32
MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA

COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Page 2: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Modelo Transteórico (MTT)

• Foi construído por James Prochaska, em 1979, por meio da

análise comparativa de mais de 29 teorias e modelos dos

principais enfoques psicoterápicos, tendo como foco o

processo de mudança;

• No transcorrer do estudo, os resultados mostravam que

todas as teorias apresentavam limitações e nenhuma delas

explicava detalhadamente o processo de motivação para

mudança de comportamento nas pessoas.

Page 3: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Modelo Transteórico

• Diante desta análise, Proschaska denominou de

“transteórico” o modelo que ali nascia;

• O principal pressuposto deste modelo, é o fato de que

as auto mudanças bem sucedidas dependem da

aplicação das estratégias certas (processos) na hora

certa (estágios).

Page 4: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Modelo Transteórico

• O grande ganho do MTT é a mudança intencional, o que

significa que é o indivíduo quem opta em realizar a mudança

de determinado comportamento;

• Enquanto outras abordagens se concentram nas influências

sociais ou biológicas do comportamento, este modelo está

fundamentado na premissa de que a mudança

comportamental acontece ao longo de um processo

permeado por diversos níveis de motivação para mudança.

Page 5: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o

que somos.Eduardo Galeano

Page 6: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Processo de Mudança

• É um conceito essencial do MTT e nos possibilita o entendimento de como a mudança de comportamento ocorre;

• Inclui diferentes dimensões (estágios motivacionais), que devem ser consideradas em conjunto para que possam ser mais bem compreendidas.

Page 7: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Processo de Mudança

• Os estágios são considerados flutuantes;

ou seja, é possível que o indivíduo retorne

a um estágio anterior e consiga transpô-lo

novamente.

Page 8: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Processo de Mudança

• Szupszynski e Oliveira (2008) relatam que

os estágios de mudança correspondem à

atividades, que podem modificar os

afetos, pensamentos, comportamentos ou

relacionamentos relativos ao

comportamento-problema.

Page 9: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Processo de Mudança

• Dessa forma, qualquer atividade que

ajude na modificação do comportamento

é um processo de mudança.

Page 10: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Mudanças

• A possibilidade de mudanças cresce com a

utilização de recursos ambientais, sociais

e familiares.

Page 11: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Para pensarmos nos estágios...

Page 12: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Pré Contemplação

• O indivíduo não acredita na necessidade de mudar seu comportamento, não existindo motivação para tal.

• Normalmente há resistência por parte do cliente; que por vezes foi encaminhado para o acompanhamento pela família.

Page 13: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Pré-Contemplação

• As estratégias devem contribuir para uma conscientização

quanto a problemas, bem como suas potenciais soluções,

lidar com emoções e permitir observar impactos positivos

das mudanças.

• O profissional deverá evitar o confronto, sem faltar com

sinceridade, muitas vezes traduzindo para o cliente a fala

dele, afim de que haja uma sensibilização.

Page 14: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Contemplação

• O sentimento mais prevalente é a

ambivalência.

• Ainda que perceba prejuízos de seu

comportamento, o paciente defende-se

minimizando-os.

Page 15: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Contemplação

• Observamos que neste estágio as

estratégias da entrevista motivacional são

particularmente úteis.

Dica importante! Veja sobre entrevista motivacional no caso Joana.

Page 16: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Preparação• Há uma melhor conscientização do problema e o indivíduo

constrói um plano cuidadoso de ações orientadas para a mudança.

• Nessa etapa, não há, necessariamente, ações ocorrendo concomitantemente, visto que as pessoas no estágio de preparação não precisam ter sua ambivalência completamente resolvida.

• Nesse estágio, pode-se instituir um número de pequenas mudanças comportamentais, como, por exemplo, quantificar o número de cigarros que fuma em um dia, ou contabilizar as calorias que ingere nas refeições, o que não exclui a possibilidade da existência da ambivalência interna.

Page 17: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Preparação

• O papel do profissional é auxiliar a

elaboração de estratégias de

enfrentamento de realidade, identificar e

trabalhar pensamentos negativos,

fortalecendo a autossuficiência.

Page 18: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Ação

• O paciente engaja-se em ações específicas para

chegar à mudança e, na maioria das vezes, está

pronto para incorporar habilidades que o levem

ao novo comportamento.

• É importante o ganho de alguns processos de

mudança: auto-regulação direcionada a objetivos;

auto-observação auto-avaliação.

Page 19: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Ação

• O profissional oferece todo o suporte

necessário, buscando envolver o núcleo

familiar e a rede social mais próxima (sejam

amigos ou companheiros de grupos

terapêuticos).

Page 20: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Manutenção• O estágio de manutenção é o grande desafio no

processo de mudança;

• A estabilização do comportamento em foco é a marca

desse estágio;

• É necessário um esforço constante do indivíduo para

consolidar os ganhos conquistados nos outros estágios,

principalmente no estágio de ação, além de um esforço

contínuo para prevenir possíveis lapsos e recaídas.

Page 21: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Manutenção

A mudança nunca é concretizada com a

ação. Sem um forte compromisso no estágio

de manutenção, a pessoa poderá ter

recaídas, mais comumente encontradas nos

estágios de pré-contemplação e

contemplação.

