividades agrícolas.

Outro importante foco das ações da AMZOP é a restauração da BR 386, principal via

de escoamento das riquezas da região, recentemente discutida e acertada em audiência com as

autoridades componentes e presença dos municípios atingidos pela BR, que, segundo

informou o presidente, estarão em permanente vigilância para que a rodovia ofereça

condições adequadas de trafegabilidade. Também é prioridade da AMZOP, a construção de

acesso asfáltico a todos os municípios da Associação, bem como apoiar a efetivação de obras

asfálticas que beneficiem a interligação regional.

Page 68: Médio Alto Uruguai - RS

4.2.3 COREDES

A missão dos COREDEs é ser espaço plural e aberto de construção de parcerias sociais

e econômicas, em nível regional através da articulação política dos interesses locais e setoriais

em torno de estratégias próprias e específicas de desenvolvimento para as regiões do Rio

Grande do Sul. Os Conselhos Regionais de Desenvolvimento constituem-se num fórum de

discussão e decisão a respeito de políticas e ações que visem ao desenvolvimento regional.

Desde sua criação, com a Lei estadual nº 10.283, de 1/10/1994 e regulamentação pelo

Decreto nº 35.764, de 28/12/1994-, sempre tiveram por objetivo a promoção do

desenvolvimento regional, harmônico e sustentável, a integração dos recursos e das ações do

governo na região, a melhoria da qualidade de vida da população, a distribuição equitativa da

riqueza produzida, o estímulo à permanência do homem na sua região e a preservação e

recuperação do meio ambiente.

Segundo o estabelecido na lei, os conselhos Regionais de Desenvolvimento têm

atribuições de promover a participação de todos os segmentos na sociedade regional no

diagnóstico de suas necessidades e potencialidades, para a formulação e implantação das

políticas de desenvolvimento regional, manter espaço permanente de participação

democrática, resgatando a cidadania, através da valorização da ação política e constituir-se em

instância da regionalização do orçamento do Estado, conforme o que estabelece o Art. 149,

parágrafo 8º da Constituição do Estado.

No território existem dois COOREDES que atuam: CODEMAU – com 23 municípios e

COREDE VARZEA com 17 municípios.

4.2.4 FETRAF/SUL – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Sul

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul do Brasil está

organizada em 22 microrregiões, congregando 93 Sindicatos de Trabalhadores Rurais,

Sindicatos de Trabalhadores na Agricultura Familiar, ASSAF, APAFA e ASSINTRAFs em

toda a Região Sul. Com sindicatos regionais fortes, a Fetraf-Sul/CUT abrange mais de 288

municípios no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É orgânica à Central Única dos

Trabalhadores (CUT), para ser um instrumento a serviço dos agricultores familiares e da

classe trabalhadora. É uma organização diferenciada, articulando a luta política de forma

Page 69: Médio Alto Uruguai - RS

integrada (visão global) com a organização econômica/social, construindo caminhos e

alternativas concretas para os agricultores e agricultoras familiares.

Esta entidade sindical foi criada em um seminário, no ano de 2000, atingindo os três

estados do sul. Atuou na educação com o projeto da Terra Solidária, através do qual

possibilitou o acesso aos agricultores ao ensino fundamental. Também disponibilizou, através

dos governos, a política de habitação e reforma da habitação rural. Trabalha-se com créditos

em parceria com a CRESOL, permitindo o acesso dos agricultores aos recursos

disponibilizados pelo Governo Federal. Também fomenta a produção e organização dos

agricultores, e agroindústrias. Incentiva a produção alternativa.

4.2.5 Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

O Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA surgiu em 1996, no Rio Grande do

Sul, quando milhares de famílias camponesas foram atingidas por uma forte seca, que destruiu

grande parte da produção agrícola. MPA é um Movimento Camponês, de caráter nacional –

hoje está organizado em 17 estados brasileiros - e popular, de massa, autônomo e de luta

permanente, constituído e alicerçado por Grupos de Base formados por famílias camponesas.

Seu principal objetivo é a mudança do modelo econômico e de desenvolvimento do campo. O

MPA luta para viabilizar o desenvolvimento do campo que articule Soberania Alimentar,

Energética, Genética, Hídrica e Territorial. Luta pelo resgate e construção de uma Cultura

Popular e Camponesa, respeitando as diversidades regionais, que faça frente ao modelo do

agronegócio e que, crie uma identidade de resistência e superação do modelo hegemônico.

O Plano Camponês é uma proposta do MPA e foi construído durante muitos anos

envolvendo a base social camponesa, militantes da causa popular e importantes intelectuais e

cientistas do Brasil e de outros países. O Plano Camponês afirma o Campesinato como um

sujeito político e histórico, capaz de concretizar através de lutas e propostas um conjunto de

ações econômicas, políticas e culturais que traduzem concretamente os objetivos do MPA. Os

eixos centrais da proposta do Plano Camponês são:

1) Soberania: alimentar – energética – genética – hídrica – territorial;

2) Produção: Sistemas Camponeses de Produção que integrem produção de alimentos,

preservação ambiental e geração de energia renovável (ALIMERGIA) – Agroindústrias –

Organização;

Page 70: Médio Alto Uruguai - RS

3) Educação e Formação: escolas – universidades – informal;

4) Vida digna e de qualidade: moradia – esporte – cultura – lazer – saúde popular;

5) Comunidades Camponesas: juventude – educação – trabalho – infra-estrutura;

6) Luta Política: contra as multinacionais – contra o Estado Burguês – por projetos e

políticas estruturantes.

O MPA integra a Via Campesina, articulação internacional de Movimentos

Camponeses, e junto com outros movimentos e setores da sociedade luta pela transformação

social.

4.2.6 Movimentos Sem Terra (MST)

O MST se organiza em torno de três objetivos principais:

• Lutar pela terra;

• Lutar por Reforma Agrária;

• Lutar por uma sociedade mais justa e fraterna.

Estes objetivos estão manifestos nos documentos que orientam a ação política do

MST, definidos em nosso Congresso Nacional e no Programa de Reforma Agrária.

Além disso, lutar por uma sociedade mais justa e fraterna significa que os

trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra apoiam e se envolvem nas iniciativas que buscam

solucionar os graves problemas estruturais do nosso país, como a desigualdade social e de

renda, a discriminação de etnia e gênero, a concentração da comunicação, a exploração do

trabalhador urbano, etc. Sabemos que a solução para estes problemas só será possível por

meio de um Projeto Popular para o Brasil - fruto da organização e mobilização dos

trabalhadores e trabalhadoras. E confiamos que a realização da Reforma Agrária,

democratizando o acesso à terra e produzindo alimentos, é nossa contribuição mais efetiva

para a realização de um Projeto Popular.

4.2.7 Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG)

Como entidade de grande representação dos agricultores familiares, a FETAG,

através de suas diversas regionais, como é o caso do Médio Alto Uruguai, desenvolve suas

ações no sentido de contribuir com a resolução de problemáticas dos agricultores e suas

famílias, atuando em várias frentes, em busca das melhores soluções para as regiões do

estado. Nesse sentido, sua missão de “ coordenar e mobilizar a categoria dos trabalhadores

Page 71: Médio Alto Uruguai - RS

rurais a partir dos problemas sentidos e vividos, centrando sua ação na construção de um

modelo alternativo de desenvolvimento, tendo presente a organização e o crescimento da

consciência de classe, cujo objetivo maior é uma sociedade mais justa e igualitária”.

