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Metodologia Científica UNIDADE 1

Metodologia da pesquisa científica.pdf

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MetodologiaCientcaUNIDADE 1Nome do autorA produo do conhecimento cientfico a arte e a tcnica 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia, gravao ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmisso de informao, sem prvia autorizao, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.2015Editora e Distribuidora Educacional S. A. Avenida Paris, 675 Parque Residencial Joo PizaCEP: 86041 -100 Londrina PRe-mail: [email protected] Homepage: http://www.kroton.com.br/Unidade 1 | Cienticidade do conhecimentoSeo 1.1 - Critrios da cientificidade na construo do conhecimentoSeo 1.2 - Tipos de conhecimento: senso comumSeo 1.3 - Tipos de conhecimento: filosficoSeo 1.4 - Tipos de conhecimento: cientfico911233547SumrioPalavras do autorEstarpresentenomundo,fazerpartedele,umgrandedesafio?Oqueisso significaparavoc?Comcertezavocjouviuexpressestaiscomohojeas coisasestomuitomudadas,antigamentenosefaziaassim,eassimpor diante.Notequeesseantigamentemuitasvezesnemsignificatoantigamente assim, principalmente quando se trata das transformaes na tecnologia. Hoje os produtos rapidamente se transformam e, ao chegar ao mercado, j h outros mais evoludos,comdataprevistaparalanamento.oconhecimentoquefavorece esse contexto. Vocjdeveterouvidofalarsobreovalordoconhecimentonasociedade atual: o conhecimento a base da sociedade moderna, considerado como fator fundamentalparaaresoluodosproblemasqueossereshumanosenfrentam. Masserquetodotipodeconhecimentopodeserasoluo?Nessesentido ecomvistasadesenvolverformassegurasdeproduodoconhecimento pormeiodomtodocientfico,adisciplinadeMetodologiaCientficaobjetiva compreender como se produz o conhecimento cientfico e suas diferentes formas de representao.Paratanto,estelivroestdistribudoemquatrounidades.Aprimeirater comotemaacientificidadedoconhecimento,aoabordarascaractersticasdo pensamento cientfico e a formao do esprito cientfico. Na segunda unidade, o tema ser os tipos de produo cientfica, alm de uma reflexo sobre a forma de construo do conhecimento cientfico e seus desdobramentos nos documentos necessriosparasuaobjetivao.Naterceiraunidade,otemaseroprojetode pesquisa,compreendidocomoferramentanecessriaparaaorganizaoda investigao, que ter na unidade quatro a exposio das formas de representao dentro dos parmetros definidos pela comunidade cientfica.Nestelivro,vocterorientaes,dicas,exemplosepoderexercitaros processos de metarreflexo ou seja, um mergulho nos motivos de nossas aes, paramelhorcompreend-lastopropciosparaasprticasderesoluode problemas. Vamos l?Unidade 1CIENTIFICIDADE DO CONHECIMENTOVamoscomearnossosestudoseparaissoimportantequevoc compreenda do que trataremos nesta Unidade. O tema a ser desenvolvido se refereacaractersticasdoconhecimentocientfico.Portanto,oquefaremos nesta Unidade conhecer mais sobre os diferentes tipos de conhecimento para compreendermos sua importncia, suas caractersticas e como utiliz-los em uma prtica profissional fundamentada.Confira as competncias e objetivos da disciplina:Vejamos a seguinte situao baseada na realidade:Aps um perodo de busca por capacitao e formao, assim que concluiu agraduaonocursodeAdministrao,Anadecidiurealizarumagrande mudanaemsuacarreiracomoempresriaaocomearaoferecerservios Convite ao estudoCompetncia geral a ser desenvolvida:Aplicar os procedimentos cientcos em sua prtica prossional.Objetivo geral:Compreender as caractersticas do conhecimento cientco, a m de formar o esprito cientco e adotar os seus procedimentos na busca de respostas para os problemas da prosso.Objetivos especcos: Conhecer como historicamente os seres humanos construram formas para explicar os fenmenos; Caracterizar os principais tipos de conhecimento: senso comum, losco, religioso e cientco; Compreender o diferencial do conhecimento cientco e sua importncia na busca de solues racionais para os desaos das prticas prossionais.Cienticidade do conhecimentoU18comoassessoradoSEBRAEeconsultoraparaempreendedoresindividuaise pequenas empresas em sua cidade. Um problema objetivo e que representa para ela um desafio atual em relao ao fluxo de informaes nos casos que atende. Muitas vezes ocorrem atrasos nas entregas ou entrega errada porque algumdeixoudeinformarsobrealgumacoisaoutambmporquealgum pensou que o outro faria e, por fim, ningum fez, ou ainda porque no se teve clareza sobre o que de fato o cliente precisava. De que forma Ana poder resolver essa questo, segundo o contexto de cada caso atendido por ela, utilizando o conhecimento cientfico? Paravenceressesdesafios,estaUnidadeestorganizadaemquatro Sees. Na primeira, faremos uma breve abordagem sobre a constituio do pensamento cientfico numa perspectiva histrica identificando as caractersticas da forma cientfica de se construir o conhecimento. A partir da segunda seo, falaremosmaisespecificamentedasdiferentesformasdebuscarsolucionar asquestesqueenvolvemocotidianodaspessoasemsuasdiversasreas, enfocandoosdiferentestiposdeconhecimento.Assim,nasegundaseo, trataremosespecificamentedoconhecimentobaseadonosensocomum, como se configura e suas formas mais frequentes. Na terceira seo, focaremos oconhecimentodotipofilosfico,compreendendosuaimportnciae necessidade no sentido de fundamentar as escolhas mais ticas e adequadas aseremfeitas.E,naquartaeltimaseo,trataremosespecificamentedo conhecimentocientfico,abordandosuaimportncia,anecessidadedesua aplicao principalmente quando do desenvolvimento das prticas profissionais e como desenvolver um comportamento predominantemente cientfico com vistas a tornar essa prtica mais racional, coerente e eficaz.Cienticidade do conhecimentoU19Seo 1.1Critrios da cientificidade na construo do conhecimentoNestaseo,comearemosaconversardeformabemmaisespecficasobreo que o conhecimento cientfico. Contudo, convm que no percamos de vista que nosso objetivo compreender isso tudo, mas de forma articulada situao-problema apresentadanoinciodaunidade.Assim,vamosanalisarasituaoapresentada, abordandocomosedefineoconhecimentocientficoequaissooscritriosde cientificidade na construo do conhecimento. Vamos comear analisando a situao problema, atendida por nossa consultora Ana, que ir auxiliar as personagens Marina e Rita a desenvolver princpios de uma gesto eficiente do conhecimento para realizar um planejamento efetivo de um negcio em food trucks:Ritatemoconhecimentoemculinria,quemuitoemborasejafrutosomente desuasexperincias,deu-lheseguranasobreaqualidadedoseuservio.Marina, por causa de uma negociao, ganhou um trailer, que precisava de melhorias, mas comtodaaestruturaparasertransformadonumfoodtruck.Umanoapsterem aberto o negcio, elas esto s voltas com questes que se no forem resolvidas iro comprometer todo o investimento: garantir a qualidade dos servios sem desperdcio de mercadoria. Embora Rita seja excelente cozinheira, no tem acertado em muitas opes e por vrias vezes houve desperdcio de alimentos por falta de planejamento e conhecimento mais profundo sobre como prepar-los, embal-los e acondicion-los. Marina usa muito sua intuio e a experincia decorrente de suas vivncias em vrioslugaresparasugerircardpioseorganizaroaspectovisualdotrailer.Ocorre queemboratenhamtidoumsucessoinicial,agoraestonumafaseestacionriae muito em funo do desconhecimento sobre culinria e de acharem que somente com a experincia iro adquirir conhecimentos para administrar o negcio. Como as empreendedoras podero resolver a situao e garantir a manuteno do negcio? Vejamos: na situao proposta, a consultora Ana dever orientar as suas primeiras clientes, as empreendedoras Rita e Marina, que decidiram investir na tendncia dos Food Trucks, a optar por uma alternativa que lhes possibilite a menor margem de erro, ou de Dilogo aberto Cienticidade do conhecimentoU110outra forma, as melhores condies de xito. No mbito profissional, considerando as caractersticas do mercado, do aumento da competitividade, das questes ticas que hoje emergem com muita fora, nos direitos do trabalhador e do consumidor, o ideal que se opte por meios racionais e equilibrados de respostas s demandas. Para isso, preciso compreender o que caracteriza o pensamento cientfico, uma vez que ele permitir as escolhas mais racionais em funo da metodologia que lhe peculiar.Asituaoimpeumarespostaque,porissomesmo,caracteriza-secomoum processodeconstruodoconhecimento.AindaqueAna,nossaconsultoranessa situao-problema,apliqueumconhecimentojdesenvolvido,elaofaremuma situao especfica, com dados muito particulares e sutilezas prprias. Portanto, nesse sentido, o conhecimento produzido ser ressignificado, passando a se constituir numa formanovaediferenciadaderesposta.Aresideaproduodoconhecimento.A situao problema que resolveremos nesta Seo : como as empresrias de primeira viagemdeveroprocederparaaplicarestratgiascientficasparaasoluodos problemas que ocorrem no cotidiano profissional? Quais procedimentos caracterizam esse tipo de escolha?Portanto, temos competncias tcnicas e contedos mobilizados para esta Seo:Observequeestamosindoaospoucosnoentendimentodanossasituao-problema,deformaquecadaaspectosertratadodemaneiraespecficaparaque vocpossaefetivamentecompreenderosmotivosquedeverofundamentarsuas escolhas. As respostas para os desafios nem sempre aparecem de imediato, geralmente requerem muita anlise, e mesmo situaes para as quais a experincia nos traga mente caminhos j trilhados requerem identificar novas variveis para que possamos efetivamenteproporasoluomaisvivelparaocontexto.Nemsempreomelhor ser o mais adequado ou o mais adequado ser o que poderemos fazer. Para isso, preciso adotar critrios de escolha mais cientficos, para garantir mais eficincia.Inicialmente,caberefletirmosumpoucosobreotermometodologia.Em suaorigem,temosignificadodecaminho,forma,meioutilizadoparaserealizar determinadatarefa,enocasoespecficodenossoestudo,ocaminhoparase construiroconhecimento.Dopontodevistaacadmico,podesignificaroestudo No pode faltarCompreender como o conhecimento construdo, apropriado e transformado num contexto prtico. a construo do conhecimento; o que d ao conhecimento as caractersticas de cientfico.Cienticidade do conhecimentoU111dos mtodos ou tambm pode ter um significado mais abrangente, agregando tanto o mtodo quanto os procedimentos dele decorrentes. Como voc pode ver, no h um nico entendimento.Assim,seametodologiaaformapelaqualseconstrioconhecimentoouse realiza alguma coisa, preciso reconhecer que segue um determinado percurso, com umadeterminadaorganizao,umdeterminadoprocesso.Muitassoasfontesdo conhecimento e tudo o que sabemos procede de diferentes fontes de informao, sejam elas a famlia, a escola, a igreja, as diferentes formas de comunicao existentes. Outra fonte importante a observao, uma vez que, estando no mundo, somos observadores dos fatos que acontecem, das lembranas ou outra informao (REY, 2003). Muitas pessoas acreditam em horscopos, em adivinhaes, uma vez que isso faz parte do pensamento dominante a sua volta. Outras pessoas aceitam as imposies sociais feitas por meio das tradies, costumes e outros mecanismos de controle, sem buscar provas ou validade em relao ao que imposto. Boa parte do