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MeiaFina

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Revista desenvolvida, como exercício de construção de grid, harmonia e continuidade, para disciplina Artes Gráficas B - 2008/2 EBA-Ufmg. Grid desenvolvido em proporção áurea. Fotos Délio Faleiro Textos de Bruna Araújo

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Diferença. Sem mui ta graça andava descalça tentando acredi tar. Andava descalça e sem rumo. Me dê uma razão. Cansada de andar pelo mundo, sentou. Disse que não acredi tava e que nunca iria. Mas também não ti nha cer teza disso. Resolveu seguir.Andou por onde não passava. Olhou pra quem nunca ti nha vis to. Tentou s orrir sem mo tivo. Descalça, viu que tudo era igual.

Plantou sementes de sonhos sem reparar onde as jogou. Perdeu o tempo, andou correndo e não viu onde pis ou. Socou a terra, com o pé, tão for te. A verdade é que o s onho não bro tou. Sem saber por quê, novamente andou. Diferença.

Dis traída, desas trada, descon traída, descabelada, despreparada, desesperada, desprendida, despreocupada. Não que nega tivas sejam de um todo ruim, simpa tiz o, necessi to. Descon tínua. Mas é que elas perseguem, numa Era de Ds.

Sonhos tem Ds? Diferença. Disse que não acredi tava e que nunca acredi taria. Mas também não ti nha cer teza disso.

Descalça, viu que

precisava de mais. Cansada de andar, sentou. D

isse ao mundo que tudo era igual. Sentou. E plantou sementes novas com

indicações no local.

Diferença. D

escalça, porque viu que tudo era igual.

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Tênis bran

co, m

eias preta

apen

as coi

ncidên

cia, n

ão ten

ho fix

ação

por m

eias até

porque as

minhas

usua

lmen

te sã

o brancas.

Talve

z se

ja o

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meio

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o...

O que rea

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uto.

E (qu

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e e!) tal

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o nã

o poss

a ensa

ndecidam

ente

p os tar tex tos de ou trora que não tem mais legi timidade sobre a minha pessoa. Tudo bem que iss o es tá mei o tênis ci nza, meia roxa mas é como já disse - tenha paciência a té porque vai dizer que sua mãe

nunca lhe ves tiu com um lindo par de tênis branco e você colocou meias pre tas?! Vou

isso. Verto lágrimas de emoção... e prossigo. Essa coisa de combinar é engraçada. (o pior é perceber que tudo o que eu combino dá errado - mas não era exatamente esse combinar do qual falava). Mas então, um dia me vi diante de tênis branco e meias

dormir...

Diz eu que acordei e acompanhada... por uma gripe, resfriado, rinite, sinusite, ou sei lá o que é

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pretas que berravam!!!! que no entanto foram os únicos que chamaram minha atenção naquele dia. Se fossem alternados... só seriam mais um.

Daí me veio a pergunta, (ser ou não ser?) - tá bom não era essa - (mesmo assim é apropriada) - cala a boca! - (tá bom...) - se é que o estranho, barango, (se você se ofende por fazer essa combinação finja

que as duas palavras anteriores significam diferente) é

o que se nota... tá legal... ser ou não ser? Nem

sei onde isso vai chegar mas ficar por aqui não adianta muita coisa. Pois assim

, fica exposto que o diferente pode ser o que difere, o que difere é diferenciado, e num

discurso anti-preconceito, que vivam

as diferenças! Que continuem

a existir tênis brancos! e que sejam

complacentes com as

estranhesas de um mundo

de meio-fios. E o resto (s.m

. o que fica; aquilo que sobra; excesso do dividendo sobre o produto do cociente pelo divisor; resultado de uma subtração; sobra; resíduo -s: ruínas; despojos mortais) é bobagem

.

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Bambolês nas orelhasSei lá o que me dá. Mas juro que dessa vez vou tentar não es tragar tudo. Porque apesar de trocar os bambolês de lugar parecer fácil, tem sempre um se. E quanto tempo tenho mesmo para iss o? Não iss o. Aquilo.

frases livres. Além do que não é bem suposto que algo faça sentido, é?! Porque algumas coisas que deveriam (algumas não... muitas) simplesmente não o fazem. Me diga você! E eu que falava de bambolês.

Sei l

á o q

ue m

e dá

. M

as acho, f

rases

soltas,

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É verdade que nunca me dei mui to bem com eles. Talvez iss o explique minha de terminação em mudá-los de lugar, não deixe-os cair.

Frases livres, frases sol tas. Sol tas e provavelmente perdidas, iss o é uma lei? E era para eu convencer

a respeito de alguma coisa... esquecer.

É verdade que me falta um certo tipo de paciência.

Mas não quer dizer que eu seja grossa de um

todo. Talvez os bambolês estejam

me subindo à cabeça.

Sei lá o que me dá! Meio sem

dedos. Meio

reluzente, pena transparente. E o que há para estragar? São dores. H

orrores? De certo meio vazio.

Tudo está lá fora! É eu que me pergunto... Uma

certa saudade de negativas. Não vou desperdiçar a

oportunidade. Acho que os bambolês

me deixaram um

pouco atrevida, mesmo que essa palavra me remeta a uma revista de puberdade - malditos bambolês. E afinal de contas, vou lembrando que falo por mim

, bambolês lembram

borboletas. E as borboletas....

Tá, elas voam e um

dia são lagartas. Não

esquecendo que um dia elas arriscaram

sair do casulo.

Alguém

viu alguma borboleta por aí? É... acho que vou manter meus bambolês, nas orelhas, bem

apertados. (pra voarem

comigo)

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“Tau

-to-fonia”

De que ad

iantam

palavras

muda

s e ex

asperad

asme

smo a

quela

s di

tas bem

al

tasde

nad

a ad

iantam

pa

lavras

Não

fujas

aos

meus ol

hos

tristes,

daquele

olhar de

bele

za

dédala,das face tas que tanto vis tes.

Não mais fujas aos meus

olhos tristes.

Meu decoro já não resta

o meu fado não era beloe mesmo assim

, o dem

érito é seu.A

gora que meu decoro

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já era.E só mesmo tau tofonia

escri ta em minhas gara tujasMeu guedelho, minha vida

E só mesmo tau tofonia.

De que ad

iantam

palavras

que nã

o mais foge

m oe

meus olh

os tris

tes

agora

que m

eu d

ecoro já

era

É s

ó mesmo

tautofon

ia...

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Existe

um e

é pos

to outro

- com

posto de

duas

parte

s. Perf

eito,

foi f

eito se

m

muitos

cuid

ados.

Ord

em, o

caos

. Comp

osto de

pa

rtes di

stinta

s.

Perfeito hora irrefutável. Correto? É certo, e tosco, horroroso. Perfeição da obscuridade, obsceno, fraterno. Simples caos pós-moderno. Luz é

pouco.

Perm

aneço n

a pe

numb

ra.

No a

lto, o

sonh

o. Pes

adelos

de rea

lidad

e. C

ompos

to de

vida

e perfeiç

ão. B

ecos

de ins

anidad

e.

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Page 12: MeiaFina

Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Belas Artes

Artes Gráficas BRevista - Proporção Áurea

Diagramação: Bruna Santos Araújo

Fotos: Délio Faleiro2008/2