É importante destacar o envolvimento da FETAG nas questões da agricultura

familiar e, principalmente, o envolvimento de suas lideranças e agricultores em todo o

processo que está construindo este Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável,

que se propõe, em muitos casos, se somar às iniciativas existentes, e em outro aspecto, criar as

condições e balizamentos para o melhor desenvolvimento da agricultura familiar da região.

5 INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO TERRITÓRIO

5.1 Ensino superior

5.1.1 Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI)

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e da Missões é uma Instituição

multicampi, comunitária e sem fins lucrativos, reconhecida pela Portaria n° 708, de 19 de

maio de 1992, com sede da administração superior na cidade de Erechim, Estado do Rio

Grande do Sul.

Mantida pela Fundação Regional Integrada, entidade de caráter técnico-educativo-

cultural, com sede e foro na cidade de Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, a URI possui

autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, obedecendo

ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

A reitoria da URI está localizada no município de Erechim, onde também possui um

de seus Campus. Os seus demais Campus estão localizados nos municípios de Frederico

Westphalen, Santo Ângelo e Santiago. Possui, ainda, extensões nos municípios de São Luiz

Gonzaga e Cerro Largo.

A URI, ancorada nos princípios da ética, da co-responsabilidade de gestão e da

formação humana, estabelece e define sua missão:

(...) formar pessoal ético e competente, inserido na comunidade regional, capaz de construir conhecimento, promover a cultura, o intercâmbio, a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca continua da valorização e solidariedade humanas.

Page 72: Médio Alto Uruguai - RS

A URI, em seus cinco campus e duas extensões, desenvolve um projeto integrado

entre o ensino, a pesquisa e a extensão.

As atividades referidas objetivam criar as condições necessárias para que o território do

Médio Alto Uruguai passe a definir os programas e projetos que se identificam com as

necessidades de seu desenvolvimento sustentável.

Somada a essas atribuições, poderá atuar forte na questão da capacitação que poderá

oportunizar que todos os segmentos da sociedade passem a ter oportunidades e instrumentos

de participarem na discussão dos temas que devem receber prioridade e que criem as

condições de inclusão de toda a sociedade no processo de desenvolvimento do território.

Ainda deverão ser objeto desta capacitação as cadeias produtivas regionais para que

possam se credenciar para receberem recursos públicos e aplicá-los em programas e projetos

plenamente definidos pela sociedade e que garantam a eficiência na sua aplicação, para que os

objetivos propostos em cada projeto tenham resultados favoráveis.

Para coordenar estas metas estratégicas no território, o núcleo diretivo, coordenador

das ações do território, escolheu a URI – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e

das Missões, Campus de Frederico Westphalen, RS, como entidade apoiadora na execução

das propostas, visando à elaboração/organização do PTDRS e seu acompanhamento na ações

futuras.

5.1.1.2 UFSM – Universidade Federal de Santa Maria – Campus Frederico Westphalen

e Palmeira das Missões – CESNORS/Centro de Educação Superior Norte

Universidade Federal de Santa Maria, idealizada e fundada pelo Prof. Dr. José Mariano

da Rocha Filho, foi criada pela Lei n. 3.834- C, de 14 de dezembro de 1960, com a

denominação de Universidade de Santa Maria, instalada solenemente em 18 de março de

1961. A UFSM é uma Instituição Federal de Ensino Superior constituída como Autarquia

Especial vinculada ao Ministério da Educação.

Em 20 de julho de 2005, o Conselho Universitário aprovou a criação do Centro de

Educação Superior Norte – RS UFSM – CESNORS, passando a UFSM a contar com nove

unidades universitárias. A instalação do CESNORS teve como objetivo impulsionar o

desenvolvimento da região norte do estado do Rio Grande do Sul, visando à expansão da

educação pública superior.

Page 73: Médio Alto Uruguai - RS

O CESNORS iniciou suas atividades letivas no segundo semestre de 2006 e conta,

atualmente, com duas unidades: uma no município de Frederico Westphalen e outra em

Palmeira das Missões.

Visão de Futuro: "Como Unidade Universitária da UFSM, ser reconhecida como

centro de excelência em ensino, pesquisa e extensão, formando profissionais críticos e

comprometidos com o desenvolvimento sustentável da sociedade".

Missão: "Construir, produzir e promover conhecimento por meio de ações de ensino,

pesquisa e extensão voltadas para o desenvolvimento regional".

Da estrutura da UFSM, fazem parte também três escolas de ensino médio e tecnológico,

sendo um deles, o Colégio Agrícola de Frederico Westphalen – CAFW, localizado e instalado

em Frederico Westphalen há 44 anos. Este, além do ensino médio e técnico, vem atuando no

ensino superior desde o ano de 2009 com os Cursos Tecnólogo em Alimentos e Tecnólogo em

Sistemas para Internet.

5.1.3 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul/UERGS

Criada em 10 de julho de 2001, através da Lei N° 11.646, nasceu para atender as

demandas tecnológicas e auxiliar no desenvolvimento regional, já que a sua estrutura foi

pensada de forma descentralizada e multicampi.

Missão: “Promover o desenvolvimento regional sustentável, através da formação de

recursos humanos qualificados, da geração e da difusão de conhecimentos e tecnologias,

capazes de contribuir para o crescimento econômico, social e cultural das diferentes regiões

do Estado”.

5.2 Ensino Médio e Ensino Técnico voltada para Agricultura Familiar

Neste nível de educação existe um conjunto de estruturas, tanto estaduais como

particulares, distribuídas em vários municípios do território, com a missão de encaminhar a

formação dos alunos no ensino médio. São entidades compostas por um conjunto de

profissionais qualificados e estruturas físicas que objetivam atnder sua demanda da melhor

maneira possível, resalvandos as históricas dificuldades, principalmente de valorização dos

profissionais que atuam nessa fundamentl atividade para a formação e desenvolvimento da

sociedade do território, que é a educação.

Page 74: Médio Alto Uruguai - RS

Maiores dados sobre este tema, pode-se consultar na tabela do IDESE, que compõe

este plano.

5.2.1 Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul - ARCAFAR-RS

A Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul tem como

missão a representação, assessoramento e qualificação das Associações das Casas Familiares

Rurais buscando o desenvolvimento sustentável e solidário da agricultura familiar pela

Pedagogia da Alternância, para a Educação do Campo, em benefício da sociedade.

Objetiva a coordenação de um trabalho filantrópico a fim de promover a

profissionalização dos jovens agricultores, de ambos os sexos, no meio rural, proporcionando

pela integração do próprio meio, as condições objetivas para sua inserção na comunidade

onde vivem, e com isso diminuir a evasão do meio rural. Atualmente no Rio Grande do Sul tem seis Casas Familiares Rurais

em funcionamento são elas: Frederico Westphalen, Alpestre, Barão de Cotegipe, Santo

Cristo, Catuípe, Santo Antonio das Missões.

Nessas CFRs tem hoje mais de 250 jovens em formação, mais de 500

famílias atendidas e em torno de 50 municípios envolvidos. O grande compromisso da

ARCAFAR-RS é a formação dos jovens agricultores familiares através da Pedagogia da

Alternância.