conhecimento de que nos apropriamos advm do que se denomina de princpio de autoridade, ou seja, advm de nossos pais, professores ou outros que na nossa concepo tenham competncia sobre o assunto. Contudo, na medida em que esses conceitos forem negados pela evidncia, ns os substitumos por outros conceitos e conhecimentos. Porm,nohcomocomprovartodososfatos,ouditodeoutraforma,noh como confirmar se todas as informaes que nos chegam so vlidas do ponto de vista da comprovao e da demonstrao. Conforme Rey (2003) explica, as noes erradasacabampormisturar-secomasinformaesvlidasecomasexperincias acumuladas.Paracompreendermaissobreaconceituaodemetodologia, recomendo:ZAMPAULO,JamilRodrigues.Consideraesintrodutrias sobreoconceitodemetodologiaemseusignificadoacadmico. Disponvelem:http://fgh.escoladenegocios.info/revistaalumni/artigos/Artigo_Jamil.pdf. Acesso em: 13 mar. 2015.Pesquise maisFrenteaoquefoiexposto,possvelafirmarque,ento,essetipode pensartemcomobaseopensamentoleigosemrigoresemlgicae que, portanto, somente o pensamento cientfico teria o carter de lgica e rigor? Se voc respondeu que no, que a lgica e os argumentos racionais nosoprivilgiodopensamentocientfico,respondeucorretamente. ReflitaCienticidade do conhecimentoU112Observe que a lgica interna dos argumentos encontrada tambm em umdiscursointeligenteouemargumentosfilosficos,umavezquea filosofiatambmbuscademonstraralgo,utilizandoarazoealgica. Quandobuscamosrespostasparaosproblemasquenosincomodam, recorremosaumconjuntodemeioseprocedimentos.Nombito cientfico,possvelafirmarqueomtodotemsuaorigemnacrena de que pelo uso da razo o homem capaz de conhecer o mundo e transform-lo (DENCKER; DA VI, 2001, p. 21). Conhecer para transformar significaoreconhecimentodequeoshomenspodeminterferirnos fenmenos e transform-los conforme suas necessidades.Claro que nem sempre foi assim! Essa viso, embora tenha suas origens na filosofia clssica, s se torna um instrumento voltado para atender s necessidades humanas apartirdeumdeterminadomomentodahistria,principalmentedecorrentedas transformaeseconmicasesociais.Assim,oconhecimentocientficobastante divulgadoeconhecidonaatualidadetemsuasorigensnosculoXVII.Atento asexplicaeserambaseadasemsupersties,principalmentevinculadasao pensamento religioso. Conforme Ludwig (2009), vrios eventos foram responsveis pelaemergnciadopensamentomodernoemdiferentessetoresdavidahumana, sempredecorrentesdastransformaesnaformadeorganizaodavidamaterial. Observeque,emfunodaconstituiodenovasformasdavidaemsociedade, principalmentedecorrentedatransformaonabaseeconmica,novasformasde responder s questes delas advindas so formuladas. O Renascimento, a inveno da imprensa e a Reforma Protestante so alguns eventos que demonstram a riqueza desse processo.Durante o perodo que antecedeu essas grandes transformaes, o pensamento predominanteeraaquelemarcadopelareligio.AIgrejaCatlicadominavaesse cenrio com grande influncia, de tal modo que, com o acirramento desse processo, aqueles que insistiam em contradizer o estabelecido pela igreja eram submetidos ao Tribunal da Inquisio.Ummarcoimportanteparaaconstituiodopensamentocientficofoio AssimileA constituio do pensamento cientfico moderno decorre principalmente das condies colocadas pelas transformaes econmicas, que esto na base de constituio do modo burgus de produo. O capitalismo exige novas formas de tratar o conhecimento em funo das demandas do processo de acumulao, prprias desse modelo produtivo.Cienticidade do conhecimentoU113movimentoIluminista.Estemovimentofoiacimadetudoumarevoluocultural, umavezqueapresentouumanovaformadeentenderanaturezaeasociedade, transformandodemaneiraprofundaaformadepensar.Seantesaorientaoera dada pela Igreja e a explicao dos fenmenos que aconteciam no mundo fsico era pautada pelo sobrenatural, a partir do movimento iluminista a explicao passa a ser feita pela razo. Para o Iluminismo, o conhecimento somente poderia ser considerado verdadeiro se fosse evidente pela razo e no pelos sentidos. Ento observe: at esse momento da histria humana, os homens tinham formas de explicar as coisas, os fenmenos, contudoessasformasnoerambaseadasemevidnciaseexperimentos.As explicaes eram encontradas nos escritos religiosos ou nas supersties, nas lendas, no fantstico, no sobrenatural. Pensar sob a orientao da demonstrao, da prova, darazoalgoquenascedentrodeumcontextohistricodeterminado,tendoo movimento Iluminista como seu representante principal e na constituio do modo de produo capitalista seu determinante. O iluminismo hostilizava qualquer pensamento religioso e revelao sobrenatural. Somente por meio da razo que seriam resolvidos os problemas humanos, garantir-se-ia o desenvolvimento, o avano no conhecimento e a realizao de formas diferentes de vida.Como voc pode observar, no decorrer da histria humana e conforme as condies materiaispossibilitaram,diferentesforamasformasdeexplicarosfenmenos,oque representaformasdiferentesdeconhecimento.verdadeiroafirmarquebuscar explicaesracionaiselgicasjexistiadesdeosGregos,umavezqueaFilosofia representavaesseintento.Naprximaseo,trataremosmelhordoconhecimento filosfico, mas nesse momento cabe destacar que foi na antiguidade grega que esse pensamento nasceu. Contudo, mesmo ento o pensamento filosfico baseado na razo convivia com o pensamento mtico, j que os mitos eram uma forma utilizada pelos gregos para explicar a realidade. Estudiosos afirmam que os mitos foram as primeiras formas de se explicar o mundo e as coisas e correspondiam s condies postas pelo contexto histrico e social. Os mitos estavam baseados em fantasias, em construes sem uma base racional, lgica e demonstrvel. O pensamento filosfico o contrrio disso, j que busca pela razo e pela lgica explicar os fenmenos e as coisas. A lgica formal tambm conhecida como a lgica aristotlica, uma vez que atribuda ao filsofo sua constituio. Aristteles, um filsofo grego que nasceu em 384 a.C., foi quem criou e exps uma teoria da argumentao. O filsofo afirmava que a validade lgica de um raciocnio depende somente de sua estrutura independente do seu contedo. O aspecto mais importante disso que, para o filsofo, as concluses devem ser obtidas a partir da observao dos fenmenos cuja anlise deve ser realizada por um processo de raciocnio, baseado na argumentao lgica.Se o pensamento filosfico baseado na lgica, na deduo, na razo, como ele se diferencia do conhecimento cientfico, que tambm tem essa base? Para responder Cienticidade do conhecimentoU114aessaquesto,precisamosretomaralgunspontos.Onascimentodopensamento cientfico est situado em meados do sculo XVI e acontece dentro de um contexto histricoesocialdeterminadoprincipalmentepelagnesedomododeproduo capitalista.Dessemomentohistricoemdiante,astransformaesqueseoperam decorrem das necessidades impostas pelos processos de acumulao que requerem mais conhecimento sobre navegaes, clima, formas de produo em maior escala emenortempo,quelevamaosinventoseconstruescadavezmaiselaborados esofisticados.Portanto,nenhumaformadeconhecimentoedeinterpretaoda realidade que existia poderia dar essas respostas de forma a favorecer as condies apropriadas de explorao e transformao com vistas produo. Era preciso um conhecimentoqueexplicassecomoincrementarodesenvolvimentodasforas produtivas e isso no era encontrado nem nos mitos, nem na religio, nem na filosofia. Daosurgimentodeumconhecimentoquepermitiaconhecerosfenmenosem suascausaseefeitospormeiodeumprocedimentodenominadoexperimental. Ento, respondendo nossa questo anterior: o mtodo cientfico baseado na razo, na lgica e na experimentao, o que lhe d caractersticas diferentes do pensamento filosfico, que no parte da experimentao.Almdessestiposdeexplicao,querepresentamformasdeconhecer,pois, aobuscarinterpretar,vai-seconstruindooconhecimento,temostambmosenso comum.Vocjdeveterouvidopessoasque,noachandoformasadequadas deexplicarascoisas,explicamdizendoquenaminhafamlia,assimouminha experincia me mostrou ou ainda onde trabalho, costumamos fazer assim. Ou seja, nohumaexplicaoracional,apenashabituou-seafazerdeumadeterminada forma e generaliza-se sem buscar uma explicao mais profunda sobre a sua origem.Oconhecimentopodeserinterpretadocomoumarelaoqueseestabelece entre o sujeito (aquele que quer saber, que tem curiosidade, indagaes) e o objeto (aquilo que se quer conhecer, que guarda um enigma, que precisa ser desvendado). Amaneiracomoosujeitoirrevelaresseobjetoquesemanifestaemdiferentes tipos de conhecimento. fato que no se pode conhecer tudo das coisas ou todas as coisas. Existem muitos fenmenos para os quais no existem explicaes disponveis na cincia, por exemplo. Contudo, possvel afirmar que o pensamento cientfico foi aquele que deu possibilidade aos seres humanos de romper com os mitos, o mstico, o sobrenatural e constatar que possvel encontrar respostas racionais com base na demonstrao e na prova.ExemplificandoDuranteaIdadeMdia,opovosealimentavaprincipalmentedefrutas, legumes e cereais, j que a carne era artigo destinado somente aos nobres. A produo era artesanal e atendia somente necessidade imediata, sem grande desenvolvimento. Para que a colheita fosse prspera, recorria-se a Cienticidade do conhecimentoU115preces e outros recursos msticos. Nesse contexto, qual o conhecimento predominante?Para responder adequadamente questo, cabe refletir sobre o contexto dapoca.Naquelemomento,oconhecimentoproduzidonobuscava aplicar a racionalidade com vistas a compreender os motivos das coisas, para torn-las mais eficientes no atendimento s necessidades colocadas. Assim, recorrer a preces e outros recursos msticos para garantir a colheita ou a fartura era o recurso utilizado em face do conhecimento produzido nessemomento.Oconhecimentopredominantedotiporeligioso. Pode-se afirmar que, considerando as condies histricas, esse tipo de recurso era cabvel, no cabvel recorrer a isso na atualidade.Faa voc mesmoAnalise a seguinte situao: Voc, juntamente com outros pesquisadores, est coletando dados sobre as famlias de uma determinada regio. um local bastante afastado da rea urbana, com poucos recursos, ausncia de condies bsicas, mas com uma boa interao entre os moradores, que se ajudam nas situaes cotidianas e nos desafios dirios. Ao visitar ascasas,vocobservaque,emtodasasresidncias,osmoradores colocam garrafas pet com gua sobre os relgios de luz e, a partir de um determinado momento, pergunta o que leva as pessoas a fazerem isso. A resposta de todos a mesma: com isso economizariam energia. Quandoperguntadosdeondeobtiveramessainformao,aresposta tambm a mesma, um morador foi contando para o outro. Que tipo deconhecimentopodesercaracterizadocomooobservadonessa situao? Haveria algum fundamento nesse tipo de atitude?Feudalismo: Foi uma forma de organizao social que imperava no feudo; predominou aproximadamente entre os sculos V e XV.Renascimento:conhecidocomoomovimentoqueseoriginouna Itlia, no sculo XIV, e durou at o sculo XVI; marcou uma ruptura com a viso predominante na poca, favorecendo novos caminhos para as artes, cultura e cincia.Racionalidade:acapacidadehumanadeempregaroraciocniopara resolver problemas e questes. Pode tambm ser compreendida como a atitude de agir sensatamente com base nos fatos ou na razo.Vocabulrio Cienticidade do conhecimentoU116Agora meu convite