Page 22: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Recaída

• É um evento possível no processo de mudança

de qualquer padrão comportamental de longa

duração, onde o paciente retoma ao

comportamento anterior.

• É uma etapa prevista quando se busca uma

mudança de comportamento por um longo

prazo.

Page 23: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Recaída

• O papel do profissional da saúde, é

fortalecer o paciente para que ele perceba

os motivos que o fizeram recair e retome

seu processo em busca de sua melhoria.

Page 24: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Como identificarmos em qual estágio nosso paciente está?

Page 25: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Estágio Características

Pré contemplação

Não pretendo modificar tal comportamento

Contemplação Tenho pensado em modificar tal comportamento, mas não sei como

Preparação Estou procurando informações para saber como modificar meu comportamento

Ação Estou fazendo algo para modificar meu comportamento

Manutenção Estou conseguindo manter a mudança do meu comportamento

Avaliação do estágio

Page 26: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

• Percebemos o quanto é importante que o

paciente opte em mudar aspectos em sua

vida.

• Cabe-nos algumas reflexões agora. Como

podemos, enquanto profissionais de saúde,

auxiliar tais pacientes?

Page 27: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

O MTT nas intervenções nutricionais

Para refletirmos...

Page 28: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Principais considerações para uma intervenção nutricional embasada nos estágios de mudança de comportamento

Foco Estágio de mudançaPré-ação Ação

Abordagem - Aumento da consciência- Importância de uma dieta saudável- Sabor dos alimentos- Reconhecimento da cidadania

- Detalhes e práticas cotidianas (receitas)- Estimulo da autoconfiança e do autocontrole- Aprofundar conceitos de nutrição

Intervenções a partir do Modelo Transteórico

Prochaska et al, 1996; De Graaf et al, 1997; Horwath, 1999; Toral & Slater, 2007

Page 29: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

• Os profissionais de saúde devem auxiliar seus pacientes, para que haja mudança de hábito de vida, visando uma melhora no autocuidado.

• É possível sistematizar essa ajuda e assim oferecer ao paciente um olhar integral e efetivo

Não deixe de ver a apresentação sobre autocuidado no caso Joana!

Page 30: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

O papel do profissional da saúde

• Proporcionar uma escuta acolhedora, que auxilie o paciente a compreender sua necessidade de mudança;

• Possibilitar que as mudanças sejam discutidas e acolhidas, compreendendo que esse processo pode trazer sentimentos ambíguos e alterações emocionais.

Page 31: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

• AMADEURA, G. Estágio de mudança: Proschaska e DiClemente, 1986.• ARMITAGE, C.J. & CONNER, M. Efficacy of a minimal intervention to reduce fat intake. Social Science

& Medicine, vol. 52, no. 10, p. 1517-24, 2001.• CURITIBA. Secretaria Municipal de Saúde Apoio ao autocuidado. In: Autocuidado apoiado: manual do

profissional da saúde. Organização Ana Maria Cavalcanti e Angela Cristina Lucas de Oliveira. Curitiba: Secretaria Municipal de Saúde, 2012. Disponível em: http://apsredes.org/site2012/wp-content/uploads/2012/11/manual_auto-cuidado_curitiba.pdf

• DE GRAAF, C.; et al. Stages of dietary change among nationally-representative samples of adults in the European Union. Eur J Clin Nutr., v. 51, Supl. 2, p. S47-S56, 997.

• FRENN, M.; MALIN, S.; BANSAL, N.K. Stage-based interventions for low-fat diet with middle school students. Journal of Pediatric Nursing, 2003; vol. 18, nº 1, p. 36-45.

• GREENE, G.W; ROSSI, S.R. Stages of change reducing dietary fat intake over 18 months. Journal of the American Dietetic Association, vol. 18, n. 5, p. 529-534, 1998.

• HORWATH, C.C. Nutrition Research Reviews, Applying the transteoretical model to eating behaviour change: challenges and opportunities. V. 12, p. 281-317, 1999.

• HOY et al. Implementing a Low-Fat Eating Plan in the Women’s Intervention Nutrition Study. Journal of the American Dietetic Association, v. 109, p.688-696, 2009

• PROCHASKA, J. O. & DICLEMENTE, C. (1992). Stages of change in the modification of problem behaviors. In M. Hersen & W. Miller (Orgs.), Progress in behavior modification (pp. 184-214). Sycamore: Sycamore Press.

• SZUPSZYNSKI, K. P. D. R; OLIVEIRA. S. O modelo transteórico no tratamento da dependência química. In: Psicologia Teoria e Prática, São Paulo, vol. 10, núm. 1, 2008, pp. 162-173.

• TORAL, N.; SLATER, B. Abordagem do Modelo Transteórico no Comportamento Alimentar. Revista Ciência e Saúde Coletiva, v. 12, n. 6, p. 1641-1650, 2007.

Referências Bibliográficas

Page 32: MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA COMPORTAMENTAL & APOIO AO AUTO CUIDADO

Este trabalho está licenciado sob uma licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-Compartilha Igual 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/