5.2.2 Associação Casa Familiar Rural Santo Isidoro de Frederico Westphalen/RS

A Escola de Ensino Médio Casa Familiar Rural iniciou suas atividades em março de

2002, com o propósito de: desenvolver o ensino de forma a promover a consciência crítica

nos educandos, viabilizando seus projetos de vida, associados e integrados ao grupo, à

família, à comunidade em geral; proporcionar uma educação libertadora com base no

desenvolvimento socialmente justo, tendo como ponto de partida a família do educando e seu

meio de vida. Atualmente funciona com uma grande parceria regional.

Além disso, constituir uma formação adequada ao meio dos educandos, através da

Pedagogia da Alternância e de instrumentos pedagógicos coerentes, que promovam o

desenvolvimento integral (profissional, político, econômico, cultural, ecológico, entre outros),

Page 75: Médio Alto Uruguai - RS

os quais possam facilitar a qualificação do jovem e sua família num cenário de

desenvolvimento sustentável.

5.2.2 Colégio Agrícola de Frederico Westphalen/CAFW

O Colégio Agrícola de Frederico Westphalen é uma unidade básica de ensino da

Universidade Federal de Santa Maria, vinculado à Coordenadoria de Ensino Médio e

Tecnológico. Abriu suas portas como Ginásio Agrícola, recebendo sua primeira turma de

alunos em 11 de abril de 1966. Tem por finalidade ministrar, para alunos de ambos os sexos,

em regime de externato, semi-internato e internato, ensino médio, técnico e Tecnológico nas

áreas de Agropecuária, de Alimentos e de Informática, observando os fins e ideais da

Educação previstos na constituição da República Federativa do Brasil e na Legislação que

fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para atender à demanda do mercado de

trabalho.

Visão: "Ser reconhecido na sociedade como Instituição de referência no Ensino Médio e

na Educação Profissional".

Missão: "Promover o Ensino Médio, a Educação Profissional e Tecnológica de

excelência, contribuindo para a formação integral da pessoa para que exerça sua cidadania,

visando o desenvolvimento da sociedade".

5.3 Ensino Fundamental

Este nível de educação, é de competência dos municípios que têm procurado

desempenhar seu papel da melhor maneira possível. Mesmo assim, percebe-se um conjunto

de dificuldades enfrentadadas tanto pelos gestores públicos, como pela comunidades

educacional municipal, principalmente nas condições de trabalho e de formação dos agentes

atuantes na educação.

Além disso, destacam-se os gandes desafios presentes na educação, no que se refere

aos recuros para a manutenção da estrutura municipal para bem desenvolver essa atividade.

Estes desafios e dificuldades devem ser ecarados e minimizados, pois sua dinâmica

interfere diretamente na avaliação de desempenho de professores e alunos o que gera os

indicadores situacionais da atividade no município.

6 INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO

Page 76: Médio Alto Uruguai - RS

Para um melhor entendimento das questões que permeiam o desenvolvimento do

espaço geográfico do Território da Cidadania do Médio Alto Uruguai, serão utilizados os

dados do IDESE (Índice de Desenvolvimento Socioeconômico), em função de sua melhor

característica de informação e análise para as informações e tomada de decisões dos agentes

do desenvolvimento territorial.

Page 77: Médio Alto Uruguai - RS

QUADRO 03: IDESE NO ANO DE 2006 NO TERRITÓRIO MÉDIO ALTO URUGUAI/RS INDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO - IDESE – 2006

Municípios Educação Renda Saneamento e Domicílios Saúde IDESE

Índice ordem Índice Ordem Índice ordem Índice ordem Índice ordem Alpestre 0,805 430º 0,565 448º 0,215 384º 0,834 423º 0,605 445º Ametista do Sul 0,785 471º 0,537 465º 0,249 353º 0,900 31º 0,618 419º Boa Vista das Missões 0,796 453º 0,744 116º 0,060 480º 0,833 431º 0,608 439º Constantina 0,848 249º 0,714 166º 0,493 116º 0,881 72º 0,734 117º Cristal do Sul 0,823 371º 0,550 456º 0,060 481º 0,836 410º 0,567 486º Dois Irmãos das Missões 0,822 375º 0,745 114º 0,066 458º 0,836 414º 0,617 421º Engenho Velho 0,760 488º 0,719 158º 0,541 81º 0,845 368º 0,716 160º Erval Seco 0,822 374º 0,619 359º 0,221 378º 0,866 189º 0,632 386º Frederico Westphalen 0,866 160º 0,757 101º 0,625 38º 0,902 21º 0,788 20º Gramado dos Loureiros 0,823 368º 0,494 483º 0,112 436º 0,836 410º 0,566 487º Jaboticaba 0,809 422º 0,616 365º 0,194 396º 0,832 435º 0,613 431º Lajeado do Bugre 0,770 484º 0,525 472º 0,059 487º 0,832 435º 0,546 493º Liberato Salzano 0,792 464º 0,649 301º 0,171 413º 0,841 381º 0,613 430º Nonoai 0,797 451º 0,712 174º 0,416 189º 0,724 496º 0,662 312º Novo Tiradentes 0,855 211º 0,527 471º 0,187 401º 0,869 171º 0,609 437º Novo Xingu 0,866 154º 0,654 292º 0,373 229º 0,881 72º 0,693 220º Palmitinho 0,825 354º 0,587 421º 0,337 271º 0,854 284º 0,651 346º Pinhal 0,850 239º 0,587 420º 0,436 160º 0,849 332º 0,681 260º Pinheirinho do Vale 0,825 359º 0,600 392º 0,188 399º 0,861 233º 0,618 416º Planalto 0,813 406º 0,603 386º 0,345 262º 0,855 281º 0,654 337º Rio dos Índios 0,833 319º 0,627 341º 0,145 424º 0,836 410º 0,610 434º Rodeio Bonito 0,847 251º 0,645 307º 0,380 221º 0,881 72º 0,688 233º Sagrada Família 0,836 304º 0,580 430º 0,058 488º 0,849 332º 0,581 478º São José das Missões 0,815 401º 0,580 429º 0,108 437º 0,849 332º 0,588 467º São Pedro das Missões 0,797 452º 0,599 396º 0,058 490º 0,844 369º 0,574 482º Seberi 0,822 373º 0,671 254º 0,275 330º 0,848 341º 0,654 336º Taquaruçu do Sul 0,817 390º 0,671 256º 0,230 371º 0,862 218º 0,645 360º Três Palmeiras 0,844 269º 0,695 199º 0,065 462º 0,869 171º 0,618 417º Trindade do Sul 0,846 258º 0,689 213º 0,286 317º 0,862 218º 0,671 290º Vicente Dutra 0,761 486º 0,507 478º 0,219 379º 0,855 274º 0,586 471º Vista Alegre 0,856 205º 0,653 294º 0,260 346º 0,861 233º 0,657 325º Caiçara 0,821 383º 0,577 433º 0,183 404º 0,879 92º 0,615 425º Iraí 0,816 394º 0,617 363º 0,406 201º 0,862 218º 0,675 273º Cerro Grande 0,817 391º 0,570 444º 0,060 483º 0,832 435º 0,570 483º Total 27,88 21,19 8,08 28,96 21,52 Rio Grande do Sul 0,854 - 0,781 - 0,569 - 0,850 - 0,763 - Fonte: FEE, 2006

Page 78: Médio Alto Uruguai - RS

6.1 Um parâmetro para o processo: o IDESE

Segundo Siedenberg (2003), quando em meados da década de 1950 o

desenvolvimento de países e regiões passou a ser enfocado e entendido de diferentes

maneiras, distanciando-se cada vez mais do conceito de crescimento - um termo mais restrito

a aspectos econômicos quantitativos - surgiu um problema: como medir desenvolvimento?