para juntos buscarmos a resposta para a situao-problema apresentada no incio da Seo. Vamos faz-lo, considerando os conhecimentos que j foram apropriados, construdos e transformados.Comoverificamosnasituao-problemaexposta,asempresriasMarinaeRita tiveram um sucesso inicial, mas agora esto numa fase estacionria e muito instvel emfunododesconhecimentosobreculinriaeporconsideraremquesomente com a experincia iro adquirir conhecimentos para administrar o negcio. A pergunta a ser respondida, com auxlio da consultora Ana, : como as empreendedoras podero resolver a situao e garantir a manuteno do negcio?Algunscaminhospodemserseguidospelasscias,segundoaconsultoraAna: primeiramente, levantar os problemas da empresa. Depois de mape-los, estabelecer prioridades, ou seja: dentre os problemas levantados, quais so aqueles mais prementes, decujasoluodependeacontinuidadedonegcio?Emseguida,responderde queformasolucionaresseproblema.Nessemomento,importanteobservarquais asestratgiaspropostas:baseiam-senosensocomum,implicamnabuscademaior conhecimento,demandamumaassessoria,implicamemdeixarderealizaralguma coisa? Nesse momento, muito importante que se liste essas estratgias para que possa analis-las e a identificar os recursos a serem buscados para resolv-las, e assim elas podero se dar conta de que, at agora, foram seguindo em frente com base na intuio, no que j conheciam, nas experincias de outros mas sem grande aprofundamento.Sem medo de errar Com o desenvolvimento da cincia a partir do sculo XVII, o homem busca formasmaiseficientesparaproduzircomvistasaoconsumo,portanto era necessrio superar a superstio e a fantasia e buscar compreender o funcionamento das coisas para melhor interferir no seu funcionamento. Isso efetivamente levou produo de muita riqueza material e intelectual.Lembre-seAteno!Os fatores subjetivos so importantes, ou seja, como se percebe, como seinterpretaluzdasnossasrefernciaspessoaisentimasqueno podem, porm, sobrepujar as evidncias, pois muitas vezes a forma como interpretamos carece desse confronto com a realidade. Se esse confronto nospermiteacerteza,entoteremosaevidncia.Portanto,paraAna, comoconsultora,cabelevantarasevidncias,obterdadosobjetivose Cienticidade do conhecimentoU117verificveis, relacion-los e aplicar a essas informaes uma anlise que lhepermitaterumarespostacombaseemprovas,emevidnciasem informaes observveis.Avanando na prticaPratique mais!InstruoDesaamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaes que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apndice do livro.Ttulo da Atividade1. Competncias tcnicasAnalisar, nas situaes cotidianas, o predomnio de prticas baseadas no senso comum.2. Objetivos de aprendizagemIdenticar prticas nas quais o pensamento de senso comum predominante.3. Contedos relacionados Tipos de conhecimento.4. Descrio da SPJoo acabou de ser contratado pela Empresa X para trabalhar no setor de RH e um dos aspectos que considerou problemtico foi a forma como os arquivos esto organizados. Embora estejam todos agrupados por setores, em ordem alfabtica e em pastas individuais, as buscas, quando necessrias, so bastante demoradas uma vez que demanda buscar os arquivos, neles as pastas e nas pastas, se existe, o documento com a informao. Sua ideia agilizar as buscas, para o caso de analisar situaes mais complexas, tais como ausncias frequentes em funo de tratamento mdico, identicar rapidamente o tipo, o perodo, a quantidade de vezes e o tipo de providncia adotada. Contudo, o responsvel pelo setor, que est na empresa h 15 anos, arma no precisar disso uma vez que conhece todos os funcionrios, atuais e os que por ali passaram, no havendo a necessidade de se preocupar com esse tipo de situao. Para Joo, isso caracteriza uma situao em que o encarregado j se acostumou com um tipo de procedimento, resistindo a mudanas. Qual ser o melhor procedimento de Joo para aplicar estratgias mais adequadas ao funcionamento do setor?5. Resoluo da SP:O comportamento do encarregado mais antigo demonstra o senso comum, ao qual, por estar acostumado com um tipo de procedimento que achou que produzia um resultado eciente, no buscou novas alternativas, ainda que as necessidades da empresa tivessem se modicado. Joo ter que buscar argumentos para adotar novos procedimentos mais ecazes na resoluo dos problemas, com a utilizao da tecnologia, do planejamento, de sistemticas mais cientcas. Por menor que seja a empresa, no cabem prticas dessa natureza uma vez que isso no responde adequadamente aos problemas que possam ocorrer e, principalmente, a adoo de medidas mais adequadas aos problemas que os trabalhadores da empresa apresentem.Cienticidade do conhecimentoU118Nemsempreasprticascristalizadasrespondemaosproblemasatuais assimcomoasinovaesprecisamdeanliseeadequaesparaque efetivamente cumpram seu objetivo.Lembre-seFaa voc mesmoImagine que voc estivesse na equipe: identifique que elementos seriam importantes para compor esse projeto.Faa valer a pena!1. A metodologia pode ser compreendida como o caminho, o percurso percorrido para a construo do conhecimento ou para a realizao de algumacoisa.Nombitoacadmico,metodologianemsempretemo mesmo significado, podendo ser compreendida de duas formas. Assinale a alternativa que melhor descreve essas abordagens:APodesignificaroestudodosmtodosoutambmomtodoeos procedimentos dele decorrentes.B Significa o caminho do pensamento na construo do conhecimento e tambm das tcnicas utilizadas para coleta de informaes.C O significado mais comum o de pesquisa e tambm o de coleta de dados para construir um entendimento.DSignificaapenasomtodoeosprocedimentosdeledecorrentes, uma vez que se trata de um entendimento acadmico.EPodesignificaroestudodosprocedimentosparaobtenode informaes e tambm o estudo dos mtodos.2.Pornascernumdeterminadomeioculturalenumdeterminado momento histrico, os seres humanos constroem formas particulares de compreender e interpretar o que est no seu entorno. Isso representa uma forma de conhecimento. Com relao forma como o conhecimento construdo, analise as afirmativas abaixo:IAformacomoossereshumanosconstroemseuconhecimento estvinculadaaumadeterminaosocial,sendoassim,ascrenas permanecem inalteradas ao longo das suas vidas.IIUmadasformasdeseconstruiroconhecimentopormeiodas Cienticidade do conhecimentoU1193.Comrelaodefiniodoconhecimento,completeaslacunasda sentena abaixo:Oconhecimento_______________estabelecidaentre _______________, que pretende conhecer, e o _______________, que ser conhecido. O conhecimento depende dos nossos _______________ que apontam a maneira de ser das coisas.Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que corresponder correta sequncia: A uma ao; a mente; sentido; rgos sensoriais.B uma relao; o universal; particular; conhecimentos.C a sntese; sujeito; objeto; antepassados.D uma concepo; o objeto; sujeito; sentidos.E uma relao; o sujeito; objeto; sentidos.4. O movimento Iluminista representou uma ruptura com as concepes dominantes na poca. Sobre o Iluminismo, analise as afirmativas abaixo:I Esse movimento afirmava a importncia de se romper com as formas tradicionaisdepensamento,consagradaspelatradio,comvistas construo de formas diferentes de interpretao da realidade.II Um aspecto central desse movimento foi a rejeio submisso cega informaes advindas dos meios de comunicao, que sempre carregam uma inteno ainda que no explicitamente revelada.IIIAformapredominantedeossereshumanosconstruremseu entendimento sobre o mundo no incio de suas vidas na famlia, que ir exercergrandeinfluncia,pormnodeterminarsuamanutenoao longo da existncia.IV A educao formal se configura num meio de levar construo do conhecimento com base no acesso ao conhecimento cientfico.Esto corretas as afirmativas:A I, II e III.B II e III.C II, III e IV.D I e IV.E Somente a IV.Cienticidade do conhecimentoU1205.Existemdiferentesformasdeexplicarosfenmenos,arealidade, ascoisas.Ossereshumanosconstruramessasformasconformeas condiesobjetivasdevidapossibilitaram,podendo-seafirmarquea cincianasceemumdeterminadomomentodahistriahumanaem funodessesdeterminantes.Frenteaisso,verdadeiroafirmarqueo conhecimento cientfico:A Est marcado pela filosofia, uma vez que partem da mesma forma de explicao dos fenmenos e pelo fato de que a filosofia foi considerada durante muito tempo como a grande cincia.BRepresentaformasdiferenciadasderespondersnecessidadesde conhecimentocolocadaspelastransformaesocorridasnasociedade em face do desenvolvimento do modo burgus de produo.CSempreexistiudesdeosprimrdiosdahistriahumana,aindaque de forma diferenciada uma vez que foi somente no iluminismo que ele ganha fora para se manifestar.D inabalvel, sendo o melhor tipo de conhecimento por no sofrer transformaes, mantendo-se inalterado ao longo da histria.E Pode ser aplicado a todas as situaes, todos os problemas, dando condies para que os seres humanos conheam todas as coisas.6.OIluminismofoiummovimentoque,nosculoXVIII,coloca umapossibilidadediferenteparaaconstruodoconhecimento, cujaorientaopredominantepocaeramarcadapelomisticismo religioso. Esse movimento faz parte de um conjunto de transformaes queseoperavamnocontextosocialemvirtudedaconstituiodo autoridade e a crena na viso medieval baseada no teocentrismo.III Enfatizava a busca do entendimento por meio da razo, respeitando os preceitos do pensamento medieval e teocntrico.IVParaopensamentoiluminista,abuscadeveriaserdeexplicaes baseadas na razo, sobretudo na razo cientfica.Esto corretas as afirmativas:A Somente a I.B II e III.C I, II e III.D I, II e IV.E II, III e IV.Cienticidade do conhecimentoU1217. Um dos aspectos centrais do conhecimento cientfico a possibilidade de romper com as explicaes msticas e sobrenaturais, uma vez que utiliza a demonstrao, a razo, a evidncia para apresentar seus argumentos. Isso representou um avano para a humanidade, contudo, como afirma Demo (1995, p.36), a cincia no gera certezas cabais. Com relao a isso,expliqueporqueapesardeacinciaterrepresentadoumavano para a humanidade, no gera certezas cabais. mododeproduocapitalista.Diantedisso,expliquearelaoentreo desenvolvimento do capitalismo e a constituio da cincia.Cienticidade do conhecimentoU122Cienticidade do conhecimentoU123Seo 1.2Tipos de conhecimento: senso comumNestaseo,daremoscontinuidaderesoluodaproblemticaapresentada no incio da unidade: Ana, nossa consultora do SEBRAE, precisa buscar formas mais eficazesdeestabelecerofluxodeinformaesparagarantiroslucroseminimizar asperdasemdiferentessituaesdenegcio.OobjetivodeAnaaplicaros procedimentoscientficosnaresoluodessesproblemas,garantindoaadoode medidas cientficas para assegurar a eficincia do trabalho nas empresas e na carreira das pessoas que atende. Vejamos a situao-problema desta seo: a ONG Esperana abriga crianas entre oitoedezesseteanosvtimasdeabuso,maustratos,violnciaouporestaremem riscopessoal.AONGpresididaporumaAssistenteSocial,PaulaLopes,epossui tanto pessoas contratadas quanto pessoas voluntrias em suas atividades. A ONG est em atividade j h 15 anos e tem convnio com vrios setores do Estado vinculados a esse tipo de atividade, que selecionam e encaminham as crianas, o que representa grande valor para a comunidade. Um dos problemas que a ONG vive atualmente emrelaorotatividadedosvoluntrios,cujotrabalhobastanteimportantepara a Organizao, que no tem como contratar muitos colaboradores e precisa contar com esse tipo de iniciativa. A ONG tem vagas para todos os setores, considerando que atualmente conta com apenas dois voluntrios. PaulacontratouosserviosdeconsultoriadeAna,queindagainicialmentesea gestorasabeosmotivosdissoestaracontecendo,eeladizquepodeserpelafalta deenvolvimentocomotrabalho,masnotemcerteza.OutrahiptesequePaula levantou a de que eles no so cobrados por serem voluntrios e, com isso, acabam faltando,chegandoatrasados,semestabelecerumvnculoecompromissocomo trabalho. Contudo, ela tambm no tem certeza sobre isso: so impresses que tem de ouvir falar ou pelo tempo de trabalho nesse tipo de atividade. Ana sabe que no h um processo de seleo dos voluntrios e nem existe um critrio para a definio do local em que devem atuar dentro da organizao. Voc dever ajudar Ana a identificar por que isso est ocorrendo e buscar uma soluo para a situao.Na seo anterior, comeamos a compreender um pouco as caractersticas desse Dilogo aberto Cienticidade do conhecimentoU124tipodeconhecimento,pormvamosaprofundaresseentendimentonestaseo. Para isso, vamos resolver a seguinte situao: de que forma Ana ajudar a identificar se a ONG adotou prticas baseadas no senso comum? E de que forma, a partir do senso comum, elas podero orientar-se para um processo mais cientfico? Para responder deformaadequada,AnadeverauxiliarPaulaaentenderoqueefetivamenteo senso comum, como esse conceito se manifesta e compreender que dele pode-se seguir para um caminho mais cientfico. Ao perceber melhor o que identifica o senso comum, ela poder ter maior clareza em relao forma que est utilizando para a resoluo das situaes problemticas da ONG.Teorizao e Exemplificao a partir da sistematizao dos contedosVoc com certeza j deve ter ouvido algum sugerir uma receita para deixar um bolo mais macio, ou curar uma dor de barriga, ou ajudar a melhorar o sono, enfim, soluesespontneasquenovmdelivrosoudeestudoscientficos,masque fazem parte da cultura de determinado grupo e so passadas de uma gerao para outra sem serem questionadas. Essa pode ser considerada como uma situao em que o senso comum predomina. O conhecimento do tipo senso comum tambm denominadocomovulgarouemprico,porvirdopovo,serobtidoaoacasode formaassistemtica.Oindivduocomum,mesmosemumaformaoacadmica, temconhecimentossobreomundoondevive,temconscinciasobresimesmo, defendeideias,reconheceseussentimentos,aproveita-sedaexperinciadeoutros ouagepormeiodevivnciaspessoaiseporinformaesobtidasdastradiesda coletividade, ou ainda, de uma religio.Esseconhecerascoisasdemaneirasuperficial,porinformaoouexperincia casual,quecaracterizaoconhecimentovulgarousensocomum.Issonoquer dizer que para o ser humano comum no seja possvel alcanar um entendimento lgico e racional, j que no preciso ser um profundo estudioso da lgica para adotar esse tipo de raciocnio. A diferena que o cientista conhecer o objeto de sua rea cientificamente. Ocorre que, por meio do conhecimento vulgar, os seres humanos at atingem o fenmeno, mas no em suas relaes e determinantes. Outro aspecto importanteemrelaoaosensocomumofatodequeessesabergeracertezas intuitivas e pr-crticas, sendo passvel de erros em suas concluses e prognsticos.No pode faltarAssimileOconhecimentovulgar,ousensocomum,permiteaconstruode respostas para os problemas e explicaes para os fenmenos; contudo, Cienticidade do conhecimentoU125Bachelardumtericoqueafirmaserosensocomumumdosprimeirose maisimportantesobstculosaodesenvolvimentodoconhecimentocientfico.Na formaodoespritocientfico,oprimeiroobstculoaexperinciaprimeira,a experincia colocada antes e acima da crtica crtica esta que , necessariamente, elemento integrante do esprito cientfico (BACHELARD, 1996, p. 29 apud GERMANO; KULESZA,2010,p.119).Contudo,emquepeseareflexodoautor,verdadeiro afirmar que muitos princpios cientficos encontraram o ponto de partida na intuio caracterstica do senso comum. Outro aspecto que precisa ser considerado que o senso comum tambm est em contnua transformao e, aps a popularizao de uma descoberta, com o tempo ela passa a fazer parte do conhecimento cotidiano. Como o conhecimento nasce de nossa prtica no mundo ao buscar compreend-lo, pensar sobre as coisas proporciona uma nova dimenso para o conhecimento, uma dimenso significativa. Assim, mesmo o conhecimento vulgar pode passar pelo crivo da razo, com vistas a alcanar uma dimenso significativa. Esse um processo nico e singular, prprio da condio humana. Voc h de concordar que o entendimento pode tornar o ser humano dono da situao; quando no conhecemos suficientemente uma situao, estamos submetidos a ela. Voc deve lembrar-se de alguma situao na qual, por desconhecimento de alguma coisa, sentiu-se completamente em pnico. Como forma de se libertar desse sentimento, buscou informaes para compreender e, se possvel, dominar a situao. O que temos aqui? Um exemplo de como, ao se libertar da ignorncia, o conhecimento possibilita o domnio de uma situao.AssimileConhecer vencer o sobrenatural. Voc pode enfrentar muitas situaes que significam verdadeiros desafios quando se sente seguro por dominar osconhecimentosquelheajudamalidarcomelas.Aseguranapara enfrentarosdesafiospodetransformaravidadeumapessoaeo contenta-se com explicaes superficiais e imediatas, no tem pretenso de se constituir verdadeiro e nem de fundamentar suas certezas.ExemplificandoSuponha que voc pretenda fazer um bolo e no tenha grande experincia com essa atividade. Para faz-lo, poder recorrer tanto experincia de algum prximo como a um livro de receitas. Dessas duas opes, qual estar baseada no conhecimento vulgar?A alternativa que indica o senso comum buscar algum com experincia, umavezqueobteveseuconhecimentodasprticasvivenciadas, informaes obtidas por meio de outras pessoas, tradio etc.Cienticidade do conhecimentoU126conhecimento pode ser o caminho mais seguro para enxergar melhor as coisas.Mas como voc acha que isso pode acontecer? Como alcanar o entendimento dascoisasdeformaapoderdominarassituaeseenfrent-las?Pormeiodo conhecimento,issopodeacontecertantonocotidianoquantonumlaboratrio. Isso acontece porque essa prtica no um privilgio, no reservada somente aos tcnicos ou cientistas. Vocpodealcanaroconhecimentopormeiodeestratgiasprticas,por exemplo, diante de um desafio pode-se tentar uma sada, que pode ser um erro, pode tentar de novo de outra forma, que pode novamente se constituir em um erro, tenta novamente e pode acertar em parte, at que depois de algumas tentativas voc resolve a situao. Agora imagine esse tipo de situao em uma empresa! Pode ser que voc acerteasoluologodeincio,porm,sedemandarmuitotempopararesolvero problema, provavelmente ter perdas que podem at ser fatais. O senso comum pode dar respostas isso um fato mas no h como buscar as respostas nesse tipo de conhecimento quando se tm condies de acessar informaes e ferramentas das maisdiversas,quepossibilitemaresoluodosproblemasdaformamaisracional. Tudo isso como resultado do desenvolvimento da cincia. Ocorre que o desenvolvimento da cincia muitas vezes parte de conhecimentos empricosoudosensocomum.Muitostericosafirmamqueacinciaosenso comumespecializado,porquemuitodoprocessodeconstruocientficatem aspectoscomunscomoconhecimentoemprico.Outrosafirmamqueosenso comum e a cincia esto relacionados ao cotidiano humano, partem da experincia comumdaspessoas.Muitosestudoscientficostiveramincioapartirdesituaes vivenciadas no cotidiano e que, por responderem positivamente a alguma necessidade, levaramaestudosepesquisas.Porexemplo,oestudodosbenefciosdealgumas plantas que eram utilizadas popularmente e passaram a ser estudadas cientificamente. Embora nessa rea os estudos ainda sejam insuficientes, o fato que a Fitoterapia se constitui atualmente em importante linha de pesquisa em muitas Universidades. Isso tudo alimenta uma ideia: a de que o conhecimento pode libertar dos mitos, das supersties, da ignorncia. Luckesi (1998) afirma que o conhecimento libertador pordaraosindivduosacapacidadedeindependnciaeautonomia.Umexemplo disso o desconhecimento de nossos direitos.Quantasvezesficamossabendodesituaesnasquaisalgumfoi enganadooudeixoudereivindicarumdireitosimplesmenteporno saberqueopossui?Quantasvezesnosoubemosdecasosemque ReflitaCienticidade do conhecimentoU127Tambmverdadequemuitospodemusaroconhecimentoquedetmpara submeterosoutros;porexemplo:ummdico,umpsiclogo,umprofessor,um advogadoquecriamsituaesdedependnciaparaoutraspessoas.Aofazerum passeio pela histria com o olhar mais crtico, voc ter a oportunidade de observar comomuitospovosforammantidoscativosporignorncia.NoBrasilColnia,por exemplo, foram proibidas algumas prticas com o intuito de manter o povo submisso e dcil ao jugo do colonizador.Mas de que forma o conhecimento pode ser tornar um instrumento de libertao? Voc acha que toda forma de conhecimento leva libertao dos seres humanos? Peloquevimosatagora,notodoequalquertipodeconhecimentoqueleva libertao,autonomia,independncia.Somenteaqueleconhecimentoque permite revelar o que est alm do que nossos olhos podem ver.uma pessoa deixa de usufruir de uma melhor condio por ignorar como reivindic-la? Essas situaes demonstram de forma bastante clara como importante conhecer, saber onde buscar as informaes e de que forma reivindicar os direitos.ParasabermaissobreacensuranoBrasilcolonial,indicooartigode Mendes e Rabello, A censura no perodo colonial (disponvel em: http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-nacionais/8o-encontro-2011-1/artigos/A%20censura%20no%20periodo%20colonial.pdf/at_download/file. Acesso em: 27 mar. 2015). OartigoabordaosurgimentodaimprensanoBrasil,retomandoesse processo desde o Brasil Colnia e relacionando muito disso ao poder da Igreja Catlica. No artigo, voc tambm ter a oportunidade de conhecer mais sobre os interesses da Coroa portuguesa em deixar o Brasil longe de qualquer tipo de informao em virtude dos seus interesses.Pesquise maisFaa voc mesmoImagineumapessoaquetodososdias,pelamanh,assistaaos noticirios televisivos como forma de se manter informada e consciente dos principais problemas que atingem o local onde mora. Voc afirmaria que,comisso,essapessoaformouumaconcepocrticasobreos fenmenos e os fatos?Cienticidade do conhecimentoU128Gramsci(1999)foiumtericoqueestudouosensocomumporcompreender sua importncia como elemento bsico para a formao de uma conscincia crtica a partir do bom senso. Como ele analisou o senso comum tendo como referncia as prticas sociais e polticas, enfatizou que nesse tipo de conhecimento se encontra asementedobomsenso,queapossibilidadedesuperarosensocomumpela aorefletida.Paraoautor,noexisteumnicosensocomum:porserproduto histrico,estcontinuamentesofrendoinflunciasdosconhecimentostradicionais, modernos e at do conhecimento cientfico, resultando em conceitos prticos com vistas utilizao em situaes cotidianas. Assim, o senso comum difuso e restrito compreenso imediata, superficial. Siqueira et al. (2008, p. 7) apresentam algumas caractersticas do senso comum:Atualmente,asempresasnopodemcontarcomprofissionaisorientadospelo senso comum em qualquer de suas reas. Elas requerem profissionais habilitados e com viso crtica, para que faam as melhores escolhas. Encontramos um exemplo