A medição do desenvolvimento através do PIB – Produto Interno Bruto não sanava

mais as exigências postas, devido ao fato de desenvolvimento ser concebido como um

conceito mais amplo. Por isso, naquele período, pesquisadores vinculados à ONU sugeriram a

necessidade da agregação de indicadores da área da saúde, educação, ocupação e habitação

para melhor definir a amplitude do termo desenvolvimento (SIEDENBERG, 2003).

Mas, foi somente na década de 70 que os estudos sobre indicadores de

desenvolvimento socioeconômicos obtiveram maior repercussão no meio científico, quando

pesquisadores e instituições (como o Banco Mundial e o FMI, por exemplo) se viram

desafiados a agregar indicadores de cunho social para medir e validar o desenvolvimento de

regiões ou países. Assim, indicadores socioeconômicos passaram a ser cada vez mais

utilizados como instrumentos para explicitar as disparidades socioeconômicas de uma região

ou país, diversificando e complexificando as discussões e as abordagens sobre o

desenvolvimento.

Conforme Siedenberg, “indicador é apenas uma unidade de medida parcial,

substitutiva”. O mesmo autor segue afirmando que “indicadores são medidas estatísticas que

representam recortes da realidade que somente têm sentido quando se inserem num contexto

teórico-metodológico que lhe empresta o respectivo significado (2006, p. 102)”.

Conforme Jannuzzi (2003) a confiabilidade de um indicador é uma propriedade

relacionada à qualidade do levantamento dos dados usados no seu cômputo. Além da

relevância social, validade e confiabilidade, um indicador social deve ter um grau de

cobertura adequado aos propósitos a que se presta, deve ser sensível, especifico reprodutível,

comunicável, atualizável periodicamente, a custos factíveis, ser amplamente desagregável em

termos geográficos, sócio-demográficos e socioeconômicos e gozar de certa historicidade.

Analisando este tema (indicadores) de maneira genérica, Siedenberg (2003) afirma que

eles expressam, na melhor das hipóteses, uma realidade socioeconômica de forma apenas

parcial, pois são somente uma espécie de representantes de um determinado aspecto de uma

realidade complexa. Segundo o mesmo autor as características elementares de um bom

Page 79: Médio Alto Uruguai - RS

indicador de desenvolvimento socioeconômico são: ser simples, dinâmico, sensível, holístico,

confiável, participativo e capaz de combinar aspectos gerais com específicos, configurando

um arranjo complexo e difícil de ser encontrado ou construído.

Com essa maior ênfase dada aos aspectos sociais, o desenvolvimento socioeconômico

de países, regiões e sociedades passou a ser objeto de análise e crítica por parte de

pesquisadores e analistas, desencadeando um enxurrada de novas pesquisas e abordagens,

muitas das quais interdisciplinares.

Conforme Jannuzzi, indicador social é:

[...] uma medida em geral quantitativa dotado de significado social substantivo, usado para substituir, quantificar e operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico (para pesquisa acadêmica) ou programático (para formulação de políticas). É um recurso metodológico empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na mesma (JANNUZZI, 2003, p. 15).

Porém, essa proliferação de abordagens também acarretou alguns problemas: uma vez que os

mais diversos indicadores podem dar embasamento a um trabalho cientifico, é necessário

considerar que com o seu uso e, também, com o ‘mau uso e abuso’ de indicadores, como

refere Jannuzzi (2002), é fornecida apenas uma pequena noção da realidade estudada de um

contexto/realidade bem mais amplo(a), surgiram inúmeras criticas vinculadas ao seu uso e

colocando sob suspeita os métodos de obtenção, a fidelidade dos dados e as próprias análises

(SIEDENBERG, 2003).

Assim, quando 1990, o PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,

apresentou o IDH - Índice de Desenvolvimento Humano em seu relatório anual, consolidou-se

uma concepção complexa de desenvolvimento, agregando às questões econômicas também

aspectos sociais num único índice. A partir do IDH a medição do desenvolvimento passou a

levar em conta outros fatores essenciais à vida, como a esperança de vida ao nascer, a

alfabetização e escolaridade e o poder de compra per capita (UNDP, 1990).

Conforme o PNUD o objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é

oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver" (PNDU, 2008, p. 01).

Page 80: Médio Alto Uruguai - RS

No Brasil o IDH tem sido utilizado por diversos órgãos para inferir o grau de

desenvolvimento do país, de Estados e Municípios, inspirando diversas instituições e

pesquisas a elaborar indicadores próprios, específicos, mais abrangentes.

No Rio Grande do Sul um bom exemplo de indicador socioeconômico que surgiu,

embasado no modelo do IDH, é o IDESE - Índice de Desenvolvimento Socioeconômico,

criado pela FEE - Fundação de Economia e Estatística. O IDESE abrange um conjunto amplo

de indicadores sociais e econômicos classificados em quatro blocos temáticos: Educação;

Renda; Saneamento e Domicílios; e Saúde.

Conforme Klering, o IDESE contém um conjunto de indicadores sociais e

econômicos, com o objetivo de

mensurar o grau de desenvolvimento dos municípios do Estado. De acordo com a FEE, o novo índice criado pela instituição carrega um papel importante, de subsidiar a definição e implementação de políticas públicas, principalmente de âmbito municipal e estadual, visando melhorar os níveis de vida da população gaúcha. Tem a pretensão e o propósito de constituir uma alternativa de índice mais completo que outro semelhante, apresentado anteriormente pelo Programa das Nações Unidas (PNUD), o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), focando todos os municípios do Brasil. O estudo da FEE causou forte impacto na imprensa gaúcha, em que recebeu ampla cobertura dos meios de comunicação social, sendo motivo de polêmicas, perplexidades, contrariedades e de inquietações, principalmente de governos municipais, cujos desempenhos passaram a ser vistos com dúvidas e reservas (2003, p. 01).

Trata-se de um índice de desenvolvimento socioeconômico desenvolvido por uma

instituição oficial do governo estadual e criado

especificamente para medir o desenvolvimento nas regiões e municípios do Rio Grande do Sul, informando à sociedade e orientando os governos (municipais e o estadual) nas suas políticas socioeconômicas para melhor estruturar os planejamentos estratégicos em prol do desenvolvimento local (FEE, 2008).

Por sua vez, os quatro blocos constituintes do IDESE são formados por um conjunto

de 12 indicadores, os quais compõem a base para a formulação do índice de cada bloco. Os

pesos atribuídos a esses índices que abordam deficiências socioeconômicas de cada região

considerada, são de suma importância para avaliação do desenvolvimento de um município ou

região. Porém, também são valores arbitrários.

Para estipular o valor relativo de cada indicador foi atribuído um peso específico

predeterminado para cada item, conforme evidenciado no Quadro 03 acima. Os limites desses

índices e a fontes dos dados brutos que originam os indicadores que são utilizados para medir

Page 81: Médio Alto Uruguai - RS

o desenvolvimento socioeconômico das regiões, no caso deste estudo, os COREDES, são

apresentados no quadro a seguir.