disso na gesto contbil de uma empresa. Um dos grandes motivos para as empresas semanteremativasaexistnciadagestocontbiladequada,principalmente emfunodapesadacargatributriaqueasempresasenfrentamnoBrasil.Assim, qualificar, buscar informaes atualizadas e analisar criticamente as opes daro ao profissional condies de melhor contribuir para a empresa.o conhecimento comum lato, isto , apreendido de maneira no criteriosa;subjetivo,dependendodesensosprviosquecada indivduo particularmente possuiria, o que daria ao conhecimento carteracidentalenoobjetivo;fragmentrioenoplanejado, consistindo em uma maneira no metdica ou sistemtica; herdados demaneiraacrtica,notemticae,poristo,ingnua;podendo contercompreenseserrneas,acarretadasporconcluses induzidas pela repetio frequente de um dado (grifos do autor).Fitoterapia:SodefinidospelaANVISA(AgnciaNacionaldeVigilncia Sanitria)comoaquelesquesoobtidosapartirdederivadosvegetais e cuja ao deve ser comprovada atravs de estudos farmacolgicos e toxicolgicos. Autonomia: Capacidade de governo da prpria vida por meio de valores, vontadeseprincpios.Aautonomiadeumindivduotorna-ocapazde tomar suas decises sem dependncia de outros.Vocabulrio Cienticidade do conhecimentoU129Nestetpico,retomaremosasituao-problemapropostanoinciodaseoe vamos resolv-la. Para isso, voc dever recorrer ao contedo teorizado no somente nesta seo, mas tambm na seo anterior a seo 1. Vejamos ento: a situao solicita que voc pense de que maneira a consultora Ana ir identificar se Paula, da ONG Esperana, adotou prticas baseadas no senso comum e de que forma, a partir do senso comum, essa gestora poder orientar-se para um processo mais cientfico. Logo, elas precisam ter clareza sobre o que o senso comum.ParaqueAnaajudeaassistentesocialPaulaLopesaidentificaressetipode conhecimentonarespostasdificuldadesqueatingemaONGemqueelaatua, principalmentenoqueserefereaoproblemaqueelasenfrentamatualmenteem relao ao fluxo de informaes dentro da empresa, dever ser aplicado um mtodo que busque identificar onde se inicia o problema. Para agir de maneira cientfica, no poder simplesmente concluir com base no que observa, no que acha, sem ter uma certezabaseadaemdemonstraoeprova.Assim,elaprecisarcriarinstrumentos paraobteressasinformaes,conversarcomoscolaboradores,analisargrficos, retomar processos, identificar de onde vm as maiores reclamaes.Quando ela identifica que est agindo com base no senso comum? Quando no investigaascausasemsuaorigem,naraizdoproblema.Quandoficaelaborando mentalmente sem ter dados suficientes para chegar a uma concluso, quando confia somente em sua intuio ou escuta um ou outro funcionrio sem dados concretos, demonstrveis por meios de fluxos, grficos, registros, quantificaes, dentre outros. Na seo anterior, voc pde conhecer mais sobre as estratgias mentais que podem ser utilizadas na resoluo de problemas e elas sempre tm incio com a clareza sobre qual o problema enfrentado.Submisso: Aquele que obedece sem questionar, sem o direito de tomar decisesdemaneiralivreeautnomaouexpressar-secomoquiser. Relaciona-seajugo,quedemaneirafiguradasignificaobedincia, sujeio, opresso.Sem medo de errarOsensocomum,ouconhecimentovulgar,ocasional,assistemtico; emgeral,atingeofatodemaneirasingularsemsepreocuparcomas relaes, no buscando a causa dos fenmenos. As certezas so intuitivas e pr-crticas, est mais sujeito a erros nas dedues.Lembre-seCienticidade do conhecimentoU130Ateno!Para tornar algumas prticas eficazes, necessrio no somente aprender comoacontece,masexercit-lastambm.Paraqueseincorporeessa prtica de pensar sobre a forma como se resolve os problemas, precisamos exercitar esse processo.Dessaforma,Anaterquepensarcomoforambuscadasasrespostasparaos problemas da ONG at agora, quais procedimentos tm sido adotados, com base em que dados, de onde vieram as concluses, se alguma informao foi negligenciada, setembuscadoapoionasorientaesdepessoascombaseapenasemamizade esentimentos,dentreoutrascoisas.Apartirdomomentoemquesedisponha compreender suas escolhas, ter melhores condies de redirecion-las. Com base no analisado, qual o tipo de conhecimento que a gestora vem utilizando para definir suas estratgias? Quais sero as alternativas pensadas por Ana para superar a situao enfrentada?Voc pode observar que a gestora da ONG, Paula, tem agido com base no senso comum nesse particular, ou seja, na seleo e definio de voluntrios. Para resolver essa situao, Ana recomenda a ela que proponha um projeto para atrair os voluntrios com vnculos efetivos proposta da instituio, e a criao de critrios mais cientficos paraseleoedesignaodaspessoasconformeoperfilexigidoparaafunoa ser ocupada. No ser mais possvel agir com o corao para selecionar e alocar os voluntrios.Avanando na prticaPratique mais!InstruoDesaamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaes que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apndice do livro.O senso comum no cotidiano1. Competncias tcnicas Identicar formas de utilizao do senso comum.2. Objetivos de aprendizagemIdenticar as respostas baseadas no senso comum e que podem acontecer no cotidiano.3. Contedos relacionadosAs caractersticas do senso comum. Os procedimentos que caracterizam aes com base no senso comum.Cienticidade do conhecimentoU1314. Descrio da SPVoc est trabalhando em um arquivo e de repente seu computador desliga sem uma razo aparente. madrugada e voc precisa terminar um trabalho. Julgando-se capaz de resolver o problema, voc tenta vrias alternativas: desligar e ligar vrias vezes, abrir o equipamento, observar todos os mecanismos, soprar achando que pode ser poeira e at achar que no tem alternativa a no ser rezar. No conseguindo resolver o problema, leva para um especialista que, aps analisar cuidadosamente o equipamento, informa-lhe que o problema era algo simples de resolver. As alternativas pensadas por voc para a soluo do problema caracterizam um tipo de conhecimento. Analise essas alternativas, frente a esse tipo de conhecimento. 5. Resoluo da SP:Ao analisar a situao, cam claros os procedimentos baseados no senso comum uma vez que a falta de conhecimento evidente. O senso comum leva a acreditar que a soluo no requer conhecimento especializado e isso se repetiu em vrias alternativas levadas a efeito. Em muitas situaes cotidianas, recorre-se a esse tipo de procedimento; contudo, caracterizam o senso comum, pois so respostas intuitivas ou de ouvir dizer. Assim, por achar que pode resolver num simples ato de ligar e desligar, tenta-se essa alternativa. Ou ento, por ter ouvido dizer que a poeira pode prejudicar os equipamentos, busca-se retir-la. Porm so alternativas sem a real compreenso do problema, que somente o conhecimento pode proporcionar.Mesmoquealgumaalternativativessesolucionadooproblema,no dariaavocumentendimentosobreoproblemareal.Issosomente oconhecimentodascausas,querequerosaberespecfico,pode proporcionar.Lembre-seFaa voc mesmoProduzaumtextoquerespondaseguintequesto:quaisseriamas melhores estratgias para a empresa superar o senso comum no trato mtuo dos funcionrios?Cienticidade do conhecimentoU132Faa valer a pena!1.Aoanalisarasafirmativasaseguir,identifiqueaquelasquesoV (verdadeiras) ou F (falsas) com relao s caractersticas do senso comum:() O Conhecimento do tipo vulgar ou senso comum possvel a todo ser humano, uma vez que representa formas de explicao da realidade baseada no imediato e no superficial.() Embora o senso comum seja pertinente s vivncias cotidianas e se manifestecomforanasrespostaselaboradasparaesclareceresses problema,especialmentecombasenotransmitidodegeraopara gerao,suasverdadespodemserconsideradascomouniversaisuma vez que a cultura uma condio humana.()Emboraacinciasejaumtipodeconhecimentoquebuscaaplicar procedimentosracionaisparaalcanaraverdade,muitasdescobertas cientficas partiram de situaes e respostas encontradas no cotidiano e nas vivncias comuns.()Oconhecimentovulgaratingeofato,ascoisas,semsepreocupar com as relaes entre os componentes do fenmeno para identificar leis gerais.( ) O senso comum tambm pode ser conhecido como bom senso uma vez que contm as sementes da crtica e da reflexo, que fundamentam as prticas visando a emancipao humana.Assinale a sequncia correta:A V, F, V, V, F.B F, V, V, F, F.C V, F, F, V, V.D V, V, F, F, V.E F, F, V, F, F.2. Na sociedade contempornea, mesmo com o grande desenvolvimento daindstriafarmacutica,fatocomumautilizaodeplantas medicinais. Recorrer utilizao de plantas medicinais prtica de longa data, especialmente no Brasil, em funo da riqueza da flora. Conforme Camargo (2010, p.38):Apesar da flora brasileira ser rica e vasta, existe o consenso de que os estudos cientficos nessa rea ainda so insuficientes (FERREIRA, 1998).ParaatenderasrecomendaesdaOMS,foipropostoa Cienticidade do conhecimentoU1333.Umdosaspectosimportantesemrelaoaoconhecimento quepermiteumentendimentoecompreensodarealidade.Noh conhecimento que ocorra fora de uma ao do sujeito no mundo, por isso a importncia do conhecimento como fundamento para uma ao libertadora. Sobre isso, analise as afirmativas a seguir:IOsensocomumserveaumpropsito:refletirsobrearealidadee transform-la, uma vez que parte da vida cotidiana.IIOconhecimentoquepodelibertarossereshumanosdaopresso no encontra reflexo no senso comum, uma vez que ele no viabiliza a anlise crtica da realidade.III Aquele que detm o conhecimento pode subjugar outros que, por no compreenderem ou terem condies de avanar em suas reflexes, sentem-se dominados por aquele que compreende.IV O conhecimento, mesmo o senso comum, liberta e d autonomia aos seres humanos.Esto corretas as afirmativas:O pargrafo acima demonstra que muito do desenvolvimento cientfico sedeveaoconhecimentoempricoouvulgar.Sobreisso,verdadeiro afirmar:A O conhecimento senso comum crtico, rigoroso, objetivo e decorre de procedimentos sistemticos para sua validao.B O conhecimento cientfico construdo por meio de metodologias especficasquebuscamasrelaesentreoscomponentesdeum fenmenoeseudesenvolvimentoadvmdaobservaodesituaes da realidade, para as quais, muitas vezes, o senso comum oferece uma resposta.C O senso comum tem muitos elementos do conhecimento cientfico, principalmente no que se refere utilizao da demonstrao e da prova para sua validao.DAcincianotemqualquerrelaocomosensocomumeso situaes muito incomuns que levam construo cientfica.E A utilizao por tanto tempo de plantas medicinais seria suficiente para validar os resultados obtidos e os benefcios so as provas mais vlidas do que a cincia.validaodaspropriedadesmedicinaisdasplantas,baseadona anlise das formas de conhecimento emprico e cientfico.Cienticidade do conhecimentoU1344. Com base no entendimento sobre as caractersticas do senso comum, preencha adequadamente as lacunas da sentena a seguir, na respectiva ordem:O____________nascedadvidaeseconsolidanacerteza.Jo ____________ gera certezas, embora seja uma certeza ____________, que no requer ____________ e ____________.A) conhecimento; senso comum; definitiva; validade; prova.B)sensocomum;conhecimentocientfico;temporria;pesquisa; comprovao.C) entendimento; conhecimento; vulgar; tempo; pesquisa.D)conhecimentocientfico;conhecimentovulgar;ingnua; demonstrao; prova.E)fato; senso comum; definitiva; estudo; demonstrao.5.Paramuitosgrupamentoshumanos,especialmenteentreospovos antigos, alguns fenmenos da natureza eram interpretados como ira ou alegriadosseresdivinos.Atualmente,aindapodemosencontrarmuitas pessoasqueusamrecursosbastanteparecidos,porexemplo,quando estonomeiodeumatempestade,fazemoraesouqueimamvelas bentas para se sentirem protegidas. Isso demonstra que o conhecimento vulgarperduramesmoemtemposdedesenvolvimentocientfico.Por que isso ainda acontece?A Porque as pessoas precisam de algo mais do que o conhecimento cientfico para se sentirem seguras.B No existem provas de que no faam efeito, ainda existem muitas coisas que a cincia no demonstrou.C O conhecimento cientfico no algo acessvel a todas as pessoas, ascondiesdevidamantmmuitaspessoaspresasemexplicaes ingnuas e parciais da realidade.D Mesmo com toda a cincia disponvel, as pessoas se recusam a aceitar o desenvolvimento cientfico e se mantm teimosamente em crendices.E mais fcil e mais cmodo recorrer a esse tipo de alternativa do que A I, II e III.B II, III e IV.C I e III.D III e IV.E II e III.Cienticidade do conhecimentoU1356.Pormeiodoconhecimentooserhumanopodetornaravidamais satisfatria,paraissoprecisacompreenderarealidade.Arealidade podeserumafontededesafiosqueexigemuitodaintelignciapara sua compreenso. Contudo, por meio desse entendimento que o ser humano deixa de estar merc dos fenmenos como algo que est alm de suas foras, para domin-los. possvel afirmar que o conhecimento pode ser libertador ao ser humano. Sob que condies isso possvel?7. Analise a situao a seguir: O Sr. Francisco proprietrio de um pedao de terra e dela extrai quase tudo o que precisa para sobreviver. Hoje, devido experincia que adquiriu na vivncia de plantar e colher, consegue saber qual a melhor semente a ser utilizada, quais so os insumos que ajudam a melhorar as condies da terra, desenvolveu tcnicas de manejo. Isso se deu muito atravs de tentativa e erro. Nesse processo, esforava-se para identificarosmotivosdealgoquenodeucerto,levantavahipteses, testava,atobterumconhecimentoquelhedavagarantiasdexito. possvel afirmar que o Sr. Francisco aplicava muitas das etapas do mtodo cientfico na sua lavoura? possvel afirmar que o conhecimento cientfico e o senso comum se confundem?estudar e pesquisar para conhecer mais sobre os fenmenos naturais.Cienticidade do conhecimentoU136Cienticidade do conhecimentoU137Seo 1.3Tipos de conhecimento: filosficoOl! Como voc observou anteriormente, a cada seo resolveremos um aspecto relacionadosituao-problemaapresentadanoinciodaUnidade.Nestaseo, continuaremosabuscadoentendimentonecessriopararespondersituao-problema,abordandooutrosaspectosrelacionadose,paratanto,trataremosaqui especificamente do conhecimento filosfico. Voc deve estar se perguntando: mas o que a filosofia tem a ver com a situao da consultora Ana? Esse o nosso convite para que voc possa compreender o que o conhecimento filosfico, qual a sua finalidade e caractersticas. Vejamos a situao-problema desta seo: Luiz gerente de RH de uma grande empresa no setor de eletroeletrnicos, cujo reconhecimento est principalmente em buscar tratar o cliente com respeito. Essa , inclusive, uma das principais misses da empresa. Ocorre que um dos atendentes, Paulo, que atua h mais tempo na empresa, destratou um cliente que no teve dvidas, fez uma denncia formal para o gerente. Como o atendente antigo colaborador e j obteve algumas boas vendas, e visando influenciar positivamente outros colaboradores, Luiz achou por bem organizar uma sriedeeventoscomointuitodeaprimoraromarketingderelacionamentosdos funcionrioscomosclientes.Contudo,ofuncionrioresponsvelpelasituaose recusou a participar, dizendo que essas reunies tm muita conversa e pouca ao, equejaprendeutudooqueprecisavanessesentido.Temosaquiumasituao em que o funcionrio apresenta um comportamento controvertido e nada tico. A fimdeencontrarumasoluoparaoimpasse,LuizprocuraAna,comoconsultora doSEBRAE,paraestabelecerumaestratgiaparaalinhar,demodocolaborativo, conhecimentos, procedimentos e condutas junto ao funcionrio Paulo, bem como a outros colaboradores, para atender adequadamente aos clientes. Asituao-problemaemtornodaqualirogravitarnossasreflexes:deque formaoconhecimentofilosficopoderepresentarapossibilidadedeLuizagir racionalmente? Quais as contribuies do conhecimento filosfico para quem atua na gesto empresarial? Como utilizar a tica nas escolhas das estratgias de resoluo dos problemas? Existe relao entre filosofia e senso comum? Quando compreender Dilogo aberto Cienticidade do conhecimentoU138melhoraprticadareflexo,Luiz,bemcomooutrosgestoreseempreendedores, poder agir com vistas no somente ao seu bem e da sua empresa, mas tambm ao bemdaquelescomquemtrabalhaeque,dealgumaforma,beneficiam-sedoseu trabalho (os clientes, por exemplo).Paraasoluodasituao-problemaespecficadestaseo,solicitamosque voc busque o contedo das sees anteriores e verifique que o senso comum tem caractersticas diferentes do conhecimento filosfico. Para isso, precisar aprofundar-se no que esse tipo de conhecimento, como se caracteriza, de que forma a gesto se beneficia desse tipo de conhecimento e da importncia de se adotar a prtica da reflexoparatodasassituaesvividas,masprincipalmentequandosetemsoba responsabilidade a gesto de uma empresa ou de um departamento todo.Voc j deve ter ouvido expresses tais como segundo minha filosofia de vida... ou eu defendo a seguinte filosofia... no sentido de defender um determinado ponto de vista ou maneira de interpretar a realidade. Quando uma pessoa usa esse tipo de expresso, pretende explicar que defende uma concepo, valores e princpios e que os utiliza como diretriz ou em determinados aspectos de sua vida. So as condutas que regem a forma de viver das pessoas. Mesmo que esses princpios sejam determinados pela cultura, pelo poder econmico, pelo acesso s riquezas socialmente produzidas o que muitas vezes lhes do aspectos de senso comum , o sentido buscado o de sabedoria, o de definir a conduta por parmetros mais crticos. Voc acha que osimplesfatodeafirmarseguirumafilosofiadevidademonstraqueaquelequea defende assume uma atitude filosfica? O que seria adotar uma atitude filosfica? Para responder de maneira bem simplificada, diremos que ao adotar uma atitude filosfica o indivduo passa a indagar, interrogar a si mesmo: por que adotar determinadas atitudes?, porquedefenderdeterminadospontosdevista?,porquedefenderdeterminados princpios?Oquedepreendemosdisso,ento?Queaatitudefilosficaimplicaem levantarasrazesparadeterminadasescolhas,emfazersempreumaindagaoe quando se indaga, significa que no se aceita as coisas da forma como so explicadas, como se apresentam, como so justificadas. H sempre uma dvida subjacente. Marilena Chau (2014), uma importante filsofa da contemporaneidade, afirma que a atitude filosfica possui duas caractersticas, uma positiva e outra negativa: o aspecto negativo se refere a dizer no ao senso comum, ao estabelecido, ao que j est posto como verdadeiro na experincia cotidiana. O aspecto positivo est em indagar sobre a razo das coisas, buscar compreender o que so as coisas que cercam a vida de cada um, de onde vieram as ideias que julgamos adequadas, buscando indagar os motivos de as coisas serem como so e no de outra forma. Podemos dizer que os aspectos negativos e positivos da atitude filosfica so faces de uma mesma moeda. Isso leva No pode faltarCienticidade do conhecimentoU139Ruiz (1996) explica que a palavra Filosofia remete ao esforo da razo pura para questionar os problemas que envolvem os seres humanos e discernir entre o certo e o errado, recorrendo somente razo humana. Aristteles subdividiu a Filosofia em especulativa e prtica, sendo que cada uma delas recebe outras subdivises, e a ele a uma atitude crtica do indivduo. Chau afirma que a atitude filosfica requer tomar distnciadascoisasparaanalis-lascomosefosseaprimeiravezqueasestivesse observando.Vocpodeacharestranhaessaatitudedetomardistnciadascoisas, oulanarsobreelasumolharnovo,comoseriapossvel?Analisarascoisassobo ponto de vista filosfico requer um mtodo, uma forma, um jeito que, voc j deve ter observado, bem diferente do senso comum.Se o senso comum aceita as verdades institudas porque sempre foi assim, ou porque sempre se ouviu dizer que assim , a filosofia indaga os motivos de ser assim, indagaosmotivosdeaspessoasaceitaremoqueestinstitudo,indagaoprprio institudo. Essa atitude filosfica de indagao tambm uma atitude crtica frente realidade, s coisas, aos fenmenos, s verdades, forma de se fazer e responder aos dilemas e questes do cotidiano.Podemosafirmarqueencontramos,nessecaminho,osentidodaFilosofia,do conhecimento filosfico.Masqueimportnciaissoteriaquandosepensanosproblemasque ocorrememumaempresa?Qualseriaaefetivacontribuiodo conhecimento filosfico quando pensamos em situaes to prticas e imediatas como aquelas que muitas vezes ocorrem em uma organizao? Pode-se dizer que o grande mrito, a grande contribuio da filosofia desenvolver no ser humano a capacidade de raciocinar sobre as coisas, de refletir sobre elas possibilitando, com isso, a construo coerente de respostas.Arazoconsideradapormuitostericoscomoumadas faculdades mais elevadas do ser humano, cuja funo a de ordenar o conhecimento: ela deduz e induz, demonstra estabelecendo as relaes entre os fatos.ReflitaAssimileO conhecimento filosfico educa o raciocnio, uma vez que estabelece o esprito de anlise como hbito, contudo no cabe ficar num filosofar sem objetivo, sem responder s questes que so colocadas.Cienticidade do conhecimentoU140tambmatribudaadefiniodefilosofiacomocinciadetodasascoisas.Ato sculo XVIII, aproximadamente, essa era a concepo predominante sobre a Filosofia, porm, com o advento da cincia moderna, h uma ruptura entre cincia e filosofia cujodiferencialestprincipalmentenomtodo;oquemarcaomtodocientfico diferentedaquiloquemarcaomtodofilosfico:umdosgrandesproblemasda cincia que nem sempre o cientista busca aplicar os princpios filosficos s suas prticas, o que o leva a justificar atitudes nada ticas em nome do desenvolvimento cientfico. Chibeni (2001) explica que a palavra cincia era utilizada para diferenar um tipo de conhecimento universal, conforme definido por Aristteles. Nessa perspectiva, j havia um ideal de universalidade e certeza, que posteriormente foi incorporado cincia, garantindo ao nascente mtodo cientfico as caractersticas que lhe dariam o sucesso em relao observao, anlise e ao crivo da razo.A cincia tem reconhecidamente uma utilidade prtica. Por meio do conhecimento cientfico se encontra o entendimento dos fenmenos para alm de sua aparncia, identificando causas e efeitos. Por meio da cincia se desenvolveu o conhecimento de forma a tornar-se to especializado quanto possvel; por exemplo: buscar a cura para doenas, criar aparatos tecnolgicos os mais diversos. Quanto filosofia, voc j deve ter ouvido comentrios dizendo que no tem serventia, apenas para os filsofos. Contudo, o trabalho da cincia pressupe o trabalho da filosofia, ainda que o senso comumnosaibadissoecontinueapropagarqueafilosofiameraabstrao. Comovocviuanteriormente,acinciaincorporamuitodoprocessofilosfico, principalmentequandoaplicaaomtodocientficoabuscadacertezaapartirda demonstrao racional.Para conhecer mais sobre a abordagem de Aristteles em