Com base nestes parâmetros, as unidades geográficas consideradas (COREDES)

podem ser classificadas pelos índices em três grupos: baixo desenvolvimento (índices até

0,499), médio desenvolvimento (entre 0,500 e 0,799) e alto desenvolvimento (maiores ou

iguais que 0,800).

Uma vez que se considera este índice como representativo do desenvolvimento

socioeconômico, pois abrangem 12 diferentes aspectos da realidade regional, o IDESE será

utilizado como referencial na análise proposta nesta investigação.

Porém, é necessário ressaltar que, apesar do seu nobre objetivo, o IDESE não é um

indicador isento de falhas estruturais e contradições internas e externas. Klering (2003)

apresenta alguns desses problemas, como, por exemplo, a escolha de determinados índices e a

atribuição de determinados parâmetros (ou pesos).

Page 82: Médio Alto Uruguai - RS

QUADRO 04: ESPECIFICAÇÕES DO IDESE

Fonte: FEE, 2008.

As discrepâncias decorrentes das atribuições de valor em cada índice considerado no

IDESE são ressaltadas, sobretudo, quando municípios ou regiões são comparados através de

outros indicadores, como, por exemplo, o IDH-M, que toma por base outras variáveis e

parâmetros.

Segundo Klering,

Blocos Índices Peso

no Bloco

Peso no

IDESE

Limite

Inferior

Limite

Superior

Fonte dos

Dados Brutos

Educação

Taxa de abandono no ensino

fundamental 0,25 0,0625 100% 0% Edudata do INEP – MEC

Taxa de reprovação no ensino

fundamental 0,20 0,0500 100% 0% Edudata do INEP – MEC

Taxa de atendimento no ensino médio 0,20 0,0500 100% 0% Censo Demográfico IBGE

Edudata do INEP – MEC Taxa de

analfabetismo de pessoas com 15

anos ou mais 0,35 0,0875 100% 0% Censo Demográfico e

PNAD do IBGE

Renda

Geração do PIBpc 0,50 0,125 100 ($ ppp)

40.000 ($ ppp) FEE

Apropriação de renda – VABpc do

comércio, alojamento e alimentação

0,50 0,125 11,22 ($ ppp)

4.486,64 ($ ppp) FEE

Saneamento e domicílio

Percentual de domicílios

abastecidos com água (rede geral)

0,50 0,125 0% 100% Censo Demográfico IBGE

Percentual de domicílios atendidos com rede geral de esgoto ou pluvial

0,40 0,100 0% 100% Censo Demográfico IBGE

Média de moradores por domicílio 0,10 0,025

6 moradore

s 1 morador Censo Demográfico e

PNAD do IBGE; FEE

Saúde

Percentual de crianças com baixo

peso ao nascer 0,33 0,0833 30% 4% DATASUS – MS

Taxa de mortalidade de menores de 5

anos 0,33 0,0833 316 por

mil 4 por mil DATASUS – MS

Esperança de vida ao nascer 0,33 0,0833 25 anos 85 anos IDHM - PNUD e IPEA

Page 83: Médio Alto Uruguai - RS

O IDESE carrega maior número de indicadores e variáveis, mas não ajudam nas explicações, porque os acréscimos feitos de fato pioram os resultados. Em estatística recorre-se, frequentemente a uma interessante analogia quando se vai compor indicadores de pesquisas; diz-se que é mais prudente usar-se uma cesta de boas frutas (ou indicadores), do que uma cesta com quaisquer frutas; e de que mais frutas (ou indicadores) devem ser acrescentadas a uma boa cesta de frutas somente quando as novas melhorarem ou qualificarem a seleção; ou seja, uma cesta de frutas (ou de indicadores) vale pela sua qualidade, e não pela sua mera quantidade (2003, p. 4).

Apesar disso tudo, a utilização do IDESE como referência de análise no contexto desta

pesquisa é considerada como válida, exatamente porque o próprio Governo do Estado o

utiliza como referência na distribuição de recursos, o que será explicitado mais adiante e em

maiores detalhes.

7 DIMENSÃO AMBIENTAL

A modernização da agropecuária promoveu uma menor vinculacão dos processos

produtivos com as dinâmicas dos agroecossistemas, fazendo com que a gestão das

propriedades se orientasse mais por fatores externos, como as exigências postas pelas

agroindústrias, do que por critérios de manutenção dos recursos disponíveis em cada

propriedade (PRESTES; BERTO; ROVER, 2010).

A modernidade tecnológica da revolução industrial, nos países centrais, a revolução

verde nos países periféricos, produziram inumeráveis impactos ambientais, o que pode ser

denominado de crise ambiental. (LEFF, 1999).

Desta forma as questões ambientais ganham espaço e importância, tendo em vista a

profunda relação existente entre a economia, a qualidade de vida e a dimensão ambiental.

(PRESTES; BERTO; ROVER, 2010).

A forma como as pessoas percebem a sua realidade é fundamental na definição como

estas reagem frente as mais diversas situações. Na questão ambiental não é diferente.

Confrontado com um problema ou norma ambiental que a pessoa não percebe como problema

ou não se acha responsável, ela provavelmente reagirá se rebelando ou então responderá no

estrito limite para não sofrer as consequências do não cumprimento da norma. Entender a

percepção dos agricultores sobre as questões ambientais é um importante subsídio para a

definição da atuação do setor. (PRESTES; BERTO; ROVER, 2010).

Page 84: Médio Alto Uruguai - RS

 FIGURA 11: BIOMAS DO BRASIL Fonte: IBGE, 2010.

FIGURA 12: ECORREGIÕES DO RS Fonte: IBGE, 2010

Page 85: Médio Alto Uruguai - RS

FIGURA 13: PADRÃO DE UTILIZAÇÃO DA TERRA NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995-1996 E 2006 Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006

Page 86: Médio Alto Uruguai - RS

A figura 13 apresenta os padrões de utilização da terra, no Brasil, na qual pode-se

observar um aumento do predomínio de pastagens e lavoura, mais especificamente neste

território o que reforça as diferentes formas de intervenção do homem no meio ambiente, na

perspectiva do atendimento de suas necessidades quer sejam agrícolas, industriais, urbanas,

etc., através de técnicas que evoluem e se intensificam com o tempo, determinam os usos e

ocupação da terra no presente.

Os impactos das atividades antrópicas sobre os recursos naturais causam

modificações na paisagem por desmatamento que levam à fragmentação dos ecossistemas e

pela substituição da vegetação nativa por reflorestamento, pastagens, cultivos e edificações.

7.1 Aspectos Geoambientais

FIGURA 14: GEOLOGIA DO RS

 8 DIMENSÃO ECONÔMICA 8.1 Cooperativas de Crédito 8.1.1 Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Alto Uruguai - SICREDI Alto Uruguai-RS

Page 87: Médio Alto Uruguai - RS

Com mais de um milhão e seiscentos mil associados, o Sistema de Crédito Cooperativo

- Sicredi opera com 124 cooperativas de crédito e mais de 1.000 pontos de atendimento em

onze estados brasileiros.

Missão: "Como sistema de crédito cooperativo, valorizar o relacionamento, oferecer

soluções financeiras para agregar renda e contribuir na qualidade de vida dos associados e da

sociedade".