relao tica, leia o artigo de Rodrigues tica Aristotlica: finalidade, perfeio e comunidade, no qual o autor faz uma abordagem do tema a partir dos conceitos definidos pelo Filsofo e presentes em duas de suas principais obras. RODRIGUES,CludioEduardo.ticaaristotlica:finalidade,perfeioe comunidade. Polymatheia Revista de Filosofia, Fortaleza, v. V, n 07, 2009, p. 51-67. Disponvel em: http://www.uece.br/polymatheia/dmdocuments/polymatheia_v5n7_etica_aristotelica_finalidade_perfeicao_comunidade.pdf. Acesso em: 4 abr. 2015.Pesquise maisAssimileAFilosofianopodeserconfundidacomdevaneiosoureflexessem sentido,umavezqueelaquestionaproblemasreais,utilizandoarazo Cienticidade do conhecimentoU141Em uma poca de crises de paradigmas, de valores e de conduta, a Filosofia mais requisitada. A crise nos modelos que so utilizados como referncia para as condutas de comportamentos leva os indivduos a terem dvidas sobre esses, questionando se ainda servem ou no, ou quais critrios servem para lhes dar credibilidade. Importa, nesses momentos, uma reflexo sobre questes ticas. Para alguns tericos h uma identificao entre tica e moral, porm tambm verdade afirmar que a tica um ramo da Filosofia que busca entender a conduta moral. Em sntese, so termos que se relacionam, entretanto no se confundem. Lipmam (1990) afirma que a tica pode ser considerada como a teoria da conduta moral. Quando voc adota certas normas, determinadas regras, deve examinar as razes sobre as opes.Mas que relao teria a tica com a cincia?com vistas a alcanar uma explicao sobre os fenmenos de maneira acertada. Alguns tericos afirmam que o compromisso da Filosofia com a verdade por meio da sabedoria.ExemplificandoAdotarumacondutasemreflexotemumsignificado;significa assumirposturaseatitudespormeiodasquaisrepassamosaoutrem aresponsabilidadepornossaescolha.Aticaimplicanoesforoem compreender os motivos que nos levam a adotar essas condutas, se so adequadas ou no, e se precisamos adotar outras regras.A cincia no naturalmente tica. Ou seja, a tica no condio para que se realize estudos cientficos, tanto que muitas pesquisas ocorrem inclusivefinanciadascomrecursospblicossemquehajaum esclarecimento sobre sua importncia na melhoria das condies de vida da maioria da populao.Faa voc mesmoOsestudoscientficosdesenvolvidosnaatualidadeconvivemcom situaesbastantecontroversas,taiscomopesquisascomseres humanosouanimais,pesquisaquenemsempretraduzemocarter nocivodeumconhecimento,dentreoutrassituaes.Apartirdessa reflexo, responda: Voc acha que a cincia pode prescindir da tica? possveljustificarodesenvolvimentocientficomesmosemconsiderar os aspectos ticos?Cienticidade do conhecimentoU142O debate entre tica e cincia ganha destaque no sculo XX, especialmente aps olanamentodabombanuclear,nofimdaIIGuerraMundial.Ocrescimentoda explorao dos recursos naturais tambm coloca em discusso a ambiguidade entre desenvolvimentotecnolgicoemelhorianascondiesdevida.Diantedoquefoi explicadoataqui,aticaimpecertolimiteerestrioemrelaoscondutas eopesaseremfeitas.Quandovocpensanautilizaodesereshumanosem experimentos, com certeza analisa os limites ticos de tais condutas, principalmente quando vincula isso a questes econmicas. Assim, nem sempre o desenvolvimento cientfico pode justificar determinadas atitudes ou escolhas, contudo, sem colocar essas reflexes dentro de determinados parmetros delimitados pela tica, muito facilmente se pode encontrar uma justificativa para isso. Nesse sentido, a tica e a cincia devem ser vistas como parceiras no processo de desenvolvimento dos conhecimentos que tenham como objetivo central a melhoria nas condies de vida de todas as pessoas, independentemente da sua condio econmica. Existem diferenas entre o conhecimento cientfico e o conhecimento filosfico. O cientfico atinge os fatos concretos, positivos, perceptveis pelos sentidos, utilizando paraissoumametodologiaprpria.JaFilosofiatemcomoobjetoasrelaes conceituaisenopassveisdeobservaosensorial,noredutveisarealidades materiais. possvel afirmar que, mesmo sendo o objeto material idntico tanto para a cincia quanto para a Filosofia, caber Filosofia explicar suas finalidades supremas. Omtodocientficodiferedomtodofilosfico.Enquantooprimeiroest fundamentadonaexperimentaoconceitoasermelhorexplicadonaprxima seo , o segundo usa o mtodo racional, no qual prevalece a deduo, prescindindo daexperimentaoeutilizando-sesomentedalgica.Aquitambmficaexpressa adiferenaemrelaoaoobjetivo,poisoconhecimentocientficovisadescobrir asrelaesdecausaeefeitoentreoscomponentesdosfenmenos,jaFilosofia questiona inclusive as concluses da cincia em busca de indagaes mais amplas, que perpassam o esprito humano.A reflexo filosfica no deve ser vista como privilgio de filsofos profissionais ou deespecialistas,umavezquetodosdevemexercitaressahabilidade.Quantomais se pratica, mais o indivduo se tornar hbil a identificar o oculto, o que est alm da aparncia dos fenmenos. O contrrio tambm verdadeiro; ou seja, quanto menos Umaleituracomplementarparaareflexosobrearelaoquedeve haver entre tica, cincia e tecnologia o texto de Lombardo. A tica no desenvolvimento da cincia e da tecnologia. O texto est disponvel em:http://www.brasilbrasileiro.pro.br/adrianaetica.pdf.Acessoem:11 maio 2015.Pesquise maisCienticidade do conhecimentoU143se exercitar a reflexo, menos condies o indivduo ter de observar para alm das aparncias dos fenmenos. Um exemplo disso est em aceitar sem questionar nem refletirsobreasverdadesimpostas.Oquevocpensaquesejamelas?Sevoc respondeu que so aquelas afirmaes que ouvimos muitas vezes sem que se justifique, respondeucorretamente.Afirmaestaiscomotodostmigualoportunidadena sociedade no refletem as reais condies de acesso s oportunidades. No revelam a desigualdade social, no revelam a ideologia presente nos discursos, no revelam que as condies de explorao requerem a existncia de explorados, portanto no revelam aspectos que somente por meio da indagao, do questionamento, da busca do que est alm do aparente podem ser revelados.Voc pode observar, por meio das reflexes feitas no texto, que o conhecimento filosfico imprescindvel em qualquer rea de atuao, j que a Filosofia no mera elucubraosemobjetivo.Oidealqueareflexofilosficasereflitanasprticas desenvolvidas pelo indivduo, com vistas ao que represente o bem comum, portanto, com a tica necessria.Vamos, ento, retomar a situao-problema apresentada no incio desta seo. No se esquea de que ela tem relao direta com a situao problema apresentada no incio desta Unidade. Fizemos apenas um desdobramento para melhor apreender os diferentes aspectos que envolvem as situaes vivenciadas pela consultora Ana. Para o caso desta seo, em que nosso enfoque principal o conhecimento filosfico, nossa reflexo:dequeformaoconhecimentofilosfico,propostopelasorientaese anlises de Ana, pode representar a possibilidade de Luiz, o gerente de RH que enfrenta problemas com seu funcionrio, Paulo, agir racionalmente? Quais as contribuies do conhecimento filosfico para quem atua na gesto empresarial? Como utilizar a tica nas escolhas das estratgias de resoluo dos problemas?ParaqueLuizpossaseservirdoconhecimentofilosfico,elenoprecisafazer umcursodefilosofia.Eleprecisaaprenderapensarconsiderandoosdiferentes aspectos que compem uma situao. Uma interpretao que foca apenas o aspecto visveldeumasituaoreducionista.Essetipodeinterpretaodaraeleum Sem medo de errarFilosofianomerareflexosemsentido.Oseupapeljustamente oferecer condies para que, por meio da reflexo, da razo, da anlise, dacrticaaoinstitudo,possamosbuscaralternativasqueconsiderem aspectos no conhecidos ou no pensados anteriormente.Lembre-seCienticidade do conhecimentoU144conhecimento aparente da realidade. Uma situao, ainda que especfica, no existe isoladamente: ocorre em um determinado contexto cujos elementos interligados do uma caracterstica prpria a esse fenmeno. Ana, nossa consultora, tenta ajudar Luiz a depreender desse contexto possveis solues. Ao buscar o que est oculto, ao buscar os nexos que do um determinado formato ao que acontece, Luiz, assessorado por Ana, estar revelando o lado oculto do fenmeno.No possvel afirmar que a empresa vai mal ou que todos os colaboradores so incompetentes,ouaindaqueLuiznotemcondiesdegerenciarumacriseou impasseemfunodeumasituao-problemaquesemanifestou.Quantomaisa empresa crescer, mais ela estar s voltas com questes complexas e que dependero da forma como seus gestores iro agir para alcanar os melhores resultados. Generalizar, principalmentenessecaso,indevido,umavezquenopossuisustentao.O conhecimento filosfico no se satisfaz com impresses imediatas, mas busca por meio de um esforo metodolgico elucidar o que est por trs da aparncia dos fenmenos, dando-lhe o esclarecimento necessrio. O conhecimento filosfico pode representar umaimportantecontribuioparaosgestores,umavezquepermiteempreender anlises racionais e lgicas sobre os fatos que ocorrem na empresa com vistas a uma ao consciente. Outro aspecto muito importante diz respeito aos princpios norteadores desuasaes.Orientarasaesconformediretrizesticasevaloresquerespeitem a individualidade, as formas apropriadas de convivncia, a rejeio a comportamentos preconceituosos ou pautados em ganhar a qualquer preo so alguns desses princpios. Umdosdesafiosdogestorestabelecerumaticainternadaempresaqueoriente suasdeciseseperpasseasrelaesentreaspessoasquedelaparticipam,cujo reconhecimento tanto interno quanto externo empresa. O gestor de RH Luiz deve se preocupar com todos os funcionrios, com os clientes e com o que melhor para a empresa, para isso precisar equacionar a situao com vistas a agir de maneira equilibrada e tica. Como o funcionrio Paulo antigo, dever ter uma conversa para buscar levantar os motivos de seu comportamento, verificar se pretende mudar sua atitude e expor os impactos disso no comportamento dos demais funcionrios. Como o plano de ao foi estabelecido para todos os funcionrios, todos devero participar, inclusive o funcionrio rebelde, uma vez que, ao ser contratado, assumiu os deveres do cargo. O diferencial ser a forma como a empresa ir abordar o assunto, respeitando o funcionrio e o cliente, mas sem abrir mo de sua poltica, de aplicar a tica na conduta dos assuntos.Ateno!Isso no significa que esse oculto esteja to oculto assim. Muitas vezes o que falta buscar as relaes entre os fatos que ocorrem dentro de uma totalidade.Cienticidade do conhecimentoU145Avanando na prticaPratique mais!InstruoDesaamos voc a praticar o que aprendeu transferindo seus conhecimentos para novas situaes que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois compare-as com a de seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apndice do livro.A tica nas relaes de trabalho1. Competncias tcnicas Adotar procedimentos ticos nas escolhas prossionais.2. Objetivos de aprendizagemCompreender o que tica. Analisar situaes para aplicar adequadamente procedimentos ticos.3. Contedos relacionados Conhecimento losco. tica e cincia.4. Descrio da SPJairo trabalha em uma empresa h dez anos. Durante esse tempo, procurou pautar seu comportamento por meio de atitudes de respeito e considerao aos colegas, qualidade nos servios prestados e melhoria nos produtos oferecidos pela empresa. Aps esse tempo de trabalho, recebeu um