O SICREDI tem como valores a preservação irrestrita da natureza cooperativa do

negócio, respeito à individualidade do associado, valorização da instituição como sistema,

respeito às normas oficiais e internas e eficácia e transparência na gestão.

As cooperativas de crédito integrantes do SICREDI participam da construção da

qualidade de vida das comunidades e das categorias profissionais em que estão inseridas. Suas

ações acontecem em diversas frentes, possibilitando a realização de projetos e eventos em

benefício da sociedade e a valorização da cidadania.

Seja por meio de iniciativas nascidas no próprio Sistema ou no apoio a programas

sociais desenvolvidos em parceria com outras entidades, as cooperativas de crédito SICREDI

buscam difundir a cultura da cooperação, acreditando que, mais do que doar, é essencial criar

condições para que os cidadãos possam capacitar-se e crescer.

8.1.2 CREHNOR

Promover a inclusão social dos associados, oferecer crédito e serviços com menores

custos, fortalecer a organização dos trabalhadores e contribuir para o desenvolvimento

econômico sustentável e sociocultural da região de atuação. Essa é a missão do Sistema

Crehnor, importante aliado na dinamização das economias locais, viabilizando créditos a

agricultura, em especial a familiar, as cooperativas de crédito do Sistema Crehnor tem

desempenhado papel fundamental na facilitação do acesso a recursos, sejam de fontes oficiais

ou dos próprios associados.

Atualmente fazem parte do Sistema Crehnor uma Cooperativa Central e 6

Cooperativas de Crédito Singulares e uma Cooperativa Filiada, totalizando com 56 postos de

Page 88: Médio Alto Uruguai - RS

atendimento que atuam em 310 municípios nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina

e Paraná financiando projetos que visam à melhoria nas propriedades rurais. Os objetivos são:

♦ Proporcionar, através da mutualidade de assistência financeira aos associados em suas

necessidades especiais, atividades especiais e atividades específicas com a finalidade de

melhoria de condições de vida e de seus familiares;

♦ Fomentar a produção rural, bem como a sua circulação e industrialização;

♦ Formar educacionalmente seus associados no sentido de fomentar o cooperativismo e

associativismo, através da ajuda mútua da economia sistemática e do uso adequado do crédito.

8.1.3 CRESOL

Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária que atuam nos estados do

Paraná (onde nasceu no final dos anos 80 e início dos anos 90) e de Santa Catarina. Os

associados da Cooperativas Cresol são, exclusivamente, agricultores familiares.

Eles são os responsáveis pela gestão das cooperativas, garantindo assim o controle

social. Mesmo com a expansão e crescimento das cooperativas, a gestão esta sempre nas mãos

dos agricultores.

Missão: Promover a inclusão social dos agricultores familiares, ao facilitar o acesso a

produtos e serviços financeiros.

Atua no fortalecimento e estímulo da interação solidária entre esses agricultores e

suas organizações, por meio do crédito e da apropriação de conhecimento, visando o

desenvolvimento local com sustentabilidade.

Busca a interação solidária dos agricultores, a democratização e profissionalização

do crédito, a transparência, a descentralização das decisões e o crescimento horizontal da rede

de cooperativas. Tudo isso com o objetivo de ampliar o acesso das famílias agricultoras a

serviços financeiros, com transparência e honestidade na gestão, contribuindo dessa forma

para o desenvolvimento socialmente justo e não degradante.

8.2 Informações gerais sobre os municípios do Território da Cidadania Médio Alto

Uruguai/RS

Page 89: Médio Alto Uruguai - RS

FIGURA 15: INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL-RENDA NO RIO GRANDE DO SUL Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2010

QUADRO 05: DADOS ECONÔMICOS

Município População Renda Per Capita PIB Per Capita Alpestre 8.972 R$ 816,08 R$ 9.793,00 Ametista do Sul 8.058 R$ 490,25 R$ 5.883,00 Boa Vista das Missões 2.066 R$ 2.059,17 R$ 24.710,00 Caiçara 5.184 R$ 780,83 R$ 9.370,00 Cerro Grande 2.577 R$ 659,33 R$ 7.912,00 Constantina 9.842 R$ 858,75 R$ 10.305,00 Cristal do Sul 2.967 R$ 762,67 R$ 9.152,00 Dois Irmãos das Missões 2.362 R$ 1.623,33 R$ 19.480,00 Engenho Velho 1.584 R$ 1.122,42 R$ 13.469,00 Erval Seco 8.212 R$ 857,92 R$ 10.295,00 Frederico Westphalen 27.308 R$ 1.191,83 R$ 14.302,00 Gramado dos Loureiros 2.370 R$ 738,00 R$ 8.856,00 Iraí 8.468 R$ 650,00 R$ 7.800,00 Jaboticaba 4.173 R$ 761,83 R$ 9.142,00 Lajeado do Bugre 2.536 R$ 668,42 R$ 8.021,00 Liberato Salzano 6.102 R$ 741,92 R$ 8.903,00 Nonoai 12.327 R$ 899,75 R$ 10.797,00 Novo Tiradentes 2.331 R$ 705,00 R$ 8.460,00

Page 90: Médio Alto Uruguai - RS

Novo Xingu 1.858 R$ 932,17 R$ 11.186,00 Palmitinho 6.905 R$ 803,67 R$ 9.644,00 Pinhal 2.362 R$ 1.347,25 R$ 16.167,00 Pinheirinho do Vale 4.411 R$ 842,92 R$ 10.115,00 Planalto 10.589 R$ 658,58 R$ 7.903,00 Rio dos Índios 4.202 R$ 829,08 R$ 9.949,00 Rodeio Bonito 5.698 R$ 808,50 R$ 9.702,00 Sagrada Família 2.595 R$ 705,42 R$ 8.465,00 São José das Missões 2.952 R$ 623,00 R$ 7.476,00 São Pedro das Missões 1.939 R$ 880,92 R$ 10.571,00 Seberi 10.870 R$ 928,92 R$ 11.147,00 Taquaruçu do Sul 2.849 R$ 919,67 R$ 11.036,00 Três Palmeiras 4.388 R$ 969,50 R$ 11.634,00 Trindade do Sul 5.905 R$ 928,75 R$ 11.145,00 Vicente Dutra 5.569 R$ 691,25 R$ 8.295,00 Vista Alegre 2.871 R$ 933,58 R$ 11.203,00

Total 193.402 Fonte: IBGE, 2007

FIGURA 16: INTENSIDADE DA POBREZA NO RIO GRANDE DO SUL Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, 2010

Page 91: Médio Alto Uruguai - RS

8.3 Dados sobre cada um dos 34 municípios do Território da Cidadania Médio Alto

Uruguai/RS.