convite de uma empresa concorrente para atuar como gerente de uma de suas liais, o que lhe proporcionaria um salrio melhor e maior poder de deciso. Sabendo de sua competncia e capacidade, Jairo foi conversar com seu chefe imediato, exps a situao e explicou que estava bastante interessado na troca, mas gostaria de priorizar a empresa onde j estava h tanto tempo, pois sabe que poderia ter seu trabalho reconhecido. O chefe cou bastante surpreso, disse que no poderia propor nada alm do que Jairo j tinha, pois no havia feito mais do que o seu dever, que estava velho demais e a empresa estava investindo em pessoas mais jovens, que tinham maior disposio em trabalhar.Ao analisar essa situao, observa-se elementos que demonstram um comportamento nada tico da parte do chefe de Jairo. Se ele aceitar o convite da outra empresa, estaria tambm agindo contra a tica?5. Resoluo da SP:A atitude de Jairo foi tica o tempo todo, em conformidade com o que se observa em seu comportamento ao longo do tempo em que trabalhou na empresa. Foi tico ao contar sobre a oferta e decidir aps ouvir a deciso do antigo chefe. Este sim demonstrou atitudes antiticas, uma vez que no reconheceu o tempo de dedicao do funcionrio, sua competncia, no valorizou o seu trabalho e ainda assumiu que a empresa no valoriza os trabalhadores mais antigos e com mais idade.O comportamento tico refere-se tambm forma como se observa e valorizaooutronasnossasrelaes.Notextodestaseo,vocpde compreenderaimportnciadocomportamentoticonasrelaese comoissoacabainterferindonaimagemdaempresa.Serticoagir Lembre-seCienticidade do conhecimentoU146direito, proceder corretamente sem prejudicar ningum, agir de forma a estar com a conscincia tranquila.Faa voc mesmoAjudeosgestoresaencontrarumaalternativaqueleveemcontaas condiesdaempresa,aexpansodosseusservioseanecessria valorizao dos recursos humanos.Faa valer a pena!1.Oconhecimentofilosficomuitoimportanteparaasorganizaes umavezquesemanifestanasprticasadotadasintraeextraempresa, demonstrandoasconcepesqueorientamagestoempresarial.Ao gestorcabeimportantepapelnessesentido,cujosprocedimentose condutas devem revelar:AUmapessoaquesepreocupacomaempresaebuscacoloc-la sempre crescendo, independentemente de quem ou o que seja atingido.B Uma pessoa que sempre espera antes de tomar alguma atitude para no criar desavenas, mesmo que isso custe a sobrevida da empresa e o consequente trabalho de quem nela atua.C Um excelente negociador capaz de levar vantagem em tudo.DAlgumquepensaantesdeagir,analisaamissoessencialdasua empresa,oquevendeecomovende,suaidentidadeempresarial,seus objetivos e como agrega o valor dos recursos humanos que nela atuam.E Nem sempre possvel ao gestor pautar suas aes em conhecimentos filosficos,umavezqueoquedeveprevalecer,equegeralmente prevalece, so os interesses do mercado.2. Com relao ao conhecimento filosfico, analise as afirmativas a seguir:IAfilosofianoalgoabstratoedeideiasdedifcilcompreenso, destinada somente a filsofos e iniciados.II O conhecimento filosfico o mesmo que o conhecimento cientfico, a nica diferena o mtodo uma vez que na filosofia o privilgio para o raciocnio, a razo e a lgica.IIIumaformadeconhecimentoprticoqueorientaoexerccioda nossa vida em sociedade, encaminhando nossas aes cotidianas.IVumaformadeconhecimentopeloqualoserhumanotoma conscincia de si, de sua histria e do que projeta para o futuro.Cienticidade do conhecimentoU1474. Por que verdadeiro afirmar que a filosofia vai alm das possibilidades das cincias, j que por meio da cincia que podemos compreender as causas dos fenmenos?3.Osconceitosdemoraletica,emboradiferentes,somuitasvezes utilizados como sinnimos. Com relao a esse pensamento, analise as afirmativas a seguir, identificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F):1. O conceito de tica varia conforme os diferentes momentos histricos, contudo, em que pese esse fato, ela tem relaes bastante estreitas com adistinoentreobemeomal,ficandosempredefinidocomoagir eticamente se for de acordo com o bem. ()2.Amoralidadesereferecultura,tradio,costumes,regrasqueso estabelecidas na vida em comum e compartilhadas por todas as pessoas, nosendolimitadaaosinteressesindividuaisenemaosinteressesdo mercado. ()3. O estudo da tica no se restringe ao ensino do que certo ou errado, ao que significa o bem ou o mal, mas conscientizao dos indivduos sobreoqueimplicaessasescolhasedacomplexidadequeadquirem, conforme o cenrio. ()4. A tica sempre um processo de reflexo filosfica sobre a moral, sendo de carter restrito, e pode ser reduzida a uma anlise sobre o que guia as aes. Nem sempre a tica ser possvel no mundo dos negcios. ()A sequncia correta :A V, F, V, F.B F, F, V, F.C V, V, V, F.D F, V, F, V.E F, V, F, F.Esto corretas as afirmativas:A II, III e IV.B Todas as afirmativas esto corretas.C Somente a II.D I, III e IV.E I, II e III.Cienticidade do conhecimentoU1485. A atitude filosfica positiva e negativa ao mesmo tempo. negativa quando ____________, e positiva se ____________. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, na respectiva ordem:A nega todo o desenvolvimento cientfico existente; acredita no visvel num primeiro momento e depois nega o visvel.B nega o senso comum, os pr-conceitos, os pr-juzos, o estabelecido; interroga o que so as coisas, os fatos, as pessoas.C aceita toda a verdade inicialmente; nega toda a verdade conhecida e a aceita posteriormente.D coloca como interrogao os fatos, as situaes e as coisas; aceita o senso comum como parte do conhecimento universal produzido pela coletividade.Einterrogasobreoqueestdefinidocomoverdadeiropelacincia; nega o senso comum o que est estabelecido.6. O conhecimento filosfico pode ser compreendido como um processo deanlise,reflexoetambmdecrticaquecompreendeumaatitude filosfica. Como podemos identificar uma atitude filosfica?7.Arazoeopensamentoracionalsomuitorequisitadosno conhecimento filosfico. Como a razo pode ser compreendida e quais so suas contribuies para pensar a realidade?A A filosofia vai alm das possibilidades das cincias e segue questionando oreal,oobservvel,mesmoquandoocampocientficoalcanouo mximo de entendimento sobre determinado fenmeno.B Por estar acima de todas as cincias, possvel afirmar que a filosofa ainda continua sendo a maior de todas as cincias.C A filosofia no tem interesse em acertar os julgamentos, estando a servio da mera especulao reflexiva e do exerccio mental, sem objetivos prticos.D Essa afirmao s verdadeira quando a cincia e a filosofia esto aserviododesenvolvimentotecnolgicoeodesenvolvimentodo conhecimento que favorece a melhora da vida dos seres humanos.E Compete cincia determinar as causas mais remotas e finalidades supremas das coisas.Cienticidade do conhecimentoU149Seo 1.4Tipos de conhecimento: cientficoOl! Como esta a ltima seo, retomaremos a situao baseada na realidade apresentadanaaberturadaUnidadeeiremosrespond-la,contandocomos conhecimentos desenvolvidos. Nesta seo, trataremos do conhecimento cientfico, para que voc possa compreender suas caractersticas e diferenci-lo dos demais tipos de conhecimento. Vejamos a situao-problema que nossa consultora Ana atender:Nara proprietria de uma loja de grife que tem agenda com clientes exigentes, exclusivos e fidelizados. Oferece desde roupas at acessrios de marcas internacionais, algumasdasquaissocomercializadascomaltssimospreos,devidoaoluxoe exclusividade.Nosltimosmeses,Naratemobservadoquealgumasmercadorias, principalmenteasroupas,noparecemtotalmentenovas.Elatemaimpressode que esto sendo usadas, e suas suspeitas aumentaram quando uma cliente detectou uma mancha em uma roupa que deveria estar protegida. Isso acabou lhe causando prejuzo,umavezqueaclientenolevouapea,quecertamentenoseriamais vendida. Para no expor ainda mais a reputao de seu negcio e, ao mesmo tempo, manterumabasedeconfianaslidaentreseuscolaboradores,Naraprocurouos serviosdeconsultoriadeAna,doSEBRAE,quedecideajud-laaestabelecerum mtodo cientfico de investigao e gesto de crise. Em outras palavras, o objetivo de Ana auxiliar a lojista Nara a responder seguinte questo: como Nara deve agir, em um processo de investigao cientfica, para descobrir o que de fato ocorreu com as roupas de sua loja, sem comprometer ainda mais o negcio?Umaspectoquemerecedestaquequemuitasdecisestomadasaindase baseiamnasvivnciasdeAna,noqueaprendenoenfrentamentodosdesafios, errandoeacertando.Nesseprocessoelacresceumuitocomoempresria,mas tambm perdeu muito e ela reconhece que isso se deu por vrias vezes devido sua falta de conhecimento e por apostar muito em sua intuio e vivncia. O desafio que Ana enfrentar por meio desta seo : de que forma ela e voc pode auxiliar Nara a resolver a situao-problema utilizando o conhecimento cientfico? Pararesolverasituao-problema,vocdeverreveroscontedosabordados nas sees anteriores, pois assim ter condies de identificar o que ela j aplica, na Dilogo aberto Cienticidade do conhecimentoU150prtica, mas que deve ser descartado, para que possa selecionar os procedimentos cientficos mais adequados situao em pauta. Voc precisa ter em mente que o que desejamos para Nara bem como para os demais empreendedores atendidos porAnaqueabandoneprticasbaseadasnosensocomumeprocureadotar procedimentosracionais,ticosecientficos.Paraisso,vocjconhececomose caracteriza o senso comum e a reflexo filosfica, e agora ir compreender melhor o conhecimento cientfico.Nas sees anteriores, voc observou que foi bastante enfatizada a diferena entre os tipos de conhecimento. Cada um dos tipos apresentados tem caractersticas que o difere dos demais. Contudo, cabe lembrar que um conhecimento no melhor ou pior que outro. So diferentes, mas nunca um superior ou inferior a outro.Certamente,vocdeveestarseperguntando:masnoseriaoconhecimento filosficomelhorqueosensocomum?Acincia,comtudooqueproporcionou aos seres humanos, no seria melhor que todos os outros tipos de conhecimento? preciso esclarecer que cada um dos tipos de conhecimento que so identificados e sistematizados pelos seres humanos, dentro de suas caractersticas e limitaes, busca responder s questes que incomodam, no havendo apenas um deles que conduza verdade. Ou ainda, dito de outra forma, a verdade no privilgio nico de qualquer um deles. A cincia um tipo de conhecimento que, como os demais, busca aproximar-se da verdade compartilhada o mximo possvel, a fim de conduzir os seres humanos ao entendimento dos fenmenos que, conforme o interesse ou necessidade, meream ser compreendidos e interpretados. Luckesi (1998) afirma que o conhecimento cientfico pretendeesclarecerasocorrnciasdouniverso,produzindoumentendimentode parcelas do mundo identificando as conexes lgicas entre os componentes desses fenmenos. Assim, o entendimento da realidade se d por meio da compreenso dos fenmenos que a compem, de tal forma que se pode compreender cada fenmeno por meio dos seus elementos constitutivos.O conhecimento cientfico tem como objeto no somente os fenmenos naturais, mas tambm os fenmenos sociais, podendo-se dividir os campos do conhecimento cientfico em: cincias emprico-formais, cincias formais e cincias hermenuticas. Outras formas de diviso e sistematizao podem ser encontradas, porm a maioria delas se aproxima desse tipo de classificao. Mas para que dividir a cincia, para