Alpestre

• População Total (2010): 8.027 habitantes

• Área (2008): 328,7 km²

• Densidade Demográfica (2008): 28,2 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,32 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 67,14 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 26,32 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 78.893

• PIB per capita (2007): R$ 8.793

• Data de criação: 26/12/1963 - (Lei nº . 4688)

• Município de origem: Iraí

Ametista do Sul

• População Total (2010): 7.318 habitantes

• Área (2008): 93,5 km²

• Densidade Demográfica (2008): 87,4 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,36 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 71,92 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 10,87 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 47.407

• PIB per capita (2007): R$ 5.883

• Exportações Totais (2008): U$ FOB 2.235.323

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9570)

• Município de origem: Planalto, Iraí e Rodeio Bonito

Boa Vista das Missões

• População Total (2010): 2.114 habitantes

• Área (2008): 195,4 km²

• Densidade Demográfica (2008): 10,9 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 9,92 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 70,13 anos

Page 92: Médio Alto Uruguai - RS

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 51.051

• PIB per capita (2007): R$ 24.710

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9539)

• Município de origem: Palmeira das Missões

Caiçara

• População Total (2010): 5.069 habitantes

• Área (2008): 189,2 km²

• Densidade Demográfica (2008): 27,9 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 8,02 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 75,25 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 48.574

• PIB per capita (2007): R$ 9.370

• Data de criação: 19/10/1965 - (Lei nº . 5067)

• Município de origem: Frederico Westphalen

Cerro Grande

• População Total (2010): 2.417 habitantes

• Área (2008): 73,5 km²

• Densidade Demográfica (2008): 36,6 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 17,07 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 69,87 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 20.388

• PIB per capita (2007): R$ 7.912

• Data de criação: 13/4/1988 - (Lei nº . 8564)

• Município de origem: Palmeira das Missões

Constantina

• População Total (2010): 9.670 habitantes

• Área (2008): 203,0 km²

• Densidade Demográfica (2008): 49,2 hab/km²

Page 93: Médio Alto Uruguai - RS

• Taxa de analfabetismo (2000): 10,21 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 75,52 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 25,64 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 101.420

• PIB per capita (2007): R$ 10.305

• Data de criação: 14/4/1959 - (Lei nº . 3736)

• Município de origem: Sarandi

Cristal do Sul

• População Total (2010): 2.826 habitantes

• Área (2008): 681,6 km²

• Densidade Demográfica (2008): 10,4 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,51 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 71,60 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 59.587

• PIB per capita (2007): R$ 8.481

• Data de criação: 29/4/1988 - (Lei nº . 8583)

• Munícipio de origem: Camaquã

Dois Irmãos das Missões

• População Total (2010): 2.157 habitantes

• Área (2008): 225,7 km²

• Densidade Demográfica (2008): 10,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 13,59 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 67,45 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 46.011

• PIB per capita (2007): R$ 19.480

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9619)

• Município de origem: Erval Seco

Engenho Velho

Page 94: Médio Alto Uruguai - RS

• População Total (2010): 1.530 habitantes

• Área (2008): 71,2 km²

• Densidade Demográfica (2008): 23,2 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,64 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 69,04 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 21.335

• PIB per capita (2007): R$ 13.469

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9606)

• Município de origem: Constantina

Erval Seco

• População Total (2010): 7.873 habitantes

• Área (2008): 363,9 km²

• Densidade Demográfica (2008): 23,3 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,43 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 72,96 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 10,53 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 84.543

• PIB per capita (2007): R$ 10.295

• Data de criação: 20/12/1963 - (Lei nº . 4673)

• Município de origem: Seberi, Palmeira das Missões e Tenente Portela

Frederico Westphalen

• População Total (2010): 28.805 habitantes

• Área (2008): 265,0 km²

• Densidade Demográfica (2008): 104,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 7,57 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 75,52 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 6,69 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 390.546

• PIB per capita (2007): R$ 14.302

• Exportações Totais (2008): U$ FOB 74.744.149

• Data de criação: 15/12/1954 - (Lei nº . 2523)

Page 95: Médio Alto Uruguai - RS

• Município de origem: Palmeira das Missões e Iraí

Gramado dos Loureiros

• População Total (2010): 2.269 habitantes

• Área (2008): 131,4 km²

• Densidade Demográfica (2008): 18,9 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 17,78 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 67,48 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 20.989

• PIB per capita (2007): R$ 8.856

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9541)

• Município de origem: Nonoai

Iraí

• População Total (2010): 8.078 habitantes

• Área (2008): 182,2 km²

• Densidade Demográfica (2008): 47,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 11,76 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 72,24 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 66.050

• PIB per capita (2007): R$ 7.800

• Exportações Totais (2008): U$ FOB 1.200

• Data de criação: 1/7/1933 - (Decreto nº . 5368)

• Município de origem: Palmeira das MIssões

Jaboticaba

• População Total (2010): 4.111 habitantes

• Área (2008): 128,1 km²

• Densidade Demográfica (2008): 33,6 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,69 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 69,87 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

Page 96: Médio Alto Uruguai - RS

• PIBpm(2007): R$ mil 38.148

• PIB per capita (2007): R$ 9.142

• Data de criação: 30/11/1987 - (Lei nº . 8426)

• Município de origem: Palmeira das Missões

Lajeado do Bugre

• População Total (2010): 2.487 habitantes

• Área (2008): 67,9 km²

• Densidade Demográfica (2008): 38,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 21,17 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 69,87 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 20.341

• PIB per capita (2007): R$ 8.021

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9551)

• Município de origem: Palmeira das Missões, Cerro Grande e Jaboticaba

Liberato Salzano

• População Total (2010): 5.780 habitantes

• Área (2008): 245,6 km²

• Densidade Demográfica (2008): 25,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 15,88 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 68,43 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 16,13 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 54.328

• PIB per capita (2007): R$ 8.903

• Data de criação: 1/6/1964 - (Lei nº . 4736)

• Município de origem: Constantina e Nonoai

Nonoai

• População Total (2010): 12.074 habitantes

• Área (2008): 469,3 km²

• Densidade Demográfica (2008): 26,9 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 16,75 %

Page 97: Médio Alto Uruguai - RS

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 67,45 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 37,50 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 133.093

• PIB per capita (2007): R$ 10.797

• Exportações Totais (2008): U$ FOB 565.619

• Data de criação: 30/1/1959 - (Lei nº . 3695)

• Município de origem: Sarandi e Iraí

Novo Xingu

• População Total (2010): 1.731 habitantes

• Área (2008): 80,6 km²

• Densidade Demográfica (2008): 23,6 hab/km²

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 20.783

• PIB per capita (2007): R$ 11.186

• Data de criação: 16/4/1996 - (Lei nº. 10759)

• Município de origem: Constantina

Palmitinho

• População Total (2010): 6.920 habitantes

• Área (2008): 144,0 km²

• Densidade Demográfica (2008): 48,3 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 11,55 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 70,79 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 12,82 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 66.590

• PIB per capita (2007): R$ 9.644

• Data de criação: 8/11/1965 - (Lei nº . 5087)

• Município de origem: Frederico Westphalen

Pinhal

• População Total (2010): 2.515 habitantes

• Área (2008): 68,2 km²

• Densidade Demográfica (2008): 34,8 hab/km²

Page 98: Médio Alto Uruguai - RS

• Taxa de analfabetismo (2000): 10,70 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 73,03 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 38.185

• PIB per capita (2007): R$ 16.167

• Data de criação: 29/4/1988 - (Lei nº . 8577)

• Município de origem: Palmeira das Missões, Rodeio Bonito e Seberi

Pinheirinho do Vale

• População Total (2010): 4.503 habitantes

• Área (2008): 105,3 km²

• Densidade Demográfica (2008): 42,8 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,01 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 71,92 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 68,18 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 44.618

• PIB per capita (2007): R$ 10.115

• Data de criação: 20/12/1992 - (Lei nº . 9586)

• Município de origem: Palmitinho

Planalto

• População Total (2010): 10.522 habitantes

• Área (2008): 230,4 km²

• Densidade Demográfica (2008): 46,6 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 13,79 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 67,45 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 24,59 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 83.681

• PIB per capita (2007): R$ 7.903

• Exportações Totais (2008): U$ FOB 198.314

• Data de criação: 26/12/1963 - (Lei nº . 4692)

• Município de origem: Iraí e Nonoai

Page 99: Médio Alto Uruguai - RS

Rio dos Índios

• População Total (2010): 3.616 habitantes

• Área (2008): 237,0 km²

• Densidade Demográfica (2008): 18,2 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 16,95 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 67,48 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 41.808

• PIB per capita (2007): R$ 9.949

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9547)

• Município de origem: Nonoai

Rodeio Bonito

• População Total (2010): 5.743 habitantes

• Área (2008): 83,2 km²

• Densidade Demográfica (2008): 68,3 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 9,34 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 75,52 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 55.284

• PIB per capita (2007): R$ 9.702

• Exportações Totais (2003): U$ FOB 534.150

• Data de criação: 20/12/1963 - (Lei nº . 4667)

• Município de origem: Palmeira das Missões, Seberi e Iraí

Sagrada Família

• População Total (2010): 2.593 habitantes

• Área (2008): 78,3 km²

• Densidade Demográfica (2008): 34,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 15,67 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 73,03 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 38,46 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 21.966

• PIB per capita (2007): R$ 8.465

Page 100: Médio Alto Uruguai - RS

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9548)

• Município de origem: Palmeira das Missões

São José das Missões

• População Total (2010): 2.720 habitantes

• Área (2008): 98,1 km²

• Densidade Demográfica (2008): 30,6 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 13,58 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 73,03 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 62,50 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 22.070

• PIB per capita (2007): R$ 7.476

• Data de criação: 20/3/1992 - (Lei nº . 9552)

• Município de origem: Palmeira das Missões

São Pedro das Missões

• População Total (2010): 1.8861 habitantes

• Área (2008): 83,1 km²

• Densidade Demográfica (2008): 24,2 hab/km²

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 20.498

• PIB per capita (2007): R$ 10.571

• Data de criação: 16/4/1996 - (Lei nº. 10753)

• Município de origem: Palmeira das Missões

Seberi

• População Total (2010): 10.890 habitantes

• Área (2008): 301,4 km²

• Densidade Demográfica (2008): 36,9 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 10,66 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 70,97 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 23,62 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 121.166

• PIB per capita (2007): R$ 11.147

Page 101: Médio Alto Uruguai - RS

• Exportações Totais (2006): U$ FOB 21.339

• Data de criação: 30/1/1959 - (Lei nº . 3696)

• Município de origem: Palmeira das Missões

Taquaruçu do Sul

• População Total (2010): 2.970 habitantes

• Área (2008): 76,8 km²

• Densidade Demográfica (2008): 37,7 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 9,80 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 72,24 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 31.441

• PIB per capita (2007): R$ 11.036

• Data de criação: 9/5/1988 - (Lei nº . 8599)

• Município de origem: Frederico Westphalen

Três Palmeiras

• População Total (2010): 4.381 habitantes

• Área (2008): 188,7 km²

• Densidade Demográfica (2008): 23,7 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,74 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 73,42 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 51.050

• PIB per capita (2007): R$ 11.634

• Data de criação: 12/5/1988 - (Lei nº . 8631)

• Município de origem: Ronda Alta

Trindade do Sul

• População Total (2010): 5.787 habitantes

• Área (2008): 268,4 km²

• Densidade Demográfica (2008): 22,3 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 16,06 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 72,24 anos

Page 102: Médio Alto Uruguai - RS

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 13,89 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 65.813

• PIB per capita (2007): R$ 11.145

• Data de criação: 15/12/1987 - (Lei nº . 8487)

• Município de origem: Nonoai e Liberato Salzano

Vicente Dutra

• População Total (2010): 5.285 habitantes

• Área (2008): 195,0 km²

• Densidade Demográfica (2008): 29,2 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 14,60 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 70,97 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 12,82 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 46.192

• PIB per capita (2007): R$ 8.295

• Exportações Totais (2008): U$ FOB 9.154

• Data de criação: 17/9/1965 - (Lei nº . 5032)

• Município de origem: Frederico Westphalen

Vista Alegre

• População Total (2010): 2.832 habitantes

• Área (2008): 77,5 km²

• Densidade Demográfica (2008): 37,5 hab/km²

• Taxa de analfabetismo (2000): 10,19 %

• Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 71,92 anos

• Coeficiente de Mortalidade Infantil (2007): 0,00 por mil nascidos vivos

• PIBpm(2007): R$ mil 32.162

• PIB per capita (2007): R$ 11.203

• Data de criação: 9/5/1988 - (Lei nº . 8596)

• Município de origem: Frederico Westphalen

Page 103: Médio Alto Uruguai - RS

REFERÊNCIAS BRASIL. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. 2 dez. 2008. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/projetos/pobreza_desigualdade/visualiza.php?id07=115> Acesso em: jul. 2010. FEE. Fundação de Economia e Estatística. Disponível em: <http//www.fee.tche.br>. Acesso em: 22 jun. 2010. FEE. Índice de Desenvolvimento Sócio Econômico -IDESE. 2008. Disponível em: <http//www.fee.tche.br>. Acesso em: 14 jun. 2010. FLORES, Antonio Joreci. A matriz produtiva agrícola de um município: o caso de Frederico Westphalen-RS. Frederico Westphalen: URI, 2002. IBGE. Censo Agropecuário. 1996. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 jul. 2010. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 jul. 2010. IBGE. Censo Demográfico, 2010. Disponível em: http://www.ibge.com.br/home/estatistica/populacao/censo2010/RS2010.pdf Acesso em: 12 nov. 2010. JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados a aplicações. 2. ed. São Paulo/Campinas: Editora Alínea, 2003. LEFF, Enrique. Saber Ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petropolis, RJ: Vozes, 2001. KLERING, Luís Roque. Qual a verdadeira qualidade de vida dos municípios do Rio Grande do Sul? 2003. Disponível em: <http://www.terragaucha.com.br/artigo_lrk_001.htm>. Acesso em: ago. 2010. PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. A Reforma do Estado dos Anos 90. Brasília, Cadernos do Mare, n. 1, Brasília, 1997. PNDU. Atlas de Desenvolvimento Humano. Disponível em: <www.pnud.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2010. PRESTES, Rosi Maria; BERTO, James Luiz; ROVER, Oscar José. Análise da sustentabilidade ambiental da suinocultura com base no balanço de N e P e na percepção dos agricultores no município de Frederico Westphalen/RS. Dissertação (Mestrado) – UNOCHAPECÓ, Chapecó, 2010. SIEDENBERG, Dieter Ruard. Indicadores de desenvolvimento socioeconômico. Revista Desenvolvimento em Questão, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Gestão e Cidadania, UNIJUI, n. 1, jan./mar. 2003.

Page 104: Médio Alto Uruguai - RS

WESENDONCK. Claudia Cristina. O Processo de Participação Popular (PPP) como fator de desenvolvimento socioeconômico nos COREDES RS: direcionamentos, referências e indicadores. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento) – UNIJUI, Ijuí, 2009.